jornalc-edicao-17-outubro-2014

Transcrição

jornalc-edicao-17-outubro-2014
1971 - 2014
QUINZENÁRIO | 17 DE OUTUBRO DE 2014 | Nº 1576 | ANO XLIII | DIRECTORA: ELSA GUERREIRO CEPA | WWW.JORNALC.PT | PREÇO ANUAL: 30€
goVerno
ainda não se
comPrometeu
a desassorear
o canal do
ferry
1€
DISTRITOCAMINHA
aPanha do
“arçago” uma
cultura com
séculos de
história
Jorge fão
nomeado
Vice-Presidente
da Bancada
Paralamentar
socialista
PÁG. 4/10
A apnaha de algas marinhas na costa noroeste de Portugal foi, desde a Idade Média até ao século XIX, uma atividade importantissima. Segundo um estudo elaborado por João Paulo Cabral, entitulado “A apanha das algas na ilha da Ínsua (Caminha) nos séculos
XVII-XIX. Singularidades e Conflitos”, esta atividade encontrase bem documentada para a região entre Viana do Castelo e Porto,
no entanto são escassas as informações relativas ao restante litoral.
orfeão de Vila Praia de âncora Precisa
PÁG. 18/19
de “sangue noVo” Para continuar
segurança
social mantém
atendimento
em Vila Praia
de âncora
câmara de
cerVeira aVança
com orçamento
ParticiPatiVo
Para 2015
COMPLEXO DAS PISCINAS DE VILA PRAIA DE ÂNCORA
único no distrito
Vocacionado Para
a alta comPetição
Inaugurado em Maio de 2010, o complexo das piscinas de Vila Praia de Âncora, situado junto à Estrada
Nacional 13, é um dos melhores a nível distrital. Pensada para a alta competição, a piscina principal, olímpica,
dispõe de 8 pistas. O complexo desportivo, uma velha aspiração da população local, foi construído ao abrigo
de uma parceria público-privada, depois de recusadas duas candidaturas a fundos comunitários apresentadas
pelo anterior executivo social democrata, liderado por Júlia Paula Costa
PÁG. 14/15
PUB.
ainda não há
data Para a
conclusão da
reVisão do Pdm
de caminha
alVarinho
Vai continuar
exclusiVo
de monção
e melgaço
autarca da
maior Junta
do concelho
reVoltado Por
não ter sido
consultado
soBre descida
do imi
JORNAL
alVarinho
Vai continuar
exclusiVo
de monção
e melgaço
A exclusividade de produção do vinho verde Alvarinho
vai manter-se restrita à sub-região demarcada de Monção
e Melgaço. Pelo menos, por agora. Após uma reunião realizada com o Governo depois de um dos produtores de vinho verde ter apresentado uma queixa a Bruxelas argumentando que a exclusividade da sub-região prejudica a livre
concorrência, produtores de Alvarinho e autarcas de Monção e Melgaço obtiveram da tutela a garantia de que, para
já, a exclusividade de produção mantém-se e que, a ser renovada ou alargada, vai ser feita num período de 10 anos.
Uma década para preparar terreno e envolver todas as entidades na negociação, como relata o presidente da Câmara de Monção, Augusto Domingues.
“O que nos foi dito na reunião que mantivemos com a Tutela, foram duas coisas: esta luta que existe neste momento
pela exclusividade quando muito terá uma resolução temporal de 10 anos e uma qualquer notificação existente será
dialogada nessa base temporal. Isto veio reafirmar aquilo
que já nos tinha sido dito pelo presidente do Instituto do Vinho e da Vinha (IVV), o que de certa forma nos tranquiliza”.
Para Augusto Domingues todos os prós e contras têm que
ser ponderados. “Temos que pôr a dialogar todos os homens
do vindo verde , não só os da sub-região de Monção e Melgaço mas também os restantes. Isso vai ser agora coordenado pelo presidente do IVV”.
O resto, afirma o autarca de Monção “terá uma resposta
governamental”.
O diploma que criou a exclusividade da produção de vinho verde alvarinho na sub-região de Monção e Melgaço,
e que data de 1972, vai manter-se em vigor, apesar de os
outros produtores de vinhos verdes quererem alargar a designação a toda a região, permitindo-lhes rotular também
com a frase: vinho verde alvarinho.
“A queixa é contra uma portaria da Secretaria de Estado
e, quando muito, quem terá que responder é o Secretário
de Estado atual e ele garantiu que irá defender o existente”.
Para Augusto Domingos não faz sentido ser de outra forma, “até porque não estou a ver a tutela a tentar contrariar
uma portaria que veio de lá. Quando muito serão eles que
obrigatoriamente terão que defender o existente”, sublinhou.
Para mudar o existente reafirma o autarca de Monção “é
preciso uma base temporal razoável. Para que os leitores
tenham uma ideia neste momento nós temos a exclusividade de produzir vinho verde Alvarinho na sub-região de
Monção, e o que os colegas da região dos vinhos verdes
querem é esta nomenclatura, esta possibilidade de colocarem na garrafa Vinho Verde Alvarinho, que neste momento é uma exclusividade da sub-região de Monção e Melgaço”, exlpicou
|2
DISTRITOCAMINHA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Ao contrário do que chegou a
ser anunciado pela Câmara de
Caminha e rapidamente desmentido pelo PSD, o Centro
de Atendimento da Segurança Social de Vila Praia de Âncora não vai encerrar.
A garantia, que já tinha sido
dada pela presidente da Comissão Política Concelhia do
PSD, Liliana Silva, foi entretanto confirmada pelo próprio
diretor distrital da Segurança
Social ao presidente da Junta
de Vila Praia de Âncora, numa
reunião mantida entre ambos
na passada semana.
Ao que parece a intenção nunca foi encerrar serviços, mas
sim deslocalizá-los já que a Segurança Social entende que o
valor que paga pela renda onde
os serviços funcionam é excessivamente alto.
A notícia do encerramento foi
avançada na última reunião de
Câmara pelo presidente da Câmara de Caminha., Miguel Alves, que explicou que o problema já era conhecido há algum
tempo, mas que a Câmara tentou resolver a situação de forma “discreta”.
Na mesma reunião, Liliana
Silva, vereadora do PSD na autarquia e presidente da Comissão Política concelhia dos sociais democratas, garantiu que
a intenção do Governo nunca
foi encerrar o serviço mas sim
deslocalizá-lo.
A vereadora explicou que
quem procurou desde o início
encontrar uma solução para o
problema foi o diretor do Centro Distrital de Segurança Social, o também social demo-
segurança
social mantém
atendimento
em Vila Praia
de âncora
Não está nem nunca esteve
em causa o encerramento do
Centro de Segurança Social de
Vila Praia de Âncora.
A garantia foi confirmada na
passada semana pelos 3 deputados do PSD eleitos pelo círculo
eleitoral de Viana do Castelo.
Em comunicado, os 3 deputados dizem não entender qual o
interesse de algumas notícias
vindas a público, dando conta
do encerramento daquele serviço, e por isso fizeram questão
de tornar públicos os contactos
que tiveram com os responsáveis pela tutela e também com
o diretor da Segurança Social
de Viana do Castelo, “com o
único objetivo de nos inteirarmos dos factos”.
No mesmo comunicado, os
deputados esclarecem que dos
contactos estabelecidos, “ficou
claro que não está nem nunca
esteve em causa o encerramento
dePutados do Psd garantem
que o serViço não Vai fechar
crata Paulo Órfão.
“Quando o diretor reuniu com
o presidente da câmara já levava 3 propostas para apresentar, propostas essas que, diga-se
a verdade, foram bem acolhidas pelo Presidente da câmara”, referiu.
Por isso Liliana Silva refuta a ideia que tenha sido Mi-
da Segurança Social, pelo que,
quem colocou esse assunto na
agenda, apenas o fez com o intuito de potenciar desinformação, causar tumulto e desestabilizar a população”, acusam.
Os 3 deputados, Rosa Ma-
guel Alves a resolver tudo, e
garante que o serviço não vai
encerrar.
O Governo evoca as rendas
excessivamente caras que paga
pelo espaço ocupado pelo centro de segurança social em Vila
Praia de Âncora, e cujo contrato termina já no final do ano.
No Centro de Segurança So-
ria Arezes, Eduardo Teixeira
e Carlos Abreu Amorim dizem
“lamentar profundamente que
aqueles que têm a responsabilidade política de desenvolver
esforços para que se mantenha
um clima de tranquilidade, se-
cial de Vila Praia de Âncora,
um serviço que dá resposta à
população do concelho de Caminha e de Viana do Castelo,
trabalham cinco pessoas que
fazem mais de 70 atendimentos diários.
“Um serviço essencial ao concelho numa altura que há mais
de 800 desempregados no mu-
jam os primeiros a potenciar a
desinformação, inclusive usando a comunicação social, a gerar o alarmismo, e a perturbar,
sem qualquer fundamento, as
populações com cenários que
nunca se colocaram”, garantem.
JORNAL
DISTRITOCAMINHA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
nicípio e um número crescente de beneficiários do Rendimento Mínimo de Inserção”,
refere o presidente da Câmara de Caminha.
Miguel Alves anunciou que
reuniu com o diretor do Centro
Distrital de Viana do Castelo,
mas chamou a si os louros de
tentar encontrar uma solução
para o problema, que passará
pela cedência de um imóvel
municipal a título gratuito à
Segurança Social.
“Eu tive oportunidade de reunir
com o diretor do Centro Regional e encontrei nele uma vontade
de querer ajudar o município a
resolver o problema. Encontrei
nele abertura mas não o compromisso de resolver o problema. Aquilo que fizemos nas conversas que fomos mantendo, foi
apresentar soluções, ou seja, fomos dizendo que queremos esvaziar aquilo que é o critério
economicista de acabar porque
não há dinheiro”.
Segundo a câmara foram apresentadas algumas soluções, sendo que aquela que está sobre
a mesa aponta para a cedência de um imóvel numa zona
nobre de Vila Praia de Âncora. Para além da cedência do
imóvel, a câmara propõe ainda fazer todas as adaptações
necessárias para que o serviço possa ser prestado.
Miguel Alves preferiu não revelar por enquanto qual o local proposto pela Câmara para
o funcionamento daquele serviço, “uma vez que ainda estamos em fase de negociações”.
A possibilidade do imóvel escolhido ser o Centro Coorde-
nador de Transportes situado
mesmo o centro da vila não
foi confirmada nem desmentida pelo autarca.
“O que nós queremos é propôr o imóvel que nos dê mais
garantias de poder ter sucesso junto do Governo. É preciso manter o Centro de Segurança Social em Vila Praia de
Âncora, e eu espero uma boa
resposta por parte da Tutela”.
Se por acaso a resposta por
parte do Governo não for favorável, Miguel Alves promete
luta até às últimas consequências e diz mesmo que apelará à
mobilização da população do
concelho para que o encerramento daquele serviço não se
venha a concretizar.
O município de
Vila Nova de Cerveira
prepara-se para
avançar com mais
um Orçamento
Participativo para
2015. O objetivo é
potenciar os valores
da democracia e
incentivar toda
a comunidade na
participação da
gestão pública local.
Orientado por
um regulamento
discutido na
Assembleia Municipal
de setembro, entre
as novidades, o
documento adota dois
processos paralelos
de Orçamento
Participativo,
o Jovem (OPJ) e
o Geral (OPG).
Câmara de Cerveira avança com
Orçamento Participativo para 2015
Presidente da
Junta de V.P.A.
lamenta ter
sido excluído
do processo
A forma como o processo sobre o presumível encerramento
do Centro de Atendimento da
Segurança Social tem vindo a
ser conduzido, mereceu duras
críticas do Presidente da Junta de Freguesia de Vila Praia
de Âncora.
Num ofício enviado ao Diretor daquele centro, o autarca
de Vila Praia de Âncora considerou que a exclusão da Junta
de Freguesia neste processo foi
uma “grande falta de respeito”.
Carlos Castro disse não entender como é que o Diretor daquele centro distrital , que é também
Presidente de Junta, “se esqueceu
que a freguesia de Vila Praia de
Com este mecanismo, a população de Vila Nova de Cerveira é chamada a decidir o
destino de parte do orçamento da autarquia, uma medida
já introduzida duas vezes no
passado, mas que sofre algumas alterações significativas
para o próximo ano.
Este ano a Câmara Municipal
desafiou a Assembleia Municipal a constituir uma Comissão de Trabalho responsável
pela elaboração de uma proposta de Regulamento para o
Orçamento Participativo, inexistente até à data. Depois de
várias reuniões, o grupo de
trabalho nomeado apresentou, na última sessão ordinária da Assembleia, o proje-
Âncora tem um presidente eleito democraticamente”.
“Se assumimos este compromisso e se o povo nos escolheu
foi para, em momentos como
este, estarmos ao lados das nossas gentes e sermos envolvidos
nos assuntos que dizem respeito à freguesia e nos problemas
dos nossos concidadãos”, acrescentou.
Convicto de que a presença do
seu executivo na reunião contribuiria para uma maior eficácia e troca de ideias, o autarca
lamenta que o processo não o
tenha incluído.
Segurança
Social garante
continuidade
do serviço
Depois de manifestado o seu
descontentamento, o autarca de
Vila Praia de Âncora reuniu com
o Diretor do Centro Distrital de
Segurança Social de Viana, que
lhe garantiu que o serviço em
Vila Praia de Âncora não vai
encerrar.
“Foi uma reunião muito proveitosa e muito esclarecedora e
o que me foi dito é que o serviço não vai encerrar. O que se
passa é que neste momento a
Segurança Social quer reduzir
custos e por isso tem estado em
negociações com a Câmara no
sentido de encontrar um local a
custo zero para instalar o serviço”, adiantou.
Carlos Castro garantiu ainda
que o serviço em Vila Praia de
Âncora nunca esteve em causa
porque nunca foi intenção da
Segurança Social encerrá-lo.
to de Regulamento, entretanto
bem acolhido, mas sujeito a
um período de possíveis contributos dos deputados municipais.
Dando cumprimento às propostas patentes no programa
eleitoral de focar a política
nas pessoas, dando assim mais
força às políticas de proximidade e mais responsabilidade aos cerveirenses, a autarquia pretende incluir todas as
faixas etárias no debate sobre
o desenvolvimento do Concelho e, como tal, passam a
existir dois processos paralelos de Orçamento Participativo: o Orçamento Participativo Jovem (OPJ), com
uma verba de 10% e o Or-
Bienal mais antiga do país
já tem mote para a edição de 2015
“Olhar o passado para
construir o futuro”
“Olhar o passado para construir o futuro” é o tema da XVIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira, que irá
decorrer de 17 Julho a 18 Setembro
de 2015.
Segundo Henrique Silva, Vice-Presidente da Fundação Bienal de Cerveira,
esta edição irá levar a cabo a “identificação dos saberes e tradições da região, para apresentar soluções de identificação contemporânea, conducentes
a uma aposta no diálogo dos artistas
criadores com a história e conhecimento dos meios onde se inscrevem geograficamente”.
O formato, adotado desde a primeira
Bienal, será mantido de acordo com o
objetivo a que este evento se propõe
desde 1978: um local de encontro, debate e investigação de Arte Contemporânea, num programa concertado com
a vizinha Galiza e o Ensino Superior a
nível Europeu.
O programa, ainda provisório, envolve assim: Concurso Internacional; representações de Universidades, Escolas Superiores e Politécnicos das áreas
artísticas, com apresentação dos departamentos de investigação artística e as
produções de alunos e professores; Artistas Convidados nacionais e estrangeiros com curadorias nacionais e internacionais; um País Convidado; um
Artista Homenageado; espetáculos de
luz e som interiores e exteriores; Conferências e Debates de abril a novembro; Ateliers e Workshops; Visitas Guiadas; entre outros.
çamento Participativo Geral
(OPG), com a restante fatia.
O montante e as áreas de intervenção vão ser definidos na
próxima reunião de Câmara,
agendada para a última quarta-feira do mês.
O presidente da Câmara de
Cerveira congratulou-se com
o trabalho realizado pela comissão coordenada pelo Professor Mário Luís, sublinhando que “este documento vem
reforçar a participação dos cidadãos nos processos de decisão municipal, promovendo
uma sociedade civil forte e ativa na definição das prioridades
governativas para o contínuo
desenvolvimento da qualidade de vida no concelho”. Fer-
Será dado especial protagonismo aos serviços edu- cativos, com
maior aproximação à comunidade local,
através de ações interligadas, privilegiando a interação nos workshops entre o público e os artistas, por forma a
proporcionar uma produção interpretativa das técnicas tradicionais para a produção da obra de arte contemporânea.
Museu Bienal de
Cerveira convida
visitante a ser
“curador”
O programa da Fundação Bienal de
Cerveira para 2015 prevê, igualmente,
dar continuidade às visitas guiadas às
escolas e ao púbico em geral, a produção de três exposições entre Janeiro e
Maio com um tema gerado pelos serviços educativos convidando o visitante
a ser “curador”, escolhendo das obras
do Museu da Bienal as que quer ver em
exposição e justificando essa escolha, e
ainda o alargamento à terceira idade e
à infância com programas específicos.
nando Nogueira acredita que
esta consulta popular agora
regulamentada “incentiva o
diálogo entre os órgãos municipais, os cidadãos e a sociedade civil, fomentando a
participação cívica; adequa
as políticas públicas municipais às necessidades e expetativas das pessoas e, sobretudo, aumenta a transparência
da atividade da autarquia”,
sublinha.
Os participantes podem apresentar propostas e decidir os
projetos que considerem prioritários até ao limite orçamental estipulado para o processo. Os projetos mais votados
e cabimentáveis na verba atribuída para o OP são incorpo-
rados na proposta de orçamento do executivo municipal e
serão apresentados em cerimónia pública oportunamente anunciada pelo município.
De salientar que o Orçamento Participativo está aberto à
participação de pessoas com
idade igual ou superior a 18
anos, naturais, residentes, trabalhadores ou estudantes no
Concelho.
