Comportamento dos mergulhadores recreativos e seus efeitos em

Transcrição

Comportamento dos mergulhadores recreativos e seus efeitos em
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DA
BIODIVERSIDADE
VINÍCIUS JOSÉ GIGLIO
Comportamento dos mergulhadores recreativos e seus efeitos em recifes
coralíneos do Banco dos Abrolhos
ILHÉUS – BAHIA
2014
ii
VINÍCIUS JOSÉ GIGLIO
Comportamento dos mergulhadores recreativos e seus efeitos em recifes
coralíneos do Banco dos Abrolhos
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Ecologia e Conservação da
Biodiversidade da Universidade Estadual de
Santa Cruz como parte dos requisitos para
obtenção do grau de Mestre em Ecologia e
Conservação da Biodiversidade.
Área de concentração: Ações e Planejamento
em Conservação da Biodiversidade
Orientador: Alexandre Schiavetti
Co-orientador: Osmar José Luiz
ILHÉUS – BAHIA
2014
iii
F363
Fernandes, Vinícius José Giglio.
Comportamento dos mergulhadores recreativos e seus
efeitos em recifes coralíneos do Banco dos Abrolhos /
Vinícius José Giglio Fernandes. – Ilhéus, BA: UESC, 2014.
64 f. : il ; anexo.
Orientador: Alexandre Schiavetti.
Co-orientador: Osmar José Luiz.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de
Santa Cruz. Programa de Pós-Graduação em Ecologia
e Conservação da Biodiversidade.
Inclui referências e apêndices.
1. Recifes e ilhas de coral. 2. Ecoturismo. 3. Turismo
–
Aspectos ambientais. 4. Mergulho. 5. Abrolhos, Arquipélago dos (BA). I. Título.
CDD 551.46137
iv
VINÍCIUS JOSÉ GIGLIO
Comportamento dos mergulhadores recreativos e seus efeitos em recifes
coralíneos do Banco dos Abrolhos
Comissão examinadora:
__________________________
Profª Drª Camila Cassano
(UESC)
__________________________
Prof. Dr. Cláudio Sampaio
(UFAL)
__________________________
Prof. Dr. Alexandre Schiavetti
(Orientador – UESC)
v
AGRADECIMENTOS
Ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade e professores
pelos ensinamentos e contribuições com o trabalho.
À CAPES pelo fornecimento da bolsa de mestrado e ao Parque Nacional Marinho – PNM dos
Abrolhos (através de Ricardo Jerozolimski) pelo interesse e apoio na pesquisa.
Aos guarda-parque Bernadete Barbosa, Erley Cruz, Egno Said e Edson Alves pelo
companheirismo e apoio durante o período de coletas.
Aos condutores de mergulho e empresários do PNM dos Abrolhos: Johnatas Andrade, Mauro
Lana, Renato Santoro, Dilson Cajueiro, Mitchel Kimpgem, Thomas Bonelli, Jean Pierre e
Jaqueline, Maurício Affonso, Vicente Albanez, Tarso Ramon e Laila Dourado.
Ao amigo Johnatas Adelir-Alves pela ajuda nas coletas e inúmeras discussões sobre nossas
dissertações.
A minha mãe, Ligia Giglio por ter me apresentado involuntariamente às ciências marinhas e pelo
apoio incondicional durante todas as etapas da minha vida.
À Alexandre Schiavetti pela confiança, estímulo em todas as fases do desenvolvimento do
trabalho.
À Osmar José Luiz pelo belo exemplo de profissional, apoio e incontáveis orientações desde
2005.
Aos amigos que Ilhéus e a UESC me presentearam: Daiany Erler, Lilian Sarmento, Maria Laura
Ternes, Igor Inforzatto, Tálita Thédiga, Caio Marques entre outros. Agradeço especialmente as
meninas da minha turma: Nicole Lellys, Mariana Neves, Letícia Fernandes, Leiza Souza, Laís
Caneva e Iara Jaloretto.
1
RESUMO
Os recifes coralíneos provêm uma ampla variedade de usos e benefícios para a
humanidade como a pesca, proteção costeira e turismo. Entretanto, estão ameaçados por diversas
fontes de impactos antrópicos a sobrepesca e o turismo desordenado. Com o rápido crescimento
da popularidade do mergulho recreativo, começaram a surgir preocupações de que locais com
altas taxas de visitação podem sofrer com impactos que comprometam a sustentabilidade da
atividade. Este estudo investigou como o comportamento dos mergulhadores scuba afeta o
número de contatos realizados com corais no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (PNMA).
Adicionalmente, foram verificadas por meio de entrevistas as preferências dos mergulhadores
com relação à fauna e percepções de alterações na abundância de peixes. Os mergulhadores
foram observados in situ em três tipos de recife e os contatos com os corais, descritos. Os
contatos foram comparados conforme o tempo de mergulho, experiência do mergulhador,
tamanho do grupo, sexo, uso de equipamentos adicionais. Oitenta e oito por cento dos
mergulhadores realizaram pelo menos um contato com os corais e representaram uma média de
8.62 contatos por mergulho. Não foram encontradas diferenças entre o número de contatos em
função do sexo ou nível de experiência. Usuários de sidemount e câmeras profissionais foram os
que causaram mais contatos com os corais. Os mergulhos em recife artificial foram os que
realizaram mais contatos com os corais. Mergulhadores iniciantes preferem avistar a megafauna,
enquanto os experientes preferem observar a fauna críptica. A percepção de mudanças na
abundância dos peixes foi influenciada pelo intervalo entre as visitas, onde mergulhadores com
maiores intervalos perceberam maiores reduções. As preferências dos mergulhadores do PNMA
mostraram que estão ao longo de uma contínua transição de acordo com a experiência, de
generalistas para especialistas. A avaliação do comportamento dos mergulhadores possibilita
estratégias de gestão para minimizar os impactos. Por exemplo, uma postura mais proativa dos
condutores na intervenção dos contatos, principalmente no início do mergulho, reduzindo os
impactos do mergulho recreativo.
Palavras-chave: recife coralíneo, ecoturismo, impacto mergulho, mergulho SCUBA, comunidade
bentônica
2
ABSTRACT
Coral reefs provide a wide variety of uses and benefits to humanity such as fisheries,
coastal protection and tourism. However, they are threatened by various sources of
anthropogenic impacts such as overfishing and uncontrolled tourism. Due to rapid growth in the
recreational diving popularity, concerns exists regarding sites with high visitation rates can
suffer impacts that compromise the ecological sustainability of diving tourism began to emerge.
This study investigated how behavior of scuba divers affects the number of contacts with corals
in Abrolhos National Marine Park (ANMP), Brazil. Additionally, we interview diver’s to
investigate marine life viewing preferences and perceptions of changes in fish abundance.
Recreational divers were observed in situ in three reef types and contacts with corals described.
Contacts were compared according diving time, diver experience, group size, sex, use of
additional equipment. Eighty-eight percent of divers had at least one contact with corals and
represent an average of 8.62 touches per dive. Divers touched corals on average 9.62 times per
dive, and of these about one caused structural damage. No were observed differences between
sex or experience level. Sidemount and professional cameras users caused more contacts.
Artificial reef dives were most likely made contact with corals. Beginner divers prefer sighting
megafauna, while experienced prefer cryptic fauna. The perception of changes in fish abundance
was influenced by interval between visits, where divers with longer intervals noticed major
reductions. Preferences in ANMP showed that divers are along a continuum according
experience, such as generalist to specialists. The evaluation of diving behavior enables
management strategies to minimize impacts. For instance, a more proactive stance of dive guides
in intervention of contacts, especially at the beginning of the dive, minimizing impacts of
recreational diving.
Keywords: coral reef, ecotourism, diving impact, SCUBA diving, benthic community
3
LISTA DE TABELAS
1.1 Tabela 1. Sumário do perfil do mergulhador ......................................................................... 31
1.2 Tabela 2. Número de vezes que os mergulhadores realizaram contatos com os organismos
vivos .............................................................................................................................................. 31
1.3 Tabela 3. Resultados do modelo linear generalizado com distribuição binomial negativa
inflada de zeros ............................................................................................................................. 32
2.1 Tabela 1. Divers perceptions of main causes of reductions in fish abundance in dive sites
Portinho Sul and Rosalinda on Abrolhos National Marine Park .................................................. 51
2.2 Tabela 2. Main motivation return to dive in Abrolhos National Marine Park ....................... 51
4
LISTA DE FIGURAS
1 Figura 1. Número de contatos com a comunidade bentônica por mergulho (N = 142)............ 29
2 Figura 2. Diagrama de dispersão do número de contatos com a comunidade bentônica e a
experiência do mergulhador .......................................................................................................... 29
3 Figura 3. A) Número de contatos realizados por mergulhadores sem equipamento adicional
(caixa branca), com câmera fotográfica (caixas cinza-claro) e com sidemount (caixa cinza
escuro). Fotógrafos com minicâmera usavam pequenas câmeras compactas para registro do
mergulho; Compacta, câmeras digitais compactas e; Fotógrafos profissionais: câmeras DSLR
profissionais, mais volumosas, que exigem uma capacidade técnica superior. B) Contatos
realizados de acordo com o tempo do mergulho. As caixas representam o intervalo interquartil,
que contêm 50% dos valores. A linha em toda a caixa indica a mediana. As linhas tracejadas
representam os percentis de 5 e 95 e círculos preenchidos são os valores extremos. Os números
abaixo das caixas representam o tamanho da amostra .................................................................. 30
4 Figura 4. Número de contatos realizados por mergulhadores em diferentes tamanhos de
grupos. Veja legenda da Fig. 3 para a explanação sobre o boxplot .............................................. 30
5 Figura 1. Location of Abrolhos National Marine Park and sampled areas Portinho Sul fringe
reef and Rosalinda historical shipwreck ....................................................................................... 48
6 Figura 2. Coplot of diver preferences between (a) medium/large and (b) small/cryptic animals
in Abrolhos National Marine Park. On each panel, a smooth line was fitted to aid interpretation.
Experience level: bgn = beginners, s.exp = somewhat experienced, m.exp = moderately
experienced, and exp = experienced ............................................................................................. 49
7 Figura 3. Rank score (mean+ CI) of animals that influencing scuba diving experiences in
ANMP between experience levels ................................................................................................ 49
8 Figura 4. Relationship between first-time visit year vs. perception of change in fish’s
abundance in dive sites (a) Portinho Sul fringe reefs and (b) Rosalinda shipwreck on Abrolhos
National Marine Park .................................................................................................................... 50
9 Figura 5. Perceptions about fish abundance between divers that revisit sites Portinho Sul and
Rosalinda shipwreck ..................................................................................................................... 50
5
SUMÁRIO
RESUMO ....................................................................................................................................... 1
ABSTRACT ................................................................................................................................... 2
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 7
2 OBJETIVO GERAL................................................................................................................ 13
Objetivos específicos ................................................................................................................... 13
3 Comportamento dos mergulhadores recreativos e os contatos físicos com os corais no
Banco dos Abrolhos .................................................................................................................... 13
Resumo ......................................................................................................................................... 15
Introdução ................................................................................................................................... 16
Materiais e Métodos .................................................................................................................... 18
Área de estudo ........................................................................................................................... 18
Comportamento dos mergulhadores ......................................................................................... 18
Perfil dos mergulhadores .......................................................................................................... 19
Uso de câmera subaquática e sidemount .................................................................................. 19
Comparação entre topografias ................................................................................................. 19
Análise de dados........................................................................................................................ 19
Resultados .................................................................................................................................... 20
Discussão ...................................................................................................................................... 21
Agradecimentos ........................................................................................................................... 24
Referências................................................................................................................................... 24
4 Marine life preferences and perceptions of change in fish abundance among recreational
scuba divers in Abrolhos National Marine Park, Brazil ......................................................... 33
Abstract ........................................................................................................................................ 34
Highlights ..................................................................................................................................... 34
Introduction ................................................................................................................................. 35
Coral reefs and dive tourism ..................................................................................................... 35
Understanding divers’ marine life preferences and implications for tourism management ..... 35
Survey site and aims .................................................................................................................. 35
Material and methods ................................................................................................................. 37
Abrolhos National Marine Park management and norms ........................................................ 37
Questionnaire application and design ...................................................................................... 37
Data Analysis ............................................................................................................................ 38
6
Results .......................................................................................................................................... 39
Diver profiles............................................................................................................................. 39
Marine life preferences ............................................................................................................. 39
Diver’s perceptions of change in fish abundances .................................................................... 39
Main motivation to return to the ANMP ................................................................................... 39
Discussion..................................................................................................................................... 40
Acknowledgments ....................................................................................................................... 42
References .................................................................................................................................... 43
5 CONCLUSÕES GERAIS ........................................................................................................ 52
6 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 53
7 ANEXO ..................................................................................................................................... 59
8 APÊNDICE 1 ............................................................................................................................ 60
9 APÊNDICE 2 ............................................................................................................................ 62
7
1 INTRODUÇÃO
Os ambientes recifais possuem comunidades biológicas diversas e produtivas que provêm
importantes serviços ecossistêmicos. Os recifes coralíneos possibilitam uma ampla variedade de usos e
benefícios para a humanidade, incluindo serviços e valores culturais, biológicos e econômicos como a
proteção costeira, pesca e turismo (BELWOOD et al., 2004). Estes serviços alcançam o montante
estimado de US$ 29.8 bilhões anuais, sendo a maior proporção gerada pelo turismo (US$ 9.6 bilhões) e
pesca (US$ 5.7 bilhões) (CESAR et al., 2003). Os recifes coralíneos ocorrem predominantemente em
águas tropicais de países em desenvolvimento e garantem uma importante fonte de alimentos e renda para
milhões de pessoas (MUNRO 1996; BARKER; ROBERTS, 2004). Entretanto, em várias partes do
mundo estão ameaçados por impactos derivados de atividades antrópicas como a pesca, poluição costeira
e o turismo desordenado (HAWKINS et al., 1999; MCCLANAHAN et al., 2002). Estes impactos agem
em sinergia com as mudanças climáticas (RICHMOND, 1993; HUGHES et al., 2003) e têm causado
declínios alarmantes nas condições biológicas dos recifes coralíneos em muitas partes do mundo
(BIRKELAND, 1997).
A principal estratégia que vem sendo adotada para a conservação dos recifes coralíneos é a
criação de áreas marinhas protegidas (AMPs). Estas áreas têm como objetivo principal de conservar os
recursos naturais e garantir a sustentabilidade ecológica, permitindo o uso humano controlado em
algumas ocasiões, como por exemplo, a pesca e o ecoturismo. O ecoturismo tem sido divulgado como
uma atividade que causa poucos danos aos ecossistemas naturais, podendo apoiar o uso sustentável dos
recursos naturais, especialmente em países em desenvolvimento (TUOHINO; HYNONEN, 2001). A
atividade, quando bem gerida, pode aumentar a consciência publica sobre a conservação da
biodiversidade, proporcionar renda para as populações locais e permitir o uso não extrativo dos recursos
naturais (HONEY, 1999). Entretanto, o maior desafio que restringe a efetiva gestão do ecoturismo em
AMPs é a falta de informação científica sobre os impactos das atividades que nela ocorrem (POMEROY
et al., 2005; WELLS et al., 2007).
Cada vez mais os recifes coralíneos são usados como destinos para o turismo e recreação. O
mergulho recreativo é o maior uso comercial de AMPs no mundo (TABATA, 1992; DAVIS; TISDELL,
1995), tendo apresentado crescimento relevante nas duas últimas décadas (HORNBACK; EAGLES,
1999; BUCKLEY, 2004; GARROD; GOSSLING, 2008). A diferenciada riqueza de vida marinha
observada em muitas AMPs em recifes coralíneos e a expansão da indústria do mergulho têm aumentado
a popularidade e visitação destes destinos (GREEN; DONNELLY, 2003; COPE, 2003).
Em AMPs é comum os mergulhadores pagarem uma taxa destinada à conservação e gestão. O
pagamento da taxa de usuário é uma das principais fontes de recurso obtida pelas AMPs em que ocorre
8
mergulho recreativo (GREEN; DONNELLY, 2003). Essa taxa pode até arcar com todos os custos
administrativos e da gestão, como ocorre em alguns locais no Caribe (PARSONS; THUR, 2008).
Entretanto, os usuários podem estar menos dispostos a pagar taxas destinadas a conservação quando a
qualidade de um ponto de mergulho declina em relação a características como visibilidade, diversidade
de espécies e cobertura de corais, como constatado em estudos no México (CASEY et al., 2010), Santa
Lucia (BARKER; ROBERTS, 2004) e nas Ilhas Seychelles (MATHIEU et al., 2003).
