Jornal Outubro 2011 - Programa de Desenvolvimento da Pecuária

Transcrição

Jornal Outubro 2011 - Programa de Desenvolvimento da Pecuária
Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa
www.ufv.br/pdpl
PDPL-RV
Jornal da Produção de Leite / Ano XX - Número 271 - Viçosa, MG - Outubro de 2011
Curso de casqueamento
Rafael Gasparoni
Estudante de Agronomia
Nos dias 06 e 12 de outubro foi realizado pelo PDPL-RV, o curso de casqueamento em bovinos, ministrado
pelo médico veterinário Marcus Vinícius e pelo monitor de veterinária
Sílvio Braga. O primeiro dia tratou-se de questões teóricas e o segundo
dos aspectos práticos.
A etapa teórica envolveu as principais enfermidades, como: gabarro,
podridão e verruga de casco, erosão
de talão, úlcera de sola, doença da linha branca, abscesso de sola, úlcera
de sola entre outros.
Assim como, seus tratamentos, os
impactos econômicos, os fatores pre-
disponentes (nutricionais, genéticos,
ambientais e infecciosos) e como
previní-los.
A etapa prática foi realizada em
duas fazendas assistidas pelo Programa, na fazenda Oásis em Coimbra
e na fazenda Chácara em Ervália,
nessa etapa todos os estagiários praticaram como fazer o casqueamento
preventivo, além de poder tratar algumas enfermidades de casco, bem
como avaliaram o escore de locomoção dos animais.
Logo, o curso foi bastante proveitoso e importante na formação dos
estagiários do PDPL-RV, onde puderam ter mais contato com essa patologia que causa grandes prejuízos ao
produtor de leite.
Curso de contenção de bovinos com o
Professor Romeo Sampaio
Ítalo Ribeiro Volpini
Estudante de Med Veterinária
“O conhecimento deve ser transmitido”, foi diante dessa filosofia que
o professor Romeu Sampaio, minis-
trou o curso de contenção de bovinos
nos dias 7 e 8 de outubro, para os estagiários calouros da terceira fase do
PDPL-RV.
O curso foi dividido em duas etapas, teórica e prática. Na primeira
Prof. Romeu Sampaio ministrando curso
o professor comentou a respeito da
história e dos diversos tipos de contenção e aplicações, da imensa variedade de cordas e suas respectivas
indicações, e diversos outros intrumentos utilizados na contenção de
grandes animais.
Já a segunda etapa, foi composta
pela prática demonstrada nos próprios animais da Unidade de Ensino Pesquisa e Extensão em Gado de
Leite (UEPE-GL) da Universidade
Federal de Viçosa, onde o professor,
evidenciando muita experiência e didática, simulou a aplicabilidade dos
diferentes métodos de contenção citados na parte teórica do curso.
O gosto em ensinar e a paciência de
Romeu Sampaio, foram elementos
fundamentais para o sucesso do curso e o imenso aprendizado por parte
dos estagiários, já que a contenção de
bovinos é de grande aplicabilidade
durante as tarefas realizadas nas fazendas.
PDPL-RV oferece curso de produção de
cana-de-açúcar para alimentação de ruminantes
Lucas Lucena
Estudante de Jornalismo
Estagiário realizando casqueamento
Novos conceitos em
alimentação de ruminantes
Fabiana Cirino dos Santos
Estudante de Med. Veterinária
Aloísio Moraes Lopes, zootecnista,
técnico da Nutron®, ministrou no dia
27 de novembro uma palestra para os
estagiários e técnicos do PDPL-RV,
sobre novos conceitos em alimentação de ruminantes, e contou com a
participação de Esley P. Belo, ex-estagiário do Programa e dono de uma
revenda que representa a Nutron na
região.
