Edição 1_Out2009_Final
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Edição 1_Out2009_Final
O primeiro jornal de Uberlândia dedicado exclusivamente à arte de beber cerveja Jornal Bimestral criado e produzido por amantes da cerva Ano 1, Número 1 Outubro/Novembro 2009 Editorial O Papel da Cerveja na Origem da Civilização Seja bem vindo às páginas de O Cervejeiro! Nossa publicação bimestral tem o intuito de informar e distrair o apreciador de cervejas especiais e aqueles interessados no assunto, apresentando artigos sobre a arte da fabricação e degustação de uma boa cerveja, compartilhando informações, curiosidades, receitas, e divulgando a cultura cervejeira em Uberlândia e no Triângulo Mineiro. Como não amar a cerveja? A bebida faz parte da história da humanidade e há quem diga que sua invenção, juntamente com a do pão, possibilitou o início da civilização humana. De acordo com o antropologista Salomon Katz, não foi a busca por conhecimento que motivou nossos ancestrais a saírem de suas cavernas, mas sim a sede por cerveja! De acordo com sua teoria, o homem encontrou sua mais importante fonte de nutrição quando aprendeu a fazer cerveja através da fermentação de grãos há mais de 10.000 anos. O grão fermentado, além de mais saboroso, oferecia às pessoas uma quantidade de proteína muito superior aos grãos não fermentados. Mas para que o homem pudesse ter uma oferta constante de cerveja, era preciso uma fonte segura dos ingredientes necessários para sua fabricação. Para tanto, os nossos ancestrais precisaram abandonar seu estilo de vida nômade e começar a trabalhar a terra. Uma vez iniciada a prática da agricultura, a civilização humana foi uma mera consequência. Assim, da próxima vez que você estiver bebendo uma boa cerveja, não se esqueça de fazer um brinde aos seus ancestrais, e agradecê-los por tudo o que a civilização nos proporciona. Nessa primeira edição vamos falar um pouco da origem da cerveja no mundo e da sua relação com o desenvolvimento da civilização humana, além de iniciarmos nossa exploração dos ingredientes e métodos de fabricação que fazem de uma cerveja algo excepcional. A cada edição apresentaremos em detalhes o perfil de um tipo de cerveja diferente. Nessa edição homenagearemos a mundialmente famosa cerveja Pilsner, falaremos de sua origem Tcheca e do visionário que há mais de 160 anos revolucionou o mundo com a sua surpreendente invenção. Serão apresentadas algumas Pilsners de sabor e aroma diferenciados, além de dicas para servir e degustar. Outras revoluções também serão abordadas, tais como a Campanha por uma Ale de Verdade na GrãBretanha e a Renascença da Cerveja Artesanal nos Estados Unidos. Apresentaremos a ÜBERBRÄU, a primeira microcervejaria do Triângulo e um marco importante para o desenvolvimento da cultura cervejeira na nossa região. E esse é só o começo! Gostaríamos de contar com a sua participação nas futuras edições de O Cervejeiro contribuindo ideias, artigos, experiências, informações e tudo o mais que for relevante para mundo das cervejas especiais. Teremos um espaço reservado para que você possa comentar artigos passados, oferecer dicas e dividir conosco e outros leitores fatos interessantes. Também haverá uma seção de classificados para aqueles que buscam comprar e vender itens de colecionador e qualquer outro tipo de objeto relacionado ao universo cervejeiro. [email protected] - (34) 3212-5068 Esperamos que você goste da nossa edição inaugural. Não será o mesmo que degustar uma Urquell nos portões da Cervejaria Popular, mas garantimos que valerá a pena! Prost! Anuncie conosco! Daniella Michelin (34) 3236-0102 Pg 2: Reinheitsgebot - A Lei de Pureza de 1516 / A cerveja da vez: Pilsner Pg 3: Uberlândia entra no mapa das cervejas especiais com a ÜBERBRÄU Pg 4: Beber uma Pilsner