em Parasitoses

Transcrição

em Parasitoses
Revista
em Parasitoses
Ano II • Nº 2/2008
Entrevista
Desafios e
dificuldades da
parasitologia
brasileira
Prof. Dr. Benjamin Cimerman
Artigo de Revisão: Agentes comensais intestinais: organismos oportunistas?
Informação Técnica: Parasitoses intestinais: o desafio permanece
Artigo Comentado: Uso da nitazoxanida para pacientes com teníase resistente
Grandes Nomes da Saúde: Emílio Ribas, precursor do sanitarismo no Brasil
Revista
em Parasitoses
Editorial
Dr. Sérgio Cimerman*
Prezado colega e leitor,
tiva em 98%. Isto vem corroborar cada vez
mais a diversidade de patógenos nos quais
com muita satisfação que começamos
Annita promove eficácia terapêutica.
o ano de 2008 e já com um número
Em Notícias aponta-se para a qualidade
da nossa revista Ação em Parasi­
do excelente simpósio realizado pela Fartoses, fervilhando de informações científimoquímica na cidade de Curitiba (PR), por
cas e curiosidades no mundo das doenças
ocasião do Congresso Brasileiro de Infectoparasitárias.
logia, reunindo os especialistas, que pudeIniciamos pela Entrevista com um dos
ram aproveitar três aulas de excelente nível
grandes expoentes da parasitologia nacional,
técnico. Ainda neste tópico merece cuidado
Dr. Benjamin Cimerman, que muito contriadicional a sugestão de leitura de um guidelibui ao longo destes anos com a difusão da
ne sobre malária que a Organização Mundial
especialidade, tanto no âmbito societário
da Saúde organizou e que dita normas para
* Chefe da Primeira
Unidade de Internação do
quanto acadêmico, levando informação e
a maioria dos países ao longo do globo terInstituto de Infectologia
conhecimento a vários colegas e alunos.
restre. É importante nos atualizarmos neste
Emílio Ribas. Médico
Revela-nos um pouco de sua experiência
pormenor devido à globalização, porque
Infectologista do
através de sua linha de pesquisa e aborda a
nossos pacientes fazem inúmeras viagens
Hospital Albert Einstein
- Unidade Alphaville,
prevalência das parasitoses intestinais.
de trabalho e turismo, e assim podermos
São Paulo, SP. ViceNesta edição temos ainda um Artigo de
auxiliar na orientação de procedimentos e
Presidente da Associação
Revisão feito pelo grupo de Rio Preto em
em casos de aquisição de malária.
Pan-Americana de
colaboração conosco, acerca dos agentes
Na seção Webdicas, a indicação de visiInfectologia.
comensais que suscitam várias discussões,
tar a página da Associação Pan-Americana
e ainda assim não conseguimos definir ao certo a patogede Infectologia e um atlas de Parasitologia, com vários itens
nicidade de alguns parasitos. Vale a pena refletir a cada
e de acesso gratuito.
parágrafo em que os autores expõem suas idéias.
Finalizando este número, entre Grandes Nomes da
Publicamos ainda uma breve revisão acerca das parasiSaúde, temos a honra de contar um pouco da história do
toses intestinais, de minha autoria e do Dr. Alexandre Leite
mestre Emílio Ribas, que deu nome à instituição onde dede Souza, na qual são apresentadas tabelas elucidativas das
senvolvo meus projetos acadêmicos.
principais parasitoses intestinais.
Espero que todos possam desfrutar desta revista e
Na seção Artigo Comentado optamos pela questão da
que fique aquele sentimento de já esperar pela próxima
teníase em relação aos fármacos niclosamida e praziquantel,
edição.
mostrando a importância da nitazoxanida em uma cura efeBoa leitura!
João Cláudio Cote
É
Desafios e dificuldades da
parasitologia brasileira
4
Prof. Dr. Benjamin Cimerman
Artigo de Revisão
Agentes comensais intestinais:
organismos oportunistas?
Dr. Carlos Eugênio Casvasini,
Dr. Sérgio Cimerman, Dr. Ricardo
Luiz Dantas Machado
7
Informação Técnica
Grandes Nomes
da Saúde
Artigo Comentado
Uso da nitazoxanida para pacientes
com teníase resistente aos
fármacos habituais, niclosamida
e praziquantel
13
Parasitoses intestinais: o desafio
permanece
Dr. Alexandre Leite de Souza,
Dr. Sérgio Cimerman
Veja também....
Índice
Entrevista
11
Notícias
Informe Técnico
Webdicas
Agenda
14
17
17
18
19
Ação em Parasitoses é uma publicação patrocinada pela Farmoquímica S/A, produzida pela Office Editora e Publicidade
- Diretor Responsável: Nelson dos Santos Jr. - Diretor de Arte: Roberto E. A. Issa - Diretora Financeira: Waléria Barnabá
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aos médicos. Os pontos de vista aqui expressos refletem a experiência e as opiniões dos autores. Antes de prescrever qualquer
medicamento eventualmente citado nesta publicação, deve ser consultada a bula emitida pelo fabricante.
Material destinado exclusivamente à classe médica.
Revista
em Parasitoses
Entrevista
Desafios e dificuldades da
parasitologia brasileira
João Cláudio Cote
Prof. Dr. Benjamin Cimerman*
* Ex-Presidente da Federação
Latino-Americana de
Parasitologia.
Ex-Presidente da
Sociedade Brasileira de
Parasitologia e Professor
Titular de Parasitologia
de Várias Faculdades de
Medicina, Biomedicina e
Enfermagem.
C
omo especialista na área da
parasitologia há vários anos, Dr.
