Desatando os nós

Transcrição

Desatando os nós
semana
de oração
18-24 julho 2010
nós
desatando
os
“...desembaraçando-nos de todo o peso e do
pecado que tenazmente nos assedia, corramos
com perseverança, a carreira que nos está proposta,
olhando firmemente para o Autor e Consumador da
fé, Jesus,o qual, em troca da alegria que lhe estava
proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da
ignomínia, e está assentado à destra do trono de
Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que
suportou tamanha oposição dos pecadores contra si
mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em
vossa alma.” hebreus 12: 01 a 03
INTRODUÇÃO
Nós vivemos uma agitação tão intensa, que não nos sobra tempo
para pensarmos em nossa maneira de viver; e mais do que isto, não
conseguimos pensar nas coisas com as quais nos embaraçamos nessa
vida. Mas é muito interessante quando afinal conseguimos parar um
pouco e refletir, pois percebemos a quantidade de “nós” que temos
em nossa vida.
Alguns dos “nós” estão na superfície do nosso ser e parecem ser mais
fáceis de serem desatados. Porém, há “nós” que além de estarem
na profundeza do nosso ser, são mais apertados; estes são de difícil
alcance, e quando alcançados quase impossível de serem dasatados.
Mas, por mais profundos ou fortes que sejam os nós, e ainda que
a quantidade deles pareça exgerada, sabemos que Deus pode nos
ajudar em tempo oportun, a desatar um a um; mas é necessário que
queiramos nos desembaraçar de tudo aquilo que atrapalha a nossa
caminhada rumo ao céu.
O autor do livro de Hebreus afirma que é necessário o desembaraço
de todo o peso e do pecado; e há muitas coisas que pesam e interferem significativamente em nossa vida espiritual!
Tentemos imaginar vários pedaços de linhas embaraçados e com
muitos “nós”; quanto mais este emaranhado de linhas for puxado,
mais embaraçado vai ficar e mais fortes vão ficar os “nós”, correndo
1
o risco de arrebentar alguns pedaços da linha. Faz-se necessária
muita paciência e habilidade para desembaraçar o emaranhado
de linhas e desatar os “nós”. Portanto, esta tarefa é difícil demais
para executarmos sozinhos; precisamos da intervenção do Senhor!
Que nesta semana em especial, possamos “olhar firmemente para
o Autor e Consumador da nossa fé”, para que então possamos
enxergar todos os “nós” da nossa vida, e assim, com a ajuda Dele
venhamos a desatá-los.
Só o Senhor pode alcançar o mais profundo do nosso ser, e desatar
todos os “nós’ que estão nos impedindo de corrermos com perseverança a carreira que nos foi proposta.
Vamos deixar o Senhor fazer “obras profundas” em nosso ser!
Rosicler Eli Storck Andrade
Sumário
DOM Gênese e desenvolvimento dos “nós”
3
SEG Um cadáver, um jumento e um leão
6
TER O juiz e o pescador
9
QUA O zimbro e a caverna
12
QUI Cinco pães e dois peixes
15
SEX Uma cunha, uma capa e duzentos ciclos
17
SÁB O cansaço e um prato de guisado
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Domingo, 18 de julho de 2010
Gênese e desenvolvimento
dos “nós”
“O homem, nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação.”
(Jó 14: 01)
Se quisermos descobrir como e quando começou cada “nó” de nossa
vida, teremos dificuldades! E nestes momentos, quando tentamos
detectar a gênese e desenvovimento dos “nós” que carregamos, é
que nos damos conta do quanto estamos embaraçados e de quantos
“nós” somos portadores.
Certamente desde que nascemos os “nós” já começam a se formar,
sem nos esquecermos da pré-disposição genética para que os mesmos se formem. Os primeiros “nozinhos” são os mais complexos e
os mais difíceis de serem alcançados; mas sabemos que ainda que
pareçam inatingíveis, e muitas vezes acabam sendo para o homem,
Deus pode alcançá-los e desatá-los.