Embora o mergulho seja visto como uma atividade inofensiva ao ambiente marinho, os seus
impactos passaram a ser observados no início da década de 1990. Foi reconhecido que se sua prática for
além dos limites sustentáveis pode causar sérios danos, alguns irreparáveis ao ambiente marinho (DIXON
et al., 1993; SALM et al., 2000). Mergulhadores danificam os corais através de contato físico por meio de
suas mãos, corpo, equipamento e principalmente nadadeiras (BARKER; ROBERTS, 2004). Além dos
contatos físicos com o substrato vivo, as nadadeiras podem ressuspender o sedimento, parte do qual acaba
se depositando sobre os corais (ZAKAI; CHADWICK-FURMAN, 2002). Este substrato, ao recobrir a
superfície do coral, inibe o recrutamento, alimentação e fotossíntese (HASLER; OTT, 2008). Mergulhos
frequentes em um mesmo local podem alterar a distribuição de espécies, causam mudanças na estrutura
de comunidades e danos físicos aos corais e organismos bentônicos associados (HAWKINS; ROBERTS,
1992; DIXON et al., 1993; GARRABOU et al., 1998; HAWKINS et al., 1999; TRATALOS; AUSTIN,
2001; ZAKAI; CHADWICK-FURMAN, 2002). Esses incidentes (ex. toques de nadadeira) podem
resultar em impactos aos organismos bentônicos a curto e longo prazo, incluindo quebras de colônias de
corais, mortalidade por abrasão e efeitos da suspensão de sedimentos (CAMP; FRASER, 2012; KU;
CHEN, 2013). Mesmo quando os contatos não chegam a provocar alteração biológica, podem causar
impactos estéticos e visuais, reduzindo a satisfação dos mergulhadores e acarretando à desvalorização do
potencial turístico local (DIXON et al., 1993; DAVIS; TISDELL, 1996).
Pesquisas em diversas partes do mundo têm confirmado que os impactos relacionados aos
mergulhadores constituem a maior preocupação na gestão de AMPs (HUNT et al., 2013). No mar
Vermelho, o mergulho recreativo é a principal causa de danos aos corais (HAWKINS; ROBERTS, 1992)
onde a frequência de colônias danificadas é mais alta em recifes com alto índice de visitação,
principalmente em locais rasos (abaixo de 10 m de profundidade) (RIEGL; VELIMIROV, 1991;
HASLER; OTT, 2008). Isto pode causar reduções nas taxas de crescimento dos corais (GUZNER et al.,
2010). Neste mesmo local, Jameson et al. (2007) verificou que a percentagem de corais duros decresceu
43% e a cobertura de algas quadruplicou. Tais evidências indicam um cenário geral de que o turismo de
mergulho seja ecologicamente insustentável nos níveis em que vem sendo praticado atualmente em
alguns locais (ZAKAI; CHADWICK-FURMAN, 2002). Isto sugere que os danos aos corais acumulamse como uma função exponencial da frequência de visitação que o local recebe.
9
Os danos aos corais variam de acordo com a estrutura das espécies presentes. Os corais
ramificados são os que apresentam a maior susceptibilidade aos contatos físicos, devido a sua frágil
estrutura (GARRABOU et al., 1998). Entretanto, esses tipos de corais podem apresentar um crescimento
relativamente rápido, em comparação com outras espécies, podendo em algumas ocasiões, não ser
impactados pelo mergulho recreativo. Hawkins et al. (1999) observou que a quantidade de corais
ramificados aumentou em Bonaire, mesmo nos locais com altas taxas de visitação por mergulhadores.
Os impactos do mergulho recreativo têm gerado preocupação em locais que recebem altas taxas
de visitantes, como em alguns locais no Caribe, Austrália, Mar Vermelho e Estados Unidos (HAWKINS
et al., 1999; ZAKAI; CHADWICK-FURMAN, 2002; UYARRA; CÔTÉ, 2007; KRIEGER;
CHADWICK, 2012). Nestes locais a atividade representa uma fração importante da economia local
(TRATALOS; AUSTIN, 2001; POLAK; SHASHAR, 2012). Como exemplo de sítios com altas taxas de
visitação, nos recifes coralíneos do Santuário Nacional Marinho de Florida Keys são registrados entre
100.000 e 150.000 mergulhos por ano (LEEWORTHY; MORRIS, 2010). Hawkins e Roberts (1997)
analisaram os níveis de impactos dos mergulhadores e taxas de visitação em 11 pontos de mergulho em
Bonaire e Egito e verificaram que os danos aos corais tendem a aumentar consideravelmente quando o
número de mergulhos excede 5.000/6.000 mergulhos por ano. Este número tem sido sugerido como o
limiar de capacidade de carga para a gestão do mergulho (PRIOR, 1995; GUZNER et al., 2010), apesar
da susceptibilidade dos corais aos contatos poder variar de acordo com a espécie e morfologia
(HAWKINS et al., 1999). Em locais onde a atividade não foi gerida corretamente e os recifes foram
impactados até o fluxo de visitantes reduzir devido a redução na qualidade da biodiversidade e satisfação
dos mergulhadores. Nestes casos, o uso de recifes artificias tem sido uma alternativa para reduzir a
pressão sobre os naturais (WILHELMSSON et al., 1998).
Estudos demonstram a existência de uma correlação entre o número de contatos dos
mergulhadores com os corais e o nível de aprofundamento das informações ambientais que recebem
previamente ao mergulho (MEDIO et al., 1994; CAMP; FRASER, 2012; KRIEGER; CHADWICK,
2012). Medio et al. (1994) verificou uma redução de até 60% no número de contatos após a aplicação de
uma palestra pré-mergulho de 45 minutos a qual abordava biologia dos recifes, impactos do mergulho e
conceito de AMP. Entretanto, deve-se levar em consideração que geralmente as operações de mergulho
dispõem de poucos minutos para aplicação de uma palestra pré-mergulho e as condições de mar podem
não permitir uma explanação de maior duração. Por outro lado, Barker e Roberts (2004) consideraram
apenas o uso da palestra insuficiente para reduzir os contatos com os corais e verificaram uma maior
eficiência numa atenta supervisão e intervenção dos condutores de mergulho.
Certas características do ponto de mergulho e do mergulhador têm sido atribuídas à maior
frequência de contatos com os corais. Estas condições podem estar relacionadas à variação na experiência
(DI FRANCO et al., 2009), sexo (ROUPHAEL; INGLIS, 2001), finalidade do mergulho (UYARRA;
10
CÔTÉ, 2007), condições ambientais (e.g. ondas e correntes) (BARKER; ROBERTS, 2004; CHUNG et
al., 2013), posse de equipamentos adicionais (e.g. câmera fotográfica, luva e lanterna) (ROUPHAEL;
INGLIS, 2001; UYARRA; CÔTÉ 2007; LUNA et al., 2009; POONIAN et al., 2010) e características
biológicas do ponto de mergulho (e.g. cobertura de corais) (HARRIOT et al., 1997; ROUPHAEL;
INGLIS, 1997; HAWKINS et al., 1999). É esperado que mergulhadores menos experientes toquem mais
o fundo do que os mais experientes, devido ao menor controle de flutuabilidade e pouco domínio das
habilidades do mergulho. Entretanto, alguns estudos não observaram esta tendência (HARRIOTT et al.,
1997; DI FRANCO et al., 2006).
Outros fatores, como posse de equipamento adicionais e finalidade do mergulho também podem
fazer com que os mergulhadores toquem mais o fundo. Usuários de câmera subaquática se aproximam
mais do recife e são mais propensos a tocá-los, segurando ou ajoelhando-se no recife no momento da
fotografia (ROUPHAEL; INGLIS, 2001; LUNA et al., 2009). Geralmente os mergulhadores mais
experientes tendem a preferir observar animais crípticos, que vivem associados ao substrato, podendo
ocorrer mais contatos com a comunidade bentônica (GIGLIO et al., in prep). Mergulhadores do sexo
masculino, locais rasos e a fase inicial do mergulho estão associados com o aumento de danos aos corais
(BARKER; ROBERTS, 2004; KRIEGER; CHADWICK, 2012).
A topografia do recife pode estar relacionada com a vulnerabilidade dos corais. Hawkins e
Roberts (1992b) sugeriram que a topografia pode reduzir ou aumentar a vulnerabilidade dos organismos
bentônicos aos impactos do mergulho autônomo, dependendo do ângulo ou profundidade do substrato.
Por exemplo, organismos aderidos à face vertical do recife podem ser menos vulneráveis a distúrbio
porque mergulhadores experientes costumam se manter longe da parede. Entretanto, estudos verificaram
que a topografia do recife não é um preditor do número de contatos feitos pelos mergulhadores novatos e
experientes (ROUPHAEL; INGLIS, 1997; ZAKAI; CHADWICK-FURMAN, 2002). Como observado
nos estudos acima, a dinâmica das interações dos mergulhadores com os corais pode variar de acordo
com o perfil do mergulhador e a comunidade de corais. São necessários estudos e gestão em escala local,
levando em consideração o perfil sócio-demográfico dos mergulhadores, as condições ambientais e a
susceptibilidade das espécies aos impactos do mergulho recreativo.
Para melhor compreender o comportamento do mergulhador é necessário investigar suas
motivações, percepções e preferências. O interesse na vida marinha e os organismos preferidos a serem
avistados podem predizer comportamentos e atitudes típicas entre mergulhadores recreativos (LUCREZI
et al., 2013). Mergulhadores que visam observar a megafauna podem necessitar de estratégias de gestão
específicas, como a redução no tamanho dos grupos (RUDD; TUPPER, 2002) e o estabelecimento de
uma distância mínima de aproximação dos animais (QUIROS, 2007). Pequenos grupos causam menos
barulho e aumentam a chance de observar a megafauna (RUDD; TUPPER, 2002). Por outro lado, a
presença de espécies crípticas pode alterar o comportamento dos mergulhadores recreativos, como os que
11
procuram observar espécies como cavalos-marinhos e que acabam por permanecerem mais próximos ao
substrato, aumentando as chances de colisões e danos aos corais (UYARRA; CÔTÉ, 2007). Pesquisas
sobre motivações, preferências e percepções dos mergulhadores recreativos têm sido realizadas em
muitos destinos ao redor do mundo. Exemplos incluem Bonaire, Austrália, África do Sul, Ilhas Maurício,
Jamaica e Tailândia (UYARRA et al., 2009; INGLIS et al., 1999; LUCREZI et al., 2013; GÖSSLING et
al., 2008; WILLIAMS; POLUNIN, 2000; DEARDEN et al., 2007; MUSA, 2002). No entanto, a relação
entre experiência do mergulhador e organismos preferidos a serem avistados foi pouco investigada e deve
ser encorajadas para o entendimento das preferências deste público e suas potenciais implicações para a
gestão.
No Brasil, o turismo de mergulho tem apresentado crescimento relevante nas duas últimas
décadas. Informações pretéritas relatam existirem 65 mil mergulhadores autônomos realizando ao menos
12 mergulhos por ano e a cada ano 15 mil novos mergulhadores são formados (BRASIL, 2006).
Entretanto, acredita-se que atualmente este número seja muito maior. Hoje o mergulho representa o
principal uso recreativo em alguns locais, principalmente em AMPs como os Parques Nacionais
Marinhos de Fernando de Noronha e Abrolhos. Contudo, inexistem informações para subsidiar a gestão
da atividade em questões básicas, como a capacidade de carga e zoneamento. Luiz (2003) e Bertuol
(2005) realizaram estudos sobre o comportamento dos mergulhadores recreativos no Parque Estadual
Marinho da Laje de Santos e Ilha do Arvoredo. Os resultados revelaram que a grande maioria dos
contatos são acidentais e realizados por meio das nadadeiras. Na Ilha do Arvoredo os mergulhadores
realizaram uma média de 9,67 toques a cada 10 minutos de mergulho. Na comparação entre os dois
estudos, a maior frequência de contatos na Ilha do Arvoredo pode ser atribuída a menor visibilidade do
local (BERTUOL, 2005).
Os recifes coralíneos brasileiros são distribuídos por aproximadamente 3.000 quilômetros ao
longo da costa nordeste, do Sul do Estado da Bahia ao Maranhão, constituindo-se os únicos ecossistemas
recifais do Atlântico Sul (MAIDA; FERREIRA, 1997). O Banco dos Abrolhos é um alargamento da
plataforma continental (42000 km2), com profundidade raramente excedendo 30 metros e borda da
plataforma de cerca de 70 metros. É considerado o maior complexo recifal do Atlântico Sul (LEÃO,
1999; FRANCINI-FILHO; MOURA 2008). Das 18 espécies de corais recifais encontrados no Banco dos
Abrolhos, oito ocorrem somente no Atlântico Sul o coral cérebro, Mussismilia braziliensis é endêmico da
costa leste do Brasil (MAIDA et al., 1997; LEÃO; KIKUCHI, 2001). No Banco dos Abrolhos são
encontradas formações recifais únicas, denominadas chapeirão, que exibem uma forma característica de
pináculos de cogumelo e atingem de 5 a 25 metros de altura e até 300 metros de diâmetro (LEÃO;
KIKUCHI, 2001; FRANCINI-FILHO; MOURA 2008). Localizado dentro do Banco dos Abrolhos, o
PNM dos Abrolhos (PNMA) foi criado em 1983 e é considerado um dos melhores pontos de mergulho do
Brasil (MELO et al., 2005). Seu objetivo principal é conservar amostras do ecossistema marinho com alto
grau de endemismo, rico em recifes coralíneos, algas, ictiofauna e a proteção de espécies vulneráveis. As
12
atividades realizadas nesta AMP conciliam a proteção integral com a utilização para fins educacionais,
recreativos e científicos. Entretanto, impactos do turismo desordenado já foram observados nesta AMP já
nos anos 1990 (LEÃO et al., 1994). Atualmente o PNM dos Abrolhos sofre com ameaças provenientes da
sobrepesca, pesca ilegal, poluição, sedimentação proveniente do desflorestamento costeiro e projetos de
larga escala de exploração de hidrocarbonetos (MARCHIORO et al., 2005; MOURA et al., 2013).
Neste contexto, este estudou investigou o comportamento, motivações e preferências dos
mergulhadores autônomos recreativos do PNM dos Abrolhos, visando analisar os efeitos da atividade
sobre os corais e possíveis medidas de mitigação e/ou redução dos contatos causados por mergulhadores.
Este estudo se divide em dois capítulos: (i) investigar o comportamento dos mergulhadores recreativos,
com o objetivo de determinar quais são as condições em que ocorrem mais contatos com os corais e
propor medidas de mitigação visando reduzir os contatos; (ii) comparar as preferências dos
mergulhadores com relação aos animais preferidos a serem avistados e (iii) verificar correlações entre
experiência e percepções de alterações na comunidade de peixes.
13
2 OBJETIVO GERAL
Investigar a frequência com que os mergulhadores autônomos recreativos realizam contatos com
os corais e suas correlações com o seu perfil e características do ponto de mergulho, assim como as
preferências e percepções com relação à fauna marinha entre os diferentes níveis de experiência.
2.1 Objetivos específicos:
Parte 1: Comportamento dos mergulhadores recreativos e os contatos físicos com os corais no
Banco dos Abrolhos
Será submetido para a revista Environmental Management.
 Quantificar e comparar os contatos físicos realizados pelos mergulhadores recreativos nos corais
em recifes naturais e artificiais do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos;
 Verificar se o número de contatos realizado com os corais varia em função do sexo e nível de
experiência do mergulhador;
 Comparar o número de contatos realizados pelos mergulhadores com os corais entre usuários de
câmeras subaquáticas, sidemount e tempo de mergulho;
Parte 2: Marine life preferences and perceptions of change in fish abundance among recreational
scuba divers in Abrolhos National Marine Park, Brazil
Será submetido para a revista Tourism Management.
 Comparar as preferências de organismos a serem avistados entre mergulhadores com
diferentes níveis de experiência;
 Verificar mudanças na abundância de peixes recifais ao longo do tempo, segundo a percepção
dos mergulhadores.
14
3 Comportamento dos mergulhadores recreativos e os contatos físicos com os corais no
Banco dos Abrolhos
VINÍCIUS JOSÉ GIGLIO, OSMAR JOSÉ LUIZ e ALEXANDRE SCHIAVETTI
* Estrutura do artigo seguindo o modelo para publicação na revista Environmental Management
15
VINÍCIUS JOSÉ GIGLIOa, OSMAR JOSÉ LUIZb e ALEXANDRE SCHIAVETTIc
a
Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, Universidade Estadual de Santa
Cruz, Ilheus, BA, Brasil.
b
Department of Biological Sciences, Macquarie University, Sydney, NSW, 2109, Australia.
c
Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA, Brasil.
