Depois Da Zunga, a escola
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Depois Da Zunga, a escola
encontre emprego hoje Proibida a venda! Este jornal é GRÁTIS nos classificados do ng Pág. 34 Director Geral Evaristo Mulaza Semanário | Ano I Nº 16 | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 |GrÁtis Sociedade Lixo rentável Pés na terra A recolha de lixo está a ser paga. Cada saco rende 100 kwanzas. Já se faz negócio. Págs 4 e 5 Paul G atirou-se a uma carreira a solo cantada em inglês. Mas garante que não perdeu a identidade. Antes do espectáculo a 19 de Outubro, em Luanda, o exSSP confessa-se ao NG Págs 40 e 41 Política Novos inquilinos Conheça os direitos e os deveres dos recém eleitos e o que faz um deputado. Pág. 15 Cultura O maior FestiSumbe Durante 14 horas, repartidas em dois dias, a cidade do Sumbe vibrou com o maior festivel de música de Angola pág. 42 Depois da Zunga, a Escola São vendedores ambulantes que andam pelas ruas a ganhar o sustento. Mas não desistem, têm sonhos e ambições. Vendem durante o dia e estudam à noite a pensar no futuro. Transportam com eles uma grande vontade de mudar de vida. Págs 24 e 25 Desporto Economia Pobre futebol Centros de oportunidades A Federação precisa de nove milhões de dólares por ano para sobreviver. Anda à procura de quem a financie Pág. 47 Já são 40 os centros de emprego, onde se procura e se oferece oportunidades de trabalho. Mas a eficácia ainda é fraca. Págs. 18 e 19 Opinião • Sociedade • Política • Economia • Caderno do Estudante • Internacional • Cultura • Desporto Opinião Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | Opinião Editorial Emídio Fernando Editor Executivo Evaristo Mulaza Director Geral FICHA TÉCNICA Director Geral: Evaristo Mulaza Directora Geral Adjunta: Geralda Embaló 2 E agora pergunto eu... Geralda Embaló Directora Geral Adjunta O grande desafio Ensino renovado O novo Governo trouxe novidades para a educação e o ensino. Pela primeira vez, o ensino superior ganha um gabinete ministerial, evoluindo da anterior estrutura de secretaria de Estado. Há novidades ainda mais importantes. No discurso que proferiu à nação, pouco depois de ser investido no cargo de Presidente da República, o chefe do Governo anunciou reformas. Mas não reformas quaisquer. Avançou perspectivas de mudanças que, no concreto, respondem à preocupação mais importante que se coloca hoje ao ensino. A aposta no primado da qualidade sobre a perspectiva quantitativa. E mais: a necessidade da reorientação do ensino, face às necessidades de desenvolvimento do país. Mas quem esteve atento ao discurso percebeu mais do que isso. José Eduardo dos Santos preferiu o pragmatismo à retórica demagógica, dizendo que o seu Governo vai fazer, mas, sobretudo, como pretende fazer. E aqui tocou nos pontos-chave: reforma do modelo curricular, verificação do perfil e competência dos professores e revisão do sistema de gestão das escolas públicas. Os que melhor percebem sobre matérias de ensino concordam que a qualificação que se pretende do nosso sistema passa, sobretudo, pelos pontos sobre os quais incide a reforma anunciada. Mas não se pode reformar sem se conhecer a fundo o que se quer mudar. A visão de senso comum não basta, quando se opta por refazer o ensino. Por isso, precipitações à parte, o ponto de partida passa por pôr em campo a investigação para que as decisões da mudança tenham o escudo da fundamentação científica. Nos Estados Unidos também se fala nisso. Em plena crise do mercado de trabalho, Opinião | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 com o desemprego a acumular-se dia após dia, um estudo divulgado em Julho chega a uma conclusão controversa. A crise ceifou mais de nove milhões de postos de trabalho, no entanto as empresas americanas têm mais de 600 mil vagas de emprego. O problema é a falta de gente qualificada para as preencher. A nossa situação não vale qualquer comparação com a realidade americana. De qualquer forma, o exemplo serve para perceber o quão é urgente a mudança da rota. Fabricar licenciados todos os anos que mal percebem o que está além da estrada não vale o esforço do dinheiro público, nem mesmo do privado. E ensinar apenas para que o mercado se encarregue de escolher os bons e penalizar os fracos é uma irresponsabilidade que ameaça a soberania. Ainda vamos a tempo de efectuar as mudanças urgentes e necessárias. É que, como reza o velho adágio, “a qualidade das coisas é infinitamente preferível à quantidade delas”. Editor Executivo: Emídio Fernando, Redacção: André Kivuandinga, António Miguel, Edno Pimentel, José Zangui, Manuel Bento, Raimundo Ngunza, Waldney Oliveira, Valdimiro Dias e Amélia Santos, Márcia Ilunga (estagiárias) Fotografia: Manuel Tomás, Mário Mujetes e Santos Samuesseca (estagiário); Paginação: Armindo Dalas, Francisco de Oliveira, Pedro de Oliveira; Correspondentes: Luís Morais (Huíla), Simeão Mundula (Huambo); Michael Segunda (Benguela); Produção gráfica: Notiforma SA, Propriedade e Distribuição: GEM Angola Global Media, Lda; Tiragem: 50.000; Nº de Registo do MCS: 644/B/2012 GEM ANGOLA GLOBAL MEDIA, LDA Administração: Geralda Embaló e Evaristo Mulaza Na cerimónia de posse como Presidente da República eleito, José Eduardo dos Santos anunciou as linhas principais do que vai ser a governação para os próximos cinco anos. Entre a continuidade prometida, nomeadamente nos investimentos públicos, e o esforço de diversificar a economia para que não fique dependente do petróleo, há outras medidas (talvez) mais estimulantes e que são autênticos desafios. Na política que vive à base das eleições permanentes, há uma regra, escondida, mas sempre aplicada: deve-se fazer tudo o que encha ‘o olho’, ou, em linguagem mais universal, ‘show-off ’. Daí que nasçam as pontes, as estradas, os edifícios, os aeroportos, etc, etc. A ideia é mostrar obra. Desta vez, José Eduardo dos Santos e o Governo têm, em mãos, uma tarefa bem mais complicada, mas a que já se comprometeram: fazer investimentos no saneamento básico e reformar todo o ensino, do primário ao superior, passando pela formação profissional, com o objectivo de ter mais e melhores quadros angolanos. São estas as tais ‘obras’ que não se vêem, a olho nu, mas são bem mais importantes do que apenas o betão. Uma é praticamente subterrânea e a outra só se sente no futuro. A aposta na qualificação e na formação deve ser o principal desígnio de qualquer político que sonhe, um dia, governar. E não deve existir nada mais gratificante para um governante do que criar a verdadeira riqueza: jovens formados que possam enfrentar o futuro com meios que a actual sociedade exige. É esse, no fundo, o grande desafio de José Eduardo dos Santos para os próximos cinco anos. Departamento Administrativo: Argentina Santos, Jessy Ferrão, Valdimir de Almeida e Nelson Manuel Comerciais: Neusa Capita e Manuela Conceição; Nº de Contribuinte: 5401180721; Nº de registo estatístico: 92/82 de 18/10/82 Tel.: 927596835 Endereço: Rua Fernão Mendes Lopes, nº 35, Alvalade, Luanda/Angola, Telefones: +244 222 320510, 222 320511, Fax: 222 320514 As redes sociais online não deixam de surpreender à medida que vão acumulando feitos tão impensáveis há uns anos quanto o estreitar de famílias desgarradas, como o ligar de fãs a famosos, e de cidadãos aos seus governantes. Sem falar, claro, na portentosa capacidade de mobilização de multidões sob as mais variadas motivações. A página do Nova Gazeta no Facebook é mais um dos fenómenos que não cessa de surpreender. Em dois meses de existência juntaram-se cerca de duas mil pessoas, na sua maioria jovens angolanos, ao que começou a ser conhecida na rede como a “Família Nova Gazeta”. E é mesmo de uma família que se trata. Os seguidores do NG na rede comentam os temas, discutem assuntos, opinam, corrigem erros e deixam frequentemente mensagens de alento que fazem com que o trabalho da equipa valha a pena todas as semanas. É, para nós um barómetro directo da opinião do nosso público alvo, e a interactividade, que o fórum proporciona permite-nos melhorar o jornal pavimentando o caminho para a afirmação enquanto veículo de informação dos jovens de acordo com as suas próprias sugestões. As redes sociais dão, no entanto, azo a outros resultados menos felizes. Recentemente na Holanda uma adolescente que colocou por engano um convite para a sua festa de aniversário no Facebook, viu o seu dia acabar com confrontos entre quatro mil jovens e polícia, resultantes em vários feridos, à medida que milhares de pessoas foram compartilhando o convite enganoso. Não é preciso ir tão longe para ver quando as redes dão para o torto... Minutos depois da sua comunicação ao público, o primeiro ministro português, Pedro Passos Coelho viu a sua página do Facebook inundada por toda a espécie de insultos com os comentários mais simpáticos a mencionar “coelho na caçarola”. Se passearmos um pouco pelos diferentes sites nacionais podemos observar facilmente como a anonimidade que concede a internet pode dar lugar à impunidade e proliferação da falta de educação sob a máscara da liberdade de expressão. Não faltam comentários abusivos, com linguagem profundamente ofensiva e ordinária lembrando que se é certo que a nossa liberdade termina onde Cartas ao Director começa a liberdade dos outros, é certo que quando ninguém vê e não há consequências, a inobservâcia das regras sociais é facilitada ao ponto de se tornar sistemática. Mas é aqui que reside o erro, no pensar que a anonimidade nos absolve de consequências. É que de uma forma ou outra, elas sempre acabam por aparecer. Um exemplo que costumo citar neste tópico, é o da Inglaterra, que depois de duas semanas de desacatos, e sem qualquer lei aprovada que o permitisse, violou a privacidade dos incitadores à violência, colocando-os na prisão tão rapidamente que todos se perguntaram se de facto a anonimidade que a net prometia, alguma vez teria existido. Um estudo recente nos EUA, revelou que 56% dos empregadores vêem os perfis do Facebook ou Twitter em busca de mais informação sobre os candidatos. Tendência crescente à medida que as sociedades se vão tornando mais informatizadas, e más noticias para muitos que utilizam as redes sociais como confessionário onde frequentemente se vêem Frases manifestações de preguiça ou instintos homicidas contra chefes ou colegas de trabalho que afugentam qualquer empregador (por mais desesperado que esteja). Pergunto-me quantos utilizadores terão consciência real do alcance que poderá ter um comentário desta natureza... O mês passado foi preso um jovem de 15 anos por matar à facada uma colega de escola de 14 anos, por causa de uma discussão iniciada no Facebook e que descambou para ofensas pessoais. E agora pergunto eu, enquanto ninguém dúvida de que as redes sociais vieram para ficar trazendo uma nova e positiva dimensão de liberdade e proximidade, será que não há necessidade de as enquadrar dentro dos parâmetros essenciais à vida em sociedade? Será que é positivo ou sinónimo de desenvolvimento enfraquecer a fronteira entre liberdade e libertinagem? Até que ponto considerámos os efeitos da dita (e enganadora) impunidade, particularmente junto dos mais novos? Uma frase conhecida sobre o Facebook diz algo como “bem-vindo ao Facebook, onde as pessoas que te adicionam como amigo passam por ti na rua sem cumprimentar; onde as relações são perfeitas e os mentirosos acreditam nas suas próprias mentiras; onde os teus inimigos são quem mais visita o teu perfil, enquanto a tua família te bloqueia, onde mesmo que só escrevas o que pensas, alguém sempre leva a mal”. Dá que pensar... “Espero representar de forma condigna as mulheres angolanas residentes em França no Concurso miss Angola” Nair Furtado, miss Angola em França “Profissionalizamos o departamento de hóquei em patins tanto do ponto de vista técnico como de recursos humanos. É uma preocupação uma vez que não atingimos o objectivo preconizado para a presente época e sabemos que os resultados não surgem do dia para a noite, mas esperávamos outro comportamento da equipa”. Amaral Aleixo, vice-presidente do Petro de Luanda “Devo agradecer os organizadores do FestiSumbe que têm contribuído na unificação dos artistas e na massificação da cultura e apelo as demais províncias para seguirem o mesmo exemplo e promoverem os músicos nacionais”. W King, kudurista envie a sua para: [email protected] Reforçar polícia Sinto-me alegre e protegido quando vejo patrulheiros da Polícia, na minha rua, que por sinal é a principal do bairro Gamek Vila. Falo concretamente da rua do Paiol. A minha preocupação prende-se no facto de a presença dos patrulheiros ser muito irregular, num mês podem aparecer apenas três dias. Dada a importância daquela rua, que lentamente vai ganhando algumas casas nocturnas, que infelizmente também atraem os meliantes, gostaria que a Polícia tornasse regular a presença dos seus efectivos no local, já que não se pode contar com a iluminação pública. Aí o sistema de iluminação pública funciona deficientemente com a energia solar. As lâmpadas estão mais apagadas do que acesas, o que facilita a vida dos bandidos. Os amigos do alheio que apoquentam a vida dos moradores, na minha rua, o fazem à mão armada e isto não tem horas de acontecer. Por isso, solicito não só em meu nome mas também em nome do colectivo de moradores que se reforce a presença da Polícia. Uma esquadra móvel na rua seria uma boa solução. Francisco Salvador, bairro do Gamek Vila 3 Sociedade Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | Governo provincial lança campanha ‘Luanda limpa’ Lixo por kwanzas Nada se perde com o projecto lançado pelo governo de Luanda: o lixo doméstico é vendido para depois ser transformado. A iniciativa tem entusiasmado quem se empenha em recolher o lixo. Sociedade | Quinta-feira Quinta-feira44de deOutubro Outubro2012 2012 cumentos necessários. Para conseguir recolher o lixo vê-se obrigada a varrer as residências das vizinhas e a “recolher nas ruas”. Agostinho Kyosa, gestor do posto de transferência do Kalawenda, assegura que “o projecto tem tido uma boa adesão”. Feliciana Rainha João, segunda supervisora do posto de transferência, já percebeu que “o lixo começa ser procurado porque os populares não o querem ter em casa e estão preocupados em conservá-lo bem, para posterior comercialização”. “Quando há muitos clientes o nosso trabalho torna-se muito complicado e cansativo”, desabafa. Desde a entrada em vigor do projecto já foram atendidos 321 clientes. O número de registos é permanente. Normalmente, há mais às segundas e terças-feiras que “são dias com muita concorrência”. Com este entusiasmo, os responsáveis só lamentam ter “maiores dificuldades” porque “faltam sacos”. Nem todo lixo é dinheiro O lixo que se comercializa é apenas doméstico. Os postos de transformação não aceitam pedras, areia, cimento, entulho, carcaças, sucatas, electrodomésticos, líquidos, lixo hospitalar, pilhas, bate- “ Desde a entrada em vigor do projecto já foram atendidos 321 clientes rias, óleos e materiais de ferrugens. E muito menos lixo industrial. No posto, o lixo é colocado em contentores de sete metros cúbicos que são depois transportados por um camião até ao aterro sanitário”. Dos três postos de transferência, erguidos em Luanda, apenas o de Kalawenda, no Cazenga, está em funcionamento. Os do Kilamba Kiaxi e o do Zango, em Viana, ainda estão a ser equipados. Fotos Manuel Tomás 4 Regras para a recolha do lixo poderia vender graças às informações dadas pelas vizinhas. Maria da Conceição Joaquim, vendedora, garante já ter no banco quatro mil kwanzas resultantes da venda do lixo, arrecadados desde que o projecto foi lançado. “Sempre que venho vender sou bem atendida”, assegura. Por cada vez que se desloca ao Posto de Transferência, PT, leva muitos sacos, cujo número “varia de dia para dia”. Há dias que leva dez, outros apenas seis, pois “depende muito da motivação que tiver naquele dia”. Encontra os resíduos nas residências das vizinhas que não querem vender e ela aproveita. Por sua vez, Antónia Simão, também vendedora, informada pelas vizinhas, Huambo Agostinho Kyosa, gestor do posto de transferência do Kalawenda ’’ Por André Kivuandinga O governo provincial lançou, em Agosto, o projecto denominado ‘Luanda Limpa’, que se dispõe a comprar o lixo doméstico. O arranque aconteceu no Cazenga, na zona do Kalawenda, onde está situado um posto de transferência. Para a concretização do projecto estão a ser criados, em diversos bairros, postos de transferência onde os munícipes deverão fazer o registo para posterior depósito do lixo que será transferido para o aterro sanitário dos Mulenvos. Todos os dias, muita gente acorre ao local. Umas pessoas para obterem informações, enquanto outras, já informadas, tentam concretizar o negócio. Como Mariana António, uma das moradoras da zona, que passou por curiosidade. Normalmente, deposita o lixo, mas nunca tinha pensado em vendê-lo. Soube que Sociedade deslocou-se ao PT, para se inteirar do funcionamento e abrir o processo para começar a vender. De início, foi complicado porque não possuía os do- As pessoas quando chegam ao PT são cadastradas, numa ficha onde é escrito, nome, número de telefone e a quantidade de sacos que trouxe. Com esses dados, quem quer vender lixo tem de abrir uma conta bancária. Quem tiver já uma conta só tem de entregar o número. Três dias depois de entregarem o lixo, é feito o depósito dos valores. Um saco de 50 litros dá 100 kwanzas, quanto mais sacos trouxer a pessoa mais dinheiro ganha. O posto atende, às vezes, 200 pessoas por dia. Cada uma delas, traz entre três a seis sacos. Fora deste processo, estão as empresas licenciadas na recolha do lixo e que têm um contrato com a Elisal. O lixo que a equipa de recolha deste PT recolhe nas ruas não é contabilizado. Sanatório sem sangue O departamento de hemoterapia do hospital sanatório do Huambo está desde Agosto sem sangue, situação que tem criado enormes constrangimentos no atendimento dos doentes que necessitam de transfusão. Segundo Helena Chipepo, técnica do hospital, a direcção daquela unidade sanitária, que cuida de doentes com tuberculose, tem realizado campanhas de recolha de sangue para suprir a carência, mas não tem conseguido quantidades suficientes. Helena Chipepo deu a conhecer que sempre que um doente estiver com falta de sangue os familiares são obrigados a doarem, para que a transfusão seja feita. “Apelamos à sociedade civil a solidarizar-se com os doentes aqui internados”, solicitou a técnica de saúde. 