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[BROESP10: ESTADO-GERAL-P`GINAS <A30> [BR] ... 31/08/08] Author:LARA Date:01/09/08 Time:22:38 CONSERVAÇÃO A lenta multiplicação das baleias francas no litoral sul População está crescendo o dobro da taxa do Hemisfério Sul, mas poluição e aquecimento ameaçam reposição Ricardo Muniz Oestragodequatroséculosdecaça não se repara de uma hora paraoutra.Éverdadequejáépossível avistar, na costa de Santa Catarina,umamédiadecembaleias francas por temporada, que vai de junho a novembro, com auge em setembro. Em 2005, foram cerca de 200, o recorde. São ótimos números, considerando-se que no início dos anos 80 elas tinham sumido destas bandas. Mas o total de mamíferos da espécie Eubalaena australis que circulam pelas águas do Brasil, Argentina, África do Sul, AustráliaeNovaZelândia(entreoutros locais), cerca de 7,5 mil, não passa de 10% do contingente que,estima-se,existiaantes que os arpões entrassem em ação. E o ritmo de crescimento da população de francas no litoral brasileiro, de 14% ao ano – o dobro do registrado no Hemisfério Sul –, é, embora “ótimo”, muito lento, aponta Karina Groch, bióloga que há três anos coordena o Projeto Baleia Franca. Para completar, não se sabe ainda como as mudanças climáticasea poluição estãoafetando a vida dessas gigantonas de até 65 toneladas. É que o mistério cerca os grandes cetáceos, e toda avaliação superficial pode prejudicar sua recuperação. “Os estudos sobre baleias têm 30, 40 anos”, conta Karina. Por isso, nem mesmo a expectativa de vida de um bicho desses é um dado líquido e certo. As estimativas variam de 65 a 80 anos, mas há quem aponte a possibilidade de que possam bater na casa dos 200. Como ninguém conseguiu até hoje monitorar uma baleia do nascimentoàmorte(porvelhice), ninguém sabe quanto pode viver uma franca. Para que se tenha uma idéia, há três semanas a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN, uma rede de pesquisadores com sede em Gland, na Suíça) divulgou sua “lista vermelha” de cetáceos ameaçados. De 115 espécies, subespécies e populações (grupos queocorrem emuma áreaespecífica), não há informação suficiente para saber se 45, ou 39%, estão ou não estão sob risco. Mas a ONG concluiu que as E. australis vão bem, obrigado. “A baleia franca do sul não atende mais aos requisitos de espécie ameaçada porque sua população tem crescido por três gerações”, explicouaoEstadoJustinCooke, dogrupodeespecialistasemcetáceos da UICN. Conclusão: na lista,asfrancasentraramnacategoria “preocupação menor”. Karinaprotesta.“Nãoconcordamos com os critérios da UICN.Nossoprimeirosobrevôo cobrindo a mesma área que cobrimos hoje, em 1987, avistou 37 baleias. Foram necessários 20 anospara ver 200.Isso é bastante lento. Não sabemos como esses animais vão reagir à poluiçãoeàmudançaclimática”,alerta. “Medidas mitigatórias só farão efeito num futuro muito distante,e oque está sendofeito hoje já está sendo feito tarde.” ● Como identificar na superfície CABEÇA Exibe a parte superior, com suas verrugas 2 ORIFÍCIOS RESPIRATÓRIOS Solta esguichos em forma de V, podendo chegar a 8 m de altura Os trajetos migratórios no inverno e no verão CAUDA Muito larga SALTO Com freqüência e fazendo giros OCEANO ATLÂNTICO BRASIL NADADEIRA PEITORAL Em forma de trapézio ANTIGA ÁREA DE OCORRÊNCIA DE BALEIAS FRANCAS Santa Catarina ÁREA DE