Requiem Mozart - Festival de Música da Primavera
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Requiem Mozart - Festival de Música da Primavera
17 abril | 21h30 | Sé de Viseu Concerto de abertura do Festival - "Requiem Mozart" Orquestra do Norte e Coro Sinfónico Inês de Castro Solistas: Cristiana Oliveira — Soprano | Ana Ferro — Meio-soprano José Manuel Araújo — Tenor | Luís Rodrigues — barítono José Maria Moreno – Direcção Requiem k.626 WOLFGANG AMADEUS MOZART I – Introitus Requiem (coro e soprano) II – Kyrie Kyrie (coro) III – Sequentia Dies irae (coro) Tuba mirum (soprano, contralto, tenor e baixo) Rex tremendae (coro) Recordare (soprano, contralto, tenor e baixo) Confutatis (coro) Lacrimosa (coro) IV – Offertorium Domine Jesu (coro, soprano, contralto, tenor e baixo) Hóstias (coro) V – Sanctus Sanctus (coro) VI – Benedictus Benedictus (coro, soprano, contralto, tenor e baixo) VII – Agnus Dei Agnus Dei (coro) VIII – Communio Lux aeterna (coro e soprano) ―… Tenho de aproveitar o meu tempo da melhor forma possível porque estou há muito tempo retido na cama e ainda tenho este Requiem para acabar.‖ Mozart, carta de 3 de Dezembro de 1791 O Requiem de Mozart é uma obra envolta em mistério devido ao desconhecimento preciso dos factos que rodearam a sua encomenda e da obra não ter sido terminada pela mão do compositor. A sua morte prematura, se não o são todas, impediu Mozart de concluir a partitura, realidade que terá sido agonizada pelo estado de saúde deplorável em que se encontrava e a falta de meios económicos em que a sua vida incorreu nos últimos anos. Por outro lado, estes factos, associados a esta obra ser uma missa de mortos, enaltecem o sentido trágico do Requiem, visto por muitos autores como um Requiem na primeira pessoa, ou seja, uma missa escrita para o funeral do próprio compositor, consciente de que o fim que se aproximava. No entanto, é possível dar luz a muitos dos factos e desmitificar algumas das fantasias que escondem a verdade sobre as origens do Requiem de Mozart. A encomenda foi feita por um anónimo que nunca revelou junto de Mozart a sua identidade. Não existe nada de estranho no facto do compositor ter acedido a realizar a obra, uma vez que uma avultada recompensa pecuniária iria aliviar de sobremaneira a sua débil, senão miserável, situação financeira. Essa figura anónima, envolta em mistério, era um enviado do Conde Walsegg-Stuppach, um homem que tinha por hábito encomendar obras a vários compositores seguindo o mesmo método. A razão de tal estranho hábito era menos nobre do que título que detinha. O Conde, era um bom instrumentista mas seria desprovido de grande talento criativo. Assim, maquilhava a realidade apresentando essas obras como sendo suas. O Requiem foi encomendado para venerar a sua mulher que havia falecido recentemente. No entanto, esta encomenda correu particularmente mal. Mozart encontrava-se ocupado com as suas últimas óperas, A Flauta Mágica e A clemência de Tito, e o Requiem era mais uma entre outras encomendas que necessitavam urgente conclusão. Ao aperceber-se que o estado de saúde de Mozart era muito preocupante, o Conde terá forçado o seu enviado a pressionar o pobre enfermo. Para azar do Conde, Mozart não conseguiu terminar a obra a tempo. Curiosamente, o manuscrito em Dezembro de 1791, o fatídico mês em que o compositor faleceu, ao dia 5, já se encontrava datado de 1792. Seriapela mão de Mozart, consciente que não estaria terminado antes dessa data, terá sido outra mão a datar o documento? Entre as muitas perguntas que ficam sem resposta, sabemos hoje quais as partes que Mozart concluiu e as que foram terminadas pela mão do compositor Franz Xaver Sussmayr (1766-1803). Apenas o Introitus e o Kyrie foram integralmente compostos por Mozart. Da Sequentia, ficaram apenas as partes corais planificadas com o acompanhamento dos violinos e do baixo, e o Lacrimosa ficou mesmo incompleto no seu plano de continuidade. O