Resumo
Os recifes coralíneos são populares entre ecoturistas, mas os impactos do mergulho recreativo são um
motivo de preocupação. O presente estudo investigou como o tipo de recife (artificial, franja ou
chapeirão), o tempo do mergulho, o uso de equipamentos adicionais e o perfil do mergulhador
influenciam o número de contatos dos mergulhadores com os corais. Os mergulhadores foram observados
e os contatos com os corais, descritos. Foram comparadas diferenças entre os níveis de experiência dos
mergulhadores, tamanho do grupo, sexo, uso de equipamentos adicionais como câmera fotográfica e
sidemount. Oitenta e oito por cento dos mergulhadores realizaram pelo menos um contato com o
substrato. Cada mergulho resultou em média 9.62 contatos e 0.9 danos aos corais. Não foram encontradas
diferenças significativas entre os contatos por sexo, tamanho do grupo e nível de experiência.
Mergulhadores usuários de sidemount e câmeras profissionais causaram mais contatos com os corais. Os
mergulhadores do recife artificial foram os que mais realizaram contatos com o substrato. O tempo de
mergulho apresentou diferenças significativas no número de contatos, com um número maior de contatos
para os primeiros dez minutos de mergulho. A avaliação do comportamento dos mergulhadores pode
possibilitar estratégias de gestão para controlar os impactos, como por exemplo, uma postura mais
proativa dos condutores de mergulho na intervenção dos contatos, principalmente no início do mergulho,
permitindo assim o uso sustentável através do mergulho recreativo.
Palavras-chave: turismo marinho; área marinha protegida, Atlântico Sul, Banco dos Abrolhos.
16
Introdução
A popularidade dos recifes coralíneos para o uso recreativo tem aumentado nas últimas duas
décadas, assim como o desenvolvimento da atividade de mergulho ao longo dos trópicos (Van Treeck e
Schuhmacher 1998; Garrod e Gossling 2008). Entretanto, em várias partes do mundo, os recifes
coralíneos estão ameaçados por uma ampla variedade de impactos derivados de atividades antrópicas
como a pesca, poluição costeira e o próprio turismo desordenado (Hawkins e outros 1999). Estas
atividades, combinadas com a alta vulnerabilidade dos corais e em sinergia com as mudanças climáticas
(Richmond 1993; Hughes e outros 2003) tornam o uso sustentável deste ecossistema uma questão
complexa. O crescimento do mercado do mergulho recreativo tem sido acompanhado por preocupações
sobre impactos causados pela atividade (Poonian e outros 2010).
Há uma preocupação maior quando o turismo de mergulho se concentra em áreas marinhas
protegidas – AMPs, que geralmente são criadas para manter a biodiversidade em sua integralidade.
Segundo Tabata (1992) e Davis e Tisdell (1995), o mergulho recreativo é o maior uso comercial de
AMPs no mundo, tendo apresentado crescimento relevante nas duas últimas décadas (Hornback e Eagles
1999; Garrod e Gossling 2008). Em algumas ocasiões, os efeitos de um grande número de mergulhadores
em alguns pontos de uma AMP podem gerar impactos que são contrários aos principais objetivos da sua
criação (Davis e Tisdell 1995). A diferenciada riqueza de vida marinha observada em muitas AMPs em
recifes coralíneos e a expansão da atividade do mergulho tem aumentado à popularidade e visitação
destes destinos (Green e Donnelly 2003).
Mergulhadores danificam os corais através do contato físico direto com suas mãos, corpo,
equipamento e principalmente nadadeiras (Harriott e outros 1997; Rouphael e Inglis 1997). A pressão
sobre a camada fina de tecido que cobre a superfície do coral vivo resulta em abrasão (formação de
feridas e esmagamento de elementos esqueléticos) e remoção de tecidos, podendo até fraturar partes
esqueleto (Hawkins e outros 1999). Corais danificados são mais susceptíveis a predação e doenças que
podem levar à sua morte (Guzner e outros 2010). Além dos contatos físicos com o substrato vivo, as
nadadeiras podem ressuspender o sedimento, que então se estabelece nas proximidades (Zakai e
Chadwick - Furman 2002). Quando este sedimento recobre a superfície do coral, pode inibir seu
recrutamento, alimentação e fotossíntese (Haslet e Ott 2008).
Neste contexto, existe um grande interesse na identificação das características dos pontos de
mergulho e mergulhadores, que os levam a realizar contatos com os corais. A partir da década de 1990,
estudos foram desenvolvidos em diversos locais do mundo para determinar em quais condições os
mergulhadores danificam mais os corais (e.g. Hawkins e Roberts 1992; Garrabou e outros 1998; Hawkins
e outros 1999; Plathong e outros 2000). Estas características podem estar relacionadas à variação na
experiência (Di Franco e outros 2009), sexo (Rouphael e Inglis 2001), finalidade do mergulho (Uyarra e
Côté 2007), condições ambientais (e.g. ondas e correntes) (Barker e Roberts 2004; Chung e outros 2013),
17
posse de equipamentos adicionais (e.g. câmera fotográfica, luva e lanterna) (Rouphael e Inglis 2001;
Uyarra e Côté 2007; Luna e outros 2009; Poonian e outros 2010) e características biológicas e geológicas
do ponto de mergulho (e.g. cobertura de corais e topografia) (Harriot e outros 1997; Rouphael e Inglis
1997; Hawkins e outros 1999).
Estudos têm verificado que fotógrafos subaquáticos são os realizam mais contatos com os corais,
por meio da comparação entre não-fotógrafos, fotógrafos amadores e profissionais (Rouphael e Inglis
2001; Chung e outros 2013). Fotógrafos permanecem por mais tempo junto ao substrato e podem
deliberadamente ou acidentalmente tocar o recife para fotografar o objeto escolhido (Luna e outros 2009).
Entretanto, existem novas tecnologias de fotografia, como as minicâmeras e outros novos equipamentos
que ainda não foram avaliados quanto ao potencial de contribuir para o aumento dos contatos.
Como principais formas de mitigação dos impactos do mergulho recreativo, estudos têm testado a
aplicação de palestras educativas pré-mergulho (Medio e outros 1997; Camp e Fraser 2012) e proposto
capacidades de carga (Dixon e outros 1993; Davis e Tisdell 1995; Garrabou e outros 1998; Schleyer e
Tomalin 2000). Porém, torna-se difícil extrapolar os resultados entre localidades, considerando que
mergulhadores não são grupos homogêneos e as características biológicas e morfológicas dos recifes são
diversas. Mergulhadores geralmente são heterogênos quanto ao comportamento e impactos que causam.
O uso da palestra pré-mergulho mostrou-se eficiente para reduzir os contatos com os corais no Egito em
até 60% (Medio e outros 1997). Entretanto, em Santa Lucia, no Caribe, foram insuficientes, sendo a
intervenção do condutor a estratégia mais eficiente (Barker e Roberts 2004).
A topografia do recife pode estar relacionada com o aumento dos danos aos corais. Topografias
mais complexas geralmente dificultam o mergulhador a manter distância dos corais, que podem estar em
estruturas verticais. Entretanto, os danos não são claramente relacionados à topografia do recife
(Rouphael e Inglis 1997; Zakai e Chadwick - Furman 2002). Como observado nos exemplos acima, não
existe um padrão geral sobre o cenário em que ocorrem mais contatos com o recife. São necessários
estudos e gestão em escala local, levando em consideração fatores como o perfil sócio demográfico dos
mergulhadores, condições ambientais e a logística da operação de mergulho.
O uso de recifes artificiais tem sido proposto como medida de reduzir a pressão dos
mergulhadores sobre os recifes coralíneos (Pendleton 2005; Polak e Shashar 2012). Naufrágios são a
principal proposta de novos locais para mergulho por ser a atração preferida pelos mergulhadores, devido
principalmente ao seu apelo estético (Leeworthy e outros 2006). Além disto, existem muitos naufrágios
históricos que contribuem com as receitas geradas pelas atividades e consequentemente o
desenvolvimento econômico local (Edney 2006). Estes naufrágios são patrimônios culturais únicos,
frágeis, não renováveis e geralmente protegidos por lei (Jewell 2004). Porém, a base de conhecimento
sobre os impactos que o mergulho recreativo pode causar a essas estruturas e corais que nelas vivem é
ainda limitado.
18
Neste contexto, este estudo buscou verificar a influência dos mergulhadores e pontos de
mergulho em relação à frequência de contatos com os corais. A frequência de interação do mergulhador
com o substrato foi comparada em função de: (1) uso de equipamentos, como câmeras fotográficas e
sidemount; (2) topografia do recife (incluindo um recife artificial); (3) tamanho do grupo e (4) perfil do
mergulhador. Também foi testado se existe diferença na frequência de interações com o substrato ao
decorrer do tempo do mergulho.
Materiais e Métodos
Área de estudo
Este estudo foi conduzido nos recifes coralíneos do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos
(PNMA), Bahia, Brasil (965.67 km2). O PNMA é uma AMP de proteção integral criada em 1983 e se
destina à conservação da biodiversidade, turismo, atividades educacionais e pesquisa. Está inserido na
região que abrange os maiores e mais biodiversos recifes coralíneos do Atlântico Sul (Leão 1999, Leão e
Kikuchi 2001). Das 18 espécies de corais comumente encontradas no banco dos Abrolhos, oito ocorrem
apenas no Atlântico Sul e o coral cérebro, Mussismilia braziliensis é endêmico da costa leste do Brasil
(Leão e Kikuchi 2001). Esta AMP é um destino de mergulho popular devido à sua rica biodiversidade e é
considerado um dos melhores destinos para o mergulho no Brasil (Melo e outros 2005). Na década de
1990, a taxa de visitação anual no PNMA aumentou rapidamente e chegou a 10.000 pessoas. A partir da
década de 2000, esse número decresceu para 3.133 visitantes em 2010, de acordo com o órgão gestor. As
maiores taxas de visitação ocorrem no verão, período em que a visibilidade da água é melhor.
Comportamento dos mergulhadores
Foram coletadas informações sobre o comportamento dos mergulhadores recreativos no PNMA
por meio de observações diretas durante sete semanas durante dois verões (Janeiro a Março) em 2012 e
2013. Os mergulhadores estavam em operações comerciais de mergulho em embarcações live aboard,
com duração de três dias. Todos os mergulhadores da embarcação eram observados, uma dupla por
mergulho. As observações iniciaram-se quando os mergulhadores se aproximaram dos corais e
finalizaram no momento em que eles se afastaram dos corais, rumo a embarcação [início ao fim do
mergulho, conforme sugerido por Chung e outros (2013)]. Cada contato ocorrido entre o mergulhador e
os corais foi anotado em uma prancheta de PVC acoplada ao antebraço do observador. A consequência
do contato foi classificada entre toque e dano (se houve algum dano físico observável). Com relação ao
tempo de mergulho, os contatos foram agrupados em blocos de 10 minutos. Foi descrito o número de
mergulhadores no grupo e se houve intervenção do condutor durante ou após o contato com o coral.
Também foi registrado quando a movimentação do mergulhador resultou em revolvimento de sedimento
em cima dos corais. Os corais foram categorizados como ramificado (ex. coral de fogo Millepora
19
alcicornis) e maciço (ex. espécies do gênero Mussismilia). Outros organismos foram classificados como
gorgônia e outro substrato.
A fim de evitar alterações nos comportamentos dos mergulhadores, o observador foi apresentado
aos mergulhadores como turista que iria realizar mergulhos junto ao grupo. Uma distância mínima de três
metros foi mantida para evitar que os mergulhadores percebessem que eram observados. Quando a
observação era percebida, a amostragem foi descartada. Os comportamentos foram descritos como
intencional ou não intencional. Os contatos intencionais foram realizados por mergulhadores que estavam
conscientes do contato, como exemplo quando o mergulhador encosta no coral para se aproximar de
algum organismo pequeno junto ao substrato.
Perfil dos mergulhadores
O perfil dos mergulhadores foi determinado por meio da idade, sexo e número de mergulhos
realizados. Estas informações foram acessadas ao final das observações, por meio das fichas de cadastro e
termo de responsabilidade que é firmado entre o mergulhador e a operadora.
Uso de câmera subaquática e sidemount
As câmeras subaquáticas foram classificadas de acordo com Rouphael e Inglis (2001), sendo
incluída uma nova categoria, a recente tecnologia de mini câmeras. Os mergulhadores portadores de
câmera foram classificados em três categorias; 1) mini câmera (pequenas câmeras de manuseio simples;
e.g. Gopro); 2) câmeras compactas (câmeras digitais compactas de uso simples; e.g. Canon g12, Sony RX
100) e; 3) fotógrafos especialistas (câmeras mais volumosas, profissionais, com caixa estanque e flash
externo; e.g. Canon 5D e Nikon D300). Finalmente, o sidemount, uma configuração de equipamento que
permite o mergulhador carregar dois cilindros, um em cada lateral do corpo, ao invés de um no dorso.
Comparação entre topografias
O comportamento dos mergulhadores foi observado em seis pontos de mergulho que
compreendem três diferentes topografias: a) recifes de franja – Mato Verde, Portinho Sul e Língua da
Siriba; b) chapeirões [estruturas recifais que exibem uma forma característica de pináculos de cogumelo,
que atingem de 5 a 25 metros de altura (Francini-Filho e Moura 2008)] – Faca Cega e Chapeirão da
Sueste e; c) recife artificial (naufrágio histórico) – navio Rosalinda, cargueiro de aço, 102 m de
comprimento, naufragado em 1955 e com estado de conservação inteiro.
Análise de dados
Para comparar se existem diferenças entre os números de contatos entre os sexos, equipamentos
adicionais e tempo de mergulho variaram significantemente entre as topografias foi usado o teste de
Kruskal-Wallis - KW. O teste de Tukey comparou diferenças entre as classes de equipamentos
20
adicionais. A correlação entre o nível de experiência do mergulhador e o número de contatos com o
substrato foi analisado por meio do coeficiente de correlação de Spearman Rank.
Utilizou-se o modelo linear generalizado (MLG) com distribuição binomial negativa inflada de
zeros (ver Zeileis e outros 2008) para verificar o efeito da topografia, tamanho do grupo e características
do mergulhador (experiência, sexo e equipamento adicional) no número de interações por min-1 com os
corais. As análises estatísticas foram conduzidas através do software R 2.15.0 (R Development Core
Team, 2012), com o uso do pacote pscl. Todos os testes foram realizados a um nível de significância de P
< 0.05.
Resultados
Foram observados 142 mergulhadores autônomos recreativos. O tempo total de observação foi de
87 h e 16 minutos, com média de 37 minutos por mergulho. Homens representaram a maioria dos
mergulhadores (59%), com uma maior representatividade para as topografias de franja e recife artificial
(Tab. 1). A idade variou entre 10 e 64 anos. A classe de idade mais representativa foi a de 31 a 40 anos
(33%), seguida por 21 a 30 anos (23%). A proporção de homens e mulheres para cada categoria de idade
foi similar. A experiência variou entre 2 e 700 mergulhos (média = 114 mergulhos), com uma maior
frequência de mergulhadores com 26 a 50 e 1 a 25 mergulhos realizados (27,6% e 27%, respectivamente;
ver Tab. 1).
Cinquenta e oito porcento (N = 83) dos mergulhadores usavam equipamento adicional. Destes,
28.9% usavam mini câmeras, 32,5% câmeras compactas, 20,5% profissionais e 18,1% sidemount. A
média geral foi de 0,26 ±0,25 contatos por min-1 (±DP). A proporção da frequência de contatos entre os
mergulhadores pode ser observada na Fig. 1. Não foi observada correlação significativa entre a
experiência (num. de mergulhos realizados) e o número de contatos por min-1 realizados com os corais
para franja (P = 0,77, N = 58), chapeirão (P = 0,19, N = 40) e naufrágio (P = 0,36, N = 35) (Fig. 2).
Mergulhadores sem equipamento adicional obtiveram 0,19 ±0,26 contatos min-1, mini câmera
0,16 ±0,27 contatos min-1, câmera compacta 0,27 ±0,26 contatos min-1, fotógrafo profissional 0,40 ±0,26
contatos min-1 e sidemount 0,54 ± 0,28 contatos min-1. Usuários de sidemount tocaram os corais mais
frequentemente do que usuários e não usuários de câmeras entre os recifes (KW franja H = 18,29, P =
0,0001, recife artificial H = 16,81, P = 0,002, Fig. 3a) com uma significância menor para chapeirão (H =
12,03, P = 0,01). Houve efeito significativo entre as categorias de fotógrafos no recife artificial, com
diferenças entre mini câmeras e compactas (P = 0,01) e mini câmeras e reflex (P < 0,0001). Para
chapeirão, foram verificadas diferenças entre todas as categorias (P < 000,1). Não foram encontradas
diferenças entre o número de contatos entre homens e mulheres para as três topografias.
