Desatando os nós
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Desatando os nós
semana de oração 18-24 julho 2010 nós desatando os “...desembaraçando-nos de todo o peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus,o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.” hebreus 12: 01 a 03 INTRODUÇÃO Nós vivemos uma agitação tão intensa, que não nos sobra tempo para pensarmos em nossa maneira de viver; e mais do que isto, não conseguimos pensar nas coisas com as quais nos embaraçamos nessa vida. Mas é muito interessante quando afinal conseguimos parar um pouco e refletir, pois percebemos a quantidade de “nós” que temos em nossa vida. Alguns dos “nós” estão na superfície do nosso ser e parecem ser mais fáceis de serem desatados. Porém, há “nós” que além de estarem na profundeza do nosso ser, são mais apertados; estes são de difícil alcance, e quando alcançados quase impossível de serem dasatados. Mas, por mais profundos ou fortes que sejam os nós, e ainda que a quantidade deles pareça exgerada, sabemos que Deus pode nos ajudar em tempo oportun, a desatar um a um; mas é necessário que queiramos nos desembaraçar de tudo aquilo que atrapalha a nossa caminhada rumo ao céu. O autor do livro de Hebreus afirma que é necessário o desembaraço de todo o peso e do pecado; e há muitas coisas que pesam e interferem significativamente em nossa vida espiritual! Tentemos imaginar vários pedaços de linhas embaraçados e com muitos “nós”; quanto mais este emaranhado de linhas for puxado, mais embaraçado vai ficar e mais fortes vão ficar os “nós”, correndo 1 o risco de arrebentar alguns pedaços da linha. Faz-se necessária muita paciência e habilidade para desembaraçar o emaranhado de linhas e desatar os “nós”. Portanto, esta tarefa é difícil demais para executarmos sozinhos; precisamos da intervenção do Senhor! Que nesta semana em especial, possamos “olhar firmemente para o Autor e Consumador da nossa fé”, para que então possamos enxergar todos os “nós” da nossa vida, e assim, com a ajuda Dele venhamos a desatá-los. Só o Senhor pode alcançar o mais profundo do nosso ser, e desatar todos os “nós’ que estão nos impedindo de corrermos com perseverança a carreira que nos foi proposta. Vamos deixar o Senhor fazer “obras profundas” em nosso ser! Rosicler Eli Storck Andrade Sumário DOM Gênese e desenvolvimento dos “nós” 3 SEG Um cadáver, um jumento e um leão 6 TER O juiz e o pescador 9 QUA O zimbro e a caverna 12 QUI Cinco pães e dois peixes 15 SEX Uma cunha, uma capa e duzentos ciclos 17 SÁB O cansaço e um prato de guisado 19 2 Domingo, 18 de julho de 2010 Gênese e desenvolvimento dos “nós” “O homem, nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação.” (Jó 14: 01) Se quisermos descobrir como e quando começou cada “nó” de nossa vida, teremos dificuldades! E nestes momentos, quando tentamos detectar a gênese e desenvovimento dos “nós” que carregamos, é que nos damos conta do quanto estamos embaraçados e de quantos “nós” somos portadores. Certamente desde que nascemos os “nós” já começam a se formar, sem nos esquecermos da pré-disposição genética para que os mesmos se formem. Os primeiros “nozinhos” são os mais complexos e os mais difíceis de serem alcançados; mas sabemos que ainda que pareçam inatingíveis, e muitas vezes acabam sendo para o homem, Deus pode alcançá-los e desatá-los. As dificuldades fisiológicas ou anatômicas podem tornar-se um “nó” importante na vida das pessoas, e afetar a própria estima; mas são os aspectos emocionais que mais embaraçam, dando origem aos terríveis “nós”! Parece que Moisés via sua dificuldade para falar como um “nó” em sua vida, e tentou se eximir da missão que