comportamientos suicidarios y su estudio práctico.

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comportamientos suicidarios y su estudio práctico.
COMPORTAMIENTOS SUICIDARIOS Y SU ESTUDIO PRÁCTICO.
(Suicidal behaviors and their study practice.)
* Adriana Rubiño Núñez; ** Francisco Manuel Rubiño Núñez; *** António Manuel Godinho de
Oliveira Matos; **** Vítor Manuel Raposo Mendes; ***** José Alberto de Jesus Rosa.
* Assistente de Saúde Pública. Serviço de Saúde Pública. C.S. Mértola-Beja-Portugal.
** Gestor de Administração. Facultad de C.C.E.E. Universidad de Granada-España.
*** Chefe de Serviço de Clínica Geral. C.S. Mértola-Beja-Portugal.
**** Assistente Administrativo Principal. C.S. Mértola-Beja-Portugal.
***** Técnico Especialista de Laboratório. C.S. Mértola-Beja-Portugal.
PALABRAS CLAVE: Comprtamientos suicidarios.
KEYWORDS: Suicidal behaviour.
RESUMEN:
Las conductas suicidas constituyen un importante problema de Salud Pública para las sociedades
europeas actuales, tanto del punto de vista dela mortalidad, como de los años de vida perdidos.
Además de la tragedia dela pérdida de la vida, el suicidio provoca reacciones complicadas y es
muy frecuente que culpemos a la víctima y estigmaticemos a la familia sobreviviente y los amigos.
Por definición, el término suicidio incluye todos los envenenamientos o lesiones auto-infringidas,
voluntarias y fatales y el término para-suicidio todos aquellos comportamientos, conductas, planes
y acciones que no siendo mortales pueden resultar en muerte. Partiendo de estos conceptos
genéricos, teniendo en cuenta que el suicidio representa actualmente la 10ª causa de muerte enlos
paises europeos, presentando Portugal una fluctuación delas tasas entre 8-10/100.000hab. enlos
últimos 40 años y siendo el Algarve junto al Alentejo las zonas más endémicas en relación al
fenómeno suicida en su continum con el para-suicidio, este se presenta como un reflejo del estado
de salud de estas poblaciones en riesgo que debe ser priorizado dentro delas acciones preventivas
de la Salud Pública. Para tal finalidad se propone la realización de un esquema deestudio
ambispectivo con un componente descriptivo-analítico estudiando a nivel local a la población
residente del municipio de Loulé, con más de 16 años, con características para-suicidas a lo largo
del tiempo que transcurre entre el 30 de Septiembre del año 1999 hasta el 30 de Septiembre del
2001. Teniendo como base de trabajo la Entevista de Evaluación de los Comportamientos
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Suicidarios (E.A.C.O.S.) y la escala de Evaluación de la Satisfacción del Soporte Social (E.S.S.S.),
aplicados por el método mixto a través de auto-evaluación o con la ayuda del profesional. En la
actualidad las tasas de suicidio continúan a sorprendernos con valores altísimos, hecho del cual se
deriva la necesidad de implementar una actuación preventiva envolviendo a todos los profesionales
de la salud y los que trabajan y colaboran en ella, mediante una evaluación correcta del riesgo
para-suicida y siguiendo las lineas y orientaciones dela OMS, pues el sufrimiento personal delas
familias y personas continuará y no serán progamas muy elaborados los que frenarán tradiciones
enraizadas en poblaciones desprotegidas.