As dificuldades fisiológicas ou anatômicas podem tornar-se um “nó”
importante na vida das pessoas, e afetar a própria estima; mas são
os aspectos emocionais que mais embaraçam, dando origem aos
terríveis “nós”!
Parece que Moisés via sua dificuldade para falar como um “nó” em
sua vida, e tentou se eximir da missão que Deus tinha para ele através
da apresentação do mesmo; Gideão, por sua vez, apresentou a sua
juventude e pobreza da sua tribo a Deus e Elias fez um discurso sobre
o seu zelo. Homens e mulheres são atrapalhados em suas vidas pelos
“nós” genéticos ou adquiridos; mas ao se fixarem em pequenos nós,
parecem conseguir criar outros maiores.
Muitas pessoas desenvolvem doenças de ordem fisiológica por conta
de mágoas não resolvidas, principalmente com a figura materna ou
paterna; alguns se fecham como ostras, preferindo não desatar os
“nós”; outros passam a vida lamentando os seus enroscos, sem buscar
a solução para aquilo que tanto lhes atormenta.
O pecado é o maior de todos os “nós”, pois ele adoece e “emburrece”!
Mas quando desatado por Quem tem o poder para isto, proporciona
alívio e crescimento.
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Davi adquiriu muitos “nós” no transcorrer da sua vida, mas o que
mais lhe embaraçou foi o pecado cometido contra Bate-Seba e
Urias; ele colheu um amargo resultado do seu momento de desejo
não refreado.
Sansão, além de não cumprir o propósito de Deus designado a
ele desde o ventre materno, destruiu a sua vida por não refrear
os desejos carnais, permitindo que isto se tornasse um “nó” mais
forte que a força dos seus cabelos.
Todas as pessoas têm os seus “nós”; alguns apenas detectados e
outros a caminho de serem banidos. Resolver os embaraços que
permeiam a nossa vida é uma escolha!
REFLEXÃO
01-Qual foi o “nó” da vida de Caim?
02-Em sua opinião, quais foram os fatores, ou os “nós”, que destruíram a vida de Saul?
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03-Qual a certeza que você pode ter de que Deus conhece a profundidade do seu ser, e que ele é o Único que pode alcançar o silêncio
da sua alma? (Salmo 139)
CONCLUSÃO
Mesmo o rei Davi sendo considerado um homem segundo o coração
de Deus, pelo próprio Deus, teve muitos enroscos além do adultério
e homicídio cometido. O grande diferencial em sua vida foi o seu
comprometimento com Deus; ele O amava mais do que tudo, e isto o
levou a um arrependimento sincero e a um quebrantamento profundo!
Os “nós” causados pelo pecado foram desatados na vida de Davi, e
ele foi completamente restaurado, para a glória de Deus! Foram os
“nós” da vida deste homem que tanto amava o seu Deus, que nos
proporcionaram os mais belos poemas a respeito da vida cristã; em
seus salmos vemos o espelho da nossa alma, e assim, aprendemos
com Davi que não há causa perdida diante Daquele que “nos sonda
e nos conhece”!
Aprendamos então com Davi a tratar dos nossos enroscos com o
maior Psicólogo que o mundo já viu!
E aqueles que estiverem vivendo o enrosco do pecado, depois que
se arrependerem dos seus pecados, peçam a Deus um coração puro
e a renovação de um espírito reto.
Mesmo que não saibamos a gênese de todos os nossos “nós” e como
foram se desenvolvendo, tenhamos a certeza de que o Senhor tem
prazer em nos ajudar a minimizar todo o nosso sofrimento, quer seja
emocional ou espiritual.
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Segunda-feira, 19 de julho de 2010
Um cadáver, um jumento e
um leão
“...o seu cadáver estava atirado no caminho, e o jumento e o leão, parados
junto ao cadáver.” (I Reis 13: 24)
Ali estava estirado um corpo sem vida; era o corpo de um homem
vindo de Judá a Betel, por ordem do Senhor.
Este homem era um profeta, que havia sido poderosamente usado
por Deus, para dar um recado ao rei e fazer os devidos sinais! Deus
havia lhe mandado predizer contra o altar onde Jeroboão iria queimar incenso; assim aquele homem de Deus fez, clamou contra o
altar que se fendeu e a cinza se derramou. A mão de Jeroboão que
secou quando a estendeu contra o altar, também foi restabelecida
pela intervenção do profeta, que orou a Deus.