em Pilsen / Curiosidades da cerva As Revoluções por trás do Retorno das Micros Pode parecer, mas as microcervejarias não são uma novidade. Pequenas fábricas de cerveja eram bastante comuns na Europa até a Revolução Industrial, quando a fabricação da bebida deixou de ter seu aspecto artesanal e passou a ser produzida em massa. Com a produção em escala industrial, veio também a massificação de sabores e aromas, reduzindo significantemente a variedade de cervejas disponíveis no mercado. As pequenas produções de cerveja voltaram a aparecer na década de 70 quando um grupo de quatro ingleses em férias na Irlanda, frustrados pela mesmice das cervejas, resolveu lançar uma campanha contra o que eles chamaram de “bland beers” ou cervejas sem sabor. Esse movimento ficou conhecido como a Campanha por uma Ale de Verdade (“Ale” refere-se a cervejas de alta fermentação, típicas da tradição cervejeira inglesa). Um ano e milhares de assinaturas depois, o esforço dos quatro ingleses adquiriu dimensões surpreendentes e tornou-se uma das mais bem sucedidas campanhas de que se tem notícia. Impulsionados pelo movimento, empresários fundaram microcervejarias em todo país, trazendo ao mercado a variedade, pureza e inovações que só uma produção em pequena escala permite. A experiência inglesa repercutiu rapidamente nos Estados Unidos, também vítima da padronização cervejeira. (continua na página 2) Os quatro ingleses revolucionários: Jim Makin, Michael Hardman, Bill Mellor and Graham Lees; também fundadores da CAMRA A Campanha por um Ale de Verdade continua viva até hoje na organização CAMRA (sigla de “Campaign for Real Ale”) que organiza eventos, publica revistas e livros e apóia eventos voltados a qualidade das cervejas na Grã Bretanha. (www.camra.org.uk) [email protected] As Revoluções por trás do Retorno das Micros (continuando da página 1) A inspiração inglesa encontrou solo fértil nos Estados Unidos, um país constituído em boa parte por descendentes de Alemães, Belgas, Holandeses, Ingleses e Irlandeses. Ainda na década de 70, o Americano Jack McAuliffe fundou a primeira microcervejaria norte-americana na Califórnia, a New Albion Brewing Company. A iniciativa foi rapidamente copiada por empreendedores em outros estados. O sucesso da cerveja artesanal foi tamanho que hoje existem cerca de 1500 microcervejarias nos Estados Unidos. Juntas, essas empresas controlam o aproximadamente 15% do mercado americano, o 9 maior mercado consumidor de cerveja do mundo. O boom das microcervejarias nos Estados Unidos veio a ser conhecido como The Craft Beer Renaissance ou a Renascença da Cerveja Artesanal. Enquanto os ingleses se revoltavam com a padronização de suas cervejas, o Brasil contava com alguma diversidade. Há pouco mais de duas décadas, havia no Brasil cervejarias regionais que ofereciam uma certa variedade ao mercado cervejeiro nacional. Essas cervejarias, no entanto, foram compradas pelas grandes indústrias, resultando numa massificação das cervejas e padronização de sabores. Outra consequência das consolidações foi a proliferação de técnicas de produção que reduzem custos, mas impactam na qualidade e sabor do produto final. Essas técnicas incluem a substituição parcial do malte por maltose, a adição de cereais não maltados e aditivos químicos, entre outros. Cartazes de dois dos inúmeros festivais de cerveja artesanal que ocorrem anualmente nos Estados Unidos. Assim como na Inglaterra e nos Estados Unidos, houve uma reação daqueles que apreciam cervejas puras e de alto padrão e, no final dos anos 80, surgiram no Brasil as primeiras microcervejarias. A pioneira foi a Bavarium Park de Curitiba. A partir daí a indústria cresceu rapidamente chegando ao número atual de aproximadamente 70 microcervejarias, a maioria concentrada nas regiões Sul