BQ_259 - Banas Metrologia e Instrumentação

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BQ_259 - Banas Metrologia e Instrumentação
Ano XXIII l Janeiro de 2014 l Edição 259
Thomas Pyzdek
"A Empresa Criativa"
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 1
Statistical Software
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2 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
Sumário
Janeiro de 2014 | Edição 259| Ano XXIII
Capa : 123RF
Regulares
04 Cartas
05 Editorial
06 Pelo Mundo
As atualidades do mundo
da qualidade
08 MASP
Aplicar o MASP alavanca sua
carreira
09 Opinião
Produtividade e inovação
10 Novidades
Notícias do mercado
brasileiro.
12 Comportamento I
Não existe conflito de gerações: O problema esta na
liderança
Destaques
18 CAPA: Thomas Pyzdek
A Empresa Criativa
26 Meio Ambiente: A coleta adequada dos resíduos dos serviços
de saude.
Esses resíduos ocupam um lugar de destaque pois merecem
atenção especial em todas as suas fases de manejo, como a
segregação, condicionamento, armazenamento, coleta,
transporte, tratamento e disposição final
16 Comportamento II
Desmistificando a meta em
sete passos
31 Meio Ambiente
Os erros na SustentabilidadeAmbiental
34 Normalização
A segurança dos operadores
de guindastes
38 Inside
Por dentro da notícia
60 Metrologia
A ciência da medição em
defesa da sociedade
68 Ponto Crítico
Quem é Deming? Juran?
Ishikawa?
41 Uma norma para melhor atender os consumidores do
comércio eletrônico.
No Brasil, o total de vendas chegou a 28 bilhões de reais, com
um total de mais de 51 milhões de brasileiros comprando pela
internet. Se a adesão às compras virtuais cresceu, o consumidor
também começou a cobrar mais e ser mais exigente. E os órgãos regulamentadores estão amparando o consumidor nessa
caminhada. Já existe uma norma técnica para melhor atender
esses clientes: a NBR ISO 10008
46 Ergonomia: O sofrimento dos trabalhadores
em consequência de suas interações com
as máquinas e equipamentos.
O principal objetivo da ergonomia é
desenvolver e aplicar técnicas de adaptação
do homem ao seu trabalho e formas eficientes
e seguras de o desempenhar visando a ot
mização do bem-estar e, consequentemente,
aumento da produtividade
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 3
Cartas
Escreva para o Editor Hayrton do Prado através do Email: [email protected]
Recuperação judicial depende da gestão de pessoas
Susana Falchi – São Paulo – SP
O pedido de recuperação judicial do grupo
OGX, realizado recentemente, leva a reflexões
sobre como ficam os colaboradores de uma
empresa em um processo tão complicado.
Notícias na mídia dão conta de que cerca de
60 pessoas foram demitidas durante o mês de
outubro, incluindo pessoas da alta diretoria.
Grandes companhias já passaram por situações
semelhantes e conseguiram se recuperar, em
grande parte devido ao engajamento de seus
funcionários, justamente quem mais sofre
durante todo o processo, que envolve demissões
e muito stress.Mas como fazer isso, sem que a
empresa perca seu ativo mais valioso: as pessoas?
A recuperação judicial foi criada para substituir
a antiga concordata e evitar a falência das empresas. As companhias que recorrerem à lei ficam
blindadas de cobranças de credores por 180 dias
e deverão elaborar um plano para recuperar a
empresa. Esse plano precisa ser aprovado pelos
credores e executado com sucesso pela companhia para o processo chegar ao fim. A decisão de
encerrar a ação é da Justiça.
A tarefa de reerguer uma empresa envolve,
no mínimo, dois grandes desafios: ganhar a
confiança dos credores e conseguir manter a
empresa operante. Muitas empresas em crise
interrompem as atividades por falta de caixa
e crédito para honrar compromissos básicos,
como pagar funcionários e comprar matéria
prima. Mas, para manter a empresa operante,
é preciso que as pessoas continuem atuando e
produzindo, possivelmente mais do que antes
e com maior produtividade, para que se mantenham os serviços prestados com qualidade e
retorno financeiro. A grande pergunta é como
fazer em meio a atrasos de salários, demissões e
ondas de boatos que percorrem os corredores
da empresa?
O executivo que conduz o processo precisa
mostrar a “luz no fim do túnel” para seus funcionários, ou seja, deixar claro o plano estratégico
por detrás de cada decisão. Torna-se necessário,
portanto, ter uma boa comunicação interna
com seus funcionários. Para que isso seja feito,
sem deixar dúvidas dentre as pessoas, a Gestão
Interina é a solução ideal. A escolha de um
profissional altamente qualificado com a missão
clara de recuperar a empresa por um período de
dois anos é a forma de manter a parte operacional atuando de forma satisfatória. Encerrado
o ciclo, opta-se por um novo Gestor, que comandará a empresa já com novo fôlego.
Sem dúvida, podemos afirmar que há grandes
desafios na Gestão de Pessoas. O processo de
recuperação judicial envolve demissões em
vários níveis o que, além da apreensão geral,
pode passar pela troca de comando de equipes.
É preciso trabalhar com a estrutura mínima
para compatibilizar os custos com o momento
da reorganização. Não é nem um pouco fácil
selecionar quem fica e quem vai ser demitido.
O gestor precisa fazer um mapeamento de
perfis, faixa salarial e estabelecer uma política
que fique clara para seus colaboradores. A
manutenção da estrutura mínima impõe uma
revisão qualitativa das pessoas que permanecem
na operação. Além disso, é preciso redefinir a
estrutura organizacional e as melhores pessoas
para superar esse ciclo.
Outra questão crucial durante o processo de
recuperação judicial é que as dificuldades
de caixa levam ao parcelamento dos débitos trabalhistas rescisórios. Ainda que se dê
em prazos menores do que com os demais
credores, isso impacta severamente a vida dos
funcionários demitidos. Dentro de todo o
processo, a empresa em dificuldade prejudica o
clima organizacional e impacta na autoestima
individual e das equipes de trabalho.
Dessa forma, quem liderar e comandar o processo de recuperação terá que ter a capacidade
e as competências para unir e turbinar uma
equipe fragilizada, desmotivada e desconfiada.
Para isso, a presença de um “líder” novo, isento
e externo é a solução, uma vez que o atual gestor
perderá a credibilidade perante o pessoal.
um constrói o seu futuro por meio das decisões
tomadas hoje.
Estou na sala de aula porque decidi e determinei
que iria aprender a língua japonesa, saber usar
corretamente a linguagem formal, informal, ler
pelo menos mil “Kanjis” para me comunicar
corretamente no Japão. A decisão é importante,
é o primeiro passo. Mas precisamos continuar
caminhando. A determinação é o que faz você
continuar rumo ao objetivo da decisão.
Ela é o segundo fator mais importante para o sucesso. Tomar uma decisão é fundamental, mas
isso não basta. Frequentar as aulas todos os dias
após um dia de trabalho, estudar e fazer as lições
de casa todos os dias é cansativo. Dá vontade de
desistir. É preciso determinação para continuar
frequentando o curso.
Determinar é construir o seu castelo, tijolo por
tijolo, dia após dia, não durante uma semana,
um mês, um ano, mas durante anos. Determinar é persistir, é perseverar um objetivo no longo
prazo, para isso é preciso ter paixão, preparo
físico e mental.
A corrida para o sucesso profissional ou empresarial não é uma corrida de curta distância, não
é uma competição de 100 metros. A corrida da
vida é sempre uma maratona. Determinação é
viver a maratona da vida dia após dia, por anos
seguidos sem nunca desistir.
Os Ds mais importantes para o sucesso
Orlando Oda – São Paulo- SP
O terceiro fator mais importante para o sucesso
é a dedicação. Para conseguir realizar qualquer
coisa é necessário dedicar tempo. Todas as pessoas bem sucedidas, todos os campões mundiais
souberam superar as dificuldades, para isso se
esforçaram muito treinando, treinando, treinando. Repetiram os exercícios centenas, milhares
de vezes para se aperfeiçoarem.
Os fatores fundamentais para alcançar o sucesso
são: decisão, determinação e dedicação. Os Beatles fizeram aproximadamente mil e duzentos
shows em clubes de strippers e bares de pouca
expressão em Hamburgo e Liverpool durante
cinco anos (entre 1957 a 1962) até conseguir o
primeiro sucesso. Isto não ocorrreu só com eles.
Podemos citar: Thomas Edison, Roger Federer,
Sebastian Vetel, etc.
O professor Karl Anders Ericsson, da Universidade da Flórida, conduziu uma pesquisa que
ganhou grande repercussão atráves do livro
“Outliers”, de Malcolm Gladwell. A conclusão
mostra que os gênios não possuem um QI
altíssimo. Isso quer dizer que qualquer pessoa
normal pode alcançar feitos extraordinários.
Então, quais são os fatores fundamentais para
alcançar o sucesso?
Há dois anos resolvi me matricular num
curso de língua japonesa. Tomar a decisão foi
a primeira coisa a fazer. Isso influi diretamente
nos fatos e acontecimentos felizes ou infelizes,
sucesso ou insucesso. Podemos afirmar que cada
4 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
Buscar o conhecimento é o primeiro passo para realizar qualquer coisa, porém é preciso transformar
o conhecimento em habilidade. No meu caso estou
fazendo o curso de língua japonesa e não basta só
frequentar a aula. É preciso estudar, fazer lição de
casa, ouvir, ler, praticar para poder comunicar corretamente no Japão, sem cometer gafes.
Editorial
Hayrton do Prado
Revista Banas Qualidade
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A publicação não se responsabiliza pelas
opiniões e conceitos aqui emitidos por seus
articulistas e colunistas.
ISSN - 1676-7845
Ano XXIII - Edição 259
Janeiro de 2014
Infraestrutura capenga afeta cada vez mais
a competitividade do Brasil
Um dos problemas sérios no Brasil é a qualidade da rodovias. De acordo com
a Pesquisa CNT de Rodovias 2013, feita pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o estado geral das rodovias brasileiras teve uma piora no último
ano. 63,8% da extensão avaliada apresentaram alguma deficiência no pavimento,
na sinalização ou na geometria da via. Em 2012, o índice havia sido de 62,7%.
Também aumentaram os pontos críticos, passando de 221 para 250. São consideradas como pontos críticos situações que trazem graves riscos à segurança dos
usuários, como erosões na pista, buracos grandes, quedas de barreira ou pontes
caídas.
Em relação à sinalização, 67,3% da extensão pesquisada apresentaram algum
problema. No ano passado, o percentual era de 66,2%. O pavimento tem alguma
deficiência em 46,9% do total avaliado. Em 2012, o índice era 45,9%. E em relação
à geometria, o percentual da extensão que não se encontra favorável passou de
77,4% para 77,9%. Conforme o estudo, a maior parte da extensão pesquisada
(88%) é formada por pistas simples e de mão dupla e 40,5% do total avaliado não
possuem acostamento.
Em 2013, o total autorizado pelo governo federal para investimentos em rodovias é de R$ 12,7 bilhões, muito pouco perto dos R$ 355,2 bilhões que a CNT
estima que as rodovias do país precisam. Entretanto, apenas 33,2%, ou R$ 4,2 bilhões, foram pagos até o início de outubro. Em 2012, do total autorizado (R$ 18,7
bilhões), foram pagos R$ 9,4 bilhões (50,3%).
A pesquisa mostra a diferença de qualidade das rodovias na comparação entre
a extensão sob jurisdição federal ou estadual e as extensões concessionadas à iniciativa privada. A comparação com as concessionadas mostra que as maiores dificuldades estão nas rodovias mantidas pelos governos federal e estaduais. Em relação ao estado geral, apenas 2,7% da extensão sob gestão pública foi considerada
ótima e 24%, boa. Já em relação ao estado geral das concedidas, os percentuais de
classificação de extensão ótima e boa são de 48,5% e de 35,9%, respectivamente.
Rodovias com estado de conservação adequado também são fundamentais
para o meio ambiente. Proporcionam uma economia no consumo de combustível de até 5% na comparação com rodovias que apresentam alguma deficiência.
Se for considerado o consumo de óleo diesel no Brasil em 2013, com a melhoria das condições do pavimento, seria possível uma economia de 661 milhões de
litros (R$ 1,39 bilhão) e uma redução da emissão de 1,77 megatonelada de gás
carbônico, principal gás de efeito estufa.
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 5
Pelo Mundo
Por Jeannette Galbinski
Compra de bens
e serviços
Erros Hospitalares
nos EUA
Uma nova
pesquisa estima que até 440
mil americanos
morrem a cada
ano de erros
hospitalares
evitáveis​​, o que
tornaria os erros médicos a terceira
principal causa de morte nos Estados Unidos.
A pesquisa, elaborada pelo Leapfrog Group, um grupo de defesa da
segurança do paciente, ressalta a
O acordo de Contratações Públicas necessidade de pacientes e suas
famílias se protegerem de danos, e
Sustentáveis que aconteceu no
início de dezembro, reuniu o MMA e também a importância dos hospitais
em fazerem da segurança do paoutros órgãos para analisar temas
como desenvolvimento sustentável. ciente uma prioridade.
Para mais informações sobre a
Garantir sustentabilidade é o objepesquisa e como as pontuações de
tivo na compra de bens e serviços
segurança do hospital foram calcuda administração pública.
lados, visite www.hospitalsafetyshttp://cpsustentaveis.planejacore.org.
mento.gov.br
Três homenageados
no Prêmio Malcolm
Baldrige 2013
Três organizações de duas categorias diferentes foram nomeadas
no Prêmio Nacional de Qualidade Malcolm Baldrige em novembro.
São elas: Pewaukee School District, Baylor Regional Medical Center
at Plano e Sutter Davis Hospital. As categorias são educação e área
da saúde. A cerimônia será realizada durante a 26ª Conferência pela
Busca da Excelência em abril de 2014, em Baltimore. Para ler mais
visite www.nist.gov/baldrige/baldrige_recipients2013.cfm.
6 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
OHSAS 18001
será
substituída
De acordo com um
comunicado oficial,
a Norma OHSAS
18001 de Sistema
de Gestão da Segurança e Saúde no
Trabalho será substituída pela Norma
Internacional ISO
45001.
Os trabalhos foram
iniciados em outubro e a estimativa
de publicação da
versão final será
em 2016, porém,
em março de 2014
já será publicado o
draft da norma.
Pelo Mundo
Plataforma G4Online
Em novembro foi lançada uma
ferramenta onde é possível
preparar relatórios de sustentabilidade. Chamada de G4Online,
ela é gratuita e em inglês, sendo
criada para auxiliar pessoas com
conhecimentos básicos no processo de produção de relatórios das
Diretrizes G4 (Global Reporting Initiative). Para mais informações, acesse:
https://g4.globalreporting.org/
Organizações de Certificação
No mês passado a instituição ASQ RABQSA Internacional
e iNARTE mudaram seus nomes para Exemplar Global.
Com esta ação, a organização, que trabalha no desenvolvimento de pessoas e produtos de certificação de
treinamento, teve como objetivo renovar a imagem de sua
marca, como algo mais amplo, atuando na busca do reconhecimento das habilidades dos colaboradores. A empresa já ofereceu certificações para 15.000 profissionais da
indústria e mais de 100 organizações de formação. www.
exemplarglobal.org
Relatório NerdWallet
Um relatório, feito nos EUA pelo site
NerdWallet, indicou que o CEO do
McDonalds ganha quase 1.200 vezes mais que um atendente da loja.
O valor médio pago por hora para
empresas como Mc Donalds, Best
Buy, Walmart, Gap, entre outros, é
de aproximadamente US$ 7.400,00
para os CEO’s e aos atendentes
cerca de US$8,80. O site montou
um ranking onde constam as 10
empresas que pagam os maiores
salários para seus CEO’s, o Starbucks é o segundo colocado.
http://www.nerdwallet.com
Emissões de
Carbono zero
Um estudo chamado “Zero
Carbon Britain: Rethinking the
Future” lançado em Julho deste
ano, apresenta novas formas
de diminuição das emissões de
carbono por uma cidade, podendo chegar a zero. O grupo
responsável pelo estudo é composto por engenheiros, físicos,
nutricionista, cientista social e
pesquisadores.
A estratégia não é baseada em
planos e ideias complexas e
difíceis de serem executadas, e
sim formas simples e já existentes para diminuir as emissões,
unindo a qualidade de vida da
população com ações sustentáveis e meio ambiente. Algumas
medidas podem ser colocadas
em prática pra contribuir com a
diminuição, como plantar árvores
e enterrar materiais orgânicos.
Mais informações: http://zerocarbonbritain.com/index.php/
current-report
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 7
MASP
Aplicar o MASP alavanca sua carreira
Claudemir Y. Oribe
mestre em administração
de empresas PUC Minas/
Fundação Dom Cabral
sócio consultor da
Qualypro
claudemir@qualypro.
com.br
P
arece ser razoável afirmar que o ser
humano, desde que ele existe, busca melhores condições de vida para si mesmo
e para criar seus filhos. No princípio, as
necessidades se limitavam aos aspectos básicos da
sobrevivência, como acesso a comida e proteção
contra inimigos e intempéries da natureza. Com o
domínio dos materiais e o progresso da sociedade
organizada, as necessidades evoluíram para aspectos mais sofisticados, na intenção de acumular
riquezas e perpetuar seu nome e seu sangue.
Nos dias de hoje, as necessidades evoluíram muito.
As pessoas precisam de um pouco mais do que
aquilo que necessitam para sobreviver, como
artigos de luxo e substituição sistemática de seus
pertences. A sociedade do consumo exige um esforço contínuo de adequação aos novos padrões de
comportamento. Além disso, gozar dos melhores
serviços de saúde, educação e segurança, custa
caro, sobretudo na sociedade brasileira, onde a
justiça social deixa bastante a desejar.
Assim todos desejam crescer nas suas carreiras,
para ter acesso as melhores coisas que a vida pode
oferecer. Evidentemente, existem muitas formas
de crescer na carreira, mas aquela que está mais
acessível a grande maioria das pessoas é o crescimento no próprio emprego, na hierarquia e por
meio de mudança de empregador. Como a decisão
de crescer é compartilhada com nossos chefes,
entrevistadores e patrões, precisamos convencê-los
de que fazemos jus a novas posições na estrutura e
aos novos patamares de remuneração associados.
No caso do crescimento dentro da própria empresa, é preciso ser consciente de que estamos
sendo constantemente avaliados. Quer gostemos
ou não, nossas atitudes e nossos resultados estão
sendo observados não apenas pela chefia, mas
também por outras lideranças, que consideram a
possibilidade de fazer um convite interno para um
funcionário dedicado e capaz. Pouca coisa tem um
potencial de repercussão como a resolução de um
problema crônico e complexo, ainda mais quando
esse problema tem causado grandes perdas e tenha
sido alvo de tentativas infrutíferas de solução por
outros profissionais.
Resolver um problema desse tipo pode alavancar a
carreira de alguém, pois seu nome será citado em
várias rodas de discussão, inclusive naquela mais
importante: na diretoria. Assim, se alguém deseja
crescer, é preciso criar situações fortes o suficiente
para que seu nome seja lembrado no momento
8 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
certo, e os fatos de maior impacto tem poder de
retenção na memória infinitamente maior. Então,
quanto maior for o problema maior será seu
potencial para deixar uma marca durável naqueles
que decidirão pelo seu futuro. Problemas não são
problemas, mas sim oportunidades de ouro para
o sucesso profissional. E o mais incrível é que elas
são quase sempre desperdiçadas pelas pessoas
comuns. Por isso o crescimento na carreira não é
algo para todos mas para poucos, embora esteja
acessível a qualquer um.
Quanto ao crescimento por meio de troca de
emprego, esta é uma possibilidade real e bastante
comum nos dias atuais, devido a expansão econômica e a falta de pessoal qualificado no mercado.
As oportunidades estão aí, ao alcance de qualquer
um com um mínimo de formação e disposição. No
entanto, não é preciso lembrar que os processos
seletivos incluem entrevistas, por vezes com várias
pessoas e em várias etapas. O entrevistado precisa
ter conteúdo para envolver os avaliadores e provar
que tem condições de ocupar a função desejada.
Mas qual conteúdo? As rotinas daquilo que tem
trabalhado nas funções anteriores? As rotinas qualificam uma pessoa para ocupar uma função mas
não geram um grau de distinção suficiente elevada
para colocar alguém numa posição de vantagem
que não seja alcançável. Para se distinguir num
processo seletivo é necessário mostrar algo a mais,
aquilo que os outros não mostrarão. O que fará
a diferença, não são as experiências rotineiras,
mas as situações extraordinárias vivenciadas pelo
candidato. Mais uma vez aqui, a resolução bem
sucedida de problemas desafiadores e significativos
tem esse potencial e podem despertar interesse
dos entrevistadores, fazendo com que o candidato conduza a entrevista naquilo que é seu maior
diferencial. Evidentemente essas experiências não
terão condições de segurar ninguém no cargo, mas
é uma forma eficaz de dizer “eu existo, sou capaz e
mereço esse emprego”.
Finalmente, é preciso lembrar que seu crescimento
profissional dependerá de sua capacidade de resolver problemas progressivamente mais complexos.
Nada mais limitante para um profissional do que
resolver apenas problemas do mesmo tipo. Mas
problemas difíceis, daqueles que não sabemos
nem por onde começar, é com o MASP: o melhor
método de resolução de problemas disponível
para qualquer pessoa aprender, utilizar e fazer sua
carreira deslanchar.n
Opinião
Produtividade e inovação
Por Luiz Gonzaga Bertelli
Image credit: <a href='http://br.123rf.com/photo_23497985_problem--analysis--solution.html'>convisum / 123RF Banco de Imagens</a>
Q
ual a maior diferença entre o Brasil
e Coreia? Se a pergunta fosse feita
quarenta anos atrás, alguém mais
bem humorado poderia dizer que
aqui as pessoas não nascem com os olhos
puxados. As duas nações ostentavam índices
de produtividade e inovação muito parecidos.
Ou seja, tanto aqui quanto lá um trabalhador
apresentava mais ou menos a mesma produção, da mesma forma que os números de
patentes se equivaliam. Hoje, o engraçadinho
não teria tanto motivo para rir: o Brasil perde
– e feio – nos dois quesitos.
O concorrente asiático tem produção quatro vezes maior que a brasileira e está disparado no topo da lista de países mais inovadores,
enquanto o Brasil amarga a 55ª posição. Os
dados têm impactos diretos na economia brasileira cujo crescimento dá sinais de começar
a perder vigor. Praticamente toda mão de
obra qualificada está empregada e as organizações precisam descobrir novos meios para
gerar mais divisas, continuando competitivas.
