Jornal de Ortopedia Geriátrica

Transcrição

Jornal de Ortopedia Geriátrica
Edição gratuita
Jornal de OrtopediaUmaGeriátrica
edição CUF Cascais
VIDA
Não prescinda de uma
ACTIVA
Prof. Piedade Sande Lemos
Directora Clínica do Hospital CUF Cascais
Editorial
A unidade de Ortopedia Geriátrica do Hospital CUF Cascais veio trazer
uma nova dimensão à experiência dos cidadãos mais séniores - a partir
dos 65 anos - e cada vez em maior número. Com o Hospital CUF Cascais
somos assim pioneiros na preocupação com a qualidade de vida, implementando a multidisciplinidade na ortopedia para gestão do bem estar.
A necessidade de um atendimento ortopédico completo e diferenciado para estes cidadãos fez com que esta unidade fosse
criada. Quem tem um acidente ou passa por uma experiência que
necessita de cirurgia, imobilização, recobro hospitalar, fisioterapia, cuidados domiciliários e mudança de espaço físico no domicílio percebe que há um grande número de serviços que devem
ser articulados para minimizar os efeitos negativos destas experiências ortopédicas na qualidade de vida dos cidadãos. Isto para
não esquecer a necessidade de prevenção de acidentes e cuidados
médicos que visam o fortalecimento ósseo e muscular preventivo.
Na geriatria ortopédica, os clínicos, ortopedistas, reumatologistas, fisiatras e fisioterapeutas, nutricionistas e outros profissionais
de saúde juntam-se numa equipa cujo objectivo é prevenir, tratar
e orientar o cidadão sénior mantendo e potenciando a sua qualidade de vida.
Como responsável do Hospital CUF Cascais e tendo em conta a necessidade de nos voltarmos para a população crescente dos mais de
65 anos, é com muito agrado que dou todo o apoio à iniciativa da publicação do Jornal de Ortopedia Geriátrica do Hospital CUF Cascais.
Unidade de
Ortopedia Geriátrica
ORTOPEDISTAS
ANESTESIA
Dr. Carlos Evangelista
Drª. Dália Nogueira
Dr. Fernando Xavier
Dr. António Nunes
Drª. Ana Catela
Dr. Carlos Martinho
CONSULTA DA DOR
Dr. Gonçalo Viana
Drª. Marta Fernandes
Dr. Carlos Amaral
Drª. Inês Pedro
FISIATRIA
Dr. Pedro Lemos
Dr. Francisco Machado
MEDICINA INTERNA
REUMATOLOGIA
Dr. Manuel Costa Matos
Dr. Rui Figueiredo
MEDICINA GERAL E FAMILIAR
APOIO DOMICILIARIO E SOCIAL
Dr. Ramos Osório
Domus Care e Domus Vida
Dr. Willy Anderson
PSIQUITRIA
Dr. Luis Botelho
Dr. Carlos Evangelista
Especialidade Médica:
Ortopedia
Coordenador da Unidade
os problemas específicos desta população, sempre orientados para a
melhoria da qualidade de vida independentemente da sua idade.
Unidade de
Ortopedia
Geriátrica
Servir bem
quem de nós precisa
A criação da Unidade de Ortopedia Geriátrica no Hospital CUF Cascais prende-se com a emergência de um grupo crescente de clientes
com uma grande especificidade. Referimo-nos ao conjunto de pessoas com idade igual ou superior a 65 anos que, à semelhança do que
acontece na União Europeia, onde o seu número cresce a um ritmo
de mais de dois milhões ao ano, começa a ter um peso determinante
nos actos médicos e na capacidade de resposta das estruturas prestadoras de cuidados de saúde. Não devemos temer o futuro, devemos
sim, prepararmo-nos e antecipar as melhores soluções.
A atestar a importância e a oportunidade da criação desta Unidade
no Hospital CUF Cascais , 2012 é o Ano Europeu do Envelhecimento
Activo e Diálogo entre Gerações.
Na vida devemos aproveitar todas as oportunidades para nos mantermos saudáveis, activos e independentes à medida que envelhecemos. É isso que significa envelhecimento activo: tirar mais partido e
não menos da vida à medida que se envelhece. Significa viver de boa
saúde, com boa forma física e mental, independente no seu dia-a-dia
e com participação activa, de pleno direito, no seio da sociedade civil
e da família. Para tal devemos, ao longo da vida, prevenir as lesões e
doenças com um estilo de vida mais saudável e com tratamentos que
previnem ou atenuam seu aparecimento.