Após concluído o período
aberto a contribuições dos
deputados da Assembleia
Municipal, o Regulamento
é reanalisado para depois ser
colocado em execução obedecendo às seguintes fases:
apresentação de propostas;
analise técnica pelos serviços municipais; período de
reclamações; decisão sobre
as reclamações; divulgação
da lista final de projetos; votação.
|3
JORNAL
TERRARIOMAR
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
12
Esta rubrica fará a descrição da identidade regional
do Alto Minho recorrendo a estes 3 elementos.
Daremos grande visibilidade ao sector primário
como vector fundamental para um desenvolvimento
sustentável, que gera oportunidades de negócios e
permite, acima de tudo, preservar a nossa identidade.
Apanha do “arGaÇo”
uma cultura com
séculos de história
A apanha de algas marinhas
na costa noroeste de Portugal
foi, desde a Idade Média até ao
século XIX, uma atividade importantíssima.
|4
Segundo um estudo elaborado por João Paulo Cabral, intitulado “A apanha das algas na
ilha da Ínsua (Caminha) nos séculos XVII-XIX. Singularida-
des e Conflitos”, esta atividade
encontra-se bem documentada
para a região entre Viana do
Castelo e Porto, no entanto são
escassas as informações relati-
vas ao restante litoral.
No arquivo distrital de Braga
existem valiosos manuscritos
inéditos sobre o mosteiro franciscano da Ínsua, e sobre a apa-
nha das algas na ilha no passado.
Da análise desses documentos, e do estudo da flora de macroalgas da ilha no presente, foi
possível concluir que a apanha
de algas na Ínsua nos séculos
XVII-XIX não era livre como
no restante litoral, mas estava
subordinada a uma autorização
expressa do guardião do convento, que em troca recebia esmolas dos apanhadores.
Não podiam ser recolhidas aos
domingos e dias santos, não podiam ser apanhadas por mulheres, bem os homens não podiam
permanecer na ilha durante a
noite, devendo regressar a terra ao escurecer. Recolhiam-se
as algas deixadas na praia na
maré baixa, mas provavelmente também se procedia ao corte
das Fucáceias deixadas deicadas a descoberto na maré vazia.
Estas singularidades da apanha
de algas na Ínsua foram explicadas como provavelmente resultantes do direito de posse de
todos de todos os recursos naturais da ilha pela comunidade
franciscana derivadas da desvalorização da ordinária da Coroa.
JORNAL
TERRARIOMAR
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Tio Zé Veiga
uma vida
inteira
dedicada à
apanha do
sargaço
Longe vão os tempos em que
a apanha do sargaço ou “argaço” na praia de Moledo era
uma prática habitual.
A partir de julho, parte do areal
cobria-se de um manto castanho que só desaparecia lá para
finais de setembro ou meados
de outubro, altura em que o
“argaço” era recolhido para os
“cobertos” as casas do sargaço que existiam junto à praia.
Cultura com séculos de história, a apanha das algas constituiu, em tempos, uma importante atividade económica e
social naquela freguesia.
Hoje já são poucos os que se
dedicam a esta atividade que,
outrora, chegou a juntar mais
de 200 pessoas no areal.
Faina dura e perigosa, cabia
aos homens entrar no mar e
enfrentar as ondas revoltosas.
As mulheres ficavam normalmente em terra e a elas cabia a
tarefa de transportar o sargaço
para a secagem.
Utilizado como fertilizante
na agricultura, ao longo dos
anos este adubo natural foi sendo substituído por fertilizantes
químicos, mais perigosos para
a saúde e que retiram paladar
aos alimentos.
O Terra, Rio e Mar desta semana convida-o a conhecer um
pouco mais desta cultura ancestral em vias de extinção.
Fomos a Moledo, terra de sargaceiros e sargaceiras, e por lá
encontrámos gente que ao longo da sua vida se dedicou a esta
atividade, repartindo os dias entre o mar e a terra.
Com 87 anos, José Veiga é um
desses moledenses.
Começou cedo, com apenas 11
anos, a ajudar a mãe na apanha
do “argaço” e esta foi a sua vida.
“Foram 75 anos a percorrer
esta praia de uma ponta a outra. Tinha 11 anos quando comecei a trabalhar, era um garrano pequeno.
Vim sempre enquanto pude.
No verão vinha à praia e quando não estava na praia pegava
na “caneta”, forma suave para
designar um enxada, e ia para
os campos trabalhar”, recorda.
José Veiga diz que era como
a formiga, aproveitava tudo o
que podia. “Primeiro ia buscar para os nossos campos e
depois vendia para fazer algum dinheiro para o inverno.
Vendi muito argacinho, muitos palheiros de “argaço” não
só para pessoas aqui da terra,
mas também para a Póvoa e
outros sítios.
Vinham aqui buscar aos camiões de “argaço” e às vezes
num dia ganhava-se a sema-
na”, conta.
Atualmente o Tio Zé Veiga,
como é conhecido em Moledo, já não se dedica a esta atividade mas de vez em quando ainda vai matar saudades à
praia e, se o mar estiver a dar
sargaço, aproveita para encher
uns saquinhos.
“Ainda ontem fui com a minha neta encher uns sacos de
“argaço” que estava encostado ali na praia de banhos. Ela
precisava de argaço verde para
fazer umas hortas e eu lá vim
com ela. Eu só lhe dizia: No
meu tempo alguma vez isto ficava aqui em seco, nem pensar”.
José Veiga recorda que no seu
tempo tinha que entrar pelo mar
dentro com o “redenho” e com
a água pelo pescoço para trazer
o sargaço para terra. Nunca apanhou nenhum susto mas reconhece que era uma vida dura.
“Como eu não sabia nadar
também não arriscava muito. Aqueles que sabiam eram
mais afoitos e faziam-se mais
ao mar”, conta.
A apanha do sargaço começava por volta das seis da manhã e antes desse horário não
era permitido entrar na água.
“Estava um guarda a ter conta em nós e a fila chegava a ter
mais de 100 pessoas que ficavam ali com os redenhos à espera que ele apitasse para poderem finalmente entrar na água.
Nós sabíamos que não podíamos ir para além de um determinado limite mas às vezes
abusávamos um bocado e ele
(o guarda) lá estava com a espingarda apontada a mandarnos recuar. Nós recuávamos
mas à primeira oportunidade
lá dávamos mais dois ou três
passos, era assim”.
Na retaguarda havia quem tivesse ajudas e quando assim
era a quantidade de sargaço recolhida era muito maior. José
Veiga às vezes ia com as filhas
mas muitas vezes ia sozinho
porque elas andavam ao jornal.
“Enquanto uns estavam no
mar a recolher o argaço com
o redenho, outros já estavam
na areia à espera com outro redenho vazio para lhes entregar
e receber o que vinha cheio do
mar. Não se perdia tempo, era
uma luta e quem tinha ajuda
safava-se melhor, eu vim muitas vezes sozinho e claro, era
mais difícil”.
Tempos difíceis e uma vida
dura como recorda o tio Zé Veiga. “Andávamos sempre molhados e às vezes com frio mas
tínhamos que andar”.
A apanha do sargaço era feita
com o recurso a alguns utensílios ou ferramentas indispensáveis a esta arte tradicional:
Um redenho que é uma espécie
de rede em saco que apanha o
sargaço no mar e o transporta
para terra, o despedouro, uma
espécie de ancinho com quatro
dentes, uma sachola, cestos e a
padiola que servia para transportar os sargaço até à zona
de secagem.
A atividade começava em junho mas às vezes em maio o
|5
JORNAL
TERRARIOMAR
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
MUSEU DEDICADO
AO SARGAÇO NASCE EM
CASTELO DE NEIVA
mar já dava alguma coisa. “Às
vezes em maio já dava a chamada “folha de maio” mas o forte
era a partir de junho até setembro. Em outubro ainda se faziam
algumas marés mas poucas”.
Depois de retirado do mar o
sargaço era posto a secar durante dois ou três dias, sendo
depois recolhido para os cobertos.
“Quanto mais depressa secasse melhor porque assim já ficávamos com espaço livre para secar outro”.
Das algas que vinham do mar
a mais valiosa era o crespelho.
José Veiga recorda que era bem
paga, rondava os 11 escudos
a arroba, e ia toda para o Japão para fazer medicamentos
e plásticos.
“Eu cheguei a comprar muito crespelho para o senhor Lopes de Viana. Comprava e pesava por conta dele e depois
ele pagava-me. Rendia mais
ou menos 11 escudos a arroba não era mau mas nós que-
|6
ríamos sempre mais.”.
Enquanto o crespelho era pago
a 11 escudos a arroba, o restante valia pouco mais do que
5 tostões o quilo.
“Eu cheguei a vender o crespelho a 90 escudos o quilo mas
durou pouco tempo porque chegou uma ordem do governo que
proibia a venda desta alga para
o estrangeiro. Mas teve graça
que conforme se deixou de vender, assim deixou também de
se apanhar. Parece que de um
momento para o outro o crespelho desapareceu do mar, até
parece que foi praga”.
Praticamente desaparecida, ainda hoje há quem ande por Moledo a tentar arranjar o crespelho. José Veiga explica que há
pessoas que utilizam esta alga
para fazer uma espécie de remédio para os ossos. “Misturam com álcool e depois quando
têm dores nas articulações ou
nos ossos esfregam com aquilo e parece que dá resultado”.
Antes de terminarmos a con-
versa com o tio Zé Veiga lançamos-lhe o desafio para um
pequeno passeio até à praia de
Moledo.
Estamos em outubro e o sargaço continua a invadir o areal.
José Veiga parece querer leválo consigo para casa e lamenta que hoje em dia as pessoas
tenham praticamente abandonado esta atividade.
“É pena porque o sargaço é o
melhor adubo que há para as
terras, é o mais puro que há e
até as batatas têm outro gosto.
Mas hoje ninguém aproveita
nada”, lamenta.
Finda a conversa com o tio Zé
Veiga e depois das fotografias
da praxe é hora de recolher a
casa. Vive com uma filha com
quem foi muitas vezes ao sargaço. Quando chega a casa a primeira coisa que lhe diz é que a
praia está cheia de sargaço e que
se quiser ainda pode aproveitar.
A filha, que já lhe conhece o
entusiasmo, diz-lhe que “talvez amanhã…”.
Inaugurado em 2009,
o Museu do Sargaço de
Castelo de Neiva é um
espaçomuseológico inserido na Rede de Núcleos Museológicos do Museu do Traje de Viana
do Castelo.
O Museu do Sargaço
ocupa uma antiga escola primária de Castelo
de Neiva e permite aos
visitantes conhecer esta
actividade tradicional.
O espaço museológico
conta com uma exposição de objectos ligados à
apanha do sargaço, como
o palheiro de sargaço,
jangada e utensílios diversos utilizados nesta
prática.
Imagens da apanha do
sargaço em Castelo de
Neiva, o visionamento
de um filme sobre o sargaço, as tradições, a história e uma mostra dos
vários tipos de sargaço
completam o museu.
Esta estrutura integra
os núcleos dos Moinhos
de Água da Montaria, o
Museu do Pão de Outeiro, o Museu Agro-Marítimo de Carreço e os
moinhos de vento de
Carreço.
O Museu do Sargaço
resulta de uma parceria
entre a Câmara Municipal de Viana do Castelo e os grupos folclóricos de Castelo de Neiva.
O sargaço é um género
de alga de cor castanha.
Nasce entre as rochas do
mar. Normalmente, com
as marés altas, solta-se
das rochas e acaba em
terra. É já em terra que
é recolhido e colocado a
secar. O sargaço é, por
exemplo, aplicado como
fertilizante agrícola, mas
o museu pretende dar a
conhecer novas potencialidades desta alga marinha e assim reavivar as
explorações.
JORNAL
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
De 15 de junho a 15 de novembro, as areias da praia de
Moledo cobrem-se de tapetes e montículos escuros. Há
um forte cheiro a iodo no ar.
Trata-se de sargaço ou “argaço” como é chamado pelas populações de Moledo. A
sua apanha exige uma licença concedida pela Capitania
do Porto de Caminha. Depois, em maio ou nos inícios
de junho a praia é dividida
em talhões de 10mx50m que
são sorteados entre os sargaceiros ficando cada talhão ou
“sorte” demarcado por estacas. Os melhores meses para a
apanha são os do verão, particularmente Julho.
O sargaço é composto por
várias algas marinhas conhecidas pelos sargaceiros pelos
nomes de “verdelho”; “pespelho”, “carocha”, “crespelho” ou “musgo”.
Antigamente para o recolher, o sargaceiro utilizava
o “redenho” constituído por
um cabo de madeira tendo
na extremidade um meio arco
em ferro do qual se prendia
um saco em rede. O sargaceiro colocava o “redenho”
à sua ilharga direita e segurava-o pelas duas mãos, estando a esquerda mais perto do arco e ficando o braço
direito fletido pelo cotovelo.
Entrava na água com o “redenho” em posição oblíqua
e manejava-o em movimentos amplos repondo até ao
fundo e levantando-o quando estivesse cheio de sargaço. Depois arrastava-o para
a praia sendo, por vezes, ajudado neste penoso trabalho.
Hoje o sargaço é atirado pelo
mar para a praia sendo arrastado pelos sargaceiros para
ficar na areia húmida fora
Apanha
do sargaço
NA PRAIA
DE Moledo
TERRARIOMAR
do alcance das ondas.
Em seguida, com o emprego de uma espécie de ancinho
com quatro dentes em ferro
,(o “despedouro”) é carregado em padiola transportada
a braço para os talhões onde
o sargaço fica amontoado.
Para a sua secagem ser feita
nas melhores condições é retirado dos montículos e distribuído em leve camada de
areia do talhão. Para este trabalho é usado um ancinho
com maior número de dentes dos existentes no “despedouro”.
Quando fica seco é levado
em trator (antigamente em
carro de bois) para as casas
dos lavradores.
Depois era guardado nas casas do sargaço (os “coberto”)
junto à praia de Moledo.
As atuais aplicações do sargaço são o emprego como fertilizante natural dos campos
de batata e como matéria prima para as indústrias farmacêuticas e de Cosmética.
O Japão é um dos destinos
das algas de Moledo.
Ferramentas utilizadas:
Redenho; Despedouro;
Sachola; Cestos e Padiola
|7
JORNAL
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
O SARGAÇO
é ouro para
a terra
|8
TERRARIOMAR
Maria José Sarmento e o marido cultivam uma pequena horta biológica em casa. Quando
decidiram ser eles a produzir os seus próprios legumes,
Maria José impôs de imediato uma condição: “adubos químicos nem pensar”.
Ao princípio o marido ainda
se mostrou um pouco resistente mas Maria José não cedeu.
“Ele estava sempre a dizer que
sem um saco de adubo a terra
não ia dar nada”.
Conhecedora desde pequena
da utilização do sargaço como
adubo natural para a terra, Maria José decidiu que seria este o
seu fertilizante e mais nenhum.
“Ao princípio não foi fácil convencer o meu marido porque
ele não acreditava mas depois
viu que eu tinha razão. Isto é
ouro para a terra”.
Fomos encontrar esta caminhense na praia de Moledo ao
final da tarde. O anúncio de que
viria a chuva levou-a apressada até lá para recolher o monte
de sargaço que durante o verão
foi recolhendo e estendendo no
talhão que rematou na Marinha Portuguesa para o efeito.
“Faço isto todos os anos e adoro porque e em vez de vir para
a praia e estar deitada na toalha, prefiro andar a apanhar o
sargaço. Olhe pelo menos ando
entretida e faço um bocado de
ginástica”.
Maria José Sarmento lamenta que hoje em dia as pessoas
prefiram os adubos químicos
aos naturais.
“Sabe uma coisa isto é ouro
para a terra e nem tem comparação o sabor de uns legumes
que são adubados com químicos e os que são adubados com
o sargaço. Se você for à minha horta vai reparar que até
os bichinhos andam por lá a
comer as ramas, mas se fosse
uma terra adubada com químicos nem a bicharada lhe pegava”, explica.
Quando era criança esta caminhense lembra-se de vir à
praia de Moledo e ver os sargaceiros a recolheram o sargaço.
“Era impressionante a quantidade de gente que andava por
aqui. Você pensa que o sargaço dava à praia como agora?
Nem pensar, não havia nada.
Os sargaceiros tinham que entrar pelo mar a dentro e puxálo para terra com o “redenho”.
Não era fácil porque aquilo vinha pesado e eles tinham que
arrastar até à praia. Depois era
carregado nos carros de vacas
e transportado pelos agricultores de Cristelo, Vilarelho
da Portela e de Venade. Pare-
JORNAL
TERRARIOMAR
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
ce que ainda estou a ouvir o
chiar dos carros e as cantigas
que eles cantavam pelo caminho. Eram às dúzias, um espetáculo”, recorda.
“Hoje Deus dá de graça e ninguém quer. Habituaram-se aos
adubos para poderem produzir mais rápido e depois quem
sofre são as pessoas que com-
pram esses legumes”, desabafa.
Enquanto vai explicando os
benefícios do sargaço a filha
e o neto vão enchendo a carrinha. O monte está praticamente desfeito mas depois há
que apanhar os restinhos que
ficam na areia.
“Não se pode desperdiçar nada,
aproveita-se tudo”.
Quando fizer um dia de sol o
sargaço volta a ser estendido
para que fique bem seco. “O
sol vai fazer muito bem porque lhe vai tirar o resto da humidade que ainda tem. Se for
guardado húmido acaba por
apodrecer e isso nem pensar.
Tem que ficar assim sequinho
como a palha”.
A preparação do sargaço começa em junho, altura em que
a maré o começa a atirar para o
areal. “Depois estende-se pelos meses de julho, agosto e
setembro. Em finais de setembro começa-se a recolher para
guardar”.
Este ano houve muito menos
sargaço do que no ano passado,
garante Maria José Sarmento.
“Sabe porquê? Porque o mar
desfez a praia e fez aqui uma
poça muito funda. O mar atirou com o sargaço para a Póvoa e Esposende. Lá houve
muito. Aqui menos mas mes-
mo assim conseguiu-se apanhar muito sargaço”.
A licença é tirada na Capitania do Porto de Caminha e até
nem é cara. “Estamos a falar
em pouco mais de vinte euros
e podemos tirar a quantidade
de sargaço que quisermos, desde que caiba no nosso talhão.
