Uso de degradadores biológicos na aceleração do - Ceasa

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Uso de degradadores biológicos na aceleração do - Ceasa
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Salete Terezinha Carli
USO DE DEGRADADORES BIOLÓGICOS NA ACELERAÇÃO DO
PROCESSO DE COMPOSTAGEM DOS RESÍDUOS ORGÂNICOS
VEGETAIS E PALHAS DE EMBALAGEM – ESTUDO DE CASO NA
CEASA-CURITIBA
CURITIBA
2010
Salete Terezinha Carli
USO DE DEGRADADORES BIOLÓGICOS NA ACELERAÇÃO DO
PROCESSO DE COMPOSTAGEM DOS RESÍDUOS ORGÂNICOS
VEGETAIS E PALHAS DE EMBALAGEM – ESTUDO DE CASO NA
CEASA-CURITIBA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de
Ciências Exatas da Universidade Tuiuti do Paraná,
como requisito para a obtenção do título de
Engenheiro Ambiental.
Orientadora: Profª. Msc. Carolina Fagundes Caron
CURITIBA
2010
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Credenciada por Decreto Presidencial de 7 de julho de 1997 – DOU n° 128, de 8 de julho de 1997, Seção 1, página 14295
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
TERMO DE APROVAÇÃO
SALETE TEREZINHA CARLI
USO DE DEGRADADORES BIOLÓGICOS NA ACELERAÇÃO DO PROCESSO DE
COMPOSTAGEM DOS RESÍDUOS ORGÂNICOS VEGETAIS E PALHAS DE
EMBALAGEM – ESTUDO DE CASO NA CEASA-CURITIBA
Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de
Engenheiro no curso de Engenharia Ambiental, Faculdade de Ciências Exatas e de Tecnologia da
Universidade Tuiuti do Paraná, pela seguinte banca examinadora:
Nome do membro da banca: Helder de Godoy
___________________________________
Nome do membro da banca: Wellington Hartmann
___________________________________
______________________________________
Arion Zandoná Filho
Coordenador do TCC
______________________________________
Luiz Capraro
Coordenador do Curso de Engenharia Ambiental
Curitiba, 05 de Julho de 2010.
DEDICATÓRIA
O único homem que está isento de erros
é aquele que não arrisca acertar.
Albert Einstein
Dedico este trabalho a minha família querida
AGRADECIMENTOS
Quando iniciamos nossa jornada não imaginamos
quanto trabalho vamos ter. Ao concluí-la, a
preocupação é lembrar de todos que
colaboraram com este trabalho.
Quando pensei em fazer este agradecimento, a
primeira coisa foi tentar ser justa e assim a
ordem será
a família, os professores,
os amigos e colaboradores.
Ao Coordenador do Curso de Engenharia
Ambiental e ao Coordenador do TCC.
A minha orientadora e aos professores que
colaboraram de maneira direta, como o
Professor Helder e o Professor Godinho.
Ao Professor José Carlos Maria.
Ao Professor João Novack.
A equipe da CEASA-CURITIBA,
representada pela senhora Clarice Santos.
Aos amigos João Vitor Rosset ,
Carlos Rodrigo Licheski e Luiz Antonio Forte.
RESUMO
A crescente produção de resíduos sólidos urbanos e a escassez de áreas para uma
destinação final tecnicamente adequada sugerem a procura por novas alternativas
de disposição final. Este estudo teve como objetivo a avaliação dos efeitos da
adição de compostos biológicos na compostagem dos resíduos sólidos, constituídos
de hortifrutigranjeiros e palhas, para a produção de composto orgânico.
Os
experimentos envolveram produtos comerciais destinados a acelerar o processo de
compostagem e resíduos orgânicos vegetais e palhas de embalagens, gerados na
CEASA-CURITIBA. Constatou-se que o uso de biodegradadores apresenta
vantagens ao processo de compostagem através da redução do tempo necessário
para a bioestabilização dos resíduos.