Benjamin Cimerman traz no currículo uma vasta experiência nesse campo. Foi presidente da Federação LatinoAmericana de Parasitologia e presidente
da Sociedade Brasileira de Parasitologia,
Professor Titular de Parasitologia da Faculdade de Medicina da Universidade de
Mogi das Cruzes e atualmente da Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita
Albert Einstein. Nesta entrevista à revista
Ação em Parasitoses, o especialista faz
um panorama geral sobre a situação das
doenças parasitárias no país e ressalta os
desafios e as dificuldades dos profissionais que trabalham na área.
A. P. - Qual o panorama da parasitologia brasileira?
Dr. Benjamin - Atualmente no Brasil
as parasitoses intestinais não constituem, como no passado, um importante
problema de saúde pública devido aos
avanços no campo da terapêutica e de
novas tecnologias para o diagnóstico. As
parasitoses tissulares, entre elas malária,
leishmaniose e doença de Chagas, ainda
são consideradas como problema a ser
enfrentado pelas autoridades públicas
federal, estadual e municipal.
A. P. - Quais os principais parasitas
intestinais que mais preocupam os especialistas brasileiros?
Dr. Benjamin - Os parasitos oportunistas (Cryptosporidium, Isospora,
Ciclospora) intestinais em pacientes imunodeprimidos são os que mais preocupam a classe médica. Nas regiões muito
pobres e desprovidas de saneamento
básico, a maior preocupação ocorre
com a amebíase, giardíase e ascaridíase,
principalmente na população imunocompetente.
Ação em Parasitoses - Quais as
principais conseqüências da mudança
no perfil epidemiológico das doenças
parasitárias em todo o mundo?
Dr. Benjamin Cimerman - O crescente número de notificações de doenças
parasitárias sugere uma clara evolução
dessas parasitoses, porém de caráter
endêmico.
4
Ano I • Nº 2/2008
A. P. - Quais foram os maiores avanços na
área nos últimos anos?
Dr. Benjamin - Os maiores avanços foram
em relação à terapêutica e introdução de novos
métodos para o diagnóstico das parasitoses. A
preocupação por parte dos municípios brasileiros
em relação às parasitoses (tratamento dos doentes) tem se refletido na redução da prevalência
e transmissão das parasitoses. No Estado de São
Paulo, por exemplo, não temos mais a transmissão da doença de Chagas, graças à campanha da
SUCEN no combate ao barbeiro.
A. P. - E quais são os atuais desafios para a
comunidade médica científica brasileira?
Dr. Benjamin - O maior desafio ainda está no
desenvolvimento de novas drogas antiparasitárias,
principalmente para os parasitos de maior poder
patogênico.
• água – diversos surtos associados à água foram
registrados nos últimos anos em Nova York,
Portland, Bank, etc.
• verduras, legumes e frutas cruas contaminadas
pelos cistos.
• alimentos contaminados pelos manipuladores
parasitados.
Prevalência de Giardia
45%
40%
A. P. - Por que entre as parasitoses intestinais
a giardíase tem se destacado até mesmo em países
desenvolvidos?
Dr. Benjamin - Porque sua transmissão está
associada a diversos fatores, como:
Giardia
35%
35%
33%
28.5%
30%
25%
21%
20%
20%
20%
16%
15%
10%
5%
0%
A. P. - E para o governo federal?
Dr. Benjamin - Sem dúvida está em ouvir
mais os especialistas da área e tomar decisões
rápidas para evitar que uma endemia se torne
epidemia.
43%
Seychelles
Egito
Austrália
Brasil
Tailândia
Guatemala
Índia
“O maior desafio ainda está no
desenvolvimento de novas drogas
antiparasitárias, principalmente
para os parasitos de maior poder
patogênico”
EUA (Denver)
Revista
em Parasitoses
“O advento de novas drogas, tais como
secnidazol, tinidazol e nitazoxanida,
tornou o controle da giardíase mais
fácil, porém é necessário que os órgãos
encarregados da saúde no município
ou estado administrem as drogas aos
parasitados, cortando assim a transmissão”
mais fácil, porém é necessário que os órgãos
encarregados da saúde no município ou estado administrem as drogas aos parasitados,
cortando assim a transmissão.
A. P. - Quais foram os últimos avanços no
tratamento da giardíase?
Dr. Benjamin - A introdução de novas
drogas, tais como nitazoxanida, secnidazol, e
o trabalho dos professores junto às crianças
com relação a educação sanitária representou
um avanço muito importante na área.
• riachos e reservatórios contaminados pela
presença de animais infectados, o que levou a
OMS a considerar a giardíase uma zoonose.
A. P. - Com a experiência adquirida nessa
área ao longo dos anos, quais são as perspectivas para o controle das doenças tropicais
no Brasil?
Dr. Benjamin - Acredito que o controle irá
depender muito da melhora das condições de
saneamento básico e educação da população.
Se concretizadas as metas do PAC, dentro de
alguns anos poderemos comemorar a diminuição das doenças tropicais no Brasil.
A. P. - Quais as principais complicações
da giardíase?
Dr. Benjamin - As principais complicações
são esteatorréia, má absorção de gorduras,
vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K), ácidos
graxos, vitaminas B12, ácido fólico. Alguns
trabalhos na Guatemala relacionam a baixa
velocidade de crescimento de crianças à
giardíase.
Giardia Morfologia
Giardia - Ciclo Evolutivo
A. P. - Quais as maiores dificuldades no
controle dessa doença?
Dr. Benjamin - O advento de novas
drogas, tais como secnidazol, tinidazol e
nitazoxanida, tornou o controle da giardíase
Cistos: 300 milhões a 14 bilhões
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Ano II • Nº 2/2008
Artigo de Revisão
Agentes comensais
intestinais: organismos
oportunistas?