Offertorium ficou igualmente com a instrumentação muito incompleta. O Sanctus, Benedictus, e Agnus Dei, não são, ao que se pensa, da autoria de Mozart. O processo de completação do Requiem foi planeado pela viúva que só assim receberia a quantia em falta do misterioso cliente. Recorreu à ajuda de um aluno do marido, Sussmayr, que não sendo a primeira escolha foi o primeiro a aceder ao pedido. Nunca saberemos ao certo que esboços da obra ele terá encontrado, se teve acesso a mais manuscritos do que aqueles que sobreviveram até aos nossos dias. Justiça lhe seja feita, completou o trabalho com grande mestria. Apesar de alguns autores acharem que se o Requiem tivesse sido terminado por Mozart seria uma obra ainda mais bela e formalmente perfeita, essa será sempre uma das questões para especulação, a par de todas as outras que alimentam o mistério do Requiem e da própria morte de Mozart. Esse, foi enterrado sem música, numa vala comum, sem o conforto e a consolação a que o Requiem aspira. Durante os anos que viveu, o Conde Walsegg insistiu em afirmar que a obra era sua! Repouso eterno dá-lhes, Senhor E luz perpétua os ilumine Tu és digno de hinos, ó Deus, em Sião E a ti rendemos homenagens em Jerusalém: Ouve a minha oração, Diante de Ti toda carne comparecerá Repouso eterno dá-lhes, Senhor E luz perpétua os ilumine. Senhor, tem piedade Cristo, tem piedade Senhor, tem piedade Dia de ira, aquele dia No qual o mundo se tornará em cinzas: Assim testemunham David e Sibila Quanto temor haverá então, Quando o Juiz vier Para julgar com rigor todas as coisas! A trombeta poderosa espalha seu som Pela região dos sepulcros, Para juntar a todos diante do trono. A morte se espantará, como a natureza Com as criaturas que ressurgem, Para responderem ao juízo. Um livro será trazido, No qual tudo está contido, Pelo qual o mundo será julgado. Logo que o juiz se assente, Tudo o que está oculto, aparecerá: Nada ficará impune. O que eu, miserável, poderei dizer? A que patrono recorrerei, Quando apenas o justo estará seguro? Ó Rei, de tremenda majestade, Que ao salvar, salva gratuitamente, Salva a mim, ó fonte de piedade. Lembra-te, ó Jesus piedoso, Que fui a causa de tua peregrinação, Não me perca naquele dia. I. Introitus Requiem aeternam dona eis, Domine, Et lux perpetua luceat eis. Te decet hymnus, Deus, in Sion, et tibi reddetur votum in Jerusalem: Exaudi orationem meam, ad te omnis caro veniet. Requiem aeternam dona eis, Domine, Et lux perpetua luceat eis. II. Kyrie Kyrie eleison. Christe eleison. Kyrie eleison. III. Sequentia Dies irae Dies irae, dies illa Solvet saeclum in favill: Teste David cum Sibylla Quantus tremor est futurus, Quando judex est venturus, Cuncta stricte discussuru! Tuba mirum Tuba mirum spargens sonum Per sepulcra regionum, Coget omnes ante thronum. Mors stupebit et natura Cum resurget creatura, Judicanti responsura. Liber scriptus proferetur, In quo totum continetur, Unde mundus judicetur. Judex ergo cum sedebit, Quidquid latet apparebit: Nil inultum remanebit. Quid sum miser tunc dicturus? Quem patronum rogaturus, Cum vix justus sit seccurus? Rex tremendae Rex tremendae majestatis, Qui salvandos salvas gratis, Salva me, fons pietatis. Recordare Recordare, Jesu pie, Quod sum causa tuae viae, Ne me perdas illa die. Quaerens me, sedisti lassus Redemisti Crucem passus Tantus labor non sit cassus. Juste judex ultionis, Donum fac remissionis Ante diem rationis. Ingemisco tamquam reus Culpa rubet vultus meus Supplicanti parce, Deus. Qui Mariam absolvisti, Et latronem exaudisti Mihi quoque spem dedisti. Preces meae non sunt dignae Sed tu bonus fac benigne, Ne perenni cremer igne. Inter oves locum praesta Et ab haedis me sequestra Statuens in parte dextra. Confutatis Confutatis maledictis Flammis acribus addictis: Voca me cum benedictis. Oro supplex et acclinis Cor contritum quasi cinis: Gere curam mei finis. Lacrimosa Lacrimosa dies illa Qua resurget ex favilla Judicandus