Uma solução possível para curto prazo é
estimular a criatividade e atenção concentrada nos jovens que chegam agora ao mercado
de trabalho. A geração Y já se provou capaz
de surpreender, dependendo apenas de
treinamento e orientação de profissionais
experientes. Nesse sentido, os programas de
estágio e aprendizagem – bem como os vários
cursos de educação à distância gratuitos que o
CIEE oferece pelo site www.ciee.org.br – valem como um diferencial a toda modalidade
de formação profissional.
A longo prazo há outras opções para a
criação desses talentos. Na capital paulista,
por exemplo, o Instituto Superior de Inovação
e Tecnologia (Isitec) – uma faculdade pioneira no país – está na reta final para receber
e formar engenheiros focados no aumento
de eficiência e na criação de novos produtos que possam garantir posições melhores
para o Brasil no mercado internacional. Esse
caminho, entretanto, ainda demorará a surtir
efeito: os primeiros graduandos sairão dentro
de quatro ou cinco anos.
A decisão de mudar a atual maneira de
encarar a produtividade e a inovação não
pode esperar tanto; assim é preciso adotar
novas medidas nesse sentido para resultados
também a curto prazo. A posição de liderança
que o Brasil almeja no futuro depende dela.
* Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola
(CIEE), da Academia Paulista de História
(APH) e diretor da Fiesp.
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 9
Novidades
Do mercado brasileiro
Programa de Análise de Produtos
do Inmetro completa 18 anos
Criado em 1995 como um desdobramento do Programa Brasileiro da
Qualidade e Produtividade (PBQP), o
Programa de Análise de Produtos, que
no final de dezembro de 2013 alcançou
sua maioridade, é um forte aliado do
consumidor. Ao longo de sua trajetória,
o Programa tem informado a sociedade sobre a adequação de produtos e
serviços aos critérios estabelecidos em
normas e regulamentos técnicos, contribuindo para escolhas melhor fundamentadas. Munidos de informações
extraídas dos resultados das análises, os
consumidores passaram a considerar
outros critérios além do preço e se tornaram importante indutor do processo
de melhoria da indústria nacional.
Esse trabalho estimulou diversas medidas de melhoria em produtos e serviços analisados, como a criação e revisão
de normas e regulamentos técnicos; a
criação de programas de qualidade implementados pelos setores produtivos;
ações de fiscalização dos órgãos regulamentadores; e a criação, por parte do
Inmetro, de programas de certificação
nas esferas compulsória e voluntária.
Nesses 18 anos, foram 300 produtos
analisados. Entre as inúmeras ações de
melhoria, destacam-se:
•
A certificação compulsória de cadeira de bebê para automóvel; copos plásticos descartáveis; cadeiras
plásticas monobloco; caixas de fósforo; filtros de água; mangueiras de
incêndio, luvas cirúrgicas; garrafas
de álcool; estabilizadores de voltagem; materiais escolares e isqueiros.
• A elaboração ou revisão de normas
técnicas: cadeira de praia, garrafa
térmica, sacos de lixo; escadas domésticas, óculos de sol e embalagens descartáveis de alumínios.
Há, ainda, outras ações em andamento
decorrentes do programa:
• Andadores infantis: a partir da análise, foi realizado um Painel Setorial
com as partes interessadas a fim
de aprofundar a discussão sobre as
possíveis ações a serem tomadas.
As ações definidas no evento foram
elaboração de uma norma técnica
e o estabelecimento de um regulamento técnico e de um programa
de certificação compulsória.
• Cadeira de rodas: envio dos resultados encontrados na análise à Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República (SDH),
bem como à Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa). O Inmetro, em conjunto com a Anvisa,
o Ministério da Ciência Tecnologia
e Inovação (MCTI), a Casa Civil e a
Finep, está desenvolvendo regulamentação para cadeira de rodas, no
âmbito do Plano Viver sem Limite,
da Presidência da República.
Essas ações retratam a melhoria de
produtos e serviços de diferentes segmentos analisados. Ao mesmo tempo,
as análises divulgadas amplamente na
mídia têm abordado aspectos mais sustentáveis para compra, uso e descarte
dos produtos e serviços, orientando
o consumidor para um consumo responsável e fornecendo subsídios para a
competitividade da indústria nacional.
Ao longo desse período, o Programa
de Análise de Produtos do Inmetro se
consolidou como importante ferramenta de cidadania, facilitando o relacionamento entre consumidores, setores produtivos e regulamentadores.
10 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
Fundação Vanzolini anuncia
nova diretoria
A Fundação Vanzolini define
nova Diretoria Executiva para o
biênio 2014 - 2015.
O professor Mauro de Mesquita
Spínola, professor da Escola Politécnica da USP e coordenador do
MBA Gestão de Operações Produtos
e Serviços é o novo presidente da
Diretoria Executiva.
A equipe é composta também pelos
professores da Poli Luis Fernando
Pinto de Abreu, Diretor Executivo Financeiro, Clóvis Armando Alvarenga
Netto, Diretor Executivo Administrativo, e Fernando Tobal Berssaneti,
Diretor Executivo de Educação.
Saídas de emergência em edifícios
A Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) publicou a norma
ABNT NBR 14880:2014 - Saídas de
emergência em edifícios - Escada de
segurança - Controle de fumaça por
pressurização, que revisa a norma
ABNT NBR 14880:2002, elaborada
pelo Comitê Brasileiro de Segurança
Contra Incêndio (ABNT/CB-24).
Esta norma especifica uma metodologia para manter livres da fumaça,
através de pressurização, as escadas
de segurança que se constituem, na
porção vertical, da rota de fuga dos
edifícios, estabelecendo conceitos de
aplicação, princípios gerais de funcionamento e parâmetros básicos para o
desenvolvimento do projeto.
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 11
Comportamento
Não existe conflito de gerações.
12 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
Comportamento
. O problema está na liderança
A nova geração de profissionais quer
mais das organizações do que as gerações
passadas. Uma pessoa com 50 anos hoje
pensa, deseja e age diferente de uma pessoa
que tinha esta mesma idade há 20 anos
Alexandre Prates
N
os últimos cinco anos, convivi de perto com esse tão
aclamado discurso sobre o conflito de gerações no
mercado de trabalho. Confesso que durante algum tempo
me convenci que esse fenômeno realmente existia e me
dediquei a trabalhar esse conflito nas organizações.
Mas a experiência e as inúmeras conversas com os profissionais
das mais diferentes gerações me ajudaram a clarificar a percepção
e concluo, sem qualquer receio: o conflito está na liderança. Um
conflito ocorre quando temos opiniões divergentes, defendemos causas
opostas ou queremos coisas diferentes. Analise um cenário comigo:
a famosa Geração Y foi amplamente estudada e alguns conceitos se
apresentaram sobre o perfil desses jovens. Chegou-se a conclusão que
tal geração deseja trabalhar em uma empresa que lhes proporcione
reconhecimento, oportunidade de crescimento, metas claras e
desafiadoras. Além disso, querem sentir-se parte e, a partir do seu
trabalho, conquistar um padrão de vida superior.
Também fica claro que é uma geração que não aceita trabalhar
insubordinada para qualquer um, não aceita a maioria das regras,
procedimentos e planos de carreiras fantasiosos que as empresas
praticam e não pretendem ficar anos na mesma corporação só para
um dia, talvez, subir de cargo. Face a isso, reflita comigo: a geração
X quer alguma coisa diferente disso? É claro que não! Todos,
independentemente da geração, queremos uma empresa que nos
valorize, que nos dê oportunidade de aprender, crescer e contribuir
e que, acima de tudo, reconheça a minha atuação e os resultados
conquistados.
A nova geração de profissionais quer mais das organizações do que
as gerações passadas. Uma pessoa com 50 anos hoje pensa, deseja e
age diferente de uma pessoa que tinha esta mesma idade há 20 anos.
Logo, a empresa que construir um ambiente saudável, que permita
às pessoas serem elas mesmas e colocar o seu melhor em jogo,
certamente não terá conflitos.
u
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 13
Comportamento
Ouço dizer inúmeras vezes que a geração
Y é menos comprometida com as empresas
e mais focada em suas carreiras, que não
respeitam a hierarquia e que não valorizam
as oportunidades oferecidas.
Concordo que muitos profissionais são
assim, mas não apenas as gerações mais
jovens. A Geração Y é tão descontente com
as empresas quanto a X ou qualquer outra
geração. A questão é que as pessoas com
mais idade, naturalmente, assumiram mais
responsabilidades na vida – pagam aluguel,
têm filhos, sustentam uma família – logo,
não podem perder o emprego.
As gerações são diferentes, mas não nos
seus anseios e, sim, nas suas competências,
no seu modo de ser e agir. Você, líder
de uma geração mais jovem, deseja a
mesma coisa que eles. A questão é que a
vida lhe trouxe maturidade, experiência,
conhecimento, virtudes que lhe permitem
agir com maior ponderação e assertividade.
E hoje, na liderança, você se depara
com profissionais que desejam chegar no
seu patamar, mas que possuem, é claro,
um tempo de vida que não lhe permitem
enxergar o que você (hoje) enxerga.
Portanto, uma pergunta se faz
fundamental: onde está o conflito de
gerações? O conflito está na liderança,
na maneira como eu compreendo as
inevitáveis diferenças e ajo diante delas.
O conflito é minimizado ao passo que
você investe em duas ações cruciais na
organização:
1. Invista na educação das pessoas
Isso mesmo, na educação! Nós, líderes,
precisamos compreender que estamos
diante de um déficit educacional no Brasil.
As escolas nunca foram tão precárias,
logo, os jovens saem do ensino básico
sem aprender o básico. As universidades
formam técnicos sem qualquer noção de
mercado e visão de carreira. Os pais, cada
vez mais ausentes, terceirizaram a educação
de seus filhos. Como consequência, os
jovens chegam ao mercado de trabalho
cada vez menos preparados cientificamente,
profissionalmente e, principalmente,
moralmente.
Então, compreenda que o líder que não
dedicar tempo e energia na educação dos
jovens profissionais continuará reclamando
e colhendo os frutos de uma gestão que não
acompanha as mudanças. Permitam-me
não entrar na discussão se educar é papel
ou não do líder, mas não posso me furtar
em dizer que, independentemente se você
concorda ou não, educar as pessoas é uma
atribuição que você não pode deixar de
exercer com afinco.
O tempo que você dedicar ensinando as
pessoas sobre carreira, mercado, estratégia,
resolução de problemas retornará a
você como resultado. A energia que
você dispensar participando as pessoas
das decisões será recompensada com o
engajamento. O seu desprendimento em
dar feedback, elogiar, reconhecer, conversar
será valorizado com a evolução do seu
time. Agora, se você me perguntar qual é o
maior de todos os ensinamentos que você
pode trazer para as pessoas, eu elegeria um
como primordial: VALORES. Quanto mais
firmes estivem os valores de uma pessoa,
mais claro estarão para ela os motivos pelos
quais vale a pena se entregar a um projeto,
a uma empresa e quão gratificante é lutar
por alguma coisa que se acredita.
2. Invista na evolução da sua gestão
O modelo de gestão da empresa e a
maneira como a liderança dissemina essa
cultura são os maiores causadores dos
14 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
"As gerações
são diferentes,
mas não nos
seus anseios e,
sim, nas suas
competências, no
seu modo de
ser e agir."
Comportamento
conflitos internos, principalmente nas
organizações que operam por processos
rígidos e que possuem uma hierarquia
engessada, que desmotiva uma geração
(independentemente da idade) que deseja
liberdade de atuação e participação. As
empresas precisam se reinventar e quebrar
os padrões hierárquicos que inibem uma
participação ativa e engajada. As pequenas
e médias empresas saem na frente nesse
quesito devido a sua estrutura enxuta e
conseguem oferecer uma participação mais
efetiva e colaborativa, pois a facilidade de
administrar os processos e decisões permite
aos profissionais envolverem-se em diversas
áreas e setores da organização, podendo,
inclusive, serem ouvidos nas decisões.
O grande choque é cultural, pois
a liderança e, como consequência, as
organizações, não evoluíram na velocidade
que o mundo corporativo e as novas
gerações têm exigido. Por fim, esteja
perto do seu time. A distância aumenta o
conflito e afasta qualquer possibilidade de
alinhamento de pensamento e valores.
Faça valer a sua experiência e conquiste
as pessoas. Você, líder, seja um coach para
a sua equipe. Transmita experiências e
extraia o melhor de cada um, permitindo a
eles participar, contribuir e crescer. n
Alexandre Prates é especialista em
liderança, desenvolvimento humano e
performance organizacional.
A Geração Y e a Internet
"A nova geração
de profissionais
quer mais das
organizações do
que as gerações
passadas. Uma
pessoa com 50
anos hoje pensa,
deseja e age
diferente de uma
pessoa que tinha
esta mesma idade
há 20 anos."
Não é por acaso que a geração Y também é conhecida como a geração da
internet. De acordo com dados do TG.net, do Ibope Media, 78% das pessoas
com idade entre 20 e 34 anos acessam a internet (acesso nos últimos 30 dia).
Quando considerado quem tem 35 anos ou mais, esse percentual é de 45%.
Entre as atividades mais realizadas na internet entre os internautas da
geração Y, se destacam o uso do e-mail, prática de 94% do grupo, e a escuta de
música, hábito de 88%.
Já as pesquisas pessoais ou a leitura de notícias nacionais são atividades
realizadas por 87% desses internautas Y. No total, 84% dos internautas
com 20 a 34 anos também consultam mapas, rotas e endereços e 83%
comparam preços via web. Há ainda 80% que visitam sites de produtos ou
marcas específicas. O TG.Net é uma pesquisa online, realizada com 3.155
internautas de 15 a 75 anos no Brasil. O levantamento foi realizado entre
março e abril de 2013, nos mercados de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Distrito Federal, além de Goiânia,
Nordeste, São Paulo interior e interior do Sul e Sudeste.
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 15
Comportamento
Desmistificando a meta em
sete passos
Renato Maggieri
N
ão é novidade que o
comportamento de
estabelecer metas
é um dos fatores
mais importantes, se não for o
mais, para obter resultado em
qualquer atividade que fazemos.
Com isso, muitos querem
fazê-lo, mas poucos sabem
como. Diante tal constatação,
listo aqui, de forma prática e
objetiva, os sete Ds para tornar
este comportamento um hábito.
Mas, antes das dicas, selecione
um assunto para o qual gostaria
de estabelecer uma meta e anote
no papel.
1. Determine qual é o
objetivo que você deseja
atingir
O primeiro passo é determinar
o que quer, onde deseja chegar
– isto é importante porque quando não
existe uma definição, qualquer lugar
está bom. E não se esqueça: o objetivo
deve ser atingível, mas tem que ter
algum desafio, aquele friozinho na
barriga.
2. Defina o tempo para acontecer
Todo objetivo precisa ter um prazo
para acontecer, ou até mesmo, uma data
específica. Definir apenas o próximo
ano é muito vago, afinal ele tem 365
dias e isto é muito tempo. Caso não
seja possível definir um dia certo no
calendário, defina “até tal dia”, como
por exemplo, 31 de dezembro de 2014.
3. Divida o tempo que falta para o
dia “D” em intervalos menores
É de extrema importância dividir
o tempo em períodos menores. Por
exemplo: se falta um ano para o dia
final proposto para atingir a meta,
o ideal é dividir este ano em meses.
Se o objetivo final está definido para
daqui um mês, bimestre ou trimestre,
dividir este tempo em semana e, caso
seja semanal, separe em dias e assim
sucessivamente.
4. Distribua o objetivo dentro
desses intervalos
Uma vez definidos tempo e intervalos
menores, a próxima tarefa é distribuir o
objetivo entre estes espaços. Se a meta
for R$ 40 mil em um mês, será R$ 10
mil por semana. A dica é válida para
16 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
Comportamento
unidades produzidas, clientes atendidos
e para quase tudo.
5. Delegue entre os que estão
envolvidos Se houver mais gente
envolvida na meta, como por exemplo,
o faturamento de uma loja que tem
vendedores. O objetivo de atingi-la
deve ser delegado atribuindo uma parte
para cada um dos envolvidos. Seguindo
o mesmo exemplo do item anterior,
com dois vendedores: R$ 40 mil para o
mês, R$ 10 mil para cada semana, R$ 5
mil para cada vendedor por semana.
6. Direcione aqueles que estão
envolvidos no processo
Muitas pessoas têm dificuldade de lidar
com metas e um dos motivos pode
ser bloqueio adquirido em alguma
experiência frustrada com o tema. Por
isso, ao delegar uma meta a alguém, é
muito importante direcionar como o
objetivo deve ser perseguido. Solicite
ações simples como: ofereça isto, ligue
para tal pessoa e faça tais prospecções.
7. Discuta com os envolvidos o
desempenho individual ao final de
cada intervalo
Durante o tempo em que você estiver
correndo atrás da meta, é muito
importante monitorar o ponto que
está e se falta muito para alcançar o
objetivo.
O ideal é que todas às segundasfeiras, a equipe se reúna para checar
e discutir as performances da última
semana, comparando o valor alcançado
com a meta definida para o período. n
Renato Maggieri é consultor de
negócios, palestrante e apaixonado por
empreendedorismo e decidiu aplicar
seus conhecimentos em comportamento
voltados para resultados em benefício
dos empreendedores, ajudando-os a
potencializarem seus lucros.
Nós levamos
a informação
onde ela
precisa estar
Utilizando a mais
avançada plataforma amigável da internet.
Compatível com Webmail, iPad, iPhone e Android.
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 17
18 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
CAPA
Thomas Pyzdek
A Empresa Criativa
O Efeito da hierarquia sobre a
Criatividade
"... muitas
das idéias que
as pessoas
oferecem
perdem força
e morrem,
como a desova
do salmão
forçado a
escalar muitas
cachoeiras..."
Uma vez que a hierarquia em uma
empresa tradicional controla todos
os recursos, materiais e humanos, um
funcionário deverá obter permissão de
alguém para usar qualquer recurso. Se os
recursos necessários para prosseguir uma
idéia criativa são controlados por vários
cargos na hierarquia, o empregado deve
obter a permissão de cada posição.
Quando se pede permissão, a resposta
pode ser sim, não, talvez, traga-me mais
informações, ou nenhuma resposta.
Apenas uma resposta de sim move as
coisas adiante. Pense em obter permissões
como uma série de filtros. Cada não-sim
vai bloquear mais progressos. Novas idéias
são, pela sua própria natureza, incertas
e pouco desenvolvidas, é muito difícil
fornecer as informações necessárias para
superar as objeções dos superiores.
Talvez o funcionário superior imediato
seja uma senhora gentil, vamos dizer que
ela dá sua permissão para ir em frente
metade do tempo. Na verdade, vamos ser
gentis e assumir que todas as pessoas na
cadeia dão sua permissão para a metade de
todas as propostas dos funcionários.
Digamos que um projeto necessite de
recursos a partir de cinco departamentos,
e o funcionário precisa obter permissão
de duas pessoas em cada departamento.
Este não é um conjunto razoável de
circunstâncias, por qualquer meio.
Qualquer coisa, é um projeto bastante
simples e gestão bastante flexível. 99,9%
dos projetos criativos serão rejeitados por
este sistema. Isso mesmo, mesmo com esse
conjunto relativamente liberal de pressupostos
apenas um projeto em 1000 seria aprovado. É
matemática simples. A hierarquia não é um
filtro de criatividade, é um buraco negro. O expresidente Ken Iverson da Nucor Steel coloca
de forma sucinta:
"É difícil imaginar qualquer idéia - não
importa o quão maravilhosa - na verdade,
o que torna todo o caminho de um
empregado horista através de dez camadas
de gestão sem ser fatalmente diluído ou
comandado por uma maior. E os executivos
se perguntam por que os funcionários
são muitas vezes apáticos sobre sistemas
de sugestões! A razão é clara - muitas das
idéias que as pessoas oferecem perdem
força e morrem, como a desova do salmão
forçado a escalar muitas cachoeiras ".
A exigência de permissão também
tem o efeito de diminuir a capacidade da
organização de responder rapidamente
à mudança. A necessidade de mudança
é detectada por alguém de status baixo,
então a mensagem tem de trabalhar o
seu caminho na hierarquia, camada por
camada. Todo o processo pode levar muito
tempo sob as melhores condições. E a
filtragem que ocorre nas mensagens que
trazem má notícia será muito maior do que
a filtragem descrita para idéias criativas. Vai
levar um longo tempo e muita sorte parau
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 19
CAPA
que a mensagem chegue ao CEO. Como
Andrew S. Grove, ex-presidente e CEO
da Intel, observou: "Esse cara [o CEO] é
sempre o último a saber."
A permissão é menos provável quando
a idéia criativa é uma ameaça para
alguém na cadeia de permissão. Sempre
é. Uma idéia criativa, por sua natureza, é
destrutiva do status quo. O economista
Joseph Schumpeter descreveu uma vez
todo o sistema capitalista como "Cadeia de
destruição criativa." Na empresa, o criativo
é geralmente o destrutivo também. Talvez
ele irá eliminar a necessidade de alguma
etapa do processo, que é uma ameaça para
quem é responsável por esse processo.
Talvez seja um produto totalmente novo,
que é uma ameaça para todos, afetando
os produtos existentes, e com isto podem
perder recursos para o novo produto. É
difícil conceber uma idéia criativa que não
é percebida como ameaça por alguém. Se
alguém tem autoridade para parar o esforço
criativo, este alguem normalmente vai parar.
Uma forma de lidar com o filtro e os
efeitos de defasagem da hierarquia é formar
uma equipe de alto nível, com a autoridade
para aprovar rapidamente idéias criativas.
No entanto, demonstrou-se que a
formação de pessoas dessas equipes de
alianças se tornam mais difíceis por
terem uma hierarquia de multi-camadas.
Basicamente, os níveis e as divisões de uma
hierarquia são análogas, de forma a colocar
uma distância física entre as pessoas.
Quanto mais funções ou camadas entre as
duas posições, maior será a distância entre elas.
Gostaria de sugerir uma forma criativa
de lidar com os problemas descritos acima:
eliminar a hierarquia.
Liberdade X Permissão
Considere a explosão de criatividade
nos Estados Unidos nos séculos 19 e 20.
Como isso aconteceu? Não foi por causa
da ciência. O princípio científico por trás
da máquina a vapor era conhecido pelos
gregos há três mil anos. Um primeiro barco
a vapor correu no rio Elba, na Alemanha,
em 1704. Ele foi queimado pelos
barqueiros, que sentiram que ameaçava a
sua subsistência. O inventor mal escapou
com vida e morreu, faminto no exílio.
Claro, a maioria das pessoas civilizadas
não recorrem à força para impedir os
concorrentes, eles peticionam seus
governos para fazer isso por eles (a antiga
tradição que continua até os dias de hoje!)