Dr. Carlos Eugênio Casvasini1, Dr. Sérgio Cimerman2,
Dr. Ricardo Luiz Dantas Machado1
A
etária infantil.(5) A ocorrência de
infecções por organismos comensais varia de acordo com
a região. Chilomastix mesnili,
Endolimax nana, Entamoeba
coli e Iodamoeba butschlii
têm sido os mais citados na
literatura. (6-10) O Blastocystis
hominis é um protozoário
unicelular e um dos organismos
mais comuns no trato intestinal
humano. (11) Sua patogenicidade
é ainda controversa, sendo considerado um patógeno potencial
por alguns autores, enquanto
outros concluem que não é
patogênico.(12-14)
s infecções entéricas
têm sido um sério problema de saúde pública
em países em desenvolvimento.
Alguns trabalhos demonstram que
a prevalência dos agentes comensais
no intestino humano varia de 10
a 15% em indivíduos saudáveis. (1)
Estes estão distribuídos normalmente pelo mundo todo; entretanto, são mais freqüentemente
encontrados nas áreas tropicais,
nos países em desenvolvimento
e em crianças. (2,3) Os parasitos
intestinais têm uma distribuição
mundial, com altas taxas de prevalência em regiões com precárias
condições socioeconômicas e de
higiene.(4) Estima-se que infecções causadas
por protozoários e helmintos afetem cerca
de 3,5 bilhões de pessoas ao redor do mundo, causando doença em aproximadamente
450 milhões de pessoas, a maioria na faixa
1 - Centro de Investigação de Microrganismos, Departamento de Doenças
Dermatológicas, Infecciosas e Parasitárias, Faculdade de Medicina de
São José do Rio Preto, S. J. do Rio Preto, SP.
2 - Chefe da Primeira Unidade de Internação do Instituto de Infectologia
Emílio Ribas (3º andar). Médico Infectologista do Hospital Israelita
Albert Einstein – Unidade Alphaville, São Paulo, SP.
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Ano II • Nº 2/2008
Revista
em Parasitoses
“A ampla diversidade socioeconômica,
A diarréia pode ser ou não infecciosa, porém nos países em desenvolvimento a forma
infecciosa é a mais freqüente, sendo os agentes
etiológicos mais comuns os protozoários, vírus e
as bactérias. A etiologia da diarréia varia de uma
região a outra. (24) Independente disso, as infecções oportunistas intestinais estão entre as mais
importantes causas da diarréia,(25) sério problema
de saúde pública nas regiões tropicais. A etiologia
da diarréia é usualmente multifatorial, e fatores
como a infectividade, nutricionais e alérgicos
podem perpetuar um ciclo de vida vicioso de
diarréia e má-nutrição (Lima & Guerrant, 1992). (26)
A ampla diversidade socioeconômica, aliada às
particularidades geográficas da América Latina,
já foi referida como moduladora da etiologia infecciosa da diarréia, alterando a importância dos
diferentes enteropatógenos.(26-28) Realmente, os
estudos sobre os agentes etiológicos associados
à diarréia mostram que a importância relativa dos
diferentes enteropatógenos varia grandemente
dependendo da estação do ano, área de residência (urbana ou rural), condição socioeconômica,
localização geográfica e especialmente com a
idade do hospedeiro.(22,29,30)
Apesar de sua elevada prevalência ao redor
do mundo, as principais questões sobre estes
agentes comensais permanecem não resolvidas,
destacando-se áreas fundamentais, como a taxonomia e a patogenicidade,(9) visto que alguns estudos
evidenciaram as mesmas taxas tanto em pacientes
quanto em portadores.(1,2) Entretanto, muitos inquéritos têm demonstrado que em crianças esses
organismos ocorrem em elevadas freqüências(15,31,32)
e que estes microrganismos comensais podem estar
associados com diarréia crônica e outras desordens
intestinais na ausência de outros agentes etiológicos reconhecidos como causa de diarréia.(33-37)
Associação significante com diarréia em escolares na Zâmbia foi observada com a presença
de B. hominis e/ou E. nana.(38) A evidência de
diarréia crônica, náuseas, urticária, constipação,
anorexia, vômitos, dor abdominal, flatulência e
tontura causadas pelo B. hominis na ausência
de outros enteropatógenos tem sido verificada
também nos casos em que o organismo é encon-
aliada às particularidades geográficas
da América Latina, já foi referida como
moduladora da etiologia infecciosa da
diarréia, alterando a importância dos
diferentes enteropatógenos”
A prevalência de B. hominis e E. nana é de
64,3% e 34,4% no Chile,(15) 44,4% e 34,6% na
Argentina,(16) 45,2 e 3,7% na Tailândia, 48,1% e
22,9% na Venezuela, 38,0% e 15,0% no Kwait e
53,8% e 63,4% na Zâmbia, respectivamente. No
Brasil, foram registrados 25,6% de Entamoeba
coli e 17,9% de E. nana entre crianças e adultos
de um acampamento de sem-terra na área rural
de Uberlândia(6) e 4,2% de E. nana e E. coli em
amostras fecais de crianças do município de
Campo Florido(17) no Estado de Minas Gerais.