Jeroboão então convidou aquele homem para que fosse à sua
casa; mas ele recusou veementemente, dizendo que ainda que
o rei lhe desse metade da sua casa, não iria, pois Deus havia lhe
ordenado que não comesse pão, não tomasse água e não voltasse
pelo mesmo caminho.
O profeta resistiu ao convite do rei e seguiu seu caminho de volta;
e como Deus havia lhe ordenado, não voltou pelo mesmo caminho.
Mas um profeta velho, que morava em Belém ouviu falar dele através
dos seus filhos; então, montou em um jumento e foi ao encontro
do profeta no caminho que seus filhos indicaram. Ao encontrá-lo
sentado debaixo de um carvalho, lhe fez o mesmo convite que
o rei havia feito; mas novamente o profeta resistiu e explicou o
motivo pelo qual não poderia aceitar seu convite. Mas, bastou uma
mentira, para que então fosse embaraçado o caminho daquele
profeta, que até ali tinha obedecido fielmente a Deus! Parece que
o argumento enganoso que o profeta velho usou, de que um anjo
havia lhe falado para que voltasse com ele, foi o principal ”nó” que
se formou na vida daquele homem.
O “nó” do engano para aqueles que não conferem a Bíblia, tem
sido muito comum. Muitas pessoas têm sido enganadas por falsas
doutrinas e por revelações fantasiosas!
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O profeta que cumpriu o propósito de Deus, indo e fazendo o que
lhe havia sido ordenado, falhou no retorno para casa. Teria ele se
impressionado com o “título” daquele homem de Betel, que também era um profeta? Teria sido a autoridade ou o carisma, daquele
profeta velho que o impressionou? Será que, simplesmente, o fato
de ter um anjo na fala do profeta velho, foi o suficiente para que ele
não questionasse a primeira ordem de Deus? Ou será que o fato de
já ter cumprido a sua missão, lhe fez ficar menos rígido em relação
à obediência a Deus?
Os profetas desta história nos ensinam muitas coisas. Primeiramente
precisamos cuidar para que nossas palavras não venham a servir de
“nó” na vida das pessoas; este cuidado deve ser, desde evitarmos as
mágoas com as nossas palavras, até as afirmações que fazemos sobre
a Bíblia. Tudo que falarmos deve ser baseado no que “está escrito”,
e quando for algum tipo de “achismo”, deve ser deixado muito claro
que é uma opinião pessoal. Outro aprendizado importante é que,
todas as coisas devem ser conferidas na Bíblia; nenhuma opinião
humana pode ser mais importante que a Palavra de Deus ou que a
Sua vontade. Vamos tomar cuidado com o carisma dos pregadores
dos nossos dias, pois muitos deles são treinados para impressionar;
e, muitas vezes, a convicção com que uma pessoa fala impressiona o
seu ouvinte de tal forma, que o conteúdo fica sufocado pela persuasão
e pelo encanto das palavras, ainda que sejam falsas.
A busca pelos sensacionalismos espirituais sempre existiu, mas parece
que nunca foi tão intensa como em nossos dias.
Vamos tomar muito cuidado! Leiamos a Bíblia incessantemente,
para que nenhum “nó” por falta de conhecimento da Palavra venha
embaraçar nossa caminhada rumo ao reino celestial.
REFLEXÃO
01-Leia cuidadosamente a história do profeta (I Reis 13), e comente:
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02-Qual foi o “nó” da vida do lenhador?(Números 15: 32-36)
03-Qual foi o “nó” da vida da mulher de Ló?
04-O que a Bíblia fala sobre falta de conhecimento e erros? (Isaías
05:13); (Oséias 03: 06)
CONCLUSÃO
Possamos nós pedir a Deus que desfaça qualquer “nó” do engano
que exista em nossa vida com relação a obedecer ao Senhor. Mais
que isto, que venhamos a refletir sobre o nosso jeito de ser, a fim
de percebermos se somos facilmente influenciáveis por coisas
sensacionalistas ou por pessoas carismáticas.