E, historicamente, os governos
tipicamente responderam, fazendo tudo
em seu poder para deter o avanço da nova
tecnologia que ameaçava a vida de tantos
eleitores. Assim que a Nova Inglaterra viu
os incríveis barcos a vapor eles aplicaram
suas legislaturas para salvar seus empregos.
Os barcos a vapor iriam arruinar os
saveiros do rio, e afetar todas as indústrias
de vela de navio da Nova Inglaterra. Eles
iriam jogar os empregos de todos os
homens do rio, marinheiros, carpinteiros
de navios, os tomadores de corda; enfim,
eles iriam arruinar tudo na Nova Inglaterra.
A Assembléia Legislativa de Connecticut
fez o seu dever, excluindo os incríveis
barcos a vapor das águas de Connecticut.
Outras legislaturas estaduais tomaram
medidas semelhantes. Mas o novo Estados
Unidos já não permitiu que os antigos
feudais operassem.
A nova Constituição criou um novo tipo
de proteção: proteção contra a autoridade
dos outros. Proteção contra a hierarquia.
As leis dos Estados Legislativos foram
declarados inconstitucionais. Os tribunais
declararam que os homens são livres para
criar novas formas de competir. Em 12
anos, os americanos cobriram as águas
ocidentais, com os incríveis barcos a vapor,
e lançaram o primeiro navio a vapor a
atravessar um oceano. E os efeitos sobre as
antigas indústrias foram tão devastadoras
como o previsto. Como a autora Rose
Wilder Lane, observou:
"A revolução industrial destrói. É um fluxo de
viver energia humana tão implacável quanto
a própria Natureza, destruindo para criar e
criando para destruir. Faz todas as formas de
riqueza impermanentes como a vida ".
O próprio barco a vapor teve que lutar
por sua vida. Trinta anos depois de Robert
20 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
"...Uma forma
de lidar com o
filtro e os efeitos
de defasagem
da hierarquia
é formar uma
equipe de alto
nível, com a
autoridade
para aprovar
rapidamente
idéias criativas."
CAPA
Fulton (que não inventou o barco a vapor,
mas tornou-o comercialmente bem
sucedido,) John W. Griffiths inventou o
veleiro Yankee Clipper, que diminuiu o
tempo de viagem entre Nova York e Cantão,
na China, de um ano de viagem para seis
meses. A supremacia britânica dos mares
foi ameaçada e os britânicos consideraram
o meio mais efetivo de combater as
ideias criativas: a guerra. Então, talvez
contemplando o resultado de batalhas
navais entre barcos a vapor e veleiros
ágeis, eles decidiram uma ação muito mais
revolucionária: a desregulamentação. Foi
uma ação mais radical do que qualquer
invenção. Como resultado, a Inglaterra
voltou a ser a mestre dos mares.
•
•
•
•
Cuidado com os especialistas
"...quando se
trata de uma
ideia nova de
outra pessoa,
o especialista
está sempre em
terreno mais
seguro dizendo
o não do que
dizendo o sim."
Uma das razões dadas para proibir a
mudança sem permissão é que a pessoa
com a idéia não dispõe de conhecimentos.
Apesar de não negar que os especialistas
muitas vezes podem fornecer orientações
úteis (eu sou considerado por alguns como
um especialista, afinal!), a orientação é
totalmente diferente da permissão. Por todos
os meios, deixem que os especialistas tenham
um olhar sobre ele, mas não dê ao especialista
o poder de destruir uma idéia retendo a
aprovação. Lembre-se, quando se trata de
uma ideia nova de outra pessoa, o especialista
está sempre em terreno mais seguro dizendo
o não do que dizendo o sim. Permissão traz
consigo algum risco de fracasso. Não há risco
de falha por negar permissão.
Gênio criativo sempre teve de lidar com
o cinismo de especialistas. Os especialistas
ou ridicularizam a idéia, ou previnem
consequências terríveis que deveriam ser
permitidas. Normalmente ambos.
Considere as seguintes declarações e
previsões feitas por especialistas:
• "Eu acho que existe um mercado mundial
para talvez cinco computadores." Thomas Watson, presidente da IBM, 1943
• "Eu tenho viajado por todo este país e
conversei com as melhores pessoas, e
posso assegurar-lhes que processamento
de dados é uma moda que não vai durar
•
•
•
•
•
•
todo o ano." O editor encarregado de
livros de negócios para Prentice Hall, 1957
"Mas o que ... isso é bom para "Engenheiro da Divisão de Sistemas de
Computação Avançada da IBM, em 1968,
comentando sobre o microchip.
"Não há nenhuma razão para que alguém
queira ter um computador em sua casa."
- Ken Olson, presidente e fundador da
Digital Equipment Corp, 1977
"Este 'telefone' tem inconvenientes demais
para ser seriamente considerado um meio
de comunicação. Esta geringonça não tem
nenhum valor para nós "-. Western Union
memorando interno de 1876.
"A caixa de música sem fio não tem
nenhum valor comercial imaginável.
Quem pagaria uma mensagem enviada
a alguém em particular "- Sócios de
David Sarnoff em resposta a sua consulta
urgente sobre investimentos em rádio
nos anos 1920.
"O conceito é interessante e bem
estruturado, mas para merecer uma nota
melhor do que um 'C', a idéia deveria ser
viável." - Um professor da Universidade
de Yale em resposta a uma tese de Fred
Smith propondo um serviço confiável
de malote. (Smith viria a fundar Federal
Express Corp)
"Quem se interessaria em ouvir os
atores falarem?" - HM Warner, a Warner
Brothers, 1927.
"Estou feliz por não ser o Clark Gable
e quebrar a cara e não o Gary Cooper."
- Gary Cooper em sua decisão de não
interpretar o papel principal em "Gone
With The Wind".
"Uma loja de cookie é uma má idéia.
Além disso, os relatórios de pesquisa
de mercado dizem que a América gosta
de biscoitos crocantes, e não macios e
mastigáveis ​​como você faz "-. Resposta
a 'idéia de começar Mrs. Fields' Debbi
Fields Cookies.
"Nós não gostamos do som deles, e a
música de guitarra está fora de linha”
- Decca Recording Co., ao rejeitar os
Beatles, 1962.
"Máquinas mais pesadas do que o ar sãou
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 21
CAPA
•
•
•
impossíveis." - Lord Kelvin, presidente da
Royal Society, 1895.
"Se eu tivesse pensado sobre isso, eu não
teria feito o experimento. A literatura
está cheia de exemplos mostrando que
não se pode fazer isso. "- Spencer Silver
sobre o trabalho que culminou com os
adesivos exclusivos para 3-M" Post-It
"Bloco de notas.
"Então nós fomos para a Atari e dissemos
- Ei, nós fizemos essa coisa engraçada,
construída com algumas de suas partes,
o que vocês acham de nos financiar?
Ou, nós daremos a você. Nós queremos
fazer isso. Paguem nossos salários e
nós trabalharemos para você - E eles
disseram: "Não." - Então nós fomos para
a Hewlett-Packard, e eles disseram - "Ei,
•
•
•
•
•
•
•
•
nós não precisamos de vocês. Vocês ainda
não terminaram a faculdade” - Apple
Computer Inc. Steve Jobs e Steve Wozniak
na tentativa de atrair a Atari e HP para seu
do computador pessoal.
"O professor Goddard não conhece
a relação entre ação e reação e a
necessidade de ter algo melhor do
que o vácuo contra o qual reagir. Ele
parece não ter o conhecimento básico
ensinado diariamente em nossas escolas
secundárias "-. 1.921 New York Times
editorial sobre o foguete revolucionário
de Robert Goddard.
"Você quer ter um desenvolvimento
muscular consistente e uniforme em todos
os seus músculos? Ele não pode ser feito. É
apenas um fato da vida. Você apenas tem
que aceitar o desenvolvimento muscular
inconsistente como uma condição
inalterável da musculação. "- Resposta a
Arthur Jones, que resolveu o "problema
insolúvel" inventando o Nautilus.
"Broca para petróleo? Você quer dizer
furar o chão para encontrar petróleo?
Você está louco "- Operários que Edwin L.
Drake tentou contratar para seu projeto de
prospecção de petróleo em 1859.
"As ações atingiram o que parece ser um
patamar permanentemente alto." - Irving
Fisher, Professor de Economia, Yale
University, 1929.
"Aviões são brinquedos interessantes mas
sem nenhum valor militar." - Marechal
Ferdinand Foch, Professor de estratégia,
Ecole Superieure de Guerre.
"Tudo que pode ser inventado já foi
inventado." - Charles H. Duell, comissário
do Escritório de Patentes dos EUA, 1899.
"A teoria dos germes de Louis Pasteur
é uma ficção ridícula". - Pierre Pachet,
Professor de Fisiologia em Toulouse, 1872.
"640K deveriam ser suficientes para
qualquer um." - Bill Gates, 1981
Princípios da Criatividade
Paleontólogo e biólogo evolucionista
Stephen Jay Gould ficou intrigado com o
convite para visitar o Japão. Parece que ele e um
colega japonês foram a cada palestra
u
22 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
" De acordo com
as palavras de
ordem de Gould,
criatividade
natural são:
desleixo, falta
de ajuste, design
peculiar, e
acima de tudo, a
redundância."
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 23
CAPA
sobre um tema comum: a criatividade.
Demonstrando originalidade considerável, se
não a criatividade, de sua autoria, a palestra
de Gould provavelmente surpreendeu o
japonês exigente. De acordo com as palavras
de ordem de Gould, criatividade natural são:
desleixo, falta de ajuste, design peculiar, e
acima de tudo, a redundância.
Gould começa a fazer seu caso,
utilizando exemplos da evolução natural.
Considerando as bactérias, diz Gould. Em
certo sentido, as bactérias representam
o maior sucesso na história da natureza.
As evidências indicam que as bactérias
têm estado em torno da terra quase tanto
tempo quanto as rochas, o que quer dizer,
um tempo muito longo. As bactérias são
extremamente eficientes. A bactéria é
constituída por uma única célula com um
programa genético interno desprovido de
lixo e despejos. Tem cópias únicas de genes
essenciais. Mas as bactérias permaneceram
bactérias por 3,5 bilhões ano, e eles vão
provavelmente continuar a serem bactérias,
quando o sol explodir. Gould observa:
"Se cada gene faz um, e somente um, como
pode uma função nova ou adicional sempre
surgir? Criatividade, nesse sentido, exige
idéias e redundância."
Idéias? Redundância? Ajuste pobre?
Propor essa abordagem em uma empresa
tradicional, as pessoas provavelmente vão
se perguntar se você tomou a licença de
seus sentidos. Estas são as muitas coisas
dos gestores e engenheiros que passam suas
vidas profissionais rastreando e matando.
Para sugerir que elas sejam deliberadamente
incorporadas no projeto da organização,
é uma blasfêmia. Eu tenho uma caneta
da Divisão de Estatísticas da Sociedade
Americana para a Qualidade que diz: todo o
trabalho é um processo, os processos variam,
reduzir a variação.
Cada vez que você clicar a caneta, esses
slogans são mostrados, um por vez. Esta é
dada como uma fórmula para a qualidade.
Se uma empresa se ​​torna obsessiva
sobre a eliminação de variação, é também
uma fórmula para o desastre. Criatividade
requer variação.
Princípios de criatividade natural de
Gould’s são precisamente aqueles necessários
para a criatividade em organizações
humanas também. Considere a 3M com a
"regra de 15%." Essa regra informal prevê
que certos funcionários da 3M podem usar
até 15% do seu tempo para prosseguir os
projetos de sua própria escolha. A 3M dá
muito crédito para quem é criativo e usa
esse tempo para esse fim. Invenções que
resultaram o Post-It Notes™.
Essa prática não seria possível em uma
organização altamente eficiente. Se não
houvesse redundância ou a folga, a perda de
um funcionário 6 horas por semana seria
muito disruptivo para tolerar.
Eficiência excessiva é o inimigo da
criatividade
A Empresa Criativa é naturalmente
mais criativa, porque incorpora as mesmas
coisas que a gestão tradicional trabalha
para prevenir. Existem vários agentes que
competem para fazer os mesmos trabalhos:
redundância. Os mesmos trabalhos são feitos
de forma diferente por diferentes agentes:
variação. A experimentação constante por
pessoas que tentam encontrar formas de
melhorar levam a muitas falhas e muito
desperdício aparente: ineficiência.
Na Nucor Steel as pessoas têm um ditado:
"Se vale a pena fazer, vale a pena fazer mal"
Em outras palavras, não estudam uma idéia
até a morte com especialistas e comitês.
Vamos em frente com a ideia e ver se ela
funciona. A Nucor estima que cerca de
metade das novas ideias falham. Mas a outra
metade é um sucesso! As pessoas que não são
especialistas produzem uma abundância de
projetos peculiares, que, por vezes, funcionam
melhor do que qualquer expert do projeto.
E, como sistemas adaptativos naturais, a
Empresa Criativa premia o sucesso, levando a
adaptação e ganhos maiores para todos.
Orientações sugeridas para Regras de
Empresa Criativa
Para conseguir ser uma Empresa Criativa
deve-se desenvolver um conjunto de regras
gerais que criam as condições básicas
24 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
"... as pessoas
têm um ditado:
"Se vale a pena
fazer, vale a
pena fazer
mal" Em outras
palavras, não
estudam uma
idéia até a
morte com
especialistas e
comitês. Vamos
em frente com
a ideia e ver se
ela funciona."
CAPA
•
•
•
•
•
necessárias para a criatividade:
Reduza a necessidade de aprovações e
permissões.
Analise a hierarquia.
Crie deliberadamente redundância e
idéias na organização.
Crie uma cultura que tolera a má forma
e incentiva o projeto peculiar.
Celebre o fracasso e proteja aqueles que
falham.
Criando a Empresa Criativa você exigirá
líderes que são corajosos e criativos.
Os líderes terão que equilibrar estes
esforços com a necessidade de eficiência e
qualidade. E ele terá de conciliar o aparente
conflito entre os princípios da criatividade
e os de qualidade e melhoria de processos
como o Lean e o Seis Sigma. O desafio é
óbvio, mas assim é a necessidade.
Thomas Pyzdek possui mais de 50 direitos
autorais , incluindo The Six Sigma Handbook,
O Manual de Engenharia de Qualidade e O
Manual de Gestão da Qualidade. Suas obras
são usados ​​por milhares de universidades e
organizações em todo o mundo para ensinar
excelência em processo. Pyzdek forneceu
treinamento e consultoria para empregadores
e clientes em todas as indústrias desde 1967.
Em suas aulas on-line e os seminários públicos
e em clientes, ele tem ensinado Six Sigma,
Lean , Qualidade e outras metodologias
de melhoria de processos de negócios para
milhares de pessoas. Pyzdek é membro da ASQ
e destinatário da Medalha do ASQ Edward
e o Prêmio Qualidade Simon Collier , tanto
para contribuições relevantes para o campo
da gestão da qualidade, e da ASQ EL que
concede medalha de contribuições relevantes
para a Educação de Qualidade . Pyzdek atuou
em vários conselhos editoriais para diversas
revistas, como o Jornal de Gestão da Qualidade
, Engenharia de Qualidade e International
Journal of Six Sigma. Ele é atualmente o
presidente do Instituto LLC Pyzdek que oferece
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Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 25
Meio Ambiente
A coleta adequada dos
resíduos dos serviços de saúde
Esses resíduos ocupam um lugar de destaque pois merecem
atenção especial em todas as suas fases de manejo, como
a segregação, condicionamento, armazenamento, coleta,
transporte, tratamento e disposição final
26 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
Meio Ambiente
Hayrton Rodrigues do Prado Filho
S
"Na avaliação
dos riscos
potenciais
desses, deve-se
considerar que os
estabelecimentos
de saúde vêm
sofrendo uma
enorme evolução
no que diz
respeito ao
desenvolvimento
da ciência
médica, com o
incremento de
novas tecnologias
incorporadas
aos métodos de
diagnósticos e
tratamento. "
ão definidos como geradores de
resíduos dos serviços de saúde todos
os relacionados com o atendimento
à saúde humana ou animal, inclusive
os serviços de assistência domiciliar e de
trabalhos de campo; laboratórios analíticos de
produtos para a saúde; necrotérios, funerárias
e serviços onde se realizem atividades de
embalsamamento, serviços de medicina
legal, drogarias e farmácias inclusive as de
manipulação; estabelecimentos de ensino e
pesquisa na área da saúde, centro de controle
de zoonoses; distribuidores de produtos
farmacêuticos, importadores, distribuidores
produtores de materiais e controles para
diagnóstico in vitro, unidades móveis de
atendimento à saúde; serviços de acupuntura,
serviços de tatuagem, dentre outros similares.
Podem ser classificados:
Grupo A – engloba os componentes com
possível presença de agentes biológicos que,
por suas características de maior virulência
ou concentração, podem apresentar risco
de infecção. Exemplos: placas e lâminas
de laboratório, carcaças, peças anatômicas
(membros), tecidos, bolsas transfusionais
contendo sangue, dentre outras.
Grupo B – contém substâncias químicas
que podem apresentar risco à saúde pública
ou ao meio ambiente, dependendo de
suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxicidade.
Ex: medicamentos apreendidos, reagentes
de laboratório, resíduos contendo metais
pesados, dentre outros.
Grupo C – quaisquer materiais
resultantes de atividades humanas que
contenham radionuclídeos em quantidades
superiores aos limites de eliminação
especificados nas normas da Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN),
como, por exemplo, serviços de medicina
nuclear e radioterapia, etc.
Grupo D – não apresentam risco
biológico, químico ou radiológico à
saúde ou ao meio ambiente, podendo ser
equiparados aos resíduos domiciliares.
Ex: sobras de alimentos e do preparo
de alimentos, resíduos das áreas
administrativas, etc.
Grupo E – materiais perfuro-cortantes
ou escarificantes, tais como lâminas de
barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas
diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas,
espátulas e outros similares.
Na avaliação dos riscos potenciais
desses, deve-se considerar que os
estabelecimentos de saúde vêm sofrendo
uma enorme evolução no que diz respeito
ao desenvolvimento da ciência médica,
com o incremento de novas tecnologias
incorporadas aos métodos de diagnósticos
e tratamento. O resultado deste processo é
a geração de novos materiais, substâncias
e equipamentos, com presença de
componentes mais complexos e muitas
vezes mais perigosos para o homem que os
manuseia, e ao meio ambiente que os recebe.
Assim, os resíduos do serviço de
saúde ocupam um lugar de destaque
pois merecem atenção especial em todas
as suas fases de manejo (segregação,
condicionamento, armazenamento, coleta,
transporte, tratamento e disposição
final) em decorrência dos imediatos e
graves riscos que podem oferecer, por
apresentarem componentes químicos,
biológicos e radioativos. Dentre os
componentes químicos destacam-se as
substâncias ou preparados químicos:
tóxicos, corrosivos, inflamáveis,
reativos, genotóxicos, mutagênicos;
produtos mantidos sob pressão – gases,
quimioterápicos, pesticidas, solventes,
ácido crômico; limpeza de vidros de
laboratórios, mercúrio de termômetros,
substâncias para revelação de radiografias,
baterias usadas, óleos, lubrificantes
usados, etc. Dentre os componentes
biológicos destacam-se os que contêm
agentes patogênicos que possam causar
doença e dentre os componentes
radioativos utilizados em procedimentos
de diagnóstico e terapia, os que contêm
materiais emissores de radiação ionizante.
Quanto à coleta desse tipo de resíduo, a
NBR 12810 de 01/1993 – Coleta de u
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 27
Meio Ambiente
resíduos de serviços de saúde fixa os
procedimentos exigíveis para coleta interna
e externa dos resíduos de serviços de saúde,
sob condições de higiene e segurança. A
coleta interna de resíduos é a operação de
transferência dos recipientes, do local de
geração, para o local de armazenamento
interno, normalmente localizado na mesma
unidade de geração, no mesmo piso ou
próximo, ou deste para o abrigo de resíduos
ou armazenamento externo, geralmente
fora do estabelecimento, ou ainda
diretamente para o local de tratamento.
Em pequenas instalações ou
determinados casos, essas etapas reduzemse a uma única.
A coleta interna é aquela realizada
dentro da unidade, e consiste no
recolhimento dos resíduos das lixeiras,
fechamento do saco e seu transporte até
a sala de resíduos ou expurgo. A coleta
externa consiste no recolhimento dos
resíduos de serviços de saúde armazenados
nas unidades a serem transportados para o
tratamento ou disposição final.
A coleta de resíduos de serviços de
saúde deve ser exclusiva e a intervalos não
superiores a 24 h. Esta coleta pode ser
realizada em dias alternados, desde que
os recipientes contendo resíduo do tipo
A e restos de preparo de alimento sejam
armazenados à temperatura máxima de 4°C.
A guarnição deve receber treinamento
adequado e ser submetida a exames
médicos pré-admissionais e periódicos,
de acordo com o estabelecido na Portaria
3.214/78 do Ministério do Trabalho. A
empresa e/ou municipalidade responsável
pela coleta externa dos resíduos de
serviços de saúde devem possuir um
serviço de apoio que proporcione aos
seus funcionários as seguintes condições:
higienização e manutenção dos veículos;
lavagem e desinfecção dos Equipamentos
de Proteção Individual (EPI); e
higienização corporal.
Os (EPI) especificados devem ser os mais
adequados para lidarem com resíduos de
serviços de saúde e devem ser utilizados
de acordo com as recomendações dessa
norma. Por exemplo, o uniforme deve ser
composto por calça comprida e camisa
com manga, no mínimo de 3/4, de tecido
resistente e de cor clara, específico para o
uso do funcionário do serviço, de forma a
identificá-lo de acordo com a sua função.
As luvas devem ser de PVC,
impermeáveis, resistentes, de cor clara,
preferencialmente branca, antiderrapantes
e de cano longo. Para os serviços de coleta
interna I, pode ser admitido o uso de luvas
de borracha, mais flexíveis, com as demais
características anteriores. As botas devem
ser de PVC, impermeáveis, resistentes, de
cor clara, preferencialmente branca, com
cano 3/4 e solado antiderrapante. Para os
funcionários da coleta interna I, admite- se
o uso de sapatos impermeáveis e resistentes,
ou botas de cano curto, com as demais
características já descritas.
O gorro deve ser de cor branca, e de
forma a proteger os cabelos. A máscara
deve ser respiratória, tipo semifacial e
impermeável. Os óculos deve ter lente
panorâmica, incolor, ser de plástico
resistente, com armação em plástico
flexível, com proteção lateral e válvulas
28 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
"Todos os EPI
utilizados por
pessoas que lidam
com resíduos
de serviços de
saúde têm que
ser lavados e
desinfetados
diariamente;
sempre que
ocorrer
contaminação
por contato
com material
infectante devem
ser substituídos
imediatamente
e enviados
para lavagem e
higienização. "
Meio Ambiente
para ventilação. O avental deve ser de PVC,
impermeável e de médio comprimento.