Foi enfatizada a importância de
despender tempo e cuidados com as
vacas no período de transição que vai
de 30 dias antes do parto até 70 dias
pós parto, o chamado “contrato de
100 dias”, que consiste basicamente
em fornecer para a vaca alimentação, ambiente e cuidados adequados. Hoje, além de produção leiteira,
busca-se através da nutrição, melhor
sanidade animal, no que tange à saúde dos cascos, mastite e doenças metabólicas.
Outro ponto comentado foi a respeito da produção eficiente de alimentos, a partir de um planejamento
completo e execução correta dos
procedimentos de plantio, colheita,
armazenamento e também compra
de insumos.
Segundo Aloísio, a atividade leiteira tem sua base apoiada na tríade
terra-vaca-homem, e com esses três
pontos trabalhados em conjunto, é
possível formar a simbiose ideal para
o sucesso do negócio.
O Programa de Desenvolvimento
da Pecuária Leiteira promoveu, entre
os dias 10 e 14 de outubro, a terceira edição do curso de Produção de
cana-de-açúcar para alimentação de
ruminantes.
Ministrado pelo professor Mauro
Wagner de Oliveira, o curso contou
com a participação de aproximadamente 40 estudantes.
Com o objetivo de contribuir para
um uso mais racional dos recursos
naturais, o curso foi dividido em treze módulos que abordam diversos
aspectos da utilização da cana-de-açúcar na alimentação, desde a implantação do canavial até os processos de adubação.
Segundo o professor Wagner, o
curso não beneficia apenas os estudantes. “Além deles, também são
beneficiados os produtores assistidos
pelos estudantes e nós, que teremos a
A Qualidade no Agronegócio
Anna Scarpa
Estudante de Agronegócio
Hoje para que uma empresa obtenha sucesso é preciso se preocupar
essencialmente com a qualidade do
alimento, desta forma, o PDPL-RV
promoveu no dia 14 de setembro,
uma palestra sobre gestão da qualidade, realizada pelo professor Aziz
Galvão da Silva Júnior, do Departamento de Economia Rural da UFV.
No setor agropecuário, a certificação é de extrema importância, pois
possibilita mostrar informações que
são fundamentais, sendo assim, durante a palestra foram abordadas as
principais ferramentas utilizadas pelas empresas para a organização e o
alcance de um padrão de qualidade,
como a 5S, APPCC, FMEA, entre
outras.
Deste modo, esse assunto foi de
extrema importância para o conhecimento dos estagiários do PDPL-RV,
pois possibilitou uma visão mais ampla da empresa rural no sentido de se
produzir com qualidade utilizando
medidas simples.
oportunidade de questionar algumas
das informações que a gente tem, e
realizar novas pesquisas”.
Dessa forma, ele espera que o curso
contribua para uma formação ainda
melhor dos estagiários do Programa e para que a pecuária da zona da
mata seja ainda mais competitiva.
O curso é a continuidade de alguns
estudos já desenvolvidos há cerca de
cinco anos pelo professor na Zona
da Mata, sempre em parceria com o
PDPL-RV.
Adsorventes de micotoxinas na
alimentação do rebanho
p.2
Dicas do zootecnista
A importância da água na alimentação do rebanho leiteiro
p.2
Uso da blitz terapia na redução da
CCS do rebanho
p.2
Qualidade do leite
Entendendo a equação de perdas
pelo teste CMT
p.4
Adsorventes de micotoxinas na alimentação do rebanho
Lucas Bianchi Couto
Estudante de Zootecnia
Vivian Rodrigues
Estudante de Medicina Veterinária
Uma alimentação de qualidade é
fator fundamental para se ter sucesso na atividade leiteira. Com a busca
por um sistema mais intensificado e
com maior produtividade, é muito
importante avaliar o valor nutricional e a qualidade dos alimentos fornecidos aos animais.
A utilização de aditivos na alimentação animal tem sido uma prática
comum na atividade leiteira, tendo
dentre outras finalidades a melhoria
do desempenho dos animais, sendo
que um dos utilizados são os AAM,
aditivos adsorventes de micotoxinas.
