baixe aqui! - 2ª Coletânea Encontro de Escritores

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baixe aqui! - 2ª Coletânea Encontro de Escritores
Mauro De Marchi
Organizador
1ª COLETÂNEA
“ENCONTRO DE ESCRITORES”
HOMENAGEM A
MÁRIO CARABAJAL
1ª Edição
Alfredo Wagner / SC
Mauro Frederico De Marchi
2013
1ª Coletânea “Encontro de Escritores”
Homenagem a Mário Carabajal
Organizador
Mauro De Marchi
Os textos publicados nesta 1ª Coletânea “Encontro de Escritores” pertencem
a seus respectivos autores e a sua publicação foi autorizada ao ser feita a inscrição para esta coletânea.
É proibida a reprodução total ou parcial da obra ou de textos avulsos, exceto,
no caso de textos avulsos, quando submetida a autorização de cada autor.
Revisão: autores
Diagramação e Capa: Mauro De Marchi
AUTORES: Ada Beatriz Medina (Argentina) – Adair Philippesen (Rio Grande
do Sul) – Amosse Mucavele (Moçambique) – Bertolina Maffei (Santa Catarina) – Carmen Gomes (Rio Grande do Sul) – Carol Pereira (Santa Catarina)
– Chélida Cechetto (Santa Catarina) – Clóvis Ribeiro de Oliveira (São Paulo) – Daniela Bunn (Santa Catarina) – Danielli Rodrigues (Paraná) – Edgar
da Silveira Maciel (Santa Catarina) – Edilde Da Conceição Candido (Rio de
Janeiro) – Fabiana de Almeida (São Paulo)- Geraldo José Sant´Anna (Goiás)
– Geraldo Magela Vianna (Espírito Santo) – Giovana Maria Figueiredo Junckes (Santa Catarina) – Hilário Dewes (Rio Grande do Sul) – Ivone Daura da
Silva (Santa Catarina)- José Carlos Moutinho (Rio de Janeiro) – Lionizia Goyá
(Goiás) – Luiz Arthur Montes Ribeiro (Santa Catarina) – Manecas Cândido
(Moçambique) – Marcos Tadeu Demarchi (São Paulo) – Maria Celeste Maffei
Demarchi (Santa Catarina) – Maria Luiza Vargas Ramos (Santa Catarina) –
Mauro Frederico Demarchi (Santa Catarina) – Mercedes Knauber Brandão
(Paraná) – Regina C. Drumond (Minas Gerais) – Renata Carone Sborgia (São
Paulo) – Roberto Ferrari (São Paulo) – Salete Aparecida Bueno Oliveira Fochezatto (Santa Catarina) – Sandra Regina de Mello (Santa Catarina) – Silvia
Araújo Motta (Minas Gerais) - Wilhan Eduardo de Souza (Santa Catarina)
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Índice
Apresentação.................................................................................................6
Síntese dos Princípios, finalidades e objetivos da ALB............................6
História Encontro de Escritores..................................................................6
Homenagem a Mário Carabajal..................................................................9
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Biografia dos Escritores Participantes.......................................................13
• Ada Beatris Medina......................................................................15
• Adair Philippesen.........................................................................15
• Amosse Mucavele.........................................................................15
• Bertolina Maffei............................................................................15
• Carmen Gomes..........................................................................16
• Carol Pereira.................................................................................16
• Chélida Cechetto..........................................................................17
• Clóvis Ribeiro de Oliveira...........................................................17
• Daniela Bunn................................................................................17
• Danielli Rodrigues.......................................................................17
• Edgar da Silveira Maciel..............................................................18
• Edilde Da Conceição Candido....................................................18
• Fabiana de Almeida......................................................................18
• Geraldo José Sant´Anna..............................................................19
• Geraldo Magela Vianna...............................................................19
• Giovana Maria Figueiredo Junckes............................................19
• Hilário Dewes...............................................................................19
• Ivone Daura da Silva.....................................................................20
• José Carlos Moutinho..................................................................20
• Lionizia Goyá................................................................................20
• Luiz Arthur Montes Ribeiro........................................................21
• Manecas Cândido.........................................................................21
• Marcos Tadeu Demarchi..............................................................21
• Maria Celeste Maffei Demarchi..................................................21
• Maria Luiza Vargas Ramos..........................................................22
• Mauro Frederico Demarchi.........................................................22
• Mercedes Knauber Brandão........................................................22
• Regina C. Drumond.....................................................................22
• Renata Carone Sborgia................................................................23
• Roberto Ferrari.............................................................................23
• Salete Aparecida Bueno Oliveira Fochezatto.............................24
• Sandra Regina de Mello...............................................................24
• Silvia Araújo Motta......................................................................24
• Wilhan Eduardo de Souza...........................................................25
- Textos Coletânea........................................................................................27
• Dolor de Madre – Ada Beatriz Medina......................................29
• O Circulo Vicioso de Yanna – Adair Philippsen.......................30
• Novo Projeto Sureal – Amosse Mucavele..................................31
• O Poeta escreve com a alma e o coração - Bertolina Maffei....33
• Um certo dia – Bertolina Mafei..................................................34
• Segredos e Pecados! O sangue do filho – Bertolina Maffei......36
• A Liberdade de Bita – Carmen Gomes......................................38
• A Notícia – Carmen Gomes........................................................38
3
-4-
• Lembranças – Carmen Gomes....................................................39
• Os Portais – Carol Pereira...........................................................40
• As verdadeiras deficiências humanas – Chélida Cechetto.......42
• Encontro de Escritores – Clóvis Ribeiro de Oliveira................43
• Medo e estranhamento na literatura infantil – Daniela Bunn......44
• Espelho – Danielli Rodrigues......................................................49
• Prematuro – Edgar da Silveira Maciel........................................50
• Metade – Edgar da Silveira Maciel.............................................50
• Saudades – Edilde Candido.........................................................51
• Cotidiano – Fabiana de Almeida................................................52
• Saudades de mim – Geraldo José Sant´Anna............................53
• História rubra – Geraldo José Sant´Anna.................................54
• Três Histórias do Zezé – Geraldo Magela Viana.......................55
- José e a Reforma Ortográfica..........................................55
- Tô indo Pra Caratinga.....................................................56
- Dia de Tempestade..........................................................58
• Menina do Interior – Giovana Maria Figueiredo Junckes.......61
• Meu Pai – Giovana Maria Figueiredo Junckes..........................61
• Alegrias de um professor – Giovana Maria Figueiredo Junckes..62
• Nasce mulher desejada homem – Hilário Dewes.....................64
- Esperando mulher, nasce homem..................................65
• Rugas da Saudade – Ivone Daura da Silva.................................66
• O leitor digital adquire conhecimento? – José Carlos Moutinho..67
• Viver – Lionizia Goyá..................................................................69
• Moca – Lionizia Goyá..................................................................69
• Para Você meu amor – Luiz Arthur Monstes Ribeiro..............70
• Subúrbio – Manecas Cândido.....................................................71
• Querença – Manecas Cândido....................................................71
• M´Wali – Manecas Cândido........................................................71
• Regadio de Tewe – Manecas Cândido........................................72
• Coqueiral da Zambézia – Manecas Cândido.............................72
• Você tem problemas? E eu com isso? – Marcos T. Demarchi.......73
• Qual o resultado do esforço aplicado? – Marcos T. Demarchi.....75
• O Dinossauro e a Joaninha – Maria Celeste Maffei Demarchi.....78
• Festa no Céu – Maria Luiza Vargas Ramos................................79
• A Revolução das abelhas – Mauro Frederico Demarchi..........80
• Eu – Mercedes Knauber Brandão................................................92
• Gestão de talentos na dança das mudanças – Regina C. Drumond.....93
• Chances – Renata Carone Sborgia..............................................97
• Confissão – Roberto Ferrari........................................................98
• Canção do Coração – Roberto Ferrari.......................................98
• Passageiro na neblina – Salete Ap. B. Oliveira Fochezatto........99
• Menina Mulher – Sandra Regina de Mello................................100
• Solidão - Sandra Regina de Mello...............................................100
• Acrósticos – Sílvia Araújo Motta................................................102
- Manuela Cacilda Carabajal Lopes..................................102
- Miguel Máximo Angels Robles Tejad............................103
- Carlos Reinaldo Carabajal Lopes...................................104
- Afonso Augusto Moreira Pena.......................................105
- Hino da Academia de Letras do Brasil Seção Minas Gerais....106
• As várias faces da Justiça e sua Objetividade - Wilhan E. de
Souza......................................................................................................109
• Academia de Letras do Brasil – Escritores da Ordem de
Platão – Mário Lopes Carabajal..................................................111
Mauro Frederico Demarchi
APRESENTAÇÃO DA 1ª COLETÂNEA
E HISTÓRIA DO
ENCONTRO CATARINENSE DE ESCRITORES
Homenagem a Mário Carabajal
Homenagear o Presidente Nacional da ALB é uma questão de
honra. Desde seu primeiro contato com o “Encontro Catarinense de Escritores” pode Mário Carabajal estreitar amizades e fortalecer laços de
conhecimentos e pontos de vista comuns.
Escolhemos duas escritoras para homenageá-lo: a Poeta Sílvia de
Araújo Motta, a rainha dos Acrósticos com mais de 5 mil publicações
poéticas em 42 publicações, que escreve a biografia de Mário Carabajal
em Acróstico e Lionízia Goyá, escritota e pintora que publica na contra-capa o quadro do presidente da ALB, sua obra mais recente.
Mário Carabajal Lopes ao lançar o projeto ALB, uma academia
que reunisse escritores de todos os quadrantes do Brasil, ele inseriu na
vida literária, política e social brasileira, o escritor, tantas vezes desprezado e esquecido.
Incansável em seu peregrinar pelo Brasil em busca de intelectuais
que pudessem cerrar fileiras consigo para a batalha pela cultura. De todos os cantos do Brasil foram surgindo escritores que, despertados por
seu idealismo brilhante, aderiram aos princípios da Academia de Letras
do Brasil e constituíram associações em suas cidades e estados.
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Apresento a 1ª Coletânea “Encontro de Escritores”, homenagem a
Mário Carabajal, Presidente Nacional da Academia de Letras do Brasil.
“Encontro de Escritores”... por que nomear assim uma coletânea
quando teriam tantos nomes e assuntos que poderiam figurar neste título?
Em 2005 nasceu a ideia de iniciar um encontro de escritores em
Alfredo Wagner, pequena cidade da Serra Catarinense. O primeiro encontro, realizado com poucos escritores, foi um grande passo. Outros se
seguiram e este ano de 2013 será realizada a 5ª edição do Evento.
“Encontro de Escritores” ficou como um slogan que permaneceu,
gerando o site http://encontrodeescritores.com.br onde são divulgadas
inciativas culturais em todo o Brasil.
Como num encontro de escritores, onde a diversidade literária é a
nota tônica, também nesta coletânea a mistura de estilos e temas é o que
sobressai. Futuras coletâneas terão temas diferenciados.
Por isto nesta coletânea o leitor encontrará contos, poesias, poemas, história, causos, acrósticos, crônicas etc. Encontrará textos de escritores de vários Estados e Municípios brasileiros, de dois países, Argentina e Moçambique e de várias idades, sendo que a mais nova tem 11 anos
e prefere livros à televisão.
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Desejamos que cada município brasileiro tenha uma seccional da
Academia de Letras do Brasil e que ali seja um foco de luz intelectual
que ilumine as consciências em busca de um futuro melhor para nossa
Nação.
Abaixo palavras do Prof. Dr. Mário Carabajal Ph.D, Ph.I sobre os
príncipios e finalidades da ALB:
SÍNTESE DOS PRINCÍPIOS, FINALIDADES E OBJETIVOS DA
ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL
Através da escrita, palestras e conferências dos escritores Membros da Academia de Letras do Brasil, disponibilizamos à população
brasileira e Mundial, as bases educacionais, culturais e científicas de
evolução média humana, social, política, técnica e profissional - em
harmonia com a Natureza e as outras espécies animais que dividem
com o homem o Planeta.
Objetivamos interpretar e redimensionar paradigmaximizativamente, em assertivas, as distorsões conceituais inconscientemente
difundidas, assimiladas e incorporadas à práxis humana, social e institucional. Propondo-nos auxiliar ao redirecionamento do axiológico
improfícuo e contra-educacional às classes analíticas, esclarecidas e
formadoras dos seres individuais e da opinião pública. Áptas à reversão das inferências involutivas.
Entre outras metas da ALB, definimos a formação de elos concretos entre a produção mental, decodificada literariamente, criativa
ou observável, com os meios e recursos de possibilidades à reversibilidade dos males que afligem a Humanidade.
Por fim, vibramos em participar ativamente da história de nossa contemporaneidade, invocando para o futuro da Humanidade, sonhos, ideais e realidades de prosperidade duradoura, sob bases sólidas
e materializadoras, só conquistadas se alicerçadas nos princípios da
verdade e determinação da vontade.
As seccionais internacionais, estaduais e municipais devem observar para que seus Estatutos não firam ou confrontem-se com as máxima, ideais e diretrizes do paradigma estatutário, regimentar e normas de orientações do Setor de Normas e Procedimentos da ALB.
História do
Encontro Catarinense de Escritores
-6-
A história é antiga e cheia de dificuldades.
Em janeiro de 2005 recebi o convite para participar do encontro de escritores em Sorocaba. O organizador do Encontro, Douglas Lara, ativista cultural de Sorocaba me incentivou a realizar um encontro semelhante aqui em
Santa Catarina.
Conversei com minha família, com amigos e, depois de algumas dificuldades, lançamos o I Encontro Catarinense de Escritores de Alfredo Wagner
e Região. Fiz uma busca demorada pela internet para descobrir se havia ocorrido algum encontro com essa denominação. Descobri um Encontro Catari-
nense de Escritores realizado em Blumenal em 1996. Não queria que o evento
parasse no primeiro, mas que crescesse e se transformasse num evento internacional, a exemplo de outras pequenas cidades brasileiras que se destacam no
turismo literário.
Acrescentei “de Alfredo Wagner e Região” para poder divulgar mais
a pequena e acolhedora cidade. Nasceu assim o ENCONTRO CATARINENSE DE ESCRITORES e o I ENCONTRO INTERNACIONAL DE ALFREDO
WAGNER E REGIÃO.
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
O I Encontro Catarinense de Escritores de Alfredo Wagner e Região, realizado em 2005, reuniu alguns escritores das cidades vizinhas. Eramos
7 escritores e escritoras. Uma semana de encontro com reuniões todas as noites, sendo que, na primeira noite os escritores foram recebidos na Biblioteca
Pública Municipal para um vinho literário logo após a sessão de abertura do
Encontro.
É preciso lembrar que neste I Encontro esteve presente o saudoso Maestro José Acácio Santana que regia o Coral Municipal de Alfredo Wagner o
qual abrilhantou e encantou a todos durante sua apresentação.
Outra noite foi reservada para a apresentação do grupo de danças alemãs formado por crianças da praça que se apresentaram e engajaram a todos a
dançar também.
Durante toda a semana houve exposição de livros na Praça da Bandeira
e a noite apresentações culturais e artisticas.
Foi uma primeira experiência que nos ensinou os erros e acertos e nos
proporcionou subsídios para os próximos encontros.
O II Encontro Catarinense de Escritores aconteceu em 2010 já com
a parceria da Academia de Letras do Brasil tendo a presenda do Presidente
Nacional, o Dr. Mário Carabajal Lopes e do então Presidente Estadual Miguel
João Simão.
Um ciclo de palestras trouxe a Alfredo Wagner na Serra Catarinense,
Fídias Teles, William Brenuvida, Ramiro Vieira Neto, Dalvina de Jesus Siqueira. Presença marcante também foi do poeta Mendes Dutra do Maranhão que
aqui lançou seu livro Divino Tinto. Durante o Encontro de Escritores foi entregue diplomas de reconhecimento a diversas personalidades alfredenses.
O III Encontro Catarinense de Escritores e I Encontro Internacional de Escritores de Alfredo Wagner e Região ocorreu em 2011. A Natureza
colaborou permitindo que a chuva desse uma trégua para que os visitantes
pudessem usufruir as belezas naturais e culturais de nosso município.
A Dra. Lorena Ballensifer Ellis, do Queensborough Community College, da Universidade da Cidade de Nova York, vinda dos Estados Unidos especialmente para o Encontro deEscritores falou sobre a Revista Virtual de Cultura Iberoamericana e da pesquisa realizada para atualizar o banco de dados
do site: http://www.qcc.cuny.edu/foreignlanguages/rvci/pagina1.html.
Alunas do Curso de Letras da Universidade do Planalto Catarinense
ministraram excelentes palestras. Foram elas: Carina de Souza de Oliveira
Stange; Míriam Aparecida de Oliveira Olegário e Mariana Marcon Pacheco,
com o tema “As crônicas machadianas e a possibilidade da sua leitura”.
Schirlei Braz de Souza, coordenadora do Curso de Letras da UNIPLAC
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fez a apresentação da Universidade e das alunas. A psicóloga e escritora Regina
Drumond, veio de Belo Horizonte para nos dar uma excelente palestra sobre
motivação e Rafael Reinehr, Editor, escritor, médico, fotógrafo, cineasta, músico e empreendedor cultural e social também proferiu uma excelente palestra.
Mais uma vez contamos com a presença do Presidente Nacional da
ALB, Prof. Dr. Mário Carabajal Lopes.
O IV Encontro Catarinense de Escritores foi um encontro entre amigos. Alguns novos que ainda não conhecíamos e outros que estávamos revendo. O evento não começou no dia 23 de novembro, como esperávamos.
Amigos, escritores e palestrantes do litoral não apareceram. Suspendemos a
programação e fomos festejar com os escritores que estavam aqui em Alfredo
Wagner. O local escolhido foi o Restaurante Mercado de Sabores, um saboroso
e encantador restaurante mantido por Ana e João Martins. A confraternização
foi especial e muito agradou a todos. Poesias, músicas e, principalmente, deliciosa comida. A noite foi proveitosa e muito gratificante.
No dia seguinte pela manhã os escritores foram até a Rádio Comunitária Nascente do Vale para uma entrevista enquanto começavam a chegar os
escritores de outros pontos do Estado. A tarde deste segundo dia foi cheio de
atividades, palestra do Prof. Nereu do Vale Pereira, da Da. Teresinha de Andrade Viecelli, alfredense de origem, mas que mora em Brusque. O Grupo de
Danças Alemãs e o Coral Bom Jesus da Matriz Católica de Alfredo Wagner
fizeram belas apresentações entre uma palestra e outra.
A diplomação dos visitantes e escritores presentes foi uma linda ocasião para fotos e flashes.
Uma surpresa estava reservada para os escritores presentes: a presença do Príncipe Dom Alexandre Carvalho e do Conde Dom Osvaldo Junior.
Motivo: fazer a investidura de novos cavaleiros. Foram agraciados com as Comendas e Títulos Honoris Causa as seguintes pessoas: Altair Wagner, Nivaldo
Bardt, Fídias Teles, Raymond de Souza, Dalsi Schneider Filho, Isaque Borba
e Mauro Demarchi. As presenças simples e cativante do Príncipe e do Conde
encantaram a todos.
O encerramento do IV Encontro Catarinense de Escritores foi com
chave de ouro: A Sessão Solene da Associação Academia de Letras do Brasil/
SC municipal Alfredo Wagner. A sessão ficou registrada na história da Academia pois contou com as presenças de Sua Alteza o Príncipe Dom Alexandre
Carvalho e do Conde Dom Osvaldo Junior. Foram empossados, por ordem de
cerimonial: Daniela Bunn, Chélida Cechetto, Sandra Regina de Melo e Juliano
Norberto Wagner.
Já estamos organizando o próximo V Encontro Catarinense de Escritores para o qual convidamos o leitor muito especialmente. A Capital Catarinense das Nascentes está de braços abertos para recebê-lo.
-8-
Sílvia Araújo Motta
MÁRIO ROBERTO CARABAJAL LOPES
PROFESSOR - CIENTISTA - DOUTOR
MÁRIO CARABAJAL
Homenagem Acróstica-biográfica Nº 2396,
Mário Carabajal em
Curriculum Vitae atualizado em 2013:
Pintura por Lionizia Goyá
Homenagem Acróstica-biográfica Nº 5051
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil(*)
M-Mário R.Carabajal Lopes,Presidente-Fundador da
Á-Academia de Letras do Brasil/Roraima;Sede:Brasília;
R-Registrada em Boa Vista, 1º de janeiro de 2001;
I-Instituição de Cultura e Formação Superior:
O-Ostenta o caráter internacional, na realização.
R-Reconhecido Autor, Cinesiólogo “Educador Físico”
O-O Especialista em Metodologia Científica,
B-Benfeitor Humanitário, Psicanalista Clínico.
E-É Mestre em Técnica e Prática da Psicanálise Clínica,
R-Respeitável Doutorando em Medicina Psicossomática.
T-Tem Cursos, Formação e Pós-Graduação, em diversas,
O-Ótimas Instituições de Ensino Superior/BR e exterior...
C-Citamos Universidad de los Pueblos de Europa España,
A-American World University “Lowa City”. ( EUA )
R-Registros na Universidade Federal de Roraima,
A-Amazonas, Rio Grande do Norte,São Paulo,Campinas,
B-Brasília,São Paulo e outras Escolas de Ensino Superior:
A-A Escola Superior de Psicanálise Clínica do Rio de
J-Janeiro, Escola Paulista de Medicina, Escritor,
A-Atualmente, de vinte e três livros-solo, de grande valor,
L-Livros adotados em Universidades do Brasil e Europa.
L-Livro adotado na Universidade de Castilla, España:
O-O “Paradigma Psicomaturacional da Consciência Humana”
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Homenagem a
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P-Pelo Departamento de Antropologia Social. Na França,
E-Ecoa propostas culturais,apoiado pela Embaixada no Brasil.
S-Sua experiência vital é de suma importância mundial.
P-Presidente Pró-Tempore do Conselho Nacional,
R-Representante das Academias de Letras do Brasil;
O-O Presidente do Conselho Editorial da Revista Científica,
F-Feita no Brasil; Membro da Academia Roraimense de Letras,
E-E Sociedade Científica de Psicanálise Clínica;
S-Sábio, sério, Membro Consultor no Ministério da
S-Saúde, do Departamento de Doenças Crônico-Degenerativas;
O-Atuante e respeitado ex-Membro do Conselho Nacional
R-Referência de Tecnologia Educacional/MEC/Brasília.
C-Cientista Político, Social e Educacional,Amado filho da
I-Imortal Dra. Manoela Cacilda Carabajal Lopes: Técnica
E-Em Enfermagem-Professora-Doutora Honoris Causa
N-Na Psicanálise Clínica/CRPC e em Filosofia Univérsica/ALB;
T-Traz lembrança do pai jornalista: Sr.Olegário Robaina Lopes!
I-Importante Mestre e Doutor em Psiconeurofisiologia;
S-Seu Doutorado também em Relações Internacionais/UAA;
T-Tem Especialização em Controle da Gestão Pública/UFSC e,
A –Ainda Neurociências, curso da Edumed/Rio de Janeiro.
D-Doutor Mário Carabajal, nascido em 4/5/58,Bagé, (RS)
O-O exemplo digno da Cooperação Científica Cultural,
U-Universal, Imortal, inconfundível, internacional,
T-Tem a comunhão, com o crescimento do ser humano,
O-O ideal sublime superior, nas ordens máximas da vida,
R-Reconhecimento e Gratidão. Aplausos de pé! Parabéns.
-10-
Belo Horizonte, 7 de abril de 2013.
Informações curriculares/científicas:
1-Dr. Mário Carabajal é autor das TEORIAS:
1.1-Estágios Psicomaturacionais da Consciência Humana;
1.2-Origem Concreta do Pensamento;
1.3-Diagnóstico Preliminar Psicopedagógico.
2-Em 2013 Dr. Mário Carabajal publicou 23 livros
2.1-- Técnica e Prática da Psicanálise Clínica;
2.2-- Técnica para Analisar Resistências;
2.3-- Evolução Psicomaturacional da Consciência Humana;
2.4- Psicanálise Clinica Instrumental;
2.5-- Dicionário de Psicanálise;
2.6-- Passeio Cultural pelo Globo Terrestre;
2.7-- Educação Ativa;
2.8-- Fenômenos Terapêuticos;
2.9-- Terceiro Milênio;
2.10- Quatro Grandes Temas Educacionais;
2.11-- Medicina Psicossomática;
(*) Sílvia Araújo Motta, PhI/ALB-MG-Cadeira 02/maio/2008,
Poeta,sonetista,autora de mais de 6mil acrósticos, publicados em 42 livros-solo,
em três idiomas. Presidente-Fundadora da ALB-Minas Gerais,/2012;
Presidente-Fundadora do Clube Brasileiro da Língua Portuguesa, Parceiro-na
divulgação da ALB, desde 2008; Cad. 16/Sócia-Correspondente da ALB-Suíça/março/2012. Membre de l´Académie Mérite et Devouement Français avec
L´échelon Médaile d´Argent-/President National Jean Paul de Bernis. Cart.
N.41284-Paris/Cerclain Republicain Française:13/2/2012.
-//-
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
2.12-- Fim da Castidade ou da Humanidade;
2.13-- Vidas Eternas.
2.14 a 2.23: Outros.
3-Coautor da [ Anthologie Du Minas Gerais: LES PLUS BEAUX HORIZONS
DE LA POÉSIE ET DE LA PROSE. 33º Salon DU Livre-Paris/France-22-25/
March/2013-Organization:Silvia Araújo Motta/BH/Minas Gerais/Brasil ]. (36
autores).
http://recantodasletras.uol.com.br/acrosticos/1620144
http://www.academialetrasbrasil.org.br/biografia.htm
http://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2013/04/mario-roberto-carabajal-lopes-professor.html
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-12-
Escritores participantes da
1ª COLETÂNEA
“ENCONTRO DE ESCRITORES”
HOMENAGEM A
MÁRIO CARABAJAL
-14-
Ada Beatriz Medina – Nacio em Santiago del Es-
Adair Philippesen
é juiz de Direito jubilado.
Sócio-fundador e ex-presidente da ALMA – Associação
Literária Mario Quintana de Santo Cristo-RS. Integrante
do Departamento Cultural da AJURIS – Associação dos
Juízes do Rio Grande do Sul. Participante de várias coletâneas de contos e poesias. Autor dos seguintes livros: Naqueles tempos..., Manual dos Juizados Especiais Cíveis,
O Assassino de Capacete, Vitral de Letras, Descanso e 80
Contos sem Desconto.
Amosse Mucavele
nasceu em 1987 em Maputo
onde vive, sonha em ser poeta, ensaísta, antologista, tradutor, cronista, é director do projecto de divulgação LiteráriaEsculpindo a Palavra com a Língua , chefe da redacção da
Revista Literatas-Revista de Literatura Moçambicana e Lusófona, membro do Conselho Editorial da Revista Mallarmagens-Brasil, Revista Eisfluencias- Portugal, colaborador
do Pavilhão Literário Singrando Horizontes - Academia de
Letras do Paraná, Jornal Coruja, Revista Triplov e outras,
organizou a Antologia da Nova Poesia Moçambicana para
a Revista Zunai. Membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni-Minas Gerais,
membro da International Writer Association (IWA-Ohio-USA) possui textos publicados em diversos jornais do mundo Lusófono, representou Moçambique na 1
Raias Poéticas - Vila Nova de Famalicão-Portugal Email- amosse1987@yahoo.
com.br, [email protected]
Bertolina Maffei nasceu em Alfredo Wagner - SC, filha de Elias Maffei
e Nilza Kalbusch Maffei, casada e mãe de três filhos, atuou no comércio por mais
de dez anos e agora se dedica a pesquisas para seu blog www.beleza-e-natureza.
blogspot.com. Em 1996 publicou seu primeiro livro intitulado “Reflexões”, cuja
edição está praticamente esgotada. É autora de centenas de poemas e letras de
músicas ainda não publicadas. Participa da organização do Encontro Catarinense de Escritores de Alfredo Wagner e Região que desde 2006 é realizado em
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
tero – Argentina. Docente Rural, esto le permitio conocer los
mitos, leyendas y costumbres santiagueñas y escribir estos
temas. Desde niña ya escribia. Heredo de su padre sus genes el fue um gran escritor. Escribe poesias y cuentos, tiene
libros y participo em varias antologias, ganho premios por
sus obras, fue distinguida como la Mujer en la Cultura em
el Dia de la Mujer por la Camara de Diputados y la Municipalidad. Tambien tiene distincione de la Universidad y de
otras províncias. Es organizadora de Encuentros Literários.