Todos os EPI utilizados por pessoas
que lidam com resíduos de serviços de
saúde têm que ser lavados e desinfetados
diariamente; sempre que ocorrer
contaminação por contato com material
infectante devem ser substituídos
imediatamente e enviados para lavagem
e higienização.
As características
recomendadas para os
EPI devem atender às
normas do Ministério
do Trabalho.
Quanto ao carro de
coleta interna, deve
atender ao seguinte: ser
estanque, constituído
de material rígido,
lavável e impermeável
de forma a não permitir
vazamento de líquido,
com cantos arredondados e dotado de
tampa; identificação pelo símbolo de
“substância infectante”; uso exclusivo para
a coleta de resíduos; o volume máximo de
transporte: carro de coleta interna I – até
100 L e carro de coleta interna II – até 500L.
Os equipamentos de coleta externa
devem ser: um uniforme, composto por
calça comprida e camisa com manga, no
mínimo de 3/4, de tecido resistente e de cor
clara, específico para o uso do funcionário
do serviço, de forma a identificá-lo de
acordo com a sua função; luvas que devem
ser de PVC, impermeáveis, resistentes,
de cor clara, preferencialmente branca,
antiderrapantes e de cano longo.
Quanto ao veículo coletor, deve atender
ao seguinte: ter superfícies internas lisas,
de cantos arredondados e de forma a
facilitar a higienização; não permitir
vazamento de líquido, e ser provido de
ventilação adequada; sempre que a forma de
carregamento for manual, a altura de carga
deve ser inferior a 1,20m; quando possuir
sistema de carga e descarga, este deve operar
de forma a não permitir o rompimento
dos recipientes; quando forem utilizados
contêineres, o veículo deve ser dotado de
equipamento hidráulico de basculamento;
para veículo com capacidade superior a
1,0 t, a descarga deve ser mecânica; para
veículo com capacidade inferior a 1 t, a
descarga pode ser mecânica ou manual; o
veículo coletor deve contar com os seguintes
equipamentos auxiliares: pá, rodo, saco
plástico (ver NBR 9190) de reserva, solução
desinfetante; devem constar em local visível
o nome da municipalidade, o nome da
empresa coletora (endereço e telefone), a
especificação dos resíduos transportáveis,
com o número ou código estabelecido na
NBR 10004, e o número do veículo coletor;
ser de cor branca; ostentar a simbologia para
o transporte rodoviário (ver NBR 7500),
procedendo-se de acordo com a NBR 8286.
Em caso de acidente de pequenas
proporções, a própria guarnição deve
retirar os resíduos do local atingido,
efetuando a limpeza e desinfecção
simultânea, mediante o uso dos
equipamentos auxiliares. Em caso de
acidente de grandes proporções, a
empresa e/ou administração responsável
pela execução da coleta externa deve
notificar imediatamente os órgãos
municipais e estaduais de controle
ambiental e de saúde pública.u
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 29
Meio Ambiente
Os erros na
sustentabilidade ambiental
O
argumento central desenvolvido
pelos economistas a favor da
sustentabilidade gira em torno
da noção de eficiência no
uso dos recursos do planeta. A alocação
eficiente de recursos naturais, respeitando
ao mesmo tempo as preferências dos
indivíduos, seria mais bem executada
em um cenário institucional de mercado
competitivo. As possíveis distorções desse
mercado poderiam ser corrigidas pela
internalização de custos ambientais e/ou
eventuais reformas fiscais, coletando-se
mais taxas e tributos dos responsáveis pelos
processos poluentes.
A sustentabilidade seria alcançada
pela implementação da racionalidade
econômica em escala local, nacional e
planetária. Mas, para alcançar uma redução
nos níveis globais do consumo per capita,
controles severos são recomendados,
para serem impostos por uma autoridade
internacional um tanto abstrata. O grito
por “limites de crescimento” também tem
consequências sociais e éticas tendo em vista
as disparidades regionais e internacionais.
Por outro lado, o paradigma
convencional, insistindo sobre a prioridade
de “primeiro fazer o bolo”, prometendo
sua distribuição em futuro remoto, nunca
resultou em relações sociais eqüitativas e
sustentadas. A premissa dos sociólogos
de que os pobres são as principais vítimas
da degradação ambiental é subjacente à
ligação entre equidade e sustentabilidade.
Presumindo que as raízes da degradação
ambiental são também responsáveis pela
iniqüidade social, este discurso postula a
inseparabilidade analítica entre ecologia
e justiça em um mundo caracterizado
por fragmentação social, apesar de seus
problemas ambientais comuns.
A pressão sobre os recursos naturais tem
que ser relacionada a práticas de distribuição
injustas, dependência financeira e falta de
controle sobre tecnologia, comércio e fluxos
de investimentos. As organizações em todos
os níveis estão cada vez mais preocupadas
com a qualidade ambiental e vêm buscando
alternativas tecnológicas mais limpas e
30 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
"...o ritmo é
lento? É, porém a
conscientização
da sociedade
e a legislação
ambiental têm
induzido às
empresas a uma
relação mais
sustentável com o
meio ambiente."
Meio Ambiente
"...a
sustentabilidade
finalmente
tem deixado
de ser apenas
custo para as
companhias e
já está presente
no rol dos ativos
intangíveis,
devido à
introdução de
valor aplicado
ao conceito."
matérias primas menos tóxicas, a fim de
reduzir o impacto e a degradação ambientais.
E a pergunta que não pode ser calada: o
ritmo é lento? É, porém a conscientização
da sociedade e a legislação ambiental têm
induzido às empresas a uma relação mais
sustentável com o meio ambiente.
Não há mais lugar para apenas se obter
lucro às custas do comprometimento do meio
ambiente. Em vista disso, os empresários têm
sido forçados a investir em modificações de
processo, aperfeiçoamento de mão de obra,
substituição de insumos, redução de geração
de resíduos e racionalização de consumo de
recursos naturais.
Na verdade, a maior parte deles ainda
desconhece os benefícios do uso de
indicadores de desempenho, como uma
ferramenta para o planejamento ambiental.
Com isso é possível que eles estejam
deixando de aproveitar oportunidades:
aumento da produtividade, melhoria da
competitividade e da qualidade ambiental,
além de atingir efetivamente a sustentabilidade
produtiva e o respeito dos consumidores.
O atual modelo gera e estimula um
processo de crescimento baseado no
consumo ilimitado de recursos e na
destruição paulatina das condições
ecológicas de sobrevivência do Planeta.
Mesmo controlando o crescimento
da população por políticas e mudanças
culturais, o sistema econômico
adotado pelo capitalismo atual não
oferece mecanismos internos de
equilíbrio e estabilização, na corrida em
direcionamento ao crescimento sem limite
que arrasa o meio ambiente.
A DOM Strategy Partners identificou
os dez erros mais representativos em
sustentabilidade nas empresas. A pesquisa
foi baseada em entrevistas realizadas com
os executivos de 242 das 500 maiores
empresas do país durante os meses de
março a julho deste ano. Entre as falhas mais
recorrentes presentes nas práticas verdes
das companhias estão a visão e os valores
dispersos e desalinhados, falta de realismo,
comunicação oportunista ou ineficiente e
mensuração inexistente, dentre outras.
Segundo Daniel Domeneghetti, CEO
da DOM, a sustentabilidade finalmente
tem deixado de ser apenas custo para as
companhias e já está presente no rol dos
ativos intangíveis, devido à introdução
de valor aplicado ao conceito. “Houve
um avanço tanto na compreensão quanto
na atuação das empresas para trazer
conceitos sustentáveis para o ambiente das
grandes preocupações corporativas. Esse
movimento reflete bem no estudo, pois
percebemos, que mesmo havendo erros, os
líderes estão cientes de que sustentabilidade
é uma fonte de valor, inovação e
diferenciação no mercado”, diz.
Os dez erros da sustentabilidade nas
empresas apontados na pesquisa foram:
1- Inconsistência de governança
Apesar de admitirem sua importância, as
empresas ainda tratam a sustentabilidade
como uma prática solta dentro da empresa.
Mesmo com todo o discurso, o tema
ainda não ganhou o apoio das lideranças.
Além disso, não existem sistemas de
gestão bem estruturados (executivos,
orçamentos, metas, responsabilidades,
entre outros).
Um dos agravantes dessa situação é
quando a gestão do conhecimento de
sustentabilidade, um dos principais elementos
viabilizadores, não existe e o conhecimento se
encontra disperso e implícito.
2- Mensuração inexistente
Esse erro ainda é um dos mais citados
devido à quantidade de empresas
interessadas em implementar estratégias ou
iniciativas de sustentabilidade, mas que não
conseguem fazer de forma adequada.
Os aspectos tangíveis, intangíveis e
a devida mensuração são ignorados e
interferem diretamente nos resultados. A
pesquisa aponta que isso é reflexo da baixa
maturidade da governança do tema em
muitas empresas.
3- Miopia em relação aos resultados
potenciais
Ainda não são claras para as empresas as
oportunidades de gerar e proteger o valor
oriundo das iniciativas de sustentabilidade.
Mais do que obrigação por pressão social,u
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 31
Meio Ambiente
o conceito precisa ser um motor
facilitador para a inovação, eficiência
operacional, diferenciação dos
competidores e fonte adicional de receitas
por novos produtos, serviços ou canais.
4- Baixa percepção de impacto
sistêmico no entorno
Os impactos sistêmicos (ou bilaterais)
da sustentabilidade, sejam da empresa para
os stakeholders ou o inverso, ainda não são
percebidos com facilidade pelos executivos.
Por essa razão, não são aproveitadas as
ideias provindas do entorno da empresa,
reduzindo o potencial impacto decorrente
da sinergia entre esses dois polos.
5- Dissociação do core business
O negócio principal da empresa
precisa ser inserido na estratégia de
sustentabilidade. Apoiar causas que se
distanciam de seu propósito, práticas,
processos, produtos e serviços centrais
minimizam o impacto das ações e
prejudica as perspectivas.
6- O viés unidimensional
O equilíbrio entre as dimensões
ambientais, sociais e econômicas (e
em alguns casos as culturais) são o que
norteiam a sustentabilidade corporativa.
Os pesos e a importância são determinados
de acordo com as prioridades de cada
companhia. Caso uma das dimensões não
seja incluída no projeto, o resultado final não
trará benefícios, mesmo que em curto prazo
pareça dar certo, pois dificulta o planejamento
e não visa a todos os stakeholders.
7- Inconsistência na fixação de
prioridades
A sustentabilidade pode não atingir os
objetivos de todos os envolvidos, devido às
prioridades desencontradas, seja por falta
de materialidade (aspirações, desejos e
ideais pouco factíveis) ou relevância. Dessa
forma, gera frustração e resultados pouco
tangíveis para a empresa ou, até mesmo,
prejuízos financeiros e de reputação.
8- Visão e valores dispersos e
desalinhados
O conceito de sustentabilidade restrito
a apenas um departamento ou uma
liderança, sem permear toda a empresa
impossibilita a compreensão de todos os
colaboradores, causando a dispersão e
diversidade na discussão do tema. As ideias
que surgem espontaneamente devem ser
direcionadas de forma correta, sem ser
reprimidas. O alinhamento a uma mesma
ambição é essencial e deve vir de cima.
9- Falta de realismo
Toda e qualquer iniciativa sustentável
precisa ser planejada de acordo com
o segmento e estratégia de atuação da
empresa. De outra forma, corre-se o
risco de traçar metas distorcidas com a
realidade e os resultados tendem a ser
subvalorizados.
10- Comunicação oportunista ou
ineficiente
A comunicação é parte fundamental
da estratégia, pois, se for inconsistente,
pode não engajar o público interno e ser
insuficiente para os demais stakeholders.
Pior ainda, pode ser vista como uma ação
oportunista, prejudicando a credibilidade
da empresa e suas iniciativas. Investir na
comunicação responsável e contínua é
a melhor saída que existe para mitigar o
risco e atingir os perfis certos. As empresas
devem conhecer bem seus diversos
públicos, adequando a linguagem, o canal e
a abordagem a cada um.n
32 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
"A
sustentabilidade
pode não atingir
os objetivos
de todos os
envolvidos,
devido às
prioridades
desencontradas,
seja por falta de
materialidade
(aspirações,
desejos e ideais
pouco factíveis)
ou relevância."
Eficácia e
eficiência,
qual a diferença?
Treinamentos, consultoria e auditorias em gestão ambiental, qualidade e saúde e segurança.
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Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 33
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Normalização
A segurança dos operadores
de guindastes conforme
as normas técnicas
34 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
Normalização
Um acidente com guindaste nas obras na Arena Corinthians, em
Itaquera (SP), com a queda de uma peça de 420 t, que vitimou
dois trabalhadores, mostrou, mais uma vez, os perigos do uso dos
guindastes na construção civil. Isso, normalmente, envolve altos
custos relacionados às vidas e danos à propriedade. Infelizmente,
estes acidentes são o reflexo de más decisões tomadas por gerentes
ou operadores de guindastes que, muitas vezes, esquecem de
obrigatoriamente cumprir as normas técnicas.
Mauricio Ferraz de Paiva
A
indústria da construção civil
sofre com um número elevado
de acidentes com guindastes,
os quais quase sempre incidem
em altos custos relacionados às vidas e
danos à propriedade. Infelizmente, estes
acidentes são o reflexo de más decisões
tomadas por gerentes ou operadores de
guindastes. E o que pode ser feito para
eliminar as más decisões que levam a estes
trágicos, caros e evitáveis acidentes? Muitos
simplesmente culpam o operador depois
que um acidente acontece, mas ele é apenas
a ponta do iceberg, pois as grandes causas
estão imersas nos processos de gestão
das empresas. As responsabilidades nas
operações com guindastes podem estar
no operador do guindaste, no cliente e na
diretoria operacional/gerenciamento do
proprietário do guindaste.
No caso da diretoria ou gerência
operacional do proprietário do
equipamento, a sua responsabilidade é
assegurar que seus empregados (no caso
os operadores e demais envolvidos na
operação) estejam em uma condição
física e mental perfeitas, bem como
atualizados nas novas tecnologias
encontradas nos guindastes modernos. É
sua responsabilidade também entre outras:
fornecer acessórios em perfeito estado
que devem ser certificados. Isto é obtido,
quando a empresa locadora do guindaste
possui um sistema de gerenciamento da
qualidade implantado, porque no decorrer
da tarefa não adianta ter parte de algo,
necessita-se ter um todo.
Uma empresa que tenha realmente
implantado um sistema de gerenciamento
da qualidade, vai assegurar tudo isso e
algo a mais. Por exemplo, se o operador
está treinado, o material certificado, mas
a máquina ou parte dela chega atrasada
na obra. Pronto! O operador já estará
submetido a um estresse e será de repente
obrigado a virar a noite trabalhando, para
que no dia seguinte a máquina esteja
montada de acordo com o cronograma
assumido pela empresa.
Pode-se supor ainda que tudo desse
certo, a máquina e seus componentes
chegaram a tempo, inicia-se a jornada,
porém o operador não teve seu salário
depositado por um esquecimento de
alguém do departamento operacional,
que por “n” razões perante o operador
(claro colocará a culpa no departamento
financeiro). Outro ponto de estresse.
Na verdade, tudo deve funcionar, porque
está tudo encadeado, daí a necessidade de
um sistema de gerenciamento da qualidade,
que irá integrar todos os departamentos
da empresa (Operacional, Comercial,
Financeiro, RH, Treinamento e a Diretoria)
a falha de um, compromete o todo. O
problema é que ter um sistema que funcione,
custa caro, mas custa muito caro, além de
que não se conseguem bons profissionais
comprometidos e capazes do dia pra noite.
Outro problema seria o cliente, o
qual por não possuir um departamento
de gerenciamento da qualidade compra
qualquer coisa, tendo muitas vezes como
único sentido o preço. Como não trabalhau
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 35
Normalização
com qualidade, não tem gente treinada
nem preparada na obra para solicitar os
serviços e cobrar ações corretas e seguras
dos operadores. Pelo contrário, usam o
jargão: eu sou o cliente, eu estou pagando,
faça o que eu mando! Se for juntados
os dois casos em que se tem o operador
despreparado e este local de trabalho, pode
acontecer um acidente.
Importante dizer que o operador, muitas
vezes, é o menos culpado: por despreparo,
ignorância técnica, medo de perder o
emprego, pressão ou até mesmo arrogância
são motivos pelos quais acidentes são
causados por eles. Afinal ele é a ponta do
iceberg, o comando está na sua mão. O fato
é que há acidentes demais na construção
em geral, muitos deles poderiam ser
evitados se más decisões fossem evitadas.
Pessoas e empresas responsáveis
pelo uso de guindastes têm que ter
conhecimento do equipamento e isto pode
ser pela contratação de uma consultoria
especializada ou por treinamento.
Quanto às normas técnicas, existe a
NBR ISO 4309 de 01/2009 – Equipamentos
de movimentação de carga – Cabos de
aço – Cuidados, manutenção, instalação,
inspeção e descarte que detalha as diretrizes
para os cuidados, instalação, manutenção e
inspeção do cabo de aço em serviço em um
equipamento de movimentação de carga,
bem como relaciona os critérios de descarte
a serem aplicados para promover o uso
seguro do equipamento de movimentação
de carga. É aplicável aos seguintes tipos
de equipamento de movimentação de
carga: – pórticos de cabo; – guindastes
em balanço; – guindastes de convés; –
guindastes estacionários; – guindastes
flutuantes; – guindastes móveis; – pontes
rolantes; – pórticos e semipórticos
rolantes; – guindastes com pórtico ou
com semipórtico; guindastes locomotivas;
grua; É aplicável a equipamentos de
movimentação de carga que utilizam
gancho, garra, eletroímã e caçamba,
operados manual mecânica elétrica ou
hidraulicamente. Também é aplicável em
talhas e moitões que utilizam cabo de aço.
A NBR 14768 de 11/2012 – Guindastes
– Guindaste articulado hidráulico –
Requisitos especifica os requisitos mínimos
para o projeto, cálculo, inspeções e ensaios
de guindastes. Não se aplica aos guindastes
articulados hidráulicos utilizados em
navios ou estruturas flutuantes, nem
aos guindastes com sistema de lanças
articuladas projetadas como partes
integrantes de equipamentos especiais,
como, por exemplo, os equipamentos
autopropelidos. Especifica um equipamento
articulado e extensível, instalado sobre
um veículo de carga, destinado à
36 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
"Pessoas e
empresas
responsáveis
pelo uso de
guindastes
têm que ter
conhecimento
do
equipamento
e isto pode
ser pela
contratação
de uma
consultoria
especializada
ou por
treinamento."
Normalização
elevação e movimentação de cargas. Esta
movimentação é sobre o próprio veículo ou
independente dele. A NBR 7557 de 11/1982
– Guindaste de pneus fixa as características
operacionais dos guindastes de pneus,
relaciona termos usados na nomenclatura
de alguns de seus componentes, bem como
prescreve condições gerais de medição.
Enfim, um guindaste é basicamente
uma torre de grua com equilíbrio em sua
forma moderna. Os guindastes de torre
geralmente fornecem mais utilidade,
devido à sua combinação de capacidade de
elevação e altura, tornando-os um deve ter
na construção de edifícios altos.
No entanto, com este grande poder do
guindaste de torre vem também um grande
perigo em potencial.
Ao utilizar uma grua em um canteiro
de obras, ou em qualquer outro tipo de
local, e uma carga cair a partir dele, é quase
impossível parar a carga de bater no chão ou
alguém em seu caminho. Será também muito
difícil emitir um alerta aos trabalhadores para
sair do caminho. Tal acidente pode causar
ferimentos graves ou mortes.
Aproximadamente 90% dos acidentes
com guindastes são o resultado de erro
humano. Assim, é essencial treinar
todos os operadores do guindaste e
sobre os regulamentos de segurança
local e preparação. Ao garantir que os
trabalhadores que operam guindastes no
local de trabalho são totalmente educados
na sua operação segura, os acidentes com
guindaste podem ser evitados.
Antes mesmo do início da operação
de um guindaste de torre, é importante
que o operador avalie completamente
suas características, tais como o peso do
guindaste, o anfitrião de classificação de
cordas para a carga, como é a carga que
está sendo anexada e se isso está sendo feito
corretamente. Estes são alguns exemplos
de avaliações diversas que o operador deve
levar em consideração para garantir que o
guindaste é seguro para a operação.
A operação de um guindaste de torre
não envolve apenas a pessoa que está no
comando. Há também o sinalizador ou
rigger para o operador. O operador e o
sinalizador ficam em contato através do
rádio e também usam sinais com as mãos.
O rigger auxilia no enganchar e
desprender das cargas. Esta pessoa é
responsável pelo agendamento para
retirada da grua, bem como a segurança
do equipamento e as cargas. É importante
que o rigger e o operador
trabalhem bem em conjunto
para garantir a segurança de
todos os trabalhadores no
local. Se um ou outro não estão
prestando atenção, o desastre
pode acontecer levando a
um acidente potencialmente
catastrófico.n
Mauricio Ferraz de Paiva
é engenheiro eletricista,
especialista em desenvolvimento
em sistemas, presidente do
Instituto Tecnológico de
Estudos para a Normalização
e Avaliação de Conformidade
(Itenac) e presidente da Target
Engenharia e Consultoria [email protected]
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 37
Inside
Por Fernando Banas
A Industria da Falsificação
De versões falsificadas dos medicamentos Viagra e Xanax, para relógios de grife e bolsas, a falsificação está crescendo rapidamente, e é cada vez mais uma economia subterrânea em expansão. E
enquanto os falsificadores colhem lucros significativos, milhões de consumidores correm o risco
com produtos perigosos e ineficazes .
Apesar de ser contra a lei , a falsificação é um grande negócio . Os produtos falsificados existem em
praticamente todas as áreas - alimentos, bebidas, roupas, calçados, produtos farmacêuticos , eletrônicos, autopeças, brinquedos , moedas, bilhetes para os sistemas de transporte, álcool , cigarros,
produtos de higiene pessoal , materiais de construção e muito, muito mais .
Uma das formas mais nocivas de produtos falsificados é medicamentos fraudulentos. Nos últimos
anos , tem havido um aumento significativo na produção , comércio e consumo desses produtos muitas vezes com resultado prejudicial e às vezes fatal.
O tamanho da indústria da falsificação é impressionante. Um relatório da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico ( OCDE), coloque o valor de produtos falsificados que
cruzaram fronteiras internacionais em mais de USD 250 bilhões em 2007. Isso é muito maior do
que outros flagelos da economia do submundo , como o contrabando de armas e o tráfico de pessoas . Ele ainda rivaliza com o comércio internacional de drogas ilegais. Leia artigo completo em:
http://www.iso.org/iso/home/news_index/news_archive/news.htm?refid=Ref1809
Um relance da manufatura para 2014
ASQ lançou recentemente o último levantamento sobre as perspectiva de fabricação. Entre os resultados de 2013: 75% dos
fabricantes experimentaram crescimento
de receita. Cerca de 46 % dos entrevistados dizem que a economia continua a
ser o maior obstáculo para as operações,
enquanto 18 % disseram que a falta de trabalhadores qualificados é o maior desafio
que prevêem para 2014.
