113 - Jornal Centro em Foco
Transcrição
113 - Jornal Centro em Foco
Ano IX - Nº 113 3 de Setembro a 3 de Outubro de 2013 Débora Falabella leva A Serpente no Sérgio Cardoso Pág. 10 FecomercioSP completa 75 anos Fundada em 1938, a instituição apoia 154 sindicatos que respondem por 11% do PIB paulista. Pág. 3 Mestres do Renascimento no CCBB 57 obras de grandes nomes expostas até 23/09. Pág. 2 linhas centrais 2 SP - 3 de Setembro a 3 de Outubro de 2013 Os Mestres do Renascimento estão no CCBB O Retire seu exemplar gratuitamente Centro Velho Banca Líbero rua Líbero Badaró, 413 Banca Martinelli Pça Antonio Prado Banca Pça Antonio Prado Pça Antonio Prado Banca Largo do Café Lgo do Café Banca das Apostilas rua Boa Vista Liberdade Banca Shinozaki – Pça da Liberdade Bela Vista Banca Maria das Graças rua Maria Paula, 23 Banca do Heitor rua Maria Paula, 243 Banca Estadão viaduto Nove de Julho, 185 Banca Consolação viaduto Nove de Julho Banca da Rocha Rua Rocha, 132 Banca do Toninho Rua da Consolação Banca GV Av. 9 de Julho, 2029 Banca Vd. Jacareí (em frente Pharma & Cia); Centro Novo Banca São Bento rua Barão de Itapetininga Banca Corredor Cultural Pça. Dom José Gaspar Banca São Luís – av. São Luís República Banca av. São Luis 84 av. São Luís Arouche Banca Mester av. São Joao, 1050 Banca do Olavo av. Duque de Caxias, 436 Sta Cecília Banca Angelical av. Angélica, 500 Banca Amália – al. Barros, 303 Banca Sta Cecília Largo Sta Cecilia Expediente Centro Cultural Banco do Brasil apresenta a mostra ‘Mestres do Renascimento - Obras Primas Italianas’. São 57 obras de grandes nomes da história da arte, como Leonardo da Vinci, Rafael, Ticiano, Donatello e Michellangelo que ficarão em exibição em São Paulo até dia 23 de setembro. Parte da essência do Renascimento está no próprio nome: renascença vem do nascer de novo, ressurgir. Os artistas italianos restauram a grandeza de Roma, antes vista no período clássico. Reviver esse glorioso passado e, portanto, inaugurar uma nova era, foi um sentimento de esperança intenso - que se tornaria inspiração - para muitos talentosos da época. Principalmente para os florentinos. Foi na Florença, próspera cidade mercantil, que grupos de artistas começaram a utilizar a arte clássica para criar novos modelos, harmônicos e belos. No CCBB, os visitantes também iniciam a apreciação das obras por Florença - espaço no quarto andar do prédio que leva esse nome. Ritratto di gentiluomo com flauto Na pintura renascentista, surgiram características muito singulares. Em primeiro, a nova maneira de representar o mundo, através de domínio do equilíbrio de cores e da perspectiva. Além disso, a partir dos estudos feitos sobre o corpo humano, foi possível reproduzir uma nova gama de gestos e posturas. Outra inovação foi a introdução de maior dinamismo nas cenas (muitas até sugerem personagens em movimento, diferente do comportamento estático dos retratados em geral) e a descoberta do sombreado, aumentando mais uma vez, o realismo das imagens. Essas informações podem ser da ciência dos visitantes, mas, se não forem, podem ser descobertas ao observar o Cristo Benedicente, de Rafael, por exemplo. Ou Madonna com Menino, de Ticiano e a Anunciação, de Allegoria della battaglia di Lepanto Botticelli. Nessas e em outras obras, podem-se conferir todas essas transformações e ainda reparar a genialidade das composições artísticas do período. A exposição vem fazendo muito sucesso. Segundo Marcos Mantoan, Gerente Geral do CCBB, a mostra é uma grande oportunidade à população. “Por ser gratuita e interessante, a exposição recebe todos os tipos de público, de todas as classes sociais e idades. Desde o dia 13 de Julho, quando começou, recebemos mais de 155 mil visitantes”, afirma. De fato, as mais de 4.700 visitas por dia são um incentivo e exemplo para outras iniciativas culturais na cidade. Por Sophia Winkel Serviço: Exposição ‘Mestres do Renascimento - Obras Primas Italianas’ CCBB - Centro Cultural Banco do Brasil Rua Álvares Penteado, 112 - Centro De quarta a segunda das 10h às 22h, até 23 de setembro Próxima Virada Renascentista (funcionamento durante a madrugada): 21 de setembro Entrada franca LAdorazione dei Pastori Anuncie no jornal da região central Há 9 anos registrando a vida no Centro 3255-1568 jornalcentroemfoco.com.br Vd. Nove de Julho, 160 - 5º , Cj. 57 - CEP 01050-060 - Tels.: (11) 2864-0770 / 3255-1568 / www.jornalcentroemfoco.com.br e-mail: [email protected] - Edição / Publicidade : Carlos Moura - DTR/MS 006 - Edição de Arte: Binho Moreira Fotografia: Francisco Alves - MTb 13.705 e Joca Duarte - MTb 36.520 - Tiragem: 20 mil exemplares - Distribuição Gratuita. O Centro em Foco é pulicado pela CM Edições Jornalísticas - ME As matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade dos autores, não expressando necessariamente o pensamento do jornal. empreendimentos centrais SP - 3 de Setembro a 3 de Outubro de 2013 I FecomercioSP completa 75 anos nstalada na região central, no bairro Bela Vista, à rua Dr. Plínio Barreto, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), fundada em 1938, completou 75 anos no último dia 30. Ao longo de sua história, a instituição atuou ativamente para a implantação do Código de Defesa do Consumidor, para o tratamento diferenciado à micro e à pequena empresa e para o fim da cobrança da CPMF. Recentemente trabalhou para o fim da cobrança da multa dos 10% do FGTS (que não beneficia empresários, tampouco trabalhadores) e para a elaboração de uma proposta sustentável para o descarte de resíduos sólidos. Desde a sua criação tem contribuído para a melhoria do ambiente econômico do País e no direcionamento e apoio a 154 sindicatos patronais filiados, que representam 1,8 milhão de atividades empresariais e respondem por 11% do PIB P 3 Divulgação paulista (4% do PIB brasileiro) e por 5 milhões de empregos. No Estado, a Fecomercio é responsável por administrar o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Um dos destaques da FecomercioSP ao longo de sua história é a elaboração de estudos econômicos e jurídicos e de indicadores que expliquem e apontem tendências para a conjuntura econômica, sendo a primeira entidade a realizar uma pesquisa conjuntural do varejo, já na