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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA - UNOESC DENISE DAIANE DICK CARREGANDO DESIGN NAS COSTAS: Projeto de mochila com barraca acoplada para acampamento Xanxerê 2009 2 DENISE DAIANE DICK CARREGANDO DESIGN NAS COSTAS: Projeto de mochila com barraca acoplada para acampamento Trabalho de Conclusão de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Design, Área das Ciências Exatas e da Terra, da Universidade do Oeste de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Design Industrial. Orientadora: Prof. Michelle Françoise Haswany de Almeida Xanxerê 2009 3 DENISE DAIANE DICK CARREGANDO DESIGN NAS COSTAS: Projeto de mochila com barraca acoplada para acampamento Trabalho de Conclusão de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Design, Área das Ciências Exatas e da Terra, da Universidade do Oeste de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Design Industrial. Aprovado em 14 de Dezembro de 2009 BANCA EXAMINADORA Prof. Michelle Françoise Haswany de Almeida Universidade do Oeste de Santa Catarina Nota atribuída: Prof. Esp. Walter Strobel Neto Universidade do Oeste de Santa Catarina Nota atribuída: _______________________________________________________________ Prof. Msc. Luiz Claudio Mazolla Vieira Universidade do Oeste de Santa Catarina Nota atribuída: 4 Agradecimentos Agradeço primeiramente à minha mãe Elisete Maria Pedott, que em todos os momentos da minha vida me apoiou, acreditou em meu potencial e com muito amor me apóia para eu conquistar meu sonho. A meu pai, Darcy Dario Dick, agradeço por sempre me fazer sentir o amor e a alegria com suas brincadeiras, e apoio quando mais preciso. Agradeço a meus irmãos Deise, Dimitri e David, que por traz das brincadeiras sempre me ajudaram a conquistar o que almejo. Agradeço a meu padrasto Marcos, que com suas palavras sensíveis e compreensivas, me ajuda a ter clareza e consciência sobre a vida. Agradeço a minha boadrasta, Juciane, e a minha irmãzinha Danielle. Agradeço a meus avós maternos por me apoiarem de forma significativa na graduação, a meus avós paternos, que mesmo distantes, sei que sempre acreditaram em mim. Agradeço à minhas amigas Roberta, Cátia e Emanuelle, por acreditarem no meu amor e amizade, e por me fazerem ficar com os pés no chão nos momentos certos. E agradeço pelos momentos cheios de risos que sempre estarão em meu coração. Agradeço a meu namorado Mateus, por seu apoio incondicional durante todo o processo do trabalho de conclusão de curso, e que com sua alegria e amor me ajudou a ver tudo com mais simplicidade, e também a sua família, que me ajudou de forma significativa no processo final. Agradeço aos professores e a minha orientadora Michelle, por repassarem seus conhecimentos com entusiasmo e que fizeram alguns momentos serem marcantes em minha vida. 5 “Há um tal prazer nos bosques inexplorados; Há uma tal beleza na solitária praia; Há uma sociedade que ninguém invade Perto do mar profundo E na música do seu bramir; Não que eu ame menos o homem Mas amo mais a natureza...” (Lord Byron) 6 RESUMO O presente projeto teve como objetivo desenvolver uma mochila multifuncional que acopla barraca, com intuito de melhorar o transporte até o local do acampamento. O foco principal do produto é tornar o hábito de acampar mais prático e funcional, evitando a fadiga com utensílios e materiais. O estudo iniciou com pesquisas bibliográficas sobre diversos assuntos relacionados ao projeto e pesquisas através da internet. O público envolve pessoas que gostam de aventuras, natureza, que tenha espírito livre e que são financeiramente estáveis. Foi utilizada a metodologia aberta de Flavio Anthero N. V. Santos, envolvendo três etapas: pré-concepção, concepção e pós-concepção, a partir delas havendo vários desdobramentos. Após analisar todas as informações estudadas, houve a geração de alternativas baseadas nos painéis imagéticos e pesquisas de similares, e assim foi escolhida a alternativa que mais se adequou com as exigências e conceitos do produto e, aliando estética à funcionalidade, a mochila com barraca acoplada para acampamento foi finalizada. Palavras-chave: Mochila, acampamento e design. 7 ABSTRACT This project aimed to develop a multi-functional backpack that attaches tent, to improve the transport to the campground. The main focus of the product is to make a habit of camping more practical and functional, avoiding fatigue with tools and materials. The study started with literature searches on various subjects related to design and research via the Internet. The public has people who like adventure, nature, that have free spirit and who is financially stable. We used the open methodology made by Flavio Anthero N. V. Santos, involving three stages: pre-conception, design and post-conception, from their various developments are made. After reviewing all the information studied, there was the drawing of alternatives based on signs and iconographic research similar, and thus was chosen the alternative that best suits the requirements and concepts of the product, combining aesthetics with functionality, so the backpack with tent attached camping has been finished. Keywords: Backpacking, camping and design. 8 LISTA DE IMAGENS Imagem 01: Cesto de fibra natural ..................................................... 30 Imagem 02: Cesto estruturado com bambu preso à testa.................. 32 Imagem 03: Primeira mochila de armação externa............................ 33 Imagem 04: Barracas nômades ......................................................... 34 Imagem 05: Estrutura radial ............................................................... 35 Imagem 06: Fase pré-concepção ...................................................... 37 Imagem 07: Fase concepção ............................................................. 38 Imagem 08: Fase pós-concepção ...................................................... 39 Imagem 09: Metodologia MD3E ......................................................... 40 Imagem 10: Variações do corpo em pé .............................................. 42 Imagem 11: Formas como o peso é distribuído ................................. 44 Imagem 12: Lugares apropriados na mochila .................................... 44 Imagem 13: Tipos de mochila ............................................................ 45 Imagem 14: Teste de resistência à abrasão ...................................... 47 Imagem 15: Tecido aerado ................................................................ 48 Imagem 16: Costado côncavo ........................................................... 49 Imagem 17: Regulagem da altura das alças ..................................... 49 Imagem 18: Regulagem das alças .................................................... 50 Imagem 19: Regulagem barrigueira .................................................. 50 Imagem 20: Sistema Lady Fit ............................................................ 51 Imagem 21: Medidas e pesos da barraca Iglu ................................... 52 Imagem 22: Votação “Qual a marca de sua mochila?” ...................... 53 Imagem 23: Mochilas Trilhas e Rumos .............................................. 54 Imagem 24: Mochilas Deuter .............................................................. 54 Imagem 25: Mochilas Curtlo ............................................................... 55 Imagem 26: Conceitos mochila .......................................................... 58 Imagem 27: Conceitos público ........................................................... 58 Imagem 28: Conceitos acampamento ................................................ 59 Imagem 29: Alternativas 1 e 2............................................................. 60 Imagem 30: Alternativas 3 e 4............................................................. 61 Imagem 31: Alternativas 5 e 6............................................................. 61 9 Imagem 32: Teste de modelo 1........................................................... 63 Imagem 33: Teste de modelo 2........................................................... 64 Imagem 34: Teste de modelo 3........................................................... 64 Imagem 35: Teste de modelo 4........................................................... 65 Imagem 36: Teste de modelo 5........................................................... 66 Imagem 37: Modelo Virtual 3D ........................................................... 68 Imagem 38: Modelo final .................................................................... 69 10 LISTA DE TABELAS Tabela 01: Medidas antropométricas femininas .............................. 42 Tabela 02: Medidas antropométricas masculinas ........................... 43 Tabela 03: Seleção de alternativas 62 11 LISTA DE FICHAS TÉCNICAS 01: Tampa – Mochila para acampamento........................................ 70 02: Superior tampa........................................................................... 71 03: Alça mochila............................................................................... 72 04: Bolso médio lateral – 2 peças.................................................... 73 05: Bolso grande lateral................................................................... 74 06: Barrigueira.................................................................................. 75 07: Compartimento superior............................................................. 76 08: Compartimento inferior............................................................... 77 09: Desenho técnico......................................................................... 78 12 SUMÁRIO 1INTRODUÇÃO.................................................................................... 14 1.1 OBJETIVOS.................................................................................... 15 1.1.1 Objetivo Geral.......................................................................... 15 1.1.2 Objetivos Específicos.............................................................. 15 1.2 QUESTÕES DE PESQUISA........................................................... 16 1.3 JUSTIFICATIVA............................................................................. 16 2 BASES DO CONHECIMENTO.......................................................... 18 2.1 DESIGN.......................................................................................... 18 2.1.1 Design de produtos.................................................................... 