e Sudeste. Felizmente já existem microcervejarias em todas as regiões do país e a tendência é só aumentar. Viva a diversidade! Reinheitsgebot - A Lei da Pureza de 1516 Antes de mais nada, você deveria pelo menos saber pronunciar a palavra “Reinheitsgebot”. Vamos lá…Raine-Raites-Gabout…conseguiu? Muito bem! Seguindo.... A Reinheitsgebot é a mais antiga regulamentação alimentar do mundo e existe até hoje. Traduzida ao Português, a palavra "Reinheitsgebot" significa “Lei da Pureza”. Na Idade Média, fabricar cerveja era uma ciência bastante primitiva. Primitiva, porém lucrativa, pois muitos eram aqueles que se aventuravam a beber as curiosas misturas preparadas na época. Cervejeiros gananciosos costumavam incluir ingredientes variados e inusitados na busca de margens de lucro mais generosas. Muitos adicionavam frutas, ervas, ovos, casca de árvore, bexiga de peixe, terra entre outros itens bizarros à mistura cervejeira. O resultado? Bebidas com sabor e aromas horrendos que ocasionalmente matavam seu incauto mas corajoso bebedor. Numa terra de apaixonados por cerveja, como a Bavária, uma lei que regulamentasse a produção de cerveja era fundamental. A primeira lei apareceu em Augsburgo, Bavária, em meados de 1490. Estabelecimentos que serviam cerveja adulterada ou quantidades desonestas da bebida eram multados e seu estoque de cerveja destruído. Em 1516, o Duque Guilherme IV da Bavária expandiu a lei de Augsburgo para incluir toda a região da Bavária. Assim foi criada a primeira Lei de Pureza Alimentícia de que se tem notícia no mundo, a Reinheitsgebot. Graças à essa lei, as cervejas da Bavária tornaram-se conhecidas por sua qualidade superior. Eventualmente, todo o território germânico passou a seguir a Lei da Pureza. De acordo com a Reinheitsgebot somente ingredientes puros e essenciais à produção de cerveja deveriam ser utilizados na sua fabricação. Os ingredientes permitidos eram malte, lúpulo e água (os efeitos do fermento na produção de cerveja não eram conhecidos na época). Hoje o fermento cervejeiro é ingrediente vital na confecção de cervejas mas, no século XVI, cervejeiros utilizavam o fermento que ocorria naturalmente no ar e atribuíam a fermentação a uma intervenção divina. Até hoje, o estilo Lambic ainda é produzido com o fermento aéreo. A Reinheitsgebot Nos Dias de Hoje: A fama e reconhecimento dos quais as cervejas alemãs gozam até hoje é resultado direto da Reinheitsgebot. Existem mais de 900 cervejarias na Alemanha e todas seguem a Lei da Pureza. A atual lei fiscal Alemã que regula a produção de cerveja diz que “para a preparação de cerveja, somente malte, lúpulo, fermento e água podem ser utilizados”. Pois é, a Reinheitsgebot continua firme….mas, não tão forte. Devido ao livre comércio dentro da União Européia, a venda na Alemanha de cervejas importadas que não são fabricadas de acordo com a Lei da Pureza foi permitido. Essas cervejas contêm outras matérias primas como aditivos, maltose, milho, arroz e outros cereais não-maltados. Felizmente cervejas importadas não estão tendo muito sucesso com o consumidor alemão, acostumados a produtos de qualidade superior. Embora a ANVISA não permita que uma cervejaria produza bebidas que sejam prejudiciais à saúde do consumidor brasileiro, a agência não faz nada para evitar que as grandes indústrias adicionem ingredientes “não-tradicionais” as suas receitas. Felizmente, hoje existem muitas microcervejarias (não todas) que são fiéis seguidoras da Reinheitsgebot. Pilsner: A história por trás da cerveja que revolucionou o mundo A maior revolução da história cervejeira não foi a Renascença da Cerveja Artesanal Americana, como muitos pensam, mas sim o desenvolvimento da cerveja tipo Pilsner. Sua aparição deu-se em 1840, na cidade de Plzen (ou Pilsen), localizada na atual