21
A maioria dos mergulhadores (88%, N = 126) tocou o substrato pelo menos uma vez durante o
mergulho. Destes, 40% (N = 58) causaram danos aos corais e o revolvimento do substrato foi observado
em 14% (N = 212) dos eventos. Noventa e dois por cento dos contatos (N = 1324) foram realizados não
intencionalmente. A maioria dos intencionais ocorreu nos primeiros vinte minutos do mergulho (69%, N
= 67) por fotógrafos especialistas (37%, N = 41) e usuários de câmeras compactas (21%, N = 23).
A frequência média de contatos mais alta entre os tipos de recife ocorreu no recife artificial, com
0,45 ±0,26 contatos por min-1, seguido por chapeirão (0,22 ±0,25) e franja (0,19 ±0,26 contatos por min1
). A maioria foi realizada por nadadeiras (79%), seguido pelas mãos (13.7%) e equipamento (11.5%)
(Tab. 2). As mãos foram responsáveis por 85% (N = 94) dos contatos intencionais, seguido por
equipamento e nadadeiras, ambos com 6%. A classe da biota mais afetada pelos toques foi coral maciço,
com 73.6%. Com relação aos danos, os corais ramificados e maciços foram os mais afetados, com 50.3 e
36.6%, respectivamente. Em apenas dois porcento (N = 29) dos contatos houve intervenção do condutor.
Os contatos realizados conforme o tempo de mergulho revelaram que a fase inicial do mergulho é
a que mais ocorrem contatos nos três tipos de recife (KW franja P < 0,0001, chapeirão P < 0,0001 e
recife artificial P = 0,02; Fig. 3b). Entretanto, existe uma forte tendência de redução no decorrer do tempo
de mergulho. O tamanho do grupo não influenciou o número de contatos (P = 0,57; Fig. 4). Os resultados
do MLG revelaram que os fatores que tiveram efeito significativo número de contatos com os corais
foram recife artificial (P < 0,001) e uso de equipamento adicional (P < 0,0001) e período final do
mergulho (classes de minutos 21 -30, P < 0,001 e >30, P < 0,0001) (Tab. 3).
Discussão
Este estudo revelou que o número de contatos com os corais varia de acordo com o tipo de recife,
uso de equipamentos adicionais e tempo do mergulho. Recife artificial obteve o dobro do número de
contatos de que franja e chapeirão. Isso pode ter ocorrido devido à maior complexidade estrutural do
naufrágio, no qual é possível fazer pequenas penetrações e há ocorrência de corais em toda a sua
extensão. Outro motivo foi que os condutores realizaram diversos contatos intencionais com os corais, e
essa postura ocasionalmente foi seguida pelos demais mergulhadores, resultando em uma maior média de
contatos com os corais no recife artificial. Barker e Roberts (2004) verificaram que em Santa Lúcia os
mergulhadores tendem a imitar o comportamento de seus líderes de mergulho. Quando questionados
sobre esse comportamento, os condutores comentaram que não estão preocupados com os corais, pois
entendem que o recife artificial não é seu ambiente natural. Eles ainda mencionam que corais não são a
atração do mergulho, pois havendo ou não, o mergulho continuará satisfatório por causa do naufrágio.
Entretanto, após um período entre 8 e 25 anos, os recifes artificiais em áreas tropicais alcançam o mesmo
nível de biodiversidade e benefícios para a produtividade e outros serviços ecossistêmicos que os recifes
naturais (Burt e outros 2009; Perkol-Finkel e outros 2006). O contato direto com o naufrágio pode causar
impactos nos organismos bentônicos presentes, expor o metal e acelerar o processo de corrosão (Jewell
22
2004; Edney 2006). Isso mostra que mesmo entre os condutores de mergulho há falta de informação
sobre a biodiversidade e impactos do mergulho.
Não houve redução no número de contatos com os corais em grupos de mergulhadores menores.
Isso ocorreu porque os condutores não interviram ou advertiram os mergulhadores após os contatos. No
Caribe, as intervenções foram bem sucedidas na redução no número de contatos, reduzindo em até 80%
(Barker e Robers, 2004). Porém, Krieger e Chadwick (2012) ressaltam que é difícil o guia prestar atenção
em todo o grupo porque tende a se manter olhando para frente, traçando o caminho e procurando
atrativos para mostrar aos mergulhadores. Fotógrafos geralmente são descritos como os mergulhadores
que mais tocam os organismos bentônicos (Luna e outros 2008; Worachananant e outros 2008). Usuários
de câmera se aproximam mais do recife e são muito mais propensos a tocar os corais, muitas vezes
intencionalmente, segurando ou ajoelhando-se no recife no momento da fotografia (Rouphael e Inglis
2001). Fotógrafos especialistas causaram mais contatos com os corais. No PNMA os usuários de mini
câmeras obtiveram a menor média de contatos. Isso pode ocorrer devido ao pequeno tamanho do
equipamento, que não necessita de maiores habilidades para manuseá-lo. Outro motivo é que a mini
câmera geralmente é utilizada para gravação de vídeos registrando mergulhos e na maioria das vezes não
possui tela para visualizar as imagens. Desta forma, os mergulhadores não ficam aguçados a se
aproximarem do substrato para conseguir melhores imagens dos organismos.
Oitenta e oito por cento dos mergulhadores realizaram contato com os recifes durante o
mergulho. Este valor é consistente com outros estudos, onde a maioria dos mergulhadores faz um ou mais
contatos com o substrato, como os 70% observado para a Austrália (Rouphael e Inglis 2001) e Estados
Unidos (Krieger e Chadwick 2012) e 75% para Bonaire (Uyarra e Côté 2007). No PNMA contatos foram
realizados com mais frequência nos 10 primeiros minutos de mergulho em todos os tipos de recife. A
parte inicial do mergulho é considerada a mais crítica quanto aos contatos (Franco e outros 2009; Camp e
Fraser 2012). No decorrer da atividade, o número de contatos reduziu. No período inicial os
mergulhadores têm mais dificuldade no controle da flutuabilidade (Di Franco e outros 2009). Nesta fase
estão ajustando o equipamento, se familiarizando com o ambiente marinho (Barker e Roberts, 2004) e
organizando a sequência das duplas (Autores, observação pessoal).
Nadadeiras são as maiores fontes de contatos com os corais (Medio e outros 1997; Rouphael e
Inglis 1995; 1997; Luna e outros 2009; Chung e outros 2013). Geralmente o contato com esse acessório é
involuntário, causado pela técnica de natação insuficiente e falta de controle de flutuabilidade, indicando
uma baixa proficiência do mergulho. Muitos mergulhadores podem não estar conscientes de que estão
tocando o recife (Poonian e outros 2010) ou não sabem que os contatos podem causar impactos nos corais
(Walter e Samways 2001). Isso evidencia que a falta de informação sobre o tema pode colaborar para que
os mergulhadores não deem a devida importância em evitar tocar os corais.
23
Mergulhadores mais experientes são mais familiarizados com o ambiente marinho e adquirem um
maior nível de treinamento. Isto aumenta suas habilidades na pratica do mergulho, como o controle de
flutuabilidade e do movimento das nadadeiras (Ong e Musa 2012; Davis e Tisdell 1995).
Consequentemente, deveriam realizar menos contatos com os organismos bentônicos. Entretanto, não
foram observadas correlações entre o nível de experiência e o número de contatos com os corais. A
razão é que mergulhadores inexperientes são mais cautelosos, em parte devido ao medo de tocar o que
não conhece. Esta observação também foi reportada por Rouphael e Inglis (2001), que não observou a
esperada correlação entre experiência e número de contatos. Os resultados deste estudo evidenciam
contradições na influência da experiência sob o comportamento dos mergulhadores. A gestão com
restrições baseadas apenas certificação e experiência pode ser ineficiente. Por exemplo, deixar áreas com
corais mais frágeis para serem visitadas somente por mergulhadores mais experientes.
Considerando a média de 37 minutos por imersão, os mergulhadores tocaram os corais em média
9,62 vezes por mergulho, e destes, 0,9 causaram danos. Esse resultado é inferior ao observado em outros
recifes de corais, como na Florida (0,33 contatos min-1 e 17,89 contatos por mergulho) (Camp e Fraser,
2012) e Hong Kong (0,87 contatos min-1 e 14,65 contatos por mergulho) (Chung e outros 2013). A menor
cobertura de corais em Abrolhos [cerca de 7% para as espécies mais abundantes, Mussismilia braziliensis
e Siderastrea stellata; Segal e Castro (2011)], comparados com estes outros recifes coralíneos, pode ser a
razão para este “melhor comportamento” dos mergulhadores, que apenas tem menos oportunidades
tocarem os corais.
Quanto ao tipo de coral afetado, os maciços tiveram o maior número de contatos e os ramificados
o maior de danos. Os locais que possuem altas densidades de corais ramificados podem ser mais
susceptíveis aos danos causados pelo mergulho. É recomendado que a capacidade de carga seja mais
baixa que os locais que consistem principalmente de corais maciços (Riegl e Riegl, 1996; Schleyer and
Tomalin, 2000). Nos recifes naturais do PNMA, ocorre uma maior abundância de espécies maciças,
especialmente M. braziliensis e S. stellata (Segal e Castro 2011). Para os recifes artificiais observa-se
uma maior abundância do coral ramificado Millepora alcicornis (VJG, observação pessoal).
Não existem informações precisas sobre o número de mergulhos realizados por ponto, mas
acredita-se que a visitação no PNMA é menor do que o proposto como capacidade de carga sustentável
para o mergulho em recifes coralíneos (5 a 6 mil mergulhos por ano; Hawkins & Roberts, 1997).
Baseados na estimativa que 1300 mergulhadores autônomos visitam o PNMA anualmente e que estes
realizam em média sete mergulhos (9100 mergulhos/ano), a extrapolação dos resultados do presente
estudo indica que os mergulhadores recreativos fariam 12.787 contatos e destes, 1170 representariam
danos físicos aos corais. Apesar do valor proposto para a capacidade de carga ser adotado mundialmente,
pode variar de acordo com o perfil do mergulhador e fatores que possuem influência na vulnerabilidade
do recife, como a intensidade de uso, o crescimento dos corais, a presença de espécies vulneráveis e a
24
geomorfologia do recife (Hawkins e Roberts 1997; Zakai e Chadwick-Furman 2002; Barker e Roberts
2004). A resiliência dos recifes coralíneos pode variar substancialmente, até dentro de uma mesma AMP
(Done 1992; Hughes e Connell 1999). Os recifes coralíneos do PNMA são únicos no mundo, constituído
predominantemente por uma fauna coralina de idade terciária, extinta em outras regiões do planeta (Leão
e Kikuchi 2005), com algumas espécies adaptadas à turbidez das águas proporcionada pela sedimentação
carbonática e siliclástica (Leão e Ginsburg 1997; Leão 2002). Portanto, a realização de um estudo de
capacidade de carga, considerando os aspectos locais do PNMA é fundamental para a gestão do mergulho
recreativo.
Recemenda-se a adoção de cinco principais medidas de gestão para ordenar e reduzir os danos
aos corais causados pelo mergulho no PNMA: (1) realizar um estudo de capacidade de carga,
considerando os aspectos locais; (2) monitorar o número de mergulhos realizados em cada local; (3)
estimular a intervenção dos condutores quando os mergulhadores realizarem contatos com os corais; (4)
sejam aplicadas palestras pré-mergulho com informações sobre os corais e aplicação de uma regra de
distância mínima de um metro do substrato (uma alternativa seria a exibição de um vídeo ou palestra
abordando o assunto durante a navegação até o PNMA) e (5) concentrar o início dos mergulhos em locais
com menor densidade de organismos. Estas estratégias devem em colaboração entre as partes
interessadas de mergulho recreativo, tais como agências governamentais, autoridades do parque, turismo
e operadoras de mergulho. O futuro desta atividade depende da saúde dos recursos dos recifes coralíneos,
fator que é influenciado pelo comportamento mergulhador e seus impactos.
Agradecimentos
Nós agradecemos o apoio dos operadores de mergulho do PNMA: Horizonte Aberto, Apecatu
Expedições e Parú Divers. Aos condutores subaquáticos V. Albanez, M. Lana, J. Andrade, M. Affonso,
T. Ramon, T. Bonelli, R. Santoro, D. Cajueiro, E. Said e M. Kipgem pelo apoio e incentivo. A J. AdelirAlves pelo auxílio na coleta de dados. Ao PNMA (através de R. Jerozolimski) por conceder a licença de
pesquisa e apoio. A Conservação Internacional - Brasil, Marinha do Brasil e guarda parques E. Alves, B.
Barbosa e E. Cruz pelo suporte na logística. The first author was supported by the Brazilian Ministry of
Education (CAPES).
Referências
Barker NHL, Roberts CM (2004) Scuba diver behavior and the management of diving impacts on coral
reefs. Biological Conservation 120: 481 – 489
Burt J, Bartholomew A, Bauman A, Saif A, Sale PF (2009) Coral recruitment and early benthic
community development on several materials used in the construction of artificial reefs and breakwaters.
J Exp Mar Biol Ecol 373: 72–78
25
Camp E, Fraser D (2012) Influence of conservation education dive briefings as a management tool on the
timing and nature of recreational SCUBA diving impacts on coral reefs. Ocean & Coastal Management
61: 31 – 37
Chung SS, Au A, Qiu JW (2013) Understanding the Underwater Behaviour of Scuba Divers in Hong
Kong. Environmental Management DOI 10.1007/s00267-013-0023-y
Davis D, Tisdell C (1995) Recreational scuba-diving and carrying capacity in marine protected areas.
Ocean & Coastal Management 26: 19 – 10
Di Franco A, Milazzo M, Baiata P, Tomasello A, Chemello R. Scuba diver behavior and its effects of a
Mediterranean marine protected area. Environmental Conservation 36: 32 - 40
Dixon JA, Scura LF, Van’t Hof T (1993) Meeting ecological and economic goals: marine parks in the
Caribbean. Ambio 22: 117 - 125
Done TJ (1992) Effects of tropical cyclone waves on ecological and geomorphological structures on the
Great Barrier Reef. Cont. Shel Re. 12: 859 - 872
Edney J (2006). Impacts of recreational scuba diving on shipwrecks in Australia and the Pacific: A
review. Micronesian Journal of the Humanities and Social Sciences 5: 201-233
Francini-Filho RB, Moura RL (2008) Evidence for spillover of reef fishes from a no-take marine reserve:
An evaluation using the before-after control-impact (BACI) approach. Fish Res 93:346–356
Garrod B, Gossling S (1999) New frontiers in marine tourism: diving experiences, sustainability,
management. Amsterdam, Elsevier
Green E, Donnelly R (2003) Recreational SCUBA Diving In Caribbean Marine Protected Areas: Do The
Users Pay? Ambio 32 (2): 65 - 69
Garrabou J, Sala E, Arcas A, Zabala M (1998) The impact of diving on rocky sublittoral communities: a
case study of a bryozoan population. Conservation Biology 12: 302 - 312.
Harriot VJ, Davis D, Banks SA (1997) Recreational Diving and Its Impact in Marine Protected Areas in
Eastern Australia. Ambio 26: 173 – 179
Hughes TJ, Connell JH (1999) Multiple stressors in coral reefs: A long-term perspective. Limnol.
Oceanogr. 44: 932 - 947
Guzner B, Novplansky A, Shalit O, Chadwick NE (2010) Indirect impacts of recreational scuba diving;
patterns of growth and predation in branching stony corals. Bull Marine Sci 86(3):727–742
26
Hawkins JP, Roberts CM (1992) Effects of recreational SCUBA diving on fore-reef slope communities
of coral reefs. Biological Conservation 62: 171 – 178
Hawkins J, Roberts CM. 1992b, ‘Can Egypt's coral reefs support ambitious plans for diving tourism?',
Proceedings of the 7th International Coral Reef Symposium 2: 1007-1013
Hawkins JP, Roberts CM (1997) Estimating the carrying capacity of coral reefs for SCUBA diving. In:
Proceedings of the 8th International Coral Reef Symposium 2: 1923–1926
Hawkins J, Roberts CM, Van’t Hof T, de Meyer K, Tratalos J, Aldam C (1999) Effects of recreational
scuba diving on Caribbean coral and fish communities. Conserv Biol 13:888–897
Hornback KE, Eagles PFJ (1999) Guidelines For Public Use Measurement And Reporting At Parks And
Protected Areas. IUCN, Gland, Switzerland and Cambridge, UK, v.4
Hughes T, Baird A, Bellwood D, Card M, Connolly S, Folke C, Grosberg R and others (2003) Climate
change, human impacts and the resilience of coral reefs. Science 301: 929 – 933
Jewell B (2004) The effectiveness of interpretation on diver attitudes and awareness of underwater
shipwreck values – SS Yongala, a case study. Bulletin of the Australasian Insti- tute for Maritime
Archaeology 28: 43 – 62
Krieger RK, Chadwick NE (2012) Recreational diving impacts and the use of pre-dive briefings as a
management strategy on Florida coral reefs. J. Coast. Conserv. DOI: 10.1007/s11852-012-0229-9
Leão ZMAN, Ginsburg RN (1997) Living Reefs surrounded by siliclastics sediments: the Abrolhos
coastal reefs, Bahia, Brazil. Proc. 8th Int. Coral Reef Symp. 2: 1767 – 1772.
