baixe aqui! - 2ª Coletânea Encontro de Escritores
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Mauro De Marchi Organizador 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL 1ª Edição Alfredo Wagner / SC Mauro Frederico De Marchi 2013 1ª Coletânea “Encontro de Escritores” Homenagem a Mário Carabajal Organizador Mauro De Marchi Os textos publicados nesta 1ª Coletânea “Encontro de Escritores” pertencem a seus respectivos autores e a sua publicação foi autorizada ao ser feita a inscrição para esta coletânea. É proibida a reprodução total ou parcial da obra ou de textos avulsos, exceto, no caso de textos avulsos, quando submetida a autorização de cada autor. Revisão: autores Diagramação e Capa: Mauro De Marchi AUTORES: Ada Beatriz Medina (Argentina) – Adair Philippesen (Rio Grande do Sul) – Amosse Mucavele (Moçambique) – Bertolina Maffei (Santa Catarina) – Carmen Gomes (Rio Grande do Sul) – Carol Pereira (Santa Catarina) – Chélida Cechetto (Santa Catarina) – Clóvis Ribeiro de Oliveira (São Paulo) – Daniela Bunn (Santa Catarina) – Danielli Rodrigues (Paraná) – Edgar da Silveira Maciel (Santa Catarina) – Edilde Da Conceição Candido (Rio de Janeiro) – Fabiana de Almeida (São Paulo)- Geraldo José Sant´Anna (Goiás) – Geraldo Magela Vianna (Espírito Santo) – Giovana Maria Figueiredo Junckes (Santa Catarina) – Hilário Dewes (Rio Grande do Sul) – Ivone Daura da Silva (Santa Catarina)- José Carlos Moutinho (Rio de Janeiro) – Lionizia Goyá (Goiás) – Luiz Arthur Montes Ribeiro (Santa Catarina) – Manecas Cândido (Moçambique) – Marcos Tadeu Demarchi (São Paulo) – Maria Celeste Maffei Demarchi (Santa Catarina) – Maria Luiza Vargas Ramos (Santa Catarina) – Mauro Frederico Demarchi (Santa Catarina) – Mercedes Knauber Brandão (Paraná) – Regina C. Drumond (Minas Gerais) – Renata Carone Sborgia (São Paulo) – Roberto Ferrari (São Paulo) – Salete Aparecida Bueno Oliveira Fochezatto (Santa Catarina) – Sandra Regina de Mello (Santa Catarina) – Silvia Araújo Motta (Minas Gerais) - Wilhan Eduardo de Souza (Santa Catarina) -2- Índice Apresentação.................................................................................................6 Síntese dos Princípios, finalidades e objetivos da ALB............................6 História Encontro de Escritores..................................................................6 Homenagem a Mário Carabajal..................................................................9 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Biografia dos Escritores Participantes.......................................................13 • Ada Beatris Medina......................................................................15 • Adair Philippesen.........................................................................15 • Amosse Mucavele.........................................................................15 • Bertolina Maffei............................................................................15 • Carmen Gomes..........................................................................16 • Carol Pereira.................................................................................16 • Chélida Cechetto..........................................................................17 • Clóvis Ribeiro de Oliveira...........................................................17 • Daniela Bunn................................................................................17 • Danielli Rodrigues.......................................................................17 • Edgar da Silveira Maciel..............................................................18 • Edilde Da Conceição Candido....................................................18 • Fabiana de Almeida......................................................................18 • Geraldo José Sant´Anna..............................................................19 • Geraldo Magela Vianna...............................................................19 • Giovana Maria Figueiredo Junckes............................................19 • Hilário Dewes...............................................................................19 • Ivone Daura da Silva.....................................................................20 • José Carlos Moutinho..................................................................20 • Lionizia Goyá................................................................................20 • Luiz Arthur Montes Ribeiro........................................................21 • Manecas Cândido.........................................................................21 • Marcos Tadeu Demarchi..............................................................21 • Maria Celeste Maffei Demarchi..................................................21 • Maria Luiza Vargas Ramos..........................................................22 • Mauro Frederico Demarchi.........................................................22 • Mercedes Knauber Brandão........................................................22 • Regina C. Drumond.....................................................................22 • Renata Carone Sborgia................................................................23 • Roberto Ferrari.............................................................................23 • Salete Aparecida Bueno Oliveira Fochezatto.............................24 • Sandra Regina de Mello...............................................................24 • Silvia Araújo Motta......................................................................24 • Wilhan Eduardo de Souza...........................................................25 - Textos Coletânea........................................................................................27 • Dolor de Madre – Ada Beatriz Medina......................................29 • O Circulo Vicioso de Yanna – Adair Philippsen.......................30 • Novo Projeto Sureal – Amosse Mucavele..................................31 • O Poeta escreve com a alma e o coração - Bertolina Maffei....33 • Um certo dia – Bertolina Mafei..................................................34 • Segredos e Pecados! O sangue do filho – Bertolina Maffei......36 • A Liberdade de Bita – Carmen Gomes......................................38 • A Notícia – Carmen Gomes........................................................38 3 -4- • Lembranças – Carmen Gomes....................................................39 • Os Portais – Carol Pereira...........................................................40 • As verdadeiras deficiências humanas – Chélida Cechetto.......42 • Encontro de Escritores – Clóvis Ribeiro de Oliveira................43 • Medo e estranhamento na literatura infantil – Daniela Bunn......44 • Espelho – Danielli Rodrigues......................................................49 • Prematuro – Edgar da Silveira Maciel........................................50 • Metade – Edgar da Silveira Maciel.............................................50 • Saudades – Edilde Candido.........................................................51 • Cotidiano – Fabiana de Almeida................................................52 • Saudades de mim – Geraldo José Sant´Anna............................53 • História rubra – Geraldo José Sant´Anna.................................54 • Três Histórias do Zezé – Geraldo Magela Viana.......................55 - José e a Reforma Ortográfica..........................................55 - Tô indo Pra Caratinga.....................................................56 - Dia de Tempestade..........................................................58 • Menina do Interior – Giovana Maria Figueiredo Junckes.......61 • Meu Pai – Giovana Maria Figueiredo Junckes..........................61 • Alegrias de um professor – Giovana Maria Figueiredo Junckes..62 • Nasce mulher desejada homem – Hilário Dewes.....................64 - Esperando mulher, nasce homem..................................65 • Rugas da Saudade – Ivone Daura da Silva.................................66 • O leitor digital adquire conhecimento? – José Carlos Moutinho..67 • Viver – Lionizia Goyá..................................................................69 • Moca – Lionizia Goyá..................................................................69 • Para Você meu amor – Luiz Arthur Monstes Ribeiro..............70 • Subúrbio – Manecas Cândido.....................................................71 • Querença – Manecas Cândido....................................................71 • M´Wali – Manecas Cândido........................................................71 • Regadio de Tewe – Manecas Cândido........................................72 • Coqueiral da Zambézia – Manecas Cândido.............................72 • Você tem problemas? E eu com isso? – Marcos T. Demarchi.......73 • Qual o resultado do esforço aplicado? – Marcos T. Demarchi.....75 • O Dinossauro e a Joaninha – Maria Celeste Maffei Demarchi.....78 • Festa no Céu – Maria Luiza Vargas Ramos................................79 • A Revolução das abelhas – Mauro Frederico Demarchi..........80 • Eu – Mercedes Knauber Brandão................................................92 • Gestão de talentos na dança das mudanças – Regina C. Drumond.....93 • Chances – Renata Carone Sborgia..............................................97 • Confissão – Roberto Ferrari........................................................98 • Canção do Coração – Roberto Ferrari.......................................98 • Passageiro na neblina – Salete Ap. B. Oliveira Fochezatto........99 • Menina Mulher – Sandra Regina de Mello................................100 • Solidão - Sandra Regina de Mello...............................................100 • Acrósticos – Sílvia Araújo Motta................................................102 - Manuela Cacilda Carabajal Lopes..................................102 - Miguel Máximo Angels Robles Tejad............................103 - Carlos Reinaldo Carabajal Lopes...................................104 - Afonso Augusto Moreira Pena.......................................105 - Hino da Academia de Letras do Brasil Seção Minas Gerais....106 • As várias faces da Justiça e sua Objetividade - Wilhan E. de Souza......................................................................................................109 • Academia de Letras do Brasil – Escritores da Ordem de Platão – Mário Lopes Carabajal..................................................111 Mauro Frederico Demarchi APRESENTAÇÃO DA 1ª COLETÂNEA E HISTÓRIA DO ENCONTRO CATARINENSE DE ESCRITORES Homenagem a Mário Carabajal Homenagear o Presidente Nacional da ALB é uma questão de honra. Desde seu primeiro contato com o “Encontro Catarinense de Escritores” pode Mário Carabajal estreitar amizades e fortalecer laços de conhecimentos e pontos de vista comuns. Escolhemos duas escritoras para homenageá-lo: a Poeta Sílvia de Araújo Motta, a rainha dos Acrósticos com mais de 5 mil publicações poéticas em 42 publicações, que escreve a biografia de Mário Carabajal em Acróstico e Lionízia Goyá, escritota e pintora que publica na contra-capa o quadro do presidente da ALB, sua obra mais recente. Mário Carabajal Lopes ao lançar o projeto ALB, uma academia que reunisse escritores de todos os quadrantes do Brasil, ele inseriu na vida literária, política e social brasileira, o escritor, tantas vezes desprezado e esquecido. Incansável em seu peregrinar pelo Brasil em busca de intelectuais que pudessem cerrar fileiras consigo para a batalha pela cultura. De todos os cantos do Brasil foram surgindo escritores que, despertados por seu idealismo brilhante, aderiram aos princípios da Academia de Letras do Brasil e constituíram associações em suas cidades e estados. 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Apresento a 1ª Coletânea “Encontro de Escritores”, homenagem a Mário Carabajal, Presidente Nacional da Academia de Letras do Brasil. “Encontro de Escritores”... por que nomear assim uma coletânea quando teriam tantos nomes e assuntos que poderiam figurar neste título? Em 2005 nasceu a ideia de iniciar um encontro de escritores em Alfredo Wagner, pequena cidade da Serra Catarinense. O primeiro encontro, realizado com poucos escritores, foi um grande passo. Outros se seguiram e este ano de 2013 será realizada a 5ª edição do Evento. “Encontro de Escritores” ficou como um slogan que permaneceu, gerando o site http://encontrodeescritores.com.br onde são divulgadas inciativas culturais em todo o Brasil. Como num encontro de escritores, onde a diversidade literária é a nota tônica, também nesta coletânea a mistura de estilos e temas é o que sobressai. Futuras coletâneas terão temas diferenciados. Por isto nesta coletânea o leitor encontrará contos, poesias, poemas, história, causos, acrósticos, crônicas etc. Encontrará textos de escritores de vários Estados e Municípios brasileiros, de dois países, Argentina e Moçambique e de várias idades, sendo que a mais nova tem 11 anos e prefere livros à televisão. 5 Desejamos que cada município brasileiro tenha uma seccional da Academia de Letras do Brasil e que ali seja um foco de luz intelectual que ilumine as consciências em busca de um futuro melhor para nossa Nação. Abaixo palavras do Prof. Dr. Mário Carabajal Ph.D, Ph.I sobre os príncipios e finalidades da ALB: SÍNTESE DOS PRINCÍPIOS, FINALIDADES E OBJETIVOS DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL Através da escrita, palestras e conferências dos escritores Membros da Academia de Letras do Brasil, disponibilizamos à população brasileira e Mundial, as bases educacionais, culturais e científicas de evolução média humana, social, política, técnica e profissional - em harmonia com a Natureza e as outras espécies animais que dividem com o homem o Planeta. Objetivamos interpretar e redimensionar paradigmaximizativamente, em assertivas, as distorsões conceituais inconscientemente difundidas, assimiladas e incorporadas à práxis humana, social e institucional. Propondo-nos auxiliar ao redirecionamento do axiológico improfícuo e contra-educacional às classes analíticas, esclarecidas e formadoras dos seres individuais e da opinião pública. Áptas à reversão das inferências involutivas. Entre outras metas da ALB, definimos a formação de elos concretos entre a produção mental, decodificada literariamente, criativa ou observável, com os meios e recursos de possibilidades à reversibilidade dos males que afligem a Humanidade. Por fim, vibramos em participar ativamente da história de nossa contemporaneidade, invocando para o futuro da Humanidade, sonhos, ideais e realidades de prosperidade duradoura, sob bases sólidas e materializadoras, só conquistadas se alicerçadas nos princípios da verdade e determinação da vontade. As seccionais internacionais, estaduais e municipais devem observar para que seus Estatutos não firam ou confrontem-se com as máxima, ideais e diretrizes do paradigma estatutário, regimentar e normas de orientações do Setor de Normas e Procedimentos da ALB. História do Encontro Catarinense de Escritores -6- A história é antiga e cheia de dificuldades. Em janeiro de 2005 recebi o convite para participar do encontro de escritores em Sorocaba. O organizador do Encontro, Douglas Lara, ativista cultural de Sorocaba me incentivou a realizar um encontro semelhante aqui em Santa Catarina. Conversei com minha família, com amigos e, depois de algumas dificuldades, lançamos o I Encontro Catarinense de Escritores de Alfredo Wagner e Região. Fiz uma busca demorada pela internet para descobrir se havia ocorrido algum encontro com essa denominação. Descobri um Encontro Catari- nense de Escritores realizado em Blumenal em 1996. Não queria que o evento parasse no primeiro, mas que crescesse e se transformasse num evento internacional, a exemplo de outras pequenas cidades brasileiras que se destacam no turismo literário. Acrescentei “de Alfredo Wagner e Região” para poder divulgar mais a pequena e acolhedora cidade. Nasceu assim o ENCONTRO CATARINENSE DE ESCRITORES e o I ENCONTRO INTERNACIONAL DE ALFREDO WAGNER E REGIÃO. 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL O I Encontro Catarinense de Escritores de Alfredo Wagner e Região, realizado em 2005, reuniu alguns escritores das cidades vizinhas. Eramos 7 escritores e escritoras. Uma semana de encontro com reuniões todas as noites, sendo que, na primeira noite os escritores foram recebidos na Biblioteca Pública Municipal para um vinho literário logo após a sessão de abertura do Encontro. É preciso lembrar que neste I Encontro esteve presente o saudoso Maestro José Acácio Santana que regia o Coral Municipal de Alfredo Wagner o qual abrilhantou e encantou a todos durante sua apresentação. Outra noite foi reservada para a apresentação do grupo de danças alemãs formado por crianças da praça que se apresentaram e engajaram a todos a dançar também. Durante toda a semana houve exposição de livros na Praça da Bandeira e a noite apresentações culturais e artisticas. Foi uma primeira experiência que nos ensinou os erros e acertos e nos proporcionou subsídios para os próximos encontros. O II Encontro Catarinense de Escritores aconteceu em 2010 já com a parceria da Academia de Letras do Brasil tendo a presenda do Presidente Nacional, o Dr. Mário Carabajal Lopes e do então Presidente Estadual Miguel João Simão. Um ciclo de palestras trouxe a Alfredo Wagner na Serra Catarinense, Fídias Teles, William Brenuvida, Ramiro Vieira Neto, Dalvina de Jesus Siqueira. Presença marcante também foi do poeta Mendes Dutra do Maranhão que aqui lançou seu livro Divino Tinto. Durante o Encontro de Escritores foi entregue diplomas de reconhecimento a diversas personalidades alfredenses. O III Encontro Catarinense de Escritores e I Encontro Internacional de Escritores de Alfredo Wagner e Região ocorreu em 2011. A Natureza colaborou permitindo que a chuva desse uma trégua para que os visitantes pudessem usufruir as belezas naturais e culturais de nosso município. A Dra. Lorena Ballensifer Ellis, do Queensborough Community College, da Universidade da Cidade de Nova York, vinda dos Estados Unidos especialmente para o Encontro deEscritores falou sobre a Revista Virtual de Cultura Iberoamericana e da pesquisa realizada para atualizar o banco de dados do site: http://www.qcc.cuny.edu/foreignlanguages/rvci/pagina1.html. Alunas do Curso de Letras da Universidade do Planalto Catarinense ministraram excelentes palestras. Foram elas: Carina de Souza de Oliveira Stange; Míriam Aparecida de Oliveira Olegário e Mariana Marcon Pacheco, com o tema “As crônicas machadianas e a possibilidade da sua leitura”. Schirlei Braz de Souza, coordenadora do Curso de Letras da UNIPLAC 7 fez a apresentação da Universidade e das alunas. A psicóloga e escritora Regina Drumond, veio de Belo Horizonte para nos dar uma excelente palestra sobre motivação e Rafael Reinehr, Editor, escritor, médico, fotógrafo, cineasta, músico e empreendedor cultural e social também proferiu uma excelente palestra. Mais uma vez contamos com a presença do Presidente Nacional da ALB, Prof. Dr. Mário Carabajal Lopes. O IV Encontro Catarinense de Escritores foi um encontro entre amigos. Alguns novos que ainda não conhecíamos e outros que estávamos revendo. O evento não começou no dia 23 de novembro, como esperávamos. Amigos, escritores e palestrantes do litoral não apareceram. Suspendemos a programação e fomos festejar com os escritores que estavam aqui em Alfredo Wagner. O local escolhido foi o Restaurante Mercado de Sabores, um saboroso e encantador restaurante mantido por Ana e João Martins. A confraternização foi especial e muito agradou a todos. Poesias, músicas e, principalmente, deliciosa comida. A noite foi proveitosa e muito gratificante. No dia seguinte pela manhã os escritores foram até a Rádio Comunitária Nascente do Vale para uma entrevista enquanto começavam a chegar os escritores de outros pontos do Estado. A tarde deste segundo dia foi cheio de atividades, palestra do Prof. Nereu do Vale Pereira, da Da. Teresinha de Andrade Viecelli, alfredense de origem, mas que mora em Brusque. O Grupo de Danças Alemãs e o Coral Bom Jesus da Matriz Católica de Alfredo Wagner fizeram belas apresentações entre uma palestra e outra. A diplomação dos visitantes e escritores presentes foi uma linda ocasião para fotos e flashes. Uma surpresa estava reservada para os escritores presentes: a presença do Príncipe Dom Alexandre Carvalho e do Conde Dom Osvaldo Junior. Motivo: fazer a investidura de novos cavaleiros. Foram agraciados com as Comendas e Títulos Honoris Causa as seguintes pessoas: Altair Wagner, Nivaldo Bardt, Fídias Teles, Raymond de Souza, Dalsi Schneider Filho, Isaque Borba e Mauro Demarchi. As presenças simples e cativante do Príncipe e do Conde encantaram a todos. O encerramento do IV Encontro Catarinense de Escritores foi com chave de ouro: A Sessão Solene da Associação Academia de Letras do Brasil/ SC municipal Alfredo Wagner. A sessão ficou registrada na história da Academia pois contou com as presenças de Sua Alteza o Príncipe Dom Alexandre Carvalho e do Conde Dom Osvaldo Junior. Foram empossados, por ordem de cerimonial: Daniela Bunn, Chélida Cechetto, Sandra Regina de Melo e Juliano Norberto Wagner. Já estamos organizando o próximo V Encontro Catarinense de Escritores para o qual convidamos o leitor muito especialmente. A Capital Catarinense das Nascentes está de braços abertos para recebê-lo. -8- Sílvia Araújo Motta MÁRIO ROBERTO CARABAJAL LOPES PROFESSOR - CIENTISTA - DOUTOR MÁRIO CARABAJAL Homenagem Acróstica-biográfica Nº 2396, Mário Carabajal em Curriculum Vitae atualizado em 2013: Pintura por Lionizia Goyá Homenagem Acróstica-biográfica Nº 5051 Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil(*) M-Mário R.Carabajal Lopes,Presidente-Fundador da Á-Academia de Letras do Brasil/Roraima;Sede:Brasília; R-Registrada em Boa Vista, 1º de janeiro de 2001; I-Instituição de Cultura e Formação Superior: O-Ostenta o caráter internacional, na realização. R-Reconhecido Autor, Cinesiólogo “Educador Físico” O-O Especialista em Metodologia Científica, B-Benfeitor Humanitário, Psicanalista Clínico. E-É Mestre em Técnica e Prática da Psicanálise Clínica, R-Respeitável Doutorando em Medicina Psicossomática. T-Tem Cursos, Formação e Pós-Graduação, em diversas, O-Ótimas Instituições de Ensino Superior/BR e exterior... C-Citamos Universidad de los Pueblos de Europa España, A-American World University “Lowa City”. ( EUA ) R-Registros na Universidade Federal de Roraima, A-Amazonas, Rio Grande do Norte,São Paulo,Campinas, B-Brasília,São Paulo e outras Escolas de Ensino Superior: A-A Escola Superior de Psicanálise Clínica do Rio de J-Janeiro, Escola Paulista de Medicina, Escritor, A-Atualmente, de vinte e três livros-solo, de grande valor, L-Livros adotados em Universidades do Brasil e Europa. L-Livro adotado na Universidade de Castilla, España: O-O “Paradigma Psicomaturacional da Consciência Humana” 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Homenagem a 9 P-Pelo Departamento de Antropologia Social. Na França, E-Ecoa propostas culturais,apoiado pela Embaixada no Brasil. S-Sua experiência vital é de suma importância mundial. P-Presidente Pró-Tempore do Conselho Nacional, R-Representante das Academias de Letras do Brasil; O-O Presidente do Conselho Editorial da Revista Científica, F-Feita no Brasil; Membro da Academia Roraimense de Letras, E-E Sociedade Científica de Psicanálise Clínica; S-Sábio, sério, Membro Consultor no Ministério da S-Saúde, do Departamento de Doenças Crônico-Degenerativas; O-Atuante e respeitado ex-Membro do Conselho Nacional R-Referência de Tecnologia Educacional/MEC/Brasília. C-Cientista Político, Social e Educacional,Amado filho da I-Imortal Dra. Manoela Cacilda Carabajal Lopes: Técnica E-Em Enfermagem-Professora-Doutora Honoris Causa N-Na Psicanálise Clínica/CRPC e em Filosofia Univérsica/ALB; T-Traz lembrança do pai jornalista: Sr.Olegário Robaina Lopes! I-Importante Mestre e Doutor em Psiconeurofisiologia; S-Seu Doutorado também em Relações Internacionais/UAA; T-Tem Especialização em Controle da Gestão Pública/UFSC e, A –Ainda Neurociências, curso da Edumed/Rio de Janeiro. D-Doutor Mário Carabajal, nascido em 4/5/58,Bagé, (RS) O-O exemplo digno da Cooperação Científica Cultural, U-Universal, Imortal, inconfundível, internacional, T-Tem a comunhão, com o crescimento do ser humano, O-O ideal sublime superior, nas ordens máximas da vida, R-Reconhecimento e Gratidão. Aplausos de pé! Parabéns. -10- Belo Horizonte, 7 de abril de 2013. Informações curriculares/científicas: 1-Dr. Mário Carabajal é autor das TEORIAS: 1.1-Estágios Psicomaturacionais da Consciência Humana; 1.2-Origem Concreta do Pensamento; 1.3-Diagnóstico Preliminar Psicopedagógico. 2-Em 2013 Dr. Mário Carabajal publicou 23 livros 2.1-- Técnica e Prática da Psicanálise Clínica; 2.2-- Técnica para Analisar Resistências; 2.3-- Evolução Psicomaturacional da Consciência Humana; 2.4- Psicanálise Clinica Instrumental; 2.5-- Dicionário de Psicanálise; 2.6-- Passeio Cultural pelo Globo Terrestre; 2.7-- Educação Ativa; 2.8-- Fenômenos Terapêuticos; 2.9-- Terceiro Milênio; 2.10- Quatro Grandes Temas Educacionais; 2.11-- Medicina Psicossomática; (*) Sílvia Araújo Motta, PhI/ALB-MG-Cadeira 02/maio/2008, Poeta,sonetista,autora de mais de 6mil acrósticos, publicados em 42 livros-solo, em três idiomas. Presidente-Fundadora da ALB-Minas Gerais,/2012; Presidente-Fundadora do Clube Brasileiro da Língua Portuguesa, Parceiro-na divulgação da ALB, desde 2008; Cad. 16/Sócia-Correspondente da ALB-Suíça/março/2012. Membre de l´Académie Mérite et Devouement Français avec L´échelon Médaile d´Argent-/President National Jean Paul de Bernis. Cart. N.41284-Paris/Cerclain Republicain Française:13/2/2012. -//- 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL 2.12-- Fim da Castidade ou da Humanidade; 2.13-- Vidas Eternas. 2.14 a 2.23: Outros. 3-Coautor da [ Anthologie Du Minas Gerais: LES PLUS BEAUX HORIZONS DE LA POÉSIE ET DE LA PROSE. 