Em comunidades indígenas do Mato Grosso do
Sul, as precárias condições sanitárias favorecem
uma alta prevalência (40,9%) do B. hominis.(18)
Crianças desidratadas com gastroenterite, admitidas em hospital pediátrico na cidade do Rio de
Janeiro, apresentaram em suas fezes B. hominis
(1,4%), Entamoeba coli (0,9%) e Endolimax nana
(0,5%).(19) Em escolares da cidade de São Paulo,
B. hominis foi detectado em 38,3%, E. coli em
13,2% e E. nana em 9,9% das amostras fecais. (20)
Em fazendeiros no município de Holambra, também no Estado de São Paulo, a freqüência de
B. hominis foi de 37,8% e a de E. nana foi de
14,0%.(21) Este microrganismo foi detectado em
34,7% dos cuidadores e crianças de uma creche na
cidade de Botucatu, interior do Estado de São Paulo. Em pacientes com a síndrome da imunodefi­
ciência adquirida atendidos na cidade de São Paulo, a freqüência do E. nana foi de 2,5%, 13% para
E. coli e 0,5% para o B. hominis.(22) Por outro lado,
em uma comunidade no município de Pitanga,
no Paraná, o B. hominis foi detectado em 26,5%
da população, enquanto a E. nana e a E. coli em
33,7% e 17,1%, respectivamente.(23)
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Ano II • Nº 2/2008
“Os comensais intestinais
trado em alta freqüência.(39-41) O número médio
de B. hominis foi significantemente elevado em
pacientes apresentando diarréia e dor abdominal no Egito. (11) Há quatro anos, pesquisadores
investigando espécimes fecais de 140 indivíduos
da Jordânia, relataram que estes apresentavam
diarréia aguda e persistente, e que 54 tinham B.
hominis, sendo que mais de 50% destes tinham
somente este patógeno isolado.(42)
O tratamento com metronidazol foi também
efetivo contra B. hominis (44) e a nitazoxanida
tem sido utilizada com sucesso para a eliminação
dessas infecções em escolares no México.(45) Por
outro lado, em infecções graves por B. hominis,
parece que metronidazol e trimetoprima/sulfametoxazol são eficazes em alguns indivíduos, mas
não em todos.(14) Contudo, no Brasil, Cimerman e
colaboradores têm utilizado esses fármacos com
sucesso no tratamento de pacientes co-infectados
com o HIV-1 e o B. hominis caso constatar o
seu papel patogênico no trato intestinal humano
(comunicação pessoal).
Apesar da E. nana ser considerada um microrganismo não-patogênico,(1,2) muitos casos têm
sido reportados em pacientes infectados exclusivamente com este agente e com diarréia crônica.
(33,34)
Estudos clínicos indicaram que E. nana foi
o organismo causador da diarréia quando o tratamento medicamentoso foi aplicado para estas
infecções.(43,34).
Conhecer as espécies comensais em humanos
é de fundamental importância, porque apesar da
existência de metodologias imunológicas e moleculares já bem estabelecidas para o diagnóstico
específico de amebíase pelo complexo histolytica,
usualmente o diagnóstico dessa parasitose e de
outras amebas é feito pela morfologia de cistos
e trofozoítos presentes nas fezes. Além disso, a
ocorrência de amebas comensais, associadas ou
não a infecções por protozoários, não fornece
subsídios que indiquem morbidade numa determinada comunidade, mas esta ocorrência é um
forte indício da existência de serviços de saneamento básico e/ou educação sanitária inadequados. De acordo com Rocha et al.,(46) os comensais
intestinais compartilham os mesmos mecanismos
compartilham os mesmos mecanismos
de disseminação e transmissão dos
protozoários intestinais e podem
servir como indicadores de condições
socioeconômicas e sanitárias”
de disseminação e transmissão dos protozoários
intestinais e podem servir como indicadores de
condições socioeconômicas e sanitárias em populações rurais e de assentamentos ou, ainda, de
periferia de cidades.
Concluindo, não está provado efetivamente
que estes agentes são causa não usual de distúrbios gastrointestinais. As opiniões são divergentes
e indefinidas.(20) Em contrapartida, o reconhecimento e a identificação de muitos destes agentes
ainda são precários em muitos laboratórios de
análises clínicas.(23) Além disso, a elevada taxa de
co-infecção pode dificultar a associação de sintomas para um único microrganismo. É razoável
rever a importância destes agentes comensais,
especialmente quando outros possíveis fatores
foram eliminados.
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Barichello T, Póvoa MM, Cavasini CE, Machado RL.. Enteropathogens associated with diarrheal disease in infants (< 5 years old)
Endereço para correspondência:
CIM/FAMERP. Av. Brigadeiro Faria Lima, 5.416
Bloco U6 - CEP 15090-000
São José do Rio Preto - SP.
10
Ano II • Nº 2/2008
Informação Técnica
Parasitoses intestinais:
o desafio permanece
Dr. Alexandre Leite de Souza1, Dr. Sérgio Cimerman2
A
s enfermidades parasitárias do
aparelho digestivo representam
um constante e crítico desafio
para o campo da saúde pública nos
países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), há bilhões de seres humanos
parasitados por múltiplos helmintos
e protozoários intestinais em todo o
mundo. Contudo, diversos elementos
epidemiológicos, clínicos e fisiopatogênicos das doenças parasitárias revelamse inexplorados e negligenciados pela
comunidade médica e instituições de
pesquisa. Além disso, há um evidente
desinteresse das forças políticas em
equacionar efetivamente esse dramático problema de saúde pública.
No Brasil, um proeminente estudo
envolvendo agentes parasitários intestinais foi realizado no final da década
de 1980, revelando uma substancial
taxa de 55% de parasitismo intestinal
nas crianças.(1) Surpreendentemente,
o estudo também apontou que um
significativo percentual dos indivíduos
estava infestado por múltiplos helmintos e protozoários. As principais enfermidades parasitárias, identificadas por
esse estudo, são as seguintes: 56,5%
de ascaridíase, 51% de trichiuríase e
11% de ancilostomíase.(1)
Atualmente, numerosos estudos
correlacionam as moléstias parasitárias
a um drástico prejuízo no desenvolvimento cognitivo e físico infantil.(2,3)
Notavelmente, os agentes parasitários
intestinais também estão envolvidos
em múltiplos fenômenos hematológicos, neoplásicos, imunológicos, inflamatórios e digestivos, tais como os
seguintes: asma,(4) vasculites,(5) doença
da reconstituição imunológica,(6) câncer
no trato biliar,(7) artrite,(8) eosinofilia,(9)
hematêmese,(10) urticária, exantema, anemia, assim como sepse e meningite por
Gram-negativos. (11) Igualmente assustador é o fato desses agentes parasitários
invadirem múltiplos espaços anatômicos
de nosso organismo, incluindo árvore
respiratória,(12) sistema nervoso central(13)
e sistema cardiovascular.(14)
Os capitais protozoários e helmintos do aparelho digestivo estão ilustrados nas tabelas 1 e 2, assim como suas
típicas vias de transmissão, formas de
vida e distribuição geográfica, juntamente com as respectivas ferramentas
diagnósticas atuais.