República Tcheca. O aroma floral e sabor delicado dessa Lager dourada representaram uma quebra radical com tradição cervejeira da época, dominada por cervejas escuras e doces. “Plzen” significa “cogumelo” mas, curiosa ou felizmente, esse tipo de fungo nunca constou na sua lista de ingredientes. A Pilsner obtém seu sabor e aroma da combinação de maltes claros, água leve, lúpulo Alemão ou Tcheco e fermento Lager (ver artigo “Lager VS Ale” nessa edição). O malte claro, hoje conhecido como malte tipo pilsner, possui um baixo teor de proteínas e é torrado a uma temperatura mais baixa e por um período mais curto que os maltes mais escuros. Esse tipo de malte resulta numa cerveja de coloração dourada. As águas claras da região da Bohemia foram cruciais na composição do sabor das primeiras Pilsners. Graças à tecnologia disponível hoje, indústrias e microcervejarias conseguem manipular a água de forma a replicar o perfil da água desejada, mesmo a famosa água de Pilsen. Da mesma forma que o grau de dureza da água pode mudar completamente a personalidade dos estilos clássicos de Ale, águas “duras” com alto teor de carbonatos seriam um obstáculo aos sabores leves e delicados típicos das Pilsners. A marca registrada das clássicas pilsners é o delicado sabor de especiarias e aroma floral associados aos lúpulos do grupo Saaz (Saaz, Tettnanger, Spalt e Hallertau). Embora o fermento Lager já fosse usado nas regiões da Bavária e Bohemia antes da criação da cerveja Pilsner, foi sua utilização na fabricação da Pilsner que deu início a revolução cervejeira que se espalhou para todos os continentes do mundo. Origem e História De acordo com um livro escrito em 1930 pelo Professor Eduard Jolwetz intitulado “Pilsner Bier” (Cerveja Pilsner), a história da Pilsner desenrolou-se mais ou menos assim: Como era o costume no século XIX em grande parte das províncias Européias, o direito de fabricar cerveja era concedido pelo duque da província. Em 1839, os cidadãos de Pilsen possuidores de tal direito, juntaram-se para fundar o que foi chamado de Cervejaria Popular de Pilsen. Em 1842, um rapaz chamado Josef Groll foi recrutado da província da Bavária para tornar-se o primeiro mestrecervejeiro da nova Cervejaria. Groll participou da construção da Cervejaria e uma vez finalizada, produziu os primeiros lotes de cerveja. Diz a lenda que a abertura dos primeiros barris foi um grande acontecimento em Pilsen, testemunhado por centenas de cidadãos que aguardavam ansiosamente para beber sua cerveja natal. (continua na página 3) 2 Pilsner: A história por trás da cerveja que revolucionou o mundo (continuação) Quando o líquido começou a jorrar, as pessoas ficaram chocadas com o que viram e provaram: um líquido relativamente transparente e dourado, com um creme denso e um sabor mais seco que o das cervejas da época. A sensação experimentada pelos cidadãos de Pilsen há mais de 160 anos deve ter sido parecida a de uma pessoa do século XX ao assistir televisão pela primeira vez. Da mesma forma que a televisão revolucionou o mundo, a criação de Josef Groll mudou o curso da história da cerveja. O estilo Pilsner foi copiado primeiramente em outros paises Europeus e depois nos Estados Unidos. Hoje, as milhares de variações da pilsner original representam as cervejas mais populares de todo o mundo. Os Segredos de Groll Dentre os vários segredos trazidos da Bavária pelo Sr. Groll, estavam o fermento Lager, um sistema complexo de mostura que incluía três cozimentos, um mosto extremamente fino e uma cozinha inovadora. A cozinha fervia o mosto de forma que as proteínas produtoras da turvação da cerveja eram eliminadas da mistura. Até hoje, a maioria das Pilsners fabricadas na República Tcheca e na Alemanha buscam seguir as técnicas aplicadas pela Cervejaria Popular de