33º Salon DU Livre-Paris/France-22-25/ March/2013-Organization:Silvia Araújo Motta/BH/Minas Gerais/Brasil ]. (36 autores). http://recantodasletras.uol.com.br/acrosticos/1620144 http://www.academialetrasbrasil.org.br/biografia.htm http://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2013/04/mario-roberto-carabajal-lopes-professor.html 11 -12- Escritores participantes da 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL -14- Ada Beatriz Medina – Nacio em Santiago del Es- Adair Philippesen é juiz de Direito jubilado. Sócio-fundador e ex-presidente da ALMA – Associação Literária Mario Quintana de Santo Cristo-RS. Integrante do Departamento Cultural da AJURIS – Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul. Participante de várias coletâneas de contos e poesias. Autor dos seguintes livros: Naqueles tempos..., Manual dos Juizados Especiais Cíveis, O Assassino de Capacete, Vitral de Letras, Descanso e 80 Contos sem Desconto. Amosse Mucavele nasceu em 1987 em Maputo onde vive, sonha em ser poeta, ensaísta, antologista, tradutor, cronista, é director do projecto de divulgação LiteráriaEsculpindo a Palavra com a Língua , chefe da redacção da Revista Literatas-Revista de Literatura Moçambicana e Lusófona, membro do Conselho Editorial da Revista Mallarmagens-Brasil, Revista Eisfluencias- Portugal, colaborador do Pavilhão Literário Singrando Horizontes - Academia de Letras do Paraná, Jornal Coruja, Revista Triplov e outras, organizou a Antologia da Nova Poesia Moçambicana para a Revista Zunai. Membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni-Minas Gerais, membro da International Writer Association (IWA-Ohio-USA) possui textos publicados em diversos jornais do mundo Lusófono, representou Moçambique na 1 Raias Poéticas - Vila Nova de Famalicão-Portugal Email- amosse1987@yahoo. com.br, [email protected] Bertolina Maffei nasceu em Alfredo Wagner - SC, filha de Elias Maffei e Nilza Kalbusch Maffei, casada e mãe de três filhos, atuou no comércio por mais de dez anos e agora se dedica a pesquisas para seu blog www.beleza-e-natureza. blogspot.com. Em 1996 publicou seu primeiro livro intitulado “Reflexões”, cuja edição está praticamente esgotada. É autora de centenas de poemas e letras de músicas ainda não publicadas. Participa da organização do Encontro Catarinense de Escritores de Alfredo Wagner e Região que desde 2006 é realizado em 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL tero – Argentina. Docente Rural, esto le permitio conocer los mitos, leyendas y costumbres santiagueñas y escribir estos temas. Desde niña ya escribia. Heredo de su padre sus genes el fue um gran escritor. Escribe poesias y cuentos, tiene libros y participo em varias antologias, ganho premios por sus obras, fue distinguida como la Mujer en la Cultura em el Dia de la Mujer por la Camara de Diputados y la Municipalidad. Tambien tiene distincione de la Universidad y de otras províncias. Es organizadora de Encuentros Literários. Es uma de las organizadoras del Encuentro mas importante del Pais y se realiza en Santiago del Estero em Julio. Desde hace años es presidenta del Grupo Literario Reencuentro, uma Instituicion com 27 años al servicio de la cultura. 15 Alfredo Wagner/SC. É fundadora e presidente da Academia de Letras do Brasil/SC municipal Alfredo Wagner. Prêmio Interarte Melhor Crônica 2012. Além de seu livro “Reflexões”, participou das seguintes Coletâneas: “Santa Catarina meu amor”, organizada pelo Prof. Dr. Miguel João Simão, Presidente da ALB/SC; “Joaquim Moncks e Amigos”, organizada pela escritora Neida Rocha da UBE e “Contos de Som e Silêncio - Histórias inspirada em letras de músicas” organizada por Marcelo Spalding. Carmen Gomes, nasceu em 16 de setembro de 1951 na cidade de Taió, Santa Catarina. Atualmente mora em Novo Hamburgo/ Rio Grande do Sul. Cursou Magisterio e Contabilidade. É Vice Presidente da ALVALES (Academia Literária do Vale do Rio dos Sinos) com participação em três Coltâneas: da AGEI, (Associação Gaúcha de Escritores Independentes) com: O Boêmio e Crônicas de Carmen Gomes; da UBE ( União Brasileira de Escritores) com participação de quatro Coletâneas Nacionais e Internacionais; e do Centro Literário de São Leopoldo/RS com paricipação de uma Coletânea. [email protected] Carol Pereira, Uma pessoa que adora viajar, es- crever, ama música, fotografia, jogar futsal, é viciada em séries, é fascinada por tecnologia e encontrou sua vocação lecionando. Tem Bacharelado em Sistemas de Informações pela UNIPLAC e Licenciatura em Informática pela UNIDAVI, trabalha na educação desde o ano de 2009 como Orientadora de Tecnologias Educacionais e como professora de Informática na Escola de Educação Básica Silva Jardim. Sente orgulho em falar para as pessoas que trabalha na mesma escola da rede pública onde estudou, a amada E.E.B. Silva Jardim, que fica em Alfredo Wagner, terra que ela chama de querida, sua terra natal que ela idolatra. Tem uma relação bastante estreita com a tecnologia e as formas de comunicação da nova geração, mantém três blogs, um sobre a Escola de Educação Básica Silva Jardim ( http://eebsilvajardim.blogspot.com.br/); um Jornal Online chamado Etc e Tal, criado em parceria com seus alunos e com o auxílio de seus colegas de trabalho ( http://etcetalojornalintegral.blogspot.com.br/); além de um blog pessoal onde desde 2008 posta seus textos e relatos de suas viagens ( http://carolpereiraa. blogspot.com.br/). Ainda é uma garota cheia de sonhos, que quer dominar vários idiomas e conhecer de perto várias culturas. Além disso, quer sempre ter contato com as formas de arte do seu país e acompanhar a trajetória de sua banda favorita, Kid Abelha. É uma mulher cheia de responsabilidades e anseios, mas que não perdeu o brilho e as expectativas da adolescência. Tem como marcas pessoais ser extremamente crítica, não se mantendo calada diante do que é contra ou acha injusto, sempre lutando pelo que acredita, outra parte evidente de sua personalidade é o bom humor, caracterizado por respostas rápidas sempre arrancando gargalhadas dos que a cercam. -16- Chélida Cechetto Clóvis Ribeiro de Oliveira, nascido em Vi- tória da Conquista, radicado em São Paulo, Clovis é um poeta de nascença. Professor de música, juntou a inspiração para compor mélodias para os poemas próprios e de outros poetas. Participou de antologias poéticas organizadas pela Editora Scortecci. Públicou o primeiro livro em 1986 em parceria com o poeta Milton Santos intitulado: Dia e Noite (Juntos). Daniela Bunn é escritora, ensaísta, professora de Metodologia do Ensino e doutoranda da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Desenvolve pesquisa no campo da literatura infantil. Tem estudos inéditos no Brasil sobre o jornalista, ficcionista e poeta italiano Gianni Rodari (1920-1980), um dos maiores escritores infantis do século Danielli Rodrigues atua como cronista em jor- nais e revistas. É Embaixadora Universal da Paz do Cercle Universel des Embassadeurs de La Paix, Suisse / France. Participa de algumas associações, sendo membro da REBRA, CALON, LITERARTE, ACIMA e coordenadora da AJEB/PR. Possui também algumas atividades em academias, como Comendadora de Londrina da ACCOL, Membro Acadêmica Imortal da FEBLACA, Membro Acadêmica Correspondente da ALAF, Membro Acadêmica Imortal da AACLIG, Membro Acadêmica Correspondente da ALB - Seccional/Suíça, Membro Correspondente da ANBA , Membro Imortal Correspondente Titular da ARTPOP. Escreve poemas, crônicas e contos, tendo suas obras publicadas em jornais, revistas, sites e livros. Em 2012 foi indicada e eleita a receber alguns prêmios, como o Troféu Cecília Meireles promovido na Festa Mulheres Notáveis em Itabira - MG, a Medalha de Mérito Zumbi dos Palmares pela FEBLACA e a Medalha Cultural Salvador Dalí pela ANBA. Em 2013 foi indicada e eleita a receber o Prêmio Melhores Poetas Luso-brasileiro 2012-2013 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL nasceu em 12 de janeiro de 1993, é Alfredense, frequentou a Escola de Educação Básica Silva Jardim e atualmente reside em Rio do Sul/SC, onde cursa faculdade de Administração de Empresas – UNIDAVI. Possui textos publicados nos jornais de Alfredo Wagner e Rio do Sul, ambas as cidades do Estado de Santa Catarina. Possui um Blog chamado “Realidade dos Fatos” http://cheeelidacechetto.blogspot.com.br/ no qual divulga seus textos. É membro da Academia de Letras do Brasil/SC Municipal Alfredo Wagner, sendo a mais nova entre os Acadêmicos, tendo como Patrono seu avô Ângelo Valentim Cechetto. 17 pela Sociedade Cultural de Ilha da Madeira e a Medalha Personalidade 2012 pela ARTPOP. Mestranda em Letras /Estudos Literários - UEL. Edgar da Silveira Maciel é um poeta nato. Pessoa muito simples e pouco ambiciosa, gosta de música, poesia e esportes. É casado, tem três filhas, É professor de Filosofia e Sociologia. Vive em uma cidade pequena do interior de Santa Catarina, que adoraria se vocês pudessem conhecer - www.capitaldasnascentes.org.br - Alfredo Wagner, aqui nascem rios e grandes amizades. Escreve para diversos jornais e para o Recanto das Letras http://recantodasletras. com.br É membro fundador da Academia de Letras do Brasil/SC municipal Alfredo Wagner. Edilde Da Conceição Candido é formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em Pedagogia, fez MBA em Gestão e projetos educacionais pela DDG Consultoria e Administração e Supervisão Escolar pela Universidade Cândido Mendes. Fez o Curso de Literatura infantil ministrado pela Professora Ana Clara Machado; o Curso de Qualidade Total na Educação; o Curso de Contadora de História. É Pós Graduada no Curso de Psicopedagogia. Atualmente leciona no Colégio Esil Educacional na Tijuca, como professora de Português e é Coordenadora Pedagógica no Colégio ADNJR, acumulando também a função de Diretora Adjunta. É Orientadora Educacional do Colégio Mallet Soares em Copacabana. 3 Livros e 4 Antologias Publicados. Fabiana de Almeida nasceu em Atibaia em 03 de -18- novembro de 1973, mas logo sua família se mudou para São Paulo, cidade que considera como ‘terra natal’. Os percalços da vida a levaram a Ribeirão Preto, onde reside há 18 anos. Graduada em Letras pelo Centro Universitário Claretiano e Especialista em Ensino de Língua Portuguesa, Literatura e Redação pelo mesmo Centro Universitário. É professora de literatura e produção de textos para vestibulandos e universitários. É apaixonada por literatura desde as primeiras letras. Filha de pais professores (o pai professor de Língua Portuguesa, Inglês e Francês e a mãe professora de Educação Artística e Desenho), viveu sempre rodeada pela arte. Seu bem mais precioso são os livros que possui em sua biblioteca particular. Não é de se admirar que escreve contos e crônicas desde a infância. Escreve sobre os acontecimentos, emoções e reações do cotidiano, do universo intimista, principalmente o mundo feminino. Possui vários escritos cuja publicação está entre os planos para 2013. Uma de suas crônicas foi publicada pela Editora Scortecci, sob o título “Luzes”, na obra “Antologia Nossa História Nossos Autores”, lançada na Bienal Internacional do Livro de 2012, em São Paulo. Geraldo José Sant´Ana é formado em Matemá- Geraldo Magela Vianna nasceu em Caratinga, Minas Gerais, filho de José da Silva Vianna e Maria Araujo da Silva. Iniciou seus estudos no “Grupo Escolar Menino Jesus de Praga”. Seus pais passaram depois a Ipatinga, onde continuou os estudos na “Escola Estadual Engenheiro Márcio Aguiar da Cunha”. Quando adulto formou-se em Direito. Hoje advoga e reside no município de Aracruz, no Espírito Santo. O gosto pela leitura veio ainda na infância e o interesse pelas crônicas passadas no interior de Minas herdou dos pais, que descendem principalmente de portugueses emigrados à época da ‘Corrida do Ouro’ em Minas Gerais. Ouvindo o pai, que era excelente contador de “causos”, nele se inspirou para recontar simples histórias de gente simples do interior, gente como o próprio autor. Giovana Maria Figueiredo Junckes nasceu em Urubici aos 21 dias do mês de outubro de 67, filha de Jõao Carlos Figueiredo (em memoria) e Nilva Buchling Figueiredo. É casada com o Senhor Evaldo Luiz Junckes, mãe de duas lindas filhas e um lindo filho e tem um neto maravilhoso. Cursou escola educação Basica Silva Jardim até o ensino medio, depois se formou pela instituição de ensino UNIDAVI Campus Ituporanga, em Ciencias Contabeis, É contadora, com especialização em gerenciamento. Funcionaria publica. Escreve para o Jornal Alfredo Wagner e é membro da Academia de Letras do Brasil/SC municipal Alfredo Wagner sendo seu Patrono o Padre Alfons Hazenfratz e sua cadeira é de nº 5. Hilário Dewes é Doutor em psicanálise, cursando pós-graduação em parapsicologia, hipnólogo. É autor dos livros: Cura e libertação no encontro consigo mesmo e Leitura orante da bíblia: como encantar crianças, jovens e adultos pela bíblia, Palavra de Deus. E dos CDs: Caminho interior e libertação; Peso ideal & saúde perfeita. Ministra cursos de parapsicologia, abordagem do inconsciente, Bíblia, e promove retiros e palestras diversas. Promove diversos testemunhos e propostas de encontros bíblicos como 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL tica e Pedagogia, Especialista em Supervisão Escolar. Membro do Clube de Escritores de Piracicaba, União Brasileira de Escritores, Associação Internacional de Escritores e Artistas (Literarte), Academia de Letras de Goiás e Academia de Letras e Artes de Fortaleza (ALAF). Autor dos livros “Análise Combinatória e Probabilidades”, “O Voo da Cotovia”, “Pai´é” e “Encantamento”, além de participação em mais de trinta Antologias. É colunista do Jornal “Quatro Páginas”, do município de Bebedouro. Colunista Oficial do Portal Educação (http://www.portaleducacao.com.br).Várias premiações literárias. Autor do blog http://profgeraldojsantanna.blogspot.com. 19 lazer. Ele afirma haver em seguida a esses encontros uma grande transformação pessoal. www.hilariodewes.com.br - [email protected] Ivone Daura da Silva é araranguaense, Profes- sora, Escritora, seu hobby escrever poesias na calada da noite. Quatro livros publicados: romances “O Mundo de Ales e Mistérios da Vida”, prosa e poesia “Momentos”, infantil “O Cantinho dos Sonhos”. Têm participação em dez Antologias entre as quais, três são da Coleção de Caderno de Autoria ( Curso de Escritores) - SESC. P re fa c i ou 10 livros em diferentes temas. Presidente da ALB de Lages - Academia de Letras do Brasil. Sócia da ALE- Associação Lageana de Escritores. Colunista do Site do Portal Lageano.Reside em Lages - SC, desde 1974. José Carlos Moutinho, natural do Rio de Janeiro (7/3/1960), solteiro, é jornalista (Mtb/DRT-RJ 24460) desde 1992, por vocação. Cursou jornalismo até o 6º período (2010) pela Universidade Estácio de Sá. É autor de diversos artigos publicados em órgãos de imprensa, informativos e na web. Entrevistou destacadas personalidades políticas, empresariais e de entidades de classe; participou de grandes reportagens no Congresso Nacional, em Brasília; atualmente edita boletins para entidades de classe, entre outros. Foi programador de computador e é usuário avançado de Internet. Se interessa por questões sociais, gosta de música, leitura, poesias, cinema e Tecnologia da Informação. Pode ser encontrado no Skype: jcmoutinho1 e no [email protected] Lionizia Goyá Graduada em Educação Artística [Licenciatura e Bacharelado], com Especialização em Artes Plásticas, pela UFU/MG; Membro da Alesg-Academia de Letras do Extremo Sudoeste de Goiás. Poeta e contista premiada no I Concurso Nacional de Literatura de Cassu e também no segundo e no terceiro concursos. Tem poemas publicados em jornais e revistas no Estado de Goiás. Exposições: XVI Incontro Internazionale Artisti Brasiliani - Citta di Roma / Centro D’arte La Bitta - set. 1998; Criarte uma confraternização pela arte / Câmara Municipal de Uberlândia/MG dezembro 2000; Identidade Anônima Identidade - Oficina Cultural de Uberlândia/MG-setembro 2002; XIV Semarcult - Semana Artístico Cultural de Caçu/GO -Expoartes - outubro 2003; II Prêmio J. Barbosa de Pintura - Medalha de Bronze - Santa helena de Goiás - abril 2004; Brasilian Art Exhibition - Canning House Gallry/Londonmaio 2004; Exposição de Arte Brasileira UCCLA/Lisboa - maio 2004; Muestra de Arte Brasileña/Casa do Brasil/Madrid - maio 2004. E-mail: lionizia@yahoo. com.br -20- Luiz Arthur Montes Ribeiro é Escritor e Artista Manecas Cândido nasceu a 1 de Julho de 1979 em Quelimane. Moçambique. Publicou O Sentido das Metáforas (2007), Prémio revelação FUNDAC (2005) e co-organizou Memorial 25 anos AEMO, antologias Esperança e Certeza 2 e Da Astúcia a Vingança do Coelho, editadas pela Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) e Associação Pan-Africana de Escritores – Maputo, respectivamente. É docente na Universidade Pedagógica (UP), Delegação de Nampula, e Mestrando em Educação e Ensino de Biologia. Marcos Tadeu Demarchi nasceu em 28 de Dezembro de 1961 na cidade de São José dos Campos, filho de Alcindo Demarchi e Lahir Vano Demarchi - Mora em Caraguatatuba/SP - Brasil. Tem especialização em Gestão Estratégica de Pessoas. pela Universidade Cruzeiro do Sul, UNICSUL, São Paulo, Brasil. Graduação em Técnologia em Gestão Pública, pelo Centro Universitário Módulo, MÓDULO, Brasil. Curso de curta duração em Pesquisa de Mercado. Fundação Getúlio Vargas, FGV. Pós graduando em psicopedagogia institucional. Desenvolve projetos sociais e atividades lúdicas em suas palestras. Maria Celeste Maffei Demarchi, filha de Mauro Demarchi e Bertolina Maffei, nasceu em 2001. Desde os 4 anos participa dos Encontros de Escritores organizados por seus pais e das reuniões da Academia de Letras do Brasil/SC municipal Alfredo Wagner. Prefere os livros à televisão. Estuda na Escola de Educação Básica Silva Jardim. Cria personagens e desenhos aos quais dá vida e uma lição de moral, pois, segundo sua professora de 5ª Série e 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Plástico. Natural de Ponta Grossa Pr. É graduado em Letras Português-Inglês pela Universidade Tuiuti do Paraná; Pós-graduado em Artes Plásticas pela Faculdade de Artes do Paraná, e Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade do Paraná. Tem oito livros publicados. Promoveu exposições de suas obras no Brasil e Exterior. Foi Conselheiro do Conselho Estadual de Cultura e do Conselho Estadual de Educação do Paraná. Com sua vida parano-catarinense (Guaratuba Pr – Itapoá SC) é Presidente da Academia de Letras do Brasil para Santa Catarina Municipal Itapoá, Cônsul para Itapoá pela Associação Internacional Poetas Del Mundo. Recentemente recebeu os seguintes títulos: Doutor em Filosofia Univérsica PhI pela Academia de Letras do Brasil, e Embaixador Universal da Paz pelo Círculo de Embaixadores Universais da Paz França-Genebra/Suíça. É Membro Correspondente Nacional e Ativista Cultural do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais - Sede Nacional. 21 atual Secretária Municipal da Educação de Alfredo Wagner, Dona Valneide da Cunha Campos: toda fábula tem um fim moral. Maria Luiza Vargas Ramos nasceu em Ale- grete-RS, em 09 de novembro de 1952. Formada em Letras, fez Mestrado em Literatura Brasileira na UFSC e Doutorado na UFRGS, defendendo teses sobre a Dramaturgia de Nelson Rodrigues. Tem dois livros de crônicas publicados – “Gazeteando” e “Simplesmente Maria” – e participou de diversas antologias literárias. Mora em Florianópolis-SC e escreve regularmente no blog “Simplesmente Maria” – http://cinquentinhas.blogspot.com. Mauro Demarchi é escritor, produtor cultural, membro fundador da Academia de Letras do Brasil/ SC Municipal Alfredo Wagner. Autor do livro “Aprendendo com as abelhas a viver em sociedade”. É um dos organizadores do Encontro Catarinense de Escritores que já está em sua 5ª Edição. Cavaleiro Comendador na Soberana Ordem da Águia Dourada de Kastoria, Cavaleiro Comendador de Justiça na Soberana Ordem Equestre Príncipe da Paz, Doutor Honoris Causa em História pelo Centro de Estudos Históricos de Kastória, Doutor em Filosofia Univérsica, Ph.I. Filósofo Imortal Honoris Causa pela Academia de Letras do Brasil. Monarquista, Escritor, Editor do Jornal Alfredo Wagner. www.maurodemarchi.com.br - [email protected]. Fundador do diretório municipal do Partido Ecológico Nacional em Alfredo Wagner. Mercedes Knauber Brandão nasceu em Curitiba em 10 de fevereiro de 1949. Formada em Pós-Graduação em Literaturas de Língua Inglesa pela UFPR e Literatura Brasileira pela PUC-PR. Mora em Curitiba. É professora de Idiomas e de Literatura. Faz Artes Visuais e participa de exposições. É autora de inúmeros poemas, crônicas e contos ainda não publicados. Para ser encontrada no e-mail: [email protected] e Facebook: Mercedes Brandão. Regina C. Drumond é natural de Sete Lagoas, Minas Gerais, Brasil Psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica de MG com especialização em Psicologia Industrial e Social. Mestre em Criatividade Aplicada Total pela Universidade de Santiago de Compostela, Espanha Especialização em Qualidade Total no Japão e Coréia pela JUSE pela Japanese Union of Scientists and Engineers. Especialização em Recursos Humanos nos Estados Unidos, Canadá, Austrália pela American Society for Training and -22- Renata Carone Sborgia nasceu em Ribeirão Preto, São Paulo. É bacharela em Direito pela Universidade de Ribeirão Preto, além de ser formada em Letras pela União das Faculdades Barão de Mauá (Uni-Mauá). Mestra em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), Doutoranda em Psicologia e Educação pela Universidade de Harvard, Especialista em Língua Portuguesa e Especialista em Direito Público com ênfase em Direito Constitucional. Pós-Graduada pela PUC/SP E FGV/RJ em Direitos Humanos – Teoria e Prática com MBA em Direito e Gestão Educacional pela Universidade de Ribeirão Preto. Membro imortal da Academia de Educação (ARE). Atua como educadora, escritora, revisora, pesquisadora (USP), consultora/assessora de Português, colunista e autora em vários jornais e revistas impressas e virtuais (internet), bem como professora de Português, Inglês, Literatura e Redação na rede particular de ensino, junto a alunos do Ensino Fundamental, do Ensino Médio, de cursinhos pré-vestibulares, cursos técnicos e de Faculdade. Prepara alunos para concursos públicos. Participou (e participa) em mais de dez antologias com crônicas e poemas. É autora de vários livros com temas ligados à educação, tabagismo, enxaqueca e Língua Portuguesa , como a gramática Português Sem Segredos, Português s/cem Dúvidas e Português – Falar bem e s/cem Problemas, em coautoria, pela Madras Editora. Roberto Ferrari, mais conhecido como o Poeta do Amor é Engenheiro, analista de sistemas, administrador de empresas, poeta, escritor e comunicador. Sempre gostou de escrever desde a juventude, publicou os livros: Sublime Amor, Ventos da Paixão e Identidade Assassina. ALGUMAS ANTOLOGIAS POÉTICAS QUE PARTICIPOU: ß Congresso Brasileiro de Poesia - 2011 - ß Antologia Del Secchi – 2012 - ß Antologia Palavras Desavisadas de Tudo – Editora Scortecci – 2013 - ß Antologia Varal Antológico 3, lançamento em maio / 2013 - ALGUNS 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Development e pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento. Curso de Valores Humanos em Mont Abu na India pela Universidade Brahma Kumaris Professora em Ginástica Cerebral e Liderança Criativa na Universidade de Los Andes, Mérida, Venezuela Pertence ao Conselho Consultivo da UBQ – MG -União Brasileira de Qualidade do Estado de Minas GeraisRealiza Consultoria e Treinamento nas áreas de Recursos Humanos, Qualidade Organizacional, Qualidade de vida e Criatividade Aplicada Total, tendo já atuado em diversas empresas, em diferentes ramos de negócios no Brasil e no Exterior. Trabalhou nas empresas Cia Siderúgica Belgo Mineira e Belgo Mineira Sistemas. Autora de Artigos e Livros nas áreas de Sustentabilidade, Qualidade Organizacional, Criatividade, Liderança e Recursos Humanos, tendo publicado os livros: CCQ – Circulos de Controle da Qualidade, uma realidade brasileira Qualidade total – Revolução Gerencial Qualidade Total – Como fazer no Brasil – Qualidade e Produtividade – Jogos Empresariais, Baralho Mágico dos 5 Sensos Ser eu – Qualidade Pessoal – Aprendendo com prazer: exercícios potencializadores da aprendizagem – Liderança e Sustentabilidade – A sustentabilidade do ser e de ser. 23 PRÊMIOS RECEBIDOS: ß VIII Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus- Texto inédito sobre Jorge Amado - ß Membro da Academia de Letras de Fortaleza - ß Membro conselheiro da Academia Brasileira de Arte Cultura e História - ß Membro da Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture Salete Aparecida Bueno Oliveira Fochezatto conhecida apenas por Salete Bueno é natural de Monte Castelo, SC. Escritora publicou três livros infantis: “As Aventuras de Billy, A Jornada e Surpresa.” Seu livro as Aventuras de Billy foi editado em uma antologia “Escritores de Literatura Infanto –Juvenil de SC,”da escritora: Yedda Goulart para estudos em Escolas. É sócia da ALE – Associação Lageana de Escritores e participou de cinco Antologias desta associação. Seu nome esta presente nos anais da Academia Catarinense de Letras, dentre os autores que escrevem em Santa Catarina. Seus livros trazem referencias aos clássicos da Literatura Infantil. Salete já tem alguns livros escritos, porém aguardando patrocínio. Reside em Lages, SC desde 1984. Sandra Regina de Mello, professora pedagoga formada no curso de pedagogia pela UDESC, pós graduada pela Facvest em interdisciplinariedade, complementeção em gestão escolar e Educação infantil pela Uniasselvi. Leciona na Escola Básica Passo da Limeira e essa é sua maior paixão. Nasceu no dia 06 de janeiro de 1965 e vive em Alfredo Wagner desde então. Em 24 de Novembro de 2012 foi empossada na Cadeira nº 18 da Academia de Letras do Brasil/SC Municipal Alfredo Wagner, tem como patrono seu pai José Lino de Mello. Silvia Araújo Motta é Mineira/Comendadora/ Chanceler, Acadêmica/Escritora/Poeta/Sonetista/Conferencista/Trovadora, Rainha dos Acrósticos com 5 mil publicações poéticas, em 42 livros, três idiomas. Membro Honorário da ANELCA; Membro Correspondente da ALAB: de BÚZIOS; Presidenta do Clube Brasileiro da Língua Portuguesa, Presidente-Fundadora da Academia de Letras do Brasil-ALB-MG; Diretora para Assuntos Institucionais da ALB; Membro Correspondente da ALB-Inter-Suíça; Profa. Dra. em Filosofia Universal; Embaixadora Universal da Paz:{ Cercle Universel Des Ambassadeurs de la Paix-Suisse/France; Pedagogista. Profa. em Língua e Literatura Portuguesa/Inglesa, Filosofia, Psicologia, Sociologia e Metodologia Universitária. Cônsul de Poetas del Mundo para BH/MG e Assessora Internacional da AIPM; pertence à REBRA, ABT-RJ, UBT-BH, ABT-RJ, AMT, CCLB, LITERARTE, ANELCA, Elos Clube da Comunidade Lusíada; UBT/BH; UBT NACIONAL, UBE-SP, AVBL, AVPB, AVSPE, ACCL -24- Wilhan Eduardo de Souza nasceu em Alfre- do Wagner, a Capital Catarinense das Nascentes, fez seus estudos de primeiro e segundo graus na Escola de Educação Básica Silva Jardim e atualmente estuda Direito na FURB Universidade Regional de Blumenau. Escreve para o Jornal Alfredo Wagner e participa pela primeira vez de uma Coletânea. Convidado a participar da Academia de Letras do Brasil/SC municipal Alfredo Wagner, ocupará a Cadeira nº 19. 