Deus tinha para ele através da apresentação do mesmo; Gideão, por sua vez, apresentou a sua juventude e pobreza da sua tribo a Deus e Elias fez um discurso sobre o seu zelo. Homens e mulheres são atrapalhados em suas vidas pelos “nós” genéticos ou adquiridos; mas ao se fixarem em pequenos nós, parecem conseguir criar outros maiores. Muitas pessoas desenvolvem doenças de ordem fisiológica por conta de mágoas não resolvidas, principalmente com a figura materna ou paterna; alguns se fecham como ostras, preferindo não desatar os “nós”; outros passam a vida lamentando os seus enroscos, sem buscar a solução para aquilo que tanto lhes atormenta. O pecado é o maior de todos os “nós”, pois ele adoece e “emburrece”! Mas quando desatado por Quem tem o poder para isto, proporciona alívio e crescimento. 3 Davi adquiriu muitos “nós” no transcorrer da sua vida, mas o que mais lhe embaraçou foi o pecado cometido contra Bate-Seba e Urias; ele colheu um amargo resultado do seu momento de desejo não refreado. Sansão, além de não cumprir o propósito de Deus designado a ele desde o ventre materno, destruiu a sua vida por não refrear os desejos carnais, permitindo que isto se tornasse um “nó” mais forte que a força dos seus cabelos. Todas as pessoas têm os seus “nós”; alguns apenas detectados e outros a caminho de serem banidos. Resolver os embaraços que permeiam a nossa vida é uma escolha! REFLEXÃO 01-Qual foi o “nó” da vida de Caim? 02-Em sua opinião, quais foram os fatores, ou os “nós”, que destruíram a vida de Saul? 4 03-Qual a certeza que você pode ter de que Deus conhece a profundidade do seu ser, e que ele é o Único que pode alcançar o silêncio da sua alma? (Salmo 139) CONCLUSÃO Mesmo o rei Davi sendo considerado um homem segundo o coração de Deus, pelo próprio Deus, teve muitos enroscos além do adultério e homicídio cometido. O grande diferencial em sua vida foi o seu comprometimento com Deus; ele O amava mais do que tudo, e isto o levou a um arrependimento sincero e a um quebrantamento profundo! Os “nós” causados pelo pecado foram desatados na vida de Davi, e ele foi completamente restaurado, para a glória de Deus! Foram os “nós” da vida deste homem que tanto amava o seu Deus, que nos proporcionaram os mais belos poemas a respeito da vida cristã; em seus salmos vemos o espelho da nossa alma, e assim, aprendemos com Davi que não há causa perdida diante Daquele que “nos sonda e nos conhece”! Aprendamos então com Davi a tratar dos nossos enroscos com o maior Psicólogo que o mundo já viu! E aqueles que estiverem vivendo o enrosco do pecado, depois que se arrependerem dos seus pecados, peçam a Deus um coração puro e a renovação de um espírito reto. Mesmo que não saibamos a gênese de todos os nossos “nós” e como foram se desenvolvendo, tenhamos a certeza de que o Senhor tem prazer em nos ajudar a minimizar todo o nosso sofrimento, quer seja emocional ou espiritual. 5 Segunda-feira, 19 de julho de 2010 Um cadáver, um jumento e um leão “...o seu cadáver estava atirado no caminho, e o jumento e o leão, parados junto ao cadáver.” (I Reis 13: 24) Ali estava estirado um corpo sem vida; era o corpo de um homem vindo de Judá a Betel, por ordem do Senhor. Este homem era um profeta, que havia sido poderosamente usado por Deus, para dar um recado ao rei e fazer os devidos sinais! Deus havia lhe mandado predizer contra o altar onde Jeroboão iria queimar incenso; assim aquele homem de Deus fez, clamou contra o altar que se fendeu e a cinza se derramou. A mão de Jeroboão que secou quando a estendeu contra o altar, também foi restabelecida pela intervenção do profeta, que orou a Deus. Jeroboão então convidou aquele homem para