Lembremo-nos sempre que Deus nunca se contradiz, e a Sua Palavra
não muda! Os Seus mandamentos continuam sendo dez e não nove.
Portanto, se algum “profeta velho” aparecer dizendo que Deus lhe
falou que não precisa mais guardar o sábado, que o divórcio e o
novo casamento estão corretos, que as pessoas morrem e imediatamente vão para o céu, ou que Jesus morreu na sexta feira e
ressuscitou no domingo, fique atento e busque a confirmação de
tudo na Bíblia.
Não permita “nós” da desobediência em sua vida!
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Terça-feira, 20 de julho de 2010
O juiz e o pescador
“Porque o menino será nazireu cosagrado a Deus desde o ventre da sua
mãe; e ele começará a livrar a Israel do poder dos filisteus.” (Juízes 13: 05)
“Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado
Pedro, e André, qua lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. E
disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então eles
deixaram imediatamente as redes e o seguiram.” (Mateus 04 18-20)
Israel estava nas mãos dos filisteus por quarenta anos, quando Deus
então escolheu um homem desde o ventre da sua mãe, para ser juiz
e libertar o Seu povo. Deus disse que ele seria consagrado desde o
ventre materno, até ao dia da sua morte. Mas o Senhor lhe concedeu
um poder especial, pois lhe dotou de uma força tão grande, que nada
podia detê-lo!
Em contrapartida, Jesus, ao iniciar Seu ministério encontrou junto ao
mar da Galiléia um homem muito simples, um pescador, que,quando
convidado a seguir o Mestre, deixou tudo no mesmo instante e passou
a segui-Lo. Pedro não tinha nenhum tipo de força ou atributo especial.
O juiz, dotado de poder especial, consagrado desde o ventre materno,
não foi fiel a Deus; deixou que as mulheres lhe servissem de tropeço. E foi exatamente nos braços de uma mulher, que o poderoso
Sansão perdeu a sua força, pois trocou a unção do Espírito de Deus
pelos desejos da sua carne; assim, o seu desejo carnal e o pecado
se tornaram “nós” fatais em sua vida! O Juiz esqueceu a razão pela
qual veio ao mundo.
O pescador não foi consagrado desde o ventre, mas quando chamado
por Jesus, deixou tudo e O seguiu! A disposição de Pedro em servir
a Jesus era notadamente manifesta em todo o tempo; mas parece
que a falta de conversão genuína, foi o primeiro grande “nó” da sua
caminhada com Jesus. Pedro, ao negar a Jesus, lembrou-se das Suas
palavras, e com um choro amargo desatou o primeiro grande “nó”
da sua vida de discípulo! Certamente ele tinha muitos “nós”, e talvez
os que ficaram mais expostos tenham sido a impulsividade, imaturidade e parece que a hiperatividade; foi ele que na sua precipitação
cortou a orelha de Malco. Mas o pescador foi se desembaraçando
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e amadurecendo; respondeu a Jesus por três vezes que O amava
e foi incumbido de apascentar as Suas ovelhas. Após a ascensão
de Jesus, Pedro cheio do Espírito Santo, pregou várias vezes para
as multidões que se converteram. Deus cumpriu o seu propósito
na vida daquele pescador, que só conheceu a Jesus em sua vida
adulta, mas que aceitou o desafio de desatar os “nós” da sua vida
carnal, para ser um verdadeiro discípulo!
O juíz e o pescador foram chamados para servir a Deus; ambos
tinham seu “nós” e suas dificuldades. A diferença não está nos
privilégios ou na falta deles, mas tão somente na disposição em
servir e obedecer ao Senhor, renunciando os desejos carnais e
todo tipo de pecado.
O juiz poderia ter colocado diante de Deus as suas fraquezas, para
que Ele o socorresse nas tentações e o transformasse; mas parece
que preferiu não levar muito a sério a sua consagração e o propósito de Deus para sua vida. Sansão perdeu a sua força, deixou de
ser morada de Deus, foi zombado e teve seus olhos vazados; mas
antes de morrer, ainda pode cumprir a sua missão de destruir os
inimigos de Israel.