década dos anos 1970. Também foi pioneira ao realizar uma pes- quisa sobre endividamento e inadimplência, apontando a parcela da população insegura em assumir compromissos financeiros. O presidente da Federação, Abram Szajman, ressalta o papel fundamental da entidade para o crescimento econômico do País. “Estamos diretamente ligados ao consumidor, aos sindicatos e à sociedade.” Essa relevância também é reconhecida pelo governador Geraldo Alckmin. “Destaco a grande contribuição da FecomercioSP para o Estado de São Paulo. Hoje, são 5 milhões de postos de trabalho no comércio e nos serviços. Nesses 75 anos, a FecomercioSP foi fundamental para moldar esse Estado que tem tamanho de país”, afirma. O presidente do Sindicato dos Comerciários, Ricardo Patah, fala dessa relação entre empregadores e empregados e relembra a harmonia da interação entre os sindicatos e a FecomercioSP. “A valorização do comércio e do comerciário é um ponto importantíssimo. A regulamentação da categoria em março, teve apoio irrestrito da entidade. Isso nos traz uma possibilidade, no futuro, de essa profissão - que hoje é a maior do Brasil, com 12 milhões de trabalhadores - ter um piso único no País. De possuir capacitação e qualificação”, explica. A questão da capacitação e do bem-estar é um ponto importante do trabalho nessas mais de sete décadas, com a fundação do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), em 1946. “Há uma união de interesses importante. O Senac procura suprir eventuais deficiências de emprego e de qualificação”, destaca o diretor regional da entidade, Paulo Salgado. Ele conta que as pesquisas divulgadas pela FecomercioSP são fundamentais para a melhoria constante do serviço prestado. “O Senac, dessa maneira, pode se antecipar às mudanças empreendidas e necessidades de capacitação.” O Sesc, referência em programação cultural e de lazer de qualidade, foi pioneiro no conceito do bem-estar social do trabalhador no Brasil. O diretor regional, Danilo Miranda, lembra que a fundação da entidade ocorreu em função da pressão do empresariado por melhores condições profissionais sob o ponto de vista de lazer, cultura e educação. “A FecomercioSP foi o organismo que exerceu o papel de formalizar essa proposta em um contexto de pós-guerra, industrializa- ção e urbanização. O Sesc é o resultado”, conta. Personalidades da economia e política nacionais creditam a legitimidade da Federação ao posicionamento adotado em relação a temas e problemas presentes no contexto de cada época. “A FecomercioSP soube liderar o empresariado nacional em direção à modernização e ao crescimento da economia, acompanhando as grandes transformações sociais e políticas do País”, destaca o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves. Para o diretorpresidente do Grupo Pão de Açúcar, Enéas Pestana, a “entidade exerce importante papel para o desenvolvimento do comércio paulista. A força e o crescimento do setor refletem esse trabalho, que abrange frentes como sustentabilidade, pessoas e gestão do varejo”. Informações fornecidas ao Centro em Foco pela Assessoria de Imprensa da instituição. Curso aponta novidades para inscrição de projetos no MinC rojetos Culturais Incentivados ensina a “fazer fazendo” e os participantes têm a oportunidade de discutir e inscrever seus próprios projetos, além de participar de uma visita guiada a eventos incentivados na cidade de São Paulo Com o objetivo de mostrar o funcionamento e as peculiaridades da área cultural, o Instituto Puente lança o curso prático Projetos Culturais Incentivados. Em tempos de novo Salic Web, nova Instrução Normativa do MinC, Vale-Cultura e expansão da economia da cultura, o curso - dividido em três módulos - apresenta o panorama geral para quem deseja enveredar profissionalmente pelo segmento cultural. Um grande diferencial desse método é a visita guiada a eventos incentivados, para que os alunos possam verificar, in loco, o que podem agregar ou rejeitar em seus projetos. O Módulo Básico - que começa no dia 14 de setembro - está dividido em quatro eixos, cada um com três horas de duração: 1. A profissão de produtor cultural, 2. A empresa/instituição de produção cultural, 3. A elaboração de um projeto cultural, 4. Vendendo ou não vendendo: como viabilizar? Esse módulo capacita os participantes a entenderem o papel do produtor cultural, suas tarefas, principais desafios e formas alternativas de viabilizar seus projetos. No Módulo Intermediário os estudantes elaboram e inscrevem seus projetos no novo Salic Web, do Ministério da Cultura e no Módulo Avançado conhecem a etapa de pós-aprovação de seus projetos, sendo orientados para a captação e gestão de recursos incentivados. A instrutora é a diretora da Vê Cultura, Valéria Marcondes, com mais de 20 anos de atuação no segmento cultural e no mercado de marketing cultural, prestando consultoria para a ela- boração, acompanhamento técnico, execução e gestão financeira em projetos culturais incentivados. Inscrições: As inscrições podem ser feitas pelo site www. institutopuente.org. O valor do primeiro módulo é de R$ 692,00 até o dia 03/09/2013, e de R$ 756,00 a partir de 04/09/2013. O pagamento poderá ser parcelado em até 5 vezes com cartão de crédito (PayPal). O segundo e o terceiro módulos também são de 115 horas de duração cada, com realização em 28 e 29/09/2013 e 12 e 13/10/2013, respectivamente. Os alunos que cursarem os três módulos recebem um desconto de 4% para o segundo módulo e de 8% para o terceiro. Curso: Projetos Culturais Incentivados - Módulo I Data: 14 e 15 de setembro Local: Instituto Puente Viaduto 9 de Julho, 160 - SL 176 - Bela Vista (próximo ao metrô Anhangabaú) Horários: Sábado: 10h00 às 13h00, 14h00 às 17h00, 19h30 às 22h30 Domingo: 10h00 às 13h00, 14h00 às 17h00 Investimento: R$ 692,00 até o dia 03/09/13 e R$ 756,00 após 04/09/2013 Informações: (11) 3159-4848 4 comunidade SP - 3 de Setembro a 3 de Outubro de 2013 Bancos: muito lucro e poucos funcionários. M Em um ano, os maiores bancos do país eliminaram mais de 10 mil postos de trabalho, mas o lucro gerado pelos bancários no primeiro semestre de 2013, em relação ao mesmo período do ano passado subiu 19,4% esmo com lucros astronômicos, os bancos continuam cobrando