que fosse à sua casa; mas ele recusou veementemente, dizendo que ainda que o rei lhe desse metade da sua casa, não iria, pois Deus havia lhe ordenado que não comesse pão, não tomasse água e não voltasse pelo mesmo caminho. O profeta resistiu ao convite do rei e seguiu seu caminho de volta; e como Deus havia lhe ordenado, não voltou pelo mesmo caminho. Mas um profeta velho, que morava em Belém ouviu falar dele através dos seus filhos; então, montou em um jumento e foi ao encontro do profeta no caminho que seus filhos indicaram. Ao encontrá-lo sentado debaixo de um carvalho, lhe fez o mesmo convite que o rei havia feito; mas novamente o profeta resistiu e explicou o motivo pelo qual não poderia aceitar seu convite. Mas, bastou uma mentira, para que então fosse embaraçado o caminho daquele profeta, que até ali tinha obedecido fielmente a Deus! Parece que o argumento enganoso que o profeta velho usou, de que um anjo havia lhe falado para que voltasse com ele, foi o principal ”nó” que se formou na vida daquele homem. O “nó” do engano para aqueles que não conferem a Bíblia, tem sido muito comum. Muitas pessoas têm sido enganadas por falsas doutrinas e por revelações fantasiosas! 6 O profeta que cumpriu o propósito de Deus, indo e fazendo o que lhe havia sido ordenado, falhou no retorno para casa. Teria ele se impressionado com o “título” daquele homem de Betel, que também era um profeta? Teria sido a autoridade ou o carisma, daquele profeta velho que o impressionou? Será que, simplesmente, o fato de ter um anjo na fala do profeta velho, foi o suficiente para que ele não questionasse a primeira ordem de Deus? Ou será que o fato de já ter cumprido a sua missão, lhe fez ficar menos rígido em relação à obediência a Deus? Os profetas desta história nos ensinam muitas coisas. Primeiramente precisamos cuidar para que nossas palavras não venham a servir de “nó” na vida das pessoas; este cuidado deve ser, desde evitarmos as mágoas com as nossas palavras, até as afirmações que fazemos sobre a Bíblia. Tudo que falarmos deve ser baseado no que “está escrito”, e quando for algum tipo de “achismo”, deve ser deixado muito claro que é uma opinião pessoal. Outro aprendizado importante é que, todas as coisas devem ser conferidas na Bíblia; nenhuma opinião humana pode ser mais importante que a Palavra de Deus ou que a Sua vontade. Vamos tomar cuidado com o carisma dos pregadores dos nossos dias, pois muitos deles são treinados para impressionar; e, muitas vezes, a convicção com que uma pessoa fala impressiona o seu ouvinte de tal forma, que o conteúdo fica sufocado pela persuasão e pelo encanto das palavras, ainda que sejam falsas. A busca pelos sensacionalismos espirituais sempre existiu, mas parece que nunca foi tão intensa como em nossos dias. Vamos tomar muito cuidado! Leiamos a Bíblia incessantemente, para que nenhum “nó” por falta de conhecimento da Palavra venha embaraçar nossa caminhada rumo ao reino celestial. REFLEXÃO 01-Leia cuidadosamente a história do profeta (I Reis 13), e comente: 7 02-Qual foi o “nó” da vida do lenhador?(Números 15: 32-36) 03-Qual foi o “nó” da vida da mulher de Ló? 04-O que a Bíblia fala sobre falta de conhecimento e erros? (Isaías 05:13); (Oséias 03: 06) CONCLUSÃO Possamos nós pedir a Deus que desfaça qualquer “nó” do engano que exista em nossa vida com relação a obedecer ao Senhor. Mais que isto, que venhamos a refletir sobre o nosso jeito de ser, a fim de percebermos se somos facilmente influenciáveis por coisas sensacionalistas ou por pessoas carismáticas. Lembremo-nos sempre que Deus nunca se contradiz, e a Sua Palavra não muda! Os Seus mandamentos continuam sendo dez e não