Abstract
Suicidal behaviour constitutes a substantial problem for Public Health services in today's European
societies, both from the point of view of mortality and from that of the years of life lost. Beyond the
tragic loss of life, suicide provokes complex reactions; frequently victims are blamed and surviving
family members and friends stigmatized. By definition, the term suicide includes all voluntary, fatal
poisoning or self-inflicted injury, and the term attempted suicide covers all behaviours, ideations and
actions that without actually resulting in death could do so. Suicide currently represents the 10th
cause of death in Europe and Portugal has a suicide rate of 8-10 per 100 000 inhabitants in the last
40 years with the highest incidence of suicide or attempted suicide in the Algarve and Alentejo
regions. We consider this a reflection of the state of health of an at-risk population that Public Health
authorities should prioritize for preventative measures. To this end, we propose to conduct a dual
focus study with a descriptive-analytical component to analyze the population aged >16 years and
with a history of attempted suicidal in the municipality of Loulé from 30 September 1999 to 30
September 2001. Baseline data will be drawn from the suicidal behaviour evaluation interview
(S.B.E.I.) and a social support satisfaction evaluation scale (S.S.S.E.S.), administered directly and
completed by the individual with the help of the professional involved, if required. The current very
high incidence of suicide continues to surprise and this clearly demonstrates the need to implement
preventative measures involving all health service professionals and colleagues and collaborators in
situ, through the correct evaluation of attempted suicide risk and following WHO guidelines and
proposals, since the personal suffering for the people and families will continue unless programs are
well prepared to impede deep-rooted traditions in unprotected populations.
Introduçao
As condutas suicidas constituem um importante problema de Saúde Pública para as sociedades
europeias actuais, tanto desde o ponto de vista da mortalidade, como dos anos de vida perdidos.
Por definição, o termo suicídio inclui todos os envenenamentos ou lesões auto-infringidas,
voluntárias e fatais e o termo para-suicídio todos aqueles comportamentos, condutas, planos e
acções que não sendo mortais podem resultar em morte. Partindo destes conceitos genéricos,
tendo em conta que o suicídio representa actualmente a 10ª causa de morte nos países europeus,
apresentando Portugal uma flutuação das taxas entre 8-10 por 100.000hab. nos últimos 40 anos e
sendo o Algarve junto do Alentejo as zonas mais endémicas em relação ao fenómeno suicida no
seu continum com o para-suicídio, apresenta-se este como um reflexo do estado de saúde destas
populações em risco que deve ser priorizado dentro das acções preventivas da Saúde Pública. Na
actualidade as taxas de suicídio continuam a surpreender-nos com valores altíssimos, facto do qual
deriva-se a necessidade de implementar uma actuação preventiva envolvendo a todos os
profissionais da saúde e os que trabalham e colaboram a volta dela, através duma avaliação
correcta do risco para-suicida e seguindo as linhas e orientações da OMS, pois o sofrimento
pessoal para as pessoas e famílias irá continuar e não serão programas muito bem elaborados,
que irão travar tradições enraizadas em populações desprotegidas.
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Teorías clássicas explicativas do suicídio
- Teoría Psicológica ou Psicoanalítica:
Em que o suicídio é o resultado dum conflito interno do individuo.
- S. Freud, 1.917: A intenção do suicida seria deste modo o resultado de virar contra si próprio de
um impulso contra outro.
- Teoria Nosológica ou Patológica (século XIX):
Considera o suicídio como sintoma de doença mental, em que o suicídio está relacionado com uma
doença individual.
- Pinel: Conduta mórbida.
- Esquirol: O suicídio oferece todas as características da enajenação das faculdades mentais.
- Teoria Sociológica:
Na qual o suicídio é o comportamento previsível que se segue a uma determinada posição do
individuo na sociedade e na situação vital.
- Morselli, 1.879
- Emile Durkheim, 1.897: O suicida é o resultado das influências e o controlo da sociedade, e
propõe duas variáveis explicativas:
* O grau de integração social do individuo.
* O grau de regulamentação social dos desejos individuais.
Modelos explicativos actuais
Como antecedentes se encontram os estudos de Weiss (1.959), que destaca três factores
fundamentais:
- As atitudes do grupo em cada sociedade.
- As situações externas nas que se encontra o sujeito.
- O carácter e a personalidade do individuo.
- Modelo Arquitectónico de Mack:
Destaca a influência e interacção dos seguintes elementos:
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- Macrocosmos.
- Vulnerabilidade Biológica.