Palavras-chave: compostagem; biodegradadores; aceleração
ABSTRACT
The increasing production of urban solid waste and the lack of areas for a final
destination technical appropriated, suggest the demand for new alternatives of final
disposal. This study had as objective the evaluation the effects adding biological
composite in the composting of the solid waste, constituted of fruits, vegetables and
straws, for the compost production. The experiments had involved commercial
products destined to speed up the process of composting organic residues and straw
packing, generated in the CEASA-CURITIBA. One evidenced that the use of
biodegraders have advantages to the process of composting is through the reduction
of the necessary time for the residues biostabilization.
Key words: composting; biodegrades; speed up
SUMÁRIO
RESUMO.....................................................................................................................7
ABSTRACT.................................................................................................................8
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................11
LISTA DE GRÁFICOS ..............................................................................................12
LISTA DE TABELAS ................................................................................................13
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ...................................................................15
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................17
1.
JUSTIFICATIVA.............................................................................................19
2.
HIPÓTESES ...................................................................................................21
3.
OBJETIVOS ...................................................................................................22
3.1.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................22
4.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .....................................................................23
4.1.
RESÍDUOS SÓLIDOS .........................................................................23
4.1.1.
Classificação dos resíduos sólidos ......................................................23
4.1.2.
Composição Gravimétrica....................................................................25
4.1.3.
Compostagem como tratamento de resíduos sólidos urbanos ............26
4.2.
COMPOSTAGEM ................................................................................27
4.2.1.
Sistemas de Compostagem .................................................................30
4.2.1.1.
Classificação Quanto A Presença De Oxigênio...........................30
4.2.1.2.
Classificação Quanto A Temperatura Obtida No Processo ..........31
4.2.1.3.
Classificação Quanto A Tecnologia Adotada................................32
4.2.2.
Parâmetros Físico-Químicos Fundamentais no Processo de
Compostagem .....................................................................................................35
4.2.2.1.
Relação C/N .................................................................................36
4.2.2.2.
Temperatura .................................................................................37
4.2.2.3.
Nutrientes .....................................................................................39
4.2.2.4.
Aeração ........................................................................................39
4.2.2.5.
pH .................................................................................................40
4.2.2.6.
Umidade .......................................................................................40
4.2.2.7.
Tamanho da Partícula ..................................................................42
4.2.3.
Aspectos Microbiológicos Da Compostagem.......................................42
4.2.3.1.
Fungos..........................................................................................43
4.2.3.2.
Actinomicetos................................................................................44
4.2.3.3.
Bactérias.......................................................................................45
4.2.3.4.
Microrganismos Patogênicos........................................................47
4.3.
ACELERAÇÃO DA COMPOSTAGEM COM O USO DE
BIODEGRADADORES...........................................................................................49
4.3.1.
Microrganismos Usados Como Biodegradadores em Produtos
Comerciais ..........................................................................................................51
4.3.1.1.
Pseudomonas...............................................................................51
4.3.1.2.
Bacillus .........................................................................................53
4.4.
LEGISLAÇÃO APLICADA ...................................................................56
4.4.1.
Legislação Aplicável Aos Resíduos Sólidos Urbanos ..........................57
4.4.2.
Legislação Aplicável Ao Composto Orgânico ......................................61
4.4.3.
Regulamentação Do Uso De Biodegradadores ...................................68
5.
MATERIAL E MÉTODOS...............................................................................71
5.1.
DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO...................................................71
5.1.1.
Histórico Da CEASA-CURITIBA ..........................................................71
5.1.2.
Gerenciamento De Resíduos Da CEASA-CURITIBA ..........................75
5.1.3.
Geração De Resíduos Na CEASA-CURITIBA .....................................80
5.2.
VISITAS TÉCNICAS REALIZADAS.....................................................82
5.2.1.
Visita Campo Largo .............................................................................82
5.2.2.
Visita Organoeste ................................................................................83
5.2.3.
Visita A Unidade De Triagem E Compostagem De Resíduos
Sólidos Do Município De Bituruna-PR.................................................................90
5.3.
TRABALHO EXPERIMENTAL .............................................................93
5.3.1.
Descrição Do Local De Realização Do Trabalho .................................93
5.3.2.
Período de Realização dos Experimentos ...........................................93
5.3.3.