A Unidade de Ortopedia Geriátrica do Hospital CUF Cascais é uma
unidade médico-cirúrgica, multidisciplinar, cujos elementos são profissionais credenciados e com longa experiência de detectar e tratar
Em termos funcionais a Unidade de Ortopedia Geriátrica apresenta uma filosofia de coordenação de cuidados envolvendo áreas tão
diversas como Ortopedia e Traumatologia Geriátrica, Medicina Interna, Reumatologia, Fisiatria, Consulta de Dor e Nutrição, o que a
diferencia dos restantes prestadores. No que diz respeito à sua actividade cirúrgica, esta divide-se em duas grandes áreas: a traumatologia
geriátrica e a reabilitação cirúrgica articular.
A traumatologia geriátrica, como capacidade assistencial, é de uma importância crucial para o Hospital CUF Cascais dado o crescimento acelerado do número de urgências prestadas da população maior de 65 anos.
O doente ao chegar ao Hospital é assistido no serviço de atendimento
permanente e nos casos de fracturas com indicação operatória o nosso
objectivo é proporcionar o tratamento cirúrgico adequado nas primeiras 24h, à semelhança dos Centros Europeus de referência. Isto é particularmente importante no resultado final das fracturas dos membros
inferiores em doentes séniores em que, com técnicas e materiais de última geração e acesso à Unidade de Cuidados Intermédios, se consegue
uma reintegração social e familiar mais rápida e eficiente.
A outra área de eleição em Cirurgia Ortopédica da nossa unidade é a
da reconstrução articular.
A artrose, que resumidamente se traduz no desgaste das superfícies
articulares, é uma situação que limita e incapacita muito o doente e
que pode hoje ser tratada cirurgicamente com técnicas pouco invasivas. Através das artroplastias, também conhecidas como próteses
articulares, proporciona-se a cura da dor articular com a melhoria da
mobilidade, independência e consequentemente uma melhor qualidade de vida.
Por último, mas da maior importância, vem a prevenção. Hoje nas
nossas consultas multidisciplinares pode recorrer a programas de
tratamento e prevenção da artrose com medicação própria e aconselhamento nas actividades físicas a efectuar.
Porque promover o envelhecimento activo é a nossa missão, nasceu
a Unidade Ortopedia Geriátrica do Hospital CUF Cascais.
Jornal de Ortopedia Geriátrica | 3
Dr. Gonçalo Viana
Especialidade Médica:
Ortopedia
Pelvis
Fig. 1.
Tipo de fracturas
mais frequentes.
Optimização do
tratamento na
população
geriátrica
Fracturas proximais
do fémur
A diminuição progressiva da resistência óssea com a idade (osteoporose) leva a uma fragilidade óssea aumentada e a um maior
risco de fracturas, mesmo em quedas e acidentes de baixa energia. Um dos tipos de fracturas mais frequentes nos idosos são as
fracturas da extremidade proximal do fémur. Apresentam uma
morbilidade acrescida a partir dos 70 anos, quer no número de
mortes quer na incapacidade e impossibilidade de o doente recuperar a sua vida activa.
Existem dois tipos principais de fracturas da extremidade proximal do fémur: as fracturas do colo (Fig.1A) e as fracturas intertrocantéricas (Fig.1 B).
O valor do tratamento cirúrgico destas fracturas é inquestionável
e permite ao doente uma rápida mobilização e recuperação funcional. Está actualmente demonstrado que a cirurgia nas primeiras 48 horas neste tipo de doentes tem um impacto significativo
na melhoria das taxas de mortalidade e morbilidade.
Nas fracturas do colo do fémur o tratamento passa por efectuar a sua fixação com parafusos ou em situações mais graves pela
substituição da articulação por uma prótese (total ou parcial) da
anca, dependendo o método utilizado da idade do doente e do
seu potencial de marcha.
Já nas fracturas intertrocantéricas, o tratamento é efectuado com
dispositivos especiais para fixar e estabilizar os fragmentos ósse4 | Jornal de Ortopedia Geriátrica
Femur
A. Fractura do
colo do femur
B. Fractura
intertrocantéricas
os. Desses dispositivos, os mais frequentemente utilizados são a
placa e parafuso dinâmico (tipo DHS®) e as cavilhas (de que são
exemplo a cavilha Gamma3® e a PFNa® - fig 2).
Temos privilegiado nos últimos anos a utilização das cavilhas, que
podem ser introduzidas por técnicas minimamente invasivas
(com incisões inferiores a 3 cm) e permitem reduzir significativamente o tempo cirúrgico e anestésico do doente, fundamental
num paciente idoso.