Leão ZMAN (1999) Abrolhos, BA, o complexo recifal mais extenso do Atlântico Sul. In: Schobbenhaus,
CDA, Campos ET, Queiroz M, Berbert-Born M (eds) Sítios geológicos e paleontológicos do Brasil.
DNPM/CPRM, Brasília, pp 345–359
Leão ZMAN, Kikuchi RKP (2001) The Abrolhos Reefs of Brazil. In: Seeliger U, Kjerfve B (eds.)
Coastal Marine Ecosystems of Latin America. Springer-Verlag, Berlin, pp 83–96
Leão ZMAN, Kikuchi RKP (2005) A relic coral fauna threatened by global changes and human activities,
Eastern Brazil. Marine Pollution Bulletin 51: 599 – 611.
Leeworthy VR, Maher T, Stone EA (2006). Can artificial reefs alter user pressure on adjacent natural
reefs? Bulletin of Marine Science 78: 29 – 37
Luna B, Pérez CV, Sánchez-Lizaso L (2009) Benthic impacts of recreational divers in a Mediterranean
Marine Protected Area. ICES Journal of Marine Science 66: 517 - 523
27
Medio D, Ormond RFG, Pearson M (1997) Effect of briefings on rates of damage to corals by scuba
divers. Biological Conservation 79: 91-95
Melo RS, Crispim MC, Lima ERV (2005) O turismo em ambientes recifais: em busca da transição para a
sustentabilidade. Caderno Virtual de Turismo 5: 34 – 42
Ong TF, Musa G (2012) Examining the influences of experience, personality and attitude on SCUBA
divers’ underwater behaviour: A structural equation model. Tourism Management 33: 1531- 1534
Pendleton LH (2005) Understanding the Potential Economic Impacts of Sinking Ships for SCUBA
Recreation. Marine Technology Society Journal 39: 47–52
Perkol-Finkel S, Shashar N, Benayahu Y (2006) Can artificial reefs mimic natural reef communities? The
roles of structural features and age. Mar Environ Res 61:121–135
Plathong S, Inglis GJ, Huber ME (2000) Effects of self-guided snorkeling trails in a tropical marine park.
Conservation Biology 14: 1821 - 1830
Polak O, Shashar N (2012) Can a small artificial reef reduce diving pressure from a natural coral reef?
Lessons learned from Eilat, Red Sea. Ocean & Coastal Management 55: 94 – 100
Poonian C, Davis PZR, Kearns C, McNaughton CK (2010) Impacts of Recreational Divers on Palauan
Coral Reefs and Options for Management, Pacific Science 64: 557 - 565
R Development Core Team (2010) R: a language and environment for statistical computing. R
Foundation for Statistical Computing, Vienna, Available from http://www.R-project.org. Accessed 1
November 2011
Richmond RH (1993) Coral reefs: Present problems and future concerns resulting from anthropogenic
disturbance. American Zoologist 33: 524 – 536
Riegl B, Riegl A (1996) Studies on coral community structure and damage as a basis for zoning marine
reserves. Biological Conservation 77: 269–277
Rouphael T, Inglis GJ (1995) The effects of qualified recreational SCUBA divers on coral reefs.
Technical report 4. CRC Reef Research Centre, Townsville, Australia.
Rouphael AB, Inglis GJ (1997) Impacts of recreational scuba diving at sites with different reef
topographies. Biological Conservation 82: 329 - 336
Rouphael AT, Inglis GJ (2001) “Take only photographs and leave only footprints“ An experimental study
of the impacts of underwater photographers on coral reef dive sites. Biological Conservation 100: 281 287
28
Schleyer MH, Tomalin BJ (2000) Damage on South African coral reefs and an assessment of their
sustainable diving capacity using a fisheries approach. Bulletin of Marine Science 67(3): 1025-1042
Segal B, Castro CB (2011) Coral community structure and sedimentation at different distances from the
coast of the Abrolhos bank, Brazil 59(2):119 - 129
Tabata RS (1992) Scuba-diving holidays. In: Weiller B, Hall CM (Ed.). Special Interest Tourism.
Belhaven Press, New York, pp. 171-184
Uyarra MC, Côté IM (2007) The quest for cryptic creatures: Impacts of species-focused recreational
diving on corals. Biological Conservation 136: 77-84
Van Treeck P, Schuhmacher H (1998) Mass diving tourism – a new dimension calls for new management
approaches. Marine Pollution Bulletin 37: 499 – 504
Zakai D, Chadwick-Furman NE (2002) Impacts of intensive recreational diving on reef corals at Eilat,
northern Red Sea. Biological Conservation 105: 179-187
Zeileis A, Kleiber C, Jackman S (2008) Regression Models for Count Data in R. Journal of Statistical
Software 27(8): 1 - 25
Worachananant S, Carter RW, Hockings M, Reopanichkul P (2008) Managing the impacts of SCUBA
divers on Thailand’s coral reefs. J Sustain Tour 16(6): 645 – 663
Legendas das Figuras:
Fig. 1. Número de contatos com a comunidade bentônica por mergulho (N = 142).
Fig. 2. Diagrama de dispersão do número de contatos com a comunidade bentônica e a experiência do
mergulhador.
Fig. 3. A) Número de contatos realizados por mergulhadores sem equipamento adicional (caixa branca),
com câmera fotográfica (caixas cinza-claro) e com sidemount (caixa cinza escuro). Fotógrafos com
minicâmera usavam pequenas câmeras compactas para registro do mergulho; Compacta, câmeras digitais
compactas e; Fotógrafos profissionais: câmeras DSLR profissionais, mais volumosas, que exigem uma
capacidade técnica superior. B) Contatos realizados de acordo com o tempo do mergulho. As caixas
representam o intervalo interquartil, que contêm 50% dos valores. A linha em toda a caixa indica a
mediana. As linhas tracejadas representam os percentis de 5 e 95 e círculos preenchidos são os valores
extremos. Os números abaixo das caixas representam o tamanho da amostra.
Fig. 4. Número de contatos realizados por mergulhadores em diferentes tamanhos de grupos. Veja
legenda da Fig. 3 para a explanação sobre o boxplot.
29
Figura 1
Figura 2
30
Figura 3
Figura 4
31
Tabela 1 Sumário do perfil do mergulhador
Sexo (%)
Masculino
Feminino
Experiência (%)
1 – 25
26 – 50
51 – 100
>100
Idade (%)
10 - 20
21 – 30
31 – 40
41 – 50
> 50
Franja
Chapeirão
Estrutura
artificial
Total
26.8
14.1
16.1
18.3
16.2
8.5
59.1
40.9
11.8
15.1
9.2
7.2
7.9
9.9
7.9
7.9
7.2
2.6
5.3
7.9
27
27.6
22.4
23
6.8
23
31.8
20.3
18.2
Tabela 2. Número de vezes que os mergulhadores realizam contatos com os organismos vivos.
Toque
Dano
Parte
Coral
ramificado
Coral
maciço
Gorgônia
Outro
substrato
Total
Nadadeira
Mão
Joelho
Equipamento
Total
166
17
1
3
187
738
112
48
57
955
23
3
0
3
29
99
17
5
4
125
1026
149
54
67
1296
Nadadeira
Mão
Joelho
Equipamento
Total
74
4
1
2
81
42
4
0
13
59
1
0
0
0
1
11
2
0
7
20
128
10
1
22
161
32
Tabela 3. Resultados do modelo linear generalizado da variável numero de contatos/min-1 com distribuição
binomial negativa inflada de zeros.
Variável
Estimativa
Erro padrão
Valor Z
P
(intercepto)
Chapeirão
Recife artificial
Sexo (masculino)
Experiência
Equipamento adicional
Grupo (médio)
Grupo (pequeno)
Minuto (11– 20)
Minuto (21 – 30)
Minuto (> 30)
0.59
0.24
0.94
0.04
0.0006
0.41
-0.39
-0.41
-0.42
-0.92
-2.39
0.31
0.22
0.26
0.20
0.0006
0.07
0.24
0.32
0.27
0.27
0.29
1.87
1.08
3.52
0.22
1.04
5.40
-1.63
-1.25
-1.50
-3.39
-7.98
0.06
0.28
< 0.001
0.82
0.30
< 0.00001
0.10
0.21
0.13
< 0.001
< 0.00001
33
3 Marine life preferences and perceptions of change in fish abundance among recreational scuba
divers in Abrolhos National Marine Park, Brazil
VINÍCIUS JOSÉ GIGLIO, OSMAR JOSÉ LUIZ e ALEXANDRE SCHIAVETTI
*Estrutura do artigo seguindo o modelo para publicação na revista Tourism Management
34
Vinícius José Giglioa, Osmar José Luizb, Alexandre Schiavettic,*
a
Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, Universidade Estadual de
Santa Cruz, Ilheus, BA, Brazil.
b
Department of Biological Sciences, Macquarie University, Sydney, NSW, 2109, Australia.
c
Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA,
Brazil.
*Autor correspondente: Tel. 557336805262
eletrônico: A. Schiavetti ([email protected])
Endereço
Abstract
Understanding divers’ preferences and perceptions of environmental attributes can help inform strategies
to manage natural areas important for tourism. Preferences on marine life viewing and perceptions of
change in fish abundance were accessed in Abrolhos National Marine Park, Brazil. Using standardized
questionnaires, we asked divers to select their favorite animal to viewing and when divers return to the
dive site, their perception and expectation about fish abundance. Novice divers are generalist and prefer
encounters with megafauna’s animals, whereas experienced divers are more specialized and prefer to
cryptic species. Diver’s perceptions of changes in fish abundance vary among divers and are influenced
by the interval between the first and last visit. Divers with longer lag intervals perceive the highest
differences in fish’s abundance decline. The main causes pointed by divers as causing the decline are the
end of fish feeding and the occurrence of poaching. Scuba divers’ preferences for marine life encounters
change gradually with experience level, allowing tourism companies to match dive spots with divers’
experience, maximizing the chances of encounter their preferred marine life. Diver experience can be
used to direct the activity to the most attractive sites, according your preferences.
Keywords: marine protected area, diver satisfaction, management, dive tourism, visitor perceptions.
Highlights
1. Diver’s marine life viewing preferences and perceptions of change in fish abundance were accessed in
a marine protected area.
2. Novice divers prefer encounters with the megafauna, experienced prefer to see the cryptic fauna.
3. Divers with longer lag intervals perceive the highest differences in fish’s abundance
4. Scuba divers’ marine life viewing preferences change gradually with experience level.
35
Introduction
1.1. Coral reefs and dive tourism
Coral reef provide humans with a variety of benefits, including cultural, social, biological, and
economic services and values such as fisheries, coastal protection, and tourism (Bellwood et al., 2004).
Coral reefs have been popular with tourists, especially between scuba diving, one of the world’s fastest
growing recreational sports and developing to be a multi-billion dollar industry (Cope, 2003; Ong &
Musa, 2012). Examples include destinations known worldwide for its high coral reef biodiversity,
presenting high visitation rates, such as several dive sites in Caribbean (Tratalos & Austin, 2001), Red
Sea (Wilhelmsson et al., 1998) and Australia (Wilks & Davis, 2000).
Among the attractions, marine life is considered as the most important motivation for diving
tourism (Mundet & Ribera, 2001; Musa et al., 2006). The relatively better quality of marine life found in
most marine protected areas (MPAs) has resulted in an increasing number of divers visiting these areas
(Green & Donnelly, 2003). MPAs, in many cases, protect marine life and conserve ecosystems healthy,
thus making it attractive and increasing visitor satisfaction. However, scuba diving can inflict negative
impacts on reef ecosystems through some diver behaviors. Examples include trampling, feeding,
unintentional contact with corals through body parts, mainly fins (Worachananant et al., 2008; Chung et
al., 2013). Minimizing this impact is an urgent demand and requires understanding diver characteristics,
behavior and what factors are correlated or might influence the damage in coral reefs.
1.2. Understanding divers’ marine life preferences and implications for tourism management
Dive tourism managers must promote user satisfaction while preventing reef degradation. It is
therefore important to understand divers’ motivations, perceptions, and preferences. Interest in marine
life and viewing preferences may predict typical behaviors and attitudes among recreational scuba divers
(Lucrezi et al., 2013), like the preference for swimming near the substrate by divers who want to observe
seahorses (Uyarra & Côte, 2007). However, recreational scuba divers are not a homogeneous group.
Knowledge, motivations, preferences and expectations might be expected to vary among individuals.
Preferences also depend heavily on some aspects such as gender (Priskin, 2003), experience (Fakeye &
Crompton, 1991; Dimmock, 2009), and education level (Lothian, 2002; Priskin, 2003). Understanding
diver preferences can help to direct the activity according their desires and understand its behavior.
Studies on motivations, preferences and scuba diver perceptions have been performed at many popular
diving destinations around the world. Examples include Bonaire (Uyarra et al., 2009), Australia (Inglis et
al., 1999), Malaysia (Musa, 2002), South Africa (Lucrezi et al., 2013; Dicken, 2014), Thailand (Dearden
et al., 2007); Mauritius (Gössling et al., 2008), Belize, Jamaica and Cuba (Williams & Polunin, 2000).
36
However, the relationship of diver experience with marine life preferences have been scantily studied and
need to be encouraged to improve the management of this multi-billionaire industry (Ong & Musa, 2012)
and its potential impacts to marine environment. Recreational users revisiting the same locality along the
years seemed to be able to perceive differences among sites, especially regarding some biological
attributes like fish abundance, live coral cover, and species richness (Uyarra et al., 2009). These
perceptions can affect directly affect diver's expectations regarding biodiversity of the site, highlights the
need to maintain reef biodiversity at satisfactory levels.
Large and charismatic animals, such as groupers (Rudd & Tupper, 2002; Frias-Torres, 2012),
manta rays (Luiz et al., 2008), sharks (Gallagher & Hammerschlag, 2011; Bruce & Bradford, 2013),
marine mammals (Curtin & Garrod, 2008), and turtles (Bell et al., 2009) often attract divers. However,
other species can also provide a special appeal because of their rarity and/or cryptic nature; these include
seahorses, frogfishes (Goffredo et al., 2004; Uyarra & Côté, 2007), and colorful nudibranchs (Cater,
2008a). Cater (2008) observed that an initial desire to observe charismatic megafauna is gradually
supplanted by a fascination with smaller underwater inhabitants. Experienced divers were more often
excited by colorful nudibranchs than sharks or turtles. These memorable animals often allure recreational
divers in volunteered participatory surveys (e.g. Darwall & Dulvy, 1996; Goffredo et al., 2004; Bell et al.,
2009; Hussey et al., 2013). The special interest in these species means that they are more likely to be
recalled from memory.
Management strategies for recreational diving destinations (especially zoning and carrying
capacity estimates) should be informed about diver profile, behavior and motivations. Dives aiming to
see the megafauna may need specific management strategies to increase the chance of observing without
disturbing animals. Examples include group reductions to observe Nassau groupers (Rudd & Tupper,
2002), establishment of a minimum approach distance between divers and whale shark (Quiros, 2007),
grey nurse sharks (Smith et al., 2014), along with other rules of self-regulatory code of conduct for the
species (Davis et al., 1997; Otway et al., 2003). Small groups cause less noise and increase their chance
to observe megafauna (Rudd & Tupper, 2002). On the other hand, the presence of cryptic species may
significantly alter the behavior of recreational divers who may come very close to the substratum,
increasing the potential for collisions and damage to corals, both accidentally and intentionally (Uyarra &
Côté, 2007).
1.3. Survey site and aims
Recreational scuba diver’s preferences and perceptions of environmental changes were
investigated in Abrolhos National Marine Park (ANMP), eastern Brazil. The ANMP bears the greatest
marine biodiversity in the South Atlantic (Leão et al., 2003) and high levels of endemic fish and corals
(Francini-Filho & Moura, 2008). It is a popular diving destination, which is famous for its high coral reef
biodiversity and considered one of the best scuba diving destinations in Brazil (Melo et al., 2005). Scuba
37
diving trips usually take place on three-day live-aboard expeditions. Divers with diverse profiles and
experience levels are guided by underwater conductors. Popular marine fauna of the ANMP include
turtles, dolphins, rays, sharks, groupers, snappers, parrotfishes, triggerfishes, surgeonfishes, and cryptic
species like the endemic fish Gramma brasiliensis and the cleaner goby Elacatinus figaro (Rossi-Santos
et al., 2006; Francini–Filho & Moura, 2008; MMA, 2011). Cryptical and/or juvenile fishes and small
crustaceans are one of the favorite targets of ANMP divers, especially underwater photographers. This
species use branching fire-corals microhabitat as refuge (Nagelkerken & Nagelkerken, 2004; Coni et al.,
2012). These attributes make the ANMP an appropriate place to examine scuba diver preferences and
environmental change perceptions.