Uma informação interessante em 2013 é o
uso de fabricação inteligente, que a Smart
Manufacturing Leadership Coalition define
38 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
como “a integração de dados e informações
que fornece em tempo real compreensão,
raciocínio, planejamento, gestão e tomada
de decisão relacionada de todos baseados
em rede dos respondentes aspectos de uma
produção e da cadeia de suprimentos da
empresa. Apenas 13% dos entrevistados
usam a fabricação inteligente. Leia mais em:
http://asq.org/blog/2014/01/a-glimpse-at-manufacturing-in-2014/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_
campaign=Feed%3A+AsqHeadlinesPlus+%28ASQ+Headlines+Plus%29
Inside
Descobrir novos fracassos financeiros
Dificuldades enfrentadas hoje por milhares de
famílias e comunidades
estão relacionadas com a
diminuição do número de
bons empregos, diminuição
dos rendimentos e a subida
do custo de vida. Muitas
famílias sobrevivem em um
estado de stress financeiro
quase constante. Muitos pais
estão gastando noites sem dormir pensando em como serão capazes de
manter a cabeça acima da água no próximo mês.
A Organização Internacional do Trabalho estima que desde o início da
crise, houve uma abertura 67 milhões de postos de trabalho no mundo,
porem o desemprego global ainda é alto com estimativas de 208 milhões
de pessoas desempregadas em 2015 e 214 milhões de pessoas em 2018.
Então a questão permanece: o que pode ser feito para reforçar a economia? Muitos economistas e especialistas afirmam que uma solução
poderia ser o uso ampliado das normas internacionais, a fim de ajudar a
estimular o crescimento econômico através do comércio.
Leia matéria completa em: http://www.iso.org/iso/home/news_index/news_archive/news.htm?refid=Ref1808
A paisagem em mudança
Nos últimos anos, todas as organizações têm experimentado um
período de grandes mudanças em seus mercados e operações.
As crises financeiras , combinadas com a unidade para reduzir
o custo das operações em escala global fizeram com que muitas
empresas têm enfrentado um ambiente cada vez mais turbulento e hostil. Os clientes se tornaram mais exigentes , a concorrência tornou-se mais intensa e sofisticada , e que o ritmo das
mudanças tecnológicas se acelerou ainda mais. Os reguladores e
grupos de consumidores também acrescentaram suas vozes.
Profissionais de qualidade devem ser os principais influenciadores da resposta a esta paisagem mudando dramaticamente .
Quais são os desafios ? O que queremos dizer com " a redefinição de qualidade" ? E como o melhor de nossa profissão já está
mudando a forma como eles operam ?
http://www.thecqi.org/Knowledge-Hub/Qualityworld/Qualityworld-archive/Features/The-Changing-Landscape/
ISO 22301 para
salvar o seu negócio
Quando uma empresa se depara com
a ameaça de interrupção súbita de
suas operações, ser capaz de responder com rapidez e eficácia é a
chave para a sua sobrevivência. Estas
ameaças inesperadas e potencialmente devastadoras levou a empresa de
alimentos com sede em Cingapura
Tan Seng Kee Foods Pte Ltd. ( TSK )
para aplicar uma gestão de continuidade de negócio de sistema (BCM )
baseado na norma ISO 22301.
Os desastres podem atacar a qualquer momento . Estes variam de
catástrofes naturais em grande escala
e atos de terror, para os acidentes
relacionados à tecnologia e incidentes ambientais. As causas dos riscos
podem ser diferentes - seja por
negligência humana , malevolência
ou catástrofes naturais, mas a sua
probabilidade ( e gravidade) não é
menos real.
As empresas podem agora identificar
potenciais ameaças e salvaguardar
suas operações e reputação , bem
como os interesses dos seus stakeholders em caso de um desastre. Leia o
depoimento do CEO desta empresa
de alimentos em: http://www.iso.org/
iso/home/news_index/news_archive/
news.htm?refid=Ref1810
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 39
Inside
O enigma da Liderança
Stephen Anthony , do Instituto de Profissionais de Six Sigma e o Professor Jiju
Antony , Professor de Gestão da Qualidade
na Universidade de Strathclyde, olham para
os desafios da liderança eficaz em empresas
que utilizam o Lean Six Sigma .
Liderança e Gestão são frequentemente
citados juntos, incorretamente acredita-se
serem intercambiáveis, e incompreendido.
Elas não são a mesma coisa: um gerente
pode não ter as características de inspiração e motivação necessários para gerir a
mudança. Um líder pode não ter as capacidades de planejamento, coordenação e
orçamentários necessários para gerenciar
ambientes complexos.
Anthony Mayo e Nitin Nohria definem a
liderança dentro de um contexto, (que eles
chamam de inteligência contextual) e
não apenas ligada às características do
indivíduo , mas a partir de uma apreciação e compreensão do mundo. Mayo
e Nohria sugerem que Walt Disney ,
Henry Ford ou Jack Welch não seriam
necessariamente bem sucedidos no
ambiente de negócios de hoje, uma
vez que os desafios que enfrentaram ,
quando foram considerados " bem-sucedidos" são diferentes dos de hoje . Por
exemplo , como é que Walt Disney, um
homem que amava desenhar com lápis,
teria lidado com a revolução digital?
Será que Henry Ford abraçaria o Sistema Toyota de Produção ? Diferentes
contextos criam diferentes oportunidades
para os líderes brilharem (ou não) .
Mesmo dentro do mundo digital moderno
há exemplos de falhas de liderança : Mike e
Jim Balsillie Lazarides da RIM Blackberry
terem parado enquanto o Google e a Apple
têm destruído a sua quota de mercado de
smartphones .
Os pesquisadores se propuseram a compreender os desafios enfrentados pelas organizações de liderança à medida que tentam
equilibrar a sua complexidade e melhorar
continuamente , entender as necessidades
dos clientes e de valor , e alinhar as suas
organizações a essas necessidades.
http://www.thecqi.org/Knowledge-Hub/
Qualityworld/Qualityworld-archive/Features/The-Leadership-Conundrum/
Nova versão da ISO / TS 22003 dá impulso
à certificação da segurança alimentar
A segurança alimentar é uma questão cada vez mais importante de saúde pública. As
consequências de alimentos não seguros podem ser graves. Apesar de milhares de certificados emitidos para o padrão - embora isso não seja uma exigência - a confiança
do consumidor na indústria de alimentos foi diminuindo nos últimos anos , pedindo
uma injeção urgente de confiança. A recém publicada ISO / TS 22003 é um divisor de
águas para os organismos de certificação ( CB ) que servem a indústria de alimentos .
Com uma grande reforma desde a sua publicação de 2007, a nova especificação técnica visa melhorar a forma como CBs certificam as empresas de alimentos .
http://www.iso.org/iso/home/news_index/news_archive/news.htm?refid=Ref1807
40 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
Tecnologia
Uma norma para melhor
atender os consumidores
do comércio eletrônico
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 41
Tecnologia
No Brasil, o total de vendas chegou a 28 bilhões de reais, com
um total de mais de 51 milhões de brasileiros comprando pela
internet. Se a adesão às compras virtuais cresceu, o consumidor
também começou a cobrar mais e ser mais exigente. E os
órgãos regulamentadores estão amparando o consumidor nessa
caminhada. Já existe uma norma técnica para melhor atender
esses clientes: a NBR ISO 10008
Hayrton Rodrigues do Prado Filho
N
o Brasil, o comércio eletrônico
vem tendo um crescimento
exponencial, mesmo
que existam inúmeras as
reclamações sobre às compras feitas pela
Internet em relação ao não cumprimento
do prazo de entrega, cobrança indevida,
entre outros problemas. Para melhorar
este serviço, desde maio de 2013, o
comércio eletrônico tem regras mais claras
que regulamenta este tipo de atividade
comercial, apesar de o Código de Defesa do
Consumidor (CDC) já prever esses direitos.
Um sistema eficaz e eficiente da
transação de comércio eletrônico de
negócio a consumidor (Businessto-consumer Electronic Commerce
Transactions – B2C ECT) pode ajudar os
consumidores e organizações a negociarem
todos os aspectos de uma transação. A
NBR ISO 10008 de 11/2013 – Gestão
da qualidade – Satisfação do cliente –
Diretrizes para transações de comércio
eletrônico de negócio-a-consumidor
fornece a orientação para o planejamento,
projeto, desenvolvimento, implantação,
manutenção e melhoria de um sistema
eficaz e eficiente de transação de comércio
eletrônico de negócio a consumidor (B2C
ECT) dentro de uma organização.
Ela é aplicável a qualquer organização
voltada para, ou que planeja dar início
a, transações de comércio eletrônico de
negócio a consumidor, qualquer que seja
seu tamanho, tipo e atividade.
Não se pretende que esta norma forme
parte de um contrato de consumidor ou
mude quaisquer direitos ou obrigações
fornecidos por exigências estatutárias e
reguladoras aplicáveis. Visa permitir às
organizações estabelecer um sistema justo,
eficaz, eficiente, transparente e seguro
de B2C, a fim de aumentar a confiança
de consumidores em B2C e aumentar a
satisfação dos consumidores. É destinada à
B2C a respeito dos consumidores como um
subconjunto dos clientes. A orientação dada
nesta norma pode complementar o sistema
de gestão da qualidade de uma organização.
Um B2C ECT envolve interações
de internet entre a organização e o
consumidor, quando acessado pelo
consumidor por meio de qualquer
dispositivo com conectividade com fio
ou sem fio (por exemplo, computadores
pessoais, tablets, assistentes digitais,
pessoais e telefones celulares com acesso à
internet). Para fins desta norma, um B2C
ECT pode também envolver outras redes
de telecomunicação baseadas em dados
(por exemplo, mensagens de texto curto) e
várias interfaces, incluindo sites da internet,
páginas da internet, meios sociais e e-mails.
Pretende-se aplicar a orientação desta
norma às situações onde uma parte
substancial do B2C ECT, incluindo pelo
menos um processo da fase de transação
(ver 5.3), é facilitada por métodos
eletrônicos (por exemplo, processamento
do pagamento, confi rmação do acordo
pelo consumidor, ou entrega de um
produto). Sua orientação pode ser útilu
42 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
"Ela é aplicável
a qualquer
organização
voltada para,
ou que planeja
dar início a,
transações de
comércio eletrônico
de negócio a
consumidor,
qualquer que
seja seu tamanho,
tipo e atividade."
Tecnologia
"O foco do cliente
significa que
a organização
está orientada
a compreender
as necessidades,
as exigências e
as expectativas
atuais e futuras
do cliente,
incluindo a
garantia da
conformidade
legal."
para as situações nas quais não ocorram
situações B2C ECT, mas que haja alguma
interação online entre a organização
e o consumidor, como quando uma
organização anuncia online e não vende
produtos online.
Quando a venda à distância não inclui
um componente online, por exemplo,
vendas por catálogo, não se aplica esta
norma, mas parte da orientação fornecida
pode ser relevante. Não se pretende que
a sua orientação aplique-se a transações
online ocorridas entre indivíduos
(consumidor a consumidor). Contudo,
pode ser relevante às de terceiros que
proporcionam serviços online para facilitar
transações de consumidor a consumidor
(por exemplo, sites de leilão pela internet).
Ela é compatível com a NBR ISO 9001 e
a NBR ISO 9004 e dá suporte aos objetivos
dessas duas normas com a aplicação eficaz
e eficiente de um sistema B2C ECT. A NBR
ISO 9001 especifica as exigências para um
sistema de gestão da qualidade que possa
ser usado para a aplicação interna por
organizações, ou para certifi cação, ou para
fi nalidades contratuais. Um sistema B2C
ECT implantado de acordo com a NBR ISO
10008 pode ser um elemento de um sistema
de gestão da qualidade. A NBR ISO 9004
fornece orientação na gestão de qualidade
para o sucesso sustentado das organizações.
Assim, a NBR ISO 10008 pode dar
suporte ao sucesso sustentado no
contexto dos B2C ECT.
Ela também foi projetada para ser
compatível com as NBR ISO 10001,
NBR ISO 10002, NBR ISO 10003 e
NBR ISO 10004. Estas quatro normas
podem ser usadas independentemente ou
conjuntamente entre si. Quando usadas
em conjunto, as normas podem ser parte
de uma estrutura mais ampla e integrada
para o aumento da satisfação de cliente em
contextos de negócio a consumidor (B2C),
e não no contexto B2C.
As organizações podem usar a orientação
contida na NBR ISO 10001 para planejar,
projetar, desenvolver, implantar, manter e
melhorar um código B2C ECT como parte
de um sistema B2C ECT. O tratamento das
reclamações, a monitoração da definição
de disputa e da satisfação do cliente e os
processos de medição descritos nas NBR
ISO 10002, NBR ISO 10003 e NBR ISO
10004, respectivamente, podem formar
partes importantes de um sistema B2C ECT.
A satisfação do cliente é definida na
ABNT NBR ISO 9000:2005, 3.1.4, como
a percepção do “cliente do grau a que as
exigências de cliente foram cumpridas”. A
satisfação do cliente é reconhecida como
um dos critérios condutores para qualquer
organização de alta qualidade. O foco do
cliente significa que a organização está
orientada a compreender as necessidades,
as exigências e as expectativas atuais e
futuras do cliente, incluindo a garantia da
conformidade legal.
Com um sistema de B2C ECT, as
organizações têm o potencial de melhorar
seu desempenho de várias maneiras.
Por exemplo, podem usar recursos mais
eficientemente e oferecer novos serviços,
levando em consideração os tipos de
desafios inerentes ao B2C ECT, e como
suas respostas a estes desafios podem
impactar as percepções dos consumidores
da organização. No contexto de um
sistema B2C ECT, a satisfação do cliente é
significativamente influenciada por como a
organização estabelece e adapta seu sistema
B2C ECT para cuidar das necessidades do
consumidor, e por como trata da dinâmica
das atividades e das interações on-line.
Considerando que o cliente se refere
amplamente por uma “organização ou
uma pessoa que receba um produto”
(como definido na NBR ISO 9000:2005,
3.3.5) e abranja varejistas, compradores
e outros, esta norma visa atividades que
envolvem um consumidor, que é “um
membro individual do público geral,
comprando ou usando produtos para fi
nalidade pessoal, familiar ou doméstica”
(como definido em 3.3). Os consumidores
são consequentemente um subconjunto
dos clientes, porque abrangem somente
indivíduos, e somente aqueles indivíduos
que compram para finalidades privadasu.
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 43
Tecnologia
Esta distinção entre um consumidor
e um cliente traz algumas considerações
importantes, uma vez que as
necessidades e as exigências a nível
individual do consumidor podem diferir
significativamente das necessidades de
outros clientes, em vista de seus recursos
e características. Por exemplo, no que
diz respeito ao acesso à informação
e à oportunidade de comunicar suas
expectativas e preocupações, os
consumidores individuais encontram-se
tipicamente em desvantagem comparados
com outros clientes, que podem incluir
organizações inteiras. Similarmente,
como os usuários finais que consomem
o produto, as questões da segurança dos
consumidores podem significativamente
diferir, se comparadas com as questões da
segurança relativas a outros clientes, como
organizações empreendendo atividades de
aquisição para fi ns da revenda.
Ao projetar seu sistema de B2C
ECT, uma organização deve levar
em consideração estas necessidades
e exigências distintas. Deve também
procurar tratá-las de uma maneira justa e
apropriada (por exemplo, evitando políticas
excessivamente complexas ou detalhadas
de privacidade que não podem ser de
fácil compreensão para um indivíduo
que não tenha o acesso à experiência
legal). A orientação fornecida incorpora
os princípios que visam assegurar que a
organização mantenha um foco forte no
consumidor e trate das preocupaçõeschave do consumidor, como a proteção ao
consumidor (ver Seção 4).
Comparado às transações B2C face a
face tradicionais, o contexto online de
um sistema B2C ECT levanta desafios
distintivos ao considerar como atender às
necessidades e exigências focalizadas no
consumidor, e como tratar de limitações do
consumidor. Por exemplo, os consumidores
têm uma visão limitada para examinar
os produtos antes de continuar com seu
pedido final. Além disso, no contexto de
transações por computador, há o potencial
de que a transação seja concluída em uma
maneira mais imediata, comparada com
o consumidor que termina as etapas que
conduzem a uma compra no ambiente
offline. Estas características distintivas
implicam na maior confi ança na divulgação
adequada da informação do que no
contexto offline. Contudo, isto não pode ser
conseguido centrando-se unicamente na
quantidade de informação fornecida, mas
também levando em consideração a maneira
com que a disposição da informação é
projetada (ver Seção 4 para princípios de
acessibilidade e de transparência).
Levando em consideração limitações
do consumidor e polarizações na tomada
de decisão, assim como as limitações de
como a informação pode ser mostrada
no ambiente on-line, uma organização
que desenvolve um sistema B2C ECT
deve se preocupar, por exemplo,
sobre como os defeitos poderiam ser
estabelecidos de uma maneira que dê aos
consumidores a oportunidade de fazer
escolhas ótimas. Uma organização precisa
também prestar atenção particular ao
adaptar seus processos B2C ECT de póstransação. Fornecendo ao consumidor
uma oportunidade de risco limitado
de experimentar o produto de uma
maneira análoga à de uma loja física, uma
organização pode aumentar a confi ança do
consumidor em seu sistema de B2C ECT e
construir um bom relacionamento.
Além disso,
em um ambiente
online, a
confiança nos
ECT traz riscos
aumentados
para a coleta,
o uso e a
divulgação
impróprios da
informação ao
consumidor. Isto
pode conduzir
a prejuízo
financeiro real
ou potencial, e
uma organização
44 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
Tecnologia
"...uma
organização
deve planejar,
projetar,
desenvolver,
implantar,
manter e
melhorar:
os processos
monofásicos,
e os processos
multifásicos."
precisa controlar com cuidado estes
riscos, a fim de evitar uma perda
de confiança do consumidor e uma
diminuição na satisfação do cliente. Ao
fazer assim, uma organização precisa
considerar também o fato de que um
certo número de fornecedores pode
ser envolvido em seu sistema B2C
ECT, de uma maneira que não seja
frequentemente muito transparente ao
consumidor. Os exemplos das características
distintivas do ambiente online destacam a
necessidade das organizações de planejar,
desenvolver, implantar, manter e melhorar
um sistema B2C ECT que, do ponto de
vista do consumidor, ofereça um mercado
previsível e confiável, e aumente a satisfação
de cliente.
Enfim, uma organização deve planejar,
projetar, desenvolver, implantar, manter
e melhorar: os processos monofásicos, e
os processos multifásicos. Um B2C ECT
passa tipicamente por três fases distintas:
uma fase da pré-transação, uma fase da
transação; e uma fase de pós-transação.
Um processo monofásico aplica-se a
somente uma das três fases de B2C ECT.
Por exemplo, o processo final das
citações é específico à fase de transação.
Um processo multifásico aplica-se
a todas as três fases. A relação entre
processos é dinâmica e não deve ser vista
de uma maneira estritamente sequencial.
Por exemplo, uma organização pode
preparar um processo multifásico, como
o estabelecimento de um código de B2C
ECT, antes da preparação das fases de prétransação, transação e de pós-transação.
A Figura 1 ilustra estes processos e as
atividades relacionadas. O planejamento,
o projeto e o desenvolvimento de cada um
destes processos são fundamentais para sua
implantação bem sucedida.
A organização deve testar seu sistema
B2C ECT antes da implantação, a fim de
determinar a necessidade para ajustes. A
orientação no planejamento, no projeto,
no desenvolvimento e na implantação
de processos da fase da pré-transação,
de transação e de pós-transação é dada
na Seção 6. Uma orientação sobre
planejamento, projeto, desenvolvimento
e implantação de processos multifásicos
é dada na Seção 7. Uma orientação sobre
manutenção e melhoria do sistema B2C
ECT é dada na Seção 8.n
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 45
Ergonomia
O sofrimento dos
trabalhadores em consequência
de suas interações com as
máquinas e equipamentos
O principal objetivo da ergonomia é desenvolver e aplicar técnicas
de adaptação do homem ao seu trabalho e formas eficientes e
seguras de o desempenhar visando a otimização do bem-estar e,
consequentemente, aumento da produtividade
46 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
Ergonomia
Hayrton Rodrigues do Prado Filho
E
m qualquer empresa seria
interessante a implementação
de uma programa de gestão
ergonômica, com a finalidade
de adaptar as condições de trabalho
ao ser humano, de forma que se possa
aumentar o conforto e a produtividade.
Com isso, poderiam ser atingido alguns
objetivos: melhorar o nível de conforto
dos postos de trabalho através de melhoria
e capacitação; classificação dos postos de
trabalho e seus riscos ergonômicos; criar
e capacitar comitês de gerenciamento
por áreas e parceiras; criar e capacitar
grupos de solução por áreas e parceiras;
envolver todos os funcionários na busca
do conforto e produtividade através da
melhoria contínua; diminuir e controlar
queixas médicas relacionadas à doenças
ocupacionais, quase acidentes e acidentes;
e diminuir o absenteísmo provocado por
doenças ocupacionais.
Para a implantação de uma gestão
ergonômica, a empresa necessita de uma
análise minuciosa dos postos de trabalho,
depois e/ou concomitante uma análise dos
processos administrativos, depois propor
sugestões de melhorias diretas e indiretas na
saúde do trabalhador. A análise ergonômica
do trabalho tem como objeto o estudo das
exigências e das condições de trabalho, das
atitudes e das sequências operatórias que
emergem da realização de uma determinada
tarefa. Portanto, uma análise ergonômica
é muito mais complexa que a simples
observação dos mobiliários de trabalho.
Essa análise pode ser qualitativa
e quantitativa. No primeiro caso,
compreende uma avaliação das condições
de trabalho basicamente através da
observação da forma com que se trabalha
e de entrevista com os trabalhadores e
encarregados. Para tanto, um especialista
baseia-se no seu conhecimento técnico
sobre ergonomia, procurando verificar se
as leis gerais do aproveitamento racional e
de respeito às características fisiológicas e
biomecânicas do trabalhador estão sendo
seguidas naquela condição de trabalho.