Medidas Profiláticas
• Estimular e valorizar o aleitamento materno exclusivo como fonte
saudável e segura de alimentação
até os seis meses de idade.
• Combate a determinados vetores
como moscas, baratas e besouros
coprófagos.
• Alertar sobre o risco de determinadas práticas sexuais (anal-oral),
pois funcionam como um comportamento de risco para difusão
desses patógenos.
• Administração periódica de vermífugos a cães e gatos de estimação.
• A vacinação constitui uma das
medidas mais promissoras para um
futuro próximo.
• Melhora da qualidade de vida da
população em geral.
• Difusão do saneamento básico.
• Programas educacionais sobre
higiene e manipulação adequada
de alimentos.
• Uso de calçados.
1 - Médico da UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Médico Colaborador do
Laboratório LIM 56 e LIM 12 da Faculdade de Medicina da USP.
2 - Doutor em Infectologia pela Unifesp. Chefe da 3ª Unidade de Internação do Instituto
de Infectologia Emílio Ribas.
11
Ano II • Nº 2/2008
Revista
em Parasitoses
Infecções por Protozoários
Diagnóstico
Fluido corporal
ou tecido onde
o protozoário é
encontrado
Síndrome
Distribuição
geográfica
Transmissão
Hospedeiro Estágio do
definitivo
parasita
Amebíase
Mundial
Fecal-oral
Humano
Trofozoíto,
cisto
Fezes,
fígado (abscesso)
Giardíase
Mundial
Fecal-oral
Humano
Fezes
Isosporíase
Mundial
Fecal-oral
Fecal-oral
Fecal-oral
Humano
Humano
Humano
Trofozoíto,
cisto
Oocisto
Oocisto
Oocisto
Criptosporidíase Mundial
Ciclosporíase
Mundial
Fezes
Fezes
Fezes/escarro
Testes imunológicos e
moleculares
Exames complementares
Detecção de antígeno (Ag) Retossigmoidoscopia
pela técnica de ELISA; PCR (biópsia ou raspado); TC abdome
para abscesso hepático
Pesquisa de Ag nas fezes
pela técnica de ELISA
Pesquisa de Ag (ELISA)
Biópsia e PCR
-
Infestações por Helmintos
Diagnóstico
Transmissão
Hospedeiro Estágio do
definitivo
parasita
Fluido corporal
ou tecido
Áreas tropicais e
temperadas
Fecal-oral
Humano
Ovo
-
Áreas tropicais e
temperadas
Áreas tropicais e
subtropicais
Fecal-oral
Humano
Ovo
Teste da fita
gomada na região
perianal
Fezes
-
Solo → pele,
Humano
auto-infecção interna
e externa
Solo → pele,
Humano
fecal-oral,
Aleitamento materno
Fecal-oral
Humano
Larva
Fezes
-
Ovo-Larva
Fezes
-
Hiperinfestação em
imunodeficientes e
pacientes com HTLV
Anemia (“amarelão ou
opilação”), Sd Loeffler
Ovo
Fezes
-
Agente
Distribuição
geográfica
Enterobíase
(Oxuríase)
Trichuríase
Estrongiloidíase
Ancilostomíase
Ascaridíase
Europa, Ásia, África,
América Central e
do Sul
Áreas tropicais e
temperadas
Testes
sorológicos
Exames complementares
e outras manifestações
-
Sd Loeffler, obstrução
intestinal (diagnóstico
diferencial com apendicite)
-
T. solium (suína)
Teníase
Mundial
Carne mal cozida
Humano
Larva
Fezes
T. saginata
(bovina) Teníase
Mundial
Carne mal cozida
Humano
Larva
Fezes
Western Blot
(só em pesquisa)
-
S. mansoni
Esquistossomose
Américas do Sul e
Água→Pele
Central, África e Índia (caramujo)
Humano
Ovo, verme
adulto
Fezes, parede
intestinal
Western Blot
Biópsia retal, mielite
(Só em pesquisa) transversa
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Artigo Comentado
Successful treatment of niclosamide and praziquantel-resistant beef tapeworm infection
with nitazoxanide
Lateef M, Zargar S, Khan A, Nazir M, Shoukat A.International Journal of Infectious Diseases 2008;12(1):80-82,2008.
Background: beef tapeworm (Taenia saginata) infection is acquired by eating inadequately cooked beef
that contains the larvae or cysticerci of T. saginata. Niclosamide and praziquantel have proved effective for its
treatment but treatment failures are well known. We report
herein the results of nitazoxanide therapy. Methods: a
prospective study was conducted in 18 children and 34
adults to assess the efficacy and safety of nitazoxanide in
the treatment of niclosamide- and praziquantel-resistant
T. saginata infection. Nitazoxanide was administered twice
daily for 3 days in 500 mg doses for those aged over 14
years and at 20 mg/kg body weight/day in children aged
5-14 years. Post-treatment follow-up was undertaken at
1, 2, 4, 8 and 12 weeks for fecal samples for proglottides, and to check the presence, number, and viability of
Taenia eggs. Results: nitazoxanide cured 51 of 52 (98.1%)
patients. Mild side effects occurred in seven patients, which
resolved spontaneously. There were no abnormalities in
laboratory parameters. Conclusions: nitazoxanide is a
safe, effective, inexpensive, and well-tolerated drug for
the treatment of niclosamide and praziquantel-resistant
beef tapeworm infection.