É válido ressaltar que as micoto-
vacas leiteiras é contaminada, conforme análises feitas no sul do país, a
inclusão de AAM com ação comprovada tem sido um método eficaz de
contornar essa situação.
A inclusão de 30 a 60 gramas de
AAM por vaca/dia tem sido suficiente para diminuir em cerca de 70% a
absorção de micotoxinas, reduzindo
assim as perdas produtivas e refletindo diretamente na rentabilidade da
produção.
Quando os níveis de contaminação
são baixos ocorrem perdas subclínicas como: queda na produção, baixo
desempenho reprodutivo e aumento
na incidência de doenças.
Já com o aumento dessa concentração os animais podem chegar à
morte, o que gera grandes prejuízos
econômicos. Além das perdas em relação ao animal, deve ser ressaltado
a segurança alimentar, uma vez que
as micotoxinas podem contaminar
o leite. O Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA)
permite como limite máximo 0,5 µg
de aflotoxina M1/kg de leite.
Os animais em pico de lactação são
os mais afetados em razão da supressão do sistema imune nessa fase produtiva. Os sintomas podem incluir:
redução da produção e consumo de
alimentos, pêlos opacos, diarréia intermitente e problemas reprodutivos
em geral que variam desde demonstração e regularidade de cios até
morte embrionária.
Pensando nas vantagens da utilização dos aditivos na alimentação, o
produtor Paulo Martiniano Cupertino, proprietário da fazenda Ipiranga,
município de Coimbra-MG, decidiu
junto com a equipe técnica do PDPL-
Jornal da Produção de Leite
Dicas do zootecnista
Programa de Desenvolvimento
da Pecuária Leiteira
da Região de Viçosa
A importância da água na alimentação do rebanho leiteiro
Publicação editada sob
a responsabilidade do
Coordenador do PDPL-RV:
Prof. Sebastião Teixeira
Gomes
Jornalista Responsável:
José Paulo Martins
(MG-02333-JP)
Redação:
Christiano Nascif
Zootecnista
Marcus Vinícius C. Moreira
Médico Veterinário
André Navarro
Médico Veterinário
Thiago Camacho Rodrigues
Engenheiro Agrônomo
Evaldo Paulo Firmino
Zootecnista
Diagramação e coordenação
gráfica:
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2
xinas são substâncias tóxicas produzidas por fungos, e as mais encontradas na região são as aflatoxinas e
fusariotoxinas.
Os AAM têm basicamente o efeito de se ligar a micotoxina no trato
digestivo do animal e evitar que ele
seja absorvido junto com os demais
nutrientes, fazendo com que ele saia
nas fezes, o que não gera prejuízo ao
animal.
Entretanto, existe também a possibilidade deste aditivo se ligar a um
nutriente, impedindo que ele seja absorvido, causando um efeito indesejado. Daí a importância de se utilizar
produtos testados.
A utilização dos AAM faz-se necessário principalmente quando o
alimento sofre algum processo de
deterioração. Porém, como a maioria
dos alimentos utilizados em dietas de
Isabela Guimarães Arantes
Estudante de Zootecnia
A maioria dos produtores e técnicos se empenham em elaborar uma
dieta balanceada para os animais,
com níveis adequados de proteína
e energia, porém muitas vezes se
esquecem que a água é um dos nutrientes mais importantes na alimentação animal.
Vacas em lactação requerem uma
quantidade significativa de água,
uma vez que o leite é composto de
87 a 88% desse nutriente. Assim, ela
deve estar à disposição dos animais e
próxima dos cochos de alimentação.
Normalmente, as vacas consomem
8,5 litros de água para cada litro de
leite produzido, portanto, torna-se
extremamente necessário garantir
que o animal tenha acesso à água em
quantidade e qualidade satisfatórias.
A quantidade de água que o animal
ingere por dia varia em função da
produção, do peso do animal, além
de variáveis climáticas, como temperatura e umidade, e teor de matéria
seca da dieta, ou seja, com dietas
mais secas o animal tende a consumir mais água.
