6 leucemia linfoblástica aguda em crianças
Transcrição
6 leucemia linfoblástica aguda em crianças
Robson Caires Viana* Melber Ribeiro Gonçalves** André Luís Vivas de Almeida*** Jéssica Bomfim de Almeida**** Caline Novais Teixeira Oliveira***** Cláudio Lima Souza****** Márcio Vasconcelos Oliveira******* artigo de revisão LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN: uma revisão da literatura sobre os aspectos biológicos e genéticos RESUMO Crianças com síndrome de Down (SD) são mais propensas a desenvolver desordens hematopoiéticas, sendo a incidência de Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) cerca 33 vezes mais elevada nesta população. Estudos mostram que SD-LLA é um transtorno geneticamente heterogêneo compreendendo inúmeras anormalidades que em conjunto, sugerem uma complexa patogênese da LLA em crianças com SD. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo revisar artigos sobre esta temática com vistas nos aspectos diagnósticos e genéticos descritos na literatura sobre a associação de LLA em crianças com SD. Trata-se de revisão bibliográfica, com limitação temporal de 2008 a junho 2015. A busca se deu no período de abril a junho de 2015 utilizando as bases de dados PubMed e Lilacs. Um total de 328 artigos foram encontrados e utilizando critérios de exclusão previamente estabelecidos, apenas 12 artigos foram utilizados para a presente revisão. Dos artigos analisados, 83% (n=10) envolviam a comparação de crianças SD-LLA e não-SD-LLA em relação a diferenças clinicas, diagnósticas, genéticas e terapêuticas. E dois artigos restantes avaliaram a existência de uma correlação entre LLA, anormalidades congênitas e alergias. No tocante aos resultados dos artigos selecionados a maioria mostrou que as características de crianças SD-LLA diferem dos não-SD-LLA sendo quase sempre caracterizado pelo fenótipo tipo B, hiperdiploidia e presença do rearranjo TELAML1 resultante da translocação entre os cromossomos 12 e 21. Além disso, houve diferenças em relação à sobrevida nos diferentes estudos e ficou claro que a patogênese e a biologia SD-LLA são bastante distintas de pacientes não-SD-LLA, sendo necessários mais estudos que possam auxiliar no entendimento dessa complexa patogênese. Palavras-chave: Down. Criança. 66 Leucemia Linfoblástica Aguda. Síndrome de *Farmacêutico, Professor do Curso de Farmácia da Fainor. E-mail: [email protected] **Farmacêutico, Professor do Curso de Farmácia da Fainor. E-mail: [email protected] ***Farmacêutico, Professor do Curso de Farmácia da Fainor. E-mail: [email protected] ****Mestre e doutoranda em Microbiologia- UESC. E-mail: [email protected] *****Professora do Curso de Enfermagem da FTC e do Curso de Medicina da Faculdade Santo Agostino; Mestre em Biociências - UFBA. Email: [email protected] ******Professor Adjunto da Universidade Federal da Bahia; Doutor em Saúde Pública - UFMG. E-mail: [email protected] *******Professor Adjunto da Universidade Federal da Bahia; Doutor em Saúde Pública - UFMG. E-mail: [email protected] C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.66-78, jul./dez. 2015 Robson C. Viana, Melber R. Gonçalves, André L. V. Almeida, Jéssica B. Almeida, Caline N. T. Oliveira, Cláudio L. Souza, Márcio V. Oliveira 1 INTRODUÇÃO A síndrome de Down (SD), causa- é o tipo mais comum de câncer infantil, da pela trissomia do cromossomo 21, é com uma anomalia congênita comum com uma sos/100.000 crianças (PEDROSA; MEC- prevalência de 8-10 casos/10000 nasci- NEIDE, 2002). No Brasil, estima-se que a dos vivos (COCCHI et al., 2010). Caracte- leucemia aguda corresponda de 95 a 98% riza-se por fatores dismórficos típicos, dos casos de doenças malignas em crian- como comprometimento cognitivo, altera- ças de 3 e 7 anos de idade e que 70 a ções do trato gastrointestinal e defeitos 80% das leucemias agudas sejam leuce- cardíacos (WEIJERMAN; WINTER, 2010; mias linfoblásticas (MENDONÇA, 2003). BRUWIER; CHANTRAIN, 2012). uma incidência, de 3,4 ca- Embora a etiologia da LLA seja Crianças com SD são propensas desconhecida, provavelmente a transfor- as desenvolvimento de desordens hema- mação leucêmica seja multifatorial resul- topoiéticas, além de um risco elevado de tando de processos envolvendo a suscep- desenvolver leucemia aguda (XAVIER; tibilidade do hospedeiro, danos cromos- TAUB, 2010). A incidência de Leucemia sômicos secundários à exposição a agen- Mielóide