Prego e Placa
Cavilhas
Fig. 2. Implantes ortopédicos
mais utilizados
Fig. 3. Cavilha PFNa com
cimentação da cabeça femoral
Este tipo de implante apresenta também vantagens mecânicas,
funcionando como barreira de suporte da fractura (facto relevante em fracturas instáveis) e permite a utilização de uma lâmina
anti-rotacional perfurada para cimentação da cabeça femoral,
que dá uma estabilização adicional à fractura.
Através desta técnica minimamente invasiva os doentes podem
iniciar treino de marcha com carga total imediata no membro
operado às 24-48h do pós-operatório, diminuindo a atrofia muscular e co-morbilidades associadas a um repouso prolongado no
leito. A recuperação é então mais rápida, permitindo a alta clínica e um regresso mais precoce do doente ao seu lar e à sua vida
activa.
Chegámos então a uma era em que a consolidação óssea por si só
já não é considerada um sucesso, mas em que a função e a qualidade de vida são também fundamentais.
Francisco Machado
Especialidade Médica:
Fisiatria
Risco
de queda
no idoso
Devido ao impacto económico e social que pode ter, a queda nos
idosos é hoje considerada um Síndrome Geriátrico. Os dados epidemiológicos actuais, reflectem a realidade e dimensão do fenómeno
– 32% dos indivíduos entre os 65 e 74 anos, 35% entre os 75 e 74 anos
e 50% após os 85 anos, sofrerão em média um episódio de queda por
ano; destes idosos vítimas de queda, 25% terão necessidade de hospitalização e destes, só 50% estarão vivos, decorrido um ano.
A dimensão do problema, nomeadamente o seu impacto societal sob
o ponto de vista económico, justifica uma identificação e sistematização dos riscos com vista a uma prevenção consequente.
A primeira questão a colocar, e já com resposta em inúmeros estudos
epidemiológicos, será, em que circunstâncias, ocorre um episódio de
queda, ou seja, quais os factores envolvidos na ocorrência da queda,
num indivíduo idoso.
Existem basicamente dois tipos de factores, susceptíveis de condicionar queda – circunstâncias inerentes ao indivíduo – factores intrínsecos e circunstâncias do meio envolvente – factores extrínsecos.
Os factores intrínsecos incluem várias patologias crónicas, geralmente de progressivo agravamento com a idade - alterações da visão, degradação das capacidade cognitivas, degradação da eficiência
muscular, alterações do controlo do equilíbrio e as doenças crónicas
em geral, nomeadamente do sistema músculo esquelético e neurológico; associada a estes factores temos a idade, como variável influenciadora do risco de queda.
Por sua vez os factores extrínsecos – o ambiente físico envolvente no
exterior ou em casa, nomeadamente condições atmosféricas, barreiras arquitectónicas, calçado, auxiliares de marcha inadequados, luminosidade, piso escorregadio ou irregular e ausência de
corrimão bilateral nas escadas utilizadas.
A prevenção da queda terá que passar pelo controlo ou eliminação
destes factores, com alteração nas rotinas diárias. No que concerne
aos factores intrínsecos realçamos a alteração da visão (implica avaliação oftalmológica de rotina) e da eficiência muscular; em relação
a este último factor a actividade física adaptada é a atitude mais indicada. Em relação aos factores extrínsecos realçaríamos o calçado
– sempre de base larga, e a qualidade do piso, o qual em casa, deverá
ser revestido por materiais antiderrapantes, nomeadamente no WC
e na cozinha; nestas zonas de maior risco as barras de apoio devem
ser uma constante.
Jornal de Ortopedia Geriátrica | 5
Dr. Paulo Beckert
Especialidade Médica:
Fisiatria
Director Clínico da clínica CUF Alvalade
Reabilitação
Ortopedia
Geriátrica
Na DomusVida
da Parede
O envelhecimento é um fenómeno fisiológico, natural e progressivo,
que ocorre a diversos níveis: celular, molecular, fisiológico e psicológico, e que leva a modificações dos principais sistemas fisiológicos,
com o avanço da idade.
No caso particular do aparelho locomotor, verifica-se uma fragilização
do osso, com osteopénia e osteoporose, com o consequente acréscimo
dos riscos de fractura, de alterações nas articulações (artroses), de alterações das qualidades mecânicas dos tendões e ligamentos. A perda da
força e da massa muscular (sarcopénia) pode também levar ao aumento do risco de quedas.
Após uma cirurgia programada de substituição articular ou cirurgia
de urgência, por trauma ou fractura, o estado funcional do idoso,
já por si muitas vezes condicionado por patologias crónicas e pelas
referidas alterações fisiológicas associadas à idade, sofre um súbito
e abrupto declínio, que deve ser contrariado com o início, o mais
precocemente possível, de um Programa de Reabilitação orientado,
adequado e seguro.
