O poder das fragrâncias

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O poder das fragrâncias
Edição 65 / Jul - Ago 2011 / www.editorastilo.com.br
O poder das fragrâncias
Um mercado que evolui, está presente em um número
cada vez maior de produtos e traz sempre muitas novidades
23 a 25 de outubro - Natal/RN
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
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ABISA
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
29º Expo & Congresso
ABISA Nordeste
Zoé Morés
Jornalista e Executiva da Abisa
...E A ABISA ESTÁ CHEGANDO AOS 30!
A ABISA, na incessante busca de solucionar os problemas da classe saboeira, percorre quase
diária e incansavelmente divisões técnicas, gabinetes, empresas, procura parcerias etc, levando seus
argumentos e seus pleitos na defesa da classe. Ao chegar aos 30 anos, a Abisa pode contabilizar
inúmeros sucessos, sucessos esses que bem demonstram sua coesão e credibilidade nos meios técnicos
e governamentais.
Pirâmide Natal
Reconhecemos que nada foi conseguido sem muita luta, esforço e dedicação de todos nós que
representamos a Associação. Nada disto foi feito sem que tenha primado no nosso desempenho a
Resort & Convention
abnegação, nos nossos argumentos a sinceridade e nos nossos pleitos a realidade. Tudo que conseguimos
foi justo e por justiça foi concedido. Tudo que batalhamos até hoje foi sensato e teve razão de ser pleiteado.
Por isso continuamos colhendo frutos e por isto crescemos e somos conhecidos e respeitados.
Iniciamos nossas atividades a quase 30 anos e graças à seriedade com que encaramos os novos
desafios, conseguimos fazer da Abisa, uma das associações mais respeitadas do segmento em que
atua. Funcionamos durante todos estes anos, crescendo de prestígio, galgando posições no mercado
e atingindo todos os objetivos que nos propusemos alcançar, tendo sempre como foco o associado/
fornecedor e suas necessidades do dia a dia. Sabemos que, em tempos de grande concorrência e
constantes transformações, é fundamental atentar para todas as mudanças e estar atualizado com as
novidades que movimentam o mercado.
Estamos sempre abertos e recebemos com muito carinho todas as sugestões, porque as idéias
jamais são opostas, o que se opõe são as personalidades. Idéias se complementam, se ampliam, se
ajudam, porque uma ideia sozinha precisa de outra e ambas precisam do diálogo, da disposição, do
entendimento. E os diálogos com foco no resultado tornam muito mais fácil ouvir e reagir a qualquer
tipo de atitude e comportamentos conflituosos das pessoas, porque não existe um ser humano igual ao
outro e cada um tem sua maneira de pensar e de ver as coisas.
Sempre nos mantemos longe e repudiamos em todos os sentidos qualquer comentário que possa
gerar a “rádio corredor” e fazemos o máximo para ajudar cada associado, fornecedor e/ou colaborador a
entender melhor a relação de custo x benefício de cada atividade realizada.
A filosofia original de “união e luta” dos fundadores da nossa Associação será sempre mantida,
afinal, foi com essa idéia que a Abisa se tornou uma entidade sólida e respeitada. Nosso lema será
sempre a união, a parceria e o respeito com o trabalho de cada um, seja pessoa física ou jurídica. O
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mercado já passou por fortes crises, mas em nenhum momento nossa Associação pensou em se fundir
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ou desistir, porque isto, a nosso ver, representaria a morte de todas as conquistas que obtivemos
desde a criação de nossa entidade Muito pelo contrário, a união com nossos associados e parceiros nos
fortalece a cada dia e não podemos esquecer que, em menos de dois meses estaremos realizando nosso
ABISA
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29º congresso ininterrupto.Isto nos dá a certeza de que estamos no caminho certo.
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Por três décadas, a Abisa lutou em defesa dos interesses das indústrias. Sozinha, contando
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apenas com seus associados e seus parceiros fiéis, obtendo assim, vitórias consagradas com coragem
e convicção. A distancia que separa nossas empresas, me obriga a não poder dar-lhes a cada um, a
atenção merecida no dia a dia, mas espero encontrar todos no próximo evento em Natal-RN de 23
a 25 de outubro...
Até lá...
O poder das fragrâncias
Um mercado que evolui, está presente em um número
cada vez maior de produtos e traz sempre muitas novidades
Edição 65 / Julho - Agosto de 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
expediente
Editorial
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Diretor
Daniel Geraldes
Prezado Leitor
Os perfumes foram utilizados primeiramente pelos egípcios
como parte de seus rituais religiosos. Os dois métodos principais
de uso naquela época eram a queima de incenso e a aplicação de
bálsamos e unguentos. Com o decorrer dos séculos muita coisa
mudou, além da propagação em sua utilização. A diversidade
nos gostos e o desenvolvimento da química moderna colocaram
as fundações da perfumaria como nós a conhecemos hoje.
A alquimia abriu novos caminhos para a química e novas
fragrâncias foram criadas.
Especialistas confirmam ser difícil afirmar quais
essências farão sucesso, mas é possível prever que tipo de
apelo conquistará os consumidores e sob um aspecto todos
são unânimes: as pessoas buscam cheiros que trazem à tona
sensações e momentos agradáveis da vida. Além de estarem
presentes nos cosméticos e na perfumaria fina, as fragrâncias
definitivamente “invadiram” os produtos de higiene e limpeza.
Outro importante aspecto apontado pelo setor é que, seja
qual for a essência, ela deve ser compatível com as fórmulas dos
produtos em que está incorporada e resultar em uma perfeita
harmonia com os atributos dos mesmos. Para entender um
pouco melhor este universo e acompanhar as últimas tendências
olfativas ouvimos alguns representantes do mercado. Confira
nas próximas páginas.
E já que o tema é o mercado de fragrâncias, temos a
oportunidade de apresentar nesta edição, além de varias
empresas já conhecidas no mercado, duas importantes empresas
que atuam no Nordeste do País, ambas sediadas no Recife. A
VitaSense, mais nova distribuidora de fragrâncias Firmenich
e a Norscent, distribuidora da companhia IFF - International
Flavors and Fragrances, que acaba de completar 15 anos de
atividades.
Boa Leitura!
Daniel Geraldes
Editor Chefe
Daniel Geraldes – MTB 41.523
[email protected]
Jornalista Colaboradora
Lia Freire - MTB 30222
[email protected]
Publicidade
Luiz Carlos Nogueira Lubos
[email protected]
Direção de Arte e Produção
Leonardo Piva
[email protected]
Conselho Editorial
Álvaro Azambuja
Daniel Geraldes
João Francisco Neves
José Luiz Araújo
Tânia Picchi
Zoé Mores
Impressão
Intergraf Ind.Gráfica Ltda
Distribuição
ACF Alfonso Bovero
Editora Stilo
Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61
São Paulo (SP) - Cep: 04004-000
Fone: (11) 2384-0047
A Revista Espuma é um veiculo
bimestral da ABISA publicada Editora
Stilo que tem como público-alvo
empresas dos seguintes mercados:
Fabricantes da Indústria de Sabão,
Higiene, Limpeza, Cosméticos, Perfumes
e Fragrâncias, Fornecedores de
Máquinas e Equipamentos, Insumos
e Matérias Primas, Prestadores de
Serviços, Frigoríficos e Graxarias,
Atacadistas, Supermercados,
Embalagens, Aromas, Indústria Química
Fina, Equipamentos de Laboratórios
e Análises, Corantes e Pigmentos,
Entidades da Cadeia Produtiva, Centros
de Pesquisas e Universidades, Escolas
Técnicas, entre outros.
A distribuição é gratuita para todo
o Brasil. É enviada para presidentes,
proprietários, diretores, gerentes,
compras, engenheiros e técnicos de
empresas.
Tiragem de 5.000 exemplares.
Os artigos assinados são de
responsabilidade de seus autores e não
necessariamente refletem as opiniões
da revista. Não é permitida a reprodução
total ou parcial das matérias sem
expressa autorização da Editora.
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Sumário
6
08
Notícias
22
Informe Publicitário 1
26
Informe Publicitário 2
28
Entrevista
Em Foco 1
32
Em Foco 2
Em Foco 3
36
Em Foco 4
Capa
34
44
42
7
Notícias
8
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Nivea ativa recomendações em promoções
realizadas na Inglaterra
A NIVEA lançou no final de junho uma campanha
experiencial para o seu produto NIVEA Soft moisturising
cream.
Com o título “comece uma nova amizade hoje”, a marca
promoverá diversas ativações em torno do novo creme.
A estratégia usada pela agência Space como racional
da campanha baseia-se numa pesquisa cujos resultados
informaram que 78% dos consumidores da marca
recomendariam um produto NIVEA aos seus amigos.
Para estimular este comportamento, ao invés de
distribuir um sample de produto, a marca distribuirá
dois, assim como dois cupons de desconto, um para a
consumidora e outro para uma amiga. Outras ações
promocionais acontecerão também no universo digital.
A campanha tem como foco mulheres entre os 20
e os 43 anos e realizará atividades experienciais nas
principais estações de trem e redes varejistas, em lojas de
departamentos e salões de cabeleireiro. Também serão
levados produtos por embaixadores treinados a locais onde
as mulheres costumam praticar esportes e em eventos de
caridade.
Por fim as atividades oferecem também uma
oportunidade de ganhar edições limitadas de potes de
creme NIVEA Soft criados pelo designer Josep Font, assim
como camisetas.
Maioria dos consumidores não adquire marcas que
desrespeitam meio ambiente
Mais de 80% dos consumidores deixariam de adquirir produtos caso tenham conhecimento de que a marca não respeita
o meio ambiente ou as práticas comerciais éticas.
De acordo com um estudo realizado pela União para BioComércio Ético, conhecido como Barômetro da Biodiversidade,
84% dos sete mil entrevistados de sete países se negariam a comprar no caso mencionado.
Mensagem para preservação da biodiversidade
A pesquisa ainda revelou quais mensagens estimulariam os consumidores à preservar a biodiversidade. Em primeiro
lugar, com 30% das citações, ficou a referência a dados alarmantes sobre espécies ameaçadas de extinção.
Outros 23% dos entrevistados disseram que seriam instigados a adotar posturas favoráveis ao meio ambiente caso
soubessem que a biodiversidade está sendo utilizada como insumo para medicamentos e cosméticos.
Comunicação das empresas
Cerca de 90% dos entrevistados mostraram interesse sobre as práticas de abastecimento das empresas de cosmético,
afirmando ainda que boicotariam uma marca caso os princípios éticos e ambientais não fossem respeitados.
O diretor de negócios da Beraca, empresa que fornece insumos amazônicos para a indústria cosmética e farmacêutica,
Filipe Sabará, avalia que a preocupação dos consumidores tende a ser um reflexo da comunicação das empresas.
Em oito anos, 48,7 milhões de brasileiros
entraram para as classes A,B e C
Desde 2003, 48,7 milhões de brasileiros entraram nas
classes A, B e C - população maior que a da Espanha. O maior
crescimento se deu nas classes A e B (12,8%), seguidas pela
classe C (11,1%). E o processo tem se acelerado, mesmo
depois da crise financeira de 2009. Nos últimos 21 meses,
até maio deste ano, cerca de 13,3 milhões de pessoas
ascenderam às classes médias no Brasil. “A educação
é a grande política estrutural por trás disso”, explicou
Marcelo Néri, coordenador do estudo Os Emergentes dos
Emergentes: Reflexões Globais e Ações Globais para a Nova
Classe Média Brasileira, divulgado em São Paulo, pela FGV.
Segundo ele, mesmo sem considerar a política de
aumento real do salário mínimo e a estabilidade econômica
com inflação sob controle, a renda do brasileiro cresceria 2,2
pontos de porcentagem por ano só pelo efeito da educação.
Néri cruzou dados da Pesquisa Mensal de Emprego
(PME) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio
(Pnad), ambas realizadas pelo IBGE.
A renda do brasileiro vem crescendo desde o fim de
2003 e a desigualdade cai há dez anos. A ascensão da
classe C vem sendo observada desde a implementação do
Plano Real. Passou de 45 milhões de pessoas, em 1993,
para 105,5 milhões, este ano. “O trabalhador brasileiro
está trabalhando mais porque se educou mais, está
conseguindo trabalho formal e acho que ele é o grande
herói dessa ascensão da classe média”, afirmou Neri.
A base da pirâmide, formada pelas classes D e E, por
sua vez, ficou menor. Em 2003, 96,2 milhões de pessoas
faziam parte da base da pirâmide. Neste ano, o número
passou para 63,6 milhões. A principal explicação para o
encolhimento da classe E, segundo a FGV, são os programas
de transferência de renda para os mais pobres, como o
Bolsa Família.
Brics - Néri comparou os dados brasileiros com o dos
outros Brics (grupo de países formado por Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul), e mostrou que o País tem feito
um esforço maior em distribuir renda. Embora a China e
a Índia tenham um crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB) maior do que o brasileiro desde 1992, o rendimento
domiciliar desses países cresce abaixo do PIB. Desde
2003, de acordo com a Pnad, a renda cresceu 1,8 ponto
percentual ao ano acima do PIB, superior ao que ocorreu
na China, onde o PIB tem crescido dois pontos percentuais
por ano acima da renda dos domicílios chineses.