Um dos fatores preocupantes e que
deve ser levado em consideração é
quanto à qualidade da água oferecida
aos animais. Para isso torna-se necessário realizar pelo menos uma vez
por semana uma boa limpeza dos bebedouros, os quais podem ser desinfetados com a utilização de água sanitária ou cal. Caso haja suspeita de
que a água disponível não esteja com
qualidade adequada, recomenda-se
fazer análise laboratorial para verificar os níveis de minerais e possíveis
contaminações bacterianas.
Os problemas mais comuns são os
elevados teores de sulfato, onde a
água fica com odor de ovo e de ferro,
que a confere sabor metálico. Nestes
casos o animal poderá ter o consumo
de água reduzido e ainda prejudicar
a absorção de outros minerais como
cobre, zinco e selênio.
Poderá conter ainda elevados níveis
de nitrato, que podem levar a problemas de intoxicação dos animais,
uma vez que no rúmen o nitrato será
convertido em nitrito que uma vez
absorvido diminui a capacidade de
transporte de oxigênio do sangue.
Deste modo, existem vários parâmetros para verificar se a água é de
boa qualidade, dentre eles: proprie-
dades organolépticas (cor, odor e
sabor), propriedades químicas (pH,
sólidos totais dissolvidos e dureza), presença de compostos tóxicos,
presença de excesso de minerais ou
compostos, e presença de bactérias.
O pH ideal deve estar próximo da
faixa de neutralidade (pH 7,0), valores acima de 7,6 indicam alcalinidade, podendo apresentar níveis elevados de cálcio e magnésio, tornando a
água imprópria para o consumo.
Assim como, a presença de bactérias na água, que indica presença de
matéria orgânica e/ou contaminação
fecal (coliformes) havendo a necessidade de tratamento (cloração).
Dicas para maximizar a produção
de leite:
- maximize a ingestão de matéria
seca;
-RV incluir o AAM na alimentação
dos animais. A partir de então, o proprietário tem conseguido alcançar
bons resultados.
Assim, a prevenção é a melhor alternativa no controle de prejuízos
causados pelas micotoxinas, sendo
importante um adequado manejo
das matérias primas para evitar a
proliferação de fungos nas lavouras
e silagens.
Isso é alcançado através de um
manejo correto de ensilado, uso de
inoculantes conhecidos e testados,
transporte e armazenamento de
grãos em ambiente favorável e com
teor de umidade adequado, a fim de
evitar ao máximo perdas na qualidade do produto que influenciam diretamente na produção e no bolso do
produtor.
- instale bebedouros na saída da ordenha;
- evite água fria ou quente, os animais preferem água morna (temperatura entre 25 e 30 °C);
- Instale bebedouros no máximo a 15
metros do cocho de alimentação;
- Lave os bebedouros pelo menos
uma vez por semana;
- Monitore a qualidade da água;
- Sempre que possível faça o tratamento da água com cloro.
Seguindo essas dicas o produtor
estará oferecendo ao seu rebanho
uma água de boa qualidade. Por isso,
deve-se procurar métodos seguros,
para que os animais sempre recebam
água de boa qualidade, e assim, possam ter saúde para expressar o seu
desempenho produtivo dentro da
propriedade leiteira.
A tabela abaixo apresenta os valores ideais para uma água de boa qualidade:
Valores ideais
pH
Coliformes fecais e totais
Sólidos totais
Sulfatos
7,0
0
até 500 mg/L
até 10 mg
Uso da blitz terapia na redução da CCS do rebanho
Ingryd Lanna
Estudante de Medicina Veterinária
Marcelo Bianco
Estudante de Zootecnia
A CCS, contagem de células somáticas, é um índice que reflete a prevalência de casos de mastite subclínica
no rebanho. Uma alta CCS provoca
relevantes perdas econômicas ao
produtor, que passa a ter quedas na
produção diária e um leite com menor qualidade, além dos gastos com
medicamentos no tratamento dos
animais infectados.