nove. Portanto, se algum “profeta velho” aparecer dizendo que Deus lhe falou que não precisa mais guardar o sábado, que o divórcio e o novo casamento estão corretos, que as pessoas morrem e imediatamente vão para o céu, ou que Jesus morreu na sexta feira e ressuscitou no domingo, fique atento e busque a confirmação de tudo na Bíblia. Não permita “nós” da desobediência em sua vida! 8 Terça-feira, 20 de julho de 2010 O juiz e o pescador “Porque o menino será nazireu cosagrado a Deus desde o ventre da sua mãe; e ele começará a livrar a Israel do poder dos filisteus.” (Juízes 13: 05) “Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, qua lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram.” (Mateus 04 18-20) Israel estava nas mãos dos filisteus por quarenta anos, quando Deus então escolheu um homem desde o ventre da sua mãe, para ser juiz e libertar o Seu povo. Deus disse que ele seria consagrado desde o ventre materno, até ao dia da sua morte. Mas o Senhor lhe concedeu um poder especial, pois lhe dotou de uma força tão grande, que nada podia detê-lo! Em contrapartida, Jesus, ao iniciar Seu ministério encontrou junto ao mar da Galiléia um homem muito simples, um pescador, que,quando convidado a seguir o Mestre, deixou tudo no mesmo instante e passou a segui-Lo. Pedro não tinha nenhum tipo de força ou atributo especial. O juiz, dotado de poder especial, consagrado desde o ventre materno, não foi fiel a Deus; deixou que as mulheres lhe servissem de tropeço. E foi exatamente nos braços de uma mulher, que o poderoso Sansão perdeu a sua força, pois trocou a unção do Espírito de Deus pelos desejos da sua carne; assim, o seu desejo carnal e o pecado se tornaram “nós” fatais em sua vida! O Juiz esqueceu a razão pela qual veio ao mundo. O pescador não foi consagrado desde o ventre, mas quando chamado por Jesus, deixou tudo e O seguiu! A disposição de Pedro em servir a Jesus era notadamente manifesta em todo o tempo; mas parece que a falta de conversão genuína, foi o primeiro grande “nó” da sua caminhada com Jesus. Pedro, ao negar a Jesus, lembrou-se das Suas palavras, e com um choro amargo desatou o primeiro grande “nó” da sua vida de discípulo! Certamente ele tinha muitos “nós”, e talvez os que ficaram mais expostos tenham sido a impulsividade, imaturidade e parece que a hiperatividade; foi ele que na sua precipitação cortou a orelha de Malco. Mas o pescador foi se desembaraçando 9 e amadurecendo; respondeu a Jesus por três vezes que O amava e foi incumbido de apascentar as Suas ovelhas. Após a ascensão de Jesus, Pedro cheio do Espírito Santo, pregou várias vezes para as multidões que se converteram. Deus cumpriu o seu propósito na vida daquele pescador, que só conheceu a Jesus em sua vida adulta, mas que aceitou o desafio de desatar os “nós” da sua vida carnal, para ser um verdadeiro discípulo! O juíz e o pescador foram chamados para servir a Deus; ambos tinham seu “nós” e suas dificuldades. A diferença não está nos privilégios ou na falta deles, mas tão somente na disposição em servir e obedecer ao Senhor, renunciando os desejos carnais e todo tipo de pecado. O juiz poderia ter colocado diante de Deus as suas fraquezas, para que Ele o socorresse nas tentações e o transformasse; mas parece que preferiu não levar muito a sério a sua consagração e o propósito de Deus para sua vida. Sansão perdeu a sua força, deixou de ser morada de Deus, foi zombado e teve seus olhos vazados; mas antes de morrer, ainda pode cumprir a sua missão de destruir os inimigos de Israel. Porém, o pescador reconheceu os seus “nós” em tempo oportuno, e os tratou no altar de Deus, tornando-se um dos maiores pregadores que o mundo já viu! REFLEXÃO 01-Analise a história de Salomão e verifique qual foi o seu maior enrosco: 02-Cite outras duas pessoas da Bíblia que deixaram o pecado tornar-se “nó” em suas vidas, e não buscaram desatá-los: 10 03-Como Judas poderia ter desatado o principal “nó” da sua vida? 04-Como a mulher pecadora que ungiu os pés de Jesus desembaraçou da sua vida o “nó” do pecado? 