21 2.2 ERGONOMIA.................................................................................. 25 2.3 O ATO DE ACAMPAR.................................................................... 29 3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN......................... 35 3.1 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN............................... 35 3.1.1 Metodologia do projeto adaptada........................................... 37 3.2 PROJETO DE DESIGN................................................................. 40 3.2.1 Coleta e análise de dados........................................................ 40 3.2.1.1 Dados ergonômicos antropométricos...................................... 41 3.2.1.2 Mochila..................................................................................... 45 3.2.1.3 Barraca.................................................................................... 51 3.2.1.4 Similares.................................................................................. 53 3.2.1.5 Público..................................................................................... 55 3.2.2 Atributos do produto................................................................ 56 3.2.3 Caminhos criativos................................................................... 57 3.2.4 Geração de alternativas........................................................... 59 3.2.5 Seleção e Adequação............................................................... 62 3.2.6 Testes de modelos.................................................................... 63 3.2.7 Componentes............................................................................ 67 4 RESULTADO DO PROJETO........................................................... 68 13 4.1 MODELO........................................................................................ 68 4.2 DESENHOS TÉCNICOS............................................................... 69 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................. 79 REFERÊNCIAS 80 ANEXOS 85 14 1 INTRODUÇÃO O design é uma área de conhecimento multidisciplinar. Ele engloba várias ciências que trabalham desde a história e cultura de uma sociedade, o desenvolvimento estético através de formas até as técnicas que envolvem materiais, processos de produção e aspectos que geram conforto, praticidade e qualidade de vida. Duas das ciências envolvidas no design são a ergonomia e a semiótica. São utilizadas como instrumentos complementares na elaboração de qualquer produto de design. Auxiliam, respectivamente, nos aspectos de conforto, qualidade e segurança, como também nos significados interpretados pelos usuários. A ergonomia irá auxiliar no desenvolvimento do presente projeto, que se trata de mochila multifuncional para acampamento com barraca acoplada. Desta forma, busca-se maior eficiência e praticidade na hora de acampar, transportar e relaxar, com o objetivo de suprir as necessidades de transporte e abrigo para esta atividade. Já a semiótica auxiliará na interpretação da estética e da função da mochila, passando a mensagem correta sobre o significado deste produto. De que maneira, a partir do design, desenvolver uma mochila que acopla barraca e possibilita levar para o acampamento todos os utensílios básicos e necessários para esta atividade, com o objetivo de suprir as necessidades que os usuários encontram com mochilas já existentes? A partir desta pergunta, determinar o objetivo geral, perceber e elencar os objetivos específicos para possibilitar a visualização de cada passo a se tomar durante o projeto, torna possível chegar ao resultado esperado. Além de observar o porquê deste projeto e como ele afetará a vida do usuário. 15 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo geral O objetivo geral deste trabalho é projetar, através do design, mochila multifuncional para acampamento que possui barraca acoplada, com intuito de solucionar as necessidades de transporte e abrigo para esta atividade, com o objetivo de promover maior conforto, praticidade e leveza. 1.1.2 Objetivos específicos a) Estudar sobre Design para verificar sua grande importância para o desenvolvimento de produtos e como ele se relaciona com o mercado e o público alvo; b) Estudar sobre ergonomia para projetar uma mochila confortável para o usuário, analisando medidas, volumes e pesos adequados; c) Entender sobre mochilas e como elas funcionam para projetar de forma mais atraente para o consumidor; d) Analisar os hábitos de acampamento para verificar características e necessidades que apresentam; e) Pesquisar sobre os consumidores para entender seus hábitos e necessidades relacionados ao tema sugerido; f) Pesquisar materiais e processos industriais para desenvolver uma mochila com qualidade, ou seja, leve e com um ciclo de vida maior que as já presentes no mercado e entender sobre barracas, como elas funcionam e quais são os modelos, medidas e peso para selecionar qual se adaptará melhor na mochila; 16 h) Desenvolver o projeto da mochila; i) Confeccionar os moldes, modelos de teste e modelo final para apresentação. 1.2 QUESTÕES DE PESQUISA a) O que é Design e como ele ajuda nas necessidades dos consumidores? b) Como a ergonomia ajuda no desenvolvimento de produtos? c) Como funcionam as mochilas e quais materiais e processos industriais para a produção de mochilas? d) Quais são os hábitos em um acampamento e quais são os objetos básicos e necessários para um acampamento? e) Como se comporta o consumidor que tem como hábito o acampamento? f) Como funcionam as mochilas e as barracas, e quais são os processos industriais e materiais para sua produção? 1.3 JUSTIFICATIVA Contemporaneamente, a cultura urbana passa por diversas mudanças, que permeia a importância que as pessoas dão para a qualidade de vida que possuem. O dia-a-dia em uma cidade gera stress e depressão, sendo estas, as maiores causas de doenças. Com tantas tarefas e rotinas desgastantes, as pessoas procuram atividades que os distraiam e os acalmem. Várias são as pessoas que procuram atividades para relaxar junto com amigos ou familiares, algumas escolhem simplesmente passar alguns momentos junto à natureza. Assim, as atividades que envolvem o meio 17 ambiente tem sido a principal escolha para fugir do caos da cidade, uma destas é a prática do acampamento. O campismo resgata a vivência junto à natureza, sentido de comunidade, solidariedade e preservação. É um hábito, que além de ser prazeroso, é econômico, pois não envolve grandes investimentos na sua prática. Tendo em vista este panorama, devido ao crescimento deste hábito, a criação e a produção de produtos destinados para esta atividade aumentam cada vez mais. Desta forma, surgem novas idéias e soluções para o transporte de utensílios até o local do acampamento. Preocupar-se com a mochila transforma este hábito em uma atividade desgastante e pouco aproveitável. Sendo assim, o presente projeto visa tornar o acampamento uma atividade prazerosa, e evitar a fadiga com o manuseio de equipamentos. Utilizar as ciências do design, tais como ergonomia, funcionalidade, estética e semiótica, é possível desenvolver um produto multifuncional apto para o acampamento, que possibilita a organização e que seja prático e leve, objetivando maior conforto. 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 DESIGN O termo design tem sua origem na língua inglesa, no qual significa tanto desenho quanto projeto, e está direcionado e definido em português como “concepção de um projeto ou modelo”. É uma palavra que hoje está em tudo, relacionado à criatividade no que diz respeito à configuração de algo, seja um aparelho eletrônico, um móvel, um ambiente, ou uma embalagem. O design teve seu grande início após a 1ª Revolução Industrial, conforme citado por Norman (2002), que ocorreu na Inglaterra, onde houve evolução não só na parte da mecanização e produção de produtos, como também teve um largo passo na sociedade e costumes. A industrialização começou a gerar demanda em vez de apenas suprir aquela que já existia. A indústria têxtil atingiu um custo de produção super baixo, que tornou acessível para outras classes o consumo de tecidos. As pessoas começaram a se interessar mais pelos produtos não só por necessidade, mas também por desejo e identidade. Isto devido ao aumento de empregos, inserção da mulher nas indústrias e diminuição da carga horária de trabalho. O design, então, entra com um grande papel para chamar este novo público consumidor, as mulheres e classe operária. Através da identificação de necessidade e diferenciação. Após esta época, segundo Denis (2000), surgiram grandes idéias e mudanças no que engloba o design, e como é possível desenvolvê-lo. As escolas de design surgiram para aliar arte, criatividade e produção à função do produto. Espalhando esta prática para outros países, e hoje, cada vez mais, aperfeiçoando e aliando-se as outras áreas de estudo e criação. Englobando várias disciplinas e assuntos, desde história, cultura e criatividade até aspectos como conforto, praticidade, beleza e ergonomia. É capaz, através do design, aperfeiçoar o processo produtivo, aumentar a lucratividade, reduzir custos e 19 elevar a qualidade de serviços e produtos, além de comunicar de forma eficiente a seu público alvo. De acordo com Norman (2002): O design é um empreendimento complexo, abrangendo várias disciplinas. Engenheiros projetam pontes e represas, circuitos eletrônicos e novos padrões de materiais. O termo “design” é usado para se referir à moda, à decoração de interiores e à jardinagem. Muitos designers são artistas, enfatizando a estética e o prazer. Outros estão interessados nos custos. Tudo levado em conta, muitas disciplinas estão envolvidas no desenvolvimento dos vários produtos que usamos. Através das várias disciplinas utilizadas complementando o design, tais como semiótica, ergonomia, metodologia visual, desenho técnico, teoria do design, estética, processos e materiais industrias e gráficos, se verifica nos produtos e peças gráficas ajustes e necessidades, com isto o design entra neste contexto como fator primordial para a melhoria e para as necessidades encontradas. Uma destas necessidades do consumidor é a identificação e a diferenciação através de produtos, isso fazendo com que o design se volte para os gastos e desejos do público. Gabriella Carelli (2004) afirma que o aumento da oferta de produto com desenho inovador acabou por criar uma vida de mão dupla, pois o consumidor também passou a exigir objetos mais bonitos e com os quais se identifique. Dentro dessa realidade, o design é cada vez mais um aspecto fundamental na conquista de preferência do consumidor, em disputa em um mercado cada vez mais exigente. Cores, formas, materiais e funções são determinantes na escolha do que levar para casa e da empresa a ser escolhida para serviços. 