- Experiências Precoces.
- Organização Pessoal.
- Relações do Individuo.
- Psicopatologia.
- Ontogênia.
- Circunstâncias Vitais.
- Modelo Baseado no Estado da Mente de Bonner e Rich (1.987):
Está situado dentro dum paradigma Bio-psico-social e abrange as variáveis explicativas em dois
grupos:
- O contexto socio-individual.
- Extremo individual.
- Modelo do Percurso do Desenvolvimento do Suicídio de Silverman e Feiner (1.995):
Existem uma série de processos que conduzem ao suicídio e que se espalham durante
determinado tempo existindo:
- Uma vulnerabilidade pessoal.
- Aquisição de vulnerabilidade e capacidade de reacção em cada etapa da vida do sujeito pode-se
apreciar condições de risco suicida.
Definição de suicídio e para-suicídio
"O acto consciente de aniquilação auto-inducida ou auto-infringida que entende-se melhor como
um sofrimento multi-dimensional no contexto duma necessidade individual, definida por uma
questão para a qual esta conduta percebe-se como a melhor solução no entorno cultural dentro do
qual acontece o acto suicida" (Sheidman).
Kreitman, define o Para-suicídio "como um acto não mortal, no qual uma pessoa de forma
deliberada se auto-lesiona ou engole um medicamento numa dosagem superior à prescrita sem
intencionalidade de morte".
- Conceitos e Definições:
- Suicídio: é a morte intencional auto-infringida.
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- Suicídio consumado: é a tentativa que tem tido êxito, com autênticos desejos suicidas ou como
uma causalidade não desejada.
- Suicídio crónico: conjunto de acções, geralmente inconscientes, que a longo prazo determinam a
morte do individuo exemplos:
- Dependência a substâncias, álcool.
- Ausência do cumprimento do regímen médico.
- Condutas suicidas: são aquelas encaminhadas a atingir a morte ou o aniquilamento/mutilação de
alguma das suas partes.
- Ideação suicida: desejo evidente de morrer. Considera-se mais severa se o doente tem pensado
um plano suicida concreto.
- Simulação suicida: é a acção de suicídio que não atinge o seu fim, por não ter uma intenção real
de chegar a ele.
- Ameaça suicida: verbalização duma tentativa suicida.
- Gesto suicida: ameaça suicida dum doente com os meios disponíveis para realizar o suicídio.
- Tentativa suicida: situação na qual uma pessoa realiza gestos ou comportamentos
auto-agressivos não letais.
- Risco de Suicídio: é a possibilidade de que um doente atente intencionalmente contra a sua vida.
Dito risco incrementa-se si existe a ideia de minusvalía da vida, ameaças e tentativas suicidas
prévias.
- Para-suicídio: caracteriza-se pela impulsividade e a utilização de métodos menos letais, muitas
vezes sem fins determinados de se tirar a vida, é pois o conjunto de condutas onde o sujeito de
maneira voluntária e intencional produz dano físico, cuja consequência é a dor, desfiguração ou
dano dalguma função e/ou parte do seu corpo, sem intenção aparente de se matar.
- Suporte: tanto social como familiar, no nosso contexto é entendido como o convívio entre
familiares e amigos, a integração no meio socio-cultural e a religiosidade.
- Classificação do Suicídio.
A).- Segundo a Etiologia:
- Suicídio Psicótico.
- Suicídio Neurótico (tentativa, chantagem).
- Suicídio Social (egoísta, altruísta, anômico, heróico).
- Suicídio filosófico.
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B).- Segundo a Forma:
- Suicídio Impulsivo (esquizofrénicos, distímicos).
- Suicídio Obssesivo-compulssivo.
- Suicídio Reflexivo.
- Suicídio Histriónico.
- Suicídio com técnica suave, brutal, insólito, mascarado.
C).- Segundo a Intencionalidade:
- Com intenção de morrer.
- Como fugida duma situação insustentável.
- Condutas de risco.