Os principais causadores de mastite nos rebanhos leiteiros são Staphylococcus aureus e Streptococcus
agalactiae. Contudo, o patógeno que
ocorre em maior incidência e que
contribui com maior aumento na
CCS do tanque é o Streptococcus
agalactiae.
Por não sobreviver muito tempo
fora do úbere do animal a erradicação desse patógeno pode ser realizada com a utilização da Blitz Terapia,
mesmo em casos de mastite sub-clínica, aliada a boas práticas de manejo de ordenha, como o uso de luvas
pelo ordenhador, de pré-dipping,
com posterior secagem dos tetos e
pós-dipping.
Em maio desse ano, na propriedade
Agropecuária Bela Vista do produtor
José Afonso Frederico, em Coimbra,
foi constatada uma alta CCS no rebanho, em torno de 719 mil células/ml.
Realizou-se então, o pool de tanque,
onde foi observada grande infestação
por Streptococcus agalactiae.
Assim, foi recomendada a reali-
zação da Blitz Terapia, sendo feita a
coleta individual do leite e a análise
microbiológica das 28 vacas em lactação, sendo que destas, 32% apresentavam infecção por S. agalactiae
e, portanto seriam submetidas a Blitz
Terapia.
Após esse processo é preciso fazer
a escolha do melhor medicamento a
ser utilizado no rebanho, podendo
ser os beta-lactâmicos, como as penicilinas e as cefalosporinas. Sendo
necessário observar a suscetibilidade
do patógeno a estes medicamentos
e o período de carência demandado
pelo mesmo.
No caso da propriedade em questão, foi optado por uma cefalosporina de última geração, pois este
demanda menor tempo de descarte
do leite. Assim, o tratamento foi rea-
lizado e o custo por animal ficou em
torno de R$ 80,00.
O sucesso do tratamento foi constatado pelos baixos índices de CCS
verificados após a Blitz Terapia, em
torno de 378 mil células/ml na análise feita em julho, havendo 52% de
queda se comparado ao mês de maio.
Dessa forma, a Blitz Terapia surge
como uma ferramenta que auxilia o
produtor no combate ao S. agalactiae, reduzindo a CCS no tanque e
promovendo sua inserção nas novas
normas da IN-51.
Com isso, há um aumento no retorno financeiro da propriedade, devido a um incremento na produção
leiteira e também do preço recebido,
caso ele receba por qualidade, o que
já é uma realidade para muitos produtores.
Momento do Produtor: Renato Alves de Castro Júnior
Leonardo Siman
Estudante de Agronomia
Fernanda Carvalho
Estudante de Zootecnia
Pablyo de Freitas
Estudante de Med. Veterinária
A fazenda Valão, propriedade do
senhor Renato Alves de Castro Júnior está localizada no município de
Pedra do Anta - MG. Possui 220 hectares, dos quais 70 ha são áreas de reserva e 150 ha são destinados à pecuária leiteira. Destes, 5 ha destinam-se
ao plantio de sorgo para silagem; 7
ha à cana de açúcar; 1,2 ha à capineira, e 136,8 ha são pastagens de braquiária, sendo que 8,4 ha são usados
sob forma de piquetes rotacionado.
Há seis anos, quando a fazenda foi
adquirida, não havia qualquer instalação e pastagem formada. Aos poucos foram feitos investimentos em
benfeitorias, abertura de estradas e
plantio de forrageiras. Inicialmente,
construiu-se o estábulo, com curral,
sala de ordenha e sala de leite. Depois
foram formadas parte das pastagens,
dos canaviais e capineiras da propriedade, e logo após foram adquiridos
os animais.
Como desde o início o proprietário
definiu que sua fazenda se destinaria
à produção de leite, o produtor comprou vacas com boa aptidão leiteira,
com graus de sangue que variavam
de 1/4 HZ à 3/4 HZ.