Importante haver o envolvimento dos
trabalhadores no processo. Isso pode
ser feito da seguinte forma: entrevista
com os trabalhadores, identificando as
ações técnicas que envolvem desconforto,
dificuldade, fadiga excessiva e mesmo dor;
percepção dos trabalhadores quanto às
melhorias necessárias visando eliminar o
desconforto e as dificuldades; participação
na análise ergonômica do trabalhador
experiente, do técnico da máquina, do
facilitador e de outras pessoas necessárias
(manutenção, suprimento, responsável por
terceiros, etc.); identificação sistemática
de ações técnicas no trabalho, situações
ergonomicamente inadequadas, riscos
para o organismo, gravidade e medidas de
melhoria ergonômica; análise detalhada
da organização do trabalho, através de
entrevistas e procura de dados secundários
da organização e verificação detalhada de
mecanismos de regulação existentes.
Quanto à quantitativa, são feitas por
meio medições precisas e científicas dos
postos de trabalho. Por exemplo: quando
o trabalhador exerce grande esforço
com a coluna vertebral, a intensidade
do esforço é quantificada com o uso de
modelo biomecânico computadorizado
tridimensional. Alguns desses programas
informam a força de compressão nos
discos da coluna vertebral naquela tarefa e
também a percentagem de trabalhadores
capazes de fazer aquela tarefa em cada uma
das articulações do corpo.
Ou seja, é preciso realizar as
intervenções ergonômicas para melhorar
significativamente a eficiência, a
produtividade, a segurança e a saúde nos
postos de trabalho, devendo-se atuar em
todas as frentes de qualquer situação de
trabalho ou lazer, desde os estresses físicos
nas articulações, músculos, nervos, tendões,
ossos, etc., até aos fatores ambientais que
possam afetar a audição, a visão, o conforto
e, principalmente, a saúde. Em resumo,
devem ser usados os conhecimentos
adquiridos das habilidades e capacidades
humanas e estudar as limitações dosu
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 47
Ergonomia
sistemas, organizações, atividades,
máquinas, ferramentas e produtos de
consumo de modo a torná-los mais seguros,
eficientes e confortáveis para uso humano.
Pode-se perguntar: quem nunca
sentiu desconforto após um longo dia de
trabalho? Os gestos realizados de forma
desorganizada e repetitiva e as posturas
inadequadas adotadas diariamente são
fatores responsáveis pelo desencadeamento
e pela perpetuação dessas dores.
Anualmente, milhares de brasileiros se
submetem a tratamentos de dores de
natureza musculoesquelética. Mas não
precisa ser assim. Com informações
precisas e objetivas, é possível mudar a
postura e melhorar a qualidade de vida.
Alguns especialistas dizem que 60% das
pessoas, em geral, apresentam dores de
natureza musculoesquelética e que 50% dos
brasileiros procuram consultórios por dor
crônica; as afecções do aparelho locomotor
são as causas mais frequentes da dor
crônica; 50% a 60% dos pacientes tornamse incapacitados; 80% dos brasileiros
desenvolverão dor nas costas (lombalgia)
em algum momento da vida; e 40% da
população brasileira apresentam alguma
dor musculoesquelética por mais de uma
semana em algum estágio da vida.
Na verdade, corrigir a postura somente
leva tempo e atenção. A melhor forma de
corrigir como senta e fica em pé é prestar
atenção e reparar. Má postura sentada ou
em pé é um hábito ruim que é aprendido
e pode ser mudado com um pouco de
esforço. Para melhorar a postura em pé,
mantenha a cabeça alta, queixo firme para
frente, ombros para trás, peito para fora
e estômago para dentro para melhorar o
equilíbrio. Caso a ocupação da pessoa faça
com que ela fique de pé o dia todo, pode-se
descansar um pé sobre um banco ou fazer
pausas para descansar os pés.
Ao gentilmente erguer o peito, a cabeça e
ombros voltarão à posição apropriada sem
estressar os músculos do pescoço e das costas.
Melhorar a postura de pé também permitirá
ficar em pé por mais tempo sem sofrer dores.
A postura sentada não depende só da
pessoa, mas também de fatores ambientais.
Quando estiver sentado, deve-se usar
uma cadeira com um suporte firme para
a região lombar. Para diminuir a dor
quando é necessário ficar sentado por
muito tempo, mantenha o topo da mesa
na altura dos cotovelos e ajuste a cadeira
para eliminar a pressão das costas e manter
as pernas um pouco mais elevadas que o
quadril. Finalmente, algumas dicas para
uma boa postura corporal: mantenha
as três curvas naturais das costas; evite
oscilação excessiva;evite estresse nas
costas, mantendo um peso saudável e
músculos fortes com exercícios físicos
regulares;levante objetos com a técnica
apropriada; e faça pausas ao ficar muito
tempo sentado ou em pé.
A postura é uma maneira de a pessoa
pensar, agir e sentir através de sua estrutura
corporal, ou seja, a maneira pela qual
a pessoa se expressa corporalmente no
mundo. Os hábitos posturais e gestuais de
cada pessoa estão relacionados: à forma de
48 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
Ergonomia
"...algumas dicas
para uma boa
postura corporal:
mantenha as três
curvas naturais das
costas; evite oscilação
excessiva; evite
estresse nas costas,
mantendo um peso
saudável e músculos
fortes com exercícios
físicos regulares;
levante objetos com a
técnica apropriada; e
faça pausas ao ficar
muito tempo sentado
ou em pé."
seus ossos, músculos e articulações, que
determinam padrões básicos de movimento
e constituem o substrato de sua motilidade;
à sua imagem corporal, a qual vai
configurando-se continuamente através da
observação, da aprendizagem e dos valores
sócio-culturais por ela internalizados nas
vivências; através das suas percepções
táteis, cinestésicas, visuais e auditivas, que a
guiam no meio circundante.
Assim, definir boa postura para que
se possa, através de uma avaliação,
identificar possíveis problemas é uma
questão bastante difícil e delicada.
Conforme comentamos acima, os
valores sócio-culturais e morais estão tão
internalizados na maneira de pensarmos,
há tantas controvérsias teóricas a respeito
do assunto e tantas diferenças entre uma
pessoa e outra, que o normal se torna
relativo. Entretanto, a existência de
problemas ósteo-articulares e musculares,
tais como processos degenerativos e
dores, pode dificultar o bem-estar e
interferir na qualidade de vida. Para
uma melhora da postura como uma
das possibilidades à resolução desses
problemas, deve-se determinar o que é
normal, ou seja, quais as características
que podem preservar ou favorecer os
sistemas ósteo-articular e muscular.
Uma postura normal pode ser definida
como sendo a capacidade de manter e
movimentar todas as partes do corpo de
maneira coordenada e confortável, sem
perder a mobilidade, sem sobrecarregar a
estrutura anatômica do indivíduo e sem
gerar tensões desnecessárias nas mais
variadas situações de vida diária. Essas
questões são peculiares a cada indivíduo,
não havendo elementos suficientes para
determinar um padrão postural. Em relação
à avaliação da posição ortostática, pensamos
que ela é um dado a ser considerado na
avaliação dos aspectos que podem estar
desencadeando dores e degenerações
músculo-articulares, mas não é suficiente
para caracterizar a qualidade da postura.
Deve-se dizer que a verticalidade não
é sinônimo de boa postura; as dores e
degenerações músculo-articulares podem
ser causadas tanto pelo alinhamento
quanto pelo desalinhamento dos segmentos
corporais, pois, nas duas situações,
podem estar agindo forças indevidas
que traumatizam os tecidos musculares
e articulares. Portanto, é ideal fazer uma
avaliação postural que considere todos
os aspectos envolvidos na definição de
postura corporal. Mesmo que o enfoque
esteja direcionado a questões musculares
e articulares, a postura não pode ser
desconectada do sujeito que a vive, ou, em
outras palavras, que é essa postura.
A postura não é apenas uma questão
de músculos fortes ou fracos e nem de
uma posição específica; ela representa a
dinâmica corporal assumida pelo indivíduo
no seu dia-a-dia, estando vinculada a
determinadas motivações que o levam a
posicionar-se desta e não daquela maneira,
à idéia que ele tem de sua postura e à
maneira de ele perceber sua postura.
Outro aspecto a ser discutido é o excesso
de tempo em atividades sentado em frente
ao computador, a influência das mochilas
carregadas no ombro e as transportadas no
solo através de alças e rodinhas. Ao ficar
sentado em frente ao computador procure
manter o corpo ereto e os pés apoiados no
chão, evite ficar com as pernas cruzadas e
os joelhos muito flexionados. Importante é
que a pessoa observe se não está projetando
para frente a cabeça e mantenha-a
alinhada com seu tronco. No transporte
das mochilas no ombro, as pessoas devem
tomar cuidado para não compensar o peso
da mochila com a inclinação do tronco para
frente. Todos que transportam mochila,
através de alças e rodinhas, devem variar o
lado que carregam as mochilas, ora no lado
direito ora no lado esquerdo. Isso ajuda a
evitar um vício postural inadequado. Os
excessos de movimentos repetitivos ou ficar
com o corpo numa determinada posição
são fatores que desencadeiam uma série
de alterações no corpo na busca de uma
adaptação, porém esta adaptação quando
se torna viciosa traz consigo os mais
diferentes males para o corpo.u
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 49
Ergonomia
Dessa forma, dor nas costas, tensão
nos ombros, braços doloridos e
pernas cansadas. Estes sintomas fazem
parte da sua vida? Se não aparecem
constantemente, provavelmente pode ser
que já tenha sentido um deles alguma
vez. Os trabalhadores sofrem com os
problemas ergonômicos, de ordem
musculoesqueléticas. As LERs (lesões
por esforços repetitivos) e os DORTs
(distúrbios osteomoleculares relacionados
ao trabalho), ligados aos problemas de
postura, estresse e trabalho excessivo,
podem ser caracterizados por: tendinite,
bursite e outras doenças do gênero.
Por exemplo, o trabalho em pé por
tempo prolongado gera sobrecarga na
coluna e fadiga na musculatura. No caso
de um professor, por exemplo, há ainda
o hábito de escrever no quadro em um
ângulo superior a 90°, a correção de um
volume grande de provas e trabalhos e a
necessidade de carregar muitos livros e
papéis de uma sala para outra e, muitas
vezes, até mesmo de uma escola para outra.
E não é só! Mesmo sentado diante do
computador para preparar as aulas, a falta
de apoio para os punhos, o monitor acima
ou abaixo do nível dos olhos e a cadeira
mal regulada podem causar problemas de
natureza ergonômica. O resultado: dores.
Mas este não é um problema sem
solução. Algumas atitudes simples podem
minimizar estes problemas e evitar outros
mais sérios. Em relação ao material,
por exemplo, é aconselhável levá-lo em
mochilas e não nas mãos e braços. Para
escrever no quadro, a sugestão é utilizar
um quadro móvel ou uma plataforma de
madeira no chão. Além disso, em vez de
escrever no quadro todo o conteúdo da
aula, opte por ditar parte dele ou fornecer
um resumo da matéria impresso para os
alunos. E quando precisar trabalhar diante
do computador, controle o tempo e faça
intervalos para descansar.
Também é importante praticar exercícios
físicos e, se possível, fazer alongamentos
e relaxamentos com regularidade. Se
mesmo com todos os cuidados aparecerem
sintomas como dor ou desconforto na
coluna, nos ombros, nos cotovelos ou
nos punhos, procure orientação médica
para tentar descobrir logo a causa. Afinal,
tão fundamental quanto a prevenção é o
diagnóstico precoce.
A NBR ISO 11226 de 10/2013 –
Ergonomia – Avaliação de posturas
estáticas de trabalho estabelece as
recomendações ergonômicas para
diferentes tarefas de trabalho. Fornece
informações para aqueles envolvidos no
projeto, ou reprojeto, do trabalho, tarefas
e produtos que estejam familiarizados
com os conceitos básicos de ergonomia,
em geral, e de posturas de trabalho, em
particular. Especifica limites recomendados
para posturas estáticas de trabalho sem
qualquer ou somente um mínimo de
esforço, enquanto leva em conta aspectos
como ângulos posturais e tempo.
É projetada para fornecer orientações
na avaliação das variáveis de diversas
tarefas, permitindo que os riscos à saúde da
população trabalhadora sejam avaliados.
Ela se aplica à população trabalhadora
adulta. As recomendações fornecerão
proteção razoável para quase todos os
adultos saudáveis. As recomendações a
respeito de riscos e proteção à saúde estão
50 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
Ergonomia
"Dor, fadiga e
distúrbios do sistema
musculoesquelético
podem ser resultado
da manutenção de
posturas de trabalho
inadequadas, que
podem ser causadas
por situações de
trabalho precárias."
baseadas principalmente em estudos
experimentais com respeito à carga
muscoloesquelética, ao desconforto/dor, e à
resistência/fadiga relacionados às posturas
estáticas de trabalho.
Dor, fadiga e distúrbios do sistema
musculoesquelético podem ser resultado
da manutenção de posturas de trabalho
inadequadas, que podem ser causadas por
situações de trabalho precárias. Fadiga e
dor musculoesquelética podem influenciar
o controle postural, o que pode aumentar
o risco de erros e pode resultar na redução
da qualidade do trabalho ou da produção,
e em situações perigosas. Um bom projeto
ergonômico é uma necessidade básica para
evitar esses efeitos adversos.
Esta norma contém uma abordagem para
determinar a aceitabilidade de posturas
estáticas de trabalho. O seu conteúdo está
baseado no conhecimento ergonômico
atual e está sujeito a mudanças de acordo
com pesquisas futuras. Convém que as
tarefas e operações de trabalho possibilitem
que haja VARIAÇÕES suficientes tanto
físicas quanto mentais.
Isso significaca um trabalho completo,
com VARIAÇÃO suficiente de tarefas
(por exemplo, um número adequado de
tarefas organizacionais, uma combinação
apropriada de ciclos de tarefas longos,
médios e curtos, e uma distribuição
equilibrada de tarefas simples e complexas),
autonomia suficiente, oportunidades para
interação, informação e aprendizado.
Além disso, convém que toda a gama de
trabalhadores possivelmente envolvidos
com as tarefas e operações
seja considerada, em
particular as suas medidas
corporais.
Com relação às
posturas de trabalho,
convém que o trabalho
ofereça variação suficiente
entre as posturas sentada,
de pé e caminhando.
Convém que posturas
inadequadas, como
ajoelhada e agachada,
sejam evitadas, sempre que possível.
A abordagem descrita na norma pode ser
utilizada para determinar a aceitabilidade
de posturas estáticas de trabalho. O
procedimento de avaliação considera
vários segmentos corporais e articulações,
independentemente, em um ou dois passos.
O primeiro passo considera somente
os ângulos corporais (as recomendações
estão, principalmente, baseadas nos riscos
por sobrecarga das estruturas passivas
do corpo, como ligamentos, cartilagens e
discos intervertebrais). Uma avaliação pode
conduzir para o resultado “aceitável”, “vá
para o passo 2” ou “não recomendado”. Um
resultado da avaliação “aceitável” significa
que uma postura de trabalho é aceitável
somente se VARIAÇÕES da postura estão
também presentes (ver 3.1). Em qualquer
eventualidade, convém que todo esforço
seja feito para obter uma postura de
trabalho mais próxima da postura neutra,
se isto já não for o caso.
Um resultado da avaliação “vá para
o passo 2” significa que a duração da
postura de trabalho também precisará
ser considerada (recomendações estão
baseadas em dados de resistência).
Convém que posições extremas das
articulações sejam avaliadas como “não
recomendadas”. Há vários meios para
determinar as posturas de trabalho, por
exemplo, observação, fotografia/vídeo,
sistemas de medição tridimensional óptico
eletrônico ou por ultrassom, dispositivos
de mensuração posicionados sobre o corpo,
como inclinômetros e goniômetros.
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 51
Ergonomia
método apropriado depende, entre
outras coisas, da precisão requerida na
avaliação.
Na maioria dos casos, a observação
direta (sem instrumentos/sistemas de
medição) será suficiente. Contudo, para
determinação mais precisa de posturas
de trabalho, instrumentos/sistemas de
medição podem ser necessários (para um
panorama geral e descrição detalhada.
O Anexo A descreve os procedimentos
para determinar parâmetros de postura
específicos apresentados em 3.4 a 3.7, ou seja,
inclinação do tronco, inclinação da cabeça,
flexão/extensão de pescoço, elevação do braço
e posições extrema das articulações.
As Lesões por Esforços Repetitivos
(LER) ou as Doenças Osteomusculares
Relacionadas ao Trabalho (DORT) são um
conjunto de doenças causadas por esforço
repetitivo. A LER envolve tenossinovite,
tendinite, bursite e outras doenças. Podem
ser causadas por esforço repetitivo devido
à má postura, stress ou trabalho excessivo.
Também certos esportes se praticados
intensivamente podem causar LER.
As LER ou as lesões por traumas
cumulativos (LTC) são um grupo de
doenças causadas pelo uso excessivo de
determinada articulação, principalmente
envolvendo as mãos, os punhos, cotovelos,
ombros e joelhos. Essas doenças têm
merecido destaque ultimamente devido ao
aumento de casos que estão aparecendo,
principalmente nas pessoas que trabalham
com computadores e vem apresentando
sintomas de dor e inflamação nas mãos.
Por serem doenças que envolvem certas
profissões, elas são consideradas doença do
trabalho e muitas vezes levam o paciente
à perda de dias de serviço, bem como
afetam o andamento das empresas. Por essa
razão, as empresas estão cada vez mais se
preocupando em orientar os funcionários,
para que esses possam se prevenir das lesões.
A causa direta parece ser o uso excessivo
de determinadas articulações do corpo, em
geral relacionado a certas profissões.
Como exemplo, podem ser citados
os digitadores, os operadores de caixas
registradoras, os profissionais da área de
computação, os trabalhadores de linhas
de montagem, costureiras, etc.. Essas
pessoas passam horas fazendo o mesmo
movimento com as mãos ou braços,
provocando uma inflamação das estruturas
ósseas, ou nos músculos, nos tendões ou
mesmo comprimindo nervos e a circulação.
Existem várias doenças que podem ser
enquadradas nesse grupo LER, cada uma
delas com uma característica diferente,
mas que irão levar no final aos sintomas
de dor, fraqueza e fadiga das articulações,
impedindo a pessoa de trabalhar
normalmente.
Alguns dos principais tipos de lesões
por esforços repetitivos são:
• Síndrome do túnel do carpo – Essa
doença é uma forma bastante comum
de LER, provocada pela compressão
do nervo mediano, que vem do braço
e passa pelo punho, numa região
chamada túnel do carpo. Esse nervo
é o responsável pela movimentação
do dedo polegar, além de promover a
sensação nos dedos polegar, indicador
e médio na parte da palma das mãos.
Devido ao uso excessivo dos dedos
e punhos, começa a haver uma
inflamação e inchaço das estruturas
que passam pelo túnel do carpo,
resultando na compressão do nervo
mediano. Como resultado, esse nervo
passa a ficar mais “fraco”, provocando
a sensação de formigamento e
amortecimento dos dedos das mãos,
principalmente dos dedos polegar,
indicador e médio. Às vezes, pode dar
até a sensação de “choque” sentida
nos dedos e indo em direção ao braço.
52 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
" As Lesões
por Esforços
Repetitivos (LER)
ou as Doenças
Osteomusculares
Relacionadas ao
Trabalho (DORT)
são um conjunto de
doenças causadas
por esforço
repetitivo."
Ergonomia
Em geral, os sintomas pioram com o
decorrer do dia, principalmente após
um dia de trabalho. Alguns pacientes
acordam no meio da noite com as mãos
amortecidas. Essa doença é comum em
mulheres de 30 a 50 anos, e acomete 3
vezes mais o sexo feminino do que o
masculino. Normalmente, os sintomas
estão presentes nas duas mãos, mas
são notados primeiramente na mão
dominante. Para se fazer o diagnóstico
da doença é preciso colher os dados de
dor nas mãos, a perda de sensibilidade
nos dedos, ou formigamento ou mesmo
adormecimento dos mesmos. Também
é comum o paciente se queixar que
não consegue segurar bem as coisas,
principalmente fazer o movimento
de pinçar. A relação com a profissão
tem importância fundamental no
diagnóstico. Ao exame físico, um
exame de grande importância é a
manobra de Phalen, em que se pede
para o paciente colocar as mãos em
flexão, ou seja, com os dedos voltados
para baixo, e unir dorso contra dorso
das mãos, durante um minuto. Os
cotovelos devem ficar num ângulo
de 90 graus e na mesma altura dos
punhos. A presença de dor ou sintomas
de formigamento ou adormecimento
aponta fortemente para o diagnóstico
de Síndrome do túnel do carpo. Outro
teste é o chamado teste de Tinnel
que consiste da compressão do nervo
mediano no trajeto dele pelo túnel
do carpo. A presença de dor indica
a presença da síndrome do túnel do
carpo. Caso seja necessário, poderá ser
feito um teste para medir a condução
do nervo mediano, para ver se está
normal ou não. Os exames de raio-X
das mãos são importantes para afastar
as outras causas de dor nas mãos, como
artrites, tumores ou fraturas ósseas.
O tratamento se baseia no uso de
antiinflamatórios, como o ibuprofeno,
para aliviar a dor bem como a
inflamação das estruturas envolvidas.
Também o uso de munhequeiras
ajuda a manter a articulação dos
punhos fixa, aliviando assim a dor.
O repouso é uma das melhores
formas de tratamento e muitas vezes
o paciente deve ficar alguns dias sem
trabalhar as articulações para haver a
diminuição completa da inflamação.
Também pode ser administrada
a vitamina B6 para melhorar as
condições do nervo. Em casos mais
severos, poderão ser utilizados
corticóides injetados diretamente nas
articulações afetadas. Nos casos em
que há grande comprometimento do
nervo mediano está indicada a cirurgia
para a descompressão do mesmo.
Essa cirurgia leva a uma melhora dos
sintomas em 95% dos casos. A medida
mais importante é evitar usar as
articulações durante muito tempo. Dê
umas paradas no serviço para relaxar a
musculatura das mãos e dedos. Outro
fator importante é a posição em que
você está trabalhando. Para aqueles
que usam computadores ou máquinas
de escrever, é muito importante a
posição em que você está sentado. Os
pés devem ficar paralelos ao chão, as
pernas devem ficar flexionadas no
joelho, sendo que a coxa forme um
ângulo de 90 graus com as costas. u
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 53
Ergonomia
•
•
A cadeira deve ser bem confortável
e as costas devem estar apoiadas no
encosto. Os braços devem ficar na
mesma altura do teclado, sendo que
as mãos ficam também no mesmo
nível, não forçando assim os punhos.
Coloque a tela do computador de modo
que você fique a uma distância de 40 a
60 centímetros dela e sua visão direta
forme um ângulo de 15 a 30 graus.