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL CL, ARCÁDIA/MG, UBE-SP, Fundacion Circulo de Bellas Artes de Venezuela, Union Hispanoamericana de escritores por La Literatura y por La Paz, IWA: International Writers and Artists Association /Ohio/USA e outras Academias de Letras, Ciências e Artes nacionais e internacionais. (Tem mais de 400 condecorações, Medalhas e Troféus). Em Março de 2012 participou do Jantar de Gala e do lançamento da Antologia de Escritores de Minas Gerais, no 32º Salon Du Livre- (Edição bilíngue, Diploma e Medalha de Vermeil em Paris,França). Membro da Académie Internationale Mérite et Devouement Française-Paris. Membro-Embaixadora Acadêmica Brasileira pela Académie Française des Arts Lettres et Culture-Paris/2012. Embaixadora da Académie Francaise des Arts et Letres et Cultures-Paris-Organizadora da Antologia para 33º Salon Du Livre-Março-2013-Paris, com 36 autores. Membro Correspondente da Academia de Letras de Goiás. Prêmio Luso-Brasileiro da Ilha da Madeira em 30-3-2012: ANO do Brasil em Portugal e Portugal no Brasil 2012/2013. 25 -26- 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Textos da Coletânea 27 -28- Ada Beatriz Medina de López DOLOR DE MADRE Que difícil es decir en versos Todo lo que fue esa madre especial Decir que en su vientre cinco amores acunó Los crió y atendió con un amor incondicional. Ya nada fue igual en su camino de amor Se debilitó su luz, el llanto inundó sus ojos Su rostro sin expresión, su mirada se apagó Buscaba desesperada al ser que concibió. Nada entendía, su grito rasgaba el viento Su sol ya no brillaba, su luna no alumbraba Una oscuridad tenebrosa envolvía su alma La luz de su vida se iba extinguiendo. Cuatro amores de su jardín le quedaban A ellos los amó con gran devoción Con dolor infinito los abrazaba Los amaba, pero el otro faltaba. Y así consumiéndose por el dolor Con lágrimas y pidiendo perdón se despidió Con sus alas de gran madre el viaje emprendió Se fue al encuentro de su hijo que allá le esperó. Ada Beatriz Medina de López (Petty) Santiago del Estero… Argentina Presidente del grupo literario REENCUENTRO 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Cuidó con gran celo su jardín de amor Regó con aguas cristalinas y cariñosas A las flores que ella sembró Más, al más pequeño la vida se lo arrancó. 29 Adair Philippsen O CÍRCULO VICIOSO DE YANNA “Será por me chamar de Yanna? Será por ser romântica extremada, às vezes empedernida, sem transigir à primeira cantada? Por que o príncipe com seu cavalo árabe passeia solitário a léguas de distância de onde sempre estou? Por que cada conquista visada – e frustrada – é precedida de medo, entremeada de rivais e regada a lágrimas? A busca pela comunhão mágica tem de ser conflituosa? O amor necessariamente precisa ganhar contornos de batalha? Comigo foi assim desde o começo. Preciso admitir o quanto é difícil encontrar, como sempre sonhei, quem reserve tempo para investir em sedução – a médio prazo que seja: não procuro me fazer de difícil e minha resistência nem vai a ponto de exigir jogo mais duradouro. Alguém que converse com a boca, sem antes se comunicar com as mãos. Que ofereça flores antes de procurar me despir. Que concorde com a meia luz e só depois procure desligar o abajur. Que seja razoavelmente parecido comigo, que saiba o que sinto. Que aprecie música erudita em lugar do Ai, se Eu te Pego para estimular as mesmas sensações e harmonizá-las. Que tente ser fiel, sem visar a despudorada traição por frente e por trás. Por trás e por frente, alguém sem visar a traição despudorada e que tente ser fiel. Que seja razoavelmente parecido comigo, que saiba o que sinto. Que aprecie música erudita em lugar do Ai, se Eu te Pego para estimular as mesmas sensações e harmonizá-las. Que concorde com a meia luz e só depois procure desligar o abajur. Que ofereça flores antes de procurar me despir. Alguém que converse com a boca, sem antes se comunicar com as mãos. Preciso admitir o quanto é difícil encontrar, como sempre sonhei, quem reserve tempo para investir em sedução – a médio prazo que seja: não procuro me fazer de difícil e minha resistência nem vai a ponto de exigir jogo mais duradouro. Comigo foi assim desde o começo. O amor necessariamente precisa ganhar contornos de batalha? A busca pela comunhão mágica tem de ser conflituosa? Por que cada conquista visada – e frustrada – é precedida de medo, entremeada de rivais e regada a lágrimas? Por que o príncipe com seu cavalo árabe passeia solitário a léguas de distância de onde sempre estou? Será por ser romântica extremada, às vezes empedernida, sem transigir à primeira cantada? Será por me chamar de Yanna?” Não, é claro que não pode ser. O nome nada tem a ver com a compatibilidade no amor. Resta-lhe Marjorie. Com sua sensibilidade refinada, será incapaz de decepcioná-la. -30- Amosse Mucavele NOVO PROJETO SUREAL 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL uma maçã montanhosa de lágrimas sobe ela coloco os remos á combustão na prespectiva e na síntaxe de inscrever os pontos de fuga no interior do desejo descongelo a saudade na corrida do tempo e a olho nu assino as paredes do horizonte com as cores do pecado. o sono é complexo como uma floresta ofusca o sol que floresce nas escadas das palavras escuras voa com as asas estranguladas pela insónia assim chega-se ao amanhecer pelo caminho errado onde macacos baloiçam as suas alegrias secas nos ramos do cansaço nocturno é urgente inventar novas cores para a cegueira é urgente destruir a alma do gato colada nas janelas da solidão há no universo engolido o vermelho aroma da fome externa do leão (em plena cavalgada infernal) a anunciar a morte tatuada nos olhos que se abrem fechados na gaiola dos dias enterrados pelo tempo. na embarcação queimada esqueci o martelo jamais me lembrei com exactidão o tamanho das covas que perfurei no mar pois a vela que nos incendiou foi apagada pelo vento Havia um cão dentro do avião dentro da alma do cão roncava um avião vrummmmmmmm vãoooooooooooo 31 Carlos Drummond de Andrade coloquei inúmeras pedras no caminho para esquivar do amor sentei a beira do rio sem o anzol com os olhos pesquei toda a dor escondida no corpo das pedras João Cabral de Mello Neto As lâminas arrastam o canavial para consumação do desespero maritímo em Pernambuco o silêncio ergue uma catedral de lembraças -32- Bertolina Maffei O POETA ESCREVE COM A ALMA E O CORAÇÃO 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Tudo pode acontecer debaixo do céu, o ir e o vir! Todos vem e todos vão, as pessoas, os animais e as plantas. Nascemos do pó e ao pó retornaremos. Cada um com sua Cruz, umas mais pesadas outras menos. A estrada da vida é difícil, cada um segue a sua. O fácil fiz ontem, o difícil faço hoje e o impossível farei amanhã. Navegue seu barco no mar da vida, com certeza, sabedoria, amor e paciência. Fale menos do que ouça, porque só tens uma boca e dois ouvidos. O silencio é o amigo da paz e compreensão. O homem sábio planta bondade e colhe sabedoria. A família é o lugar onde os filhos se transformam, em bons ou maus seres humanos. O poeta escreve com a alma e o coração e expressa seus sentimentos em palavras. O amor é uma dádiva de Deus, para expressar nossa felicidade. A flor é esperança, de vida além da beleza, é a certeza de uma boa colheita, com muitos frutos. Deus nos criou sua imagem e semelhança, temos que lutar por altos ideais, a verdade, a justiça e a paz. Nunca diga: eu não consigo. Diga: eu quero, eu consigo, eu posso. Deus deu liberdade a todos nós para lutarmos por um mundo melhor. A felicidade existe é só nós procurarmos. Deus criou um mundo melhor e mais justo para todos nós que somos a sua imagem e semelhança. O saber não ocupa lugar, tudo o que fazemos é um aprendizado constante. Devemos fazer tudo com o devido respeito a Deus e aos irmãos. A estrada da nossa vida é longa cheias de altos e baixos, devemos remar sobre cada onda com sabedoria, confiança e amor para que nunca nosso barco afunde. Pense nisto! Beleza não se põe na mesa, porque Deus deu um Dom para cada um e todos devemos saber usar com muito talento e produzir sempre mais. Não reme contra a maré pois nunca conseguirás vencer o tamanho do oceano, pois ele é tão imenso nós somos só grãozinhos de areia! Em tantas aflições da nossa vida, lembre-se sempre há uma luz no final do túnel e sempre é tempo de recomeçar! A estrada que traçamos para nós está difícil? Tente um atalho ou talvez um novo caminho, para seguir com honestidade,perseverança e 33 com muita fé no Criador! Um jardim, é um lugar de muita felicidade as flores colorida enfeitando sua morada, muitas borboletas, beija flor e abelhas polinizando as flores para elas continuar a produzir a beleza a maravilha que nos é dado! Um certo dia Um certo dia na vida eu andei pelos desenganos amei demais um peão que parecia mais humano Foi grande a felicidade que a principio eu encontrei um moço muito bonito mas com duas cara - eu errei! Amei, amei, demais Me apaixonei de verdade! Tudo parecia um sonho, Tudo era felicidade! E o tempo foi passando E cada dia mais e mais Tudo nele era perfeito Estava feliz demais! Neste mundo perigoso, nas estações da vida, cuidado com os espertos E também com as traíras As vezes confiamos demais onde não se podia. Quebramos a nossa cara, da noite para o dia. Os dias foram passando E eu naquela agonia queria me casar mas, ele não decidia. Me enrolou mais um pouquinho, E eu com muita esperanças De ter meu amor nos braços e Ganhar uma aliança. -34- Mas nem tudo que brilha é ouro. As vezes também perde o brilho. Mas quem ama de verdade, Nunca vai sair dos trilhos. A estrada da vida é difícil mas é longa e muito rara, Só se aprende de verdade depois que se quebra a cara. Tem muito espertinho querendo dar o golpe. Mas as mulheres evoluiram, andam agora a cavalo e a galope. Quem não chora não mama, diz o velho ditado, Mil vezes viver sozinho, Do que mal acompanhado. Nesta estrada da vida a gente vai caminhando, tentando chegar na frente, andando, sempre andando Eu não desisti dos meus sonhos. em vez ser mulher mal amada, Sou dona do meu nariz. Minha vida está mudada! Nesta vida tudo passa. Eu passei um mal bocado! Hoje sou outra pessoa, Sem ninguém do mal ao meu lado. Meu passado foi mui triste, no vai e vem desta vida. Hoje estou muito feliz Controlando minha própria vida. Eu fui uma mula de carga carreguei tudo sozinha trabalho, filhos e escola. Hoje alegria é minha. Entre os quatros cantos do mundo Eu quero falar com amor Amo minha família com a benção do Senhor Deus é muito bom, me ajudou nesta saída. Abandonei tudo que tinha para eu sair com vida! Para eu não morrer E deixar os meus filhinhos, Sem pai, sem mãe nesta vida este não era meu destino Da roseira quero a rosa os espinhos são a dor não quero amar mais ninguém Que não sabe me dar valor! Meu destino foi traçado por Deus e nossa Senhora uma vida muito dura mas agradeço agora! Nesta vida tudo passa a cada minuto se vai aproveite o hoje, o agora. O ontem não volta mais Aos amigos pinguços: beba com moderação quem vive só em bar vai viver debaixo do chão Da vida nada se leva tudo aqui é emprestado devemos ser bons aqui para passar pro outro lado Quem me fez sofrer um dia não mora mas nesta querência hoje, está em outras fronteiras. Eu longe da violência Tristeza não paga dívida. Amor não mata a fome. Prefiro viver sozinha, A ser maltratada por homem. Hoje sou feliz demais! Amo e sou amada. Tenho uma família feliz, E Deus é o nosso guarda! Segredos e pecados! O sangue do filho Joana, menina moça de seus quinze anos de idade sempre gostou de tudo o que é bom e bonito. Filha mimada, com seus grandes sonhos e obsessões da vida, sonhava com um príncipe encantado, desejava estudar muito, morar sozinha, trabalhar e ser dona de seu próprio nariz. Estudante do ensino médio Joana tinha suas metas e sonhos para o futuro e tudo ia dando certo, até conhecer um novo amigo do colégio! Joana ficou encantada. Ele era bonito, inteligente e tinha todas as qualidades de um moço culto da cidade. Tinha seu carro, roupas finas e bonitas. Joana se apaixonou a primeira vista. O nome dele era Marcos, ele tinha tudo o que Joana tinha imaginado! Certo dia ele se aproximou dela e disse “Joana, sabe, eu gosto de você”. Ela qua- 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Troquei quem me fez sofrer por um amor de verdade, Hoje é só alegria E ter você ao meu lado. Amo alguém de verdade que me faz muito feliz. Hoje agradeço a Deus, É a vida que eu quis. 35 se desmaiou! Era muito bom ouvir aquilo. Ela já estava apaixonada. Joana passou a noite pensando em Marcos: “Meu Deus! Como é bom conhecer a pessoa dos meus sonhos!” No outro dia na escola, Marcos encontrou Joana no pé da escada e disse: “Joana quer namorar comigo?” – “Sim, Joana respondeu, eu quero, estou louca por você!” A partir daquele momento em diante não se largaram mais. Era “eu te amo” de cá, era “eu te amo” de lá. A paixão daqueles dois jovens adolescentes duraria para sempre? O tempo foi passando, dias, semana e meses. Aquele amor seguia um rumo muito feliz, mas o que estava para vir Joana nem em sonho imaginava! Certo final de semana Marcos disse a Joana: “Vamos fazer um passeio este final de semana?” – “Onde vamos?” – “Na festa de aniversario, respondeu Marcos, de meu amigo lá na capital . Nós vamos com meu carro. Peça para seus pais. Será que eles deixarão você ir?” Os pais de Joana eram muito católicos e não deixavam Joana sair sozinha. Ela era ainda uma adolescente, mas como o namoro estava sério, eles deixaram, mas com muitas recomendações: “Cuide bem de minha filha! Vá dormir na casa de seus pais! Não a deixe sozinha...” No outro dia de manhã começou a grande viagem, foram em direção a capital. As coisas mudariam para sempre a partir daquela viajem. O rumo de suas vidas tomaria outra direção. Joana e Marcos apaixonados, a longa viagem cansativa... bateu aquela vontade de descansar um pouco. Eles pararam num restaurante a beira da estrada. Marcos disse: “Vamos comer alguma coisa, já viajamos muito e estamos cansados, precisamos descansar um pouco”. Pediram o almoço e ficaram por ali um pouco após almoçar. De repente Marcos diz: “Aqui tem um hotel, vamos passar a noite aqui!” Joana assustada diz: “Está louco? O que meus pais vão dizer?” – “Bobinha... respondeu Marcos, eles nem precisam saber!” “Mas como, argumenta Joana, não precisam saber e se acontece qualquer coisa, uma gravidez indesejada por exemplo?” – “Não vai a acontecer nada, afirmou Marcos com cara de cafajeste. Joana vamos aproveitar, vamos, ninguém vai saber nada” – “Mas é claro que vão saber, meus pais me deixaram ir na casa de seus pais e não dormir na estrada” – “Nós dizemos que estamos lá, amorzinho”. “Mas você não pode me obrigar...” – “E você tem outra opção? Perguntou Marcos. Deixa de ser bobinha Joana, nós estamos apaixonados, o que um quer o outro quer também, não é isto?” Marcos tanto insistiu que no fim Joana acabou cedendo: “Está bom. Eu te amo muito e quero estar sempre nos seus braços. Vai ser a primeira noite com você e logo nós vamos nos casar e viver junto até que a morte nos separe”. Passaram a noite juntos. Joana estava muito apreensiva. Ela não imaginava como se enganou com aquele moço que dizia ser o amor de sua vida. No outro dia acordaram tarde e Joana perguntou: “e o aniversário?” – ”Não tem aniversário nenhum, hoje a tarde voltamos para casa e você não diz nada a ninguém!” Chegaram de volta em casa, Joana com muito medo que seus pais descobrissem, o que tinha acontecido na viagem, era para ser coisa só deles. No outro dia no colégio Marcos a tratou com frieza, quase não falou com ela. Foi ai que ela passou a conhecer verdadeiro Marcos, o cafajeste mentiroso a quem ela se entregou. Aos poucos a mascara de bom jovem estava caindo, mas Joana não sabia o que estava por vir. -36- 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL De repente Joana começa a desmaiar e Marcos não está nem ai! “Gente, disseram suas amigas, vamos levar Joana para o hospital, ela estava pálida com vômitos, o que será que comeu que está passando mal. Alguns colegas e professores socorreram Joana e ligaram para seus pais. O médico examinou e mandou fazer exames enquanto isto seus pais chegaram e foram conversar com o médico. Quando os exames ficaram pronto, o Dr. chamou os pais dela e disse! Joana está grávida! Eles ficaram pasmos: “mas como? Ela é solteira! Ah foi a viagem que aquele cafajeste fez com nossa filha”. Os pais foram conversar com ela que ainda nem sabia ainda! “Você não é mais nossa filha!” foi dizendo o pai logo que a viu. “Mas pai, o que aconteceu? Por que você está revoltado?” – “Você sabe muito bem o que deixou aquele cafajeste fazer.” – “Não estou entendendo, pai?” – “Mas é claro que sabe...” Nisto chegou o Dr Murilo: “o que está acontecendo aqui? Se acalmem, seu Juvenal, agora a Joana precisa de repouso para que o bebê possa crescer forte”. – “Não tem bebê nenhum!” exclamou o pai ainda furioso. “Eu só quero encontrar aquele seu namoradinho e se ele não casar com você, acabo com a raça dele agora mesmo!” Joana estava muito triste, angustiada e não parava de chorar. Passou a noite acordada, no outro dia ganhou alta. O que fazer agora? O seu pai não a queria mais em casa. Ela mandou chamar Marcos e contou as dificuldades que estava passando. Marcos nem deu bola, um filho não estava nos meus planos. “Agora estou indo embora da cidade” afirmou ele. “Não quero saber de filho para estragar minha vida!” “Estragar sua vida?” perguntou Joana “E a minha você não conta? Meus pais não me querem mais em casa, o que era para ser um segredo só nosso acabou vindo à tona”. Marcos não assumiu e não casou. Joana foi morar com sua avó uns tempos e quando o pequeno Renan nasceu, seus pais a perdoaram e foram buscar Joana e Renan para morar com eles. Agora é só alegria na casa de seus pais. Renan cresceu, estudou e se formou em uma cidade grande. Agora ele é médico. Um certo dia chegou ao Hospital onde Renan trabalhava um homem que tinha sido atropelado, entre a vida e a morte. Ele precisava de uma cirurgia mas no Hospital não tinha seu tipo sanguíneo e não encontraram a família para pedir um doador, o que fazer? O Dr. Renan disse: “Eu vou doar o meu sangue para salvar este desconhecido”. Quando o homem começou a melhorar perguntaram seu nome e outras informações. “Marcos, meu nome é Marcos” ele disse ainda meio atrapalhado. “Marcos se chamava meu pai”, disse o Dr. Renan, começando uma conversa com o doente, “Mas eu nunca o conheci... ele abandonou minha mãe logo que ficou sabendo que ela estava grávida.” Aos poucos Marcos começou a melhorar e foi contando sua história. Agora ele estava ali, diante de seu filho. O pai que um dia o abandonou por aventuras. Veja a vira volta que o mundo dá: o filho, um dia abandonado sem remorsos, salva seu pai, doando seu próprio sangue! Bertolina Maffei - [email protected] 37 Carmen Gomes A LIBERDADE DE BITA Era um circo de médio porte, com vários animais e entre eles, uma cabrita. A cabrita era carinhosamente chamada e atendia pelo nome de Bita. Antonio, o dono do circo treinava seus animais para exibir seus shows em apresentações ao público. Eram treinados individualmente, com reepreção e muito domínio. Cada qual o seu numero, o seu show. A obediência era fundamental. Aquele homem vivia feliz, a casa sempre cheia para um sustento garantido. Poucas diversões haviam por aquela pequena cidade, e ele, o dono do Circo conseguia alegrar e animar o grande público. Considerava-se o dono do pedaço! Um dia, Bita cansou e abandonou seus compromissos e suas obrigações para com seu dono. Preferia andar livremente pelas ruas. Nada a intimidava, já era acostumada ao público, apreciava olhares curiosos, aplausos, correr do seu modo e comer folhas. Não se aproximava, nem deixava seu dono se aproximar, pois havia percebido os olhares descontes dele. Não prestando mais seus serviços, Antonio resolveu sacrificar a sua cabrita. Bita era inteligente, o suficiente para a fuga do patrão. Após o anuncio de sacrificar a Bita, a vizinhança e o público que assistiam seus shows, resolveram tomar providencias. Arrecadaram um alto valor para a compra da Bita. Antonio ficou satisfeito com o valor da compra do animal e deixou de persegui-la. Agora Bita é livre. Bita não tem dono, ela é de todos daquela cidade, não tem mais deveres nem obrigações. Ela anda pelas ruas junto às pessoas, e onde passa encontra alimentos e carinho. Sempre simpática, amiga, inteligente, retribuí o carinho a todos os Padrinhos participantes. Bita foi salva pela população, libertada e feliz por pessoas que tiveram sentimentos humanos. A Notícia Eu já estava no meu escritório nas primeiras horas da manhã de uma segunda feira. Recebi um telefonema, e comunicava a morte de uma pessoa tão especial pra mim. A noticia me foi passada pelo meu pai, como se nada tivesse acontecido. Como que se meu time tivesse perdido, como que se o cachorro do vizinho tivesse fugido, como que se o chuveiro tivesse queimado e não teria meu banho quente ao regressar. Não queria receber aquela noticia, ou que ao menos não fosse assim, a morte de uma pessoa tão querida, pois se tratava de ser minha mãe. Eu só tinha quatro anos de idade e era ainda uma criança quando -38- Lembranças Ele ainda lembrava-se dos seus tempos de infância. Fora uma infância marcante. O pai, chegava do trabalho à altas horas da noite, ia direto ao banho. Às vezes, já chegava de banho tomado e o cabelo ainda molhado. Mamãe chorava, mais nada reclamava. Sofria, e disso eu sei muito bem. Eu era ainda um menino, tinha meus oito anos de idade. Mas ainda é presente na minha memória. Eles não se amavam, até parecia se odiarem. Não me lembro de ter visto amor e respeito entre eles, nem comigo. Um dia, minha mãe parou de chorar, repetiu as cenas marcantes de meu pai. Aquelas cenas, eu ainda lembro com tristezas! Hoje, eu tenho a minha família. Zelo, amo e respeito para ser respeitado e amado. Meu filho terá boas e felizes lembranças dos seus tempos de infância. Então, se num lar houver amor, respeito e união, a felicidade também mora ali. Para refletir. 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL ela partiu. O motivo eu não sei, nunca soube. Lembro que por muitas vezes, eu pedia que meu pai buscasse minha mãe, mas era impedido de falar. Em alguns momentos, ou quase em todas as manhãs quando eu acordava, um manto de nuvens clareava minha mente, e nela eu via minha mãe. Chorava, chorava muito, mas em silencio. Meu pai e minha madrasta me proibiam que eu pronunciasse o nome dela. Não sei se ela não era digna de ouvir um filho chamar seu nome, chamar mãe! Não sei se era uma mulher digna na sociedade, não sei, nunca soube se um dia meu pai a amou. Só o que sei que o coração de um menino foi profundamente atingido, e que eu sentia muito a falta do amor materno. Faltavam poucos dias para o meu aniversario de cinco anos quando ela partiu, me dizendo que ia comprar um presente, e já voltaria. Eu fiquei ansioso esperando ela voltar. Antes eu não tivesse aceitado aquele presente, e impedisse dela sair. Antes não tivesse feito meus cinco anos, tivesse parado no tempo e vivesse junto dela. Isso já faz mais de quarenta anos. Minha mãe morreu longe de mim, foi morar em outro Pais e nem no seu funeral eu pude ir. Em vida não soube onde encontrá-la. Vivi na esperança de um dia encontrar minha mãe e trazê-la para junto de mim. Vivi de esperanças! Agora recebo esta noticia e devo aceitar, e devo esquecê-la. Esquecer minha mãe, do mesmo jeito que, quando eu era um menino, e ela me deixou. O que eu não sei, se um dia ela me esqueceu. 39 Carol Pereira OS PORTAIS Sou uma maníaca por viagens. Mas sem dúvidas o que menos gosto são as horas perdidas em aeroportos, rodoviárias e afins. Acho que se perde muito tempo nesses locais, mas como isso acaba sendo inevitável eu tento tirar o melhor proveito disso tudo. Já passei horas no Hercílio Luz – aeroporto de Florianópolis – e tenho histórias memoráveis sob aquele teto. Certa vez conheci uma senhora que morava em aeroportos, isso mesmo, bem no estilo de Viktor Navorski – Tom Hanks, no filme The Terminal. A senhora passa a vida pregando a palavra de Deus pelos aeroportos do Brasil – aos berros diga-se de passagem – e durante essa “pregação” ela mora nos aeroportos. A senhora já deve ter cerca de 70 anos, e acorda cedinho para cumprir sua missão. Confesso que na ocasião em que a encontrei fiquei com vontade de sentar perto dela, na esperança de que ela me oferecesse um pedaço de seu cobertor, já que naquela noite seríamos companheiras de hospedagem, pois eu também dormiria por ali. Nas madrugadas pelo Hercílio Luz, sempre busco refúgio na Casa do Pão de Queijo. Além de sempre me espantar com o preço do sanduiche – e mesmo assim comer, pois é uma das poucas opções para lanches durante a madrugada – eu ainda posso matar tempo, me envolvendo com a vida dos empregados, que aproveitando o baixo movimento colocam o papo em dia. É de morrer de rir, já ouvi desde dicas para conquistas até escolha de repertório para cantar na igreja. Uma vez eu tive que me segurar pra não dar “pitaco” e falar para o moço desistir da tal guria do Ribeirão e partir para outra. Minhas experiências em aeroportos vão além do Hercílio Luz. Já passei algumas noites desconfortáveis nos aeroportos do Rio, e é incrível como nesses momentos perde-se qualquer frescura. Quando o cansaço bate deita-se no chão, dorme-se de boca aberta e até mesmo um grupo de pessoas cabeludas e mal cheirosas se transformam em segurança, para que perto delas possamos nos acomodar e junto de nossas bagagens passar a noite. Vários sentimentos tomam conta de nossos corpos nesses espaços; ás vezes estamos ansiosos por pousar em um destino que tanto esperamos, outras vezes comovidos com a mãe que tem um inglês pior que o seu e está implorando por ajuda para preencher a papelada da imigração, enquanto o filho, bebê de colo veste apenas uma roupa super fina e está prestes a sair da calefação e enfrentar um frio de 10 graus negativos. Outras vezes o sentimento é de vergonha, ou porque você está com a meia amarela que ganhou de sua avó em um feriado e tem que tirar o sapato para passar pela máquina de raio-x e todo mundo na fila – menos você – faz o estilo de quem passa finais de semana em NY fazendo compras. O sentimento é de vergonha também quando o avião está ape-40- 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL nas esperando você para partir, as comissárias de bordo estão querendo comer seu fígado e você consegue cair duas vezes na subida da escada que leva até a aeronave, ou quando pegou um super engarrafamento na ponte Rio- Niterói causado por um acidente e a moça do guichê entende que o acidente tinha sido com você e todos ficam muito preocupados e complacentes e você usando seu lado ardiloso não desmente, tirando proveito da situação. Existe também a euforia de quando a recepção de seu voo é feita por um grupo de dançarinos de frevo e em segundos você já está contagiado pelo clima de alegria da cidade. Aeroportos são a maior mistura, na mesma sala você encontra mulheres elegantes, ricas e cheirosas que estão indo passar o reveillon em Paris e também o senhor que juntou todas as economias para visitar a mãe que está doente e vive no interior de Pernambuco mas recebeu um telefonema já na sala de embarque dizendo que a mãe não conseguiu esperar por sua chegada. Aeroportos são chegadas e partidas, despedidas e reencontros. São os portais para o novo mundo prontinho para ser desvendado por viajantes aventureiros. Apesar de eu não gostar deles, não consigo ficar longe desses portais. 