Aguda (LMA) é 150 vezes maior tes físicos ou químicos e a possível incor- em crianças com SD em comparação com poração de informações genéticas virais crianças da mesma idade sem SD, en- transmitidas às células progenitoras sus- quanto a incidência da Leucemia Linfo- ceptíveis (LEITE et al., 2007). blástica Aguda (LLA) em crianças com SD O diagnóstico é feito através da (SD-LLA) é 33 vezes mais elevada análise citomorfológica com auxílio do (HASLE et al., 2000). hemograma que revela a presença de A LLA é uma doença maligna ca- anemia normocítica e normocrômica, racterizada pela produção e liberação pe- trombocitopenia e leucometria elevada, la Medula Óssea, de células linfoides indi- normal ou diminuída e mielograma apre- ferenciadas de caráter maligno e muito senta-se hipercelular com substituição de presentes na medula óssea, timo e nos espaços adiposos por células leucêmicas. gânglios linfáticos (UCKUN et al., 1998; Colorações citoquímicas auxiliam no di- LORENZI, 1999). Nos Estados Unidos, a agnóstico, principalmente Sudan-Black B LLA corresponde a 80% das leucemias e e mieloperoxidase que não apresentam C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.66-78, jul./dez. 2015 67 Leucemia linfoblástica aguda em crianças com Síndrome de Down: uma revisão da literatura sobre os aspectos biológicos e genéticos reatividade nas LLA (LORENZZI, 1999). A (WECHSLER et al., 2002). No entanto, análise por imunofenotipagem é indispen- nenhuma anormalidade característica úni- sável na identificação das linhagens T ou ca da SD-LLA tinha sido identificado até a B, e maturação (CD 10, CD 20, Ig) através descoberta de mutações no gene JAK2 da identificação de antígenos específicos presente em 18% dos casos de SD-LLA, na célula, assim como também a análise quase todos ocorrendo num local especí- citogenética que avalia as alterações cro- fico R683 (BERCOVICH et al., 2008). mossômicas nas células neoplásicas, as A diversidade das apresentações análises de biologia molecular também clínicas da LLA em crianças SD pode ser são importantes principalmente na classi- atribuída à resistência às drogas utilizadas ficação prognóstico ou resistência de determinadas células (LORENZZI, 1999; FARIAS; CASTRO, blásticas que possuem anormalidades 2004). estruturais e genéticas específicas. Avan- e avaliação de Os mecanismos pelos quais o cro- ços recentes no tratamento de LLA em mossomo 21 adicional contribui para o pacientes pediátricos aumentou a taxa de processo de leucemogênese ainda não cura, porém resultados não tão efetivos são claros. Embora se conheçam onco- tem sido observados no tratamento de genes relacionados à leucemia localiza- crianças com SD associado com o contro- dos no cromossomo 21, nenhum está cla- le incompleto da doença e maior taxa de ramente associado ao desenvolvimento complicações infecciosas (CHESSELLS et de LLA em SD (WHITLOCK, 2006). A fu- al., 2001) são dos genes TEL (também conhecido como ou um transtorno geneticamente heterogê- t(12:21), hiperdiploidia (mais de 50 cro- neo com diversas anormalidades. Assim, mossomos) e trissomias dos cromosso- o presente estudo teve como objetivo efe- mos 4, 10 e 17 tem sido associada a um tuar um revisão bibliográfica dos aspectos prognóstico clínico favorável em pacientes biológicos e genéticos descritos na litera- SD-LLA (MOGHRABI, 2007). tura no período da revisão leucemia linfo- ETV6) e AML1 (RUNX1) Os estudos mostram que SD-LLA é Uma lesão genética única, envolvendo mutações no fator de transcrição blástica aguda em crianças portadoras da síndrome de Down. GATA1, tem sido implicado na patogênese de LMA em pacientes com SD 68 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.66-78, jul./dez. 2015 Robson C. Viana, Melber R. Gonçalves, André L. V. Almeida, Jéssica B. Almeida, Caline N. T. Oliveira, Cláudio L. Souza, Márcio V. Oliveira 2 MATERIAIS E MÉTODOS artigos que não abordavam os aspectos biológicos e/ou genéticos da SD-LLA co- Trata-se de um artigo de revisão, mo tema central ou que avaliavam apenas compreendendo um período de busca de a leucemia mieloide aguda em crianças 23 de abril a 06 de junho de 2015. A bus- portadoras de síndrome de Down também ca comtemplou artigos publicados entre foram excluídos. os anos de 2008 a junho de 2015 com o A partir da leitura integral dos arti- intuito de compilar as informações acerca gos selecionados, procurou-se