Comentários
Este é um estudo clínico de publicação recente acerca do uso da nitazoxanida para pacientes com teníase resistentes aos fármacos habituais, niclosamida e praziquantel. O trabalho foi conduzido na Índia entre 2004 e 2005, com
envolvimento de 8.894 indivíduos, com confirmação de 55 pacientes com diagnóstico de Taenia saginata e resistência
antiparasitária. A idade variou de 5 a 65 anos e todos apresentaram o consentimento informado para participar do
referido estudo. A resistência foi evidenciada pela persistência de proglótide no material fecal e corroborada pela
sintomatologia clássica de desconforto abdominal, náuseas, diarréia e aumento do apetite.
Os autores propuseram o tratamento com 500 mg administrado de modo oral em períodos de 12 em 12 horas
por 3 dias e para as crianças de 20 mg/kg/dia divididos de 12/12 horas pelo mesmo tempo de tratamento. Os pacientes foram seguidos como controle após 1, 2, 4, 8 e 12 semanas. Notaram-se dados extremamente importantes,
como uma taxa de cura de 98,1% com a negativação da presença de ovos no exame parasitológico e da existência
de proglótides de Taenia. Acompanhada dessa eficácia é mencionada ainda uma redução na contagem de ovos ao
redor de 98%. Ainda neste grupo populacional foi vista a presença de outras parasitoses intestinais, como ascaridíase, trichuríase e giardíase também com taxas de cura expressivas. O número de efeitos adversos foi pequeno neste
trabalho, sendo que todos foram leves e transitórios, resolvendo-se espontaneamente.
Os autores mostram a segurança, efetividade e o baixo custo da nitazoxanida nos casos de infecção por Taenia
saginata, que é endêmica na localidade da Índia em que foi desenvolvido o trabalho. Além disso, comentam a
representatividade da nitazoxanida como uma droga no arsenal terapêutico das doenças parasitárias intestinais, fato
este evidenciado a cada momento por nós aqui no Brasil na terapia da maioria das parasitoses intestinais.
13
Ano II • Nº 2/2008
Revista
em Parasitoses
Fotos: Paulo César Alexandrowitsch
Grandes Nomes da Saúde
Emílio Ribas
E
Carolina Bulcão Ribas, seguindo, logo depois,
para Santa Rita do Passa Quatro, onde iniciou
sua atividade clínica.
Em 1895 é nomeado inspetor sanitário, começando o combate às epidemias. Promovido
a Chefe da Comissão Sanitária de Campinas em
1896, permaneceu até abril de 1898, data em que
foi nomeado Diretor-Geral do Serviço Sanitário.
Exerceu o cargo por quase 20 anos consecutivos,
aposentando-se em 1917. Durante esse tempo
reorganizou o Serviço Sanitário, remodelando o
Desinfetório Central, o Hospital de Isolamento,
os Laboratórios de Análises Clínicas e Bromatológicas, o Farmacêutico e a Seção de Engenharia
Sanitária.
mílio Marcondes Ribas foi um dos grandes
precursores do sanitarismo no Brasil do
fim do século XIX e início do século XX.
Juntamente com Oswaldo Cruz, Adolfo Lutz,
Vital Brazil e Carlos Chagas trabalhou intensamente para sanar das cidades e também dos
campos as epidemias e endemias que assolavam
o país na época.
Filho de Cândido Marcondes Ribas e D.
Andradina Marcondes Machado Ribas, nasceu
em Pindamonhangaba, interior do Estado de
São Paulo, em abril de 1862. Em 1887 formouse pela Faculdade Nacional de Medicina do
Rio de Janeiro. Logo após de formado voltou
a sua terra natal, onde se casou com D. Maria
14
Ano II • Nº 2/2008
“Há um universo de mistérios
Febre Amarela
à nossa volta e me anima a
Emílio Ribas já tinha enfrentado a febre amarela na região de
Campinas, no final do século XIX,
contando com o apoio do cientista Adolfo Lutz, então Diretor do
Instituto Bacteriológico. Guiado
apenas pela intuição, Emílio
Ribas combateu a febre amarela
exterminando com êxito o mosquito transmissor da doença,
Aedes aegypti, em outras cidades
como Araraquara, São Caetano,
Pirassununga, Pilar, Rio Claro e
Jaú, no interior do Estado de São Paulo.
Em 1891 publicou o trabalho “O mosquito
considerado como agente de propagação da
febre amarela” e encontrou forte oposição da
sociedade médica da época, que acreditava que
a febre amarela era transmitida por contágio
entre pessoas.
Para provar que essa tese estava errada, em
janeiro e fevereiro de 1903 resolveu fazer uma
experiência semelhante à realizada em Cuba.
Unindo-se ao médico e amigo Adolfo Lutz e a
mais dois voluntários, Oscar Marques Moreira
e Domingos Pereira Vaz, deixaram-se picar por
mosquitos que estiveram em contato com doentes graves de febre amarela, não se importando
com as conseqüências que poderiam surgir. A
experiência ocorreu no interior do Hospital de
Isolamento de São Paulo, atual Instituto de Infectologia Emílio Ribas, sendo o Diretor da época Dr.
Cândido Espinheira e o médico interno Dr. Victor
Godinho. A experiência foi repetida novamente
com dois outros voluntários.
Foi a partir da contaminação de Emílio Ribas
que Oswaldo Cruz promoveu a campanha de
eliminação dos focos de mosquito no Rio de
Janeiro, a mesma realizada em São Paulo por
Emílio Ribas.
Uma nova experiência embasada em rigor
científico e acompanhada por médicos foi realizada em abril de 1903, dessa vez com três imigrantes
italianos, que foram pagos para permanecer entre
possibilidade da surpresa.”