O estudo também avaliou que os brasileiros estão mais
felizes e satisfeitos com a sua vida que os demais povos dos
países do Brics, segundo o Gallup World Pool. Numa escala
que varia de 0 a 10, a média brasileira de satisfação no ano
de 2009 foi 7, enquanto atingiu 5,2 na África do Sul e 4,5 na
China e na Índia. No ranking mundial de felicidade, o Brasil
passou da 22ª posição em 2006 para a 17ª em 2009. Os
outros Brics ficam abaixo da felicidade mediana entre 144
países analisados.
Symrise traz a beleza que vem da horta
A Symrise está expandindo sua gama de ingredientes ativos naturais para cosméticos
com o seu novo portfólio de produtos Superveggies, de ingredientes vegetais ativos
naturais para cosméticos, uma complementação de sua linha Actipone.
A linha Superveggies, de substâncias líquidas e solúveis em água, oferece aos
formuladores as propriedades saudáveis do brócolis, aspargos e outros vegetais que
podem ser utilizados para produtos como géis de banho, xampus e cremes para o rosto.
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Notícias
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Wheaton compra operações de
cosméticos da Plastclean
Wheaton Brasil, maior fabricante de frascos de vidros
para perfumaria e cosméticos do Brasil, comprou as
operações de decoração de frascos para perfumes e
cosméticos da Plastclean, empresa líder nesse mercado no
país, que passará a funcionar como mais uma unidade do
Grupo Wheaton.
Segundo a Wheaton, o negócio foi fechado por 25
milhões de reais. “O mercado de decoração de frascos de
cosméticos tem crescido tanto que não dá tempo de trazer
as máquinas do exterior”, diz Renato Massara, diretor
comercial da Wheaton. “Só neste ano o crescimento da
Wheaton nesse mercado foi de 30% em relação a 2010”, diz
o executivo.
Com a aquisição, a fabricante de vidros que ocupava a
segunda colocação no mercado de decoração em vidros de
perfumes e cosméticos, com a unidade Wheaton Decor,
quase triplica sua capacidade de pintura, consolidando a
sua posição de liderança nacional e se firma como uma das
maiores empresas do mundo nesse segmento.
Só em decoração de embalagens, a Wheaton tem
mil funcionários, do total de 2900 do grupo. A planta da
Plastclean, localizada em Barueri, na Grande São Paulo, tem
duas máquinas de pintura de vidros e três de silkscreen.
A Plastclean continuará atuando no segmento de
decoração de embalagens de vidro em outros segmentos,
principalmente no de bebidas.
Bombril Acirra Briga com Unilever e P&G
por Sabão Líquido
No bilionário mercado de lava-roupas, avança a
presença da versão líquida, cuja participação saltou de
2%, há 1,5 ano, para 10% .
A disputa que os fabricantes de sabão em pó
travaram na última década com o lançamento de novas
tecnologias e também fragrâncias agora está migrando
de forma mais agressiva para o universo da versão líquida
do lava- roupas. O produto que chegou efetivamente
ao país há cerca de três anos pelas mãos da americana
P&G com o Ariel líquido, após uma tentativa fracassada
de Omo da Unilever no final dos anos 1990, começou a
ganhar um lugar cativo no carrinho de cerca de 10% dos
consumidores brasileiros de detergente para roupas.
Calcula-se que 92% da população gaste R$ 4,5 bilhões
por ano com lava-roupas. Deste montante, por volta de
R$ 450 milhões vêm das vendas do produto líquido.
Estimativa da P&G com base em números do
instituto de pesquisa Nielsen aponta que, em dois
anos, 30% das vendas de lava- roupas poderão vir da
fórmula líquida. Há 1,5 ano, o número era de apenas
2%. “Hoje vendemos mais Ariel líquido que em pó,
tanto em volume quanto em valor”, garante José Cirilo,
diretor de marketing para produtos de limpeza da P&G.
Unilever e P&G, as duas grandes rivais deste mercado,
começam a enfrentar novos concorrentes interessados
em atuar em uma categoria de produtos que promete
custos inferiores de produção e transporte e ganhos
maiores de margem na negociação com o varejo, que
pode ter uma rentabilidade maior com este tipo de
produto, já que ainda há baixa presença de adversários.
Neste mês, a Bombril, que já detinha o Ecobril
líquido e apenas uma versão do lava-roupas Tanto
líquido investiu R$ 5 milhões para lançar uma nova
família de Tanto Líquido com fórmula, embalagem e
cheiros diferenciados. “Decidimos dar amplitude a este
produto que já responde por 30% das compras de lavaroupas das classes A e B”, explica Marcos Scaldelai,
diretor de marketing da Bombril.
Apesar de ter dois peso-pesados na disputa pelo
consumidor, Scaldelai diz que ainda há brechas
inexploradas na categoria, a exemplo de produtos com
fragrâncias. O Omo líquido concentrado só é ofertado
em uma versão tradicional e o Ariel é vendido na cor
verde e lilás.
A ideia é que Tanto tome para si a imagem de lavaroupas líquido cheiroso, assim como Tixan Ypê, da
Química Amparo, fez com a versão em pó do produto.
Recentemente, esta marca também fez sua estreia em
lava- roupas líquido.
A P&G, dona de Ariel e Ace, garante ter a liderança
nacional do lava-roupas líquido, com 63% de
participação. Já a Unilever, que detém marcas como
Omo, Surf e Ala, informa que as vendas de Omo
concentrado dobraram de tamanho no período de
janeiro a junho.
A companhia anglo-holandesa assegura deter 67,1%
do mercado de lava-roupas (pó e líquido) no período
de janeiro a junho de 2011, segundo a Nielsen, e a P&G
informa ter 10,5% do mercado de sabão em ambas as
versões.
Enquanto a P&G investe na migração do consumo
do brasileiro do sabão em pó para o líquido, o que
tem levado a companhia a realizar investimentos em
educação e divulgação nos pontos de venda, Paula
Lopes, gerente de marketing de Omo da Unilever, diz
não enxergar uma substituição do tradicional sabão
em pó pelo líquido por parte do consumidor. “O que
estamos vendo é uma combinação dos dois produtos,
mas sem queda nas vendas da versão em pó”, garante
Paula.
A rentabilidade do lava-roupas líquido é maior por
não ter a mesma pressão da concorrência do produto
em pó. 11
Notícias
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
CADE dá sinal verde a marcas de beleza
A compra da Revlon pela Hypermarcas foi aprovada
pelo Cade. Desde 2007, quando abriu seu capital, a
Hypermarcas já fechou mais de R$ 5 bilhões em aquisições.
Esses negócios geraram mais de 20 processos no Cade, dos
quais três continuam pendentes: a compra do laboratório
Mantecorp, por R$ 2,5 bilhões em dezembro do ano
passado, e as aquisições da Farmasa (em 2008) e da Jontex
(em 2009).
O negócio aprovado garantiu à Hypermarcas o
controle da Bozzano, da Campos do Jordão, da Juvena e da
Aquamarine. As duas primeiras são marcas de cremes de
barbear e loções de uso após a barba. As duas últimas, de
xampus e condicionadores.
O Cade também aprovou a compra da marca Bitufo, de
produtos de higiene pessoal, pela Hypermarcas.
Os dois negócios foram considerados simples pelos
conselheiros. Foram votados pelo rito sumário, um
procedimento utilizado para aquisições que não causam
preocupações a empresas concorrentes. As aprovações
foram unânimes entre os sete conselheiros.
No caso da Revlon, o Cade analisou um contrato de
compra pela Hypermarcas de cotas da Ceil, empresa que
era detentora das marcas Bozzano, Campos do Jordão,
Juvena e Aquamarine. A Secretaria de Acompanhamento
Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda fez um parecer
de 32 páginas sobre o negócio, fechado em 2008. A
Seae ouviu concorrentes, distribuidores e fornecedores
de produtos dessas marcas e de concorrentes. Ao fim,
concluiu que há amplo espaço para a competição e citou
especificamente a concorrência com produtos da Avon, da
L’ Oréal, Johnson & Johnson, entre outras.
No caso da compra da Bitufo, a competição estaria
garantida, segundo a Seae, por conta de empresas
concorrentes fortes como a Colgate e a Gillette.
Ao analisar ambos os negócios, o Cade seguiu os
pareceres da Seae e aprovou-os sem impor qualquer
restrição.
Os dois negócios aprovados pelo Cade foram fechados
entre 2008 e 2010. Em novembro passado, a Hypermarcas
assinou memorando de entendimento para a compra
das empresas do segmento de higiene bucal IPH&C, DPH
Distribuidora e Comercial Maripa, que atuam na fabricação
e distribuição de produtos de higiene bucal, como as
escovas de dente da marca Bitufo. O valor acertado foi de
R$ 82,5 milhões.
Há três anos, em julho de 2008, foi acertada a compra
de todas as marcas brasileiras da Revlon pelo equivalente
em reais a US$ 104 milhões (na data, R$ 163,28 milhões).
Na ocasião, a marca Bozzano representava 79% do
faturamento da Revlon no Brasil.
Pelo relatório do primeiro trimestre de 2011 da
Hypermarcas, ela lidera o mercado de cremes e espumas
para barbear, com 45%. A unidade de higiene pessoal e
beleza representa 36,9% da receita da Hypermarcas, que
nos primeiros três meses do ano foi de R$ 845,2 milhões.
Sabonete social
Se você não tem o hábito de levar “souvenirs” dos hotéis em que se
hospeda para casa, alguns dos itens usados durante sua estadia tem destino
certo, o lixo. Todos os dias, nos Estados Unidos 2,6 milhões de sabonetes são
descartados por hóspedes. Ao perceber isso Derreck Kayongo resolveu dar
um novo destino a esse precioso material: a população mundial que não tem
acesso à higiene básica.
O Global Soap Project recolhe os sabonetes descartados pelos hotéis,
reprocessa em novas barras e distribui para quem precisa. Porque tudo que
sobra em algum lugar, provavelmente está faltando em outro.
Classes D e E querem produtos sofisticados
O consumo de perfumes, cosméticos e produtos de
higiene deve crescer cerca de 5% ao ano em volume até
2015. Já em valor, a expectativa é que os negócios do setor
cresçam ao ritmo deflacionado de dois dígitos, passando
de R$ 27,3 bilhões em 2010 para R$ 50 bilhões em 2015,
sem considerar impostos e a margem de lucro do comércio.
As projeções são de uma pesquisa da Associação Brasileira
da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
(Abihpec) e da consultoria Booz & Co.
A explicação para as cifras crescerem a um ritmo mais
rápido que o volume é a preferência crescente do mercado
por produtos de maior valor agregado. “O batom tem
que ter protetor solar, o sabonete tem que ser hidratante
ou antisséptico, a tintura de cabelo não pode ressecar.
Os produtos mais simples, que atendiam estritamente
à função deles, estão desaparecendo”, relata o diretorexecutivo da Abihpec, Manoel Simões.
O consumidor mais exigente não se restringe à
população de alta renda. Pelo contrário, os produtos
sofisticados avançam com mais rapidez nas classes D e E.
Para além do sabonete e do creme dental, elas frequentam
cada vez mais as gôndolas de antissépticos bucais,
hidratantes, protetores solares e colônias. Os perfumes são
um exemplo de acesso ampliado. Em 2009, 85% dos lares
das classes D e E passaram a usar colônia - em 2004, esse
percentual era de 66%. Nas classes A, B e C, a penetração
da categoria é próxima de 90%.
Na população como um todo, o uso rotineiro de
cosméticos soma-se ao já consolidado costume de usar
produtos básicos de higiene. Com crescimento anual médio
de 13,3% em volume nos últimos cinco anos, a demanda
por maquiagem desponta entre as principais apostas até
2015. “A mulher brasileira não dispensava o esmalte e o
batom, mas as maquiagens para a face e os olhos não eram
hábitos muito fortes. Com a adequação delas ao nosso
clima, a incorporação ocorre de maneira muito expressiva”,
afirma o presidente da Abihpec, João Carlos Basilio.
Um mercado tão aquecido - o terceiro maior para
produtos do setor no mundo - chama a atenção da
indústria internacional, que encontra nos EUA e na Europa
um consumo estável ou em desaceleração. “A operação
brasileira é das poucas que está dando rentabilidade. A
grande luta das empresas lá fora é manter a participação de
mercado, aqui ainda há condições para avançar”, diz Basilio.
Um reflexo disso, segundo ele, é que a Abihpec recebe de
três a quatro investidores por mês, de diferentes países,
interessados no mercado brasileiro de higiene e beleza.
A indústria está cada vez mais profissional, de acordo
com Basilio, sem espaço para aventureiros e até com fortes
barreiras a pequenas e médias empresas. A concorrência
entre as grandes é acirrada, o que se reflete no investimento
em marca. O gasto do setor com mídia pulou de R$ 3,3
bilhões em 2008 para R$ 6 bilhões em 2010, ou seja, dois
terços dos R$ 9,2 bilhões investidos ao todo pela indústria.
O investimento anual do setor deve mais do que
dobrar e alcançar R$ 20 bilhões em 2015, segundo o
levantamento. A expectativa é que os gastos com marca
continuem a concentrar os recursos, mas as empresas
também devem inovar mais e ampliar as operações. “Vejo
muitos investimentos pela frente. Várias fábricas já estão
definidas ou têm sido planejadas para atender à demanda
crescente”, afirma Basilio.