20 Segundo Baudrillard (1981) citado por Faggiani (2006, p. 23): Em nenhum outro período os significados imputados aos produtos se multiplicaram com tanta velocidade, multiplicando-se constantemente e ultrapassando as características funcionais, como nos dias atuais. O sistema de signos e símbolos vinculado aos objetos nunca foi tão forte e representativo da ordem social e tão emaranhado na coletividade. Essa é a característica que diferencia a sociedade atual das suas predecessoras: o mundo do consumo é um conjunto de signos e significados interligados e interdependentes e oferece uma maneira de socialização aos seus indivíduos. Design apropriado e centrado no humano exige que todas as considerações sejam abordadas desde o princípio, tais como fatores funcionais, estéticos e simbólicos, trabalhando-os como um todo. A maior parte do design visa ser usada por pessoas, de modo que as necessidades e exigências delas devem constituir a força que impulsiona grande parte do trabalho ao longo de todo processo. Norman (2002) afirma que bons designs incluem prazer estético, artes e criatividade e ao mesmo tempo são usáveis, de fácil operação e prazerosos. O designer tem visão, encontra necessidades que as pessoas nem percebem que tem. O design tem o papel de mostrar para as pessoas de como é possível ter uma vida com simplicidade e praticidade. Conforme Margolin(1991) citado por Bigal (2001) “No design podemos ver a representação como a vida deveria ser vivida. Design é o resultado das escolhas.” O design oferece para o público não somente o que já é predestinado, mas sim muito além, trazendo soluções eficientes para os produtos tanto industriais quanto gráficos, visando a melhoria dos problemas dos consumidores. Este deve ser visto como parte integrante do desenvolvimento de um produto, onde é definido como a atividade responsável pela configuração dos 21 objetos industriais (BONFIM, 1998). É a melhoria de aspectos funcionais, estéticos e simbólicos. Não é apenas centrado no objeto ou em seus significados objetivos, mas sim, centrado no ser humano e no seu modo de ver, interpretar e conviver com um produto. Os designers, tal como observou Krippendorff (2001) citado por Damazio (2008), começaram a perceber que seus produtos não eram apenas “coisas”, mas práticas sociais, símbolos e preferências. A partir do design é possível desenvolver produtos sustentáveis, com apelo ecológico, projetá-los com simbologias aplicadas levando mensagens para os consumidores e/ou também tornando um simples objeto em símbolo de um grupo de pessoas e até de uma nação. 2.1.1 Design de produtos Os produtos revelam comportamentos, visões de mundo, valores estéticos e estágios tecnológicos que permite uma interpretação da cultura em que os consumidores são incluídos. Estes refletem aspectos do individuo dentro de seu ambiente histórico, portanto, é indispensável entendê-los para se criar produtos de forma coesa com seus desejos e necessidades (BONETO, 1993). O principal foco do design de produtos é o público a qual se destina o projeto de design, pois assim é possível desenvolver um objeto com mais características que o público alvo se identifica. É necessário analisar cultura e aspectos que englobam a vida deste consumidor, assim facilitando a comunicação entre o produto e o indivíduo, passando uma mensagem mais clara e objetiva. 22 Conforme Ng e outros (1998) citado por Damazio (2008): O projeto centrado no usuário pode ser obtido através do estudo de seu processo cognitivo e sua habilidade e capacidade de processar estas informações. Esta premissa representa um dos princípios básicos para o projeto de qualquer sistema: o projeto do sistema deve ter sempre o usuário em mente. Como o trabalho de criar produtos envolve aspectos de comportamento e a agregação de significados aos objetos, os produtos não podem ser vistos como um produto neutro e separado de seu contexto social e funcional (Faggioni, 2006), assim modificando o conceito em relação à responsabilidade do design junto à sociedade e a cultura material. O produto deve causar impacto em seu consumidor, trazendo sensações e emoções através de significados imputados, dando ênfase na particularidade do individuo (DAMAZIO e outros, 2008, p. 51.). A comunicação do produto com o consumidor só é eficiente quando o mesmo percebe e entende o que o objeto quer lhe transmitir, caso não exista esta relação, não haverá consumo deste produto. Sendo assim, o produto só é identificado pelos indivíduos que vivem no contexto em que o mesmo foi desenvolvido, ou os que tenham uma relação próxima com este contexto. Segundo Costa(1993) citado por Faggioni (2006, p. 74): Todos os produtos, todos os vestígios da atividade técnica humana têm de ser compreendidos como fatos culturais, como produtos da cultura material. É assim que qualquer objeto, material, comum e anônimo, estabelece dialeticamente nexos com a civilização, a qual, por sua vez, se torna inteligível por seu intermédio. O diálogo entre homem e objeto, acontece através do uso, este é possível através do estudo centrado nesta ligação. Assim, deve-se refletir nas funções básicas que permitem a percepção e a compreensão do produto, satisfazendo e resolvendo as diversas necessidades dos consumidores. 23 Em virtude disto é perceptível que os produtos apresentam variados públicos, classificando e determinando estilos de vida, classes sociais e desejos. Características presentes nestes objetos diferenciam qual personalidade será atraída. Os signos e símbolos imputados oferecem uma maneira de socialização, sendo estes um sistema representativo da vida social e econômica, implicando um determinado modo de ver e de viver do usuário. Conforme Bourdieu (2001) citado por Faggioni (2006, p.73): Os produtos, considerados sob o fator simbólico, são elementos formadores e determinantes de um estilo de vida e revelam que mesmo as trocas econômicas são trocas simbólicas. As preferências de consumo e estilo de vida estão associadas a classes específicas definindo o status social, passível de ser classificados pelos outros. Além de todos os significados presentes nos produtos, existem outros elementos necessários para que estes sejam mais eficientes. Adequar o produto às necessidades fisiológicas do usuário, tais como, facilidade de uso, conforto, segurança e eficácia na utilização, são essenciais para projetar e planeja-lo de forma mais coesa. Conforme Faggiani (2006, p. 72) “A criação de objetos é uma atividade que abrange planejamento e concepção.” Pensar nas funções básicas, tanto prática quanto estética e simbólica, é fundamental para elaborar e desenvolver objetos centrados no usuário. O planejamento focado nestas três funções torna mais simples e mais acertiva a resolução do problema e a criação de objetos. A função estética aborda o lado psicológico do usuário através do processo de percepção em relação ao objeto. É o primeiro elemento que cria laços entre produto e consumidor, pois a visão é o primeiro contato com o mundo exterior. 24 Logo após, há a interpretação e compreensão da mensagem passada através do produto, envolvendo a função simbólica, ou seja, fatores sociais, políticos, culturais e econômicos. Estabelecendo assim relações com experiências e sensações já antes vividas. Esta função tem o papel de trazer uma conexão mais profunda, despertando emoções no usuário. Conforme Damazio e outros (2008): Um equilíbrio entre as habilidades pessoais e os desafios impostos pelo produto promove nos usuários experientes um sentimento prazeroso de intimidade. Também um sentimento de controle sobre o uso do produto ou sobre toda a situação envolvida no uso dá uma sensação de segurança e autoconsciência. O produto deve fluir e ter um feedback junto a seu usuário, despertando uma relação íntima com o mesmo. O objeto apresentando resposta imediata a seu consumidor evita que haja erros em seu comportamento, isto devido ao hábito que é estabelecido junto com o produto. Quando a interação homem e produto é mais desafiadora, o consumidor vive uma sensação de poder ir além de seu limite, pois este ultrapassa idéias já formadas ou imaginadas. Por fim, pensa-se na função prática, onde existe a analise e adequação do produto ao uso, de uma forma mais eficiente e funcional. As características práticas e técnicas devem satisfazer as necessidades do consumidor, cumprindo a função do objeto. Para desenvolver um produto funcional, confortável, seguro e prático, é preciso estudar a ergonomia. Pois através dela projetar um produto com usabilidade elevada é mais simples e eficiente. Após a concepção do projeto, inicia-se a fase de determinação de materiais e processos propícios para fabricação deste produto. Há também a analise do contexto tecnológico em que o mercado se encontra, pois a partir destas informações é possível utilizar materiais mais adequados, eficientes e de qualidade, assim como processos industriais mais avançados em que a matéria irá passar para se transformar em um produto. 