Surveys on the relationship between marine life viewing preferences, diver experience and
perceptions of environmental change are still scant and are needed at regions where diving is an
important economic activity. Thus, this study use questionnaires to assess divers marine life viewing
preferences and compare the differences between gender and experience levels. Additionally, we verify
the perceptions of divers regarding shifts in fish abundance along consecutive visits and how it affects in
the divers expectations.
2. Material and methods
2.1. Abrolhos National Marine Park management and norms
The ANMP is located on an extension of continental shelf 65 km from the State of Bahia and
covers an area of 912 km2 (16°40′–19°40′S; 39°10′–37°20′W) (Figure 1). It was established in 1983 by
Federal Decree 88.218, but effective conservation policy was not implemented until the mid-1990s.
Fishing or collect of any kind is forbidden inside the ANMP. The park is divided into two areas, the
Abrolhos archipelago and parcel (843, 27km2) and Timbebas reefs (122, 40 km2). The Abrolhos
archipelago receives recreational divers and is better controlled because it harbors the ANMP‘s marine
station. In the 1990s, unofficial estimates suggested that approximately 10,000 divers visited each year.
From the 2000s, that number has decreased to 3,133 visitors in 2010..
There are 15 dive sites in the ANMP. A maximum of 225 visitors are allowed per day (spread
over a maximum of 15 boats). However, this value was proposed without a carrying capacity study. The
use of gloves and dive knives is prohibited. The first dive of the excursion is aimed at gear adjusting and
buoyance control training.
2.2. Questionnaire application and design
We interview scuba divers through structured questionnaires between January and March 2012
and on February 2013. Face to face questionnaires were used to survey the preferences of divers
regarding marine life preferences (Williams & Polunin, 2000). Questionnaires were distributed in the last
38
day into the boat or dive center and were answered individually to ensure that interviewees were not
influenced by the presence of other divers. We sampled two of the four dive centers at two austral
summer seasons (January to March, 2012 - 2013). The questionnaire included questions regarding divers’
gender, age, nationality, experience and marine life preferences. Marine life preferences were accessed by
the follow question: ‘what are the animals that you most prefer to view on a dive in the ANMP?’
Respondents were asked to rank eight attributes: ‘shark and rays’, ‘big fishes’, ‘colorful fishes’, ‘marine
mammals’, ‘turtles’, ‘cryptic fishes’ and ‘small invertebrates’ on a scale from 0 (unimportant) to 3 (most
preferred). In the last two categories, we explained the characteristics and exemplify nudibranchs,
polychaetes and seahorses, gobies.
Divers were asked whether they had previously diving (before current dive) in two ANMP dive
sites (Rosalinda shipwreck and Portinho Sul fringe reef), to access perceptions of change in fish
abundance. For those who are returning, we apply six questions: 1) ‘how many times have you visited
these sites?’, 2) ‘what was the date of your first visit ?’ (when divers had returned more than once, we
requested that they make their comparisons based on their first-time visit), 3) ‘what changed regarding
fish abundance?’ (we required divers to estimate trends through frequency at intervals of 10%, for
decreases or increases), 4) ‘what are the possible causes for this reduction?’ (performed only to divers
who mentioned reductions on fish abundance in at least one of two sites), 5) ‘what was your main
motivation to return to the ANMP?’ and 6) ‘Was fish abundance as good as before?’. Respondents
choose between five categories: ‘much worse than expected’, ´worse than expected’, ‘as expected’,
‘better than expected’ and ‘much better than expected’. Before apply the questionnaires, we explained the
study objectives and requested permission to anonymously use the information provided. The response
rate was 98%.
2.3. Data Analysis
Marine life categories used in the questionnaires were separate in two groups, based on previous
studies of divers’ preferences (Dimmock, 2009; Cater, 2008a). The first group included the charismatic
megafauna: large and active creatures that are generally easily sighted where present: big fishes (most
often groupers and snappers), sharks and rays, marine mammals, turtles, and bright-colored fishes. The
second group included small and cryptic fauna species that typically require attention and searching skills
by the diver (cryptic fishes, small invertebrates and endemic corals). Regarding experience, we
categorized divers into four groups: (1) beginner, 1-25 dives, (2) somewhat experienced, 26-50 dives, (3)
moderately experienced, 51-100 dives, and (4) experienced, > 100 dives.
We used a generalized linear model (GLM) with Poisson distribution to identify relationships
between the marine life viewing preferences and diver profile (gender and experience level). The
preferred marine life categories were analyzed grouped either within the megafauna or the cryptic fauna
group. Logistic regression was used to investigate the relationship between diver’s perception of change
39
in fish abundance and year of first visit in sites investigated. For the purpose of this analysis, we grouped
mentions of reductions in fish abundance (negative); mentions of no change (zero) and mentions of fish
abundance improvement (positive). Statistical analysis was conducted using R 3.0.1 (R Core
Development Team 2013). Tests were performed at a significance level of p < 0.05.
3. Results
3.1. Diver profiles
A total of 190 structured questionnaires were applied on scuba divers between January and
March 2012 (62%) and February 2013 (38%). Male gender represented 60% and female 40% of total
divers interviewed. The age class between 31 and 40 years old obtained 39% of respondents, followed by
21-30 (30%) and 41-50 year olds (22%). Only two divers were foreigners from Germany. Beginners
divers represented 25%, 20% were somewhat experienced, 20% moderately experienced, and 35%
experienced.
3.1. Marine life preferences
The respondents reported a total of 570 citations of preferred marine life categories. The score
ranking was highly significant to the overall interaction between the experience and preferred animal
group (p < 0.0001). Cryptic fauna was preferred by more experienced divers and novices prefer
charismatic megafauna (p < 0.0001). Gender was not significant (p > 0.05). The preferences of male and
female divers tended to change from the charismatic megafauna to cryptic fauna with increasing
experience (Fig. 2a and 2b).
Sharks and rays category were the highest mean score for beginners and somewhat experienced
divers (1.71 and 1.57, respectively; Figure 3). For moderately experienced divers, the highest ranked
category were shark and rays (1.21), followed by endemic corals (1.0), and cryptic fishes (0.82). The
experienced divers preferred cryptic and small creatures, like cryptic fishes (1.43) and small invertebrates
(1.43).
3.2. Diver’s perceptions of change in fish abundances
Visitors that return to ANMP represent 37% (n = 68) of respondents. Of these, 56% had made
their first visit between 1997 – 2003 and 44% between 2001 - 2010. For Portinho Sul there was a
significant relationship between increase abundance of fishes and time-lag since first visit (p = 0.002; Fig.
4a). Divers who had made their first visit before 2003 reported the largest perceptions of reduction. Those
who made their first-time visit recently (from 2009 onwards) generally reported smaller reductions or
increases in abundance. In Rosalinda shipwreck, a significant relationship was also verified between
increase in fish’s abundance and lowest interval of first-time visit (p = 0.004; Fig. 4b). The expectative
40
of divers about fish abundance in Portinho Sul were mainly worse (51%) and much worse (22%) to
divers that visit first-time between 1997 - 2003. Divers that visit more recently (2004 - 2011) claimed
mainly fish abundance ‘as expected’ (64%), and ‘better than expected’ (22%). Similar pattern was
verified to Rosalinda Shipwreck, where divers that visit before 2003 reporting negative expectations, but
mentioned more times ‘as expected’ (47%) (Fig. 5).
The end of fish-feeding activities, was the main reason that divers thought to cause a reduction in
fish abundances in Portinho Sul (78.4%; n = 32), but 20.5% mentioned this cause together with excessive
visitation. Poaching was the main cause of fish abundance reductions (53.3%), followed by excessive
visitation (51.8%) in Rosalinda shipwreck (Table 1).
3.3. Main motivation to return to the ANMP
Nine main reasons motivate scuba divers return to the ANMP (Table 2). Six were related to
biodiversity, fish diversity, and corals and pinnacles diversity. Forty-one percent of answers were not
related to biodiversity or other biological attributes, but cited social interaction, historical shipwrecks, and
the helpful staff instead.
4. Discussion
Thi study reveals that marine life viewing preferences among scuba divers change gradually
according to divers’ experience level. Indeed, results represent the first attempt to examine changes in
preferences of scuba divers according to experience level. More experienced scuba divers tended to
prefer to see cryptic animals, such as small invertebrates and fishes. Increasing in experience and
specialization has been observed to influence marine life viewing preferences among scuba divers (Cater,
2008b; 2008; Ince & Bowen, 2011). Lucrezi et al. (2013) pointed out that novice divers ascribed greater
importance to the opportunity to learn new skills, explore a new destination, and overcome fear and feel
successful. Novice divers show less knowledge of marine life (Leujak & Ormando 2007). Megafauna is
easier to be sighted and generally no require knowledge and ability to be detected or recognized. With
increasing experience, divers tended to improve their skills of buoyancy control and displacement,
increasing their self-confidence to view cryptic fauna. More experienced divers are specialist users,
generally more concentrated on the focal species (Catlin & Jones, 2010). They able to look for small,
even cryptic creatures that are not obvious to an inexperienced eye (Ince & Bowen, 2011). However,
divers seeking cryptic species made more unintentional contact with corals, resulting in a greater
frequency of coral breakage (Uyarra & Côté, 2007). Our results reinforce the hypothesis of the
specialization theory (Ditton et al., 1992) that scuba divers are placed along a continuum from generalists
(broad interests and minimal resource dependence) to specialists (skilled interests and high resource
dependence; see review in Lucrezi et al., 2013) rather than general interest participating in diving
tourism.
41
Regarding marine life attributes, diver responses supported the general consensus as most divers
choose categories related to fishes (Williams & Polunin, 2000; Leujak & Ormond, 2007; Coghlan, 2012).
In a general way, big fishes like sharks, rays and groupers were the highest ranked. Mammals were the
second ranked, probably because of the seasonal occurrence of humpback whales at Abrolhos Bank
(Martins et al., 2013). However, preferences vary according experience (Fig. 3) , fish and others attributes
such as marine mammals and turtles were most important aspects that management might enhance
ANMP.
Knowing ANMP visitor profile would help to manage diving tourism, by directing divers with
different experience levels to dive spots where they will found marine life that corresponds with their
interest. In ANMP, experience wasn’t correlated with damage to corals (Giglio et al., unpublished data).
It was expected that experienced divers would touch less the corals, because they possess better skills to
buoyancy control and knowledge about protection of marine environment (Ong & Musa, 2012).
However, experienced divers, despite having greater buoyancy control and awareness about sustainable
practices, seek to observe cryptic animals associated with bottom, increasing the chances of collisions
with corals. Experienced divers in ANMP generally use additional equipment such as camera and
sidemount, further increasing the number of contacts with corals (Giglio et al., unpublished data).
The perceptions of changes in fish abundance revealed significant declines over the years on both
surveyed points, related to specific factors for each dive site investigated. Reduction were reported by
divers with longer lag intervals between the first and last visit, whereas divers with short (< 5 years)
intervals reported improvement. Unfortunately, there is no information available on temporal trends of
fish abundance in this sites. The end of fish-feeding was cited as the main cause for Portinho Sul, with a
smaller fraction reporting to Rosalinda. Fish-feeding was banned in 2003. In many places, this activity is
considered a powerful tourist attraction; fish feeding can attract aggregations of some species to the
feeding site (Milazzo et al., 2005). On the other hand, there is a consensus in studies of the negative
ecological consequences of feeding. For instance, fish feeding can influence the abundance of some
species (Cole, 1994) and cause health problems to fishes (Orams, 2002). The high abundance of fishes
attracted by feeding in ANMP may have influenced the perceived reduction in abundance after its ban.
Additionally, perceptions could be influenced by many experiences and knowledge not directly related to
their synoptic observations of that site. For instance, influenced by their knowledge of the oceans "being
in trouble", of general declines in fish populations worldwide, and the tendency of recollections of the
past to be influenced by memories being replayed and altered over time.
Excessive visitation was the second most cited cause of reduction in fish abundance for
both sites. This theme is currently discussed by managers and researchers (Van Treeck & Schuhmacher,
1998; Polak & Shashar, 2012). Previous studies have shown that scuba diving tourism has not negatively
affected the fish abundance in short term (Hawkins et al., 1999; Heyman et al., 2010). However, long-
42
term surveys are necessary to understand the ecological consequences of this relationship. Yet, the
ANMP annual visitation has been decreasing over the years, down 33% in 2002 (Alvarenga & Fleck,
2011). On the other hand, poaching (second highest cited) is actually observed in ANMP. Poaching levels
were not systematically estimated in the ANMP, but several instances were observed (Francini-Filho &
Moura, 2008; dive guides M. Lana, J. Andrade, T. Ramon pers. comm.). During data collection, we
observed dozens of anchored boats (probably poaching) inside the ANMP. We suggest the
implementation of new approaches in enforcement, like the permanency of a surveillance boat overnight
and a welcoming attitude toward complaints from scuba divers. The presence of a surveillance boat in the
ANMP for a few nights per month could potentially reduce poaching.
As expected, marine life was the main attribute motivating divers the return to the ANMP for
many respondents. Divers who visited ANMP over 10 years ago observed reduction in fish’s abundance,
resulting consequently in worse expectative after the last visit. Social interactions and a helpful staff were
other factor relevant to the decision to return. The opportunity for social interactions is clearly an
important part of ecotourism experiences, particularly the ability to bond with like-minded individuals
during an activity (Cater, 2008b). Wreck and night dives, considered to be more adventurous dives, were
frequently mentioned as reasons for returning to the ANMP. This may be because these types of dives
offer unusual, and therefore memorable, experiences in terms of underwater features, more so than dives
considered to be technically difficult (Uyarra et al., 2008). In ANMP there are three historic shipwrecks
open for visitation. Protecting and maintaining marine life and service in ANMP at a level that makes
dives enjoyable, satisfies the expectations of scuba divers, and benefits dive-tourism revenues can be
made possible by quality conservation of these attributes.
In conclusion, this study has successfully shown the existence of relationship between diver
experience and marine life preferences. This can be used as a means of improving the scuba diving offer
according diver profile and preferences. For instance, dives with greater abundance and diversity of
cryptic organisms should be offered to experienced divers. Understanding diving behavior, motivations
and preferences can help guide this industry into a more sustainable mode for the future.
Acknowledgments
We thank Abrolhos National Marine Park (through R. Jerozolimski), dive centers Horizonte Aberto,
Apecatu Expedições, Paru Divers and staff for support and research permits. Dive guides M. Lana, M.
Affonso, R. Santoro, J. Andrade and V. Albanez. Anonymous reviewers gave helpful comments on the
manuscript. The first author was supported by the Brazilian Ministry of Education (CAPES).
43
References
Alvarenga, F., & Fleck, L. (2011). Estudo de Viabilidade Econômico-Financeira do Contrato de
Concessão de Passeios no Parque Nacional Marinho de Abrolhos – BA. Instituto Chico Mendes para a
Conservação da Biodiversidade.
Bell, C. D., Blumenthal, J. M., Austin, T. J., Ebanks-Petrie, G., Broderick, A. C., & Godley, B. J. (2009).
Harnessing recreational divers for the collection of sea turtle data around the Cayman Islands. Tourism in
Marine Environments, 5, 245–257.
Bellwood, D. R., Hughes, T. P., Folke, C., & Nystrom, M. (2004). Confronting the coral reef crisis.
Nature, 24, 827-833.
MMA – Ministério do Meio Ambiente (2011). Plano de ação nacional para a conservação das
tartarugas marinhas. Série Espécies Ameaçadas nº 25.
Bruce, B. D., & Bradford, R. W. (2013). The effects of shark cage-diving operations on the behavior and
movements of white sharks, Carcharodon carcharias, at the Neptune Islands, South Australia. Marine
Biology, 160, 889–907.
Cater, C., (2008). Perceptions of and Interactions with Marine Environments: Diving Attractions from
Great Whites to Pygmy Seahorses. In: B. Garrod & S. Goosling (Eds), New frontiers in marine tourism:
diving experiences, sustainability, management ( pp. 49-66). Oxford: Elsevier.
Cater, C. (2008b). The life aquatic: SCUBA diving and the experiential imperative. Tourism in Marine
Environments, 5, 233-244.
Catlin, J. & Jones, R. (2010). Whale shark tourism at Ningaloo Marine Park: A longitudinal study of
wildlife tourism. Tourism Management, 31, 386–394.
Cesar, H., & van Beukering, P. J. H. (2004). Economic valuation of the coral reefs of Hawaii. Pacific
Science, 58, 231–242.