A concorrência do produto chinês, que tanto preocupa
outros segmentos, não tira o sono dos empresários do
setor. Isso porque o país não tem tradição em produtos
de beleza e, segundo Basilio, a marca é um diferencial
importante nessa indústria. Roberto Leuzinger, vicepresidente da Booz & Co., completa: “O Brasil é um país
complexo em termos de logística e formatos. A empresa
que trouxer o produto simplesmente porque o câmbio
é favorável, sem uma estrutura local de distribuição,
dificilmente será bem-sucedida.”
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Produção de cloro recua mais de 10%
toneladas. As importações, por sua vez, saltaram 26,7%
no semestre, para 626,9 mil toneladas, superando o
volume total de vendas (domésticas e exportações)
em 13,5%. O consumo aparente semestral alcançou
1,266 milhão de toneladas, expansão de 3,5% na
base comparativa, justificado principalmente pela
demanda dos setores de papel e celulose e química e
petroquímica.
Pão de Açúcar tem 50% mais vendas com área
de drogaria e mix de beleza
A rede de supermercados Pão de Açúcar decidiu
aumentar a área de vendas de suas drogarias e reforçar
o mix de produtos, especialmente a categoria de
perfumaria e beleza.
O novo modelo já foi implantado em algumas
unidades da rede e a resposta do consumidor foi quase
que imediata. Nas cinco unidades nas quais as mudanças
foram realizadas, as vendas cresceram mais de 50%. Até
então, essas unidades ofereciam, em média, 7 mil itens.
Com a expansão, esse número aumentou para 9 mil, incluindo medicamentos, perfumaria e beleza, produtos
de cuidado pessoal e também equipamentos para controle e diagnóstico.
As melhorias devem ser implementadas nas demais lojas ao longo dos próximos dois anos. Nos últimos três
anos, o negócio de drogarias do Grupo Pão de Açúcar dobrou em vendas. Atualmente, a empresa conta com
152 drogarias, distribuídas em 11 Estados brasileiros, mais Distrito Federal.
A Anvisa deve baixar em breve norma para obrigar os fabricantes de
saneantes - como desinfetantes, detergentes e inseticidas- a alertar que os
produtos trazem risco à saúde caso não sejam manuseados adequadamente. As
embalagens devem trazer frases como “este produto é tóxico” ou “é veneno”
em letras maiúsculas, em negrito. Da forma como são exibidos hoje, os alertas
deixam os consumidores confusos, diz a agência.
Será vedada também a utilização dos termos “não tóxico”, “seguro”, “inócuo” e “não prejudicial”, bem como
superlativos como “o melhor”, “excelente” e “incomparável”. Os saneantes representam a terceira maior causa de
intoxicação em seres humanos no Brasil.
Amazon H2O chega aos supermercados de todo o País
A nova linha de produtos sustentáveis da GTex Brasil
reforça que o consumidor pode preservar o planeta até
mesmo quando limpa a casa
Um novo conceito em produtos de limpeza chega ao
mercado brasileiro para ganhar espaço no carrinho de
compras dos consumidores. Amazon H2O, uma linha de
produtos sustentáveis do início ao fim, é a novidade da
GTex Brasil, empresa do segmento de higiene e limpeza
que, no final do ano passado, recebeu investimento de R$
90 milhões da Actis, gestora inglesa de fundos de private
equity.
Desde maio, os consumidores encontram nas gôndolas
do varejo de todo o Brasil os novos lava-louça, sabão em
pó, sabão em barra e amaciante Amazon H2O. A linha, com
atributos sustentáveis reais, é a única do mercado com
formulação 100% biodegradável e à base de babaçu, um
produto natural. Além disso, possui embalagens fabricadas
com até 85% menos plástico. Segundo José Renato Intini, gerente de marketing
da GTex Brasil, o lançamento de Amazon H2O segue a
tendência mundial e irreversível de busca do consumidor
por produtos que estejam mais alinhados com o consumo
consciente. No Brasil, a preocupação dos consumidores
com a sustentabilidade é crescente. Cada vez mais as
pessoas se dedicam à coleta seletiva, ao uso racional de
água e de energia elétrica, por exemplo. “Cada um pode
fazer mais, inclusive na hora de escolher o produto no
supermercado. Amazon H2O é, sem dúvida, uma opção
para levar a sustentabilidade e um produto de performance
para dentro de casa, provando que essas duas frentes
www.gestoratual.com.br
A produção brasileira de cloro e soda apresentou
queda superior a 10% no primeiro semestre em relação
a igual período de 2010, segundo dados divulgados
recentemente pela Abiclor. A retração, destaca a
entidade, é consequência do apagão que atingiu o
Nordeste em fevereiro e afetou a produção do setor
principalmente em Camaçari (BA). Além disso, o
indicador também foi pressionado por problemas
ocorridos na unidade da Braskem em Alagoas.
O volume de cloro produzido no Brasil entre janeiro
e junho somou 593,1 mil toneladas, retração de 12,7%
em relação ao mesmo intervalo do ano passado. Já a
produção de soda encolheu 13,3% em igual comparação,
para 653 mil toneladas. A taxa de utilização de
capacidade instalada na produção de cloro foi de 79,6%
neste ano, queda de 12,3 pontos porcentuais em relação
ao primeiro semestre de 2010 (91,9%).
Na esteira do menor volume produzido, as vendas
totais de soda caíram 13,1% no semestre para 552,4 mil
Só contra os insetos
www.plastimaxsa.com
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caminham juntas”, afirma. A linha chega ao mercado com o apoio de iniciativas
de merchandising nos pontos de venda, além de ações
promocionais para consumidores. Em algumas praças
do Brasil, quem compra os produtos, ganha uma ecobag
personalizada Amazon H2O, acompanhada de um cartão
feito de papel semente e uma fita verde, símbolo do
movimento ‘De Bem com o Planeta’, apoiado pela GTex
Brasil. Com a proposta de levar ao público informações
relevantes sobre a preservação do meio ambiente, o
movimento traz o blog www.debemcomoplaneta.com.br,
além de perfis nas mídias sociais. Só o canal do Facebook já
possui mais de 140 mil internautas que curtiram o perfil e
estão engajados nas questões sustentáveis. A comunicação
de Amazon H2O também conta com campanha publicitária
em jornais, revistas e canais de TV a cabo. A combinação de qualidade e inovação dá à GTex Brasil
o diferencial necessário para que a empresa ganhe mais
espaço na cesta de limpeza caseira do brasileiro. Segundo a
Nielsen, este segmento registrou crescimento de 5,8% em
2010, em relação ao ano anterior.
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Notícias
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Natura é única brasileira citada no ranking de
inovação da Forbes
Palmolive vive novo momento em sua comunicação e
oferece Linha Completa de Produtos para o banho
A Natura alcançou a oitava colocação no ranking de inovação da Revista Forbes.
A empresa de cosméticos foi a única brasileira a ser mencionada na lista das 100
companhias mais inovadoras do mundo. De acordo com a lista, a primeira colocação
ficou com a Salesforce.com. Os segundo e terceiro lugares ficaram com a Amazon.com
e a Intuitive Surgical, respectivamente.
A Apple também foi mencionada entre as dez mais inovadoras, alcançando a quinta
posição do ranking e ficando à frente, inclusive, do Google, que ocupou o sétimo lugar.
A Palmolive aposta na comunicação integrada de
seus produtos para corpo e cabelo, com o objetivo
de revitalizar a marca e se aproximar ainda mais do
consumidor. O anúncio deste novo momento vem
apoiado em uma forte campanha de mídia, com peças
em revistas, materiais exclusivos para ponto de venda
e ações para os consumidores. Além disso, desde julho,
os sabonetes em barra chegam às lojas de todo o país
com novos grafismos nas embalagens, destacando
ainda mais os ingredientes naturais dos produtos.
Lava roupas Razzo possui tampa que diminui o
desperdício
O novo Lava Roupas Líquido Lev Lav da Razzo faz espuma na medida certa, removendo manchas e realçando as cores
dos tecidos. O produto evita que as roupas fiquem desbotadas, deixando-as mais perfumadas. O diferencial do produto,
no entanto, é a sua exclusiva escala dosadora. Cada marcação equivale a uma dose de produto para facilitar a aplicação
do lava roupas na medida certa, sem desperdício e dispensando os copos americanos. Além disso, o Lava Roupas tem fácil
diluição na água e não necessita de aquecimento, evitando os indesejáveis resíduos nas roupas e máquinas. O produto foi
totalmente desenvolvido com componentes balanceados, não abrasivos e que não agridem as mãos.
Os produtos da Razzo são conhecidos dos brasileiros há 47 anos. Fundada em 1964 por Salvador Razzo, em São Paulo,
iniciou suas atividades com a produção de matérias-primas utilizadas na fabricação de produtos de limpeza e higiene. Ao
longo de sua história, a empresa diversificou suas atividades, dedicando-se, primeiramente, à produção e à comercialização
de sabão em barra e, posteriormente, aos mercados cosmético, farmacêutico e químico.
Cremes e loções ganham mais espaço nos lares
Entre os produtos com maior valor agregado, os que tiveram aumento mais expressivo
de presença nos domicílios brasileiros avaliados pela Kantar Worldpanel foram cremes,
loções e detergente líquido para roupa.
Nos últimos 12 meses até março, o número de residências que compraram esses itens foi
7,1 pontos percentuais maior que o do mesmo período de 2010.
Em seguida vieram inseticida (alta de 4,9 pontos percentuais), leite aromatizado (4,7
pontos percentuais) e sobremesa pronta (4,5 pontos percentuais).
Já o produto que teve a maior redução de presença foi o leite pasteurizado (5,8 pontos
percentuais).
Na sequência, o levantamento apontou quedas de participação para polpa e purê, um tipo de derivado de tomate (4,3 pontos
percentuais), cereal matinal (2,5 pontos), cera para assoalho (2,1 pontos) e suco concentrado (1,9 ponto percentual).
Na média da América Latina, sucos concentrados tiveram a maior redução (1,5 ponto percentual). O leite aromatizado teve o
maior aumento (4,3 pontos percentuais).
A nova campanha da marca terá como tema o
relançamento da linha de produtos Aloe composta por
shampoo, condicionador e sabonete em barra. “Com
esse relançamento, a Palmolive terá forte presença
de mídia nas principais revistas nacionais, painéis de
metrô e suporte diferenciado no ponto de venda”,
ressalta Marcelo Cruzato, diretor de Marketing da
Marca no Brasil.
A Palmolive possui um portfólio completo de
produtos para corpo e cabelo. No segmento de cuidados
pessoais é a segunda marca em volume de vendas para as
categorias de shampoos, condicionadores e sabonetes
em barra. “A consumidora brasileira está cada vez
mais exigente e a Palmolive acompanha essa evo­l u­ç ão
do
comportamento
de compra”, explica
Cruzato.
A ColgatePalmolive é uma
companhia global
presente em mais
de 179 países e
32 territórios de
todo o mundo. No
Brasil desde 1927,
a empresa investe
no desenvolvimento
cons­t ante de tecno­
lo­gia para atender
as necessidades de
con­su­m o. Por aqui, a
companhia foca seus negócios nas áreas de Higiene
Oral e Pessoal, Limpeza do Lar e Nutrição Animal,
oferecendo qualidade de vida aos seus consumidores,
por meio de produtos como: cremes e escovas
dentais, sabonetes em barra e líquidos, shampoos e
condicionadores, produtos de limpeza e pet food.
Fonte: Nielsen Ano Acumulado 2010.
Consumo de sacos plásticos cai 25% com lei no Rio
Em um ano de vigência da Lei 5.502/09, que desestimula o uso de sacolas plásticas no Estado do Rio de Janeiro,
a população fluminense deixou de consumir 600 milhões de sacolas. O número representa redução de cerca de
25% dos 2,4 bilhões de sacolas que eram distribuídos anualmente no Estado.
Pela lei, os estabelecimentos devem dar desconto de R$ 0,03 centavos por sacola não utilizada. Os dados foram
levantados pela Associação dos Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj) e divulgados recentemente
pelo secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, que se disse satisfeito com o resultado. No entanto, Minc
afirmou que é preciso criar novas ações para estimular o consumo consciente.
“É um resultado expressivo. São menos 600 milhões de sacolas nos rios, lagoas e canais. É menos gasto para o
Poder Público em dragagem e menos gente que perde tudo por causa das inundações. Mas nosso objetivo é dobrar
essa meta no ano que vem e passar para 50% de redução em relação ao número inicial de 2,4 bilhões de sacolas”,
disse Minc.
Entre as propostas para incentivar o consumidor a aderir à redução do consumo de sacolas, Minc citou a
diminuição do preço das embalagens reutilizáveis e o aumento do desconto dado a clientes que não usem sacolas.
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Notícias
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Aumento de renda de classes mais baixas puxa
preço de produtos menos essenciais
O que acontece com a globalização dos mercados?
Durante os últimos 25 anos estamos acompanhando
diariamente os mercados de gorduras animais, principal­
mente o de sebo bovino, e a cadeia de todos os óleos
vegetais, e definitivamente entendemos que a dinâmica
dos negócios está dividida entre dois pontos bem claros:
PRÉ-ENERGIA e PÓS-ENERGIA.