41 Chélida Cechetto AS VERDADEIRAS DEFICIÊNCIAS HUMANAS Deficientes não são aqueles que não podem ouvir; nem tampouco aqueles que não podem falar. Os verdadeiros deficientes também não são aqueles que não podem ver o mundo ao seu redor, ou então aqueles que não podem caminhar em direção ao sol. Nós, seres humanos, por vezes não soubemos usufruir de forma correta dos cinco sentidos. Aliás, não somente deles. Onde posso incluir o mau uso das pernas? É, aquelas mesmas que nos permitem ir de um lado ao outro, com passos incertos ou planejados, somente a espera de um comando para seguir em frente? Mas se por acaso não puder por si só fazê-las caminhar em alguma direção, movimente seus braços e faça suas pernas irem de qualquer maneira. Por falar nisso, se podemos comandá-las, por que não fazê-las ir em direção ao que é bom, justo e realmente necessário? O mundo busca por pessoas assim. Um objetivo, uma meta ou um sonho nunca serão barrados. Quem realmente quer alguma coisa não vê obstáculos, mas sim oportunidades. Você tem suas duas pernas prontas para seguir em frente, porém, não segue. Não basta dizer que pode caminhar, não basta dizer que pode se movimentar. Bastaria, talvez, se você soubesse usar suas pernas para fazer delas uma forma de derrubar as barreiras e conquistar os objetivos. As mãos que deveriam estar estendidas em forma de ajuda ao próximo, são as mesmas mãos que batem, agridem e machucam. O mundo não gira ao redor de seus olhos, portanto, a visão geral do mundo e a percepção do que está acontecendo, são atitudes interessantes, mas que poucos praticam. Possuir o dom da fala não basta, é necessário saber usá-la. Não a use somente para reclamar, falar mal, discutir ou colocar defeitos. Aproveite o momento para agradecer àquele que lhe deu a oportunidade de usufruir disto. Pense comigo: você abre sua boca, movimenta seus lábios e sabe que sua voz sairá. Isto é simplesmente uma das melhores sensações, é uma pena que nem todos possam sentir isto. Caminhe até seu próximo, acalme um coração, ouça conselhos e procure ver onde estão seus erros. Não permita que Deus lhe tire os melhores dons por falta de utilidade. Ou então, por mau uso. Pratique. -42- Clóvis Ribeiro de Oliveira ENCONTRO DE ESCRITORES “... Deus quer. O homem sonha. A obra nasce...! FP 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Nesse nosso primeiro encontro quero me apresentar como sou. Despido de vaidades na busca da simplicidade: um dom, um som, uma luz. Palavras são telas que tecem nossos pensamentos, com sotaques e ornamentos. Somos cada um em si, parte de uma linguagem universal, onde mora a poesia. Deixo vazar os versos em fim... “Tambores rufam na floresta do meu pensamento. Fico alheio aos latidos e badalos dos sinos do vilarejo. Paro. Penso, logo insisto: Não Passes despercebidos! Vazante de emoções, de um ser pensante, Que vai além das palavras, atravessa o ar, sentindo o gosto agridoce fel de cada Sílaba “e suas ciladas contidas.” Volto ao instante que saboreio meus próprios versos com gosto de mar, Como um cão que lambe as próprias feridas. Aos escritores desse encontro, desejo sorte, saúde e inspiração, para que o Pensamento não se perca na escuridão. São Paulo 3 /3 /2013 43 Danielli Rodrigues ESPELHO Olho e clamo o nome de minha chaga que apaga a fome e amordaça a alma. Olho e desapareço bem no começo para o mundo mudo o todo e o nada em mim alma. 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Olho e vejo o refletido e o irrefletido o destemido e o unido na superfície desta imundície que chamam de alma. 49 Edgar da Silveira Maciel POEMAS E PENSAMENTOS Prematuro O que sou neste momento? Em que fase da vida me encontro? Será que sou prematuro, Porque imaturo sou tanto Sinto-me tão inseguro Que sufoco o meu canto. Tive todo o carinho Não faltou um só agrado Amor de mãe me sobrava Tinha colo pro meu pranto Mas um dia foi embora A saudade meu acalanto Queria nascer de novo Habitar seu ventre sutil Escutar de dentro pra fora Seu coração tão gentil E nascer um homem novo Deixando este ser tão vazio Mas nada disso acontece Tenho só a realidade Pouca coisa me envaidece Vou vivendo as verdades Meu viver me entristece Sigo assim prematuro Metade Que metade devo ser? Aquela quando fala Ou aquela chora Quando cala? As vezes seguro e firme Outras frágil e franco Capaz e destemido Oculto, quase opaco Há momento que me encontro Santo, sagrado, ...divino Em outros, eu sou profano Pecador, ...um libertino Amo tanto a minha vida Que a morte me visita Não vou embora com ela Porque minha coragem hesita Sou nada para mim. Sou tudo pra alguém prefiro sofrer a dor Mas faço sofrer também Nesse conflito interno Vou vivendo os meus dias Só encontro algum alento Quando escrevo poesias Vivendo minhas angustias Refletindo os meus erros Arrastando minhas correntes Suportando os meus medos Sigo com minhas metades Juntas e com defeitos Uma pensa com a razão A outra dentro do peito São metades de um ser Em nada casual Divido entre dois mundos Um lúdico outro real. -50- Edilde Candido SAUDADES 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Saudades, muitos tem saudades de uma pessoa, de um grande amor, mas o que vou retratar aqui são saudades de uma época. Saudades do tempo em que Natal era a família reunida armando sua árvore esperando o grande dia chegar, visitas a vizinhos trocas de presentes com parentes e a Boa Nova saudar. O almoço dia 25 todos á mesa brindando com vinho, o sentimento natalino deixando prosperar. Saudades de uma infância saudável, em que brincar de pic bandeira, bola de gude, soltar pipa e deixar a imaginação criar. Da pelada na rua, do futebol de botões, primos e amigos como se fosse verdade a partida a narrar. Saudades do cheiro de bolo, do aniversário esperado, a casa arrumada toda encerada, eu de banho tomado todo arrumado esperando amigos e familiares chegar. Do parabéns sobre a mesa todos animados cantando uníssono e a emoção a pairar. Saudades das linhas de bondes nos levando pra escola aonde o principal, era estudar. A tabuada na ponta da língua o Professor respeitado,fazendo de tudo para nos ensinar.O conceito escola era ter grandes alunos para seu nome perpetuar. Saudades, do jantar ta na mesa todos reunidos ouvindo os Pais conversar, a sobremesa servida todos em casa e tarefas escolares a executar. No dia seguinte bem cedo com sono ainda com uniforme da escola beijar minha mãe e meu pai me levar. Saudades do rádio as 18 todos em volta escutando Jerônimo, Moleque Saci com suas aventuras a nos deliciar. De noite Teatro Mistério e suas histórias de arrepiar. Da revista O Cruzeiro, Fatos e Fotos com suas noticias e meu pai a folhear. Saudades, de Monteiro Lobato, Tia Anastácia Narizinho e Pedrinho e minha imaginação a voar, do Meu Pé de Laranja Lima o menino Zezé, o amigo Portuga com belos valores a me ensinar, do Guarani de Peri e Ceci me ensinando a pureza de amar. Saudades, das ruas tranqüilas sem drogas sem armas aonde o Policial impunha respeito e sabia como da população cuidar. Do Carnaval de Clube aonde marchinhas de sátiras da época, os Blocos de Rua nos divertiam sem o ônus de ter que pagar. Saudades, dos programas de TV do horário infantil Capitão Furacão, Falcão Negro, Capitão AZA sabiam educar. À noite Repórter Esso que mesmo as noticias ruins falava em um tom sem o mal exaltar. Saudades, da inocência perdida, de um passado longínquo que mesmo em saudades valia a pena acreditar. Saudades, de tudo que disse e de tudo que a memória me permitiu lembrar, Saudades. 51 Fabiana de Almeida COTIDIANO Minha vida nos últimos quatro anos é passar, pelo menos, seis horas por dia dentro de um hospital. No início foi difícil. Até então, não gostava de ‘tocar’ outra pessoa sem que fosse minha amiga ou pessoa da minha família. Lá, tive que tocar, carregar, encostar em feridas, sentir cheiros fétidos. Pútridos até. E como tudo na vida a gente se acostuma, não foi diferente comigo. Hoje, o que importa mesmo são as pessoas. Todos os dias vejo rostos sofridos, carcomidos pela vida; vejo semblantes esperançosos, desanimados, resignados. Procuro não prestar muita atenção a isso, mas algumas pessoas me comovem profundamente. Obviamente são histórias de dor. Mas do que é mesmo que a vida é feita? Um dia, uma mulher de quarenta e poucos anos passou por mim e contou sobre seu câncer no intestino e que não faria a cirurgia. Teria uma vida vegetativa e depois morreria mesmo assim. Preferia se formar, passear com seus filhos, viver até não poder mais. Dei razão a ela. Olhei para a minha vida e compreendi que ela é muito mais do que um simples período de correria atrás de carreira, conforto e futilidade. É preciso nos apegar às coisas simples da vida. Outra história foi a de um homem de mais ou menos oitenta anos, o rosto sulcado, enrugado, semblante taciturno, triste, que veio até mim. Brinquei com ele, como faço com todos os pacientes que trato, mas não consegui nenhuma mudança em seu aspecto. Automaticamente começou a dizer do seu sofrimento pela perda da esposa há pouco mais de um ano. A companheira de uma vida inteira se fora, e percebi que queria ir atrás dela. E logo foi. E dei razão a ele também. Criamos um mundo só nosso com pessoas só nossas, e chega uma hora em que esse mundo desaba e o que fica são somente impressões, lembranças em um lugar desconhecido. Crianças com todos os tipos de síndromes vêm a mim, e noto que sua única companhia é a mãe. Pessoas com aparência mais castigada do que sua própria idade. Idosos tristes pela sua condição limitada e, por milhares de vezes, solitária. Essas e outras histórias, tão ou mais chocantes ou tristes, fazem parte do meu cotidiano, e todos os dias me fazem refletir sobre a vida. Repensar no que realmente tem valor, no que realmente nos faz seguir em frente. Sempre esperei a hora certa pra tanta coisa, e nos últimos anos refiz minha trajetória e notei que não se sabe qual a hora certa. Não se deve guardar um jogo de pratos, um perfume, uma roupa de cama para a ocasião certa. Use-os agora! Agora é a hora certa! Quer viajar pra algum lugar exótico? Planeje, economize, vá em frente! A vida é muito curta pra que a gente passe por ela esperando. Não se economiza vida. Preencha o vazio que porventura esteja incomodando. Sonhe. Eleve-se ao mais alto grau de criatividade para que se alcance a plenitude! Aqueça o seu cotidiano com a alegria de viver. Aprender com o outro nos fortalece e nos ensina a compreender melhor o presente que recebemos todos os dias, mas insistimos em não prestar atenção. -52- Geraldo José Sant´Anna SAUDADES DE MIM Tenho saudades de mim Em meu suspiro tão profundo Tentando resgatar num único segundo Uma gota de minh´alma Tenho saudades de mim Naqueles momentos de aparente calma De silêncio tão quieto Em que não há ninguém por perto Então o som da música que ouço se eleva Busco empedernido algo esquecido Uma foto, uma carta, um desejo retorcido Pelo tempo amordaçado e sucumbido Tenho saudades de mim De um tempo que hoje me clama Que reza minha presença E que apesar da persistência Se esvazia e se apaga como chama Como quando se fecha um livro E o abandona prostrado numa estante. Tenho saudades de mim... 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Tenho saudades de mim De algum momento que se perdeu De um encanto que não tenha desabrochado De um beijo que não tenha sido beijado De alguma motivação que empalideceu 53 HISTÓRIA RUBRA corre em minhas veias a poeira do tempo grãos de pólen que se arrastaram com as túnicas dos Elohins quando volitavam por aqui tenho em meu âmago todas as culturas uma mistura salutar de línguas, de costumes e reminiscências vago absorto por entre lendas e contos que já não se contam mais meu sangue corre levando consigo o segredo do tempo apressado busca ensopar cada órgão nutri-los com a história inenarrável dos homens uma história que caminha além do tempo além das muitas arqueologias e especulações corre em minhas veias a poeira do tempo há dendê, shoyo, steak tartar e yam mamuang há o som da lira, do agogô, do sitar, do chofar há catira, jongo, a troika, rumelaj e fandango em minhas veias há sangue sangue branco, negro, amarelo ou simplesmente vermelho sangue que escorre, rubro, quente, vivo vivo em culturas mortas em vidas que já não existem mais. -54- Geraldo Magela Vianna TRÊS HISTÓRIAS DO ZEZÉ José e a reforma ortográfica 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Neste tempo em que vivemos a implementação do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa me vem à lembrança um fato da época em que não havia computador pessoal e muito menos correio eletrônico, o que hoje é rotina em nossas vidas. José Vianna, com saudades da filha Alda Maria, que havia algum tempo casara-se e morava no Espírito Santo, resolveu escrever-lhe uma carta: “Caratinga, 13 de março de 1983. Querida filha, Espero que esta vá encontrá-la com saúde...”. Assim ia escrevendo. Contou as novidades. Falou dos assuntos pessoais que precisava tratar e comunicar a ela e, no fim da carta, lembrando do neto Bruno ainda novinho, escrevia: “- Diga ao meu netto que elle pode esperar pelo vovô, pois irei aí para um passeio em breve...” E finalizava dizendo: “- Termino esta abençoando a todos vocês. Vou ao correio e aproveito para passar na pharmacia do João Corrêa. Seu pae, José Vianna. Ao lado do pai, vendo a carta que este escrevia, seu filho falou: Ô pai, “ele” não se escreve assim, com dois “LL”; nem “neto” se escreve assim com dois “TT” e muito menos “farmácia” com “PH” ou “pai” com “E”. O senhor escreveu muito errado nesta carta. Ouvindo isso, Vianna retrucou: - Não escrevi errado não, menino. Escrevi certinho. Escrevi do jeitinho que aprendi na escola quando eu era pequeno e não faltei às aulas... estudei na escola do professor José Coronel, um bom professor de Santa Rita. Ensinava muito bem. Ele era até filho do antigo professor Luiz Coronel, dos melhores que Santa Rita já teve. Então você acha que um professor bom como o Zé Coronel ia ensinar errado na sala de aula? De jeito nenhum. Aprendi o certo e escrevi certo. Está tudo correto na minha carta. O professor Zé Coronel era bom demais pra ensinar. Ele explicava e corrigia os exercícios. Quem não aprendesse com ele, não aprendia com ninguém mais. Explicava tudo até cinco vezes. Decerto aprendera mesmo o correto para a sua época. Afinal de contas estudou no início da década de 40 do século passado, quando o professor José Coronel lecionava em Santa Rita, conforme a regra ortográfica daquele tempo. Estava em vigor a Reforma Ortográfica de 1929 e, segundo esta regra, as palavras da carta estariam todas certas. Pela sua resposta, fica claro que estava convicto de que escrevera corretamente, afinal escreveu como aprendeu na escola. No seu entender, errado estava quem mudou a regra, quem fez a tal “Reforma da Língua” depois que ele saiu da Escola. 55 O citado professor José Coronel lecionou durante vários anos em Santa Rita de Minas. Seu pai, Luiz Coronel, também. Ensinaram a várias gerações de crianças. Este era achegado dos políticos. Escrevia discursos e poesias. O município de Santa Rita de Minas deve guardar imensa gratidão aos primeiros professores que, assim como ainda hoje, muito mais por amor ao magistério e à arte de ensinar do que pelos rendimentos da profissão, educaram os seus concidadãos, entre eles os “mestres” que precederam e que sucederam aos professores Coronel: Mestre Juca e Mestre Julião Corrêa, professores na fazenda do Capitão Maximianno José de Araujo; Mestre Joaquim Damásio, na “Casa de Escola” em Santa Rita; D. Anna de Mattos, a “D. Tota”, muito brava, e D. Ifigênia Valadares, professoras em Santa Rita; Professor Luiz Marcelino, o bigodudo, na Fazenda do Tabuleiro do Capitão Antonio Teixeira da Silva; Dona Enir; Professor Silvino Dias Pereira Brum, na fazenda de Herculano Pires; Professor Gladstone, que lecionou por muitos anos; D. Isabel Magalhães, D. Joana Soares da Rocha e D. Cota, em Santa Rita; D. Jove, que veio de Santa Ifigênia; Dona Jupira; D. Maria Albina, na fazenda de Joaquim “Maximiano” de Araujo, entre outros, cujos nomes vão se perdendo na história. Mestres dos últimos anos do século XIX e dos primeiros anos do século XX, tempo de uma gama de castigos para os indisciplinados: da palmatória, da vara de marmelo e do ajoelhar no caroço de milho, entre outros, mas que, conforme a didática padrão do seu tempo educaram os santa-ritenses de então, que assim tinham a oportunidade de se tornarem mais cultos, mais capazes, mais aptos para a vida e por que não dizer, até mais humanos. Tô indo pra Caratinga Depois de ter a família criada, já com mais de cinquenta anos, Dona Tereza vivia na bucólica Santa Rita daquele tempo, cuidando do marido, da filha mais nova, ainda solteira, de uns patos brancos, cuja carne a família degustava em abril e as penas viravam asas de “anjos” para as crianças nas celebrações do mês de Maria e dos pés de copo de leite no grande quintal da sua casa na “Rua”. No dia de finados muitos que já não moravam em Santa Rita apareciam por lá a passeio porque iam ao cemitério, e já era tradição que pela casa de D. Tereza passassem além de parentes, os amigos e conhecidos para tomar um cafezinho ou comprar um ramalhete de copo de leite para enfeitar os túmulos dos entes queridos falecidos. Num certo dia estava lá a passeio um seu sobrinho filho do Zezé, que curioso, numa conversa com a tia perguntou: - A senhora conhece Belo Horizonte, tia Tereza? - Conheço sim. Conheço Belo Horizonte, conheço Aparecida do Norte, Brasília, Vitória do Espírito Santo, além de vários lugares aqui por perto. - O pai falou que quando eu viesse aqui era pra eu pedir a senhora pra me contar a história de quando a senhora foi à cidade pela primeira -56- 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL vez. - Ah, o compadre Zezé... isto é pra caçoar de mim. Desde menina que eles brincam comigo. Mas eu vou te contar a história. Quando eu era pequena eu não conhecia nem Caratinga. Eu nasci lá na Fazenda Pau de Cedro, em Dom Corrêa, no município de Manhuaçu, onde meus pais moravam já havia muitos anos. Aliás, lá em casa, todos os mais novos até o compadre Jarbas, nasceram lá, na Pau de Cedro. Era uma fazenda antiga, alta, parede branca e quatro grandes janelas pintadas de azul, como eram todas as casas da roça antigamente, mas era bonita. Dom Corrêa era longe do Manhuaçu e também do Caratinga. Naquele tempo papai e mamãe trabalhavam muito, ele numa grande lavoura de cana e mamãe ajudando no que podia, além de cuidar da casa e de nós, os filhos, os dois fazendo tenção de partir o grande alambique que haviam adquirido. Um dia papai e mamãe até me levaram numa romaria a Congonhas do Campo, onde o povo todo daquela redondeza costumava ir pelo menos uma vez na vida, no Jubileu do Senhor Bom Jesus. Mas eu era muito pequenininha, neném ainda e não me alembro de nada, guardei só um retrato em que eu tô no colo da mamãe junto com o papai e o padrinho Antonio, o mais velho. O papai faleceu quando eu ainda era muito nova, nem me alembro dos acontecimentos, nem do enterro. Até um bom tempo depois mamãe continuou trabalhando no alambique e, quando eu tinha nove anos nos mudamos pra Fazenda do Tabuleiro, aqui perto, pra mamãe poder cuidar da Madrinha Antônia, a mãe dela, minha avó, você sabe, né? que estava morando sozinha naquela fazendona, já velhinha, com uns oitenta anos. Quando nós viemos morar aqui, por ser perto de Caratinga, eu pensei: “agora realizo meu sonho, vou conhecer a cidade”. Um dia mamãe disse que tinha que ir lá para resolver umas coisas. A Rita do Memendo ia com a Fizica pro Caratinga e a mamãe ia aproveitar a companhia delas para ir no Cartório e também nas lojas comprar algumas coisas naquela ocasião. Então, em vez de levar um dos meninos, prometeu que me levaria. Meus irmãos, que eram homens e mais velhos, já conheciam Caratinga. Só eu e o compadre Jarbas, o mais novinho, é que não. Eu ia poder finalmente ver de perto o que eles contavam da cidade. Desde o momento em que ela me deu a notícia de que ia e podia me levar eu não conseguia mais pensar noutra coisa. Queria que a noite logo chegasse e que o dia seguinte logo amanhecesse, pois nós ia sair logo cedo pro Caratinga. A noite demorou, mas chegou. “Bença, mãe” e fui dormir. Rezei, não dormia... rezei de novo... o sono não chegava de tanta emoção, de tanta preocupação. Sabe como é, né? menina da roça... que nunca foi à cidade. Com muito custo peguei no sono. Neste momento ela terminava de fazer o café. Entrou na despensa e voltou com a lata de biscoitos nas mãos e seguiu arrumando a mesa pro café. Então continuou a história: - Conforme eu ia te contando... onde é que eu tava mesmo? Ah, então, “com muito custo peguei no sono”. No meio da noite acordei assustada quando eu tava chegando na cozinha da 57 fazenda. Sabe como que eu fui parar lá? Até eu só soube depois.... escuta só. Quando eu fui dormir, como a emoção era tanta, tanta, como eu tava tão contente esperando a manhã chegar, tão alegre de ir pra cidade, de madrugada eu sonhei que já havia chegado a hora de sair pra Caratinga, então dormindo, meio sonâmbula, eu levantei da cama, peguei meu travesseiro enrolei na cubertura fazendo uma trouxa e segurava ela em cima da cabeça como se fosse a minha bagagem, e saí pela casa afora falando: “Tô indo pro Caratinga... Tô indo pro Caratinga...”. Meus irmãos acordaram, a princípio meio cismados, o compadre João e o compadre Zezé chamaram a mamãe, que veio com uma candeia na mão alumiando. Todos pensavam que eu havia acordado e que no escuro estava fazendo aquilo de papeata. E eu continuava “- Tô indo pro Caratinga... Tô indo pro Caratinga...” eles estavam meio assustados, mas começaram a rir. Por fim o compadre Zezé me perguntava: “o quê que é isso, Terezinha?... Terezinha, o quê que é isso?” Foi aí que eu acordei de verdade, e tomei o maior susto do mundo de ver eles ali em pé na minha frente sem eu saber como eu cheguei ali. Fui pra cama da mamãe e mesmo assim foi o maior custo pegar no sono de novo. Quando o dia tava amanhecendo eu e a mamãe fomos finalmente pra Caratinga. Na Rua encontramos a Rita e a Fizica e, ao chegarmos na cidade, eu pude ver tudo o que os meninos contavam. Fomos no Cartório, nas lojas, fomos na Catedral, que naquela época, na minha cabeça de criança parecia tão imensa e ainda fomos na casa de uns conhecidos da mamãe. Nunca mais me esqueci do meu primeiro passeio na cidade. Fiquei com as canela até doce de tanto andar a pé na ida e na volta pro Caratinga, mas valeu a pena! E finalizou: - Agora toma o café que tá “fresquim”. Dia de Tempestade Certa ocasião havia umas cinquenta vendas no Santa Rita, lugar pequeno, com pouco mais de duzentas casas. Eram tantas vendas que as pessoas caçoavam dizendo que os vendeiros iam vender uns pros outros. Naquele tempo havia algumas vendas pequenas, verdadeiros botecos onde se encontravam basicamente querosene e farinha; umas quitandas melhorzinhas com alguns gêneros de primeira necessidade, alguns alimentos, e havia ainda as vendas maiores. Estas, seus donos faziam questão que todos as chamassem de “Armazéns de Secos e Molhados”. Como o local era de famílias humildes, algumas muito sem recurso, quase ninguém tinha dinheiro a todo o momento para as compras do dia a dia, os proprietários vendiam aos fregueses e anotavam em cadernetas, e o titular da conta ao fim de um mês ou de um determinado período comparecia ao armazém para saldar a dívida, dar baixa nas anotações e recomeçar as compras numa nova página da caderneta, e assim ia até que ela acabasse. Num certo dia no início de março, em que o povo já havia visto muita ameaça e pouca chuva, na volta do dia o tempo fechou. Todos pensaram que se não havia chovido ainda, já quase perto do dia de São José, não -58- 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL choveria mais até o dia do santo, ficando a água esperada para o dia dezenove com a infalível enchente das goiabas. Mas não foi assim. De longe vinha a cantoria do carro de boi do Pedro Cupertino com suas quatro juntas de bois que, entrando na Rua, parou em frente à Igreja com o Emílio Teixeira: _ Hoje tem chuva, Teixeira. O Navio e o Navegante tão animados. Boi gosta de chuva de amolecer o chifre e eu conheço minha junta de coice. O Marquês e o Jatobá, o Campolino e o Caridoso tão todos diferente e eu conheço que é chuva que evem. - É verdade. Pritiou pro lado do Suíço... se priteia pro lado do Suíço é chuva feia na certa! -respondeu o velho Emílio, que já estava tratando de seguir para casa com receio da chuva. O povo não estava acreditando que viria chuva forte, e como ela começou mansa, muitos ainda estavam na Rua no momento dos primeiros pingos. Na venda, ou melhor, no armazém do Sr. Belarmino Merêncio, um dos mais sortidos do lugar, havia muitas pessoas quando as águas arriaram mesmo, e outros ainda se abrigaram lá quando a chuva já podia molhá-los na volta para casa. Gerunda de Paiva entrou com o Caetaninho no colo, não ia mais embora com medo do menino pegar uma constipação. A chuva foi aumentando. O céu foi escurecendo. Ninguém podia sair. Agora eram mais de doze pessoas no armazém e a chuva só aumentava. Os últimos a se abrigarem ali foram o Duduca Vianna, que já chegou todo molhado com a namorada, a Fizuca do Totõe, que entrou comentando: - Inda agurinha mermo tava calor e sol, agora essa chuva... - Pensei que pudesse ser só uma lubrina, começou fraca e agora tá virano esse chuvão, inda bem que aqui nós tamo protegidos, né, Sô Belarmino?! - completou Duduca. Quando a chuva já era bem forte ouviam o barulho da água no telhado. Quase uma meia hora depois as águas aumentavam muito e agora já respingava para dentro da venda. Foi preciso fechar as portas. Pelas frestas os fregueses olhavam e comentavam: - É, gente, é muita água mesmo, hein!? A enxurrada na Rua vai aumentano; lá de trás da Igreja tá desceno um aguaceiro doido. O Zé Mulata também já fechou a venda dele, o Rufino já fechou a loja, tá um barreiro só a Rua. Agora tá ventano muito também, o vento balança a gameleira que arrasta os galhos no chão. Os relâmpagos e trovões já assustavam. Além de a chuva aumentar, o tempo também foi ficando cada vez mais fechado. Por fim, às três da tarde parecia que já eram mais de seis, parecia já anoitecendo. O Sr. Belarmino Merêncio acendeu uma lamparina. Um relâmpago cintilou o céu enquanto Duduca olhava da fresta. - Lá vem trovão - falou ele. -São Jerônimo! Santa Bárbara Virgem! - clamou Maria do Messias. Amedrontados com tão forte chuva, a fé herdada dos ancestrais portugueses falava alto. Começaram então a rezar para chuva passar. Uma dezena de Ave Maria... a chuva aumenta ainda mais e começa a respingar um chuvisco que passa pelas telhas cumbucas... outra dezena... uma goteira obriga alguns a mudarem de lugar e ficam mais apertados. O filho da Gerunda de Paiva começou a chorar... “Chora não, Caetaninho, a chuva já vai passar” falava ela para enganá-lo, pois estava convencida 59 de que ainda viria muita chuva. No meio de bexigas de salame, urinóis, peças de carne salgada, louças, enxadas, fumo de rolo e mais um mundo de coisas que faziam parte das mercadorias do armazém, todos se misturavam e se apertavam fugindo das goteiras. O tilintar de um penico no outro após o trovão parecia até toque de sino. Aquilo era uma verdadeira tempestade. Para continuarem a rezar o Sr. Belarmino Merêncio procurou na gaveta pequena do balcão o livro da “Liga Católica Jesus Maria José”. Os clarões dos relâmpagos nas frestas das portas e o estrugir dos trovões apavoravam a todos. Procura que procura o livro de reza na penumbra da única lamparina. Nem pensaram em acender outra. Já havia passado de uma hora de tempestade e o apavoramento que a situação causava dificultava ainda mais encontrar o livro até que por fim sua mão apalpou um livrinho. - Achei. Graças a Deus! _ disse ele. E recomeçaram a reza, agora com o livro. Com a oração do livro a chuva haveria de abrandar, e iniciou a ladainha: - Santo Antônio ............................................... rogai por nós. - São João Batista .......................................... rogai por nós. - Santa Lage ................................................... rogai por nós. - 01 kg de feijão 3 cruzeiros ............................ rogai por nós. - 02 rapadura 2 cruzeiros ................................ rogai por nós. - 01 litro de querosene 2,50 ............................ rogai por nós. - 01 kg de toicinho 6 cruzeiros ........................ rogai por nós. E seguia, em meio a um apavoramento geral que “cegara” o Sr. Belarmino Merêncio e “ensurdecera” a freguesia, pois ele lia sem ver e todos apavorados não ouviam o que ele falava, mas respondiam toda a “ladainha” da caderneta do Sr. “Antônio”, filho do velho “João Batista”, morador do Córrego da “Lage” e freguês do vendeiro, cuja caderneta ele havia encontrado na gaveta quando na pressa procurava o livro de reza. Passados mais alguns minutos disse Duduca olhando pela fresta: - Tá fazendo como coisa que vai parar! - e não é que a chuva foi abrandando mesmo até parar de vez? -60- Giovana Maria Figueiredo Junckes MENINA DO INTERIOR Meu Pai Meu pai: de ti sinto saudades, pois muita coisas pra mim ensinaste. Lembro-me que desde menina nas noites frias e aconchegantes ao lado do fogão a lenha tu me contavas versos enquanto lavávamos as louças esperando pela mãe. Meu pai, pessoa simples e humana, bom de coração, não fazia mal a ninguém. Somente a si mesmo. Se alguém, necessitado, lhe pedisse uma ajuda, tirava seu ultimo vintém. Meu pai, querido por muitos, deixou saudades, pois partiu cedo para a eternidade, antecipando assim aqui sua passagem, foi cedo demais. Meu pai: Poderíamos hoje partilhar de tantas alegrias, teus netos cresceram, estudaram, casaram e olha a arvore da vida que você e a mãe plantaram hoje já esta dando frutos, pois são muitos os netos e o bisneto já 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Menina do interior, De oito irmãos é a maior, Brincou, cresceu mas um dia, de repente, sua mãe morreu. Cresceu com suas irmãs, sendo a mais velha Entrou num convento e lá permaneceu. Muito tempo, morando num lugar distante, longe de seu pai e de seus irmãos. Estudou, aprendeu e deu um rumo a sua vida e, Ao tornar-se educadora, e muita gente ensinou. Veio a Alfredo Wagner morar e aqui criou raiz, Conheceu o seu amor resolveu formar linda família. Aqui muita gente ela ensinou. Com seu marido quatro filhos criaram. Hoje a vida passou e novo rumo tomou, Um novo companheiro ela encontrou, Seus filhos cresceram muitos netos lhe deram, Já tem até bisneto para sua vida alegrar E dar continuidade a vida familiar. A vida segue caminhos tortuosos, Aqui a Menina do Interior cresceu na tenra infância Mudou-se, Mas para formar sua família a sua terra natal retornou. Após muita luta novamente sua vida firmou. Ela é uma guerreira! Onde passa logo faz amizade e feliz quem dela se aproxima. Agora mais uma vez foi para longe, mas não tão distante. Saudades ela deixa em todos pois somos todos filhos seus. 61 chegou, para dar continuidade a vida que tu plantaste e fizeste brotar, como num jardim de lindos botões de rosas perfurmadas. Alegrias de um Professor Nilva Bichling Figueiredo, nascida em Ituporanga no dia 21 de junho de 1945, filha de Alberto Büchling e Lucinda Machado . Estudou o primário no grupo escolar Araújo Figueiredo de Urubici. O curso ginasial e Magistério fez no Colégio Santo Antonio das Irmãs Franciscanas, no Estado do Rio de Janeiro. Voltou a Santa Catarina e ingressou no Estado em 1966. A escola escolhida foi o Grupo Escolar “Silva Jardim” de Alfredo Wagner. Neste ano 4 professoras normalistas lotaram na Escola: Julia Wagner, Leida Savaris; Lezi Bez BAtti e Nilva. Na escola funcionava o primário de 1ª a 4 ª series e o Curso Normal regional. Eram lotadas já na escola Dona Olga Farias, Doralice A. Seemann; Zelina Cardoso e Clélia Wagner que era a Diretora. A sua 1ª turma foi o pré-escolar nos períodos matutino e vespertino e no noturno pegou aulas de matemática e ciências. No meio do ano a direção da Escola pediu que Nilva pegasse a 4ª serie do primário, pois estaria trazendo problemas. Separaram os meninos das meninas. Sobrou pra ela a turma dos meninos. Crianças inteligentes mas muito levadas e peraltas. Tinham fama de arteiros na cidade. Como sempre gostou de desafios, Nilva pegou a turma e com amor, energia e pulso firme, munida de carinho tentou educa-los. A principio estabeleceu um bate papo para conhece-los melhor. Combinaram que as peripécias feitas e aprontadas só seriam contadas na hora da novidade, e determinou que esta hora seria sempre na 1ª aula de 2ª feira. Outras vezes contavam estas novidades por escrito valendo nota. Assim aos poucos conquistou a turma e os problemas aos poucos foram resolvidos. Um dia, nesta hora, alguém contou que haviam achado um ninho com ovos no pasto de Dona Lala. Resolveram vende-los. Um dos meninos tomou a frente e vendeu-os no bar do Miro. Por desgraça não é que os ovos estavam chocos! Todos riram muito. Um dos amigos da maloca arteira, resolveu colocar o apelido de “ovo” no amigo. Pedi que não fizesse isto mas o menino insistiu em provocar o colega repetindo “ovo, ovo”. De repente todos em silencio trabalhando, e o grito “ovo”, em seguida um barulho e outro grito de dor. Que susto!... O menino ofendido resolveu jogar seu penal de lata no colega, por azar feriu um aluno que era um dos mais comportados da turma, cortando o supercílio. Todos ficaram muito assustados. Encaminhei o menino ferido a direção para tomar as devidas providencias. Daquele dia em diante todos ficaram mais atentos e viram que dar apelidos e provocar os outros só da prejuízo e incomodo. Estes alunos seguiram seus estudos. Muitos se formaram em nível superior. Hoje quando vê seus nomes nos jornais e televisão, pois muitos seguiram a carreira política, sente orgulho porque foi sua professora. Outro acontecimento marcante em sua vida profissional foi quando respondeu pela SLE. Naquela época, todos os anos em julho e fevereiro o professores tínham que participar de cursos de aperfeiçoamento, oferecido pelo estado. Éram obrigadas a participar e estas horas contavam para o plano de -62-carreira. 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Em 1974 surgiu um curso do Governo Federal “PREMEN” oferecido a professores não habilitados que atuavam nas áreas de Ciências e Matemática. Nilva se inscreveu e fez o vestibular. O estado oferecia bolsa (o salário de professor) para os efetivos que passassem entre os 10 primeiros classificados. Nilva conseguiu a bolsa e foi fazer o curso com duração de 12 meses em período integral na Universidade Federal de Santa Catarina. Foi muito difícil para ela deixar os filhos e marido. Mas com a ajuda e força de toda a família superou as dificuldades e saudades. Nilva era uma apaixonada pelo seu trabalho; considerava como seu dever aperfeiçoar-se nos estudos para não parar no tempo. Ao voltar da faculdade retomei as suas turmas. Nesta época foi então criada a supervisão local de educação que se desmembrava de Bom Retiro. Vários pretendentes queriam ocupar o cargo de SLE. E para sua surpresa, ela que nem imaginava ocupar o cargo, o seu nome foi indicado na Câmara de Vereadores. Todos os vereadores apoiaram o seu nome que também recebeu a aprovação do Prefeito Eleito, Rogério Pedro Kretzer que assumiria a prefeitura no ano seguinte. Para ela foi uma alegria muito grande pois jamais pensou em ocupar um cargo de confiança do Governo. Aceitou e procurou se integrar das responsabilidades inerentes do cargo e assumi-las com muita ética e moral. Ficou sob sua jurisdição: 25 Escolas Isoladas estaduais, 1 Colégio e 18 Escolas Isoladas Municipais. O trabalho era supervisionar, orientar e acompanhar professores, alunos e os prédios escolares. Com a ajuda da Senhorita Bejhair Chini, supervisora que coordenava antecipadamente a educação no município, tudo se tornou mais fácil. Neste trabalho procurou sempre ouvir professores, pais e alunos para satisfaze-los em seus anseios e necessidades. Um dos projetos realizados que muitas alegrias e realização lhe deram foi a implantação das hortas escolares nas escolas. Desenvolvido juntamente com a ACARESC, secretaria da Educação, município, pais e professores. Este projeto veio de encontro com um de seus objetivos da época: Diminuir o êxodo rural, motivando os pais a permanecerem no campo. As verduras e legumes enriqueciam a merenda escolar, e a sobra os alunos levavam para casa mudando assim os hábitos alimentares das famílias e motivando os a terem as suas hortas particulares. Este projeto veio também a aumentar a renda das APP’S. Como? Através da feira livre que promoviam na beira rio e mais tarde na praça da Bandeira. A ACARESC e prefeitura montavam as barracas e as Comunidades e App’s traziam os produtos para serem comercializados. Este projeto trouxe muitos benefícios. O estado lançou na época o concurso “minha horta é a mais bonita”. Muitas de nossas escolas foram premiadas com o 1º lugar. Houve assim uma grande integração Escola Comunidade. 63 Hilário Dewes NASCE MULHER DESEJADA HOMEM Inspirado no livro Jogo e estrutura das pesonalidades, de Pedro Antônio Grisa, por ser aluno no IPAPPI de Florianópolis desejo partilhar alguns pontos sobre a programação mental, que creio que sejam muito importantes para o autoconhecimento. Nasce mulher desejada homem Estudando a programação da vida intrauterina descobre-se maravilhas que vão se manifestando em toda a existência. Hoje falamos da rejeição de sexo que ocorre quando a mãe gestante ao desejar menino nasce menina ou vice-versa. A profundidade do desejo da mãe determina a intensidade das influencias. Mulher-esperada menino, ou seja o bebê esperado menino nasce menina consequências das mais diversas e interessantes. A estas alturas imagino que os leitores talvez se perguntem pela primeira vez: E eu, será que fui esperado o que? Características físicas: (tendência de) musculatura saliente nos membros superiores e inferiores, pode ter mais pelos que outras, forca física, movimentos mais bruscos, normalmente seios menores do que sua mãe,... Se tiver educação adequada, a mulher esperada homem tem corpo esbelto e porte elegante. Pode também ser exageradamente gorda como que inconscientemente querendo esconder as formas femininas dentro de um manto de gordura. Não gosta dos degotes dianteiros. Gostam de comandar, prefere as atividades profissionais as atividades domésticas e irrita-se facilmente com os filhos, como se esse não fosse o seu papel. É aguerrida, lutadora e aceita desafios com muita garra tendo facilidade no desempenho de tarefas profissionais. Luta e briga por seus direitos. Em geral são feministas. Nas atividades praticas se da melhor com os homens do que com as mulheres. Sente-se feliz voando e cantando longe das “gaiolas” domésticas. Afetivo-emocionalmente sempre é ansiosa, tem medo de decepcionar, insegura nos relacionamentos afetivos com facilidade se bloqueando sexualmente. Esperada menino nasce menina, na linguagem subconsciente significa decepcionar as expectativas alheias, o que pode também gerar um sentimento de culpa, que é a pior praga da humanidade, porque se convencionou culturalmente que o culpado merece castigo gerando muitas vezes mecanismos de culpa e autodestruição fonte de mecanismos de criação de doenças psicossomáticas. E por isso que tendem atrair acusações indébitas, calunias,... sentindo-se injuriadas tendem defender ardorosamente seus direitos. Sexualmente tem comportamentos próprios na adolescência, no inicio do casamento, durante -64- Esperado mulher nasce homem. “Bebê esperado menina, nasce menino”, neste caso viverá os mesmos conflitos da mulher que nasce desejada menino. Homem desejado menina desenvolve características físicas do corpo de mulher que podem também corresponder à imagem de mulher da gestante enquanto espera esta criança. Tem a pele sedosa, delicada e sensível. Gosta de usar cabelos compridos que tendem a ser sedosos e fartos. Sua barba é mais rala do que a de seu pai. Seu pênis geralmente é pequeno e facilmente nasce com fimose. Sua musculatura é frágil e seus ossos finos. O impressionante é que tudo isto é a energia PSI atuando pela psicocinesia influindo diretamente sobre o desenvolvimento orgânico e biofísico da pessoa. É Admirado pela beleza física. Gosta de roupas bonitas e de enfeitar-se com joias. Características comportamentais: tem bom gosto nas atividades familiares e domésticas, sente insegurança diante do que exige força e destreza. Sua insegurança manifesta-se também nas atividades econômicas, nos negócios e na profissão, pois tem dificuldade em dizer não e fazer cobranças. É compreensivo, acolhe, perdoa e desculpa. Não tem dificuldade em ser liderado, mesmo com ansiedade lidera agradavel e dinamicamente. Sabe usar o tom de voz conforme as pessoas com quem lida. É bom colaborador e costuma dar-se bem com todos. É sensível, envolve-se pelo belo, artístico e sensual. Muitos homens foram esperados menina porque a mãe queria uma companheira para si. Desenvolve a intuição e imaginação em grau elevado. Costuma ser muito inteligente, dedicado, capaz, ter clareza de sua escala de valores e busca permanentemente o cultivo. São aqueles maridos que as mulheres sonham encontrar porque as fazem felizes porque são muito família. São profundamente fieis para sempre. 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL a primeira gravidez e surpreendentes após o nascimento do primeiro filho. Quantos casamentos desfeitos seriam maravilhosamente felizes se as pessoas conhecessem sua alma como ela de verdade é. Isto levaria a todos a compreensão e amor profundos. Aqui vai uma suplica a cada pessoa a conversar com sua mãe e seu pai sobre tudo o que aconteceu no tempo de sua gestação. Um esquema para isto e o projeto de vida em www.hilariodewes.com.br Conheça as leis da criação, da harmonia e do equilíbrio. E maravilhoso poder reprogramar as mentes pela regressão e levar as pessoas a viver com naturalidade a beleza da vida compreendendo que todos nascem para brilhar. 65 Ivone Daura da Silva RUGAS DA SAUDADE Hoje, eu ouvi as oito badaladas, Do relógio da Matriz. O murmúrio do mar Que parecia uma cantiga de ninar, Melodiosa diante o berço. Senti a brisa me tocar lentamente Enquanto o ancião parou, Olhou-me, enganando os óculos. Senti o desejo do pipoqueiro que me ama loucamente, Enquanto a menina escreve várias vezes, Na areia o meu nome, Com “água na boca” do tempero chocante. O padre anuncia à hora da procissão. A vizinha atrapalhada tropeça na pedra As beatas se reúnem em grupo de cinco, O ancião ergue os óculos na testa e reza. Divagar segue o andor, ouço vozes de louvor. O raio solar emoldura o céu azul As nuvens separam-se em desiguais cores. O ancião cabisbaixo chora o que o tempo mudou E deixa despedaçar a explosão de pensamentos. Sou guloseima sem distinção de idades Sou rei nas festas, nos lares sou príncipe. Desprovido o ancião segue em um barco sem rumo, Perdido no oceano entre as rugas da saudade, Da fábrica de chocolates. -66- José Carlos Moutinho O LEITOR DIGITAL ADQUIRE CONHECIMENTO? 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL A história contemporânea dá conta de que a Internet surgiu primeiramente nos meios militares norte-americanos, no auge da Guerra Fria. Posteriormente, a Internet foi estendida para os meios acadêmicos. Desde os seus primórdios (Arpanet - Advanced Research Projects Agency Network), a Internet visa o processamento e transmissão de grande quantidade de informações (dados), para a formação de conhecimento, além da comunicação entre pessoas. A Internet, a partir de 1994, ganhou diversidade tecnológica, agilidade e interface que facilita a operacionalidade do internauta no acesso à informação, entre outras facilidades. Como resultado de anos de trabalho (global) de armazenamento de dados (digamos assim), a Internet se constituiu num imenso banco de dados disponível a todo cidadão, em qualquer parte do mundo. Tal situação, sem sombra de dúvida, aumentou em muito a produtividade do ser humano (cidadão ou indivíduo) na busca de informações, bem como na realização de tarefas cotidianas, como pagar contas, baixar manuais técnicos para resolver problemas em seus equipamentos, baixar arquivos de configuração de computadores e seus periféricos, ler notícias, entre tantas outras utilidades profissionais e de lazer. Na Internet, também é possível baixar (legalmente) livros históricos, como por exemplo, no site do governo brasileiro – http://www.dominiopublico.gov.br/. Neste site, o internauta (estudantes, professores e público em geral) poderá baixar livros (best-seller) liberados para a distribuição gratuita, por terem alcançado o prazo legal de 70 anos após a morte do autor (Lei nº 9.610/98). Assim, os estudantes (e pesquisadores) têm a possibilidade de acesso rápido (e sem custo) às obras fundamentais para a formação do conhecimento. Além disso, a Internet (pela sua diversidade, rapidez, interatividade e instantaneidade) contribui muito para a socialização do conhecimento. No entanto, a grande rede tem suscitado diversos debates (anos a fio) sobre sua capacidade de contribuir para a formação do pensamento, conhecimento e inteligência. Em 20/09/2010, o diário Folha de S. Paulo publicou uma entrevista com Nicholas Carr, sob o título “Internet obriga a pensar de forma ligeira e utilitária”, disse Carr. Na oportunidade, Carr tinha lançado o livro “The Shallows: What the Internet is Doing to Our Brains” (ou “O Raso: o que a Internet Está Fazendo como Nossos Cérebros”). A Folha de S. Paulo, no primeiro lide da entrevista, destacou que o autor manifestou preocupação com o poder que a Internet tem de distrair as pessoas, o que pode estar nos tornando estúpidos. O livro tem suscitado um bom 67 debate. Mas é preciso não confundir, por exemplo, conhecimento com inteligência. Pelo dicionário da Língua Portuguesa Aurélio, conhecimento é o “ato e efeito de conhecer. 2. Informação ou noção adquirida pelo estudo ou pela experiência. 3. Consciência de si mesmo. [...]”. Pelo dicionário Michaelis, conhecimento é o “ato ou efeito de conhecer. 2. Ideia, noção; informação, notícia. 3. Consciência da própria existência. 4. Ligação entre pessoas que têm algumas relações. [...]”. Assim, a Internet, entre outros meios digitais, contribui muito para o acesso (rápido) à informação e ao conhecimento do leitor digital. Mas isso tudo é apenas um passo para a pessoa adquirir outra faculdade (a mais importante) em direção ao sucesso na vida e ajudar o próximo: a inteligência (“Faculdade de entender, pensar, raciocinar e interpretar; entendimento, intelecto. 2. Compreensão, conhecimento profundo. 3. Pessoa de grande esfera intelectual. [...]”). Esse é o desafio que está ocupando especialistas em Educação no Brasil. Ou seja, fazer com que o brasileiro deixe de ser analfabeto funcional – a pessoa que lê textos, mas não consegue entendê-los e interpretá-los. Em síntese, não se pode, por exemplo, fazer da Internet uma vilã para o aumento do número de analfabetos funcionais, pois estes já existiam antes da Rede Mundial de Computadores. O indivíduo que utiliza a técnica do copiar e colar (copy & past) na realização de seus trabalhos está enganando a si mesmo, mais do que ao próximo. É uma questão de educação e de caráter, que não depende das mídias digitais. Cabe aos professores e pais, entre outros cidadãos, fazer com que o leitor digital saiba tirar proveito eficiente da Internet, adquirindo conhecimento e desenvolvendo a inteligência. Para finalizar, é importante que o leitor digital entenda a Internet como um grande banco de dados, onde o cidadão fará a busca e seleção (sistematizada, e de boas fontes) das informações que lhe interessam em determinado momento da vida. O importante, como destacou o professor e escritor Mike Ward (1), é que na web há mais informações do que seria possível conseguir ler ou querer ler de outra forma. “Portanto, uma das primeiras coisas que se deve aprender é ser seletivo”. O leitor digital pode sim adquirir conhecimento, mas com esforço, força de vontade e, sobretudo, honestidade consigo mesmo e com os outros. Nota: (1) WARD, Mike. Jornalismo Online? São Paulo: Editora Roca, 2007. Publicado originalmente: http://www.correiocidadania.com.br/ http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_ content&view=article&id=5162:o-leitor-digital-adquire-conhecimento &catid=29:cultura&Itemid=61 29 de outubro de 2010 Revisado: 29 de dezembro de 2012. -68- Lionizia Goyá VIVER MOCA Posta loca a cava Tosca a doca toca Fila cai ô dos Ca Cava moca a furna Anta a pasta anca Lota sabia ô van Ca Mica limpa a lapa Pita a tapa pinta Liga sai ô pan Ca 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Perder o equilíbrio Alçar minha essência Residir na agonia Içar minha vivência Abafar a veemência Elevar minha experiência Obter a eloquência Se arrastar pela existência Viver cada segundo, imundo Todo momento, unguento Cada idade, maldade Todo rebento, invento Cada partilha, pilha Toda dureza, leveza A vida de viver com dever De estar e morrer A vida de viver com carecer De matar e renascer. Conviver. 69 Luiz Arthur Montes Ribeiro PARA VOCÊ MEU AMOR Hoje senti teu perfume tua presença teu desejo de amar, beijar e sentir o meu corpo. Hoje senti teu perfume teu beijo teu desejo de me beijar por inteiro Hoje senti teu perfume tua boca teu corpo teus toques Hoje senti você e relembrei aquela tarde gostosa de amor que fizemos naquele jardim repleto de hortênsias Ah meu amor, hoje senti você. MEU AMOR Ah... este mar que me enlouquece me deixa cheio de desejos: desejos de te amar, te beijar, te possuir em suas entranhas Ah... este mar que me enlouquece me deixa cheio de amores: amores da minha vida, tão bem vivida, mas que nunca te esqueceu: meu amor Ah... este mar que me enlouquece me deixa cheio de saudades: saudades dos teus beijos, dos teus toques, do teu corpo saudades dos teus lábios, dos teus dedos, do teu cheiro Ah... este mar que me enlouquece... Quantas saudades de ti nesta iluminada tarde de sábado aqui na Barra do Say. -70- Manecas Cândido SUBÚRBIO QUERENÇA Queria ser homem Mas, infelizmente Sou uma pedra Atirada algures. M’WALI1 Otikhina, otikhina, otikhina2 O povoado delirava O regresso de João Eurico Rakel. Os cajueiros silvavam ao ritmo de batuque. As senhoras rodopiavam ao som de cânticos Que devolviam Os adolescentes amanhados em adultos. Notas: 1. Rito de iniciação em língua emakhua. 2. Cântico emakhua de regresso a comunidade de adolescentes após o ritual. 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Aqui Quando o sol brilha Recebemos a poeira vermelha Do saibro calcado nas nossas ruas. Os nossos sonhos ainda guardados em casas De pau a pique. São lustro a devoção do amanhã. 71 REGADIO DE TEWE Agora os meus sonhos sorriem Como rosto verde. Mopeia veste espigas aladas Salpicando a esperança do vale de Zambeze. Será a partida adiada de madjone-djones Esses que estendem estandartes em pátria alheia Enquanto aqui A terra às mãos abertas Clama por braços combatentes. Abril é o mês da anunciação E não existirá o vozear de lamentos O vento salpica o olor do arroz maduro. COQUEIRAL DA ZAMBÉZIA Minha terra é riqueza De um mar de palmares Verde chá Reverberando lindos campos. À noite navegamos a dança do nhambaro Até ao ébrio da nossa alegria. Ao nascer do sol, o suor, bago do milho maduro Cultiva horizontes de mãos futuras E em uníssono, pés descalços, Calcorreamos caminhos Que se propõem. A meta da nossa terra Revigorando a certeza do amanhã. -72- Marcos Tadeu Demarchi VOCÊ TEM PROBLEMAS? E EU COM ISSO? 