Composição Das Misturas Para A Compostagem ...............................94
5.3.4.
Tecnologia Utilizada Nos Experimentos ..............................................98
5.4.
MÉTODOS ANALÍTICOS ..................................................................104
6.
RESULTADOS E INTERPRETAÇÃO.........................................................110
6.1.
TEMPERATURA................................................................................110
6.2.
PH......................................................................................................117
6.3.
QUANTIDADE DE CHORUME GERADO .........................................120
6.4.
DENSIDADE E PESO ESPECÍFICO APARENTE.............................122
6.5.
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE, MASSA SECA,
CAPACIDADE DE RETENÇÃO DE ÁGUA PARA O EXPERIMENTO 1..............123
6.6.
GRANULOMETRIA............................................................................126
6.7.
VOLUME MÁSSICO ..........................................................................127
6.8.
CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DOS RESÍDUOS E DO
COMPOSTO ........................................................................................................130
6.8.1.
Análise Química Do Experimento 1 ...................................................130
6.8.2.
Análise Química Do Experimento 2 ...................................................135
7.
CONCLUSÃO ..............................................................................................139
8.
BIBLIOGRAFIA............................................................................................140
9.
GLOSSÁRIO ................................................................................................146
ANEXO I - LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES...............................................159
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1-COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS RECEBIDOS NO
ATERRO SANITÁRIO DA CAXIMBA.......................................................... 25
FIGURA 2-EQUAÇÃO SIMPLIFICADA DA REAÇÃO ANAERÓBIA ................. 30
FIGURA 3-EQUAÇÃO SIMPLIFICADA DA DEGRADAÇÃO AERÓBIA............ 31
FIGURA 4-SISTEMA REATOR MAIS COMUNS EM COMPOSTAGEM .......... 34
FIGURA 5-PERFIL TÍPICO DE TEMPERATURA NUMA PILHA....................... 39
FIGURA 6-EFEITO DA UMIDADE NO CONSUMO DE OXIGÊNIO EM PILHA DE
LIXO DOMICILIAR SUBMETIDO À COMPOSTAGEM ............................... 41
FIGURA 7-FORMAS TÍPICAS DAS BACTÉRIAS............................................. 46
FIGURA 8-CÉLULAS INDIVIDUAIS DE BACILOS MÓVEIS FOTOGRAFADOS
EM AGAR NUTRIENTE.............................................................................. 54
FIGURA 9-VISTA AÉREA DA CEASA-CURITIBA ............................................ 75
FIGURA 10-INTERIOR DO BANCO DE ALIMENTOS CEASA AMIGA............. 77
FIGURA 11-INTERIOR ASSOC. AMAR EBENZER - SEPARAÇÃO DE
RESÍDUOS E PRENSA DE PAPELÃO....................................................... 79
FIGURA 12-COLETORES EXTERNOS PARA RESÍDUOS (PÁTIO DA CEASA)
................................................................................................................... 80
FIGURA 13-RECEBIMENTO DE RESÍDUO DA INDÚSTRIA ........................... 85
FIGURA 14-ESQUEMA DE PÁTIO DE COMPOSTAGEM................................ 86
FIGURA 15-MAQUETE DA PLANTA ORGANOESTE - CONTENDA ............... 86
FIGURA 16-APLICAÇÃO DO BIO-EXTRATO .................................................. 87
FIGURA 17-MOVIMENTAÇÃO DA LEIRA........................................................ 88
