Repartição de Benefícios na prática: Diálogos bioculturais
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Repartição de Benefícios na prática: Diálogos bioculturais
Repartição de Benefícios na prática: Diálogos bioculturais Empoderando as comunidades no BioComércio Ético No contexto do BioComércio Ético, as negociações relacionadas com o abastecimento de recursos provenientes da biodiversidade devem estar baseadas no diálogo e na confiança. Por exemplo, a Norma de BioComércio Ético exige que as empresas que trabalham com a União para Biocomércio Ético (UEBT) garantam o empoderamento dos atores locais e respeitem o direito costumeiro nas negociações. Para cumprir as exigências éticas sobre o engajamento comunitário, a UEBT vem utilizando diferentes ferramentas e metodologias, dentre elas os diálogos bioculturais. Repartição de Benefícios no Bio Comércio Ético A repartição equitativa dos benefícios da biodiversidade é a essência do BioComércio Ético, que busca promover incentivos em nível local para o uso sustentável da biodiversidade, bem como o reconhecimento das contribuições dos atores locais. O Princípio 3 da Norma de BioComércio Ético aborda o tema da repartição equitativa de benefícios, tanto no processo de abastecimento como na pesquisa e desenvolvimento com base no uso da biodiversidade. « A Repartição de Benefícios na Prática » oferece exemplos concretos de como os membros da União para BioComércio Ético (UEBT) estão trabalhando para que suas políticas e práticas com ingredientes naturais respeitem a distribuição equitativa dos benefícios. Os diálogos bioculturais são abordagens para o engajamento das comunidades, que reconhecem o contexto social e cultural mais amplo das atividades baseadas na biodiversidade. Essas abordagens são desenvolvidas com base nas experiências com protocolos bioculturais comunitários, que têm sido utilizados por comunidades indígenas e locais para informar os termos e condições de seu engajamento com outras partes em relação à terra, recursos e conhecimentos tradicionais. Os protocolos bioculturais estabelecem que se realizem processos de consulta das comunidades indígenas e locais que consideram os objetivos de desenvolvimento local no contexto dos direitos costumeiros, nacionais e internacionais. Importância da reflexão na comunidade O abastecimento de recursos da biodiversidade é frequentemente visto em uma interface que envolve direitos, valores, instituições e práticas individuais e coletivas. No estabelecimento e empreendimento de práticas éticas de abastecimento, as empresas podem achar valiosa a oportunidade que têm os coletores, produtores e outros fornecedores em nível local, de poder definir direitos relevantes e objetivos de desenvolvimento. Ao promover processos internos de reflexão no nível da comunidade, no que se refere a estabelecer e melhorar as práticas de abastecimento, as empresas e outras organizações podem garantir regras claras, consistentes e amplamente aceitas para o engajamento e tomada de decisões. Em alguns casos, os processos internos de reflexão na comunidade podem constituir a base para futuros emprendimentos das comunidades locais a fim de consolidar e comunicar a sua abordagem à Gestão da Biodiversidade e conhecimento associado. Por exemplo, a Associação Florestal Indígena de Madre de Dios (AFIMAD), que reúne oito comunidades indígenas e trabalha com o membro fundador da UEBT, Candela Peru (www.candelaperu.net), está fomentando a discussão de valores, direitos e objetivos ligados a atividades específicas baseadas na biodiversidade, visando construir um protocolo biocultural comunitário mais abrangente. O objetivo do protocolo biocultural comunitário da AFIMAD será comunicar a sua estrutura de governança interna, valores em relação à biodiversidade e a outros recursos, bem como as regras de engajamento com empresas e outros parceiros. UEBT.note2.1O.O5.2O12.Biocultural.Dialogue.portuguese.indd 1 21/05/12 14:51 Repartição de Benefícios na prática: Diálogos bioculturais Engajando-se em um diálogo biocultural Após um processo de reflexão interna na comunidade, pode haver lugar para debates entre as empresas, fornecedores locais, organizações e outras partes interessadas, agora com base em uma melhor compreensão e procedimentos claramente definidos. Além disso, o diálogo biocultural implica em definir valores compartilhados que governam a relação entre a empresa e os fornecedores locais, desde referências à Norma de BioComércio Ético até princípios mais gerais como transparência, responsabilidade e boa fé. Também podem ser discutidos compromissos específicos ou medidas por meio das quais os atores podem melhorar relações de trabalho no contexto do BioComércio Ético. Por exemplo, em Madagascar, o diálogo entre a Associação biocultural Manara-Penitra, que reúne as comunidades locais que trabalham na coleta de ingredientes naturais e destilação de óleos essenciais, membros da Man and the Environment (www.madagascar-environnement.com) e Aroma Forest (www.huiles-essentielles-madagascar.com), incluiu debates sobre como os atores podem melhorar a sua contribuição em relação aos princípios do BioComércio Ético e aos critérios que avaliam o cumprimento desses princípios. O diálogo também abordou os próximos passos a serem desenvolvidos para implementar esses compromissos, incluindo novas discussões e oficinas para tratar de questões ou preocupações pendentes. Os resultados do diálogo, bem como reuniões de acompanhamento, foram refletidos no projeto e nos documentos contratuais. Olhando para o futuro Tendo como base as experiências iniciais, que de fato são encorajadoras, a UEBT continuará analizando de que forma os diálogos bioculturais podem ser utilizados no contexto do BioComércio Ético, nas operações e cadeias de abastecimento dos membros da UEBT, como uma ferramenta que favoreça as práticas éticas de biodiversidade. Como parte de seu suporte técnico para membros, o Secretariado da UEBT está desenvolvendo um pacote de formação sobre os diálogos bioculturais. O pacote de formação da UEBT inclui orientações sobre o por quê, quando e como os membros da UEBT podem usar diálogos bioculturais para aumentar o engajamento da comunidade e garantir o cumprimento da Norma de Biocomércio Ético. Desenhado por Cosmetics Inspiration & Creation Apoiado por: Para contatar a UEBT A UEBT é uma organização sem fins lucrativose que tem como base seus membros associados - www.ethicalbiotrade.org. Unión para el BioComercio Etico Secretariado Keizersgracht 158 1015 CX, Amsterdam, Netherlands Fone: + 31 6 12609883 [email protected] Administração financeira p/a CR Gestion et Fiduciaire SA Rte des Jeunes 9 1227 Carouge, Switzerland Fone: + 41 22 5661585 [email protected] Representação Brasileira São Paulo, Brasil Fone: + 55 11 9431 1880 [email protected] ® A União para BioComércio Ético é proprietário da marca registada. © Union for Ethical BioTrade (2012): Reprodução proibida sem autorização prévia por escrito da União para BioComércio Ético. UEBT.note2.1O.O5.2O12.Biocultural.Dialogue.portuguese.indd 2 21/05/12 14:51
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