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Vivemos num tempo onde tentar cumprir com todos os nossos compromissos diários parece ser algo impossível a ser feito, embora, também pareça o mais importante a ser feito. São tarefas do dia a dia que nos toma todo o tempo, deixando a impressão de que o dia tem menos de 24 horas ou que os ponteiros do relógio gira mais rápido de que quando éramos crianças. Pode parecer estranho, mas não é isso que acontece. Tomamos todo nosso tempo muitas vezes com preocupações que nos afeta diretamente, não nos preocupando com a relação do outro em nossas vidas. A falta de tempo, para resolvermos todos nossos problemas diários, é apenas uma impressão construída por nosso cérebro para que possamos ter como desculpa a inabilidade de resolver todos os compromissos diários. A diferença esta na forma com que construímos o nosso futuro. Você já parou para pensar qual a importância do meio em sua vida, o quanto o outro pode influenciar o seu tempo, seus compromissos e seu futuro? Não, eu acredito que realmente não tenha pensado nisso, pois isso não é algo comum e, que estamos acostumados a fazer. Procuramos prestar atenção apenas naquilo que nos interessa, ou que, esta ligado diretamente a nós, estou certo? Acredito que pelo menos a grande maioria pensa assim. Isso já é um grande problema, pois se o individuo interfere no meio através de suas ações, e podemos ver isso facilmente, da mesma forma o meio também interfere no individuo fazendo-o reagir, muitas vezes de forma inesperada, tomando-lhe um tempo que não estava programado em sua agenda. Poderia dar inúmeros exemplos de ações indiretas, mas que, nos afetam diretamente. E por nos afetar diretamente deveríamos nos preocupar mais com elas. Você não acha? A palavra afetar esta diretamente ligada ao fato de causar um efeito, seja ele bom ou ruim. A milhões de anos o homem vive em comunidade por questões diversas, uma delas é a segurança. Nossos antepassados aprenderam que juntos poderiam ser mais fortes e, assim, conseguiram a perpetuação da espécie. Por tanto, não faz parte de nossa gênese viver só, quando nos afastamos de pessoas dos nossos relacionamentos, algo não esta bom, algo esta nos afetando e precisamos rever nossas ações para alterar os comportamentos que certamente trarão outros resultados. Só o fato de não nos sentirmos bem, já causa um efeito nos ambientes de nossos relacionamentos. Nossa cultura faz com que vivemos em comunidade, independente de nossos problemas, precisamos aprender a conviver com eles, 73 ou melhor, a resolvê-los sem afetar o meio, mas isso é algo quase impossível. A dificuldade não esta em resolver nossos problemas, mas sim de, encontrar soluções antes que este atinja o meio. Mas, por que devo me preocupar com a resolução dos problemas antes que este atinja outras pessoas? - É simples, toda ação gera uma reação e toda a reação inesperada gera uma contra-ação. Você já ficou preso no trânsito por conta de alguma passeata, ou um grave acidente, então ações de terceiros que afetaram diretamente você e por consequência seu tempo. Ai você me pergunta, mas o que fazer nesse caso? Existem coisas que afetam nossa vida que realmente não temos como evitar, como por exemplo, a morte de um parente próximo, uma doença inesperada, enfim! Meu intuito não é levar soluções para todos os problemas, não é minha pretensão ser o senhor da verdade, mas sim, fazer você pensar de forma holística, ou seja, globalizada. Você tem problemas? E eu com isso? Ter uma visão mais ampla da vida dará a você a capacidade de obter informações variadas, contribuindo para a geração de novos conceitos, novos aprendizados e certamente uma compreensão mais aprimorada da vida, pois "A vida não é o que acontece com você, mas o que você faz que aconteça com você." Norman Vincent Peale. Vivemos num tempo em que os questionamentos se tornam constantes, por isso buscamos respostas e, para alcançar as melhores respostas necessitamos parar para refletir sobre nossas ações, mas essa é uma "tarefa de casa" que não nos parece muito fácil. Muitas vezes por falta de tempo ou até mesmo interesse, pois, refletir certamente nos fará reconhecer alguns de nossos erros e, reconhecer erros requer mudanças e, mudanças causam desconforto e muitas vezes insegurança. Por isso distanciamos de nós por medo, insegurança e acomodação, não percebendo que nossos erros certamente estarão afetando o outro e o meio em que vivemos. Logo o resultado de nossas ações também nos atingirá e ai que vem a reação, trazendo o desgaste físico e mental. Já é cientificamente comprovado que o esgotamento físico e mental pode causar doenças como o infarto, hipertensão, fobias, gastrite. Podemos evitar? - Sim! - Certamente, não querendo ser redundante, mas nossa ações interferem no meio o que mais você precisa saber? Busque conhecer a si mesmo, procure identificar o que te afeta ou o que não esta dando muito certo para você, identifique seus pontos fortes e pontos a serem melhorados. Caso não consiga fazer isso sozinho busque ajuda de um profissional. Mas o mais importante não é identificar o mais importante é se permitir a mudar, fazer diferente, pois só assim você estará dando um novo sentido a todas suas ações. Com isso você viverá mais feliz, transcendendo aos demais toda sua felicidade e assim você a diferença. Por isso viva sua vida não como se hoje fosse o ultimo dia, mas como se hoje fosse o melhor dia de sua vida! - E é, pois é hoje que você pode fazer toda a diferença. É hoje que -74-você altera o seu futuro, é hoje que você contribui com suas ações para QUAL O RESULTADO DO ESFORÇO APLICADO? É comum nos depararmos com a agonia, o desanimo, a tristeza e uma suposta falta de capacidade de atingirmos nossos objetivos, principalmente quando as coisas parece não dar tão certas como desejamos, isso é normal e de certa forma, até compreensível. Quando definimos um objetivo e resolvemos colocá-lo em prática, geralmente acreditamos estar certos, de que estamos totalmente preparados para alcançá-lo, mas nem sempre é assim! É difícil para nós na ânsia do desejo, refletir sobre nossas reais capacidades de alcançarmos os melhores resultados, ao contrário, o que procuramos é sair fazendo as coisas de qualquer forma achando que já deu certo. Nossos desejos e sonhos nos entorpecem nos fazendo acreditar que estamos suficientemente preparados para a realização do “tão sonhado” objetivo. Ao desejar algo nos colocamos na posição de executores e nunca de receptores da ação, assim sendo, não nos permitimos olhar por ângulos difusos que poderiam contribuir para uma visão contrária da situação, e assim, ampliar nossa capacidade de entendimento e avaliação do real problema a ser enfrentado. Quando desejamos algo, este desejo nasce de alguma necessidade individual ou até mesmo coletiva. Por ser considerada uma necessidade, passamos a olhar para fora, acreditando que lá estejam às respostas para os nossos problemas, algumas vezes sim! Existem momentos em nossa vida que a “exceção vira regra e a regra exceção”. Por isso devemos olhar internamente, devemos buscar dentro de nós as respostas para nossas 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL a vida de todos os que estão direta ou indiretamente ligados a você. Por tanto pense muito bem no que você esta fazendo com sua vida e com a vida dos outros que estão ao seu redor. Temos o direito de escolher o que queremos passar, mas não temos o direito de escolher o que os outros irão passar por conta de nossas ações. Tudo o que passamos o que vivemos deve servir de exemplos para a construção de um individuo mais responsável com sigo e com os outros. Nosso futuro faz parte das escolhas que fazemos hoje, pois a vida é como uma grande fazenda. O que plantamos, colhemos e o que colhemos, comemos. Cuidado para não sobrar apenas erva daninha para que você possa colher e consequentemente ter que comer. Agora eu lhe pergunto! E eu com isso? - minha parte eu já fiz, espero que vocês possam refletir, refletindo possam encontrar seus erros, os pontos a ser melhorados, se permitindo a cada dia fazer diferente, com isso ter novos resultados alterando significativamente suas vidas e dos seus. Permita-se a fazer diferente, sempre pensando se os resultados de suas ações iram afetar o outro de forma positiva ou negativa. 75 dúvidas e as soluções para nossos problemas. Ao sentirmos uma necessidade, essa pode ser fruto de frustrações passadas ou algo muito recente. Procuramos com a satisfação de alguma necessidade, eliminar inconscientemente tal frustração. Porém, podemos perceber que a coisa não funciona dessa forma, pois ao satisfazermos uma necessidade, logo em seguida sentiremos outra necessidade, e outra e assim sucessivamente, algumas vezes até contrária a anterior. Por tanto, vivemos correndo atrás de satisfações pessoais, e isso não é errado. Precisamos também pensar em eliminar nossas frustrações para que possamos sentir que somos felizes e realizados, valorizando os resultados em sua totalidade. Foram às batalhas travadas com seu inconsciente que trouxe o homem ao nível de conhecimento que temos hoje. Porém podemos mudar ainda mais a visão que temos do valor de nossos resultados e subir ainda mais nos degraus da evolução humana. Lançar um olhar holístico sobre toda a situação fará de nós pessoas capazes de encontrar nos erros grandes lições que serviram de suporte a projetos futuros. Por mais que os resultados não sejam os esperados, sempre poderemos aprender algo, ao contrário, certamente estaremos criando outra frustração, que provocará outras necessidades, ao invés de satisfazer as anteriores. A final como podemos nos sentir felizes e realizados se não conseguimos atingir os objetivos em sua totalidade? Quando almejamos algo passamos a acreditar que já conseguimos, o excesso de alto confiança pode ser o fator que nos impedirá de enxergarmos nossa realidade, ou melhor nossas fraquezas. Diante da inabilidade de reconhecer os pontos a serem melhorados, passamos a acreditar que existam apenas os pontos fortes – como diz o ditado “O pior cego é aquele que não quer enxergar” – Porém, nos enganamos na certeza de que esta tudo caminhando como deveria e que obteremos a vitória e a felicidade plena ao atingir nossos objetivos. Ninguém em sã consciência pode acreditar que não se terá dificuldades durante o caminhar em busca dos seus objetivos. Entendendo esse ponto de vista, basta agora você passar a valorizar seus resultados de forma a compreendê-los em sua totalidade, resultado menos ação é igual aos pontos a serem melhorados. Questione-se, avalie-se numa escala de 0 a 10 sendo (zero o mínimo e 10 o Maximo). Qual foi o resultado atingido em relação ao que eu esperava? Qual foi o meu dispêndio de energia, recursos, tempo para que eu pudesse alcançar o objetivo almejado? Eu dispunha de recursos suficientes para a execução do projeto até o final? Minhas ações foram congruentes com o objetivo desejado? O que faltou para que o objetivo em parte realizado pudesse ser atingido em sua totalidade? Bem, se faltou energia, motive-se, da próxima vez você poderá -76-chegar mais longe! Faltaram recursos, adquira o suficiente para a realiza- 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL ção de seus objetivos, inclusive com sobras para uma eventual necessidade. Faltou tempo, organize seu tempo a fim de poder cumprir com seus compromissos com sobra para novos projetos, família, comunidade. Há! Não se esqueça de você, pois você é a pessoa mais importante para você nesse universo. Faltou ação, então comece desde já a agir, pois nenhuma intenção pode ser valida se não for seguida de uma ação coerente com os objetivos a serem alcançados. Seus desejos, suas necessidades são frutos de seu inconsciente, por tanto, avalie suas reais necessidades antes mesmo de colocar como algo necessário em sua vida, mas se o fizer, planeje, haja, avalie e reformule a fim de alcançar os melhores resultados. Não esquecendo de que todo resultado é fruto do esforço aplicado na conquista dos seus objetivos. Boa sorte! 77 Maria Celeste Maffei Demarchi O DINOSSAURO E A JOANINHA Certa vez, perto de uma montanha vivia um dinossauro todo orgulhoso e uma joaninha modesta e simples. :- Onde é que tu vais? Perguntou o dinossauro. Daí responde a joaninha: - Ora. meu amigo, não se diz tu, se diz você! É assim que as pessoas simples falam. Continuou. O dinossauro resmunga: - Aé? Sua... se eu te pego... :- Poxa, disse a joaninha, é melhor eu sair daqui antes que... Nhec! O dinossauro engoliu a joaninha. Coitada! foi-se entre os dentes do dinossauro. Moral: Ser simples é um dom e ser orgulhoso é um pecado! -78- Maria Luiza Vargas Ramos FESTA NO CÉU 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL No domingo de 27 de janeiro de 2013 Santa Maria acordou triste, o Rio Grande do Sul estava triste e até o Brasil se entristeceu. O sol se negava a aparecer na praia, um cão uivava insistentemente ali perto e eu, inexplicavelmente, acordei com a alma pesada, sorumbática. Resisti a entrar nas redes sociais, privilegiando uma caminhada à beira mar. Na hora do almoço, com a TV ligada, recebi um soco no estômago que me deixou atordoada: mais de duzentos mortos numa boate no sul! A partir daí, os sentimentos vieram num crescendo: angústia, estupefação, pena, tristeza, solidariedade e as lágrimas nem pediram licença para descerem no rosto. Como sempre, coloquei-me no lugar daquelas famílias e meu peito quase explodiu de dor! Inenarrável o que sentimos ao ver aqueles corpos lindos, jovens, estendidos inertes na calçada fria, sob os gritos desesperados dos sobreviventes e dos socorristas. Então, até para acalmar a opressão crescente e perigosa, imaginei São Pedro sorrindo, com as chaves do Céu na mão, recebendo aquela gurizada bonita demais, alegre demais, inteligente demais, ruidosamente adentrando a casa do Criador e enviando, pelos celulares do coração, mensagens de força e conforto aos seus pais, seus irmãos, seus avós, seus amigos. Com toda a certeza, o Céu está muito mais bonito! Santa Maria, que dá nome à cidade onde eles nasceram, ou escolheram para estudar e morar, não deixará que lhes falte nada, com aquele desvelo de Mãe sempre pronta a aconchegar, beijar e distribuir carinho. O Céu está muito mais inteligente, porque os jovens que para lá se dirigiram são estudiosos, capazes, de boa formação e nunca fizeram mal a ninguém. Aqui na terra é que os anjos precisarão se multiplicar, tentando preencher lacunas imensas, no espaço onde a juventude, em sua pujança, costuma se espalhar. Eles vão fazer muita falta por aqui! O que consola é que, com certeza, hoje tem festa no Céu! 79 Mauro Frederico Demarchi A REVOLUÇÃO DAS ABELHAS 1. Descobrindo uma fábula -Se você quiser compreender a maravilhosa lição que as abelhas têm para nos dar, não deixe de ler o trabalho de seu avô — aconselhou, certo dia, meu pai. -Mas que trabalho é esse, papai? Não sabia que o “vô” tinha sido apicultor. -Você era muito pequeno quando ele morreu, por isso não conheceu o que era sua habilidade para lidar com colméias. -Já revirei por inteiro a biblioteca do senhor e jamais encontrei esse livro do vovô. -Não, não é um livro publicado, meu filho. É um conto, ou melhor, uma fábula. Ele o quis publicar, mas o editor, muito amigo dele, deixou para fazer a edição quando voltasse de uma viagem que fez à Itália, mas... infelizmente resolveu ficar por lá e seu avô acabou desistindo da publicação. A fábula é uma comparação baseada nos hábitos dos diversos tipos de abelha que povoam nosso imenso Brasil. Dessa comparação ele tirava uma conclusão muito curiosa... Leia a fábula, depois conversaremos. -Uma fábula sobre abelhas? Onde minha curiosidade pode encontrar esse trabalho? -No sótão, meu filho, na velha arca de madeira entalhada. Subi então ao sótão à busca do manuscrito de meu avô e deparei-me com pilhas de papel velho. O leitor já mexeu em papéis velhos? Num álbum de fotografias, passam os instantâneos de um casamento que teria tudo para ser feliz: ela, virtuosa, dedicada e educada; ele, empreendedor, honesto, distinto, quase um gentil-homem. Entretanto... páginas além, o enterro dele, enchendo de tristeza a esposa, os filhos e parentes. Assim, em meio àquela instrutiva papelada, as horas voavam, sem que eu percebesse. De repente, o manuscrito do meu avô! Peguei-o reverente, quase como uma coisa sagrada, recostei-me à parede junto à clarabóia, e, ali mesmo, comecei a lê-lo. Logo no alto, pregada à capa, uma folha dobrada e amarelada pelo tempo, com esta nota dele ao editor: “Benedetto, “Questa é a fábula que lhe falei, sobre a organização sociale das abelhas. Você manda rever o meu português pois você sabe que o parlo muito mal, depois falamos della publicazione”. Assinava: “Fr. Demarchi - Out. 1923” O editor respondeu na mesma fôlha e sem cerimônia: “Francesco, “Sua fábula, muito interessante, acentua de forma assaz necessá-80- ria o equilíbrio harmônico entre os diversos elementos que compõem a natureza. Fiz as correções de português que me pediu. Como você sabe, viajo esta semana para a Itália. Assim que voltar tratamos da publicação. Benedito, Dez. 1923”. Tendo, enfim, decorrido mais de 70 anos, nada obsta a que venha a lume, com sua modesta ciência, mas não pequena sabedoria, a fábula redigida por meu velho avô sobre a vida das abelhas. 2. Apresentando os personagens 3. A fábula Foi observando a vida de cada tipo de abelha que redigi esta fábula. Sendo animais irracionais, incapazes de bem ou de mal voluntário, as abelhinhas deste conto servem apenas de símbolo para atitudes semelhantes entre os homens. Não se trata de preferência por umas em detrimento das outras. Todas têm o seu papel na Criação, e ainda quando não são diretamente úteis ao homem, seu estilo de vida sempre lhe serve como lição. Daí que o recurso à fábula, freqüente na história da literatura, sempre foi meio adequado para transmitir ao homem uma lição de vida. Vamos, pois, ouvir o relato de... 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Antes, porém, permita-me, leitor, que apresente os diversos tipos de abelha que entrarão em cena. Todas elas, exceto as duas vespas, fazem parte da subfamília apinae que se subdivide nas tribos apini, meliponini, anthophora e bombini. Os três personagens principais — Apislinda, Apisbela e Apislene — são abelhas da tribo apini, do tipo Apis mellifera mellifera, chamadas européias ou do reino, pois foram introduzidas no Brasil, no começo do século passado (Sec. XIX), por ordem de D. João VI. Encontram-se abelhas dessa mesma família em toda a África, Ásia e Oceania. Pertencem à tribo das meliponini a minúscula jatai e a vilã da história, a irapuá, cujos hábitos são muito sujos. As meliponini são abelhas sociais encontradas nas regiões tropicais do mundo. Na tribo das Megachilidea vamos encontrar a abelhinha “individualista” e que vive solitária. Essa tribo tem também algumas espécies que vivem em sociedade, mas com organização muito elementar. A barulhenta mamangaba pertence à tribo dos bombini, ao gênero Bombus. Apesar de terríveis quando ferroam alguém, têm um papel importante na natureza, pois são excelentes polinizadoras. Na fábula aparecem ainda uma vespa e uma fêmea de marimbondo, que promovem a subversão do reino apícola. Elas são conhecidas e podem ser classificadas como Polybia occidentalis scutellaris e Polister canadensis, respectivamente.1 Feitas as devidas apresentações passo a palavra a meu avô: 4. A Revolução das abelhas 81 • “Eu sou, meus meninos, de um país muito distante” Quando criança, pouco depois de ter chegado ao Brasil, com meus pais, da distante Itália, conheci um velho apicultor holandês que freqüentava nossa casa. Chamava-se Jan (João em holandês). O olhar do velho Jan era azul como um céu de safira e possuía a profundidade do mar. Sua tez branca, emoldurada de cabelos loiros tendendo ao prateado, ficava da cor da cereja quando ele estava irritado. Porém, suas irritações eram fogo de palha, e como um torrão de açúcar num copo d’água desfaziam-se docemente diante de um sorriso de criança, solicitando-lhe um “conto”, uma história. Então, todos sentavam-se à sua volta. E ele, retirando da algibeira o velho e inseparável cachimbo de porcelana e ébano, orlado de frisos de cobre impecavelmente polídos, contava: - Eu sou, meus meninos — dizia enquanto ajeitava o boné e soltava uma baforada de aromático fumo que se evolava como um símbolo de seus pensamentos — eu sou, meus meninos, de um país muito, muito distante. Meu povo, um povo de bravos, lutou contra o mar, conquistou-lhe as terras, ergueu barreiras, diques, comportas, drenou pântanos e lagos, cobrindo-os de plantações e de flores. -Mas eu, eu sempre fui apicultor. Desde minha infância aprendi os segredos de uma colméia, freqüentei o mercado de abelhas de Amsterdã e lá adquiri meu primeiro enxame. Mas... tudo passa. Minha família mudou-se para o Brasil e eu aqui me fixei, tomando este belo e grande Império (estavamos então em pleno reinado de D. Pedro II) como minha segunda pátria. - O senhor não quer voltar mais para lá? Pergunta um menino espevitado. - Como voltar para lá, meu pequeno, se na minha terra já não resta mais ninguém de minha família? Sou só neste mundo. Depois, para que voltar, se lá encontrarei caras que nunca me viram e que eu nunca vi, enquanto aqui sou querido por meus amigos e estimado por vocês, que tanto gostam de minhas histórias e tanto alegram a minha velhice? - “Seu” Jan, interrompe uma menina, o Chico contou que o senhor já ouviu as abelhas conversando. É verdade? Apertando o cachimbo com a mão esticada e parando por um instante como que a ordenar as recordações, retomava: - Na realidade, Isabel, os animais não falam. Os homens é que falam por eles. Colocam na boca dos animais palavras que estes diriam se tivessem a capacidade de falar, para que o homem melhor compreenda certas verdades. Existiram fabulistas famosos... - O que é fabulista, “seu” Jan? Pergunta Rafael, curioso. - Fabulista, meu menino, é o homem que escreve fábulas, pequenos contos com fim moral, a exemplo do “seu” Jan. Nos tempos passados havia muitos e alguns deles tornaram-se famosos. • O maravilhoso equilíbrio existente na natureza -82- - Uma das coisas que tenho sempre lembrado nas histórias que • Será que foi um sonho? - Um belo dia, meus meninos, não sei se dormia, não sei se estava acordado, o certo é que ouvia minha patroa cantarolando uma canção qualquer, enquanto a rede ia e vinha. O movimento da rede, o som da música, o perfume de múltiplas flores odoríferas me embalavam e não sei se sonhava. Parecia-me rodeado de crianças como vocês. Até com os mesmos nomes. Em certo momento, pousou junto a uma flor de pessegueiro um colibri de irisações verde-azuladas, desejoso de sorver um pouco do néc- 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL lhes conto, meus meninos, diz respeito ao maravilhoso equilíbrio existente na natureza. Um enxame de abelhas; um beija-flor; um leão ou um gato; uma pedra ou um ipê; o céu e a terra; as estrelas e os planetas; tudo, enfim, desde o minúsculo grão de areia até o mais resplandecente astro estão ordenados e seguem leis impostas pelo Criador do Universo. Nesse universo, o homem... - É o desmancha prazeres! Exclama Marcolino, um dos mais crescidinhos. - Não, não! Pelo contrário, Marcolino! O homem, enquanto tal, foi criado por Deus com a alma inocente e inteiramente ordenado a esta ordem universal. Ele é a sintese do universo criado pois nele...— em você, Marcolino, em cada um de vocês que me ouvem — há algo de mineral, de vegetal, de animal e de espiritual. As crianças que ouviam atentas receberam a afirmação do “seu” Jan como uma novidade sensacional. Umas se perguntavam qual seria nossa parte mineral; outras já diziam que de animal tínhamos o cabelo; outras, enfim, um pouco mais experientes, sustentavam que a alma é o lado espiritual que nos distingue dos animais. “Seu” Jan deixou-os falar... Alegrava aquele velho holandês contemplar a vivacidãde e a inocência das crianças. Quando elas acabaram seus pueris e alegres comentários, ele explicou: - Pois bem, meus filhos, nossa alma, sendo espiritual e imortal nos diferencia dos animais e nos aproxima dos Anjos. De animal temos nosso corpo material cujo funcionamento depende muito da vida vegetativa de seus órgãos. De mineral o homem tem seus ossos, suas unhas, seus cabelos e seus dentes. Por isso, ele é a síntese do universo criado. - Por outro lado, o homem é o único ser do universo visível que consegue fazer correlações, elaborar um pensamento. -Assim, continuou “seu” Jan, do alto de sua natureza ordenada, e observando os elementos do reino mineral, do reino vegetal e do reino animal, o homem, elabora histórias, contos, como aquele do diálogo entre a fumaça de uma chaminé industrial e a de um humilde fogão a lenha. Lembram-se? - Sim! Gritaram à uma voz os pequenos ouvintes. - Foi assim, Isabel, que nasceu a fábula da “Revolução das abelhas”. - Conte, “seu” Jan! Conte! Exclamaram as crianças. 83 tar. Assim que ele viu, atarefada em recolher pólen, uma abelha, foi logo protestando: - Éi, abelhinha, psiu! Essa flor é minha! Pelo visto você é nova aqui, não? Aliás, como você se chama? - Chamam-me Apislinda e esta é a primeira vez que saio, mas, num tão vasto arraial, não faltam flores para você e para mim juntos. - É, mas este território é meu e não admito invasões. Sou capaz de... Nesse momento, um beija-flor marrom de cauda longa tenta sorver algumas gotas do dulcíssimo néctar de uma rosa, quando é interrompido pelo ataque, rápido como um raio, do colibri verde-azulado que parte em sua perseguição. Enquanto Apislinda pensava no que deveria fazer caso retomasse o colibri, outra abelha, também muito atarefada, quase se choca com ela. - Calcule você, Apislinda, nossa colméia está em festa. Ontem, era tristeza geral. Mas hoje nossa nova rainha, prevendo uma bela florada para os próximos dias, mandou-nos aumentar a coleta de pólen e néctar para produção de mais geléia-real. Mais geléia para toda a criançada da colméia. Cada bebê já está no seu bercinho e em poucos dias nascerão novas operárias. As crianças do “seu” Jan estavam tão entretidas que já não perguntavam mais. Pelo que ele, entusiasmado, prosseguia sem parar. - Também estamos em grande atividade, Apis... - Apisbela, é meu nome. - Minha rainha, Apisbela, já determinou mudança de palácio e, tão logo nossas campeiras retomem com o relatório final, a rainha escolherá o local e nos mudaremos. É, pois, de augurar que, dentro em pouco, tenhamos esplêndido palácio. - Faço votos de que sua rainha goste do novo palácio e nele regiamente logo se instale. E não faça como nossa colméia, que no ano passado, andou de um lado para outro, até encontrar nosso atual palácio de madeira, todo azul por fora. - Graças a Deus, Apisbela, como vocês, temos uma rainha muito esperta, sábia e que realmente nos quer bem. É uma mãe para nós e nós por ela fazemos qualquer coisa. •A tentação no “paraíso” das abelhas - É uma mãe... ha! ha! ha! Para nós... he! he! he! E nós fazemos... hi! hi! hi! qualquer coisa... ho! ho! ho! por ela... hu! hu! hu! Quem assim ironizava a rainha e Apislinda era Vespinhenta, uma dessas vespas pretas com anéis amarelos no fino abdômen, muito venenosa. - Ora essa, continuou ela, quem vejo aqui? Apisbela e Apislinda cantando loas às suas rainhas! Na realidade, minhas queridinhas, vocês são escravas dessas que chamam de rainha. - Não é vergonha servir a quem é superior e, de fato, nos serve tão melhor. Aliás, se você considera o cumprimento da obrigação como uma escravidão, então somos escravas do dever. -84- - Isso mesmo — acrescentou Apisbela —, contra você, sua vespa venenosa, concordo com Apislinda, e repito: somos com toda honra escravas do dever! - Ora essa, ha! ha! ha! escravas do dever! E ainda mais com toda honra... Vocês estão sendo exploradas pelas classes dominantes e nem se conscientizam disso! - Nem exploração, nem classes dominantes, sua tonta. — Respondeu imediatamente Apisbela. Isso é jargão de quem não tem personalidade e repete o que ouviu sem saber do que se trata... • Entra em cena a Florispinha - Ora essa, hu! hu! hu!, diz a vespa, são ingênuas as coitadinhas... ho! ho! ho! Pouco antes, pousara sobre uma flor próxima a Florispinha, marimbondo fêmea, de espécie terrível, e ouvira a conversa. Parecia ser velha conhecida de Vespinhenta. - Florispinha, — diz Vespinhenta — já estou cansada de tentar fazer entrar alguma coisa nas cabeças destas bobinhas... Tente você doutriná-las. - A questão é a seguinte, suas tolas, diz Florispinha. O regime em que vocês vivem fere a igualdade. Todas nascemos livres. Esse negócio de servir é coisa do passado. Para que isso? Nós, marimbondos, vivemos muito bem sem isso. Vocês... ordeiras, previdentes, zelosas do direito de propriedade, passam a vida se esgotando em benefício de uma abelha igual a vocês, só porque ela nasceu num berço diferente e com alimentação especial? Isso é uma estupidez da parte de vocês. E uma suprema injustiça da parte das rainhas. As abelhinhas, irritadas e prontas para atacar, já não resistiam de tanta fúria contra a anarquista... - Não era para menos, “seu” Jan — interrompe Isabel —, eu também estou furiosa com ela. 