Porém, o pescador reconheceu os seus “nós” em tempo oportuno,
e os tratou no altar de Deus, tornando-se um dos maiores pregadores que o mundo já viu!
REFLEXÃO
01-Analise a história de Salomão e verifique qual foi o seu maior
enrosco:
02-Cite outras duas pessoas da Bíblia que deixaram o pecado
tornar-se “nó” em suas vidas, e não buscaram desatá-los:
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03-Como Judas poderia ter desatado o principal “nó” da sua vida?
04-Como a mulher pecadora que ungiu os pés de Jesus desembaraçou
da sua vida o “nó” do pecado?
05-De que maneira você tem desatado os “nós” do pecado em sua
vida?
CONCLUSÃO
As histórias do juiz e do pescador nos ensinam de maneira muito
prática sobre as escolhas que fazemos na vida e suas consequências.
Também nos fazem lembrar que não viemos a este mundo para satisfazer os nossos desejos, embora Deus nos permita muitos prazeres
que não são nocivos à vida espiritual.
Deus chamou o juiz e o pescador para uma vida de serviço!
Deus também tem um chamado para cada um de nós, pois Ele nos
criou para o Seu louvor e glória!
Ele está nos chamando para uma vida de comprometimento com a
Sua Palavra e com o Seu reino, e quer nos ajudar a desatar todos os
“nós” que possam nos afligir e embaraçar a nossa comunhão com Ele.
Que todos nós possamos aproveitar a oportunidade que o Senhor
nos dá de desatarmos os “nós” do pecado, e viver uma vida santa
diante de Deus!
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Quarta-feira, 21 de julho de 2010
O zimbro e a caverna
“Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que
meus pais.” (I Reis19: 04)
Primeiramente o zimbro e depois a caverna; sim, dois marcos de
desilusão na vida de um homem poderosamente usado por Deus!
Quais seriam os “nós” que fizeram com que o profeta, cheio do
Espírito de Deus, quisesse desistir de tudo, depois de ver a tremenda
manifestação do Senhor em sua vida?
Pelo aspecto psíquico fica bem mais fácil compreender as atitudes de Elias junto ao zimbro e à caverna. Se fosse na linguagem
técnica atual, poderíamos dizer que o profeta teve um stress pós
traumático, com sintomas parecidos com os quadros de Transtorno
do Pânico e Depressão.
É interessante observar que primeiramente ele vai para o deserto,
e ali, debaixo de um zimbro pede a morte. Deus ouviu o pedido
de morte que Elias lhe fez e deixou que dormisse. Depois o anjo
acordou-o e proveu-lhe a alimentação, e então, deixou que ele
dormisse novamente; em seguida o anjo do Senhor o tocou e
recomendou que comesse, a sua vida continuava, apesar de toda
a tristeza e desânimo, e ele teria que caminhar por quarenta dias
e quarenta noites. Depois da longa caminhada chegou ao Horebe,
e em uma caverna passou a noite, e então Deus começou a tratar
dos seus “nós”. Num primeiro momento, o Sábio Psicólogo lhe fez
uma pergunta, para que ele tivesse a oportunidade de falar sobre
a sua dor; depois disto mandou que saísse para fora, e se manifestou através de uma voz mansa e delicada! Novamente o Senhor
fez-lhe a mesma pergunta, e Elias deu a mesma resposta, cheia de
“murmuração” e auto comiseração; e então, finalmente, Deus fez
a devida intervenção e lhe disse para voltar, e também lhe contou
que não era o único fiel, pois mais sete mil homens não haviam se
prostrado a Baal. Agora ele precisava enfrentar seu problema, não
podia mais ficar ali prostrado, mergulhado em sua dor e embaraçado com os seus “nós”. Elias precisava daquele toque de Deus e
daquela maneira tão sábia com que foi tratado!
