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Automedicação e Aviação, pode ser uma Combinação Fatal
A automedicação é preocupante, principalmente quando isso
envolve nossos pilotos. Segue aqui uma matéria como forma de
orientação e também alerta para todos esses profissionais, pois
muitas vezes medicamentos que achamos inofensivos na aviação,
não são.
A lista de medicamentos abaixo contraindicados aos aeronautas
serve
também
para
lembrar
que
o
velho
e
tradicional
hábito
da automedicação continua proibido.
Medicamentos Contraindicados
Analgésicos, antitérmicos (dores, resfriados, gripes)
Efeitos indesejados: sonolência e diminuição de reflexos.
Consequência: afastamento de voo por oito à doze horas.
Antialérgicos
Efeitos indesejados: sonolência e diminuição de reflexos.
Consequência: afastamento de voo por doze à vinte e quatro horas.
Antiácidos e digestivos
Efeitos indesejados: alterações visuais.
Consequência: afastamento de voo por oito à doze horas.
Efervescentes
Efeitos indesejados: aumentam a quantidade de gases, aumentam a distensão
abdominal
Consequência: afastamento de voo por seis horas.
Descongestionantes nasais típicos
Efeitos indesejados: adrenérgico e lesão da mucosa.
Consequência: agravamento pela atividade, problemas de ouvido médio.
Sistêmicos
Efeitos indesejados: sonolência e diminuição de reflexos.
Consequência: afastamento de voo por doze à vinte e quatro horas.
Antidiarreicos (derivados opiáceos)
Efeitos indesejados: sonolência e alterações dos reflexos; máscara a etiologia.
Consequência: afastamento do voo por doze à vinte e quatro horas.
Antibióticos e bactericidas
Efeitos indesejados: disbacteriose com diarreia ou problemas gástricos, náuseas e
outras complicações.
Consequência: afastamento de voo até o fim do tratamento.
Tranquilizantes, hipnóticos
Efeitos indesejados: diminuição de reflexos, sonolência.
Consequência: afastamento de voo por vinte e quatro horas.
Anorexígenos, estimulantes
Efeitos indesejados: alteração no solo, no apetite e nos reflexos.
Consequência: afastamento de voo por vinte e quatro horas.
Anestésicos locais
Efeitos indesejados: alterações dos reflexos e bradicardia.
Consequência: afastamento de voo por doze horas.
Diuréticos
Efeitos indesejados: aumentam a perda de líquido, desidratação, perda de potássio.
Consequência: afastamento de voo por doze à vinte e quatro horas.
Anti-hipertensivos
Efeitos indesejados: alteração no batimento cardíaco, hipotensão sonolência e
diminuição de reflexos
Consequência: afastamento de voo.
Anti-inflamatórios não hormonais e contra cólicas
Efeitos indesejados: problemas gástricos e sonolência com diminuição dos reflexos.
Consequência: afastamento das atividades por doze à dezoito horas.
Medicamentos Proibidos
Podemos apresentar também as drogas proibidas, conforme o proposto pelo tenentemédico Eduardo Serra Negra Camerini, em seu trabalho chamado Guia Prático de
Automedicação, no qual ele sugere a divisão dos remédios em seis grupos,
organizados em duas colunas (substância e nome comercial):
Grupo 1:
Drogas que normalmente serão seguras de serem tomadas enquanto estiver
voando, desde que em doses normais e por período curto:
Substância (Nome Comercial)
Acetaminofem (Tylenol)
Carbonato de cálcio (Calcium Sandoz)
Vitamina C (Redoxon, Cebion)
Benzalcônio (Rinosoro)
Grupo 2
Drogas que o aeronauta pode usar e voar, após consulta de aprovação do médico
de aviação:
Substância (Nome Comercial)
Amoxacilina (Amoxil, Hiconcil)
Betametasona (Betnovat)
Carbenecilina (Carbenecilina)
Cloroquina (Aralen)
Nistatina (Micostatin)
Metil-testosterona (Pasuma)
Metronidazol (Flagyl)
Tetracicilina (Tetrex)
Grupo 3:
Contém drogas que um médico de aviação pode aprovar para uso em vôo após