taxas e juros altos. O número de funcionários também diminui a cada ano. De acordo com o balanço dos bancos, entre junho de 2012 e junho de 2013 foram extintos cerca de 10 mil postos de trabalho, ou seja, funcionários foram dispensados de agências e departamentos sem que houvesse reposição. Em um ano, o Itaú eliminou 4.458 vagas, o Santander cortou 3.216 postos; o Bradesco, 2.580 e o Banco do Brasil 276 empregos. Pressão por metas adoece cada vez mais os bancários A falta de funcionários e a pressão por venda de produtos como cartões, seguros, com metas cada vez maiores, têm levado os trabalhadores ao adoecimento. As doenças físicas, como Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (Dort), e os transtornos mentais, como estresse, depressão e síndrome do pânico, tornaram-se epidemia entre os bancários. Uma das principais mudanças que os trabalhadores cobram dos bancos, na Campanha Nacional 2013, é a alteração desse quadro, com o fim da cobrança por metas abusivas. “Essa é mais uma forma de os bancos acabarem com a saúde dos bancários. Além disso, devolvem à sociedade, da qual tanto lucro tiram, serviços piores, filas e atendimento precário”, critica Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A categoria bancária está entre as que mais sofrem com doenças ocupacionais relacionadas à forma de gestão dos bancos que apostam numa rotina de metas abusivas, extrema pressão e assédio moral como forma de aumentar sua produtividade. Mais de 21 mil bancários (21.144) foram afastados no ano passado, de acordo com dados do INSS, em todo o país – sendo 27% por LER/Dort e 25,7% por transtornos mentais e comportamentais (como stress, depressão, síndrome do pânico). Somente nos três primeiros meses de 2013, 4.387 pessoas se licenciaram pelos mesmos motivos (25,8% transtornos mentais e 25,4% por LER/Dort). Em 2011, o número de bancários afastados foi de 20.714. Bancários trabalham mais para remunerar acionistas Acionistas estão ficando com parcela cada vez maior da distribuição, e os trabalhadores cada vez menor Os principais responsáveis pelo excelente resultado dos bancos no Brasil recebem cada vez menos retorno por esse trabalho. Apesar dos reajustes salariais conquistados nas Campanhas Nacionais Unificadas desde 2004, que acumulam 85,32%, bancários viram cair, nos últimos anos, a parcela que recebem do valor adicionado dos bancos. Valor adicionado é o PIB do setor. São todas as receitas do banco, já subtraídas as despesas de intermediação financeira e outras, operacionais. Esse valor que sobra é distribuído entre acionistas (na forma dividendos e lucros retidos); governo (pagamento de impostos) e trabalhadores (remuneração, vales, auxílios, FGTS). Entre 1999 e 2005, em média, os acionistas ficavam com 25,9% dessa distribuição do valor adicionado (DVA), os impostos consumiam 24%, e 50,1% eram destinados aos trabalhadores. Nos últimos anos, entre 2006 e 2012, houve uma inversão: enquanto o governo continua na casa dos 23%, os acionistas passaram a receber em média quase 40% e aos trabalhadores restaram 37% (veja quadro abaixo). “E isso num cenário em que os bancários trabalham cada vez mais”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, mencionando dados dos balanços dos seis maiores bancos do Brasil (BB, Caixa, Bradesco, Itaú, Santander, HSBC): na comparação entre os primeiros seis meses deste ano com o mesmo período de 2012, o lucro gerado por trabalhador subiu 19,4%. Cada bancário ampliou em 13,6% a receita com tarifas e em 19,8% a carteira de crédito. O número de contas correntes sob a responsabilidade de cada um aumentou 6,9%. Só caiu a quantidade de trabalhadores por agência: - 5%. “Os bancos estão extinguindo postos de trabalho e ganhando muito com isso. Os trabalhadores que ficam estão sobrecarregados, adoecendo e esse quadro é inadmissível num setor que tanto ganha”, destaca Juvandia. Caderno do Jornal Centro em Foco - Edição Nº 113 Fraturas em crianças exigem precisa investigação radiológica U ma criança cai, aparentemente machuca-se com gravidade, como saber se algum osso foi quebrado, principalmente quando a criança ainda não sabe descrever ao certo o que está sentindo? Geralmente, além do inchaço na área afetada, a criança manifestará uma dor contínua, forte, paralisante. Portanto, é importante que ela se mova o mínimo possível até receber atendimento médico e uma investigação radiológica possa orientar a conduta de tratamento. Segundo o médico radiologista Edson Sato, do Centro de Diagnósticos Brasil, há diversas classificações de fraturas, podendo ser expostas ou fechadas, completas ou incompletas, com desvio ou sem desvio, com extensão articular ou não. Há também fraturas patológicas - em que uma lesão subjacente predispõe à fragilidade óssea com fratura na sequência - e as fraturas por estresse, que ocorrem quando o osso é submetido a uma carga superior ao que pode suportar. 1. Fraturas incompletas: a) Em “galho verde” - neste caso, parte do osso é lascada ou trincada, mas do lado oposto o osso permanece intacto; b) Em “torus” quando há compactação por forças compressivas; c) Deformação plástica - nessa situação, as corticais* estão íntegras. 2. Fraturas envolvendo a placa fisária (Salter-Harris): Neste caso, são fraturas que envolvem a placa de crescimento. Sato afirma que nem sempre um simples raio-x identifica o problema. Nesses casos, exames mais sofisticados, como a cintilografia e a ressonância magnética de extremidades, são necessários. “As fraturas são mais comuns em meninos do que em meninas. Os locais mais co - muns de fraturas em crianças são o rádio distal**, o cotovelo, a clavícula e a tíbia***. Há fraturas por estresse repetitivo causadas, inclusive, pelo uso de calçados impróprios.” O especialista adverte que quando a dor se torna mais constante, o ideal é procurar um ortopedista imediatamente e prosseguir com a investigação diagnóstica. Em casos menos críticos, o paciente se recupera entre seis e oito semanas de repouso. Mas nos casos mais graves, em que mesmo com muito repouso o osso não se consolida, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica seguida de fisioterapia. Mais informações a respeito do tema podem ser encontradas em www.cdb.com.br 6 