A globalização dos mercados está mais evidente com a
consolidação de grandes players, com atuações em todos
os países, tendo o Brasil como FORÇA EM AGRONEGÓCIOS,
destacando-se:
- Proteínas Animais: onde temos três empresas brasileiras
entre as cinco gigantes globais;
- Biocombustíveis: tendo etanol e biodiesel papel primordial
da produção mundial;
- Grãos e Alimentos: proteínas vegetais;
Nosso país é uma das únicas fronteiras agricultável
do mundo e com a necessidade de crescimento da
produção de alimentos, considerando que até 2020 a
produção estará totalmente equilibrada com a demanda.
Percebemos também a atuação mais globalizada dos
gigantes em produção de óleos vegetais, margarinas e
proteínas vegetais, fazendo com que as mudanças em
nossas rotinas sejam contínuas, pois hoje caminhamos por
áreas onde encontramos cada dia mais a presença física,
principalmente de empresários asiáticos, como uma prova
bastante clara da necessidade de garantir alimentação
para suas plantas e crescente demanda para o futuro.
Quando falamos em exportações e pensamos no
chamado custo-Brasil, o país passa por expansões em todos
os sentidos e percebemos a crescente demanda da nossa
infraestrutura, portos, estradas e também as ferrovias.
Porém, com o aumento da demanda interna gerada por
um crescente movimento e consumo da antes denominada
classe C, temos percebido que não estamos prontos para
as importações que o câmbio (altamente favorável) acabou
trazendo para os nossos consumidores.
Ao analisarmos no nosso país o mercado potencial de
bicombustíveis, temos que abrir um parênteses para o
negócio do ÓLEO DE PALMA, pois temos áreas devastadas
na Amazônia Legal, principalmente no estado do Pará que
poderia nos colocar como principais produtores mundiais
e ainda com todo o apelo ecológico, pois as áreas serão
reflorestadas com uma variedade de palmeira que traz
alta produtividade de óleo por ha (praticamente 10x maior
do que a soja, por exemplo), e proporciona a produção
de dois produtos NOBRES com aplicações diversas: o óleo
de palma, muito utilizado na fabricação de gorduras lowtrans, sabonetes, sabão, oleoquímicos, emulsificantes e
como fonte de biodiesel renovável; e também o óleo de
palmiste, bruto nobre na fabricação de cosméticos finos,
aminas graxas, betainas para shampoos, achocolotados,
coberturas de chocolates e sorvetes e na ração animal.
Temos no Brasil uma grande área mundial sustentável
de expansão de palma, porque aqui as nossas áreas, com
apoio do Governo, estão com o novo zoneamento para
reservas, e com o apoio de empresas como Petrobrás
e Vale, que estão otimizando o desenvolvimento de
agricultura familiar no estado do Pará, valorizando ainda
mais a permanência da mão-de-obra no campo, gerando
renda e desenvolvimento em todas estas áreas, como
fazem os produtores e pioneiros, que estão há mais de 30
anos neste mercado.
A palma e o sebo sempre andaram lado a lado no
mundo, para alimentos, para saboarias e também para o
mercado de biocombustíveis.
Mesmo com a globalização, o sebo ainda é um dos
produtos mais valorizados e importantes do mundo, com
todos os mercados integrados em negócios que passam
pela mesma cadeia produtiva e logística.
O que acontece na palma, no sebo, nos lauricos, na
economia global, na tão comentada análise dos alimentos
x energia e de que modo tudo isso influência nas suas
operações? Conte com nossa equipe de profissionais
especializados. A informação em tempo de globalização é
cada dia mais valiosa e estar ao lado de parceiros certos
também, por isso, auxiliamos os nossos clientes em
questões como: logística, tendências, análises de mercado
e visibilidade dos negócios, oferecendo-lhes importantes
diferenciais para as decisões estratégicas.
Fonte: Carlos Eduardo O. Alexandre - Uniamérica Brasil
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O aumento da renda das classes C e D vem contribuindo para a evolução dos preços de serviços menos
essenciais. De acordo com levantamento feito pela, o maior consumo de serviços como teatro e
salão de beleza, por exemplo, por tais classes foi responsável por uma alta acumulada de
9,24% em 12 meses até junho no IPC-BR (Índice de Preços ao Consumidor).
Os serviços em questão são aqueles vistos como uma novidade no orçamento da população de
renda mais baixa, como gastos com salão de beleza, lavanderia, cinema, show, teatro e academia de ginástica.
Serviços menos essenciais
O economista da FGV, André Braz, elaborou uma lista com 16 serviços pesquisados pelo IPC-BR que são mais atrelados
à recreação, estética, ou serviços terceirizados de atividades domésticas.
Braz entende que tais atividades serão fontes constantes de pressão na inflação varejista, uma vez que a demanda não
dá sinais de que irá diminuir. Em 12 meses, alguns serviços já apresentaram alta de dois dígitos, como passagem aérea
(13,71%), hotel (12,83%), teatro (11,12%) e alfaiate e costureira (10,98%).
Empregados domésticos (7,11%) e salão de beleza (9,90%) também representaram importante aumento nos gastos.
Vale destacar outros serviços que tiveram variação média acima da inflação do período, como show musical (7,24%),
academia de ginástica (8,42%) e lavagem de carros e lubrificação (7,31%). Braz comenta que essa situação reflete o aumento
Uniamerica 2.pdf
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10/08/11
11:56
de renda da população, já que tais gastos poderiam ser substituídos por opções mais baratas ou simplesmente não existirem.
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Notícias
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Sabonetes antibacterianos
A marca Francis criou a linha de sabonetes Francis Protection, composta por
sabonetes antibacterianos que garantem 99% de eficácia, perfumam e nutrem
a pele. O produto está com novas embalagens, completamente reformuladas e
com uma identidade visual que vai ao encontro do status de luxo. Os sabonetes
estão disponíveis em quatro versões, cada uma contém perfumes e propriedades
hidratantes únicas: extrato de calêndula com proteção delicada para pele sensíveis;
óleo de girassol com proteção eficaz; extrato de aveia com proteção nutritiva e
nutrientes marinhos com proteção total.
Sina Cosméticos muda o seu canal de distribuição
Francis Protection está com embalagens
reformuladas e uma identidade visual que vai
ao encontro do status de luxo.
ANVISA atualiza lista de conservantes permitidos
para os produtos de limpeza
A relação está na Resolução da Diretoria Colegiada de
número 30 (RDC 30/2011) publicada no Diário Oficial da
União em 07 de julho.
A RDC 30/2011 atualiza a resolução publicada em 2008, a
RDC 35/2008, quando a ANVISA vetou o uso do Formaldeído,
o formol, como conservante de produtos saneantes,
depois que entrou para a classificação toxicológica de
carcinogenicidade da Agência Internacional de Pesquisas
sobre o Câncer, a IARC, nominada pela sua sigla em inglês,
International Agency for Research on Cancer.
Basicamente, a resolução eleva a concentração máxima
permitida do conservante denominado de MIT/CMIT
(CAS 55965-84-9), usado em produtos de limpeza do tipo
multiuso, de 0,0015% p/p para 0,0022 % p/p . Isso porque
a empresa fabricante comprovou à ANVISA, por meio
de estudos científicos, que o produto é seguro em uma
concentração mais alta.
A RDC 30/2011 inclui na lista um novo produto, o
conservante Propionato de N,N-didecil-N-metil-poli(oxietil)
amônio (CAS 94667-33-1), registrado há pouco tempo na
Agência. Ele é usado em detergentes de uso domésticos.
Outros conservantes já haviam sido incluídos na lista
original, que é de 2008, por meio da RDC 58/2009, como é
o caso do triclosan e dos sais e ésteres do parabeno. Nesta
resolução publicada há dois anos, houve a ampliação do limite
de 0,05% p/p para 0,1% p/p para o conservante BIT, presente
em produtos de limpeza restritos à manipulação profissional.
Fonte: Fonte: Imprensa/ANVISA
Bombril lança sabonete líquido
Com o objetivo de estar presente em todas as categorias
de Higiene & Limpeza, a Bombril ingressa no mercado
de sabonetes líquidos com o lançamento do Dash. Nas
versões lavanda e erva-doce, possui ativos hidratantes e
fragrâncias exclusivas, garantindo a sensação de limpeza,
hidratação e suavidade. Vem em embalagens práticas,
disponíveis em dois tamanhos diferentes: 5 L e 1 L, com
tampa pump, apropriada para ser colocada na pia dos mais
diversos estabelecimentos ou mesmo residências.
O mercado de sabonetes líquidos no Brasil vem
apresentando significativo crescimento nos últimos
anos, o que demonstra uma evidente mudança de hábito
de consumo.
Dash é o novo sabonete líquido da Bombril, disponível em embalagens de 5L e 1L.
O mercado de cosméticos cresce em média 15% ao ano
fazendo com que seja de alta competição. Neste sentido, o
varejo acaba por se tornar um desafio para as empresas que
querem um espaço nas gôndolas de farmácias, drogarias,
perfumarias ou supermercados.
Por outro lado, o segmento de venda direta ao
consumidor através de catálogo cresceu 40% no último
ano, o que faz com que se torne atraente para quem
não quer viver a pressão do varejo por preços baixos.
“O consumidor já vê na venda por catálogo um canal de
extrema conveniência e de equilíbrio entre custo e beneficio
na hora da compra”, afirma Amalia Sina, executiva da Sina
Cosméticos, que após 5 anos de venda no varejo, muda o
canal de distribuição e investe na venda por catálogo.
O segmento de venda direta por catálogo e internet
tem atraído a atenção de várias empresas de cosméticos,
porém ainda há um grande espaço para crescimento.
A Sina Cosméticos possui em seu portfólio mais de 100
itens no segmento de cabelo, corpo, banho, rosto e casa,
o que a torna uma candidata para disputar o interesse da
consumidora que busca variedade de produtos na hora da
compra. “A mulher brasileira sempre gostou de comprar
via catálogo e agora já vê na internet algo semelhante,
portanto, teremos também a versão virtual para aquelas
que apreciam a compra via internet”.
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Os diretores, Flávia e Luis Fernando, comemoram a
atuação bem-sucedida da empresa, no Nordeste do País.
Informe 1
22
Profissionais
capacitados
para atenderem
as necessidades
dos clientes.
Ex-executivo da indústria de fragrâncias, com
passagens pelas empresas Givaudan e a própria
IFF, Luis Fernando desejava melhorar e aprimorar
o atendimento no Nordeste. “Meu desafio pessoal era
oferecer à região o nível de qualidade de atendimento
ao qual eu estava acostumado. E este, sem dúvida,
é hoje o meu grande orgulho. A Norscent é uma
empresa vencedora. Nos tornamos referência do
Norscent
setor no Nordeste” afirma Luis Fernando.
Os constantes investimentos em estudos
das características do mercado, em pesquisas
com consumidores e em treinamento comercial
transformaram o desejo de seu fundador em uma
realidade respeitada na indústria regional. No
início eram 3 funcionários alocados em um pequeno
espaço físico no bairro recifense de Santo Amaro.
Fazendo a diferença na
perfumaria do Nordeste
“Há 15 anos iniciávamos as nossas atividades com o desejo de melhorar e aprimorar o atendimento
no Nordeste. Hoje, com orgulho, afirmamos que nos tornamos referência no setor de fragrâncias.”
C
om a proposta de levar para a indústria
de higiene e limpeza das regiões Norte, Nordeste
e Centro-Oeste do País, produtos melhores, alta
tecnologia em perfumes e atendimento comercial
especializado, Luis Fernando Mele de Natale criou
em 16 de agosto de 1996, na cidade de Recife (PE),
a Norscent, distribuidora da companhia IFF International Flavors and Fragrances.
A Norscent está com nova
identidade visual. A borboleta
em aquarela reflete o momento
de transformação e reúne as
características da empresa:
modernidade, ousadia e maturidade.
Equipe FDG (Fragrance
Development
Group). A companhia
atingirá a marca de
400 toneladas de
fragrâncias produzidas.
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Informe 1
24
Um dos pontos fortes da empresa é a sua equipe comercial, com 8 executivos de contas.
Hoje, são mais de 30 pessoas distribuídas nas
áreas de Controle de Qualidade, FDG (Fragrance
Development Group), Marketing, Laboratórios de
Aplicação, Administrativa e Comercial. Dos 250 kg
de fragrâncias produzidas no seu primeiro ano de
atuação, a Norscent atingirá em 2011 a marca de
400 toneladas. “Um crescimento que orgulha todos
que fazem parte desta trajetória.”
De acordo com o executivo Luis Fernando, um
ponto forte da Norscent é a sua força de vendas, com 8
executivos com larga experiência no setor. “Este fato
faz do nosso time comercial um dos grandes ativos
da Norscent. Não se constrói conhecimento técnico,
experiência e relacionamento com os clientes do dia
para noite. Este conjunto de habilidades é lapidado
ao longo dos anos. Os executivos são grandes gestores
de suas carteiras, dando fluência e poder de fogo ao
trabalho de aprovar os projetos dos clientes”, destaca
Kleber Niceas, gerente comercial.
Soluções sob medida
Fatores como estoque local e profissionais
treinados para entenderem e atenderem as
necessidades específicas dos clientes estão entre
alguns dos aspectos que fazem a diferença na atuação
da Norscent. “Todos aqui têm “o sotaque da região”
e sabem, melhor do que ninguém, criar soluções
adequadas ao nosso mercado”, observa o executivo,
Luis Fernando.
Para acompanhar o progresso e a evolução
dos negócios, bem como, comemorar os seus 15
anos, a Norscent está com nova identidade visual.