FIGURA 18-LEIRA PARA BIOESTABILIZAÇÃO .............................................. 88
FIGURA 19-BENEFICIAMENTO DO COMPOSTO .......................................... 89
FIGURA 20-PÁTIO DE COMPOSTAGEM ........................................................ 91
FIGURA 21-COMPOSTO ORGÂNICO SECANDO AO SOL, PARA ATINGIR A
UMIDADE IDEAL........................................................................................ 92
FIGURA 22-RESÍDUOS ORGÂNICOS COLETADOS NA CEASA-CURITIBA . 95
FIGURA 23-FLUXOGRAMA DOS EXPERIMENTOS 1 E 2 .................................. 96
FIGURA 24-TRITURADOR DE RESÍDUOS ORGÂNICOS............................... 98
FIGURA 25-RESÍDUO ORGÂNICO DEPOIS DE TER SIDO TRITURADO E
MISTURADO MANUALMENTE SOBRE O PLÁSTICO .............................. 99
FIGURA 26-TODOS OS INGREDIENTES JÁ MISTURADOS ........................ 100
FIGURA 27-CAIXAS COMPOSTORAS DO EXPERIMENTO 1 ...................... 102
FIGURA 28-CAIXA PLÁSTICA UTILIZADA NO EXPERIMENTO 2 ................ 103
FIGURA 29-CAIXAS COMPOSTORAS SOBRE OS TIJOLOS....................... 104
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1-EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA NO EXPERIMENTO 1 .......... 110
GRÁFICO 2-GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA NO
EXPERIMENTO 2 .................................................................................... 113
GRÁFICO 3-GRÁFICO COMPARATIVO DAS TEMPERATURAS DA
TESTEMUNHA - NOS EXPERIMENTOS 1 E 2. ...................................... 114
GRÁFICO 4-GRÁFICO COMPARATIVO DAS TEMPERATURAS PARA O
MESMO TRATAMENTO - NOS EXPERIMENTOS 1 E 2 .......................... 114
GRÁFICO 5-EVOLUÇÃO DO PH NO EXPERIMENTO 1 ................................ 117
GRÁFICO 6-EVOLUÇÃO DO PH NO EXPERIMENTO 2 ............................... 119
GRÁFICO 7-COMPARATIVO DE PH DOS EXPERIMENTOS 1 E 2 – PARA O
MESMO TRATAMENTO .......................................................................... 119
GRÁFICO 8-GERAÇÃO DE CHORUME NO EXPERIMENTO 1 .................... 121
GRÁFICO 9-COMPARATIVO GERAÇÃO DE CHORUME ENTRE OS
EXPERIMENTOS 1 E 2 ............................................................................ 122
GRÁFICO 10-TEMPERATURA E UMIDADE REGISTRADAS EM CURITIBA NO
MÊS DE MARÇO/2010............................................................................. 124
GRÁFICO 11-UMIDADE VERIFICADA NO EXPERIMENTO 1....................... 125
GRÁFICO 12-UMIDADE VERIFICADA NO EXPERIMENTO 2....................... 125
GRÁFICO 13-BALANÇO MÁSSICO - EXPERIMENTO 1 ............................... 128
GRÁFICO 14-BALANÇO MÁSSICO - EXPERIMENTO 2 ............................... 129
LISTA DE TABELAS
TABELA 1-POTENCIAL PARA TRATAMENTO DE ACORDO COM A
COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA............................................................... 26
TABELA 2-TEMPERATURAS CONSIDERADAS PARA BACTÉRIAS EM ºC... 32
TABELA 3-RELAÇÕES CARBONO/NITROGÊNIO.......................................... 37
TABELA 4-TABELA RESISTÊNCIA DE ALGUNS MICRORGANISMOS AO
CALOR ....................................................................................................... 48
TABELA 5-TEMPO DE SOBREVIVÊNCIA DE PATÓGENOS NO SOLO E NA
SUPERFÍCIE DE PLANTAS ....................................................................... 49
TABELA 6-FERTILIZANTE ORGÂNICO MISTO E COMPOSTOESPECIFICAÇÕES E GARANTIAS MÍNIMAS ........................................... 65
TABELA 7-LIMITES MÁXIMOS DE CONTAMINANTES ADMITIDOS EM
FERTILIZANTES ORGÂNICOS ................................................................. 67
TABELA 8-QUADRO DEMONSTRATIVO DO VOLUME DE
COMERCIALIZAÇÃO NA UNIDADE ATACADISTA DE CURITIBA – 2009 74