REPRODUÇÃO ARGENTINA TRAJETOS Península Valdés INVERNO VERÃO FILHOTE Nasce com cerca de 5 m de comprimento e um peso entre 4 e 5 toneladas. A gestação leva em torno de 12 meses ÁREA DE REPRODUÇÃO ÁREA DE ALIMENTAÇÃO Ilhas Geógias do Sul VERRUGAS Característica morfológica da espécie é o conjunto de calosidades ou verrugas no alto e nas laterais da cabeça Locais e datas dos primeiros avistamentos em 2008 MANCHAS BRANCAS Encontrada apenas em algumas baleias, elas aparecem no dorso e na barriga 20/7 Florianópolis 22/6 SANTA CATARINA CAPA DE GORDURA Espessura de 40 cm 15/7 Pinheira Nome científico: Eubalaena australis 4/7 21/7 Garopaba 19/6 10/7 12/7 6/7 29/7 27/7 Imbituba 3/7 2/7 65 ton. 45 ton. fêmea VELOCIDADE VIDA PESO 65 anos macho 12 km/h (estimativa média) Itapirubá 26/7 Laguna Piolhos de baleia FÊMEA (Crustáceos anfípodos) São milhares que colonizam as "verrugas" dos filhotes, provenientes da pele da própria mãe. Esses minúsculos crustáceos vivem como parasitas e acompanham a baleia por toda sua vida. São três espécies: Cyamus ovalis É branco e vive em grande quantidade sobre as calosidades 21/7 26/7 MACHO 17/6 8/7 Cabo de Santa Marta 12 mm Jaguaruna Cyamus erraticus É alaranjado e vive na base das calosidades ou em depressões da pele 14/6 OCEANO ATLÂNTICO 15 mm Rincão Patas com pontas para grudar na pele da baleia Cyamus gracilis É amarelado e forma grupos menores nas calosidades 17/7 Os tamanhos Estrutura óssea e aparato alimentar Maxilar superior SEMELHANÇA* Vértebra Omoplata Baleia-azul 30 metros Nadadeira peitoral Baleia-fin 26 metros Costelas Osso pelviano Maxilar inferior Mão humana Baleia Cachalote *Fora da proporção 21 metros Falanges Cerdas filtradoras (mais de 2 m de comprimento) As baleias sem dentes são caracterizadas por estruturas parecidas com peneiras localizadas na parte superior da boca. São feitas de queratina e servem para filtrar água em busca de alimento Alimentação Ocorre no verão e se alimenta de pequenos copépodos (Calanus, Microcalanus, Pseudocalanus, Oithoma e Metridia), além do krill Euphasia superba e Munida gregaria Baleia-sei 20 metros FILTRA A SUPERFÍCIE DA ÁGUA Baleia-corcunda 19 metros Fotoidentificação Mais informações sobre o Projeto Baleia Franca e relatório da UICN em: www.estadao.com.br/e/a30 ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA BALEIA FRANCA (130 km) Cada baleia tem uma calosidade ou cicatriz única. Isso cria uma identidade e facilita catalogar e monitorar suas visitas, idade, quando e onde elas têm seus filhotes. Com os dados em mãos e com ajuda de um programa de computador, os biólogos trocam informações com outros centros de estudos, como o da Argentina (Instituto de Conservación de Ballenas) 1 É tirada uma foto aérea As calosidades Ilhas rostrais Baleia Franca 18 metros Felícia (B082) Fotografada em 1999/2002 2005 Baleia Jubarte Boné 16 metros Calosidade do queixo Calombo Calosidade pós-respiratória INFOGRÁFICO: GLAUCO LARA/AE Sombrancelha 2 O programa Right Whale Computer ID System WILTON JUNIOR/AE Baleia-cinzenta 25/7/2008 faz a leitura das calosidades e cruza as infomações gerando uma lista de similaridades com outras fotos 15 metros FONTE: PROJETO BALEIA FRANCA; COLABORAÇÃO DA BIÓLOGA E COORDENADORA DO PROJETO KARINA REJANE GROCH WWW.BALEIAFRANCA.ORG.BR Orca 7 metros
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