Pilsen. Mestres-cervejeiros que fabricam Pilsners de alta qualidade procuram alterar a composição da água e obter os melhores maltes e lúpulos para criar suas interpretações do famoso estilo. Pilsner continua a ser o estilo dominante de cerveja na Europa. Grande parte das cervejas produzidas na Ásia e América do Sul também são interpretações do estilo Pilsner. Infelizmente, as grandes indústrias priorizam suas margens de lucro a qualidade da cerveja. Uma prática comum a esses fabricantes é a inclusão de cereais nãomaltados como arroz e milho e a utilização de lúpulos de qualidade inferior. A transformação do verdadeiro estilo Pilsner em uma bebida aguada e de paladar incipiente abriu mercado para cervejarias artesanais que buscam resgatar a fórmula de Groll. Como servir: Uma Pilsner deve ser servida a uma temperatura de dois graus Celsius. Servida a temperaturas mais baixas, o sabor e aroma são neutralizados. O copo tradicionalmente associado a Pilsner é a tulipa que, por ser alto e estreito, permite que as bolinhas que sobem do fundo do copo (indicando frescor) sejam apreciadas, e ajuda a manter o creme, fator tão importante no sabor final da cerveja. Dois a três dedos de creme são suficientes. Harmonização: Para se tirar o maior proveito da combinação cerveja/comida, é necessário identificar os ingredientes presentes na receita e as características base da cerveja, combinando-os de forma a que nenhum se sobreponha ao outro. As harmonizações são sempre por corte (quando, por exemplo, os elementos da cerveja, como carbonatação e amargor, "quebram" a gordura presente no prato, limpando o paladar para a nova garfada), contraste (quando as características diferentes entre o prato e a cerveja acabam por valorizar a ambos), e semelhança (quando prato e cerveja possuem elementos sensoriais que se assemelham e agregam sensações aos dois), de modo que as qualidades recíprocas sejam ressaltadas. Por exemplo, para acompanhar um prato de carne com molho intenso, deve-se buscar as bebidas mais encorpadas e complexas; se a preparação for rica em gordura, recomenda-se cervejas bastante lupuladas, carbonatadas e com alto teor alcoólico. No caso da Pilsner, ela é indicada para acompanhar pratos leves, como saladas, sopas de legumes, pasta de grão de bico, peixes (frescos e defumados), caviar e frutos do mar. Pilsners que valem a pena experimentar: Pilsner Urquell – República Tcheca: A tradução de “Urquell” significa, literalmente, “fonte original”. Nome apropriado já que ela é fabricada – você adivinhou! – na Cervejaria Popular de Pilsen. Considerada o parâmetro para todas as outras pilsners fabricadas mundialmente, a Urquell possui uma tonalidade dourada escura, aroma de malte leve e adocicado e sabor complexo de lúpulo. A principal impressão deixada pelo lúpulo empregado é floral e levemente apimentada. Com a Microcervejaria ÜBERBRÄU, Uberlândia entra no mapa das cervejas especiais brasileiras. As pessoas que apreciam as coisas boas da vida já não precisam mais viajar para Belo Horizonte, São Paulo ou para o Sul do Brasil para encontrar cervejas artesanais variadas, frescas e de altíssima qualidade. Instalada em uma moderna fábrica em Uberlândia, a ÜBERBRÄU já está produzindo quatro tipos de chope através de fórmulas exclusivas utilizando somente o que há de melhor em termos de processos e ingredientes. Três estilos de chope foram lançados em seu primeiro ano de existência: a ÜBER GOLD, um chope do tipo Pilsner, a ÜBER BLACK, uma Lager escura do tipo Schwarzbier, e a ÜBER BROWN ALE, uma Ale avermelhada típica inglesa. A última novidade, ÜBER WEISS, um chope do tipo Weissbier, produzido a partir de trigo, foi lançado há um mês. Saborosa e refrescante, a ÜBER WEISS já ganhou muitos adeptos em seu primeiro mês de existência. O conceito