- Gesto suicida.
- Como vingança.
- Por balanço existencial.
Extensão e contextualização do fenómeno do suicídio
- Números a Nível Mundial.
- No ano 2.000 estima-se que aproximadamente entre 800.000-1.000.000 pessoas se suicidam
cada ano no mundo (cada hora 15-20 pessoas se tiram a vida).
- A taxa de mortalidade "global" é de 16 por 100.000 habitantes/ano, no ano de 2.000 (cada 40
segundos morre uma pessoa por suicídio).
- Diariamente acontecem no mundo entre 8.000 a 10.000 tentativas de suicídio das quais 1.000
atingem o suicídio.
- As cifras mundiais das auto-lesões estimam-se entre 3-5% da população maior de 16 anos.
- Nos últimos 45 anos a taxa de suicídio se tem incrementado em 60% no mundo, sendo o suicídio
agora a 3ª causa de morte naqueles que tem uma idade entre 15 e 44 anos (em ambos os sexos).
- O suicídio representou 1,8% das doenças globais no ano 1.998 e estima-se que seja dum 2,4%
em países de mercado económico socialista para o ano 2.020.
- Números a Nível da União Europeia.
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- A cifra anual na União Europeia estima-se em 800-1.000 casos por cada 100.000 habitantes/ ano,
incluindo auto-lesões e suicídios consumados.
- Dos doentes que se auto-lesionam repetem a conduta antes do ano, entre 15-30% e entre 1-2%
suicidam-se entre os 5 e 10 anos da tentativa.
- Na actualidade, segundo a O.M.S. o suicídio é a 10ª causa de morte nos países civilizados.
- Para jovens entre 15 e 24 anos o suicídio é a 3ª causa de óbito excedido somente por lesão não
intencional e homicídio.
- Para crianças com idade de 10 a 14 anos o suicídio é a 4ª causa principal de morte.
- Números em Portugal.
- No ano 2.000 em Portugal estima-se que 600 pessoas se suicidaram por ano.
- Sendo o Algarve e o Alentejo as zonas endémicas de comportamento suicidário.
- No ano 1.994, foram atendidos cerca de 200 casos de para-suicídio no serviço de Urgência do
Hospital de Faro (Estudo realizado pelo psiquiatra Daniel Seabra).
Factores de risco
- Idade e Sexo:
- Os varões consumam o suicídio 2-3 vezes mais que as mulheres com peso máximo aos 75 anos.
- Nas mulheres a idade de maior peso encontra-se entre os 55 e 56 anos e tentam o suicídio 2-3
vezes mais que os homens.
- Grupos de risco são: adolescentes e velhos.
- Factores Sociais:
- Lugar de residência: mais no meio urbano (fenómeno urbano em mais de 75% dos casos, que
afecta maioritariamente mulheres entre os 16 e os 30 anos).
- Raça: mais na raça branca.
- Sem religião.
- Estado civil: solteiros, viúvos, separados e divorciados.
- Solidão: viver só, perda ou fracasso duma relação de namoro.
- Perda do papel ou status social: marginalidade recente, isolamento/rejeição.
- Desemprego ou trabalho não qualificado.
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- Problemática social, familiar ou laboral grave.
- Factores Sanitários:
- 50% das tentativas suicidas observam-se em doenças físicas salientando-se: - A dor crónica. - As
doenças crónicas terminais (cancro, SIDA: 4% do total). - Intervenções cirúrgicas. - Diagnóstico
recente de lesão invalidante ou deformante.
- Transtornos Psiquiátricos:
- Em mais de 90% dos casos, existe doença psiquiátrica concomitante e por ordem de frequência
temos:
- Transtorno do Estado Anímico:
- O risco de por vida é de 15-20%.
- Sendo maior na depressão major e nos quadros de psicose maníaco-depressiva.
- É menos frequente na primeira etapa de queixas afectivas.
- Abuso de Substâncias Psico-activas:
- Nomeadamente no alcoolismo o peso dos suicídios é de 15%.