5 Sociedade | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 Rafael Morais, coordenador da SOS Habitat ONDE PODE ENCONTRAR O NOVA GAZETA, TODAS AS QUINTAS-FEIRAS BENGUELA LUANDA Cidade Universitária Instituto Superior de Ciências da Eucação Universidade ‘Agostinho Neto’ (UAN) Faculdades de Letras, Ciências Sociais, Economia, Engenharia, Ciências, Direito Univeridade Jean Piaget UTANGA Universidade Católica Instituto Superior Metropolitano Universidade Lusíada de Angola Universidade Metodista - Luanda e Cacuaco Universidade Independente Universidade Óscar Ribas Universidade Gregório Semedo Universidade de Belas Universidade Privada de Angola Instituto Superior de Ciências Sociais Instituto Superior Técnico de Angola Economia de Luanda; Industrial de Luanda; Comercial de Luanda; Politécnico Pascoal Luvualo; Economia do Kilamba Kiaxi; Politécnco ‘11 de Dezembro’ PUNIV afecto à PN na Unidade de Intervenção Rápida INE Marista INE Garcia Neto Instituto Politécnico do Sambizanga PUNIV do Cacuaco Centro Médio Dom Bosco do Sambizanga Instituto Politécnico do Nova Vida Instituto Superior Jean Piaget Universidade Katiavala Bwuila Universidade de Benguela ISCED de Benguela Universidade Católica (Lobito) Universidade Lusíada (Lobito) HUÍLA Universidade Mandume ISCED do Lubango Instituto Superior Gregório Semedo Instituto Superior Independente Universidade Privada de Angola HUAMBO Faculdades de Economia e de Direito da Universidade ‘José Eduardo dos Santos’ Instituto Superior Politécnico da Universidade ‘José Eduardo dos Santos’ (UJES) ISCED do Huambo da UJES Instituto Superior de Enfermagem Faculdade de Ciências Agrárias Universidade da Igreja 7º Dia Universidade Ekuikui II KWANZA-SUL Universidade Katiavala Bwuila Instituto Superior Politécnico do Sumbe São Paulo, Aeroporto, Mutamba, Maianga, Congolenses, Zé Pirão, Prenda, Zamba 2, Rocha Pinto, Golfo 1 (Avô Kumbi), Bellas Shopping, Futungo, Kassequel, Viana Cabinda Universidades e Institutos Superiores 1º de Maio’; ‘Sagrada Família’; dos Ministérios; do governo provincial; do porto de Luanda: do ‘Serpa Pinto’; e do Ambiente (imediações do GUE) Conservatória da Vila Alice Conservatórias do S. Paulo e da Samba Aeroporto Internacional e Doméstico Avenida principal de Viana (imediações da Casa da Juventude) vale muito. Mas não custa nada! “Não somos contra as demolições” Defender o direito à habitação e à terra é o exercício diário que a SOS Habitat tem estado a fazer ao longo de 10 anos. O coordenador interino, Rafael Morais, defende que a resolução do problema habitacional passa por uma política de Estado “concreta, actuante e que vá ao encontro de todos os cidadãos” Por Manuel Bento Foto Santos Samuesseca Como têm defendido o direito à casa? Temos servido de ponte entre governados e governantes. Junto das comunidades identificamos os problemas e procuramos reportar aos governantes para a posterior resolução. Tem resultado? Infelizmente, muitas vezes somos mal interpretados. Somos tidos como agitadores. Somos uma associação com mais de 200 membros e todos já foram vítimas de injustas demolições. Procuramos sempre juntar as administrações para que as soluções se tornem mais fluídas e claras. Mas vocês são contra as demolições? Não. E nunca seremos contra as demolições. O que nós criticamos são as demolições injustas. Como assim? O país saiu de uma situação de guerra que durou cerca de três décadas e naturalmente, ao longo desse tempo, as pessoas foram construindo em zonas do Estado ou inapropriadas. Mas não porque queriam. Não tinham alternativas. Findo o conflito, caso o Estado ache que se deve tirar uma determinada comunidade de alguma zona, deve fazê-lo de forma organizada e respeitando todos os direitos de um ser humano. E isso pressupõe o quê? A forma é simples. Desalojar sim, mas como alternativa dá-se uma casa onde um cidadão possa albergar a família. Não é justo que partam a casa do pobre cidadão e pô-lo a viver em tenda. É errado. obrigado a residir ou a construir em zonas impróprias. E as responsabilidade dos cidadãos? Não somos a favor da construção em zonas de riscos nem de elementos oportunistas que põem a vida e das famílias em risco. Primeiro, diagnosticamos a situação para tentar compreender as razões que o fizeram ir para aquele local. dadas as casas. Quando tudo é feito à revelia de todos esses processos, aparecem intrusos e aproveitadores. E há um diálogo com as comunidades? Exactamente. Não só com as comunidades, também com as administrações. A habitação é um assunto muito bicudo e sensível. Mas a resolução passa necessariamente pelo constante diálogo entre quem governa e quem é governado. Por exemplo, o desalojamento na Samba para o Zango e Panguila não teve nenhum incidente e correu tudo bem porque houve, das duas partes, consenso e diálogo. Há também cidadãos que, depois de serem alojados, voltam a construir em zonas de risco. Como é que lidam com estas situações? Estes problemas são muito frequentes e temos estado a defender que, por um lado, é Causa nobre Com sede em Luanda, a SOS Habitat também trabalha em Benguela e Lubango, onde tem identificadas zonas com problemas. A organização, garante o seu coordenador, vive de doações de pessoas e parceiros que se revêem nas causas. Rafael Morais afirma que o trabalho “não Menos burocracia culpa das administrações. Uma das medidas passa pelo cadastramento. É necessário que se faça um levantamento geral com os nomes e documentos para que não se permita o regresso de pessoas depois de terem sido Como é que se resolve o problema da habitação? A resolução passa por uma política de Estado concreta, actuante e que vá ao encontro de todos os cidadãos. É preciso moderação nos preços, maior acessibilidade aos terrenos, menos burocracia e a construção e distribuição inclusiva de casas sociais. Por exemplo, o governo de Luanda tem sido um dos incentivadores da ocupação ilegal de terrenos. Um cidadão, para requerer um espaço, demora cerca de dois a quatro anos. Ao longo deste período, vê-se Projectos como a cidade do Kilamba não são uma lufada de ar fresco? Infelizmente não. Primeiro por ser um projecto polémico e fantasma. Gastou-se muito dinheiro naquela estrutura cujo impacto não se faz sentir. Temos números elevados de indivíduos sem casa e infelizmente a Nova Centralidade do Kilamba não os salvou. Por isso, defendemos uma reestruturação daquela cidade. Como é que olham para juventude na luta por um tecto? Temos uma juventude a lutar com toda a legitimidade para conseguir casa. Infelizmente a política habitacional não tem sido actuante nem tão pouco prática. Não temos uma política de renda definida que poderia ajudar. Esperamos que haja sensibilidade deste novo Governo no sentido de se resolver o problema habitacional desta franja da sociedade. Neste momento estão acompanhar algum caso? Estamos a fazer o acompanhamento da situação dos moradores do Cambambe - I e II que estão ao relento desde 2002. O ano passado foi garantido que teriam as suas casas e infelizmente nada foi resolvido. Outro caso é a situação dos ex-moradores da ilha (de Luanda) que muitos continuam a viver em tendas no Zango-1. tem sido fácil”, mas jura que “a causa é muito nobre” e, por isso, “não há dinheiro que pague todo esse esforço”. A organização foi criada com o objectivo de “defender o direito à habitação e à terra”, com a convicção de “não culpar as pessoas por construir casebres quando não fizemos nada como alternativa”. 7 LARDEF ajuda à integração de deficientes Descriminação em várias frentes À procura de dignidade Crianças, jovens e mais velhos, de ambos os sexos, com deficiências, são geralmente discriminados na família, na rua, na escola e nos locais de trabalho. A Liga de Apoio à Integração de Deficientes (LARDEF) lidera o combate contra a descriminação. Por André Kivuandinga Foto Manuel Tomás A deficiência “é irmã gémea da pobreza” é a conclusão tirada por Carla Cristina Luís que lidera a LARDEF (Liga de Apoio à Integração da Deficiência). O trabalho feito por esta organização, desde 1997, permite-lhe concluir que a maior parte dos deficientes vive em zonas periféricas e que não tem acesso à escola. O outro grande problema, sublinha a directora executiva da LARDEF, é a falta de “meios de compensação ou ajudas técnicas, que são as cadeiras de rodas ou canadianas”. “Em Angola há uma falta gritante destes meios”, lamenta. A Liga garante que são as mulheres e as crianças as que mais sofrem com a discriminação que, por vezes, começa na família. Carla Luís lembra-se de ter acompanhado um menino que Carla Cristina Luís, directora executiva da LARDEF Um dos casos que passou pela LARDEF foi o de uma jovem deficiente, da Huíla, que casou com um rapaz não deficiente. Passados alguns meses, a família do marido rejeitou-a, por ela “não conseguir acarretar água ou fazer os trabalhos de casa”. Foi “maltratada” até que a mãe a resgatou. O esposo entregou-se à vida militar. Outro caso, relatado pela Liga, aconteceu numa empresa petrolífera. Um jovem, depois de passar nos testes, foi rejeitado por ser deficiente. De nada adiantaram os protestos dirigidos à direcção, feitos pela LARDEF, mas o caso não chegou ao tribunal e o jovem conseguiu o emprego. Uma das histórias mais famosas da Liga envolveu um membro da organização e um comandante de uma companhia de aviação. Aconteceu no aeroporto ‘4 de Fevereiro’. Quando o dirigente da LARDEF se preparava para viajar, foi expulso do avião porque não se fazia acompanhar de uma outra pessoa. O comandante exigiu a retirada do passageiro, que depois constituiu um advogado. O caso só não foi a tribunal porque se chegou a um acordo que passou pelo pagamento de uma multa e um pedido de desculpas públicas. As vítimas de discriminação devem dirigir-se a polícia, tribunais e a organizações que defendem os deficientes. foi abandonado pelos pais por ser deficiente. Deixaram-no com avó que enfrentou muitos problemas por falta de documentos, por isso, não teve acesso ao ensino. Outros problemas comuns têm a ver com a sexualidade e com o casamento. “Os pais, quando têm uma criança deficiente, criam ideias de que ela não é potencial mãe e não deve ter marido”. Carla Luís apela por um “apoio da família as pessoas com deficiência”, lembrando que “os deficientes fazem tudo o que uma pessoa normal faz, com a diferença de que os deficientes o fazem em cadeiras de rodas ou com muletas”. Até as instituições… A directora executiva da LARDEF garante que são frequentes os casos de discriminação praticada por empresas de construção que, ultimamente, “eliminam rampas”, mas reconhece que “muitas pessoas não têm acesso às normas técnicas aprovadas pelas Nações Unidas”. No ensino da condução, das várias escolas, em Luanda, só uma tem um carro preparado para deficientes. Angola, critica Carla Luís, ainda “está muito atrasada” na aplicação de leis que defendem pessoas com defici- ência. No entanto, reconhece que, nos últimos dez anos, “as coisas melhoraram substancialmente”, mas ainda assim entende que as pessoas com deficiência estão muito marginalizadas”. Janeiro de 1997, uma organização não-governamental. A LARDEF bate-se por um ambiente sem barreiras e para que os deficientes estejam integrados na sociedade, com os seus direitos respeitados. Representar e promover os direitos, interesses e participação das pessoas com deficiência é outra das suas missões. A liga promove e participa em encontros que possam influenciar as políticas a favor da inclusão. Apoia a criação de actividades geradoras de rendimento como contributo à redução da pobreza, encaminha alguns beneficiários aos centros de formação profissional, concedendo- Cadeira de rodas Manual: 70 mil kwanzas, Motorizada: 380 mil kwanzas Muletas 20 mil kwanzas Uma organização com mais de 15 anos “Os mais fortes nem sempre são os mais aptos”, “um deficiente é somente alguém com capacidades diferentes” e “o Estado deve promover a integração sócio-economica das pessoas com deficiência” são os princípios que levou um grupo de deficientes, cansado da discriminação, a constituir a LARDEF, a 12 de Cadeiras e muletas a preços variados -lhes materiais e ferramentas e microcrédito para criação de pequenos negócios. A LARDEF é uma organização nacional, que tem representações noutras províncias, e membro do Movimento Internacional de Organizações de pessoas com deficiências. Direcção e número de telefone da LARDEF: Rua Comandante Gika, Travessa dos Militares. Telef. 222 325 404, email - [email protected] - Luanda 9 Sociedade Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | Espaço cidadania - Conheça os seus direitos e deveres Direito de culto e religião Apesar da laicidade do Estado angolano, prevista na disposição do número 1 do artigo 10º da Constituição, o direito ao culto e religião é um direito integrado nos princípios fundamentais da lei magna. Nos números 2 e 3 do artigo 10º da Constituição dispõe-se, conjugadamente, as obrigações do Estado angolano quanto ao reconhecimento e respeito pelas diferentes confissões religiosas. As obrigações do Estado a este nível vão até à necessidade de proteger as igrejas e confissões religiosas e respectivos locais de exercícios das suas actividades. Isto quer dizer, por exemplo, que o Estado não pode permitir que as igrejas sejam alvo de acções de vandalismo por 10 parte de pessoas ou grupos. É obrigação do Estado protegê-las. No entanto, para o Estado assegurar o direito de culto e religião há uma condição inegociável: a actuação das igrejas tem de estar conformada à Constituição, ou seja, não pode atentar contra a Lei e contra a ordem pública. Por outras palavras, no âmbito das liberdades que a Constituição assegura aos cidadãos, cada um tem o direito de professar as religiões compatíveis com os seus princípios, mas é importante que o crente ou religioso assegure sempre que a congregação a que pertence ou pretenda pertencer é reconhecida pelo Estado angolano. Porque poderá sempre dar-se o caso de uma determinada pletamente separados. E, à semelhança de Angola, hoje a maioria dos estados do mundo são laicos. Diferente dos laicos, nos estados religiosos, o chefe do poder religioso é normalmente titular de poder político, como acontece nos países muçulmanos. Como Contactar... igreja não ser reconhecida por razões relacionadas com a sua doutrina que pode ser contrária ao espírito da Constituição. O que é um estado laico? Em termos simples, um estado laico é aquele onde a religião e o poder são com- No caso de quiser informa-se sobre como constituir uma igreja, dirijase ao Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos, do Ministério da Cultura. 11 Política Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | Um parlamento com 220 deputados Assembleia Nacional por dentro A Assembleia Nacional é o parlamento de Angola, órgão legislativo cuja essência é a elaboração das leis. Aprova o Orçamento Geral do Estado, fiscaliza a acção do Governo, entre outras competências atribuídas pela Constituição. O parlamento acaba por ser um único órgão representativo. Os eleitores delegam os seus poderes aos deputados que, no exercício da actividade, procuram exprimir a vontade do povo. Na generalidade, o parlamento dispõe de dois poderes essenciais: o legislativo e o de fiscalização política. Acrescenta-se ainda o poder electivo, ou seja, a competência em eleger membros de outros órgãos como, por exemplo, a dos juízes do Tribunal Constitucional, Conselho Superior da Magistratura Judicial, Provedor de Justiça, administração eleitoral, etc. O parlamento é composto por 220 deputados eleitos por sufrágio universal, seguindo o sistema de representação proporcional, para um mandato de cinco anos. 130 deputados são eleitos no círculo nacional e os restantes 90 pelos círculos provinciais. Cada província elege cinco. O mandato dos deputados inicia-se com a posse, seguida da realização da primeira reunião constitutiva do parlamento após as eleições. 12 Como chegar a deputado Função de um deputado Um deputado à Assembleia Nacional tem, entre as principais funções, a legislativa, que passa pela elaboração de leis, o controlo e fiscalização dos actos do executivo, o zelar pela aplicação da Constituição, a análise das contas do Estado e a fiscalização da execução do Orçamento Geral do Estado. De igual modo, podem interpelar o Governo, solicitando esclarecimentos sobre determinados assuntos. Política | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 Para ser eleito deputado, um candidato deve figurar numa lista apresentada por partidos ou coligações de partidos políticos concorrentes às eleições gerais. Cada força pode incluir candidatos independentes. Posteriormente deve ser eleito por sufrágio universal directo, segundo o sistema de representação proporcional para um mandato de cinco anos, podendo integrar um grupo parlamentar. Bento Kangamba “fora” do parlamento O político e empresário Bento dos Santos ‘Kangamba’ poderá abdicar do seu assento no parlamento, para se dedicar exclusivamente, à “actividades empresarial e filantrópica”, garantem alguns órgãos de comunicação social. O empresário, que esteve envolvido na primeira controvérsia logo após a abertura da nova legislatura, em declarações a emissora Católica de Angola, mostrou-se indisponível para ir para parlamento, alegando que se encontra “muito apertado com actividade empresarial”. As bancadas parlamentares da CASA-CE e do PRS apresentarem pedidos de impugnação do mandato de Bento ‘Kangamba’ na Comissão de Verificação de Mandatos da Assembleia Nacional, por ele ter sido condenado a uma pena superior a dois anos, por crime de burla a um cidadão português, facto que motivou o arrestamento de um avião da TAAG. Novos deputados em formação Interação com eleitor Para melhor interagir com aqueles que o elegem, o deputado pode utilizar sistemas de informação e outras formas de divulgação das suas actividades parlamentares e de contacto com os eleitores, a nível central e nos círculos eleitorais. Além disso, o deputado dispõe de um gabinete próprio, onde recebe cidadãos que se desloquem a apresentar reclamações e sugestões. Os deputados que se estreiam, na Assembleia Nacional, beneficiaram durante esta semana de uma acção formativa para se inteirarem das suas novas funções, anunciou a presidência daquele órgão legislativo. Estreiam-se no novo parlamento 104 deputados, oriundos maioritariamente do MPLA, com 72 parlamentares, seguida da UNITA, o maior partido da oposição, com 20 e CASA-CE, o partido revelação das eleições com oito. O PRS tem um novo deputado e a FNLA dois. Esse facto acontece, quando aquele órgão prepara a abertura do ano parlamentar, que deverá acontecer até à segunda quinzena do mês. A ocasião serve para o Presidente da República endereçar a mensagem sobre o Estado da Nação, bem como anunciar as políticas preconizadas pelo novo Governo. 