apreender dos aspectos biológicos e genéticos mais as informações centrais que foram organi- atuais sobre a leucemia linfoblástica agu- zadas de acordo com as categorias: autor da em crianças portadoras de síndrome e ano de publicação; local de realização de Down. do estudo, idioma; objetivo, metodologia e As bases de dados utilizadas foram resultados de cada estudo. Devido à natu- PUBMED (Biblioteca Nacional de Medici- reza deste estudo não foi necessária a na dos Estados Unidos da América) e LI- submissão do mesmo para apreciação por LACS (Literatura da América Latina e do Comitê de Ética em Pesquisa em concor- Caribe em Ciências da Saúde) e a pes- dância com a Resolução N° 466 de 2012 quisa foi feita utilizando-se do formulário do Conselho Nacional de Saúde. avançado, sendo a busca feita no campo descritor de assunto utilizando a língua 3 RESULTADOS inglesa e portuguesa para os seguintes termos: Acute Lymphoblastic Leukemia/leucemia linfoblástica aguda, síndrome de Down/Down syndrome e Child/criança. Foram considerados critérios de exclusão a não disponibilidade do texto completo gratuitamente, artigos publicados fora do período especificado, artigos de revisão, artigos repetidos nas diferentes bases de dados e os que não possuí- Na presente revisão após a aplicação metodológica proposta um total de 328 artigos foram encontrados, sendo 192 artigos publicados na base de dados PUBMED e 136 na LILACS. Após utilizar os critérios de exclusão, 12 artigos foram avaliados na íntegra para elaboração desta revisão. A Tabela 1 sintetiza as características dos artigos originais que compõe am algumas das palavras chaves no título ou resumo. Após a leitura do resumo, os C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.66-78, jul./dez. 2015 69 Leucemia linfoblástica aguda em crianças com Síndrome de Down: uma revisão da literatura sobre os aspectos biológicos e genéticos a amostra, bem como procedimentos me- MALONEY et al., 2010; MESSINGER et todológicos e principais resultados. al., 2012). Quatro artigos foram publicados em Dos 12 artigos avaliados 9 aborda- 2008 (n=4) (LINABERY et al., 2008; vam exclusivamente a LLA (ARICO et al., ARICO et al., 2008; FORESTIER et al., 2008; GAIKWAD et al., 2009; ZEN et al., 2008; JAMES et al., 2008) e os restantes 2009; MALONEY et al., 2010; HERTZ- entre os anos de 2009 a 2014 (GAIKWAD BERG et al., 2010; MESSINGER et al., et al., 2009; ZEN et al., 2009; MALONEY 2012; MONTENEGRO et al., 2012; NU- et al., 2010; HERTZBERG et al., 2010; NEZ-ENRIQUEZ et al., 2013; LUNDIN et MESSINGER al., 2014) enquanto três abordavam LLA e et al., 2012; MONTENEGRO et al., 2012; NUNEZ- LMA ENRIQUEZ et al., 2013; LUNDIN et al., FORESTIER et al., 2008; JAMES et al., 2014). 2008). Na presente revisão, avaliou-se (LINABERY et al., 2008; A maioria dos artigos 83% (n=10) apenas às questões relacionadas a LLA foi publicado em inglês (LINABERY et al., em crianças portadoras de SD, contudo 2008; ARICO et al., 2008; FORESTIER et pode-se observar uma grande diferença al., 2008; JAMES et al., 2008; GAIKWAD em relação a faixa etária da amostra po- et al., 2009; MALONEY et al., 2010; pulacional nos diferentes estudos, varian- HERTZBERG et al., 2010; MESSINGER do de 0 a 21 anos em grande parte deles, et al., 2012; MONTENEGRO et al., 2012; enquanto alguns não relatavam a faixa LUNDIN et al., 2014), sendo encontrado etária das crianças analisadas. apenas 1 artigo em português (ZEN et al., 2009) e (NUNEZ- dos artigos analisados envolvia a compa- ENRIQUEZ et al., 2013), realizados no ração de crianças SD-LLA e não-SD-LLA Brasil e no México, respectivamente e em relação a diferenças clinicas, diagnós- encontrados na base de dados LILACS. O ticas, genéticas e terapêuticas (ARICO et restante dos estudos foi realizado em paí- al., 2008; FORESTIER et al., 2008; ses da Europa, América do norte e Ásia, JAMES et al., 2008; GAIKWAD et al., sendo que 36% (n=4) destes foram reali- 2009; ZEN et al., 2009; MALONEY et al., zados nos Estados Unidos (LINABERY et 2010; HERTZBERG et al., 2010; MES- al., SINGER et al., 2012; MONTENEGRO et 2008; 1 em espanhol O objetivo principal de 83% (n=10) GAIKWAD et al., 2009; al., 2012; LUNDIN et al., 2014). E dois 70 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.66-78, jul./dez. 2015 Robson C. Viana, Melber R. Gonçalves, André L. V. Almeida, Jéssica B. Almeida, Caline N. T. Oliveira, Cláudio