“A borboleta em aquarela reflete o momento de
transformação e reúne as características relevantes
para a companhia: modernidade, ousadia e
maturidade”, explica a diretora, Flávia Natale Horst.
A empresa está preparada para continuar a
oferecer ao mercado excelência no atendimento
e mesmo diante de um cenário de desaceleração
econômica, apresenta boas perspectivas de
números para 2011. “Estimamos um crescimento
de aproximadamente 15% em relação à 2010. É um
número expressivo e uma recuperação bem-sucedida
em muito pouco tempo. Que venham os próximos 15
anos, pois queremos muito mais!”, afirma Kleber.
Todos da Norscent têm “o sotaque da região” e criam soluções adequadas ao mercado local.
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Informe 2
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O novo perfume do
Norte e Nordeste do Brasil
A VitaSense é a mais nova distribuidora de fragrâncias
Firmenich para o Norte e Nordeste do Brasil
A
VitaSense é a mais nova distribuidora de
fragrâncias Firmenich para o norte e nordeste do Brasil.
Com suas operações iniciadas há menos de um ano, a
empresa trabalha com duas matérias-primas raras e
valiosas: a atenção e a dedicação personalizada a cada
cliente. Com uma meta ambiciosa de não apenas vender
fragrâncias, mas também conceitos, marcas olfativas e
satisfação, a VitaSense surgiu de uma necessidade natural
que o mercado desta região do país tem apresentado ao
longo do tempo. Cada local tem as suas particularidades,
e é dessa forma que a VitaSense vem desenvolvendo as
A VitaSense possui um moderno laboratório para avaliar o
desempenho e a performance das suas fragrâncias.
Na sala espelhada acontecem as pesquisas qualitativas sobre
hábitos e costumes dos consumidores.
periodicamente. A VitaSense tem um diferencial que
é a sala espelhada, para a realização de focus group
e pesquisa qualitativa sobre hábitos e costumes dos
consumidores.
A empresa conta também com um moderno e ágil
laboratório de aplicação para avaliação técnica, que
analisa o desempenho e a performance das fragrâncias
utilizadas nos projetos. Essa atividade garante uma
maior segurança e confiabilidade aos nossos clientes.
“Nossa intenção é deixar o cliente à vontade. Essa
interação é fundamental para a escolha de uma fragrância
em sinergia com o nosso cliente e o mercado que ele atua.
A partir do momento que conseguimos captar a essência
do projeto, trabalhamos para que o produto desenvolvido
provoque no consumidor as experiências de bem-estar,
limpeza e outras sensações”, afirma Aderson Agra,
diretor da VitaSense.
A atuação da logística é mais um aspecto positivo
para que a VitaSense possa atender aos clientes com
rapidez e eficiência. Localizada estrategicamente em
Pernambuco, a empresa está situada em um ponto
geográfico privilegiado que possibilita uma maior
velocidade no atendimento de toda a região. A VitaSense
conta com um galpão de 500 metros quadrados e estoque
com possibilidade de verticalização e capacidade para
armazenar até 30 toneladas de fragrâncias.
Firmenich
Empresa suíça, fundada em 1895, em Genebra, a
Firmenich tem mais de um século dedicado a excelência
na criação de aromas e fragrâncias; e ocupa hoje
posição de destaque entre as maiores companhias de
essências do mundo. Localizada em Cotia-SP, está no
Brasil desde 1953, onde além da planta fabril possui um
moderno centro criativo que atende também a América
Latina. Os três segmentos onde atua (Perfumaria Fina,
Higiene Pessoal e Limpeza da Casa) possuem equipes
exclusivas, focadas no desenvolvimento de projetos e no
atendimento das necessidades dos clientes.
suas atividades.
Atuando no mercado de cosméticos, perfumaria fina,
higiene pessoal e limpeza da casa, a empresa dispõe
de dados de mercado e apoio com apresentações de
Marketing. Contando com informações técnicas para
oferecer aos seus clientes, a VitaSense pode oferecer uma
orientação mais segura e um melhor direcionamento das
tendências e novidades do mercado.
Em sua sede, em Recife, além do funcionamento do
escritório administrativo, a empresa dispõe de uma sala
de reunião com produtos de mercado que são avaliados
“A distribuição exerce hoje um papel fundamental
no mercado de fragrâncias, possibilitando que o acesso
aos clientes seja feito de maneira completa. No Brasil,
a cobertura dos clientes e o seu atendimento estão
cada vez mais personalizados. Esta é uma necessidade
profunda, devido a sua extensão territorial e
peculiaridades regionais, onde o Norte e o Nordeste são
únicos! Por este motivo, a parceria da Firmenich com a
VitaSense é o reforço de uma estratégia de consolidação
e expansão de negócios nestas áreas”, conclui Samuel
A VitaSense está localizada em Recife e tem um galpão de 500 m2,
com capacidade para armazenar até 30 toneladas de fragrâncias.
Voelzke, gerente de contas de Firmenich.
Saiba mais sobre a Firmenich no www.firmenich.com.
27
Revista Espuma / Fevereiro 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Dirceu Brás
Aparecido Barbano
Entrevista
28
Por: Lia Freire
“O principal desafio para a ANVISA é trazer à legalidade as empresas
informais, que fabricam e colocam no mercado saneantes sem qualquer
avaliação de segurança e de eficácia”, Dirceu Barbano.
Produtos
“O mercado de saneantes
no Brasil movimenta cerca
de 12,2 bilhões de reais
ao ano, gerando mais de
20 mil empregos diretos.
A qualidade e a segurança
destes produtos vêm
crescendo dia a dia, fruto do
próprio avanço tecnológico,
da conscientização
das empresas e dos
consumidores.”
de alta penetração nos lares brasileiros , chegando a índices superiores a
90%,
como
nos casos dos detergentes , sabões e água sanitária , os saneantes têm também extrema importância na
saúde pública , visto que atuam na área preventiva , reduzindo gastos com o tratamento de doenças ,
principalmente as infecciosas .
Cerca
de
95%
29
Revista Espuma – Qual é a análise do mercado brasileiro de
saneantes?
Dirceu Barbano – O mercado de saneantes no Brasil movimenta
cerca de 12,2 bilhões de reais ao ano, gerando mais de 20 mil empregos
diretos. São produtos de alta penetração nos lares brasileiros,
chegando a índices superiores a 90%, como nos casos dos detergentes,
sabões e água sanitária. Estrategicamente, os saneantes têm extrema
importância na saúde pública, visto que atuam na área preventiva,
reduzindo gastos com o tratamento de doenças, principalmente as
infecciosas.
Cerca de 95% dos fabricantes destes produtos são micros e pequenas
empresas. Também ainda existe um mercado clandestino de saneantes
no Brasil, que atinge percentagens elevadas de informalidade, como é o
caso da água sanitária, com 42% de informalidade, e dos desinfetantes,
com cerca de 30%.
Revista Espuma – Em relação aos quesitos qualidade,
diversidade e eficiência dos produtos quais observações a
serem feitas?
Barbano – A principal função da Gerência de Saneantes da ANVISA
é avaliar os produtos saneantes a serem lançados no mercado, quanto à
qualidade, segurança e eficácia. Os produtos que tiveram a aprovação
da ANVISA têm eficácia comprovada por ensaios executados em
laboratórios habilitados, bem como, passaram por avaliação de
formulação e dados físico-químicos, de forma que, além de eficazes,
têm o risco sanitário gerenciado. Além de testes toxicológicos e
atendimento a requisitos de embalagem, o produto proposto passa por
uma avaliação de rotulagem, de modo a subsidiar o consumidor com
todas as informações necessárias à prevenção de eventos adversos
durante a sua manipulação e orientações de primeiros socorros em
caso de acidente.
dos fabricantes destes produtos são micros e pequenas
empresas , e ainda existe um mercado clandestino, que atinge percentagens elevadas de informalidade .
A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária - atua no registro e notificação desses
produtos , antes de sua comercialização, observando critérios de qualidade para garantir eficácia e
segurança . Também elabora normas e padrões , apoia a organização de informações sobre a ocorrência
de problemas de saúde causados pelo produto, atua no controle e avaliação de riscos , acompanha o
desenvolvimento técnico - científico de substâncias e , quando necessário, adota medidas corretivas
para eliminar , evitar ou minimizar os perigos relacionados aos saneantes .
Para falar sobre o cenário atual deste mercado, bem como os trabalhos desenvolvidos e as principais
conquistas do setor obtidos pela ANVISA, entrevistamos Dirceu Brás A parecido Barbano, Diretor Presidente da Agência , que assumiu o atual cargo em abril de 2011. Na ANVISA, Barbano iniciou seu
primeiro mandato como diretor em outubro de 2008, em dezembro do mesmo ano foi designado como
substituto do Diretor -Presidente , depois Diretor -Presidente interino até assumir o atual cargo.
Revista Espuma – Quais aspectos neste setor ainda precisam
ser aprimorados?
Barbano – Sem dúvida alguma, o principal desafio para o setor e
para a ANVISA é trazer à legalidade as empresas informais, que
fabricam e colocam no mercado produtos saneantes sem qualquer
avaliação de segurança e de eficácia. Embora muitos fatores sejam
externos à ação da Agência, como a questão tributária e a própria
cultura de parte da população em adquirir produtos clandestinos,
existem ações importantes que podem ser tomadas no âmbito da saúde,
como capacitação de agentes de vigilância dos Estados e Municípios,
organização de seminários e palestras em conjunto com as associações
e sindicatos, para capacitar responsáveis técnicos de empresas,
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
29
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Entrevista
30
“A função da Gerência de Saneantes da ANVISA é avaliar os
produtos saneantes a serem lançados no mercado, quanto
à qualidade, segurança e eficácia”, Dirceu Barbano.
simplificação da legislação, aumento no número de
fiscais, ações educativas nas escolas, entre outras.
Revista Espuma - Quais foram as principais
conquistas até hoje obtidas nesta área de
saneantes? E as contribuições da ANVISA?
Barbano – A qualidade e a segurança dos
saneantes vêm crescendo dia a dia, fruto do
próprio avanço tecnológico, da conscientização das
empresas e dos consumidores, inclusive com relação
à preservação do meio ambiente, e com a percepção
cada vez mais clara de que os investimentos na
prevenção de doenças, onde os saneantes exercem
papel relevante, tem retorno muito maior que
investimentos na área puramente assistencial.
A contribuição da Gerência Geral de Saneantes
da ANVISA, nesse contexto, vem com a constante
atualização das normas relativas ao setor,
acompanhando de perto os avanços mundiais
na área regulatória e focando na simplificação
de procedimentos para registro de produtos,
sem perder o objetivo maior, que é de garantir
a segurança e eficácia dos saneantes que são
oferecidos ao mercado.
Revista Espuma – Quais são as prioridades da
Agência para o setor de produtos de limpeza?
Barbano – No sentido de simplificar os procedimen­
tos para registro e notificação de produtos saneantes,
lançamos em 2009 o sistema totalmente eletrônico
de notificação de produtos de risco 1 (produtos de
baixo risco sanitário). Com este sistema, processos
que anteriormente demandavam cerca de 30 dias
para análise e aprovação, agora são finalizados
em 24 horas. Associado à notificação eletrônica, a
gerência implantou um sistema de Monitoramento
de Produtos Notificados, que audita a qualidade da
informação prestada pelas empresas com relação a
seus produtos.
A prioridade este ano é consolidar o sistema
de Monitoramento, garantindo a qualidade e
recuperação de dados informados para os produtos
de risco 1.
Outro importante aspecto diz respeito à
publicação da norma de rotulagem de produtos
saneantes, que irá agrupar, num único regulamento,
as frases e dizeres obrigatórios em rótulo para todas
as categorias de produtos saneantes. Essa norma
já prevê adequações ao sistema GHS, harmonizado
mundialmente para rotulagem de produtos químicos,
facilitando a exportação e importação de saneantes.
Revista Espuma – Há alguma novidade ou
fatos relevantes e recentes em relação a este
segmento que mereça ser destacado?
Barbano – Diversas categorias de saneantes estão
diretamente envolvidas com problemas sérios que o
Brasil tem enfrentado nos últimos anos. A primeira
trata dos inseticidas, utilizados no controle da
dengue. Em 2010, a Gerência de Saneantes publicou
a RDC 34/10, norma harmonizada no Mercosul, que
trata do registro desses produtos. Uma segunda
categoria de saneantes, também ligada à dengue, é a
água sanitária, cuja norma foi também revisada em
2009, através da RDC 55/09. A norma já prevê o uso
da água sanitária no combate à larva do mosquito
da dengue.
Uma terceira categoria de saneantes, a de
esterilizantes e desinfetantes de alto nível, está
diretamente ligada ao surto de infecções hospitalares
por micobactérias de crescimento rápido, que vem
ocorrendo no País há alguns anos. Várias normas
foram publicadas no sentido de se garantir a eficácia
desses produtos contra a micobactéria identificada
no surto.
Cabe notar ainda o registro de produtos específicos
para o combate do vírus H1N1 que foi motivo de
preocupação recente.
Revista Espuma – Sobre a legislação brasileira,
quais aspectos poderiam ser aprimorados,
tornando a indústria brasileira ainda melhor?