SP - 3 de Setembro a 3 de Outubro de 2013 Carta aberta da Plenária Municipal de Saúde de São Paulo Documento em apoio ao “Programa Mais Médicos” e aos vetos da presidenta Dilma ao Ato Médico A Plenária Municipal de Saúde de São Paulo, conforme decisão tomada em sua última reunião ordinária, ocorrida em 03 de agosto de 2013, na Câmara Municipal de São Paulo se posiciona a favor do Programa Mais Médicos, que além de levar mais médicos para regiões onde há escassez ou inexistem profissionais, propõe melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde, com investimentos em infraestrutura dos hospitais e unidades de saúde. Desta forma o Governo Federal garantirá mais médicos para atuar na atenção básica de periferias de grandes cidades e municípios do interior do país: A implantodontia está consagrada como uma especialidade odontológica que restabelece com eficiência a função mastigatória. Entretanto, nem sempre os resultados estéticos são atingidos. Como já mencionado em artigo anterior, os implantes não substituem perfeitamente os dentes naturais. Desta forma, para que se alcance um sorriso estético com a reabilitação com implantes, o especialista deve atentar a vários fatores, desde o planejamento cirúrgico do implante, até o término da confecção da prótese. O planejamento inicia com a avaliação do periodonto e o peri-implante, ou seja, da gengiva ao redor dos dentes e implan- - Apoiamos a contratação de médicos estrangeiros, caso não haja o preenchimento de todas as vagas oferecidas pelo Programa Mais Médicos pois existe urgência em se resolver esse problema; - Apoiamos a mudança na formação dos estudantes de Medicina, que garantirá aproximação dos novos médicos à realidade de saúde do país; - Apoiamos a mudança na lógica de abertura dos cursos de medicina de universidades privadas, que deverão apresentar propostas com foco nas regiões prioritárias do SUS e que se aprovadas pelo MEC, os cursos de medicina podem ser abertos; - Apoiamos como requisito para abertura de um novo curso, a existência de pelo menos três Programas de Residência Médica em especialidades consideradas prioritárias no SUS: Clínica Médica e Cirurgia - Ginecologia/Obstetrícia e Pediatria - Medicina de Família e Comunidade; - A Plenária Municipal de Saúde de São Paulo se posiciona também a favor do Veto ao Ato Médico, cuja Lei 12.842 - que regulamenta a atividade médica no país, conhecida como Lei do Ato Médico, tramitou quase 11 anos no Congresso Nacional; - Apoiamos o governo Federal, que considerando as manifestações do Congresso Nacional, de Secretarias Municipais de Saúde e das Entidades Nacionais Municipalistas, e após consultar as entidades representativas de profissionais da saúde, apresentará novo projeto de lei que assegure as competências de cada profissão e a adequada prestação dos serviços de saúde; - Apoiamos o veto dos artigos referentes à formulação do diagnóstico de doenças, que se aprovado traria restrições ao trabalho de outros profissionais de saúde; - Apoiamos o veto aos dispositivos que impedem a atuação de outros profissionais na indicação de órteses e próteses, inclusive oftalmológicas; - Apoiamos o veto à direção e a chefia de serviços médicos enquanto ato exclusivo deste profissional; - Apoiamos o veto no trecho que indicava a invasão da pele atingindo o tecido subcutâneo para injeção, sucção, punção, insuflação, drenagem, instilação e enxertia, que caso a redação fosse mantida, a utilização da acupuntura seria privativa de médicos, restringindo a atenção à saúde e o funcionamento do SUS. A Plenária Municipal de Saúde solicita a manuten- ção integral do veto parcial decidido pela Exma. presidenta da República Dilma Rousseff e apela ao Senado Federal que preserve o interesse público, garantindo o livre exercício de todas as profissões da área da saúde, da não reserva de mercado ao profissional médico, do atendimento nos estabelecimentos privados de saúde e, especialmente, das políticas públicas do Sistema Único de Saúde, e assim aprove o texto com o veto parcial da presidenta, que garante a regulamentação do exercício da medicina e os interesses da população brasileira. Plenária Municipal de Saúde de São Paulo Implantes x Estética do sorriso tes. A avaliação dos dentes também é muito importante, uma vez que “a face é o quadro do rosto e o sorriso a moldura desse quadro” (MONDELLI, 2003). A partir disso, prossegue-se com a avaliação do exame tomográfico, o qual possibilita o planejamento adequado do posicionamento do implante, fator importantíssimo quando se trata de estética do sorriso com implantes. Em muitos casos, para se atingir o máximo de estética, deve-se lançar mão de procedimentos de enxerto ósseo para ganhar altura e/ou espessura ósseas. Entretanto, os procedimentos muitas vezes cruciais quando se fala de estética com implantes, são as cirurgias plásticas periimplantares, ou seja, os procedimentos nos quais se acrescenta gengiva arti- ficial e/ou natural para melhorar a estética gengival do sorriso. Por fim, após o correto planejamento dos implantes e da gengiva ao redor dos implantes, deve reabilitar o paciente com próteses sobre implantes que se adaptem harmoniosamente com o complexo ambiente antes criado. Para tanto, deve-se trabalhar com a seleção da cor, ajuste da for- ma do dente e a confecção de textura nas próteses de porcelana. Deve-se lembrar que a prótese deve estar em função mastigatória e em congruência com os tecidos ao seu redor, possibilitando adequada higienização pelo paciente. A apresentação acima retrata apenas alguns pontos, abordados de maneira simplificada, relativos ao complexo tratamento estético com implantes dentários, que devem ser observados pelo especialista em implantodontia para que o paciente possa ter o seu melhor sorriso e aquilo que ele promove: saúde, beleza e felicidade! Dr. Marcelo Cavalli Especialista em Implantodontia Mestre e Doutorando pela USP - Professor UniFMU [email protected] 77 SP - 3 de Setembro a 3 de Outubro de 2013 Deus existe E u era jovem, quatro anos de formada, havia terminado a residência médica e trabalhava em um ambulatório de medicina de grupo, atendendo pacientes de clínica geral e cardiologia. Os pacientes eram das mais variadas