Em agosto de 2010 em busca de
assistência técnica e gerencial para
seu melhor desenvolvimento dentro
da atividade, o proprietário passou a
fazer parte do PDPL-RV.
Juntos, proprietário, funcionários,
técnicos e estagiários participaram
da elaboração do bezerreiro e do projeto de divisão dos pastos, e tomaram
decisões importantes para o avanço
da propriedade, como uso de IATF,
silagem de sorgo e outros aspectos
nutricionais, gerenciais e de manejo.
Além disso, uma mudança muito
significativa que vem sendo aplicada
na propriedade é o emprego do aleitamento artificial, promovendo a retirada do bezerro da sala de ordenha,
o que facilita de forma significativa o
manejo de ordenha.
Atualmente, no período das águas,
a propriedade utiliza o sistema de
piquetes, com pastejo rotacionado,
usando capim braquiária brizantha.
As vacas em lactação rodam em 20
piquetes de 4000 m², com capacidade
para 40 vacas, com 1 dia de ocupação e 25 dias de descanso. Porém, há
o uso de 3 pastos reserva, utilizados
em caso de estiagens, de 4,5 ha, onde
há menor intensidade de manejo.
As vacas ainda recebem cana de
açúcar corrigida com uréia/SA na
seca e capim elefante picado no cocho nas águas, misturados ao concentrado, sendo que a quantidade de
concentrado por vaca é calculada em
relação à produção, período de lactação e condição de escore corporal.
Hoje, a fazenda possui em seu plantel 77 vacas em lactação, 51 vacas secas, 10 novilhas em idade reproduti-
va, 74 fêmeas em recria e 6 bezerras
em aleitamento, mas o rebanho ainda não está estabilizado.
A cria é feita em bezerreiro individual, do tipo contínuo, com o emprego de manejo que proporciona ganho de peso, em média, de 630g/dia.
As novilhas recebem pasto nas águas,
e na seca recebem cana corrigida picada no cocho e concentrado. Um
ponto a ser melhorado na fazenda é a
idade ao primeiro parto prevista, que
atualmente é de 38 meses.
Em relação ao manejo reprodutivo
dos animais, é usada a inseminação
artificial, sendo utilizado sêmen sexado nas novilhas e vacas com bom
histórico reprodutivo.
Outra tecnologia que vem sendo
empregada na propriedade é a inseminação artificial em tempo fixo
(IATF), na qual se tem conseguido
uma taxa de concepção de 42,2%.
É válido ressaltar que um ótimo investimento feito pelo produtor foi a
implantação de uma fábrica de ração
na propriedade, o que lhe permite
produzir concentrado de boa qualidade a um custo reduzido.
Na propriedade tem sido produzido leite de boa qualidade, tendo em
vista que a CBT média do leite, no
último ano, foi em torno de 90 mil
UFC/ml, o que conferiu à propriedade o segundo lugar do torneio leiteiro do PDPL-RV nesse quesito.
Isso vem sendo alcançado devido
aos cuidados em relação à ordenha,
como manutenção da limpeza no
ambiente, realização dos procedimentos de forma correta, higienização dos equipamentos e os demais
cuidados referentes à saúde dos animais.
Deste modo, após ingressar no
PDPL-RV houve uma grande evolução na propriedade, em resposta ao
melhor manejo nutricional, reprodutivo, sanitário e melhoramento genético, evidenciada através dos índices
zootécnicos, bem como as metas que
foram estabelecidas para serem atingidas ao longo dos anos, como apresentadas na tabela abaixo:
Início Hoje
PDPL-RV
Indicador
Variação
Futuro
Unid. set/10 out/11 set/10 a out/11 out/12
Vacas em lactação/total de vacas
%
38
58
53%
70
Vacas em lactação/total do
rebanho
%
17
30
77%
42
L/dia
350
700
100%
1000
L/VL/dia 7,6
9,8
29%
11,4
130
92%
200
Produção diária
Produção/vaca em lactação
Produção/MDO permanente
Proprietário acompanhado por seu pai
L/dH
Como mostrado na tabela, houve
uma variação positiva e considerável
de todos os indicadores, principalmente com referência ao valor de
produção de leite que aumentou em
100%.