L. Souza, Márcio V. Oliveira artigos restantes avaliaram se existia uma 4 DISCUSSÃO correlação entre anormalidades congênitas e alergias (LINABERY et al., 2008; Ao analisar as características ge- NUNEZ-ENRIQUEZ et al., 2013) respecti- rais dos 12 estudos avaliados percebeu- vamente, em crianças com leucemia agu- se que nos últimos anos poucos artigos da, sendo incluídos neste estudo de revi- foram publicados com este tema, sendo a são por abordarem possíveis associação maioria no ano de 2008 e o país que mais entre a LLA e a SD. publicou foram os Estados Unidos. Além A maioria dos estudos mostrou que disso, grande parte dos artigos publicados as características biológicas e genéticas nos últimos anos abordou como tema o de crianças SD-LLA diferem dos não-SD- tratamento de pacientes SD-LLA em rela- LLA sendo quase sempre caracterizado ção a resposta aos quimioterápicos, não pelo fenótipo tipo B, hiperdiploidia e pre- sendo incluídos já que o objetivo desta sença da anormalidade cromossômica revisão inclui a análise dos estudos que t(12;21) /TEL/AML1. As translocações e abordam a biologia e a genética da LLA padrões de anormalidade t(1;19), t(4;11), em crianças com SD. t(9;22) são menos comuns em crianças Em relação a população dos estu- com SD-LLA do que em crianças não-SD- dos todos definiam a amostra populacio- LLA, enquanto que o t(8;14) é super- nal como crianças, porém observou-se expressa em SD-LLA e muitos carreiam uma grande diferença em relação a faixa mutações JAK2. Além disso, houve dife- etária nos diferentes estudos, variando de renças em relação à sobrevida, apontan- 0 a 21 anos. Isto pode ocorrer devido as do diminuição para os casos de SD-LLA diferentes classificações nas faixas etárias nos diferentes estudos, ficou claro que a para estes países, sendo que no Brasil patogênese de crianças SD-LLA e não- segundo os termos do Estatuto da Crian- SD-LLA são distintas. Além disso, muitas ça e do Adolescente, considera-se crian- outras anormalidades cromossômicas não ça, para os efeitos desta Lei, a pessoa até associadas a LLA são verificadas nos pa- 12 anos de idade incompletos. Apesar da cientes SD, o que confirma a complexa discrepância entre as idade os artigos fo- patogênese da SD-LLA. ram mantidos visto que são poucos os estudos abordando essa temática. C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.66-78, jul./dez. 2015 71 Leucemia linfoblástica aguda em crianças com Síndrome de Down: uma revisão da literatura sobre os aspectos biológicos e genéticos Dentre os estudos avaliados nesta tinham pelo menos uma condição alérgi- revisão dois deles abordavam aspectos ca: asma, rinite, alergia da pele ou outras distintos. Como a associação entre mal- alergias. No entanto, a asma foi relatada formações congênitas e LLA (LINABERY mais frequentemente para casos do que et al., 2008) e a correlação entre alergias em controles sugerindo que a asma é um e LLA (NUNEZ-ENRIQUEZ et al., 2013). fator de risco para LLA em crianças com Linabery et al. (2008) observaram SD. Corroborando com o estudo de uma frequência menor de malformações Spector et al. (2004) realizado nos USA congênitas entre os casos que inclui indi- que observou associações positivas entre víduos com LLA ou LMA portadores de asma e LLA e de modo contrário com S- SD de 69% versus 76% entre os contro- chuz et al. (2003) e Rosenbaum et al. les. Os resultados sugeriram que malfor- (2005) que não apontaram associação mações congênitas não conferem risco entre asma e LLA em seu estudo. adicional de leucemia, além do risco já A associação entre as alergias em atribuído à trissomia do cromossomo 21. crianças e leucemias sugere mecanismos Por outro lado, estudos de câncer infantil biológicos comuns, que têm sido descritos de base populacional que examinaram no contexto de duas hipóteses: estimula- malformações não sindrômicas relataram ção antigênica e imunovigilância. A hipó- fortes associações entre malformações e tese de estimulação antigênica propõe doenças malignas, apontando para leu- que a estimulação crônica do sistema cemia um risco 1,4 a 5 vezes maior para imune provoca mutações pró-oncogênicas indivíduos com anormalidades congênitas aleatoriamente ativando a divisão de célu- (ALTMANN et al., 1998; MERKS et al., las. Em comparação, em termos de hipó- 2008), ao passo que outros estudos de tese de imunovigilância sugere-se que mesma encontraram