Chung, S. S., Au, A., & Qiu, J. W. (2013) Understanding the Underwater Behaviour of Scuba Divers in
Hong Kong. Environmental Management DOI 10.1007/s00267-013-0023-y.
Cope, R. (2003). The international diving market. Travel & Tourism Analyst 6, 1–39.
Coghlan, A. (2012). Facilitating reef tourism management through an innovative importanceperformance analysis method. Tourism Management, 33, 767- 775.
Cole, R. G. (1994). Abundance, size structure, and diver-oriented behaviour of three large benthic
carnivorous fishes in a marine reserve in northeastern New Zealand. Biological Conservation, 70, 93–99.
44
Curtin, S., & Garrod, B. (2008). Vulnerability of Marine Mammals to Diving Tourism Activities. In: B.
Garrod & S. Goosling (Eds), New frontiers in marine tourism: diving experiences, sustainability,
management (pp. 93-113). Oxford: Elsevier.
Darwal, W. R. T., & Dulvy, N. T. (1996). An evaluation of the suitability of non-specialist volunteer
researchers for coral reef fish surveys. Mafia Island, Tanzania - A case study. Biological Conservation,
78, 223-231.
Davis, D., Banks, S., Birtles, A., Valentine, P., & Cuthill, M. (1997). Whale sharks in Ningaloo Marine
Park: managing tourism in an Australian marine protected area. Tourism Management, 18(5), 259–271.
Dearden, P., Bennett, M., & Rollins, R. (2007). Perceptions of diving impacts and implications for reef
conservation. Coastal Management, 35, 305 - 317.
Dicken, M. L. (2014). Socio economic aspects of the Sodwana Bay SCUBA diving industry, with a
specific focus on sharks. African Journal of Marine Science, 36, 39- 47.
Dimmock, K. (2009). Finding comfort in adventure: experiences of recreational SCUBA divers. Leisure
Studies, 28, 279-295.
Ditton, R., Loomis, D., & Choi, S. (1992). Recreation specialization: reconceptualization from a social
world’s perspective. Journal of Leisure Research, 24, 33-51.
Fakeye, P. C., & Crompton, J. L. (1991). Image differences between prospective, first-time, and repeat
visitors to the Lower Rio Grande Valley. Journal of Travel Research, 30, 10–16.
Ferreira, C. E. L. (2005). The status of target reef fishes. In: G. F. Dutra, G. R. Allen, T. Werner & S. A.
McKenna (Eds), A Rapid Marine Biodiversity Assessment of the Abrolhos Bank, Bahia, Brazil (pp. 5666). Washington: Conservation International.
Francini-Filho, R. B., & Moura, R. L. (2008). Dynamics of fish assemblages on coral reefs subjected to
different management regimes in the Abrolhos Bank, eastern Brazil. Aquatic Conservation: Marine and
Freshwater Ecossystems, 18, 1166-1179.
Frias-Torres, S. (2012). Should the Critically Endangered Goliath grouper Epinephelus itajara be culled
in Florida? Oryx 1, 1-8.
Gallagher, A. J., & Hammerschlag N. (2011). Global shark currency: the distribution, frequency, and
economic value of shark ecotourism. Current Issues in Tourism, 14, 797–812.
45
Goffredo, A., Piccinetti, C., & Zaccanti, F. (2004). Volunteers in marine conservation monitoring: A
study of the distribution of seahorses carried out in collaboration with recreational SCUBA divers.
Conservation Biology, 18, 1492–1503.
Gössling, S., Lindén, O., Helmersson, J., Liljenberg, J., & Quarm, S. (2008). Diving and Global
Environmental Change: A Mauritius Case Study. In B. Garrod, & S. Göosling (Eds), New frontiers in
marine tourism: diving experiences, sustainability, management (pp. 93-113). Oxford: Elsevier.
Green, E. & Donnelly, R. (2003). Recreational SCUBA Diving In Caribbean Marine Protected Areas: Do
The Users Pay? Ambio, 3, 2.
Hawkins, J. P., Roberts, C. M., Van’t Hof, T., de Meyer, K., Tratalos, J., & Aldam, C. (1999). Effects of
Recreational Scuba Diving on Caribbean Coral and Fish Communities. Conservation Biology, 13, 888897.
Heyman, W. D., Carr, L. M., & Lobel, P. S. (2010). Diver ecotourism and disturbance to reef fish
spawning aggregations: It is better to be disturbed than to be dead. Marine Ecology Progress Series, 419,
201-210.
Hussey, N. E., Stroh, N., Klaus, R., Chekchak, T., & Kessel, S. T. (2011). SCUBA diver observations
and placard tags to monitor grey reef sharks, Carcharhinus amblyrhynchos, at Sha’ab Rumi, The Sudan:
assessment and future directions. Journal of the Marine Biological Association of the UK, 93, 299–308.
Ince, T., & Bowen, D. (2011). Consumer satisfaction and services: insights from dive tourism. The
Service Industries Journal, 31, 1769-1792.
Inglis, G. J., Johnson, V. I., & Ponte, F. (1999). Crowding Norms in Marine Settings: A Case Study of
Snorkeling on the Great Barrier Reef. Environmental Management, 24, 369–381.
Leão, Z. M. A. N., Kikuchi, R. K. P., & Testa, V. (2003). Corals and coral reefs of Brazil. In J. Cortes
(Ed.), Latin America Coral Reefs (pp. 9–52). Oxford: Elsevier.
Leujak, W. & Ormond, R. F. G. (2007). Visitor Perceptions and the Shifting Social Carrying Capacity of
South Sinai’s Coral Reefs. Environmental Management, 39, 472-489.
Lothian, A. (2002). Australian attitudes towards environment. Australian Journal of Environmental
Management, 9, 45–61.
Lucrezi, S., Saayman, M., & Merwe, P.V.D. (2013). Managing diving impacts on reef ecosystems:
Analysis of putative influences of motivations, marine life preferences and experience on divers’
environmental perceptions. Ocean & Coastal Management, 76, 52-63.
46
Luiz, O. J, Balboni, A. P., Kodja, G., Andrade, M., & Marum, H. (2008). Seasonal occurrences of Manta
birostris (Chondrichthyes: Mobulidae) in southeastern Brazil. Ichthyological Research, 56, 96–99.
Martins, C. C. A., Andriolo, A., Engel, M. H., Kinas, P. G., & Saito, C. H. (2013). Identifying priority
areas for humpback whale conservation at Eastern Brazilian Coast. Ocean & Coastal Management, 75,
63-71.
Melo, R. S., Crispim, M. C., & Lima, E. R. V. (2005). O turismo em ambientes recifais: em busca da
transição para a sustentabilidade. Caderno Virtual de Turismo 5, 34 - 42.
Milazzo, M., Badalamenti, F., Vega-Fernandéz, T., & Chemello, R. (2005). Effects of fish feeding by
snorkellers on the density and size distribution of fishes in a Mediterranean marine protected area.
Marine Biology, 146, 1213–1222.
Mercado, L., & Lassoie, J.P. (2002). Assessing tourists’ preferences for recreational and environmental
management programs central to the sustainable development of a tourism area in the Dominican
Republic. Environment, Development and Sustainability, 4, 253–278.
Mundet, L., & Ribera, L. (2001). Characteristics of divers at a Spanish resort. Tourism Management, 22,
501- 510.
Musa, G. (2002). Sipadan: a SCUBA diving paradise: an analysis of tourism impact, diver satisfaction
and tourism management. Tourism Geographies, 4, 195-209.
Musa, G., Kadir, S. L. S. A., & Lee, L. (2006). Layang Layang: an empirical study on SCUBA divers'
satisfaction. Tourism in Marine Environments, 2(2), 89–102.
Nagelkerken, I., & Nagelkerken, W. P. (2004). Loss of coral cover and biodiversity on shallow Acropora
and Millepora reefs after 31 years on Curaçao, Netherlands Antilles. Bulletin of Marine Science, 74, 213–
223.
Ong, T. F., & Musa, G. (2012). Examining the influences of experience, personality and attitude on
SCUBA divers’ underwater behaviour: A structural equation model. Tourism Management, 33, 15311534.
Orams, M.B. (2002). Feeding wildlife as a tourism attraction: a review of issues and impacts. Tourism
Management, 23, 281- 293.
Otway, N. M., Burke, A. L., Morrison, N. S., & Parker, P. C. (2003). Monitoring and identification of
NSW critical habitat sites for conservation of grey nurse sharks: NSW Fisheries Final Report Series.
Nelson Bay, NSW: New South Wales Fisheries Office of Conservation.
47
Polak, O., & Shashar, N. (2012). Can a small artificial reef reduce diving pressure from a natural coral
reef? Lessons learned from Eilat, Red Sea. Ocean & Coastal Management, 55, 94-100.
Priskin, J. (2003). Tourist perceptions of degradation caused by coastal nature-based recreation.
Environmental Management, 32, 189–204.
Quiros, A. L. (2007). Tourist compliance to a Code of Conduct and the resulting effects on whale shark
(Rhincodon typus) behavior in Donsol, Philippines. Fisheries Research, 84, 102-108.
R Development Core Team, (2013). R: a Language and Environment for Statistical Computing. R
Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria, ISBN 3- 900051-07-0.
Rossi-Santos, M., Wedekin, L. L., & Sousa-Lima, R. S. (2006). Distribuiton and habitat use of small
cetaceans off Abrolhos Bank, eastern Brazil. Latin American Journal of Aquatic Mammals, 5, 23-28
Rudd, M. A., & Tupper, M. H. (2002). The impact of Nassau grouper (Epinephelus striatus) size and
abundance on SCUBA diver site choice and MPA economics. Coastal Management, 30, 133-151.
Smith, K. R., Scarpaci, C. Scarr, M. J., & Otway, N. M. (2014). Scuba diving tourism with critically
endangered grey nurse sharks (Carcharias taurus) off eastern Australia: Tourist demographics, shark
behaviour and diver compliance. Tourism Management, 45, 211-225.
Tratalos, J. A., & Austin, T. J. (2001). Impacts of recreational SCUBA diving on coral communities of
the Caribbean island of Grand Cayman. Biological Conservation, 102, 67 – 75.
Uyarra, M. C., & Côté, I. M. (2007). The quest for cryptic creatures: Impacts of species-focused
recreational diving on corals. Biological Conservation, 36, 77 –84.
Uyarra, M. C., Watkinson, A. R., & Côté, I. M. (2009). Managing Dive Tourism for the Sustainable Use
of Coral Reefs: Validating Diver Perceptions of Attractive Site Features. Environmental Management,
43, 1–16.
Van Treeck, P., & Schuhmacher, H. (1998). Mass Diving Tourism — A New Dimension Calls for New
Management Approaches. Marine Pollution Bulletin, 37, 8 – 12.
Wilks, J., & Davis, R. J. (2000). Risk management for scuba diving operators on Australia's Great Barrier
Reef. Tourism Management, 21, 591 – 599.
Wilhelmsson, D., Ohman, M.C., Stahl, H. & Shlesinger, Y. (1998). Artificial reefs and dive tourism in
Eilat, Israel. Ambio, 27, 764–766.
Williams, I. D., & Polunin, N. V. C. (2000). Differences between protected and unprotected reefs of the
western Caribbean in attributes preferred by dive tourists. Environmental Conservation, 27, 382–391.
48
Worachananant, S., Carter, R. W., Hockings, M. & Reopanichkul, P. (2008). Managing the impacts of
SCUBA divers on Thailand’s coral reefs. Journal of Sustainable Tourism, 16, 645 – 663.
Figure captions:
Fig.1. Location of Abrolhos National Marine Park and sampled areas Portinho Sul fringe reef and
Rosalinda historical shipwreck.
Fig. 2. Coplot of mean diver preferences score between (a) medium/large and (b) small/cryptic animals in
Abrolhos National Marine Park. On each panel, a smooth line was fitted to aid interpretation. Experience
level: bgn = beginners, s.exp = somewhat experienced, m.exp = moderately experienced, and exp =
experienced.
Fig. 3. Preferences (mean + CI) of animals that influencing scuba diving experiences in ANMP between
experience levels.
Fig. 4. Relationship between first-time visit year vs. perception of change in fish’s abundance in dive
sites (a) Portinho Sul fringe reefs and (b) Rosalinda shipwreck on Abrolhos National Marine Park.
Fig. 5. Perceptions about fish abundance between divers that revisit sites Portinho Sul and Rosalinda
shipwreck.
Figure 1
49
Figure 2
Figure 3
50
Figure 4
Figure 5
51
TABLES
Table 1: Divers perceptions of main causes of reductions in fish abundance in dive sites Portinho Sul and
Rosalinda on Abrolhos National Marine Park.
Reduction causes
1
2
3
4
5
6
End of feeding
Excessive visitation
Illegal fishing
End of feeding and excessive visitation
Illegal fishing and excessive visitation
Natural migration
Portinho
Sul (%)
57.9
9.5
3
20.5
9.1
0
Rosalinda
(%)
7.1
33.3
38.9
4.1
14.4
2.2
Table 2: Main motivation return to dive in Abrolhos National Marine Park.
Main return motivation
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Diversity of fishes
Social interaction
Corals and pinnacles diversity
Historical shipwrecks
Helpful staff
Night dive
Endemism
Turtles abundance
Scenic beauty of islands
%
21.4
16.1
14.3
14.3
10.7
7.1
5.4
5.4
5.4
52
CONCLUSÕES GERAIS
As taxas de contatos com os organismos bentônicos observados podem representar uma fonte
preocupante de impactos aos recifes coralíneos do PNMA, principalmente se houver aumento nas taxas
de visitação. O início do mergulho deve receber atenção especial na gestão, pois se trata do momento
crítico quanto aos impactos nos corais, assim como mergulhadores que usam câmera fotográfica
profissional e sidemount. Os condutores de mergulho deveriam ser conscientizados para mudar sua
postura quanto à conservação dos corais nos recifes artificiais. Estes organismos apresentam a mesma
função que em ambientes naturais e devem ser conservados, especialmente no cenário atual de doenças e
declínio na abundância de corais do Banco dos Abrolhos (FRANCINI-FILHO et al., 2008).
No Brasil, existe uma campanha governamental denominada “Conduta Consciente em Ambientes
Recifais” que aborda a informação aos usuários de áreas com recifes coralíneos sobre a importância de
sua preservação e incentiva a prática responsável durante as atividades recreativas em recifes coralíneos
(MMA/SBF, 2009). Entretanto, não existe um aprofundamento com relação a sensibilização dos
mergulhadores e os impactos que a atividade pode causar aos corais. Os estudos existentes revelam que a
maneira mais eficiente de educar os mergulhadores é a intervenção dos condutores/guias e a realização da
palestra pré-mergulho. A palestra aborda o assunto momentos antes dos mergulhadores iniciarem a
atividade, tornando mais efetiva por estar ‘fresca’ na memória dos mergulhadores. Entretanto, as medidas
de mitigação mais comumente utilizadas em recifes coralíneos não são aplicadas suficientemente pelos
condutores de mergulho do PNMA. Gestores, empresários e condutores subaquáticos devem priorizar a
implementação de medidas de redução dos contatos dos mergulhadores com os organismos bentônicos,
principalmente com medidas de gestão que reduzam a pressão de uso nos locais com organismos mais
vulneráveis. A cooperação entre os atores do mergulho recreativo é fundamental para uma boa gestão da
atividade, que é uma das principais formas de aproximar o público do ambiente marinho e suas
problemáticas oriundas de impactos antrópicos em todo o mundo.
Tonioli (2003) verificou que o perfil dos mergulhadores do PNMA e PNM de Fernando de
Noronha é similar quanto ao sexo, faixa etária, local de origem, escolaridade e renda mensal. Baseados
nestas informações, o comportamento dos mergulhadores observado no presente estudo pode ser
extrapolado para o PNM de Fernando de Noronha e AMPs em recifes coralíneos em que não existam
estas informações. Os resultados do presente estudo são essenciais para a determinação da capacidade de
suporte para o mergulho recreativo, no qual se usa informações sobre comportamento e perfil dos
mergulhadores, fragilidade dos corais, topografia do recife e histórico de visitação. Entretanto, a gestão
do mergulho nos recifes coralíneos brasileiros carece de informações básicas, como o número de
mergulhos realizados por local e perfil do visitante.
A identificação dos atributos da vida marinha preferidos pelos mergulhadores pode ajudar na
gestão do mergulho recreativo, direcionando a atividade conforme as preferências do público e provendo
53
um aumento do nível de satisfação dos visitantes. A proteção e manutenção das condições da vida
marinha a níveis que tornem os mergulhos agradáveis satisfazem as expectativas dos mergulhadores e os
benefícios provenientes das receitas do turismo de mergulho podem ser possibilitados pela melhoria e
conservação destes atributos.