homo reus. Huic ergo parce, Deus Pie Jesu Domine Dona eis requiem, Amen. IV. Offertorium Domine Jesu Christe Domine Jesu Christe, Rex gloriae, Libera animas omnium fidelium defunctorum de poenis inferni et de profundo lacu: Libera eas de ore leonis, Ne absorbeat eas tatarus, ne cadant in obscurum: Sed signifer sanctus Michael repraesentet eas in lucem sanctam: Quam olim Abrahae promisiti et semini ejus. Hostias Hostias et preces tibi, Domine, laudis offerimus: Tu suscipe pro animabus illis, quarum hodie memoriam facimus: Fac eas, Domine, de morte transire ad vitam. Quam olim Abrahae promisisti et semini ejus. Sanctus Sanctus, Sanctus, Sanctus Dominus, Deus Sabaoth. Pleni sunt coeli et terra gloria tua. Hosanna in excelsis. Procurando-me, ficaste exausto Me redimiste morrendo na cruz Que tanto trabalho não seja em vão. Juiz de justo castigo, Dai-me o dom da remissão Antes do dia da razão. Choro e gemo como um réu A culpa enrubesce meu semblante A este suplicante poupai, ó Deus. Tu, que absolveste a Maria, E ao ladrão ouviste, A mim também deste esperança. Minhas preces não são dignas Sê bondoso e faça misericórdia, Que eu não queime no fogo eterno. Dai-me lugar entre as ovelhas E afastai-me dos bodes Que eu me assente à Tua direita. Condenados os malditos E lançados às chamas devoradoras: Chama-me junto aos benditos. Oro, suplicante e prostrado O coração contrito, quase em cinzas: Tomai conta do meu fim. Dia de lágrimas será aquele No qual os ressurgidos das cinzas Serão julgados como réus. A este poupa, ó Deus Piedoso Senhor Jesus Dá-lhes repouso. Ámen. Senhor Jesus Cristo, Rei da Glória Liberta as almas dos que morreram fiéis das penas do inferno e do lago profundo: Libertai-as da boca do leão Que não sejam absorvidas no inferno, nem caiam na escuridão: Mas que o arcanjo santo Miguel as introduza na luz santa: Conforme prometeste a Abraão e à sua descendência. Sacrifícios e preces a Ti, Senhor, oferecemos com louvores: Recebe-os em favor daquelas almas, Das quais hoje nos lembramos: Fazei-as, Senhor, da morte passarem para a vida. Conforme prometeste a Abraão e à sua descendência. Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos Exércitos. Cheios estão os céus e a terra da Tua glória. Hossana nas alturas. Benedictus Benedictus, qui venit in nomine Domini Hosanna in excelsis. Agnus Dei Agnus Dei, qui tollis peccata mundi: donna eis requiem. Agnus Dei, qui tollis peccata mundi: donna eis requiem sempiternam. Communio Lux aeterna luceat eis, Domine: Cum Sanctis tuis in aeternum: quia pius es. Requiem aeternam dona eis, Domine: Et lux perpetua luceat eis. Cum Sanctis tuis in aeternum: quia pius es. Bendito o que vem em nome do Senhor Hossana nas alturas. Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo, dai-lhes o repouso. Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo, dai-lhes o repouso eterno. Que a luz eterna os ilumine, Senhor: Com os teus santos pela eternidade: pois és piedoso. Repouso eterno dá-lhes, Senhor: E que a luz perpétua os ilumine. Com os teus santos pela eternidade: pois és piedoso. WOLFGANG AMADEUS MOZART COMPOSITOR O génio austríaco, Wolfgang Amadeus Mozart, nasceu em Salzburgo em 1756 e foi um fenómeno durante toda a sua vida. Aos três anos já conseguia tirar melodias do cravo. Aos quatro já tocava violino e cravo de forma fluente, em patamares de qualidade que em muito ultrapassavam a sua tenra idade. Com cinco compunha minuetes e outras peças pequenas. Vaidoso, o pai de Mozart estremecia diante de tal genialidade, aproveitando todo o poder criativo do filho para adquirir uma pequena fortuna. Levava-o para as casas aristocráticas e principescas e fazia-o executar alguns jogos musicais. O que fez com que Mozart passasse a maior parte de sua infância e adolescência a viajar. Mesmo tendo uma vida totalmente movimentada, aos 12 anos Mozart já era um compositor de altíssima qualidade. Os seus métodos de composição, no entanto, eram