13 Política | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 A semana das tomadas de posse A semana passada foi de intensa actividade política, marcada pela tomada de posse dos órgãos de soberania, resultante das eleições gerais de 31 de Agosto. O novo governo foi empossado na última segunda-feira, no Palácio Presidencial da Cidade Alta, em cerimónia presidida pelo chefe do Executivo, José Eduardo dos Santos. No novo elenco há mais quatro ministérios e apenas dois ministros de Estado, comparativamente ao anterior, tendo sido suprimido o cargo de ministro de Estado e da Coordenação Económica. Destaca-se também a ascensão de novos rostos à frente de alguns ministérios e governos provinciais A semana passada, José Eduardo dos Santos foi empossado pela primeira vez, pela mão do Juiz Presidente do Tribunal Constitucional, Rui Ferreira. No discurso de circunstância, anunciou as prioridades para o mandato que termina em 2017, atribuindo ênfase à questão das políticas de emprego, educação, combate à pobreza entre outros problemas. Enquanto no Parlamento, Fernando da Piedade Dias dos Santos, regressa à liderança, depois da passagem pela Vice-presidência da República. 15 | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 Discurso de tomada de posse do Presidente da República Prioridade para os Jovens Sendo que o Presidente da República é também chefe do Governo, e o mais alto responsável pelas políticas que vão conduzir o país nos próximos cinco anos, é importante perceber quais são as suas prioridades de futuro. Aqui fica um resumo, trocando em miúdos o que disse o PR acerca das prioridades quando foi empossado. Paz e liberdade Manter a estabilidade política é considerada a “primeira prioridade” de José Eduardo dos Santos que, por isso, defende o “aprofundamento da democracia, a liberdade de expressão e de criação, a igualdade de oportunidades e maior justiça social”. Mais competências BMF SOLUÇÕES PME Com o BMF existe sempre uma solução… Dispomos de soluções de financiamento para Micro e Pequenas e Médias Empresas que pretendem: Expandir o seu negócio, Modernizar suas operações, Melhorar seu espaço físico ou Diversificar seu sector de actuação. O Governo pretende uma maior valorização dos quadros angolanos. A formação profissional, nas escolas e nas empresas, encabeça a lista das preocupações. O objectivo é ter “quadros altamente qualificados e uma classe de trabalhadores bem formada tecnicamente”. Mais transparência Quantos somos Rigor e mais transparência na gestão e nas contas públicas entram nos planos do Presidente. O Governo quer reforçar o diálogo com sindicatos, organizações sociais e profissionais, igrejas, empresários e outros parceiros sociais. Está em marcha um programa de reformas com o objectivo de melhorar a organização, gestão e controlo das Finanças Públicas. Em 2013, vai acontecer o primeiro Recenseamento Geral da População e da Habitação. É uma operação que vai dar a exacta medida do número de habitantes em Angola e como vivem. As informações recolhidas vão permitir ao Governo elaborar “políticas mais realistas”. Reformar a ordem Os militares, polícias e tribunais também vão passar por reformas. Estão previstos o alargamento da rede dos tribunais, o aumento do número de prisões e de centros de reeducação e o reforço de polícias. José Eduardo dos Santos garante querer dar “um sinal claro de combate ao nefasto sentimento de impunidade” que existe na sociedade, ou seja, vão ser aumentados os esforços contra a criminalidade. Resposta num máximo de 10 dias Rua Ndunduma, nº 257 - Tel: 222-430184 - email: [email protected] Novos mecanismos para a criação e acesso ao emprego vão, de acordo com os planos, ser desenvolvidos com a criação de programas geradores de emprego que melhorem o rendimento das famílias. Ao mesmo tempo, serão elaboradas políticas de incentivo às micro, pequenas e médias empresas. Por outro lado, é ideia do Governo alterar as leis laborais, tornando-as mais flexíveis: estão previstos a mobilidade laboral, ou seja, o trabalhador poderá exercer a sua profissão na mesma empresa, mas em local diferente, e o emprego temporário. Em simultâneo, prevê-se uma maior fiscalização sistemática das regras. Esforço social José Eduardo dos Santos quer “aperfeiçoar” a política social em várias frentes: melhorar o acesso à saúde, investir no saneamento básico, na água potável e na habitação. Está prevista a adopção de um Plano Sanitário, logo no início do mandato. O programa de combate à fome e à pobreza será reforçado. Vai haver uma atenção especial aos antigos combatentes; serão melhorados a assistência social e o apoio à criança em idade pré-escolar, de reintegração social e formação profissional para portadores de deficiência e de alargamento, em todas províncias, de estabelecimentos de acolhimento de idosos. Prioridade ao ensino Reformas no ensino, formação profissional, valorização dos quadros nacionais, alteração das leis laborais, além de uma política social que elimine injustiças, são as principais linhas de força prometidas pelo Presidente da República. Educação para todos Investimentos para durar CRIAMOS OPORTUNIDADES Emprego diferente O Presidente garante manter o reforço nos investimentos públicos, de escolas a hospitais, passando pelas grandes infra-estruturas. Mas não quer apenas que seja o Estado a fazê-lo. As empresas privadas terão uma parte dessa responsabilidade. José Eduardo dos Santos promete “desenvolver um programa de revisão do sistema educativo”. A ideia é dar mais eficácia: vão ser valorizados o modelo curricular e as competências de professores, formadores e educadores. A gestão das escolas públicas será alterada. O Governo promete ainda assegurar a educação pré-escolar e o ensino primário obrigatório e gratuito para todos e elevar a taxa de escolaridade da educação básica para 100%. 17 Economia Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | Economia A província do Bengo prevê colher, no perímetro irrigado de Caxito, mais de cem mil toneladas de banana na campanha agrícola de 2012/2013 Centros funcionam em mais de 60 municípios Banco Millennium Angola foi distinguido pela segunda vez, o melhor banco de capital maioritariamente estrangeiro em Angola, pela revista EMEA. “ O trabalho que faço oferece-me um rendimento melhor. Por isso ainda não tenho necessidade de procurar um Centro de Emprego. Porta para um emprego Angola tem 40 centros de empregos em 65 municípios. No entanto, a capacidade de resposta tem sido fraca: as empresas preferem fazer recrutamentos directos. Os centros não desarmam e, muitas vezes, são eles que vão atrás do emprego. O director do centro de emprego e formação profissional do Cazenga, Venâncio Neto, considera que o baixo grau de satisfação só será minimizado se as empresas “cultivarem o hábito” de recrutar a partir dos centros de emprego. ’’ seus documentos, aguarda ansiosa por uma vaga. Foto Santos Samuesseca Boa parte dos jovens sabe da existência dos centros de empregos tutelados pelo Ministério da Administração Pública Emprego e Segurança Social (MAPESS). João Martins é um deles que tem a noção que poderia encontrar emprego num dos centros. Mas prefere manter-se como vendedor ambulante, porque lhe ofere- “ Consegui o meu primeiro emprego graças a intermediação do Centro de Emprego da Samba. ’’ Emiliana Inês ce melhor rendimento. Ainda não sentiu necessidade de recorrer a um centro, embora tenha amigos que tentaram e conseguiram empregos. Emiliana Inês conseguiu o seu actual emprego, graças à intermediação do centro da Samba. “Foi apenas uma tentativa, encorajada por algumas amigas, e depois fui seleccionada por uma empresa onde trabalho neste momento”, conta. Por sua vez, Francisco Valeriano entende que alguns desempregados não procuram os centros porque estes “não desempenham o seu papel como deviam”. Para sustentar a sua afirmação, conta que depositou o seu currículo no centro de emprego de Viana já há cinco anos, mas, até hoje, “infelizmente não consigo emprego e estou a me virar”. Jussara Vilarinho, que depositou no mês passado os “ Sei da existência dos Centros de Emprego. Candidatei-me num deles e estou a espera da resposta. ’’ Insignificante Luanda é a província com maior número de centros de empregos: são no total nove, distribuídos por Viana, Cazenga, Sapú, Zango, Kilamba Kiaxi, Icolo e Bengo, Ingombota, Samba e Sambizanga. Segundo os responsáveis dos centros de Cazenga, Sambizanga e Ingombota, diariamente, muitos jovens da faixa etária entre 17 e os 28 anos procuram emprego. No entanto, a capacidade de resposta é “insignificante”, como reconhece o responsável do Cazenga, Venâncio Neto. Aqui, um dos que mais tem recebido pedidos de emprego, de 2011 até agora, registou 776 candidatos. No mesmo período recebeu apenas 61 ofertas de trabalho. Na Ingombota, havia, esta semana, 13 vagas disponíveis para profissionais da área de electrotecnia, chefe de cozinha, técnico de ‘offshore’, entre outras. No Sambi- Cento e cinco toneladas de pescado foram capturadas de Janeiro a Agosto deste ano, na província do Huambo, aumentando a oferta de peixe nas zonais rurais, anunciou o director provincial da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural, Hemitério Tiago. Mais colaboração das empresas João Martins, vendedor ambulante. Por José Zangui Economia | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 zanga, estavam disponíveis 12 vagas para estafetas. Para um candidato se inscrever, basta entregar uma cópia do Bilhete Identidade e currículo. Depois, é encaminhado em função das vagas oferecidas pelas empresas que procuram mão-de-obra através dos centros de emprego. Das vagas, nem todas são ocupadas porque, nalguns casos, os candidatos recusam devido ao baixo salário oferecido pelos potenciais empregadores. Quase 600 mil Dados fornecidos pelo Ministério da Administração Pública Emprego e Segurança Social (MAPESS) indicam que foram criados 596.176 empregos no sector privado, entre 2009 a 2011, sendo 385.255 em 2009, 100.850 em 2010 e 110.071 em 2011. Ainda não há dados de 2012. Jussara Valerinho. vale muito. Mas não custa nada! Qual é faixa etária que mais solicita emprego? São jovens dos 17 a 30 anos que procuram o primeiro emprego, mas também temos recebido casos de pessoas com 40 anos que já tiveram emprego e que se desvincularam ou procuram um melhor. Importa salientar que a percentagem é de jovens com ensino médio, seguido do ensino de base e apenas cerca de três por cento são universitários. Os jovens queixam-se da falta de capacidade de resposta. Concorda? Admitimos que a capacidade de resposta é insignificante. Basta ver que no Cazenga das 776 pessoas que recebemos apenas 61 foram encaminhadas. A razão é objectiva, há muita gente à procura de emprego e pouca oferta. Quais são os mecanismos que estão a ser estudados para elevar a fasquia? Há pouco interesse das empresas em relacionarem-se com os centros, apesar de os técnicos de emprego irem ao encontro das empresas para informá-las sobre a mão-de-obra existente. Estas procuram fazer recrutamentos directos. O que podemos fazer é pedir mais colaboração das entidades empregadoras. Não passarem aqui apenas para visarem os seus contratos já fei- tos, mas para virem buscar mão-de-obra. Que outras actividades são desenvolvidas pelos centros além do encaminhamento da mãode-obra? Os centros também formam técnicos nos vários sectores. O Cazenga, por exemplo, de 2011 a esta parte formou mais de cinco mil pessoas, incluindo em empreendedorismo. Sociedade Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | Millennium lança novos cartões de débito Luta contra a pobreza Incentivo à produção nacional O presidente do conselho de direcção da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente, ADRA, Guilherme dos Santos, garantiu, no Lubango, que existem quantidades suficientes de alimentos nas províncias da Huíla, Benguela e Cunene, fruto do programa do governo para a redução da pobreza em Angola. Guilherme dos Santos, que abordava o programa de desenvolvimento comunitário, em execução pela ADRA em todo o país, sublinhou que, apesar da ausência de chuvas em 2011, existe um excedente de milho, massango, massambala, feijão e soja, que os camponeses comer- cializam para a aquisição de produtos industriais. Uma grande parte de camponeses conseguiu produzir consideráveis quantidades de cereais, oleaginosas e tubérculos. “Neste momento, estamos a trabalhar na avaliação e monitoria no tocante ao pro- grama de desenvolvimento comunitário e seu impacto junto das comunidades, para depois traçarmos estratégias para o reforço”. Economia | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 A ADRA começou, em 2001, a execução do programa de desenvolvimento comunitário com o objectivo de apoiar a produção alimentar de famílias no meio rural, bem como em projectos de gestão de recursos naturais, reforço do poder local, incluindo a descentralização administrativa e formação de quadros, entre outras acções. Actividades no quadro do programa de desenvolvimento comunitário decorrem nas províncias de Luanda, Huíla, Benguela, Huambo, Malange e Cunene, dando lugar a progressos consideráveis. O Banco Millennium Angola apresentou, esta semana, cinco novos cartões de débito Visa para particulares nas versões Classic, Prestige e Platinum e para empresas nas gamas Business e Corporate. Com os novos cartões Visa, os clientes podem, sem necessidade de carregamentos, movimentar a sua conta à ordem em kwanzas, de uma forma rápida, conveniente e segura, em qualquer parte do Mundo. Os novos cartões Millennium Angola têm um chip de segurança incorporado nos estabelecimentos comerciais e levantamentos em ATM (terminal de pagamento automático) da Rede Visa. Além disto, possibilitam a activação de um seguro de viagem para obtenção de um seguro de acidentes pessoais com inúmeras coberturas. Negócios em Angola abordados nos EUA A presidente do conselho de administração da Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP), Maria Luísa Perdigão Abrantes, abordou, em Houston, com empresários e congressistas norte-americanos as oportunidades de investimentos em Angola. Intervindo na Cimeira Bienal de Negócios Texas/África, num painel sobre investimento sustentável em África, destacou a construção e reconstrução de infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias, que ligam Angola aos países vizinhos, facilitando o intercâmbio comercial na região. Apresentou os passos a seguir para todos os interessados a investir no país, sublinhando que a ANIP, entre outras tarefas, presta também a assistência jurídica e técnica necessária aos investidores. Construção de infra-estruturas, educação e saúde foram apontadas por Maria Luísa Abrantes como grande oportunidade de negócios e que constituem uma forma de diversificação de investimentos. A Cimeira Bienal de Negócios Texas/África é um fórum da organização “Texas Africa Business Summit”. Este ano, o lema foi “O Reposicionamento de África: Parceria Estratégica para o Desenvolvimento Económico”. Adiada Feira Internacional de Minas Maria Luísa Perdigão Abrantes, presidente do ANIP Refriango Importação de vinhos do Alentejo Angola lidera ranking Angola é o maior mercado dos vinhos da região do Alentejo, Portugal, com um volume de importações avaliado em quatro milhões e 189 mil litros, segundo dados estatísticos de 2011 divulgados pela Comissão Vitivinícola da Região do Alentejo, CVRA, na cidade de Évora. A cifra revela um crescimento significativo relativamente a 2010, em que o país importou dois milhões e 376 mil litros de vinhos do Alentejo, entre tintos, brancos, rosé e espumantes. As estatísticas da CVRA indicam, além de Angola, mais quatro destinos dos vinhos alentejanos, nomeadamente Brasil, com um volume de importação, em 2011, de dois milhões e 498 mil litros, EUA um milhão 355 mil litros, Canadá 755 mil e China 550 mil. 20 A quarta edição da Feira Internacional de Minas de Angola (FIMA), que teria lugar na última semana de Setembro, foi adiada sem previsão de nova data, devido, entre outros motivos, ao empossamento dos novos deputados da Assembleia Nacional, no passado 27 de Setembro. Cerca de 120 empresas, entre nacionais e estrangeiras, confirmaram as suas presenças na feira, que visa incentivar a promoção de investimentos, com a reactivação e relançamento da produção diamantífera e do ramo mineiro em Angola. Tem ainda por finalidade lançar e apresentar novos produtos, assim como soluções tecnológicas aplicáveis ao sector. A actividade vai realizar-se sob o lema “Com a diversificação da economia, apostemos no desenvolvimento de Angola”, e nela estarão expostos produtos como ouro, granitos, areia, rochas ornamentais, burgau, petróleo e vários outros serviços. Entre os expositores destacam-se empresas de exploração, prospecção e produção, seguradoras e bancos. Além da anfitriã Angola, a Feira Internacional de Minas vai contar com a participação da Namíbia, Portugal, Argentinas Emiratos Árabes Unidos, Holanda e Alemanha. O preço médio da venda de vinhos de Denominação de Origem Controlada, DOC Alentejo a retalho situa-se em 3,88 euros, aproximadamente 560 kwanzas por unidade de 75 centilitros, significativamente superior ao preço médio de venda de vinhos de Portugal 3,55 euros por garrafa de 75 centilitros. O Alentejo detém a maior quota de mercado de Portugal por regiões, em volume 39,01 por cento e em valor 43,53 por cento, na categoria de vinhos. A CVRA criada em 1989 é uma entidade interprofissional privada e de utilidade pública, que define as linhas estratégicas para a região, bem como as políticas nas áreas da viticultura e da enologia. É responsável pela promoção destes vinhos no mercado português e internacional. Dinheiro “desaparece” do cofre A direcção da Refriango acusa sindicalistas da empresa de terem desviado valores, em benefício próprio, do Fundo do Acordo de Cooperação e Desenvolvimento de Políticas de Auxílio Económico e Cultural, assinado entre a empresa e a comissão sindical, em Outubro do ano passado. Segundo um comunicado da empresa citado pelo Jornal de Angola, o acordo de cooperação é um instrumento importante de apoio social para o qual contribuem 2.500 trabalhadores e a própria empresa disponibiliza mensalmente o equivalente a quinze mil dólares. 