25 2.2 ERGONOMIA O termo ergonomia, conforme afirma Moraes (2003), compreende os termos gregos ergo (trabalho) e nomos (normas, regras). Foi utilizado pela primeira vez em 1949, quando psicólogos, fisiologistas e engenheiros resolveram formar uma sociedade para o estudo dos seres humanos no ambiente de trabalho, surgiu assim a primeira sociedade de Ergonomia. No inicio da era industrial os trabalhadores e usuários deviam se adaptar à máquina e produto, pois estes eram projetados apenas pensando na sua função e eficiência durante a produção, causando assim dores corporais, desgaste físico e mental nos operários e possibilidades de erros e acidentes no manejo com a máquina ou produto. Segunto Damazio (2008), a intensificação de ritmo de trabalho nesta época resultou em sobrecarga para os operários, fazendo com que se pensasse em uma resolução para este problema. Projetar máquinas e produtos pensando no usuário, no manejo e uso, transformando-os em algo confortável e seguro foi o resultado de análises fisiológicas, psicológicas e cognitivas. Houve assim a automatização de sistemas produtivos e adaptação às características e capacidades humanas. Conforme Moraes (2003) estas mudanças possibilitam [...] maximizar o conforto, a satisfação e o bem estar, garantir a segurança, minimizar constrangimentos, custos humanos e carga cognitiva, psíquica e física do operador e/ou usuário e otimizar o desempenho da tarefa, o rendimento do trabalho e a produtividade [...] Os avanços dos estudos ergonômicos juntamente com avanços tecnológicos dos sistemas de produção, desenvolvimento de outros materiais e novos processos, resultaram no aprimoramento de padrões de qualidade de uso, desempenho funcional, conforto e segurança. A ergonomia é utilizada no estágio inicial de planejamento de um produto e na modificação de equipamentos existentes, ou seja, é possível iniciar o desenvolvimento já 26 pensando em ergonomia, a qual tornaria o objeto mais eficiente e seguro, ou adapta-lo seguindo esta ciência, conforme afirmou Iida (2000). Percebe-se que a ergonomia é utilizada como instrumento complementar no desenvolvimento de um produto. É a certeza de que um produto terá resultados positivos. Pois, assim como no design, a ergonomia se preocupa primeiramente com o individuo, desenvolvendo produtos adequados para cada público consumidor. Segundo Chapani (1994) citado por Moraes (2003) Ergonomia é um corpo de conhecimentos sobre as habilidades humanas, limitações humanas e outras características humanas que são relevantes para o design. Projeto ergonômico é a aplicação da informação ergonômica ao design de ferramentas, máquinas, sistemas, tarefas, trabalhos e ambientes para o uso humano seguro, confortável e efetivo. Estes requisitos citados por Chapani (1994) são as diversas qualidades desejadas para a materialização de um produto final. A tarefa se resume nos termos funcionais, operacionais e ergonômicos de um produto. Sendo o conjunto de ações do usuário que torna possível atingir o objetivo de uso do objeto. Quando há problemas relacionados à dificuldade de utilização do produto, sendo estes, por características antropométricas, de sexo, de experiência, de grau de instrução, idade ou habilidade, é porque o projeto não foi bem elaborado juntamente com a ergonomia, assim deve-se pensar mais no estudo de ações para ter um resultado positivo. Já a segurança é a confiança que o produto passa para seu usuário em relação as suas características funcionais, de percepção, de montagem, entre outras. É a utilização segura e confiável do objeto. O conforto vem como condição de comodidade e bem estar, através da ergonomia é possível evitar a fadiga ou doenças no uso. Outro requisito ligado às características anatômicas e fisiológicas do corpo humano é a postura. Segundo Gomes (2003) “[...] define-se postura como a organização dos segmentos corporais no espaço.” 27 Ou seja, as posições em que o corpo se encontra no momento de uso do produto. Os problemas ergonômicos deste fator estão ligados diretamente com o conforto, segurança e utilização. Más posturas podem gerar fadiga muscular e defeitos físicos. A aplicação de força, conforme afirma Chimenti (2007), é o esforço necessário para manejo e uso de determinados objetos. É um requisito importantíssimo de projeto, pois se devem desenvolver peças compatíveis com níveis de força do usuário, para evitar que estas não estraguem ou quebrem com facilidade. Fundamental analisar fatores de idade, sexo e biotipo do individuo. O ato de manuseio ou operação com qualquer objeto chama-se ações de manejo. É respectivo a todos os manuseios, desde o mais simples até o mais complexo, como pilotar um avião. Para estas funções é necessário analisar os atributos do usuário, englobando a habilidade, sensibilidade, força, precisão, treinamento e experiência. Verifica-se qual facilidade, percepção, interação e conhecimento o usuário tem em relação ao produto. Segundo Moraes (2003), existem diferentes níveis de qualificações de manuseio, tais como: manejo fino, exige muita habilidade, precisão e sensibilidade; o médio, que exige certa força, habilidade, precisão e experiência, já o manejo grosseiro exige muita força, treinamento e precisão. Mas isto depende também de cada tipo de produto ou situação de uso. Outro fator já citado, que influencia diretamente na hora de projetar um produto são as características dos usuários. O biotipo é classificado antropometricamente, ou seja, por medidas do corpo. São eles: endomorfos, que possuem formas mais arredondadas, braços curtos com gordura; mesomorfos são do tipo musculosos, sem gordura; os ectomorfos, que são os de corpos e membros longos e finos; e por fim a mescla dos três, a qual a maioria dos indivíduos se encaixa, sendo difícil encontrar um que se encaixe em apenas um tipo, pois isto depende muito do estilo de vida a qual as pessoas tem. Já o sexo é um fator muito importante também, principalmente no quesito força, pois as mulheres ,segundo Gomes (2003), tem 25% menos força 28 que os homens. Assim evidenciando a importância de pensar primeiramente na adequação a mulher. A idade também exerce uma influência significativa no desenvolvimento de um produto, pois cada faixa etária pode ter diferentes experiências, habilidades e forças. Chegando assim ao fator instrução, que é a capacidade intelectual e emocional do usuário, estes podendo ser tanto letrados quanto analfabetos. Segundo Damazio (2008), as ações de percepção agem diretamente com os sentidos humanos, é a comunicação entre um emissor e um receptor, assim sendo, quando esta mensagem é transmitida para o usuário significa que houve interação e aceitação, e por fim há a decisão de escolha. A primeira ação de percepção é a visão, a qual há a decodificação de cores e formas, levando-se em conta a acuidade, capacidade de perceber pequenos detalhes, e a legibilidade, capacidade de perceber a informação imputada ao produto. A audição é outro elemento em que é possível se aprofundar e complementar um objeto. O sentido por qual é possível perceber texturas e sensações térmicas é o tato, este sendo uma alternativa para cativar o publico em foco. A partir do sentido sinestésico é possível a percepção dos movimentos do corpo sem acompanhamento visual, ou seja, utilizando um produto sem controle visual, por exemplo, acionando pedais sem olhar. A escolha do material é crucial na hora de fabricar um produto, pois através dele é possível obter o resultado desejado. Esta escolha pode ser estabelecida através de vários critérios de análises de materiais, tais como as dimensões, forma, peso, resistência mecânica, resistência ao desgaste, facilidade de fabricação e de montagem, custo e durabilidade. Segundo Cybis (2007), para selecionar o material para o produto, além destes critérios, existem outros fatores que implicam como qual a forma do produto, qual a cor desejada, se terá transparência, se será possível reciclar o produto, qual o tempo de vida e investimento previsto para o produto. Adequar a matéria às funções de uso, técnicas, perceptivas e estéticas é essencial no desenvolvimento do projeto. A ergonomia não é mais colocada como opção no planejamento de produtos, mas sim parte integrante e essencial no design. 29 2.3 O ATO DE ACAMPAR O hábito de acampar tem crescido cada vez mais ao passar dos anos, por conta da mudança de hábito e cultura da sociedade. Segundo Trigo (1998) acampar se tornou um hábito mais prazeroso e econômico encontrado pelas pessoas que cansaram do caos das cidades e das atividades que nelas existem. O sentido é resgatar a vivência junto à natureza que foram esquecidas com a cultura urbana. O acampamento traz o sentimento de solidariedade perante outros campistas, como também, perante a natureza. Segundo Civitate (2000), a escolha do lugar para acampar depende do objetivo do campista nesta atividade. Existem lugares propícios para acampamento, com uma infra-estrutura já montada com banheiros e cozinhas comunitárias. Nestes lugares terão outros campistas e é uma opção mais relaxante, pois também possui energia elétrica, tornando o hábito mais prático, assim podendo aproveitar outras atividades propostas pelo ambiente escolhido. Existe também o acampamento selvagem, ou seja, é um ambiente que não possui infra-estrutura apta para esta atividade, sendo que as instalações devem ser providenciadas pelos campistas. Este tipo de acampamento é mais atrativo para os olhos de pessoas que gostam de ter um encontro maior com a natureza. É uma atividade que precisa de maior preparação para enfrentá-la e conseguir aproveitar, pois é necessário levar mais objetos do que em um acampamento organizado. Conforme Pivari (2007), em um acampamento a alimentação saudável é essencial para se desfrutar de uma boa estadia. Pois geralmente existem atividades que exigem mais da energia corporal, como por exemplo, trilhas. Os exercícios que podem ser praticados junto à natureza são diversos, tais como caminhadas, trilhas, mergulho e alpinismo. Estes fazem com que o acampamento seja mais divertido e que haja uma aproximação maior com o meio ambiente. A preocupação com a natureza e com o local onde se acampa é essencial para que esta prática possa se repetir. Estas preocupações englobam economizar recursos naturais e evitar jogar materiais não degradáveis no solo ou em rios. 30 O acampamento, nas suas mais variadas formas, atinge pessoas de todas as classes sociais e faixas etárias. É uma atividade que atrai e aproxima pessoas, trazendo mais prazer e harmonia em suas vidas. Rodrigues (2003) afirma que a fadiga com instrumentos de acampamento, tais como mochila e barraca, faz com que esta atividade não seja apropriadamente aproveitada, isto pelo fato de que as pessoas que tem o acampar como uma atividade de prazer e relaxamento, acabam se estressando e não tendo a experiência esperada. Conforme Gal (2008), a mochila é um objeto essencial para o acampamento, e também para diversas outras atividades que envolvem o deslocamento do usuário de um local ao outro. É uma maneira de se locomover e de viajar. Os indígenas tinham diversos sistemas de carregar seus pertences. Objetos mais pesados eram levados nas costas de animais, já outros eram carregados em modelos de cestos feitos de fibra natural ou couro nas próprias costas. A imagem 01 mostra um exemplo de cesto utilizado pelos índios que era produzido de forma artesanal, o qual tinha grande resistência e a principal função era carregar alimentos para levá-los até a tribo. Imagem 01: Cesto de fibra natural Fonte: Nadia Gal (2008) Em alguns casos, as mochilas tinham armações de madeira ou bambu, onde era possível amarrar os objetos. As alças eram presas aos ombros, à cintura e até mesmo na testa, conforme