Há pessoas que tiram mais do
que uma licença e têm direito a vários talhões mas isso é
para aquelas pessoas que depois vendem o sargaço durante o inverno”, explica.
Daqui a umas semanas Maria
José Sarmento e o marido já
vão plantar as batatas do cedo
para comer na Páscoa.
“Isto é um adubo maravilhoso
em todos os sentidos. Primeiro porque não faz mal à saúde, depois porque nos obriga
a fazer ginástica quando o andamos a apanhar. E tem outra
coisa: apanhar as algas no mar
faz muito bem às mãos, porque a água salgada tem muito
iodo e faz muito bem aos ossos.
E mais, não se gasta dinheiro
porque isto Deus dá de graça”.
Ao princípio não foi fácil convencer o marido a utilizar o sargaço como adubo mas agora
já é ele que se preocupa se estiver a acabar.
“Foi uma batalha mas eu dis-
se logo: se comprares um único quilo que seja de adubo eu
não te ajudo nem como os legumes. Agora já está convencido de que é verdade e até ele o
primeiro a preocupar-se quando
o sargaço está a acabar. Quando isso acontece venho aqui a
Moledo e compro um ou dois
sacos às pessoas que vendem”.
Na horta de Maria José Sarmento plantam-se batatas, pimentos, cenouras, tomates, e
toda a qualidade de legumes
e até as urtigas se aproveitam. “Sabe que as urtigas fazem uma sopa e uma tortilha
maravilhosa? São muitos boas
para a saúde”.
O sabor e o cheiro dos legumes não têm comparação garante Maria José. “Olhe eu
tenho aprendido muita coisa.
Até os bichinhos e os passarinhos sabem que podem comer as minhas hortaliças porque elas não levam uma ponta
de químicos. Eu estou sempre
atenta às caracolas e às lesmas
porque elas comem tudo, nem
as urtigas escapam”.
Voltando ao sargaço esta caminhense explica que para além
de ser um excelente fertilizante, o sargaço tem muitas outras
utilidades. Desde a cosmética
aos medicamentos, passando
pela culinária.
“Aqui há uns anos atrás andava aqui muita gente a apanhar
uma alga castanha franzida que
era vendida a um preço muito alto. Chamava-se o “crespelho” e era uma alga caríssima que era vendida ao quilo e
depois ia para a China e para
o Japão para medicamentos”.
Maria José Sarmento quis fazer a experiência e há uns tempos também secou alguns quilos daquelas algas.
“Sabe o que fiz? Sequei-o bem
sequinho, depois peguei numas ramas e misturei-as com
álcool puro e deixei ficar a repousar. Uso quando tenho dores nos ossos e dá um resultadão”, garante.
Para além do “crespelho”, na
praia de Moledo também se
apanha o “verdelho”, o “pespelho”, a “carocha” e o “musgo”.
Saber que aquilo que serve à
família é da melhor qualidade
é um dos grandes prazeres de
Maria José Sarmento.
“É um prazer enorme servir
uns grelos com uma posta de
peixe ou fazer uma bela sopa
de legumes com umas boas cenouras, alho francês e umas batatinhas. Eu adoro e enquanto
tiver saúde venho todos os anos
apanhar o meu sargacinho”.
|9
JORNAL
TERRARIOMAR
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Algas
um alimento natural
de elevado valor nutritivo
e baixo em calorias
O litoral português, com um
total de 830 quilómetros comporta, separados por grandes
areias, extensões rochosas, muitas delas ricas em algas. Grande parte das zonas costeiras encontram-se muito expostas à
ação do mar e as algas do patamar médiolitoral encontramse sobretudo no horizonte inferior, delimitado pelo nível
mínimo da maré baixa.
Um estudo exaustivo feito à
flora algal portuguesa no final
da década de 60 (do século passado), identificou e descreveu
246 espécies de Rhodophyceae,
98 Phaeophyceae e 60 Chlorophyceae, números que não
|10
se alteraram significativamente desde então.
As algas do litoral ocidental,
com uma orientação Norte-Sul,
podem ser agrupadas em dois
grupos: as algas da zona Norte (entre a foz do rio Minho e
a foz do rio Tejo); e as algas
da zona Sul (entre a foz do rio
Tejo e o Algarve). A costa portuguesa e o limite Sul, na Europa, de mais de 40 espécies,
enquanto que 20 espécies típicas do Mediterrâneo e da costa
Atlântica de África, têm aqui
o seu limite Norte (costa Algarvia).
As algas são um alimento natural, silvestre que nos forne-
ce um elevado valor nutritivo
mas baixo em calorias. Pobres
em gorduras, as algas marinhas
possuem polissacarídeos que
se comportam, na sua grande
maioria, como fibras sem valor calórico.
As algas são, por isso, a melhor forma de corrigir as carências nutricionais da alimentação
atual, devido ao seu variado
leque de constituintes: minerais (ferro e cálcio), proteínas
(com todos os aminoácidos essenciais), vitaminas e fibras.
Da composição analítica das
algas marinhas destaca-se:
* Presença de minerais com
valores cerca de dez vezes su-
periores ao encontrado nos vegetais terrestres, como no caso
do ferro na Himanthalia elongata (“esparguete do mar”) em
comparação com o da Lens esculenta (“lentilhas”) ou, no caso
do cálcio presente na Undaria pinnatifida (“wakame”) e
no Chondrus crispus (“musgo irlandês” ou simplesmente “musgo”), relativamente ao
leite de vaca.
* Presença de proteínas que
contêm todos os aminoácidos
essenciais, constituindo um modelo de proteína de alto valor
biológico, comparável em qualidade à do ovo.
* Presença de vitaminas em
quantidades significativas. Merece especial relevo a presença de B12, ausente nos vegetais superiores.
* Presença de fibras em quantidades superiores ao encontrado na Lactuca sativa e semelhante à da Brassica oleracea
(“alface”e “couve”, respetivamente).
* O seu baixo conteúdo em
gorduras e valor calórico, transforma-as em alimentos adequados para regimes de emagrecimento.
Apesar da abundância de algas na costa portuguesa, o uso
destas na alimentação não tem
grande tradição em Portugal,
exceto para algumas comunidades costeiras nos Açores. Nestas comunidades a Porphyra
leucostica, conhecida como
“erva patinha”, é apanhada e
consumida frita ou incorporada em sopas, tortas e omeletas. A Osmundea pinnatifida ,
conhecida como “erva malagueta”, é conservada em vinagre e consumida ao longo do
ano, a acompanhar peixe frito.
Utilização
tradicional
de algas na
agricultura
em Portugal
As algas marinhas utilizamse como fertilizantes desde o
Século XIV, particularmente
nos campos agrícolas próximos do mar. A colheita comercial de macroalgas para fertilizantes foi regulamentada, pela
primeira vez, pelo rei D. Dinis, em 1309 (Veiga de Oliveira et al., 1975; Vieira e Santos, 1995). Hoje, o uso de algas
como fertilizantes está praticamente restrito à zona Norte,
em particular nos campos hortícolas (campos de masseira)
da Zona de Póvoa de Varzim
e Viana do Castelo (Pereira et
al., 1998; Sousa-Pinto, 1998).
As duas principais misturas de
algas usadas tradicionalmente
como fertilizante são o “moliço” e o “sargaço”.
A tradicional apanha do sargaço consistia na recolha, na praia
ou na beira-mar, das algas que
se desprendiam dos rochedos
com o movimento das ondas.
Depois de recolhido, o sargaço era estendido nas areias da
praia, para secar ao ar.
JORNAL
DISTRITOCAMINHA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
CAMINHA
ainda não há data para a conclusão
da revisão do PDM de caminha
Com um Plano Diretor em vigor há mais de duas décadas,
a câmara de Caminha está, há
mais de 10 anos, a rever aquele documento.
O processo, complicado, sofreu alguns atrasos e ao que
parece ainda não é este ano
que vai ficar concluído.
Na última reunião da Assembleia Municipal vários deputados perguntaram ao executivo
em que pé estava esta revisão
e para quando se previa a sua
conclusão.
Guilherme Lagido, vereador
responsável pelo pelouro das
obras e responsável pela equipa técnica que está a proceder
à revisão do documento, fez o
ponto da situação em relação
ao processo que, como referiu, tem vindo a decorrer em
diversas etapas.
“Num processo de elaboração
de um PDM há que fazer um
percurso por etapas: uma primeira etapa tem a ver com as
várias condicionantes ou servidões que o território tem, nomea-
PDM de
Cerveira em
correção
damente a Reserva Ecológica,
Reserva Agrícola, Rede Natura e a própria linha de comboio
e as estradas”
O concelho de Caminha é segundo Guilherme Lagido um
concelho que está sujeito a servidões terríveis. “Para se ter uma
ideia 39% da área do concelho
é Rede Natura, o que equivale a locais de elevado nível de
proteção”.
Neste momento está concluída a Reserva Ecológica e a
Rede Natura e a Reserva Agrí-
cola estão praticamente encerradas. De seguida vão avançar os perímetros urbanos de
construção que incluem as áreas já urbanizadas e as áreas
suscetíveis de virem a ser urbanizadas.
“Este trabalho, em termos de
proposta, com as condicionantes praticamente estabilizas e
com a definição dos perímetros
urbanos, já está concluído em
8 das 14 freguesias do concelho. A única condicionante que
não está ainda estabilizada e
que vai dar alguns problemas
é a dos perímetros florestais.
À parte disso há propostas dos
serviços técnicos já concluídas
para 8 freguesias e neste momento o que estamos a fazer,
é a apresentar essas mesmas
propostas aos presidentes das
jutas de freguesia”.
Seixas, Riba de Âncora e Âncora foram as freguesias onde
as propostas já foram apresentadas, seguindo-se a freguesia de Moledo.
O objetivo destas apresenta-
ções, explica Guilherme Lagido, “é que os presidentes
de Junta, depois de discutirem as propostas com os seus
fregueses, possam reagir às
mesmas. Depois disso fazemse os afinamentos que houver a fazer, até se chegar a
uma proposta final que será
posta à discussão pública”.
Prazos para isto Guilherme
Lagido não tem. “Como é evidente isto vai demorar ainda
algum tempo mas o que eu
posso dizer, neste momento, é que os passos que se
deram, são passos bastante
consolidados e com uma rapidez superior à que eu próprio esperaria”, confessou.
A revisão do PDM de Vila Nova de Cerveira, que demorou sete anos a concluir, com uma primeira proposta aprovada em 2012, sofreu recentemente a primeira correção retificada pela Assembleia.
Segundo explicou ao Jornal C o presidente da Câmara de
Cerveira, Fernando Nogueira, nesta fase o executivo está
a corrigir as imprecisões detetadas ao nível da cartografia.
“O revisão do PDM de Vila Nova de Cerveira já está aprovada desde 2012. Foi um processo que demorou sete anos a
concluir porque são processos complicados, morosos, muito
burocráticos e que por vezes fazem desesperar os técnicos
e as pessoas. Depois de concluída e publicada essa revisão,
verificou-se a existência de algumas pequenas deficiências
que foi preciso corrigir”.
Segundo o autarca de Cerveira as deficiências detetadas foram ao nível de cadastro e cartografia e as correções feitas
foram precisamente nesse sentido. “Pequenas deficiências
que desde 2012 a esta parte foram detetadas e que urge corrigir não só para os serviços mas também para que as pessoas
saibam com aquilo que podem contar”, explicou o autarca.
|11
JORNAL
DISTRITOCAMINHA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
CAMI
Governo ainda
não se comprometeu
a desassorear
o canal do ferry
O Diretor do Norte da Agência Portuguesa do Ambiente,
Pimenta Machado, esteve recentemente em Caminha a pedido da Câmara Municipal, para
avaliar no local o problema do
assoreamento do rio Minho que
impede o ferry de retomar a
navegação e a ligação diária
a Espanha.
O encontro foi comunicado pelo presidente da Câmara na última reunião do executivo. Segundo Miguel Alves,
a autarquia tentou convencer
aquele responsável para avançar
com uma dragagem cofinanciada pelo Estado, mas não obteve nenhuma garantia de apoio.
“A verdade é que vamos ter
que ser inteligentes a dirimir
esta questão se quisermos ter o
apoio do Estado. Eu já dei testemunho disso e volto a dizer:
|12
a Câmara Municipal de Caminha quer resolver o problema
mas não tem condições para
subir a parada em termos de
contratualização de uma empresa que possa fazer a dragagem com outra capacidade
de retirada de areia. A verdade é que não temos capacidade para investir os 150 ou 170
mil euros pedidos pelas empresas. Não temos”.
A única maneira possível de
avançar com uma dragagem no
local é, segundo Miguel Alves,
através de uma co-participação.
“Mas para que isso aconteça
não basta aferir do interesse do
ferry para a economia local,
embora para nós isso seja fundamental. A verdade é que temos que tentar enquadrar essa
dragagem numa operação de
limpeza e desassoreamento de
toda aquela envolvência da própria foz do rio Coura e na ligação com o rio Minho. Temos
que conseguir enquadrar isto
de maneira a termos resultados mais eficazes”, explicou.
As formalidades relativas ao
pedido de apoio estão, segundo o presidente da Câmara, todas concluídas “e temos confiança de que possa haver uma
resposta positiva. Vamos ver
se o Governo percebe a importância desta intervenção”.
O vereador responsável pelo
pelouro do Ambiente, Guilherme Lagido, foi mais preciso
e explicou que a reunião serviu para explicar ao dirigente da Agência Portuguesa do
Ambiente as origens do assoreamento do canal do ferry e
o que é possível ser feito para
resolver o problema.
“A questão foi equacionada
num plano mais vasto que é
o assoreamento do rio Coura.
De facto o Coura está completamente assoreado e isso faz
com que haja uma grande deposição de inertes junto à sua
foz que cai precisamente junto
ao ferry. Foi isto que explicamos quando estivemos reunidos com a ARH, que nos pediu que formalizássemos este
ponto de vista o que fizemos
de imediato”.
Resta agora esperar que a
ARH, com responsabilidades
nesta matéria, possa dar a devida sequência para que o problema possa ser resolvido.
Autarca da ma
concelho revoltad
consultado sobr
A proposta para baixar o
IMI Imposto Municipal sobre Imóveis apresentada pela
Câmara de Caminha e aprovada na última Assembleia
Municipal, não foi bem vista por Carlos Castro, presidente da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora.
Segundo o Jornal C conseguiu apurar, as juntas de freguesia do concelho não foram consultadas pela Câmara
sobre a proposta de descida
do IMI aos prédios rústicos
do concelho.
Recorde-se que a legislação estabelece que constitui
receita das freguesias o produto de receita do IMI sobre os prédios rústicos e uma
participação no valor de 1%
sobre os prédios urbanos.
Perante a atitude da Câmara de Caminha, o presidente da Junta de Freguesia de
Vila Praia de Âncora, veio
a público criticar a decisão
do executivo camarário. Em
comunicado, Carlos Castro,
que votou contra a proposta apresentada pelo executivo, diz não ser contra a isenção, mas sim contra o facto
de não ter sido ouvido numa
decisão que também cabia
às Juntas de Freguesia.
“Como presidente da Junta
e uma vez que o nosso trabalho prioritário tem sido sempre ajudar as pessoas mais
carenciadas na nossa freguesia, não poderíamos votar
contra qualquer isenção ou
redução de impostos, desde
que estas sirvam para aliviar
a carga fiscal das famílias
principalmente as que passam mais dificuldades económicas.
Votamos contra o modo
como essa proposta foi apresentada”, sublinhou.
Citando a lei nº 75/2013, de
12 de setembro, que veio alterar o quadro das competências dos órgãos dos municípios e das freguesias, tirando
competências aos municípios
e transferindo-as para as freguesias, em troca de receitas
provenientes do IMI sobre
prédios rústicos e sobre prédios urbanos; e ainda a lei nº
73/2013 que estabelece o regime financeiro das autarquias
locais e das entidades intermunicipais, que no artigo 23ª refere que constituem receitas das
freguesias o produto da receita
do IMI sobre os prédios rústicos e uma participação, no valor de 1%, da receita do IMI
sobre prédios urbanos,
Carlos Castro considera que
as juntas deveriam ter sido ouvidas.
“Se a Assembleia da República decretou que a receita do
IMI sobre prédio rústicos são
receitas próprias das juntas de
freguesia, sejam elas de muito ou pouco valor, e refiro-me
precisamente à nossa freguesia
Rio Âncora alvo
de limpeza por parte
das autarquias
JORNAL
DISTRITOCAMINHA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
INHA
Jorge Fão
NOMEADO
VICE-PRESIDENTE
DA bancada
parAlamentar
SOCIALISTA
aior Junta do
do por não ter sido
re DESCIDA do IMI
que ficou sem uma receita per- votou contra esta proposta de
to dos 450 euros, deveríamos redução do IMI.
ser intervenientes na proposta Para o PSD esta é uma proque foi apresentada”, justificou. posta que penaliza duplamente as Juntas de Freguesia e jusBancada do
tificam:
“Primeiro porque prescinde
PSD também
votou contra de receita e por isso transfere
menos recursos;
Invocando razões semelhan- Depois porque já transferiu
tes, a bancada do PSD também menos dinheiro dizendo que não
o tinha por culpa do passado, mas prescinde de receita;
Finalmente mais grave: a
Câmara Municipal pretende
isentar o IMI rústico quando o fruto desta receita não
lhe pertence, prejudicando
as freguesias tirando-lhes
uma receita própria consagrada por lei”.
A proposta que aponta para
0,34% a taxa a aplicar aos
prédios urbanos avaliados em
termos de CIMI, acabaria por
ser aprovada por maioria.
A proposta determina ainda
que os prédios rústicos cujos
proprietários desenvolvam
atividade agrícola, florestal
ou ações de limpeza e desmatação ficam isentos, enquanto para os imóveis que
detenham certificado de eficiência energética máxima
a taxa é reduzida em 50%.
A redução de 50% aplicase também aos prédios classificados como de interesse
público, de valor municipal
ou património cultural e outros imóveis reabilitados.