idades, as doenças comuns, gripes, resfriados, dores de barriga, pressão alta, colesterol elevado, diabete, dores musculares, dores nas pernas enfim, uma gama de enfermidades rotineiras Eu gostava de atender naquele ambulatório porque o ambiente era bom, havia vários colegas da faculdade que atendiam lá, trocávamos impressões profissionais, falávamos sobre doentes, doenças, congressos. Não sobrava tempo para jogar conversa fora ou falar de amenidades. Não gostava do fluxo de pacientes que tínhamos que atender, um a cada 15 minutos, fora os retornos. Esse tempo era escasso. Embora as doenças fossem corriqueiras havia pacientes mais complexos, com inúmeras queixas, com dificuldade para se locomover ou se expressar, e suas fichas médicas eram pesadas devido ao número de especialistas que consultavam e de internações, que só para tomar conhecimento do histórico do paciente demorava 15 ou 20 minutos. Tentava obter o máximo de informações através da história clínica do paciente para não errar o diagnóstico e muito menos a medicação. Afinal, meu objetivo era salvar vidas. Além desse emprego, trabalhava no serviço público federal e ali minha frustração era ainda maior. Os pacientes esperavam meses para ser atendidos, enfrentando filas imensas de madrugada, para marcar consultas e exames, passando frio e fome e muitas vezes quando chegava o grande dia, o dia da consulta, faltava sala para examinar, material para curativo, medicação e até mesmo estetoscópio e aparelho de pressão. Isso em pleno centro de São Paulo, imagine-se na periferia! Não dava para por em prática o que aprendemos na faculdade, ver e ouvir o paciente, observar seu modo de andar, seu aspecto, sua fala, seu modo de sentar, de respirar, se estava pálido ou corado, se parecia debilitado, se estava com expressão de dor. Segundo nossos professores esta prática nos garantiria 50% do diagnóstico. Voltando ao ambulatório de medicina de grupo em que trabalhava, gostaria de dar um depoimento a respeito de um caso que para mim se tornou emblemático e inesquecível e que norteou para sempre minha conduta em matéria de consulta de pacientes. Certo dia entrou no Acupuntura Medo de agulhas? As agulhas são descartáveis, mas você pode optar por substituí-las pelo LASER. Melhoras já na primeira sessão. Atendimento diferenciado. 3255.4833 Vera Ligia Lemos - Biomédica Acupunturista consultório um paciente de cerca de 30 anos, eletricista de manutenção de hospital, uma sacola cheia de exames. Havia raios X, exames de coração, de sangue, de estômago, de pulmão e segundo ele nenhum veredito. Ninguém sabia o que ele tinha. A queixa era de cansaço extremo, fadiga, estando impossibilitado de trabalhar. Ele mesmo estranhava o fato, pois até pouco tempo atrás era bem disposto e trabalhava com gosto e vontade. Havia passado por vários especialistas, mas os sintomas vinham se agravando - agora sentia cansaço até para falar. Notei que era verdade, ele parecia muito cansado no final do relato. Estes sintomas me lembravam uma história que tinha visto recentemente na televisão. Tratava-se do caso de um milionário muito famoso, dono de estaleiros na Grécia, Aristóteles Onassis, que estava casado com a viúva de outro não menos famoso, o presidente dos Estados Unidos da América, John Fitzgerald Kennedy. O cansaço para falar era semelhante ao de Onassis, constatado na entrevista dada a um jornalista! Será que podia ser a mesma doença? O paciente já havia consultado tantos médicos do hospital e nenhum havia solucionado seu caso. Como que eu, praticamente recém-formada, poderia auxiliá-lo e melhorar sua condição de saúde? Não sabia que exame mais poderia pedir, que medicação lhe dar. Nesse momento tive uma idéia, vi uma luz no fim do túnel: escrevi no receituário o nome de um colega neurologista, que trabalhava no andar de cima e o diagnóstico da doença - Miastenia Gravis, uma doença rara. Então, com uma segurança que causou estranheza a mim mesma, anunciei ao paciente que o problema era esse e que o tratamento da doença lhe garantiria a cura. Passou-se um mês e meio, e um dia aquele meu colega neurologista foi até a mim e perguntou sobre como eu fizera o diagnóstico da doença do referido paciente. Esse paciente havia se submetido a uma cirurgia para retirar o timo, um órgão embrionário que havia crescido e se tornado um tumor. O paciente estava bem, havia sido curado e estava pronto a voltar ao trabalho. Foi bom ter prestado atenção no paciente, me concentrado em seus sintomas e pensado em várias possibilidades. Mas tudo isso leva tempo, um tempo que vale a pena, pois pode salvar uma vida. Só tive uma resposta e uma constatação, Deus existe. Além do conhecimento, existe a fé. Deus nos dá sinais de sua existência diariamente, o difícil é reconhecer e interpretá-los. No caso dos médicos os sinais são ver, ouvir, examinar e sentir os pacientes. Acredito que a arte perdida de curar tem que ser recuperada e a humanização da medicina é o caminho. Amália Pelcerman Cardiologia e Clínica Geral Tel.: 3257-4071 [email protected] 8 SP - 3 de Setembro a 3 de Outubro de 2013 IBCC festeja Dia do Nutricionista com dicas de alimentação O Dia do Nutricionista, que se comemora em 31 de agosto é lembrado pelo Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC) com a publicação de dicas de cuidados com a alimentação para o paciente oncológico. De acordo com especialistas, uma dieta balanceada com alimentos variados, tipos e quantidades adequadas, compondo refeições coloridas e que incluem alimentos tanto de origem vegetal como animal, precisa fazer parte do cardápio de todas as pessoas, inclusive de quem está em tratamento. O paciente que necessita de Quimioterapia e/ou Radioterapia, pode apresentar algumas reações como náuseas, diarreias, constipação (prisão de ventre), res- Divulgação secamento da boca e aftas. A nutricionista do IBCC, Joyce Romanelli, explica que a alimentação saudável auxilia e diminui os efeitos colaterais ocasionados nessa fase do tratamento. “A irradiação (Radioterapia) do abdome, por exemplo, pode desencadear aumento das evacuações. Beber bastante líquido e evitar alimentos com muitas fibras (vegetais crus e frutas frescas, como laranjas) são dicas importantes”, revela a