muito pouco tradicionais. Pelo facto da sua vida ser preenchida por viagens, Mozart criou uma forma de compor só sua: primeiro criava a música mentalmente, até aos mais pequenos pormenores, enquanto fazia outras coisas como ensinar piano, passear na rua, etc. Depois, mal surgia a oportunidade de sentar-se tranquilamente e com uma partitura limpa, escrevia a música que trazia na cabeça com tal fervor e rapidez que não houve quem não tivesse ficado impressionado com tamanha força criadora. Escrevia a música como se estivesse apenas a copiar uma partitura que já sabia de cor. A infância atribulada, porém, teve uma forte influência sobre a sua personalidade. Alegre e encantador, Mozart era um excelente comunicador e de amizades fáceis, no entanto era-lhe difícil cultivar amizades mais duradouras e profundas. Casado com Constanza, que era tão imprudente em relação ao dinheiro como o marido, tinha imensas dívidas e vivia, muitas vezes, em condições de extrema pobreza. Nos últimos anos de vida, apesar de terem sido extremamente ricos no que se refere à criação musical, sofreu muitíssimo com a falta de recursos. Mozart, achava-se, essencialmente, um compositor de óperas. As suas criações operísticas Don Giovanni e A Flauta Mágica eram as suas obras favoritas. O seu instrumento preferido era a viola, que tocava admiravelmente em grupos de câmara com os seus amigos, entre os quais, Haydn. Mozart compôs 41 sinfonias, 27 concertos para piano, cinco concertos para violino, quatro concertos para trompas, um concerto para flauta, um para oboé; um para clarinete, um para fagote, uma sinfonia concertante para violino, viola e orquestra, uma sinfonia concertante para quatro instrumentos de sopro e orquestra, um concerto para dois pianos, outro para três pianos, um para flauta e harpa, um concertante para dois violinos, 17 divertimentos, treze serenatas, mais de cem minuetes, gavotas, marchas e outras peças para dança, frequentemente agrupadas em conjuntos de seis. A maior parte das sinfonias escritas por Mozart foi composta como música de entretenimento, um contraponto alegre aos divertimentos e serenatas. Da música vocal composta por Mozart, fazem parte 19 missas (incluindo o Requiem), 4 cantatas, vésperas e uma dezena de obras corais e orquestrais menores. 24 Óperas e outras obras para o palco; 12 árias de concerto, a cantata Exultante, Jubilate e um punhado de peças menores para voz solista e orquestra; 50 canções para voz e piano. Compôs o primeiro concerto aos 11 anos de idade e o último em 1791, ano de sua morte. Mozart, um dos maiores génios da música de todos os tempos, morreu a 5 de Dezembro de 1791. INTÉRPRETES Cristiana Oliveira Natural de Braga, começou os seus estudos musicais em piano e violino. É licenciada em Educação Musical pelo Instituto Piaget e em Canto pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto, nas classes dos Professores Oliveira Lopes e Margarida Reis. Frequentou vários cursos de aperfeiçoamento e master classes com Ana Paula Matos, Patricia MacMahon, Enza Ferrari, Paulo Ferreira, Marc Tardue, Mme Dechorgnat no Conservatório Internacional de Paris, Gabriella Morigi em Bolonha e Palmira Troufa com quem estuda regularmente. Em 2010 foi aceite no curso intensivo do Estúdio de Ópera de Nova Iorque onde interpretou o papel de Yaroslavna na ópera Prince Igor, de Borodin. Em 2011 obteve uma Menção Honrosa no Concurso Nacional de Canto Luísa Todi. Apresentou-se em vários recitais de lieder em Portugal, Espanha, Itália e Estados Unidos da América, destacando-se neste campo com a interpretação d’ As Quatro Últimas Canções de Richard Strauss. Foi solista em galas de ópera com a Orquestra do Algarve e com a Orquestra de Cascais e Oeiras. Em oratória foi solista no Requiem de Fauré, na Oratória de Natal de Saint-Saens, no Requiem de Bomtempo. Interpretou Dido em Dido e Aeneas de Purcell; Gretel em Hansel e Gretel de Humperdink no Teatro de Tomar, no