Na proposta apresentada e
entretanto aprovada, a Câmara promete “castigar” os proprietários de prédios abandonados e degradados ou que
configurem risco para pessoas e bens, de acordo com
o parecer da Proteção Civil
Municipal, bem como aos
prédios em incumprimento
de obras coercivas, aplicando as taxas mais elevadas
previstas na lei.
A Câmara Municipal de Caminha, em colaboração com a Junta de Freguesia de Vila Praia de
Âncora, está a proceder à limpeza do rio Âncora, uma operação que permitiu retirar bastante entulho do leito do rio.
Com esta operação de limpeza, as autarquias pretendem
evitar inundações no próximo
inverno.
Carlos Castro, presidente da
Junta de Freguesia de Vila Praia
de Âncora , diz que os funcionários da junta também estão
a trabalhar nesta operação de
“Havia uma série de árvores de grande porte e galhos
no meio do rio que estavam
a fazer uma barreira. Alguns
conseguiam ver-se, mas outros não. Posso dizer-lhe que
só de um troço que andamos
a limpar tiramos 15 camionetas de entulho”.
Com o rio limpo e a água
a correr livremente para o
mar, Carlos Castro explica que esta limpeza também teve como objetivo
evitar inundações no próximo inverno
limpeza.
“A Junta de freguesia envolveu-se com o seu pessoal nesta
ação de limpeza lançada pela
Câmara de Caminha. Pusemos
mãos à obra, mergulhámos no
rio e já conseguimos tirar todas as árvores de grande porte que se encontravam no leito”. Neste momento o rio “está
muito mais bonito”, garante o
presidente da junta que contou
ao Jornal C que vestiu o fato
de mergulho e foi para o meio
do rio de moto serra cortar as
árvores e arrastá-las para terra.
O caminhense Jorge Fão, deputado eleito para a Assembleia da República pelo circulo
eleitoral de Viana do Castelo,
foi eleito vice-presidente da
bancada parlamentar do PS.
Após as eleições primárias
socialistas, que foram ganhas
por António Costa, Ferro Rodrigues passou a liderar a bancada parlamentar do PS e o
antigo ministro do governo
de José Sócrates acabou por
convidar o caminhense Jorge
Fão, um apoiante de Seguro,
para seu número dois.
Contactado pelo Jornal C,
Jorge Fão mostrou-se satisfeito com a sua nomeação e
considerou a decisão de Ferro Rodrigues normal dentro
de um regime democrático.
“A minha nomeação aconte-
ceu na sequencia de um convite que o líder da bancada,
Ferro Rodrigues, me dirigiu a
mim e aos outros colegas. Depois disso a votação no seio
do grupo parlamentar proporcionou a minha eleição para
presidente da bancada”, explicou Jorge Fão.
Apesar de apoiar António
José Seguro Jorge Fão acabou por ser convidado para vice-presidente da bancada parlamentar, uma situação que o
deputado não estranha e que
considera ser uma prova de
que o PS sabe lidar com a diferença de opiniões.
“Eu acho que isto é um claro sinal e uma prova que o
Partido Socialista dá da forma como sabe conviver com
pensamentos e opiniões dis-
tintas. O PS
é um partido plural, democrático que naturalmente sabe
acolher e conviver com pontos
de vista que, não sendo diferentes, por vezes em questões
essenciais podem ter algumas
variantes de opinião”.
Para o deputado socialista
a forma como António Costa está a conduzir o processo de pós eleições primárias,
“mostra essa vontade, sobretudo depois do PS ter dado um
grande exemplo e sobretudo
ter prestado um grande serviço
à democracia quer interna do
partido quer externa, atraindo
a participação dos cidadãos na
vida politica. Em suma, julgo
que aquilo que está a acontecer é o que é normal em democracia”,
Jucaminha aposta nas
danças de salão
“Quem dança seus males espanta”, é o lema do JUCAMINHA, um clube concelhio
que desenvolve várias atividades, entre elas as danças
de salão.
José Oliveira, presidente da
direção deste clube que faz
mexer algumas centenas de
pessoas, explica que as inscrições já estão abertas e revela os locais onde a população do concelho se pode
inscrever.
Depois das férias o Jucaminha prepara a nova temporada, dando assim continuidade “à conceituada” secção de
danças do clube.
“Depois das férias vamos
retomar a atividade e gostávamos de convidar todas as
pessoas a experimentarem esta
modalidade”
Latinas, clássicas, desportiva,
José Oliveira garante que existe
uma “vasta” panóplia de danças para todos os gostos.
Os interessados em frequentar
esta modalidade podem fazêlo em Vilarelho, onde funciona
uma secção, e em Âncora, na
Sociedade de Instrução e Recreio Ancorense.
“Brevemente a Casa do Orfeão também irá ter Danças de
Salão”, revela José Oliveira.
O Judo Clube Caminha ou JUCAMINHA é um clube de referência no Concelho de Caminha e no Distrito de Viana do
Castelo, com títulos conquista-
dos de âmbito Distrital e Zonal.
É um clube eclético com várias modalidades ao dispor de
todos os que gostam de praticar desporto.
JUDO, DEFESA PESSOAL, STEP, DANÇA SALÃO,
DANÇA DESPORTIVA, AERÓBICA e GINÁSTICA, são
as modalidades que se podem
praticar neste clube.
|13
JORNAL
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
complexo das Piscinas de Vila Praia de Âncora:
único no distrito vocacionado
para a alta competição
CAMINHA
Inaugurado em Maio de 2010,
o complexo das piscinas de Vila
Praia de Âncora, situado junto
à Estrada Nacional 13, é um
dos melhores a nível distrital.
Pensada para a alta competição, a piscina principal, olímpica, dispõe de 8 pistas.
O complexo desportivo, uma
velha aspiração da população
local, foi construído ao abrigo
de uma parceria público-privada, depois de recusadas duas
candidaturas a fundos comunitários apresentadas pelo ante-
rior executivo social democrata,
liderado por Júlia Paula Costa.
O projeto é da autoria do arquiteto Victor Mogadouro.
Em 8 de Julho de 2008 foi oficialmente lançada a primeira
pedra, sendo que as piscinas,
que custaram 5,5 milhões de
euros, demoraram cerca de dois
anos a ser construídas.
Para além da piscina principal, o complexo dispõe ainda
de uma piscina para crianças,
o denominado “chapinheiro”.
No que diz respeito a equi-
pamentos, o complexo inclui
ainda jacuzzi, ginásio, sauna
e banho turco, salas de massagens, dois estúdios para ginástica, um campo de squash
e, no exterior, um campo de
ténis. Os balneários têm uma
vasta área onde estão os vestiários com cacifos individuais e a zona de duche.
Numa vertente mais social,
existe ainda uma clínica de reabilitação, uma cafetaria e uma
zona comercial com cinco lojas.
Neste momento a piscina con-
Um complexo com
vários equipamentos
ta com 3 mil utilizadores distribuídos pelas várias classes
que vão desde a hidroginástica aos banhos livres, passando pela hidrobike, entre outros (ver quadro).
de Âncora, a melhor a nível
distrital para alta competição,
levaram a que a Escola Desportiva de Viana do Castelo
(EDV) ali criasse, em 2013,
um polo de competição.
Neste momento cerca de 20
EDV cria polo
atletas do concelho de Camide competição nha, pertencentes aos escalões
de cadetes e infantis, treinam
na piscina de
diariamente naquele equipaVila Praia de
mento municipal.
Âncora
Rui Silva, membro da direção
As excelentes característi- da EDV, explica que a ideia de
cas da piscina de Vila Praia criar um polo da EDV no conPARQUE AQUÁTICO
Os mais pequenos não foram
esquecidos. Os especialistas chamam-lhe “chapinheiro”, porque
é lá que as crianças vão poder
As Piscinas Municipais - Vila brincar e aprender a nadar, com
Praia de Âncora têm ao dispor vigilância permanente.
dos utilizadores uma piscina
com oito pistas. Se para além GINÁSIO E SPA
do prazer de nadar, tiver ainda
a pretensão de praticar a moda- No ginásio tem um número
lidade num rigor competitivo, alargado de máquinas e um
fique então a saber que existem acompanhamento personaliduas pistas especialmente con- zado. Para além disso, pode
cebidas para o treino olímpico. sempre usufruir das cabines de
A Piscina também está prepa- sauna e banho turco, e ainda
rada para receber pessoas com das várias salas de massagens.
mobilidade reduzida, através
de equipamentos elevatórios. SALAS DE GINÁSTICA
|14
Para quem não tem motivação
para treinar sozinho, as aulas
de grupo podem ser uma solução eficaz e divertida. Para
o efeito, conte com dois estúdios amplos e com imensa
luz natural.
JACUZZI
Para quebrar com a rotina do
dia a dia, respire fundo e descontraia. Desfrute do poder
da água, no relaxante jacuzzi.
SQUASH
Adepto de duelos? Escolha
um parceiro à sua medida e experimente o campo de squash.
celho de Caminha se ficou a
dever às excelentes condições
daquela piscina e ao mesmo
tempo proporcionar aos atletas do concelho de Caminha,
a possibilidade de competirem sem terem que se deslocar para outras localidades.
“Sabíamos que existia uma
escola de formação na piscina
de Vila Praia de Âncora, mas
também sabíamos que a partir
de um certo patamar, ou seja,
de competição, os alunos não
tinham qualquer tipo de ofer-
JORNAL
DISTRITOV.P.ÂNCORA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
São vários os serviços que as Piscinas Municipais
disponibilizam. Profissionais especializados e
competentes acompanham cada uma das atividades.
ta ao seu dispor.
A verdade é que os jovens
atletas que queriam continuar não o podiam fazer no concelho uma vez que não existia nenhum clube vocacionado
para a competição. Ao criarmos este polo o problema ficou resolvido”, explica do dirigente.
Rui Silva faz questão de sublinhar que a ideia da criação deste polo nunca foi fazer
concorrência a Caminha, mas
sim dar seguimento à escola
de formação que é proporcionada pela autarquia. “A nossa intenção ao criar este polo
foi sempre ser um parceiro da
autarquia e nunca um concorrente à formação desportiva.
Temos uma relação excelente com a autarquia e respeitamos muito as especificidades do local”.
ta. Antes de transitarem para a
pista de 50 metros é feita uma
avaliação do seu rendimento e
só os que têm notas de acesso
aos nacionais é que vão para
lá treinar”, explica.
Do ponto de vista técnico o
dirigente da EDV considera a
piscina “excelente” para a prática de natação, e chama a atenção para o facto de no distrito
não existir mais nenhuma com
estas características.
“Em Viana do Castelo não
existe nenhuma piscina para
competição, o que existe são
dois tanques de aprendizagem
que é a piscina do Atlântico e
a Piscina Frederico Pinheiro.
Depois temos ainda a piscina
de Barroselas mas nenhuma delas é de competição, são todas
de aprendizagem, só têm entre 5 e 6 pistas.
São excelentes para a aprendizagem”, sublinha.
Piscina de
1300 atletas
V.P.A. a única
dirigida à alta distribuídos
por 9
competição
modalidades
Esta parceria permite ainda
que cerca de uma dezena de
atletas do último patamar da
competição ali possam treinar
também. De referir que a piscina de Vila Praia de Âncora
é a única no distrito que oferece condições para a alta competição, uma vez que possuiu
pista de 50 metros. “Mais vocacionada para a competição
pura”, explica.
Este grupo de atletas é composto por atletas de Caminha
como e ocaso do Alexandre Ribas, do Nuno Graça e do Tiago
Alves, os dois primeiros campeões nacionais, e também por
atletas do distrito de Viana do
Castelo.
“Não são todos os atletas da
EDV que têm acesso a essa pis-
Fundada a 12 de Maio de 1976,
a Escola Desportiva de Viana
é um clube eclético com nove
modalidades distintas.
Com 1300 atletas, cerca de
700 a 800 frequentam a modalidade de natação que vai
desde a aprendizagem à alta
competição.
Atualmente a EDV é uma das
maiores associações desportivas do norte de Portugal, sendo composta por centenas de
jovens que ali praticam diariamente as diversas modalidades para além da natação,
nomeadamente o badmínton,
basquetebol, BTT, esgrima, ginástica, hóquei em patins, patinagem e trail.
É um jogo viciante e eficaz na
perda de calorias.
ZONA COMERCIAL
É um convite ao convívio e
ao lazer. O complexo desportivo inclui ainda uma zona comercial com cinco lojas e uma
cafetaria.
Hidrobike+ - Combina maiores variações de intensidade,
aliando variações de velocidade, maior número de transiNatação para bebés (dos 6 aos 36 meses) - Adaptação ções e incremento de carga.
do bebé ao meio aquático numa atividade que fortalece a Hidrográvidas - As aulas têm como objetivos manter e
relação familiar e social, aumentando a auto-confiança.
melhorar a forma física e o bem-estar da grávida e preparáAdaptação ao meio-aquático - Aprendizagem de habi- la para o momento do parto. Não é necessário saber nadar.
lidades motoras e iniciação às técnicas de nado.
Aprendizagem - Aulas técnicas de natação pura.
Horários
Aperfeiçoamento - Aulas de correção das técnicas de
nado e desenvolvimento da resistência.
Segunda a sexta-feira:
Manutenção - Desenvolvimento da resistência de nado
08h00 - 13h30
e manutenção física.
14h30 - 22h00
Livre - Manutenção física sem acompanhamento do professor.
Sábado:
Hidroterapia - Consiste em utilizar os princípios físicos
09h00 - 13h00
da água como forma de tratamento de várias patologias.
14h00 - 19h00
Não é necessário saber nadar.
Hidroginástica - Consiste na sequência de exercícios loPara mais informações sobre horários
calizados e gerais com o objetivo de desenvolver a capacie preços contactar:
dade resistência e melhorar a sistema cardiovascular. Não
é necessário saber nadar.
Piscinas de Vila Praia de Âncora
Hidropower - É uma modalidade avançada de hidrogi- Rua Pontault-Combault, 4910 Vila Praia de Âncora
nástica que cuida da sua aparência e da sua saúde, pois os
Telefone - 258956050/258956052
exercícios na água, mesmo com a intensidade aumentada
E-mail - [email protected]
são considerados de baixo impacto, evitando lesões articulares. Níveis de intensidade diferente, para diferentes idades!
Deep-Water - É uma modalidade de hidroginástica praticada com a ajuda de um cinto flutuante, permitindo que
se exercite em águas profundas sem que seja necessário
tocar o fundo da piscina com os pés ou mergulhar a cabeça. Vem revolucionar as atividades físicas aquáticas, por
se tratar de um trabalho eficaz feito totalmente sem impacto, proporcionando ao praticante inúmeros benefícios destacando-se: a melhoria da flexibilidade, correção postural,
melhoria da condição física, emagrecimento, entre outros.
Hidrobike - Consiste numa aula com uma bicicleta estática debaixo da água. Fortalece a massa muscular, reduzindo o risco de lesão muscular. Não é necessário saber nadar.
NATAÇÃO
CAMPO DE TÉNIS
nis oferece condições ímpares para a prática desta moÉ a única valência ao ar li- dalidade.
vre. Com todos os requisitos Vários serviços ao dispor
de qualidade, o campo de té- dos utentes
BALNEÁRIOS
Os dois balneários têm uma
vasta área, incluindo zonas de
duche, devidamente equipadas,
e de vestiário. Cada balneário tem também áreas fechadas para quem pretenda garantir a sua privacidade.
|15
JORNAL
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
ameadella
Pastelarias
uma emPresa
que tem crescido
de forma
sustentada
Foi inaugurada em dezembro de 2005 e começou com
6 colaboradores. Em apenas
9 anos a Ameadella Pastelarias já conta com 3 estabelecimentos e quase 50 colaboradores.
A história deste negócio resume-se à vontade de 3 amigos que um dia decidiram criar
algo diferente, algo que oferecesse mais aos clientes não só
em termos de produtos, mas
também no atendimento e alargamento de horários.
“O resultado está à vista e a
|16
Ameadella Pastelarias é um
caso de sucesso” garante Sérgio Rodrigues, um dos sócios
da empresa que revelou ao Jornal C como tudo começou.
“Eu e o Carlos, que é o nosso mestre pasteleiro, éramos
amigos e colegas de trabalho
há 18 anos. Na altura apercebemo-nos que existiam algumas lacunas no mercado em
termos de oferta, nomeadamente nas áreas de padaria. Como
sabe as padarias de rua desapareceram, as grandes superfícies foram ocupando espaço
e foi então que nós decidimos
avançar com algo diferente”.
Com perto de 30 variedades
de pão fabricadas diariamente, a grande aposta da Ameadella foi na diversidade.
“Percebemos que havia pouca oferta e decidimos explorar esta área. Temos uma variedade muito grande de pães:
o pão da aldeia que é uma receita reinventada, o pão saloio, pães de cereais que estavam um pouco esquecidos,
e muitos outros”.
Com fabrico próprio em cada
uma das lojas, a opção, diz Sérgio Rodrigues, tem a ver com
a necessidade que as pessoas
têm em sentir que há alguém
por trás para além do pessoal que está ao balcão.
“As pessoas gostam de saber que lá atrás também está
o padeiro e o pasteleiro. Isto
também nos permite garantir
ao cliente um serviço contínuo
das 7 às 20 horas, sete dias por
semana. A qualquer altura do
dia temos padeiros e pasteleiros na retaguarda para satisfazer os clientes o que, no nosso
entender, é uma mais valia”.
Inovar e satisfazer o cliente
é o grande objetivo da Amedella Pastelarias que, depois
de em 2005 ter aberto a sua
primeira loja na Meadela, atualmente já está na cidade de
Viana do Castelo, na encosta de Santa Luzia, e também
em Ponte de Lima.
“Na parte do fabrico temos
sempre em conta aquilo que
são as opiniões dos clientes e
também as nossas, como é obvio. Na parte de atendimento
a nossa aposta é na simpatia
e no bom atendimento. Apostamos muito na formação do
nosso pessoal”.
Ao longo dos nove anos de
existência a Ameadella Pastelarias já conquistou alguns
prémios, nomeadamente o de
PME de Excelência em 2011
e 2012, um prémio que se reveste de grande importância,
como refere Sérgio Rodrigues.