Barbano – Os trabalhos na Gerência caminham
no sentido de se compatibilizar a legislação
brasileira com as normas internacionais e com
o desenvolvimento tecnológico mundial. No
âmbito do Mercosul, muito já progredimos,
harmonizando uma grande parte da legislação
atual, o que nos permitirá, em breve, passarmos
para a fase de livre comércio entre os estados
partes, especificamente para os produtos de
menor risco sanitário.
Revista Espuma – Em relação às fiscalizações e
regulação, qual o posicionamento da ANVISA ?
Barbano – A Gerência de Saneantes atua em forte
parceria com a Gerência de Inspeção da ANVISA,
participando de inspeções conjuntas, de forma a coibir
irregularidades na fabricação de produtos. Em casos
mais graves, onde o fabricante nem mesmo possui
Autorização de Funcionamento para fabricação de
saneantes, a gerência dá suporte à Assessoria de
Segurança Institucional da ANVISA, em operações
de repressão, com a Polícia Federal.
Por outro lado, considerando que a fiscalização
é uma atribuição típica dos Estados e Municípios, a
Gerência de Saneantes coordena, juntamente com
a área de inspeção, capacitações de agentes das
vigilâncias sanitárias de todo o Brasil, num regime
constante. Isso se faz necessário, pois a rotatividade
de servidores nos Estados e Municípios é muito
grande e também pela necessidade de se atualizar
esses profissionais com relação às novas legislações
que surgem.
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Em Foco 1
32
O
A conquista de mercados
se faz com indústrias
e não com empresas
mercado brasileiro será cada vez mais
abordado por empresas estrangeiras para colocação
de seus produtos, ainda que não tenham raízes
industriais aqui. Basta ver a crescente presença
destas nas feiras em nosso país.
Hoje, comercialmente, com a acirrada competição,
quem não conquista será conquistado.
Sempre foi assim? Não com a atual contundência
e em um mundo sem fronteiras. Concorrentes e
competidores estão fora do alcance dos nossos olhos
e ouvidos, não apenas por distâncias geográficas,
mas com costumes e línguas. A internet encurtou
distâncias, facilitou os contatos, espalhou
informações e conhecimentos, mas as ameaças
passaram de dezenas a milhares.
Essa análise é importante para que possamos
nos dar conta de que não falamos mais de
representação de empresas, mas de indústrias.
Vale à pena reforçar que não se trata de indústria
no conceito fábrica, mas desta como segmento
industrial, cadeia produtiva. A exposição e oferta
englobam desde matérias-primas, passando pelos
equipamentos para transformação, chegando aos
produtos acabados.
Ali temos um país representado, o poder de
uma região ou cidades, para depois chegarmos às
empresas.
É importante observar que não se trata de ações
isoladas de um empreendedor, com seus produtos e
marcas, mas da criação e propagação do poderio de
um conceito.
As barreiras não são derrubadas com
mercantilismo isolado, mas com cooperação que
dá a cadeia produtora força de entrada e base de
sustentação.
Quando a indústria se mostra presente em um
mercado, ainda que uma empresa cometa erros,
outras serão acionadas e promoverão a sustentação.
O aprendizado e poder de multiplicação da
indústria são substancialmente superiores ao da
empresa, bem como seu poder de transformação.
Dentro da cadeia produtiva que forma a indústria
vendas, programação de produção, solicitação de
empréstimos, aos pleitos de proteção à indústria
é necessário fundamentação. Principalmente os
pleitos precisam de bases sólidas de argumentação
e profissionais preparados para defendê-los e
sustentá-los, sempre.
Há brutal diferença entre reivindicação, tendo
com fonte um projeto, e manifestação lamentosa. A
segunda não oferece contrapartida e só é exercitada
nos momentos de desvantagem. Isto não convence e
não é matéria para criação do futuro. Como nunca
foi a reserva de mercado.
A indústria para se sustentar precisa de
representação e esta tem quer ser profissional.
podemos ter centenas de empresas e milhares de
gestores pensando, questionando e agindo.
As empresas cooperarão, enquanto integrantes
do segmento industrial, para conquistar mercado,
e competirão para conquistar clientes. Não
é necessário muito esforço para entender a
importância dessa aliança que forma a coopetição –
cooperação com competição.
Onde falhamos, perdendo mercado para
indústrias globalizadas dentro e fora de nossas
fronteiras?
Nossa individualidade dificulta o estabelecimento
de alianças para formar cadeias produtivas fortes
que permitam superar a concorrência externa.
Amabilidade e simpatia – estar ao lado - não
estabelecem esforços cooperativos, pois são frágeis
frente à individualidade. Para isso é necessário
empatia – colocar-se no lugar de.
Precisamos mudar nosso modo de pensar a agir.
O pensamento estratégico precisa anteceder as
ações, para não sermos apenas reativos e repetitivos.
A reflexão e o debate são necessários para
promover a mudança de mentalidade, pois as
barreiras estão exatamente nas portas psicológicas.
E estas só abrem por dentro.
Os juros altos e os impostos sufocam as empresas
neste país, mas as gestões amadoras também têm
peso considerável. Sempre que tenho oportunidade
lembro os gestores do alto custo da administração
barata.
Dos trabalhos operacionais como abordagem de
As notícias tratam da falta de qualificação
operacional, mas se olharmos cuidadosamente as
luzes gerenciais cada dia se mostram mais fracas.
Os bons resultados que as empresas vêm
experimentando impedem que esse ponto seja
observado, contudo o preço a ser pago no futuro
poderá ser substancial.
Não tratamos nesse caso de perda de um cliente
ou outro, mas de uma maciça troca de fornecedores,
em vários pontos da cadeia produtiva, por empresas
estrangeiras.
Diretamente ligado aos conceitos do segmento
está o que pensam e como reagem as entidades de
classe.
Temos que nos lembrar todos os dias que quem não
conquista é conquistado, e a conquista de mercados
não se faz com empresas, mas com indústria.
Resumo
Precisamos mudar nosso modo de pensar a agir.
O pensamento estratégico precisa anteceder as
ações, para não sermos apenas reativos e repetitivos.
A reflexão e o debate são necessários para promover
a mudança de mentalidade, pois as barreiras estão
exatamente nas portas psicológicas. E estas só
abrem por dentro.
Ivan Postigo, é Diretor de Gestão Empresarial da Postigo Consultoria
Comunicação e Gestão.
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
www.postigoconsultoria.com.br
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma / Fevereiro 2011
Em Foco 2
34
Flora, controlada pela JBS,
pode estar de olho na Assolan
A
família Batista, principal acionista do
frigorífico JBS, o maior frigorífico de carne bovina
do mundo, andou dizendo tempos atrás que
queria transformar a Flora, empresa com gestão
independente do JBS, na “Unilever brasileira”.
Após a J&F, holding controlada pela família e
presidida por Joesley Batista, comprar a Bertin
Higiene & Beleza, detentora das marcas Francis,
Ox e Neutrox, agora ela encontra-se em negociações
avançadas para adquirir as marcas Assim e Assolan
da Hypermarcas. Estima-se no mercado que as duas
marcas faturaram juntas perto de R$ 170 milhões no
ano passado.
Hoje, a Flora não tem sabão em pó e nem esponja
de aço em seu portfólio de produtos de limpeza. Com
a decisão de a Hypermarcas focar seu negócio em
medicamentos e produtos de beleza, os ativos de
limpeza passaram a ser ofertados.
Encontram-se no páreo pelas marcas Assolan
e Assim as empresas Ypê, forte em detergente
líquido, Gtex, que adquiriu recentemente a Scarlate
dos amaciantes Baby Soft, e J&F, controlada pelos
35
Batista. De todas elas, contudo, é a J&F que aparece em conversações
mais avançadas.
Para ajudar nesta missão, os irmãos Batista levaram para o seu lado
um especialista no mercado de consumo de massa. Eles tiraram Eduardo
Luz, vice-presidente de produtos de cuidados pessoais da Unilever, da
gigante anglo-holandesa que detém marcas consagradas como Omo,
Seda e Dove.
O executivo considerado um peso-pesado pelo mercado dá expediente
na Flora. Luz teria aceitado a proposta dos irmãos Batista em troca
de uma participação na Flora. A empresa não comenta os detalhes
contratuais.
Luz parte agora para a montagem de sua equipe, que deverá ser
integrada por cinco a seis executivos que se dividirão entre as áreas
de logística, financeira e marketing. Moacir Sanini, ex-presidente da
Bertin Higiene & Beleza e um dos criadores de Albany para a Flora no
passado, se desligou da empresa recém-adquirida e deve retornar para o
Grupo Bertin.
Mais do que gente, a Flora precisará de boas estratégias e ações
assertivas para transformar um negócio que faturou por volta de R$ 500
milhões no ano passado em uma “Unilever brasileira”. Com a aquisição
da divisão de higiene e beleza da Bertin, que registrou vendas pouco
acima de R$ 480 milhões no ano passado, é certo que o faturamento da
Flora chegará ao fim de 2011 com um valor superior a R$ 1 bilhão.
Quem trabalha ao lado dos Batista garante que o plano para a Flora
é ousado. Isso significa que outras aquisições não estão descartadas. A
ideia é crescer de forma orgânica e, muito possivelmente, também com
outras compras.
Uma especialista no setor que prefere não se identificar diz que
o primeiro passo para a Flora é aumentar o número de produtos e
categorias, de forma a diversificar seu portfólio e atrair os olhos do
consumidor. Essa é uma estratégia adotada pela Bombril, que tem
lançado dezenas de produtos ao ano, incluindo até graxa para sapatos.
As marcas Assolan e Assim são conhecidas do grande público por
conta dos contínuos investimentos em publicidade promovidos pela
Hypermarcas nos últimos anos. Contudo, não são grandes exemplos de
participação de mercado e estão bem longe de se assustar líderes como
Bombril e Omo.
Se estas marcas menores não funcionam para gigantes do setor de
limpeza, elas podem, no entanto, fazer a diferença para uma empresa
como a Flora, que está tentando ganhar fôlego no setor de limpeza e
higiene.
“São marcas que demandarão investimento e estratégia. Se tudo isso
for feito de forma adequada, poderá atingir em cheio os emergentes em
busca de uma solução com melhor custo-benefício”, diz um concorrente.
A matéria é de Françoise Terzian, publicada no Brasil Econômico, resumida e adaptada pela
Equipe BeefPoint.
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
indústria que acaba por limitar o poder de escolha
do consumidor, que, constantemente, nem desconfia
de quem está por trás de sua marca preferida. A
estratégia também trava a expansão de marcas
menores. A situação pode até se intensificar caso
a polêmica fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour
saia, de fato, do papel, concentrando mais ainda o
setor supermercadista.
- poucas indústrias, apenas dez, entram com força
no carrinho de compras dos brasileiros. Esse grupo
representa até 70% das compras. Os demais 30%
são disputados por cerca de 500 empresas menores,
regionais – disse Marco Quintarelli, diretor do
Grupo Azo, consultoria especializada em varejo,
referindo-se a AmBev, BRF-Brasil Foods, CocaCola, Hypermarcas, JBS, Kimberly-Clark, Nestlé,
Procter & Gamble, Reckitt Benckiser e Unilever (ver
infografia).
Segundo Quintarelli, a concentração brasileira na
indústria de bens de consumo cresceu fortemente,
nos últimos anos, com a maior presença no país
de grandes produtores mundiais – interessados no
potencial de consumo das classes emergentes. A
Em Foco 3
36
O Domínio silencioso
das marcas
A
Dez
empresas concentram
70%
das compras dos carrinhos dos consumidores nos
supermercados .
concorrência entre diversos produtos que
pesam diretamente no orçamento familiar, como
alimentos, bebidas, higiene e limpeza, em muitos
casos, é mero jogo de faz de conta no país. Dez grandes
empresas – multinacionais, na maioria – abocanham
de 60% a 70% das compras de supermercado de
uma família típica brasileira e tornam o Brasil
um dos países com maior nível de concentração no
mundo, apontam especialistas em varejo. Muitas
vezes, um fabricante chega a ser dono de diversas
marcas de um mesmo produto, fazendo com que elas
“disputem” entre si fatias do mercado. Uma tática da
gigante Unilever, por exemplo, se orgulha de entrar
a cada mês em 86% das residências brasileiras
através de algumas de suas marcas como Omo,
Kibon, Seda, Lux, Hellmann’s, Arisco e Knorr. Entre
as nacionais, a tese de Quintarelli fica clara com o
alto nível de concentração atingido no segmento de
lasanhas e comidas prontas: a BRF-Brasil Foods,
criada em 2008 com polêmica fusão entre Sadia e
Perdigão, ainda em análise pelos órgãos de defesa da
concorrência, detêm 90% do segmento.
EMPRESAS IMPÕEM PREÇOS AO
VAREJO
As vozes críticas à crescente concentração se voltam
também para o problema do controle de preços. Ao
dominarem mercados, as indústrias tendem a impor
preços ou dificultar negociações com o varejo, diz
um varejista que preferiu não se identificar. Outra
imposição é empurrar produtos de menor qualidade –
ou de menor saída – nas meganegociações com o varejo.
- Os consumidores não têm a menor noção de que,
após uma fusão, as indústrias ficam mais fortes
e, por isso, acabam tendo maior controle sobre os
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Em Foco 3
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
preços. A culpa recai, sem dúvida, sobre os varejistas
– disse Armando Strozenberg, conselheiro da ABPAssociação Brasileira de Propaganda.
Segundo Genival de Souza, diretor do Prezunic,
a concentração diminuiu o poder de negociação dos
varejistas. Além disso, dificulta o fortalecimento de
marcas menores e reduz as opções de compra dfos
consumidores.