- Noutras toxicomanias: o consumo de opiáceos e cocaína é de 10%.
- Esquizofrenia: maior risco na etapa de actividade alucinatória e na depressão.
- Transtornos da Personalidade:
- Personalidade bordeline.
- Personalidade antisocial.
- Personalidade com diminuição do coeficiente intelectual e dos controlos internos.
- Personalidade dependente a drogas ou álcool.
- Síndromes mentais orgânicos:
- Representam 10% do total salientam-se: a demência e a doença de Parkinson.
- História de Tentativa e Ameaças:
- Entre 25-50% dos casos consumados têm história anterior de tentativa suicida prévia.
- Factores Genéticos:
- Diminuição dos níveis de Serotonina ou 5-HIAA.
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- Factores Ambientais:
- Cobertura informativa, publicidade e prensa suicidária e os médias.
Finalidade
» Pretende-se estudar a tentativa de suicídio na população de 16 ou mais anos de idade no
Concelho de Loulé (Algarve) ao longo do período de tempo que medeia entre Setembro do ano
2.000 a Setembro do ano 2.001.
» Sendo a finalidade principal caracterizar as tentativas de suicídio e analisar o facto de que as
pessoas que se tentam suicidar são pessoas de risco (independentemente do meio empregado) e
que um dos factores de risco mais importantes será uma falha do suporte social nesta população e
neste período de tempo, numa dupla perspectiva: na vertente individual e através da análise do
contexto relacional/social.
Objetivos
- Objectivos Gerais:
- Estudar a ocorrência do fenómeno do para-suicídio no Concelho de Loulé.
- Estudar e conhecer a frequência das características pessoais, socio-demográficas e sanitárias
envolvidas no fenómeno do para-suicídio na população em estudo.
- Estudar e identificar a frequência dos principais factores de risco envolvidos no para-suicídio na
população alvo do Conselho de Loulé.
- Verificar se a qualidade do suporte social do sujeito está ou não relacionada com o fenómeno
para-suicida.
- Objectivos Específicos:
- Analisar a frequência relativa de suicídio na população do Concelho de Loulé.
- Determinar a frequência da tentativa de suicídio segundo características pessoais,
socio-demográficas e sanitárias.
- Identificar os métodos utilizados.
- Conhecer a ocorrência temporal da tentativa de suicídio em ambos os sexos.
- Identificar os prováveis factores de risco.
- Relacionar a tentativa de suicídio com o suporte social.
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- Descrever um perfil protótipo do fenómeno do para-suicídio na população em causa.
- Propor os pontos ou vias para a aplicação de estratégias e/ou medidas preventivas no contexto
do fenómeno em estudo.
Material e métodos
- Metodologia.
- Tipo de Estudo.
- Epidemiologia: estudo descritivo e transversal (cálculo de prevalências) numa dupla vertente:
- Retrospectivo/Prospectivo. - Para-suicídio/Suicídio.
- Distribuição das tarefas: faseado, utilizando questionário apropriado e voluntário a todos os casos
de tentativa de suicídio conhecidos a partir das fichas do Serviço de Urgência do Hospital Distrital
de Faro, de residentes no Concelho de Loulé.
- Metodologia: estudo com uma perspectiva quantitativa que oferece a possibilidade de uma
apresentação qualitativa do fenómeno para-suicida. - População Alvo e População em Estudo.
» O universo deste estudo são os casos de tentativa de suicídio captados a partir das fichas do
Serviço de Urgência do Hospital Distrital de Faro. A População em estudo, é aquela que tirada da
anterior resulta ser residente no Concelho de Loulé e está viva.
* Definição do Caso: A pessoa que tenta o suicídio e acudiu ao Serviço de Urgência do Hospital
Distrital de Faro nos últimos 12 meses (nomeadamente no período de tempo que medeia entre 30
de Setembro do ano 2000 a 30 de Setembro do ano 2001), residente no Concelho de Loulé e de
idade maior ou igual a 16 anos.