avaliação do histórico individual:
Substância (Nome Comercial)
Acetazolamida (Diamox)
Alopurinol (Ziloric)
Clorotiazida (Higrotom, Clorana)
Cimetidina (Tagamet, Stomakom)
Clofibrato (Atromid)griseofulvina (Grifulvim)
Propanolol (Propanolol, Inderal)
Tiroglobulina (Proloid)
Grupo 4:
Contém aquelas drogas que possuem efeito adverso ao piloto. Assim, não será
permitido voar, enquanto a droga estiver em seu corpo em concentrações maiores do
que aquela que estaria quando três meia-vidas tivessem se passado (meia-vida é o
tempo necessário para que a concentração de uma determinada substância caia pela
metade):
Substância (Nome Comercial / Meia Vida)
Aminofilina (Marax, Aminofilina / 4 horas)
Codeína (Belacodid, Setux / 4 horas)
Dimenitrato (Dramamine / 8 horas)
Flurazepan (Dalmadorm / 12 horas)
Fenobarbital (Gardenal / 6 dias)
Prednisolona (Deltacortril / 8 horas)
Tinidazol (Pletil / 13 horas)
Grupo 5:
Contém drogas que proíbem ao piloto, o voo, enquanto estiver em uso delas, devido
ao fato de que as patologias para as quais foram prescritas impedem um voo seguro:
Substância (Nome Comercial)
Fenindiona (Dindevam)
Biperoden (Akineton)
Cafeína, ergotamina (Ormigrein, Cafergot-Imigrans)
Carbamazepina (Amplictil- 6-copena)
Lanatosídeo-C (Cedilinade)
Insulina (Insulina)
Nitratos (Isordil)
Clorpropamida (Diabinese)
Meperidina (Dolantina-Demerol)
Grupo 6:
Contém drogas extremamente potentes. Pelo menos cinco meia-vidas deverão
passar antes que o piloto retome às suas atividades:
Substância (Nome Comercial / Meia Vida)
Anfetaminas (Hipogafim / 8 horas)
Carisoprodol (Dorilax-Miocitalgam / 2 horas)
Diazepam (Diempax- Valium / 48 horas)
Ibuprofeno (Motrim / 6 horas)
Clordiazepóxido (Psicosedim / 24 horas)
Indometacina (Indocid / 13 horas)
Em resumo, medicamentos são drogas (substâncias químicas) que alteram o
organismo. Podem ter efeitos colaterais indesejáveis para as pessoas na superfície, e
estes efeitos, potencializados pela atividade aérea, podem incapacitar um aeronauta
ou até levá-lo a um acidente aéreo.
ATENÇÃO: Sempre que for a um médico alerte-o sobre sua profissão, para que
ele não prescreva um medicamento que poderá ser contraindicado para sua
atividade ou que possa lhe causar riscos ao exercê-la.
Medicina e Medicamentos Alternativos
Como existem restrições a uma série de medicamentos alopáticos, muitas vezes a
medicina alternativa é procurada, para que os aeronautas possam receber melhor
orientação terapêutica, possibilitando um tratamento mais adequado. Entre as
alternativas estão a da medicina oriental (acupuntura, Do-In, Shiatsu) e a
da homeopatia.
Apenas como fato ilustrativo, os remédios homeopáticos mais usados em medicina
aeroespacial e suas indicações terapêuticas são:
Alumina (efeito da secura a bordo)
Berbeis aquifolium (pele seca em voo) Borax (medo do pouso)
Dulcamara (sensibilidade aumentada para alteração quente/frio)
Fucus Vesiculosus (evacuar, emagrecer)
Hydratis Canadenses (sinusites)
Kali muriaticum (problemas crônicos de ouvido (trompa de Eustáquio) pelo voo)
Kali phosphoricum (estafa pelo voo)
Lac defloratum (enjôo a bordo)
Lycopodium (dispepsia ácida e muito flatulenta)Platinum (prisão de ventre dos
aeronautas)
Sanguinarinum nitricum (faringite dos aviadores)
Atualmente, uma moda médica é a medicina ortomolecular, que pesquisa os radicais
livres e entre outros exames utiliza o teste do cabelo (onde são dosados vários
elementos químicos). Como na aviação civil, os agentes oxidantes estão mais
presentes, é interessante a pesquisa desses radicais livres para melhoria do
desempenho do piloto.
Fonte: www.aeronautas.org.br,
Geanni Pires
Diretora da Sec. de Saúde dos Aeronautas.

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