TABELA 9-QUADRO DEMONSTRATIVO DO VOLUME DE DOAÇÕES PARA O
BANCO DE ALIMENTOS NA UNIDADE ATACADISTA DE CURITIBA – 2009
................................................................................................................... 78
TABELA 10-VALOR PAGO PELA CEASA PELOS RESÍDUOS ORGÂNICOS. 81
TABELA 11-QUADRO DEMONSTRATIVO DO VOLUME DE RESÍDUOS
SÓLIDOS NA UNIDADE ATACADISTA DE CURITIBA – 2009................... 81
TABELA 12-QUANTIDADE MÁSSICA DOS RESÍDUOS NAS CAIXAS DE
COMPOSTAGEM - EXPERIMENTO 1 ....................................................... 97
TABELA 13-QUANTIDADE MÁSSICA DOS RESÍDUOS NAS CAIXAS DE
COMPOSTAGEM - EXPERIMENTO 2 ....................................................... 97
TABELA 14-FAIXA DE RESOLUÇÃO E EXATIDÃO DO PEAGÂMETRO
DIGITAL ICEL (PH-1600) ......................................................................... 106
TABELA 15-ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE A TEMPERATURA
AMBIENTE E A TEMPERATURA DO EXPERIMENTO 1 ......................... 112
TABELA 16-VALOR DAS DENSIDADES E PESOS ESPECÍFICOS APARENTE
OBTIDOS NO EXPERIMENTO 1 ............................................................. 122
TABELA 17-VALOR DAS DENSIDADES E PESOS ESPECÍFICOS APARENTE
OBTIDOS NO EXPERIMENTO 2 ............................................................. 123
TABELA 18-DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE, MASSA SECA E
CAPACIDADE DE RETENÇÃO DE ÁGUA ............................................... 123
TABELA 19-DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE, MASSA SECA E
CAPACIDADE DE RETENÇÃO DE ÁGUA PARA O EXPERIMENTO 2... 125
TABELA 20-GRANULOMETRIA – RESÍDUO ACUMULADO, SECO,
EXPERIMENTO 1 .................................................................................... 126
TABELA 21-GRANULOMETRIA – RESÍDUO ACUMULADO, SECO,
EXPERIMENTO 2 .................................................................................... 127
TABELA 22- MASSA INICIAL, MASSA FINAL, DIFERENÇA E PERCENTUAL
DE REDUÇÃO OBTIDOS NOS TRATAMENTOS DE COMPOSTAGEM . 128
TABELA 23-MASSA INICIAL, MASSA FINAL, DIFERENÇA E PERCENTUAL
DE REDUÇÃO OBTIDOS NOS TRATAMENTOS DE COMPOSTAGEM . 129
TABELA 24-LAUDO DE ANÁLISES QUÍMICAS – EXPERIMENTO 1 ............ 130
TABELA 25-LAUDO DE ANÁLISES QUÍMICAS – EXPERIMENTO 2 ............ 135
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
C/N – Relação Carbono / Nitrogênio
CAOPMA - Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa
do Meio Ambiente
Cd – Cádmio
CEASA – Centrais de Abastecimento S.A
CO2 – Dióxido de Carbono
COBAL – Companhia Brasileira de Alimentos
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
Cr - Cromo
Cu – Cobre
Fe – Ferro
FEPAR - Federação Paranaense de Associações de Produtores Rurais
Hg – Mercúrio
IAP – Instituto Ambiental do Paraná
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
K - Potássio
LESA - Laboratório de Engenharia Sanitária e Ambiental
Mg - Magnésio
Mn – Manganês
Mo – Molibdênio
Na - Sódio
NBR – Norma Brasileira
Ni – Níquel
P - Fósforo
Pb – Chumbo
PGRS - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
pH – Potencial Hidrogeniônico
RMC – Região Metropolitana de Curitiba
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
Zn – Zinco
INTRODUÇÃO
O modelo de desenvolvimento econômico levou a mudanças nos
padrões e hábitos de consumo da sociedade e consequentemente a uma maior
produção de resíduos orgânicos.
De um lado tem-se uma maior extração de matérias-primas e de outro,
grandes quantidades de resíduos, os quais em forma de rejeito, não retornam
ao ciclo natural e transformam-se em fonte de contaminação para o meio
ambiente e para a sociedade.