05-De que maneira você tem desatado os “nós” do pecado em sua vida? CONCLUSÃO As histórias do juiz e do pescador nos ensinam de maneira muito prática sobre as escolhas que fazemos na vida e suas consequências. Também nos fazem lembrar que não viemos a este mundo para satisfazer os nossos desejos, embora Deus nos permita muitos prazeres que não são nocivos à vida espiritual. Deus chamou o juiz e o pescador para uma vida de serviço! Deus também tem um chamado para cada um de nós, pois Ele nos criou para o Seu louvor e glória! Ele está nos chamando para uma vida de comprometimento com a Sua Palavra e com o Seu reino, e quer nos ajudar a desatar todos os “nós” que possam nos afligir e embaraçar a nossa comunhão com Ele. Que todos nós possamos aproveitar a oportunidade que o Senhor nos dá de desatarmos os “nós” do pecado, e viver uma vida santa diante de Deus! 11 Quarta-feira, 21 de julho de 2010 O zimbro e a caverna “Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais.” (I Reis19: 04) Primeiramente o zimbro e depois a caverna; sim, dois marcos de desilusão na vida de um homem poderosamente usado por Deus! Quais seriam os “nós” que fizeram com que o profeta, cheio do Espírito de Deus, quisesse desistir de tudo, depois de ver a tremenda manifestação do Senhor em sua vida? Pelo aspecto psíquico fica bem mais fácil compreender as atitudes de Elias junto ao zimbro e à caverna. Se fosse na linguagem técnica atual, poderíamos dizer que o profeta teve um stress pós traumático, com sintomas parecidos com os quadros de Transtorno do Pânico e Depressão. É interessante observar que primeiramente ele vai para o deserto, e ali, debaixo de um zimbro pede a morte. Deus ouviu o pedido de morte que Elias lhe fez e deixou que dormisse. Depois o anjo acordou-o e proveu-lhe a alimentação, e então, deixou que ele dormisse novamente; em seguida o anjo do Senhor o tocou e recomendou que comesse, a sua vida continuava, apesar de toda a tristeza e desânimo, e ele teria que caminhar por quarenta dias e quarenta noites. Depois da longa caminhada chegou ao Horebe, e em uma caverna passou a noite, e então Deus começou a tratar dos seus “nós”. Num primeiro momento, o Sábio Psicólogo lhe fez uma pergunta, para que ele tivesse a oportunidade de falar sobre a sua dor; depois disto mandou que saísse para fora, e se manifestou através de uma voz mansa e delicada! Novamente o Senhor fez-lhe a mesma pergunta, e Elias deu a mesma resposta, cheia de “murmuração” e auto comiseração; e então, finalmente, Deus fez a devida intervenção e lhe disse para voltar, e também lhe contou que não era o único fiel, pois mais sete mil homens não haviam se prostrado a Baal. Agora ele precisava enfrentar seu problema, não podia mais ficar ali prostrado, mergulhado em sua dor e embaraçado com os seus “nós”. Elias precisava daquele toque de Deus e daquela maneira tão sábia com que foi tratado! 