a imagem 02. Após as colonizações nas Américas, os subjugados eram quem carregavam os pertences. Com o 31 desaparecimento das doenças que mataram milhares no século XIX e início do século XX, apareceram as mochilas propriamente ditas. Imagem 02: Cesto estruturado com bambu preso à testa Fonte: Ruffaldi (1999) A mochila aparece como instrumento de vida prática, principalmente na vida dos soldados americanos. Pois nas grandes guerras as distâncias percorridas eram longas, fazendo com que os soldados necessitassem levar mais suprimentos para sobreviver durante esta época de conflitos. Na guerra do Paraguain segundo Gal (2008), é onde se identifica os primeiros modelos de mochilas utilizadas por soldados com alças para os dois ombros, já na I Guerra Mundial a grande maioria já utilizava mochilas. Mas na II Guerra Mundial foi onde as mochilas foram usadas intensamente, fazendo com que elas fossem produzidas em grande escala e com boa qualidade. No pós guerra, os equipamentos militares sem uso começaram a serem vendidos nas lojas por preços baixos, as quais eram freqüentadas por um publico que freqüentavam as florestas e montanhas. Com isto intensificando as atividades junto à natureza. Nos anos 50 percebe-se a necessidade de mochilas maiores, vindo juntamente com o aumento do consumo e maiores interesses em viagens do 32 estilo “mochilão”, que são viagens, sem muita comodidade, feitas apenas com uma mochila, onde nela estão todos os pertences do usuário. Surgem assim as armações inspiradas nas armações de madeiras utilizadas pelos índios. Dick Kelty cria a primeira mochila de armação externa, como verifica-se na imagem 03, que continua em produção até os dias de hoje. Imagem 03: Primeira mochila de armação externa Fonte: Drollinger (2007) Estas mochilas apresentam capacidade de carga elevada e conforto extremo. Mas, por outro lado, tem aspectos que atrapalham na hora do uso, pois as armações engancham em galhos e dificulta a passagem por caminhos estreitos. Devido a estes fatores negativos, as mochilas de armação interna foram se popularizando, e os processos de fabricação se tornando mais simples. Estas têm maior conforto e transferem o peso da carga para as estruturas da mochila e não para o usuário. Surgem assim diferentes tamanhos e estilos de mochilas. A barraca é outro fator que se deve ter atenção na hora de acampar, pois ela irá abrigar o usuário, sendo assim deve ser resistente e com materiais adequados. A montagem dela deve ser prática para não desgastar o usuário e 33 não tomar tempo enquanto este poderia aproveitar e desfrutar do acampamento. A origem da barraca não tem local nem data determinada. É um objeto que surgiu em diferentes povos e locais, onde estes sequer tinham ligações um com o outro. Foi a forma que encontraram para se protegerem e abrigarem suas famílias. É possível perceber a influencia da cultura em cada tipo de abrigo. Os povos nômades a cada certo período de tempo mudavam-se de local em busca de alimento. Assim seu abrigo era feito de forma mais simples, utilizando madeira para suporte e tecido ou palha para cobrir, conforme Jack (2005), exemplificado na imagem 04. Já os esquimós, não viviam em grandes grupos, e moravam em locais com climas extremamente baixos, estes tinham como abrigo o iglu, que era feito de neve. Sendo esta um excelente isolante mantendo a temperatura no interior agradável. O povo indígena, ao contrario dos esquimós, viviam, e ainda vivem, em grandes aldeias, onde a família possui vários integrantes. As ocas são utilizadas por eles como abrigo, estas são dispostas em círculos e tem forma elíptica. Imagem 04: barracas de nômades Fonte: Drollinger (2007) 34 Portanto, só a partir da I Guerra Mundial as barracas foram produzidas industrialmente, onde vários soldados foram enviados para lugares longes e desconhecidos, e assim tentavam sobreviver em condições extremas, necessitando de abrigo seguro. No século XX, aconteceram as conquistas das grandes montanhas, assim necessitando apropriar as barracas já existentes, tornando-as fortes, resistentes e ao mesmo tempo leves. Hoje em dia a produção e inovação neste produto são abundantes. Os materiais utilizados são variados, fazendo com que o uso seja mais eficiente. Assim, com utensílios aptos, o acampamento se torna um hábito prazeroso e que a cada dia existem mais pessoas que o tem como uma atividade de lazer e integração. 35 3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN 3.1 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN A metodologia aplicada para o desenvolvimento deste projeto, é a do método aberta ou também conhecida como MD3E – Método de Desdobramento em 3 (três) Etapas. Esta metodologia foi desenvolvida pelo professor e doutor em Design Flavio Anthero dos Santos (2006). Este foi desenvolvido para sua tese de doutorado, onde ele percebeu que os métodos que estavam sendo usados até o presente momento eram pouco adaptáveis e dificultavam o uso de alunos que iniciavam o curso de design. Resolveu assim, criar um método mais flexível e adaptável, ou seja, as etapas do projeto são feitas pelo usuário da forma que lhe for mais interessante e é possível adaptála com outras metodologias. Esta metodologia possui estrutura radial, ilustrada na imagem 06, o qual possibilita a visualização do projeto como um todo. Partindo de uma base circular que durante o processo vai se desdobrando e expandindo-se. Imagem 06: Estrutura radial Fonte: Santos (2006) 36 As etapas básicas, conforme Santos (2006), para iniciar os desdobramentos e desenvolver o projeto com características mais pessoais e com assuntos melhores estudados são: a) Pré-concepção: definir todas as atividades que precisam ser desenvolvidas antes da geração de alternativas. Envolve o planejamento do projeto, que possui o cronograma, investimentos, tecnologias a serem utilizada, análise do problema, que engloba o conceito, temática, pesquisas. E também atributos do produto, tendo elementos funcionais, estéticos, formais e simbólicos; b) concepção: envolve três etapas: Caminhos criativos, através de painéis imagéticos, geração de alternativas, onde são desenhadas opções baseadas nas pesquisas realizadas, conceitos e temática, e a seleção e adequação, que é onde há a escolha da melhor alternativa para se desenvolver; c) pós-concepção: onde se define todas as atividades a serem desenvolvidas após a definição da melhor solução. Envolvendo componentes, que são as partes do produto, os processos de fabricação e materiais de cada componente, e por fim o documento escrito com todo o projeto, tendo desenho técnico e rendering. Após desenvolver as etapas básicas serão traçados assuntos nos seguintes níveis que estão diretamente ligados aos citados anteriormente. Assim planejando o projeto focado nas etapas de desenvolvimento, dando maior flexibilidade e visualização do projeto como um todo. 37 3.1.1 Metodologia do projeto adaptada A metodologia aberta desenvolvida por Flávio Anthero dos Santos possibilita selecionar os assuntos a serem abordados e trabalhados no projeto de design conforme habilidades do designer ou estudante de design. Com isto, no presente projeto as etapas foram escolhidas e desenvolvidas de acordo com características e afinidades da autora. Estas fases foram separadas nos seguintes subtítulos: a fase de pré-concepção possui coleta e análise de dados, onde terão dados técnicos e suas análises de dados ergonômicos antropométricos, que irá auxiliar na definição de medidas, pesos e volumes da mochila e barraca, além de análises sobre produtos similares e público e por seguinte, atributos do produto, que definirá características do projeto, tais como atributos funcionais, estéticos e simbólicos, como verifica-se na imagem 07. Imagem 07: Fase pré-concepção Fonte: a autora 38 A coleta de dados iniciou por questionários realizados via internet em sites de relacionamentos e fóruns de discussão. Pesquisas bibliográficas e via internet sobre o tema do projeto foram realizadas logo após os questionários. Foram coletadas informações técnicas sobre antropometria, mochilas, barracas e similares. O público definiu-se a partir de pesquisas via internet e de campo. A concepção envolverá os caminhos criativos; geração de alternativa; e por fim, seleção e adequação da alternativa, que se dará pela matriz de avaliação, na imagem 08 é ilustrada esta fase. Os painéis imagéticos trazem os conceitos determinados pela autora, e a partir deles foram desenvolvidas as alternativas. Imagem 08: Fase concepção Fonte: a autora 39 Por último, tem-se a fase da pós-concepção. Esta apresenta os componentes do projeto, com detalhes dos materiais e processos, que são: barrigueira, alças, bolsos, tampa, costado e acabamentos. Após é desenvolvido o desenho 3D virtual, os desenhos técnicos e as fichas técnicas de cada componente, a imagem 09 ilustra estes passos na metodologia MD3E. Imagem 09: Fase pós-concepção Fonte: a autora A determinação dos passos a se tomar torna mais fácil o processo de desenvolvimento do projeto. Tem-se uma visão geral de todas as fases e desdobramentos, como é exemplificado na imagem 10. 40 Imagem 10: Metodologia MD3E Fonte: a autora Após a fase de planejamento da metodologia, são desenvolvidas as outras fases determinadas pela autora. 3.2 PROJETO DE DESIGN 3.2.1 Coleta e análise de dados 41 3.2.1.1 Dados ergonômicos antropométricos A antropometria é a parte da ergonomia que estuda as medidas do corpo humano. As medidas antropométricas são indispensáveis para se projetar um produto, pois é a partir dela que é possível a adequação do objeto para o usuário. As medidas antropométricas variam de país para país, pois o fisiotipo é diferente nas variadas etnias. No Brasil há grandes variações também, isto é influenciado também pelo estilo de vida que o consumidor tem. Outra variação significativa é entre sexos, conforme afirma Iida (2000), homens e mulheres diferenciam-se entre si desde o nascimento. Sendo que os meninos são 0,6 mais compridos e 0.2 kg mais pesados ,em média, do que as meninas. Na fase adulta, o homem apresenta tórax maior, ombros mais largos, braços mais longos e pés maiores. Já as mulheres possuem ombros estreitos, tórax menor e bacia mais larga. A tabela de norma alemã DIN 33402 de junho de 1981, é uma das tabelas mais completas, que possui medidas de 54 variáveis do corpo humano. Na imagem 11 é ilustrada as principais variáveis usadas em medidas de antropometria estática do corpo humano. Imagem 11: Variações corpo em pé Fonte: Iida (2000) 42 A partir da tabela alemã DIN 33402, realizou-se um levantamento antropométrico brasileiro, com medidas de 400 trabalhadores de fábricas e 100 trabalhadores de escritórios na região de São Paulo. A tabela 1 apresenta as medidas antropométricas de mulheres colhidas nesta pesquisa, a numeração é diretamente relacionada às da tabela 01. A medida colocada na tabela como D.P. é o desvio padrão que há da média calculada. Medidas Antropométricas 5% 50% 95% Média D.P. estática (cm) 1.1 Estatura 149 159 169 158,8 6,13 1.2 Altura dos olhos 138,5 147,5 157,5 147,6 5,98 1.3 Altura dos ombros 122 131 139,5 131 5,45 dos 92,5 99,5 107 99,5 4,29 1.5 Altura das mãos 56,5 61,5 67 61,8 3,31 1.9 Largura do tronco 34 38 44 38,9 3,27 1.10 largura do quadril 33 39 45 39,1 4,03 1.4 Altura cotovelos Tabela 01: medidas antropométricas femininas Fonte: Iida (2000) As medidas são classificas em 5%, 50% e 95%, sendo a primeira e ultima classificação os extremos da população, que possui as medidas mais extremas. Já os 50% é a medida média da população. Um produto deve pensar em todos os usuários e suas variações, sendo assim importante utilizar as medidas de 5% a 95%. Na tabela 02 é apresentada as medidas antropométricas dos homens. 