“Para nós é uma grande mais
valia porque fomos das poucas empresas no setor da hotelaria a ser distinguida aqui
na zona de Viana do Castelo.
Conquistamos outros prémios
a nível internacional, nomeadamente em feiras de chocolate”.
A chocolataria é outro dos exlíbris da Ameadella Pastelarias que se dedica ao fabrico
de bombons. “A Ameadella
também é muito conhecida
pelos seus chocolates. Apostámos muito na bombonaria.
Só para ter uma ideia, fabricamos por mês uma média de
200 a 300 quilos de bombons
que são adquiridos por clientes não só de Viana, mas também de outros locais, desde
Monção até ao Porto”, explica.
Pioneiros a nível nacional na
técnica de impressão em chocolate, os bolos de aniversá-
JORNAL
EMPREENDE+
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
rio são outra das especialidades da Ameadella Pastelarias.
O bolo crocante de chocolate, com patente registada, é o
“Top Ten” da pastelaria.
“É um ex-líbris há mais de
oito anos nesta empresa e continua a ser um caso de sucesso”, revela.
A empresa está dividida em
quatro setores: Padaria; Pastelaria, Chocolates e Cafetaria. “São áreas distintas que
se completam”.
Combater o mito que se criou
nos últimos anos de que o pão
engorda, é o grande desafio
deste empresário que defende, por exemplo, o regresso
do pão ao pequeno almoço.
“As pessoas perderam esse
hábito e o que se verificou foi
um decréscimo muito grande
no consumo de pão ao pequeno almoço que foi sendo substituído pelos cereais. A culpa
também foi nossa porque não
soubemos inovar de forma a
contrariarmos esta tendência”.
A crise também se faz sentir
no setor, principalmente no que
toca à pastelaria, mas Sérgio
Rodrigues diz que cabe aos
empresários contrariar esta
tendência.
“Ao nível da pastelaria essa
quebra sentiu-se um pouco
mas mesmo assim as pessoas continuam a comprar um
bolo sempre que há um aniversário. Se não for um bolo
de dois quilos é de um, se não
for de um é de meio quilo”.
Crescer de forma sustentada
é o grande objetivo futuro da
Ameadella Pastelarias que não
descarta a hipótese de abrir outra loja nos próximos tempos.
“Nós queremos crescer mas
com sustentabilidade. O nosso
crescimento foi acontecendo a
medida que os clientes nos fo-
ram exigindo e quando abrimos este espaço, há nove anos,
a ideia era ficarmos por aqui.
Passados dois ou três anos percebemos que já não estávamos
a conseguir pôr em prática o
serviço de excelência que pretendíamos para o nosso cliente, e decidimos abrir na encosta
de Santa Luzia um novo estabelecimento, que se veio a revelar mais um caso de sucesso.
Há um ano atrás decidimos
abrir em Ponte de Lima porque percebemos que tínhamos
muitos clientes daquela zona”.
Com uma vasta clientela a
norte, Sérgio Rodrigues não
descarta a hipótese de um dia
se voltar para este lado e abrir
nesta zona um estabelecimento.
Caminha é uma das hipóteses
até porque a Ameadella Pastelarias “tem muitos clientes
de Caminha e Vila Praia de
Âncora”, adianta.
|17
JORNAL
DISTRITOCAMINHA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
CAMINHA
por isso precisam da ajuda dos
mais jovens que por acaso ultimamente até têm aparecido”.
Uma casa
aberta à
comunidade
Abrir a Casa do Orfeão à comunidade, a outras instituições
e à realização de eventos como
por exemplo exposições, é outro dos objetivos da atual direção que garante estar disponível para protocolar com outras
associações nesse sentido.
“Neste momento temos a funcionar aqui nas nossas instalações um escola de concertinas
que não tem nada a ver com o
Orfeão. Decorre de um protocolo que estabelecemos e entretanto temos outros em vista”.
De portas abertas, o Orfeão
espera poder atrair mais gente para as suas secções, principalmente jovens porque, como
explica Jofre Costa, “são eles
que no futuro irão manter esta
e outras instituições como a
nossa”.
Uma
instituição
com história
Orfeão de Vila Praia de Âncora precisa
de “sangue novo” para continuar
A possibilidade de
cessar a atividade por
falta de orfeonistas
foi recentemente
equacionada pela
direção do Orfeão
de Viana Praia de
Âncora, uma das
instituições mais
antigas daquela Vila.
Mas os 56 anos de vida
do Orfeão pesaram
mais e os sócios
decidiram continuar
com um trabalho que
é cada vez mais difícil.
Além da falta de
apoio financeiro,
àquela coletividade
do concelho de
Caminha falta sangue
novo. O grito de
alerta é lançado pelo
presidente da direção
do Orfeão.
José Alfredo Costa
admite que a falta de
elementos põe em
risco a continuidade
da instituição que se
dedica ao voluntariado
cultural.
|18
Depois de ter lutado durante
anos por instalações condignas,
o que aconteceu em 2010 com
a reconstrução e adaptação da
antiga Escola do Viso, desativada pelo Ministério da Educação, o Orfeão de Vila Praia de
Âncora debate-se agora com
outro “grave” problema: a falta de elementos no coro, principalmente masculinos.
O presidente da direção deu
conta de um momento “bastante difícil” que vive atualmente o Orfeão e diz mesmo
que chegaram a ponderar a sua
extinção.
“A verdade é que o coral atravessa um momento bastante difícil. Posso dizer que vamos na
próxima semana reativar a nossa
atividade mas estivemos com
sérias dúvidas porque terminamos a época passada bastante
desfalcados sobretudo no que
respeita a vozes masculinas.
Estivemos a contar espingardas esta semana e resolvemos
avançar porque chegamos à conclusão que tínhamos algumas
espingardas de reserva e vamos andar para a frente”.
Para além de novos elementos para o coro, o Orfeão precisa de começar a pensar num
novo maestro porque, como revela José Costa, o atual “já está
cansado”.
“O Francisco Presa há muitos
anos que está à frente do Orfeão e torna-se desgastante”.
Segundo José Alfredo Costa, a vontade do atual maestro é passar para os bancos
para cantar mas, infelizmente, até ao momento ainda não
foi encontrado um substituto
à sua altura.“Ainda não conseguimos encontrar ninguém
para substitui-lo porque tem
um saber acumulado de muitos anos. Tem que ser alguém
com muita formação. Nos conhecemos maestros e maestrinas que nos podiam satisfazer
só que isso iria custar-nos muito dinheiro e não temos essa
capacidade”, explica.
Tal como as demais coletividades e associações também
o Orfeão enfrenta dificuldades financeiras. “Não somos
exceção”.
Mais do que tudo é de novos
elementos que o Orfeão necessita neste momento e por isso
o presidente da direção lança
o desafio a todos para que visitem, sem compromisso, a instituição.
“Temos ensaios à quarta-feira às nove e meia da noite e
quem quiser vir assistir ou experimentar está à vontade para
nos visitar, são nossos convidados”.
Neste momento o coral tem
25 elementos mas o ideal seria ter entre 30 a 40, metade
homens e a outra metade mulheres.
“No início de época temos
sempre algum desfalque principalmente por causa dos jovens que vão estudar para as
universidades. Neste momento precisamos de homens mas
também de mulheres. Precisamos de toda a gente de boa
vontade porque o que queremos é que as pessoas possam
conviver umas com as outras,
que se conheçam e façam novas amizades. O Orfeão é uma
boa forma das pessoas se relacionarem com o meio e se
socializarem, principalmente
aquelas que não são de cá mas
moram aqui”, explica.
Reativar a
secção de
teatro é “uma
ideia fixa”
Reativar a secção de teatro,
que em tempos foi uma referência, é outros dos objetivos da
direção do Orfeão. José Costa
diz que é uma “ideia fixa” que
tem. Até ao fim do ano quer que
tudo esteja a funcionar.
“Neste momento já temos algumas pessoas dispostas a aderir ao projeto e peno que com
a prata da casa vamos conseguir reativar a nossa secção de
teatro”,
Relativamente ao Grupo de
Danças e Cantares o presidente
da direção confessa que também está a precisar de “sangue novo”.
“Já estamos há muitos anos
com as mesmas pessoas e o que
acontece e que algumas já não
têm a mesma agilidade que tinham há 20 anos, é normal e
Fundado a 17 de março de
1958, o Orfeão de Vila Praia
de Âncora nasceu da vontade de um grupo de ancorenses
que, querendo encontrar uma
forma de ocupar as noites de
ócio, decidiu convidar o Padre
José Pereira Lima para formar
um grupo coral.
O projeto iniciou-se com um
grupo coral mas depressa abarcou outras áreas, nomeadamente o teatro, danças regionais,
escola de música, entre outras.
Das atividades iniciais, resistiram até aos dias de hoje o grupo coral que mais tarde daria
origem ao Orfeão, o Grupo de
Danças e Cantares Regionais e
o Teatro, esta última com menos atividade nos últimos tempos, uma situação que a atual
direção quer reverter.
Jofre Costa, presidente da direção do Orfeão de Vila Praia
de Âncora, dá conta de uma
instituição com história, “uma
das mais antigas de Vila Praia
de Âncora, à exceção da Associação Humanitária dos Bombeiros. Juntamente com o Clube de Pesca e Caça julgo que
deve ser das mais antigas”.
Com escritura datada de 1958
sabe-se que a sua formação é
anterior a isso. Foi fundado pelo
pároco José Pereira Lima que,
com em conjunto com alguns
jovens daquela altura, decidi-
JORNAL
DISTRITO
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
VIANA DO CASTELO
ram formar um coro.
Jofre Costa explica que inicialmente se tratava de um coro
masculino que fazia parte da
Sociedade de Instrução e Recreio Ancorense (SIRA).
“Depois foi-se alargando às
senhoras que na altura aderiram em massa, porque era a
única forma que tinham de sair
de casa. Tinham ordem para
sair até mais tarde”, recorda.
Em 1958 o Orfeão deixa de
ser uma secção da SIRA e torna-se independente formando
assim o Orfeão de Vila Praia
de Âncora, uma instituição que
ao longo dos anos tem divulgado a cultura local, levando
o nome de Vila Praia de Âncora e do concelho de Caminha a diversos pontos do país
e do estrangeiro.
Em 1963 foram aprovados oficialmente os estatutos, tendo
como finalidade “promover o
convívio e a cultura geral, especialmente a cultural musical
dos sócios, em escola própria,
com preferência pela música
coral”.
Para além do Grupo Coral, no
Orfeão de Vila Praia de Âncora formou mais tarde um grupo de teatro constituído por 20
elementos que todos os anos
apresentava pelo menos um espetáculo teatral. Neste momento esta atividade está suspensa
mas a atual direção quer revitalizá-la.
Criado em 1971, o Grupo de
Danças e Cantares do Orfeão
dedica-se, desde a sua formação, à recolha e apresentação
de danças e cantares do Alto
Minho, especialmente as da
Serra d’Arga.
Com diversos discos gravados, possui uma fabulosa coleção de trajes regionais.
Na história do orfeão contase ainda a instalação em 1961,
nas suas instalações, de uma biblioteca da Fundação Calouste Gulbenkian.
Autarquia de Viana
pondera solicitar
inconstitucionalidade
do Fundo de Apoio
Municipal
A Câmara Municipal de Viana do Castelo está a estudar a
possibilidade de solicitar a inconstitucionalidade do Fundo de Apoio Municipal, instrumento que irá novamente
criar constrangimentos às autarquias. A inconstitucionalidade tem por base a violação do princípio da prossecução
de interesses próprios das populações e do princípio da
territorialidade das atribuições da autarquia.
A autarquia de Viana do Castelo considera que estão em
causa princípios constitucionais com a aplicação desta nova
legislação, nomeadamente porque determina que uma autarquia em boas condições financeiras deve desviar recursos
das suas funções constitucionais para cumprir atribuições
que lhe são constitucionalmente alheias e vedadas, algo
que é inconstitucional por violação do art. 235º nº2 da CRP.
Esta contestação judicial fica a dever-se à constatação de
que a lei é injusta e penaliza os Municípios que apresentam uma situação financeira equilibrada, mas também a
população, que poderá ver-se confrontada com o aumento de taxas e tarifas e as próprias autarquias, impedidas de
realizar intervenções, obrigadas a redução de pessoal e sujeitas a constrangimento financeiros.
Vereadores do PSD impedidos
de assistir às reuniões de
Câmara de viana
Os 3 vereadores do PSD que integram o executivo camarário de
Viana do Castelo acusam o executivo socialista liderado por José
Maria Costa de os impedir de assistirem às reuniões de Câmara.
Em nota enviada à imprensa, os
autarcas sociais democratas justificam que no início deste mandato
as reuniões ordinárias da Câmara
de Viana do Castelo realizavamse às segunda-feira.
Os vereadores do PSD acusam
o presidente de Câmara de, “sem
qualquer fundamento”, ter alterado o regimento, passando as reuniões de Câmara a realizar-se às
quintas-feiras às 6 horas da tarde
e depois às 3 da tarde.
Dias e horários que impedem os
autarcas sociais democratas de estarem presentes devido às suas obrigações profissionais, como revelou ao Jornal C o vereador social
democrata Eduardo Teixeira.
“Isto é o protótipo de alguém que
não quer viver em democracia. Os
vereadores da oposição alertaram
nas duas últimas reuniões, onde
foi votada a alteração da reunião
para as 15 horas, que não podiam
e votaram contra”.
Eduardo Teixeira acusa o autarca de Viana do Castelo de usar de
“expedientes” para governar “sem
qualquer respeito” pela representatividade dos outros partidos”.
O deputado social democrata lembra que os vereadores da oposição não têm pelouros atribuídos
e por isso não estão na câmara a
tempo inteiro. “Que vota favoravelmente este horário é quem está
lá a tempo inteiro”.
Os 3 vereadores do PSD que integram o executivo camarário de
Viana do Castelo acusam o executivo socialista liderado por José
Maria Costa de os impedir de assistirem às reuniões de Câmara
por causa dos horários escolhidos para as reuniões de câmara.
Bloquistas de Viana
avançam com moção
Um grupo de Viana do Castelo
de militantes do Bloco de Esquerda vai apresentar uma moção na
nona Convenção Nacional do Bloco de Esquerda agendada para 22 e
23 de Novembro, em Lisboa, e que
vai ficar marcada pela disputada da
liderança do partido entre os atuais
coordenadores: Catarina Martins e
João Semedo, e o líder parlamentar
do BE, Pedro Filipe Soares.
A “Moção A- Uma resposta de Esquerda” foi apresentada publicamente em conferência de imprensa em
Viana do Castelo.
Luís Louro, um dos responsáveis
por esta ação, explicou ao Jornal
C qual a razão que os leva os bloquistas de Viana a avançarem com
esta moção.
“Esta moção surge na sequência
do entendimento de alguns dos aderentes de Viana do Castelo de que
as moções que estavam em cima da
mesa e que já tinham sido apresentadas, não respondiam a um problema que para nós era essencial”.
Câmara de Viana
avança com Orçamento
Participativo
O executivo de Viana do Castelo aprovou, em reunião de câmara, a criação do Orçamento
Participativo (OP), “um instrumento e um importante símbolo para uma cultura de participação e envolvimento dos
cidadãos na sociedade democrática, promovendo uma cidadania ativa e práticas de construção coletiva”.
Esta iniciativa tem como objetivo promover uma progressiva participação dos cidadãos
na discussão e elaboração do
orçamento público municipal
e pretende-se, deste modo, estreitar a ligação entre a autarquia e os munícipes e, com
isso, reforçar os mecanismos
de transparência e de credibilidade da administração, bem
como, em consequência, aperfeiçoar a qualidade da própria
democracia.
Esta participação tem como
objetivos incentivar o diálogo entre eleitos, técnicos municipais, cidadãos e a sociedade civil, de forma organizada,
na procura das melhores soluções para problemas e desafios comuns tendo em conta
os recursos disponíveis, promovendo uma democracia de
proximidade; contribuir para
a educação cívica, responsável
e inclusiva permitindo aos ci-
dadãos integrar as suas preocupações pessoais com o bem
comum, compreender a complexidade dos problemas e desenvolver atitudes, competências e práticas de participação;
adequar as políticas públicas
municipais às necessidades e
expectativas das pessoas, para
melhorar a qualidade de vida
na comunidade, favorecendo
a modernização participativa
da Administração; e aumentar
a transparência da atividade da
autarquia, o nível de responsabilização dos eleitos e da estrutura municipal, contribuindo para reforçar a qualidade da
democracia e apoiar o desenvolvimento comunitário.
O primeiro OP de Viana do
Castelo será dedicado a projetos de intervenção na área
urbana que abrange a freguesia de Viana do Castelo (Santa Maria Maior, Monserrate) e
Meadela e as propostas apresentadas devem inserir-se nas
Segundo Luís Louro esse problema prende-se essencialmente com
a necessidade de “respostas imediatas para os problemas que assolam os portugueses. No nosso entendimento as moções apresentadas
não tinham esse objetivo e adiavam
ou tentavam prolongar o prazo dessa resposta para 2019. Entendemos
que as respostas têm que ser imediatas, para 2015, e nessa perspetiva entendemos apresentar essa moção”, explica.
A proposta é subscrita inicialmente por aderentes de Viana do Castelo mas pretendemos alargá-la a
aderentes de Braga e Matosinhos.
“A moção iniciou os seus trabalhos
de elaboração muito próximo da data
limite e por isso não foi possível,
nesta primeira fase, alargar a discussão a outros aderentes do Bloco”.
Até à convenção que terá lugar nos
próximos dias 22 e 23 de Novembro, os bloquistas de Viana do Castelo vão alargar a discussão por forma a obterem mais apoios.
áreas de competência do Município, no que diz respeito à
Ação Social e Cultura, correspondendo a intervenções físicas/infraestruturais, pequenos
equipamentos, serviços, programas e ações, sendo que se
excluem os eventos que correspondam a espetáculos, festivais, concertos ou outros eventos de natureza semelhante.
Atendendo ao seu carácter experimental, a Câmara Municipal de Viana do Castelo atribui
ao Orçamento Participativo de
2014 um montante global de
250.000€ (duzentos e cinquenta mil euros) para financiamento dos projetos mais votados
pelos cidadãos, com uma dotação máxima por projeto de
50.000€ (cinquenta mil euros).
