cavasin

Transcrição

cavasin
Filha de um italiano e neta de chineses, a menina
de São Paulo adora viajar, não dispensa um bom rango
e diz guardar um pouco da timidez da adolescência:
“Tem que ter jeitinho para chegar em mim”.
JADE
C AVA S I N
fotos ALEXANDRE GENNARI
moda e beleza DRI CHEPEZAN
coordenação LUCIANO FERRERO
edição ALESSANDRO DE TONI
texto CACO FARIA
F L U I R
G I R L
pega onda, mas se ganhasse uma prancha... “Tentaria surfar,
é claro!”, afirma. “O mar me tranquiliza, recarrega as minhas
energias, é onde eu me desligo de todos os problemas.”
Jade praticou natação por sete anos e adora esportes. “Mas
hoje em dia só faço academia. Na verdade, acabei de começar (risos)”, diz ela. Difícil notar. Mais intrigante ainda é descobrir
como ela cuida do corpo: “Adoro comer”, diz. “Há pouco
tempo fui a um restaurante e pedi um prato. A garçonete disse:
‘Vocês vão dividir?’. Eu respondi que era só para mim, mas, para
ela não se assustar, disse que, se sobrasse, mandaria embrulhar.
Quando ela voltou para recolher os pratos, virou para meu
namorado e disse: ‘É magrinha mas come bem, né?’”. Jade não
tem prato preferido. “Eu gosto mesmo é de comida”, diz ela.
“Quando vou à pizzaria, quatro pedaços são garantidos, meu
namorado já sabe (risos).” Nunca adivinharíamos.
Para as meninas, ela dá sua dica de beleza: “O básico é tirar
sempre a maquiagem antes de dormir e usar sempre o filtro solar
no rosto antes de sair de casa. Uso fator 50”, conta a paulistana,
revelando que faz de tudo para proteger as partes que mais
gosta no próprio corpo: olhos e boca. >
C
om o nome que tem, Jade Hsu Cavasin, de
apenas 19 anos, poderia ser uma espiã árabe
infiltrada no Brasil ou, quem sabe, uma vidente coreana pronta para hipnotizar o primeiro
que encará-la. Mas Jade não passa de uma
menina inocente, uma universitária que marca presença nas aulas do curso de Comércio
Exterior da Universidade Mackenzie, em São
Paulo, e, nos intervalos dos estudos, trabalha
como modelo. Não é de estranhar que essa
paulista da capital provoque uma mistura de
sensações em você, leitor. Afinal, ela própria,
por si só, é um misto encantador.
Filha de um italiano nascido em Veneza e
neta de chineses, a garota herdou o gene nômade da família. Ela adora viajar. “Já fui para Veneza, Verona,
Paris, Barcelona, Ibiza, Canadá, Londres”, conta. “Faz quatro
anos que faço ao menos uma viagem por ano para a Europa,
tenho família em Barcelona e Londres. Da próxima vez, quero
ir para a Ásia, faz tempo que desejo visitar a Tailândia.” Estilo
de vida perfeito para a namorada de um surfista – mas não se
anime: Jade está comprometida há um ano e meio.
Tudo bem, ao menos este ensaio está ao alcance de todos
– todos os leitores da FLUIR, é claro. Já que é assim, vamos
conversar com Jade sobre o que mais importa, o surf. “Acho
um esporte muito bonito”, diz a paulistana. Sabe dizer o nome
de cinco surfistas? “Andy Irons, Kelly Slater, Gabriel Medina,
Adriano de Souza e Joel Parkinson...”, diz ela, mostrando que
entende do assunto. Seu preferido? “O havaiano Andy Irons,
ele era incrível! É só lembrar de 2006, durante o Pipeline Masters. Na final, Slater e Irons, o que foi aquilo?”, diz ela. Jade não
Do signo de Peixes, Jajá – como é chamada pelos amigos
– viveu a infância no campo, criada sempre na companhia
do irmão. “Uma vez, no sítio, eu, meu irmão e os amigos dele
inventamos de atravessar um lago a nado. Acho que tínhamos
uns 11 anos. A água era superescura, meio alaranjada, e não
conseguíamos alcançar o fundo. Nadávamos, nadávamos, e o
outro lado parecia nunca chegar. Quando chegou, vieram três
cachorros enormes correndo em nossa direção e tivemos que
voltar sem descansar”, lembra ela. História improvável para uma
garota que, na adolescência, julgava-se supertímida. Mas Jade
é assim, cheia de surpresas. Dá para perceber nas fotos que
cercam este texto. “Depois que cresci, fui perdendo a timidez,
mas ainda não me considero extrovertida”, conta. “Quando
mais nova, era insegura, me achava muito magra e alta. Depois
que crescemos ganhamos confiança, aprendemos o que fica
Fotografia: Alexandre Gennari. Modelo: Audrey Pompeo.
Produção de moda e beleza: Dri Chepezan. Assistente de produção: Ícaro de Castro.
bem ou não e pronto. Acho que é normal de qualquer menina,
né?”, diz. Pode ser, mas uma coisa é certa: Jade não é qualquer
menina. Dá para ver.
No entanto, não é só de aparências que vive o mundo, já dizia o
poeta. Então, como é Jade por dentro? “Eu me considero bem
tranquila. Sou bem alto-astral. É difícil algo me incomodar a
ponto de me tirar do sério”, diz ela, que adora hip-hop, música
eletrônica, livros de história – “O último que li foi ‘1808’, do Laurentino Gomes” – e filmes italianos – “Quando assisti a ‘A Vida
É Bela’, chorei até não poder mais”.
Daqui a 20 anos, Jade se imagina “casada, financeiramente
estável e completamente feliz”. Para ela, o homem ideal precisa
“confiar em você e gostar de você pelo o que é” e nunca,
jamais, apostar em cantadas. “Comigo isso não funciona. Tem
que ter jeitinho para chegar em mim.” Está anotado. <