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O profeta forte e determinado, que havia matado todos os profetas
de Baal, também tinha suas fraquezas; demonstrou a sua fragilidade
emocional diante da ameaça de Jezabel, se refugiando sob um zimbro
e se recolhendo em uma caverna. Mas o Senhor tratou de Elias com
muito amor, e lhe ajudou a desatar os “nós” que estavam causando
tanto sofrimento!
Os nossos “nós” psíquicos também devem ser desatados. Deus sabe
exatamente como precisamos ser tratados com relação aos nossos
sofrimentos emocionais e nossas fragilidades; mas primeiramente Ele
quer que tomemos consciência do que está acontecendo, e nos faz
perceber quando estamos tendo uma visão deturpada das coisas ou
quando estamos exagerando nossos sentimentos.
REFLEXÃO
01-Leia I Reis 19: 03-21, e comente:
02-Comente sobre a fragilidade e amargura de Noemi (Rute 02:20
e 21)
03-Comente sobre a tristeza dos discípulos (Lucas 22: 45-46):
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CONCLUSÃO
Quantos de nós em algum momento da vida já não nos deitamos
debaixo do nosso zimbro ou da nossa caverna?
Certamente as dificuldades e tristezas que a vida nos impõe são
diversas e constantes; mesmo que depositemos em Deus toda a
nossa confiança, não deixamos de sofrer as intempéries da vida.
Talvez tenhamos muito que aprender com este episódio de Elias, o
zimbro e a caverna. Precisamos nos lembrar que Deus sabe como
tratar das nossas tristezas e desilusões. Ele até nos deixa desejar a
morte, silenciar com o nosso sofrimento e nos esconder em nossas
próprias cavernas, mas há o momento em que Ele nos dá um basta
e não permite o processo da auto-comiseração. Não conseguiremos
solucionar os nossos problemas de fragilização nos entregando ao
sofrimento! Deus ordenou a Elias que se levantasse, comesse e
andasse, e certamente, também quer que nos levantemos e continuemos a nossa caminhada, que por certo ainda é longa.
Observemos que as duas vezes em que Deus perguntou a Elias o
que ele estava fazendo, ele respondeu as duas vezes com a mesma
”ladainha”, colocando o seu zelo e fidelidade como troféus. Deus
tratou dele com muita paciência, mas também com muita firmeza;
foi com uma voz mansa e delicada que o Senhor explicou que as
coisas não eram do jeito que ele estava pensando.
Deus também compreende todas as nossas dificuldades, mas
certamente não é do Seu agrado que nos refugiemos em nossas
fragilidades e dificuldades. Ele quer que sejamos corajosos e lutemos
olhando para o “Autor e Consumador da nossa fé”, a fim de que os
nossos “nós” de fragilidade sejam todos destados.
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Quinta-feira, 22 de julho de 2010
Cinco pães e dois peixes
“Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que
é isso para tantos?” (João 06: 09)
A multidão era grande, mas Jesus estava ali! Parece que os discípulos
por alguns instantes esqueceram-se disto, assim como esqueceram
também no episódio da tempestade, quando Jesus dormia; eles tiveram medo, e não lembraram que ali estava Aquele que tinha poder
sobre a fúria do mar ou sobre a fúria de qualquer outra coisa.
Havia apenas cinco pães e dois peixes, então a solução mais racional
era despedir a multidão para que cada um fosse se alimentar em casa.
Mas Jesus queria alimentar aquela multidão, para que então aquelas
pessoas pudessem ver o Seu poder e compreender que Ele era o “Pão
da vida”! Os discípulos ainda eram muito imaturos espiritualmente,
e não podiam enxergar pelos olhos da fé; em muitos momentos a
incredulidade daqueles homens que seguiram a Jesus tão de perto,
tornou-se um “nó” importante! Mas, Jesus cheio de amor e compreensão, lhes ensinou a desatar o “nó” da incredulidade.
Os cinco pães de cevada e os dois peixes distribuídos àquela grande
multidão, não ajudaram apenas a desatar o “nó” da incredulidade
deles, mas também os “nós” da nossa incredulidade, que por vezes
tem embaraçado tremendamente a nossa vida!