nutricionista. As náuseas são outra reação que o paciente oncológico pode sentir durante a Radioterapia e/ou Quimioterapia. Refeições em pequenas quantidades e várias vezes ao dia (pelo menos seis vezes), ingerir alimentos em tempe- ratura ambiente, tomar lentamente bebidas geladas, evitar bebidas alcoólicas, café, chá preto, chá mate, frituras, alimentos gordurosos, doces concentrados, como o de leite e goiabada, e alimentos muito temperados podem ajudar a diminuir as náuseas. Há também a possibilidade do paciente ter dificuldade de evacuar. Nesse caso, a ingestão de líquidos durante o dia, o aumento do consumo de frutas (mamão, laranja, abacate e ameixa) e de verduras cruas e cozidas contribuem com o funcionamento do intestino. “É importante, sempre que possível, ingerir também o bagaço das frutas”, complementa Joyce. Se surgirem aftas ou ressecamento da boca, a indicação é aumentar a ingestão de líquido, evitar alimen- tos muito quentes ou muito frios, acrescentar molhos e caldos nos alimentos, incluir purês, sopas, cremes, pudins, gelatinas, mingaus, vitaminas e carnes moídas ou desfiadas nas refeições. Sobre IBCC - O IBCC é referência para o tratamento do câncer no Brasil. No hospital, são atendidas 24 especialidades. Em 2012, o hospital realizou 95.080 consultas, 7.094 cirurgias, 6.160 internações, 13.393 exames mamográficos, 21.383 ultrassonográficos, 10.747 tomografias computadorizadas, 17.844 aplicações de quimioterapia e 32.474 sessões de radioterapia. Em 2013, o Instituto completa 45 anos. Informações da Assessoria de Imprensa do IBCC 9 SP - 3 de Setembro a 3 de Outubro de 2013 A A violência contra a pessoa idosa violência contra a pessoa idosa é um tema ainda pouco conhecido e debatido. As informações são escassas, a subnotificação de abusos é evidente e as formas de agressão são diversas e silenciosas. Trata-se de um gigante sorrateiro que nos desafia enquanto povo que pretende envelhecer com dignidade. Qualquer forma de violência é absolutamente inaceitável. Mas a violência contra os idosos possui um lado extremamente perverso, pois acontece de forma naturalizada, muitas vezes dentro de casa. Grande parte das queixas registradas aponta os próprios filhos como responsáveis pelos maus tratos. Por isso mesmo, poucos casos são denunciados e os dados acabam sendo subestimados. Em 2010 o Sistema de Informação para Vigilância de Violências e Acidentes (SIVVA) registrou na cidade de São Paulo 759 notificações de agressões por terceiros contra pessoas acima de 60 anos. Acredita-se, contudo, que os casos sejam muito mais numerosos, não apenas pela fre- quente relação de parentesco entre agressor e agredido, mas também pela falta de informações sobre os mecanismos de proteção disponíveis. Apesar de a violência física ser a mais conhecida, há outras formas de violência cotidiana contra o idoso que igualmente não podemos tolerar: a negligência, agressões verbais, o abuso e o descaso na prestação de serviços. É importante falar também da queda acidental, uma das causas mais frequentes de internação. Somente em 2010 foram notificadas 3.304 quedas de pessoas com 60 anos ou mais, que resultaram em 647 mortes. Muitas das quedas ocorrem dentro das residências e as que acontecem nos espaços públicos se devem às precárias condições de acessibilidade das ruas, calçadas e áreas de acessos aos prédios. Isso indica que é preciso fortalecer as medidas governamentais e institucionais que propiciem melhores condições de moradia, locomoção e acessibilidade. As medidas preventivas são razoavelmente simples e incluem iluminação adequada, pisos sem obstáculos, dispositivos de suporte em banheiros e em locais onde o idoso se locomove. Para começar a enfrentar essa dura realidade a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania lançou em junho a campanha de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa que terá caráter permanente, com jornadas e encontros com especialistas para debates em vários distritos da cidade. Além da campanha, estão previstas outras ações que incluem para a efetivação do Estatuto do Idoso, entre as quais a criação de Universidades Abertas da Pessoa Idosa, uma das prioridades do Programa de Metas em fase final de discussão. A São Paulo que a gente quer é acolhedora e não aceita violência contra nenhuma pessoa, em qualquer idade. Rogério Sottili - Secretário Municipal de Direitos Humanos e Cidadania Guiomar Silva Lopes Coordenadora de Políticas para Idosos 10 A ARTES E CULTURA SP - 3 de Setembro a 3 de Outubro de 2013 Grupo 3 de Teatro apresenta mostrade seu repertório no Teatro Sérgio Cardoso té 6 de outubro, o paulistano tem a oportunidade de acompanhar, bem de perto, a trajetória completa do Grupo 3 de Teatro, dirigido por Yara de Novaes, Débora Falabella e Gabriel Fontes Paiva desde 2005. Durante cinco semanas, de terça a domingo, o palco do Teatro Sérgio Cardoso recebe as peças A serpente (2005), releitura do clássico de Nelson Rodrigues, O amor e outros estranhos rumores - 3 histórias de Murilo Rubião (2010), adaptação de Silvia Gomez para a obra de Murilo Rubião - ambas com direção de Yara de Novaes - e O Continente Negro (2007), texto inédito no Brasil do dramaturgo chileno Marco Antônio de La Parra, dirigido por Aderbal Freire-Filho. Todos os espetáculos do Grupo 3 alinham profundo trabalho de pesquisa teatral à busca incessante por abordagens inovadoras, criando unidade na pesquisa e na concepção cênica. Parte desta coerência artística está no fato do Grupo se manter o mesmo desde sua fundação, e também por trabalhar com colaboradores artísticos permanentes, como o músico Morris Picciotto, que compõe todas as trilhas dos espetáculos, o arquiteto e artista plástico André Cortez, que assina os cenários de todas as montagens e a dramaturga e jornalista Silvia Gomez, que adaptou a obra de Murilo Rubião e traduziu O Continente Negro. Juntos, Yara, Débora, Gabriel, Morris, André e Silvia são os responsáveis pela trajetória do Grupo. A Serpente - Débora Falabella interpreta Guida, uma mulher muito ligada à irmã Lígia (Débora Gomez). Ambas casam no mesmo dia e, com os maridos, dividem um apartamento em Copacabana. Um ano depois do casamento, Guida vive uma intensa lua-de-mel e Lígia