21 af_press_DD_NovaGazeta.pdf 6 6/18/12 7:11 PM Caderno do Estudante Caderno do Estudante Quinta-feira 4 de Outubro 2012 CURIOSIDADES Aula do professor Especialistas prevêm aquecimento global com o Árctico em degelo “Agredir” é que está correcto. Saiba o que a Gramática diz a respeito. Pág. 27 A nossa página no Facebook facebook.com/novagazeta Pág. 28 Vendedores de rua não desistem de estudar AGARRADOS AOS LIVROS M Y Y Y Andam pelas ruas para sobreviver, vendendo o que podem. Mas não deixam de ter horizontes e dedicam-se ao estudo com o mesmo afinco. São vendedores de rua que querem mudar de vida: vendem durante o dia e, mais tarde, vão para a escola. Confessam que não é fácil conciliar, mas não desistem. Págs. 24 e 25 Línguas polémicas A introdução do ensino de línguas nacionais nas universidades não é pacífica. Há quem aplauda e há quem tenha dúvidas. Pág. 26 Os responsáveis Enquanto Mpinda Simão se mantêm como Ministro da Educação, Adão do Nascimento é o novo rosto do Ensino Superior. Pág. 29 Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | CadernodedoMérito Estudante História | Quinta-feira | Quinta-feira 4 de Outubro 4 de2012 Outubro 2012 Vendedores ambulantes conseguem conciliar trabalho e formação Entre a rua e a escola Victor de Oliveira, vendedor ambulante É quase impossível contar o número de jovens que vende nas ruas. Mas, de uma forma geral, a maioria dos jovens tem consciência de que não é a venda que lhes garante um futuro. Enquanto uns desistem de estudar, outros agarram-se aos cadernos a pensar em dias melhores. Por Edno Pimentel Fotos Mário Mujetes A falta de emprego é apontada por muitos jovens ambulantes como a principal razão por optarem vender nas ruas. Daniel Silva, de 22 anos, morador do Sambizanga, vende há mais de dois anos. Tem mulher e dois filhos e, nem por isso, encontra obstáculos que o privem das suas actividades, nem motivos para não frequentar a escola. Com um ar desolado, o jovem desabafa que não era este o emprego que um dia almejou para si e que, durante algum tempo, “procurei emprego, mas estava difícil, por não ter qualquer formação profissional”. Cuidadoso, explica que “não podia passar o dia em casa, preferi vender para não seguir outros caminhos”. Daniel Silva frequenta a 7ª classe, garante não se envergonhar do que faz e promete, apesar do pouco tempo que tem para revisar os cadernos, fazer “todos os esforços para transitar de classe”. “ Muitos dos zungueiros não fazem outra coisa porque não têm alternativa 24 ’’ Daniel Silva, vendedor ambulante e estudante Para estudar e trabalhar, diz o jovem ambulante, é preciso “muita força de vontade” e o “grande desejo de querer mudar de vida”. Por isso, não poupou esforços em juntar dinheiro, com os lucros das vendas, que lhe suportam os estudos. Daniel Silva tem, no entanto, outros planos para os filhos, pois deseja que os mesmos tenham uma sorte diferente. “A venda ambulante é uma alternativa e não uma opção de vida”. É esta convicção que lhe dá forças para, todos os dias e a “pensar no futuro dos meus filhos”, depois do negócio, ir para o “cubico” preparar-me e, em seguida, ir à escola”. Os jovens dizem-se agastados com “a falta de interesse das autoridades, que estão mais preocupadas em expulsá-los das ruas do que com o que acontecerá depois disso”. Caderno do Estudante Caso bem diferente é o de Victor de Oliveira, de 24 anos, sete dos quais dedicados à venda ambulante. Assume preferir a rua porque algumas empresas “pagam salários miseráveis”. No entanto, garante que “quer muito voltar às aulas e concluir os estudos, desde que as condições estejam criadas”. Victor Oliveira também tem dois filhos e mulher e sente que não tem condições de estudar: não tem dinheiro para pagar uma escola privada e não consegue juntar dinheiro para entrar numa escola pública. “Cobra-se muito dinheiro”, desabafa. Adilson Victor, de 23 anos, e Fernando Chiteculo, de 21, ambos ambulantes há quatro anos, lamentam “a falta de incentivos que aliciem os jovens zungueiros a outras práticas, de forma a garantir um melhor enquadramento social”. “Estamos na rua não porque somos analfabetos ou delinquentes, mas temos necessidades como qualquer outra pessoa. Queremos fazer cursos para podermos ter empregos mais dignos e estarmos em condições de custear os nossos próprios estudos”, asseguram Fernando Chiteculo, vendedor ambulante e estudante A rotina de Daniel Todos os dias, a partir das 5 horas, Daniel parte para os armazéns comprar calçados e outros produtos para os revender no largo da Sistec, ao Maculusso. Pouco depois das oito horas, inicia as vendas. No final do dia, por volta das 17, arruma o negócio e vai à casa preparar-se. Às 18 horas, Daniel começa as suas aulas na escola “Vida Abundante”, no Sambizanga. Regressa à casa por volta das 23 horas, descansa para enfrentar, no dia seguinte, mais uma jornada laboral. 25 Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | Caderno do Estudante | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 Línguas nacionais nas universidades Dispositivo ‘vê’ o cancro Um projecto de investigação, denominado ‘3P’s’, que tem por objectivo o desenvolvimento de um dispositivo que visa identificar e antecipar a instalação de cancro, poderá ser criado pela investigadora do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), em Portugal, Goreti Sales. Para este trabalho, Goreti Sales obteve uma bolsa de um milhão de euros que lhe vai permitir desenvolver dispositivos autónomos e portáteis para o diagnóstico precoce do cancro. A investigadora explica que “o aparecimento de uma patologia como o cancro está associado à presença de algumas biomoléculas (biomarcadores) que circulam no organismo em baixas quantidades. A existência de um biossensor (dispositivo) capaz de detectar esses biomarcadores, de modo rápido, rigoroso e não invasivo, será extremamente importante para a dinamização do diagnóstico precoce da doença”. Espera-se que o ‘3P’s’ facilite o acesso da comunidade em geral à monitorização destes sinais de alerta, a tempo de evitar a instalação da doença ou de minimizar as suas consequências”. A introdução, no ensino superior, do estudo obrigatório das línguas nacionais não é pacífica. Uns entendem que é forçar o que se deveria aprender naturalmente e que falta uma política que as mantenha vivas. Outros defendem a medida como forma de preservar a identidade nacional, não só no presente, mas sobretudo a pensar no futuro. se as nossas “línguas não são a escrita “ Com das línguas faladas de modo natural por muitos, não se irá resolver o problema no ensino superior locais vamos transformar a nossa rica tradição oral em literatura escrita ’’ ’’ António Filipe Augusto, professor universitário “Não é assim que se faz” Não é uma medida boa, porque carece de alguns cuidados técnicos. É preciso saber que, se as nossas línguas não são faladas de modo natural por muitos, não se irá resolver o problema no ensino superior. O exercício da língua é de fórum cultural. O que deve haver é a criação de políticas de incentivo dentro de um espaço de utilização, pois não basta dizer que a língua faz parte da nossa cultura para que as pessoas aprendam. É preciso que haja uma política linguística bem desenhada. É preciso seguir alguns pressupostos para essa aplicação como, a planificação de estatuto das línguas, em que estejam patentes os estatutos das línguas a ensinar, uma vez que, 26 oficialmente, não há um estatuto definido; a planificação ortográfica por uma questão de padronização de planificação e aprendizagem; o espaço de utilização, onde as pessoas podiam aprender as línguas de forma natural, sem necessidade de as obrigar. O que se pode fazer é, como já acontece em algumas faculdades, criar cursos de línguas africanas, em que os estudantes optem pelas línguas da sua preferência e que lhes sejam mais familiares. Se, por exemplo, o Estado criasse uma política em que as pessoas tinham de aprender uma língua, as pessoas, com certeza, falariam, pelo menos, uma língua e preveniriam as próximas gerações para esta situação. Donquel Paxe, licenciado em ciências da educação “Devem ser ensinadas em todos os níveis” O que vulgarmente são designadas línguas nacionais são importantíssimas para a perpetuação dos valores culturais. As línguas angolanas devem ser ensinadas a todos os níveis do nosso ensino sem excepção. Angola é dos poucos países em Africa que grande parte dos seus falantes só consegue comunicar-se na língua dos colonizadores. As línguas estrangeiras, como o inglês, francês e lingala, etc., estão a ter um espaço sociolinguisticamente maior em relação às nossas línguas locais. Os angolanos poderão perder a sua identidade cultural se essa medida não for urgente. A introdução das línguas nacionais no ensino superior é de extrema importância, pois só assim se dará resposta à valorização das línguas de Angola, que, durante séculos, eram desprezadas, tidas como línguas dos indígenas e actualmente estereotipadas por vários segmentos da nossa sociedade. Um vendedor que tenha, por exemplo, o domínio de uma das línguas locais, ao vender o seu produto a alguém que fale a mesma língua, vai facilitar a comunicação. Com a escrita das línguas locais, vamos transformar a nossa rica tradição oral em literatura escrita que jamais desaparecerá e estaremos em condições de passar o testemunho que recebemos dos nossos pais às futuras gerações. Com o ensino das línguas locais estaremos, não só a evitar o seu desaparecimento, mas também a garantir a preservação da cultura. Caderno do Estudante Ciência “ O poder da inventiva não se adquire na universidade, mas é um dom especial para poder criar, inventar ou transformar engenhocas aplicáveis em áreas das artes e das ciências ’’ Arlindo Isabel, Director do Gabinete de Investigação Científica e Documentação da Universidade Agostinho Neto Meio ambiente Sexo nas plantas com ajuda de interruptores no ADN Gelo marinho desaparece Nos animais e humanos, depois do espermatozóide fecundar o óvulo, os genes saem do ADN de cada célula, alteram-se e dão origem à pele, ao fígado ou neurónios. Nas plantas, os órgãos sexuais, que se encontram nas flores, são formados depois do desenvolvimento do caule, das raízes ou das folhas. Jörg Becker, cientista e investigador do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em colaboração com uma equipa do “Cold Spring Harbor Laboratory”, nos Estados Unidos, explica que, “nos animais, as linhas germinativas são criadas logo no início do desenvolvimento, mas nas plantas são criadas no fim”. Depois da análise dos grãos de pólen da “Arabidopsisthaliana”, concluiu-se que, no seu interior, há Há muitas incertezas sobre como será o clima da Terra no fim deste século, mas “o Árctico nunca mais será o mesmo”, garantem especialistas. O sinal mais forte vem da queda recorde na extensão do gelo marinho, que, recentemente, atingiu 4,1 milhões de quilómetros quadrados, a menor medida feita por satélite desde que esse tipo de dados começou a ser recolhido, no fim dos anos 1970. O problema é que, apesar da abertura de rotas de navegação nesta área e a possibilidade de exploração de petróleo, como consequência, poderá colocar-se em risco os animais, especialmente, ursos, raposas e outros, que dependem do gelo do Árctico. Alguns especialistas garantem que “uma coisa que não deve preocupar três núcleos importantes: o núcleo vegetativo, que é uma espécie de grande comandante que faz crescer um tubo a partir do grão de pólen até ao ovário e os dois núcleos sexuais masculinos, responsáveis pela fecundação. A equipa conseguiu separar o núcleo vegetativo dos sexuais. Ao analisar as células, verificou que o ADN do núcleo vegetativo estava mais esticado e o ADN das células sexuais masculinas estava mais encolhido e mutilado. Estas regiões truncadas do ADN são, segundo Becker, importantes na reprodução. ninguém, no caso do derretimento marinho, é o aumento do nível dos mares”. “Como esse gelo já está no oceano, não faz diferença para o nível da água se ele está presente na forma sólida ou líquida”. Mas admitem que “um mar Árctico mais quente e com menos gelo tem repercussões consideráveis”. Biologia Criado mosquito sem malária Cientistas criaram em laboratório um tipo de mosquito ‘Aedesaegypti’ que não transmite o vírus da malária. A pesquisa foi feita pela Universidade de Monash, na Austrália. Os pesquisadores introduziram no ‘Aedesaegypti’ a bactéria ‘Wolbachia’, presente em 70 por cento dos insectos. Essa bactéria actua como uma espécie de vacina para o mosquito e bloqueia a multiplicação do vírus dentro do insecto. Dessa forma, o mosquito não transmite mais a malária. A colónia é criada em labora- tório e, depois, os insectos são postos na natureza onde se reproduzem com mosquitos locais e a bactéria é transmitida de mãe para filho pelos ovos. A bactéria não só bloqueia a transmissão do vírus da malária, mas também tem efeito sobre a capacidade de reprodução. As fêmeas geram filhotes com a bactéria, independentemente da situação do macho. No entanto, os óvulos fertilizados sem ‘Wolbachia’, que se acasalam com machos que tenham a bactéria, morrem. 27 Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | Caderno do Estudante | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 Caderno do Estudante Lunda Sul 6 mil adultos aprendem a escrever Administrador alerta Huíla: Responsável pede mais rigor a licenciados Durante o acto de abertura das terceiras jornadas científico-pedagógicas do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED/Lubango), o director geral do ISCED, Raimundo Amizalaque, apelou aos estudantes recém-licenciados para desenvolverem uma cultura universitária, onde a cientificidade e as capacidades técnicas caminhem de mãos dadas, de modo a evidenciar rigor e coerência nas diversas áreas de conhecimento. “um curso superior deve fornecer conhecimentos e técnicas relevantes no domínio dos seus cursos, assim como desenvolver altas capacidades de adaptação às novas realidades, para servir, de forma satisfatória ao quadro licenciado e suas entidades”, alertou, convidando todos a reflexão: “urge questionar se a instituição universitária deve formar licenciados privilegiados pelas necessidades imediatas de promoção social”. Huambo Benguela Instituto Superior “Lusíadas” nasce em 2013 Mais de seis mil pessoas já aprenderam a ler e a escrever, em Saurimo, no âmbito do Programa de Alfabetização e Aceleração Escola (PAAE), garantiu o seu coordenador Gilberto Ngambo. Neste ano, o programa conta com 200 alfabetizadores, tutelados pela direcção provincial da Educação, universo que integra alguns voluntários, para a formação de mais de 28 mil alunos, cinco mil dos quais mulheres. O coordenador valorizou o envolvimento das igrejas e de outros parceiros da sociedade civil na alfabetização, enquanto a direcção da Educação perspectiva encontros com responsáveis das associações de moto-taxistas, com a finalidade de incentivar os jovens a aderirem ao programa de alfabetização. 