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL - Agora — zomba Apisbela — somos nós que rimos: ha! ha! ha! hu! hu! hu! Sua boba! - Ora essa, as “rainhas” de vocês as impedem de namorar, de... se casarem — continua a vespa — só elas têm seus príncipes encantados, e vocês? Só trabalham! hi! hi! hi! Quem é mais boba? ho! ho! ho! - Cumprimos nossa obrigação e nosso dever! Para isso nascemos e assim queremos ser! — Retruca Apislinda. - E é nesse serviço que encontramos o melhor de nossa felicidade —completa Apisbela. - Ora essa, he! he! he! Vocês são tolas mesmo, hi! hi! hi! E falando em tom de confidência, observando em cada palavra, qual era a reação das duas, prossegue: se vocês comessem aquela... sim, aquela geléia que a rainha come... vocês veriam novos horizontes se abrirem diante de seus olhos, certas energias atrofiadas... palpitariam com vigor e vocês viveriam muito mais que seus pobres 40 dias... por que não experimentam?... me entenderam? -Não, não entendemos e nem queremos entender. 85 Continuemos... Nisto entra em cena outra abelha da espécie Apis mellifera mellifera. Era Apislene, que ouvira tudo escondida. - Florispinha, vejo que por alguns lados sua argumentação é difícil de refutar, mas desse jeito você parece querer destruir a ordem estabelecida. - E isso mesmo, quero que vocês façam uma verdadeira Revolução. - Revolução, Florispinha? Mas... veja bem, em nossa vida ordenada, na qual, visando o bem comum, cada uma faz sua obrigação, certa de que todas as outras farão a sua, desde a limpeza até a desidratação e o armazenamento do mel, em nossa vida tudo funciona perfeitamente bem. Nossos celeiros estão constantemente cheios de mel e pólen (o nosso pão de cada dia). Apislene ia dizendo essas palavras em voz vacilante, sem convicção do que afirmava. Afinal, completou: - E... você têm alguma razão: de fato é verdade que nos esgotamos cedo, mal vivemos 45 ou 50 dias, e que uma privilegiada entre nós vive mais. - Entretanto, Apislene, assim, ordenadas — interrompeu Apisbela — com privilégios, somos mais felizes. E, para ser bem sincera, só nós, ordenadas, somos verdadeiramente felizes. Pois na desordem não há felicidade. De que adianta Viver só por viver? - Aliás — diz Apislinda — eu a estou estranhando, Apislene. O que houve com você? - Nada... — responde a abelhinha, corando e desviando-se do olhar interrogativo de suas primas. - Queridinha — retomou a palavra Florispinha, voltando as costas para Apislinda e Apisbela, dirigindo-se a Apislene — não sou contra os privilégios, muito pelo contrário, defendo os privilégios para todas e não para uma só. Todas somos iguais. Por que uma só recebe tantas homenagens e não faz nada? Se ela e sua corte saíssem para coletar mel, se limpassem a casa, se fizessem cera etc., o enxame progrediria mais porque todas fariam tudo e não só você. Depois, haveria muito mais mel. E, por isso, muito mais felicidade... Entendeu sua bobinha? Pois bem, meus filhos, Florispinha, que descobrira em Apislene uma discreta inveja dos privilégios de sua rainha... - Inveja é pecado, não é “seu” Jan? — Pergunta Marta. - É um pecado muito feio, minha pequena, mas depois eu lhes digo por quê. Continuemos... Florispinha, como eu dizia, descobrira que Apislene era invejosa - pois o mau logo descobre o lado mau dos outros - com isso seguia avante, desabotoada e segura, falando aos borbotões, quase aos brados: - Abaixo os privilégios... de algumas. Abaixo as mordomias. Trabalho e mordomia para todas. Veja, queridinha, nosso estilo de vida: não precisamos nos dar ao trabalho de armazenar comida, uma vez que na natureza ela é abundante, é só pegar. Nossas casas são feitas de papelão, que nós mesmas produzimos. Os poucos filhotes que temos são criados por nós sem distinção... - Que bárbaro, “seu” Jan! Interrompe Isabel. -86- - Até parece o “coiote” falando, diz Rafael para o Marcolino. - Mas quem é esse “coiote”, me pequeno? Pergunta “seu” Jan. - É um colega de classe do Marcolino, “seu” Jan... - Bem, voltemos à nossa história. Como a espécie das abelhas é muito vasta, vocês ainda vão ouvir e aprender delas outras “maravilhas”. Escutem mais estas: • Uma abelhinha “equilibrada” e outra “independente” • “Primo mangiare, mai filosofare”2 Foi quando um ruído rouco cortou os ares, parecendo o barulho de velho motor de quatro-tempos. Era a negra e terrível mamangaba que aparecia com seu vôo gingado, quase varrendo, com a ventania de suas asas, as outras abelhas. - Saiam da frente meninas, vamos acabar com essa perda de tempo, nada de conversa mole durante o trabalho. Vamos! Vamos! - Ora essa! Estamos aqui — retrucou a irônica vespa — estamos aqui tratando de um assunto muito interessante, ho! ho! ho! Talvez você queira opinar também, hi! hiiiú! 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL - Tanto anarquismo, como o da Florispinha, eu não admito! — disse uma “equilibrada” abelhinha jatai, interferindo no diálogo. Que se acabem com os privilégios, pode ser, mas que na família todos mandem, não é possível. Alguém tem que mandar: faça isso, faça aquilo etc. Temos a mesma vida que as Apes, mas não mantemos uma corte para a rainha, ela não tem alimentação especial. Se quiser, ela mesma se serve, nada dessa história de servir-lhe na boca. Aliás, acrescentou com certo despeito, nosso mel é reputado como excelente pelos homens, mais ainda que o das Apes. Contudo, nosso único trabalho é coletá-lo nas flores e armazená-lo nos potes sem precisarmos dispender tanto tempo em elaborá-lo, como elas fazem... Dito isto, a minúscula jatai, de abdômen cor de cobre e asas esfumaçadas com nervuras mais claras, saiu do mesmo modo como entrara, sem pedir licença. Portanto, tão mal educada quanto a tibuna, tipo de abelha vulgarmente chamada boca-de-barro. Uma abelhinha de outra espécie, a Megachilidea, também resolve dar sua opinião. Ela estava cavando um buraco no chão que revestiria com algumas folhas e pétalas para ali depositar um ovinho. Outras abelhas de sua especie aproveitam pequenos buracos em paredes, muros ou em madeiras para criar seus filhotes. Nossa Mega interrompeu o trabalho quando ouviu a discussão entre as abelhas. - Fiquem sabendo que essa conversa fiada me atrapalhou o trabalho. Vivam como eu, sou auto-suficiente. Não dependo de ninguém, nem de marido, pois tenho meus namoros de vez em quando, e não faço nada para os outros. Tenho um filho aqui, outro ali, quando já estiverem bem crescidinhos para baterem asas, livro-me deles. Sou IN-DE-PEN-DEN-TE, ouviram? - Que horror, “seu” Jan! - De fato, meus filhos, mas continuemos 87 - Vamos ver do que se trata, mas sejam rápidas — respondeu a mamangaba pousando sobre a haste de uma flor, que vergou quase até o chão. Cada uma das abelhas contou seu sistema de vida, exceto a jatai, que “não pudera esperar”, e todas à uma perguntaram à pesadona mamangaba: - E você o que acha, como vivem vocês? Surpresos, os meninos ouviram esta chocante resposta, típica de um espírito sem elevação, só preocupado com o próprio ventre. - Nós mamangabas, vivemos mais preocupadas com encher a barriga do que em filosofar. Fizemos até um ditado: “primo mangiare, mai filosofare”. Temos nossa comunidade, somos organizadas. Não tanto quanto as européias, mas não acreditamos que essas preocupações filosóficas levem a alguma coisa. Cada qual na sua, meninas! Nascemos, vivemos, comemos e vamos morrer. O que sobrará? Uma carcaça vazia, nada mais! E, zumbindo como chegara, gargalhou e se foi. • As Irapuás e seu filosofo Sugismundo Faltava o depoimento das irapuás, que roíam incansavelmente um flamboyant florido e os botões de um roseiral. - Querem saber de uma coisa? — disse uma delas — Esse negócio de sistema de governo, rei, rainha, súditos, bem como de modos de ser—eu faço, eu quero etc., — tudo isso leva ao artificial à falta de naturalidade. No fundo isso é elitismo. Até a abelha independente que fura o chão para ali pôr seus ovos, no fundo é elitista. Pois ela vai escolher um terreno seco e reveste-o com pétalas de flores. Ela não escolhe o lodo. A Apis, então, nem se fala! Sujeira, com ela, nem de longe! Ora, nós, irapuás apesar de sermos favoráveis ao lema da mamangaba e não vivermos filosofando, também temos nosso filósofo, o Dr. Sugismundo Freudo, que explica que os insetos não devem viver para sublimidades porque isso dá complexos e desiquilíbrios emocionais. Eles devem ser espontâneos, naturais e ver com naturalidade tudo o que é natural... até a podridão da natureza e os próprios excrementos dos animais. É por isso que nos, irapuas, com a mesma naturalidade roemos um botão de rosa ou recolhemos excrementos de cachorro. O que tem isso de mais? Há neles matéria orgânica em abundância que importa não desperdiçar... Daí os utilizarmos, juntamente com as pétalas de rosa, em nossas construções... - Que nojenta, “seu” Jan! • Como se resolve uma revolução... entre os animais Isabel, você tem razão; disse “seu” Jan. Foi precisamente nesse momento que o colibri verde-azulado, que do alto de uma goiabeira a tudo assistia ao lado do bem-te-vi... - Mas, “seu” Jan, o colibri não persegue o bem-te-vi como perseguiu o beija-flor? Perguntou Isabel. -88- • Apislene faz uma revolução em sua colméia Não sei como, mas quando a Apislene, a invejosa, a discreta admiradora de Florispinha e de Vespinhenta, levantou vôo, fui atrás e entrei com ela na colméia. Havia preocupação no ar, porque a rainha estava demorando muito para voltar. - Hoje tenho novidades! disse Apislene. Vou contar-lhes uma discussão que ouvi entre abelhas, vespas, e outras primas nossas. A colméia toda parou e a abelha contou, tim tim por tim-tim, o que se passara. - Querem saber o que penso? — disse uma das abelhas que parecia ser das mais velhas e influentes, e que vivia se roendo de inveja da rainha.— A vespa tinha razão. Não podemos ficar sujeitas à rainha. Vejam, é só ela ausentar-se por um tempo maior que o trabalho todo pára e há consternação geral. Se todas fôssemos rainhas, não haveria isso. Sentir-nos-íamos mais livres, desimpedidas, leves, e sempre tranqüilas. As palavras de Apislene e as da velha invejosa causaram profunda impressão em certo número de abelhas. Começou a fermentação de um clima de descontentamento que se intensificou até explodir em franca revolta quando a rainha chegou. Ao chegar, ela imediatamente se deu conta da revolução em seu reino. Apesar da vigilância de sua guarda pessoal a rainha foi agarrada pelas revoltosas e por pouco não foi decapitada. As líderes da revolta permitiram, entretanto, que ela, sua corte e demais abelhas que o quisessem, partissem. Na colméia só ficaram as revoltosas. Sem rainha e com crias prestes a nascer. Quem cuidaria de toda essa criançada? 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL -Não, minha menina, eles dividem o território entre si. O bem-te-vi come insetos e o colibri alimenta-se do néctar das flores. Quanto menos insetos houver no território dele, mais néctar lhe sobra. Mas continuemos... - Que tal, senhor Bem-te-vi, o senhor almoçar algumas abelhas hoje para abrir o apetite? - Aceito o convite, senhor Colibri. O senhor me acompanha? - Seria muita honra, senhor Bem-te-vi, mas minha dieta é diferente e meu médico mandou não transigir nessa matéria. Apenas me permitiu um ou outro pemilongo que apanho nas teias de aranha. Mas, tenha bom apetite. O bem-te-vi não se faz de rogado; dá um mergulho no ar e cai sobre a Florispinha; dá uma volta e engole Vespinhenta; retoma e abocanha a mamangaba, tendo antes engulido uma ou duas irapuás. Foi salve-se quem puder! E uma festa para as crianças, algumas torcendo pelas abelhas e outras pelo bem-te-vi. • Nasce o CSPC “Comitê de Salvação Pública”... da Colméia Constituiu-se, então, um “Comitê de Salvação Pública da Colméia”. 89 - Parecido com aquele da Revolução Francesa, “seu” Jan? Pergunta Henrique, o mais crescidinho dos meninos e que gostava muito de História. - Sim, Henrique, mas não vamos desviar o tema agora. Depois você conta para os outros como foi essa Revolução. A primeira disposição do tal “comitê” foi distribuir a igualdade... Assim, em primeiro lugar e desde logo, geléia real para as principais cabeças da revolta. Depois, como a situação era extraordinária, regime de trabalho forçado para as outras. Conforme dissera a vespa, as abelhas, ao comerem a geléia real, sentiram deveras algo de novo. Era a possibilidade de serem mães. Mas cada ovinho que punham representava um passo a mais para a extinção do enxame, pois nasciam zangões, os quais, além de preguiçosos e totalmente inúteis para os trabalhos da colméia, são terríveis comilões. Comem por dez. Em pouco tempo na colméia se estabeleceu o mais completo caos. Não havia mel suficiente para todos, porque não havia o que chegasse para os zangões e já não nasciam mais operárias. Em conseqüência, não só não havia mel, como não havia quem fizesse a limpeza, quem cuidasse da vigilância, quem elaborasse a cera e construísse os favos. Ademais, com a falta de mel, foi preciso aglutinar as abelhas em tomo das crias para que não morressem de frio. E eram sempre zangões e mais zangões! E, pior ainda, um inimigo discreto e mais terrível — a traça da cera — penetrou na colméia sem ser percebido. Acabado o mel, as abelhas passaram a viver, cada uma por si. Alguns zangões conseguiram juntar-se a outros enxames. Porém, as operárias, por não possuírem o cheiro característico das outras rainhas, não eram admitidas em outras colméias, e por vezes ocorriam verdadeiras batalhas, acabando quase sempre com morte das invasoras. Apislene — a abelhinha que iniciara a revolta — quando o mel chegou ao fim, teve que virar-se como as outras para poder sobreviver. Saiu a procura de néctar... mas foi sua última excursão. Encontrando uma trepadeira com belas flores cor-de-rosa, sôfrega, entrou em uma delas. Ali, justamente ali, onde ela pensava encontrar o néctar reconfortante, instalara-se uma aranha, que disfarçada como parte da flor agarrou com suas fortes mandíbulas o pescoço de Apislene e... acabou-se. - Bem feito! Exclamou a pequena Marta. Aquela invejosa merecia mesmo esse fim. - E o que aconteceu com a outra, “seu” Jan? - Que outra, Margarida? - Aquela tal que se roía de inveja da rainha e chefiou a revolta. - Ah, essa já tinha morrido há muito tempo. Como era muito mandona e queria ser a primeira em tudo, logo no segundo dia da revolução foi decapitada em nome da igualdade... • E a revolução fracassou! Um dia, meus meninos — disse “seu” Jan, abaixando a voz e falando mais compassadamente para terminar com solenidade —, um dia, -90- • Aprendei com as abelhas a viver feliz! “Seu” Jan, aproveitando o suspense em que deixara a sua fábula encerra a história com uma lição moral. - Por isso, meus meninos, se querem saber o segredo para uma vida feliz e para a posse de uma consciência tranqüila... - A tia Maria sempre diz que a consciência tranqüila é o melhor dos travesseiros; não é verdade, “seu” Jan? — interrompe, mais uma vez, Isabel. - Isso, minha pequena. Se querem a felicidade, nada de inveja, maledicência e preguiça. Sejam abnegados, meus filhos, dedicados e operosos, como Apislinda, Apisbela e outras tantas abelhas que ainda hoje enchem com seu alegre zumbido as minhas colméias. Cada qual no seu lugar, todos desempenhando com zelo seu papel para o bem do conjunto e — repito — sobretudo nada de inveja! Assim terminava a fábula de meu avô. Espero que o leitor tenha gostado. Capítulo I do livro “Aprendendo com as abelhas a viver em sociedade”, Artpress Editora, São Paulo, 1995, 110 p. Ilustrado. Compra online: http://maffeidemarchi.mercadoshops.com.br/ Notas: 1. Cfr.Donald J. DeLong, Introdução ao Estudo dos Insetos/Editora da Universidade de S. Paulo, S. Paulo, 1969, pp.467 a 487. 2. “Primeiro comer, nunca filosofar” adaptação do ditado italiano que diz “primo mangiare, doppo filosofare”, ou seja, “primeiro comer, depois filosofar”. 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL como lhes disse, em que a vigilância havia sido relaxada por falta de guardiãs, ocorreu a tragédia. Uma mariposinha da cera, que penetrara pelo alvado, havia depositado num favo desguarnecido milhares de ovos da terrível traça da cera. Em pouco tempo esses ovos eclodiram dando origem a vorazes insetos. Favos, restos de mel, e até crias, tudo foi destruído por eles. Dentro era só o emaranhado de fios de seda das larvas da mariposa, formando uma verdadeira armadilha. Um cheiro insuportável, tão insuportável que me pôs zonzo. Pensei com meus botões: Quando alguém cede à inveja, que desastre! Hum! Realmente, que desastre essa revolução das abelhas! Nesse instante, a rede em que me balançava foi sacudida pelo Cornélio, meu caçula, e com isso acordei. No galho mais alto da goiabeira estava um bem-te-vi com uma mamangaba no bico, e, numa flor, um colibri, tremulando aos raios refulgentes do sol sua plumagem verde-azulada. Ao menos alguma coisa fora real... 91 Mercedes Knauber Brandão EU ...estava na inauguração de uma mostra de arte na qual participava com um quadro pintado... quando um rapaz se aproximou e revelou uma história que dizia respeito a mim... uma história de como era o meu dia a dia nos tempos de esposamãedonadecasaprofessorapintoraescritora... tudo isso e muito mais...quando ele disse algo que meu filho havia percebido e comentado... algo mais ou menos assim ...”nem sempre as coisas são como parecem ... quando lembro de meu pai e minha mãe... tenho diante de mim a imagem de duas pessoas tão diferentes... que viviam em nossa casa...ele... na sala... sempre vestido com terno e gravata... sentado no sofá... atento às notícias na televisão... cercado de livros jornais computador... criando leis que seriam adotadas por um tempo... até que fossem substituídas por outras novas... .pois algumas sempre mudam ... esperando o almoço ser servido na sala ao lado por... ela... minha mãe...que por muitas horas trabalhava na cozida para oferecer a degustação de boa qualidade... pratos enfeitados com alimentos coloridos cortados em desenhos artísticos... que atraíam a atenção...todos os dias tínhamos esse luxo à mesa ...em um ambiente cercado de lindos quadro de vasos com flores... na parede... pintados por ela... para alegrar a casa... e... vejo agora... depois de tantos anos passados...livros de capa cinzenta na estante dessa casa...livros que ninguém lê...porque estão ultrapassados em seus conteúdos...e quadros...interessantes quadros de pintura ... expostos aqui neste espaço de arte... onde muitas pessoas vêem visitar todos os dias... para apreciar a arte...” -92- Regina C. Drumond GESTÃO DE TALENTOS NA DANÇA DAS MUDANÇAS 1.Considerações Iniciais 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Nesta era do conhecimento, do empowerment, da criatividade e inovação, fala-se muito sobre transformação e mudanças nas organizações. Até bem pouco tempo considerava-se que líderes são pessoas dotadas de capacidade de comando e influência, que fazem as coisas acontecerem porque tem visão, ambição, criatividade, carisma, fazem inovações dentre outras qualidades. No mundo das organizações a idealização de liderança nos leva a buscar figuras heróicas como forma de socorrer, salvar a todos e isto tem limitado o nosso pensar, desviando a atenção de organizações que se reinventam e se adaptam de modo contínuo e dão permissão para que a liderança venha de vários locais e de pessoas diferentes. A palavra mudança vem do francês –changer- que significar contorcer ou desviar-se como uma árvore que vem crescendo a procura do sol e de modo semelhante Heráclito afirmou que a única coisa permanente é a mudança A necessidade de mudança pode ser externa – tecnologia, clientes, concorrentes, mercado, ambiente sócio político, ou interna – como a organização se adapta a mudanças no meio e que deve estar equilibrada nas práticas, visões e estratégias organizacionais. Beckard considera que as pessoas não resistem a mudanças, mas resistem a serem mudadas e Deming em suas prescrições para os programas de qualidade nas organizações no referente a mudanças afirma que nada muda sem haver a transformação pessoal, que vem da palavra transformare que significa alterar a forma. Senge em seu livro A dança das mudanças propõe que deve ser realizada uma mudança profunda nas organizações. O que isto significa? A mudança profunda descreve as mudanças organizacionais que combinam alterações internas nos valores, aspirações e comportamentos das pessoas com alterações externas nos processos, estratégias, práticas e sistemas. A palavra profunda vem do latim – fundus- que vem a ser base ou fundamento. Na mudança profunda ocorre aprendizagem e não basta mudar estratégias, estruturas e sistemas a não ser que também se mude o pensamento de quem as produziu. Todos estes conceitos nos levam a buscar um novo olhar a partir do conceito de LIDERANÇA de Peter Senge : a liderança é a capacidade de uma comunidade humana configurar o seu futuro, e, especificamente, de sustentar os processos de mudança significativos necessários para que isto ocorra. Para Senge, a liderança é ligada a alta performance, à 93 satisfação pessoal e ao envolvimento intenso com o ambiente em que se vive. Gerenciar passa a ser não apenas um cargo, mas um estilo de vida capaz de gerar profundas mudanças na sociedade. Senge afirma que já não é mais possível tratar as organizações como se fossem máquinas. Organizações são organismos vivos por excelência, todos os seus membros aprendem a organizar o seu tempo, concedendo-se espaço para a reflexão e as atividades criativas e inovadoras, onde o aprendizado continua sendo o desafio mais importante. A liderança se desenvolve, portanto, na capacidade de reter uma tensão criativa, isto é, com a energia gerada para articular e enxergar a realidade atual e fazer alavancagens futuras. Este conceito está de acordo com o posicionamento de Peter Drucker que define a liderança como uma visão, e onde não houver visão as pessoas se sucumbirão. 2. A gestão de talentos e a liderança Nas organizações há líderes de diferentes níveis hierárquicos – networkers internos – que desempenham papéis críticos na geração e sustentação de tensões criativas. Seu ponto forte é a capacidade de criar movimentos na organização, em formar redes de alianças, de assessorar os líderes formais, de espalhar as sementes de novas idéias e práticas. A organização é uma comunidade humana, um sistema vivo e necessita de pessoas para cuidar de seu crescimento. Assim a liderança deve estar focalizada nas tarefas, nos processos e na plenitude do ser humano, não se esquecendo de atender as necessidades humanas básicas de Maslow, especialmente a necessidade de realização do ser humano. O líder moderno deve ser um servidor. Líder servidor é aquele que exercita a liderança consciente, que tem a liberdade de fazer o que acha certo e ser responsável pelas conseqüências de seus atos, mas antes de tudo é aquele que cultiva a aprendizagem contínua. Esta liderança consciente reside no princípio de ser responsável por grandes sistemas, o que requer o exercício das inteligências múltiplas, relacionadas a seguir: *Inteligência fiscal – capacidade de compreender e agir de acordo com os fluxos, procedimentos financeiros, processos. È uma ferramenta crítica para dar valor ao tempo das pessoas, ativos e relacionamentos e aprender como o negócio ganha viabilidade financeira. * Inteligência social – a qualidade dos relacionamentos impacta diretamente na produtividade. Permite ao líder escolher a forma social apropriada para os grupos de trabalho comprometidos, auto gerenciáveis e orientar as pessoas nos seus relacionamentos. Afina as pessoas com os problemas sociais que ocorrem ou que virão no futuro. * Inteligência noética – aumentar continuamente o QI coletivo. Perceber as mudanças no ambiente, construir a compreensão compartilhada dos dados que surgem, criar conhecimento em toda a organização e refletir. * Inteligência emocional – focaliza no sentimento emocional e identifica as mensagens que estão por trás, criar relacionamentos confiáveis. Os sentimentos e as emoções tem poderosa influência na razão. -94- 3. Concluindo O futuro é agora.... Sua empresa e você estão preparados para administrá-lo? Luther King considera que a verdadeira medida do ser humano não é como ele se comporta em épocas de conforto e sucesso, mas como ele se mantém nos momentos de desafios e contradições. Ser flexível, perseverar, aprender a desaprender, criar e inovar, gestão do conhecimento, gestão de competências, gestão de talentos... a sociedade segue buscando diferentes caminhos para criar o seu próprio futuro. No campo empresarial há propostas para gerar mudanças em termos de relacionamentos, de atenção aos clientes não só em nas áreas de produtos e serviços, mas na interação e criação de relações de vanguarda junto ao mercado através de visões inteligentes e com contribuição de pessoas talentosas, que criam, inovam e participam dos objetivos organizacionais. A imaginação, a reinvenção e os novos modelos organizacionais se baseiam cada vez mais na capacidade de criar, inovar e conectar que tem as organizações humanas, sempre ávidas por novos enfoques e soluções com qualidade. Gerenciar talentos significa cada pessoa ser o juiz de suas próprias idéias, questioná-las e recriá-las para ser o autor - construtor do novo mundo que a cada dia nasce e renasce. Em outros termos significa aprender a pensar, aprender a aprender e aprender a criar, desaprenden- 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL * Inteligência ambiental – verifica os modos pelo qual o ambiente físico e as práticas gerenciais dão suporte ao comportamento seguro. O ambiente é aberto? estéril , emocional ou intelectual? * Inteligência espiritual – ter espaço, liberdade e segurança em trazer o nosso ser completo para o trabalho. Desta maneira conclui-se que o maior diferencial competitivo das organizações é e sempre foi o talento humano com a sua capacidade de gerar novas idéias e inovar. Todos temos talentos inatos que nos ajudam a melhorar o desempenho tanto no aprender a pensar, em aprender a aprender, desaprender e aprender a criar, isto é, as pessoas tem talentos para liderar, inovar, motivar, serem empreendedoras e agir de maneira inteligente. Os talentos humanos transformam habilidades, inovam técnicas, criam, inventam, fazem diferente com flexibilidade, fluidez, adaptabilidade, originalidade, autenticidade, excelência e alto rendimento. Talento é o fundamento do desenvolvimento individual, da satisfação, da motivação e realização no trabalho. São estas capacidades inatas que geram motivação no desempenho de tarefas em ambientes favoráveis. Considera-se, portanto, que a gestão dos talentos humanos é o grande diferencial competitivo e sustentável atualmente. O trabalho precisa ser significativo onde as pessoas sentem felizes em produzir, são motivadas, criam, participam do que lhes afetam, tem elevada auto-estima, cultivam valores e desenvolvem sinergia em parceria com os talentos das outras pessoas da equipe. 