doenças alérgicas aumentam a capacida- nenhuma evidência deste tipo de associa- de do sistema imunológico para detectar e ção (MANN et al., 1993; NAROD et al., eliminar 1997). (SODERBERG et al., 2004). Apesar dos natureza, não as células neoplásicas Nunez-Enriquez et al. (2013) pro- dados avaliados, os resultados mostram puseram que alergias influenciam no de- que são necessários mais estudos para senvolvimento de leucemia infantil, sendo avaliar a associação das variáveis anoma- que 26% dos casos SD-LLA notificados lias genéticas e alergias com LLA. 72 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.66-78, jul./dez. 2015 Robson C. Viana, Melber R. Gonçalves, André L. V. Almeida, Jéssica B. Almeida, Caline N. T. Oliveira, Cláudio L. Souza, Márcio V. Oliveira Outros dois estudos (GAYKWAD et desenvolvimento linfóide. Os autores su- al., 2009; HERTZBERG et al., 2010) ava- geriram também uma cooperação inco- liaram o papel de uma nova via de sinali- mum entre CRLF2 e a JAK2, sendo ecto- zação da picamente expressa, onde o CRLF2 fun- SD-LLA, sendo considerado um marcador ciona como um ativador fraco de JAK2.Os mais especifico a nível molecular, uma artigos restantes avaliaram principalmente vez que a presença do gene tirosina cina- os aspectos clínicos e citogenéticos ob- se JAK2 ativa a via JAK/STAT favoreci- servando mento o sistema de imortalização das cé- SD-LLA e não-SD-LLA JAK-STAT na patogênese diferentes resultados para lulas malignas na SD-LLA, o que determi- Dos 120 pacientes com SD estu- na uma menor sensibilidade quimioterapia dados por Arico et al. (2008) apenas um neste tipo de leucemia. No estudo de caso demonstrou imunofenotipagem para Gaykwad et al. (2009) dez dos 53 (18,9%) precursor de células B e a translocação casos de SD-LLA carreavam mutações t(12;21)/ TEL/AML1 correspondendo a JAK2 em um local único, R683, pratica- (2,2%) em 44 pacientes testados. Dados mente idêntica à incidência relatada por semelhantes foram observados por Zen et Bercovich et al. (2008). Identificação de al. (2009) sendo também identificado um uma mutação JAK2 num caso com alta paciente (25%) com t(12;21)/TEL/AML1. hiperdiploidia concomitante sugere que, Maloney et al. (2010) perceberam que as mutações JAK2 podem eventualmente crianças com SD-LLA tiveram taxas signi- surgir em cooperação com anormalidades ficativamente menores de translocações encontradas em não-SD-LLA. t(12;21)/TEL/AML1, trissomias 4 e 10 e Outro estudo importante relatado alta hiperdiploidia, enquanto sobrevida e por Hertzberg et al. (2010) observou um recidivas foram equivalente. Observa-se aumento da expressão do gene CRLF2 nestes estudos que apesar da baixa fre- (Receptor de citocina semelhante ao fator quência, o fenótipo B e a presença da fu- 2) em 62% dos 53 pacientes com SD-LLA. são TEL/AML1, estão frequentemente O CRLF2 dimeriza com IL7RA (Receptor presentes nos pacientes SD-LLA, enquan- de interleucina 7) para formar o receptor to os dados de morte e sobrevida são dis- tímico estromal derivado de linfopoietina cordantes, sendo que alguns estudos ain- (TSLP), uma citocina derivada de epitélio da avaliam uma pior sobrevida para paci- que desempenha papel na inflamação e entes SD-LLA, apesar de trabalhos recen- C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.66-78, jul./dez. 2015 73 Leucemia linfoblástica aguda em crianças com Síndrome de Down: uma revisão da literatura sobre os aspectos biológicos e genéticos tes mostrarem um aumento claro da so- pel das cópias extras do cromossomo 21 brevivência em pacientes tratados após na hiperploidia, então espera-se uma me- 1995 com aumento de sobrevida de até nor prevalência de TEL/AML1 ou genóti- 75%. pos de hiperdiploidia na SD-LLA apoiando No estudo de Lundin et al. (2014) todos os pacientes apresentavam fenótipo B sendo associada às translocações t(1;19)/fusão revisão. Do ponto de vista citogenético, as t(9;22)/fusão descobertas anteriores de baixas fre- BCR/ABL, t(12;21)/fusão TEL/AML1 e quências de imunofenótipos de células T, t(8;14)/fusão MYC/IgH e a sobrevida glo- hipodiploidia e translocações t(1;19)/fusão bal para E2A/PBX1 e t(9;22)/fusão BCR/ABL asso- SD-LLA. James et al. (2008) confirmou ciadas a LLA foram confirmadas no estu- que o fenótipo B é a forma predominante do de Forestier et al. (2008). De fato, a na LLA ocorrendo em 79% dos casos de maior parte das alterações genéticas