Os operadores devem atuar em conjunto através de iniciativas que visem educar e informar os
mergulhadores vigiá-los e adverti-los quando houver interações que podem gerar impactos na vida
marinha. O uso sustentável dos recifes coralíneos para o mergulho recreativo requer que os operadores e
condutores de mergulho sejam proativos em promover o comportamento do mergulhador com mínimos
impactos.
REFERÊNCIAS
BARKER, H. L.; ROBERTS, C. M. Scuba diver behavior and the management of diving impacts on
coral reefs. Biological Conservation, v. 120, p. 481–489. 2004.
BELLWOOD, D.R.; HUGHES, T.P.; FOLKE, C.; NYSTROM, M. Confronting the coral reef crisis.
Nature, v. 24, p. 827-833. 2004.
BERTUOL, P.R.K. Efeitos de atividades de mergulho autônomo sobre um ambiente de costão
rochoso. Dissertação Universidade do Vale do Itajaí, Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental. 58pp.
2005.
BUCKLEY, R. Skilled commercial adventure: The edge of tourism. In: SINGH, T.V. New horizons in
tourism: Strange experiences and stranger practices. CABI Publishing, UK, p. 37-48. 2004.
CAMP E.; FRASER D. Influence of conservation education dive briefings as a management tool on the
timing and nature of recreational SCUBA diving impacts on coral reefs. Ocean & Coastal
Management, v. 61, p. 30-37. 2012.
CASEY J.F., BROWN C., SCHUHMANNB P. Are tourists willing to pay additional fees to protect
corals in Mexico? Journal of Sustainable Tourism, v. 18, n. 4, p. 557–573. 2010.
CESAR, H.; BURKE, L.; PET-SOEDE, L. The Economics of Worldwide Coral Reef Degradation.
Cesar Environmental Economics Consulting, Netherlands, 22p. 2003.
CHUNG SS, AU A, QIU JW Understanding the Underwater Behaviour of Scuba Divers in Hong Kong.
Environmental Management DOI 10.1007/s00267-013-0023-y. 2013.
COPE, R. The international diving market. Travel & Tourism Analyst, v. 6, p. 1–39. 2003.
54
DAVIS, D.; TISDELL, C. Recreational scuba-diving and carrying capacity in marine protected areas.
Ocean & Coastal Management, v. 26, n.1, p. 19-40. 1996.
DEARDEN, P., BENNETT, M., ROLLINS, R. Perceptions of diving impacts and implications for reef
conservation. Coastal Management, v. 35, p. 305 - 317. 2007.
DI FRANCO, A.; MILAZZO, M.; BAIATA, P.; TOMASELLO, A.; CHEMELLO, R. Scuba diver
behavior and its effects of a Mediterranean marine protected area. Environmental Conservation v. 36,
p. 32 – 40. 2009.
DIXON, J.A.; SCURA, L.F.; VAN’T HOF, T. Meeting ecological and economic goals: marine parks in
the Caribbean. Ambio, v. 22, p. 117-125. 1993.
FRANCINI-FILHO, R.B., MOURA, R.L. Evidence for spillover of reef fishes from a no-take marine
reserve: An evaluation using the before-after control-impact (BACI) approach. Fisheries Research, v. 93,
p. 346–356. 2008.
FRANCINI-FILHO, R.B., MOURA, R.L., Thompson, F.L., Reis, R.M., Kaufman, L., Kikuchi, R.K.P.,
Leão, Z.M.A.N. Diseases leading to accelerated decline of reef corals in the largest South Atlantic reef
complex (Abrolhos Bank, eastern Brazil). Marine Pollution Bulletin, v.56, p. 1008–1014. 2008.
GARRABOU, J.; SALA, E., ARCAS, A.; ZABALA, M. The impact of diving on rocky sublittoral
communities: a case study of a bryozoan population. Conservation Biology, v.12, p. 302-312. 1998.
GARROD, B.; GOOSLING, S. New Frontiers in Marine Tourism. Diving experiences,
Sustainability, Management. Elsevier. Amsterdam, 249 p. 2008.
GÖSSLING, S., LINDÉN, O., HELMERSSON, J., LILJENBERG, J., QUARM, S. Diving and Global
Environmental Change: A Mauritius Case Study. In: GARROD, B., GOOSLING, S. (Eds). New
frontiers in marine tourism: diving experiences, sustainability, management. pp. 93 -113. 2008.
GREEN, E.; DONNELLY R. Recreational SCUBA Diving In Caribbean Marine Protected Areas: Do
The Users Pay? Ambio, v. 32, n. 2, p. 65-69. 2003.
GUZNER, B.; NOVPLANSKY, A.; SHALIT, O.; CHADWICK, N.E. Indirect impacts of recreational
scuba diving: patterns of growth and predation in branching stony corals. Bulletin of Marine Science, v.
86, n. 3, p. 727–742. 2010
HARRIOT, V.J.; DAVIS D.; BANKS S.A. Recreational Diving and Its Impact in Marine Protected Areas
in Eastern Australia. Ambio, v. 26, p. 173-179. 1997.
55
HASLER, H.; OTT, J.A. Diving down the reefs? Intensive diving tourism threatens the reefs of the
northern Red Sea. Marine Pollution Bulletin, v. 56, p. 1788–1794. 2008.
HAWKINS, J.P.; ROBERTS, C.M. Effects of recreational scuba diving on fore-reef slope communities
of coral reefs. Biological Conservation, v. 62: 171-178. 1992.
HAWKINS, J.P.; ROBERTS, C.M.; VAN’T HOF, T.; DE MEYER, K., TRATALOS, J., ALDAM, C.
Effects of Recreational Scuba Diving on Caribbean Coral and Fish Communities. Conservation Biology,
v. 13, p. 888–897. 1999.
HONEY, M. Ecotourism and sustainable development. Who owns paradise? Segunda edição. Island
Press, Washington D.C. 1999.
HORNBACK, K.E.; EAGLES, P.F.J. Guidelines For Public Use Measurement And Reporting At
Parks And Protected Areas. IUCN, Gland, Switzerland and Cambridge, UK, v.4, 90 p. 1999.
HUGHES, T.; BAIRD, A.; BELLWOOD, D.; CARD, M.; CONNOLLY, S.; FOLKE, C.; GROSBERG,
R. et al., Climate change, human impacts and the resilience of coral reefs. Science, v. 301, p. 929–933.
2003
HUNT, C.V.; HARVEY, J.J.; MILLER, A.; JOHNSON, V.; PHONGSUWAN, N. The Green Fins
approach for monitoring and promoting environmentally sustainable scuba diving operations in South
East Asia. Ocean & Coastal Management, v. 78, p. 35-44. 2013.
INGLIS, G.J., JOHNSON, V.I., PONTE, F. Crowding Norms in Marine Settings: A Case Study of
Snorkeling on the Great Barrier Reef. Environmental Management, v. 24, 369–381. 1999.
JAMESON, S.C.; AMMAR, M.S.A.; SAADALLA, E.; MOSTAFA, H.M.; RIEGL, B. A quantitative
ecological assessment of diving sites in the Egyptian Red Sea during a period of severe anchor damage:
A baseline for restoration and sustainable tourism management. Journal of Sustainable Tourism, v. 15,
p. 309–323. 2007.
KRIEGER, R.K.; CHADWICK, N.E. Recreational diving impacts and the use of pre-dive briefings as a
management strategy on Florida coral reefs. Journal of Coastal Conservation. DOI: 10.1007/s11852012-0229-9. 2012.
KU, K.C.; CHEN, T.C. A conceptual process-based reference model for collaboratively managing
recreational scuba diving in Kenting National Park. Marine Policy, v. 39, p. 1–10. 2013.
LEÃO, Z.M.A.N., TELLES, M.D., SFORZA, R., BULHÕES, H.A., Kikuchi, R.K.P. Impacts of tourism
development on the coral reefs of the Abrolhos area, Brazil. In: GINSBURG, R.N. (Ed.) Global
56
Aspects of Coral Reefs – Health, Hazards, and History. Rosenstiel School of Marine and Atmospheric
Sciences, University of Miami, Miami. pp 254-260. 1994.
LEÃO, Z.M.A.N., KIKUCHI R.K.P. The Abrolhos Reefs of Brazil. In: Seeliger U, Kjerfve B (eds.)
Coastal Marine Ecosystems of Latin America. Springer-Verlag, Berlin, pp 83–96. 2001.
LEEWORTHY, V.R., MORRIS, F.C. A socioeconomic analysis of the recreation activities of Monroe
County residents in the Florida Keys/Key West 2008. Office of National Marine Sanctuaries, National
Ocean Service, National Oceanic and Atmospheric Administration, Silver Spring, Maryland. 2010.
LUCREZI, S., SAAYMAN, M., MERWE, P.V.D. Managing diving impacts on reef ecosystems:
Analysis of putative influences of motivations, marine life preferences and experience on divers’
environmental perceptions. Ocean & Coastal Management, v. 76, p. 52-63. 2013.
LUIZ-JÚNIOR, O. J. Observações sobre o comportamento dos mergulhadores recreativos e seus
potenciais impactos no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos. Relatório Técnico do Parque
Estadual Marinho da Laje de Santos - Santos – SP. 2003.
LUNA, B.; PÉREZ, C.V.; SÁNCHEZ-LIZASO, L. Benthic impacts of recreational divers in a
Mediterranean Marine Protected Area. ICES Journal of Marine Science, v. 66, p. 517 – 523. 2009.
MARCHIORO, G.B., NUNES, M.A., DUTRA, G.F., MOURA, R.L., PEREIRA, P.G.P. Avaliação dos
Impactos da exploração e produção de hidrocarbonetos no Banco dos Abrolhos e Adjacências.
Megadiversidade, v. 1, p. 225–310. 2005.
MAIDA, M.; FERREIRA, B.P. Coral Reefs of Brazil: an overview. Procedings of 8th Int Coral Reef
Symposium, p. 263-274. 1997.
MAIDA, M.; PONTES, A.C.P.; FERREIRA, B.P.; CASTRO, C.B. PIRES, D.; RODRIGUES, M.C.M.
(Orgs) Relatório do Workshop sobre os Recifes de Coral Brasileiros: Pesquisa, Manejo Integrado e
Conservação. CEPENE / Corallus. 1997.
MATHIEU L.F., LANGFORD I.H., KENYON W. Valuing marine parks in a developing country: a case
study of the Seychelles. Environment and Development Economics, v. 8, p. 373–390. 2003.
MCCLANAHAN, T., POLUNIN, N., DONE, T. In: Resilience and Behavior of Large-Scale Systems.
GUNDERSON, L.H. PRITCHARD, L. (Eds.). Island Press, Washington pp. 111–163. 2002.
MELO, R.S.; CRISPIM, M.C.; LIMA, E.R.V. O turismo em ambientes recifais: em busca da transição
para a sustentabilidade. Caderno Virtual de Turismo v. 5, p. 34 – 42. 2005.
57
MMA/SBF – Ministério do Meio Ambiente/ Secretária de Biodiversidade e Florestas. Manual para
Multiplicadores da Campanha Conduta Consciente em Ambientes Recifais. Brasília, 28p. 2009.
MOURA, R.L., SECCHIN, N.A., AMADO-FILHO, G.M., FRANCINI-FILHO, R.B., FREITAS, M.O.,
MINTE-VERA, C.V., TEIXEIRA, J.B., THOMPSON, F.L., DUTRA, G.F., SUMIDA, P.Y.G., GUTH,
A.Z., LOPES, R.M., BASTOS, A.C. Spatial patterns of benthic megahabitats and conservation planning
in the Abrolhos Bank. Continental Shelf Research, v. 70, p. 109–117. 2013.
MUNRO, J. L. The scope of tropical reef fisheries and their management. In: POLUNIN, N.V.C.; C.M.
ROBERTS (Org.). Reef fisheries. Chapman and Hall, London, p. 1-14. 1996.
MUSA, G. Sipadan: a SCUBA diving paradise: an analysis of tourism impact, diver satisfaction and
tourism management. Tourism Geography, v. 4, p. 195-209. 2002.
PARSONS, G.R.; THUR, S.M. Valuing changes in the quality of coral reef ecosystems: A stated
preference study of SCUBA diving in the Bonaire National Marine Park. Environmental Resource
Economics, v. 40, p. 593–608. 2008.
POLAK. O; SHASHAR, N. Can a small artificial reef reduce diving pressure from a natural coral reef?
Lessons learned from Eilat, Red Sea. Ocean & Coastal Management, v. 55, p. 94-100. 2012.
POMEROY, R.S.; WATSON, L.M.; PARKS, J.E.; CID, G.A. How is your MPA doing? A methodology
for evaluating the management effectiveness of marine protected areas. Ocean & Coastal Management,
v. 48, p. 485-502. 2005.
POONIAN, C., DAVIS, P.Z.R., KEARNS, C., MCNAUGHTON, C.K. Impacts of Recreational Divers
on Palauan Coral Reefs and Options for Management. Pacific Science, v. 64, p. 557 – 565. 2010.
PRIOR, M.; ORMOND, R.; HITCHEN, R.; WORMALD, C. The impacts on natural resources of activity
tourism: a case study of diving in Egypt. International Journal of Environmental Studies, v. 48, p.
201–209. 1995.
QUIROS, A.L. Tourist compliance to a Code of Conduct and the resulting effects on whale shark
(Rhincodon typus) behavior in Donsol, Philippines. Fisheries Research, v. 84, p. 102-108. 2007.
RICHMOND, R.H. Coral reefs: Present problems and future concerns resulting from anthropogenic
disturbance. American Zoologist, v. 33, p. 524–536. 1993.
RIEGL, B.; VELIMIROV, B. How many damaged corals in Red Sea reef systems? A quantitative survey
Hydrobiologia, v. 217, p. 249-256. 1991.
58
ROUPHAEL, A.B.; INGLIS, G.J. Impacts of recreational scuba diving at sites with different reef
topographies. Biological Conservation, v. 82, p. 329-336. 1997.
ROUPHAEL, A.B.; INGLIS, G.J. ‘‘Take only photographs and leave only footprints’’?: an experimental
study of the impacts of underwater photographers on coral reef dive sites. Biological Conservation, v.
100, p. 281–287. 2001.
RUDD, M.A., TUPPER, M.H. The impact of Nassau grouper (Epinephelus striatus) size and abundance
on SCUBA diver site choice and MPA economics. Coastal Management, v. 30, p. 133-151. 2002.
SALM, R.V.; CLARK, J.; SIIRILA, E. Marine and coastal protected areas: a guide for planners and
managers. IUCN: Washington, 371p. 2000.
TABATA, R.S. Scuba-diving holidays. In: WEILER, B.; HALL, C.M. (Org.), Special Interest Tourism.
Belhaven Press, New York, p. 171-184. 1992.
TUOHINO, A; HYNONEN A. Ecotourism: Imagery and reality: Reflections on concepts and practices in
Finnish rural tourism. Nordia Geographical Publications, v. 30, p. 21–34. 2001
TRATALOS, J.; AUSTIN, T.J. Impacts of recreational SCUBA diving on coral communities of the
Caribbean island of Grand Cayman. Biological Conservation, v. 102, p. 67-75. 2001.
UYARRA, M.C.; CÔTÉ, I.M. The quest for cryptic creatures: Impacts of species-focused recreational
diving on corals. Biological Conservation, v. 136, p. 77-84. 2007.
UYARRA, M.C., WATKINSON, A.R., CÔTÉ, I.M. Managing Dive Tourism for the Sustainable Use of
Coral Reefs: Validating Diver Perceptions of Attractive Site Features. Environmental Management, v.
43, p. 1–16. 2009.
WELLS, A.; BURGESS, N.; NGUSARU, A. Towards the 2012 marine protected area target in Eastern
Africa. Ocean & Coastal Management, v. 50, p. 67-83. 2007.
WILHELMSSON, D.; OHMAN, M.C.; STAHL, H.; SHLESINGER, Y. Artificial reefs and dive tourism
in Eilat, Israel. Ambio, v. 27, p. 764–766. 1998.
WILLIAMS, I.D., POLUNIN, N.V.C. Differences between protected and unprotected reefs of the
western Caribbean in attributes preferred by dive tourists. Environmental Conservation, n. 27, v. 4, p.
382–391. 2000.
ZAKAI, D.; CHADWICK-FURMAN, N. E. Impacts of intensive recreational diving on reef corals at
Eilat, northern Red Sea. Biological Conservation, v. 105, p. 179-187. 2002.
59
ANEXO
Autorização do ICMBio para realização de pesquisa no Parque Nacional Marinho dos
Abrolhos
60
APÊNDICE 1
Normas para submissão de artigo para a revista Environmental Management
61
62
APÊNDICE 2
Normas para submissão de artigo para a revista Tourism Management
63
64

Documentos relacionados