- Temporalidade do Estudo.
No período de tempo que medeia entre 30 de Setembro do ano 2000 e 30 de Setembro do ano
2001.
- Materiais.
- Fontes e Suportes de Informação:
- Biblioteca da Escola Nacional de Saúde Pública de Lisboa: - Arquivos (pesquisa bibliográfica e
por via Internet).
- Instituto Nacional de Estatística de Lisboa:
- Arquivos (mapas e dados estatísticos)
- Serviço de Urgência do Hospital Distrital de Faro:
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- Ficheiros de Utentes
- Centro de Saúde de Loulé:
- Ficheiros de Utentes
- Entrevista de Avaliação dos Comportamentos Suicidários da Consulta de Prevenção do Suicídio
da Clínica Psiquiátrica dos Hospitais da Universidade de Coimbra (EACOS):
- Método directo
- Escala de Satisfação com Suporte Social (ESSS):
- Método directo
- Processo de Recolha de Dados.
- Visará:
- Conhecer e aprofundar as características pessoais, sócio-demográficas e sanitárias dos casos.
- Clarificar os factores de risco, sobretudo os ligados ao suporte social.
- Serão eliminados casos devido a:
- Morada incorrecta ou fora da área. - Não contactáveis ao fim de duas tentativas. - Os que se
recusarem a responder.
- Descrição dos Instrumentos para Recolha de Informação.
- Fichas médicas: pequenos resumos de dados básicos » "diagnóstico de suspeita"
- História clínica: compilação de dados pessoais, sócio-demográficos e sanitários » "diagnóstico de
confirmação"
- Entrevista de Avaliação dos Comportamentos Suicidários (EACOS): ferramenta nuclear da
investigação que recolhe o fundamental da história clínica que leva a uma compreensão global dos
problemas do doente. Apresenta 77 questões, divididas em 11 partes: - Características
sócio-demográficas
- Desenvolvimento
- Interacção familiar
- Personalidade
- Antecedentes pessoais
- Antecedentes familiares
- Factores circunstanciais
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- Comportamento suicidário
- Psicometria
- Resumo e formulação
- Plano terapêutico
- Escala de Satisfação com o Suporte Social (ESSS) do Instituto de Psicologia Aplicada de Lisboa
(ISPA): ferramenta para medir a satisfação com o suporte social.
- Procedimento
* Caracterização e Operacionalização das Variáveis de Estudo:
Critérios seguidos para a eleição das variáveis:
- Sua presença em estudos anteriores.
- Ter sido referidas como factores de risco associados ao fenómeno do suicídio/para-suicídio em
estudo.
- Disponibilidade em registos.
Número total de variáveis = 77 distribuídas nas seguintes categorias:
- Sócio-demográficas: sexo, idade, estado civil, naturalidade, residência...
- Desenvolvimento: parto, gestação, psicomotricidade, doenças da infância...
- Interacção Familiar: agregado familiar, tipo de casa, bairro, afectos, passatempos...
- Personalidade: tipologia
- Antecedentes Pessoais: tabagismo, alcoolismo, toxicomanias...
- Antecedentes Familiares: doenças psiquiátricas
- Factores Circunstanciais: problemas afectivos, profissionais, financeiros...
- Comportamento Suicidário: data, hora, cuidados de reanimação, proveniência...
- Métodos: fármacos, tóxicos, ritual, pensamento...
- Psicométria: pontuação ESSS
* Plano de Análise e Tratamento dos Dados:
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O esquema a seguir será:
1º RECOLHA DOS DADOS » 2º TRATAMENTO DOS DADOS [Digitalização e Codificação » 3º
Disponibilização em Matriz e Introdução numa Base de Dados Micro informática » 4º ANÁLISE
ESTATÍSTICA DOS DADOS [Análise Descritiva e Obtenção da Distribuição de Frequências em
Valor Absoluto das Variáveis » 5º Análise Univariada/Bivariada com Aplicação do Teste Estatístico
Adequado para Correlaciones entre Variáveis.