fo- SD-LLA em comparação com 74% de ram estatisticamente menos frequentes não-SD-LLA. Apenas um caso apresentou em SD-LLA e curiosamente, a t(12;21) hiperdiploidia alta (> 50 cromossomos), /fusão TEL/AML1 foi a única translocação um fator de bom prognóstico. Porém nes- associada a LLA que não foi tão frequente te estudo as anomalias cromossômicas em pacientes SD em relação a pacientes mais a não-SD. Messinger et al. (2012), confir- t(12;21)/fusão TEL/AML1, t (9;22)/fusão mou estudos anteriores que 31,8% dos BCR/ABL; e t(1;19)/ E2A/PBX1 estavam pacientes ausentes nos casos SD-LLA. t(8;14)/fusão MYC/IgH é de, sendo que a foi E2A/PBX1, os resultados dos estudos avaliados nesta significativamente frequentes na LLA pior comum, SD-LLA apresentam a Células B precursoras em crianças presença desta anormalidade parece for- com LLA apresentam geralmente 1 ou 2 necer maior sobrevida em comparação anormalidades genéticas: uma anomalia com pacientes não-SD-LLA. Em um estu- cromossómica estrutural – fundindo o ge- do de Montenegro et al. (2012) verificou- ne do cromossomo 21 AML1 (RUNX1) se que 17,2% (n=42) dos pacientes apre- com o TEL (ETV6) gene do cromossomo sentavam hiperdiploidia, e 10,3% (29/03) 12, ou hiperdiploidia. Segundo Izraeli et apresentaram al. (2007) a trissomia do 21 tem um efeito múltiplas além de 3,5% que demonstra- leucemogênico direto semelhante ao pa- ram a t(8;14)/ fusão MYC/IgH. 74 alterações citogenéticas C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.66-78, jul./dez. 2015 Robson C. Viana, Melber R. Gonçalves, André L. V. Almeida, Jéssica B. Almeida, Caline N. T. Oliveira, Cláudio L. Souza, Márcio V. Oliveira No que tange a alta incidência de leu- sos de uma via diferente dos indivíduos não- cemia da infância em crianças portadoras de SD. SD alguns autores sugerem fortemente que a da SD-LLA, com um gene constitucional 21 presença de cópias adicionais do cromosso- que acarreta alterações genéticas menos fre- mo 21 seja leucemogênica, apesar do meca- quentemente observados em não-SD-LLA. Isto implica uma complexa patogênese nismo pelo qual o cromossomo 21 contribui para a leucemogênese permanecer obscuro 5 CONCLUSÃO (IZRAELI, 2007; ZEN et al., 2009). Dentre as possíveis causas de LLA em pacientes portadores de SD podemos citar: a) um efeito oncogênico direto do cromossomo 21, de modo similar ao papel do cromossomo 21 adicional nas leucemias esporádicas; b) um efeito sobre o desenvolvimento, em que o cromossomo 21 possa aumentar a proliferação normal das células progenitoras linfoides fetais, que poderiam evoluir para leucemia se eventos genéticos adicionais ocorrerem; e c) pelo ambiente imunológico alterado e pela taxa aumentada de infecções que caracterizam a SD (IZRAELI, 2007). Os estudos analisados mostraram que as características de crianças SD-LLA diferem dos não-SD-LLA apresentando na sua grande maioria fenótipo B, alta hiperdiploidia e t(12;21) e anormalidades cromossômicas múltiplas, o que acarreta diferenças em relação à sobrevida destes pacientes nos diferentes estudos. Além disso, o melhor entendimento do papel da via de sinalização JAK-STAT na SD-LLA mostra-se promissora para elucidação da sua patogênese. Devido a escassez de artigos presentes na literatura é de grande Em conjunto, esses estudos com diferentes resultados em relação as anomalias cromossômicas e a sobrevida apoiam claramente o conceito, revisto por Hasle (2001) que a leucemia em SD resulta na maioria dos ca- importância novos estudos que auxiliem no entendimento patogênese e dessa corroborem complexa no futuro diagnóstico e tratamento dos pacientes SD-LLA. ABSTRACT Children with Down syndrome (DS) are more prone to develop hematopoietic disorders and the incidence of acute lymphoblastic leukemia (ALL) is approximately 33 times higher in this population. Studies show that SD-LLA is a genetically heterogeneous disorder comprising numerous abnormalities that suggest a complex C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.66-78, jul./dez. 2015 75 Leucemia linfoblástica aguda em crianças com Síndrome de Down: uma revisão da literatura sobre os aspectos biológicos e genéticos pathogenesis of acute lymphoblastic leukemia in children with DS. Therefore, the present study aimed to review articles on this topic with views on biologicals and genetic aspects described in the literature on the association of acute lymphoblastic leukemia in children with Down syndrome. It is a literature review, with temporal limitation of 2008 and June 2015. The search took occurred in the period of April to June 2015 using the databases PubMed and Lilacs. 