Emílio Ribas
secreções e lençóis usados por
doentes com febre amarela.
Os resultados provaram a
transmissão da febre amarela
pela picada de mosquitos
Aedes aegypti infectados por
pessoas atingidas por essa
moléstia e o não-contágio através do contato com
roupas e objetos usados e sujos dos doentes.
No mesmo ano Ribas defendeu a tese de que
para a erradicação da moléstia o combate deveria
dirigir-se à eliminação dos mosquitos vetores.
Em 1907 a febre amarela é declarada extinta
em todo o Estado de São Paulo.
Designado para realizar conferências na Europa e Estados Unidos, visita várias organizações
sanitárias em 1908 e 1909. Já em Londres, na
Society of Tropical Medicine and Hygiene, faz
conferência sobre a extinção da febre amarela em
São Paulo e Rio de Janeiro, e é convidado pelo
governo francês para fazer parte da comissão de
combate à febre amarela na Martinica. Mas declina
do convite pelo excesso de compromissos.
Instituto de Infectologia
O Instituto de Infectologia Emílio Ribas foi
uma das primeiras instituições de Saúde Pública
em São Paulo, sendo inaugurado em 8 de janeiro
de 1880, ainda no Império, através da contribuição da população paulista, que doou parte do
dinheiro para a sua construção, com o objetivo de
isolar e tratar os pacientes portadores de doenças
infecciosas.
O hospital, que inicialmente atendia apenas
varíola, foi ampliado em 1894, para poder enfrentar as epidemias de doenças infecciosas que
estavam ocorrendo na época (febre amarela, tifo,
15
Ano II • Nº 2/2008
Revista
em Parasitoses
surto epidêmico de peste bubônica em Santos.
Comissões foram providenciadas para que comparecessem aos locais onde se registravam as
epidemias, procedendo à farta distribuição de
vacinas produzidas no Instituto Vacinogênico.
Propôs que fosse criado o Instituto Soroterápico
do Butantan, ao perceber a necessidade de um
estabelecimento ideal.
Ribas foi fundador do Instituto, construído
numa fazenda nos arredores de São Paulo, onde
prestou valiosa cooperação
ao Instituto Butantan.
Também colaborou para
a fundação do Sanatório de
Campos do Jordão para
tratamento da tuberculose
e foi o idealizador, juntamente com Victor Godinho,
em 1911, de tornar a cidade
uma estância climática.
Seus estudos sobre a
lepra foram de vital importância para o controle
do grave problema. Foi o idealizador do Sanatório
de Santo Ângelo, o primeiro com características
mais humanas de assistência aos hansenianos
no Brasil.
O médico foi criador da Seção de Proteção
à Primeira Infância, da Inspetoria Sanitária Escolar, do Serviço de Profilaxia e Tratamento do
Tracoma.
Estudou, com critério e segurança, a forma
atenuada da varíola – o alastrim – levando os
seus estudos aos grandes centros científicos, onde
foram discutidos.
Deixou várias obras, tanto relativas à febre
amarela, como a lepra, febre tifóide, entre outras
doenças infecto-contagiosas. Sua produção científica aliada à atuação em campo e à capacidade
de administração foram inigualáveis.
Em 1922 pronuncia sua última conferência
sobre febre amarela no Centro Acadêmico da
Faculdade de Medicina de São Paulo. Faleceu na
cidade de São Paulo aos 63 anos.
peste, difteria), passando a se
chamar Hospital de Isolamento
de São Paulo, considerado no
início do século XX um dos
melhores do mundo.
O isolamento era rigoroso, obrigando os
médicos e a equipe de enfermagem a morar no
hospital, em edifício separado, anexo ao pavilhão (Unidade de Internação) em que ficavam
os doentes.
Em 1932 o hospital passou a se chamar Hospital de Isolamento “Emílio Ribas”, em homenagem
ao ex-diretor do Serviço Sanitário e patrono da
saúde pública de São Paulo.
Em junho de 1991 o Hospital foi transformado
em Instituto de Infectologia Emílio Ribas, tendo
como atribuições: prestar assistência médicohospitalar; promover o ensino e a pesquisa; contribuir para a educação sanitária da população;
absorver o impacto das epidemias e colaborar
com quaisquer instituições na sua detecção e
enfrentamento; ser referência estadual e atuar em
caráter normativo em sua especialidade.
Grandes contribuições
Para erradicar as epidemias que assolavam o
Estado, Emílio Ribas promoveu inúmeras atividades. Em 1898 participou da identificação do
Fonte: Museu de Saúde Pública Emílio Ribas.
16
Ano II • Nº 2/2008
Notícias
Farmoquímica promove simpósio
em Congresso da SBI
D
urante o XV Congresso
propriedades farmacociBrasileiro de Infectonéticas da nitazoxanida.
logia, realizado no final de
Por fim, o Dr. Sérgio
outubro de 2007, na cidade
Cimerman, Médico-Chefe
de Curitiba (PR), a Farmoda Primeira Unidade e
química promoveu o simpóInternação do Instituto
sio-satélite: Nitazoxanida:
de Infectologia Emílio Riavanços no tratamento das
bas e Médico do Hospital
parasitoses.
Israelita Albert Einstein
O simpósio contou com
– Unidade Alphaville, em
Drs. Hélio V. Lopes (à esq.), André V. Lomar,
a participação de importanSão Paulo (SP), abordou as
Alceu F. Pacheco Jr. e Sérgio Cimerman.
tes especialistas da área. O
aplicações do uso da droga
Dr. Alceu Fontana Pacheco Jr., chefe do Serviço
em diversas situações em infectologia.
de Infectologia do Hospital do Trabalhador, em
Curitiba (PR), foi o moderador do evento.