43 Medidas Antropométricas 5% 50% 95% Média D.P. estática (cm) 1.1 Estatura 160 171,5 183,5 171,5 6,79 1.2 Altura dos olhos 149 159,5 172 160 6,61 1.3 Altura dos ombros 133 143 154,5 143,2 6,46 1.4 Altura dos cotovelos 100,5 109 118 109,1 5,31 1.5 Altura das mãos 59,5 66 73 66,1 4,31 1.9 Largura do tronco 36 43 49 42,8 4,70 1.10 largura do quadril 29 36 42 35,5 3,63 Tabela 02: medidas antropométricas masculinas Fonte: Iida (2000) As medidas analisadas com mais atenção foram a da largura do tronco e do quadril, pois é onde a mochila é apoiada e onde o peso é segurado. Na imagem 12 é ilustrada a forma como o peso é distribuído no corpo do usuário. Imagem 12: Forma como o peso é distribuído Fonte: Curtlo 44 O peso é outro fator a se analisar, conforme Gomes Filho (2003), o peso da mochila deve ser 10% do peso do usuário, isto para ser mais confortável o uso, evitar a fadiga, e outro fator é o peso estipulado pelos aeroportos para viajar, que é de 21 Kg. Imagem 13: Lugares apropriados para colocar os objetos Fonte: Curtlo O maior peso deve ser colocado na parte inferior da mochila, para que seja possível o apoio nos ossos da bacia e/ou também colocados na parte junto às costas, equilibrando o peso entre quadril e ombros. Na imagem 13 é possível verificar onde é apropriado colocar os objetos conforme seu peso. Assim, o centro da gravidade irá se localizar na região lombar. 3.2.1.2 Mochila A mochila é uma representante da liberdade, passando a imagem de que com ela é possível chegar onde quiser apenas usando uma mochila. Sendo assim, esta precisa ser resistente e de boa qualidade para que não dificulte o uso durante o percurso em que ela é utilizada. 45 As mochilas de uso diário variam de 10 a 40 litros, ilustradas na imagem 14. Elas possuem variados bolsos que ajudam na hora de organizar os objetos. As mochilas de uso tanto diário como uso em trilhas e passeios vão de 40 a 60 litros, as mochilas com maior capacidade de carga, são as chamadas cargueiras, que são propícias para viagens maiores ou se necessitar de maior carga. Mochila 10 Litros Mochila 60 Litros Imagem 14: Tipos de mochilas Fonte: Curtlo Na escolha de uma mochila é preciso analisar se esta irá se adaptar ao corpo, se a costura é bem feita e qual material foi utilizado para a fabricação. Existem variados materiais e tecidos utilizados neste produto, alguns com menor qualidade e outros muito resistentes à abrasão. As regulagens são feitas por fivelas, botões e zíperes. Elas estão presentes em diferentes locais da mochila, como nas alças, costas, bolsos e barrigueira. As alças são essenciais para regular a mochila ao corpo do usuário, se estas não forem confortáveis e com boa regulagem a fadiga aparece com pouco tempo de uso. A barrigueira é um cinto largo que tem a função de transferir o peso para a bacia, geralmente possui fitas ao lado para regulagens laterais. O acesso à mochila pode ser 46 tanto na parte superior, quanto inferior ou até mesmo acessos frontais e nas costas. Os materiais e acessórios presentes na mochila refletem diretamente no peso da mesma. Esta não pode pesar muito, pois o peso da mochila mais o volume dos objetos que nela são colocados podem prejudicar o uso e afetar na prática do acampamento ou trilhas. Os materiais e acabamentos são os elementos que proporcionam uma qualidade boa ou não. O tecido escolhido para a produção da mochila deve ser resistente à abrasão e leve. Alguns dos tecidos mais utilizados em mochilas são: nylon 400 denier¹, poliéster 600 denier, lã, algodão, polipropileno e Cordura® 100 – 600 denier. A lã, o polipropileno e o algodão são os tecidos menos resistente, que em um teste realizado pela empresa Curtlo, foi constatado que tem menos resistência em abrasão, como ilustrado na imagem 15. Já o nylon, poliéster e Cordura® são os tecidos que resistem por número maior de ciclos de uso, além de serem impermeáveis. 47 Imagem 15: Testes de resistência à abrasão Fonte: Curtlo O tecido Cordura® é marca registrada da empresa InvistaTM. É um tecido produzido com fios de poliamida 6.6 de alta tenacidade. Possui resistência à ruptura acima da média de outros tecidos, apresenta alta resistência à abrasão, rasgamento e perfuração. Cordura® pode ser tingido ou estampado, além de ser fácil de lavar, secar e ser leve. Geralmente é revestido com resinas ou Teflon, a qual se torna impermeável a água, óleo e retarda chamas. Este tecido pode ser produzido com fios lisos, indo de 210 denier à 840 denier, ou pode ser texturizados, sendo utilizados fiode de 500 denier à 1000 denier. Os fio lisos possuem maior resistência à ruptura, já os texturizados tem grande resistência à abrasão. A mochila será produzida com o tecido Cordura® 1000 denier, sendo o tecido texturizado, possuindo grande diferença e resistência comparado à outros tecidos. As partes onde serão utilizadas este tecido serão o compartimento superior e inferior, os bolsos laterais, a tampa e as alças como revestimento da espuma 18 mm. Outro fator para que o ciclo de vida da 48 mochila seja longo é o tipo de costura do tecido em áreas de grande tração. Esta deve ser dupla para que resista à ruptura. O costado do tecido é produzido com tecnologia Dry System, desenvolvida pela empresa Curtlo. É um tecido aerado, ilustrado na imagem 16, com três camadas que transporta o vapor e umidade através de controle termostático. Este permite a circulação do ar e diminui o suor e o calor, proporcionando mais conforto. Imagem 16: Tecido aerado Fonte: Curtlo Este tecido não deixa o suor em contato com a pele do usuário, mantendo-o mais seco e protegido. O costado é feito de forma côncava, apoiando a parte superior e inferior nas costas do usuário, assim sendo possível a passagem de ar para resfriamento, ilustrado na imagem 17. 49 Imagem 17: Costado côncavo Fonte: Curtlo As alças feitas com tecido Cordura® 1000 denier revestindo a espuma EVA 18 mm. Elas possuem regulagens de altura nas costas, sendo possível a utilização por qualquer medida de estatura do usuário, mostradas na imagem 18. Imagem 18: Regulagem da altura das alças Fonte: Curtlo As alças também possuem regulagens para aproximar nas costas a mochila, conforme imagem 19, equilibrando o peso entre os ombros. Assim, 50 possível facilitar o carregamento da mochila. Também é ilustrado o estabilizador de peso peitoral, que ajuda a aliviar o peso dos ombros. Imagem 19: Regulagens alças Fonte: Curtlo A barrigueira serve para transferir o peso dos ombros para a bacia do corpo do usuário, ela é feita de tecido Cordura® 1000 denier revestindo a espuma 18 mm. Nela possuem alças para regulagem do tamanho do quadril, exemplificada na imagem 20. Imagem 20: Regulagem barrigueira Fonte: Curtlo O sistema lady fit, é um sistema de regulagem para o corpo feminino, podendo ajustar à cintura da mulher. Este é representado na imagem 21. 51 Imagem 21: Sistema Lady Fit Fonte: Curtlo Com estes sistemas e tecnologias torna o uso da mochila mais confortável e duradouro, tornando possível grandes ciclos de uso sem fadiga. Analisando as pesquisas realizadas, verificou-se que os usuários não utilizam a mochila de 75L para ir fazer trilhas ou visitar cachoeiras enquanto estão acampando, verificando esta necessidade, desenvolver uma mochila menor para levar poucos objetos para passar algumas horas somente é essencial. E para não ocupar mais espaço dentro da mochila, pensou-se em projetar uma mochila de 10L que seja destacável da mochila de 75L. Assim o usuário poderá escolher se quer utiliza-la ou não, além de ter mais um compartimento para guardar os utensílios. 3.2.1.3 Barraca A barraca é um utensílio essencial para o acampamento, ela deve resistir as mais variadas temperaturas climáticas. Existem 3 tipos principais de barracas, a iglu que é a mais utilizada, possui vários modelos e sua armação é de fibra de carbono ou de alumínio, é leve e prática. Algumas possuem teto duplo, o qual ajuda a evitar a passagem de umidade para o interior da barraca. existe também a barraca bangalô, que possui um formato mais quadrado e possui divisões em seu interior. É ideal para famílias, já que possui estrutura grande, porém é pesada pelo fato de ser feita de lona e armação de aço. Sua 52 montagem é mais trabalhosa, sendo mais eficientes em acampamentos onde não precise carregá-la por muito tempo e que dure vários dias. A barraca tipo canadense possui um formato mais triangular e possui armação de aço. É durável e pesada para grandes caminhadas. Elas devem possuir costuras reforçadas e são equipadas com 3 ou 4 armações. As varetas devem resistir à flexão e ruptura durante um tempo com muito vento ou neve. As feitas de alumínio são as mais confiáveis e resistentes. Existem variados tipos de tecidos para utilizar em uma barraca. O algodão é um tecido simples, mas pesado e apodrece facilmente. O nylon poliamida tem grande resistência, não apodrece, é leve e elástico. Já o nylon ripstop possui mais linhas de reforço do que o anterior é ideal para a relação peso/resistência. Todavia o poliéster possui grande resistência ao rasgo. Não apodrece e nem deforma sob ação da umidade. É leve, entretanto, não possui grande elasticidade. Os revestimentos podem ser feitos com: silicone é leve, durável, elástico e protege do raio ultravioleta; o poliuretano é impermeável a baixas temperaturas; e o PVC é barato, pesado e pode rachar em baixas temperaturas. As barracas mais utilizadas são de 2/3 a 3/4 lugares. Na imagem 22 ilustra as medidas e pesos destes produtos. Imagem 22: Medidas e pesos da barraca iglu Fonte: Nautika (2007) 53 A barraca será acoplada no compartimento inferior da mochila, onde irá reverter o peso para a parte lombar das costas. 