Com isso levou a uma maior eficiência com relação à utilização da
mão de obra, que ocorreu devido
ao aumento da quantidade de vacas
em lactação sobre o total de vacas, e
70
Vista panorâmica da propriedade
ainda pela maior produtividade por
vaca em lactação.
Neste sentido, o produtor Renato
Alves de Castro Júnior acredita na
pecuária leiteira, e vem investindo
cada vez mais em sua propriedade.
E com o auxílio do PDPL-RV vem
crescendo gradativamente neste setor tão competitivo que requer profissionalismo e eficiência para se obter sucesso.
Curral de alimentação
Capineira
Lote de animais em recria
3
RECEITA
As 10 maiores produções do mês de setembro de 2011
Pudim de café
Produtor
Ingredientes
. 2 1/2 xícaras (chá) de açúcar
. 3 xícaras (chá) de leite
. 1 xícara (chá) de café bem forte
. 1 pitada de açúcar de baunilha
. 1 pitada de sal
. 6 gemas
. 4 claras
Modo de preparo
1. Derreta em uma frigideira 1 xícara (chá) de açúcar e unte o fundo e as
laterais de uma forma com o caramelo obtido. Reserve.
2. Ferva o leite com o café, a baunilha e o sal. Reserve.
3. Bata as gemas com as claras e junte o açúcar restante.
4. Bata bem e adicione aos poucos, sem parar de bater, o café com leite
fervendo.
5. Despeje na forma reservada e asse no banho-maria, em forno médio,
preaquecido. Desenforme frio.
Dica: se desejar, decore com grãos de café e sirva com licor de menta.
Município
Produção
Cajuri
149.877
1
Antônio Maria da Silva Araújo
2
Davi Carvalho
3
José Afonso Frederico
4
Hermann Muller
5
Marco Túlio Kfouri
Oratórios
50.955
6
Paulo Martiniano Cupertino
Coimbra
39.760
7
Paulo Frederico
Araponga
31.600
8
Sérgio H. V. Maciel
Coimbra
30.915
9
José Renato Araújo
Piranga
27.297
10
Danilo de Castro
Ervália
25.192
Senador Firmino
Coimbra
96.850
71.870
Visconde do Rio Branco
54.154
As 10 maiores produtividades do mês de setembro de 2011
Produtor
Produtividade Produtividade
Município
29,91
Cajuri
33,53
28,07
Sérgio H. V. Maciel
Coimbra
22,90
18,74
4
Rogério Barbosa
Teixeiras
22,50
18,28
5
Davi Carvalho
Senador Firmino
22,58
18,14
6
José Afonso Frederico
Coimbra
21,58
17,49
Entendendo a equação de perdas pelo teste do CMT
7
Alvimar Sérgio Carvalho
Teixeiras
21,28
17,02
Leandro Swerts da Silva
8
Paulo Martiniano Cupertino
Coimbra
18,41
16,57
9
Antônio Carlos Reis
Piranga
18,96
16,38
10
João Bosco Diogo
Porto Firme
18,41
13,96
Qualidade do leite
Estudante de Medicina Veterinária
Mastite é uma doença caracterizada pela inflamação da glândula
mamária que causa grandes perdas
econômicas para os produtores, devido à queda na produção de leite
dos animais afetados.
Ela pode ser classificada em dois
tipos, mastite clínica e mastite sub-clínica.
A mastite clínica é visível, sendo caracterizada pela presença de grumos
no leite, aumento de temperatura do
úbere, vermelhidão e dor.
Já a mastite sub-clínica não conseguimos diagnosticá-la a olho nu.
A principal ferramenta utilizada a
campo para identificarmos mastite
sub-clínica é o teste do CMT.