12 O profeta forte e determinado, que havia matado todos os profetas de Baal, também tinha suas fraquezas; demonstrou a sua fragilidade emocional diante da ameaça de Jezabel, se refugiando sob um zimbro e se recolhendo em uma caverna. Mas o Senhor tratou de Elias com muito amor, e lhe ajudou a desatar os “nós” que estavam causando tanto sofrimento! Os nossos “nós” psíquicos também devem ser desatados. Deus sabe exatamente como precisamos ser tratados com relação aos nossos sofrimentos emocionais e nossas fragilidades; mas primeiramente Ele quer que tomemos consciência do que está acontecendo, e nos faz perceber quando estamos tendo uma visão deturpada das coisas ou quando estamos exagerando nossos sentimentos. REFLEXÃO 01-Leia I Reis 19: 03-21, e comente: 02-Comente sobre a fragilidade e amargura de Noemi (Rute 02:20 e 21) 03-Comente sobre a tristeza dos discípulos (Lucas 22: 45-46): 13 CONCLUSÃO Quantos de nós em algum momento da vida já não nos deitamos debaixo do nosso zimbro ou da nossa caverna? Certamente as dificuldades e tristezas que a vida nos impõe são diversas e constantes; mesmo que depositemos em Deus toda a nossa confiança, não deixamos de sofrer as intempéries da vida. Talvez tenhamos muito que aprender com este episódio de Elias, o zimbro e a caverna. Precisamos nos lembrar que Deus sabe como tratar das nossas tristezas e desilusões. Ele até nos deixa desejar a morte, silenciar com o nosso sofrimento e nos esconder em nossas próprias cavernas, mas há o momento em que Ele nos dá um basta e não permite o processo da auto-comiseração. Não conseguiremos solucionar os nossos problemas de fragilização nos entregando ao sofrimento! Deus ordenou a Elias que se levantasse, comesse e andasse, e certamente, também quer que nos levantemos e continuemos a nossa caminhada, que por certo ainda é longa. Observemos que as duas vezes em que Deus perguntou a Elias o que ele estava fazendo, ele respondeu as duas vezes com a mesma ”ladainha”, colocando o seu zelo e fidelidade como troféus. Deus tratou dele com muita paciência, mas também com muita firmeza; foi com uma voz mansa e delicada que o Senhor explicou que as coisas não eram do jeito que ele estava pensando. Deus também compreende todas as nossas dificuldades, mas certamente não é do Seu agrado que nos refugiemos em nossas fragilidades e dificuldades. Ele quer que sejamos corajosos e lutemos olhando para o “Autor e Consumador da nossa fé”, a fim de que os nossos “nós” de fragilidade sejam todos destados. 14 Quinta-feira, 22 de julho de 2010 Cinco pães e dois peixes “Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isso para tantos?” (João 06: 09) A multidão era grande, mas Jesus estava ali! Parece que os discípulos por alguns instantes esqueceram-se disto, assim como esqueceram também no episódio da tempestade, quando Jesus dormia; eles tiveram medo, e não lembraram que ali estava Aquele que tinha poder sobre a fúria do mar ou sobre a fúria de qualquer outra coisa. Havia apenas cinco pães e dois peixes, então a solução mais racional era despedir a multidão para que cada um fosse se alimentar em casa. Mas Jesus queria alimentar aquela multidão, para que então aquelas pessoas pudessem ver o Seu poder e compreender que Ele era o “Pão da vida”! Os discípulos ainda eram muito imaturos espiritualmente, e não podiam enxergar pelos olhos da fé; em muitos momentos a incredulidade daqueles homens que seguiram a Jesus tão de perto, tornou-se um “nó” importante! Mas, Jesus cheio de amor e compreensão, lhes ensinou a desatar o “nó” da incredulidade. Os cinco pães de cevada e os dois peixes distribuídos àquela grande multidão, não ajudaram apenas a desatar o “nó” da incredulidade deles, mas também os “nós” da nossa incredulidade, que por vezes tem embaraçado tremendamente a nossa vida! Certamente teríamos as mesmas indagações que eles tiveram; Filipe foi logo dizendo a Jesus que nem mesmo duzentos dinheiros de pão iriam bastar para que cada pessoa recebesse ao menos um pouco daquele alimento. Se eles, estando junto com o Mestre, manifestaram