O Orçamento Participativo
privilegia a participação dos
seus munícipes, destinando-se
a todos os residentes do concelho de Viana do Castelo com
idade igual ou superior a 18
anos e terá as seguintes fases:
Fase 1: Preparação do processo: 5 de outubro a 13 de novembro; Fase 2: Apresentação
de propostas: 16 de novembro
a 18 de dezembro; Fase 3: Análise técnica e publicação dos
projetos provisórios: até 22 de
março; Fase 4: Período de reclamações: até 30 de março;
Fase 5: Resposta a reclamações e publicação dos projetos definitivos: até 9 de abril;
Fase 6: Votação: de 12 de abril
até 14 de maio e Fase 7: Seleção e apresentação dos projetos vencedores: até 31 de maio.
|19
JORNAL
ARCOS DE VALDEVEZ
CAMINHA
Coberturas de
fibrocimento
desaparecem nas
EB1 e JI de Viana
do Castelo
A autarquia vianense lançou um concurso público da
empreitada de substituição de coberturas de fibrocimento nas Escolas de Ensino Básico e jardins-de-infância do concelho, num valor aproximado de meio
milhão de euros.
Este investimento da autarquia abrange a Escola Básica do 1º Ciclo de Vila Nova de Anha; Escola Básica do 1º Ciclo/Jardim de Infância de Carvoeiro; Escola Básica do 1º Ciclo/Jardim de Infância de Castelo de
Neiva; Escola Básica do 1º Ciclo da Areia - Darque;
Escola Básica do 1º Ciclo do Cabedelo – Darque; Escola Básica do 1º Ciclo/Jardim de Infância de Monserrate; Escola Básica do 1º Ciclo de S. Romão de Neiva; Escola Básica do 1º Ciclo/Jardim de Infância de
Outeiro; Escola Básica do 1º Ciclo de Vila de Punhe;
Escola Básica do 1º Ciclo/Jardim de Infância Vila de
Franca; e Escola Básica do 1.º Ciclo e Jardim de Infância de Vila Fria.
De sublinhar que, com este último investimento, ficam concluídas até Julho de 2015 todas as intervenções
para retirar as coberturas em fibrocimento das escolas
sobre a alçada da Câmara Municipal, num esforço financeiro que vai também de encontro às necessidades e
anseios da comunidade educativa de Viana do Castelo.
Câmara de Viana
aprova reforço
dos vales sociais
A Câmara Municipal de Viana aprovou, na última reunião de executivo, o reforço da verba destinada aos vales
sociais, uma iniciativa da autarquia que pretende proporcionar o consumo de produtos frescos como frutas, legumes, carne e peixe junto da população mais carenciada.
A iniciativa, apresentada em Julho de 2012, passa pela
atribuição de vales sociais de cinco euros para frutas e
legumes e de dez euros para carne e peixe. Para além
dos 18 mil euros já atribuídos desde a sua criação e face
às inúmeras solicitações que chegam à Divisão de Ação
Social, quer através das diversas instituições do concelho quer no âmbito do atendimento social, foi agora reforçada a verba no montante de dois mil euros.
De sublinhar que esta medida social, criada pela urgência em adequar as respostas sociais imediatas às reais
necessidades da população, tem como objetivo proporcionar o consumo de produtos frescos que normalmente estão indisponíveis nas instituições que atribuem géneros alimentares, que são entregues após avaliação da
situação socioeconómica da família, efetuada pela Divisão de Ação Social da Câmara, ou que tenha sido encaminhada por outra entidade, acompanhada de informação social.
Esta forma de dar resposta imediata para suprimir e minimizar as dificuldades das famílias insere-se na política
de reforço de intervenção da autarquia na Ação Social,
que possibilitou uma ação mais adequada e ajustada às
necessidades apresentadas pelos munícipes.
|20
DISTRITO
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
PAREDES DE COURA
Ninho de
vespa obriga
a evacuação
de uma escola
em Viana
A Câmara Municipal de Viana do Castelo, através dos
serviços municipais de Proteção Civil, viu-se obrigada a
evacuar na passada semana, a Escola EB 2.3 de Barroselas devido à presença de um ninho vespeiro.
Esta situação, identificada em 2012 como uma praga no
Alto Minho, tem sido alvo de alertas para a necessidade
de intervenção concertada entre os diversos atores, com
especial incidência para o combate à praga. Recentemente, uma deliberação da autarquia solicitava uma reunião
para apurar medidas, o que chegou a acontecer em Ponte de Lima, onde foram dadas informações mas sem concretização de medidas.
Até à data, tem sido inúmeros os casos de aparecimento
da vespa asiática na região norte com elevados prejuízos
para a agricultura e, em breve, para a polinização porque
grande parte das abelhas foram exterminadas.
A autarquia de Viana lamenta que, durante os últimos
dois anos, o Ministério da Agricultura não tenha tomado
as devidas precauções e as iniciativas esperadas, mobilizando esforços no combate à praga, apesar das inúmeras
insistências de várias entidades.
“Em Viana do Castelo, onde já foram exterminados mais
de quinhentos ninhos vespeiros num esforço dos serviços
de proteção civil e bombeiros municipais, há a lamentar
que o Ministério da Agricultura continue a manifestar total
incapacidade e um certo alheamento a esta situação grave que pode por em causa a saúde pública mas também a
atividade apiária e agrícola da região norte”.
Segundo a autarquia vianense o incidente da passada semana deveu-se exclusivamente “à incapacidade do Ministério da Agricultura de resolver um problema que foi sinalizado há quase dois anos e para o qual o Ministério da
Agricultura andou a “assobiar para o ar””, acusa.
Para a câmara de Viana do Castelo os principais responsáveis desta situação são o Ministério da Agricultura que,
tendo tido conhecimento da praga há dois anos, foi totalmente “incapaz” de qualquer decisão efetiva para resolver o problema.
Entretanto a autarquia já alertou o Ministério da Agricultura para serem tomadas medidas eficazes e urgentes
para este grave problema que afeta a saúde públicas e a
economia local.
PONTE DA BARCA
PONTE DE LIMA
Alunos de cerveira
vão ter mais apoios
A Câmara Municipal de Vila
Nova de Cerveira decidiu alargar, de oito para 10, o número
de bolsas de estudo atribuídas
aos alunos mais carenciados do
concelho inscritos no ensino
superior. A alteração do novo
regulamento já se encontra em
discussão pública.
Com a concessão deste incentivo, a autarquia pretende
dar continuidade à formação
superior dos mais jovens que
possam contribuir, no futuro,
com o seu trabalho e dedicação, para o desenvolvimento
social, económico e cultural
do concelho.
As novas alterações ao regulamento visam, segundo a
vereadora da ação social, fomentar uma maior justiça social e igualdade de oportunidades. Aurora Viães salienta
que os problemas económicos,
aos quais os cerveirenses não
são alheios, levaram a autarquia a reforçar este apoio social escolar.
Para além do aumento no nú-
mero de bolsas a atribuir em
2014/2015, o novo regulamento dita que a abertura do concurso transite do mês de outubro para novembro, de forma
a também apoiar os estudantes
que entrem na segunda fase.
Entre outras alterações, o candidato tem de residir há pelo
menos 5 anos em Vila Nova de
Cerveira, e não os 3 até aqui
definidos; os beneficiários terão de prestar uma colaboração de 70 horas de trabalho
comunitário.
De modo a tornar o concurso
mais equilibrado foram ainda
alterados os critérios de pontuação das médias dos alunos que
ingressam no ensino superior, e
daqueles que já o frequentam.
O Regulamento estabelece
ainda os princípios gerais de
atribuição das bolsas de estudo, o processo de candidatura, a seleção dos candidatos,
os deveres e direitos dos bolseiros, bem como o valor e a
forma de pagamento das bolsas concedidas.
Simpósio Ibérico sobre a
Bacia Hidrográfica do rio
Minho de 7 a 8 de Novembro
Vila Nova de Cerveira acolhe, entre 7 e 8 de novembro,
a VII edição do Simpósio Ibérico sobre a Bacia Hidrográfica do rio Minho, um espaço
de debate abrangente com a
apresentação de diferentes perspetivas de vários especialistas
portugueses e galegos. As inscrições são livres e estão a decorrer até 31 de outubro.
A iniciativa tem como objetivo a divulgação de projetos em
curso ou já concluídos, abordando diferentes temáticas e
tendo a bacia hidrográfica do
rio Minho como área de intervenção, para além de promover a discussão sobre a gestão
dos recursos naturais e sensibilizar para a importância da
preservação da biodiversidade
associada ao rio Minho.
Os temas propostos para reflexão neste VII Simpósio versam
os Recursos Naturais (ecossistema estuarino e limnológico;
qualidade da água e sedimentos;
florestas, recursos físicos, bioló-
gicos e geológicos); a Atividade Humana (Pescas e aquacultura; agricultura; Lazer e meio
ambiente e poluição); a Gestão (ordenamento do território
e conservação da natureza; cooperação luso-espanhola; ação
das autarquias e comunidades
locais; legislação e ambiente)
e a Educação Ambiental.
Numa organização do Aquamuseu do rio Minho e o Município de Vila Nova de Cerveira e colaboração do Centro
Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental e a
Escola Superior Gallaecia, este
evento ibérico prima pela vertente dinâmica e interativa ao
aceitar comunicações orais e
posters que serão, posteriormente, publicadas em Actas
do Simpósio.
O prazo limite para inscrições
é a 31 de outubro de 2014, no
Aquamuseu do rio Minho, através do telefone 251 708 026
ou do email: [email protected].
JORNAL
DISTRITO
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
MELGAÇO
MONÇÃO
VALENÇA
Bienal de Cerveira promove Concurso
Artistas do Alto Minho e Galiza 2014
A Câmara Municipal de Vila
Nova de Cerveira, em colaboração com a Fundação Bienal de
Cerveira, promove um concurso regional de pintura e escultura, contemporânea, naïf e autodidática, destinado aos artistas
residentes no Alto Minho e nos
concelhos limítrofes da Galiza.
O concurso envolve a atribuição de dois prémios aquisição “Câmara Municipal de
Vila Nova de Cerveira”, cujo
valor é de 2.500€ (1.º Prémio)
e 500€ (2.º Prémio).
Segundo Henrique Silva, VicePresidente da Fundação Bienal
de Cerveira, pretende-se com
Município de Cerveira com
resultados positivos nos
primeiros seis meses
a iniciativa “recuperar os conhecimentos tradicionais e artesanais do Alto Minho, fundindo-os com as novas propostas
plásticas dos artistas contemporâneos”, dando a conhecer os
artistas oriundos ou que criaram raízes nesta região e que
têm contribuído para o desente face ao primeiro semestre do
ano passado, fruto da redução
das rubricas de Empréstimos
bancários no valor de 474.183
volvimento cultural local.
Podem concorrer artistas de
nacionalidade portuguesa e estrangeira, desde que residentes nos municípios do Alto Minho e Galiza, na modalidade
de pintura ou escultura, com o
máximo de duas obras.
As obras a concurso, juntamente com o Formulário de
Inscrição e Currículo Artístico, deverão ser entregues entre 21 e 25 Outubro de 2014,
no Fórum Cultural de Cerveira ou enviadas por correio, por
conta dos concorrentes e até à
data limite referida para: Fundação Bienal de Cerveira, Av.
das Comunidades Portuguesas,
S/N, 4920-275 Vila Nova de
Cerveira).
As obras premiadas ficarão
a pertencer ao Museu Bienal
de Cerveira.
Os prémios serão entregues
aos vencedores por ocasião do
encerramento da exposição, a
realizar no Fórum Cultural de
Cerveira, entre 8 de Novembro e 6 de Dezembro de 2014.
dos, o executivo realça “a política de gestão rigorosa e sustentável, com efeitos positivos
e concretos, que permitem ao
continuar o trabalho de desenvolvimento para o futuro”.
VIANA DO CASTELO
VILA NOVA DE CERVEIRA
Câmara de Cerveira
quer resolver
definitivamente ocupação
da pousada D. Dinis
O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira solicitou à Direção Geral do Tesouro e das Finanças
mais uma reunião para apresentar uma solução alternativa
que possa resolver o impasse
em que se encontra o processo de ocupação dos edifícios
da antiga Pousada D. Dinis.
Apesar dos vários encontros
mantidos desde que tomou posse a 19 de outubro do ano passado, a autarquia cerveirense
sublinha que não tem obtido
respostas satisfatórias da entidade responsável. Deste modo,
o edil continua a insistir numa
resolução definitiva, com benefícios para ambas as partes, de
uma situação que já sofreu con-
testação do anterior executivo.
Fernando Nogueira assegura
“não atirar a toalha ao chão”,
e espera conseguir uma reunião produtiva com os técnicos da Direção-Geral de Tesouro e Finanças, numa altura
em que vai apresentar um ‘plano B’, com o objetivo de dar
vida aos edifícios do Castelo
e travar o já visível estado de
degradação.
Desde o encerramento da Pousada D. Dinis, em Maio de 2008,
pelo Grupo Pestana, aquele espaço da época medieval, localizado em pleno coração da vila,
não tem registado tanta procura por parte de turistas, uma situação que está a preocupar a
autarquia e a população.
Câmara
mantém em
Rojões à Moda do Minho
2015 taxas de
IMI nos valores nos restaurantes
mínimos
Apesar de no primeiro semestre de 2014, o município de
Vila Nova de Cerveira ter arrecadado menos receita do que
relativamente ao período homólogo, o Rácio de Autonomia
Financeira passou de 49,42%
para 52,5% num espaço de um
ano, fruto de uma política de
gestão “rigorosa”.
A informação da situação económica e financeira cerveiren-
se foi aprovada por unanimidade em reunião do executivo.
A menor receita explica-se pela
redução das «Transferências de
Capital» face ao mesmo período de 2013, designadamente
as «participações comunitárias em projetos cofinanciados» que em 2014 foi arrecadando menos 956.907 euros.
Como fator positivo, o passivo
global reduziu significativamen-
euros e de fornecedores (conta corrente e imobilizado) no
valor global de 312.162 euros.
O ativo líquido do município
de Vila Nova de Cerveira registou ainda uma variação positiva de 1,41% essencialmente
devido ao aumento da imobilização em curso de imobilizações corpóreas e das disponibilidades.
Perante os presentes resulta-
É graças a “uma gestão rigorosa” e a um “esforço de poupança” que a autarquia de Vila
Nova de Cerveira vai manter
em 2015 as taxas de IMI nos
valores mínimos já praticados
este ano.
A equipa camarária liderada pelo
independente Fernando Nogueira, com a aprovação unânime
da Assembleia Municipal, vai
manter nos 0,3 por cento o valor do Imposto Municipal Sobre
Imóveis para os prédios urbanos
avaliados e nos 0,8 por cento
para os imóveis não avaliados.
Ao Jornal C o presidente da
Câmara justifica a decisão com
a “necessidade de aliviar as famílias portuguesas, actualmente sob uma forte carga fiscal”.
de Cerveira
Integrando o calendário gastronómico para o ano de 2014, a
Câmara Municipal de Vila Nova
de Cerveira, em parceria com 11
restaurantes do concelho, promove, durante todos os fins-desemana do mês de outubro, os
rojões à moda do Minho.
O ‘Sabores Tradicionais de Cerveira’ é um evento que visa não
só promover a gastronomia típica do concelho, como também
contribuir para uma maior dinâmica dos estabelecimentos de
restauração aderentes.
Numa tentativa de captação de
clientes no início da dita época
baixa, a promoção da gastronomia tradicional elege um prato tipicamente minhoto e muito
consensual: os Rojões à Moda
do Minho, que congrega a carne e os enchidos do porco, tão
apreciados por todos quantos
visitam o Alto Minho.
Sendo a gastronomia cerveirense marcada por uma grande diversidade e tipicidade,
o Executivo Municipal optou, este ano, por promover
vários pratos típicos do concelho, convidando a população residente e visitante a desfrutar de iguarias mais doces
ou salgadas, dando a conhecer pratos por vezes simples,
mas com um enorme peso tradicional, evitando que algumas destas receitas caiam em
desuso.
|21
JORNAL
DESPORTO
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Autarquia
de Viana
aprova
apoios à
atividade
desportiva
MONÇÃO:
RELVADO
SINTÉTICO
NO CAMPO
DO AREAL
O Executivo Municipal de Monção aprovou, por unanimidade, o relatório final e
proposta de adjudicação da empreitada do relvado sintético do Campo do Areal,
casa do U.D. “Os Raianos”, pelo valor de 179.676,33 € acrescido do IVA à taxa legal em vigor.
Os trabalhos, que englobam ainda a manutenção do relvado sintético durante três
anos, terão uma duração de 150 dias a contar do ato de consignação. Além de proporcionar melhores condições para a prática desportiva, a presente valorização constituirá um incentivo muito forte no capítulo da formação de jovens atletas.
Para a viabilização desta empreitada, houve a necessidade da celebração de um con-
trato de comodato entre a U.D. “Os Raianos” e o Município de Monção. O documento, rubricado entre as duas
partes, foi aprovado na reunião do executivo municipal.
Naquele documento, com a duração de 25 anos, a U.D.
“Os Raianos” cede ao município, a título gratuito, o direito de uso e fruição do Campo do Areal, concedendo-lhe autorização para realizar as benfeitorias necessárias no âmbito desta parceria, isto é, a execução de
arrelvamento sintético no recinto de jogos.
Neste momento, o concelho de Monção conta com um
relvado natural, Estádio Manuel Lima, casa do Desportivo de Monção, e dois relvados sintéticos.
Um no Parque Desportivo Municipal, no Parque das
Caldas, e outro no Parque Desportivo do Vale do Gadanha, em Moreira.
Com a execução do Campo do Areal, em Messegães,
garante-se cobertura às freguesias do Vale do Mouro, e
fecha-se o ciclo deste género de equipamentos. Refira-se
que esta deliberação dá cumprimento ao programa eleitoral dos três partidos com representação no executivo
municipal. PS, no poder, e PSD e CDS/PP, na oposição.