28 Programa assegura alfabetização de 35 mil pessoas O coordenador provincial do programa de alfabetização de Benguela, Mário João Manuel, garantiu a execução de um projecto, em dois módulos, que prevê a alfabetização de mais de 35 mil pessoas ainda este ano. No primeiro período deste ano mais de 17 mil benguelenses foram alfabetizados, no âmbito do Programa de Alfabetização e Aceleração Escolar. “Este primeiro período caminha a bom ritmo, tendo em conta o nível de intervenção e participação de todos os actores que estão ligados directamen- A partir do próximo ano, nasce o Instituto Superior Politécnico Lusíadas do Huambo, que surge da Universidade Lusíada do Lobito, em Benguela. O director geral da Lusíadas, Albertino Sebastião, informou que a instituição vai funcionar nas instalações da Faculdade Adventista de Teologia, e ministrará, numa primeira fase, cursos de licenciatura de Arquitectura, Engenharia de Gestão Industrial, Gestão de Recursos Humanos e Psicologia Clínica. Apesar de ligada à Universidade do Lobito, a instituição será autónoma, no seguimento da política de autonomização das universidades por região. A abertura das inscrições preliminares dos candidatos está prevista para Outubro próximo. te ao processo, quer os parceiros quer os alfabetizandos e alfabetizadores envolvidos, bem como professores da rede pública”, avança. O programa está a ser desenvolvido em duas metodologias, sendo uma “gostar de ler e escrever” e a outra com o método cubano “sim eu posso”, que é alfanumérica e em áudio visual. O programa é extensivo aos dez municípios da província e está a ser implementado em locais como igrejas, instituições públicas, privadas e nas forças armadas. Kwanza-Sul Falta professores do ensino primário O chefe de repartição municipal da educação da Quibala, Alfredo Lima, mostra-se preocupado com a falta de professores para fazer face ao número de alunos naquela localidade. O responsável avança que são necessários cerca de 130 professores do ensino primário para mais de 17 mil alunos, sobretudo no meio rural, mas a expectativa é que o problema seja resolvido com a realização do concurso público neste Novembro. As estatísticas indicam que as comunas do Cariango, Lonhe e Ndala-Kachibo são as que registam maior défice de professores. Além do sector público, no município da Quibala estão também envolvidos, no processo de alfabetização, algumas ONG’s, como é o caso da Associação Angolana para Educação de Adultos (AAEA) e Dom Bosco e Alfalite. Ensino Superior com novo dirigente Mpinda Simão, ministro da Educação Cândida Teixeira, ministra da Ciência e Tecnologia O Ministério do Ensino Superior da Ciência e Tecnologia (MESCT), anteriormente dirigido por Maria Cândida Pereira Teixeira, foi fragmentado em dois ministérios: o Ministério do Ensino Superior, que passa a ser dirigido por Adão Gaspar ferreira do Nascimento; e o Ministério da Ciência e Tecnologia por Maria Cândida Pereira Teixeira. O Ministério da Educação continua a ser representado por Mpinda Simão. Adão do Nascimento, mestre em ciências pedagógicas, foi secretário de Estado para o Ensino Superior até antes de ser nomeado ministro do Ensino Superior. Adão do Nascimento, ministro do Ensino Superior 29 | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 Se estudas na ULA já podes pagar as propinas num balcão do Banco Caixa Totta. O serviço encontra-se disponível nas seguintes agências: LUANDA --------------------------------------------------Luanda - Sede Banco Caixa Geral Totta de Angola Avenida 4 de Fevereiro n.º 99 Município da Ingombota --------------------------------------------------Dependência da Mulemba Estrada de Cacuaco - Km 5 Município do Cacuaco Luanda Agência do Cacuaco Rua Direita do Cacuaco n.º 3 Município do Cacuaco Província de Luanda Agência do Panguila Mercado do Panguila Município do Cacuaco Província de Luanda Agência Caravela Avenida Dr. António Agostinho Neto Praia do Bispo Município da Ingombota Província de Luanda Dependência do Porto de Luanda Largo do Porto de Luanda Município da Ingombota Agência do HCTA Edifício Hotel Convenções - Talatona Município da Samba Província de Luanda Dependência do Kinaxixe Avenida de Portugal n.º 82 Município da Ingombota Luanda Dependência da Samba Rua da Samba n.º 114 Município da Samba Luanda CABINDA --------------------------------------------------Agência de Cabinda Rua Irmão Evaristo Cabinda HUAMBO --------------------------------------------------Agência do Huambo Rua Craveiro Lopes Município da Cidade Alta Província do Huambo Opinião Ainda sobre a qualidade do ensino universitário Osvaldo Amaro, Jurista e docente Se, por um lado, subscrevo as críticas dirigidas ao corpo docente universitário pelo Secretário de Estado para o Ensino Superior, Pedro Sebastião Teta, no que diz respeito à falta de formação pedagógica adequada, ao défice da elaboração de manuais académicos que minimizem as carências de bibliografia, e, mesmo à caracterização genérica dos professores como maus, do ponto de vista técnico e axiológico; por outro, não é menos verdade que as culpas não podem ser exclusivamente atribuídas aos professores universitários. O actual estado do ensino universitário em Angola carece desde há algum tempo de uma atenção especial. Uma vez que em todo o território nacional já se ampliaram sobremaneira o número de salas de aula (resultando na oportunidade de mais estudantes efectuarem a formação superior), é chegado o momento de se criarem mecanismos que estabeleçam um maior nível de rigor e qualidade dos serviços que as instituições do ensino superior prestam. Para tal, os formadores dos futuros quadros nacionais devem ser seleccionados de modo mais criterioso. Nas universidades públicas, a admissão de docentes obedece a uma selecção mais rigorosa, uma vez que passa pelo preenchimento de requisitos estatutários como a média final mínima de 14 valores e a realização de concurso documental de provimento, sem o qual o vínculo é meramente material e inexistente para efeitos jurídico-remuneratórios. Nas universidades privadas, a realidade é algo distinta. Salvo em raras excepções, aí os critérios de acesso, quando existem, são bem mais flexíveis, por motivos facilmente perceptíveis e derivados, por um lado, da escassez de licenciados no país que obtenham tal média final, por outro, da existência de mais salas de aula do que docentes, o que origina a necessidade de provimento das vagas existentes, sem grandes exigências formais e objectivas. Não obstante esta inicial bifurca- ção da rota para a docência universitária, grande parte dos d o c e n - tes apresenta défice de capacidade, especialmente os mais jovens, quer devido à pressão que a vida social exerce, quer por falta de bases pedagógicas, quer ainda por falta de tempo para investigar, aprimorar e transmitir adequadamente os seus conhecimentos, algumas vezes devido à adopção da turbo-docência, também conhecida entre nós por “garimpo” académico. Uma outra crítica, direccionada pelo Secretário de Estado ao sistema de ensino universitário, reporta-se à não exigibilidade aos docentes da publicação de uma obra bibliográfica antes de atingirem o título de professores titulares (última categoria da carreira docente universitária). Aqui ficam três sugestões que poderiam contribuir para solucionar esse hiato: a primeira é que não parece razoável exigir aos docentes universitários a publi- cação de uma obra apenas para a obtenção do título de professor titular, uma vez que para esse título só podem ser admitidos aqueles professores associados já com o grau de Doutor (à partida alguém que já elaborou pelo menos duas teses). Para o devido efeito dever-se-ia alterar o Decreto 25/94, de 01 de Junho, que regula o Estatuto da Carreira Docente Universitária, no sentido de se exigir essa publicação, na transição do título de assistente estagiário ao de assistente. Esta obrigatoriedade contribuiria para o enriquecimento do acervo bibliográfico nacional, tão essencial para uma formação adequada dos nossos quadros. A segunda relaciona-se com a não institucionalização na maior parte dos planos curriculares pré-universitários e universitários, públicos e privados, da cadeira de metodologia de investigação científica. A obrigatoriedade do ensino dessa matéria teria um papel fulcral no esclarecimento dos passos e requisitos técnico-científicos específicos necessários para a elaboração de trabalhos, teses e monografias aos estudantes dos diversos ramos do saber e desmistificaria as dúvidas e dificuldades ainda notórias nesse domínio. A terceira sugestão é dirigida ao organismo de tutela, designadamente, o Ministério do Ensino Superior e Ciência e Tecnologia, que por intermédio do Centro Nacional de Investigação Científica deveria estimular mais objectivamente os docentes a intensificarem a investigação científica e consequentemente a publicarem manuais académicos, independentemente da sua categoria na carreira docente, promovendo concursos, concedendo prémios e atribuindo subsídios para aquelas pessoas que se dediquem a intensificar os seus conhecimentos e a passar o seu testemunho aos que deles careçam. Em síntese, com um maior rigor na selecção dos docentes universitários e dos conteúdos a leccionar, bem como um incentivo claro à investigação científica, é possível elevar a qualidade do ensino universitário. Quem sai beneficiado são os nossos quadros e com eles o nosso país. Dependência Sequeira Lukoki Rua Sequeira Lukoki n.º 75/77 Município da Ingombota Luanda Dependência de Viana Rua Comandante Valódia n.º 25 Município de Viana Luanda Investir no Presente. Conquistar o Futuro. 30 LUBANGO --------------------------------------------------Agência do Lubango Avenida Deolinda Rodrigues n.º 86 Lubango Caderno do Estudante vale muito. Mas não custa nada! 31 facebook Caderno do Estudante Caderno do Estudante Aula do Professor Edno Pimentel Professor Numa Sexta-feira, dois alunos, o ‘Mr Sunday’ (senhor Domingos) e o ‘Little Father’ (Paizinho), foram seleccionados para as habituais aulas de ‘Talking’. Diante da turma do ‘Elementary’, os dois tinham de mostrar tudo o que sabiam em inglês aos alunos visitantes. Depois das perguntas de apresentação (‘How are you?’=’Como estás?’; ‘What’syourname?’= ‘Como te chamas?’;’Where do you live?’ = ‘Onde vives?’), um deles pergunta: Mr Sunday: “Why do you want to speak English?”(= Porque queres aprender ingles?). Little Father: “Be- I pretend to find a new job cause I pretend to find a new job”.O professor percebeu o que o aluno queria dizer. “Little Father” não sabia que “pretend” tinha um significado diferente daquele que supostamente apresentava. “Pretend” significa “fingir” em português. Ainda durante a conversa, Mr Sunday disse: “I’m not well. I have constipation”. Mal sabia ele que “constipation” era prisão de ventre e não gripe como queria dizer. Palavras como estas, pretend e constipation, com grafia semelhante ao português e têm, geralmente, origem latina, são chamadas de “falsos amigos” ou “falsos cognatos”, que, ao longo dos tempos, adquiriram outros significados. É forte a presença de vocábulos de origem latina no inglês. O principiante de inglês não deve preocupar-se com qualquer probabilidade de erro ao interpretar palavras do inglês parecidas com palavras do português. Mas deve, sempre que puder, consultar um dicionário ou um professor de inglês para mais esclarecimentos. Alguns falsos cognatos: Actually (adv) - na verdade ..., o fato é que ... Assist (v) - ajudar, dar suporte Attend (v) - assistir, participar de Beef (n) - carne de gado Cigar (n) - charuto College (n) - faculdade, ensino superior Data (n) - dados (números, informações) Expert (n) - especialista, perito Grip (v) - agarrar firme Intend(v) tencionar Legend (n) - lenda Library (n) - biblioteca Lunch (n) - almoço Parents (n) - pais Preservative (n) - conservante Pretend (v) - fingir ENcONtrE EMprEGO hOjE Director Geral Evaristo Mulaza semanário | Ano i Nº 16 | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 |GrÁtis Sociedade lixo rentável pés na terra A recolha de lixo está a ser paga. Cada saco rende 100 kwanzas. Já se faz negócio. págs 4 e 5 Paul G atirou-se a uma carreira a solo cantada em inglês. Mas garante que não perdeu a identidade. Antes do espectáculo a 19 de Outubro, em Luanda, o exSSP confessa-se ao NG págs 40 e 41 Política novos inquilinos Actualmente - nowadays, today Assistir - to attend, to watch Atender - to help; to answer; to see, to examine Bife - steak Cigarro - cigarette Colégio (2º grau) - high school Data - date Esperto - smart, clever Gripe - cold, flu, influenza Entender - understand Legenda - subtitle Livraria - book shop Lanche - snack Parentes - relatives Preservativo - condom Pretender - to intend, to plan Proibida a venda! Este jornal é GRÁTIS nos classificados do NG pág. 34 Conheça os direitos e os deveres dos recém eleitos e o que faz um deputado. pág. 15 Cultura o maior Festisumbe Durante 14 horas, repartidas em dois dias, a cidade do Sumbe vibrou com o maior festivel de música de Angola pág. 42 Depois Da Zunga, a escola São vendedores ambulantes que andam pelas ruas a ganhar o sustento. Mas não desistem, têm sonhos e ambições. Vendem durante o dia e estudam à noite a pensar no futuro. Transportam com eles uma grande vontade de mudar de vida. págs 24 e 25 Desporto Economia pobre futebol centros de oportunidades A Federação precisa de nove milhões de dólares por ano para sobreviver. Anda à procura de quem a financie pág. 47 Jornal Nova Gazeta Já são 40 os centros de emprego, onde se procura e se oferece oportunidades de trabalho. Mas a eficácia ainda é fraca. págs. 18 e 19 Opinião • Sociedade • Política • Economia • Caderno do Estudante • Internacional • Cultura • Desporto CAPA.indd 2 01/10/12 21:49 A semana passada perguntámos aos leitores o que pensam sobre a turbo-docência. É um mal necessário? É inevitável? Pode ser benéfico para os alunos? Esta semana, desafiamos a que deixem mensagens ao novo ministro do Ensino Superior, Adão do Nascimento. O que gostariam que ele começasse por fazer, por exemplo. Amigos 2.016 adiciona o NG aos teus amigos Pergunta da semana: Quais são as tuas sugestões ao ministro do Ensino Superior? Opinião do estudante Professor ferrão vais sair daí quando? Estudante da Universidade Jean Piaget Estou em minha casa agora, queria dormir mais decidi folhear e ler o jornal Nova Gazeta da edição numero 14, portanto a edição desta semana. E aqui abro um parênteses para dizer que o teclado em que estou teclando e tão complicado que nem sei onde ficam os sinais de acentuação. Continuando... Na página 11 do referido Jornal há um artigo que fala da malária. O mesmo diz que a malária é causada por um vírus, quando na realidade é causada por um protozoário. Achei que era um lapso mas conclui que se trata de falta de conhecimento da matéria pois mais à frente o editor repetiu a expressão “vírus” para designar o agente causal da malária. A questão e que o Nova Gazeta foi concebido em parte para ser lido por estudantes universitários e, portanto, deve ter mais cuidado na elaboração dos seus artigos, sob pena de cair na descrença... Que fique claro! A malária e uma doença infecciosa de origem parasitária e não viral. Alguns colegas e eu temos estado a debater o caso “Magoga” ou “Chandula” vs Febre Tifóide... Gostaria que o vosso Jornal tratasse desse assunto, porque parecendo mentira, muitos acabam contraindo a Tifóide comendo na rua... 32 “Eles me agradiram” Quando se aproximou, com o rosto inchado, os olhos vermelhos de sangue, o rapaz explicou-me o que se passara. Tinha sido assaltado no dia anterior por meliantes. Receberam-lhe o telemóvel, os calçados, e o dinheiro que levava. “Como se não bastasse, eles me agradiram”, lamentou. Fez a queixa à polícia e espera que os delinquentes sejam punidos para não “agradirem” mais ninguém. Eu também desejo o mesmo. É preciso pôr um ‘stop’ a esses indivíduos que perdem o tempo a agredir as pessoas de bem. Porque agradir é errado. O certo, do ponto de vista linguístico, é AGREDIR. Este é um verbo, à semelhança de outros irregulares, ao qual os professores devem prestar especial atenção. Recomenda-se. Agredir é um verbo irregular porque, neste caso, sofre uma alteração no seu radical, embora obedeça ao paradigma dos verbos regulares da terceira conjugação (os terminados em –ir). A sua conjugação é a seguinte: Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | Ernesto V. Romance: A permissividade em relação à “turbo-docência” é um gesto que contempla esta prática dos docentes, fazendo com que muitos professores extrapolem o que é legalmente permitido. Em todo o caso, a “turbo-docência” é uma consequência directa da própria conjuntura social. Acredito que, implementando a prática de investigação científica nas unidades orgânicas, os docentes terão mais ocupação. A par da docência, a investigação é também uma actividade remunerada. Elton Cambole: Esse fenómeno, a todos os títulos reprovável, infelizmente se assiste em grande escala no nosso país, principalmente nas universidades. O escritor brasileiro Augusto Cury diz num dos seus livros “educar é semear com sabedoria e colher com paciência”, quando um docente é “garimpeiro no ensino” não está em condições para transmitir sabedoria com paciência ecolher bons resultados. Presente Indicativo Pret. Perf. Simples Presente Conjuntivo Eu Agrido Agredi Agrida Tu Agrides Agrediste Agridas Ele/a Agride Agrediu Agrida Nós Agredimos Agredimos Agridamos Bernardino Capandumbo: Vós Agredis Agredistes Agridais Agrediram Agridam A turbo-docência causa má preparação pedagógica dos professores e suscita fracasso por parte dos estudantes. Se um professor lecciona em várias universidades, numa ou noutra, poderá ser pouco produtivo, prejudicando, deste modo, os estudantes. Ele/as Agridem A norma padrão da Língua Portuguesa referente a Angola prevê o uso pós-verbal dos pronomes clíticos. Isto quer dizer que será conveniente dizer “Eles agrediram-me”. Fotos 14 Mapa 2 Subcritores Cláudio Bartolomeu: Penso que é um mal necessário. No entanto, são poucos os docentes que deveriam ter permissão para ministrarem aulas em várias instituições de ensino. Primeiro, porque a formação dos mesmos é duvidosa. Segundo, porque são poucos os que transmitem os conhecimentos nas diferentes instituições de ensino ao mesmo nível. Por isso, devia haver monitorização destes turbo-docentes e consertar este problema. Skyvânio Graça: É um mal que precisa de ser banido, porque os seus efeitos prejudicam os estudantes. Docentes que leccionam em três ou mais faculdades e ainda exercem outras funções já não irão explicar com afinco. Haja inspecção rigorosa por parte do Ministério da Educação e do Ensino Superior Ciências, para que alcancemos a tão esperada qualificação e eficácia do ensino. Avelino Morais: A turbo-docência é um mal “não necessário” que se deve combater, porque os efeitos negativos poderão ser sentidos por todos nós. Um professor precisa de tempo para planificar. Nenhum docente, por mas tempo que leccione, deve sentir-se“o dono” do saber. É preciso uma actualização constante. Arnaldo Gaspar Soba: É sim prejudicial, tanto para o professor como para os estudantes. Porque tudo na vida requer uma preparação prévia. 