Es uma de las organizadoras del Encuentro mas importante del Pais y se realiza
en Santiago del Estero em Julio. Desde hace años es presidenta del Grupo Literario Reencuentro, uma Instituicion com 27 años al servicio de la cultura.
15
Alfredo Wagner/SC. É fundadora e presidente da Academia de Letras do Brasil/SC municipal Alfredo Wagner.
Prêmio Interarte Melhor Crônica 2012. Além de seu livro
“Reflexões”, participou das seguintes Coletâneas: “Santa
Catarina meu amor”, organizada pelo Prof. Dr. Miguel
João Simão, Presidente da ALB/SC; “Joaquim Moncks e
Amigos”, organizada pela escritora Neida Rocha da UBE
e “Contos de Som e Silêncio - Histórias inspirada em letras
de músicas” organizada por Marcelo Spalding.
Carmen Gomes, nasceu em 16 de setembro de 1951
na cidade de Taió, Santa Catarina. Atualmente mora em
Novo Hamburgo/ Rio Grande do Sul. Cursou Magisterio e
Contabilidade. É Vice Presidente da ALVALES (Academia
Literária do Vale do Rio dos Sinos) com participação em três
Coltâneas: da AGEI, (Associação Gaúcha de Escritores Independentes) com: O Boêmio e Crônicas de Carmen Gomes;
da UBE ( União Brasileira de Escritores) com participação
de quatro Coletâneas Nacionais e Internacionais; e do Centro Literário de São Leopoldo/RS com paricipação de uma
Coletânea. [email protected]
Carol Pereira, Uma pessoa que adora viajar, es-
crever, ama música, fotografia, jogar futsal, é viciada em
séries, é fascinada por tecnologia e encontrou sua vocação
lecionando. Tem Bacharelado em Sistemas de Informações
pela UNIPLAC e Licenciatura em Informática pela UNIDAVI, trabalha na educação desde o ano de 2009 como
Orientadora de Tecnologias Educacionais e como professora de Informática na Escola de Educação Básica Silva Jardim. Sente orgulho em falar para as pessoas que trabalha
na mesma escola da rede pública onde estudou, a amada
E.E.B. Silva Jardim, que fica em Alfredo Wagner, terra que
ela chama de querida, sua terra natal que ela idolatra. Tem
uma relação bastante estreita com a tecnologia e as formas de comunicação da
nova geração, mantém três blogs, um sobre a Escola de Educação Básica Silva
Jardim ( http://eebsilvajardim.blogspot.com.br/); um Jornal Online chamado Etc
e Tal, criado em parceria com seus alunos e com o auxílio de seus colegas de trabalho ( http://etcetalojornalintegral.blogspot.com.br/); além de um blog pessoal
onde desde 2008 posta seus textos e relatos de suas viagens ( http://carolpereiraa.
blogspot.com.br/). Ainda é uma garota cheia de sonhos, que quer dominar vários
idiomas e conhecer de perto várias culturas. Além disso, quer sempre ter contato com as formas de arte do seu país e acompanhar a trajetória de sua banda
favorita, Kid Abelha. É uma mulher cheia de responsabilidades e anseios, mas
que não perdeu o brilho e as expectativas da adolescência. Tem como marcas
pessoais ser extremamente crítica, não se mantendo calada diante do que é contra ou acha injusto, sempre lutando pelo que acredita, outra parte evidente de
sua personalidade é o bom humor, caracterizado por respostas rápidas sempre
arrancando gargalhadas dos que a cercam.
-16-
Chélida Cechetto
Clóvis Ribeiro de Oliveira, nascido em Vi-
tória da Conquista, radicado em São Paulo, Clovis é um
poeta de nascença. Professor de música, juntou a inspiração para compor mélodias para os poemas próprios e de
outros poetas. Participou de antologias poéticas organizadas pela Editora Scortecci. Públicou o primeiro livro em
1986 em parceria com o poeta Milton Santos intitulado:
Dia e Noite (Juntos).
Daniela Bunn é escritora, ensaísta, professora de
Metodologia do Ensino e doutoranda da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC). Desenvolve pesquisa
no campo da literatura infantil. Tem estudos inéditos no
Brasil sobre o jornalista, ficcionista e poeta italiano Gianni Rodari (1920-1980), um dos maiores escritores infantis
do século
Danielli Rodrigues atua como cronista em jor-
nais e revistas. É Embaixadora Universal da Paz do Cercle
Universel des Embassadeurs de La Paix, Suisse / France.
Participa de algumas associações, sendo membro da REBRA, CALON, LITERARTE, ACIMA e coordenadora da
AJEB/PR. Possui também algumas atividades em academias, como Comendadora de Londrina da ACCOL, Membro Acadêmica Imortal da FEBLACA, Membro Acadêmica Correspondente da ALAF, Membro Acadêmica Imortal
da AACLIG, Membro Acadêmica Correspondente da ALB
- Seccional/Suíça, Membro Correspondente da ANBA , Membro Imortal Correspondente Titular da ARTPOP. Escreve poemas, crônicas e contos, tendo suas
obras publicadas em jornais, revistas, sites e livros. Em 2012 foi indicada e eleita
a receber alguns prêmios, como o Troféu Cecília Meireles promovido na Festa
Mulheres Notáveis em Itabira - MG, a Medalha de Mérito Zumbi dos Palmares
pela FEBLACA e a Medalha Cultural Salvador Dalí pela ANBA. Em 2013 foi
indicada e eleita a receber o Prêmio Melhores Poetas Luso-brasileiro 2012-2013
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
nasceu em 12 de janeiro de
1993, é Alfredense, frequentou a Escola de Educação Básica
Silva Jardim e atualmente reside em Rio do Sul/SC, onde
cursa faculdade de Administração de Empresas – UNIDAVI. Possui textos publicados nos jornais de Alfredo Wagner
e Rio do Sul, ambas as cidades do Estado de Santa Catarina.
Possui um Blog chamado “Realidade dos Fatos” http://cheeelidacechetto.blogspot.com.br/ no qual divulga seus textos.
É membro da Academia de Letras do Brasil/SC Municipal
Alfredo Wagner, sendo a mais nova entre os Acadêmicos,
tendo como Patrono seu avô Ângelo Valentim Cechetto.
17
pela Sociedade Cultural de Ilha da Madeira e a Medalha Personalidade 2012
pela ARTPOP. Mestranda em Letras /Estudos Literários - UEL.
Edgar da Silveira Maciel é um poeta nato.
Pessoa muito simples e pouco ambiciosa, gosta de música,
poesia e esportes. É casado, tem três filhas, É professor de
Filosofia e Sociologia. Vive em uma cidade pequena do interior de Santa Catarina, que adoraria se vocês pudessem conhecer - www.capitaldasnascentes.org.br - Alfredo Wagner,
aqui nascem rios e grandes amizades. Escreve para diversos
jornais e para o Recanto das Letras http://recantodasletras.
com.br É membro fundador da Academia de Letras do Brasil/SC municipal Alfredo Wagner.
Edilde Da Conceição Candido é
formada
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em Pedagogia,
fez MBA em Gestão e projetos educacionais pela DDG Consultoria e Administração e Supervisão Escolar pela Universidade Cândido Mendes. Fez o Curso de Literatura infantil
ministrado pela Professora Ana Clara Machado; o Curso
de Qualidade Total na Educação; o Curso de Contadora
de História. É Pós Graduada no Curso de Psicopedagogia.
Atualmente leciona no Colégio Esil Educacional na Tijuca,
como professora de Português e é Coordenadora Pedagógica no Colégio ADNJR, acumulando também a função de Diretora Adjunta. É
Orientadora Educacional do Colégio Mallet Soares em Copacabana. 3 Livros e
4 Antologias Publicados.
Fabiana de Almeida nasceu em Atibaia em 03 de
-18-
novembro de 1973, mas logo sua família se mudou para São
Paulo, cidade que considera como ‘terra natal’. Os percalços
da vida a levaram a Ribeirão Preto, onde reside há 18 anos.
Graduada em Letras pelo Centro Universitário Claretiano e
Especialista em Ensino de Língua Portuguesa, Literatura e
Redação pelo mesmo Centro Universitário. É professora de
literatura e produção de textos para vestibulandos e universitários. É apaixonada por literatura desde as primeiras letras.
Filha de pais professores (o pai professor de Língua Portuguesa, Inglês e Francês
e a mãe professora de Educação Artística e Desenho), viveu sempre rodeada pela
arte. Seu bem mais precioso são os livros que possui em sua biblioteca particular.
Não é de se admirar que escreve contos e crônicas desde a infância. Escreve sobre
os acontecimentos, emoções e reações do cotidiano, do universo intimista, principalmente o mundo feminino. Possui vários escritos cuja publicação está entre os
planos para 2013. Uma de suas crônicas foi publicada pela Editora Scortecci, sob
o título “Luzes”, na obra “Antologia Nossa História Nossos Autores”, lançada na
Bienal Internacional do Livro de 2012, em São Paulo.
Geraldo José Sant´Ana é formado em Matemá-
Geraldo Magela Vianna nasceu em Caratinga,
Minas Gerais, filho de José da Silva Vianna e Maria Araujo da
Silva. Iniciou seus estudos no “Grupo Escolar Menino Jesus de
Praga”. Seus pais passaram depois a Ipatinga, onde continuou
os estudos na “Escola Estadual Engenheiro Márcio Aguiar da
Cunha”. Quando adulto formou-se em Direito. Hoje advoga
e reside no município de Aracruz, no Espírito Santo. O gosto
pela leitura veio ainda na infância e o interesse pelas crônicas passadas no interior de Minas herdou dos pais, que descendem principalmente de portugueses emigrados à época da
‘Corrida do Ouro’ em Minas Gerais. Ouvindo o pai, que era excelente contador
de “causos”, nele se inspirou para recontar simples histórias de gente simples do
interior, gente como o próprio autor.
Giovana Maria Figueiredo Junckes
nasceu em Urubici aos 21 dias do mês de outubro de 67,
filha de Jõao Carlos Figueiredo (em memoria) e Nilva
Buchling Figueiredo. É casada com o Senhor Evaldo Luiz
Junckes, mãe de duas lindas filhas e um lindo filho e tem
um neto maravilhoso. Cursou escola educação Basica
Silva Jardim até o ensino medio, depois se formou pela
instituição de ensino UNIDAVI Campus Ituporanga, em
Ciencias Contabeis, É contadora, com especialização em
gerenciamento. Funcionaria publica. Escreve para o Jornal Alfredo Wagner e é
membro da Academia de Letras do Brasil/SC municipal Alfredo Wagner sendo
seu Patrono o Padre Alfons Hazenfratz e sua cadeira é de nº 5.
Hilário Dewes é
Doutor em psicanálise, cursando
pós-graduação em parapsicologia, hipnólogo. É autor dos
livros: Cura e libertação no encontro consigo mesmo e Leitura orante da bíblia: como encantar crianças, jovens e
adultos pela bíblia, Palavra de Deus. E dos CDs: Caminho
interior e libertação; Peso ideal & saúde perfeita. Ministra
cursos de parapsicologia, abordagem do inconsciente, Bíblia, e promove retiros e palestras diversas. Promove diversos testemunhos e propostas de encontros bíblicos como
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
tica e Pedagogia, Especialista em Supervisão Escolar. Membro do Clube de Escritores de Piracicaba, União Brasileira de
Escritores, Associação Internacional de Escritores e Artistas
(Literarte), Academia de Letras de Goiás e Academia de Letras e Artes de Fortaleza (ALAF). Autor dos livros “Análise
Combinatória e Probabilidades”, “O Voo da Cotovia”, “Pai´é”
e “Encantamento”, além de participação em mais de trinta
Antologias. É colunista do Jornal “Quatro Páginas”, do município de Bebedouro. Colunista Oficial do Portal Educação
(http://www.portaleducacao.com.br).Várias premiações literárias. Autor do blog http://profgeraldojsantanna.blogspot.com.
19
lazer. Ele afirma haver em seguida a esses encontros uma grande transformação
pessoal. www.hilariodewes.com.br - [email protected]
Ivone Daura da Silva é araranguaense, Profes-
sora, Escritora, seu hobby escrever poesias na calada da
noite. Quatro livros publicados: romances “O Mundo de
Ales e Mistérios da Vida”, prosa e poesia “Momentos”, infantil “O Cantinho dos Sonhos”. Têm participação em dez
Antologias entre as quais, três são da Coleção de Caderno
de Autoria ( Curso de Escritores) - SESC. P re fa c i ou
10 livros em diferentes temas. Presidente da ALB de Lages
- Academia de Letras do Brasil. Sócia da ALE- Associação
Lageana de Escritores. Colunista do Site do Portal Lageano.Reside em Lages - SC, desde 1974.
José Carlos Moutinho,
natural do Rio de Janeiro (7/3/1960), solteiro, é jornalista (Mtb/DRT-RJ 24460)
desde 1992, por vocação. Cursou jornalismo até o 6º período
(2010) pela Universidade Estácio de Sá. É autor de diversos
artigos publicados em órgãos de imprensa, informativos e na
web. Entrevistou destacadas personalidades políticas, empresariais e de entidades de classe; participou de grandes reportagens no Congresso Nacional, em Brasília; atualmente edita
boletins para entidades de classe, entre outros. Foi programador de computador e é usuário avançado de Internet. Se interessa por questões
sociais, gosta de música, leitura, poesias, cinema e Tecnologia da Informação.
Pode ser encontrado no Skype: jcmoutinho1 e no [email protected]
Lionizia Goyá Graduada em Educação Artística
[Licenciatura e Bacharelado], com Especialização em
Artes Plásticas, pela UFU/MG; Membro da Alesg-Academia de Letras do Extremo Sudoeste de Goiás. Poeta e
contista premiada no I Concurso Nacional de Literatura
de Cassu e também no segundo e no terceiro concursos.
Tem poemas publicados em jornais e revistas no Estado
de Goiás. Exposições: XVI Incontro Internazionale Artisti Brasiliani - Citta di Roma / Centro D’arte La Bitta - set.
1998; Criarte uma confraternização pela arte / Câmara
Municipal de Uberlândia/MG dezembro 2000; Identidade Anônima Identidade - Oficina Cultural de Uberlândia/MG-setembro 2002;
XIV Semarcult - Semana Artístico Cultural de Caçu/GO -Expoartes - outubro
2003; II Prêmio J. Barbosa de Pintura - Medalha de Bronze - Santa helena de
Goiás - abril 2004; Brasilian Art Exhibition - Canning House Gallry/Londonmaio 2004; Exposição de Arte Brasileira UCCLA/Lisboa - maio 2004; Muestra
de Arte Brasileña/Casa do Brasil/Madrid - maio 2004. E-mail: lionizia@yahoo.
com.br
-20-
Luiz Arthur Montes Ribeiro é Escritor e Artista
Manecas Cândido nasceu a 1 de Julho de 1979
em Quelimane. Moçambique. Publicou O Sentido das Metáforas (2007), Prémio revelação FUNDAC (2005) e co-organizou Memorial 25 anos AEMO, antologias Esperança
e Certeza 2 e Da Astúcia a Vingança do Coelho, editadas
pela Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) e
Associação Pan-Africana de Escritores – Maputo, respectivamente. É docente na Universidade Pedagógica (UP), Delegação de Nampula, e Mestrando em Educação e Ensino
de Biologia.
Marcos Tadeu Demarchi nasceu em 28 de
Dezembro de 1961 na cidade de São José dos Campos, filho de Alcindo Demarchi e Lahir Vano Demarchi - Mora
em Caraguatatuba/SP - Brasil. Tem especialização em
Gestão Estratégica de Pessoas. pela Universidade Cruzeiro do Sul, UNICSUL, São Paulo, Brasil. Graduação em
Técnologia em Gestão Pública, pelo Centro Universitário
Módulo, MÓDULO, Brasil. Curso de curta duração em
Pesquisa de Mercado. Fundação Getúlio Vargas, FGV. Pós
graduando em psicopedagogia institucional. Desenvolve
projetos sociais e atividades lúdicas em suas palestras.
Maria Celeste Maffei Demarchi, filha de
Mauro Demarchi e Bertolina Maffei, nasceu em 2001. Desde os 4 anos participa dos Encontros de Escritores organizados por seus pais e das reuniões da Academia de Letras
do Brasil/SC municipal Alfredo Wagner. Prefere os livros à
televisão. Estuda na Escola de Educação Básica Silva Jardim. Cria personagens e desenhos aos quais dá vida e uma
lição de moral, pois, segundo sua professora de 5ª Série e
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Plástico. Natural de Ponta Grossa Pr. É graduado em Letras Português-Inglês pela Universidade Tuiuti do Paraná;
Pós-graduado em Artes Plásticas pela Faculdade de Artes
do Paraná, e Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade do Paraná. Tem oito livros publicados. Promoveu
exposições de suas obras no Brasil e Exterior. Foi Conselheiro do Conselho Estadual de Cultura e do Conselho
Estadual de Educação do Paraná. Com sua vida parano-catarinense (Guaratuba Pr – Itapoá SC) é Presidente da
Academia de Letras do Brasil para Santa Catarina Municipal Itapoá, Cônsul para Itapoá pela Associação Internacional Poetas Del Mundo. Recentemente recebeu os seguintes títulos: Doutor em Filosofia Univérsica
PhI pela Academia de Letras do Brasil, e Embaixador Universal da Paz pelo
Círculo de Embaixadores Universais da Paz França-Genebra/Suíça. É Membro
Correspondente Nacional e Ativista Cultural do Instituto Brasileiro de Culturas
Internacionais - Sede Nacional.
21
atual Secretária Municipal da Educação de Alfredo Wagner, Dona Valneide da
Cunha Campos: toda fábula tem um fim moral.
Maria Luiza Vargas Ramos nasceu em Ale-
grete-RS, em 09 de novembro de 1952. Formada em Letras,
fez Mestrado em Literatura Brasileira na UFSC e Doutorado na UFRGS, defendendo teses sobre a Dramaturgia de
Nelson Rodrigues. Tem dois livros de crônicas publicados
– “Gazeteando” e “Simplesmente Maria” – e participou de
diversas antologias literárias. Mora em Florianópolis-SC
e escreve regularmente no blog “Simplesmente Maria” –
http://cinquentinhas.blogspot.com.
Mauro Demarchi
é escritor, produtor cultural,
membro fundador da Academia de Letras do Brasil/ SC
Municipal Alfredo Wagner. Autor do livro “Aprendendo
com as abelhas a viver em sociedade”. É um dos organizadores do Encontro Catarinense de Escritores que já está
em sua 5ª Edição. Cavaleiro Comendador na Soberana
Ordem da Águia Dourada de Kastoria, Cavaleiro Comendador de Justiça na Soberana Ordem Equestre Príncipe da
Paz, Doutor Honoris Causa em História pelo Centro de
Estudos Históricos de Kastória, Doutor em Filosofia Univérsica, Ph.I. Filósofo Imortal Honoris Causa pela Academia de Letras do Brasil. Monarquista, Escritor, Editor do Jornal Alfredo Wagner.
www.maurodemarchi.com.br - [email protected]. Fundador do
diretório municipal do Partido Ecológico Nacional em Alfredo Wagner.
Mercedes Knauber Brandão
nasceu em
Curitiba em 10 de fevereiro de 1949. Formada em Pós-Graduação em Literaturas de Língua Inglesa pela UFPR
e Literatura Brasileira pela PUC-PR. Mora em Curitiba. É
professora de Idiomas e de Literatura. Faz Artes Visuais e
participa de exposições. É autora de inúmeros poemas, crônicas e contos ainda não publicados. Para ser encontrada
no e-mail: [email protected] e Facebook: Mercedes Brandão.
Regina C. Drumond
é natural de Sete Lagoas,
Minas Gerais, Brasil Psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica de MG com especialização em Psicologia Industrial e Social. Mestre em Criatividade Aplicada Total
pela Universidade de Santiago de Compostela, Espanha
Especialização em Qualidade Total no Japão e Coréia pela
JUSE pela Japanese Union of Scientists and Engineers. Especialização em Recursos Humanos nos Estados Unidos,
Canadá, Austrália pela American Society for Training and
-22-
Renata Carone Sborgia
nasceu em Ribeirão
Preto, São Paulo. É bacharela em Direito pela Universidade de Ribeirão Preto, além de ser formada em Letras pela
União das Faculdades Barão de Mauá (Uni-Mauá). Mestra em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP),
Doutoranda em Psicologia e Educação pela Universidade
de Harvard, Especialista em Língua Portuguesa e Especialista em Direito Público com ênfase em Direito Constitucional. Pós-Graduada pela PUC/SP E FGV/RJ em Direitos
Humanos – Teoria e Prática com MBA em Direito e Gestão
Educacional pela Universidade de Ribeirão Preto. Membro imortal da Academia
de Educação (ARE). Atua como educadora, escritora, revisora, pesquisadora
(USP), consultora/assessora de Português, colunista e autora em vários jornais
e revistas impressas e virtuais (internet), bem como professora de Português, Inglês, Literatura e Redação na rede particular de ensino, junto a alunos do Ensino
Fundamental, do Ensino Médio, de cursinhos pré-vestibulares, cursos técnicos e
de Faculdade. Prepara alunos para concursos públicos. Participou (e participa)
em mais de dez antologias com crônicas e poemas. É autora de vários livros com
temas ligados à educação, tabagismo, enxaqueca e Língua Portuguesa , como a
gramática Português Sem Segredos, Português s/cem Dúvidas e Português – Falar bem e s/cem Problemas, em coautoria, pela Madras Editora.
Roberto Ferrari, mais conhecido como o Poeta
do Amor é Engenheiro, analista de sistemas, administrador de empresas, poeta, escritor e comunicador. Sempre
gostou de escrever desde a juventude, publicou os livros:
Sublime Amor, Ventos da Paixão e Identidade Assassina.
ALGUMAS ANTOLOGIAS POÉTICAS QUE PARTICIPOU: ß Congresso Brasileiro de Poesia - 2011 - ß Antologia Del Secchi – 2012 - ß Antologia Palavras Desavisadas
de Tudo – Editora Scortecci – 2013 - ß Antologia Varal
Antológico 3, lançamento em maio / 2013 - ALGUNS
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Development e pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento.
Curso de Valores Humanos em Mont Abu na India pela Universidade Brahma
Kumaris Professora em Ginástica Cerebral e Liderança Criativa na Universidade
de Los Andes, Mérida, Venezuela Pertence ao Conselho Consultivo da UBQ –
MG -União Brasileira de Qualidade do Estado de Minas GeraisRealiza Consultoria e Treinamento nas áreas de Recursos Humanos, Qualidade Organizacional,
Qualidade de vida e Criatividade Aplicada Total, tendo já atuado em diversas
empresas, em diferentes ramos de negócios no Brasil e no Exterior. Trabalhou nas
empresas Cia Siderúgica Belgo Mineira e Belgo Mineira Sistemas. Autora de Artigos e Livros nas áreas de Sustentabilidade, Qualidade Organizacional, Criatividade, Liderança e Recursos Humanos, tendo publicado os livros: CCQ – Circulos
de Controle da Qualidade, uma realidade brasileira Qualidade total – Revolução
Gerencial Qualidade Total – Como fazer no Brasil – Qualidade e Produtividade
– Jogos Empresariais, Baralho Mágico dos 5 Sensos Ser eu – Qualidade Pessoal
– Aprendendo com prazer: exercícios potencializadores da aprendizagem – Liderança e Sustentabilidade – A sustentabilidade do ser e de ser.
23
PRÊMIOS RECEBIDOS: ß VIII Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus- Texto inédito sobre Jorge Amado - ß Membro da Academia de Letras de Fortaleza
- ß Membro conselheiro da Academia Brasileira de Arte Cultura e História - ß
Membro da Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture
Salete Aparecida Bueno Oliveira Fochezatto conhecida apenas por Salete Bueno é natural de
Monte Castelo, SC. Escritora publicou três livros infantis:
“As Aventuras de Billy, A Jornada e Surpresa.” Seu livro
as Aventuras de Billy foi editado em uma antologia “Escritores de Literatura Infanto –Juvenil de SC,”da escritora:
Yedda Goulart para estudos em Escolas. É sócia da ALE –
Associação Lageana de Escritores e participou de cinco Antologias desta associação. Seu nome esta presente nos anais
da Academia Catarinense de Letras, dentre os autores que
escrevem em Santa Catarina. Seus livros trazem referencias aos clássicos da Literatura Infantil. Salete já tem alguns livros escritos, porém
aguardando patrocínio. Reside em Lages, SC desde 1984.
Sandra Regina de Mello, professora pedagoga
formada no curso de pedagogia pela UDESC, pós graduada
pela Facvest em interdisciplinariedade, complementeção
em gestão escolar e Educação infantil pela Uniasselvi. Leciona na Escola Básica Passo da Limeira e essa é sua maior
paixão. Nasceu no dia 06 de janeiro de 1965 e vive em Alfredo Wagner desde então. Em 24 de Novembro de 2012
foi empossada na Cadeira nº 18 da Academia de Letras
do Brasil/SC Municipal Alfredo Wagner, tem como patrono
seu pai José Lino de Mello.
Silvia Araújo Motta é Mineira/Comendadora/
Chanceler, Acadêmica/Escritora/Poeta/Sonetista/Conferencista/Trovadora, Rainha dos Acrósticos com 5 mil publicações poéticas, em 42 livros, três idiomas. Membro Honorário da ANELCA; Membro Correspondente da ALAB:
de BÚZIOS; Presidenta do Clube Brasileiro da Língua Portuguesa, Presidente-Fundadora da Academia de Letras do
Brasil-ALB-MG; Diretora para Assuntos Institucionais da
ALB; Membro Correspondente da ALB-Inter-Suíça; Profa.
Dra. em Filosofia Universal; Embaixadora Universal da
Paz:{ Cercle Universel Des Ambassadeurs de la Paix-Suisse/France; Pedagogista.
Profa. em Língua e Literatura Portuguesa/Inglesa, Filosofia, Psicologia, Sociologia e Metodologia Universitária. Cônsul de Poetas del Mundo para BH/MG e
Assessora Internacional da AIPM; pertence à REBRA, ABT-RJ, UBT-BH, ABT-RJ, AMT, CCLB, LITERARTE, ANELCA, Elos Clube da Comunidade Lusíada;
UBT/BH; UBT NACIONAL, UBE-SP, AVBL, AVPB, AVSPE, ACCL
-24-
Wilhan Eduardo de Souza nasceu em Alfre-
do Wagner, a Capital Catarinense das Nascentes, fez seus
estudos de primeiro e segundo graus na Escola de Educação
Básica Silva Jardim e atualmente estuda Direito na FURB
Universidade Regional de Blumenau. Escreve para o Jornal
Alfredo Wagner e participa pela primeira vez de uma Coletânea. Convidado a participar da Academia de Letras do
Brasil/SC municipal Alfredo Wagner, ocupará a Cadeira nº
19.
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
CL, ARCÁDIA/MG, UBE-SP, Fundacion Circulo de Bellas Artes de Venezuela,
Union Hispanoamericana de escritores por La Literatura y por La Paz, IWA:
International Writers and Artists Association /Ohio/USA e outras Academias
de Letras, Ciências e Artes nacionais e internacionais. (Tem mais de 400 condecorações, Medalhas e Troféus). Em Março de 2012 participou do Jantar de
Gala e do lançamento da Antologia de Escritores de Minas Gerais, no 32º Salon
Du Livre- (Edição bilíngue, Diploma e Medalha de Vermeil em Paris,França).
Membro da Académie Internationale Mérite et Devouement Française-Paris.
Membro-Embaixadora Acadêmica Brasileira pela Académie Française des Arts
Lettres et Culture-Paris/2012. Embaixadora da Académie Francaise des Arts et
Letres et Cultures-Paris-Organizadora da Antologia para 33º Salon Du Livre-Março-2013-Paris, com 36 autores. Membro Correspondente da Academia de
Letras de Goiás. Prêmio Luso-Brasileiro da Ilha da Madeira em 30-3-2012: ANO
do Brasil em Portugal e Portugal no Brasil 2012/2013.
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1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Textos da Coletânea
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Ada Beatriz Medina de López
DOLOR DE MADRE
Que difícil es decir en versos
Todo lo que fue esa madre especial
Decir que en su vientre cinco amores acunó
Los crió y atendió con un amor incondicional.