da ÜBERBRÄU é estar sempre lançando produtos novos e exclusivos no mercado Triangulino, abrindo o universo da região para novos aromas, cores e sabores. Atualmente a ÜBERBRÄU produz somente chope, mas a empresa pretende engarrafar seus produtos no médio prazo com o objetivo de levar a experiência ÜBERBRÄU para novos mercados. O que é uma microcervejaria artesanal? A característica principal de uma microcervejaria artesanal nos moldes da ÜBERBRÄU não se refere ao tamanho da fábrica, mas sim ao cuidado na escolha dos ingredientes, ao desenvolvimento de receitas exclusivas e a atenção ao processo produtivo. A ÜBERBRÄU preza pela qualidade e sabor de seu produto e, portanto optou por seguir a Reinheitsgebot mesmo que isso implique em custos mais altos de produção. De acordo com um dos proprietários, “você precisa optar por como se posicionar no mercado. Fabricar uma cerveja barata utilizando maltose e cereais não-maltados, não nos diferenciaria do que já está disponível na nossa região. Nosso nicho é outro. O conhecedor de cerveja reconhece isso no sabor e aroma dos nossos produtos.” Porque o nome ÜBERBRÄU? O nome ÜBERBRÄU é composto por duas palavras: ÜBER e BRÄU · “ÜBER” possui vários significados na língua alemã, entre eles “super”, “além de”, e “novamente”. Esse prefixo foi selecionado para compor o nome da Microcervejaria por indicar algo que é superior, que vai além do comum e que se renova constantemente, todas qualidades inerentes aos produtos ÜBERBRÄU. Mas principalmente, “ÜBER” foi usado como uma forma de homenagear a cidade de Uberlândia, o berço da ÜBERBRÄU Microcervejaria e terra de tantos apreciadores de uma boa cerveja. · “BRÄU” possui dois significados na língua alemã: “mistura cervejeira” e “cerveja”. Logo, com a combinação de ÜBER e BRÄU temos: Super Mistura Cervejeira, Além da Cerveja, Novamente Cerveja, Super Cerveja, etc, todas formas de indicar um produto superior que vai além das expectativas do mercado, como os chopes da ÜBERBRÄU. Ingredientes Nobres e Selecionados Os maltes e lúpulos utilizados pela ÜBERBRÄU são oriundos de várias partes do mundo para garantir a alta qualidade dos produtos. A água, um elemento essencial nessa “bräu”, também é cuidadosamente tratada para obter o pH ideal e o equilíbrio exato de minerais, tornando-se assim um ingrediente perfeito para o processo cervejeiro. (continua na página 4) Warsteiner – Alemanha: A Warsteiner é a pilsner mais vendida na Alemanha. Sua aparência é de um dourado pálido, característico da maioria das pilsners Alemãs de hoje. As notas de lúpulo são nobres e apimentadas, talvez um pouco menos complexas que a Urquell. A Warsteiner é uma pilsner seca extremamente refrescante marcada por um forte amargor de lúpulo. Ela é perfeita como aperitivo. Sam Adams Golden Pilsner – Estados Unidos: Com uma coloração que puxa mais para o âmbar, a Golden Pilsner é uma interessante tradução Americana da pilsner Tcheca. Contendo lúpulos das variedades Spalt e Saaz, a Sam Adams Golden Pilsner possui um aroma intensamente floral e não é tão amarga quanto suas irmãs Tchecas e Alemãs. Isso é devido, principalmente, à utilização de um gênero de malte mais adocicado. ÜBER GOLD – Brasil: Intensamente dourada, a representante brasileira possui um aroma floral de lúpulo e paladar definido. Elaborada com maltes claros e lúpulo Hallertau Tradition e Nugget, a ÜBER GOLD possui notas sutis de malte, lúpulo e frutas. Para atender a demanda de uma região com temperatura média bastante superior a Europa, a ÜBER GOLD é mais leve que suas semelhantes na Alemanha e República Tcheca. Na próxima edição, conheça a história por traz da cerveja estilo Brown Ale, uma favorita inglesa! Afinal, qual a diferença entre uma cerveja LAGER e uma ALE? " Faça sempre lúcido o que você disse que