33 Classificados Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | Classificados estar lá também. PERSONAL TRAINER, professor de aulas de grupo, recepcionista. Tlf: 931531881 JARDINEIRO, Electricista, Canalizador e Mecânico. Tlf: 931531881 TÉCNICO de Segurança Electrónica com experiência. Tlf: 923574054/ 916806887 GERENTE, esteticista, cabeleireiro, manicure para salão na Ilha de Luanda. Tlf: 924666666/ 918756662 CABELEIREIRA (o) com experiência e que faça tudo. Tlf: 222018413/ 222018414 MOTORISTA com experiência e disponibilidade para trabalhar nas províncias. Tlf: 222016884 OPERADOR de Máquina, nivelador, buldózer, compactador, pá escavadora. Tlf: 22016884/ 924783868 COZINHEIRAS profissionais, industriais, ajudante de cozinha para limpeza geral. Tlf: 923332455 ANUNCIE UM GERENTE e um Balconista, para Hospedaria. Tlf: 921713243 Tlm: 928188685 EDUCADORA Infantil, doméstica, residente em Viana. Tlf: 923512143 JOVEM ESTUDANTE universitária, do 2º ano de Gestão e Administração pública. Procura oportunidade de emprego. Tlf: 925724614/ 925526443 PROFISSIONAL de cabeleireiro, boas referências e com cinco (5) anos de experiência. Tlf: 933888907 estar lá também. JOVEM Modelo, para publicidade e fotografia Tlf: 923314742 MECÂNICO pesado. Tlf: 222016884 COZINHEIRO com cinco (5) anos de experiência. Tlf: 913750812 EMPREGADA Doméstica para trabalhar em condomínio na Via Expresso. Tlf: 923643468 JOVEM ESTUDANTE da 11ª classe, com carta de condução e curso de informática, procura emprego Tlf: 916589817 ANUNCIE Tlm: 928188685 JOVEM TÉCNICO médio de educação física e instrutor de exercícios de força, procura oportunidade de emprego. Tlf: 928902018 JOVEM Estudante universitária do 3º ano de Relações Internacionais procura oportunidade de emprego. Tlf: 913035336 34 JOVEM Auxiliar de contabilidade e Auditoria, procura emprego. Tlf: 924082284 JOVEM MOTORISTA, com 8 anos de experiência procura oportunidade de emprego. Telf: 923114213 JOVEM DE 21anos de idade, possui carta de condução profissional, com o ensino médio concluído no curso de Informática, procura emprego. Tlf: 936894461 ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA, do 4º ano da Ciência da Comunicação, candidata-se a estágio. Tlf: 921355096 JOVEM UNIVERSITÁRIO, experiente, com cursos de Informática, Contabilidade e Administração procura emprego. Tlf: 924703363 JOVEM ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA 3º ano curso de Ciências da Comunicação, procura emprego. Tlf: 923965656/ 927984050. JOVEM UNIVERSITÁRIO, experiente nas áreas de pedagogia e desportiva, procura oportunidade de emprego. Tel: 928912890/ 922031690 JOVEM MESTRE EM GESTÃO FINANCEIRA, consultor financeiro, procura oportunidade de emprego na mesma área. Tlf: 916224820 JOVEM ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA, do 2º ano, curso de Relações Internacionais, disponível para oferta de emprego Tlf: 923834700 JOVEM ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA, do 2º ano de Relações Internacionais, fala Francês e Inglês, procura oportunidade no mercado de trabalho. Tlf: 922230726/ 912581234 JOVEM ESTUDANTE, Pré-Universitária, procura oportunidade de emprego. Tlf: 937608764/912253704 JOVEM Pré-Universitária procura oportunidade de emprego. Tlf: 931920388/ 928618978 SENHORA COM EXPERIÊNCIA em culinária filipina e chinesa procura oportunidade de emprego ou financiamento para o seu próprio negócio. Tlf: 932579806/ 927639659 TÉCNICO de Recursos Humanos com experiência de 5 anos procura emprego. Tlf: 923799939 JOVEM estudante do 2º ano, curso de engenharia civil, procura oportunidade de emprego. Tlf:931973620 JOVEM experiente na área de Administração e Contabilidade, procura oportunidade de emprego. Tlf:937494670 JOVEM estudante de 18 anos de idade, no Lubango-Huíla, procura oportunidade de emprego. Tlf: 939628838 JOVEM ESTUDANTE do curso de Informática, experiente na área de Relações Públicas, procura emprego. Tlf: 923032159 JOVEM canalizador de profissão, procura emprego. Tlf: 916032700. JOVEM decoradora, procura oportunidade de emprego Tlf: 917356757 JOVEM estudante do 2º ano de Relações Internacionais, procuro uma oportunidade de emprego. Tef.923573709 JOVEM de 27 anos de idade, escritor infanto-juvenil, solicita ajuda e patrocínio para edição e lançamento do seu livro.Tlf: 914531665/ 926585496 JOVEM presta serviços de legalização de motorizadas de 100 C.C. para baixo. Tlf: 933219234 NEGOCIANTE Procura financiador para o seu negócio, com reembolso a discutir. Tlf: 913992870/ 929579728 PROCURO financiador para o meu negócio, com reembolso a discutir. 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Portugal Quénia Igrejas e escola atacadas Greves geram prejuízos de 500 milhões A greve no porto da capital portuguesa, que se arrasta desde meados de Setembro, pode gerar prejuízos superiores a 500 milhões de dólares para os grandes importadores, segundo cálculos da Associação Comercial de Lisboa Pelo porto, mensalmente, são exportadas 370 mil toneladas de produtos e importadas 650 mil toneladas. A prevalência desta grave por mais tempo poderá afectar o abastecimento às indústrias que se vêem sem matériasprimas para as suas produções. 38 Alemanha Realizador pouco inocente A polícia de Los Angeles, Estados Unidos de América, deteve o presumível produtor de “A inocência dos muçulmanos”, o filme que provocou a ira dos muçulmanos. Nakoula Besseley Nakoula, alegadamente, quebrou as regras da liberdade condicional, impostas depois de uma condenação, há dois anos, por fraude bancária. A juíza decretou a prisão preventiva devido ao perigo iminente de uma fuga e risco para a comunidade. A detenção não esta relacionada com o filme que produziu, no qual ridiculariza o profeta Maomé, que causou uma onda de violência em todo o mundo muçulmano. Nakoula Besseley Nakoula tem andado escondido desde que começaram as manifestações e tem a sua cabeça a prémio, cuja recompensa é oferecida por um governante paquistanês. A polícia queniana atribui a autoria dos ataques com granadas a uma igreja e à escola de São Policarpo, Nairobi, como retaliação dos simpatizantes da milícia islâmica somali, Al Shabab, descontente com a intervenção militar do Exercito do Quénia na Somália. No âmbito da missão da União Africana, o exército somali, apoiado pelo Quenia, ajudou a expulsar as milícias da cidade de Mogadíscio, bem como recentemente da cidade de Kismayu, o bastião da milícia. Este último acontecimento despertou a cólera da população queniana, levando a multidão a retaliar contra os somalis residentes com paus e pedras, provocando o ferimento a 13 pessoas, no subúrbio de Eastleigh. No Quénia, tornou-se uma prática o arremesso de Internacional Cultura | Quinta-feira 427dedeOutubro Setembro 2012 2012 Líbia Recolha de armas Católicos pagam para rezar Numa decisão considerada inusitada e polémica, um tribunal alemão decidiu que, para ser católico, é preciso pagar um imposto religioso. Quem não o fizer perde o direito ao baptismo e à comunhão. A decisão do Tribunal Administrativo Federal determina que um católico, que declare formalmente o seu afastamento da Igreja para não pagar a contribuição mensal, também perde o direito de participar nas cerimónias religiosas. Os juízes determinaram, no entanto, que o assunto é da alçada única da Igreja e que tal afastamento parcial não é possível, argumentando que aqueles que “desejam voluntariamente permanecer na comunidade católica não podem exigir que o Estado restrinja o direito de autodeterminação da Igreja”. A medida foi anunciada dois dias depois de um decreto da Conferência dos Bispos da Alemanha entrar em vigor, segundo o qual os católicos que se recusarem a pagar a taxa perdem o direito de receber os sacramentos. O responsável da associação cristã defende que, desde 2006, a interpretação da lei “era muito clara” e que as pessoas, por deixarem a igreja, não renunciam à sua fé. As armas, utilizadas pelos rebeldes e milícias líbias na luta contra o antigo presidente Muammar Kadhafi, começaram a ser recolhidas numa iniciativa organizada pelo exército e apoiada por uma televisão privada. Em Bengasi, a cidade principal bastião dos rebeldes, aproximadamente 800 pessoas entregaram as armas, enquanto duas centenas em Tripoli entregaram ao exército metralhadoras, lança-granadas e munições. Face ao clima de insegurança, gerado pelas milícias armadas, muitos líbios tem abandonado o país. O governo tenta desmobilizar as milícias, desde o ataque ao consulado dos Estados Unidos em Bengasi, no dia 11 de Setembro que resultou na morte do embaixador e de mais três americanos. Síria Património destruído Os combates na cidade síria de Alepo estão a destruir a herança cultural da humanidade, denunciaram os responsáveis da Unesco, órgão das Nações Unidas que zela pela educação, ciência e cultura. O mercado medieval de Alepo, uma das principais atracções turísticas, tornou-se numa das vítimas deste conflito. O fogo terá destruído um milhar de lojas na estrutura com abóbadas em pedra e fachadas de madeira trabalhada. Além disso, os responsáveis da UNESCO acreditam que locais históricos, como a antiga cidade de Palmira, a Velha Damasco ou o Castelo dos Cruzados, tenham sido igualmente afectados. A Síria tem seis locais classificados pelo aquele organismo da ONU como património mundial. Venezuela Campanha violenta Mais de cem mil pessoas saíram às ruas de Caracas, capital da Venezuela, para protestarem pela morte, a tiro, de três apoiantes do partido da oposição Primeiro Justiça encabeçado por Henrique Capriles, adversário de Hugo Chávez, nas eleições do próximo domingo. O tiroteio ocorreu perto da cidade de Barinas, de onde é natural Hugo Chávez. Capriles recebeu o maior apoio de sempre na capital venezuelana. O presidente Hugo Chaves que se recandidata a um novo mandato, garantiu, por seu lado, que não há nenhum risco de perder as eleições marcadas para este domingo, além de, igual modo, lamentar as mortes. granadas em lugares públicos, nos últimos seis meses, principalmente em bares, igrejas e paragens de autocarros. Rússia Audiência adiada O Tribunal de Moscovo adiou a audiência para apreciação do recurso das integrantes da banda Pussy Riot para a próxima semana, numa altura em que responsáveis da Igreja Ortodoxa russa prometem apoiar um eventual recurso para redução de pena. Mas apenas se as três jovens demonstrem arrependimento pelos actos cometidos. A audiência foi adiada depois de uma delas ter decidido abdicar dos advogados por estes não terem a mesma visão que ela tinha em relação ao caso. As três jovens, de 22, 24 e 30 anos, foram condenadas, em Agosto, a dois anos de trabalhos forçados por “hooliganismo” e “incitação ao ódio religioso” na sequência de uma performance musical anti-Putin na catedral de Moscovo, que elas produziram. 39 Cultura Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | Paul G, Músico “Penso além da realidade” O músico tem na forja o seu primeiro grande show de carreira a solo, intitulado “Paul G e Amigos”, com a participação de artistas nacionais e internacionais. O seu segundo disco está a ser produzido e será lançado brevemente Por Amélia Santos Foto Mário Mujetes É considerado um cantor de sucesso. Contava com toda essa receptividade do público? Sinceramente, não. Lancei o álbum e, na altura, contava com uma editora americana. A intenção era fazer o lançamento nos Estados Unidos e depois em Angola, mas acabei por fazer o contrário por causa do tempo. Felizmente o público aderiu bem ao meu disco, foi muito bom. O facto de cantar em inglês abre-me portas. Venci o “kora Awards”, fui nomeado para Washington Music Award, um prémio que dão a músicos que são reconhecidos a nível internacional e na área de Washington. Agora estou, pela quarta vez consecutiva, no “Music channel Awards”. Esses passos todos mostram que estou a desbravar outros mercados. Ouve-se comentários de que está a fugir das nossas raízes. Isso é um pensamento extremamente negativo, porque, apesar de cantar em inglês, não significa que deixei de ser angolano. Ao fazer-se uma música, deve pensar-se mais além do que a realidade nos mostra. Faço questão de ter sempre nas minhas músicas alguma característica angolana. 40 “ Sou o primeiro angolano a estar num dos melhores “sites” de vídeoclipes em alta definição. ’’ Além de músico, é empresário. Quanto é que cobra para participar num espetáculo? Sim, sou empresário. A minha empresa dedica-se a produção de eventos musicais. Produzi quase todos os shows que a Unitel fez com cantores americanos. Parte dos contactos com esses cantores foi a minha empresa que os fez, em colaboração com a Step Models. Em relação aos cachês, depende muito, porque as pessoas que nos contratam não têm ainda a cultura de quanto vale um cantor. O meu cache oficial é de 15 mil dólares. Daí o bom “look “nos shows? Presença sempre foi o meu forte, mas não é fácil. A minha mãe sempre me chamou de Bangão, sempre gostei de coisas diferentes. Sempre gostei de estar bem e sempre tive bom gosto. As pessoas pensam que tudo que o Paul usa é caro, não! É questão de saber escolher e bom gosto. Já se vive da música em Angola? Sim. Eu vivo da música. É a minha maior fonte de sustento, tenho também o lado empresarial, mas ainda não dá o mesmo que a música me dá. Quem produz as suas músicas? O meu primeiro álbum foi produzido e escrito por mim, o segundo terá uma coprodução, devido às várias participações. Estou a trabalhar nele. Se tudo correr bem, ainda este ano sai com o título de `The New Era´. Falemos sobre o seu passado. Quem foram os mentores dos SSP? O grupo foi criado por mim e pelo Big Nelo, porque, na altura, já dançávamos e estávamos à procura de um nome para o grupo. Big Nelo, na Alemanha, fazia parte de um grupo SSP e demos o mesmo nome ao nosso porque achamos conveniente. A rotura dos SSP dá-se com a sua saída? Na verdade, eu e o Kude fomos os causadores da rotura dos SSP. Na altura, havíamos conseguido bolsas de estudo para o Brasil e Inglaterra. Mas preferi ir ao Brasil porque ti- | Quinta-feira 427dedeOutubro Setembro 2012 2012 nha lá parentes. Fiz um curso intensivo de música durante dois anos e formei-me em Introdução de Produção Musical. Foi nesta fase que começou a carreira a solo? Sim! Fiquei quatro anos nos Estados Unidos, nesta data comecei a traçar a minha carreira a solo, já aspirava cantar outros estilos musicais e tinha mais queda para o R&B do que o Hip Hop. Fiz o inglês porque sempre desejei que o mundo ouvisse as minhas músicas. Os nossos músicos cantam só para o mercado nacional ou também para outros horizontes? Cantam para outros horizonte. Acredito que um bom músico, que sonha alcançar o sucesso, deseja que o mundo ouça as suas músicas, e que não fique confinado no seu país. A nossa visão deve ser mais além. Cultura Grande show ‘Paul G e amigos’ Até ao fecho desta edição estava marcada uma conferência de imprensa, para a última terça-feira, 02, no espaço Chateau d´ax, em que Paul G falaria sobre o seu primeiro grande show de carreira a solo a ser realizado no próximo dia 19 de Outubro no cine Atlântico, em Luanda. O músico vai partilhar o palco com artista nacionais e estrangeiros, que têm contribuído significativamente para o sucesso do seu trabalho. Paul G gravou o seu primeiro disco a solo em 2009 intitulado `Transição´, com alguns sucessos como `freaking Me Out´. PERFIL Nome completo: Paulo Jorge Marques João Nascimento: 31 de Março Família: Juddy Conceição e Azael Pior defeito no ser humano: Falsidade Qualidade: Honestidade Ocupação: Cantor e compositor, produtor, dançarino e empresário Estilo musical: R & B e Rapp 41 Cultura Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | Festisumbe Mamborro Calou se a voz da “Xuxú” Sumbe vibrou em 14 horas de música Mamborro deixou a música e a cultura angolanas órfãs, no dia 27 de Setembro. Yury da Cunha diz que perdeu, “mais do que um mestre, um pai”. Nos dias 28 e 29 de Setembro, a cidade do Sumbe recebeu pela 12ª vez o Festisumbe, que reuniu o grosso da música angolana, repartida entre a nova e velha geração. Por Manuel Bento Fotos Cedidas Mais de 100 mil pessoas, provenientes de vários pontos do país, marcaram presença na marginal do Sumbe, capital do Kwanza Sul, onde assistiram, no último fim de semana, ao maior festival de música angolana. No primeiro dia, (sexta-feira), o cenário foi abrilhantado pelos músicos Hady Lima, Titica, Irmãos Almeidas, Edy Tussa, O2, Proletário, Ary, C4-Pedro e por alguns artistas locais, que actuaram durante sete horas ininterruptas. Já no segundo e último dia, nem mesmo a pequena chuva que insistia em cair na cidade conseguiu travar a imensa vontade e disposição dos habitantes do Sumbe e visitantes para verem cantar Bessa Teixeira, Sabino Henda, Lulas da Paixão, Banda Voga, Puto Portugues, Ary, Yuri da Cunha, os Kassave e W-King, ao longo de sete horas. Com as canções “Makumba”, “Fató” e “Popozuda”, Yuri da Cunha, conhecido também como o “show man” da música ango- 42 Horizonte Nzinga Mbandi lana, não deixou os seus créditos em mãos alheias, tendo demonstrado a capacidade artística numa simbiose perfeita entre a dança e a interpretação. A plateia, muito empolgada, agradeceu, respondendo-lhe com demoradas ovações. Puto Português também manteve a habitual performance em palco, recebendo igualmente o carinho do público do Sumbe. Yuri da Cunha, que já participa do espectáculo há três anos, mostrou-se satisfeito e atribuiu nota positiva ao público “que demonstrou estar a mudar de atitude relativamente ao valor que se deve dar à música angolana”. “Para mim é sempre uma honra voltar a terra onde eu nasci. Já fechei aqui algumas parcerias que me vão possibilitar voltar ao Sumbe com mais regularidade”, afirmou. “Sinceramente é sempre um prazer ser convidado para cantar no Festisumbe. Estive no espectáculo de Consagração da Miss Malange, mas não a cá voltar”. Durante os dois dias de emoções, a marginal do Sumbe foi também aproveitada para a realização