Ya nada fue igual en su camino de amor
Se debilitó su luz, el llanto inundó sus ojos
Su rostro sin expresión, su mirada se apagó
Buscaba desesperada al ser que concibió.
Nada entendía, su grito rasgaba el viento
Su sol ya no brillaba, su luna no alumbraba
Una oscuridad tenebrosa envolvía su alma
La luz de su vida se iba extinguiendo.
Cuatro amores de su jardín le quedaban
A ellos los amó con gran devoción
Con dolor infinito los abrazaba
Los amaba, pero el otro faltaba.
Y así consumiéndose por el dolor
Con lágrimas y pidiendo perdón se despidió
Con sus alas de gran madre el viaje emprendió
Se fue al encuentro de su hijo que allá le esperó.
Ada Beatriz Medina de López (Petty)
Santiago del Estero… Argentina
Presidente del grupo literario REENCUENTRO
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Cuidó con gran celo su jardín de amor
Regó con aguas cristalinas y cariñosas
A las flores que ella sembró
Más, al más pequeño la vida se lo arrancó.
29
Adair Philippsen
O CÍRCULO VICIOSO DE YANNA
“Será por me chamar de Yanna? Será por ser romântica extremada, às vezes empedernida, sem transigir à primeira cantada? Por que
o príncipe com seu cavalo árabe passeia solitário a léguas de distância
de onde sempre estou? Por que cada conquista visada – e frustrada – é
precedida de medo, entremeada de rivais e regada a lágrimas? A busca
pela comunhão mágica tem de ser conflituosa? O amor necessariamente
precisa ganhar contornos de batalha? Comigo foi assim desde o começo.
Preciso admitir o quanto é difícil encontrar, como sempre sonhei, quem
reserve tempo para investir em sedução – a médio prazo que seja: não
procuro me fazer de difícil e minha resistência nem vai a ponto de exigir
jogo mais duradouro. Alguém que converse com a boca, sem antes se
comunicar com as mãos. Que ofereça flores antes de procurar me despir.
Que concorde com a meia luz e só depois procure desligar o abajur. Que
seja razoavelmente parecido comigo, que saiba o que sinto. Que aprecie
música erudita em lugar do Ai, se Eu te Pego para estimular as mesmas
sensações e harmonizá-las. Que tente ser fiel, sem visar a despudorada
traição por frente e por trás. Por trás e por frente, alguém sem visar a
traição despudorada e que tente ser fiel. Que seja razoavelmente parecido
comigo, que saiba o que sinto. Que aprecie música erudita em lugar do
Ai, se Eu te Pego para estimular as mesmas sensações e harmonizá-las.
Que concorde com a meia luz e só depois procure desligar o abajur. Que
ofereça flores antes de procurar me despir. Alguém que converse com a
boca, sem antes se comunicar com as mãos. Preciso admitir o quanto é
difícil encontrar, como sempre sonhei, quem reserve tempo para investir
em sedução – a médio prazo que seja: não procuro me fazer de difícil e
minha resistência nem vai a ponto de exigir jogo mais duradouro. Comigo foi assim desde o começo. O amor necessariamente precisa ganhar
contornos de batalha? A busca pela comunhão mágica tem de ser conflituosa? Por que cada conquista visada – e frustrada – é precedida de
medo, entremeada de rivais e regada a lágrimas? Por que o príncipe com
seu cavalo árabe passeia solitário a léguas de distância de onde sempre
estou? Será por ser romântica extremada, às vezes empedernida, sem
transigir à primeira cantada? Será por me chamar de Yanna?”
Não, é claro que não pode ser. O nome nada tem a ver com a compatibilidade no amor.
Resta-lhe Marjorie. Com sua sensibilidade refinada, será incapaz
de decepcioná-la.
-30-
Amosse Mucavele
NOVO PROJETO SUREAL
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
uma maçã montanhosa de lágrimas
sobe ela coloco os remos á combustão
na prespectiva e na síntaxe de inscrever
os pontos de fuga no interior do desejo
descongelo a saudade na corrida do tempo
e a olho nu
assino as paredes do horizonte
com as cores do pecado.
o sono é complexo como uma floresta
ofusca o sol que floresce nas escadas das palavras escuras
voa com as asas estranguladas pela insónia
assim chega-se ao amanhecer
pelo caminho errado
onde macacos baloiçam as suas alegrias secas
nos ramos do cansaço nocturno
é urgente inventar novas cores
para a cegueira
é urgente destruir a alma do gato colada
nas janelas da solidão
há no universo engolido
o vermelho aroma da fome externa
do leão
(em plena cavalgada infernal)
a anunciar a morte tatuada nos olhos
que se abrem fechados
na gaiola dos dias enterrados pelo tempo.
na embarcação queimada
esqueci o martelo
jamais me lembrei com exactidão
o tamanho das covas
que perfurei no mar
pois a vela que nos incendiou
foi apagada pelo vento
Havia um cão
dentro do avião
dentro da alma do cão
roncava um avião
vrummmmmmmm
vãoooooooooooo
31
Carlos Drummond de Andrade
coloquei inúmeras pedras
no caminho
para esquivar do amor
sentei a beira do rio
sem o anzol
com os olhos pesquei toda a dor
escondida no corpo das pedras
João Cabral de Mello Neto
As lâminas arrastam o canavial
para consumação do desespero maritímo
em Pernambuco
o silêncio ergue
uma catedral de lembraças
-32-
Bertolina Maffei
O POETA ESCREVE COM
A ALMA E O CORAÇÃO
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Tudo pode acontecer debaixo do céu, o ir e o vir!
Todos vem e todos vão, as pessoas, os animais e as plantas.
Nascemos do pó e ao pó retornaremos.
Cada um com sua Cruz, umas mais pesadas outras menos.
A estrada da vida é difícil, cada um segue a sua.
O fácil fiz ontem, o difícil faço hoje e o impossível farei amanhã.
Navegue seu barco no mar da vida, com certeza, sabedoria, amor
e paciência. Fale menos do que ouça, porque só tens uma boca e dois
ouvidos. O silencio é o amigo da paz e compreensão.
O homem sábio planta bondade e colhe sabedoria.
A família é o lugar onde os filhos se transformam, em bons ou
maus seres humanos.
O poeta escreve com a alma e o coração e expressa seus sentimentos em palavras.
O amor é uma dádiva de Deus, para expressar nossa felicidade. A
flor é esperança, de vida além da beleza, é a certeza de uma boa colheita,
com muitos frutos.
Deus nos criou sua imagem e semelhança, temos que lutar por
altos ideais, a verdade, a justiça e a paz.
Nunca diga: eu não consigo. Diga: eu quero, eu consigo, eu posso.
Deus deu liberdade a todos nós para lutarmos por um mundo melhor.
A felicidade existe é só nós procurarmos. Deus criou um mundo
melhor e mais justo para todos nós que somos a sua imagem e semelhança.
O saber não ocupa lugar, tudo o que fazemos é um aprendizado
constante. Devemos fazer tudo com o devido respeito a Deus e aos irmãos.
A estrada da nossa vida é longa cheias de altos e baixos, devemos
remar sobre cada onda com sabedoria, confiança e amor para que nunca
nosso barco afunde. Pense nisto!
Beleza não se põe na mesa, porque Deus deu um Dom para cada
um e todos devemos saber usar com muito talento e produzir sempre
mais.
Não reme contra a maré pois nunca conseguirás vencer o tamanho do oceano, pois ele é tão imenso nós somos só grãozinhos de areia!
Em tantas aflições da nossa vida, lembre-se sempre há uma luz no
final do túnel e sempre é tempo de recomeçar!
A estrada que traçamos para nós está difícil? Tente um atalho ou
talvez um novo caminho, para seguir com honestidade,perseverança e
33
com muita fé no Criador!
Um jardim, é um lugar de muita felicidade as flores colorida enfeitando sua morada, muitas borboletas, beija flor e abelhas polinizando
as flores para elas continuar a produzir a beleza a maravilha que nos é
dado!
Um certo dia
Um certo dia na vida
eu andei pelos desenganos
amei demais um peão
que parecia mais humano
Foi grande a felicidade
que a principio eu encontrei
um moço muito bonito
mas com duas cara - eu errei!
Amei, amei, demais
Me apaixonei de verdade!
Tudo parecia um sonho,
Tudo era felicidade!
E o tempo foi passando
E cada dia mais e mais
Tudo nele era perfeito
Estava feliz demais!
Neste mundo perigoso,
nas estações da vida,
cuidado com os espertos
E também com as traíras
As vezes confiamos demais
onde não se podia.
Quebramos a nossa cara,
da noite para o dia.
Os dias foram passando
E eu naquela agonia
queria me casar
mas, ele não decidia.
Me enrolou mais um pouquinho,
E eu com muita esperanças
De ter meu amor nos braços e
Ganhar uma aliança.
-34-
Mas nem tudo que brilha é ouro.
As vezes também perde o brilho.
Mas quem ama de verdade,
Nunca vai sair dos trilhos.
A estrada da vida é difícil
mas é longa e muito rara,
Só se aprende de verdade
depois que se quebra a cara.
Tem muito espertinho
querendo dar o golpe.
Mas as mulheres evoluiram,
andam agora a cavalo e a galope.
Quem não chora não mama,
diz o velho ditado,
Mil vezes viver sozinho,
Do que mal acompanhado.
Nesta estrada da vida
a gente vai caminhando,
tentando chegar na frente,
andando, sempre andando
Eu não desisti dos meus sonhos.
em vez ser mulher mal amada,
Sou dona do meu nariz.
Minha vida está mudada!
Nesta vida tudo passa.
Eu passei um mal bocado!
Hoje sou outra pessoa,
Sem ninguém do mal ao meu lado.
Meu passado foi mui triste,
no vai e vem desta vida.
Hoje estou muito feliz
Controlando minha própria vida.
Eu fui uma mula de carga
carreguei tudo sozinha
trabalho, filhos e escola.
Hoje alegria é minha.
Entre os quatros cantos do mundo
Eu quero falar com amor
Amo minha família
com a benção do Senhor
Deus é muito bom,
me ajudou nesta saída.
Abandonei tudo que tinha
para eu sair com vida!
Para eu não morrer
E deixar os meus filhinhos,
Sem pai, sem mãe nesta vida
este não era meu destino
Da roseira quero a rosa
os espinhos são a dor
não quero amar mais ninguém
Que não sabe me dar valor!
Meu destino foi traçado
por Deus e nossa Senhora
uma vida muito dura
mas agradeço agora!
Nesta vida tudo passa
a cada minuto se vai
aproveite o hoje, o agora.
O ontem não volta mais
Aos amigos pinguços:
beba com moderação
quem vive só em bar
vai viver debaixo do chão
Da vida nada se leva
tudo aqui é emprestado
devemos ser bons aqui
para passar pro outro lado
Quem me fez sofrer um dia
não mora mas nesta querência
hoje, está em outras fronteiras.
Eu longe da violência
Tristeza não paga dívida.
Amor não mata a fome.
Prefiro viver sozinha,
A ser maltratada por homem.
Hoje sou feliz demais!
Amo e sou amada.
Tenho uma família feliz,
E Deus é o nosso guarda!
Segredos e pecados!
O sangue do filho
Joana, menina moça de seus quinze anos de idade sempre gostou de
tudo o que é bom e bonito. Filha mimada, com seus grandes sonhos e obsessões da vida, sonhava com um príncipe encantado, desejava estudar muito,
morar sozinha, trabalhar e ser dona de seu próprio nariz. Estudante do ensino
médio Joana tinha suas metas e sonhos para o futuro e tudo ia dando certo, até
conhecer um novo amigo do colégio!
Joana ficou encantada. Ele era bonito, inteligente e tinha todas as qualidades de um moço culto da cidade. Tinha seu carro, roupas finas e bonitas.
Joana se apaixonou a primeira vista.
O nome dele era Marcos, ele tinha tudo o que Joana tinha imaginado!
Certo dia ele se aproximou dela e disse “Joana, sabe, eu gosto de você”. Ela qua-
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Troquei quem me fez sofrer
por um amor de verdade,
Hoje é só alegria
E ter você ao meu lado.
Amo alguém de verdade
que me faz muito feliz.
Hoje agradeço a Deus,
É a vida que eu quis.
35
se desmaiou! Era muito bom ouvir aquilo. Ela já estava apaixonada.
Joana passou a noite pensando em Marcos: “Meu Deus! Como é bom
conhecer a pessoa dos meus sonhos!”
No outro dia na escola, Marcos encontrou Joana no pé da escada e
disse: “Joana quer namorar comigo?” – “Sim, Joana respondeu, eu quero, estou
louca por você!”
A partir daquele momento em diante não se largaram mais. Era “eu te
amo” de cá, era “eu te amo” de lá. A paixão daqueles dois jovens adolescentes
duraria para sempre?
O tempo foi passando, dias, semana e meses. Aquele amor seguia um
rumo muito feliz, mas o que estava para vir Joana nem em sonho imaginava!
Certo final de semana Marcos disse a Joana: “Vamos fazer um passeio
este final de semana?” – “Onde vamos?” – “Na festa de aniversario, respondeu
Marcos, de meu amigo lá na capital . Nós vamos com meu carro. Peça para seus
pais. Será que eles deixarão você ir?”
Os pais de Joana eram muito católicos e não deixavam Joana sair sozinha. Ela era ainda uma adolescente, mas como o namoro estava sério, eles
deixaram, mas com muitas recomendações: “Cuide bem de minha filha! Vá
dormir na casa de seus pais! Não a deixe sozinha...”
No outro dia de manhã começou a grande viagem, foram em direção a
capital. As coisas mudariam para sempre a partir daquela viajem. O rumo de
suas vidas tomaria outra direção. Joana e Marcos apaixonados, a longa viagem
cansativa... bateu aquela vontade de descansar um pouco. Eles pararam num
restaurante a beira da estrada. Marcos disse: “Vamos comer alguma coisa, já
viajamos muito e estamos cansados, precisamos descansar um pouco”. Pediram o almoço e ficaram por ali um pouco após almoçar. De repente Marcos
diz: “Aqui tem um hotel, vamos passar a noite aqui!”
Joana assustada diz: “Está louco? O que meus pais vão dizer?” – “Bobinha... respondeu Marcos, eles nem precisam saber!”
“Mas como, argumenta Joana, não precisam saber e se acontece qualquer coisa, uma gravidez indesejada por exemplo?” – “Não vai a acontecer
nada, afirmou Marcos com cara de cafajeste. Joana vamos aproveitar, vamos,
ninguém vai saber nada” – “Mas é claro que vão saber, meus pais me deixaram
ir na casa de seus pais e não dormir na estrada” – “Nós dizemos que estamos
lá, amorzinho”. “Mas você não pode me obrigar...” – “E você tem outra opção?
Perguntou Marcos. Deixa de ser bobinha Joana, nós estamos apaixonados, o
que um quer o outro quer também, não é isto?”
Marcos tanto insistiu que no fim Joana acabou cedendo: “Está bom. Eu
te amo muito e quero estar sempre nos seus braços. Vai ser a primeira noite
com você e logo nós vamos nos casar e viver junto até que a morte nos separe”.
Passaram a noite juntos. Joana estava muito apreensiva. Ela não imaginava
como se enganou com aquele moço que dizia ser o amor de sua vida. No outro
dia acordaram tarde e Joana perguntou: “e o aniversário?” – ”Não tem aniversário nenhum, hoje a tarde voltamos para casa e você não diz nada a ninguém!”
Chegaram de volta em casa, Joana com muito medo que seus pais descobrissem, o que tinha acontecido na viagem, era para ser coisa só deles. No outro
dia no colégio Marcos a tratou com frieza, quase não falou com ela. Foi ai que
ela passou a conhecer verdadeiro Marcos, o cafajeste mentiroso a quem ela se
entregou. Aos poucos a mascara de bom jovem estava caindo, mas Joana não
sabia o que estava por vir.
-36-
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
De repente Joana começa a desmaiar e Marcos não está nem ai!
“Gente, disseram suas amigas, vamos levar Joana para o hospital, ela estava pálida com vômitos, o que será que comeu que está passando mal. Alguns
colegas e professores socorreram Joana e ligaram para seus pais. O médico
examinou e mandou fazer exames enquanto isto seus pais chegaram e foram
conversar com o médico. Quando os exames ficaram pronto, o Dr. chamou os
pais dela e disse! Joana está grávida!
Eles ficaram pasmos: “mas como? Ela é solteira! Ah foi a viagem que
aquele cafajeste fez com nossa filha”. Os pais foram conversar com ela que
ainda nem sabia ainda! “Você não é mais nossa filha!” foi dizendo o pai logo
que a viu. “Mas pai, o que aconteceu? Por que você está revoltado?” – “Você
sabe muito bem o que deixou aquele cafajeste fazer.” – “Não estou entendendo,
pai?” – “Mas é claro que sabe...”
Nisto chegou o Dr Murilo: “o que está acontecendo aqui? Se acalmem,
seu Juvenal, agora a Joana precisa de repouso para que o bebê possa crescer
forte”. – “Não tem bebê nenhum!” exclamou o pai ainda furioso. “Eu só quero
encontrar aquele seu namoradinho e se ele não casar com você, acabo com a
raça dele agora mesmo!” Joana estava muito triste, angustiada e não parava de
chorar. Passou a noite acordada, no outro dia ganhou alta.
O que fazer agora? O seu pai não a queria mais em casa. Ela mandou
chamar Marcos e contou as dificuldades que estava passando. Marcos nem
deu bola, um filho não estava nos meus planos. “Agora estou indo embora da
cidade” afirmou ele. “Não quero saber de filho para estragar minha vida!” “Estragar sua vida?” perguntou Joana “E a minha você não conta? Meus pais
não me querem mais em casa, o que era para ser um segredo só nosso acabou
vindo à tona”.
Marcos não assumiu e não casou. Joana foi morar com sua avó uns
tempos e quando o pequeno Renan nasceu, seus pais a perdoaram e foram
buscar Joana e Renan para morar com eles. Agora é só alegria na casa de seus
pais.
Renan cresceu, estudou e se formou em uma cidade grande. Agora ele
é médico. Um certo dia chegou ao Hospital onde Renan trabalhava um homem que tinha sido atropelado, entre a vida e a morte. Ele precisava de uma
cirurgia mas no Hospital não tinha seu tipo sanguíneo e não encontraram a
família para pedir um doador, o que fazer?
O Dr. Renan disse: “Eu vou doar o meu sangue para salvar este desconhecido”. Quando o homem começou a melhorar perguntaram seu nome e
outras informações. “Marcos, meu nome é Marcos” ele disse ainda meio atrapalhado.
“Marcos se chamava meu pai”, disse o Dr. Renan, começando uma conversa com o doente, “Mas eu nunca o conheci... ele abandonou minha mãe
logo que ficou sabendo que ela estava grávida.”
Aos poucos Marcos começou a melhorar e foi contando sua história.
Agora ele estava ali, diante de seu filho. O pai que um dia o abandonou por
aventuras.
Veja a vira volta que o mundo dá: o filho, um dia abandonado sem remorsos, salva seu pai, doando seu próprio sangue!
Bertolina Maffei - [email protected]
37
Carmen Gomes
A LIBERDADE DE BITA
Era um circo de médio porte, com vários animais e entre eles,
uma cabrita. A cabrita era carinhosamente chamada e atendia pelo nome
de Bita.
Antonio, o dono do circo treinava seus animais para exibir seus
shows em apresentações ao público. Eram treinados individualmente,
com reepreção e muito domínio. Cada qual o seu numero, o seu show. A
obediência era fundamental.
Aquele homem vivia feliz, a casa sempre cheia para um sustento
garantido. Poucas diversões haviam por aquela pequena cidade, e ele, o
dono do Circo conseguia alegrar e animar o grande público. Considerava-se o dono do pedaço!
Um dia, Bita cansou e abandonou seus compromissos e suas obrigações para com seu dono. Preferia andar livremente pelas ruas. Nada
a intimidava, já era acostumada ao público, apreciava olhares curiosos,
aplausos, correr do seu modo e comer folhas.
Não se aproximava, nem deixava seu dono se aproximar, pois havia percebido os olhares descontes dele.
Não prestando mais seus serviços, Antonio resolveu sacrificar a
sua cabrita. Bita era inteligente, o suficiente para a fuga do patrão.
Após o anuncio de sacrificar a Bita, a vizinhança e o público que
assistiam seus shows, resolveram tomar providencias. Arrecadaram um
alto valor para a compra da Bita.
Antonio ficou satisfeito com o valor da compra do animal e deixou de persegui-la.
Agora Bita é livre. Bita não tem dono, ela é de todos daquela cidade, não tem mais deveres nem obrigações. Ela anda pelas ruas junto às
pessoas, e onde passa encontra alimentos e carinho. Sempre simpática,
amiga, inteligente, retribuí o carinho a todos os Padrinhos participantes.
Bita foi salva pela população, libertada e feliz por pessoas que tiveram sentimentos humanos.
A Notícia
Eu já estava no meu escritório nas primeiras horas da manhã de
uma segunda feira.
Recebi um telefonema, e comunicava a morte de uma pessoa tão
especial pra mim.
A noticia me foi passada pelo meu pai, como se nada tivesse acontecido. Como que se meu time tivesse perdido, como que se o cachorro
do vizinho tivesse fugido, como que se o chuveiro tivesse queimado e
não teria meu banho quente ao regressar.
Não queria receber aquela noticia, ou que ao menos não fosse
assim, a morte de uma pessoa tão querida, pois se tratava de ser minha
mãe.
Eu só tinha quatro anos de idade e era ainda uma criança quando
-38-
Lembranças
Ele ainda lembrava-se dos seus tempos de infância. Fora uma infância marcante. O pai, chegava do trabalho à altas horas da noite, ia
direto ao banho. Às vezes, já chegava de banho tomado e o cabelo ainda
molhado.
Mamãe chorava, mais nada reclamava. Sofria, e disso eu sei muito bem.
Eu era ainda um menino, tinha meus oito anos de idade. Mas ainda é
presente na minha memória.
Eles não se amavam, até parecia se odiarem. Não me lembro de
ter visto amor e respeito entre eles, nem comigo.
Um dia, minha mãe parou de chorar, repetiu as cenas marcantes
de meu pai.
Aquelas cenas, eu ainda lembro com tristezas!
Hoje, eu tenho a minha família.
Zelo, amo e respeito para ser respeitado e amado.
Meu filho terá boas e felizes lembranças dos seus tempos de infância.
Então, se num lar houver amor, respeito e união, a felicidade também mora ali.
Para refletir.
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
ela partiu. O motivo eu não sei, nunca soube. Lembro que por muitas
vezes, eu pedia que meu pai buscasse minha mãe, mas era impedido
de falar. Em alguns momentos, ou quase em todas as manhãs quando
eu acordava, um manto de nuvens clareava minha mente, e nela eu via
minha mãe. Chorava, chorava muito, mas em silencio.
Meu pai e minha madrasta me proibiam que eu pronunciasse o
nome dela. Não sei se ela não era digna de ouvir um filho chamar seu
nome, chamar mãe! Não sei se era uma mulher digna na sociedade, não
sei, nunca soube se um dia meu pai a amou. Só o que sei que o coração
de um menino foi profundamente atingido, e que eu sentia muito a falta
do amor materno.
Faltavam poucos dias para o meu aniversario de cinco anos quando ela partiu, me dizendo que ia comprar um presente, e já voltaria. Eu
fiquei ansioso esperando ela voltar. Antes eu não tivesse aceitado aquele
presente, e impedisse dela sair.
Antes não tivesse feito meus cinco anos, tivesse parado no tempo
e vivesse junto dela.
Isso já faz mais de quarenta anos.
Minha mãe morreu longe de mim, foi morar em outro Pais e nem
no seu funeral eu pude ir. Em vida não soube onde encontrá-la. Vivi na
esperança de um dia encontrar minha mãe e trazê-la para junto de mim.
Vivi de esperanças!
Agora recebo esta noticia e devo aceitar, e devo esquecê-la. Esquecer minha mãe, do mesmo jeito que, quando eu era um menino, e ela
me deixou.
O que eu não sei, se um dia ela me esqueceu.
39
Carol Pereira
OS PORTAIS
Sou uma maníaca por viagens. Mas sem dúvidas o que menos
gosto são as horas perdidas em aeroportos, rodoviárias e afins. Acho que
se perde muito tempo nesses locais, mas como isso acaba sendo inevitável eu tento tirar o melhor proveito disso tudo.
Já passei horas no Hercílio Luz – aeroporto de Florianópolis – e
tenho histórias memoráveis sob aquele teto.
Certa vez conheci uma senhora que morava em aeroportos, isso
mesmo, bem no estilo de Viktor Navorski – Tom Hanks, no filme The
Terminal. A senhora passa a vida pregando a palavra de Deus pelos aeroportos do Brasil – aos berros diga-se de passagem – e durante essa “pregação” ela mora nos aeroportos. A senhora já deve ter cerca de 70 anos,
e acorda cedinho para cumprir sua missão. Confesso que na ocasião em
que a encontrei fiquei com vontade de sentar perto dela, na esperança de
que ela me oferecesse um pedaço de seu cobertor, já que naquela noite
seríamos companheiras de hospedagem, pois eu também dormiria por
ali.
Nas madrugadas pelo Hercílio Luz, sempre busco refúgio na Casa
do Pão de Queijo. Além de sempre me espantar com o preço do sanduiche – e mesmo assim comer, pois é uma das poucas opções para lanches
durante a madrugada – eu ainda posso matar tempo, me envolvendo
com a vida dos empregados, que aproveitando o baixo movimento colocam o papo em dia. É de morrer de rir, já ouvi desde dicas para conquistas até escolha de repertório para cantar na igreja. Uma vez eu tive que
me segurar pra não dar “pitaco” e falar para o moço desistir da tal guria
do Ribeirão e partir para outra.
Minhas experiências em aeroportos vão além do Hercílio Luz. Já
passei algumas noites desconfortáveis nos aeroportos do Rio, e é incrível
como nesses momentos perde-se qualquer frescura. Quando o cansaço
bate deita-se no chão, dorme-se de boca aberta e até mesmo um grupo de pessoas cabeludas e mal cheirosas se transformam em segurança,
para que perto delas possamos nos acomodar e junto de nossas bagagens
passar a noite.
Vários sentimentos tomam conta de nossos corpos nesses espaços; ás vezes estamos ansiosos por pousar em um destino que tanto esperamos, outras vezes comovidos com a mãe que tem um inglês pior que o
seu e está implorando por ajuda para preencher a papelada da imigração,
enquanto o filho, bebê de colo veste apenas uma roupa super fina e está
prestes a sair da calefação e enfrentar um frio de 10 graus negativos.
Outras vezes o sentimento é de vergonha, ou porque você está com a
meia amarela que ganhou de sua avó em um feriado e tem que tirar o
sapato para passar pela máquina de raio-x e todo mundo na fila – menos você – faz o estilo de quem passa finais de semana em NY fazendo
compras. O sentimento é de vergonha também quando o avião está ape-40-
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
nas esperando você para partir, as comissárias de bordo estão querendo
comer seu fígado e você consegue cair duas vezes na subida da escada
que leva até a aeronave, ou quando pegou um super engarrafamento na
ponte Rio- Niterói causado por um acidente e a moça do guichê entende
que o acidente tinha sido com você e todos ficam muito preocupados
e complacentes e você usando seu lado ardiloso não desmente, tirando
proveito da situação. Existe também a euforia de quando a recepção de
seu voo é feita por um grupo de dançarinos de frevo e em segundos você
já está contagiado pelo clima de alegria da cidade.
Aeroportos são a maior mistura, na mesma sala você encontra
mulheres elegantes, ricas e cheirosas que estão indo passar o reveillon
em Paris e também o senhor que juntou todas as economias para visitar
a mãe que está doente e vive no interior de Pernambuco mas recebeu
um telefonema já na sala de embarque dizendo que a mãe não conseguiu
esperar por sua chegada.
Aeroportos são chegadas e partidas, despedidas e reencontros.
São os portais para o novo mundo prontinho para ser desvendado por
viajantes aventureiros. Apesar de eu não gostar deles, não consigo ficar
longe desses portais.
41
Chélida Cechetto
AS VERDADEIRAS DEFICIÊNCIAS HUMANAS
Deficientes não são aqueles que não podem ouvir; nem tampouco aqueles que não podem falar. Os verdadeiros deficientes também não
são aqueles que não podem ver o mundo ao seu redor, ou então aqueles
que não podem caminhar em direção ao sol.
Nós, seres humanos, por vezes não soubemos usufruir de forma
correta dos cinco sentidos. Aliás, não somente deles.