Certamente teríamos as mesmas indagações que eles tiveram; Filipe
foi logo dizendo a Jesus que nem mesmo duzentos dinheiros de pão
iriam bastar para que cada pessoa recebesse ao menos um pouco
daquele alimento.
Se eles, estando junto com o Mestre, manifestaram tantos “nós” de
incredulidade, faltando-lhes os olhos da fé, o que podemos dizer dos
nossos olhos? Como poderia entrar em nossa mente, por vezes tão
racional e incrédula, que cinco pães e dois peixes poderiam alimentar
uma multidão?
Jesus deixou muitos argumentos contra a nossa incredulidade! A
multidão pode ser imensa, os problemas insolúveis, a doença pode
ser terminal e as portas podem estar fechadas, mas não há nada,
absolutamente nada impossível para Deus!
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REFLEXÃO
01-Leia Mateus 08: 23-27, e comente:
02-Reflita sobre Mateus 14: 22-32 e comente:
03-Comente sobre a incredulidade de Tomé (João 20: 24-25):
CONCLUSÃO
A incredulidade é algo que realmente impede o crescimento espiritual, pois a Bíblia diz que sem fé é impossível agradar a Deus!
Mas sabemos que banir a incredulidade é questão de busca; quanto
mais vivermos em comunhão com o Senhor e pedirmos a Ele que
nos acrescente a fé, mais cedo alcançaremos uma vida de vitórias
espirituais!
Nunca nos esqueçamos que a incredulidade pode ser um grande
“nó” em nossa vida espiritual! Portanto, não deixemos que a incredulidade venha nos atrapalhar de sermos instrumentos nas mãos
de Deus.
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Sexta-feira, 23 de julho de 2010
Uma cunha, uma capa e
duzentos ciclos
“Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos
de prata e, uma cunha de ouro do peso de cinqüenta siclos, cobicei-os e
tomei-os.” (Josué 07: 21)
Já não dava mais para esconder o seu pecado; ali, diante de Josué,
Acã precisou confessar o resultado da sua cobiça e ganância.
Quão fatal foi este “nó” na vida de Acã!
Israel subiu para guerrear contra Ai com menos homens, pois os inimigos eram poucos; mas o que eles não sabiam é que o pecado de
um homem seria empecilho para a vitória. Aquela vitória já era certa
para o povo de Israel; então, quando Josué soube que os israelitas
saíram fugidos de diante dos homens de Ai, rasgou as suas vestes e
se prostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do Senhor, até
a tarde; ele e os anciãos jogaram pó sobre suas cabeças. Josué questionou , mas Deus lhe perguntou por que estava prostrado sobre seu
rosto, e mandou que se levantasse; então o Senhor falou que Israel
havia transgredido, havia tomado do anátema, furtado e mentido.
Por causa da ganância de um homem Israel foi embaraçado; não
pode com os fracos inimigos porque estava amaldiçoado, pois havia
anátema no meio do povo.
Deus mandou que o anátema fosse tirado de meio do povo e que
houvesse santificação. Acã foi então apedrejado e queimado juntamente com sua família, com a capa babilônica, com os duzentos ciclos
de prata e com a cunha de ouro. A cobiça de Acã lhe foi um “nó”
terrível, que acarretou danos a si mesmo, à sua família e a seu povo.
Precisamos tomar cuidado com aqueles “nós” que além de nos atrapalhar, prejudicam também a nossa igreja e família.
REFLEXÃO
01-Leia Atos 05: 01-11, e comente:
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02-Analise o episódio sobre Judas e comente (Mateus 26:14-16 e 27:
03-05):
03-Comente sobre Simão (Atos 08: 18-24):
04-Leia atentamente I Samuel 15: 01-28 e comente:
CONCLUSÃO
Muitas pessoas neste mundo não medem esforços para alcançar
as coisas materiais, pois o desejo de ter e acumular bens, muitas
vezes faz com que passem por cima dos valores morais e espirituais.
Acã sabia que não era para tomar absolutamente nada daquela
cidade; mas quando viu entre os despojos a capa babilônica, a
cunha de ouro e os duzentos ciclos de prata, simplesmente não
resistiu e desobedeceu.