de uma feira de artesanato. A actividade contou com mais de duzentos expositores e serviu de oportunidade para muitos comprarem produtos de cultura, vestuários, tecidos e outros acessórios. Ao Nova Gazeta o administrador municipal do Sumbe, Sebastião Daniel Neto, disse que o espectáculo superou as espectativas por ter passado a cifra das 100 mil pessoas previstas. Para a autoridade local o Festisumbe é uma demonstração do empenho do Governo Kwanza-sul no bem-estar da juventude. “Compreendemos que a cultura é um ponto de união no qual a juventude se revê. Por isso estamos empenhados todos os anos a proporcionar um espectáculo de qualidade aos nossos jovens e em todas as edições procuramos sempre caprichar ”, finalizou Resistir no teatro O grupo teatral Horizonte Nzinga Mbandi, já com 26 anos é um dos grupos sobreviventes de Luanda. Fundos próprios, cursos de formação de actores, além dos espectáculos, explicam a ‘longevidade’. Por Amélia Santos Fotos Mário Mujetes O grupo teatral Horizonte Nzinga Mbandi existe há 26 anos, conta com um elenco acima dos 50 membros e vai sobrevivendo graças a vários projectos, como a formação em vários ramos sobretudo ligados à arte cénica e televisão de que são exemplos os cursos para actores, operadores de camara, editores, guionistas e apresentadores. Consegue ainda arrecadar alguma receita com a venda de bilhetes dos espectáculos que produz. “O grupo não depende de patrocínios, porque estes são raros”, esclarece o actor e responsável pelo elenco, José Galiano, falando de outras actividades que sustentam o grupo. “Para os cursos que realizamos, temos um convénio com actores brasileiros. Procuramos exibir uma única peça em duas sessões para abranger desde o escalão dos mais jovens aos mais adultos”. O actor hoje tem a noção de que “o público tem outra percepção do teatro”. Garante que já não vem ao teatro apenas como diversão, “mas como algo interessante que transmite informação. E muitos se revêem nas histórias que o teatro exibe e o importante é a representação manifestação cultural”. O grupo Horizonte Nzinga Mbandi foi criado por Adelino Caracol e Ezequiel Isenguele, em 1986. Já passaram por aqui muitos actores que fazem – e fizeram – sucesso tanto em Angola como no estrangeiro. Mónica Ceril, Luís Kifas, Dalton, David Inoque e muitos outros actores actuaram neste grupo instalado em Luanda. Ao longo destes anos, o Horizonte Nzinga Mbandi foi somando alguns prémios: o da Cultura e Arte, em 2007, duas vezes vencedor do prémio DSTv, em 2008 e 2009, e, este ano, foi homenageado no `Angola 35 graus´ na categoria de artes. Cultura | Quinta-feira 427dedeOutubro Setembro 2012 2012 Por Manuel Bento Foto Santos Samuesseca O artista foi para muitos uma das figuras mais emblemáticas da música infantil, das décadas de 1980 e 1990, quando se evidenciou na canção infantil, consagrando-se em 1987 vencedor do “Top dos Mais Queridos” e “Top dos Cinco”. Para a ministra Rosa Cruz e Silva, a morte de Mambor- ro enfraquece o universo artístico angolano, “deixando um grande vazio, só mitigado pelo valor intelectual da sua obra, que fica indelével nos marcos históricos de Angola”. Yuri da Cunha reforça as palavras da ministra. Em reacção ao NG, referiu que a morte de Mamborro é uma perda irreparável na música angolana e para a cultura em geral. Para o “show man”, o artista foi um dos seus principais influenciadores e motivadores, enquanto aluno na escola Pó da Rádio Nacional. Visivelmente abalado, Yuri da Cunha afirmou que teve o Mamborro como um pai, irmão e, sobretudo, “um mestre que me ensinou muitas coisas que explicam hoje a minha maturidade, enquanto ser humano”. A morte de Mamborro resultou de uma longa luta com a doença de que padecia há já alguns anos. O músico sofria de diabetes e chegou a estar em tratamento na Namíbia, depois de, em várias ocasiões, o músico Maya Cool e o grupo os Tuneza terem realizado “SOS Mamborro”, que serviam para a recolha de ajuda financeira para o tratamento do artista. Apesar da sua notável carreira, apenas em 2007, Mamborro gravou o seu primeiro álbum intitulado “Um Pouco de Mim”. Na década de 1980, revolucionou e contribuiu para o desenvolvimento da música infantil, ao lado de nomes como Alberto Matos, Anax, Caboco, Maranax, Gisela Góis, Ângelo Boss, As Gingas do Maculusso, Pipiador, Nicinha Rocha, Macaia, Zito Silva e Lopes Cortez. José Manuel Jorge Machado, ou “Mamborró”, nasceu a 7 de Agosto de 1970, na vila da Gabela, província do Kwanza-Sul. Gravou um single com os temas “Quando eu passo pelas ruas”, “Guida” e “Ndenguelândia”. Desporto Cultura | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 Agenda Nova Gazeta ao serviço do leitor 5 de Outubro Chill Out apresenta a noite `White Experiense Never Ending Dream´ ao som do Dj Pete The Zouk, DJ Darcy e DJ César, a partir das 23h00. 12 de Outubro O colectivo de Arte 17 de Dezembro apresenta a obra `O Banco da Marginal´, na LAASP as 19h30. 5 de Outubro O grupo de Teatro Anangola apresenta a peça `Bom Dia Amor... Tudo Acabou!´, na LAASP- ex-Liga Africana, ao preço de 1000 kz, a partir das 20h00. Luanda O Todas quintas-feiras O grupo Lev´Arte realiza ` Poesia eu vivo´, no Kings Club Vila Alice, pelas 19 horas. Todas as quintas e sextasfeiras O Bar Oito Dezoito convida-o para duas noites especiais de Sound Sessions, a partir das 21h00. Todas as quintas-feiras O Lookal apresenta o karaoke mais animado de Luanda, a partir das 22h00. Gelado de iogurte banana e mel 12 de Outubro Os Niggaz da DSD apresentam a segunda edição da `Noite com Classe´, no Largo-patriota, ao som do Dj Mauro Mix e Bruno Tuga e música ao vivo de Squadra Azzurra, ao preço de 2000. A partir das 22h00. Anedota da semana Um muçulmano devoto entra num táxi e pede ao taxista para desligar o rádio, porque não quer ouvir música, como decretado na sua religião e porque no tempo do profeta não havia música, especialmente música ocidental, que é música dos infiéis. O motorista do táxi educadamente desliga o rádio, sai do carro dirige-se à porta do lado do cliente e abre-a. O árabe preocupado pergunta: - O que você está a fazer? Responde o taxista: - No tempo do profeta não havia táxis, por isso saia e espere pelo próximo camelo. Ingredientes: 2 copos de iogurte natural, 2 Bananas maduras 4 c. mel 1/2 Limão sumo 1 c. (chá) vodka, Nozes picadas e canela em pó. Modo de preparo: Misturar o iogurte com o mel, a vodka e o sumo de limão. Esmagar as bananas com um garfo e misturar com o iogurte. Deitar o preparado num frasco de vidro com tampa e colocar no congelador. 12 de Outubro A Discoteca Kapitólio apresenta noite do `Afro Music Channel Party´. A partir das 22h00. 6 de Outubro Os Bem Bom apresentam `Ilha Fashion Party´, em alusão ao 10º aniversário do grupo, no Salão Papa C Beach, na Ilha de Luanda com música ao vivo de Dr. Tchubi, Pé Quente e Bebucho Q Cuia. Ao som dos Dj’s Havaiana, Mix, Reis e Tin Tin. A partir das 15h00. 5 de Outubro O Lookal Ocean Club apresenta a noite dos `´Xutos & Pontapés´, em alusão aos 30 anos do Rock & Roll, a partir das 20h00. Nas primeiras 2 horas retirar de hora em hora e mexer com a varinha mágica para quebrar os cristais de gelo até o gelado ficar cremoso. Aries Carneiro Touro Aries Taurus Gemini Cancer Aries Leo Virgo Libra Scorpio Leo Sagittarius Gemini Capricorn Cancer Semana de ser coerente naquilo que faz. Não prometa amor quando não pode dar. A sua saúde financeira encontra-se em crise. O seu número da sorte é 33. Aries Taurus Leo Virgo Sagittarius Capricorn Aquarius Aries Pisces Sagittarius Taurus Gemini Semana de refazer os contractos de trabalho e procurar melhores propostas. A vida amorosa reserva-lhe muitas surpresas. O seu número da sorte é 77. Gemini Cancer Aries Taurus Virgo Libra Scorpio Leo Virgo Capricorn Cancer Aquarius Balança Libra Scorpio Leo Pisces Sagittarius Pisces Sagittarius Capricorn Libra Capricorn Aquarius Scorpio Use a inteligência para alcançar os seus objectivos e realize os seus sonhos. Crie actividades saudáveis para o seu relacionamento. O seu número da sorte é 41. Pisces Aries Caranguejo Taurus Gemini Dedique-se mais ao trabalho. Valorize a sua companheira, prestando atenção ao que ela faz. Cuidado com o colesterol. O seu número da sorte é 23. Gemini Libra Aries Aquarius Leo Escorpião Virgo Está na hora de avaliar os seus actos e ser responsável. Permaneça fiel aos seus conceitos de fidelidade. Procure ajuda médica com urgência. O seu número da sorte é 5. Aquarius Gêmeos Taurus Cancer Scorpio Taurus Pisces Virgo Leo Gemini Sagittarius Libra Virgo Cancer Libra Aries Capricorn Scorpio Aquarius Leo Capricorn Aquarius Pisces Sagittarius A sua semana estará repleta de vitórias, nunca desista dos seus sonhos. Não é aconselhável partir para outra relação. O seu número da sorte é 1. Scorpio Taurus Gemini Cancer Aries Taurus Pisces Virgo Libra Scorpio Leo Virgo Esta semana será de concretização. Vá ao encontro de um novo emprego. Faça feliz a sua família e crie momentos únicos. O seu número da sorte é 90. Pisces Cancer Aries Taurus Virgo Sagittarius Gemini Capricorn Cancer Libra Sagittarius Scorpio Capricorn Aquarius Aries Leo Scorpio Leo Virgo Libra Scorpio Pisces Taurus Capricorn Cancer Aquarius Pisces Virgo Sagittarius Gemini Libra Pisces Cancer Procura descontrair das actividades de trabalho, o stress só vai prejudicálo psicologicamente. Curta uma aventura de amor. Número da sorte é 9. Scorpio Peixe O seu rendimento laboral poderá diminuir. É oportunidade de repensar ir ao médico. Ocupe o seu coração com amor. O seu número da sorte é 2. Aquarius Gemini Virgem Libra Aquário Não trabalhe sob pressão, que a pressa é inimiga da perfeição. Não pense mais na traição, levante a cabeça e siga em frente. O seu número da sorte é 87. Aquarius Gemini A sua semana não terá stress, mas vá com calma para não tropeçar. Continue romântico, amar fá-lo bem! Gastar melhor ainda. O seu número da sorte 6. Leo Capricórnio Capricorn Taurus Leão Cancer Sagitário Sagittarius Luanda Hospitais principais Josina Machel-222-335046 Pediatria David Bernardino222-391442 Maternidade Central- 222322344 Bombeiros Posto do comando- 15 Unidade Operativa central222-323333 Policia Comando Central- 113 Sala operativa do C/P Luanda222-398757 Benguela Hospitais principais Hospital central de Benguela272-232606 Hospital municipal do Lobito272-224080 Polícia Comando municipal- 272233806 Viação e trânsito- .272-280126 Huambo Hospitais principais Hospital central do Huambo241-220425 Huíla Hospitais Principais Hospital central- 261-220681 Hospital militar- 261-223214 Kwanza Sul Hospitais principais Hospital do Sumbe- 236-230554 Polícia Gabela- 236-220106 Posto do comando do Sumbe236-230018 Cabinda Hospitais principais Hospital provincial de Cabinda231222283/231-222405 Hospital central de Cabinda231-224716 Bombeiros Bombeiros voluntários- 231222333 Sagittarius Capricorn Aquarius Invista mais no seu aperfeiçoamento pessoal, novas tecnologias e estudos podem abrir novas portas. O seu número da sorte é 14. Pisces 45 Desporto Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | Federação Angolana de Futebol precisa de mais dinheiro Bastam nove milhões Os dirigentes da FAF garantem que a instituição só consegue viver com nove milhões de dólares por ano. Mas estão longe de receber isso do Estado. Restam os patrocínios que o líder federativo também considera serem “insuficientes”. Por Raimundo Ngunza Foto Santos Samuesseca árbitros 600/por jogo “ A gestão do dinheiro é feita com muita responsabilidade... Só que é pouco para as encomendas. ’’ SALÁRIO DO TREINADOr 30 mil/mês 4º árbitro 500/por jogo comissário O actual presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF), Pedro Neto, garante que precisa de nove milhões de dólares, por ano, para que a instituição consiga trabalhar. Em vésperas de eleições, que devem acontecer até ao final do ano, Pedro Neto lamenta que as verbas, vindas do Orçamento Geral do Estado, sejam insuficientes. Os prémios destinados ao campeão do Girabola e ao vencedor da Taça de Angola exigem que a FAF desembolse avultadas somas de dinheiro. Pedro Neto garante que a Federação não recebe nada em troca durante a época desportiva. Dos nove milhões de dólares, que ele considera serem necessários, são retirados cerca de meio milhão para pagar salários dos técnicos das selecções de honra, olímpica, sub-17 e 20. Outra parte serve para custear as diárias dos atletas convocados, prémios de jogos, viagens, alimentação e tratamento de roupa em que são precisos mais de um milhão e meio de dólares. Só o técnico da principal selecção, o uruguaio Gustavo Ferrin, aufere um salário mensal de 30 mil dólares, valor que provém do orçamento e dos 46 650/por jogo 9 milões de dólares assistentes Desporto | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 principais patrocinadores. Há ainda jogadores que até hoje reclamam prémios referentes aos jogos amistosos e oficiais para o CHAN de 2011 em que Angola se sagrou vicecampeã, devendo a cada jogador cerca de 36 mil dólares. Verbas não chegam Das verbas atribuídas às 23 instituições desportivas, vindas do Ministério da Juventude e Desportos, a FAF recebe anualmente mais de 94 milhões de kwanzas. O valor é considerado “ irrisório” para cumprir com o programa traçado, mesmo com os patrocínios da Endiama, Ensa-Seguros de Angola, Banco BAI, Unitel, Sonangol, Cristal e Águas Caramulo. Apesar de os árbitros receberem, por cada jogo, 60 mil kwanzas, os assistentes 55 mil, o quarto árbitro 50 e o comissário do jogo 65 mil kwanzas respectivamente, a instituição ainda atribui um subsídio extra aos homens do apito. De acordo com o secretário-geral, Cardoso de Lima, a gestão do dinheiro é feita “com muita responsabilidade”, destacando a realização da assembleia-geral que “custa muito dinheiro à FAF”. Também, na lista de despesas, constam a manutenção do principal gerador, compra de combustíveis, salários dos funcionários, meios de transportes, materiais de escritórios, telefones e outros gastos correntes. Muita fé na selecção A selecção nacional de futebol joga este domingo, no Estádio 11 de Novembro, o segundo jogo decisivo para o acesso ao Campeonato Africano das Nações (CAN2013), após ter perdido por 1-3. O Novo Gazeta saiu à rua para saber as expectativas dos amantes e sobretudo o que esperam da selecção, após a derrota com o Zimbabwe. Por Raimundo Ngunza Foto Santos Samuesseca António Correia, funcionário público Feliciano de Almeida, estudante e professor Estamos mal, porque jogadores de qualidade, que dão confiança para estarmos no próximo CAN, são poucos. Precisamos de uma boa reestruturação. Temos poucas possibilidades do próximo campeonato. Com a entrada do novo técnico torna-se difícil distinguir o jogador que mais dá confiança. O nosso meio-campo precisa da criatividade do Gilberto e a garra de André Macanga. A presença na África do Sul depende deste jogo. AdelinO Ussopa, Luís Lopes, estudante Mateus Camati, vendedor ambulante Iremos massacrar o Zimbabwe por 5-0. Os ‘Palancas Negras’ não podem sentir o sabor amargo da derrota. 550/por jogo Tenho fé. Pese embora termos perdido em Harare por 1-3, existe um ditado que diz “em casa, mandamos nós”. E, no jogo deste domingo, estarei presente para apoiar os bravos rapazes e o caminho é sempre em frente. João Simão, vendedor ambulante Não podemos confiar muito no Manucho Gonçalves porque será muito marcado pela equipa adversária e devemos sim ter outras opções como o Djalma Campos e o Mateus Galiano. A segurança do Lamá na baliza será fundamental. estudante Devemos encarar o jogo com muita responsabilidade e não desprezar o adversário. O nosso meio campo deve ser mais criativo e criar jogadas para os nossos atacante. Como angolana acredito que podemos marcar presença na África do Sul. Pascoal Gamba, As despesas da FAF incluem os prémios de jogo, os custos com as seleções dos diferentes escalões, gastos com estágios e viagens das seleções, organiação de actividades como é o caso da assembleia geral, salários dos funcionários, diária dos jogadores convocados (calculados em duzentos dólares por jogador) e demais gastos correntes. Luís Sebastião, Dinis Roque, funcionário público repórter fotográfico Somos vizinhos da África do Sul e fica feio não estar nesta competição. É frustrante quando os ‘Palancas Negras’ perdem, mas temos condições para ganhar ao Zimbabwe. É muito complicado. Não tenho mais esperanças nos nossos jogadores, porque nem o nosso próprio CAN, que organizámos, conseguimos vencer. Perdi firmeza pela nossa selecção e, como angolano, desejo força aos jogadores. estudante Devemos lutar e vencer por 4-0 e temos um conjunto que pode fazer a diferença com a inclusão de muitos jovens. Eventos desportivos como estes não devem ficar de fora e confio na capacidade do Manucho Gonçalves que irá marcar e garantir a passagem para o CAN de 2013. 