Onde posso incluir o mau uso das pernas? É, aquelas mesmas
que nos permitem ir de um lado ao outro, com passos incertos ou planejados, somente a espera de um comando para seguir em frente? Mas
se por acaso não puder por si só fazê-las caminhar em alguma direção,
movimente seus braços e faça suas pernas irem de qualquer maneira. Por
falar nisso, se podemos comandá-las, por que não fazê-las ir em direção
ao que é bom, justo e realmente necessário? O mundo busca por pessoas
assim.
Um objetivo, uma meta ou um sonho nunca serão barrados.
Quem realmente quer alguma coisa não vê obstáculos, mas sim oportunidades. Você tem suas duas pernas prontas para seguir em frente,
porém, não segue. Não basta dizer que pode caminhar, não basta dizer
que pode se movimentar. Bastaria, talvez, se você soubesse usar suas pernas para fazer delas uma forma de derrubar as barreiras e conquistar os
objetivos.
As mãos que deveriam estar estendidas em forma de ajuda ao próximo, são as mesmas mãos que batem, agridem e machucam. O mundo
não gira ao redor de seus olhos, portanto, a visão geral do mundo e a
percepção do que está acontecendo, são atitudes interessantes, mas que
poucos praticam.
Possuir o dom da fala não basta, é necessário saber usá-la. Não a
use somente para reclamar, falar mal, discutir ou colocar defeitos. Aproveite o momento para agradecer àquele que lhe deu a oportunidade de
usufruir disto. Pense comigo: você abre sua boca, movimenta seus lábios
e sabe que sua voz sairá. Isto é simplesmente uma das melhores sensações, é uma pena que nem todos possam sentir isto.
Caminhe até seu próximo, acalme um coração, ouça conselhos
e procure ver onde estão seus erros. Não permita que Deus lhe tire os
melhores dons por falta de utilidade. Ou então, por mau uso. Pratique.
-42-
Clóvis Ribeiro de Oliveira
ENCONTRO DE ESCRITORES
“... Deus quer. O homem sonha. A obra nasce...! FP
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Nesse nosso primeiro encontro quero me apresentar como sou.
Despido de vaidades na busca da simplicidade: um dom, um som,
uma luz.
Palavras são telas que tecem nossos pensamentos, com sotaques e
ornamentos.
Somos cada um em si, parte de uma linguagem universal, onde
mora a poesia.
Deixo vazar os versos em fim... “Tambores rufam na floresta do
meu pensamento.
Fico alheio aos latidos e badalos dos sinos do vilarejo. Paro. Penso, logo insisto: Não
Passes despercebidos! Vazante de emoções, de um ser pensante,
Que vai além das palavras, atravessa o ar, sentindo o gosto agridoce fel de cada
Sílaba “e suas ciladas contidas.”
Volto ao instante que saboreio meus próprios versos com gosto
de mar,
Como um cão que lambe as próprias feridas.
Aos escritores desse encontro, desejo sorte, saúde e inspiração,
para que o
Pensamento não se perca na escuridão.
São Paulo 3 /3 /2013
43
Danielli Rodrigues
ESPELHO
Olho e clamo o nome
de minha chaga
que apaga a fome
e amordaça a alma.
Olho e desapareço
bem no começo
para o mundo mudo
o todo e o nada em mim
alma.
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Olho e vejo o refletido
e o irrefletido
o destemido e o unido
na superfície
desta imundície
que chamam de alma.
49
Edgar da Silveira Maciel
POEMAS E PENSAMENTOS
Prematuro
O que sou neste momento?
Em que fase da vida me encontro?
Será que sou prematuro,
Porque imaturo sou tanto
Sinto-me tão inseguro
Que sufoco o meu canto.
Tive todo o carinho
Não faltou um só agrado
Amor de mãe me sobrava
Tinha colo pro meu pranto
Mas um dia foi embora
A saudade meu acalanto
Queria nascer de novo
Habitar seu ventre sutil
Escutar de dentro pra fora
Seu coração tão gentil
E nascer um homem novo
Deixando este ser tão vazio
Mas nada disso acontece
Tenho só a realidade
Pouca coisa me envaidece
Vou vivendo as verdades
Meu viver me entristece
Sigo assim prematuro
Metade
Que metade devo ser?
Aquela quando fala
Ou aquela chora
Quando cala?
As vezes seguro e firme
Outras frágil e franco
Capaz e destemido
Oculto, quase opaco
Há momento que me encontro
Santo, sagrado, ...divino
Em outros, eu sou profano
Pecador, ...um libertino
Amo tanto a minha vida
Que a morte me visita
Não vou embora com ela
Porque minha coragem hesita
Sou nada para mim.
Sou tudo pra alguém
prefiro sofrer a dor
Mas faço sofrer também
Nesse conflito interno
Vou vivendo os meus dias
Só encontro algum alento
Quando escrevo poesias
Vivendo minhas angustias
Refletindo os meus erros
Arrastando minhas correntes
Suportando os meus medos
Sigo com minhas metades
Juntas e com defeitos
Uma pensa com a razão
A outra dentro do peito
São metades de um ser
Em nada casual
Divido entre dois mundos
Um lúdico outro real.
-50-
Edilde Candido
SAUDADES
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Saudades, muitos tem saudades de uma pessoa, de um grande
amor, mas o que vou retratar aqui são saudades de uma época.
Saudades do tempo em que Natal era a família reunida armando
sua árvore esperando o grande dia chegar, visitas a vizinhos trocas de
presentes com parentes e a Boa Nova saudar. O almoço dia 25 todos á
mesa brindando com vinho, o sentimento natalino deixando prosperar.
Saudades de uma infância saudável, em que brincar de pic bandeira, bola de gude, soltar pipa e deixar a imaginação criar. Da pelada
na rua, do futebol de botões, primos e amigos como se fosse verdade a
partida a narrar.
Saudades do cheiro de bolo, do aniversário esperado, a casa arrumada toda encerada, eu de banho tomado todo arrumado esperando
amigos e familiares chegar. Do parabéns sobre a mesa todos animados
cantando uníssono e a emoção a pairar.
Saudades das linhas de bondes nos levando pra escola aonde o principal, era estudar. A tabuada na ponta da língua o Professor
respeitado,fazendo de tudo para nos ensinar.O conceito escola era ter
grandes alunos para seu nome perpetuar.
Saudades, do jantar ta na mesa todos reunidos ouvindo os Pais
conversar, a sobremesa servida todos em casa e tarefas escolares a executar. No dia seguinte bem cedo com sono ainda com uniforme da escola
beijar minha mãe e meu pai me levar.
Saudades do rádio as 18 todos em volta escutando Jerônimo, Moleque Saci com suas aventuras a nos deliciar. De noite Teatro Mistério e
suas histórias de arrepiar. Da revista O Cruzeiro, Fatos e Fotos com suas
noticias e meu pai a folhear.
Saudades, de Monteiro Lobato, Tia Anastácia Narizinho e Pedrinho e minha imaginação a voar, do Meu Pé de Laranja Lima o menino
Zezé, o amigo Portuga com belos valores a me ensinar, do Guarani de
Peri e Ceci me ensinando a pureza de amar.
Saudades, das ruas tranqüilas sem drogas sem armas aonde o Policial impunha respeito e sabia como da população cuidar. Do Carnaval
de Clube aonde marchinhas de sátiras da época, os Blocos de Rua nos
divertiam sem o ônus de ter que pagar.
Saudades, dos programas de TV do horário infantil Capitão Furacão, Falcão Negro, Capitão AZA sabiam educar. À noite Repórter Esso
que mesmo as noticias ruins falava em um tom sem o mal exaltar.
Saudades, da inocência perdida, de um passado longínquo que
mesmo em saudades valia a pena acreditar.
Saudades, de tudo que disse e de tudo que a memória me permitiu lembrar,
Saudades.
51
Fabiana de Almeida
COTIDIANO
Minha vida nos últimos quatro anos é passar, pelo menos, seis horas
por dia dentro de um hospital. No início foi difícil. Até então, não gostava de
‘tocar’ outra pessoa sem que fosse minha amiga ou pessoa da minha família.
Lá, tive que tocar, carregar, encostar em feridas, sentir cheiros fétidos. Pútridos
até. E como tudo na vida a gente se acostuma, não foi diferente comigo. Hoje,
o que importa mesmo são as pessoas.
Todos os dias vejo rostos sofridos, carcomidos pela vida; vejo semblantes esperançosos, desanimados, resignados. Procuro não prestar muita atenção
a isso, mas algumas pessoas me comovem profundamente. Obviamente são
histórias de dor. Mas do que é mesmo que a vida é feita?
Um dia, uma mulher de quarenta e poucos anos passou por mim e
contou sobre seu câncer no intestino e que não faria a cirurgia. Teria uma vida
vegetativa e depois morreria mesmo assim. Preferia se formar, passear com
seus filhos, viver até não poder mais. Dei razão a ela. Olhei para a minha vida e
compreendi que ela é muito mais do que um simples período de correria atrás
de carreira, conforto e futilidade. É preciso nos apegar às coisas simples da
vida.
Outra história foi a de um homem de mais ou menos oitenta anos, o
rosto sulcado, enrugado, semblante taciturno, triste, que veio até mim. Brinquei com ele, como faço com todos os pacientes que trato, mas não consegui
nenhuma mudança em seu aspecto. Automaticamente começou a dizer do seu
sofrimento pela perda da esposa há pouco mais de um ano. A companheira
de uma vida inteira se fora, e percebi que queria ir atrás dela. E logo foi. E dei
razão a ele também. Criamos um mundo só nosso com pessoas só nossas, e
chega uma hora em que esse mundo desaba e o que fica são somente impressões, lembranças em um lugar desconhecido.
Crianças com todos os tipos de síndromes vêm a mim, e noto que sua
única companhia é a mãe. Pessoas com aparência mais castigada do que sua
própria idade. Idosos tristes pela sua condição limitada e, por milhares de vezes, solitária.
Essas e outras histórias, tão ou mais chocantes ou tristes, fazem parte
do meu cotidiano, e todos os dias me fazem refletir sobre a vida. Repensar no
que realmente tem valor, no que realmente nos faz seguir em frente. Sempre
esperei a hora certa pra tanta coisa, e nos últimos anos refiz minha trajetória e
notei que não se sabe qual a hora certa. Não se deve guardar um jogo de pratos,
um perfume, uma roupa de cama para a ocasião certa. Use-os agora! Agora é
a hora certa! Quer viajar pra algum lugar exótico? Planeje, economize, vá em
frente!
A vida é muito curta pra que a gente passe por ela esperando. Não se
economiza vida. Preencha o vazio que porventura esteja incomodando. Sonhe.
Eleve-se ao mais alto grau de criatividade para que se alcance a plenitude!
Aqueça o seu cotidiano com a alegria de viver. Aprender com o outro
nos fortalece e nos ensina a compreender melhor o presente que recebemos
todos os dias, mas insistimos em não prestar atenção.
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Geraldo José Sant´Anna
SAUDADES DE MIM
Tenho saudades de mim
Em meu suspiro tão profundo
Tentando resgatar num único segundo
Uma gota de minh´alma
Tenho saudades de mim
Naqueles momentos de aparente calma
De silêncio tão quieto
Em que não há ninguém por perto
Então o som da música que ouço se eleva
Busco empedernido algo esquecido
Uma foto, uma carta, um desejo retorcido
Pelo tempo amordaçado e sucumbido
Tenho saudades de mim
De um tempo que hoje me clama
Que reza minha presença
E que apesar da persistência
Se esvazia e se apaga como chama
Como quando se fecha um livro
E o abandona prostrado numa estante.
Tenho saudades de mim...
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Tenho saudades de mim
De algum momento que se perdeu
De um encanto que não tenha desabrochado
De um beijo que não tenha sido beijado
De alguma motivação que empalideceu
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HISTÓRIA RUBRA
corre em minhas veias a poeira do tempo
grãos de pólen que se arrastaram com as túnicas dos Elohins quando
volitavam por aqui
tenho em meu âmago todas as culturas
uma mistura salutar de línguas, de costumes e reminiscências
vago absorto por entre lendas e contos que já não se contam mais
meu sangue corre levando consigo o segredo do tempo
apressado busca ensopar cada órgão
nutri-los com a história inenarrável dos homens
uma história que caminha além do tempo
além das muitas arqueologias e especulações
corre em minhas veias a poeira do tempo
há dendê, shoyo, steak tartar e yam mamuang
há o som da lira, do agogô, do sitar, do chofar
há catira, jongo, a troika, rumelaj e fandango
em minhas veias há sangue
sangue branco, negro, amarelo ou simplesmente vermelho
sangue que escorre, rubro, quente, vivo
vivo em culturas mortas
em vidas que já não existem mais.
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Geraldo Magela Vianna
TRÊS HISTÓRIAS DO ZEZÉ
José e a reforma ortográfica
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Neste tempo em que vivemos a implementação do novo Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa me vem à lembrança um fato da época em que não havia computador pessoal e muito menos correio eletrônico, o que hoje é rotina em nossas vidas. José Vianna, com saudades da
filha Alda Maria, que havia algum tempo casara-se e morava no Espírito
Santo, resolveu escrever-lhe uma carta:
“Caratinga, 13 de março de 1983.
Querida filha,
Espero que esta vá encontrá-la com saúde...”.
Assim ia escrevendo. Contou as novidades. Falou dos assuntos
pessoais que precisava tratar e comunicar a ela e, no fim da carta, lembrando do neto Bruno ainda novinho, escrevia:
“- Diga ao meu netto que elle pode esperar pelo vovô, pois irei aí
para um passeio em breve...”
E finalizava dizendo:
“- Termino esta abençoando a todos vocês. Vou ao correio e aproveito para passar na pharmacia do João Corrêa.
Seu pae,
José Vianna.
Ao lado do pai, vendo a carta que este escrevia, seu filho falou: Ô pai, “ele” não se escreve assim, com dois “LL”; nem “neto” se escreve
assim com dois “TT” e muito menos “farmácia” com “PH” ou “pai” com
“E”. O senhor escreveu muito errado nesta carta.
Ouvindo isso, Vianna retrucou: - Não escrevi errado não, menino. Escrevi certinho. Escrevi do jeitinho que aprendi na escola quando
eu era pequeno e não faltei às aulas... estudei na escola do professor José
Coronel, um bom professor de Santa Rita. Ensinava muito bem. Ele era
até filho do antigo professor Luiz Coronel, dos melhores que Santa Rita
já teve. Então você acha que um professor bom como o Zé Coronel ia
ensinar errado na sala de aula? De jeito nenhum. Aprendi o certo e escrevi certo. Está tudo correto na minha carta. O professor Zé Coronel
era bom demais pra ensinar. Ele explicava e corrigia os exercícios. Quem
não aprendesse com ele, não aprendia com ninguém mais. Explicava
tudo até cinco vezes.
Decerto aprendera mesmo o correto para a sua época. Afinal de
contas estudou no início da década de 40 do século passado, quando o
professor José Coronel lecionava em Santa Rita, conforme a regra ortográfica daquele tempo. Estava em vigor a Reforma Ortográfica de 1929
e, segundo esta regra, as palavras da carta estariam todas certas.
Pela sua resposta, fica claro que estava convicto de que escrevera
corretamente, afinal escreveu como aprendeu na escola. No seu entender, errado estava quem mudou a regra, quem fez a tal “Reforma da Língua” depois que ele saiu da Escola.
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O citado professor José Coronel lecionou durante vários anos em
Santa Rita de Minas. Seu pai, Luiz Coronel, também. Ensinaram a várias
gerações de crianças. Este era achegado dos políticos. Escrevia discursos
e poesias.
O município de Santa Rita de Minas deve guardar imensa gratidão aos primeiros professores que, assim como ainda hoje, muito mais
por amor ao magistério e à arte de ensinar do que pelos rendimentos
da profissão, educaram os seus concidadãos, entre eles os “mestres” que
precederam e que sucederam aos professores Coronel: Mestre Juca e
Mestre Julião Corrêa, professores na fazenda do Capitão Maximianno
José de Araujo; Mestre Joaquim Damásio, na “Casa de Escola” em Santa
Rita; D. Anna de Mattos, a “D. Tota”, muito brava, e D. Ifigênia Valadares, professoras em Santa Rita; Professor Luiz Marcelino, o bigodudo, na
Fazenda do Tabuleiro do Capitão Antonio Teixeira da Silva; Dona Enir;
Professor Silvino Dias Pereira Brum, na fazenda de Herculano Pires;
Professor Gladstone, que lecionou por muitos anos; D. Isabel Magalhães,
D. Joana Soares da Rocha e D. Cota, em Santa Rita; D. Jove, que veio
de Santa Ifigênia; Dona Jupira; D. Maria Albina, na fazenda de Joaquim
“Maximiano” de Araujo, entre outros, cujos nomes vão se perdendo na
história. Mestres dos últimos anos do século XIX e dos primeiros anos
do século XX, tempo de uma gama de castigos para os indisciplinados:
da palmatória, da vara de marmelo e do ajoelhar no caroço de milho,
entre outros, mas que, conforme a didática padrão do seu tempo educaram os santa-ritenses de então, que assim tinham a oportunidade de se
tornarem mais cultos, mais capazes, mais aptos para a vida e por que não
dizer, até mais humanos.
Tô indo pra Caratinga
Depois de ter a família criada, já com mais de cinquenta anos,
Dona Tereza vivia na bucólica Santa Rita daquele tempo, cuidando do
marido, da filha mais nova, ainda solteira, de uns patos brancos, cuja
carne a família degustava em abril e as penas viravam asas de “anjos”
para as crianças nas celebrações do mês de Maria e dos pés de copo de
leite no grande quintal da sua casa na “Rua”.
No dia de finados muitos que já não moravam em Santa Rita apareciam por lá a passeio porque iam ao cemitério, e já era tradição que
pela casa de D. Tereza passassem além de parentes, os amigos e conhecidos para tomar um cafezinho ou comprar um ramalhete de copo de leite
para enfeitar os túmulos dos entes queridos falecidos.
Num certo dia estava lá a passeio um seu sobrinho filho do Zezé,
que curioso, numa conversa com a tia perguntou: - A senhora conhece
Belo Horizonte, tia Tereza?
- Conheço sim. Conheço Belo Horizonte, conheço Aparecida do
Norte, Brasília, Vitória do Espírito Santo, além de vários lugares aqui por
perto.
- O pai falou que quando eu viesse aqui era pra eu pedir a senhora
pra me contar a história de quando a senhora foi à cidade pela primeira
-56-
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
vez.
- Ah, o compadre Zezé... isto é pra caçoar de mim. Desde menina
que eles brincam comigo. Mas eu vou te contar a história. Quando eu era
pequena eu não conhecia nem Caratinga. Eu nasci lá na Fazenda Pau de
Cedro, em Dom Corrêa, no município de Manhuaçu, onde meus pais
moravam já havia muitos anos. Aliás, lá em casa, todos os mais novos até
o compadre Jarbas, nasceram lá, na Pau de Cedro. Era uma fazenda antiga, alta, parede branca e quatro grandes janelas pintadas de azul, como
eram todas as casas da roça antigamente, mas era bonita.
Dom Corrêa era longe do Manhuaçu e também do Caratinga.
Naquele tempo papai e mamãe trabalhavam muito, ele numa grande lavoura de cana e mamãe ajudando no que podia, além de cuidar da casa
e de nós, os filhos, os dois fazendo tenção de partir o grande alambique
que haviam adquirido.
Um dia papai e mamãe até me levaram numa romaria a Congonhas do Campo, onde o povo todo daquela redondeza costumava ir pelo
menos uma vez na vida, no Jubileu do Senhor Bom Jesus. Mas eu era
muito pequenininha, neném ainda e não me alembro de nada, guardei
só um retrato em que eu tô no colo da mamãe junto com o papai e o padrinho Antonio, o mais velho.
O papai faleceu quando eu ainda era muito nova, nem me alembro dos acontecimentos, nem do enterro. Até um bom tempo depois
mamãe continuou trabalhando no alambique e, quando eu tinha nove
anos nos mudamos pra Fazenda do Tabuleiro, aqui perto, pra mamãe
poder cuidar da Madrinha Antônia, a mãe dela, minha avó, você sabe,
né? que estava morando sozinha naquela fazendona, já velhinha, com
uns oitenta anos.
Quando nós viemos morar aqui, por ser perto de Caratinga, eu
pensei: “agora realizo meu sonho, vou conhecer a cidade”. Um dia mamãe
disse que tinha que ir lá para resolver umas coisas. A Rita do Memendo ia com a Fizica pro Caratinga e a mamãe ia aproveitar a companhia
delas para ir no Cartório e também nas lojas comprar algumas coisas
naquela ocasião. Então, em vez de levar um dos meninos, prometeu que
me levaria. Meus irmãos, que eram homens e mais velhos, já conheciam
Caratinga. Só eu e o compadre Jarbas, o mais novinho, é que não. Eu ia
poder finalmente ver de perto o que eles contavam da cidade.
Desde o momento em que ela me deu a notícia de que ia e podia
me levar eu não conseguia mais pensar noutra coisa. Queria que a noite
logo chegasse e que o dia seguinte logo amanhecesse, pois nós ia sair
logo cedo pro Caratinga.
A noite demorou, mas chegou. “Bença, mãe” e fui dormir. Rezei,
não dormia... rezei de novo... o sono não chegava de tanta emoção, de
tanta preocupação. Sabe como é, né? menina da roça... que nunca foi à
cidade. Com muito custo peguei no sono.
Neste momento ela terminava de fazer o café. Entrou na despensa
e voltou com a lata de biscoitos nas mãos e seguiu arrumando a mesa pro
café.
Então continuou a história: - Conforme eu ia te contando... onde
é que eu tava mesmo? Ah, então, “com muito custo peguei no sono”. No
meio da noite acordei assustada quando eu tava chegando na cozinha da
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fazenda. Sabe como que eu fui parar lá? Até eu só soube depois.... escuta
só. Quando eu fui dormir, como a emoção era tanta, tanta, como eu tava
tão contente esperando a manhã chegar, tão alegre de ir pra cidade, de
madrugada eu sonhei que já havia chegado a hora de sair pra Caratinga, então dormindo, meio sonâmbula, eu levantei da cama, peguei meu
travesseiro enrolei na cubertura fazendo uma trouxa e segurava ela em
cima da cabeça como se fosse a minha bagagem, e saí pela casa afora falando: “Tô indo pro Caratinga... Tô indo pro Caratinga...”. Meus irmãos
acordaram, a princípio meio cismados, o compadre João e o compadre
Zezé chamaram a mamãe, que veio com uma candeia na mão alumiando. Todos pensavam que eu havia acordado e que no escuro estava fazendo aquilo de papeata. E eu continuava “- Tô indo pro Caratinga... Tô
indo pro Caratinga...” eles estavam meio assustados, mas começaram a
rir. Por fim o compadre Zezé me perguntava: “o quê que é isso, Terezinha?... Terezinha, o quê que é isso?” Foi aí que eu acordei de verdade, e
tomei o maior susto do mundo de ver eles ali em pé na minha frente sem
eu saber como eu cheguei ali.
Fui pra cama da mamãe e mesmo assim foi o maior custo pegar
no sono de novo. Quando o dia tava amanhecendo eu e a mamãe fomos
finalmente pra Caratinga. Na Rua encontramos a Rita e a Fizica e, ao
chegarmos na cidade, eu pude ver tudo o que os meninos contavam.
Fomos no Cartório, nas lojas, fomos na Catedral, que naquela época, na
minha cabeça de criança parecia tão imensa e ainda fomos na casa de
uns conhecidos da mamãe. Nunca mais me esqueci do meu primeiro
passeio na cidade. Fiquei com as canela até doce de tanto andar a pé na
ida e na volta pro Caratinga, mas valeu a pena!
E finalizou: - Agora toma o café que tá “fresquim”.
Dia de Tempestade
Certa ocasião havia umas cinquenta vendas no Santa Rita, lugar
pequeno, com pouco mais de duzentas casas. Eram tantas vendas que as
pessoas caçoavam dizendo que os vendeiros iam vender uns pros outros.
Naquele tempo havia algumas vendas pequenas, verdadeiros botecos
onde se encontravam basicamente querosene e farinha; umas quitandas melhorzinhas com alguns gêneros de primeira necessidade, alguns
alimentos, e havia ainda as vendas maiores. Estas, seus donos faziam
questão que todos as chamassem de “Armazéns de Secos e Molhados”.
Como o local era de famílias humildes, algumas muito sem recurso, quase ninguém tinha dinheiro a todo o momento para as compras
do dia a dia, os proprietários vendiam aos fregueses e anotavam em cadernetas, e o titular da conta ao fim de um mês ou de um determinado
período comparecia ao armazém para saldar a dívida, dar baixa nas anotações e recomeçar as compras numa nova página da caderneta, e assim
ia até que ela acabasse.
Num certo dia no início de março, em que o povo já havia visto muita
ameaça e pouca chuva, na volta do dia o tempo fechou. Todos pensaram
que se não havia chovido ainda, já quase perto do dia de São José, não
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1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
choveria mais até o dia do santo, ficando a água esperada para o dia dezenove com a infalível enchente das goiabas. Mas não foi assim.
De longe vinha a cantoria do carro de boi do Pedro Cupertino
com suas quatro juntas de bois que, entrando na Rua, parou em frente
à Igreja com o Emílio Teixeira: _ Hoje tem chuva, Teixeira. O Navio e o
Navegante tão animados. Boi gosta de chuva de amolecer o chifre e eu
conheço minha junta de coice. O Marquês e o Jatobá, o Campolino e o
Caridoso tão todos diferente e eu conheço que é chuva que evem.
- É verdade. Pritiou pro lado do Suíço... se priteia pro lado do
Suíço é chuva feia na certa! -respondeu o velho Emílio, que já estava tratando de seguir para casa com receio da chuva.
O povo não estava acreditando que viria chuva forte, e como ela
começou mansa, muitos ainda estavam na Rua no momento dos primeiros pingos. Na venda, ou melhor, no armazém do Sr. Belarmino Merêncio, um dos mais sortidos do lugar, havia muitas pessoas quando as
águas arriaram mesmo, e outros ainda se abrigaram lá quando a chuva
já podia molhá-los na volta para casa. Gerunda de Paiva entrou com o
Caetaninho no colo, não ia mais embora com medo do menino pegar
uma constipação.
A chuva foi aumentando. O céu foi escurecendo. Ninguém podia
sair. Agora eram mais de doze pessoas no armazém e a chuva só aumentava. Os últimos a se abrigarem ali foram o Duduca Vianna, que já
chegou todo molhado com a namorada, a Fizuca do Totõe, que entrou
comentando: - Inda agurinha mermo tava calor e sol, agora essa chuva...
- Pensei que pudesse ser só uma lubrina, começou fraca e agora
tá virano esse chuvão, inda bem que aqui nós tamo protegidos, né, Sô
Belarmino?! - completou Duduca.
Quando a chuva já era bem forte ouviam o barulho da água no telhado. Quase uma meia hora depois as águas aumentavam muito e agora
já respingava para dentro da venda. Foi preciso fechar as portas. Pelas
frestas os fregueses olhavam e comentavam:
- É, gente, é muita água mesmo, hein!? A enxurrada na Rua vai
aumentano; lá de trás da Igreja tá desceno um aguaceiro doido. O Zé
Mulata também já fechou a venda dele, o Rufino já fechou a loja, tá um
barreiro só a Rua. Agora tá ventano muito também, o vento balança a
gameleira que arrasta os galhos no chão.
Os relâmpagos e trovões já assustavam. Além de a chuva aumentar, o tempo também foi ficando cada vez mais fechado. Por fim, às três
da tarde parecia que já eram mais de seis, parecia já anoitecendo. O Sr.
Belarmino Merêncio acendeu uma lamparina.
Um relâmpago cintilou o céu enquanto Duduca olhava da fresta.
- Lá vem trovão - falou ele.
-São Jerônimo! Santa Bárbara Virgem! - clamou Maria do Messias. Amedrontados com tão forte chuva, a fé herdada dos ancestrais portugueses falava alto. Começaram então a rezar para chuva passar. Uma
dezena de Ave Maria... a chuva aumenta ainda mais e começa a respingar um chuvisco que passa pelas telhas cumbucas... outra dezena... uma
goteira obriga alguns a mudarem de lugar e ficam mais apertados. O
filho da Gerunda de Paiva começou a chorar... “Chora não, Caetaninho,
a chuva já vai passar” falava ela para enganá-lo, pois estava convencida
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de que ainda viria muita chuva. No meio de bexigas de salame, urinóis,
peças de carne salgada, louças, enxadas, fumo de rolo e mais um mundo
de coisas que faziam parte das mercadorias do armazém, todos se misturavam e se apertavam fugindo das goteiras. O tilintar de um penico no
outro após o trovão parecia até toque de sino. Aquilo era uma verdadeira
tempestade.