3.2.1.4 Similares A pesquisa realizada dos similares foi via internet, analisando sites de vendas deste produto, fóruns relacionados ao tema e sites de relacionamentos. No site mochileiros, verificou-se nos fóruns de debates que havia uma votação com o nome “Qual a marca de sua mochila?”, a qual foi votada por 127 usuários do produto mochila. Na imagem 23 é possível analisar a votação que foi realizada a partir de 2007. Imagem 23: Votação “Qual a marca de sua mochila?” Fonte: Mochileiros 54 Com este gráfico é possível verificar que a marca mais utilizada de mochilas é a Trilhas e Rumos, que é uma marca brasileira com grande qualidade, onde 31% dos votantes possuem mochila desta marca. Na imagem 24 estão alguns exemplos das mochilas desta marca. As mochilas de 75L variam de 200,00 reais a 500,00 reais, segundo consta no site da própria marca. Imagem 24: Mochilas Trilhas & Rumos Fonte: Trilhas & Rumos Em segundo lugar, com 24% dos votos, é a marca Deuter, esta marca teve sua origem na Alemanha, e conquistou seu espaço em vários países. Possui uma grande variedade de produtos relacionados a viagens. Seus produtos de 75L possuem preços que variam de R$ 530,00 a R$ 900,00. Na imagem .25 estão as fotografias de algumas mochilas da marca Deuter. Imagem 25: Mochilas Deuter Fonte: Deuter 55 A marca que ficou em terceiro lugar na votação realizada no site mochileiros é a Curtlo. Esta marca é brasileira e cada vez mais vem conquistando seu espaço no mercado com produtos de qualidade e esteticamente atraentes. As mochilas de 75L da Curtlo variam de R$ 200,00 a R$ 500,00. é possível verificar suas característica na imagem.26. Imagem 26: Mochilas Curtlo Fonte: Curtlo Os produtos similares possuem grandes semelhanças entre si, isto pelo fato de serem características atraentes para os usuários. Analisa-se que todos possuem a barrigueira para apoio do peso sobre os ossos da bacia, além de possuírem bolsos laterais expansíveis e divisão em dois compartimentos, onde um tem acesso ao outro. 3.2.1.5 Público A vida urbana está cada vez mais estressante e entediante, devido a estes fatores, a população está a procura de atividades relaxantes e que lhes traga bem estar. Uma destas atividades é o acampamento, que a cada ano cresce mais o número de campistas. 56 O público que resolve partir para esta atividade está cansado da rotina que a cidade traz, até mesmo na área do lazer. Este público que esta entre 25 a 35 anos de idade, o qual já possui um emprego e renda estável, e que pensa em aproveitar a vida com seu espírito aventureiro. É um público que possui graduação geralmente nas áreas de biologia, naturologia, oceanografia, história, geografia e até mesmo em áreas como medicina e odontologia. Indiferente, são pessoas que gostam da natureza, de conviver com ela e que a respeitam. Possui uma renda mensal que é possível ter uma vida confortável e ter a possibilidade de poder sair da cidade sem grandes preocupações. É um público que aprecia as artes de maneira geral, possui um lado espiritual desenvolvido, independente qual seja. O acampamento é uma atividade que abrange tanto homens quanto mulheres. O público tem espírito livre e aventureiro, aceita aventuras e desafios sem pensar duas vezes. Gosta de viajar e conhecer novas culturas sem se prender a nada e a ninguém. 3.2.2 Atributos do produto A mochila tem como função transportar objetos do usuário até o local desejado. Assim possuindo várias divisões e bolsos para melhor organizar os utensílios. A mochila terá bolso na tampa da mochila, onde se devem carregar objetos leves, bolsos laterais e frontais para objetos mais pesados. No seu interior possuirá dois compartimentos, sendo o primeiro para guardar utensílios e no compartimento inferior para guardar a barraca dobrada. As alças terão regulagens tanto de altura quanto de tamanho. Regulagem na tampa da mochila e também nas laterais. E para carregá-la de forma confortável, terá apoio lombar e barrigueira. 57 A mochila precisa ser leve, através de cores e formas como também através de materiais escolhidos para seus componentes. Além de ser ergonômica, tornando o uso mais agradável, e também deve ser um produto prático, que seja eficiente na hora de transportar os pertences. As cores ajudam a transmitir juntamente com a forma do produto a mensagem desejada. Ela pode tanto atrair ou expelir o usuário. Como o hábito de acampar envolve natureza, geralmente as mochilas apresentam cores escuras, pois elas sujam facilmente. As cores mais utilizadas são preto, verde, vermelho, amarelo e azul. O preto transmite sofisticação, modernidade, anonimato e poder. A cor verde passa a mensagem de natureza, jovialidade e boa sorte. Os sentimentos de paixão, força e energia vêm da cor vermelha, o otimismo, alegria e riqueza da cor amarela e a cor azul transmite segurança, conforto e confiança. O espírito de aventura e natureza será representado fisicamente pela mochila, mostrando como é bom conviver junto à natureza e desfrutar com respeito. Trazendo a liberdade que muitas pessoas ainda não encontraram, a liberdade de ir e vir quando quiser. 3.2.3 Caminhos criativos Para aguçar a criatividade foram feitos painéis imagéticos. As imagens foram pesquisadas na internet, mostrando os conceitos e aspectos simbólicos do produto. Todos os conceitos elencados foram determinados pela autora. O primeiro painel imagético traz três conceitos sobre mochila, a partir deles, imagens foram selecionadas para ilustrar e exemplificar. A imagem 27 ilustra o esquema realizado. 58 Imagem 27: Conceitos mochila Fonte: a autora A ergonomia foi o primeiro conceito determinado para a mochila, é um aspecto essencial no desenvolvimento deste produto, pois é com ele que é possível o conforto, segurança, leveza e praticidade, através da adequação do produto ao usuário. O segundo conceito elencado foi a multifuncionalidade, ou seja, a mochila ter várias funções para facilitar o uso. E por fim, o conceito liberdade, que com apenas uma mochila o consumidor poderá escolher o caminho a trilhar. O seguinte painel imagético, presente na imagem 28, traz os conceitos do público alvo, o qual são pessoas que gostam de aventura, tem espírito livre e são financeiramente estáveis. Imagem 28: Conceitos público Fonte: a autora 59 O público aventureiro busca a todo o momento estar conhecendo lugares diferentes e alguns não explorados ainda, se misturando com a natureza e a respeitando. A pessoa aventureira traz consigo o espírito livre, que envolve a idéia de estar em qualquer lugar quando quiser. E para este conceito se realizar, também é importante o público ser financeiramente estável, para que o acampamento seja positivo e os utensílios e materiais sejam adequados para esta atividade. O último painel imagético ilustra os conceitos dados para o hábito de acampar, presente na imagem 29. O lazer, a natureza e o bem estar foram as palavras relacionadas ao acampamento. Imagem 29: Conceitos acampamento Fonte: a autora O ato de acampar traz a idéia de lazer, de ser um refúgio da vida urbana, onde é capaz encontrar a tranqüilidade e o silêncio não vivenciados nas cidades, assim trazendo o bem estar para as pessoas. E, a natureza é o cenário ideal para que haja o acampamento. Com as análises realizadas através das imagens, será possível desenvolver alternativas que traduzam estes conceitos determinados. 3.2.4 Geração de Alternativas As alternativas foram desenvolvidas a partir da análise de dados, tais como, ergonomia, produtos similares, público alvo e imagens ilustrativas. 60 As duas primeiras alternativas desenvolvidas surgiram do repertório visual da autora, onde foi desenhado mochilas com poucas diferenciações funcionais. Na imagem 30 as duas primeiras alternativas são ilustradas. Imagem 30: Alternativas 1 e 2 Fonte: a autora O desenho 2 ilustra uma mochila de 75 L que possui uma mochila pequena de 10 L destacável, sendo possível utiliza-las separadamente. A alternativa três apresenta variações de bolsos para melhor organização dos utensílios. A alternativa 4 apresenta aberturas diferentes para o compartimento maior da mochila, abertura superior, ventral e traseira. Na imagem 31 é apresentado as duas alternativas. 61 Imagem 31: Alternativas 3 e 4. Fonte: a autora Todas as alternativas suprem a necessidade do acoplamento da barraca, com as mesmas características apresentadas nas alternativas presentes na imagem 32, tais como, bolsos expansíveis, fitas de compressão, bolso pequeno para documentos na barrigueira, bolso em tela para hidratação e rede externa para itens molhados. Imagem 32: Alternativas 5 e 6. Fonte: a autora . 62 Após o desenvolvimento das alternativas, a próxima fase a executar é a da seleção e adequação, para analisar qual alternativa se adequa mais ao esperado pelo projeto. 3.2.5 Seleção e Adequação A ferramenta utilizada para selecionar a alternativa foi a matriz de avaliação de Gomes (2004), em que as alternativas foram avaliadas com notas de 1 a 5 em relação aos critérios e em seus pesos, também de 1 a 5. Os critérios foram baseados a partir das exigências estabelecidas para o produto e de seus conceitos. A tabela 03 apresenta os pesos e critérios avaliados. Tabela 03: Tabela de seleção Fonte: a autora A partir da avaliação de seleção é possível verificar quais alternativas apresentam características mais próximas às exigidas pelo projeto. A alternativa 2 apresenta peso maior nos quesitos praticidade e funcionalidade, isto devido ao fato de ter uma mochila menor destacável. A alternativa 3 apresenta maior praticidade por possuir mais bolsos para organização, e seus atributos estéticos vem de encontro com idéias mais orgânicas. A alternativa 4 63 por outro lado possui atributos estéticos mais atraentes, além de ser bastante funcional com diversos bolsos. Com isto, estas três alternativas foram selecionadas e adaptadas em um só objeto, sendo ele a alternativa escolhida para ser desenvolvida e produzida. 3.2.6 Testes de modelo A partir das informações coletadas e analisadas, foi desenvolvido moldes com papel paraná de cada compartimento e componente da mochila. Sendo deixado 2cm a mais nos moldesDesta forma, foram repassados para a costureira. A montagem do primeiro mock-up está presente no quadro da imagem 33. Imagem 33: Teste de modelo 1. Fonte: a autora O tecido utilizado para o primeiro teste foi o nylon 600 na cor preta, sendo que a costura foi simples e de uma passada. Os acabamentos foram feitos com zíperes e fitas de regulagens. A mochila de 10L foi a primeira a ser produzida, onde as peças se encaixaram perfeitamente e na medida certa. 