é praticamente virgem. Muito infeliz, Lígia expulsa o marido de casa e diz para a irmã que está pensando em morrer. Guida propõe a irmã que passe uma noite com o seu marido. Com um ritmo rápido e texto sucinto - em apenas um ato - o dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980) conseguiu escrever uma peça inteira sobre um tema familiar: a paixão de duas irmãs pelo mesmo homem. Completam o elenco Alexandre Cioletti, Augusto Madeira e Cyda Morenyx. “É uma montagem que privilegia o trabalho do ator, ressaltando a teatralidade do texto de Nelson Rodrigues, em uma leitura com os olhos de hoje”, destaca a diretora Yara de Novaes. O Continente Negro - Dirigido por Aderbal Freire Filho, o texto do chileno Marco Antônio de La Parra fala so- bre relações amorosas de forma fragmentada, com diferentes personagens e histórias. O elenco enxuto traduz os diversos personagens de Marco Antônio e se desdobra para contar a vida de 12 personagens. Segundo o diretor, ”há situações que são bem dramáticas, estão todos em busca de uma saída”. O elenco é formado João Caldas Francisco por Yara de Novaes, Débora Falabella e Rodolfo Vaz. O Amor e outros estranhos rumores - A dramaturga Silvia Gomez escreveu este espetáculo a partir de contos do mineiro Murilo Rubião (19161991), pioneiro do realismo fantástico brasileiro. Yara de Novaes dirige o espetáculo que mergulha em três de seus contos: Memórias do Contabilista Pedro Inácio, Os Três Nomes de Godofredo e Bárbara. A montagem apresenta histórias que trazem à tona questões extraordinárias sobre amor e solidão. No elenco, Débora Falabella, Rodolfo Vaz, Maurício de Barros e Priscila Jorge. Sobre o Grupo 3 de Teatro A estreia do espetáculo A Serpente, na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro, em 2005, marcou também o nascimento do Grupo 3 de Teatro, fundado por Yara de Novaes, Débora Falabella e Gabriel Fontes Paiva. Com a criação da companhia, os três mineiros radicados em São Paulo deram continuidade à parceria teatral iniciada em Belo Horizonte no final da década de 1990. É uma companhia teatral estável de processo continuado. Sua pesquisa, realizada desde 2005, muitas vezes se desdobra em novos projetos de cunho documental, social e de difusão. Foi o caso das mostras “Murilo Rubião - o Reescritor fantástico” (SESC Paladium e UFMG) e “Mostra Contemporânea de Arte Mineira” (SESC Pompéia e Vila Mariana) e da publicação da tradução para o português do texto dramatúrgico do chileno Marco Antonio De La Parra - O Continente Negro. Frequentemente, a companhia estende seu treinamento com oficinas abertas promovendo o encontro e o diálogo com outras companhias, como quando produziu a oficina “Dramaturgia e Espaço” ministrada pelo chileno Marco Antonio De La Parra e “View Point” por Myriam Rinaldi. Ainda no campo pedagógico, o grupo compartilha com estudantes de teatro seu processo de criação com oficinas ministradas por integrantes do grupo: “A Cena Teatral e Murilo Rubião”, no Teatro Tuca, ministrada por Yara de Noves, André Cortez e Silvia Gomez e “Espaço Wellington Carvalho Dramaturgia e Atuação”, por André Cortez e Yara de Novaes. Serviço: Mostra do Grupo 3 de Teatro Temporada: De 3 de setembro a 6 de outubro A Serpente: terças e quartas às 21h, O Continente Negro: quintas e sextas às 21h, e O Amor e Outros Estranhos Rumores: sábados às 21h e domingos às 18h. Duração dos espetáculos: A Serpente: 60 min, O Continente Negro: 70 min. e O Amor e Outros Estranhos Rumores: 90 min. Classificação etária: A Serpente: a partir de 14 anos, O Continente Negro: a partir de 12 e O Amor e Outros Estranhos Rumores: a partir de 12. Teatro Sérgio Cardoso Rua: Rui Barbosa, 153 Bela Vista – Tel.: (11) 3288-0136 Lotação: 835 lugares Acessibilidade para pessoas com necessidades especiais Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia entrada). Vendas por telefone - (11) 40031212 ou internet: www. ingressorapido.com.br ARTES E CULTURA SP - 3 de Setembro a 3 de Outubro de 2013 Operação Trem-bala marca os 40 anos de carreira de Naum Alves de Souza N aum Alves de Souza, diretor, autor, cenógrafo, figurinista e artista plástico completa 40 anos de carreira e 70 de vida. Como parte da comemoração levou para o palco seu texto inédito, Operação Trem-bala. O espetáculo cumpre temporada no Instituto Cultural Capobianco, até a 29 de setembro. Naum é criador de importantes e premiadas obras teatrais, como No Natal a Gente Vem te Buscar (1979), Aurora da Minha Vida (1981) e Um Beijo, Um Abraço, Um Aperto de Mão (1984) -textos traduzidos para diversos idiomas, publicados e encenados internacionalmente. Para encenar a nova peça, Naum escolheu os atores Ana Andreatta, Mila Ribeiro, Marco Antônio Pâmio e Fábio Espósito. O elenco possui um passado rico em experiências com o autor e diretor, que vem desde a Escola de Arte Dramática, passa pela criação em 1997 do Espaço Naum Alves de Souza (com os espetáculos Strippers e Pivô) e que se estende até os dias de hoje. “Formam um consistente, criativo e talentoso grupo de trabalho”, atesta o autor, que em 2005 teve publicada sua obra completa para teatro pela fundação Cena Lusófona, de Coimbra, Portugal. A ficha técnica se completa com Miko Hashimoto, nos figurinos, Wagner Freire no desenho de luz, Lívio Tragtenberg na composição da trilha sonora original e direção musical e Fábio Namatame e Juliano Lopes no visagismo. Sobre a história Embalada em non-sense, a história se desenrola em torno de um casal de velhos Fotos: Paulo Cesar Lima na iminência de ser enganado por parentes para embarcar em um imaginário trem-bala. Sua Excelência, velho governante há décadas no poder, e a primeira esposa, Dona Bluma, estão nas mãos das filhas adultas e de Filipa, a nova e ambiciosa esposa. De olho na fortuna, elas projetam “resolver” o problema da senilidade de Sua Excelência, de Dona Bluma, e também do velhíssimo cardeal Dom Círio, confessor da família, dos centenários tios e da cozinheira Elpídia, que começou a trabalhar na mansão no tempo do tataravô de Sua Excelência. Não ficam de fora o Diabo e os fantasmas dos parentes que assombram a mansão. Filipa e as três filhas do casal Vitória, Inglória e Tormenta se aproveitam do fato de o velho governante