Inicialmente, o Dr. André Villela Lomar fez
uma revisão geral sobre as infecções intestinais.
Em seguida, o Prof. Dr. Hélio Vasconcellos
Lopes, Professor Titular da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC e Coordenador do
Programa Municipal DST/Aids/Hepatites da Secretaria de Saúde de Santos (SP), apresentou as
Informe Técnico
A malária é uma doença tropical e importante causa de morte, tanto em adultos quanto crianças.
A preocupação com essa moléstia recai sobre a resistência às drogas antimaláricas e as complicações
nos casos de malária falciparum.
O guia de condutas da Organização Mundial da Saúde visa a ajudar os médicos a fazer um diagnóstico clínico e epidemiológico, além de orientar sobre a questão da terapêutica, destacando o
tempo de tratamento, o tipo de drogas e os efeitos colaterais para um manuseio correto. O guia está
disponível no site da Sociedade Brasileira de Infectologia: www.sbinfecto.org.br/pec/default.asp.
Outras importantes informações podem ser acessadas no site: www.who.int/malaria
17
Ano II • Nº 2/2008
Revista
em Parasitoses
Webdicas
Associação Pan-Americana de Infectologia
O site da API (Asociación Panamericana de Infectología) traz informações sobre esta instituição de caráter científico, composta por
infectologistas, microbiologistas e outros profissionais ligados à área,
cuja finalidade é promover entre os especialistas um melhor conhecimento das doenças infecciosas. Desenvolvido por um grupo de
jovens profissionais, com o apoio do Centro de Análises de Imagens
Biomédicas Computadorizadas e do Instituto de Medicina Tropical da
Universidade Central da Venezuela, o portal tem por objetivo reunir experts na prática desta especialidade, especialmente da América Latina,
para trocar conhecimento científico relacionado às doenças infecciosas.
Além de disponibilizar inúmeras edições da Revista Panamericana
de Infectología, editada pela Office Editora e Publicidade, a página
traz seções contendo notícias recentes, com informações atuais, que
englobam temas como HIV, gripe aviária, febre amarela, dengue,
entre outros assuntos, e também os últimos consensos publicados
sobre alguns dos tópicos mais importantes da infectologia. Eventos na área e outras publicações de interesse dos
especialistas também são contemplados no site da API. www.apinfectologia.org
Atlas de Doenças Parasitárias
A Fundação Carlo Denegri, uma organização criada
em Turim, Itália, em 1987, que tem por objetivo promover atividades relacionadas ao estudo das doenças
infecciosas, tropicais e parasitárias, criou uma página
específica na Internet na qual disponibiliza um atlas
completo, com inúmeras fotos relacionadas à medicina tropical. O projeto, denominado “Atlas of Medical
Parasitology”, é periodicamente atualizado com novo
material e as imagens são disponibilizadas gratuitamente a todos os visitantes. Além das fotos, o site traz uma
seção onde divulga relatos de casos e atualização em
parasitologia humana, abordando o diagnóstico e os
aspectos epidemiológicos dessas doenças. A página é
ampla e o atlas extremamente rico. Entre as parasitoses mostradas, é possível ver imagens sobre os principais
parasitos que afetam o coração e músculos, o sistema nervoso central, o trato urinário, pulmões, pele, sangue, fígado, além de parasitos intestinais (helmintos e protozoários), entre outros. www.cdfound.to.it/_atlas.htm
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Ano II • Nº 2/2008
Agenda
MAIO
AGOSTO
3º Congresso Mineiro de Infectologia e
1º Congresso Mineiro de Epidemiologia e
Controle da Infecção
1º a 3 de maio/2008
Belo Horizonte - MG
Tel. (31) 3261-3873
X International Congress on
Paracoccidioidomycosis a Centennial Celebration
7 a 10 de agosto/2008
Medellín - Colômbia
www.pcm2008.org
6º Congresso Paulista de Infectologia
20 a 23 de agosto/2007
Atibaia - SP
Tel.: (11) 3141-0707
www.planetevents.com.br
XIII Congresso Brasileiro de Medicina
Intensiva
6 a 10 de maio/2008
Salvador - BA
www.cbmi2008.com.br
SETEMBRO
JUNHO
IFCC - WorldLab Fortaleza 2008
20th International Congress of Clinical Chemistry
and Laboratory Medicine XXXV Brazilian
Congress of Clinical Analysis
VIII Brazilian Congress of Clinical Citology
28 de setembro a 2 de outubro/2008
Fortaleza - CE
www.fortaleza2008.org
108th General Meeting Microbiology
1º a 5 de junho/2008
Boston - EUA
www.gm.asm.org/7200.asp
IV Congresso Internacional de Clínica Médica
5 a 7 de junho/2008
São Paulo - SP
Tel.: (11) 5572-4285
www.sbcm.org.br
XVII International Congress for Tropical
Medicine & Malaria - ICTM2008
29 de setembro a 3 de outubro/2008
Jeju Island - Coréia do Sul
www.ictm17.org
X Congresso Nacional de Pediatria - Região
Nordeste
12 a 14 de junho/2008
Salvador - BA
Tel.: (41) 3022.1247
www.nacionalpediatria2008.com.br
OUTUBRO
48th ICAAC Meeting
25 a 28 de outubro/2008
Washington - EUA
www.asm.org
I Congresso de Infectologia do Estado do
Rio de Janeiro
18 a 21 de junho/2008
Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (61) 3323-2166
NOVEMBRO
XV Congresso Brasileiro de Infectologia
Pediátrica
9 a 12 de novembro/2008
Vitória - ES
Tel.: (41) 3022.1247
www.infectoped2008.com.br
13th International Congress on Infectious
Diseases
19 a 22 de junho/2008
Kuala Lumpur - Malásia
www.isid.org/13th_icid/index.shtml
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