Ele pecou, mas não sofreu sozinho as consequências do seu pecado;
o seu “nó”embaraçou a vida da sua família e de todo o povo.
Precisamos aprender que a cobiça e a ambição acabam destruindo,
pois são ‘nós “que podem levar à atitudes muito erradas e pecaminosas.
Aprendamos no altar de Deus a darmos graças por tudo e nos contentarmos com aquilo que temos, sem ambicionarmos coisas grandes e
luxuosas.
Que o maior tesouro da nossa vida seja Jesus! Assim como Davi,
possamos nós dizer que o nosso bem maior é o Senhor!
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Sábado, 24 de julho de 2010
O cansaço e um prato de
guisado
“Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a
primogenitura? E Jacó deu pão a Esaú e o guisado de lentilhas; e ele comeu,
e bebeu, e levantou-se e se foi. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura.”
(Gênesis 25: 32-34)
As escolhas mais desastrosas da vida dos seres humanos podem acontecer em momentos de muita fragilidade, seja ela, física ou emocional;
e parecem ser estes os “nós” mais difíceis de serem desatados!
O mundo conheceu um homem cuja escolha se tornou um grande
“nó” em sua vida! A sua fragilidade fisiológica foi mais forte do que a
riqueza material e espiritual; sim, Esaú embora gêmeo de Jacó, nasceu
primeiro, e isto o privilegiava, pois havia uma bênção especial para
os primogênitos, que era regada de vantagens materiais.
Mas num momento em que a fome pareceu insuportável, faltou o
domínio próprio ao homem perito em caça, provavelmente acostumado aos perigos próprios da profissão; ele se deixou embaraçar por
algo que poderia ter sido dominado, e, portanto, colheu as amargas
consequências para o resto da sua vida.
É interessante que depois de saciar a sua necessidade física, Esaú
esqueceu-se da sua negociação; e quando chegou o momento de
receber a bênção, agiu como se nunca tivesse existido aquele dia
em que desprezou a sua primogenitura, trocando-a por um prato de
guisado. E então, tarde demais, ecoou o forte brado de amargura do
homem que preferiu um prato de guisado à sua primogenitura.
Muitas pessoas conhecem muito bem esta história, ainda que narrada de maneiras diferentes; trocar o que é muito valioso por coisas
sem muito valor, não tem sido incomum na vida dos seres humanos,
em todas as épocas e em todos os lugares. As escolhas feitas em
momentos de necessidades físicas e carências emocionais, na maioria
das vezes, se tornam grandes tragédias, principalmente espirituais.
O “nó” da falta de domínio próprio tem embaraçado a vida de muitos cristãos; e em algumas situações o embaraço é tão grande, que
parece não ter solução. Mas sabemos que nada é difícil para Deus!
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Que jamais o cansaço, fome, família, namoro, ambição, trabalho,
doença, carência afetiva, paixão, desejo sexual, orgulho, ou quaisquer outros “nós”, venham se tornar impedimento, para que recebamos as bênçãos reservadas por Deus a cada um de nós.
REFLEXÃO
01- Relacione Mateus 06: 33 com este estudo:
02- O que fala o escritor de Hebreus sobre Esaú? (Hebreus 12: 16-17)
03-Comente Lucas 10: 41-42, relacionando com este estudo:
CONCLUSÃO
O comportamento de Esaú nos mostra que escolhas feitas em
momentos de fragilidade podem se tornar grandes “nós”!
Também precisamos trabalhar a nossa suportabilidade, principalmente com relação às tentações; a determinação em vencer todas
as tentações nos leva a buscar a força em Deus, fazendo-nos então
crescer cada vez mais espiritualmente.
Vamos clamar a Deus para que nos ensine a tomar posse das bênçãos espirituais diariamente, pois elas são renovadas dia após dia
pelo nosso Amado Pai Celestial!
Que a nossa maior busca seja pelas bênçãos espirituais, pois as
bênçãos materiais virão como consequência da nossa fidelidade e
trabalho.
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Redação: Rosicler E. S. Andrade
Projeto Gráfico: Guilherme R. Storck