faria bêbedo. Isso o ensinará a manter sua boca fechada." Ernest Hemmingway Todas as cervejas podem ser classificadas como sendo LAGER ou ALE. A diferença começa durante o processo de cozimento. O tipo de fermento empregado e a temperatura em que a fermentação ocorre diferem de uma para outra. Lagers são feitas com fermentos de baixa fermentação, que – como o nome já indica - fermentam vagarosamente e em temperaturas amenas. Na composição das Ales emprega-se fermentos de alta fermentação, que permite uma fermentação rápida a temperaturas mais elevadas. Lagers e Ales podem ser divididas em uma variedade de outros estilos de cerveja, dependendo do lugar em que elas são fabricadas e de variações no processo de fabricação. 3 Experimente Pilsner em Pilsen! Embora muitas microcervejarias produzam excelentes versões da cerveja Pilsner, só viajando à cidade de Pilsen na República Tcheca você conseguirá vivenciar (e degustar!) esse capítulo tão importante da história da cerveja. Localizada na região da Bohemia, Pilsen foi fundada em 1295 pelo Rei Venceslau II. Desde seu nascimento, Pilsen foi um importante centro comercial devido a sua localização entre as terras Tchecas e as cidades Alemãs de Nuremburgo e Regensburgo. Durante a segunda Guerra Mundial, Pilsen foi tomada pelo exército alemão e liberada pelo famoso General Patton. Além de um fabuloso centro histórico e uma cidade subterrânea, Pilsen é rica em monumentos, teatros, galerias e outros espaços culturais. Mas como o assunto é cerveja, a parada obrigatória é a fábrica da Pilsner Urquell, que ocupa o mesmo espaço onde o brilhante Groll criou sua famosa cerveja. De preferência, esteja lá no dia 5 de Outubro, quando a cervejaria comemora o aniversário da invenção de Groll com um festival anual chamado Pilsner Fest. Tomar cerveja artesanal é uma forma de incluir uma bebida saudável e nutritiva a dieta O consumidor brasileiro tornou-se cada vez mais exigente. Hoje em dia é comum observar pessoas em lojas e supermercados lendo atentamente rótulos de produtos. O consumidor exigente quer saber exatamente o tipo de substâncias que serão ingeridas por ele e por sua família. Parte do sucesso das cervejas artesanais deve-se a essa crescente e justificada desconfiança do público com relação aos produtos industrializados. As cervejarias artesanais que seguem a Lei de Pureza da Bavária não adicionam nenhum outro ingrediente aos seus produtos além de água, malte, lúpulo e fermento. Esse cuidado é o principal diferencial entre elas e as grandes indústrias, onde existe a prática de substituir parte do malte por maltose (açúcar de malte) e/ou cereais não maltados (arroz, milho, etc), e de utilizar adjuntos químicos na produção com o objetivo de barateá-la. Sejam elas claras ou escuras, as cervejas artesanais possuem grande valor nutritivo, sendo um alimento facilmente assimilado pelo organismo. Seu valor nutritivo é derivado dos carboidratos, proteínas e álcool. Um litro de cerveja equivale a aproximadamente a 3/4 de litro de leite. As cervejas são ricas em sais minerais e em Complexo B, riboflavina, niacina, piridoxina e ácido pantatênico. Consideradas reconstituintes e aperientes (abrem o apetite) por estimular a formação de suco gástrico no estômago, a cerveja também tem efeito diurético superior ao da água devido a vários grupos de compostos presentes na bebida. Imagem da praça principal de Pilsen A famosa Pilsner Urquell, considerada a “verdadeira” Pilsen Portão de entrada da fábrica da Pilsner Urquell, antiga Cervejaria Popular de Pilsen Mesmo que você não tenha a oportunidade de dizer com todo o sotaque que tiver direito: "Jedno pivo prosím - Na zdraví" (“Uma cerveja, por favor. Saúde!”, em Tcheco/Eslavo). Saiba pedir uma cerva com estilo, seja qual for o seu destino nas