imaginar que seu fabuloso projeto do trem-bala se concretizou e está pronto para a viagem inaugural. Filipa, aliada às jovens, estimula o velho político e seus agregados a embarcarem e viajar no magnífico trem, que os levará ao encontro de um famoso médico alemão. “Operação Trem-Bala” mostra os percalços dessa agitada viagem. Baseado em um conto seu ainda não publicado, O Almoço de Ação de Graças, Naum insere no texto a temática do trem bala, referência ao projeto governamental do trem de alta velocidade que ligará Campinas a São Paulo e ao Rio de Janeiro. O conto trata da agonia de um velho político prepotente e senil e sua família. “A parentada toda acha que ele vai morrer e está querendo bicar, tirar uma lasquinha de sua fortuna”, explica o autor. “Operação Trem-bala” faz críticas ao poder e ao modo como a sociedade trata os idosos. “Quando somos jovens, não percebemos que um dia vamos envelhecer. Não pensamos nisso. Quando a velhice chega você percebe que não possui a eternidade. Mostro na peça que mesmo o poderoso envelhece e fica entregue às mãos dos parentes”, diz o diretor, citando um ditado: “É bom cuidar bem dos filhos porque eles é que vão escolher o asilo onde os pais vão mofar”. Sobre a montagem Devido à diversidade de cenas e lugares onde se passam as ações, Naum Alves de Souza optou por uma solução quase shakespeariana de encenação, a do palco neutro. A encenação é enxuta. Cada personagem tem seu figurino alegórico (todos com saias compridas e a parte de cima que os caracteriza) e peruca. Como objetos cênicos, apenas cadeiras de rodas e andadores. Um trenzinho elétrico, em funcionamento durante toda a peça. Os figurinos de Miko Hashimoto definem muito bem o caráter dos personagens. Serviço: Operação Trem-Bala Temporada: até 29 de setembro Sessões: Sextas-feiras e sábados às 20h e domingos às 19h Classificação: 14 anos Duração: 80 minutos Instituto Cultural Capobianco - Teatro da Sala Subterrânea Rua Álvaro de Carvalho, 97 - Centro (próximo metrô Anhangabau) Tel.: (11) 3255-8065 / 3237-1187 Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia entrada, para estudantes) 11 Anjotérica Zugon Villar Anjoterismo é uma simbiose entre ciência e fé. Estatísticas que confundem nossas mentes Existem muitas palavras que são inventadas apenas para confundir ouvintes. Juízes e advogados, assim como médicos, benzedeiras e economistas, usam expressões que podem até ser comuns nos ambientes em que transitam e entre seus pares, mas de difícil compreensão para aqueles que são passageiros pelas suas atividades. A Cientologia de Ron Husbart, assim como Angélia Rocha da Angelschurch, preconizam que qualquer informação para ser útil precisa ser bem esclarecida. Quando você ouve distraidamente: Cê tem brochove..., não dá a impressão que estão lhe perguntando alguma coisa com segundas intenções? Pois é, no mês de setembro chove em muitos lugares do mundo. Aliás, todos os dias temos chuvas, trovoadas e, estatisticamente, a cada segundo caem dois raios em nosso planeta. Tudo neste mundo já foi motivo de estatística, que segundo Gueibrou twelv, da Ayasofia, é a arte de torturar números até eles oferecerem os valores que o patrão precisa. Ou como disse Joelmir Beting: enquanto cinquenta por cento das pessoas passam fome as outras cinquenta por cento fazem regime. Observe comigo alguns resultados estatísticos história. No planeta Terra, no ano zero desta contagem DC, éramos 300 milhões de pessoas, em 1800 chegamos a 1 bilhão, em 1930 dobramos para 2 bilhões e em 1970, 3,5 bilhões, tínhamos até uma bela canção: “Noventa milhões em ação, pra frente Brasil, salve a seleção...” Hoje o mundo dobrou de novo, somos 7 bilhões de pessoas vivas. Uma dessas se suicida a cada 30 segundos, o que soma, aproximadamente, 3.000 por dia, e a cada minuto uma tentativa frustrada. Um milhão morre por ano em acidentes de trânsito, sendo que quatrocentas mil são de jovens entre 10 e 24 anos. Somos sessenta e dois por cento asiáticos, dez por cento europeus, quatorze por cento africa- nos, treze por cento americanos e um por cento da Oceania. Quarenta e oito por cento dos seres humanos são homens e 89% são heteros. Trinta por cento são brancos, 30% são cristãos, 80% vivem em condições precárias, 75% têm problemas de alimentação, 50% nunca falaram ao telefone, 14% já foram presas e torturadas, 40% sofrem perseguição por causa de seus credos, 30% dos adultos são analfabetos, 1% consegue terminar uma faculdade, 2% têm computadores, 20% possuem telefone celular e um terço não come insetos, ainda! Oito por cento tem dinheiro guardado, sendo que 2% têm 90% de todo dinheiro do mundo e 59% de todo o dinheiro do mundo são de apenas 6 famílias dos EUA. Tem mais um minutinho? Pois é, um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está. Sabe quanto é 9 meses? Pergunte a uma grávida. E um milésimo de segundo? Pergunte ao Rubinho Barrichello. Já temos onze mil máquinas inativas no espaço. Aspiramos 137 metros cúbicos de ar por dia. Noventa e sete por cento da água do mundo estão nos oceanos, 2% nos rios, 0,99% no subsolo, 0,01% é tratada e, respiramos, junto com o ar, uns 500 gramas desta mesma água por dia. Sessenta e três por cento do corpo humano compõem-se de água, o rio Amazonas despeja 300 m cúbicos, (3 bilhões de litros) por segundo, no mar. A grande São Paulo consome seis bilhões de litros por dia. Para se produzir o arroz, usa-se 62 vezes o seu peso em água. Em 1 ano uma pessoa nos Estados Unidos, gasta 200.000 litros, no Haiti e na África subsaariana menos de 5 mil, e na São Paulo maravilha, uns 80 mil litrinhos. Trinta por cento das pessoas adultas do Brasil são aposentados, 10% são funcionários públicos e militares, 0,8% são presidiários, 0,3% são índios, 30% estão estudando, 0,5% trabalham em estatais, 0,2% estão doentes, 3% são deficientes e 8% estão desempregadas. Venha fazer parte de uma instituição e se divertir aprendendo. Se você sabe venha nos ensinar, se você não sabe, venha aprender para ensinar. Todas as quartas feiras às 19: horas temos palestras e conversas amáveis e reconfortantes à rua Alferes Magalhães, 347 em Santana - pertinho do metrô. Veja nossa programação no site www.escoladeanjos.org ou em [email protected]