Orçamento e financiamento
Custo Total de Recursos Humanos: 1.005.000$00 = 5012,92€
Custo Total de Recursos Materiais: 293.950$00 = 1466,2€
Custo Total de Recursos Humanos e Materiais: 1.298.950$00 = 6479,14€
Programação
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Limitações do estudo
. Restrição devido a:
- Abrangência do Concelho de Loulé - Previsão de tempo para implementação do estudo
. Viés de Informação por:
- Mecanismos de defesa do entrevistado
- Atitude desconfiante face o entrevistador
. Incompreensão dos objectivos do estudo e resistência ao seu desenvolvimento por parte de:
- Profissionais
- Doentes
. Compromisso da fiabilidade e validade dos dados devido:
- Discrepâncias ou não registo de um grande número de dados.
- Dificuldades inerentes à correcta identificação das causas dos comportamentos suicidários.
- As condições psico-patológicas dos doentes.
. Dificuldades para estimar o peso das dimensões de qualidade da competência do profissional
devido a:
- Carácter externo do estudo.
- Não ser realizado por peritos reconhecidos.
- Falhas na disponibilização de dados.
. Ausência de previsão do controle dos factores de variação dos comportamentos suicidários:
- Grau de gravidade do comportamento
- Patologias concomitantes associadas
. Carga laboral fora do horário de funcionamento do Centro de Saúde devido a:
- Disponibilidade pessoal e temporal dos inquiridos.
Soluções possíveis
- Alargar o espaço de tempo necessário à execução do estudo.
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- Cruzamento da informação recolhida para detecção de possíveis viesses e contradições.
- Envolvimento dos profissionais relacionados com o problema em estudo.
- Alargar o âmbito e a dimensão do estudo que permita obter a informação adequada para o
controlo dos factores de variação dos comportamentos suicidários.
- Desmitificação dos comportamentos e bom entendimento ético dos profissionais, utentes e
cidadãos.
Possíveis estratégias de intervenção.
Orientações das linhas gerais de intervenção sobre a prevenção:
- A habilitação dos serviços médicos e psicológicos para detectar os grupos de risco.
- A planificação da organização da vida na comunidade dos doentes com transtornos mentais, com
a finalidade de facilitar a sua integração social e laboral.
- A educação sanitária da população e das famílias afectadas, capaz de terminar com os mitos
associados ao suicídio, assim como para que estas tenham um papel activo na sua prevenção
conhecendo os momentos clínicos e sociais de risco.
- A abordagem do suicídio como um problema de Saúde Pública, dentro duma política preventiva
dos transtornos mentais, com programas específicos em determinados subgrupos de risco.
"Ao fim, a prevenção eficaz do suicídio é uma questão que implica a todo o mundo" (Edwin
Schneidman, 1.986)
"Soñar es lo que nos hace tolerable la vida"
Bibliografía
Saraiva, C.B. (1999). Para-suicídio. Dissertação de Doutoramento. Faculdade de Medicina de
Coimbra, Quarteto Editora.
Sampaio, D. (1991). Ninguém morre sozinho O adolescente o suicídio. Lisboa, Caminho.
Durkheim, E. (1998). El Suicídio. Madrid, Akal Universitária.
Estruch, J.; Cardus, S. (1982). Los Suicidios. Barcelona, Herder.
Villardón, L. (1999). El pensamiento de suicidio en la adolescencia. Biskaia, Instituto de Ciencias de
la Educación, Universidad de Deusto.
Rojas, E. (1984). Estudios sobre el suicidio. Barcelona, Salvat.
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Shneidman, E. (1985). Definition of Suicide. New Cork, Wiley.
Grisé, Y. (1982). Le suicide dans la Roma antique. Montreal, Editions Bellarmin.
Vicente Ramos, I. (2000). Suicídio e tempestades magnéticas-Que relação?. Coimbra, Quarteto
Editora.
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