tantos “nós” de incredulidade, faltando-lhes os olhos da fé, o que podemos dizer dos nossos olhos? Como poderia entrar em nossa mente, por vezes tão racional e incrédula, que cinco pães e dois peixes poderiam alimentar uma multidão? Jesus deixou muitos argumentos contra a nossa incredulidade! A multidão pode ser imensa, os problemas insolúveis, a doença pode ser terminal e as portas podem estar fechadas, mas não há nada, absolutamente nada impossível para Deus! 15 REFLEXÃO 01-Leia Mateus 08: 23-27, e comente: 02-Reflita sobre Mateus 14: 22-32 e comente: 03-Comente sobre a incredulidade de Tomé (João 20: 24-25): CONCLUSÃO A incredulidade é algo que realmente impede o crescimento espiritual, pois a Bíblia diz que sem fé é impossível agradar a Deus! Mas sabemos que banir a incredulidade é questão de busca; quanto mais vivermos em comunhão com o Senhor e pedirmos a Ele que nos acrescente a fé, mais cedo alcançaremos uma vida de vitórias espirituais! Nunca nos esqueçamos que a incredulidade pode ser um grande “nó” em nossa vida espiritual! Portanto, não deixemos que a incredulidade venha nos atrapalhar de sermos instrumentos nas mãos de Deus. 16 Sexta-feira, 23 de julho de 2010 Uma cunha, uma capa e duzentos ciclos “Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata e, uma cunha de ouro do peso de cinqüenta siclos, cobicei-os e tomei-os.” (Josué 07: 21) Já não dava mais para esconder o seu pecado; ali, diante de Josué, Acã precisou confessar o resultado da sua cobiça e ganância. Quão fatal foi este “nó” na vida de Acã! Israel subiu para guerrear contra Ai com menos homens, pois os inimigos eram poucos; mas o que eles não sabiam é que o pecado de um homem seria empecilho para a vitória. Aquela vitória já era certa para o povo de Israel; então, quando Josué soube que os israelitas saíram fugidos de diante dos homens de Ai, rasgou as suas vestes e se prostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do Senhor, até a tarde; ele e os anciãos jogaram pó sobre suas cabeças. Josué questionou , mas Deus lhe perguntou por que estava prostrado sobre seu rosto, e mandou que se levantasse; então o Senhor falou que Israel havia transgredido, havia tomado do anátema, furtado e mentido. Por causa da ganância de um homem Israel foi embaraçado; não pode com os fracos inimigos porque estava amaldiçoado, pois havia anátema no meio do povo. Deus mandou que o anátema fosse tirado de meio do povo e que houvesse santificação. Acã foi então apedrejado e queimado juntamente com sua família, com a capa babilônica, com os duzentos ciclos de prata e com a cunha de ouro. A cobiça de Acã lhe foi um “nó” terrível, que acarretou danos a si mesmo, à sua família e a seu povo. Precisamos tomar cuidado com aqueles “nós” que além de nos atrapalhar, prejudicam também a nossa igreja e família. REFLEXÃO 01-Leia Atos 05: 01-11, e comente: 17 02-Analise o episódio sobre Judas e comente (Mateus 26:14-16 e 27: 03-05): 03-Comente sobre Simão (Atos 08: 18-24): 04-Leia atentamente I Samuel 15: 01-28 e comente: CONCLUSÃO Muitas pessoas neste mundo não medem esforços para alcançar as coisas materiais, pois o desejo de ter e acumular bens, muitas vezes faz com que passem por cima dos valores morais e espirituais. Acã sabia que não era para tomar absolutamente nada daquela cidade; mas quando viu entre os despojos a capa babilônica, a cunha de ouro e os duzentos ciclos de prata, simplesmente não resistiu e desobedeceu. Ele pecou, mas não sofreu sozinho as consequências do seu pecado; o seu “nó”embaraçou a vida da sua família e de todo o povo. Precisamos aprender que a cobiça e a ambição acabam destruindo, pois são ‘nós “que podem levar à atitudes muito erradas e pecaminosas. Aprendamos no altar de Deus a darmos graças por tudo e nos contentarmos com aquilo que temos, sem ambicionarmos coisas grandes e luxuosas. Que o maior tesouro da nossa vida seja Jesus! Assim como Davi, possamos nós dizer que o nosso bem maior é o Senhor! 