- No setor de sabão em pó, por exemplo, Omo e
Surf (da Unilever) representam mais de 70% das
vendas da categoria. Como não ter Omo? Estamos
falando de uma marca imbatível. Podemos ter mais
opções, por exemplo, de leite condensado. Mas não
tem como não ter Leite Moça. Esse poderio me
impede de barganhar, independentemente do bom
relacionamento da rede com a industria – disse
Souza.
Os tentáculos das indústrias podem não ser
percebidos pelos consumidores até o momento
em que, paradoxalmente, buscam um selo de
qualidade para um suco ou uma margarina. Então,
marcas como a Del Valle não deixam de colocar,
ainda que discretamente, a sua fabricante, a
Coca-Cola. Outras empresas, como a Reckitt
Benckiser, sabem da importância de reforçar
marcas como Vanish – líder com mais de 75% de
mercado em mais de 50 países – e praticamente
dobrou seu investimento em publicidade no
último ano, pulando da 16ª para a oitava posição
entre os maiores anunciantes di país.
CONSUMIDOR IGNORA EFEITOS DE
FUSÕES
O mais importante para as empresas hoje são suas
marcas. Daí o fato de o suco Del Valle não apresentar
tão agressivamente a marca Coca-Cola no rótulo.
Em vez disso, o “Coca-Cola” fica no cantinho das
embalagens e funciona mais como um atestado de
qualidade do produto e pode trazer nas entrelinhas
atributos como higiene e qualidade – afirmou
Strozenberg, acrescentando que, atualmente, não se
vê mais anúncios que fazem menção a uma empresa
e suas marcas . – Já não se vê mais propagandas
que lembrem que um ou outro produto faz parte da
família Unilever.
A força de empresas como Unilever e Nestlé fica
clara em suas campanhas publicitárias – pondera
José Martins, diretor da Global Brands, referindose ao fato de que muitas delas não fazem mais
propaganda individualmente de seus produtos, mas
da marca corporativa. – Ainda assim, pouca gente
sabe que a Jaguar e Land Rover são da Ford.
Para Paulo Vicente, professor da Fundação Dom
Cabral, a eventual concentração do varejo com uma
fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour poderia
piorar essa situação e ampliar a barreira para novos
fabricantes de bens de consumo. Vicente acredita
que o mercado de alimentos e higiene e limpeza é
mais concentrado no Brasil que em outros países.
- O setor de supermercados no Brasil é menos
concentrado que em outros países e há espaço para
novos jogadores, é um setor sem muitas barreiras de
entrada. Mas a fabricação de alimentos e produtos
de higiene é muito mais difícil, pois necessita de alto
capital, know-how, maquinaria, rede de distribuição
e de marcas fortes. Como grandes grupos já
concentram este mercado e investem muito em suas
marcas, esta é uma das maiores barreiras – afirmou.
Não deixa de ser um paradoxo um país tão forte no
agronegócio não ter criado grandes marcas, com
diferenciais, e manter diversos segmentos nas mãos
de cinco ou seis jogadores globais – afirmou.
O publicitário Eduardo Barros, sócio da iYo, tem
o hábito de comprar o sab~çao em pó Omo, mas nem
tinha noção de que o Surf sai da mesma fabricante,
a Unilever. Nem imaginava que três adoçantes –
Finn, Adocyl e Zero-Cal – que controlam mais da
metade do setor são da Hypermarcas. E muito menos
que Elegê é BRF-Brasil Foods. Preocupado com a
qualidade doa alimentos que dá à sua filha, sempre
buscava comprar congelados de Sadia e Perdigão,
fugindo de “marcas menores” como Batavo. Ao saber
que ela também faz parte do grupo, se surpreendeu:
- Descobrir que uma marca controla outras menores
me faz sentir um pouco enrolado. Por que os preços
tão diferentes? Será que no produto mais barato
Há menos qualidade? – indaga. Barros, que não
experimenta marcas desconhecidas na alimentação,
reforçando a tese do peso da marca e da dificuldade
de pequenas empresas crescerem, enquanto marcas
globais ficam cada vez maiores.
VOCÊ SABE DE QUEM ESTÁ
COMPRANDO?
Alguns
conglomerados
têm
participação
dominante em determinados setores e, ao mesmo
tempo, peso relevante em outras áreas.
Até 70% do carrinho de compras dos consumidores
se concentram nas marcas de apenas 10 indústrias.
Os demais 30% são disputados por cerca de 500
outras companhias.
UNILEVER
O que é? Uma das maiores multinacionais do
mundo, a empresa atua em segmentos diferenciados
com marcas-referência.
Alguns números: controla mais de 50% do
consumo de sabão em pó no Brasil. Além de ser dona
do Omo, líderno mercado, conta com Surf, Ala e
Brilhante.
Algumas marcas e produtos: Comfort, Seda, Lux,
Kibpon, Hermann’s, Arisco, Knorr, Becel, Maisena,
AdeS, Dove, Axé, Close Up e Rexona.
AMBEV
O que é? Maior fabricante de cervejas do Brasil,
surgiu a partir de uma megafusão há 10 anos.
Alguns números: 70,1% do mercado de cerveja em
2010, maior participação desde o início da empresa.
O Guaraná Antarctica é líder isolado entre os
guaranás.
Algumas marcas e produtos: Skiol, Brahma,
Antactica, Bohemia, Original, Polar, Serramalte,
Stella Artois, Quilmes e caracu. Mas também é
dona, controla ou distribui marcas como Guaraná
Antactica, Sukita, pepsi, H2OH!, Gatorade e
Lipton.
COCA-COLA
O que é? Maior fabricante mundial de
refrigerantes. Cada vez mais aventura-se em
outros segmentos, como sucos prontos, cafés, água e
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Em Foco 3
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
energéticos.
Alguns números: Dominava 49,2% do mercado de
bebidas não-alcoólicas do Brasil em 2009.
Algumas marcas e produtos: Coca-Cola, Guaraná
Kuat, Energético Burn, Kapo, Suco Mais, Suco Del
Valle, Leão(Mate), Guaraná Jesus, Água Cristal,
Gladiator, Nobaqua, Scheppes, Laranja Caseira, Ice
Tea e Aquarius Fresh.
NESTLÉ
O que é? Empresa suíça líder no Brasil, atua
no segmento de chocolates, sobremesas e sorvetes.
Associou-se à Garoto, em um negócio barrado pela
Cadê e que agora está na Justiça. Já é a maior
engarrafadora de água do mundo.
Alguns números: O faturamento mundial do
grupo em 2010 foi de U$ 35,7 bilhões. O mercado
brasileiro está entre os mais importantes.
Algumas marcas e produtos: Leite Moça, Ninho,
Nescau, Nescafé, Bono, Neston, Suflair, Passatempo,
Mucilon, Chandelle, Cambinho, Alpino, Maggi,
Molico, Água São Lourenço, Perrier, Nestea, Água
Petrópolis, Tostines, Água Pureza Vital, Água
S.Pellegrino e Levíssima.
HYPERMARCAS
O que é? O grupo brasileiro atua em setores como
remédios, alimentos, higiene e limpeza, chegando a
controlar mais de 50% de diversos segmentos.
Alguns números: Adoçantes- 56% do mercado,
com Finn, Adocyl e Zero-Cal, Preservativos- 54% do
mercado, com Olla e Jontex, Cremes e espumas de
barbear- 45% do mercado com Bozzano e Avanço.
Algumas marcas e produtos: Etti, Monange,
Cenoura&Bronze, Assolan, Pom Pom, Avanço, Risque,
Biocolor, Bozzano, Sapeka, Supra Sumo, Jontex,
Cajamar, Biorene, Denorex, Niasi, Paixão e Assim.
KIMBERLY-CLARK
O que é? Multinacional americana presente no
Brasil desde 1996, com produtos de higiene pessoal
e doméstica.
Alguns números: Líder no Brasil de papel
higiênico em folha dupla. Algumas marcas e
produtos: Intimus, Neve, Scott, Fraldas Huggies,
Fraldas Turma da Mônica e Kleenex.
JBS
PROCTER & GAMBLE
O que é? Maior empresa de bens de consumo
do mundo, com marcas globais que faturam,
individualmente, mais de U$ 1 bilhão por ano cada.
Alguns números: Três bilhões de pessoas
consomem ao menos, um produto da empresa por
dia.
Algumas marcas e produtos: Pantene, Pameprs,
Head&Shoulders, Alfazema, Wella, Koleston, Olay,
Oral-B, Ariel, ACE, Hipoglos, Gillette e Prestobarba.
BRF
O que é? União das gigantes Sadia e Perdigão,
feita em 2008 e ainda em análise pelos órgãos de
defesa da concorrência.
Alguns números: Lasanhas e pratos prontosde 80% a 90%, pizzas congeladas-de 60% a 70%,
Hambúrgueres- de 70% a80%.
Algumas marcas e produtos: Sadião, Perdigão,
Batavo, Turma da Mônica, Qualy, Miss Daisy, Hot
Pocket, Elegê, Chester, Fiesta, Becel, Perdix, Borella
e Rezende.
O que é? Maior empresa de proteína animal do
mundo.
Alguns números: Está presente em 64% do
mercado global.
Algumas marcas e produtos: Swift, Vigor, Leco,
Friboi e Bertin.
RECKITT BENCKISER
O que é? Gigante mundial no setor de limpeza.
E higiene, fundado em 1823, criador de marcas
globais.
Alguns números: O grupo pulou do 16º luga, em
2009, para o 8º lugar no ano passado entre os maiores
anunciantes do país. O valor investido passou de
R$ 460 milhões para R$ 830 milhões no período. O
Vanish, um dos carros-chefes da empresa, domina
mais de 75% do mercado em 57 países.
Algumas marcas e produtos: Veja, Vanish, Finish,
Harpic, veet, Nugget, SBP, Detefon, Repelex, Varsol,
Brasso e Bom Ar Air Wick.
Fontes: empresas, mercado e Cade.
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Em Foco 4
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Conflito de gerações
Estudo
com
125
empresas do país mostra que a passagem do poder aos herdeiros e
a contratação de executivos estão entre as maiores dificuldades do negócio
O
principal desafio enfrentado pelas
empresas familiares é encontrar o momento certo
para abrir mão do controle do negócio e entregá-lo
à geração seguinte. Essa foi uma das conclusões da
pesquisa realizada pelo consultor americano John
L. Ward, durante o evento Special Management
Program HSM — Family Business, realizado
no mês passado em São Paulo. Aproveitando a
presença de 125 sócios de empresas familiares,
Ward realizou um estudo sobre o funcionamento
desse tipo de negócio no Brasil — que a revista
Pequenas Empresas & Grandes Negócios publica
com exclusividade.
Segundo a pesquisa, as transições dentro dos
negócios familiares costumam ser demoradas.
Os empresários que estão no comando cobram
maturidade e experiência da geração seguinte:
40% deles só convidam os membros mais jovens
para o conselho de diretores depois dos 35 anos;
mais de 60% exigem dos descendentes experiência
externa superior a um ano, antes que comecem a
participar do negócio; e 25% só permitem a posse
de ações depois da morte dos pais.
“Esses empresários estão certos”, disse
Ward, em entrevista à revista. “A maioria
dos especialistas acredita que a nova geração
jamais deve ocupar o comando sem antes
ter experimentado uma vivência substancial
no mundo empresarial.” A capacitação dos
HERDEIROS NA BALANÇA
Conheça as principais conclusões da pesquisa realizada
pelo consultor americano John Ward com empresas
familiares durante evento em São Paulo
herdeiros é um ponto crucial para o sucesso de
um empreendimento familiar, na opinião de Ênio
Pinto, do Sebrae Nacional. “Sem isso, muitos
negócios acabam escorregando no amadorismo ou
são vítimas de decisões falhas sobre os rumos da
empresa”, afirma.
Outra questão fundamental da pesquisa é
a que diz respeito aos diretores independentes.
Mais de 40% dos empresários relataram que não
tinham nenhum diretor que não fizesse parte da
família. Ward não se diz surpreso com o número:
segundo ele, a porcentagem pode chegar a 70%
em alguns países. “Há uma grande cautela em
chamar pessoas de fora. É uma pena, porque
esses empreendedores ainda não descobriram
a importância de contar com um conselho forte,
formado por diretores independentes”, diz.
Confira a seguir outras conclusões do estudo
conduzido pelo consultor no Brasil.
Por Rafael Farias Teixeira
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
O
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s perfumes foram utilizados primeiramente
pelos egípcios como parte de seus rituais religiosos.
Os dois métodos principais de uso naquela época
eram a queima de incenso e a aplicação de bálsamos
e unguentos. Com o decorrer dos séculos muita coisa
mudou, além da propagação em sua utilização. A
diversidade nos gostos e o desenvolvimento da química
moderna colocaram as fundações da perfumaria
como nós a conhecemos hoje. A alquimia abriu novos
caminhos para a química e novas fragrâncias foram
criadas.
Especialistas confirmam ser difícil afirmar quais
essências farão sucesso, mas é possível prever que tipo
de apelo conquistará os consumidores e sob um aspecto
todos são unânimes: as pessoas buscam cheiros que
trazem à tona sensações e momentos agradáveis da
vida.