Este teste consiste na interação do
reagente com o DNA das células somáticas, aonde serão formados diferentes graus de viscosidade do leite,
sendo classificado conforme a tabela
abaixo:
Ozanan Luiz Moreira
Ubá
2
Antônio Maria da Silva Araújo
3
por vaca total
29,91
Fonte: mdemulher.abril.com.br/culinaria/receitas/
1
por vacas em
lactação
10 Melhores leites em CCS do mês de setembro de 2011
Produtor
1
Luis Maciel de Lana
2
Célio de Oliveira Coelho
3
Davi Carvalho
Município
CCS (mil/ml)
Ubá
104
Porto Firme
121
Senador Firmino
164
Porto Firme
169
Perdas
%
CCS
(cel/ml)
Viscosidade
4
Renato Santana Saraiva
0
100.000
sem viscosidade
5
José Afonso Frederico (Bela Vista)
Coimbra
181
+
14
900.000
pouco viscoso
6
Roque Maciel
Piranga
182
++
25
2.700.000
7
Antônio Carlos Reis
Piranga
206
+++
47
8.100.000
8
Edmar Lopes
Canaã
207
9
Cléber Luiz de Oliveira Magalhães
Divinésia
235
10
Wilma Lúcia de Paiva
Pedra do Anta
237
Pontuação
_
viscoso
aspecto de gelatina
Fonte: Philpot & Nickerson, 1991
Sabendo estes valores, conseguimos calcular as perdas de produção
do rebanho classificando os tetos dos
animais e multiplicando respectivamente pela sua capacidade de produção, tendo como resultado o número
real de tetos (NRT) = (+ x 0,86) +
(++ x 0,75) + (+++ x 0,53).
Sabendo que este número de tetos
está produzindo a quantidade de
leite atual, comparamos como seria
a produção se todos os tetos estivessem sadios, ou seja, com 100% da
produção, subtraindo este número
com a quantia produzida pelo número de tetos reais, teremos a perda
diária da produção de leite.
Exemplo: um rebanho com 10 animais em lactação, produzindo 200
litros de leite/dia apresentam as seguintes classificações, 15 -, 13 +, 7
++, 5 +++. De acordo com a fórmula
o numero reais de tetos será = (15x1)
+ (13x0,86) + (7x0,75) + (5x0,53) =
34 tetos. Portanto, se 34 tetos produ-
zem 200 litros de leite, 40 tetos produziriam 235 litros de leite, obtendo
uma perda de aproximadamente
15%.
Estas perdas na produção são atribuídas pelas bactérias que colonizam
o epitélio das glândulas mamárias,
causando danos aos tecidos secretores de leite, por isso quanto maior
a classificação do CMT ou a CCS,
maior será a perda da produção, pois
maior estará sendo a injúria na glândula.
Devido a estas injúrias, procura-se
trabalhar com 4% de perdas como limite máximo, procurando diminuir
as perdas econômicas e melhorar a
saúde animal.
Apesar do teste CMT ser subjetivo
ele deve ser implantado nas propriedades, pois traz informações valiosas
ao produtor, possibilitando a produção de um leite com mais qualidade
e a melhoria da saúde animal. Além
de ser um método simples e barato.
10 Melhores análises totais de bactérias CBT do mês de setembro de 2011
Produtor
1
Roque Maciel
2
Município
UFC (mil/ml)
Piranga
18
João Bosco Diogo
Porto Firme
25
3
4
Alvimar Sérgio Carvalho
Célio de Oliveira Coelho
Teixeiras
Porto Firme
27
28
4
5
Danilo de Castro
José Afonso Frederico (Bela Vista)
Ervália
Coimbra
28
34
6
Saulo Ronaldo Maciel
Piranga
36
7
José Renato Araújo
Piranga
39
8
Luis Maciel de Lana
Ubá
46
9
Sérgio H. V. Maciel
Coimbra
50
10
Antônio Maria da Silva Araújo
Cajuri
51
4

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