Para continuarem a rezar o Sr. Belarmino Merêncio procurou na
gaveta pequena do balcão o livro da “Liga Católica Jesus Maria José”. Os
clarões dos relâmpagos nas frestas das portas e o estrugir dos trovões
apavoravam a todos. Procura que procura o livro de reza na penumbra
da única lamparina. Nem pensaram em acender outra. Já havia passado
de uma hora de tempestade e o apavoramento que a situação causava
dificultava ainda mais encontrar o livro até que por fim sua mão apalpou
um livrinho.
- Achei. Graças a Deus! _ disse ele. E recomeçaram a reza, agora
com o livro. Com a oração do livro a chuva haveria de abrandar, e iniciou
a ladainha:
- Santo Antônio ............................................... rogai por nós.
- São João Batista .......................................... rogai por nós.
- Santa Lage ................................................... rogai por nós.
- 01 kg de feijão 3 cruzeiros ............................ rogai por nós.
- 02 rapadura 2 cruzeiros ................................ rogai por nós.
- 01 litro de querosene 2,50 ............................ rogai por nós.
- 01 kg de toicinho 6 cruzeiros ........................ rogai por nós.
E seguia, em meio a um apavoramento geral que “cegara” o Sr.
Belarmino Merêncio e “ensurdecera” a freguesia, pois ele lia sem ver e
todos apavorados não ouviam o que ele falava, mas respondiam toda a
“ladainha” da caderneta do Sr. “Antônio”, filho do velho “João Batista”,
morador do Córrego da “Lage” e freguês do vendeiro, cuja caderneta ele
havia encontrado na gaveta quando na pressa procurava o livro de reza.
Passados mais alguns minutos disse Duduca olhando pela fresta:
- Tá fazendo como coisa que vai parar! - e não é que a chuva foi abrandando mesmo até parar de vez?
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Giovana Maria Figueiredo Junckes
MENINA DO INTERIOR
Meu Pai
Meu pai:
de ti sinto saudades, pois muita coisas pra mim ensinaste. Lembro-me
que desde menina nas noites frias e aconchegantes ao lado do fogão a
lenha tu me contavas versos enquanto lavávamos as louças esperando
pela mãe.
Meu pai, pessoa simples e humana, bom de coração, não fazia
mal a ninguém. Somente a si mesmo. Se alguém, necessitado, lhe pedisse
uma ajuda, tirava seu ultimo vintém.
Meu pai, querido por muitos, deixou saudades, pois partiu cedo
para a eternidade, antecipando assim aqui sua passagem, foi cedo demais.
Meu pai:
Poderíamos hoje partilhar de tantas alegrias, teus netos cresceram, estudaram, casaram e olha a arvore da vida que você e a mãe plantaram hoje já esta dando frutos, pois são muitos os netos e o bisneto já
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Menina do interior,
De oito irmãos é a maior,
Brincou, cresceu mas um dia,
de repente, sua mãe morreu.
Cresceu com suas irmãs, sendo a mais velha
Entrou num convento e lá permaneceu.
Muito tempo, morando num lugar distante,
longe de seu pai e de seus irmãos.
Estudou, aprendeu e deu um rumo a sua vida e,
Ao tornar-se educadora, e muita gente ensinou.
Veio a Alfredo Wagner morar e aqui criou raiz,
Conheceu o seu amor resolveu formar linda família.
Aqui muita gente ela ensinou.
Com seu marido quatro filhos criaram.
Hoje a vida passou e novo rumo tomou,
Um novo companheiro ela encontrou,
Seus filhos cresceram muitos netos lhe deram,
Já tem até bisneto para sua vida alegrar
E dar continuidade a vida familiar.
A vida segue caminhos tortuosos,
Aqui a Menina do Interior cresceu na tenra infância
Mudou-se,
Mas para formar sua família a sua terra natal retornou.
Após muita luta novamente sua vida firmou.
Ela é uma guerreira!
Onde passa logo faz amizade e feliz quem dela se aproxima.
Agora mais uma vez foi para longe, mas não tão distante.
Saudades ela deixa em todos pois somos todos filhos seus.
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chegou, para dar continuidade a vida que tu plantaste e fizeste brotar,
como num jardim de lindos botões de rosas perfurmadas.
Alegrias de um Professor
Nilva Bichling Figueiredo, nascida em Ituporanga no dia 21 de
junho de 1945, filha de Alberto Büchling e Lucinda Machado . Estudou o
primário no grupo escolar Araújo Figueiredo de Urubici. O curso ginasial e Magistério fez no Colégio Santo Antonio das Irmãs Franciscanas,
no Estado do Rio de Janeiro.
Voltou a Santa Catarina e ingressou no Estado em 1966. A escola
escolhida foi o Grupo Escolar “Silva Jardim” de Alfredo Wagner. Neste
ano 4 professoras normalistas lotaram na Escola: Julia Wagner, Leida
Savaris; Lezi Bez BAtti e Nilva. Na escola funcionava o primário de 1ª a 4
ª series e o Curso Normal regional. Eram lotadas já na escola Dona Olga
Farias, Doralice A. Seemann; Zelina Cardoso e Clélia Wagner que era a
Diretora.
A sua 1ª turma foi o pré-escolar nos períodos matutino e vespertino e no noturno pegou aulas de matemática e ciências.
No meio do ano a direção da Escola pediu que Nilva pegasse a 4ª
serie do primário, pois estaria trazendo problemas. Separaram os meninos das meninas. Sobrou pra ela a turma dos meninos. Crianças inteligentes mas muito levadas e peraltas. Tinham fama de arteiros na cidade. Como sempre gostou de desafios, Nilva pegou a turma e com amor,
energia e pulso firme, munida de carinho tentou educa-los.
A principio estabeleceu um bate papo para conhece-los melhor.
Combinaram que as peripécias feitas e aprontadas só seriam contadas
na hora da novidade, e determinou que esta hora seria sempre na 1ª aula
de 2ª feira. Outras vezes contavam estas novidades por escrito valendo
nota. Assim aos poucos conquistou a turma e os problemas aos poucos
foram resolvidos.
Um dia, nesta hora, alguém contou que haviam achado um ninho
com ovos no pasto de Dona Lala. Resolveram vende-los. Um dos meninos tomou a frente e vendeu-os no bar do Miro. Por desgraça não é que
os ovos estavam chocos! Todos riram muito. Um dos amigos da maloca
arteira, resolveu colocar o apelido de “ovo” no amigo. Pedi que não fizesse isto mas o menino insistiu em provocar o colega repetindo “ovo, ovo”.
De repente todos em silencio trabalhando, e o grito “ovo”, em seguida
um barulho e outro grito de dor. Que susto!... O menino ofendido resolveu jogar seu penal de lata no colega, por azar feriu um aluno que era um
dos mais comportados da turma, cortando o supercílio. Todos ficaram
muito assustados. Encaminhei o menino ferido a direção para tomar as
devidas providencias. Daquele dia em diante todos ficaram mais atentos
e viram que dar apelidos e provocar os outros só da prejuízo e incomodo. Estes alunos seguiram seus estudos. Muitos se formaram em nível
superior. Hoje quando vê seus nomes nos jornais e televisão, pois muitos
seguiram a carreira política, sente orgulho porque foi sua professora.
Outro acontecimento marcante em sua vida profissional foi quando respondeu pela SLE.
Naquela época, todos os anos em julho e fevereiro o professores
tínham que participar de cursos de aperfeiçoamento, oferecido pelo estado. Éram obrigadas a participar e estas horas contavam para o plano de
-62-carreira.
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Em 1974 surgiu um curso do Governo Federal “PREMEN” oferecido a professores não habilitados que atuavam nas áreas de Ciências
e Matemática. Nilva se inscreveu e fez o vestibular. O estado oferecia
bolsa (o salário de professor) para os efetivos que passassem entre os 10
primeiros classificados. Nilva conseguiu a bolsa e foi fazer o curso com
duração de 12 meses em período integral na Universidade Federal de
Santa Catarina. Foi muito difícil para ela deixar os filhos e marido. Mas
com a ajuda e força de toda a família superou as dificuldades e saudades.
Nilva era uma apaixonada pelo seu trabalho; considerava como
seu dever aperfeiçoar-se nos estudos para não parar no tempo. Ao voltar
da faculdade retomei as suas turmas.
Nesta época foi então criada a supervisão local de educação que
se desmembrava de Bom Retiro. Vários pretendentes queriam ocupar
o cargo de SLE. E para sua surpresa, ela que nem imaginava ocupar o
cargo, o seu nome foi indicado na Câmara de Vereadores. Todos os vereadores apoiaram o seu nome que também recebeu a aprovação do Prefeito Eleito, Rogério Pedro Kretzer que assumiria a prefeitura no ano
seguinte. Para ela foi uma alegria muito grande pois jamais pensou em
ocupar um cargo de confiança do Governo. Aceitou e procurou se integrar das responsabilidades inerentes do cargo e assumi-las com muita
ética e moral.
Ficou sob sua jurisdição: 25 Escolas Isoladas estaduais, 1 Colégio
e 18 Escolas Isoladas Municipais. O trabalho era supervisionar, orientar
e acompanhar professores, alunos e os prédios escolares. Com a ajuda da
Senhorita Bejhair Chini, supervisora que coordenava antecipadamente
a educação no município, tudo se tornou mais fácil. Neste trabalho procurou sempre ouvir professores, pais e alunos para satisfaze-los em seus
anseios e necessidades.
Um dos projetos realizados que muitas alegrias e realização lhe
deram foi a implantação das hortas escolares nas escolas. Desenvolvido
juntamente com a ACARESC, secretaria da Educação, município, pais e
professores. Este projeto veio de encontro com um de seus objetivos da
época: Diminuir o êxodo rural, motivando os pais a permanecerem no
campo. As verduras e legumes enriqueciam a merenda escolar, e a sobra
os alunos levavam para casa mudando assim os hábitos alimentares das
famílias e motivando os a terem as suas hortas particulares. Este projeto
veio também a aumentar a renda das APP’S. Como? Através da feira
livre que promoviam na beira rio e mais tarde na praça da Bandeira. A
ACARESC e prefeitura montavam as barracas e as Comunidades e App’s
traziam os produtos para serem comercializados. Este projeto trouxe
muitos benefícios. O estado lançou na época o concurso “minha horta é
a mais bonita”.
Muitas de nossas escolas foram premiadas com o 1º lugar. Houve
assim uma grande integração Escola Comunidade.
63
Hilário Dewes
NASCE MULHER DESEJADA HOMEM
Inspirado no livro Jogo e estrutura das pesonalidades, de Pedro
Antônio Grisa, por ser aluno no IPAPPI de Florianópolis desejo partilhar alguns pontos sobre a programação mental, que creio que sejam
muito importantes para o autoconhecimento.
Nasce mulher desejada homem
Estudando a programação da vida intrauterina descobre-se maravilhas que vão se manifestando em toda a existência. Hoje falamos da
rejeição de sexo que ocorre quando a mãe gestante ao desejar menino
nasce menina ou vice-versa. A profundidade do desejo da mãe determina a intensidade das influencias.
Mulher-esperada menino, ou seja o bebê esperado menino nasce
menina consequências das mais diversas e interessantes. A estas alturas
imagino que os leitores talvez se perguntem pela primeira vez: E eu, será
que fui esperado o que?
Características físicas: (tendência de) musculatura saliente nos
membros superiores e inferiores, pode ter mais pelos que outras, forca
física, movimentos mais bruscos, normalmente seios menores do que
sua mãe,... Se tiver educação adequada, a mulher esperada homem tem
corpo esbelto e porte elegante.
Pode também ser exageradamente gorda como que inconscientemente querendo esconder as formas femininas dentro de um manto de
gordura. Não gosta dos degotes dianteiros. Gostam de comandar, prefere
as atividades profissionais as atividades domésticas e irrita-se facilmente
com os filhos, como se esse não fosse o seu papel.
É aguerrida, lutadora e aceita desafios com muita garra tendo
facilidade no desempenho de tarefas profissionais. Luta e briga por seus
direitos. Em geral são feministas. Nas atividades praticas se da melhor
com os homens do que com as mulheres. Sente-se feliz voando e cantando longe das “gaiolas” domésticas.
Afetivo-emocionalmente sempre é ansiosa, tem medo de decepcionar, insegura nos relacionamentos afetivos com facilidade se bloqueando sexualmente. Esperada menino nasce menina, na linguagem
subconsciente significa decepcionar as expectativas alheias, o que pode
também gerar um sentimento de culpa, que é a pior praga da humanidade, porque se convencionou culturalmente que o culpado merece
castigo gerando muitas vezes mecanismos de culpa e autodestruição
fonte de mecanismos de criação de doenças psicossomáticas. E por isso
que tendem atrair acusações indébitas, calunias,... sentindo-se injuriadas
tendem defender ardorosamente seus direitos. Sexualmente tem comportamentos próprios na adolescência, no inicio do casamento, durante
-64-
Esperado mulher nasce homem.
“Bebê esperado menina, nasce menino”, neste caso viverá os mesmos conflitos da mulher que nasce desejada menino.
Homem desejado menina desenvolve características físicas do
corpo de mulher que podem também corresponder à imagem de mulher
da gestante enquanto espera esta criança. Tem a pele sedosa, delicada e
sensível. Gosta de usar cabelos compridos que tendem a ser sedosos e
fartos. Sua barba é mais rala do que a de seu pai. Seu pênis geralmente
é pequeno e facilmente nasce com fimose. Sua musculatura é frágil e
seus ossos finos. O impressionante é que tudo isto é a energia PSI atuando pela psicocinesia influindo diretamente sobre o desenvolvimento
orgânico e biofísico da pessoa. É Admirado pela beleza física. Gosta de
roupas bonitas e de enfeitar-se com joias.
Características comportamentais: tem bom gosto nas atividades
familiares e domésticas, sente insegurança diante do que exige força e
destreza. Sua insegurança manifesta-se também nas atividades econômicas, nos negócios e na profissão, pois tem dificuldade em dizer não
e fazer cobranças. É compreensivo, acolhe, perdoa e desculpa. Não tem
dificuldade em ser liderado, mesmo com ansiedade lidera agradavel e
dinamicamente. Sabe usar o tom de voz conforme as pessoas com quem
lida. É bom colaborador e costuma dar-se bem com todos. É sensível,
envolve-se pelo belo, artístico e sensual. Muitos homens foram esperados menina porque a mãe queria uma companheira para si. Desenvolve
a intuição e imaginação em grau elevado. Costuma ser muito inteligente,
dedicado, capaz, ter clareza de sua escala de valores e busca permanentemente o cultivo. São aqueles maridos que as mulheres sonham encontrar
porque as fazem felizes porque são muito família. São profundamente
fieis para sempre.
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
a primeira gravidez e surpreendentes após o nascimento do primeiro
filho. Quantos casamentos desfeitos seriam maravilhosamente felizes se
as pessoas conhecessem sua alma como ela de verdade é. Isto levaria a
todos a compreensão e amor profundos.
Aqui vai uma suplica a cada pessoa a conversar com sua mãe e seu
pai sobre tudo o que aconteceu no tempo de sua gestação. Um esquema
para isto e o projeto de vida em www.hilariodewes.com.br Conheça as
leis da criação, da harmonia e do equilíbrio. E maravilhoso poder reprogramar as mentes pela regressão e levar as pessoas a viver com naturalidade a beleza da vida compreendendo que todos nascem para brilhar.
65
Ivone Daura da Silva
RUGAS DA SAUDADE
Hoje, eu ouvi as oito badaladas,
Do relógio da Matriz.
O murmúrio do mar
Que parecia uma cantiga de ninar,
Melodiosa diante o berço.
Senti a brisa me tocar lentamente
Enquanto o ancião parou,
Olhou-me, enganando os óculos.
Senti o desejo do pipoqueiro que me ama loucamente,
Enquanto a menina escreve várias vezes,
Na areia o meu nome,
Com “água na boca” do tempero chocante.
O padre anuncia à hora da procissão.
A vizinha atrapalhada tropeça na pedra
As beatas se reúnem em grupo de cinco,
O ancião ergue os óculos na testa e reza.
Divagar segue o andor, ouço vozes de louvor.
O raio solar emoldura o céu azul
As nuvens separam-se em desiguais cores.
O ancião cabisbaixo chora o que o tempo mudou
E deixa despedaçar a explosão de pensamentos.
Sou guloseima sem distinção de idades
Sou rei nas festas, nos lares sou príncipe.
Desprovido o ancião segue em um barco sem rumo,
Perdido no oceano entre as rugas da saudade,
Da fábrica de chocolates.
-66-
José Carlos Moutinho
O LEITOR DIGITAL
ADQUIRE CONHECIMENTO?
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
A história contemporânea dá conta de que a Internet surgiu primeiramente nos meios militares norte-americanos, no auge da Guerra
Fria. Posteriormente, a Internet foi estendida para os meios acadêmicos. Desde os seus primórdios (Arpanet - Advanced Research Projects
Agency Network), a Internet visa o processamento e transmissão de
grande quantidade de informações (dados), para a formação de conhecimento, além da comunicação entre pessoas.
A Internet, a partir de 1994, ganhou diversidade tecnológica, agilidade e interface que facilita a operacionalidade do internauta no acesso
à informação, entre outras facilidades. Como resultado de anos de trabalho (global) de armazenamento de dados (digamos assim), a Internet
se constituiu num imenso banco de dados disponível a todo cidadão, em
qualquer parte do mundo.
Tal situação, sem sombra de dúvida, aumentou em muito a produtividade do ser humano (cidadão ou indivíduo) na busca de informações, bem como na realização de tarefas cotidianas, como pagar contas,
baixar manuais técnicos para resolver problemas em seus equipamentos,
baixar arquivos de configuração de computadores e seus periféricos, ler
notícias, entre tantas outras utilidades profissionais e de lazer.
Na Internet, também é possível baixar (legalmente) livros históricos, como por exemplo, no site do governo brasileiro – http://www.dominiopublico.gov.br/. Neste site, o internauta (estudantes, professores e
público em geral) poderá baixar livros (best-seller) liberados para a distribuição gratuita, por terem alcançado o prazo legal de 70 anos após a
morte do autor (Lei nº 9.610/98). Assim, os estudantes (e pesquisadores)
têm a possibilidade de acesso rápido (e sem custo) às obras fundamentais para a formação do conhecimento. Além disso, a Internet (pela sua
diversidade, rapidez, interatividade e instantaneidade) contribui muito
para a socialização do conhecimento. No entanto, a grande rede tem suscitado diversos debates (anos a fio) sobre sua capacidade de contribuir
para a formação do pensamento, conhecimento e inteligência.
Em 20/09/2010, o diário Folha de S. Paulo publicou uma entrevista com Nicholas Carr, sob o título “Internet obriga a pensar de forma
ligeira e utilitária”, disse Carr. Na oportunidade, Carr tinha lançado o
livro “The Shallows: What the Internet is Doing to Our Brains” (ou “O
Raso: o que a Internet Está Fazendo como Nossos Cérebros”). A Folha
de S. Paulo, no primeiro lide da entrevista, destacou que o autor manifestou preocupação com o poder que a Internet tem de distrair as pessoas,
o que pode estar nos tornando estúpidos. O livro tem suscitado um bom
67
debate. Mas é preciso não confundir, por exemplo, conhecimento com
inteligência.
Pelo dicionário da Língua Portuguesa Aurélio, conhecimento é o
“ato e efeito de conhecer. 2. Informação ou noção adquirida pelo estudo
ou pela experiência. 3. Consciência de si mesmo. [...]”. Pelo dicionário
Michaelis, conhecimento é o “ato ou efeito de conhecer. 2. Ideia, noção;
informação, notícia. 3. Consciência da própria existência. 4. Ligação entre pessoas que têm algumas relações. [...]”.
Assim, a Internet, entre outros meios digitais, contribui muito para o
acesso (rápido) à informação e ao conhecimento do leitor digital. Mas
isso tudo é apenas um passo para a pessoa adquirir outra faculdade (a
mais importante) em direção ao sucesso na vida e ajudar o próximo:
a inteligência (“Faculdade de entender, pensar, raciocinar e interpretar;
entendimento, intelecto. 2. Compreensão, conhecimento profundo. 3.
Pessoa de grande esfera intelectual. [...]”). Esse é o desafio que está ocupando especialistas em Educação no Brasil. Ou seja, fazer com que o
brasileiro deixe de ser analfabeto funcional – a pessoa que lê textos, mas
não consegue entendê-los e interpretá-los.
Em síntese, não se pode, por exemplo, fazer da Internet uma vilã
para o aumento do número de analfabetos funcionais, pois estes já existiam antes da Rede Mundial de Computadores. O indivíduo que utiliza
a técnica do copiar e colar (copy & past) na realização de seus trabalhos
está enganando a si mesmo, mais do que ao próximo. É uma questão de
educação e de caráter, que não depende das mídias digitais. Cabe aos
professores e pais, entre outros cidadãos, fazer com que o leitor digital
saiba tirar proveito eficiente da Internet, adquirindo conhecimento e desenvolvendo a inteligência.
Para finalizar, é importante que o leitor digital entenda a Internet
como um grande banco de dados, onde o cidadão fará a busca e seleção
(sistematizada, e de boas fontes) das informações que lhe interessam em
determinado momento da vida. O importante, como destacou o professor e escritor Mike Ward (1), é que na web há mais informações do que
seria possível conseguir ler ou querer ler de outra forma. “Portanto, uma
das primeiras coisas que se deve aprender é ser seletivo”. O leitor digital
pode sim adquirir conhecimento, mas com esforço, força de vontade e,
sobretudo, honestidade consigo mesmo e com os outros.
Nota:
(1) WARD, Mike. Jornalismo Online? São Paulo: Editora Roca, 2007.
Publicado originalmente: http://www.correiocidadania.com.br/
http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_
content&view=article&id=5162:o-leitor-digital-adquire-conhecimento
&catid=29:cultura&Itemid=61
29 de outubro de 2010
Revisado: 29 de dezembro de 2012.
-68-
Lionizia Goyá
VIVER
MOCA
Posta loca a cava
Tosca a doca toca
Fila cai ô dos Ca
Cava moca a furna
Anta a pasta anca
Lota sabia ô van Ca
Mica limpa a lapa
Pita a tapa pinta
Liga sai ô pan Ca
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Perder o equilíbrio
Alçar minha essência
Residir na agonia
Içar minha vivência
Abafar a veemência
Elevar minha experiência
Obter a eloquência
Se arrastar pela existência
Viver cada segundo, imundo
Todo momento, unguento
Cada idade, maldade
Todo rebento, invento
Cada partilha, pilha
Toda dureza, leveza
A vida de viver com dever
De estar e morrer
A vida de viver com carecer
De matar e renascer.
Conviver.
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Luiz Arthur Montes Ribeiro
PARA VOCÊ MEU AMOR
Hoje senti teu perfume
tua presença
teu desejo de amar, beijar e sentir o meu corpo.
Hoje senti teu perfume
teu beijo
teu desejo de me beijar por inteiro
Hoje senti teu perfume
tua boca
teu corpo
teus toques
Hoje senti você e relembrei aquela tarde gostosa de amor
que fizemos naquele jardim repleto de hortênsias
Ah meu amor, hoje senti você.
MEU AMOR
Ah... este mar que me enlouquece
me deixa cheio de desejos:
desejos de te amar, te beijar, te possuir em suas entranhas
Ah... este mar que me enlouquece
me deixa cheio de amores:
amores da minha vida, tão bem vivida, mas que nunca te esqueceu:
meu amor
Ah... este mar que me enlouquece
me deixa cheio de saudades:
saudades dos teus beijos, dos teus toques, do teu corpo
saudades dos teus lábios, dos teus dedos, do teu cheiro
Ah... este mar que me enlouquece...
Quantas saudades de ti nesta iluminada tarde de sábado
aqui na Barra do Say.
-70-
Manecas Cândido
SUBÚRBIO
QUERENÇA
Queria ser homem
Mas, infelizmente
Sou uma pedra
Atirada algures.
M’WALI1
Otikhina, otikhina, otikhina2
O povoado delirava
O regresso de João
Eurico
Rakel.
Os cajueiros silvavam ao ritmo de batuque.
As senhoras rodopiavam ao som de cânticos
Que devolviam
Os adolescentes amanhados em adultos.
Notas:
1. Rito de iniciação em língua emakhua.
2. Cântico emakhua de regresso a comunidade de adolescentes após o ritual.
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Aqui
Quando o sol brilha
Recebemos a poeira vermelha
Do saibro calcado nas nossas ruas.
Os nossos sonhos ainda guardados em casas
De pau a pique.
São lustro a devoção do amanhã.
71
REGADIO DE TEWE
Agora os meus sonhos sorriem
Como rosto verde.
Mopeia veste espigas aladas
Salpicando a esperança do vale de Zambeze.
Será a partida adiada de madjone-djones
Esses que estendem estandartes em pátria alheia
Enquanto aqui
A terra às mãos abertas
Clama por braços combatentes.
Abril é o mês da anunciação
E não existirá o vozear de lamentos
O vento salpica o olor do arroz maduro.
COQUEIRAL DA ZAMBÉZIA
Minha terra é riqueza
De um mar de palmares
Verde chá
Reverberando lindos campos.
À noite navegamos a dança do nhambaro
Até ao ébrio da nossa alegria.
Ao nascer do sol, o suor, bago do milho maduro
Cultiva horizontes de mãos futuras
E em uníssono, pés descalços,
Calcorreamos caminhos
Que se propõem.
A meta da nossa terra
Revigorando a certeza do amanhã.
-72-
Marcos Tadeu Demarchi
VOCÊ TEM PROBLEMAS?
E EU COM ISSO?
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Vivemos num tempo onde tentar cumprir com todos os nossos
compromissos diários parece ser algo impossível a ser feito, embora,
também pareça o mais importante a ser feito. São tarefas do dia a dia
que nos toma todo o tempo, deixando a impressão de que o dia tem
menos de 24 horas ou que os ponteiros do relógio gira mais rápido de
que quando éramos crianças. Pode parecer estranho, mas não é isso que
acontece. Tomamos todo nosso tempo muitas vezes com preocupações
que nos afeta diretamente, não nos preocupando com a relação do outro
em nossas vidas.
A falta de tempo, para resolvermos todos nossos problemas diários, é apenas uma impressão construída por nosso cérebro para que
possamos ter como desculpa a inabilidade de resolver todos os compromissos diários. A diferença esta na forma com que construímos o nosso
futuro. Você já parou para pensar qual a importância do meio em sua
vida, o quanto o outro pode influenciar o seu tempo, seus compromissos
e seu futuro? Não, eu acredito que realmente não tenha pensado nisso,
pois isso não é algo comum e, que estamos acostumados a fazer. Procuramos prestar atenção apenas naquilo que nos interessa, ou que, esta
ligado diretamente a nós, estou certo?
Acredito que pelo menos a grande maioria pensa assim. Isso já
é um grande problema, pois se o individuo interfere no meio através
de suas ações, e podemos ver isso facilmente, da mesma forma o meio
também interfere no individuo fazendo-o reagir, muitas vezes de forma
inesperada, tomando-lhe um tempo que não estava programado em sua
agenda. Poderia dar inúmeros exemplos de ações indiretas, mas que, nos
afetam diretamente. E por nos afetar diretamente deveríamos nos preocupar mais com elas. Você não acha? A palavra afetar esta diretamente
ligada ao fato de causar um efeito, seja ele bom ou ruim.
A milhões de anos o homem vive em comunidade por questões
diversas, uma delas é a segurança. Nossos antepassados aprenderam que
juntos poderiam ser mais fortes e, assim, conseguiram a perpetuação da
espécie. Por tanto, não faz parte de nossa gênese viver só, quando nos
afastamos de pessoas dos nossos relacionamentos, algo não esta bom,
algo esta nos afetando e precisamos rever nossas ações para alterar os
comportamentos que certamente trarão outros resultados. Só o fato de
não nos sentirmos bem, já causa um efeito nos ambientes de nossos relacionamentos.