Lavoisier provou a existência dos ciclos, baseado em reações
químicas, quando deduziu a célebre lei da conservação da matéria: "Na
natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". (UNICAMP, 2010)
Os materiais orgânicos mortos se decompõem com a ação dos
microrganismos decompositores, como as bactérias, os fungos, os vermes e
outros, disponibilizando os nutrientes que vão alimentar outras formas de vida,
iniciando um novo ciclo.
O volume crescente de resíduos sólidos urbanos gerados transformase em um problema para os municípios, seja devido à falta de espaços físicos
para a deposição, seja pelos custos envolvidos para o gerenciamento dos
resíduos urbanos.
A Gestão de Resíduos Sólidos tem sido alvo de debates no governo e
na sociedade através de fóruns, palestras e seminários. As propostas que vem
sendo apresentadas estão voltadas à prevenção da geração e concentram
esforços no conceito dos 3R’s - reduzir, reutilizar e reciclar, utilizando
tecnologias ambientalmente saudáveis e estabelecendo mecanismos de gestão
que consideram as ações, da geração até a disposição final dos mesmos.
Diante da necessidade de soluções imediatas, o município de Curitiba,
através do Decreto Municipal 983/2004, estabeleceu a figura dos grandes
geradores como sendo qualquer entidade que produz mais de 600
litros/semana de resíduos. O decreto obriga os grandes geradores a apresentar
um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS, e submetê-lo a
aprovação pelos órgãos ambientais competentes. (SMMA, 2010)
Os supermercados, a CEASA, os sacolões de frutas e verduras e
quitandas, bem como todos os envolvidos com a distribuição e comercialização
de frutas e verduras são considerados grandes geradores e de acordo com o
decreto precisam tomar medidas imediatas para gerenciar adequadamente os
seus resíduos.
Para diminuir os efeitos negativos destes resíduos no meio ambiente, a
redução do tempo de tratamento dos resíduos é um fator importante, por isso,
o presente trabalho propõe-se a estudar o efeito do uso de alguns produtos
comercializados que são indicados pelos fabricantes como “aceleradores de
compostagem”.
19
1. JUSTIFICATIVA
O desenvolvimento de políticas ambientais nos países desenvolvidos
despertou o interesse da população pela questão dos resíduos sólidos. Desta forma,
o aumento da geração per capita de lixo, começou a preocupar os ambientalistas e a
população, tanto pelo seu potencial poluidor, quanto pela necessidade permanente
de identificação de novos locais para aterro dos resíduos. (MONTEIRO, 2001)
No ano de 2004 o Centro de Apoio Operacional às Promotorias
de
Proteção ao Meio Ambiente - CAOPMA conclamou os grandes geradores de
resíduos
sólidos
do
Estado do Paraná, para somarem esforços no sentido de
reduzir o volume de resíduos produzidos. Para tanto, solicitou a apresentação e a
subseqüente implantação de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos no
intuito de aumentar a vida útil dos Aterros Sanitários, muitos com sua
capacidade já comprometida. (MPPR, 2010)
Tal iniciativa principiou-se com a problemática do Aterro Sanitário da
Caximba (que atende Curitiba e alguns municípios da região metropolitana), cuja
vida útil chegou ao limite. Mensalmente são recebidas no aterro 60 mil
toneladas de resíduos,
tendo
uma
média
diária
de
2.400
(duas
mil
e
quatrocentas toneladas). Mais de 80% do resíduo (lixo) que chega ao aterro
sanitário é composto de materiais que podem ser reutilizados. (MPPR, 2010)
Em maio de 2004 o Ministério Público do Estado do Paraná, por
intermédio
do
CAOPMA,
requeriu
como
medida
Municípios da Região Metropolitana de Curitiba e os
apresentassem
um
Plano
emergencial
grandes
que os 14
geradores
de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS),
enfatizando que a reciclagem e a compostagem devem atingir 100% do total
descartado. (MPPR, 2010)
20
Diante das justificativas e exigências apresentadas pelo Ministério Público e
cientes de que o processo de compostagem natural é muito demorado constatou-se
a necessidade de reduzir o tempo de compostagem para obtenção de vantagens
ambientais e econômicas importantes.