47 Desporto Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | | Quinta-feira 427dedeOutubro Setembro 2012 2012 Sónia Guadalupe, jogadora da selecção e do Interclube Os 10 melhores salários do futebol “Somos mais valorizadas” Com 1,88 cm de altura e 27 anos, Sónia Guadalupe é uma das ‘estrelas’ da selecção de Angola. Iniciou a carreira aos 13 anos. Já conquistou vários títulos, destacando-se o Afrobasket2011 e o Africano de Clubes, e pretende terminar a carreira aos 35 anos. Rejeitou dois convites para jogar na Europa, por causa dos estudos Por Raimundo Ngunza Fotos Mário Mujetes Sónia Guadalupe começou a jogar basquetebol influenciada pela irmã mais velha. Acompanhava-a na escola ‘1º de Maio’ e aí ganhou o gosto pela modalidade. “Na altura era a mais nova e em minha casa não havia ninguém p a r a ficar comi- 48 go, a minha irmã levava-me sempre à escola e ensinou-me os primeiros fundamentos do basquetebol”. É a segunda filha de 10 irmãos. Começou a jogar no Team Elite que depois passou à denominar-se Visa. Jogou no 1º de Agosto e actualmente representa o Interclube. Aqui encontrou o treinador que a ensinou a dar os ‘primeiros passos’. No clube das Forças Armadas especializou-se nos lançamentos de três pontos sem descurar os aspectos defensivos, ofensivos, a recepção do passe e os bloqueios. Sónia Guadalupe passou por todas as etapas das selecções nacionais até atingir a principal. A sua primeira internacionalização aconteceu quando tinha 15 anos, representando os cadetes, e aos 20 foi chamada para sénior. Até hoje. A adaptação, na selecção, “foi fácil” até porque encontrou muitas colegas de equipa. O basquetebol ganhou mais importâcia para si quando recebeu apoio incondicional da família. Hoje tem a vida mais facilitada. A sua residência, no bairro Catambor, fica a escassos metros do clube onde militou por muitos anos. Depois desta trajectória continua a ser uma das referências actuais do basquetebol feminino. Foi eleita melhor marcadora do ‘cinco nacional’ com uma média de 20 pontos por jogo, tendo dois triplos em oito tentativas. Continuar a trabalhar na selecção continua a ser o seu principal objectivo de forma a conseguir novas conquistas e defender o último título africano, conquistado em Bamako, Mali, em que Angola destronou o Senegal. Apesar da dedicação ao basquetebol, Sónia Guadalupe nunca deixou de estudar. Formou-se em Gestão de Recursos Humanos e acha que a modalidade tem crescido em interesse junto das mulheres, graças sobretudo à conquista do primeiro campeonato africano: “Esta conquista africana motivou algumas pessoas a olhar melhor a classe feminina e também clubes como Petro de Luanda e ASA abriram o basquetebol feminino. Também nas províncias já se nota o surgimento de mistos, que é muito bom para a modalidade”. Outro objectivo de Sónia Guadalupe passa por jogar no estrangeiro. Mas, não para já. Recebeu propos- tas, durante os Jogos Olímpicos disputados em Londres, de dois clubes europeus, mas recusou, por causa dos estudos. “Jogar na Rússia, França ou em Los Angels nos Estados Unidos da América é sonho de qualquer atleta”. Por cá, admira Nacissela Maurício e Felizarda Jorge, atletas do Clube Desportivo 1º de Agosto, porque “são rápidas e marcam muitos pontos” e “muito difíceis de defender”. Lá fora, gosta de ver jogar a norte-americana Candace Parker. Mas o maior ídolo, no basquetebol, é o treinador Apolinário Paquete que a formou. Sónia Guadalupe confessa que gostava de terminar a carreira sob as suas ordens. Papa-troféus Há 14 anos no basquetebol e três a jogar pelo Interclube, Sónia Guadalupe conquistou mais de 16 títulos repartidos em campeonatos nacionais, taças de Angola e supertaças. É detentora ainda de três taças de clubes africanos, um campeonato africano sénior feminino e vários troféus em cadetes e juniores. Teve a sua primeira participação nas Olimpíadas, este ano, em Londres. Desporto A recente renovação de David Silva com o Manchester City vai render ao médio espanhol cerca de 14 milhões de dólares anuais. O acordo fez Cristiano Ronaldo cair mais um lugar na lista dos mais bem pagos no mundo do futebol. Três africanos no topo A lista é liderada por Samuel Eto’o, que aufere no Anzhi, um salário astronómico: cerca de 30 milhões de dólares anuais, nota para a presença de dois jogadores que alinham no distante campeonato da China (Dider Drogba e Dario Conca). perfil Nome completo: Sónia Guadalupe Data de nascimento: 15.09.1985 Estado Civil: Solteira (noiva) Altura:1,88 Sapatos:43 Perfume: Não tenho um preferido Cor preferida: Vermelha Prato preferido: Bitoque País: França Filme: Acção e comédia 1º Samuel Eto’o (Anzhi/Rússia) 30 milhões, 2º Zlatan Ibrahimovic (PSG/França), 17, 3º Wayne Rooney (Manchester United/Inglaterra), 15, 4º Yaya Touré (Manchester City/Inglaterra), 14 5º Sergio Agüero (Manchester City/Inglaterra), 13 6º David Silva (Manchester City/Inglaterra), 13, 7º Didier Drogba (Shanghai Shenhua/ China), 12, 8º Cristiano Ronaldo (Real Madrid/Espanha), 12 9º Leo Messi (Barcelona/Espanha), 11, 10º Fernando Torres (Chelsea/ Inglaterra), 10 milhões de dólares. 49 Cor de Rosa Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | Leila Lopes em alta nos Estados Unidos A miss universo foi novamente notícia na mídia internacional, por dois motivos. Primeiro, pelo reconhecimento pela contribuição na promoção e divulgação do turismo sustentável, nos South-South Awards, realizado no Hotel Waldorf Astoria em Nova York. Segundo, o clima de intimidade da miss com um dos homens negros mais ricos dos Estados Unidos, Russel Simmons. Angélica é mãe pela terceira vez Gugu assume que já fez plástica A apresentadora e actriz da rede Globo Angélica deu a luz à Eva, irmã de Joaquim de sete anos e Bonifácio de quatro. A apresentadora, de 38 anos, é esposa do apresentador Luciano Huck, que esperava ansioso pela chegada da primeira filha. O parto de cesariana estava previsto para Outubro e antecipouse para 25 de Setembro. Angélica estava acompanhada por sua empresária e por um amigo, além de estar escoltada por seguranças. Gugu Liberato, de 53 anos, confessou que já fez cirurgia plástica e implante de cabelo, no “Programa da Tarde”, da Record com os apresentadores Britto Jr, 49 anos, e Ana Hickmann, 31 anos. Gugu contou aos seus fãs que é adepto dos procedimentos estéticos há alguns anos. O apresentador disse que, em 2004, passou por uma cirurgia plástica na região dos olhos, para tirar um pouco do peso das pálpebras, que costumam dar um visual cansado, com o envelhecimento. “Não tenho problema nenhum em contar, quando achar que está enrugando muito o pescoço, vou fazer outra cirurgia plástica”. O rapper Diakota, actualmente pertencente à editora Black Ink Label de CMC e elemento do grupo OTP ao lado de Boss Alirio, encontra-se hospitalizado em estado grave. O cantor encontra-se fora de risco de vida, mas o seu estado ainda é crítico. O artista envolveu-se recentemente numa confusão de grupos dentro do seu município, “Viana”, por causa de seu irmão mais novo, e como consequência foi espancado brutalmente por mais de quinze indivíduos dentro da sua residência e foi levado de urgência ao hospital, onde entrou em cirurgia horas depois. Chris Brown pode voltar para prisão Lindsay Lohan, de 26 anos, a estrela infantil de «The Parent Trap», foi internada de emergência, na semana passada, por consequência da asma que tem desde criança. A mãe da actriz confessou que este problema de saúde da filha é causado pelo pólen. Em Junho, sofreu de exaustão e desidratação durante as filmagens do filme biográfico em que dá vida a Elizabeth Taylor, em «Liz & Dick» Lindsay foi parar a cadeia uma semana antes de ser internada, depois de atropelar um peão e não prestar ajuda à vítima. A cantora preferiu, na altura, ir ao bar em vez de prestar socorro a vítima. O site ´Tmz.com´ declarou que Lohan tinha sido levada de urgência para um hospital em Nova Iorque, com uma infecção pulmonar. O cantor americano Chris Brown pode voltar a ser preso, após um exame de sangue apontar que ele fumou maconha. O exame foi realizado em Junho na Virgínia, com o resultado positivo, e a juíza de Los Angeles marcou audiência judicial, para Novembro, que irá decidir se o astro descumpriu os termos de liberdade condicional à qual foi submetido por agredir a cantora Rihanna em 2009, na época sua namorada. Fredy Costa apresenta o seu primogénito Rihanna enrola cigarrinho de diamantes A cantora caribenha Rihanna lançou a audaciosa capa de “Diamonds”, seu novo single. A capa foi lançada na quartafeira passada, no itunes, e, desta vez, ao invés de enrolar erva no papel, ele enrola diamantes. A revelação da imagem foi feita no site oficial de Rihanna e faz parte da promoção de seu mais novo álbum, com previsão para sair em Novembro. Diakota em estado crítico Lindsay Lohan é internada de emergência Cor de Rosa | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 Ryan Reynolds e Blake Lively casaram-se em segredo Ryan Reynolds e Blake Lively realizaram uma cerimónia secreta a 9 de Setembro, no espaço Boone Hall Plantation, em Mount Pleasan, Estados Unidos. Florence Welch, da banda Florence and the Machine, foi a convidada para animar o casamento. De caordo com a revista `People´, o casal oficializou a união numa cerimónia secreta. Lady Gaga desvaloriza Papa Lady Gaga desprezou a opinião do Papa Bento XVI, sobre o casamento de gays, dizendo que a opinião do bispo de Roma não importa ao mundo. “Importa antes para as pessoas que gostam do Papa e o seguem”. Papa Bento XVI é contrário ao casamento de gays, defendendo que o casamento e a família são instituições que devem ser promovidas e defendidas de qualquer equívoco da sua verdadeira natureza, “uma vez que tudo o que for prejudicial para eles será prejudicial para toda a sociedade”. O modelo, actor e empresário Fredy Costa mostrou o rosto do seu primogénito, Fredy Jr. O pequeno nasceu e vive nos Estados Unidos, na região de Washington. O actor foi recepcionado no aeroporto de Washington pelo filho de 11 anos, para assistir ao evento da miss Angola, Estados Unidos, na semana passada. Fredy Jr é irmão da pequena Ayani, filha de Yola Araújo, sua esposa. Fredy Costa está a participar da nova novela angolana Windeck. 50 51 | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 Este jornal está nas mãos do futuro de Angola. A sua marca pode estar lá também. Marcas MODA POLKA DOT Bolinhas para todos os gostos O estilo Polka Dot, que se popularizou com a roupa no seculo XVII, continua a conquistar adeptos. O designer Marc Jacobs tem um perfume em honra das bolinhas e não faltam adereços, capas de telemóvel ou relógios com o mesmo estilo. no Luanda Fashion Center poderá encontrar algumas peças como as sabrinas de bolinhas ou a elegante camisa de homem. O primeiro jornal gratuito de Angola tem um alvo muito especial: estudantes universitários, os seus professores, todos os que trabalham para a multiplicação do Conhecimento nesta nossa renovada Nação. Os líderes de amanhã, em resumo. O seu negócio, os seus produtos, as suas marcas, tudo pode ter lugar reservado nesta montra privilegiada; anunciar no Nova Gazeta é uma aposta ganha; hoje e amanhã. Ligue hoje mesmo o 927596835 e veja o seu anúncio nas mãos do futuro de Angola. 53 Turismo Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | | Quinta-feira 4 de Outubro 2012 Turismo Postal Uma das cidades mais graciosas e atrae ntes do país, com fascinantes paisagens. É considerada a cidade mãe da África do Sul. A Cidade do Cabo foi fundada pelos hola ndeses em 1652, como um entreposto comercial na rota do oriente, a primeira fundada por europeus na região. A população, de 1,3 milhões de habitante s, é formada principalmente por nativos africanos e desc endentes de holandeses, britânicos, franceses, alem ães e indonésios. Cape Town Entre o mar e a História SUGESTÃO DE LEITURA Praias, desportos de aventura e possibilidades de se praticar ecoturismo são as principais características que se podem encontrar no ‘cartão de visita’ de Cape Town. Ou mais simplesmente a Cidade do Cabo que ganhou esse nome no dia em que o navegador português conseguiu dobrar as suas águas revoltas e rodou para o Oriente, em 1486. Duzentos anos depois, a cidade estava dominada pelos holandeses que a fizeram a mais importante da região, graças à instalação de um porto natural. É portanto normal que ainda hoje a cidade tenha uma vasta gama de transportes marítimos e seja destino de muitos iates e navios de cruzeiros. Durante o século passado, ficou famosa por acolher grande parte dos dirigentes e militantes que combatiam o regime do ‘apartheid’. Entre eles, Nélson Mandela que acabou Como ir por ficar preso na ilha Robbe, apenas a 10 km da costa da cidade. Era aqui que estava edificada uma prisão para presos. Hoje, a ilha é uma das principais atracções. Foi considerada Património da Humanidade, pela UNESCO, em 1999. A prisão encerrou e é agora um museu que retrata parte da história da África Sul. Mas a ilha não é ‘política’: é igualmente um santuário natural para muitas espécies, tanto marinhas como terrestres. Na parte norte, podem ser encontradas 132 espécies de aves diferentes, como, por exemplo, o pinguim-africano que já esteve ameaçado de extinção. Focas, baleias, golfinhos, tartarugas, lagartos e avestruzes são os mamíferos que se podem encontrar na ilha. Muitos destes animais são também visíveis em toda a costa da Cidade do Cabo. Toda a cidade está virada para o mar. Começa aí uma das suas maiores atracções. Como ainda é uma das cidades mais importantes, financeiramente, os investimentos no turismo não têm parado. Mas a cidade, umas das famosas sul-africanas, não está limitada às praias. Apesar de elas serem o seu verdadeiro ex-libris, sobretudo depois do National Geographic ter considerado que a Cape Town possuía um das 10 melhores praias do mundo. Os amantes das bicicletas Onde ficar Hotéis para todas as bolsas Via aérea Através das companhias TAAG e Soouth African Airways. O bilhete de passagem custa 650 dólares 54 Há, ao todo, registados 262 hotéis em toda a Cidade do Cabo e na ilha de Robben. Os preços variam entre os 12 dólares por noite aos quase 300. Dos mais baratos, o Sunflower Stop, numa das montanhas que cercam a cidade, e o Bohemian Lofts são os que apresentam melhores preços. Cada noite, numa destas unidades, pode ficar entre os 15 dólares e os 50. Depois, a preços convidaditvos para bolsas magras, ainda há o Green Elephant e o Ashtani. Mas há dezenas de hotéis com preços semelhantes. Para bolsas mais recheadas, recomenda-se o Westin Cape Town e o Victória e Alfred Hotel. Ambos virados para o mar, proporcionam todo o luxo habitual em unidades desta categoria. garantem que é umas das mais estimulantes para passear, porque tem estradas largas, espaços unicamente para bicicletas e com poucos declives. Mas à volta, toda a cidade está protegida pela Tábua do Cabo, uma cadeia de montes que a protegem dos ventos e que são locais de visita obrigatória. Quem gosta da noite destaca-a pelas múltiplas ofertas entre restaurantes, bares, discotecas e as noites quentes (mas não todo o ano), De facto, as temperaturas atingem números extremos. Está calor todo o ano, com o termómetro a tocar os 40 graus, mas a temperatura mínima pode baixar do zero e isso tudo no mesmo dia, especialmente, em Julho e Agosto. Os melhores meses para passar férias são os de Dezembro a Março. Cidade considerada limpa, Cape Town é governada por um conselho de 210 membros que tratam de cuidar da sua “localidade”, deixando-a suficientemente agradável, não só para os seus mais de dois milhões de habitantes, como para os milhares de turistas que a visitam todos os dias Liberdade – auto-biografia de Nélson Mandela” O primeiro presidente sulafricano, Nélson Mandela, relata toda a sua história neste livro. Grande parte desta auto-biografia é também o relato de como se vivia em Cape Town e na ilha de Robben. Foi aliás nesta cidade, na varanda principal do edifício da Câmara Municipal que Nelson Mandela fez o seu primeiro discurso público, dia 11 de Fevereiro de 1990, horas depois de ter sido libertado em que terminou um cativeiro de 27 anos. Gastronomia Este povo conta com pratos tradicionalmente africanos como o “pap” (purê feito com farinha de milho), o frango com curry, o “babotie”, espécie de lasanha recheada com carne e passas e o “boerewors”, linguiça picante é obrigatório em qualquer churrasco. 55 A Fechar Quinta-feira 4 de Outubro 2012 | DESTAQUES Sociedade Caderno do estudante Sociedade A Associação LARDEF luta por dar dignidade aos deficientes. Em 10 anos de vida, já pode contar histórias que a deixam orgulhosa. Págs. 8 e 9 O ensino obrigatório das línguas nacionais, no Ensino Superior, causa polémicas. Sobram argumentos a favor e contra a medida Págs.26 A SOS Habitat quer fazer de ‘ponte’ entre o Estado e quem precisa de casa. A organização garante lutar por habitações condignas, por isso, não é contra as demolições Pág. 7 Campeão a três jornadas do fim Libolo leva Girabola pela segunda vez a Calulu O Recreativo do Libolo revalidou este domingo o título de campeão nacional de futebol, a três jornadas do fim do Girabola, dada a derrota sofrida (0-2) pelo 1.º de Agosto, segundo classificado, frente ao Atlético Petróleo de Luanda (Petro). A formação da província do Kwanza Sul foi muito regular ao longo da prova, somando 18 vitórias, oito empates e apenas uma derrota, para um total de 62 pontos, mais 10 do que o 1.º de Agosto, após 27 jornadas. O Petro de Luanda, que “facilitou” o Libolo a confirmar o título, complicou a vida aos militares, com uma estratégia que dificultava o jogo ofensivo da equipa de Romeu Filemon. A formação militar não encontrava soluções para parar o trio de ataque petrolífero (Mabiná, Job e Love). O 1º de Agosto dispôs da melhor situação aos 27 minutos por Amaro que, servido por Bua, rematou para a defesa de Lamá. No segundo tempo, o Petro de Luanda voltou a dominar o jogo, explorando as facilidades da equipa adversária (linhas de passes e transições defesa-ataque). Os petrolíferos chegaram ao primeiro golo aos 69 minutos por Mabiná, num trabalho de Job na ala esquerda. Depois do golo, a formação do Eixo Viário não virou a cara a luta, conseguindo o tento da tranquilidade, aos 89 minutos por Job. Mabiná teve mérito no segundo golo. O Petro de Luanda redimiu-se da derrota na primeira volta frente ao 1º de Agosto, por 2-0. Ao 1.º de Agosto, Kabuscorp, com 48 pontos, e Petro, com 46 pontos, resta agora lutarem pelo segundo lugar, que dá acesso às competições africanas. Nacional de Benguela e Sporting de Cabinda cumprem apenas formalidades, enquanto Académica do Soyo, Recreativo da Caála, Santos FC, Benfica de Luanda e Sagrada Esperança lutam para se manter na primeira divisão. Uns melhores colocados do que outros, mas todos com a mesma preocupação, fugir da zona de aflição. A jornada 27 foi fértil em golos (31), batendo o recorde das rondas já disputadas no campeonato. Fotos de Mário Mujetes Contrastes Boutique ambulante no Catambor vale muito. Mas não custa nada! Boutique na Vila Alice