95 do todo o tempo. A liderança deve, portanto, Inovar para criar novas conexões, para se diferenciar, inovar para evoluir. Inovar como a arte de fazer boas perguntas, para despertar novas maneiras de pensar. Inovar como a capacidade de visualizar oportunidades e explorar a mudança como um processo normal e cotidiano da organização. Inovar como parte do trabalho diário dos talentos humanos. Estabelecer um ambiente favorável ao pensamento livre, à experimentação, a assumir riscos, romper paradigmas e divertir-se, através de um processo que privilegia o divergir e o convergir pelo pensamento lateral criativo e inovador proposto por De Bono, ao mesmo tempo que agrega valores nas organizações. Pessoas precisam de flexibilidade para desempenhar os seus papeis e as organizações precisam da flexibilidade das pessoas para fazer as coisas acontecerem e gerar valores para todos os envolvidos no negócio. SER Solo fértil para plantar e semear... Semear idéias, semear criações e inovações Semear relacionamentos, fazer novas conexões Semear melhor desempenho para empreender E recriar nossos talentos A Gestão de Talentos na dança das mudanças está centrada em temas ligados a desenvolver pessoas, na gestão de competências criativas e na conexão para criar redes de contatos e relacionamentos com o objetivo de ampliar o processo criativo com a interação e participação ativa de pessoas para otimizar o desempenho das empresas e de seu pessoal. A chave da gestão empresarial está em inovar. Não é nenhuma novidade dizer que a inovação é um valor chave para as empresas modernas que desejam permanecer no mercado. Para inovar há que ser criativo. Para inovar é necessário descobrir, despertar, cultivar e aperfeiçoar os Talentos Humanos. Criatividade é um processo vivo, fluido que abraça pessoas, equipes, áreas de trabalho e vai mais além das estruturas formais de uma empresa e se alia à gestão de talentos para estabelecer relações inovadoras e melhorar o impacto da formação sobre o trabalho diário das pessoas. Precisa-se pensar em novas formas de competir, de alcançar novos mercados, de inovar conceitos e antecipar mudanças. Não há segredos ou fórmulas mágicas para se ter um sistema de gestão de desempenho com êxito e sustentável. Importante está em avançar e recuar para refletir, flexibilizar, buscar novas idéias, ouvir opiniões, sugestões e propor novas estratégias de desenvolvimento de pessoas e organizações, onde todos pensam, todos participam dentro do mesmo foco – buscar a excelência organizacional pela gestão dos talentos humanos nesta era onde a mudança é a ação constante e onde a sustentabilidade vem em primeiro lugar. Regina C. Drumond – [email protected] Fontes de consulta: – A dança das mudanças, Senge P. - A quinta disciplina, Senge P. - A era dos talentos – Mauro Press, texto in website RH.com.br -96- Renata Carone Sborgia CHANCES... 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Sonhei e muito. E pesadelos??? Inevitáveis. Construí sozinha castelos. Onde estão??? Soltos dentro de mim. Quem os habita??? Sonhos e devaneios. A Lua sorriu para a estrela. Uma estrela??? Não. A estrela solitária. Fiz perguntas...num dia... As respostas saltitaram. Fugiram??? E as dúvidas??? Sem respostas. Calaram-se. Abraçada com a solidão. A vida não me ofertou o pedido. E a vida??? Roubou-me muitos castelos que sorriam. A lágrima é apertada e teimosa. Sonhei ...num dia... Com uma chance para: Sonhos e pedidos... Com chances. 97 Roberto Ferrari CONFISSÃO Amor! Hoje quero te dizer algo, Quero abrir a minha alma, revelar meus sonhos, meus pensamentos, Espero que seu tempo não seja curto, ou mesmo apressado, E que você tenha tempo para me ouvir Pois quero te dizer o quanto te amo, O quanto meu amor é intenso, maior que o infinito, E quero que você, sinta nossos corações batendo no mesmo compasso, Porque este dia tem que se diferente, Vamos mergulhar nos nossos sonhos, fazer planos, promessas de amor, Quero só falar de nós, da grandeza da nossa vida, da força da nossa paixão Antes que a noite chegue, Quero te amar, te possuir e beber dos seus beijos apaixonados, Quero declamar poesias em teu nome, Quero recitar em versos, nosso amor, Quero que nosso viver seja só harmonia, encantamento e poesia, Vamos nos amar, Através desta noite iluminada por este luar, Tocada pela magia do amor, E inspirada pela nossa paixão. CANÇÃO DO CORAÇÃO Meu amor se eu te tivesse, por um dia Essa paixão, essa felicidade, Eu te juro, te entregaria meu coração, Se tivesse esse amor todos os dias Te amaria profundamente, Escuta meu coração, Sente toda esta emoção. -98- Vem ouvir este segredo Cantado num poema de amor E declamado pela voz do meu coração Se você soubesse como eu gosto Do teu cheiro, do teu sabor, Do seu jeito mulher Nunca me negarias um beijinho A quem anda perdido de amor Grito meu amor, e choro Choro eu, o teu poeta Canto devagar, bem baixinho Nesse choro falando de amor Vem depressa, vem sem medo Te entrego meu coração E guardei dentro dele este segredo Escondido num poema Em um cantinho com seu nome, Eu te amo, meu amor. Salete Aparecida Bueno Oliveira Fochezatto PASSAGEIRO NA NEBLINA Sou passageiro do tempo Saio de casa para o trabalho Do trabalho para a escola Nem vejo o sol que se põe! À noite volto para casa Meu refúgio meu lar Minha base meu recreio Aonde eu venho me aconchegar... Vivo o presente E sigo meu destino O futuro! Quem sabe!? 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Acordo cedo e vejo Esta neblina que cobre A paisagem do mundo Neblina que envolve O sono da gente No embalo do metrô Eu adormeço. 99 Sandra Regina de Mello MENINA MULHER Menina mulher, cheia de encanto É aquela mulher, madura romântica Frágil, sensível, que vive sonhando Que não jogou a boneca pro canto. As vezes... muitas vezes Se pega por acaso tristonha, confusa a chorar Não sabe como lidar com as coisas Mas como mulher tem que aceitar Seu jeito é feliz e sabe refletir Onde anda é só felicidade, responsável nunca deixa de ser, pois sabe que valores morais, uma mulher tem que ter. Este jeitinho de menina está dentro de si, não dá pra dispensar, pois quando se mistura com a mulher... vive a desabrochar. Menina, mulher! Onde estás? Amanheces, feliz sorridente a cantar Ao entardecer, quando a noite cai, Talvez, volte a chorar... SOLIDÃO O que é solidão? Vazio tão grande. Sem nenhum clarão, É sentir-se sozinho no meio da multidão. Ou talvez tristeza sem solução. -100- Problema mal resolvido Traz muita insatisfação Mas esses olhos sem brilho São sintomas de solidão. É correr sozinho No meio da tempestade É fazer as coisas Mas não ter vontade? É ouvir, sem escutar nada Ou sorrir sem vir do coração? É alguma coisa, que acaba com a disposição. Se um dia se sentir assim Não entre nessa não! Solidão é complicado Acaba com a razão. Erga cabeça e viva Cante uma canção Ouvir sua própria voz Já traz satisfação Não pode se sentir sozinho Quem tem alma, corpo, coração Grite eu sou mais eu! E siga em frente Então, diga não e persista. Não há solidão que resista. Nunca me negarias um beijinho A quem anda perdido de amor Grito meu amor, e choro Choro eu, o teu poeta Canto devagar, bem baixinho Nesse choro falando de amor Vem depressa, vem sem medo Te entrego meu coração E guardei dentro dele este segredo Escondido num poema Em um cantinho com seu nome, Eu te amo, meu amor. 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Pode ser a perda de alguém. Saudade traz solidão. Ou talvez a indiferença, você faz falta, não? Isso acaba com a auto estima, resulta solidão. 101 Sílvia Araújo Motta ACRÓSTICOS MANUELA CACILDA CARABAJAL LOPES VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO SUPERIOR DA ALB Acróstico-Histórico nº 3774/Por Sílvia Araújo Motta M-Manuela Cacilda Carabajal Lopes, A-Aos setenta e quatro anos, em 2001, N-Na capital Boa Vista, em Roraima,fez U-Um Quadro sobre DICAS DE SAÚDE... E-Entusiasmada, pesquisou para ouvintes, L-Liderando na Rádio Difusora Roraima, A-Apresentação do Programa Cultura Ativa/ALB. C-Com múltiplos enfoques e vasta experiência A-Adquirida, na escrita da Pesquisa Científica, C-Com bom estilo, mostra a competência: I-Inclui utilidade na publicação de seu LIVRO,, L-Leveza na crítica apurada de hábitos nocivos: D-DICAS DE SAÚDE-set/2001-Estão recomendadas! A-A leitura é prazerosa e agradável aos leitores. C-Cacilda Carabajal é Doutora Honoris Causa, pela A-Academia de Letras do Brasil/Ro e pelo Conselho R-Regional de Psicanálise Clínica de Roraima: A-Aprovada para Conselho Superior Nacional/ALB. B-Benfeitora, Funcionária Pública Estadual/RS! A-Aposentada na Secretaria de Saúde, leva-nos a crer: J-Jamais será esquecida a GUARDIÃ DA SAÚDE, A-A conhecida (Médica) de grande população, L-Ligada à Vila dos Farrapos, Porto Alegre/RS. L-Luzente MÃE para Mário,Neusa,Carlos e Edgar; O-O esposo Fernando O.R.Lopes, Jornalista-Telegrafista; P-Professora em Bagé, onde nasceu aos 20-8-1927. E-É filha de Orfelina Carabajal e Olívio Carabajal! S-Serviu com Enfermeira Voluntária na 2ª Guerra Mundial. ---PARABÉNS PELO ANIVERSÁRIO NATALÍCIO!--Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, ALB/MG, Sábado, 23 de julho de 2011. http://www.recantodasletras.com.br/acrosticos/3114671 -102- 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL MIGUEL MÁXIMO ANGELS ROBLES TEJAD VENEZUELANO NO BRASIL-PATRONO INTERNACIONAL DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL *21-fev-1922:Aroa/Jaracui/Venezuela † 12-Mar-2001: Boa Vista/Roraima/Brasil (80 anos) Homenagem acróstica Nº 1860/Por Sílvia Araújo Motta M-Miguel Máximo Angels Robles Tejad, reconhecido I-Imortal Ph.I, diplomado Patrono Internacional da G-Grandiosa Academia de Letras do Brasil/Roraima, U-Uma personalidade genial, cultural e científica, E-Expressão Mundial como Escritor, Pesquisador, L-Líder em espanhol, português, chinês, alemão, francês! M-Máximo nasceu em Aroa/Estado Jaracui/Venezuela; Á-Amado pelos pais Sílvio Robles Lemanes e Carmen Tejada, X-“X” genealógico do bisavô Capitão Victor Lemanes, que na I-Independência da América lutou contra os espanhóis. M-Mana Laura Robles, esposa do General Geraldo Injoque. O-Oitenta anos de vida, cultura, buscas, teorias e obras! A-A viagem de volta ao mundo, cidade-a-cidade, fez duas vezes N-Na verdade, pesquisava sobre cultura, economia, população... G-Guardou na memória cada história que se tornou universal. E-Em uma publicação bilingue, coautoria com Mário Carabajal, L-Livro “Passeio Cultural pelo Globo da Terra” é referencial S-Sobre Geografia, Antropologia, Política, Estatística, Filosofia... R-Robles lutou pelos Direitos Humanos e Direito Internacional. O-O Filósofo Imortal da ALB defendeu as Causas Imortais; B-Bem preocupado com grandes problemas sociais, dedicado, L-Ligou-se à Tese da “Erradicação da Fome Mundial” e sugeriu E-Em um “Grande Mutirão Mundial” para o plantio de trilhões de S-Sementes, mudas frutíferas, meio às cidades, bairros e casas. T-Totalmente contra às “Artes da Guerra, à Morte e à Destruição” E-Escreveu sobre a “Nova Teoria da Genética Humana na Terra.” J-Já reconhecido autor da inédita “Nova Doutrina, Filosofia e Religião A-Amazônica” e das “Primeiras Pautas do Direito Interplanetário.” Autor D-Da “Criação ou Iniciação da Engenharia da Alma, Mente e Espírito.” V-Venezuelano Robles, indicado pela ALB, para vários “Prêmio Nobel.” E-Engenharia Roblesiana faz “referência ao possível cruzamento N-Natural da raça humana pura: indígena, amarela, negra, ariana, E-Especialmente, através de seus remanescentes normais “sadios” Z-Zelosos, após o balanceamento ortomolecular, poderão alcançar U-Um entrecruzamento, com “resultados genéticos sãos e perfeitos” 103 E-E ainda, Robles renomeou e subdividiu todas as Orlas Hidrográficas L-Limites da Terra, utilizando-se do nome brasileiro “AMAZÔNIA” A-Assinou a tese do “Exército Verde de Mulheres à margem do Rios, N-Na observação de que a água potável é mais rara a cada dia” é certo O-O caminho útil da dessanilização das águas do mar do planeta. N-No espaço ocupado no Guiness Book do ano de 2000, pode-se ler O-O processo movido por Robles Máximo contra o governo do Canadá: B-Batalha Judicial reivindicada pelo ex-combatente de Guerra que R-Reclamou indenização até àquela data, por quarenta e seis anos! A-A dedicação ao roteiro de um filme “O Retorno das Amazonas” S-Seria ao final, mais um dos seus trabalhos para mostrar ao mundo, I-Importância da preservação do meio-ambiente e dar orientação aos L-Líderes Governamentais e às Populações, em propostas ecológicas. Pesquisar:overmundo.com.br/banco/miguel-maximo-angels-robles-tejad-venezuelano-no-brasil-patrono-internacional-da *Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil,12 de julho de 2008. CARLOS REINALDO CARABAJAL LOPES-PhI/ALB PATRONO NACIONAL da ALB Acróstico-biográfico-Nº 3775/Por Sílvia Araújo Motta C-Carlos Reinaldo Carabajal Lopes-Escritor-PhI, A-Apresentamos a todos Imortais Escritores, R-Reconhecido PATRONO NACIONAL da ALB! L-Louvores pelo crédito de provar Primeiro: O-Os Documentos e fotos podem comprovarS-Seu legado à História Humana, à priori, R-Revelou que do CHUÍ ao CABURAÍ são os maiores E-Extremos do Brasil; viajou e afirmou, em 1987, I-Indiscutivelmente, até que se prove o contrário, N-No automóvel SP-2. Ofereceu aos Historiadores A-A comprovação de seu feito, valor extraordinário... L-Laureada contribuição para os Pesquisadores... D-Digno dos ANAIS da Academia de Letras do Brasil, O-O Título de Filósofo Imortal, por Notório Saber! C-Carlos nasceu aos dezessete de fevereiro de 1955, A-Afirmando seu tempo de 46 anos de felicidade: R-Risonho e Amigo, sua alegria sabia contagiar! A-A filiação registrada, em querido berço familiar: B-Bagé/RS, Município a 374km distante da Capital. -104- A-Amado pelo pai Olegário Robaina Lopes,escritor, AFFONSO PENNA AFONSO AUGUSTO MOREIRA PENA. Patrono Estadual da Academia de Letras do Brasil Seccional Estadual de Minas Gerais. *30-11-1847(Santa Bárbara/MG)---†14-06-1909(RJ) Homenagem-acróstica Nº 3735/Por Sílvia Araújo Motta A-AFONSO AUGUSTO MOREIRA PENA F-Foi eleito sexto Presidente do Brasil em 1906. F-Foi Governador-Presidente de Minas Gerais; O-O Senador e o Vice-Presidente que encena N-Nos pleitos do Brasil, aclamação do Vencedor; S-Sábio Mineiro da cidade de Santa Bárbara, O-Ostentando o valor brasileiro entre Imortais. A-Affonso Penna doutorou-se na Magistratura! U-Um Deputado Provincial, opção profissional, G-Garantida quatro vezes pelo Partido Liberal; U-Um adepto da ordem civil da REPÚBLICA S-Serviu à Assembleia Constituinte Mineira, T-Tornou-se Relator da Constituição Estadual; O-Ocupou-se da transferência da Capital para BH. M-Muito atuante no Saneamento Básico, criou e O-Ofertou-nos o valioso Instituto Oswaldo Cruz... R-Razões ao Serviço Geológico e Mineralógico... E-Essencialmente Presidencialista ele fez jus I-Inigualável, deu luz às questões econômicas: R-Reformou o Sistema Monetário, também criou A-A Caixa de Conversão das diferentes Moedas. P-Pela liberdade, soube lutar como Abolicionista! 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL J-Jornalista, Profissional Telegrafista de valor; A-Amado por Dra. Manuela Cacilda Carabajal Lopes,PhI, L-Líder Profissional da Saúde/RO, Escritora Imortal. L-Lopes foi Paraquedista, Poeta, Músico,Compositor, O-O Técnico de Grandes Transações Imobiliárias! P-Participou do Curso Superior-Licenciatura/História, E-E desistiu antes da formatura, pela opção histórica. S-Seu falecimento ocorreu em Bagé/RS:11-abril-2001. -------Homenagem in memoriam------Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, ALB/MG, Sábado, 23 de julho de 2011. 105 E-Exímio Ministro da Guerra, Agricultura e Justiça! N-Nas Redes Ferroviárias, cafeicultores conquista... N-No sudeste, ampliou e modernizou os Portos... A-Assumiu o Gabinete Imperial de D. Pedro II. Belo Horizonte, terça-feira memorável, 23 de agosto de 2011, Data da Instalação da ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL -SEÇÃO ESTADUAL DE MINAS GERAIS.Sigla ALB-MG. HINO DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL SEÇÃO MINAS GERAIS Letra-poética de Silvia Araújo Motta Soneto-Sáfico-heróico Nº 3176 Composição musical: Edison Lago Pinheiro Filho INTRODUÇÃO Nova Estação; é bom poder saber desta vitória em luta por valor, na(A-L-(éle)-B-(Bê)-cultura vê crescer: -Planos e ações cultivam puro amor. Um grupo planta, cuida e vem colher... Frutos mineiros trazem bom sabor! Minas Gerais convida quem quiser; entusiasmada canta e espanta a dor: E vale a pena a rede em cada ação, integração de TODOS para o Bem que dá um exemplo forte pra Nação. HALPPAZ tem metas que transformam vidas! Com liberdade entoam Hino: Amém! Ações maduras devem ser colhidas! REFRÃO: H-Horizontes são infindos... A-Arte mostra gente capaz, L-Letras tem temas bem-vindos, P-Pela busca, cultura traz P-PAZ em luz transcendente... A-Amor universal, ação refaz, Z-Zelo ao meio ambiente. FINAL: H-A-L-P-P-A-Z: HORIZONTES-ARTE-LETRAS-PELA PAZ -106- - (*)Letra poética: Belo Horizonte, 16 setembro de 2010. Profa. Dra. Sílvia Araújo Motta.PhI-Acadêmica na Cadeira nº 02/ALB/ MG Composição musical: Gravação em BH, 20 de dezembro de 2012: Pianista: Edison Lago Pinheiro Filho Registro na Ordem dos Músicos do Brasil Nº000.007.606.048/14-032013. 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL 107 Wilhan Eduardo de Souza AS VÁRIAS FACES DA JUSTIÇA E SUA OBJETIVIDADE Quando se fala em faces Da justiça, quer-se dizer, quais as suas várias interpretações. Segundo um dos princípios do Direito, justiça é dar a cada um aquilo que ele merece, se merece o bem, que receba o bem, se merece o mal, que receba o mal. Injustiça seria dar o bem para uma pessoa que fez o mal, pois dessa maneira, não se teria nenhuma motivação para praticar o bem. Na visão dos promotores, sua função é progredir com a maior quantidade de processos possíveis, valorizando assim o seu cargo. Como observado no documentário de Maria Augusta Ramos, onde a defensora pública afirma que pequenos casos são denunciados pela promotoria, como furto de pequenos objetos, que possuem pouco valor de mercado, estes casos acabam tornando o sistema lento, ainda não se sabe o porquê desse tipo de ato, quais as evidências que levam a promotoria a assumir certa posição. Em minha opinião, o promotor usa de sua função e poder para propor uma credibilidade e manutenção do bom funcionamento do sistema judiciário, é preferível que alguma justiça seja feita em vez de nenhuma, para trazer a falsa percepção de que o sistema está em ordem e funcionando cada vez melhor. A diminuição dos processos em andamento das imensas prateleiras dos fóruns também é um sinal desta “realização da justiça”. Ela traz a sensação de que os casos estão sendo julgados com cada vez mais rigor e que o sistema está funcionando com cada vez mais eficiência, porém, se analisarmos a fundo, nem sempre é isso o que acontece. No sistema judiciário brasileiro é mais que óbvio e perceptível que a justiça é subjetiva. Nossa justiça condena muitas vezes sem ter as provas concretas que incriminem o individuo, condena pelos seus antecedentes, por subjeção. Por exemplo, em nosso direito o ato de portar maconha se confunde muitas vezes com o uso desta pelo acusado, não há objetividade para julgar e condenar. A meu ver, no mínimo, muitos juízes se deitam em suas camas a noite para dormir e ficam a pensar quais foram os atributos usados para tais julgamentos, certos de não ter uma certeza; muitos promotores se deitam a pensar que acusaram alguém, porém na possuem provas concretas contra este. A justiça é relativa. Cada ser humano identifica-a de uma maneira, havendo é claro certos padrões de aceitação, no entanto muda a intensidade desses fatores. O que para alguns é uma contravenção para outros pode se configurar como crime. Há uma subjetividade que torna impossível a generalização do termo “justiça”. Encontramos isto na ima-108-gem da mãe do acusado de nome Carlos Eduardo, para ela, não é justo 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL que seu filho seja condenado, porém, mesmo sem provas construtivas, a juíza o sentencia “réu condenado”; neste ponto encontram-se embates de opiniões. A justiça mais parece um jogo de sorte e julgamentos, onde guia-se pelo óbvio, pelo mais fácil e pelas falsas afirmações. Mas, este assunto ainda será muito discutido em tempos. Afinal, há uma justiça certa? Correta? Sem erros?. Não, enquanto o ser julgado for o ser humano, nunca haverá justiça plena, ainda mais se for um julgamento de homens julgados por homens. A massa penitenciária brasileira é formada pelos indivíduos exclusos da sociedade capitalista, pessoas que se vêem em estado crítico de vida, que vêem seus filhos passarem fome e frio por não terem a oportunidade de conseguir lucrar, por não se adaptarem ao sistema capitalista, extremamente burocrático que consome, esmaga, obriga e estimula o lucro. Por esta, não importa a justiça, mas importa qual a utilidade, a serventia do elemento acusado dentro dessa sociedade desigual. O juiz muitas vezes julga pela pessoa, e não pelo caso, talvez esteja aí, nosso grande problema judiciário atual. Ao mesmo tempo em que se busca um país de todos e para todos, se impõe um modelo que pune o mais pobre, que descrimina o negro, o gay; não falo em todo social, mas em parte da sociedade. Ai, não da nem para dizer que a culpa é do Estado ou do poder judiciário, pois, enquanto certas atitudes não forem abolidas por nós, fantoches do sistema, o mesmo não mudará. Como já diziam os poetas e filósofos, se você quer ver mudanças no Brasil, comece por você mesmo, seja crítico, porém seja educado. Não quero defender o bandido, mas quero condições dignas de julgamentos que não sejam fruto de razão, pois em nossa constituição de 1988 trás em seu Art.5.LVII o Princípio da Presunção de Inocência, que nada mais é o fato de que “ninguém será culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. O trânsito muitas vezes é lento, e os acusados penam em condições degradantes dentro das celas de delegacias, como se fossem já culpados e finalmente quando são condenados, preferem aceitar a pena do que, pedir a sua revisão, porque em seu entendimento, na cadeia ele estará sendo tratado melhor e tem maiores possibilidades de sua pena se passar mais rápido. Dizem que vivemos em um período chamado de Pós Modernidade que, ao meu perceber esta longe de acontecer, precisamos observar o que é realmente necessário para o convívio em sociedade, precisamos acordar para a Democracia e abdicar por nossos direitos, em vez de, pedir reduções de tarifas, abdicar para que o capital derivado delas seja investido em educação, saúde, moradia e todos os direitos, que são garantidos a todos por nossa Carta Magna. 109 -110- Mário Lopes Carabajal ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL ESCRITORES DA ORDEM DE PLATÃO Em uma perspectiva indo-dedutiva interseccional, aproveite-se aquilo que de bom pode-se absorver do pragmatismo sofista, das assertivas positivistas e mesmo da irrealidade nos excessos do humanismo. Excetuando-se, sobretudo, a omissão sofista frente a opressão do Estado às massas populacionais. Eliminando-se ainda, a dissimulação humanista, frente ao concreto. Com bases no realismo, contudo sob a indispensável dialética, busque-se o evoluir cultural e educacional indiscriminadamente, com base nas assertivas de Platão. Este, antes de utópico, como erroneamente remetem algumas correntes, lançou a estatização da escola, proporcionando a universalização dos saberes. Ainda, as bases jusnaturalistas do direito natural, evoluindo ao positivismo e Revolução Inglesa, seguida da Francesa, refletindo-se no Mundo ainda nos anos 2000. Desrespeitosa e impunemente parte significativa dos governantes tratam o Mundo como o quintal fechado de suas narcísicas experiências. George Bush, por exemplo, para atingir Saddam Hussein, elevou no Iraque, na década de 2000 e ainda nos dias, em mais de 100 % o óbito entre crianças de 0 e 5 anos. Câncer, leucemia e anencefalia, são algumas das consequências da Guerra contra o Iraque. Mais de 100 mil mortos durante a invasão. No Brasil, 6ª. maior economia mundial, 15 mil pessoas vivem em extrema miséria. Enquanto isto, aproximados 3% do PIB brasileiro é saqueado pela corrupção. No mundo, mais de 1 bilhão de famintos disputam 25 mil mortes diárias em consequência da Fome. Os escritores, através de seus livros, artigos, teses, palestras e conferências, devem assumir, além da criatividade, posturas críticoevolutivas, como a sugestão de maior severidade e celeridade dos Tribunais Internacionais. Formando opiniões. Retirando o Mundo de posicionamentos com tendências apenas Normativas, a exemplo da ONU, para dar lugar a um fazer mais concreto, como as ações da Organização Mundial Comércio. Os conflitos comerciais internacionais encontram arbitragem eficiente, enquanto milenares problemas, como a Fome Mundial, ganham compêndios e teses, reuniões, planos e tratados. Enquanto a solução pode encontrar-se no simples plantio de árvores frutíferas em ruas, praças e avenidas, ou frente às residências, em ação conjunta gover- 1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL Encerramos a 1ª Coletânea “Encontro de Escritores” - Homenagem a Mário Carabajal com um texto do Presidente Nacional da Academia de Letras do Brasil, nosso homenageado, sobre o papel dos escritores no mundo atual. 111 nos/população. O escritor do Terceiro Milênio necessita participar ativamente da História Univérsica, invocando sonhos, ideais e realidades, sob princípios equânimes, alicerçados na verdade e determinação da vontade coletiva, como observados nos escritores brasileiros, Doutores em Filosofia Univérsica, Imortais, Sílvia Araújo Motta, Miguel João Simão, Krammer, José Faria Nunes, José Moreira da Silva, Tonny Costt, Daniel Chaves, Adail Maduro Filho, Joaquim Moncks, Luíz Arthur M. Ribeiro, Francisco P. M. Aguiar, José Ferreira da Silva, Carmelita Lohn, Paulo e Vânia Diniz, Juliano Mendes, Tobias Pinheiro, Fídias Teles, Rosa De Souza, Camilo Martins, Valdir Mendes, Osvaldo Waczuk, Carlos Venttura, Neida Rocha, Branca Tirollo, João Wilton Alves, Franklin L. Freitas, Valdir Gomes, Delasnieve Daspet, Mauro Demarchi, Soena, José Mendonça Teles, Hélio Moreira, Aidenor Aires Pereira, Jorge Lasmar, Maria Helena Sarti, Arnaldo Jabor, Cléverson Minikovisky, Marilza de Castro, Mara Núbia e Ana Pitan. Como também os coautores da presente obra, entre outros Escritores Imortais, aos quais se registram o débito citativo. Mário Carabajal . O Texto acima foi publicado primeiramente na Anthologie Du Minas Gerais: LES PLUS BEAUX HORIZONS DE LA POÉSIE ET DE LA PROSE. 33º Salon DU Livre-Paris/France-22-25/March/2013 - Organization: Silvia Araújo Motta/BH/Minas Gerais/Brasil. (36 autores). -112-