Síria: Primeira mesquita no mundo dedicada a Virgem Maria.

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Síria: Primeira mesquita no mundo dedicada a Virgem Maria.
Síria: Primeira mesquita no mundo
dedicada a Virgem Maria.
Damasco (RV)– Justamente em um dos países onde a liberdade religiosa está mais seriamente
ameaçada, foi construído o primeiro lugar de culto do mundo islâmico dedicado a Virgem Maria.
Trata-se da nova MesquitaAl-Sayyida Maryam,
localizada na cidade costeira de Tartous, segundo
porto da Síria, inaugurada no último sábado (6/6). AlSayyida Maryam é um dos diversos nomes árabes da
Mãe de Jesus, como recordou na cerimônia de
inauguração o Ministro para os Bens religiosos e
Culturais, Mohammad Abdel-Sattar al-Sayyed. Esta
iniciativa – disse ele – é “um sinal da abertura
daquele Islã afastado das desvios e extremismos”. O
Delegado do Patriarcado Maronita de Tartous e
Lattakia, Antoine Dib, também presente na
cerimônia, declarou-se “orgulhoso pela iniciativa”, desejando que o gesto possa representar uma
esperança de paz para cada lugar do país. A dedicação de uma mesquita a Nossa Senhora poderia
parecer um anacronismo, mas não é. No Alcorão, de fato, existe uma autêntica veneração a Virgem
Maria. Um dos maiores estudiosos católicos contemporâneos sobre este tema, o franciscano
florentino Giulio Basetti-Sani (1912-2001), discípulo do orientalista Louis Massignon, dedicou a sua
vida à difusão do conhecimento sobre a religião islâmica, sentida por ele como uma “fé irmã”. Um de
seus conhecidos livros intitula-se “Maria e Jesus filho de Maria no Alcorão”. Após séculos de
incompreensões e preconceitos, o religioso desenvolveu sua obra na esteira de São Francisco de
Assis e de seu programa missionário voltado ao encontro com os muçulmanos.
A teologia muçulmana não concebe Deus como pessoa. Assim nos seus 99 nomes, falta a palavra
“Pai”. Portanto, impensável também um “Filho de Deus”. A Virgem Maria, no entanto, é apresentada
como “escolhida por Deus” e “eleita entre todas as mulheres da Criação” (Sura 3,42). Jesus não é
filho de Deus, mas “filho de Maria” (‘Isa ibn Maryam’), lê-se nos versículos 34-36 da Sura 19, onde é
narrado o acontecimento de uma virgem que, afastando-se da família, tem um filho (‘Masîh’, o
‘Ungido’, um dos nomes tradicionais de Jesus), ‘dom’ de Alá que ‘cria aquilo que quer’.
A este respeito, recorda-se que já há alguns anos no Líbano, o 25 de março (Festa da Anunciação
para a Igreja Católica) foi proclamado, após longas tratativas conduzidas pelo Comitê islâmicocristão, Festa Nacional.
O fundador do Instituto da Caridade, o beato Antonio Rosmini-Serbati (1797-1855), um dos maiores
filósofos italianos do século XIX, foi autor da obra “As cinco chagas da Santa Igreja” (1832). Neste
período pré-Concílio, quando os seguidores de Maomé eram colocados pela Igreja entre os “infiéis”,
seguidores de uma “falsa religião”, Rosmini, apoiado pelo Cardeal Castruccio Castracane dos
Antelminelli, publicou o texto “Sobre testemunhos dados pelo Alcorão a Virgem Maria”,
desconsiderado na época, mas que no decorrer do tempo e ainda hoje desempenha um papel no
diálogo inter-religioso a partir do reconhecimento comum da maternidade de Maria (sancionada pelo
Concílio de Éfeso, em 431). (JE/Vatican Insider)
fonte: br.radiovaticana.va/

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