Tendinites dos extensores dos dedos
– Tendões são estruturas que se
parecem com cordões extremamente
fortes, responsáveis pela fixação dos
músculos nos ossos. Toda vez que
o músculo se contrai, os tendões se
esticam, dando-se assim o movimento
desejado. O termo tendinite significa
uma inflamação dessas estruturas, em
geral causada por excessivo uso daquela
articulação envolvida. A tendinite
pode ocorrer em qualquer articulação,
mas é mais comum nos punhos,
nos joelhos, ombros e cotovelos.
Devido à inflamação, a pessoa irá
apresentar dor quando movimentar as
articulações em questão. No caso das
mãos, existe um grupo de músculos
que estendem os dedos e as mãos, e
os respectivos tendões passam pela
parte dorsal das mãos. Da mesma
forma que para a síndrome do túnel
do carpo, o uso excessivo e repetitivo
de certa articulação irá provocar o
inchaço das estruturas presentes nas
costas das mãos, provocando dor ao
movimento dos dedos e punhos. O
diagnóstico pode ser feito através da
queixa do paciente que revela dor na
parte dorsal da mão, principalmente
após o uso excessivo daquelas
articulações. O paciente pode se
queixar de fraqueza nas mãos bem
como sensação de queimação em vez
de dor. O tratamento indicado é o
uso de antiinflamatórios e repouso
da articulação envolvida. Para a
prevenção, é preciso tomar cuidado
54 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
Ergonomia
•
•
com a posição em que se está sentado,
observar a posição dos braços e
mãos, principalmente para aqueles
que trabalham com computadores
e máquinas de escrever. Os punhos
devem sempre ficar numa posição
confortável, evitando que eles fiquem
desalinhados com os braços e o teclado.
Da mesma forma, pare o seu trabalho
de tempos em tempos para relaxar a
musculatura e os tendões.
Tenossinovite dos flexores dos dedos
– Os tendões flexores dos dedos estão
presentes na parte da palma das mãos.
Esses tendões estão recobertos por
uma bainha chamada sinovial, que
faz com que a contração do músculo
fique mais macia. Quando ocorre
a inflamação dessa bainha sinovial,
usa-se o termo tenossinovite, no caso
dos tendões que fazem a flexão dos
dedos. Devido à inflamação da bainha,
quando houver contração do músculo
para movimentar os dedos, aparecerá
o sintoma de dor local, e o movimento
das mãos não será bem realizado. No
diagnóstico, o paciente irá se queixar
dor e inflamação na parte interna da
mão, principalmente quando fizer
o movimento de flexão dos dedos
(quando a pessoa fecha as mãos, por
exemplo). Para o tratamento, são
usados antiinflamatórios para aliviar a
dor e inflamação, bem como é indicado
o repouso das articulações envolvidas.
Tenossinovite estenosante (dedo em
gatilho) – Essa doença envolve os
tendões flexores dos dedos das mãos,
que passam por túneis dentro dos
dedos. Se houver a formação de um
nódulo sobre o tendão ou ocorrer um
inchaço na bainha que o cobre, ele
então se tornará mais largo, ficando
comprimido nos túneis por onde
ele passa. Conforme a pessoa mexe
os dedos, ela irá sentir um estalo ou
escutar um barulho na articulação
envolvida, principalmente no meio dos
dedos. O diagnóstico pode ser feito
através dos sintomas apresentados,
•
bem como a referência de que a pessoa
trabalha em serviços que requerem o
uso da palma das mãos e o movimento
de fechar os dedos, como carimbar e
grampear, em movimentos repetitivos
e por longos períodos. O tratamento mais
indicado para este problema é o uso de
antiinflamatórios e repouso das articulações.
Para a prevenção, deve-se evitar o uso
repetitivo das articulações, se possível usar
um grampeador elétrico ou que ele seja
acolchoado para evitar que a palma das
mãos se force. A mesma coisa é válida para
os carimbos. Também podem ser usadas
luvas com gel para que amorteçam a batida
contra a palma das mãos.
Epicondilite lateral – Essa doença é
conhecida como tennis elbow (cotovelo
de tênis) e é causada pela inflamação
das pequenas protuberâncias dos ossos
dos cotovelos, os chamados epicôndilos.
Neste caso, os ossos envolvidos são os
epicôndilos laterais, ou seja, da parte de
fora do braço. Apesar do nome, poucos
tenistas apresentam essa doença, sendo
mais comum em pessoas que trabalham
levantando peso, donas de casa, pessoas
que fazem trabalhos manuais e que
trabalham em escritórios. Alguns
músculos que promovem a retificação
do punho e dos dedos são presos
pelos tendões no epicôndilo lateral
do cotovelo. Quando houver um uso
excessivo dessas estruturas, começará
a se desenvolver uma inflamação das
mesmas, iniciando os sintomas de
dor. No diagnóstico, o paciente pode
se queixar de dor aguda quando roda
o antebraço. Em geral, a pessoa vai
notando que a dor vai aumentando
gradativamente conforme o uso das
articulações, como ao abrir latas, ou ao
abrir as fechaduras das portas ou mesmo
quando vai parafusar alguma coisa. O
tratamento é feito com o repouso da
articulação em questão e com o uso de
antiinflamatórios. São úteis também os
exercícios de alongamento do antebraço
e músculos das mãos. Poderá ser usado
um suporte para o antebraço, parau
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 55
Ergonomia
•
reduzir a pressão na área afetada. Em
casos mais graves, podem ser injetados
corticóides no local afetado. Caso não
haja melhora, poderá ser indicada
cirurgia para alívio dos sintomas.
• Doença de Quervain - Essa doença
decorre da inflamação dos tendões
que passam pelo punho no lado do
polegar. Se houver um uso excessivo
dessa articulação, poderá ocorrer a
inflamação desses tendões, dificultando
o movimento do polegar e do punho,
principalmente quando for pegar
algum objeto ou rodar o punho. Em
geral as pessoas que trabalham em
escritório arquivando documentos,
ou datilografando ou escrevendo a
mão, em que há uso constante do
polegar em direção ao dedo mínimo
são as mais propensas a apresentar
essa doença. Para o diagnóstico, o
paciente irá revelar dor na região do
polegar e punho, principalmente se
estiver relacionada com profissões
acima relacionadas. A manobra de
Filkestein é em geral positiva, em
que se segura a mão do paciente na
parte das costas e leva-se o polegar
em direção ao dedo mínimo e fazse a flexão do punho. O paciente irá
apresentar dor na região do punho
que poderá se irradiar para o braço. O
tratamento para a doença de Quervain
consiste no uso de antiinflamatórios
e repouso da articulação envolvida.
Para a prevenção, procure relaxar as
mãos durante o trabalho. Alterne o
uso do polegar direito com o esquerdo
quando for digitar a barra de espaço do
computador ou máquina de escrever.
Sempre sentar confortavelmente, com
os punhos sempre no mesmo nível
das teclas. Procure usar canetas e lápis
que sejam bem confortáveis nas mãos,
para não forçar o polegar. Se você
trabalha com uma atividade que faça
movimentos de pinçamento, use luvas
de borracha e alterne as mãos.
Enfim, as LER/DORT representam um
dos grupos de doenças ocupacionais mais
polêmicos no Brasil e em outros países.
Têm sido, nos últimos anos, dentre as
doenças ocupacionais registradas, as mais
prevalentes, segundo estatísticas referentes
à população trabalhadora segurada.
Por definição, abrangem quadros clínicos
do sistema músculoesquelético adquiridas
pelo trabalhador submetido a determinadas
condições de trabalho.
Caracterizam-se pela ocorrência de
vários sintomas concomitantes ou não,
tais como dor, parestesia, sensação de
peso, fadiga, de aparecimento insidioso,
geralmente nos membros superiores.
Entidades neuro-ortopédicas
definidas como tenossinovites, sinovites,
compressões de nervos periféricos podem
ser identificadas ou não. É comum a
ocorrência de mais de uma dessas entidades
neuro-ortopédicas e a concomitância
com quadros mais inespecíficos como a
síndrome miofascial. Frequentemente são
causa de incapacidade laboral temporária
ou permanente. São resultado da
superutilização das estruturas anatômicas
do sistema músculo-esquelético e da falta
de tempo de recuperação.
As LER/DORT são termos utilizados
como sinônimos de lesões por traumas
cumulativos, distúrbios cervicobraquiais
ocupacionais, síndrome ocupacional
do overuse. Cada denominação tem
relação com a história do processo
de reconhecimento da doença como
ocupacional nos diferentes países. A
tendência mundial no meio científico
é utilizar cada vez mais a denominação
Work Related Musculoskeletal Disorders
(WRMD), cuja tradução no Brasil foi
Distúrbios Osteomusculares Relacionados
ao Trabalho (DORT), segundo Norma
Técnica para Avaliação da Incapacidade
Laborativa em Doenças Ocupacionais.
Por fim, pode-se falar sobre a Computer
Vision Syndrome ou a Síndrome da Visão
do Computador pode afetar qualquer
pessoa que, com muita frequência, passa
mais de duas horas diante do computador,
sem pausa, gerando o ressecamento dos
olhos, miopia transitória, etc. Os monitores
56 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
"...as LER/DORT
representam
um dos grupos
de doenças
ocupacionais
mais polêmicos no
Brasil e em outros
países."
Ergonomia
..." o melhor é que
a cada 50 minutos
de trabalho no
computador,
descanse ao menos
cinco minutos, de
preferência olhando
para o horizonte
para mudar o
foco..."
são constituídos de pixels (pontos micros),
nos quais o olho não consegue foco. Para
manter a imagem mais definida, o usuário
de computador tem que “focar e refocar”, o
que gera a tensão dos músculos do olho.
Associado a isso está a diminuição
de piscadas na frente do computador,
chegando a ser quatro vezes abaixo do
que em situações normais. Levando em
consideração que as piscadas têm a função
de lubrificar os olhos, a visão fica mais
ressecada. Outros fatores podem agravar
o ressecamento dos olhos como, por
exemplo, o ar-condicionado que diminui a
umidade do ar. A Síndrome da Visão do
Computador tende a se agravar quando
está associada a fatores como reumatismo
ou disfunção hormonal, havendo o risco de
uma ceratoconjuntivite seca, uma úlcera ou
até uma perfuração da córnea.
Para prevenir o melhor é que a cada
50 minutos de trabalho no computador,
descanse ao menos cinco minutos, de
preferência olhando para o horizonte para
mudar o foco; utilize o computador em
ambientes iluminados, porém evite reflexos
de janelas na tela; pisque mais, mesmo que
voluntariamente, para lubrificar os olhos;
se o monitor for CRT, use-o na frequência
mais alta possível, em hertz, nos monitores
LCD não há essa necessidade; evite a
utilização de luzes apontadas diretamente
para os olhos como luminárias de mesa.
Isso pode causar ofuscamento; tome
cuidado com a utilização de computador
em áreas com muito vento ou arcondicionado muito forte, pois tais fatores
contribuem para o ressecamento dos
olhos.; deixe o monitor sempre limpo, pois
por causa da estática é grande o acúmulo
de pó na tela, o que piora a imagem; se o
ressecamento for muito acentuado, procure
um médico e peça a sugestão de um colírio;
deixe o monitor a uma distância de 50 a 65
centímetros dos olhos e a inclinação da tela
deve variar de 10º a 20º; nunca fique com
o monitor acima do nível dos olhos, já que
além de forçar mais músculos essa posição
exige que a fenda palpebral fique mais
aberta, agravando o ressecamento; óculos
especiais são recomendados para pessoas
de idade que estiverem fazendo algum tipo
de leitura no computador, pois eles podem
não obter foco no vídeo, que costuma estar
a uma distância maior dos olhos.
Além disso, em frente à tela do
computador, as crianças se distraem tanto
ou até mais que os adultos, principalmente
se o conteúdo acessado são os jogos
virtuais. Muitos oftalmopediatras acreditam
que o uso intenso do computador entre
as crianças podem colocá-las em risco de
desenvolver miopia precoce. Uma pesquisa
recente parece confirmar este receio. Um
estudo realizado pelo National Eye Institute
e publicado na edição de dezembro de 2009
no Archives of Ophthalmology concluiu
que a prevalência de miopia entre as
crianças americanas aumentou de 25% para
41,6% ao longo dos últimos 30 anos, um
aumento de mais de 66%. Entre as pessoas
com 12 anos ou mais anos de educação
formal, a prevalência de miopia é agora tão
elevada que chega a 59,8%.
“Ficar sentada por horas na frente de
uma tela de computador cansa os olhos
das crianças porque o computador força
o sistema de visão ao exigir que ela se
concentre e foque muito mais do que em
qualquer outra tarefa. Este esforço extra
pode colocar as crianças em um u
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 57
Ergonomia
risco ainda maior do que os adultos
de desenvolver os sintomas da Síndrome
da Visão do Computador”, alerta o
oftalmologista Virgílio Centurion, diretor
do Instituto de Moléstias Oculares
(IMO). E os pais precisam estar cientes
dos problemas de visão associados ao
uso intenso do computador. “O uso do
computador exige habilidades motoras
finas que os olhos das crianças ainda não
desenvolveram.
Somente quando o sistema visual
amadurece é que a criança é capaz de lidar
com o estresse visual provocado pelo uso
do computador”, informa o oftalmopediatra
Fabio Pimenta de Moraes, que também
integra o corpo clínico do IMO.
Segundo o oftalmopediatra do IMO, os
pais devem considerar alguns fatores que
influenciam o uso do computador pelas
crianças. Elas podem não estar cientes de
quanto tempo estão despendendo na frente
do computador. Elas podem executar uma
tarefa no computador por horas, fazendo
poucas pausas. Esta atividade prolongada
pode causar problemas de foco e fadiga
ocular. As crianças são muito adaptáveis.
Eles assumem que o que vêem e como
vêem é normal – mesmo que a sua visão seja
problemática. É por isso que é importante
que os pais monitorem o tempo que a
criança passa em frente ao computador e
verifique se seus exames oftalmológicos
regulares estão em dia.
As crianças são menores do que os
adultos. E as estações de trabalho muitas
vezes são feitas para uso adulto, isso pode
mudar o ângulo de visão das crianças. Os
usuários de computador devem enxergar
a tela um pouco para baixo, num ângulo
de 15 graus. Além disso, se uma criança
tem dificuldade para alcançar o teclado ou
para colocar os pés confortavelmente no
chão, a criança pode experimentar dores no
pescoço, ombro e / ou costas.
Dicas para reduzir o risco de Síndrome
da Visão do Computador em crianças:
• Faça exames oftalmológicos com
regularidade nas crianças: “Antes da
volta às aulas, o ideal é que toda criança
faça um exame oftalmológico completo,
incluindo a aferição da visão de perto
(computador e leitura) e da visão de
longe”, diz o oftalmopediatra;
• Limite a quantidade de tempo que seu
filho passa na frente do computador sem
fazer uma pausa: “Incentive as crianças
a fazerem 20 segundos de intervalos a
cada 20 minutos de uso do computador,
para minimizar o desenvolvimento de
problemas oculares, como dificuldade
com foco e irritação dos olhos”, ensina
Fabio Moraes;
• Verifique a ergonomia do posto de
trabalho da criança: “Quando a criança é
mais novinha, consequentemente menor,
é preciso se certificar que a estação de
trabalho do computador esteja ajustada
ao tamanho do corpo dela. A distância
recomendada entre o monitor e os olhos
para as crianças é de 18 a 28 centímetros”,
afirma o médico;
• Verifique a iluminação do ambiente
onde o computador é usado: “Para
reduzir o brilho do computador, janelas
e outras fontes de luz não devem ser
diretamente visíveis quando a criança
estiver sentada na frente do monitor.
É preciso reduzir a iluminação na
sala para coincidir com a da tela do
computador”, recomenda Fabio Moraes.
Além do risco de desenvolver a
Síndrome da Visão do Computador, existe
a preocupação de que o uso excessivo
do computador durante a infância
possa também ter efeitos adversos no
desenvolvimento físico da criança.
Recentemente, pesquisadores da Austrália,
da Universidade de Washington (Seattle,
Washington) e da Escola de Saúde Pública
de Harvard (Boston, Massachusetts) fizeram
uma revisão da literatura científica atual sobre
o tema e publicaram uma série de orientações
para os pais ajudarem seus filhos a alcançar o
desenvolvimento físico apropriado.
O relatório completo desta pesquisa foi
publicado na edição de abril de 2010 do
journal Ergonomics. Dentre as diretrizes
enumeradas pelos pesquisadores, podem
ser destacadas:
58 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
" As crianças são
menores do que
os adultos. E as
estações de trabalho
muitas vezes são
feitas para uso
adulto, isso pode
mudar o ângulo de
visão das crianças."
•
•
•
•
•
Incentivar uma mistura de tarefas ao
longo do dia: As crianças devem fazer
pausas frequentes quando estiverem
usando o computador Além disso, sua
rotina deve incluir uma variedade de
atividades que envolvem mudanças de
postura e movimento físico. “A realização
de tarefas sedentárias que usam mídia
eletrônica (utilização do computador,
assistir TV, mensagens de texto via
smartphone, etc) deve ser limitada a
menos de duas horas por dia”, defende o
oftalmopediatra do IMO;
Incentivar que a criança tenha uma
postura adequada quando estiver
utilizando o computador: As estações de
trabalho devem adequar-se ao tamanho
da criança, permitindo que ela adote
uma gama de posturas adequadas frente
à tela do computador. “Os pés devem ser
capazes de descansar confortavelmente
no chão; a altura da mesa deve estar
nivelada com a altura do cotovelo; o
topo da tela do computador deve estar
na altura dos olhos, a tela deve ser
posicionada e inclinada para evitar o
ofuscamento”, ensina o médico;
Encorajar comportamentos apropriados
quando a criança estiver utilizando e
transportando computadores portáteis:
A criança deve ser alertada sobre a
postura correta ao carregar o laptop,
incluindo aqui o uso de uma mochila
com alças duplas para carregar o
computador para as aulas;
Ensinar aos filhos habilidades de
computação: Isto inclui ensinar às
crianças a teclarem fazendo o mínimo
de força e a usar atalhos do teclado para
reduzir o uso do mouse;
Ensinar às crianças a responderem
adequadamente ao desconforto
durante o uso do computador: “Isto
inclui a orientação por parte dos pais e
professores de que pausas devem ser mais
frequentes. Ao primeiro sinal de cansaço
visual, a criança deve ser orientada a
parar de usar a máquina”, diz Moraes. n
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Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 59
A ciência da medição
em defesa da sociedade
Atualmente, virou moda fazer tatuagem. E ela pode oferecer
riscos aos usuários. Outro problema está relacionado com as
áreas contaminadas que podem oferecer riscos à sociedade.
Esses dois problemas estão sendo acompanhados pela
metrologia. No caso os laboratórios do Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT), em São Paulo
60 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
Da Redação
A
tatuagem é uma marca
permanente ou um desenho
feito na sua pele com pigmentos
inseridos através de picadas na
camada superior da pele. Tipicamente,
o tatuador utiliza uma máquina de mão
semelhante a uma máquina de costura,
com uma ou mais agulhas de perfuração
da pele, usadas repetidamente. Com cada
furo, insere nas agulhas minúsculas gotas
de tinta. O processo é feito sem anestesia,
podendo haver sangramento e ligeira dor.
Existem dois tipos de reações: as graves
e as de sensibilidade. As de sensibilidade
ou reatividade podem causar problemas de
pele como granulomas (caroços vermelhos
causados por inflamação) e quelóides. Essas
reações de reatividade podem ocorrer sem
aviso, anos após a tatuagem ter sido feita.
As graves ocorrem em pessoas
com reações alérgicas às tintas usadas
para tatuar. Embora a maior parte dos
pigmentos usados sejam aprovados, as
tintas de tatuagem não são regulamentadas.
Estas reações de sensibilidade retardada
aos pigmentos metálicos podem ocorrer,
inclusive, anos depois de se fazer a
tatuagem. As toxinas de algumas tintas
podem entrar nos rins, pulmões ou nódulos
linfáticos através do sistema circulatório.
Pode-se considerar a existência de
risco toxicológico ao se fazer uma
tatuagem, devido aos pigmentos e
tintas utilizados, os quais podem conter
metais pesados altamente tóxicos
Esta reatividade imunitária tem sido
associada ao desenvolvimento quer de
síndromes inflamatórios sistémicos de
causa não esclarecida, quer de doenças
autoimunes e alérgicas.
Se os procedimentos de esterilização
e higiene não forem adotados, corre-se o
risco de contrair HIV, hepatite B e infeções
bacterianas ou fúngicas. Por exemplo, a
maioria dos bancos de sangue pede que as
pessoas esperem 12 meses após fazer uma
tatuagem antes de doar sangue.
Alguns tipos de tatuagens podem
apresentar perigo quando se necessita
realizar um exame de ressonância
magnética, o risco está relacionado à
composição do material das tintas e ao
tamanho da tatuagem. Algumas cores
causam mais reações que outras, por
exemplo, a tinta de cor vermelha contém
ferro, que é um material ferromagnético e
sensível aos campos magnéticos aplicados
nos equipamentos de ressonância magnética.
Além disso, o ferro da tinta vermelha
pode conduzir eletricidade, existindo um
fluxo de corrente elétrica que pode aquecer
o metal presente na composição da tinta
com capacidade suficiente para queimar.
As reações podem resultar em
inchaço da pele tatuada e da área ao
redor, sensações de calor e irritação mais
profunda na pele, reações mais graves
podem resultar em queimaduras de
primeiro e segundo grau.
Não se deve tatuar por cima de uma
mancha, pois isso torna mais difícil saber
se há um crescimento cancerígeno. De
acordo com institutos de saúde, casos
de Staphylococcus aureus estão em
ascensão entre pessoas tatuadas. Isto é
particularmente preocupante porque as
espécies dessas bactérias são altamente
resistentes à maior parte dos antibióticos.
As tatuagens de henna negra são
consideradas uma ameaça recorrente ao
estado de saúde, pois no verão elas são
frequentemente oferecidas a turistas nas
praias e resorts. De forma a acentuar a cor
negra do pigmento de henna e prolongar
o efeito da tatuagem, são adicionadas
concentrações elevadas de corantes que
desencadeiam reações alérgicas. Danos
permanentes na pele, dermatite de contacto
alérgica e polisensibilização, são efeitos
adversos de longa duração associados
a estas tatuagens de henna negra. Estas
reações alérgicas podem originar comichão
na pele, vermelhidão, manchas e bolhas
que, com o passar do tempo, são tratáveis e
desaparecerão, mas em alguns casos levarão
a lesões permanentes na pele, tal como
descoloração ou cicatrizes. As reações
alérgicas graves com lesão persistente sãou
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 61
normalmente efeitos adversos que
ocorrem após a colocação da tatuagem
negra, aparecendo os sintomas num curto
espaço de tempo (três a 12 dias).
Dessa forma, não basta escolher o
desenho mais adequado da tatuagem.