Nossa cultura faz com que vivemos em comunidade, independente de nossos problemas, precisamos aprender a conviver com eles,
73
ou melhor, a resolvê-los sem afetar o meio, mas isso é algo quase impossível. A dificuldade não esta em resolver nossos problemas, mas sim de,
encontrar soluções antes que este atinja o meio. Mas, por que devo me
preocupar com a resolução dos problemas antes que este atinja outras
pessoas? - É simples, toda ação gera uma reação e toda a reação inesperada gera uma contra-ação.
Você já ficou preso no trânsito por conta de alguma passeata, ou
um grave acidente, então ações de terceiros que afetaram diretamente
você e por consequência seu tempo. Ai você me pergunta, mas o que fazer nesse caso? Existem coisas que afetam nossa vida que realmente não
temos como evitar, como por exemplo, a morte de um parente próximo,
uma doença inesperada, enfim! Meu intuito não é levar soluções para
todos os problemas, não é minha pretensão ser o senhor da verdade, mas
sim, fazer você pensar de forma holística, ou seja, globalizada.
Você tem problemas? E eu com isso?
Ter uma visão mais ampla da vida dará a você a capacidade de
obter informações variadas, contribuindo para a geração de novos conceitos, novos aprendizados e certamente uma compreensão mais aprimorada da vida, pois "A vida não é o que acontece com você, mas o que
você faz que aconteça com você." Norman Vincent Peale. Vivemos num
tempo em que os questionamentos se tornam constantes, por isso buscamos respostas e, para alcançar as melhores respostas necessitamos parar
para refletir sobre nossas ações, mas essa é uma "tarefa de casa" que não
nos parece muito fácil.
Muitas vezes por falta de tempo ou até mesmo interesse, pois, refletir certamente nos fará reconhecer alguns de nossos erros e, reconhecer erros requer mudanças e, mudanças causam desconforto e muitas
vezes insegurança. Por isso distanciamos de nós por medo, insegurança e acomodação, não percebendo que nossos erros certamente estarão
afetando o outro e o meio em que vivemos. Logo o resultado de nossas
ações também nos atingirá e ai que vem a reação, trazendo o desgaste
físico e mental. Já é cientificamente comprovado que o esgotamento físico e mental pode causar doenças como o infarto, hipertensão, fobias,
gastrite.
Podemos evitar? - Sim! - Certamente, não querendo ser redundante, mas nossa ações interferem no meio o que mais você precisa saber? Busque conhecer a si mesmo, procure identificar o que te afeta ou o
que não esta dando muito certo para você, identifique seus pontos fortes
e pontos a serem melhorados. Caso não consiga fazer isso sozinho busque ajuda de um profissional. Mas o mais importante não é identificar
o mais importante é se permitir a mudar, fazer diferente, pois só assim
você estará dando um novo sentido a todas suas ações.
Com isso você viverá mais feliz, transcendendo aos demais toda
sua felicidade e assim você a diferença. Por isso viva sua vida não como
se hoje fosse o ultimo dia, mas como se hoje fosse o melhor dia de sua
vida! - E é, pois é hoje que você pode fazer toda a diferença. É hoje que
-74-você altera o seu futuro, é hoje que você contribui com suas ações para
QUAL O RESULTADO DO
ESFORÇO APLICADO?
É comum nos depararmos com a agonia, o desanimo, a tristeza
e uma suposta falta de capacidade de atingirmos nossos objetivos, principalmente quando as coisas parece não dar tão certas como desejamos,
isso é normal e de certa forma, até compreensível. Quando definimos
um objetivo e resolvemos colocá-lo em prática, geralmente acreditamos
estar certos, de que estamos totalmente preparados para alcançá-lo, mas
nem sempre é assim! É difícil para nós na ânsia do desejo, refletir sobre nossas reais capacidades de alcançarmos os melhores resultados, ao
contrário, o que procuramos é sair fazendo as coisas de qualquer forma achando que já deu certo. Nossos desejos e sonhos nos entorpecem
nos fazendo acreditar que estamos suficientemente preparados para a
realização do “tão sonhado” objetivo. Ao desejar algo nos colocamos na
posição de executores e nunca de receptores da ação, assim sendo, não
nos permitimos olhar por ângulos difusos que poderiam contribuir para
uma visão contrária da situação, e assim, ampliar nossa capacidade de
entendimento e avaliação do real problema a ser enfrentado.
Quando desejamos algo, este desejo nasce de alguma necessidade
individual ou até mesmo coletiva. Por ser considerada uma necessidade,
passamos a olhar para fora, acreditando que lá estejam às respostas para
os nossos problemas, algumas vezes sim! Existem momentos em nossa
vida que a “exceção vira regra e a regra exceção”. Por isso devemos olhar
internamente, devemos buscar dentro de nós as respostas para nossas
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
a vida de todos os que estão direta ou indiretamente ligados a você. Por
tanto pense muito bem no que você esta fazendo com sua vida e com a
vida dos outros que estão ao seu redor.
Temos o direito de escolher o que queremos passar, mas não temos o direito de escolher o que os outros irão passar por conta de nossas
ações. Tudo o que passamos o que vivemos deve servir de exemplos para
a construção de um individuo mais responsável com sigo e com os outros. Nosso futuro faz parte das escolhas que fazemos hoje, pois a vida é
como uma grande fazenda. O que plantamos, colhemos e o que colhemos, comemos. Cuidado para não sobrar apenas erva daninha para que
você possa colher e consequentemente ter que comer.
Agora eu lhe pergunto! E eu com isso? - minha parte eu já fiz, espero que vocês possam refletir, refletindo possam encontrar seus erros,
os pontos a ser melhorados, se permitindo a cada dia fazer diferente,
com isso ter novos resultados alterando significativamente suas vidas e
dos seus. Permita-se a fazer diferente, sempre pensando se os resultados
de suas ações iram afetar o outro de forma positiva ou negativa.
75
dúvidas e as soluções para nossos problemas. Ao sentirmos uma necessidade, essa pode ser fruto de frustrações passadas ou algo muito recente.
Procuramos com a satisfação de alguma necessidade, eliminar inconscientemente tal frustração. Porém, podemos perceber que a coisa não
funciona dessa forma, pois ao satisfazermos uma necessidade, logo em
seguida sentiremos outra necessidade, e outra e assim sucessivamente,
algumas vezes até contrária a anterior.
Por tanto, vivemos correndo atrás de satisfações pessoais, e isso
não é errado. Precisamos também pensar em eliminar nossas frustrações
para que possamos sentir que somos felizes e realizados, valorizando os
resultados em sua totalidade. Foram às batalhas travadas com seu inconsciente que trouxe o homem ao nível de conhecimento que temos
hoje. Porém podemos mudar ainda mais a visão que temos do valor de
nossos resultados e subir ainda mais nos degraus da evolução humana. Lançar um olhar holístico sobre toda a situação fará de nós pessoas
capazes de encontrar nos erros grandes lições que serviram de suporte
a projetos futuros. Por mais que os resultados não sejam os esperados,
sempre poderemos aprender algo, ao contrário, certamente estaremos
criando outra frustração, que provocará outras necessidades, ao invés de
satisfazer as anteriores.
A final como podemos nos sentir felizes e realizados se não conseguimos atingir os objetivos em sua totalidade?
Quando almejamos algo passamos a acreditar que já conseguimos, o excesso de alto confiança pode ser o fator que nos impedirá de
enxergarmos nossa realidade, ou melhor nossas fraquezas. Diante da
inabilidade de reconhecer os pontos a serem melhorados, passamos a
acreditar que existam apenas os pontos fortes – como diz o ditado “O
pior cego é aquele que não quer enxergar” – Porém, nos enganamos na
certeza de que esta tudo caminhando como deveria e que obteremos a
vitória e a felicidade plena ao atingir nossos objetivos. Ninguém em sã
consciência pode acreditar que não se terá dificuldades durante o caminhar em busca dos seus objetivos. Entendendo esse ponto de vista, basta
agora você passar a valorizar seus resultados de forma a compreendê-los
em sua totalidade, resultado menos ação é igual aos pontos a serem melhorados.
Questione-se, avalie-se numa escala de 0 a 10 sendo (zero o mínimo e 10 o Maximo).
Qual foi o resultado atingido em relação ao que eu esperava?
Qual foi o meu dispêndio de energia, recursos, tempo para que eu
pudesse alcançar o objetivo almejado?
Eu dispunha de recursos suficientes para a execução do projeto
até o final?
Minhas ações foram congruentes com o objetivo desejado?
O que faltou para que o objetivo em parte realizado pudesse ser
atingido em sua totalidade?
Bem, se faltou energia, motive-se, da próxima vez você poderá
-76-chegar mais longe! Faltaram recursos, adquira o suficiente para a realiza-
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
ção de seus objetivos, inclusive com sobras para uma eventual necessidade. Faltou tempo, organize seu tempo a fim de poder cumprir com seus
compromissos com sobra para novos projetos, família, comunidade. Há!
Não se esqueça de você, pois você é a pessoa mais importante para você
nesse universo. Faltou ação, então comece desde já a agir, pois nenhuma
intenção pode ser valida se não for seguida de uma ação coerente com os
objetivos a serem alcançados.
Seus desejos, suas necessidades são frutos de seu inconsciente,
por tanto, avalie suas reais necessidades antes mesmo de colocar como
algo necessário em sua vida, mas se o fizer, planeje, haja, avalie e reformule a fim de alcançar os melhores resultados. Não esquecendo de que
todo resultado é fruto do esforço aplicado na conquista dos seus objetivos. Boa sorte!
77
Maria Celeste Maffei Demarchi
O DINOSSAURO E A JOANINHA
Certa vez, perto de uma montanha vivia um dinossauro todo orgulhoso e uma joaninha modesta e simples.
:- Onde é que tu vais? Perguntou o dinossauro.
Daí responde a joaninha: - Ora. meu amigo, não se diz tu, se diz
você! É assim que as pessoas simples falam. Continuou.
O dinossauro resmunga: - Aé? Sua... se eu te pego...
:- Poxa, disse a joaninha, é melhor eu sair daqui antes que...
Nhec! O dinossauro engoliu a joaninha. Coitada! foi-se entre os
dentes do dinossauro.
Moral: Ser simples é um dom e ser orgulhoso é um pecado!
-78-
Maria Luiza Vargas Ramos
FESTA NO CÉU
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
No domingo de 27 de janeiro de 2013 Santa Maria acordou triste,
o Rio Grande do Sul estava triste e até o Brasil se entristeceu.
O sol se negava a aparecer na praia, um cão uivava insistentemente ali perto e eu, inexplicavelmente, acordei com a alma pesada, sorumbática. Resisti a entrar nas redes sociais, privilegiando uma caminhada à
beira mar.
Na hora do almoço, com a TV ligada, recebi um soco no estômago que me deixou atordoada: mais de duzentos mortos numa boate no
sul!
A partir daí, os sentimentos vieram num crescendo: angústia,
estupefação, pena, tristeza, solidariedade e as lágrimas nem pediram
licença para descerem no rosto. Como sempre, coloquei-me no lugar
daquelas famílias e meu peito quase explodiu de dor! Inenarrável o que
sentimos ao ver aqueles corpos lindos, jovens, estendidos inertes na calçada fria, sob os gritos desesperados dos sobreviventes e dos socorristas.
Então, até para acalmar a opressão crescente e perigosa, imaginei
São Pedro sorrindo, com as chaves do Céu na mão, recebendo aquela
gurizada bonita demais, alegre demais, inteligente demais, ruidosamente adentrando a casa do Criador e enviando, pelos celulares do coração,
mensagens de força e conforto aos seus pais, seus irmãos, seus avós, seus
amigos. Com toda a certeza, o Céu está muito mais bonito!
Santa Maria, que dá nome à cidade onde eles nasceram, ou escolheram para estudar e morar, não deixará que lhes falte nada, com aquele
desvelo de Mãe sempre pronta a aconchegar, beijar e distribuir carinho.
O Céu está muito mais inteligente, porque os jovens que para lá se dirigiram são estudiosos, capazes, de boa formação e nunca fizeram mal a
ninguém.
Aqui na terra é que os anjos precisarão se multiplicar, tentando
preencher lacunas imensas, no espaço onde a juventude, em sua pujança, costuma se espalhar. Eles vão fazer muita falta por aqui!
O que consola é que, com certeza, hoje tem festa no Céu!
79
Mauro Frederico Demarchi
A REVOLUÇÃO DAS ABELHAS
1. Descobrindo uma fábula
-Se você quiser compreender a maravilhosa lição que as abelhas
têm para nos dar, não deixe de ler o trabalho de seu avô — aconselhou,
certo dia, meu pai.
-Mas que trabalho é esse, papai? Não sabia que o “vô” tinha sido
apicultor.
-Você era muito pequeno quando ele morreu, por isso não conheceu o que era sua habilidade para lidar com colméias.
-Já revirei por inteiro a biblioteca do senhor e jamais encontrei
esse livro do vovô.
-Não, não é um livro publicado, meu filho. É um conto, ou melhor,
uma fábula. Ele o quis publicar, mas o editor, muito amigo dele, deixou
para fazer a edição quando voltasse de uma viagem que fez à Itália, mas...
infelizmente resolveu ficar por lá e seu avô acabou desistindo da publicação. A fábula é uma comparação baseada nos hábitos dos diversos tipos
de abelha que povoam nosso imenso Brasil. Dessa comparação ele tirava
uma conclusão muito curiosa... Leia a fábula, depois conversaremos.
-Uma fábula sobre abelhas? Onde minha curiosidade pode encontrar esse trabalho?
-No sótão, meu filho, na velha arca de madeira entalhada.
Subi então ao sótão à busca do manuscrito de meu avô e deparei-me com pilhas de papel velho.
O leitor já mexeu em papéis velhos?
Num álbum de fotografias, passam os instantâneos de um casamento que teria tudo para ser feliz: ela, virtuosa, dedicada e educada; ele,
empreendedor, honesto, distinto, quase um gentil-homem. Entretanto...
páginas além, o enterro dele, enchendo de tristeza a esposa, os filhos e
parentes.
Assim, em meio àquela instrutiva papelada, as horas voavam,
sem que eu percebesse. De repente, o manuscrito do meu avô!
Peguei-o reverente, quase como uma coisa sagrada, recostei-me à
parede junto à clarabóia, e, ali mesmo, comecei a lê-lo.
Logo no alto, pregada à capa, uma folha dobrada e amarelada pelo
tempo, com esta nota dele ao editor:
“Benedetto,
“Questa é a fábula que lhe falei, sobre a organização sociale das
abelhas. Você manda rever o meu português pois você sabe que o parlo
muito mal, depois falamos della publicazione”.
Assinava: “Fr. Demarchi - Out. 1923”
O editor respondeu na mesma fôlha e sem cerimônia:
“Francesco,
“Sua fábula, muito interessante, acentua de forma assaz necessá-80-
ria o equilíbrio harmônico entre os diversos elementos que compõem a
natureza. Fiz as correções de português que me pediu. Como você sabe,
viajo esta semana para a Itália. Assim que voltar tratamos da publicação.
Benedito, Dez. 1923”.
Tendo, enfim, decorrido mais de 70 anos, nada obsta a que venha
a lume, com sua modesta ciência, mas não pequena sabedoria, a fábula
redigida por meu velho avô sobre a vida das abelhas.
2. Apresentando os personagens
3. A fábula
Foi observando a vida de cada tipo de abelha que redigi esta fábula.
Sendo animais irracionais, incapazes de bem ou de mal voluntário, as abelhinhas deste conto servem apenas de símbolo para atitudes
semelhantes entre os homens. Não se trata de preferência por umas em
detrimento das outras. Todas têm o seu papel na Criação, e ainda quando não são diretamente úteis ao homem, seu estilo de vida sempre lhe
serve como lição.
Daí que o recurso à fábula, freqüente na história da literatura,
sempre foi meio adequado para transmitir ao homem uma lição de vida.
Vamos, pois, ouvir o relato de...
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Antes, porém, permita-me, leitor, que apresente os diversos tipos
de abelha que entrarão em cena.
Todas elas, exceto as duas vespas, fazem parte da subfamília apinae que se subdivide nas tribos apini, meliponini, anthophora e bombini.
Os três personagens principais — Apislinda, Apisbela e Apislene
— são abelhas da tribo apini, do tipo Apis mellifera mellifera, chamadas
européias ou do reino, pois foram introduzidas no Brasil, no começo do
século passado (Sec. XIX), por ordem de D. João VI. Encontram-se abelhas dessa mesma família em toda a África, Ásia e Oceania.
Pertencem à tribo das meliponini a minúscula jatai e a vilã da história, a irapuá, cujos hábitos são muito sujos. As meliponini são abelhas
sociais encontradas nas regiões tropicais do mundo.
Na tribo das Megachilidea vamos encontrar a abelhinha “individualista” e que vive solitária. Essa tribo tem também algumas espécies
que vivem em sociedade, mas com organização muito elementar.
A barulhenta mamangaba pertence à tribo dos bombini, ao gênero Bombus. Apesar de terríveis quando ferroam alguém, têm um papel
importante na natureza, pois são excelentes polinizadoras.
Na fábula aparecem ainda uma vespa e uma fêmea de marimbondo, que promovem a subversão do reino apícola. Elas são conhecidas e
podem ser classificadas como Polybia occidentalis scutellaris e Polister
canadensis, respectivamente.1
Feitas as devidas apresentações passo a palavra a meu avô:
4. A Revolução das abelhas
81
• “Eu sou, meus meninos, de um país muito distante”
Quando criança, pouco depois de ter chegado ao Brasil, com
meus pais, da distante Itália, conheci um velho apicultor holandês que
freqüentava nossa casa.
Chamava-se Jan (João em holandês). O olhar do velho Jan era
azul como um céu de safira e possuía a profundidade do mar. Sua tez
branca, emoldurada de cabelos loiros tendendo ao prateado, ficava da
cor da cereja quando ele estava irritado.
Porém, suas irritações eram fogo de palha, e como um torrão de
açúcar num copo d’água desfaziam-se docemente diante de um sorriso
de criança, solicitando-lhe um “conto”, uma história.
Então, todos sentavam-se à sua volta. E ele, retirando da algibeira
o velho e inseparável cachimbo de porcelana e ébano, orlado de frisos de
cobre impecavelmente polídos, contava:
- Eu sou, meus meninos — dizia enquanto ajeitava o boné e soltava uma baforada de aromático fumo que se evolava como um símbolo
de seus pensamentos — eu sou, meus meninos, de um país muito, muito
distante. Meu povo, um povo de bravos, lutou contra o mar, conquistou-lhe as terras, ergueu barreiras, diques, comportas, drenou pântanos e
lagos, cobrindo-os de plantações e de flores.
-Mas eu, eu sempre fui apicultor. Desde minha infância aprendi
os segredos de uma colméia, freqüentei o mercado de abelhas de Amsterdã e lá adquiri meu primeiro enxame. Mas... tudo passa. Minha família mudou-se para o Brasil e eu aqui me fixei, tomando este belo e grande
Império (estavamos então em pleno reinado de D. Pedro II) como minha segunda pátria.
- O senhor não quer voltar mais para lá? Pergunta um menino
espevitado.
- Como voltar para lá, meu pequeno, se na minha terra já não
resta mais ninguém de minha família? Sou só neste mundo. Depois, para
que voltar, se lá encontrarei caras que nunca me viram e que eu nunca vi,
enquanto aqui sou querido por meus amigos e estimado por vocês, que
tanto gostam de minhas histórias e tanto alegram a minha velhice?
- “Seu” Jan, interrompe uma menina, o Chico contou que o senhor já ouviu as abelhas conversando. É verdade?
Apertando o cachimbo com a mão esticada e parando por um
instante como que a ordenar as recordações, retomava:
- Na realidade, Isabel, os animais não falam. Os homens é que falam por eles. Colocam na boca dos animais palavras que estes diriam se
tivessem a capacidade de falar, para que o homem melhor compreenda
certas verdades. Existiram fabulistas famosos...
- O que é fabulista, “seu” Jan? Pergunta Rafael, curioso.
- Fabulista, meu menino, é o homem que escreve fábulas, pequenos contos com fim moral, a exemplo do “seu” Jan. Nos tempos passados
havia muitos e alguns deles tornaram-se famosos.
• O maravilhoso equilíbrio existente na natureza
-82-
- Uma das coisas que tenho sempre lembrado nas histórias que
• Será que foi um sonho?
- Um belo dia, meus meninos, não sei se dormia, não sei se estava
acordado, o certo é que ouvia minha patroa cantarolando uma canção
qualquer, enquanto a rede ia e vinha. O movimento da rede, o som da
música, o perfume de múltiplas flores odoríferas me embalavam e não
sei se sonhava.
Parecia-me rodeado de crianças como vocês. Até com os mesmos
nomes.
Em certo momento, pousou junto a uma flor de pessegueiro um
colibri de irisações verde-azuladas, desejoso de sorver um pouco do néc-
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
lhes conto, meus meninos, diz respeito ao maravilhoso equilíbrio existente na natureza. Um enxame de abelhas; um beija-flor; um leão ou um
gato; uma pedra ou um ipê; o céu e a terra; as estrelas e os planetas; tudo,
enfim, desde o minúsculo grão de areia até o mais resplandecente astro
estão ordenados e seguem leis impostas pelo Criador do Universo. Nesse
universo, o homem...
- É o desmancha prazeres! Exclama Marcolino, um dos mais crescidinhos.
- Não, não! Pelo contrário, Marcolino! O homem, enquanto tal,
foi criado por Deus com a alma inocente e inteiramente ordenado a esta
ordem universal. Ele é a sintese do universo criado pois nele...— em
você, Marcolino, em cada um de vocês que me ouvem — há algo de mineral, de vegetal, de animal e de espiritual.
As crianças que ouviam atentas receberam a afirmação do “seu”
Jan como uma novidade sensacional. Umas se perguntavam qual seria
nossa parte mineral; outras já diziam que de animal tínhamos o cabelo;
outras, enfim, um pouco mais experientes, sustentavam que a alma é o
lado espiritual que nos distingue dos animais.
“Seu” Jan deixou-os falar... Alegrava aquele velho holandês contemplar a vivacidãde e a inocência das crianças.
Quando elas acabaram seus pueris e alegres comentários, ele explicou:
- Pois bem, meus filhos, nossa alma, sendo espiritual e imortal
nos diferencia dos animais e nos aproxima dos Anjos. De animal temos
nosso corpo material cujo funcionamento depende muito da vida vegetativa de seus órgãos. De mineral o homem tem seus ossos, suas unhas,
seus cabelos e seus dentes. Por isso, ele é a síntese do universo criado.
- Por outro lado, o homem é o único ser do universo visível que
consegue fazer correlações, elaborar um pensamento.
-Assim, continuou “seu” Jan, do alto de sua natureza ordenada,
e observando os elementos do reino mineral, do reino vegetal e do reino animal, o homem, elabora histórias, contos, como aquele do diálogo
entre a fumaça de uma chaminé industrial e a de um humilde fogão a
lenha. Lembram-se?
- Sim! Gritaram à uma voz os pequenos ouvintes.
- Foi assim, Isabel, que nasceu a fábula da “Revolução das abelhas”.
- Conte, “seu” Jan! Conte! Exclamaram as crianças.
83
tar. Assim que ele viu, atarefada em recolher pólen, uma abelha, foi logo
protestando:
- Éi, abelhinha, psiu! Essa flor é minha! Pelo visto você é nova
aqui, não? Aliás, como você se chama?
- Chamam-me Apislinda e esta é a primeira vez que saio, mas,
num tão vasto arraial, não faltam flores para você e para mim juntos.
- É, mas este território é meu e não admito invasões. Sou capaz
de...
Nesse momento, um beija-flor marrom de cauda longa tenta sorver algumas gotas do dulcíssimo néctar de uma rosa, quando é interrompido pelo ataque, rápido como um raio, do colibri verde-azulado que
parte em sua perseguição.
Enquanto Apislinda pensava no que deveria fazer caso retomasse
o colibri, outra abelha, também muito atarefada, quase se choca com ela.
- Calcule você, Apislinda, nossa colméia está em festa. Ontem, era
tristeza geral. Mas hoje nossa nova rainha, prevendo uma bela florada
para os próximos dias, mandou-nos aumentar a coleta de pólen e néctar
para produção de mais geléia-real. Mais geléia para toda a criançada da
colméia. Cada bebê já está no seu bercinho e em poucos dias nascerão
novas operárias.
As crianças do “seu” Jan estavam tão entretidas que já não perguntavam mais.
Pelo que ele, entusiasmado, prosseguia sem parar.
- Também estamos em grande atividade, Apis...
- Apisbela, é meu nome.
- Minha rainha, Apisbela, já determinou mudança de palácio e,
tão logo nossas campeiras retomem com o relatório final, a rainha escolherá o local e nos mudaremos. É, pois, de augurar que, dentro em
pouco, tenhamos esplêndido palácio.
- Faço votos de que sua rainha goste do novo palácio e nele regiamente logo se instale. E não faça como nossa colméia, que no ano
passado, andou de um lado para outro, até encontrar nosso atual palácio
de madeira, todo azul por fora.
- Graças a Deus, Apisbela, como vocês, temos uma rainha muito
esperta, sábia e que realmente nos quer bem. É uma mãe para nós e nós
por ela fazemos qualquer coisa.
•A tentação no “paraíso” das abelhas
- É uma mãe... ha! ha! ha! Para nós... he! he! he! E nós fazemos...
hi! hi! hi! qualquer coisa... ho! ho! ho! por ela... hu! hu! hu!
Quem assim ironizava a rainha e Apislinda era Vespinhenta, uma
dessas vespas pretas com anéis amarelos no fino abdômen, muito venenosa.
- Ora essa, continuou ela, quem vejo aqui? Apisbela e Apislinda
cantando loas às suas rainhas! Na realidade, minhas queridinhas, vocês
são escravas dessas que chamam de rainha.
- Não é vergonha servir a quem é superior e, de fato, nos serve tão
melhor. Aliás, se você considera o cumprimento da obrigação como uma
escravidão, então somos escravas do dever.
-84-
- Isso mesmo — acrescentou Apisbela —, contra você, sua vespa
venenosa, concordo com Apislinda, e repito: somos com toda honra escravas do dever!
- Ora essa, ha! ha! ha! escravas do dever! E ainda mais com toda
honra... Vocês estão sendo exploradas pelas classes dominantes e nem se
conscientizam disso!
- Nem exploração, nem classes dominantes, sua tonta. — Respondeu imediatamente Apisbela. Isso é jargão de quem não tem personalidade e repete o que ouviu sem saber do que se trata...
• Entra em cena a Florispinha
- Ora essa, hu! hu! hu!, diz a vespa, são ingênuas as coitadinhas...
ho! ho! ho!
Pouco antes, pousara sobre uma flor próxima a Florispinha, marimbondo fêmea, de espécie terrível, e ouvira a conversa. Parecia ser velha conhecida de Vespinhenta.
- Florispinha, — diz Vespinhenta — já estou cansada de tentar
fazer entrar alguma coisa nas cabeças destas bobinhas... Tente você doutriná-las.
- A questão é a seguinte, suas tolas, diz Florispinha. O regime em
que vocês vivem fere a igualdade. Todas nascemos livres. Esse negócio
de servir é coisa do passado. Para que isso? Nós, marimbondos, vivemos
muito bem sem isso. Vocês... ordeiras, previdentes, zelosas do direito de
propriedade, passam a vida se esgotando em benefício de uma abelha
igual a vocês, só porque ela nasceu num berço diferente e com alimentação especial? Isso é uma estupidez da parte de vocês. E uma suprema
injustiça da parte das rainhas.
As abelhinhas, irritadas e prontas para atacar, já não resistiam de
tanta fúria contra a anarquista...
- Não era para menos, “seu” Jan — interrompe Isabel —, eu também estou furiosa com ela.
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
- Agora — zomba Apisbela — somos nós que rimos: ha! ha! ha!
hu! hu! hu! Sua boba!
- Ora essa, as “rainhas” de vocês as impedem de namorar, de... se
casarem — continua a vespa — só elas têm seus príncipes encantados, e
vocês? Só trabalham! hi! hi! hi! Quem é mais boba? ho! ho! ho!
- Cumprimos nossa obrigação e nosso dever! Para isso nascemos
e assim queremos ser! — Retruca Apislinda.
- E é nesse serviço que encontramos o melhor de nossa felicidade
—completa Apisbela.
- Ora essa, he! he! he! Vocês são tolas mesmo, hi! hi! hi!