18 Sábado, 24 de julho de 2010 O cansaço e um prato de guisado “Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura? E Jacó deu pão a Esaú e o guisado de lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se e se foi. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura.” (Gênesis 25: 32-34) As escolhas mais desastrosas da vida dos seres humanos podem acontecer em momentos de muita fragilidade, seja ela, física ou emocional; e parecem ser estes os “nós” mais difíceis de serem desatados! O mundo conheceu um homem cuja escolha se tornou um grande “nó” em sua vida! A sua fragilidade fisiológica foi mais forte do que a riqueza material e espiritual; sim, Esaú embora gêmeo de Jacó, nasceu primeiro, e isto o privilegiava, pois havia uma bênção especial para os primogênitos, que era regada de vantagens materiais. Mas num momento em que a fome pareceu insuportável, faltou o domínio próprio ao homem perito em caça, provavelmente acostumado aos perigos próprios da profissão; ele se deixou embaraçar por algo que poderia ter sido dominado, e, portanto, colheu as amargas consequências para o resto da sua vida. É interessante que depois de saciar a sua necessidade física, Esaú esqueceu-se da sua negociação; e quando chegou o momento de receber a bênção, agiu como se nunca tivesse existido aquele dia em que desprezou a sua primogenitura, trocando-a por um prato de guisado. E então, tarde demais, ecoou o forte brado de amargura do homem que preferiu um prato de guisado à sua primogenitura. Muitas pessoas conhecem muito bem esta história, ainda que narrada de maneiras diferentes; trocar o que é muito valioso por coisas sem muito valor, não tem sido incomum na vida dos seres humanos, em todas as épocas e em todos os lugares. As escolhas feitas em momentos de necessidades físicas e carências emocionais, na maioria das vezes, se tornam grandes tragédias, principalmente espirituais. O “nó” da falta de domínio próprio tem embaraçado a vida de muitos cristãos; e em algumas situações o embaraço é tão grande, que parece não ter solução. Mas sabemos que nada é difícil para Deus! 19 Que jamais o cansaço, fome, família, namoro, ambição, trabalho, doença, carência afetiva, paixão, desejo sexual, orgulho, ou quaisquer outros “nós”, venham se tornar impedimento, para que recebamos as bênçãos reservadas por Deus a cada um de nós. REFLEXÃO 01- Relacione Mateus 06: 33 com este estudo: 02- O que fala o escritor de Hebreus sobre Esaú? (Hebreus 12: 16-17) 03-Comente Lucas 10: 41-42, relacionando com este estudo: CONCLUSÃO O comportamento de Esaú nos mostra que escolhas feitas em momentos de fragilidade podem se tornar grandes “nós”! Também precisamos trabalhar a nossa suportabilidade, principalmente com relação às tentações; a determinação em vencer todas as tentações nos leva a buscar a força em Deus, fazendo-nos então crescer cada vez mais espiritualmente. Vamos clamar a Deus para que nos ensine a tomar posse das bênçãos espirituais diariamente, pois elas são renovadas dia após dia pelo nosso Amado Pai Celestial! Que a nossa maior busca seja pelas bênçãos espirituais, pois as bênçãos materiais virão como consequência da nossa fidelidade e trabalho. 20 R. Anne Frank, 4966 • Curitiba, Paraná CEP 81730-010 • 41 3014-3053 www.boletimibsdc.blogspot.com Redação: Rosicler E. S. Andrade Projeto Gráfico: Guilherme R. Storck