1 Estudo de Caso DHC 3. Caso DHC Outsourcing Caso em

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1 Estudo de Caso DHC 3. Caso DHC Outsourcing Caso em
Estudo de Caso
DHC
3. Caso DHC Outsourcing
Caso em desenvolvimento pela FGV-EAESP, por meio do GVcepe –
Centro de Estudos em Private Equity e Venture Capital – para fins
exclusivamente acadêmicos, com conteúdo e informações cedidas
pela DGF Investimentos. Nenhum trecho deste documento pode ser
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3.1. Histórico da Empresa
A DHC Outsourcing, fundada em 2000, oferece serviços de
terceirização de infraestrutura de tecnologia da informação para
operações de missão crítica. Seu fundador e CEO, Dario Boralli, foi
presidente da Sun Microsystems Brasil e diretor da IBM no Brasil e no
exterior antes de fundar a companhia, acumulando vasta experiência
no setor.
Durante esse período, percebeu que o mercado de Data
Center era composto por empresas norteadas por duas vertentes
estratégicas distintas. A primeira era composta por companhias com
baixa qualidade técnica e confiabilidade, prestando serviços para
clientes pequenos com baixa dependência de recursos de TI. A
segunda é formada por grandes empresas prestadoras de serviços de
alto valor agregado e alto nível de confiabilidade, prestando serviços
para
clientes
cuja
operação
depende
fortemente
de
uma
infraestrutura de TI sólida e confiável.
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A DHC se posicionou mais próxima da segunda vertente,
contudo, com uma proposta de valor composta também de grande
flexibilidade e custo benefício mais interessante para clientes de
médio/grande porte. Esse posicionamento estratégico foi essencial
para viabilizar o crescimento da empresa e suportado, desde sua
origem, pela vasta experiência do fundador nesse segmento do
mercado, que conseguiu conciliar sua experiência anterior com
grande
habilidade
de
liderança
e
facilidade
de
adaptação
às
mudanças do mercado.
Do ponto de vista do serviço ofertado pela companhia, o
principal diferencial é o foco em tecnologia e a flexibilidade dos
projetos desenvolvidos, adequando cada solução/serviço à exata
necessidade do cliente. Essa é a principal razão para tornar a relação
custo/benefício muito mais atraente para o cliente em comparação
com os grandes players do mercado. Essas características tornaram a
DHC líder no mercado tendo quase a totalidade dos grandes portais
de e-commerce do país, um dos maiores dependentes desses
serviços.
3.2. O Investimento do DGF-REIF
O projeto de investimento do veículo de investimento REIF na
companhia foi originado em 2003, por meio da rede de contatos
(network) dos diretores da DGF Investimentos, organização gestora
do DGF-REIF. Nessa época, iniciou-se a primeira tentativa de
investimento, a qual acabou não se concretizando em função de
desacordos quanto aos direitos exigidos pelo fundo. Após cerca de
dois anos, em um cenário operacional financeiro mais estável, as
negociações
foram
retomadas
e
finalizadas
com
sucesso
em
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dezembro de 2005, resultando em um investimento de R$ 2,2
milhões por 24% do capital social da companhia.
Vale destacar também, que o cenário econômico brasileiro no
momento do investimento – dezembro/2005 – era promissor e o
mercado de terceirização de infraestrutura de TI ainda não havia se
consolidado, havendo
claro
espaço para
crescimento. O
tema
terceirização de infraestrutura de TI já vinha se tornando uma
tendência
irreversível
no
universo
corporativo
ao
aumentar
a
qualidade de serviço e reduzir custos, tendo como consumidores de
primeira instância os grandes players de e-commerce ou grandes
corporações migrando sua infraestrutura de TI, bancos de dados e
sistema de gestão (ERP) para a Internet.
Durante o período de investimento (2005 - 2009), o empresário
ratificou a sua solidez e preparo técnico/comercial demonstrado
durante o período de negociação, conseguindo performar de acordo
com as projeções do fundo, superando-a em alguns momentos.
Durante esses anos, o DGF-REIF atuou de maneira ativa na
implementação
de
boas
práticas
de
governança
corporativa,
desenvolvendo um conselho de administração ativo, sendo formado
por representantes do fundo, empresário e um independente.
Constituído em 2002, o Fundo REIF – Returning Entrepreneur
Investment Fund é um FMIEE – Fundo Mútuo de Investimento em
Empresas Emergentes que iniciou suas atividades em fevereiro de
2002, com o objetivo de investir em empresa com alto potencial de
crescimento e faturamento de até R$ 10 milhões. O REIF, que já
encerrou o seu período de investimentos, possui 11 companhias em
seu portfólio que se encontram em fase de crescimento e maturação,
desde
já
buscando
alternativas
de
saída.
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O capital comprometido do veículo é R$ 22,0 milhões, e os
investidores são BID/FUMIM, ABN Amro, SEBRAE NACIONAL e
SEBRAE-SP.
3.2.1. A DGF Investimentos
A DGF Investimentos foi fundada em 2001 por Sidney Chameh
(ex-aluno FGV-EAESP/99) com a missão de investir em PE/VC.
Desde então, agregou outros sócios igualmente experientes neste
mercado: Frederico Greve e Eduardo Pamplona juntaram-se ao final
de 2003 e Humberto Casagrande no início de 2007. Conjuntamente,
estes sócios apresentam histórico de sucesso e extensa experiência
acumulada em participações, tendo realizado diversos negócios
conjuntamente além de outros independentemente como executivos
de outras instituições.
A DGF Investimentos gere hoje ativos de cerca R$ 450 milhões,
tendo desenvolvido ao longo de sua história metodologia própria de
avaliação de oportunidades e de atuação junto ao seu portfólio de
investimentos.
Adicionalmente,
desenvolve
intenso
trabalho
institucional, visando desenvolvimento da indústria de PE/VC no
Brasil, em especial por meio da ABVCAP – Associação Brasileira de
Venture Capital e Private Equity –, tendo na figura de conselheiro da
associação um de seus sócios.
3.3. Desinvestimentos
Devido ao grande crescimento do mercado, da companhia e da
excelente qualidade técnica do time de gestão, diversos players do
setor se interessaram pelo ativo, tornando a possibilidade de venda
da companhia para um estratégico real. Contudo, durante o início do
4
ano
de
2008,
as
propostas
recebidas
pela
companhia
eram
significantemente inferiores às expectativas dos acionistas, até que
no último trimestre de 2008 foram iniciadas as negociações com o
Grupo UOL.
Após 3 meses de negociações, ao final de 2008 e início de
2009, o comprador apresentou uma proposta de compra em linha
com a expectativa dos vendedores, sendo iniciada, portanto a parte
de diligência contábil e legal, resultando na venda do ativo em março
de 2009.
No primeiro semestre de 2009, a DGF Investimentos vendeu
sua parte no negócio para o provedor de internet UOL, utilizando o
mecanismo de venda estratégica como forma de desinvestimento. O
montante negociado foi cerca de oito vezes o volume aportado na
empresa. O faturamento da empresa foi de R$48 milhões, em 2008,
48% maior que em 2007, montante esse insuficiente para justificar a
abertura de capital da empresa.
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