328 articles were found and using exclusion criteria previously established, only 12 articles were used for this review. The articles analyzed, 83% (n= 10) involved the comparison of children SD-LLA and non-SD-LLA in relation to clinical, diagnostic, genetic and therapeutic differences. And two articles remaining evaluated the existence of a correlation between LLA and congenital abnormalities and allergies. In relation to the results of the selected articles the majority showed that the characteristics of children SD-LLA differ from non-SD-LLA being almost always characterized by phenotype type B, hyperdiploidy and presence of rearrangement TEL-AML1 resulting from the translocation between chromosomes 12 and 21. In addition, there were differences in relation to survival in different studies and it was clear that the SD-LLA pathogenesis and biology is quite distinct from patients non-SD-LLA, being necessary more studies such as this that help in understanding this complex pathogenesis. Keywords: Acute Lymphoblastic Leucemia. Down Syndrome. Child. Artigo recebido em 27/09/2015 e aceito para publicação em 19/10/2015 REFERÊNCIAS ALTMANN, A. E.; HALLIDAY, J. L.; GILES, G. G. Associations between congenital malformations and childhood cancer. A register-based case-control study. Br J Cancer, v.78, p.1244 – 1249, 1998. ARICO, M. et al. Acute lymphoblastic leukemia and Down syndrome: presenting features and treatment outcome in the experience of the Italian Association of Pediatric Hematology and Oncology (AIEOP). Cancer, v.113, n.3, p.515-521, 2008. BRUWIER, A.; CHANTRAIN C. F. Hematological disorders and leukemia in children with Down syndrome. Eur. J. Pediatr., v.171, p.1301–1307, 2012. CHESSELLS, J. M. et al. Down’s syndrome and acute lymphoblastic leukaemia: clinical features and response to treatment. Arch. Dis. Child.,v.85, p.321–325, 2001. COCCHI, G. et al. International trends of Down syndrome 1993-2004: Births in relaBERCOVICH, D. et al. Mutations of JAK2 tion to maternal age and terminations of in acute lymphoblastic leukaemias asso- pregnancies. Birth Defects Res A Clin ciated with Down’s syndrome. Lancet, Mol Teratol., v.88, n.6, p.474-479, 2010. v.25, n.372, p.1484-1492, 2008. FARIAS, M. G.; CASTRO, S. M. Diagnóstico laboratorial das leucemias linfoides 76 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.66-78, jul./dez. 2015 Robson C. Viana, Melber R. Gonçalves, André L. V. Almeida, Jéssica B. Almeida, Caline N. T. Oliveira, Cláudio L. Souza, Márcio V. Oliveira agudas. Bras. Patol. Med. Lab., v.40, population based study. Haematologica, v.93, n.8, p.1262-1263, 2008. n.20, p. 91- 98, 2004. FORESTIER, E. et al. Cytogenetic findings in a population-based series of 787 childhood acute lymphoblastic leukemias from the Nordic countries. Eur. J. Haematol., v.64, p.194- 200, 2000. FORESTIER, E. et al. Cytogenetic features of acute lymphoblastic and myeloid leukemias in pediatric patients with Down syndrome: an iBFM-SG study. Blood., v.111, n.3, p.1575-1583, 2008. GAIKWAD, A. et al. Prevalence and clinical correlates of JAK2 mutations in Down syndrome acute lymphoblastic leukaemia. Br. J. Haematol., v.144, n.6, p.930-932, 2009. LEITE, E.P. et al. Fatores prognósticos em crianças e adolescentes com Leucemia Linfoide Aguda. Rev. Bras. Saude Mater. Infant., v.7, n.4, p.413-421, 2007. LINABERY, A.M. et al. Congenital abnormalities and acute leukemia among children with Down syndrome: a Children's Oncology Group study. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev., v.17, n.10, p.25722577, 2008 LORENZI, T. Manual de Hematologia. Rio de Janeiro: MEDSI, 1999. LUNDIN, C. et al. Clinical and genetic features of pediatric acute lymphoblastic leukemia in Down syndrome in the Nordic HASLE, H., CLEMMENSEN, I.H.; MIK- countries. J. Hematol. Oncol., v.11, n.7, KELSEN, M. Risks of leukaemia and solid p.32, 2014 tumours in individuals with Down’s syndrome. Lancet., v.355, p.165–169, 2000. MALONEY, K. W. et al. Down syndrome childhood acute lymphoblastic leukemia HASLE, H. Pattern of malignant disorders has a unique spectrum of sentinela cytoin individuals with Down’s syndrome. Lan- genetic lesions that influences treatment cet Oncol., v.2, p.429–436, 2001. outcome: a report from the Children's Oncology Group. Blood., v.116, n.7, p.1045HERTZBERG, L. et al. Down syndrome 1050, 2010. acute lymphoblastic leukemia, a highly heterogeneous disease in which aberrante MANN, J.R. et al. Congenital abnormalities expression of CRLF2 is associated with in children with cancer and their relatives: mutated JAK2: a report from the Interna- results from a case-control study tional BFM Study Group. Blood., v.115, (IRESCC). Br. J. Cancer., v.68, p.357 – n.5, p.1006-1017, 2010. 