Teatro de Ourém e no Teatro Circo de Braga; Ivette em La Rondine de Puccini no Teatro Nacional de São Carlos; Nita na zarzuela Los Gavilanes no Teatro Nacional de São Carlos. Em 2012 fez a sua estreia no papel de Violetta Valery em La Traviata de Verdi no Atelier de l' Opera, Centro de Alto Aperfeiçoamento Operático de Barcelona, sendo depois convidada para interpretar a mesma personagem no Festival de Música de Sant Pere Sallavinera, sob a direcção de Anna Belén Gomez com aclamadas críticas. Em 2012 ganhou o 1º Prémio no XIV Concurso Internacional de Interpretação do Estoril. Ana Ferro O meio-soprano Ana Ferro iniciou os seus estudos musicais no Conservatório Nacional de Lisboa, em Flauta Transversal. Concluiu na Guildhall School of Music and Drama, em Londres, o curso Bachelor in Music with Honours em Canto, seguindo-se uma pós-graduação no Vlaanderen Operastudio. Aperfeiçoou-se com Tom Krause, João Paulo Santos, Lawrence Foster, Enza Ferrari, Graham Johnson, Ann Murray, Pietro Rizzo e Emma Kirkby, entre outros. Trabalhou com diversos agrupamentos musicais, entre eles os Scherzi Musicali, o Collegium Instrumentale Brugense, a Companhia de Ópera do Castelo, a Orquestra do Norte, a Orquestra de Câmara de Sintra e o Spectra Ensemble. Com este último apresentou-se, no Schowburg de Roterdão, como Dinah em Trouble in Tahiti, de Bernstein. Foi também Cinthia em As Taças de Hymineu com o Estúdio de Ópera de Sintra e 2ª Dama em A Flauta Mágica para a Ópera do Castelo. Para o Teatro de São Carlos foi a Médica na estreia absoluta de Banksters de Nuno Côrte-Real, e Suzy/ Lollette em La Rondine de Puccini. José Manuel Araújo Doutorado em Música pela Universidade de Aveiro, frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde cursou Filologia Clássica, e o Conservatório Nacional, onde estudou Piano, Violoncelo, Composição, Cravo, Clavicórdio, Interpretação de Música Antiga e Canto, tendo terminado o curso superior desta disciplina com a máxima classificação, assim como a licenciatura em Canto, na Escola Superior de Música de Lisboa. Foram seus professores José de Oliveira Lopes no Conservatório Nacional e na Escola Superior de Música do Porto, com Lola Aragón na Casa de Mateus e em Madrid, com Gino Bechi, Ettore Campogallianni, Claude Thiolass e Marimi del Pozo, no Teatro Nacional de S. Carlos. Frequentou a Accademia Verdiana em Busseto, com Carlo Bergonzi, onde participou em master classes dirigidas por Alfredo Kraus e Giulietta Simionato. Foi cantor solista do Teatro Nacional de São Carlos. Cantou os papéis de Camille (A Viúva Alegre), Pollione (Norma), Uldino (Attila), Ismaele (Nabucco), Jim Mahoney (Ascensão e Queda da Cidade de Mahagónny), Steuermann (Der Fliegende Holländer), Léon (La Mère Coupable), O Conde (O Amor Industrioso), O Fidalgo (Triologia das Barcas), Lo Studente (Manon Lescaut), Wagner (Mefistofele), Helenus (Les Troyens), Moser (Die Meistersinger), Tamino (Die Zauberflöte), Alfredo, Gaston (La Traviata), D. José (Carmen), Duque de Mântua (Rigoletto), Bedel Bamford (Sweeney Todd), Jasão (Os Encantos de Medeia), Dr. S. (The Man Who Mistook His Wife For A Hat), Cavaradossi (Tosca), Altoum (Turandot), Manrico (Il Trovatore), D. Ottavio (D. Giovanni), Florestan (Fidelio, em versão de concerto), Sanson (Sanson et Dalilah, em versão de concerto). Do repertório de concerto, cantou a IX Sinfonia de Beethoven, a Missa da Coroação e o Requiem de Mozart, o Stabat Mater e a Petite Messe Solennelle, de Rossini, El Retablo de Maese Pedro, de Falla, o Requiem de Verdi, Die Schöpfung, de Haydn, L’Oratorio de Noël, de Saint-Saëns, o Stabat Mater, de Cimarosa, a Messa di Gloria, de Puccini. Foi dirigido pelos maestros John Neschling, Wolfgang Rennert, Daniel Nazareth, Armando Gatto, Franco Ferraris, Lathan Köenig, Frédéric Chaslin, Gregor Bühl, Dimitri Kitaenko, Silva Pereira, João Paulo Santos, Manuel Ivo Cruz, Gunther Arglebe, Ferreira Lobo, Rafael Montes, Ino Turturo, Cristopher