Desta forma, este trabalho propõe-se a avaliar alguns produtos vendidos
como alternativas para reduzir o tempo de compostagem dos resíduos constituídos
de vegetais e palhas gerados na CEASA-CURITIBA.
21
2. HIPÓTESES
As hipóteses a serem avaliadas por este trabalho são identificadas nos itens
abaixo:
•
É possível que a adição de compostos biológicos na compostagem dos
resíduos sólidos, constituídos de hortifrutigranjeiros e palhas, para a
produção de composto orgânico apresente resultados que indiquem um
maior grau de degradação dos resíduos.
•
O uso de biodegradadores pode ser uma tecnologia de fácil utilização por
todos os interessados na produção de composto orgânico, a partir da
compostagem de resíduos sólidos urbanos.
22
3. OBJETIVOS
O Objetivo deste trabalho é a avaliação dos efeitos da adição de compostos
biológicos na compostagem dos resíduos sólidos, constituídos de hortifrutigranjeiros
e palhas, para a produção de composto orgânico.
3.1.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Para atingir o objetivo geral desta pesquisa, os seguintes objetivos
específicos foram estabelecidos:
•
Acompanhar a degradação dos resíduos, durante o experimento, através
do monitoramento dos fatores envolvidos no processo da compostagem
•
Avaliar a eficiência dos tratamentos aplicados na transformação dos
resíduos sólidos em composto bioestabilizado, através da análise dos
laudos fornecidos pelo laboratório de análises químicas
•
Obter e sugerir, aos interessados na produção de composto orgânico, a
aplicação mais viável, dentre as analisadas e nas condições estabelecidas
neste estudo
23
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1.
RESÍDUOS SÓLIDOS
Os resíduos urbanos resultam das atividades diárias do homem e a gestão
adequada destes resíduos apresenta-se como um desafio urbano. (FERNANDES,
1999)
Gerenciar a geração de resíduos minimizando os problemas resultantes da
disposição inadequada significa administrar a produção e o consumo de bens
possibilitando a reposição desses materiais no meio ambiente sem causar impactos.
(ALLGANER, 2006)
A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – define o lixo como os
"restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis,
indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido, semi-sólido
ou líquido, desde que não seja passível de tratamento convencional." (MONTEIRO,
2001)
4.1.1. Classificação dos resíduos sólidos
Os resíduos sólidos podem ser classificados de várias maneiras. As mais
comuns são quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente e
quanto à natureza ou origem.
24
Classificação quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio
ambiente
Classificação ABNT 10004: 2004
Classe I - Perigosos
Classe II – Não Perigosos
IIA- Não Inertes
IIB- Inertes
(TOCCHETO, 2010)
Classificação quanto à natureza ou origem
Segundo Monteiro, 2001:
• Lixo doméstico ou residencial
• Lixo comercial
• Lixo público
• Lixo domiciliar especial:
- Entulho de obras
- Pilhas e baterias
- Lâmpadas fluorescentes
- Pneus
• Lixo de fontes especiais
- Lixo industrial
- Lixo radioativo
- Lixo de portos, aeroportos e terminais rodoferroviários
- Lixo agrícola
25
- Resíduos de serviços de saúde
4.1.2. Composição Gravimétrica
A composição gravimétrica indica o percentual de cada componente em
relação ao peso total da amostra de lixo analisada.
A análise dos resíduos destinados ao Aterro de Curitiba, apresentada na
FIGURA 1 revela que cerca de 40% do material corresponde a matéria orgânica,
sendo evidenciada a necessidade de segregação e a adoção processos que
permitam a destinação final mais adequada deste material. (CONSÓRCIO, 2010)
FIGURA 1-COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS RECEBIDOS NO
ATERRO SANITÁRIO DA CAXIMBA
FONTE: CONSÓRCIO, 2008
26
A TABELA 1 apresenta o potencial de tratamento, de acordo com a
composição gravimétrica, sugerida pelo Consórcio Intermunicipal para a Gestão de
Resíduos Sólidos Urbanos, da Região Metropolitana de Curitiba.