E falando em tom de confidência, observando em cada palavra,
qual era a reação das duas, prossegue: se vocês comessem aquela... sim,
aquela geléia que a rainha come... vocês veriam novos horizontes se abrirem diante de seus olhos, certas energias atrofiadas... palpitariam com
vigor e vocês viveriam muito mais que seus pobres 40 dias... por que não
experimentam?... me entenderam?
-Não, não entendemos e nem queremos entender.
85
Continuemos...
Nisto entra em cena outra abelha da espécie Apis mellifera mellifera. Era Apislene, que ouvira tudo escondida.
- Florispinha, vejo que por alguns lados sua argumentação é difícil de refutar, mas desse jeito você parece querer destruir a ordem estabelecida.
- E isso mesmo, quero que vocês façam uma verdadeira Revolução.
- Revolução, Florispinha? Mas... veja bem, em nossa vida ordenada, na qual, visando o bem comum, cada uma faz sua obrigação, certa de
que todas as outras farão a sua, desde a limpeza até a desidratação e o armazenamento do mel, em nossa vida tudo funciona perfeitamente bem.
Nossos celeiros estão constantemente cheios de mel e pólen (o nosso pão
de cada dia).
Apislene ia dizendo essas palavras em voz vacilante, sem convicção do que afirmava. Afinal, completou:
- E... você têm alguma razão: de fato é verdade que nos esgotamos
cedo, mal vivemos 45 ou 50 dias, e que uma privilegiada entre nós vive
mais.
- Entretanto, Apislene, assim, ordenadas — interrompeu Apisbela
— com privilégios, somos mais felizes. E, para ser bem sincera, só nós,
ordenadas, somos verdadeiramente felizes. Pois na desordem não há felicidade. De que adianta Viver só por viver?
- Aliás — diz Apislinda — eu a estou estranhando, Apislene. O
que houve com você?
- Nada... — responde a abelhinha, corando e desviando-se do
olhar interrogativo de suas primas.
- Queridinha — retomou a palavra Florispinha, voltando as costas para Apislinda e Apisbela, dirigindo-se a Apislene — não sou contra
os privilégios, muito pelo contrário, defendo os privilégios para todas
e não para uma só. Todas somos iguais. Por que uma só recebe tantas
homenagens e não faz nada? Se ela e sua corte saíssem para coletar mel,
se limpassem a casa, se fizessem cera etc., o enxame progrediria mais
porque todas fariam tudo e não só você. Depois, haveria muito mais mel.
E, por isso, muito mais felicidade... Entendeu sua bobinha?
Pois bem, meus filhos, Florispinha, que descobrira em Apislene
uma discreta inveja dos privilégios de sua rainha...
- Inveja é pecado, não é “seu” Jan? — Pergunta Marta.
- É um pecado muito feio, minha pequena, mas depois eu lhes
digo por quê. Continuemos...
Florispinha, como eu dizia, descobrira que Apislene era invejosa - pois o mau logo descobre o lado mau dos outros - com isso seguia
avante, desabotoada e segura, falando aos borbotões, quase aos brados:
- Abaixo os privilégios... de algumas. Abaixo as mordomias. Trabalho e mordomia para todas. Veja, queridinha, nosso estilo de vida: não
precisamos nos dar ao trabalho de armazenar comida, uma vez que na
natureza ela é abundante, é só pegar. Nossas casas são feitas de papelão,
que nós mesmas produzimos. Os poucos filhotes que temos são criados
por nós sem distinção...
- Que bárbaro, “seu” Jan! Interrompe Isabel.
-86-
- Até parece o “coiote” falando, diz Rafael para o Marcolino.
- Mas quem é esse “coiote”, me pequeno? Pergunta “seu” Jan.
- É um colega de classe do Marcolino, “seu” Jan...
- Bem, voltemos à nossa história. Como a espécie das abelhas é
muito vasta, vocês ainda vão ouvir e aprender delas outras “maravilhas”.
Escutem mais estas:
• Uma abelhinha “equilibrada” e outra “independente”
• “Primo mangiare, mai filosofare”2
Foi quando um ruído rouco cortou os ares, parecendo o barulho
de velho motor de quatro-tempos. Era a negra e terrível mamangaba que
aparecia com seu vôo gingado, quase varrendo, com a ventania de suas
asas, as outras abelhas.
- Saiam da frente meninas, vamos acabar com essa perda de tempo, nada de conversa mole durante o trabalho. Vamos! Vamos!
- Ora essa! Estamos aqui — retrucou a irônica vespa — estamos
aqui tratando de um assunto muito interessante, ho! ho! ho! Talvez você
queira opinar também, hi! hiiiú!
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
- Tanto anarquismo, como o da Florispinha, eu não admito! —
disse uma “equilibrada” abelhinha jatai, interferindo no diálogo. Que se
acabem com os privilégios, pode ser, mas que na família todos mandem,
não é possível. Alguém tem que mandar: faça isso, faça aquilo etc. Temos a mesma vida que as Apes, mas não mantemos uma corte para a
rainha, ela não tem alimentação especial. Se quiser, ela mesma se serve,
nada dessa história de servir-lhe na boca. Aliás, acrescentou com certo
despeito, nosso mel é reputado como excelente pelos homens, mais ainda que o das Apes. Contudo, nosso único trabalho é coletá-lo nas flores
e armazená-lo nos potes sem precisarmos dispender tanto tempo em
elaborá-lo, como elas fazem...
Dito isto, a minúscula jatai, de abdômen cor de cobre e asas esfumaçadas com nervuras mais claras, saiu do mesmo modo como entrara,
sem pedir licença. Portanto, tão mal educada quanto a tibuna, tipo de
abelha vulgarmente chamada boca-de-barro.
Uma abelhinha de outra espécie, a Megachilidea, também resolve
dar sua opinião. Ela estava cavando um buraco no chão que revestiria
com algumas folhas e pétalas para ali depositar um ovinho.
Outras abelhas de sua especie aproveitam pequenos buracos em
paredes, muros ou em madeiras para criar seus filhotes. Nossa Mega interrompeu o trabalho quando ouviu a discussão entre as abelhas.
- Fiquem sabendo que essa conversa fiada me atrapalhou o trabalho. Vivam como eu, sou auto-suficiente. Não dependo de ninguém,
nem de marido, pois tenho meus namoros de vez em quando, e não faço
nada para os outros. Tenho um filho aqui, outro ali, quando já estiverem
bem crescidinhos para baterem asas, livro-me deles. Sou IN-DE-PEN-DEN-TE, ouviram?
- Que horror, “seu” Jan!
- De fato, meus filhos, mas continuemos
87
- Vamos ver do que se trata, mas sejam rápidas — respondeu a
mamangaba pousando sobre a haste de uma flor, que vergou quase até o
chão.
Cada uma das abelhas contou seu sistema de vida, exceto a jatai,
que “não pudera esperar”, e todas à uma perguntaram à pesadona mamangaba:
- E você o que acha, como vivem vocês?
Surpresos, os meninos ouviram esta chocante resposta, típica de
um espírito sem elevação, só preocupado com o próprio ventre.
- Nós mamangabas, vivemos mais preocupadas com encher a
barriga do que em filosofar. Fizemos até um ditado: “primo mangiare,
mai filosofare”. Temos nossa comunidade, somos organizadas. Não tanto quanto as européias, mas não acreditamos que essas preocupações
filosóficas levem a alguma coisa. Cada qual na sua, meninas! Nascemos,
vivemos, comemos e vamos morrer. O que sobrará? Uma carcaça vazia,
nada mais!
E, zumbindo como chegara, gargalhou e se foi.
• As Irapuás e seu filosofo Sugismundo
Faltava o depoimento das irapuás, que roíam incansavelmente
um flamboyant florido e os botões de um roseiral.
- Querem saber de uma coisa? — disse uma delas — Esse negócio de sistema de governo, rei, rainha, súditos, bem como de modos de
ser—eu faço, eu quero etc., — tudo isso leva ao artificial à falta de naturalidade.
No fundo isso é elitismo. Até a abelha independente que fura o
chão para ali pôr seus ovos, no fundo é elitista. Pois ela vai escolher um
terreno seco e reveste-o com pétalas de flores. Ela não escolhe o lodo. A
Apis, então, nem se fala! Sujeira, com ela, nem de longe! Ora, nós, irapuás apesar de sermos favoráveis ao lema da mamangaba e não vivermos
filosofando, também temos nosso filósofo, o Dr. Sugismundo Freudo,
que explica que os insetos não devem viver para sublimidades porque
isso dá complexos e desiquilíbrios emocionais.
Eles devem ser espontâneos, naturais e ver com naturalidade tudo
o que é natural... até a podridão da natureza e os próprios excrementos
dos animais. É por isso que nos, irapuas, com a mesma naturalidade roemos um botão de rosa ou recolhemos excrementos de cachorro.
O que tem isso de mais? Há neles matéria orgânica em abundância que importa não desperdiçar... Daí os utilizarmos, juntamente com
as pétalas de rosa, em nossas construções...
- Que nojenta, “seu” Jan!
• Como se resolve uma revolução... entre os animais
Isabel, você tem razão; disse “seu” Jan. Foi precisamente nesse
momento que o colibri verde-azulado, que do alto de uma goiabeira a
tudo assistia ao lado do bem-te-vi...
- Mas, “seu” Jan, o colibri não persegue o bem-te-vi como perseguiu o beija-flor? Perguntou Isabel.
-88-
• Apislene faz uma revolução em sua colméia
Não sei como, mas quando a Apislene, a invejosa, a discreta admiradora de Florispinha e de Vespinhenta, levantou vôo, fui atrás e entrei com ela na colméia. Havia preocupação no ar, porque a rainha estava
demorando muito para voltar.
- Hoje tenho novidades! disse Apislene. Vou contar-lhes uma discussão que ouvi entre abelhas, vespas, e outras primas nossas.
A colméia toda parou e a abelha contou, tim tim por tim-tim, o
que se passara.
- Querem saber o que penso? — disse uma das abelhas que parecia ser das mais velhas e influentes, e que vivia se roendo de inveja da
rainha.— A vespa tinha razão. Não podemos ficar sujeitas à rainha. Vejam,
é só ela ausentar-se por um tempo maior que o trabalho todo pára e há
consternação geral. Se todas fôssemos rainhas, não haveria isso. Sentir-nos-íamos mais livres, desimpedidas, leves, e sempre tranqüilas.
As palavras de Apislene e as da velha invejosa causaram profunda
impressão em certo número de abelhas. Começou a fermentação de um
clima de
descontentamento que se intensificou até explodir em franca revolta
quando a rainha chegou.
Ao chegar, ela imediatamente se deu conta da revolução em seu
reino. Apesar da vigilância de sua guarda pessoal a rainha foi agarrada
pelas revoltosas e por pouco não foi decapitada. As líderes da revolta
permitiram, entretanto, que ela, sua corte e demais abelhas que o quisessem, partissem.
Na colméia só ficaram as revoltosas. Sem rainha e com crias prestes a nascer. Quem cuidaria de toda essa criançada?
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
-Não, minha menina, eles dividem o território entre si. O bem-te-vi come insetos e o colibri alimenta-se do néctar das flores. Quanto
menos insetos houver no território dele, mais néctar lhe sobra. Mas continuemos...
- Que tal, senhor Bem-te-vi, o senhor almoçar algumas abelhas
hoje para abrir o apetite?
- Aceito o convite, senhor Colibri. O senhor me acompanha?
- Seria muita honra, senhor Bem-te-vi, mas minha dieta é diferente e meu médico mandou não transigir nessa matéria. Apenas me
permitiu um ou outro pemilongo que apanho nas teias de aranha. Mas,
tenha bom apetite.
O bem-te-vi não se faz de rogado; dá um mergulho no ar e cai sobre a Florispinha; dá uma volta e engole Vespinhenta; retoma e abocanha
a mamangaba, tendo antes engulido uma ou duas irapuás. Foi salve-se
quem puder! E uma festa para as crianças, algumas torcendo pelas abelhas
e outras pelo bem-te-vi.
• Nasce o CSPC “Comitê de Salvação Pública”... da Colméia
Constituiu-se, então, um “Comitê de Salvação Pública da Colméia”.
89
- Parecido com aquele da Revolução Francesa, “seu” Jan? Pergunta Henrique, o mais crescidinho dos meninos e que gostava muito de
História.
- Sim, Henrique, mas não vamos desviar o tema agora. Depois
você conta para os outros como foi essa Revolução.
A primeira disposição do tal “comitê” foi distribuir a igualdade...
Assim, em primeiro lugar e desde logo, geléia real para as principais cabeças da revolta. Depois, como a situação era extraordinária, regime de
trabalho forçado para as outras.
Conforme dissera a vespa, as abelhas, ao comerem a geléia real,
sentiram deveras algo de novo. Era a possibilidade de serem mães. Mas
cada ovinho que punham representava um passo a mais para a extinção do enxame, pois nasciam zangões, os quais, além de preguiçosos e
totalmente inúteis para os trabalhos da colméia, são terríveis comilões.
Comem por dez.
Em pouco tempo na colméia se estabeleceu o mais completo caos.
Não havia mel suficiente para todos, porque não havia o que chegasse
para os zangões e já não nasciam mais operárias. Em conseqüência, não
só não havia mel, como não havia quem fizesse a limpeza, quem cuidasse
da vigilância, quem elaborasse a cera e construísse os favos. Ademais,
com a falta de mel, foi preciso aglutinar as abelhas em tomo das crias
para que não morressem de frio. E eram sempre zangões e mais zangões!
E, pior ainda, um inimigo discreto e mais terrível — a traça da cera —
penetrou na colméia sem ser percebido.
Acabado o mel, as abelhas passaram a viver, cada uma por si. Alguns zangões conseguiram juntar-se a outros enxames. Porém, as operárias, por não possuírem o cheiro característico das outras rainhas, não
eram admitidas em outras colméias, e por vezes ocorriam verdadeiras
batalhas, acabando quase sempre com morte das invasoras.
Apislene — a abelhinha que iniciara a revolta — quando o mel
chegou ao fim, teve que virar-se como as outras para poder sobreviver.
Saiu a procura de néctar... mas foi sua última excursão. Encontrando uma trepadeira com belas flores cor-de-rosa, sôfrega, entrou em
uma delas.
Ali, justamente ali, onde ela pensava encontrar o néctar reconfortante, instalara-se uma aranha, que disfarçada como parte da flor agarrou com suas fortes mandíbulas o pescoço de Apislene e... acabou-se.
- Bem feito! Exclamou a pequena Marta. Aquela invejosa merecia
mesmo esse fim.
- E o que aconteceu com a outra, “seu” Jan?
- Que outra, Margarida?
- Aquela tal que se roía de inveja da rainha e chefiou a revolta.
- Ah, essa já tinha morrido há muito tempo. Como era muito
mandona e queria ser a primeira em tudo, logo no segundo dia da revolução foi decapitada em nome da igualdade...
• E a revolução fracassou!
Um dia, meus meninos — disse “seu” Jan, abaixando a voz e falando mais compassadamente para terminar com solenidade —, um dia,
-90-
• Aprendei com as abelhas a viver feliz!
“Seu” Jan, aproveitando o suspense em que deixara a sua fábula
encerra a história com uma lição moral.
- Por isso, meus meninos, se querem saber o segredo para uma
vida feliz e para a posse de uma consciência tranqüila...
- A tia Maria sempre diz que a consciência tranqüila é o melhor
dos travesseiros; não é verdade, “seu” Jan? — interrompe, mais uma vez,
Isabel.
- Isso, minha pequena. Se querem a felicidade, nada de inveja,
maledicência e preguiça. Sejam abnegados, meus filhos, dedicados e
operosos, como Apislinda, Apisbela e outras tantas abelhas que ainda
hoje enchem com seu alegre zumbido as minhas colméias. Cada qual
no seu lugar, todos desempenhando com zelo seu papel para o bem do
conjunto e — repito — sobretudo nada de inveja!
Assim terminava a fábula de meu avô. Espero que o leitor tenha gostado.
Capítulo I do livro “Aprendendo com as abelhas a viver em sociedade”,
Artpress Editora, São Paulo, 1995, 110 p. Ilustrado.
Compra online: http://maffeidemarchi.mercadoshops.com.br/
Notas:
1. Cfr.Donald J. DeLong, Introdução ao Estudo dos Insetos/Editora da
Universidade de S. Paulo, S. Paulo, 1969, pp.467 a 487.
2. “Primeiro comer, nunca filosofar” adaptação do ditado italiano que diz
“primo mangiare, doppo filosofare”, ou seja, “primeiro comer, depois filosofar”.
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
como lhes disse, em que a vigilância havia sido relaxada por falta de
guardiãs, ocorreu a tragédia. Uma mariposinha da cera, que penetrara
pelo alvado, havia depositado num favo desguarnecido milhares de ovos
da terrível traça da cera. Em pouco tempo esses ovos eclodiram dando
origem a vorazes insetos. Favos, restos de mel, e até crias, tudo foi destruído por eles. Dentro era só o emaranhado de fios de seda das larvas
da mariposa, formando uma verdadeira armadilha. Um cheiro insuportável, tão insuportável que me pôs zonzo.
Pensei com meus botões: Quando alguém cede à inveja, que desastre! Hum! Realmente, que desastre essa revolução das abelhas!
Nesse instante, a rede em que me balançava foi sacudida pelo
Cornélio, meu caçula, e com isso acordei.
No galho mais alto da goiabeira estava um bem-te-vi com uma
mamangaba no bico, e, numa flor, um colibri, tremulando aos raios refulgentes do sol sua plumagem verde-azulada.
Ao menos alguma coisa fora real...
91
Mercedes Knauber Brandão
EU
...estava na inauguração de uma mostra de arte na qual participava com
um quadro pintado...
quando um rapaz se aproximou e revelou uma história que dizia respeito a mim...
uma história de como era o meu dia a dia nos tempos de esposamãedonadecasaprofessorapintoraescritora...
tudo isso e muito mais...quando ele disse algo que meu filho havia percebido e comentado...
algo mais ou menos assim ...”nem sempre as coisas são como parecem ...
quando lembro de meu pai e minha mãe... tenho diante de mim a imagem de duas pessoas tão diferentes... que viviam em nossa casa...ele... na
sala... sempre vestido com terno e gravata... sentado no sofá... atento às
notícias na televisão... cercado de livros jornais computador... criando
leis que seriam adotadas por um tempo... até que fossem substituídas
por outras novas... .pois algumas sempre mudam ... esperando o almoço
ser servido na sala ao lado por... ela... minha mãe...que por muitas horas trabalhava na cozida para oferecer a degustação de boa qualidade...
pratos enfeitados com alimentos coloridos cortados em desenhos artísticos... que atraíam a atenção...todos os dias tínhamos esse luxo à mesa
...em um ambiente cercado de lindos quadro de vasos com flores... na parede... pintados por ela... para alegrar a casa... e... vejo agora... depois de
tantos anos passados...livros de capa cinzenta na estante dessa casa...livros que ninguém lê...porque estão ultrapassados em seus conteúdos...e
quadros...interessantes quadros de pintura ... expostos aqui neste espaço
de arte... onde muitas pessoas vêem visitar todos os dias... para apreciar
a arte...”
-92-
Regina C. Drumond
GESTÃO DE TALENTOS NA DANÇA
DAS MUDANÇAS
1.Considerações Iniciais
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Nesta era do conhecimento, do empowerment, da criatividade e
inovação, fala-se muito sobre transformação e mudanças nas organizações.
Até bem pouco tempo considerava-se que líderes são pessoas dotadas de
capacidade de comando e influência, que fazem as coisas acontecerem
porque tem visão, ambição, criatividade, carisma, fazem inovações dentre outras qualidades.
No mundo das organizações a idealização de liderança nos leva
a buscar figuras heróicas como forma de socorrer, salvar a todos e isto
tem limitado o nosso pensar, desviando a atenção de organizações que
se reinventam e se adaptam de modo contínuo e dão permissão para que
a liderança venha de vários locais e de pessoas diferentes.
A palavra mudança vem do francês –changer- que significar contorcer ou desviar-se como uma árvore que vem crescendo a procura do
sol e de modo semelhante Heráclito afirmou que a única coisa permanente é a mudança A necessidade de mudança pode ser externa – tecnologia, clientes, concorrentes, mercado, ambiente sócio político, ou interna – como a organização se adapta a mudanças no meio e que deve estar
equilibrada nas práticas, visões e estratégias organizacionais.
Beckard considera que as pessoas não resistem a mudanças, mas
resistem a serem mudadas e Deming em suas prescrições para os programas de qualidade nas organizações no referente a mudanças afirma
que nada muda sem haver a transformação pessoal, que vem da palavra
transformare que significa alterar a forma.
Senge em seu livro A dança das mudanças propõe que deve ser
realizada uma mudança profunda nas organizações. O que isto significa?
A mudança profunda descreve as mudanças organizacionais que combinam alterações internas nos valores, aspirações e comportamentos das
pessoas com alterações externas nos processos, estratégias, práticas e sistemas.
A palavra profunda vem do latim – fundus- que vem a ser base ou
fundamento.
Na mudança profunda ocorre aprendizagem e não basta mudar estratégias, estruturas e sistemas a não ser que também se mude o pensamento
de quem as produziu.
Todos estes conceitos nos levam a buscar um novo olhar a partir
do conceito de LIDERANÇA de Peter Senge : a liderança é a capacidade
de uma comunidade humana configurar o seu futuro, e, especificamente, de sustentar os processos de mudança significativos necessários para
que isto ocorra. Para Senge, a liderança é ligada a alta performance, à
93
satisfação pessoal e ao envolvimento intenso com o ambiente em que se
vive. Gerenciar passa a ser não apenas um cargo, mas um estilo de vida
capaz de gerar profundas mudanças na sociedade.
Senge afirma que já não é mais possível tratar as organizações
como se fossem máquinas. Organizações são organismos vivos por excelência, todos os seus membros aprendem a organizar o seu tempo,
concedendo-se espaço para a reflexão e as atividades criativas e inovadoras, onde o aprendizado continua sendo o desafio mais importante.
A liderança se desenvolve, portanto, na capacidade de reter uma
tensão criativa, isto é, com a energia gerada para articular e enxergar a
realidade atual e fazer alavancagens futuras. Este conceito está de acordo
com o posicionamento de Peter Drucker que define a liderança como
uma visão, e onde não houver visão as pessoas se sucumbirão.
2. A gestão de talentos e a liderança
Nas organizações há líderes de diferentes níveis hierárquicos –
networkers internos – que desempenham papéis críticos na geração e
sustentação de tensões criativas.
Seu ponto forte é a capacidade de criar movimentos na organização, em formar redes de alianças, de assessorar os líderes formais, de
espalhar as sementes de novas idéias e práticas.
A organização é uma comunidade humana, um sistema vivo e
necessita de pessoas para cuidar de seu crescimento. Assim a liderança
deve estar focalizada nas tarefas, nos processos e na plenitude do ser humano, não se esquecendo de atender as necessidades humanas básicas
de Maslow, especialmente a necessidade de realização do ser humano.
O líder moderno deve ser um servidor. Líder servidor é aquele
que exercita a liderança consciente, que tem a liberdade de fazer o que
acha certo e ser responsável pelas conseqüências de seus atos, mas antes
de tudo é aquele que cultiva a aprendizagem contínua.
Esta liderança consciente reside no princípio de ser responsável
por grandes sistemas, o que requer o exercício das inteligências múltiplas, relacionadas a seguir:
*Inteligência fiscal – capacidade de compreender e agir de acordo com
os fluxos, procedimentos financeiros, processos. È uma ferramenta crítica para dar valor ao tempo das pessoas, ativos e relacionamentos e
aprender como o negócio ganha viabilidade financeira.
* Inteligência social – a qualidade dos relacionamentos impacta diretamente na produtividade. Permite ao líder escolher a forma social apropriada para os grupos de trabalho comprometidos, auto gerenciáveis e
orientar as pessoas nos seus relacionamentos. Afina as pessoas com os
problemas sociais que ocorrem ou que virão no futuro.
* Inteligência noética – aumentar continuamente o QI coletivo. Perceber as mudanças no ambiente, construir a compreensão compartilhada
dos dados que surgem, criar conhecimento em toda a organização e refletir.
* Inteligência emocional – focaliza no sentimento emocional e identifica as mensagens que estão por trás, criar relacionamentos confiáveis.
Os sentimentos e as emoções tem poderosa influência na razão.
-94-
3. Concluindo
O futuro é agora....
Sua empresa e você estão preparados para administrá-lo?
Luther King considera que a verdadeira medida do ser humano
não é como ele se comporta em épocas de conforto e sucesso, mas como
ele se mantém nos momentos de desafios e contradições.
Ser flexível, perseverar, aprender a desaprender, criar e inovar,
gestão do conhecimento, gestão de competências, gestão de talentos... a
sociedade segue buscando diferentes caminhos para criar o seu próprio
futuro.
No campo empresarial há propostas para gerar mudanças em termos de relacionamentos, de atenção aos clientes não só em nas áreas de
produtos e serviços, mas na interação e criação de relações de vanguarda
junto ao mercado através de visões inteligentes e com contribuição de
pessoas talentosas, que criam, inovam e participam dos objetivos organizacionais.
A imaginação, a reinvenção e os novos modelos organizacionais
se baseiam cada vez mais na capacidade de criar, inovar e conectar que
tem as organizações humanas, sempre ávidas por novos enfoques e soluções com qualidade.
Gerenciar talentos significa cada pessoa ser o juiz de suas próprias idéias, questioná-las e recriá-las para ser o autor - construtor do
novo mundo que a cada dia nasce e renasce. Em outros termos significa
aprender a pensar, aprender a aprender e aprender a criar, desaprenden-
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
* Inteligência ambiental – verifica os modos pelo qual o ambiente físico
e as práticas gerenciais dão suporte ao comportamento seguro. O ambiente é aberto? estéril , emocional ou intelectual?
* Inteligência espiritual – ter espaço, liberdade e segurança em trazer o
nosso ser completo para o trabalho.
Desta maneira conclui-se que o maior diferencial competitivo das
organizações é e sempre foi o talento humano com a sua capacidade de
gerar novas idéias e inovar. Todos temos talentos inatos que nos ajudam
a melhorar o desempenho tanto no aprender a pensar, em aprender a
aprender, desaprender e aprender a criar, isto é, as pessoas tem talentos
para liderar, inovar, motivar, serem empreendedoras e agir de maneira
inteligente.
Os talentos humanos transformam habilidades, inovam técnicas,
criam, inventam, fazem diferente com flexibilidade, fluidez, adaptabilidade, originalidade, autenticidade, excelência e alto rendimento. Talento
é o fundamento do desenvolvimento individual, da satisfação, da motivação e realização no trabalho.
São estas capacidades inatas que geram motivação no desempenho de tarefas em ambientes favoráveis. Considera-se, portanto, que a
gestão dos talentos humanos é o grande diferencial competitivo e sustentável atualmente. O trabalho precisa ser significativo onde as pessoas
sentem felizes em produzir, são motivadas, criam, participam do que
lhes afetam, tem elevada auto-estima, cultivam valores e desenvolvem
sinergia em parceria com os talentos das outras pessoas da equipe.
95
do todo o tempo.
A liderança deve, portanto, Inovar para criar novas conexões,
para se diferenciar, inovar para evoluir. Inovar como a arte de fazer boas
perguntas, para despertar novas maneiras de pensar. Inovar como a capacidade de visualizar oportunidades e explorar a mudança como um
processo normal e cotidiano da organização.
Inovar como parte do trabalho diário dos talentos humanos.
Estabelecer um ambiente favorável ao pensamento livre, à experimentação, a assumir riscos, romper paradigmas e divertir-se, através
de um processo que privilegia o divergir e o convergir pelo pensamento
lateral criativo e inovador proposto por De Bono, ao mesmo tempo que
agrega valores nas organizações.
Pessoas precisam de flexibilidade para desempenhar os seus papeis e as organizações precisam da flexibilidade das pessoas para fazer as
coisas acontecerem e gerar valores para todos os envolvidos no negócio.
SER
Solo fértil para plantar e semear...
Semear idéias, semear criações e inovações
Semear relacionamentos, fazer novas conexões
Semear melhor desempenho para empreender
E recriar nossos talentos
A Gestão de Talentos na dança das mudanças está centrada em
temas ligados a desenvolver pessoas, na gestão de competências criativas
e na conexão para criar redes de contatos e relacionamentos com o objetivo de ampliar o processo criativo com a interação e participação ativa
de pessoas para otimizar o desempenho das empresas e de seu pessoal.