Seniores com Vida Ativa em Valença
Ginástica, Danças e Jogos Tradicionais
Ginástica de manutenção, boccia e danças de salão prometem
animar os seniores valencianos,
com 60 anos ou mais, através
do programa “Vida Ativa”. As
atividades arrancaram em 1 de
Outubro e decorrerão ao longo dos próximos dez meses.
Duas vezes por semana os seniores valencianos terão a oportunidade de participar em sessões de ginástica de manutenção
e danças de salão.
Atividades enriquecidas, nesta
temporada de 2014 / 2015 com
a realização de uma caminhada e sessões de jogos tradicionais inter-freguesias, uma vez
por mês.
Os interessados em participar e que ainda não tenham
realizado a sua inscrição podem-no fazer na Piscina Municipal de Valença ou nas juntas de freguesia do concelho.
O programa “Vida Ativa”
tem como objetivo criar um
espaço divertido, promotor de
interações sociais e ao mesmo
tempo, promover a saúde dos
seus participantes. Na prática
são atividades recreativas pensadas para ocupar os tempos
livres, de uma forma divertida e saudável, com muito convívio à mistura. Atividades
pensadas para melhorar a autonomia, resistência a flexibilidade, a força, o equilíbrio e a
coordenação motora, criando
e reforçando hábitos de vida
saudáveis e daí retirar todos
os benefícios para a saúde das
pessoas.
A pratica de hábitos e vida
saudável e o exercício regular
aumenta a esperança de vida,
segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2014, o
P.N.U.D. - Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento, objetivo a que o Vida Ativa
pretende dar o seu contributo.
O programa Vida Ativa é já uma
marca para os seniores valencianos que, ano após ano, envolve
um número crescente de seniores,
números que certamente serão
superados, este ano, com a oferta de um calendário rico e diversificado de atividades.
Para o Presidente da Câmara,
Jorge Mendes, “o programa
“Vida Ativa” tem o objetivo
fundamental de ajudar a melhorar a qualidade de vida dos
seniores em Valença com atividade física orientada, regulada
e vocacionada para a promoção
da saúde, do bem-estar”.
A Câmara Municipal de
Viana do Castelo aprovou,
na última reunião de executivo, duas propostas de
apoio à atividade desportiva e à beneficiação de
instalações desportivas.
No âmbito da Medida
4 – Apoio à Atividade
Desportiva, a autarquia
aprovou um apoio para a
Associação Juventude de
Viana que, na atual época desportiva, alcançou
o direito de participar na
Liga dos Campões Europeus de Hóquei em Patins.
Esta participação obriga
a deslocações da equipa a
Itália, Alemanha e Espanha, pelo que foi aprovado
um apoio de 20 mil euros
para ajudar nas despesas
com a inscrição, deslocação e estadia da equipa.
Já na Medida 2 – Apoio
à Beneficiação de Instalações Desportivas, foi atribuído uma verba de 5400
euros ao Futebol Clube de
Vila Franca para obras de
beneficiação dos balneários, bancadas e vedação
de muros, sendo que este
clube disputa a Divisão
Principal da Associação
de Futebol de Viana do
Castelo e tem promovido a modalidade de futebol junto das camadas
jovens e participado em
vários escalões de competição regional.
PUB.
OCULISTA IDEAL
DE CAMINHA
José Augusto Fernandes Oliveira
( òptico desde 1967)
|22
metalocaminha
Sócio Gerente
Sergio Meira - Telf. 919
983 235
Distriâncora-Supermercados, lda
tel 258959140-fax 258912955
TÉCNICA . PERFEIÇÃO . QUALIDADE
A sua visita o comprovará
AUTOMATISMOS | SERRALHARIA DE FERRO E INOX | MONTAGEM DE PORTAS
SECCIONADAS |MOTORES DE TODO O TIPO | SERVIÇO DE CORTE E QUINAGEM DE CHAPA
Superareosa-Supermercaods, lda
tel 258808090-fax 258838534
C.C. Camicentro, Lj. 23 (ao lado dos Bombeiros) Rua Visconde Rego
4910-156 Caminha | Telf./ Fax: 258 721 028
Telf. 258 727 399 | Fax. 258 727 382 | E-mail: [email protected]
web:www.metalocaminha.pt | Lugar do Couto | 4910-201 Lanhelas |Caminha
JORNAL
ENSINO
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
agruPamento
sidónio Pais
ano letivo 2014-15 arranca
com dinamismo
O mês de setembro marcou o arranque do ano letivo 201415 no Agrupamento Sidónio Pais, em Caminha. Da receção
aos alunos, pais e encarregados de educação, ao envolvimento com a comunidade educativa, o agrupamento fez deste início de ano a matriz de continuidade pedagógica e a valorização da escola no meio.
De forma diferente, alunos e pais foram recebidos com música, alargando o espetro da ação educativa que se faz na multiplicidade das aprendizagens e na articulação institucional. Nas
palavras da diretora, professora Maria Esteves, o envolvimento dos alunos no acolhimento dos seus pares expressa a identidade da escola, fazendo desta um elemento de integração.
Mas a escola, enquanto anfitriã, comprometida com a sociedade local e exemplo de cooperação, não se resumiu a um
exercício isolado, tendo antes feito deste início das atividades letivas a oportuna partilha de vivências, bem visível, quer
nas reuniões com os encarregados de educação, quer na palestra do atleta Carlos Sá. Nesta última iniciativa foi marcante perceber como a vida não se define num momento, algo a
que os alunos em geral se habituam a entender. De Carlos Sá
recolheram a mensagem de perseverança, de estabelecimento de metas, de balanço e redefinição de objetivos, e acima de
tudo, como expoente máximo, ficou o registo de que a vontade humana supera muitas adversidades e que o valor do conhecimento é insuperável.
Também na busca de saberes enriquecedores, os alunos do
oitavo ano tiveram já a possibilidade de visitar o festival dos
jardins, em Ponte de Lima. Enquadrada nos programas curriculares, esta visita procurou estimular as aprendizagens pelo
confronto com a realidade. Cores, formas, padrões, natureza, sensações, emoções, interpretação de diferentes realidades são a expressão da tónica vivida durante este dia de exploração e de partilha.
O Agrupamento Sidónio Pais, comprometido com a comunidade e determinado na sua vocação, dará continuidade ao
seu projeto educativo, fazendo da sua experiência o motor da
ação educativa.
GC | ASP
um sonho
tornado
realidade
Deus quer o homem sonha a
obra nasce…
A frase de Fernando Pessoa é
conhecida e assenta que nem
uma luva à história que a seguir lhe relatamos.
A protagonista é uma jovem
de 19 anos natural de Viana
do Castelo.
Portadora de paralisia cerebral,
provocada durante um parto que
lhe deixou grandes sequelas a
nível motor e da fala, a Márcia tinha dois sonhos: ingressar no ensino superior e escrever um livro.
Aos 19 anos a Márcia conseguiu ver realizados os seus
sonhos ao ingressar no ensino
superior no curso em Gestão
Artística e Cultural do Instituto
Politécnico de Viana do Caste-
lo, e ao lançar o seu livro “Márcia Passos, entre mim & eu”.
A apresentação do livro teve
lugar na passada semana em
Viana do Castelo numa cerimónia que decorreu no “Eventos
Caffe”, acompanhada de um espetáculo coordenado por Álvaro Maio e que contou com a
leitura de alguns dos seus poemas por vários declamadores e
a participação da Tuna de Veteranos de Viana.
“Desde muito cedo, a forma
mais clara que ela tinha de comunicar, de maneira a que fosse
entendida, era através do que
escrevia; talvez daí o seu profundo gosto pela escrita, o seu
maior escape, nos bons e maus
momentos”, descreve a mãe,
Cristina Passos, visivelmente
emocionada com todo o per-
curso de vida e de luta que tem
acompanhado sempre ao lado
da Márcia.
Conceição Lima assina o prefácio da obra e descreve a jovem escritora “(…) A Márcia é
um ramalhete colorido de emoções. Presa dentro de si própria, aproveitou a nesga de luz
que lhe chegava e soube sentir, a mão da Poesia, o encantamento das palavras”.
Em Julho de 20014, concluiu
com êxito o 12º ano de escolaridade, no ensino regular da
Escola Secundária de Monserrate, em Viana do Castelo. Em
setembro, candidatou-se ao curso de Gestão Artística e Cultural do Instituto Politécnico
de Viana do Castelo (IPVC).
Chegada a esta etapa da sua
vida, o concretizar deste sonho,
o de lançar seu livro, a sua história, o seu percurso de vida, a
Márcia tece um agradecimento
especial: “estou grata desde já,
a todos, nomeadamente, ao pai,
à minha mãe, à minha família,
às inhas raízes mais profundas”.
“Depois estou grata porque
pertenço ao Grupo Viana Poesia”, acrescenta. “Estou igualmente grata a todas as instituições que me acolheram,
nomeadamente escolas, centro de equitação, centros de
paralisias cerebrais, hospital
de Viana, à ACEP (tempos livres), aos escuteiros da Meadela, ao reo e por fim e igualmente importante, à prefaciadora
e à Universidade.
Márcia considera que “todos
somos especiais…a vossa missão era esta… ajudarem-me a
erguer, a renascer, a gritar, a
ser companheira”, e revela uma
descoberta proporcionada elo
seu trajeto de vida.
“Aprendi que o uso da palavra
“anjos da guarda” não é somente
dedicado aos que partem, mas
sim aos que ficam, aos que sofrem, aos que choram, aos que
se emocionam, aos que me querem bem, aos que me amam
pela pessoas que sou”.
PUB.
R UI RAMALHOSA
Economia - Gestão
Contabilidade
Fiscalidade
Técnico Oficial de Contas
Avª Manuel Xavier, 88 - C.C.Estação Lj BC
4910-105 Caminha
Tlm 968 022 369
Email.: [email protected]
CMTS
Clínica de
Fisioterapia
COM NOVAS ISTALAÇÕES
EM CAMINHA
Acordos com: Serviço Nacional de Saúde - Sams - CGD - IASFA - ADM - Multicare
CENTRO COMERCIAL DA ESTAÇÃO - AV. MANUEL XAVIER, Nº 16
Telf. 918571617 - 968432863
HORÁRIO: 08H-19H (segunda a sexta )
|23
JORNAL
saúde
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Chá diminui
pressão arterial
e risco de doenças
cardiovasculares
Dois recentes estudos (meta-análises) comprovam que o
chá verde e chá preto detêm
propriedades capazes de melhorar a pressão arterial bem
como reduzir os níveis de colesterol total e LDL (conhecido como “mau colesterol”). Na data em que se assinala o
Dia Mundial do Coração, e sendo Portugal um país que tem
dado um contributo positivo
para o aumento do consumo
de chá”, o destaque incide sobre o papel que as propriedades desta bebida podem assumir no combate a algumas das
principais causas de morte em
todo o mundo. Neste contexto, os autores
das duas recentes publicações
conduziram duas meta-análises de evidências disponíveis
no que diz respeito aos efeitos
do chá verde e preto nos níveis de pressão arterial. Como
resultados secundários, foram
também observadas alterações
nos níveis de colesterol total,
lipoproteínas de alta e baixa
densidade (HDL e LDL), triglicéridos (TG), níveis de glicémia e índice de massa corporal (IMC). Na meta-análise referente aos
efeitos do chá verde, foram realizados treze estudos aleatórios, correspondendo a 1040
participantes. Neste contexto,
concluiu-se que o consumo de
chá verde diminui a pressão
arterial sistólica (máxima) e
diastólica (mínima) em aproximadamente 2 mmHg. Em simultâneo, concluiu-se
que a diminuição da pressão
arterial foi superior em individuos cujos valores de pressão
arterial sistólica foram iguais
ou superiores a 130 mmHg (já
apresentavam pressão arterial
ligeiramente elevada). Em simultâneo, as conclusões
da meta-análise desenvolvida
a partir de onze estudos de intervenção, incluindo 378 individuos, evidenciaram que, no
geral, uma dose média de 4 a
5 chávenas de chá preto por
dia, resulta numa redução estatisticamente significativa de
1.8mmHg na pressão arterial
sistólica e 1.3 mmHg na diastólica. O efeito do chá preto foi
também, observado em Resultados de estudos epidemiológicos evidenciam uma associa-
|24
ção entre o consumo de chá
preto e de chá verde e o risco
reduzido de desenvolver doenças cardiovasculares, concretamente enfartes. A hipertensão é um dos principais riscos no desenvolvimento destas doenças, tendo sido
considerada a hipótese do efeito de redução da pressão arterial, causada pelos flavonoides encontrados no chá, poder
representar um dos mecanismos responsáveis por esta associação. Os autores concluíram que,
não obstante a baixa redução
na pressão arterial verificada
nestas meta-análises, a mais
pequena redução assume uma
relevância considerável a nível
populacional, podendo contribuir para reduções substanciais
do risco de doenças cardiovasculares, ainda mais pelo facto
do chá ser a bebida com maior
consumo global a seguir à agua,
podendo, por essa razão, aportar
alterações consideráveis para
a saúde pública. Conhecido há mais de 5.000
anos, o chá desde sempre despertou curiosidade, assumindo hoje um papel importante na alimentação. A bebida
mais consumida a nível mundial, logo a seguir à água, o chá
é 100% natural, isento de calorias, excelente fonte de fluor, sendo hoje em dia, fortemente associado a estilos de
vida saudáveis. “O chá é uma excelente fonte de substâncias com propriedades antioxidantes, com uma
presença destacada de flavonoides na sua composição”, defende Helena Cid, nutricionista
envolvida em diversos estudos
em torno dos benefícios do chá
para a saúde. “A temática dos flavonoides
está cada vez mais na ordem
do dia e hoje sabemos que os
compostos presentes no chá
têm uma elevada biodisponibilidade. Estes efeitos cativaram a comunidade científica e
tem surgido em todo o mundo
vários estudos epidemiológicos que evidenciam a relação
positiva entre o consumo de
chá e uma menor prevalência
de algumas doenças degenerativas, como as cardiovasculares e alguns tipos de cancro”,
conclui.
Profissionais de
saúde criam portal
informativo para
doentes oncológicos
Profissionais de saúde, juristas e assistentes sociais vão lançar, no sábado, o “Onco+”, um portal informativo sobre o
cancro que pretende ajudar os doentes a esclarecer dúvidas
e contribuir para um maior conhecimento sobre a doença.
A ideia de criar o “Onco+” surgiu da necessidade de haver “um portal de informação sobre o cancro em português,
com informação credível, cientificamente correta” e divulgada de “uma forma simples” para que possa ser compreendida e utilizada pelas pessoas no dia-a-dia, disse à agência Lusa Sérgio Barroso, oncologista e um dos fundadores
da plataforma eletrónica.
“O que sentimos é que existe muita informação disponível
na internet, mas acaba por ser, muitas vezes, de difícil compreensão para a maioria das pessoas”, adiantou o médico do
Hospital de Évora.
Sérgio Barroso explicou que o portal pretende disponibilizar
informação “compreensível para a maioria das pessoas para
lhes dar os meios e as ferramentas para que possam procurar
os recursos disponíveis na sociedade, na comunidade e no
país e usarem-nos da forma mais adequada e mais atempada”.
“No cancro o tempo é um fator muito importante”, observou o especialista.
Os doentes e os familiares podem colocar as suas dúvidas
à equipa que criou e gere o portal, formada por médicos oncologistas, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas e sociólogos.
Mas, explicou o oncologista, o portal (disponível em www.
oncomais.pt) apenas irá responder a perguntas gerais sobre
a doença e nunca a casos concretos.
“O portal não irá, de maneira nenhuma, substituir-se àquilo
que são os serviços de saúde”, frisou Sérgio Barroso, reiterando que a intenção é “tentar que a sociedade fique mais capacitada para lutar de uma forma mais eficaz contra o cancro”.
Perante o aumento da incidência do cancro, o especialista
considerou “muito útil” este tipo de ferramenta para que as
pessoas possam ter “um papel ativo na prevenção, no diagnóstico precoce e no acompanhamento dos tratamentos”.
Excesso de antibióticos
antes dos dois anos traz
risco acrescido de obesidade
Administrar antibióticos às crianças com menos de dois
anos aumenta o risco de obesidade infantil, mais agravado
nos casos em que recebem doses maiores, segundo um estudo publicado segunda-feira.??“Na medida em que a obesidade resulta de múltiplas causas, reduzir a prevalência depende da identificação e controlo de todos os fatores de risco”,
explicou Charles Bailey, do hospital pediátrico de Fiadélfia
(Pensilvânia), principal autor da investigação publicada no
Journal of the Medical American Association (JAMA).??Os
investigadores estudaram os dossiês médicos de mais de 64
mil crianças, desde a nascença até aos cinco anos, entre 2001
e 2013, e descobriram que 69% das crianças tinham tomado
antibióticos duas ou três vezes antes dos dois anos.??Quatro
vezes como teto máximo??A taxa de prevalência de obesidade nas crianças era de 10% aos dois anos, 14% aos três
anos e 15% aos quatro anos, enquanto o excesso de peso era
de 23% aos dois anos, 30% aos três anos e 33% aos quatro
anos.??Os cientistas determinaram que as crianças tratadas
com antibióticos quatro ou mais vezes antes dos dois anos
corriam um risco ainda maior de obesidade.
Adoçantes
artificiais
perturbam
níveis de
açúcar no
sangue e
promovem
aumento
de peso
Os adoçantes artificiais atrapalham a capacidade do corpo
humano em regular os níveis
de glicose no sangue, causando alterações metabólicas que
são percursoras da diabetes e
da obesidade.
É esta a principal conclusão
de uma equipa de investigadores de Israel, cujo estudo foi
publicado na quarta-feira na
revista Nature.