A reabilitação ortopédica na pessoa idosa não difere técnicamente
da reabilitação no adulto. No entanto, as particularidades associadas
a esta faixa etária, como sejam a tolerância ao esforço, as patologias
associadas, alterações cognitivas, alterações fisiológicas do aparelho
locomotor, entre outras, obrigam à adopção de estratégias específicas e a uma intervenção por equipas especialmente preparadas e vocacionadas para a abordagem às características do idoso e à situação
concreta a ele associada.
O Programa de Reabilitação Ortopédica deve ser iniciado ainda em
meio hospitalar e deve ser continuado em ambulatório ou no domi-
6 | Jornal de Ortopedia Geriátrica
cílio. No entanto, na pessoa idosa, e até mesmo, em alguns casos, em
faixas etárias mais baixas, a intervenção cirúrgica associada ao estado
clínico e funcional prévio e ao enquadramento sócio-familiar, podem levar a uma perda de autonomia, por vezes incompatível com o
regresso imediato ao domicílio, após a alta hospitalar.
No sentido de corresponder à necessidade de realização de um Programa de Reabilitação Ortopédica mais adequado à intervenção, à
necessidade de assistência médica e de enfermagem e de forma a
proporcionar um regresso ao domicílio nas melhores condições de
autonomia e segurança, a residência DomusVida da Parede tem uma
equipa especializada em Reabilitação Ortopédica Geriátrica, constituída por médico fisiatra, fisioterapeutas e terapeuta ocupacional,
enfermeiros e assistentes.
Em regime de estadia temporária, poderá permanecer na residência DomusVida da Parede com todo o conforto e segurança que necessita, pois a equipa assistencial da residência responderá a todas as
necessidades e estará em estreita articulação com a Unidade de Ortopedia Geriátrica da clínicacuf cascais, em particular com o seu médico
cirurgião e enfermeiros.
Os objectivos do Programa de Reabilitação Ortopédica Geriátrica são
definidos especialmente para si, de uma forma individualizada, pela
equipa que é coordenada pelo médico fisiatra - médico especialista
em reabilitação. O Programa é definido tendo por base uma avaliação clínica e funcional, com especial enfoque para os factores que
possam estar a condicionar a perda de autonomia. As sessões de recuperação são realizadas com frequência variável, sempre ajustadas
de acordo com a situação de cada um, e são sempre efectuadas por
fisioterapeutas e/ou terapeutas ocupacionais, com o objectivo de me-
lhoria das amplitudes articulares, da força muscular, da marcha e do
equilíbrio, da tolerância ao esforço e a autonomização nas tarefas da
vida diária.
A prevenção é outra das vertentes contempladas pela equipa da
DomusVida da Parede, sendo possível realizar programas que visam
encorajar o idoso a combater a inactividade e a imobilização, por
meio de actividades físicas e terapêuticas, que permitem melhorar a
funcionalidade e promover um “ envelhecimento activo”.
A DomusVida da Parede dispõe de espaços físicos e habitacionais
amplos e desprovidos de barreiras arquitectónicas, com ginásios para
fisioterapia e piscina aquecida, disponibilizando tudo o que necessita para a optimização do seu Programa de Reabilitação Ortopédica
Geriátrica, sempre com o objectivo de contribuir para um rápido regresso a casa, com todo o conforto e segurança, e devidamente adaptado à sua nova condição.
Acresce a tranquilidade para toda a família, que o pode sempre visitar e partilhar momentos agradáveis, sabendo que está em segurança
e a evoluir na sua readaptação funcional.
Para saber mais contacte-nos pelo nº 707 506 506 ou visite o nosso site
www.jmellors.pt.
Antes de ser operado, prepare o seu regresso a casa.
Venha conhecer-nos. Marque a sua visita.
Carlos Pereira do Amaral
Especialidade Médica:
Ortopedia
Artroscopia
ao Ombro
R
R
LPB
C
C
O que é afinal?
Fig. 2.
Fig. 1.
É comum a partir de certa idade sermos derrotistas. “Tudo me acontece agora, tudo me dói Senhor Dr”. Pode ser verdade, mas há também uma perspetiva mais otimista de olharmos as desavenças do dia
a dia, sem delas fazermos desgraças.
R
C
Hoje podemos ser mais interventivos, mais curativos, menos agressivos. Numa palavra é mais fácil proporcionarmos qualidade de vida,
com uma reabilitação fácil e curta.