Bochmann, Michael Nyman, Laszlo Heltay, Tadeusz Serafin, Renato Palumbo, Rengim Gökmen, Gabor Ötvös, Zoltán Peszko, Zsolt Hamar, Félix Carrasco, Giuseppe Lanzetta, Armando Vidal, Mario de Rose, José Cura. Cantou com a Orquestra do Teatro Nacional de S.Carlos, a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Orquestra Filarmónica de Moscovo, a Royal Philarmonic Orchestra, a Orquestra de Pequim, a Orquestra Sinfónica Juvenil, a Orquestra da RDP, a Orquestra do Norte, a Orquestra Sinfónica de Vallès, a Orquestra Angrense, a Orquestra Clássica da Madeira e a Orquestra da Póvoa do Varzim. Convidado a ensinar canto desde 1991 em várias escolas de Lisboa, é actualmente professor do Conservatório Nacional. Luís Rodrigues Barítono. Estudou no Conservatório Nacional e na Escola Superior de Música de Lisboa. Em 1995 foi laureado com o 1º prémio no II Concurso de Interpretação do Estoril e ganhou, com o pianista David Santos, o Prémio Jovens Músicos da R.D.P. (Música de Câmara). Em 1996 foi vencedor do 4º Concurso de Canto Luísa Todi. Interprete de reconhecida versatilidade, Luís Rodrigues tem-se afirmado no domínio da Ópera com papéis como Schaunard (La Bohème), Masetto (D. Giovanni), Conde Robinson (Il Matrimonio Segreto), St. Ignatius (Four Saints in Three Acts), Harlekin (Ariadne auf Naxos), Ping (Turandot) e Figaro (Il barbiere di Siviglia) no Teatro Nacional de S.Carlos, Mr. Gedge (Albert Herring) e Eduard (Neues vom Tage) no Teatro Aberto, Semicúpio (Guerras do Alecrim e Mangerona) no Acarte e Teatro da Trindade (Prémio Bordalo da Imprensa 2000 para Música Erudita), Marcello (La Bohème) com o Círculo Portuense de Ópera e a Orquestra Nacional do Porto no Coliseu desta cidade e com o T.N.S.Carlos na Figueira da Foz, Tom (The English Cat) com a Cornucópia e a ONP no Rivoli e T.N.S.C., Guarda Florestal (A Raposinha Matreira) com a Casa da Música no Rivoli, Giorgio Germont (La Traviata) com a Orquestra do Norte e Belcore (L’Elisir d’Amore), Figaro (Il barbiere di Siviglia) e Escamillo (Carmen) com a Even- tos Ibéricos e a ON. Também como solista de Oratória tem mantido uma actividade regular, com participações no Requiem de Brahms em Macau, na Petite Messe de Rossini em S. Carlos, no Requiem de Fauré e A Criação de Haydn com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, na Oratória de Natal de Saint-Saëns no Europarque com a Casa da Música e em vários programas com o Coral de S. José (Ponta Delgada), o Coro da Sé Catedral do Porto ou o Coro e Orquestra Gulbenkian, com quem gravou, sob a direcção de Michel Corboz, o Requiem de Suppé (Virgin Classics) e um Gloria de Bomtempo (Strauss-Portugalsom). Finalmente tem-se destacado como interprete de Lied e Mélodie, nos muitos recitais que deu com os pianistas David Santos, Nuno Vieira de Almeida e João Paulo Santos, em várias colaborações com o Remix Ensemble – Casa da Música ou cantando os ciclos orquestrais Kindertotenlieder com a Orquestra Nacional do Porto e Lieder eines fahrenden Gesellen e Poème de l’amour et de la mer com a Orquestra Sinfónica Portuguesa. Gravou canções de compositores do Porto com o pianista Jaime Mota (Fermata) e Canções de Negro e de Sal, um ciclo orquestral de Fernando Lapa com poemas de Alexandre Pinheiro Torres, encomenda do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim (Numérica). Coro Sinfónico Inês de Castro O Coro Sinfónico Inês de Castro, é constituído por cerca de 70 elementos, membros de vários coros, não só de Coimbra, como de outros pontos do país. Pretende apostar na formação musical dos seus membros e criação de novos públicos, afirmando a entidade cultural Conimbricense. Tem por objectivo a dinamização de eventos musicais nacionais e internacionais que divulguem o potencial cultural da Cidade de Coimbra. Apostando nas novas tecnologias, realizou uma parceria com a Samsung, através da qual o seu Maestro Artur Pinho Maria desenvolveu uma aplicação para o seu novo "Samsung Note 10.1" substituindo as partituras em papel. Adquiriu o estatuto de 1º Coro do Mundo a cantar com "tablets" no dia 3 de Outubro 2012 num evento privado da Samsung. Fez a sua primeira actuação perante a Cidade de Coimbra com a Orquestra do Norte, no dia 12 de Outubro de 2012 na Igreja da Sé Velha. José Maria Moreno Nascido em Palma de Maiorca, depois de frequentar cursos de direcção em Espanha, segue a sua formação no Conservatório Rimsky-Korsakov de São Petersburgo com o professor Mijail Kukushkin, obtendo a classificação máxima. Estudou no Conservatório Superior de Música Joaquín Rodrigo de Valencia com Manuel Galduf, aqui obtendo o título de Professor Superior de Direcção de Orquestra; no Conservatório Superior de Música do Liceu de Barcelona, com Francisco Lázaro, obtendo o título de Professor Superior de Canto, e no Conservatório Superior de Música das Baleares, onde se diploma como Professor Superior de Solfejo, Piano, Harmonia, Contraponto e Composição, com Josep Prohens. É também licenciado em Direito. Sob a orientação do professor Pedro Valencia, tornou-se pioneiro na introdução das técnicas de Hun Yuan Taichi Chuan, Chi Kung e Meditação taoista e budista, aplicadas à direção de orquestra. Trabalhou com solistas e encenadores prestigiados, nomeadamente com Plácido Domingo, José Bros, Roberto Alagna, Alfredo Kraus, Joan Pons, Carlos Álvarez, Aprile Millo, Ilona Tokodi, Andrea Gruber, Milagros Poblador, María José Moreno, Dolora Zajick, Elena Obratzova, Sylvia Corbacho, Graciela Alperyn, Eugene Kohn, Josep Pons, Nello Santi, Romano Gandolfi, Giuliano Carella, Renato Palumbo, entre outros. Dirigiu inúmeros concertos sinfónicos, polifónicos, corais-sinfónicos, óperas, zarzuelas e oratórios. É regularmente convidado a dirigir diversos coros e orquestra, entra os quais destacamos a Orquestra Filarmónica de Karelia (Rússia), Sinfónica de Berlim, Sinfónica de Brandeburgo, Filarmónica de Augsburg (Alemanha), Sinfónica da Comunidade de Madrid, Orquestra Oviedo Filarmonia, Sinfónica das Baleares, Clássica de Maiorca, Orquestra do Conservatório Superior das Baleares, Camerata Sa Nostra, Orquestra Jovem Balear, Orquestra do Festival de Música de Maiorca e a Banda de Música de Palma. Apresentou-se em Espanha, na Alemanha, no Canadá, na Rússia, Finlândia, em França e Itália e colabora assiduamente com o Festival de Música de Maiorca. Destaca-se o sucesso da sua recente actuação na Filarmonia de Berlim com o Requiem de Verdi, da sua digressão de concertos pela Finlândia e Rússia, do seu concerto com José Bros no Teatro da Zarzuela e da gala com Plácido Domingo. Apresentou-se por diversas vezes perante os Reis de Espanha e o Papa João Paulo II. É, desde Março do corrente, Director Artístico e Musical do Teatro Principal de Palma de Maiorca. É director da Capella Mallorquina, formação coral de prestígio com a qual desenvolve uma actividade intensa, com cerca de 40 concertos anuais. Foi professor de Improvisação, Técnica de Direcção, Coro e Análise no Conservatório Superior de Música das Baleares. Juntamente com o contratenor Don Krim e a pianista Susan Bradbury levou a cabo a gravação de um CD com obras de Mahler e Lieberson. Nos seus projectos futuros incluem-se concertos com a Sinfónica de Berlim, Filarmónica de Karelia, Filarmónica de Augsburg, Sinfónica de Brandeburgo, Bayerische Kammerphilharmonie, Sinfónica de Düsseldorf, Orquestra Sinfónica de Bahía Blanca (Argentina), Orquestra da Comunidade de Madrid com a Companhia Nacional de Bailado de Espanha, Orquestra Filarmonia de Oviedo, Orquestra Sinfónica das Baleares e a Sinfónica Nacional de Santo Domingo, na Alemanha, Áustria, Finlândia, Rússia, Suíça e Espanha. ORQUESTRA DO NORTE A Orquestra do Norte concretiza, desde 1992, o projecto de descentralização da cultura musical, apresentado pela Associação Norte Cultural, vencedora do primeiro concurso nacional para a criação de orquestras regionais, instituído