Também é preciso escolher muito bem o
profissional responsável pela arte desejada
e que conheça os materiais que serão
utilizados, principalmente a tinta.
Em pesquisa realizada pelo Centro de
Metrologia em Química do Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT), por solicitação
da promotoria do Ministério Público
Estadual, constatou-se que amostras de tinta
continham benzeno e metais pesados. Além
disso, o produto não era registrado junto à
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa). Na foto acima, a cromatografia
em fase gasosa acoplada à espectrometria
de massas foi empregada para análise dos
compostos orgânicos.
Na análise dos compostos orgânicos,
foram identificados os voláteis e
semivoláteis nos materiais, utilizando-se
a cromatografia em fase gasosa acoplada à
espectrometria de massas (CGEM). Neste
ensaio foi possível determinar a presença
de benzeno nos teores de 0,9 e 2,0 mg/
kg, ou parte por milhão (ppm). Tintas
para tatuagem são consideradas produtos
médicos porque estão em contato direto
com a pele. Segundo a Fundacentro, do
Ministério do Trabalho e Emprego, o
benzeno é uma substância cancerígena
muito perigosa para a saúde, com um valor
máximo de exposição suportável de 1 ppm.
Para a identificação dos elementos
inorgânicos foram utilizadas as técnicas de
espectometria de fluorescência de
raios-X e difratometria de raios-X. Para
quantificação, foi utilizada a técnica de
espectrometria de emissão atômica de
plasma, conhecida como ICP. Por meio
destas análises constatou-se que as tintas
analisadas continham ferro, cobre, cromo,
nióbio e zinco, sendo que em uma das
amostras o teor de cobre chegou a 4.000
mg/kg (ppm) de cobre. “Com a estrutura do
centro, a diversidade de equipamentos de
última geração e profissionais capacitados,
é possível determinar a caracterização
química de qualquer material, como
ocorreu com a tinta, submetida a vários
processos avaliando substâncias orgânicas e
inorgânicas”, explica o diretor do Centro de
Metrologia em Química, Miguel Papai Jr.
Áreas contaminadas
O IPT igualmente pode realizar ensaios
laboratoriais e in situ para caracterização
físicoquímica do solo e de resíduos
para análise e/ou remediação de áreas
contaminadas, executando o diagnóstico
por meio de modelos numéricos e avaliando
o risco à saúde humana, determinando
as metas de intervenção nestas áreas e o
respectivo projeto para sua remediação
e seu controle por monitoramento. A
execução deste projeto prevê a inserção,
dentro da capacitação institucional, de
novas tecnologias para recuperação de
62 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
áreas contaminadas, a saber: dessorção
térmica, oxidação química, biorremediação,
fitorremediação e nanotecnologia.
Em linhas gerais, o objetivo do projeto é
investigar rotas tecnológicas para remediar
sítios contaminados com organoclorados.
Para atendimento aos objetivos serão
realizadas as seguintes ações: aplicação
das técnicas de fitorremediação,
biorremediação, tratamento químico,
nanotecnologia e incineração; avaliação
das metodologias de inativação e/ou
decomposição de organoclorados, em
especial hexaclorociclohexano – HCH, em
escala de laboratório e piloto; e avaliações
técnicoeconômicas de combinações de
alternativas de remediação in situ.
Segundo o instituto, historicamente, o
uso de agrotóxicos no Brasil aumentou
com a expansão e modernização da
agricultura nacional. O controle das
pragas, que anteriormente era feito por
inimigos naturais ou métodos mecânicos,
foi substituído pelo uso de compostos
químicos sintéticos. O desenvolvimento
de pesticidas teve suma importância no
aumento da atividade agrícola devido a
seus baixos custos e alta eficiência.
Assim, neste período, a população rural foi
a mais afetada pelos agrotóxicos, causando
a morte de inúmeras pessoas nas décadas
de 60-70. O conhecimento do uso destes
produtos nem sempre está assentado em
fontes disponíveis e confiáveis. Até meados da
década de 80, a principal fonte de informação
sobre produção, importação e exportação de
agrotóxicos clorados no Brasil foi o arquivo
de dados estatísticos do antigo Conselho de
Desenvolvimento Industrial (CDI).
Locais altamente contaminados são
conhecidos como hot spots. Segundo o
Cetesb, até novembro de 2008, somente
em São Paulo, estão cadastradas 2514
áreas contaminadas, sendo que os
principais grupos de contaminantes
encontrados foram: solventes aromáticos,
combustíveis líquidos, hidrocarbonetos
policíclicos aromáticos (PAHs), metais e
solventes halogenados, destacando-se 142
contaminadas por solventes halogenados,
53 por fenóis halogenados, 43 por solventes
aromáticos halogenados, 35 por biocidas,
21 por PCBs e 2 por dioxinas e furanos.
Os compostos orgânicos liberados no
meio ambiente compreendem espécies de
uma ampla faixa de tamanhos de moléculas
e de grupos funcionais. A natureza
dos grupos funcionais é especialmente
importante, pois determina a reatividade
e a aplicabilidade destes compostos. As
substâncias tóxicas persistentes (STP)
compreendem: as bifenilas policloradas
– PCB, os hidrocarbonetos policíclicos
aromáticos – PAH, o hexaclorobenzeno
– HCB, o aldrin, o dieldrin, o endrin,
o p,p,-DDT, o p,p,-DDE, p,p,-DDD, os
hexaclorocicloexanos (α-HCH, β-HCH,
δ-HCH e γ-HCH), o endossulfan, o
heptacloro e o pentaclorofenol. Incluem,
também, compostos orgânicos de
metais e têm como características alta
hidrofobicidade, baixa reatividade no
meio ambiente e grande tendência para se
acumular, ou bioconcentrar, nos tecidos
dos organismos vivos.
Mundialmente, ocorrem locais
fortemente contaminados por HCH
adivindas de fábricas de formulação
de pesticidas: Carolina (USA, 1977),
Barakaldo (Viszcaya, 1987) e Galícia na
Espanha (depósito de uma fábrica de
pesticida contaminou solo e água numa
área de 45.000 m2). Apesar das STP
estarem parcialmente banidas no Brasil
algumas destas substâncias são encontradas
em diversas matrizes ambientais, atingindo
valores muito acima dos limites legislados,
em áreas consideradas críticas. Isto se deve
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 63
ao fato destas substâncias refletirem o
histórico passado em um período em que
os programas de gerenciamento de resíduos
eram praticamente inexistentes.
O sedimento é considerado o
compartimento mais importante
para o estudo do impacto das STP
no meio ambiente, pois é aqui que as
STP apresentam os maiores tempos de
residência. Os compostos encontrados com
maior freqüência na literatura são DDT,
HCH, PCB e heptacloro.
Os dados sobre STP no Brasil, apesar
de não serem escassos, não são totalmente
disponibilizados para a sociedade civil.
Cabe ainda destacar que os dados
atuais sobre concentração de STP nas
diversas matrizes ambientais demonstram
o pior cenário, pois na maioria das vezes o
monitoramento é realizado em locais com
suspeita de contaminação indicando, portanto,
a necessidade emergente de programas
destinados ao conhecimento da concentração
das STP em regiões pouco impactadas.
Diante deste quadro, propõe-se a
avaliação de tecnologias para remediação de
áreas contaminadas aplicadas a compostos
organoclorados, em especial o HCH, que é
um composto químico de origem industrial,
não sendo encontrado naturalmente no
ambiente. Ocorre em oito formas químicas
chamadas de isômeros. Todos os isômeros
são sólidos à temperatura ambiente. O
isômero γ-HCH (gama-HCH), também
chamado lindano, tem sido utilizado como
inseticida em cultivo de frutas, vegetais,
reflorestamentos, entre outras culturas, e
como produto de uso médico no tratamento
contra piolhos, sarnas, micuins, carrapatos
etc. O produto comumente encontrado no
mercado é HCH grau técnico (t-HCH),
sendo este uma mistura dos vários isômeros
de HCH, onde o lindano pode representar
40% do produto.
Conforme a Agency for Toxic Substances
and Disease Registry (ATSDR, 1995), as
principais características que o HCH apresenta
no ambiente são: no ar, o HCH (isômeros
α, β, γ, δ) pode estar presente como vapor
ou agregado a partículas de solo ou poeira;
lindano pode permanecer no ar por até 17
semanas, e ser transportado por grandes
distâncias; partículas com HCH agregado
podem ser retiradas do ar pela chuva; no
solo, sedimento e água, o HCH é degradado
por algas, fungos e bactérias para substâncias
menos nocivas; é desconhecida a persistência
dos isômeros do HCH no solo; e pode
acumular em tecidos gordurosos de peixes.
As principais vias de exposição do HCH
segundo ATSDR (1995) são: ingestão de
alimentos contaminados como verduras,
carnes e leite; inalação de ar contaminado
próximo à fábricas onde o produto é
preparado, ou áreas agrícolas; inalação de
ar contaminado em ambiente de trabalho;
através da pele quando aplicado na forma de
loção ou shampoo para controle de piolhos
e sarnas; consumo de água contaminada;
inalação de ar contaminado próximo a
lixões ou aterros sanitários; crianças em fase
de lactação, através do leite de mães que
tenham sido expostas ao contaminante.
Os efeitos do lindano ou demais
isômeros de HCH na saúde humana são
irritações pulmonares, problemas cardíacos
e sangüíneos, encefalias, convulsões e
alteração do nível de hormônios sexuais
(ATSDR, 1989). Esses efeitos têm sido
observados em trabalhadores expostos
ao vapor de HCH durante o processo de
fabricação de pesticidas ou em exposições a
grandes quantidades de HCH. A exposição
a grandes quantidades de HCH também
pode causar morte de humanos e animais.
O IPT espera conseguir alguns resultados
como: proposição de novas tecnologias
para maior sustentabilidade ambiental;
incremento significativo do potencial para
remediação de áreas contaminadas por
compostos organoclorados, assunto ainda de
difícil solução; melhoria em procedimentos
operacionais para remediação de áreas
contaminadas; aumento de capacidade
analítica institucional para análise de
compostos organoclorados e seus produtos
de degradação; subsídio para formulação de
políticas públicas; difusão do conhecimento
tecnológico adquirido no projeto; formação
de recursos humanos; melhora da qualidade
64 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
de vida, com conseqüente redução de
gastos públicos com a saúde, decorrente das
contaminações de solo e água; redução de
impactos ambientais, através de tecnologias
específicas; apoio técnico e econômico ao
poder público e privado para recuperação de
áreas industriais contaminadas, liberando-as
para ocupações mais nobres, incluindo-se o
uso residencial.
Enfim, a descoberta de propriedades
inseticidas do DDT (1940) e do HCH
(1942) deu um grande impulso no
combate aos insetos, de modo que, a
partir da década de 1940, os inseticidas
organoclorados foram amplamente
utilizados na agricultura, na indústria
pecuária e nos programas de combate a
insetos transmissores de doenças e nas
campanhas de saúde pública. Não há como
negar os benefícios que esses produtos de
ampla ação e persistência trouxeram ao
homem. Porém, em 1962, Carson publicou
o livro “Primavera Silenciosa”, relatando
que o amplo uso dos organoclorados
poderia ser a causa da diminuição da
população de diversas aves.
Uma das características indesejáveis
desses compostos, do ponto de vista
ambiental, é a persistência, que consiste na
capacidade das substâncias em permanecer
inalteradas e ativas por muito tempo no
solo, na água e nos alimentos. Da revisão
bibliográfica realizada, muitas têm sido
as questões, ainda insuficientemente
respondidas, quer pela sua notória
complexidade, quer pela falta de experiência
e, finalmente, pela real insuficiência de
conhecimento científico acumulado, que
necessitam ser preenchidas.
Entre as muitas questões controversas
e as respectivas lacunas do conhecimento
destacam-se: quais as substâncias químicas
produzidas pela degradação natural do
HCH no solo? São elas, nas condições
brasileiras, mais tóxicas do que HCH?;
qual é a complexidade da contaminação
pela introdução da variável tempo após,
20, 30, 40 anos ou mais?; qual a “dinâmica
populacional”, geográfica e temporal das
moléculas cloradas se elas pudessem
ser “marcadas“, considerando-se todas
as formas potenciais de exposição
humana, e todas as vias de penetração
no organismo, cutânea, digestiva e
respiratória e, ainda, considerando a
persistência dos organoclorados nos meios
naturais (ex. solo) e a biopersistência
dos organoclorados na cadeia biológica?;
qual o significado clínico, toxicológico e
epidemiológico de concentrações de HCH
eventualmente acima de algum “valor de
referência” internacional ou nacional?
Quanto às normas técnicas, existe a NBR
16209 de 09/2013 – Avaliação de risco a
saúde humana para fins de gerenciamento
de áreas contaminadas estabelece os
procedimentos de avaliação de risco à
saúde humana para fins de gerenciamento
de áreas contaminadas em decorrência
da exposição a substâncias químicas
presentes no meio físico. Aplica-se ao
gerenciamento de áreas contaminadas,
após a realização das etapas de avaliação
preliminar, investigação confirmatória
e investigação detalhada, subsidiando
a adoção das medidas de intervenção
aplicáveis e fornecendo subsídios aos
estudos de avaliação de eventuais danos à
saúde. Não se aplica à avaliação de risco
decorrente da exposição a substâncias
radioativas, à avaliação de risco ecológico e
à saúde ocupacional, bem como à avaliação
preliminar de risco (APR)associada ao
processo produtivo.
Já a NBR 16210 de 08/2013 – Modelo
conceitual no gerenciamento de áreas
contaminadas – Procedimento estabelece
os procedimentos e conteúdos mínimos
para o desenvolvimento de modelos
conceituais em objeto de estudo. Aplica-se
exclusivamente às etapas do gerenciamento
de áreas contaminadas.
A avaliação de risco é uma etapa do
processo de gerenciamento de áreas
contaminadas utilizada para estimar o risco
à saúde humana causado pela exposição
do homem a uma determinada substância
ou grupo de substâncias presentes no meio
físico (solo, sedimento, água subterrânea,
água superficial e ar) e para estabelecer u
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 65
metas que orientem as medidas de
intervenção. O processo de avaliação de
risco adotado na norma baseia-se no
método da U.S.EPA (1989), que possui as
seguintes etapas: coleta, avaliação e validação
de dados, avaliação de exposição, análise de
toxicidade e caracterização de risco.
A etapa de coleta, avaliação e validação
de dados envolve a compilação e validação
de todas as informações relevantes
para o desenvolvimento de um modelo
conceitual de exposição (MCE) da área
de interesse, bem como a identificação
dos dados básicos para a quantifi cação
das doses de ingresso (In) das substâncias
químicas de interesse (SQI). Neste
contexto, para a aplicação adequada desta
Norma, é fundamental que já tenham
sido desenvolvidas as etapas de avaliação
preliminar, investigação confirmatória e
detalhada, que proporcionem a geração
de dados ambientais para elaboração
do modelo conceitual de exposição e
posterior quantificação do risco à saúde
humana. Para a aplicação dessa norma,
é recomendável que as etapas acima
mencionadas tenham sido desenvolvidas
de acordo com as NBR 15515-1, NBR
15515-2 e NBR 15515-3.
Para a coleta de dados, devem
ser obtidos os dados e informações
disponíveis em estudos anteriores
que servirão como base para o
desenvolvimento da avaliação de
risco à saúde humana, os quais devem
obrigatoriamente provir dos relatórios
das seguintes etapas do gerenciamento
de áreas contaminadas: a) avaliação
preliminar, NBR 15515-1; b) investigação
confirmatória, NBR 15515-2; c)
investigação detalhada, NBR 155153. Desses relatórios devem ser obtidos
os seguintes dados a serem avaliados
e validados em conformidade com o
item 4.1.2: a) resultados de análises
químicas das amostras coletadas nos
diferentes compartimentos do meio
físico (solo, sedimento, água subterrânea,
água superficial e ar) e alimentos; b) as
características do meio físico que podem
afetar o transporte, a atenuação natural
e a persistência dos contaminantes; c) as
características de uso e ocupação do solo
na área de interesse.
A norma deve ser utilizada durante as
etapas do processo de gerenciamento de
áreas contaminadas, estando diretamente
ligada a cada etapa de realização, devendo
o modelo conceitual ser atualizado ao
longo do processo. O surgimento de fatos
novos, o desenvolvimento tecnológico e
outros fatores considerados em estudos
posteriores podem suplementar ou indicar
a necessidade de revisão dessa norma, no
entanto, sem invalidar os trabalhos à época
já executados, conforme as normas vigentes.
Na avaliação da pertinência das
informações obtidas durante a etapa
do gerenciamento, o profissional deve
se pautar pela cautela e razoabilidade
no julgamento da consistência das
informações disponíveis, bem como
o equilíbrio entre os objetivos, as
limitações de recursos, o tempo
inerente a uma avaliação ambiental e a
redução da incerteza das informações
ou da acessibilidade limitada do meio
investigado. O modelo conceitual deve
ser executado por profissional habilitado,
utilizando meios e recursos para atingir o
melhor resultado possível.
A responsabilidade do profissional
está condicionada à disponibilidade
das informações de interesse à época e
nas circunstâncias em que tenha sido
realizada a pesquisa.
O surgimento de fatos novos ou
desconhecidos, o desenvolvimento
tecnológico e outros fatores técnicos
considerados em um estudo posterior
devem ser utilizados para a atualização do
modelo conceitual em qualquer fase do
gerenciamento de áreas contaminadas.
Um modelo conceitual é a
representação escrita ou gráfica de
um sistema ambiental e os processos
biológicos, químicos e físicos,
que determinam o transporte dos
contaminantes a partir das fontes, através
dos meios, até os receptores envolvidos n
66 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014 - 67
Ponto Crítico
Por Roberto Inagaki
T
Quem é Deming ? Juran ? Ishikawa ?
enho notado em meus treinamentos que cada vez mais
o pessoal da qualidade conhece menos os “Pontos de
Deming” e as “Doenças Mortais”, bem como o sistema
de gestão de Juran, Shewart, Box, Feigenbaum, Ishikawa
entre outros. Seria ingenuidade da minha parte querer que Juran e
Deming tivessem a mesma notoriedade que astros da música POP ou
de cinema, mas os profissionais que eu convivo são da área industrial
e de serviços que presam pela qualidade e mesmo assim desconhecem
Deming e Juran!
Tudo bem não conhece-los, mas pelo menos seus ensinamentos,
suas diretrizes, suas ferramentas, suas virtudes, deveriam ser discutidas e replicadas.
Convido os leitores para formarem uma equipe de trabalho em suas
empresas, discutirem um dos pontos de Deming por semana e compararem com o sistema de gestão implementado pela organização.
Acredito que um dos pontos mais negligenciados pela organização
sejam os pontos 4 e 6, vocês concordam comigo? Não sabem quais
são? Pesquisem e comentem....
Ishikawa também tem uma grande contribuição à ofecerer para o
desenvolvimento das organizações, porém o máximo que as pessoas
conhecem deste é a “Espinha de Peixe”! O pessoal inventa tanto que
a ferramenta parece mais uma sardinha de tanta espinha (o pior que
algumas ficam atravessadas na garganta).
Alguns profissionais da qualidade e produtividade atualmente conhecem as ferramentas estatísticas da qualidade, que se resumem única
e exclusivamente ao CEP.... Se conhecessem Shewart, Box, Taguchi entre
outros, poderiam concluir que o CEP é uma fração muito pequena das
ferramentas estatísticas para a qualidade e produtividade. Conhecer
Taguchi seria o mesmo que conhecer a “função perda” e esta ferramenta
ajudaria muito às organizações a definirem melhor suas tolerâncias e
especificações.
Tenho percebido também que vários jovens profissionais nas redes
de relacionamento querem progressão na carreira. Como obter isto na
área de gestão e produtividade sem conhecer no mínimo os conceitos,
pontos de vista das pessoas que fizeram os fundamentos da gestão da
qualidade?
Resumindo, quem conhece “somente”: Justin Bieber, duplas
sertanejas, cantor de pagote e BBB, não ajudará muito nas decisões
corporativas....
Questões para avaliar o seu reconhecimento aos mestres da qualidade:
1- Quantos são os famosos “Pontos de Deming”?
a) 14
b) 10
c) 7
2- Uma das “Doenças Mortais” descritas por Deming é:
a) Falta de mobilidade da direção. A alta direção deve ir aos locais de
trabalho para conhecer a raiz dos problemas.
b) Falta de sorte
c) Gula
3- A “função perda” resumidamente é:
a) Demonstra que a variação em torno de um alvo representa
perda para a sociedade
68 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
b) Nova norma da ASO.
c) Novo sucesso das “Poderosas”
4- Uma das contribuições de Feigenbaum foi o conceito de:
a) Controle da Qualidade Total
b) Fluxo reverso
c) Qualidade e custo não combinam
5- Entre as várias contribuições de Joseph Moses Juran podemos
destacar além do JMS:
a) A expansão do princípio de Pareto e o conceito de “Breaktrough”
b) Elaboração das normas série ISO 9000
c) A revolução dos vídeos clips
Respostas: 1) a; 2) a; 3) a; 4) a; 5) a
Questões sobre sua organização
1- A organização onde você trabalha faz análises de benchmarking
com qual frequência?
a- No mínimo a cada 6 meses
b- No mínimo anualmente
c- O que é benchmarking?
2- Como a produtividade é gerenciada na sua organização?
a- É parte do planejamento estratégico
b- É parte da ISO 9001
c- O que é produtividade?
3- Com qual frequência a métrica dos indicadores de produtividade
são analisados criticamente?
a- No mínimo semestralmente
b- No mínimo 1 x ano
c- O que é métrica?
4- Como são avaliados os treinamentos da organização em relação à
produtividade?
a- Diretos, todas as solicitações tem uma justificativa com os
indicadores estratégicos
b- A maioria dos treinamentos são relacionados a algum indicador
c- Formulários em 3 vias são utilizados para verificação da eficácia
5- A organização utiliza quais metodologias para melhoria da
produtividade?
a- Lean, Teoria das Restrições, entre outros
b- Seis Sigma, TQC, entre outros
c- Tentativa e erro
Resultados
Todas as suas respostas A – 99,99% sinergia
Todas as suas respostas B – 80% sinergia/ 20% entropia
Todas as suas respostas C – 100% vagargia
* Sinergia = Cooperação entre grupos ou pessoas que contribuem, inconscientemente, para constituição ou manutenção de determinada ordem
ecológica, em defesa dos interesses individuais.
** Entropia = Segundo a termodinâmica em sua Segunda Lei: “Todo
sistema natural, quando deixado livre, evolui para um estado de máxima
desordem, correspondente a um entropia máxima”.
*** Vagargia = nem tentem procurar no dicionário.
Roberto S. Inagaki é Consultor Empresarial. [email protected].
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70 - Revista Banas Qualidade - Janeiro de 2014
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