Outro importante aspecto apontado pelo mercado
é que as fragrâncias devem ser compatíveis com as
fórmulas dos produtos em que estão incorporadas e
resultarem em uma perfeita harmonia com os atributos
dos mesmos, sem causar irritações, dermatites
alérgicas, dermatoses ou outras reações adversas nos
consumidores.
De produtos de limpeza à perfumaria fina
As fragrâncias
e os seus fascínios
No século XIX, o filósofo Jean-Jacques Rousseau afirmou: “O olfato é o sentido da imaginação”. Com
toda razão, afinal os estímulos aromáticos incitam as emoções e recordações.
Por Lia Freire
As fragrâncias passaram a ser usadas em diferentes
categorias de produto e uma delas é formada pelos itens
de limpeza, desde que o conceito limpar e perfumar
foi adotado pela indústria. Consumidores desejam ter
acesso a produtos que mostrem que a casa está limpa
e, ao mesmo tempo, perfumada. Em se tratando de
tendências olfativas, os perfumes que transmitem
bem-estar, harmonia e equilíbrio vêm sendo os mais
procurados nestes itens. Há os aromatizadores florais
(lavanda, jasmim etc), usados preferencialmente em
ambientes como salas, enquanto que as fragrâncias
campestres (eucalipto, por exemplo) ganham destaque
em áreas como cozinha e banheiro. Também são
procurados produtos com perfumes exóticos, como os
que lembram florestas tropicais, montanhas etc. Até
mesmo aqueles que remetem aos perfumes pessoais
vêm ganhando mercado dentro deste contexto.
Quando o tema é perfumaria fina e cosméticos, ambos
voltados ao público feminino, há uma predisposição por
notas gourmand (gustativas), como baunilha, chocolate
etc; as notas amendoadas, amadeiradas e a releitura
dos florais clássicos também continuam fortes; já na
perfumaria masculina, notas ambaradas e madeiras
nobres figuram entre as mais procuradas.
Segundo dados do mercado brasileiro, o setor
de cosméticos deve encerrar 2011 com uma
movimentação de aproximadamente R$ 31 bilhões,
representando um crescimento de 13% em relação
a 2010. Enquanto isso, o de higiene e limpeza
movimenta cerca de R$ 12 bilhões. Mediante
estes números temos ideia do potencial que o
setor de fragrâncias tem à sua frente. Hoje, estão
disponíveis no mercado uma grande variedade
delas, com poder de fixação cada vez maior.
Para desenvolvê-las emprega-se alta tecnologia
e são realizados diferentes testes químicos, que
garantem excelência na qualidade.
As matérias-primas usadas podem ser de origem
natural (vegetal ou animal) ou sintética, podendo ser
empregadas como odoríferas, solventes e agentes de
fixação do odor. A falta de variedade, o baixo rendimento
nos processos de obtenção de óleos essenciais e,
principalmente, o alto custo dos óleos naturais vêm
fazendo com que o mercado desenvolva um número
maior de fragrâncias sintéticas.
“O mercado brasileiro de fragrâncias tem se
desenvolvido rapidamente e para acompanhar este
crescimento, as casas de fragrâncias precisam criar
novos conceitos que supram a demanda. Recentemente,
o Brasil ultrapassou os Estados Unidos, como maior
mercado consumidor de perfumaria e cosméticos, então
existe ainda um gap a ser atendido, especialmente com
a ascensão das classes C e D”, analisa Michael Rentel,
gerente de marketing da Citratus-Ibertech do Brasil.
A companhia, de capital 100% nacional, fundada em
1991 e que atende os setores home care, personal
care, perfumaria fina e especialidades, se tornou
parceira estratégica para as indústrias de saneantes
e cosméticos, desenvolvendo suas fragrâncias seguindo
as últimas tendências de comportamento de mercado.
“Os nossos times de P&D e Marketing utilizam-se do
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
em diferentes formatos: velas, varetas e spray. As
fragrâncias para os lava roupas líquidos também
merecem destaque”, afirma Otenio.
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Fragrâncias encapsuladas
trabalho com cores para criarem as novidades, para
interpretarem conceitos e atenderem as expectativas
dos consumidores sobre as características olfativas de
um referido produto”, explica o gerente de marketing.
Nos últimos anos, a Citratus-Ibertech do Brasil
seguiu investindo em seus colaboradores, incentivando
o aprimoramento técnico e a busca por inovação
Também realizou investimentos em estrutura, como a
construção de uma nova área comercial e um galpão
para estocagem de materiais. Nestes investimentos,
somados à aquisição de equipamentos e ao processo de
certificação ISO 9001:2008, a empresa investiu mais
de R$ 1,5 milhão.
Perfumes clássicos
Segundo Rodrigo Otenio, gerente de projetos e
desenvolvimento da Citratus-Ibertech, a principal
evolução no desenvolvimento das fragrâncias está
relacionada a novos ingredientes. “Identificamos novos
descritivos olfativos, possíveis “blends” de materiais
e, principalmente, otimização de performance de
um determinado ingrediente em uma categoria. Por
exemplo, algo que permita aperfeiçoar “long lasting” de
uma fragrância.”
Com relação às tendências olfativas, a empresa
destaca que os perfumes clássicos estão tendo forte
demanda, seguindo a linha Vintage, juntamente
com fragrâncias exclusivas e personalizadas. “Neste
mercado, cresce consideravelmente os produtos
que perfumam ambientes como os aromatizadores,
A companhia suíça Firmenich, fundada em 1895,
presente em 64 países espalhados pelos 5 continentes,
desenvolve em conjunto com os seus clientes locais,
fragrâncias para produtos de cuidado pessoal, limpeza
doméstica e perfumaria fina. “Investimos em pesquisas
científicas e desenvolvimento de novas moléculas e
ingredientes para perfumaria, assim como em novas
tecnologias para perfumação em várias categorias.
Fornecemos produtos de excelência, que têm no código
olfativo um dos pontos de maior destaque”, pontua
Márcia Ferreira de Santis, diretora regional de
desenvolvimento de fragrâncias da Firmenich.
O
investimento
em
novos
métodos
de
desenvolvimento de fragrâncias faz parte da estratégia
competitiva da Firmenich, que anualmente aloca um
percentual de suas vendas na pesquisa e criação de
novos produtos, moléculas e processos. “Neste aspecto
destacam-se as fragrâncias encapsuladas, que liberam
o perfume em momentos específicos do uso do produto,
durante as etapas em que a consumidora mais o
valoriza. A Firmenich faz um trabalho extenso de
desenvolvimento desta tecnologia, com uma equipe que
envolve várias áreas, como a técnica, criação, avaliação
e marketing. Juntas, buscam sempre o alinhamento
em termos de performance olfativa e expectativas dos
consumidores”, explica a diretora.
Sobre o perfil olfativo dos consumidores atuais,
Márcia analisa como mais sofisticado. Seja a utilização
dos produtos para cuidados pessoais, em casa ou
nas roupas. A executiva destaca ainda que entre as
consumidoras brasileiras há uma preferência pela
combinação de diferentes tonalidades olfativas, por
exemplo, um bouquet floral, constituído por notas
olfativas de diferentes flores, combinadas a notas
frutais, acrescidas de amadeiradas.
Notas orientais, que são mais adocicadas, e antes
encontradas exclusivamente em perfumaria fina,
agora já fazem parte de produtos para casa como
limpadores e amaciantes. “As fragrâncias com notas
mais singulares, constituídas por tonalidades olfativas
simplificadas e reduzidas a “cheiros únicos” tendem a
ser menos preferidas entre as consumidoras atuais”,
analisa a diretora da Firmenich, Márcia.
Um perfume e várias aplicações
Com forte atuação nas regiões Norte, Nordeste,
chegando também no Centro-Oeste do País, a Norscent
Fragrâncias, distribuidora da IFF - International
Flavors & Fragrances Inc., tem uma importante
participação nas fragrâncias voltadas aos sabões e
saneantes; e agora a empresa investe na ampliação
da oferta para as áreas de cosméticos e personal care.
“Detemos 80% do share no setor de sabões e as nossas
fragrâncias para saneantes são reconhecidas como as
mais competitivas no setor. Nos posicionamos como
uma extensão da empresa dos clientes, oferecendolhes a garantia de que o padrão de qualidade será
respeitado. A variedade de produtos para higiene e
limpeza, assim como de itens usados em cuidados
pessoais favorece um terreno fértil para que as áreas
como Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e Fragrance
Development Group (FDG´s) se debrucem sobre
novidades conceituais e técnicas em fragrâncias”,
afirma Kleber Niceas, gerente comercial da Norscent.
Para a empresa, há uma forte tendência nas
fragrâncias versáteis, ou seja, aquelas que têm mais
de uma aplicação. “O coração ou a identidade olfativa
da família de produtos é reforçada por esta demanda.
O consumidor reconhece a ligação das marcas de sua
preferência e, além de embalagens e posicionamento
de preço, o perfume é protagonista neste contexto”,
destaca Niceas.
A busca por novas moléculas aromáticas
De olho nas fragrâncias frutais, essências doces
e notas gourmet, para as linhas de cosméticos, a
Liberty Fragrâncias busca permanentemente incluir
novas matérias-primas em seus produtos a fim de
aprimorá-los, diferenciá-los e torná-los únicos. Tem
também se empenhado para substituir as matériasprimas alergênicas e desenvolver novas moléculas
aromáticas Além disso, a empresa que desenvolve
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Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Revista Espuma - Julho/Agosto 2011
Um
toque brasileiro no
mercado de fragrâncias
Sem dúvida, a diversidade da flora
brasileira faz a diferença no mercado
de fragrâncias, sendo um importante
e natural diferencial competitivo que
o país possui, favorecendo o campo
das pesquisas e no desenvolvimento
de essências exóticas e exclusivas,
com notas tropicais frutadas e
ingredientes da Amazônia.
“Os biomas brasileiros são
um tesouro e fonte para novas
inspirações. Hoje, a oportunidade
existente em torno destes sistemas
é enorme, principalmente se
considerarmos o desenvolvimento
sustentável e em parceria com as
comunidades. A Firmenich conta com
o trabalho contínuo de um biólogo
exclusivamente dedicado a exploração
de espécies nativas que possam
resultar em novos códigos olfativos.
O Brasil ocupa hoje uma posição de
destaque em termos de informações e
como definidor de tendências”, analisa
Márcia, diretora da Firmenich.
Para o executivo da empresa
Norscent, Kleber, o desbravamento
e consequente descoberta de novas
substâncias naturais como raízes,
sementes e plantas da Amazônia,
ampliaram as possibilidades criativas
e permitiram ao mercado brasileiro
construir pirâmides olfativas cada vez
mais complexas.
fragrâncias para amaciantes, domissanitários,
perfumaria fina, cosméticos, atendendo ainda outros
segmentos de mercado, faz investimentos em seus
processos produtivos. Recentemente adquiriu um
cromatógrafo a gás, equipamento de tecnologia
avançada e fundamental para o desenvolvimento e
análise de matérias-primas e essências. A Liberty
também destaca que está investindo nas áreas de
marketing e comercial, visando elevar a qualidade do
seu atendimento.
Sobre a demanda brasileira por tipo de fragrâncias,
Kid Rodrigues, gerente comercial da Liberty, observa
uma forte tendência por novos ingredientes oriundos
da região da Amazônia. “Acrescenta-se a isso, uma
grande preocupação de todos os que estão envolvidos
neste setor em não utilizar matérias-primas
alergênicas ou cancerígenas, o que acaba exigindo
das casas de fragrâncias processos mais apurados nos
procedimentos e fabricação”, destaca.
Mais de 3 mil
fragrâncias
Florais, amadeiradas, cítricas, herbais e
alavandadas. São mais de 3 mil
fragrâncias
desenvolvidas pela Phytoessence, que desde 1995,
atende segmentos como, household, cosméticos e
perfumaria fina. De acordo com Celso Valdomiro
Ribeiro, diretor geral da empresa, a tecnologia tem
sido uma importante aliada no crescimento da
Phytoessence, visto que o mercado de fragrâncias
está em constante crescimento. “Planejamos os
investimentos de acordo com nossa visão que é ser a
primeira opção de fornecedor brasileiro de fragrâncias,
depois das multinacionais. Investimos principalmente
na capacitação dos nossos colaboradores, custeando
cursos superiores, pós-graduação e de idiomas”, destaca
Ribeiro.
O diretor afirma que muito embora seja preciso
enfrentar a questão do preço baixo, o que pode inibir o
poder de criação de fragrâncias, prejudicando e tirando
a “magia da perfumaria”, a empresa segue trabalhando
para oferecer o melhor e particularmente para os seus
negócios, analisa o período como bastante favorável.
“O momento é propício devido a necessidade dos
fabricantes em melhorarem a qualidade para atender
as exigências das classes ascendentes”, opina Ribeiro.
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Phytoessence
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7
10
FAV 105
(11) 2135-5151
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Norscent
(81) 4009-2900
[email protected]
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Firmenich
(11) 4617-8800
www.firmenich.com
Vitasense
(81) 3271-2100
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29
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Anima Consultores
(11) 3677-1177
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( ) Supermercados
( ) Embalagens
( ) Aromas
( ) Indústria Química Fina
( ) Equipamentos de Laboratórios e Análises
( ) Corantes e Pigmentos
( ) Entidades da Cadeia Produtiva
( ) Centros de Pesquisas e Universidades
( ) Escolas Técnicas
( ) Outros
CCI Química
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