pelo Estado Português nesse mesmo ano. Com a titularidade de José Ferreira Lobo, a ON foi iniciadora de um trabalho verdadeiramente pioneiro e inédito, tendo-se afirmado no panorama da música erudita, sendo hoje uma instituição reconhecida nacional e internacionalmente. Os objectivos básicos pelos quais sempre se pautou a actividade da Orquestra do Norte passam pela criação de novos públicos, pelo apoio à música e aos músicos portugueses e pela constante renovação do repertório. Vinte e dois anos depois, estes critérios continuam a ser fundamentais para a instituição. Agente de transformações na gestão cultural do nosso País e criadora de um novo paradigma musical, desenvolve uma intensa actividade com temporadas regulares de norte a sul do país. Realizou mais de 3.000 espectáculos em mais de uma centena de diferentes lugares. A ON apresentou-se ainda em Espanha, França e Alemanha. Consciente da importância que representam o aumento e a diversificação da oferta artística qualificada no desenvolvimento cultural da população, no alargamento de públicos e na formação do gosto, a Orquestra do Norte apresentou as obras mais representativas dos grandes compositores da história da música. Servindo o grande repertório orquestral, desde o barroco até ao presente, dá especial atenção à difusão da música portuguesa. João de SousaCarvalho, Luís de Freitas Branco, Francisco Lacerda, Corrêa de Oliveira e Joly Braga Santos foram alguns dos compositores portugueses abordados. Os espectáculos da ON incluem concertos sinfónicos, didáctico-pedagógicos, ópera, música de bailado e de câmara. Para além da música erudita, tem abarcado outros géneros musicais, como é o caso do Jazz e música ligeira. A programação da Orquestra do Norte abriu-se a um repertório mais amplo e variado no qual, juntamente com as partituras básicas do repertório sinfónico ocidental, abundam primeiras audições, tanto de música de recente criação, como partituras recuperadas do passado histórico-musical. Com isto, a ON prossegue e intensifica a sua vontade de atender à música dos nossos dias, apresentando obras de compositores como Krzysztof Penderecki, Kristoff Maratka, Karl Fiorini, Alexandre Delgado, Filipe Pires, Nuno Côrte-real, Miguel Faria, José Firmino de Morais Soares, Joaquim dos Santos, MarcAndré Rappaz, Emile Ceunink e François-Xavier Delacoste. Sedeada na cidade de Amarante, a Orquestra do Norte integra profissionais de reconhecido mérito e tem, habitualmente, a colaboração de prestigiados maestros, solistas e coros nacionais e estrangeiros. Dos conceituados directores de orquestra que subiram ao pódio da ON referimos Juozas Domarkas, Krzysztof Penderecki, Federico Garcia Vigil, Álvaro Cassuto e Rengim Gokmen. Alguns dos mais destacados solistas vocais e instrumentais portugueses e estrangeiros actuaram nos concertos da ON: entre muitos nomes destacamos António Rosado, Eva Maria Zuk, Avri Levitan, Patricia Kopatchinskaja, Kirill Troussov, Michel Lethiec, Robert Kabara, Placido Domingo, José Carreras, Ileana Cotrubas, Julia Hamari, Fiorenza Cossoto e Svetla Vassileva. Para além da participação regular do seu próprio coro – ensamble de elevado nível musical - a Orquestra do Norte colaborou ainda, entre outros, com o Coro Nacional de São Carlos, Orfeão de Pamplona e com o Coro de Nuremberga. A assistência da ON ronda os cinquenta mil espectadores / ano, o que revela a sua capacidade de resposta aos diferentes tipos de público e o especial cuidado com a formação dos jovens, através dos concertos pedagógicos que são orientados e executados numa perspectiva didáctica. A orquestra dedica ainda parte do seu tempo a gravações, tendo co-produzido até ao momento 13 edições discográficas. A Orquestra do Norte conta com o apoio do Ministério da Cultura e tem colaborado com setenta e uma autarquias, fundações, empresas patrocinadoras e instituições culturais.
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