363,1993. IZRAELI, S. et al. Trisomy of chromosome MENDONÇA, N. Leucemia mielóide aguda 21 in leukemogenesis [review]. Blood na criança: como andamos no Brasil? .J Cells Mol Dis., v.39, p.156–159, 2007. Pediatry., v.79, n.476-477, 2003. JAMES, R. et al. UK Child Cancer Study MERKS, J.H. et al. Prevalence and patInvestigators. Acute leukemia in children terns of morphological abnormalities in with Down's syndrome: the importance of patients with childhood cancer. JAMA.,v.299, p.61 – 69, 2008. C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.66-78, jul./dez. 2015 77 Leucemia linfoblástica aguda em crianças com Síndrome de Down: uma revisão da literatura sobre os aspectos biológicos e genéticos MESSINGER, Y.H. et al. Pediatric acute lymphoblastic leukemia with a t(8;14)(q11.2;q32): B-cell disease with a high proportion of Down syndrome: a Children's Oncology Group study. Cancer Genet., v.205,n.9,p.453-458, 2012. SCHUZ, J. et al. Atopic disease and childhood acute lymphoblastic leukemia. Int. J. Cancer., v.105, p.255–260, 2003. SODERBERG, K.C. et al. Allergic conditions and risk of hematological malignancies in adults: a cohort study. BMC Public MOGHRABI, A. et al. Results of the Dana- Health, v.4, p.51, 2004. Farber Cancer Institute ALL Consortium Protocol 95-01 for children with acute lym- SPECTOR, L. et al. Medically recorded phoblastic leukemia. Blood., v.109, n.3, allergies and the risk of childhood acute p.896-904, 2007. lymphoblastic leukaemia. Eur J Cancer, v.40, p.579–584, 2004. MONTENEGRO, B.; CAMPBELL, M. B.; RODRIGUEZ, N. Z. Leucemia linfoblástica UCKUN, F.M. et al. Clinical significance of aguda en pacientes portadores de translocation t(1;19) in childhood acute síndrome de Down. Rev. Chil. Pediatr., lymphoblastic leukemia in the context of v.83, n.1, p.58-67, 2012. contemporary therapies: a report from the Children's Cancer Group. J. Clin. Oncol., MOORE, S. et al. Acute lymphoblastic leu- v.16, n.2, 527- 635, 1998. kemia characterized by t(8; 14)(q11.2;q32). Cancer Genet Cytoge- WECHSLER, J. et al. Acquired mutations net., v.141, p.1-4, 2003. in GATA1 in the megakaryoblastic leukemia of Down syndrome. Nat. Genet., NAROD, S.A. et al. Congenital anomalies v.32,p.148–152, 2002. and childhood cancer in Great Britain. Am. J. Hum. Genet., v.60, p.474 – 485, 1997. WEIJERMAN, M.E.; WINTER, J.P. Clinical practice. The care of children with Down NÚÑEZ-ENRÍQUEZ, J. C. et al. Allergy syndrome. Eur. J. Pediatr., v.169, n.12, and acute leukaemia in children with Down p.1445-1452, 2010. syndrome: a population study. Report from the Mexican inter-institutional group for the WHITLOCK, J.A. Down syndrome and identification of the causes of childhood acute lymphoblastic leukaemia. Br. J. leukaemia. Br. J. Cancer, v.108, n.11, Haematol., v.135, n.5, p.595-602, 2006 p.2334-2338, 2013. XAVIER, A.C, TAUB, J.W. Acute leukemia PEDROSA, F.; MECNEIDE, L. Leucemia in children with Down syndrome. HaemaLinfoide aguda: uma doença curável. Rev. tologica, v.95, n.7,p.1043-1045, 2010. Bras. Saude Mater. Infant., v.2,n.1, p.6368, 2002. ZEN, P.R.G. et al. Evolução clínica e fusão TEL/AML1 em pacientes pediátricos ROSENBAUM, P.F.; BUCK, G.M.; com síndrome de Down e leucemia linfoBRECHER, M.L. Allergy and infectious blástica aguda. Rev. Bras. Hematol. Hedisease histories and the risk of childhood moter., v.31, n.5, 2009. acute lymphoblastic leukaemia. Paediatr. Perinat. Epidemiol., v.19, p.152–164, 2005. 78 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.66-78, jul./dez. 2015
Documentos relacionados
LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA
adolescentes, é a neoplasia mais comum, representando 25% a 35%. Embora a causa seja desconhecida é improvável que a transformação leucêmica seja resultante de evento único, mas sim do acúmulo de m...
Leia mais