64 Imagem 34: Teste de modelo 2. Fonte: a autora Para revestir a espuma presente no costado, barrigueira e alças, foi utilizado tecido aerado, como mostra a imagem 34. Os componentes foram costurados nas partes que compõem os compartimentos primeiramente, na imagem 35 é demonstrado o bolso grande costurado na parte lateral e também o costado e barrigueira costurados na parte de trás da mochila. Imagem 35: Teste de modelo 3. Fonte: a autora 65 As partes dos compartimentos, inferior e superior, foram costuradas e assim finalizando com a aplicação de forros e elásticos para a entrada superior da mochila. Imagem 36: teste de modelo 4. Fonte: a autora Na imagem 36 é apresentada duas fotografias da mochila, a primeira com a mochila de 10L acoplada, e segunda sem ela. Com este modelo verificaram-se algumas falhas no desenvolvimento dos moldes, pois a mochila ficou mais comprida e mais larga do que a esperada. Assim ajustes foram feitos em todas as partes, tais como os bolsos laterais, compartimento superior, inferior, barrigueira e tampa. No segundo modelo as alterações demonstraram poucas diferenças em relação ao primeiro modelo. Neste segundo foi produzido com o tecido nylon 400 preto para a maioria das partes e o nylon 600 azul para os detalhes da mochila. Na imagem 37 possui algumas fotografias do modelo 2. 66 Imagem 37: teste de modelo 5. Fonte: a autora Neste modelo a tampa da mochila não se encaixa com a parte superior como se deseja. É possível perceber como ela ficou larga em relação ao corpo do usuário. Sendo assim as medidas da tampa e dos bolsos foram modificadas, e o corte do compartimento superior também foi mudado para ficar com formas mais orgânicas como a alternativa escolhida. Os bolsos da barrigueira, quando usada pelo usuário, ficam em um local que incomoda ao movimentar os braços, por este motivo o comprimento da barrigueira será maior e os bolsos se localizarão em frente ao corpo do usuário. As medidas ficaram maiores pelo fato de que os moldes foram feitos com medidas do escalímetro e a costureira utilizou fita métrica nas medidas no tecido para o corte. Com isto se percebe que os materiais de medidas são diferentes dificultando o desenvolvimento do projeto, e tendo como solução utiilizar a 67 mesma ferramenta de medição que a produção usa. Os detalhes em azul estão em locais errados e alguns não foram feitos. 3.3.7 Componentes Os componentes presentes na mochila foram determinados a partir de estudos de similares e necessidades do público alvo. São eles: a) Barrigueira: feita de Cordura® 1000 denier revestindo espuma EVA 18mm. Ela serve para que o peso da mochila seja apoiado nos ossos da bacia, assim não deixa acumular todo o peso nos ombros. Possui fitas de regulagem, bolso pequeno para guardar documentos ou GPS e um bolso de tela para hidratação; b) alças: feita de tecido Cordura® 1000 denier, preenchimento com espuma EVA 18mm. Possui regulagem de altura, de aproximação da mochila ao corpo do usuário, regulagem de comprimento e fitas peitorais para aliviar o peso dos ombros; c) bolsos: possui bolsos laterais expansíveis, sendo o bolso do lado esquerdo para colocar as hastes da barraca. Bolso lateral direito pequeno para objetos menores. Os bolsos são feitos de tecido Cordura® 1000 denier e tem o fechamento com zíperes. d) tampa: produzida com tecido Cordura® 1000 denier, possui bolso traseiro na parte superior para guardar a capa de chuva. e) capa de chuva: feita de nylon 400, sendo este tecido impermeável, e possui fechamento com elástico. f) acabamentos: fitas de nylon 3.0 e 4.0, que possuem resistência e trama de difícil desfiamento. Fechos em nylon poliacetal. Costuras reforçadas com 2 costuras e lugares com maior atrito 3 costuras. 68 4 RESULTADO DO PROJETO 4.1 Modelo O modelo virtual foi feito no software Maya 2009. Na imagem 38 exemplifica o modelo final da mochila, sendo que apresenta a mochila de 10L com a mochila acoplada e na segunda ela destacada. Imagem 38: Modelo virtual 3D Fonte: a autora 69 O modelo foi desenvolvido em Nylon 400 preto e nylon 600 verde, que é impermeável para exemplificar o tecido Cordura®. A mochila de 75L acopla a barraca no compartimento inferior, possui dois bolsos laterais na direita e um na esquerda para guardar as hastes da barraca. Na imagem 39 está o modelo final produzido. Imagem 39: Modelo final. Fonte: a autora 70 4.2 Desenhos Técnicos Os desenhos técnicos e as fichas técnicas foram elaborados no Corel Draw. As fichas técnicas foram feitas com cada parte da mochila e com todos seus detalhamentos, tais como costuras, zíperes e elásticos, como é possível observar nas fichas técnicas que vão da 01 à 08. FICHA TÉCNICA MODELO: TAMPA - MOCHILA PARA ACAMPAMENTO REFERÊNCIA: 01/08 TECIDO: CORDURA 1000 DENIER FORNECEDOR: COUTRE BOLSAS DESENHO TÉCNICO 71 FICHA TÉCNICA MODELO: SUPERIOR TAMPA - REFERÊNCIA: 02/08 TECIDO: CORDURA 1000 DENIER FORNECEDOR: COUTRE BOLSAS DESENHO TÉCNICO 72 FICHA TÉCNICA MODELO: ALÇA MOCHILA REFERÊNCIA: 03/08 TECIDO: CORDURA 1000 DENIER E TECIDO AERADO FORNECEDOR: COUTRE BOLSAS DESENHO TÉCNICO 73 FICHA TÉCNICA MODELO: BOLSO MÉDIO LATERAL – 2 PEÇAS REFERÊNCIA: 04/08 TECIDO: CORDURA 1000 DENIER FORNECEDOR: COUTRE BOLSAS DESENHO TÉCNICO 74 FICHA TÉCNICA MODELO: BOLSO GRANDE LATERAL REFERÊNCIA: 05/08 TECIDO: CORDURA 1000 DENIER FORNECEDOR: COUTRE BOLSAS DESENHO TÉCNICO 75 FICHA TÉCNICA MODELO: BARRIGUEIRA REFERÊNCIA: 06/08 TECIDO: CORDURA 1000 DENIER FORNECEDOR: COUTRE BOLSAS DESENHO TÉCNICO 76 FICHA TÉCNICA MODELO: COMPARTIMENTO SUPERIOR REFERÊNCIA: 07/08 TECIDO: CORDURA 1000 DENIER FORNECEDOR: COUTRE BOLSAS DESENHO TÉCNICO 77 FICHA TÉCNICA MODELO: COMPARTIMENTO INFERIOR REFERÊNCIA: 08/08 TECIDO: CORDURA 1000 DENIER FORNECEDOR: COUTRE BOLSAS DESENHO TÉCNICO 78 79 UNOESC Orientadora: MICHELLE Acadêmica: DENISE DESENHO Medida: m.m. Escala: 1: 10 TÉCNICO Data: 15/11/2009 1/1 80 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O processo de design trabalha com sistemas de produção, materiais, tecnologias, conhecimentos econômicos, culturais e estéticos. Dentro deste contexto, o desenvolvimento do projeto proporcionou a vivência desses processos e estimulou a análise, o planejamento, e a implementação dos conceitos, técnicas e processos de design. Percebeu-se que quanto o uso de uma metodologia é importante, e como cada passo é essencial para que o resultado seja alcançado. Para projetar a mochila com barraca acoplada, se fez necessário reinventar além da forma, também os conceitos e funções do trabalho. Buscouse atribuir ao produto uma série de significados com valores estéticos, simbólicos e funcionais, através de formas e cores. Todos os objetivos, tanto específicos quanto o geral foram estudados e realizados com vista em desenvolver um produto que possibilite um maior conforto, tornando assim o ato de acampar mais agradável. 81 REFERÊNCIAS BAXTER, Mike. Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. 2. ed., rev. São Paulo: Edgard Blücher, 1998. BIGAL, Solange. O Design e o Desenho Industrial. São Paulo – SP: Ed. Comunicação, 2001. CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. 2ª Ed. – São Paulo: Blucher, 2004. CIVITATE, Hector. Acampamento: organização e atividades. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. CHIMENTI, Beatriz. Os benefícios da ergonomia aliada ao design. Disponível em <http://www.ergonomiaemcasa.blogspot.com> Postado em abr. 2007. Acesso em :14 ago. 2009. CURTLO. Produtos. Disponível em <http://www.curtlo.com.br>. CYBIS, Walter; BETIOL, Adriana Holtz; FAUST, Richard. Ergonomia e usabilidade: conhecimentos, métodos e aplicações. São Paulo: Novatec, 2007. DAMAZIO, Vera. Design Ergonomia Emoção. Rio de Janeiro: Mauad X, 2008. 82 DENIS, Rafael Cardoso. Uma introdução à história do design. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. DORMER, Peter. Os significados do design moderno: a caminho do século XXI. Portugal: Centro Português de Design, 1995. DROLLINGER, Andy. Patent and pendings. Disponível em <http:// www.patentpending.blogs.com> Postado em 07 set. 2007. Acesso em 08 out. 2009. FAGGIANI, Kátia. O poder do design: da ostentação à emoção. Brasília: Thesaurus, 2006. FIORI, Julio. Como escolher uma barraca. Disponível em http://www.altamontanha.com.br Postado em 25 maio 2006. Acesso em 08 out 2009. GAL, Nadia. Modo de vestir. Disponível em <http//: www.mododevestir.blogspot.com>. Postado em 19 set. 2008. Acesso em 08 out. 2009. GOMES FILHO, João. Ergonomia do objeto: sistema técnico de leitura ergonômica. São Paulo: Escrituras, 2003. GOMES, Ivo. Matriz de Avaliação. Disponível em <http://www.ivogomes.com> .Postado em 21 jun 2004. 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Verifique qual a sua e siga corretamente as instruções de como montá-la; 6- Estique bem o toldo de sua barraca de forma que não encoste-se ao tecido do quarto. Assim, você evitará passagem de água para o interior da barraca; 7 - Após armar sua barraca, faça uma canaleta em toda sua volta. Dessa maneira, você evitará que a água da chuva entre na barraca. 8 - Caso prefira cozinhar no camping, procure fazer uma alimentação equilibrada; 9 - Se você fizer uma fogueira a noite, acenda-a longe da sua barraca para evitar possíveis acidentes, utilize gravetos e folhas do chão, evite cortar árvores e quando for embora cubra com terra o local da sua fogueira. 10 - Faca, isqueiro e/ou fósforo são essenciais em um acampamento; 11 - Leve sacos de lixo e recolha tudo o que utilizou. Alguns campings possuem tambores próprios para plásticos, lixo orgânico etc; 12 - Não deixe alimentos ao redor da sua barraca, isso poderá atrair animais e prejudicar o meio ambiente; 13 - Repelentes são essenciais em um acampamento; 14 - Quando arrumar sua mala para acampar, dobre suas roupas como um "rolinho" ou "rocambole". Assim, sobrará mais espaço; 15 - Não coloque botijões de gás ou gás descartável dentro das 88 barracas, isso pode gerar graves acidentes; 16 - Mantenha sua barraca sempre limpa;. 17 - Tenha sempre um kit de primeiros socorros. Seu kit deve conter pelo menos: band-aid, algodão, pomadas para queimaduras e contusões, analgésico, antitérmico, esparadrapo, gase, Tesoura, antiácido, atadura, mertiolate e antialérgico (em caso de alergias).