C
Estamos na era do minimamente invasivo e da cirurgia Artroscópica, vulgarmente conhecida por “Furinhos”. Conseguimos hoje com
agressões mínimas, diagnosticar e tratar algumas das situações mais
comuns e frequentes da patologia articular.
Fig. 3.
O que é afinal a Artroscopia?
Uma vez apertados estes fios, está pronta a nossa reinserção, repito 3
ou 4 furinhos, menores que 1 cm.
Imaginemos uma caneta BIC, com uma camara de filmar na base;
um monitor de TV e algumas pinças vulgares, só que bem mais finas.
Repare que neste exemplo das Figuras 1 e 2, existe na zona da Coifa
dos Rotadores “ R ” uma descontinuidade importante em “crescente”. Põem-nos em contato com o interior da articulação, inclusive o
Tendão do Bicípete – “ LPB”. Trata-se de uma Rotura da Coifa dos
Rotadores, que deve ser reinserida no seu local habitual “C” – Cabeça
do Úmero.
Faz-se com a ajuda das pinças, Fig 2 e de ancoras Fig 3, que se apertam
no Osso, e trazem consigo linhas de sutura. Assim conseguimos repará-las, voltando a “coser e reinserir” o Tendão, no seu local natural e
dar-lhe o comprimento original Fig 4.
8 | Jornal de Ortopedia Geriátrica
Fig. 4.
Essa rotura põe em comunicação o espaço intra-articular, com o espaço fora da articulação é uma das razões que explicam as dores no
ombro. A outra será a falta de balanço muscular, tão necessária a uma
mobilização fácil e indolor. Refiro a falta de balanço, porque o que
está roto e desinserido é um músculo / tendão.
Segue-se depois um período de recuperação.
De início uma imobilização - braço ao peito - 2 a 3 semanas, já com
reabilitação, feito pelo próprio doente em casa. Na 3ª ou 4ª semana
iniciar-se-à a Fisioterapia em ginásio, durante 3 a 4 meses. É fácil ganhar mobilidade, já a força recupera mais lentamente, ao longo de
todo 1 ano.
Conselhos e Dicas
Osteoporose
Prevenção de quedas
A osteoporose é uma doença que atinge os ossos. Caracteriza-se pela
diminuição da massa óssea e por uma alteração da qualidade micro-estrutural do osso, levando a uma diminuição da sua resistência.
O caminho do quarto para a casa de banho é escuro?
A colocação de luzes nocturnas podem ser úteis para iluminar o
caminho.
É uma doença silênciosa que progride lentamente e raramente
apresenta sintomas até que aconteça algo de maior gravidade,
como uma fractura.
O chão do chuveiro e / ou banheira é escorregadio?
Instale tiras antiderrapantes ou um tapete antiderrapante.
As fracturas provocadas pela osteoporose podem ocorrer em
qualquer osso, mas são mais frequentes nas vértebras, na anca e
no punho.
A distância da cama ao interruptor da luz ou candeeiro é grande?
Aproximar o candeeiro ou colocar uma luz na cabeceira reduz a
hipótese de cair.
Tem necessidade de se levantar várias vezes durante a noite
para ir à casa de banho?
O corredor deve estar livre de obstáculos e ser iluminado com
lâmpada de presença. Considere utilizar um bacio para eliminar
viagens nocturnas à casa de banho.
Existem tapetes soltos ou passadeiras?
O ideal é retirar os tapetes. Pode utilizar um forro anti-derrapante ou
colocar fita de dupla-face para que eles não escorreguem.
Tem a sua visão diminuída ou problemas em ver à noite?
Falta de visão podem fazer com que tropece com mais
facilidade. Consulte o seu oftalmologista. Utilize luzes nocturnas
na sua casa.
O exercício físico:
• Melhora a sua circulação e reduz a tensão arterial
• Protege o seu coração
• Preserva a função do aparelho locomotor
• Melhora o seu equilíbrio e reduz o risco de quedas
• Previne a osteoporose
• Ajuda a controlar a diabetes e suas complicações
• Reduz o excesso de peso e obesidade
• Alivia o stress
• Estimula a interacção e socialização com os outros
• É uma fonte de prazer e motivação para a sua vida
Sente-se mais fraco, com menos força nos braços e pernas,
do habitualmente?
A diminuição da força pode tornar mais difícil a sua capacidade de marcha. Deve fazer exercício regularmente, participar
em aulas de ginástica ou aprender exercícios que possa fazer
em casa.
Toma medicamentos para dormir?
Os medicamentos para dormir podem causar tonturas e confusão. Reúna-se com seu médico para discutir alternativas a estes
medicamentos. Evite beber álcool enquanto estiver a tomar estes
medicamentos.
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