A chave da gestão empresarial está em inovar. Não é nenhuma
novidade dizer que a inovação é um valor chave para as empresas modernas que desejam permanecer no mercado. Para inovar há que ser
criativo. Para inovar é necessário descobrir, despertar, cultivar e aperfeiçoar os Talentos Humanos.
Criatividade é um processo vivo, fluido que abraça pessoas, equipes, áreas de trabalho e vai mais além das estruturas formais de uma empresa e
se alia à gestão de talentos para estabelecer relações inovadoras e melhorar o impacto da formação sobre o trabalho diário das pessoas.
Precisa-se pensar em novas formas de competir, de alcançar novos mercados, de inovar conceitos e antecipar mudanças.
Não há segredos ou fórmulas mágicas para se ter um sistema de
gestão de desempenho com êxito e sustentável.
Importante está em avançar e recuar para refletir, flexibilizar, buscar novas idéias, ouvir opiniões, sugestões e propor novas estratégias de
desenvolvimento de pessoas e organizações, onde todos pensam, todos
participam dentro do mesmo foco – buscar a excelência organizacional
pela gestão dos talentos humanos nesta era onde a mudança é a ação
constante e onde a sustentabilidade vem em primeiro lugar.
Regina C. Drumond – [email protected]
Fontes de consulta:
– A dança das mudanças, Senge P. - A quinta disciplina, Senge P.
- A era dos talentos – Mauro Press, texto in website RH.com.br
-96-
Renata Carone Sborgia
CHANCES...
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Sonhei e muito.
E pesadelos???
Inevitáveis.
Construí sozinha castelos.
Onde estão???
Soltos dentro de mim.
Quem os habita???
Sonhos e devaneios.
A Lua sorriu para a estrela.
Uma estrela???
Não. A estrela solitária.
Fiz perguntas...num dia...
As respostas saltitaram.
Fugiram???
E as dúvidas???
Sem respostas. Calaram-se.
Abraçada com a solidão.
A vida não me ofertou o pedido.
E a vida???
Roubou-me muitos castelos que sorriam.
A lágrima é apertada e teimosa.
Sonhei ...num dia...
Com uma chance para:
Sonhos e pedidos...
Com chances.
97
Roberto Ferrari
CONFISSÃO
Amor! Hoje quero te dizer algo,
Quero abrir a minha alma, revelar meus sonhos, meus pensamentos,
Espero que seu tempo não seja curto, ou mesmo apressado,
E que você tenha tempo para me ouvir
Pois quero te dizer o quanto te amo,
O quanto meu amor é intenso, maior que o infinito,
E quero que você, sinta nossos corações batendo no mesmo compasso,
Porque este dia tem que se diferente,
Vamos mergulhar nos nossos sonhos, fazer planos, promessas de amor,
Quero só falar de nós, da grandeza da nossa vida, da força da nossa
paixão
Antes que a noite chegue,
Quero te amar, te possuir e beber dos seus beijos apaixonados,
Quero declamar poesias em teu nome,
Quero recitar em versos, nosso amor,
Quero que nosso viver seja só harmonia, encantamento e poesia,
Vamos nos amar,
Através desta noite iluminada por este luar,
Tocada pela magia do amor,
E inspirada pela nossa paixão.
CANÇÃO DO CORAÇÃO
Meu amor se eu te tivesse, por um
dia
Essa paixão, essa felicidade,
Eu te juro, te entregaria meu coração,
Se tivesse esse amor todos os dias
Te amaria profundamente,
Escuta meu coração,
Sente toda esta emoção.
-98-
Vem ouvir este segredo
Cantado num poema de amor
E declamado pela voz do meu
coração
Se você soubesse como eu gosto
Do teu cheiro, do teu sabor,
Do seu jeito mulher
Nunca me negarias um beijinho
A quem anda perdido de amor
Grito meu amor, e choro
Choro eu, o teu poeta
Canto devagar, bem baixinho
Nesse choro falando de amor
Vem depressa, vem sem medo
Te entrego meu coração
E guardei dentro dele este segredo
Escondido num poema
Em um cantinho com seu nome,
Eu te amo, meu amor.
Salete Aparecida Bueno Oliveira Fochezatto
PASSAGEIRO NA NEBLINA
Sou passageiro do tempo
Saio de casa para o trabalho
Do trabalho para a escola
Nem vejo o sol que se põe!
À noite volto para casa
Meu refúgio meu lar
Minha base meu recreio
Aonde eu venho me aconchegar...
Vivo o presente
E sigo meu destino
O futuro! Quem sabe!?
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Acordo cedo e vejo
Esta neblina que cobre
A paisagem do mundo
Neblina que envolve
O sono da gente
No embalo do metrô
Eu adormeço.
99
Sandra Regina de Mello
MENINA MULHER
Menina mulher, cheia de encanto
É aquela mulher, madura romântica
Frágil, sensível, que vive sonhando
Que não jogou a boneca pro canto.
As vezes... muitas vezes
Se pega por acaso tristonha, confusa a chorar
Não sabe como lidar com as coisas
Mas como mulher tem que aceitar
Seu jeito é feliz e sabe refletir
Onde anda é só felicidade, responsável
nunca deixa de ser, pois sabe que valores
morais, uma mulher tem que ter.
Este jeitinho de menina está dentro de si,
não dá pra dispensar, pois quando se
mistura com a mulher... vive a desabrochar.
Menina, mulher! Onde estás?
Amanheces, feliz sorridente a cantar
Ao entardecer, quando a noite cai,
Talvez, volte a chorar...
SOLIDÃO
O que é solidão?
Vazio tão grande.
Sem nenhum clarão,
É sentir-se sozinho no meio da multidão.
Ou talvez tristeza sem solução.
-100-
Problema mal resolvido
Traz muita insatisfação
Mas esses olhos sem brilho
São sintomas de solidão.
É correr sozinho
No meio da tempestade
É fazer as coisas
Mas não ter vontade?
É ouvir, sem escutar nada
Ou sorrir sem vir do coração?
É alguma coisa, que acaba com a disposição.
Se um dia se sentir assim
Não entre nessa não!
Solidão é complicado
Acaba com a razão.
Erga cabeça e viva
Cante uma canção
Ouvir sua própria voz
Já traz satisfação
Não pode se sentir sozinho
Quem tem alma, corpo, coração
Grite eu sou mais eu! E siga em frente
Então, diga não e persista.
Não há solidão que resista.
Nunca me negarias um beijinho
A quem anda perdido de amor
Grito meu amor, e choro
Choro eu, o teu poeta
Canto devagar, bem baixinho
Nesse choro falando de amor
Vem depressa, vem sem medo
Te entrego meu coração
E guardei dentro dele este segredo
Escondido num poema
Em um cantinho com seu nome,
Eu te amo, meu amor.
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Pode ser a perda de alguém.
Saudade traz solidão.
Ou talvez a indiferença, você faz falta, não?
Isso acaba com a auto estima, resulta solidão.
101
Sílvia Araújo Motta
ACRÓSTICOS
MANUELA CACILDA CARABAJAL LOPES
VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO SUPERIOR DA ALB
Acróstico-Histórico nº 3774/Por Sílvia Araújo Motta
M-Manuela Cacilda Carabajal Lopes,
A-Aos setenta e quatro anos, em 2001,
N-Na capital Boa Vista, em Roraima,fez
U-Um Quadro sobre DICAS DE SAÚDE...
E-Entusiasmada, pesquisou para ouvintes,
L-Liderando na Rádio Difusora Roraima,
A-Apresentação do Programa Cultura Ativa/ALB.
C-Com múltiplos enfoques e vasta experiência
A-Adquirida, na escrita da Pesquisa Científica,
C-Com bom estilo, mostra a competência:
I-Inclui utilidade na publicação de seu LIVRO,,
L-Leveza na crítica apurada de hábitos nocivos:
D-DICAS DE SAÚDE-set/2001-Estão recomendadas!
A-A leitura é prazerosa e agradável aos leitores.
C-Cacilda Carabajal é Doutora Honoris Causa, pela
A-Academia de Letras do Brasil/Ro e pelo Conselho
R-Regional de Psicanálise Clínica de Roraima:
A-Aprovada para Conselho Superior Nacional/ALB.
B-Benfeitora, Funcionária Pública Estadual/RS!
A-Aposentada na Secretaria de Saúde, leva-nos a crer:
J-Jamais será esquecida a GUARDIÃ DA SAÚDE,
A-A conhecida (Médica) de grande população,
L-Ligada à Vila dos Farrapos, Porto Alegre/RS.
L-Luzente MÃE para Mário,Neusa,Carlos e Edgar;
O-O esposo Fernando O.R.Lopes, Jornalista-Telegrafista;
P-Professora em Bagé, onde nasceu aos 20-8-1927.
E-É filha de Orfelina Carabajal e Olívio Carabajal!
S-Serviu com Enfermeira Voluntária na 2ª Guerra Mundial.
---PARABÉNS PELO ANIVERSÁRIO NATALÍCIO!--Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil,
ALB/MG, Sábado, 23 de julho de 2011.
http://www.recantodasletras.com.br/acrosticos/3114671
-102-
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
MIGUEL MÁXIMO ANGELS ROBLES TEJAD
VENEZUELANO NO BRASIL-PATRONO INTERNACIONAL
DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL
*21-fev-1922:Aroa/Jaracui/Venezuela
† 12-Mar-2001: Boa Vista/Roraima/Brasil (80 anos)
Homenagem acróstica Nº 1860/Por Sílvia Araújo Motta
M-Miguel Máximo Angels Robles Tejad, reconhecido
I-Imortal Ph.I, diplomado Patrono Internacional da
G-Grandiosa Academia de Letras do Brasil/Roraima,
U-Uma personalidade genial, cultural e científica,
E-Expressão Mundial como Escritor, Pesquisador,
L-Líder em espanhol, português, chinês, alemão, francês!
M-Máximo nasceu em Aroa/Estado Jaracui/Venezuela;
Á-Amado pelos pais Sílvio Robles Lemanes e Carmen Tejada,
X-“X” genealógico do bisavô Capitão Victor Lemanes, que na
I-Independência da América lutou contra os espanhóis.
M-Mana Laura Robles, esposa do General Geraldo Injoque.
O-Oitenta anos de vida, cultura, buscas, teorias e obras!
A-A viagem de volta ao mundo, cidade-a-cidade, fez duas vezes
N-Na verdade, pesquisava sobre cultura, economia, população...
G-Guardou na memória cada história que se tornou universal.
E-Em uma publicação bilingue, coautoria com Mário Carabajal,
L-Livro “Passeio Cultural pelo Globo da Terra” é referencial
S-Sobre Geografia, Antropologia, Política, Estatística, Filosofia...
R-Robles lutou pelos Direitos Humanos e Direito Internacional.
O-O Filósofo Imortal da ALB defendeu as Causas Imortais;
B-Bem preocupado com grandes problemas sociais, dedicado,
L-Ligou-se à Tese da “Erradicação da Fome Mundial” e sugeriu
E-Em um “Grande Mutirão Mundial” para o plantio de trilhões de
S-Sementes, mudas frutíferas, meio às cidades, bairros e casas.
T-Totalmente contra às “Artes da Guerra, à Morte e à Destruição”
E-Escreveu sobre a “Nova Teoria da Genética Humana na Terra.”
J-Já reconhecido autor da inédita “Nova Doutrina, Filosofia e Religião
A-Amazônica” e das “Primeiras Pautas do Direito Interplanetário.” Autor
D-Da “Criação ou Iniciação da Engenharia da Alma, Mente e Espírito.”
V-Venezuelano Robles, indicado pela ALB, para vários “Prêmio Nobel.”
E-Engenharia Roblesiana faz “referência ao possível cruzamento
N-Natural da raça humana pura: indígena, amarela, negra, ariana,
E-Especialmente, através de seus remanescentes normais “sadios”
Z-Zelosos, após o balanceamento ortomolecular, poderão alcançar
U-Um entrecruzamento, com “resultados genéticos sãos e perfeitos”
103
E-E ainda, Robles renomeou e subdividiu todas as Orlas Hidrográficas
L-Limites da Terra, utilizando-se do nome brasileiro “AMAZÔNIA”
A-Assinou a tese do “Exército Verde de Mulheres à margem do Rios,
N-Na observação de que a água potável é mais rara a cada dia” é certo
O-O caminho útil da dessanilização das águas do mar do planeta.
N-No espaço ocupado no Guiness Book do ano de 2000, pode-se ler
O-O processo movido por Robles Máximo contra o governo do Canadá:
B-Batalha Judicial reivindicada pelo ex-combatente de Guerra que
R-Reclamou indenização até àquela data, por quarenta e seis anos!
A-A dedicação ao roteiro de um filme “O Retorno das Amazonas”
S-Seria ao final, mais um dos seus trabalhos para mostrar ao mundo,
I-Importância da preservação do meio-ambiente e dar orientação aos
L-Líderes Governamentais e às Populações, em propostas ecológicas.
Pesquisar:overmundo.com.br/banco/miguel-maximo-angels-robles-tejad-venezuelano-no-brasil-patrono-internacional-da
*Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil,12 de julho de 2008.
CARLOS REINALDO CARABAJAL LOPES-PhI/ALB
PATRONO NACIONAL da ALB
Acróstico-biográfico-Nº 3775/Por Sílvia Araújo Motta
C-Carlos Reinaldo Carabajal Lopes-Escritor-PhI,
A-Apresentamos a todos Imortais Escritores,
R-Reconhecido PATRONO NACIONAL da ALB!
L-Louvores pelo crédito de provar Primeiro:
O-Os Documentos e fotos podem comprovarS-Seu legado à História Humana, à priori,
R-Revelou que do CHUÍ ao CABURAÍ são os maiores
E-Extremos do Brasil; viajou e afirmou, em 1987,
I-Indiscutivelmente, até que se prove o contrário,
N-No automóvel SP-2. Ofereceu aos Historiadores
A-A comprovação de seu feito, valor extraordinário...
L-Laureada contribuição para os Pesquisadores...
D-Digno dos ANAIS da Academia de Letras do Brasil,
O-O Título de Filósofo Imortal, por Notório Saber!
C-Carlos nasceu aos dezessete de fevereiro de 1955,
A-Afirmando seu tempo de 46 anos de felicidade:
R-Risonho e Amigo, sua alegria sabia contagiar!
A-A filiação registrada, em querido berço familiar:
B-Bagé/RS, Município a 374km distante da Capital.
-104- A-Amado pelo pai Olegário Robaina Lopes,escritor,
AFFONSO PENNA
AFONSO AUGUSTO MOREIRA PENA.
Patrono Estadual da Academia de Letras do Brasil
Seccional Estadual de Minas Gerais.
*30-11-1847(Santa Bárbara/MG)---†14-06-1909(RJ)
Homenagem-acróstica Nº 3735/Por Sílvia Araújo Motta
A-AFONSO AUGUSTO MOREIRA PENA
F-Foi eleito sexto Presidente do Brasil em 1906.
F-Foi Governador-Presidente de Minas Gerais;
O-O Senador e o Vice-Presidente que encena
N-Nos pleitos do Brasil, aclamação do Vencedor;
S-Sábio Mineiro da cidade de Santa Bárbara,
O-Ostentando o valor brasileiro entre Imortais.
A-Affonso Penna doutorou-se na Magistratura!
U-Um Deputado Provincial, opção profissional,
G-Garantida quatro vezes pelo Partido Liberal;
U-Um adepto da ordem civil da REPÚBLICA
S-Serviu à Assembleia Constituinte Mineira,
T-Tornou-se Relator da Constituição Estadual;
O-Ocupou-se da transferência da Capital para BH.
M-Muito atuante no Saneamento Básico, criou e
O-Ofertou-nos o valioso Instituto Oswaldo Cruz...
R-Razões ao Serviço Geológico e Mineralógico...
E-Essencialmente Presidencialista ele fez jus
I-Inigualável, deu luz às questões econômicas:
R-Reformou o Sistema Monetário, também criou
A-A Caixa de Conversão das diferentes Moedas.
P-Pela liberdade, soube lutar como Abolicionista!
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
J-Jornalista, Profissional Telegrafista de valor;
A-Amado por Dra. Manuela Cacilda Carabajal Lopes,PhI,
L-Líder Profissional da Saúde/RO, Escritora Imortal.
L-Lopes foi Paraquedista, Poeta, Músico,Compositor,
O-O Técnico de Grandes Transações Imobiliárias!
P-Participou do Curso Superior-Licenciatura/História,
E-E desistiu antes da formatura, pela opção histórica.
S-Seu falecimento ocorreu em Bagé/RS:11-abril-2001.
-------Homenagem in memoriam------Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil,
ALB/MG, Sábado, 23 de julho de 2011.
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E-Exímio Ministro da Guerra, Agricultura e Justiça!
N-Nas Redes Ferroviárias, cafeicultores conquista...
N-No sudeste, ampliou e modernizou os Portos...
A-Assumiu o Gabinete Imperial de D. Pedro II.
Belo Horizonte, terça-feira memorável, 23 de agosto de 2011,
Data da Instalação da ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL
-SEÇÃO ESTADUAL DE MINAS GERAIS.Sigla ALB-MG.
HINO DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL
SEÇÃO MINAS GERAIS
Letra-poética de Silvia Araújo Motta Soneto-Sáfico-heróico Nº 3176
Composição musical: Edison Lago Pinheiro Filho
INTRODUÇÃO
Nova Estação; é bom poder saber
desta vitória em luta por valor,
na(A-L-(éle)-B-(Bê)-cultura vê crescer:
-Planos e ações cultivam puro amor.
Um grupo planta, cuida e vem colher...
Frutos mineiros trazem bom sabor!
Minas Gerais convida quem quiser;
entusiasmada canta e espanta a dor:
E vale a pena a rede em cada ação,
integração de TODOS para o Bem
que dá um exemplo forte pra Nação.
HALPPAZ tem metas que transformam vidas!
Com liberdade entoam Hino: Amém!
Ações maduras devem ser colhidas!
REFRÃO:
H-Horizontes são infindos...
A-Arte mostra gente capaz,
L-Letras tem temas bem-vindos,
P-Pela busca, cultura traz
P-PAZ em luz transcendente...
A-Amor universal, ação refaz,
Z-Zelo ao meio ambiente.
FINAL:
H-A-L-P-P-A-Z: HORIZONTES-ARTE-LETRAS-PELA PAZ
-106- -
(*)Letra poética: Belo Horizonte, 16 setembro de 2010.
Profa. Dra. Sílvia Araújo Motta.PhI-Acadêmica na Cadeira nº 02/ALB/
MG
Composição musical: Gravação em BH, 20 de dezembro de 2012:
Pianista: Edison Lago Pinheiro Filho
Registro na Ordem dos Músicos do Brasil Nº000.007.606.048/14-032013.
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
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Wilhan Eduardo de Souza
AS VÁRIAS FACES DA JUSTIÇA
E SUA OBJETIVIDADE
Quando se fala em faces Da justiça, quer-se dizer, quais as suas
várias interpretações.
Segundo um dos princípios do Direito, justiça é dar a cada um
aquilo que ele merece, se merece o bem, que receba o bem, se merece o
mal, que receba o mal. Injustiça seria dar o bem para uma pessoa que fez
o mal, pois dessa maneira, não se teria nenhuma motivação para praticar
o bem.
Na visão dos promotores, sua função é progredir com a maior
quantidade de processos possíveis, valorizando assim o seu cargo. Como
observado no documentário de Maria Augusta Ramos, onde a defensora
pública afirma que pequenos casos são denunciados pela promotoria,
como furto de pequenos objetos, que possuem pouco valor de mercado,
estes casos acabam tornando o sistema lento, ainda não se sabe o porquê
desse tipo de ato, quais as evidências que levam a promotoria a assumir
certa posição. Em minha opinião, o promotor usa de sua função e poder
para propor uma credibilidade e manutenção do bom funcionamento
do sistema judiciário, é preferível que alguma justiça seja feita em vez
de nenhuma, para trazer a falsa percepção de que o sistema está em ordem e funcionando cada vez melhor. A diminuição dos processos em
andamento das imensas prateleiras dos fóruns também é um sinal desta
“realização da justiça”. Ela traz a sensação de que os casos estão sendo
julgados com cada vez mais rigor e que o sistema está funcionando com
cada vez mais eficiência, porém, se analisarmos a fundo, nem sempre é
isso o que acontece.
No sistema judiciário brasileiro é mais que óbvio e perceptível
que a justiça é subjetiva. Nossa justiça condena muitas vezes sem ter as
provas concretas que incriminem o individuo, condena pelos seus antecedentes, por subjeção. Por exemplo, em nosso direito o ato de portar
maconha se confunde muitas vezes com o uso desta pelo acusado, não
há objetividade para julgar e condenar. A meu ver, no mínimo, muitos
juízes se deitam em suas camas a noite para dormir e ficam a pensar
quais foram os atributos usados para tais julgamentos, certos de não ter
uma certeza; muitos promotores se deitam a pensar que acusaram alguém, porém na possuem provas concretas contra este.
A justiça é relativa. Cada ser humano identifica-a de uma maneira, havendo é claro certos padrões de aceitação, no entanto muda a
intensidade desses fatores. O que para alguns é uma contravenção para
outros pode se configurar como crime. Há uma subjetividade que torna
impossível a generalização do termo “justiça”. Encontramos isto na ima-108-gem da mãe do acusado de nome Carlos Eduardo, para ela, não é justo
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
que seu filho seja condenado, porém, mesmo sem provas construtivas,
a juíza o sentencia “réu condenado”; neste ponto encontram-se embates
de opiniões.
A justiça mais parece um jogo de sorte e julgamentos, onde guia-se pelo óbvio, pelo mais fácil e pelas falsas afirmações. Mas, este assunto ainda será muito discutido em tempos. Afinal, há uma justiça certa? Correta? Sem erros?. Não, enquanto o ser julgado for o ser humano,
nunca haverá justiça plena, ainda mais se for um julgamento de homens
julgados por homens.
A massa penitenciária brasileira é formada pelos indivíduos exclusos da sociedade capitalista, pessoas que se vêem em estado crítico de
vida, que vêem seus filhos passarem fome e frio por não terem a oportunidade de conseguir lucrar, por não se adaptarem ao sistema capitalista,
extremamente burocrático que consome, esmaga, obriga e estimula o
lucro. Por esta, não importa a justiça, mas importa qual a utilidade, a
serventia do elemento acusado dentro dessa sociedade desigual.
O juiz muitas vezes julga pela pessoa, e não pelo caso, talvez esteja
aí, nosso grande problema judiciário atual. Ao mesmo tempo em que
se busca um país de todos e para todos, se impõe um modelo que pune
o mais pobre, que descrimina o negro, o gay; não falo em todo social,
mas em parte da sociedade. Ai, não da nem para dizer que a culpa é do
Estado ou do poder judiciário, pois, enquanto certas atitudes não forem
abolidas por nós, fantoches do sistema, o mesmo não mudará. Como já
diziam os poetas e filósofos, se você quer ver mudanças no Brasil, comece por você mesmo, seja crítico, porém seja educado.
Não quero defender o bandido, mas quero condições dignas de
julgamentos que não sejam fruto de razão, pois em nossa constituição
de 1988 trás em seu Art.5.LVII o Princípio da Presunção de Inocência,
que nada mais é o fato de que “ninguém será culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória”. O trânsito muitas vezes é lento,
e os acusados penam em condições degradantes dentro das celas de delegacias, como se fossem já culpados e finalmente quando são condenados, preferem aceitar a pena do que, pedir a sua revisão, porque em seu
entendimento, na cadeia ele estará sendo tratado melhor e tem maiores
possibilidades de sua pena se passar mais rápido.
Dizem que vivemos em um período chamado de Pós Modernidade que, ao meu perceber esta longe de acontecer, precisamos observar
o que é realmente necessário para o convívio em sociedade, precisamos
acordar para a Democracia e abdicar por nossos direitos, em vez de, pedir reduções de tarifas, abdicar para que o capital derivado delas seja
investido em educação, saúde, moradia e todos os direitos, que são garantidos a todos por nossa Carta Magna.
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Mário Lopes Carabajal
ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL
ESCRITORES DA ORDEM DE PLATÃO
Em uma perspectiva indo-dedutiva interseccional, aproveite-se
aquilo que de bom pode-se absorver do pragmatismo sofista, das assertivas positivistas e mesmo da irrealidade nos excessos do humanismo.
Excetuando-se, sobretudo, a omissão sofista frente a opressão do Estado
às massas populacionais. Eliminando-se ainda, a dissimulação humanista, frente ao concreto.
Com bases no realismo, contudo sob a indispensável dialética,
busque-se o evoluir cultural e educacional indiscriminadamente, com
base nas assertivas de Platão. Este, antes de utópico, como erroneamente
remetem algumas correntes, lançou a estatização da escola, proporcionando a universalização dos saberes. Ainda, as bases jusnaturalistas do
direito natural, evoluindo ao positivismo e Revolução Inglesa, seguida
da Francesa, refletindo-se no Mundo ainda nos anos 2000.
Desrespeitosa e impunemente parte significativa dos governantes
tratam o Mundo como o quintal fechado de suas narcísicas experiências.
George Bush, por exemplo, para atingir Saddam Hussein, elevou no Iraque, na década de 2000 e ainda nos dias, em mais de 100 % o óbito entre
crianças de 0 e 5 anos. Câncer, leucemia e anencefalia, são algumas das
consequências da Guerra contra o Iraque. Mais de 100 mil mortos durante a invasão.
No Brasil, 6ª. maior economia mundial, 15 mil pessoas vivem em
extrema miséria. Enquanto isto, aproximados 3% do PIB brasileiro é saqueado pela corrupção. No mundo, mais de 1 bilhão de famintos disputam 25 mil mortes diárias em consequência da Fome.
Os escritores, através de seus livros, artigos, teses, palestras e conferências, devem assumir, além da criatividade, posturas críticoevolutivas, como a sugestão de maior severidade e celeridade dos Tribunais
Internacionais. Formando opiniões. Retirando o Mundo de posicionamentos com tendências apenas Normativas, a exemplo da ONU, para
dar lugar a um fazer mais concreto, como as ações da Organização Mundial Comércio. Os conflitos comerciais internacionais encontram arbitragem eficiente, enquanto milenares problemas, como a Fome Mundial, ganham compêndios e teses, reuniões, planos e tratados. Enquanto
a solução pode encontrar-se no simples plantio de árvores frutíferas em
ruas, praças e avenidas, ou frente às residências, em ação conjunta gover-
1ª COLETÂNEA “ENCONTRO DE ESCRITORES” - HOMENAGEM A MÁRIO CARABAJAL
Encerramos a 1ª Coletânea “Encontro de Escritores” - Homenagem a Mário Carabajal com um texto do Presidente Nacional
da Academia de Letras do Brasil, nosso homenageado, sobre o
papel dos escritores no mundo atual.
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nos/população.
O escritor do Terceiro Milênio necessita participar ativamente
da História Univérsica, invocando sonhos, ideais e realidades, sob princípios equânimes, alicerçados na verdade e determinação da vontade
coletiva, como observados nos escritores brasileiros, Doutores em Filosofia Univérsica, Imortais, Sílvia Araújo Motta, Miguel João Simão,
Krammer, José Faria Nunes, José Moreira da Silva, Tonny Costt, Daniel
Chaves, Adail Maduro Filho, Joaquim Moncks, Luíz Arthur M. Ribeiro,
Francisco P. M. Aguiar, José Ferreira da Silva, Carmelita Lohn, Paulo
e Vânia Diniz, Juliano Mendes, Tobias Pinheiro, Fídias Teles, Rosa De
Souza, Camilo Martins, Valdir Mendes, Osvaldo Waczuk, Carlos Venttura, Neida Rocha, Branca Tirollo, João Wilton Alves, Franklin L. Freitas, Valdir Gomes, Delasnieve Daspet, Mauro Demarchi, Soena, José
Mendonça Teles, Hélio Moreira, Aidenor Aires Pereira, Jorge Lasmar,
Maria Helena Sarti, Arnaldo Jabor, Cléverson Minikovisky, Marilza de
Castro, Mara Núbia e Ana Pitan. Como também os coautores da presente obra, entre outros Escritores Imortais, aos quais se registram o débito citativo.
Mário Carabajal .
O Texto acima foi publicado primeiramente na Anthologie Du Minas Gerais: LES PLUS BEAUX HORIZONS DE LA POÉSIE ET DE LA PROSE.
33º Salon DU Livre-Paris/France-22-25/March/2013 - Organization: Silvia Araújo Motta/BH/Minas Gerais/Brasil. (36 autores).
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