férias! Inglês: "One beer, please" - "Cheers" Espanhol: "Una cerveza, por favor" - "Salud" Italiano: "Una birra, per favore" - "Salute" Francês: "Une bière, s'il vous plait" - "Santé" Grego: "Mia beera, parakalo" - "Iamas" Alemão: "Ein Bier, bitte" - "Prost" (Alemão); "Ein Prosit" (Dialeto bávaro) Holandês: "Een bier alstublief" - "Proost" Dinamarquês: "En øl, tak" - "Skål" Suéco: "En öl, tahk" - "Skaal" Norueguês: "En øl, takk" - "Skål" Finlandês: "Yksi olut, kiitos" - "Kippis" Polonês: "Jedno piwo prosze" - "Na zdrowie" Russo: "Odno pivo pozhaluista" - "Na zdorovje" Húngaro: "Egy sört kérek" - "Na zdrave" Japonês: "Birru o ippon kudasai" - "Kampai" Coreano: "Magjoo hanna Juse-yo" - "Chukbae" Deguste uma Pilsner inesquecível, fiel à Reinheitsgebot, aqui mesmo! ÜBER GOLD Disponível via delivery através do telefone (34) 3232-2672 ou no BAR ÜBERBRÄU, localizado na Av. Rondon Pacheco 1645, Uberlândia, Minas Gerais. Mas como tudo na vida que faz bem, a cerveja deve ser consumida com moderação. Seu consumo excessivo pode causar danos significativos à saúde. Com a inauguração da Microcervejaria ÜBERBRÄU, Uberlândia entra no mapa das cervejas especiais brasileiras (continuação). Flexibilidade para Inovar “A grande vantagem de uma microcervejaria é ter flexibilidade para fazer coisas diferentes freqüentemente”, explica o mestre-cervejeiro. A ÜBERBRÄU possui a agilidade necessária para lançar produtos inéditos regularmente, aumentando assim o leque de opções do mercado de Uberlândia. O potencial de criação no mundo cervejeiro é praticamente infinito. Para ter-se uma idéia, existem hoje aproximadamente 1500 tipos de cerveja no mundo, com cada tipo apresentando um grande potencial de variações, possibilitando assim a criação contínua de cervejas originais. Processo que segue os ritmos da Natureza O processo de produção da ÜBERBRÄU é longo, durando em média 28 dias entre produção e maturação. Em função da Reinheitsgebot, não se utilizam ingredientes não-maltados a fim de agilizar o processo de fermentação. A fermentação é feita de acordo com os tempos ditados pela natureza, sem o auxílio de artifícios, daí o termo “artesanal”. Os períodos de maturação também são prolongados para que cada cerveja alcance o seu potencial máximo de aroma e sabor. Portas Abertas Por ser um conceito inédito em Uberlândia, muitas pessoas ainda associam uma microcervejaria artesanal com uma operação de fundo de quintal, caracterizada por fogões e panelas. A fábrica da ÜBERBRÄU está longe de atender a essa imagem. Criada nos moldes das mais modernas microcervejarias do mundo, a empresa conta com equipamentos de primeira linha e processos controlados. Para divulgar o conceito “microcervejaria” e apresentar suas receitas exclusivas, a ÜBERBRÄU instituiu uma política de portas abertas para que apreciadores da bebida possam visitar as instalações e conhecer o processo produtivo. Onde Obter o Chope ÜBERBRÄU? Enquanto o engarrafamento não se torna uma realidade, os produtos ÜBERBRÄU podem ser adquiridos em barris de 10, 15, 20, 30 e 50 litros através do telefone (34) 3232-2672. Os barris são entregues no local determinado pelo Próxima edição: cliente juntamente com as chopeiras e todos os Dezembro 2009 equipamentos necessários para a extração do chope. Os chopes da ÜBERBRÄU também estão sendo vendidos no Bar do Hotel San Diego e no Restaurante Santa Chiara, ambos localizados na Avenida Rondon Pacheco, 3500, no Don Tobacco, localizado no Griff Shop na Avenida Rondon Pacheco, 2300 e no BAR ÜBERBRÄU, localizado no número 1645 da mesma avenida (em frente ao Supermecado Bretas). Outros pontos de venda estão sendo estudados pelos proprietários da cervejaria e serão divulgados através do site www.uberbrau.com.br. 4 . 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