Milhões de pessoas deixaram
de pôr açúcar no café e passaram a consumir, por razões
de saúde, aspartame, sacarina
ou outros adoçantes artificiais
com o intuito, precisamente, de
reduzir os níveis de glicose. Também a indústria alimentar utiliza-os para reduzir as
calorias dos produtos. Porém, foi agora provado que
o consumo de adoçantes provoca, tanto em ratinhos como
em seres humanos, desequilíbrios da flora intestinal – os
milhões de milhões de bactérias que vivem no nosso intestino e nos ajudam a digerir os
alimentos. Tais desequilíbrios
podem fazer aumentar perigosamente os níveis de açúcar no
sangue – ou seja, precisamente o que se pretendia evitar ao
substituir o açúcar natural por
adoçantes. Em conferência de imprensa
os autores salientam que “a utilização em massa destes aditivos alimentares deve ser reavaliada” e que “os adoçantes
poderão ter contribuído diretamente para exacerbar precisamente a epidemia [de obesidade] que se destinavam a
combater”.
Adoçantes fazem o contrário
do que é suposto
No fundo, os adoçantes fazem precisamente o contrário
daquilo que pensamos, explica Eran Elinav, imunologista
do Instituto de Ciência Weizmann, em Israel. Os cientistas realizaram uma
série de experiências, principalmente em ratos, para mostrar que os adoçantes alteram
o microbioma, ou seja, a po-
pulação de bactérias presentes
no sistema digestivo. A ingestão de adoçantes artificais introduz modificações
nesse microbioma, alterando
o metabolismo da glicose, fazendo com que os níveis variem mais lentamente do que
o suposto. Experiência
Na primeira série de testes em
laboratórios, os cientistas adicionaram a sacarina, sucralose
ou aspartame em água potável.
Alguns ratinhos beberam água
pura, outros ingeriram água suplementada com glicose ou com
açúcar de mesa comum. Depois
de uma semana, houve pouca
alteração nos ratos que bebiam
água ou água com açúcar, mas
o grupo que recebeu adoçantes artificiais desenvolveu intolerância à glicose. A intolerância à glicose, em
que o corpo é menos capaz de
lidar com grandes quantidades
de açúcar, pode levar a doenças
mais graves, como a síndrome
metabólica e diabetes tipo 2. Quando os investigadores trataram os ratinhos com antibióticos, matando grande parte
das “bactérias más” no sistema digestivo, a intolerância à
glicose desapareceu. No momento, os cientistas
não foram capazes de explicar como os adoçantes afetam
as bactérias ou de que forma
as três moléculas diferentes de
sacarina, aspartame e sucralose provocaram alterações semelhantes no metabolismo da
glicose. Entretanto, os cientistas realizaram um estudo complementar para controlar os efeitos dos adoçantes nas bactérias
intestinais e na saúde de humanos. Participaram 381 pessoas
não diabéticas. Os pesquisadores descobriram uma correlação no uso de qualquer tipo de
adoçante artificial e em sinais
de intolerância à glicose. Além
disso, as bactérias do intestino de quem utilizava adoçantes artificiais eram diferentes
daqueles que não o fizeram. Por fim, os cientistas recrutaram sete voluntários que normalmente não usam adoçantes
artificiais e durante seis dias deram-lhes a quantidade máxima
de sacarina recomendada pela
autoridade do medicamento
nos Estados Unidos, a Food
and Drug Administration. Em
quatro dos sete voluntários, os
níveis de açúcar no sangue foram interrompidos da mesma
forma que nos ratinhos. JORNAL
HISTÓRIA
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Continuação
Uma curiosidade revelada pelo
mesmo documento: Viana ainda
não aparece como uma unidade territorial nem mesmo como
paróquia. A seu respeito são
citadas três vilas: Figueiredo,
Foz e Castro.
As duas paróquias de Vila Mou
e Torre nasceram por obra dos
respetivos mosteiros. O culto,
em ambas, desenvolveu-se nas
igrejas conventuais. A segunda
paróquia ter-se-á criado pouco tempo depois da fundação
do respetivo Mosteiro, por desmembração da primeira, adoptando o sei orago. Estamos, pois,
diante de dois casos em que se
nota a influência dos mosteiros
na fixação do quadro paroquial.
De uma maneira geral podemos afirmar que nesta altura, séc.
IX, a antiga paróquia suévica
de Ovinia já deveria ter-se desintegrado, dando origem a outras paróquias agora chamadas
“paróquias da Reconquista”.
No entanto, o processo de desmembração ainda
não tinha chegado ao seu termo como parece adivinhar-se
da leitura do citado documento, pois nele quase não se fala
em paróquias mas somente em
vilas. É certo que as vilas não
constituíam unidades dentro da
organização eclesiástica. Nesta,
o que contavam, eram as dioceses e as paróquias, que podiam ser constituídas por uma
ou mais vilas. Apesar de tudo,
uma pergunta subsiste: por que
razão, entre 37 doações feitas
ao Mosteiro de Vila Mou, só
aparecem duas igrejas?
Por este e outros exemplos nota-se, nesta altura um interesse
grande dos nobres em construir
mosteiros. O caso mais célebre
é do Mosteiro de Guimarães
mandado erguer pela Mumadona Dias em 950. Qual explicação para este facto?
Duas expressões contidas no
documento de Torre, “motus misericordiae” e “voluntas fuit”,
leva-nos a pensar que a razão
primeira foi de ordem espiritual. Contudo, outras de caráter
secundário deverão estar por
detrás, tais como: a assistência espiritual aos subalternos
e servos; a necessidade de organização defensiva das suas
terras, perante o inimigo que
estava tão perto e se mostrava deveras agressivo; o incremento do povoamento e o desenvolvimento da agricultura.
Uma terceira instituição eclesiástica aparece claramente na
história das duas fundações:
o padroado das igrejas. Duas
ideias estão claramente expressas neste documento. A primeira diz respeito à origem do padroado nas chamadas “igrejas
próprias”. A outra tem como objeto antiguidade deste direito.
Paio Vermudes e seus descendentes fundaram e dotaram o
Mosteiro de Vila Mou, e, por
isso, conservaram de geração
em geração o direito de padroado sobre o Mosteiro. Tanto
assim foi que, quando o referido Mosteiro caiu em ruinas,
logo Frei Ordonho, descendente de Paio Verudes,
fundador do mesmo,
tomou consciência
da sua obrigação
de co-padroeiro,
promovendo a
a fundação do
mosteiro Visigótico
de santa maria de Vila
mou e a reorganiZação
da terra da Vinha
(séc. ix)
Por: manuel antónio
fernandes moreira
PUB.
sua reconstrução e restituição
dos bens que andavam sonegados.
Concluindo, o exemplo do Mosteiro de Santa Maria de Vila Mou pode
ser considerado como um dos
casos mais antigos de padro-
ado que se conhece no noro- ram preservados e a fé dos criseste português.
tãos permaneceu inalterável.
Ultrapassada a fase inicial que
c) O Mosteiro de Santa Ma- foi de desânimo e prostração
ria de Vila Mou e a reorga- psicológica, o movimento de
nização da diocese tudense reconquista não se fez espeapós as invasões árabes.
rar. Do pequeno reino das Astúrias saiu a chama da cruzaÉ de mais sabido que a che- da que se irá atear por toda a
gada à Península dos Mouros península e durante cerca de
teve consequências graves não sete séculos jamais deixará de
só na organização eclesiástica nortear toda a atividade polítimas também, de uma maneira ca, social e religiosa das gengeral, em toda a atividade da tes ibéricas.
igreja. A maioria das pessoas Para uma eficaz reconquista
que ocupavam os quadros maio- política, os primeiros conquisres da estrutura administrativa, tadores puseram como condisocial e missionária da igreja, ção a reconstrução da igreja.
por razões políticas e de segu- Assim verifica-se logo a parrança, tiveram que fugir diante tir do séc. VIII a multiplicação
do infiel. Chegou a haver már- do número de paróquias, a cotires. As instituições sofreram bertura do espaço diocesano
uma abalo de tal modo profun- com mosteiros, que funcionado que levou séculos a serem vam como escolas de promoção
reconstruídas. Contuso, apesar da fé e apoio social. Os presodas frequentes tentativas de is- res cristãos ao fomentarem o
lamização e de viverem em cir- povoamento e a economia das
cunstâncias pouco favoráveis, terras recém conquistadas não
os cristãos-moçárabes da Pe- esqueceram a assistência relinínsula conservaram a sua fé, giosa às populações. Assiste-se
o clero menor manteve-se nos ao incremento da construção
seus postos e a sua ação em de igrejas e capelas, à vinda
prole da reconquista foi eficaz. do clero do norte para as zoEm relação ao noroeste pe- nas deficientes, à deslocação
ninsular, colocado na periferia de povos que trazem as suas
do império muçulmano, longe devoções e padroeiros.
da Andaluzia, onde se concen- Os séculos VIII-X foram de
travam as forças civilizado- grande vitalidade para a igreja
ras árabes, podemos afirmar noroestina. A chegada do Norque de uma maneira geral os mandos e as invasões de Almanefeitos da invasão e ocupação çor vão quebrar um pouco o ritnão foram tão profundos como mo inicial. Constudo, a partir de
no centro e sul da península. meados do séc. XI, com a inÉ certo que as igrejas foram trodução da ordem de Cluny e
espoliadas, os bispos obriga- a regra de S. Bento na Penínsudos a abandonar as suas cáte- la, o movimento renovador vai
dras, os mosteiros mais notáveis retomar o seu antigo esplendor.
do período suévico e visigó- A fundação do Mosteiro de
tico desapareceram, o bispo- Santa Maria de Vila Mou inseabade de Dume emigrou para re-se na primeira daquelas faMondonhedo, onde continuou ses. Paio Vermudes ao presua exercer a sua autoridade den- rar a Terra da Vinha, desde o
tro da confederação monástica rio Pôdre à foz do Minho, que
galega. Apesar de tudo, o san- correspondia ao antigo territótoral manteve-se, as tradições rio da paróquia suévica de Vilendárias acerca da origem das nea, tratou logo de erguer uma
igrejas também, a construção torre e ao lado um mosteiro,
dos templos conservou o seu como elementos tranquilizacunho próprio, os edifícios fo- dores e civilizacionais para as
populações. Somente uma política de apoio estratégico e social poderia levar à fixação de
colonos e à promoção da economia da região.
Em relação à reorganização da
diocese de Tui, que também sofreu o embate das invasões deste período, tendo os seus bispos
fugido para Iria, a construção
do Mosteiro de Vila Mou representa um marco indelével para
a sua história. Trata-se da ocupação do canto sul do território diocesano, aquele que ficava mais próximos da moirama.
É certo que os bispos de Tui só
um pouco mais tarde, cerca de
915, voltam a residir nesta cidade. Contudo, com a criação
do Mosteiro de Vila Mou, foi
posta uma condição essencial
na reorganização da diocese e
para o regresso do seu pastor.
A fronteira antiga do Lima, que
vinha do tempo dos suevos, ficou finalmente guarnecida e restabelecida.
Em relação à restauração da
Terra da Vinha, que Paio Vermudes reconquistou, o Mosteiro de Santa Maria de Vila Mou
transformando-se no principal
centro dinamizador e aglutinador das atividades administrativas e religiosas. A sua infância
estendia-se a todo o território,
sendo escolhida para sede da
Terra de S. Martinho, onde os
impostos eram recolhidos e possuindo dotações emq uase todas as atuais freguesias, de Caminha a Vilar de Mouros até ao
Seixo (antiga designação da freguesia de Lanheses). As três vilas que ocupavam a maior parte do atual território de Viana e
integravam a paróquia de Viana, isto e, Figueiredo, Castro e
Foz, pertenciam-lhe. Na Meadela: as vilas de Ameal (donde
deriva o topónimo Meadela) e
Amonde. Em Perre: a igreja de
São Miguel e São Gil.
Em Carreço: Montedor e Carreço. Em Afife: Afife e Meã
ouGateira.
continua
PUB.
[email protected]
T/F: 258 722 523
Tlm: 936 002 538
Estrada das Faias,
Nº 41/43
Coura de Seixas
4910-339 CAMINHA
Casa de petiscos | Gelataria | Creparia
Praça Conselheiro Silva Torres . 4910 Caminha
[email protected]
|25
JORNAL
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
INFO
PUBLICIDADE
HOSPITAIS | CENTROS DE
SAÚDE ENFERMAGEM
Centro Hospitalar do
Alto Minho
Viana do Castelo | T. 258802100
Centro de Saúde de caminha
Rua Eng.º Agostinho Perreira de
Castro | T. 258719300
Centro de Saúde de Vila
Praia de Âncora
Av. Pontault Combault | T. 258 911318
Quintinha em Venade
BOMBEIROS
Caminha
Rua das Flores | T. 258719500(1)
Vila Praia De Âncora
Rua 5 de Outubro | T. 258 911125
GNR
Caminha
R. da Trincheira | T. 258719030
Vila Praia de Âncora
Rua Miguel Bombarda | T. 258959260
CAPITANIA DO
PORTO DE CAMINHA
T. geral: 258719070
T. piquete da PM: 258719079
Vende-se Quintinha com 2000 m2 com casa, 4 quartos,
5 casas de banho e bar.
Garagem para dois carros e vários arrumos. Grande espaço para
tratamento de roupas. No exterior muitas árvores de fruto.
Rua do Sobral, freguesia de Venade – Caminha
Preço: 400.000 €
Mais informações contatar: 925042211
MORADIA T5 EM VILARELHO
POEMA
sem remédio
Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!
Florbela Espanca
SERVIÇOS DE SAÚDE
Vende-se moradia T5 situada no Lugar da Urraca,
Rua do Amparo, freguesia de Vilarelho.
Acabamentos superiores, áreas amplas e vistas sobre o rio Minho e Coura.
Constituída por cave, R/C, 1º andar e cobertura horizontal acessível ao último piso.
Cozinha equipada, 5 quartos 2 dos quais suítes, 5 WC, escritório, garagem, salão
amplo na cave, fogão de sala, aquecimento central totalmente
instalado e sistema videoporteiro.
Mais informações contatar: 925042211
|26
Rua Engº Luís Agostinho
Pereira de Castro
Bloco 6 – Loja 1
4910-102 Caminha
Tel. 258 721444
RUA ALMADA NEGREIROS
4910-458
VILA PRAIA DE ÂNCORA
TEF.: 258 911 502
258 911 093
FAX: 258 911 082
E.mail: poliancora.saude@sapo:pt
FARMÁCIAS
Farmácia Torres
Praça Conselheiro Silva Torres,
Caminha | T. 258922104
Farmácia Beirão Rendeiro
Rua da Corredoura,
Caminha | T. 258722181
CÂMARA MUNICIPAL
DE CAMINHA
T. 258710300
BIBLIOTECA CAMINHA
Rua Direita
segunda a sexta: 10h00 às 18h30
sábado: 10h00 às 13h00
MUSEU CAMINHA
terça a sexta: 10h00 às 19h30 /
14h30 às 18h00
sábado e domingo: 11h00 às 13h00 /
14h00 às 17h30
POSTOS DE TURISMO
Caminha
Rua Direita | T. 258921952
Moledo
Av. da Praia (em época balnear)
Vila Praia de Âncora
Av. Ramos Pereira | T. 258911384
CENTRO CULTURAL
VILA PRAIA DE ÂNCORA
segunda a sexta: 10h00 às 12h30 /
13h30 às 18h30
sábado: 11h00 às 13h00
RESIDÊNCIA PAROQUIAL
Largo. Dr. B. Coelho Rocha
T. 258921413
FEIRAS E MERCADOS
Caminha
Largo Pontault Combault
semanal 4ª feira
Vila Praia de Âncora
Largo do Mercado
semanal 5ª feira
TAXIS
Caminha
Largo do Terreiro | T. 258921401
Vila Praia de Âncora
Praça da República | T. 258911295
Venade TM. 965643481
JORNAL
O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Nome
Morada
Andar
Nº / Lote
Letra
C. Postal
Localidade
Cupão Assinatura
Rua da Corredoura nº117
4910-133 Caminha, Portugal
Tel. 258 921 754 - Fax. 258 721 054
[email protected]
País
Telf. / Telm.
Indica. Tel.
Portugal - 30€
Pagamento:
Resto do Mundo 65€
Email
Europa 55€
Cheque N.º
Cheque à ordem de Jornal “O Caminhense”
0018 0003 13172853020 13
Transf. Bancária - NIB: ...................................................................
PT50 0018 0003 13172853020 13
Numerário
IBAN: ................................................................
Propriedade: Herdeiros de António José Guerreiro Cepa | administração: Maria Teresa Gomes Cepa | director: Elsa Guerreiro Cepa | sub-director: Cristiano Guerreiro Cepa | chefe de redacção:
Cidália Cacais Aldeia | corpo redactorial: Susana Ramos Martins | cartonista: Cristiano Guerreiro Cepa | colaboradores: Miguel Cepa | editor: Herdeiros de António José Guerreiro Cepa. Rua
da Corredoura, nº117, 4910-133 Caminha | telefones: +351 258921754 , +351 258922754 | fax: +351 258721041 | Paginação: Cristiano Cepa | design gráfico: Mário Rego | impressão: Empresa
Diário do Minho Ldª | registo de imprensa: nº 201448 | depósito legal nº 84483/94 | tiragem desta edição: 1.600 exemplares | número de contribuinte: 900777117 | nº registo erc: 101449 |
Periodicidade: quinzenal (Sexta-Feira) | endereços electrónicos: [email protected]
PUB.
Centro
Oculista
20% de desconto em cartão 65+ e brinde
Lugar do Corgo, Lote 3-A r/c - Vilarelho
4910 - 603 Caminha - Tel: 258 721457 / 441-Fax 258 721 445
Telemóvel: 968581398 - [email protected]
Rua da Corredoura, 121
Tlf. 258 921 558- 4910 Caminha
CASA
FUNDADA EM
1976
Praça da República, 26
Tlf. 258 951 240 - 4910 V.P Âncora
Cursos de línguas: diurnos e nocturnos,
em grupos e individuais, para adultos
e estudantes, em: Inglês, Francês,
Alemão, Espanhol, Italiano, Russo,
Português (para estrangeiros)
TRADUÇÕES: de toda a espécie,
por tradutores ajuramentados!
Informe-se:
INStItUtO DE LíNGUAS EIRAS, LDA
Rua de Santo António, 120-2º
4900-492 Viana do Castelo
Tel. 258 826636 - Fax: 258 823093
e-mail:[email protected]
www.linguaseiras.pt
|27

Documentos relacionados