TABELA
1-POTENCIAL PARA TRATAMENTO
COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA
Percentual
Tratamento / Destino
DE
ACORDO
COM
Quantidade
31,74 % Recicláveis
709,35 ton/dia
38,11 % Matéria orgânica (compostagem)
851,70 ton/dia
30,15 % Materiais
não
recicláveis
e
não
A
673,80 ton/dia
compostáveis (parte dele com potencial
para aproveitamento energético)
100,00 %
2.234,85 ton/dia
FONTE: CONSÓRCIO, 2008
4.1.3. Compostagem como tratamento de resíduos sólidos urbanos
Monteiro, 2001, define tratamento como sendo uma série de procedimentos
destinados a reduzir a quantidade ou o potencial poluidor dos resíduos sólidos. Isto
pode ocorrer através de processos que impeçam descarte de lixo em ambiente ou
local inadequado, seja através da transformação do lixo em material inerte ou
biologicamente estável.
Segundo Büttenbender, 2004, as usinas de reciclagem e compostagem
têm assumido papel importante no controle das doenças relacionadas ao
manuseio inadequado dos resíduos sólidos urbanos. Este autor afirma que
estas usinas, se forem operadas segundo os princípios de engenharia sanitária,
constituem-se sistemas que não só destinam sanitariamente o resíduo urbano,
como ao mesmo tempo, promovem o tratamento deste.
27
Entre os benefícios da implantação de sistemas de triagem e compostagem,
Büttenbender, 2004, cita:
4.2.
•
O controle da poluição ambiental;
•
A minimização dos problemas de saúde pública;
•
A economia de energia através da valorização de produtos;
•
A contribuição para a proteção e preservação dos recursos naturais;
•
A geração de empregos diretos e indiretos.
COMPOSTAGEM
Não existe uma definição única e universal de compostagem.
A compostagem é um tratamento aplicado aos resíduos sólidos, desde a
história antiga. Os gregos, os romanos, e os povos orientais já sabiam que os
resíduos orgânicos podiam ser retornados ao solo, contribuindo para sua
fertilidade. No entanto, somente a partir de 1920, com Albert Howard, o
processo passou a ser pesquisado cientificamente e realizado de forma mais
técnica. (STENTIFORD
et
all.,
1985;
FERNANDES,
1999, citado por
BÜTTENBENDER,2004).
Segundo KIEHL, 1998, compostagem vem do vocábulo “compost” , da
língua inglesa e indica o fertilizante orgânico preparado a partir de restos vegetais e
animais.
A técnica da compostagem foi desenvolvida com a finalidade de acelerar
com qualidade a estabilização da matéria orgânica. Na natureza, a humificação
ocorre sem prazo definido, dependendo das condições ambientais e da qualidade
dos resíduos orgânicos. (COELHO, 2008)
28
Define-se a compostagem como sendo um processo controlado de
decomposição microbiana de oxidação e oxigenação de uma massa heterogênea de
matéria orgânica no estado sólido ou úmido, passando pelas seguintes fases: fase
inicial e rápida de fitoxicidade ou de composto cru ou imatura, seguida da fase de
semicura ou bioestabilização, para atingir a terceira fase, a cura, maturação ou
humificação, acompanhada da mineralização de determinados componentes da
matéria orgânica, quando se pode dar por encerrada a compostagem. Durante todo
o processo ocorre produção de calor e o seu desprendimento, principalmente de gás
carbônico e vapor d’água. (KIEHL,1998)
Segundo KIEHL, 1998 a definição exige a explicitação do significado dos
termos utilizados, como sejam:
•
Controlado: pelo fato de se acompanhar e controlar a temperatura, a
aeração e a umidade
•
Microbiano: porque a transformação da matéria orgânica é realizada por
microrganismos
•
Oxidação e oxigenação: porque a compostagem deve ser conduzida em
ambiente aeróbio, contendo Oxigênio atmosférico, essencial para a
humificação da matéria orgânica, diferentemente da decomposição
anaeróbia, onde predomina o fenômeno da redução química
•
Massa heterogênea no estado sólido: porque a matéria prima provém de
diferentes origens e possui diferentes composições
•
Úmido: porque os microrganismos que decompõem a matéria orgânica
só atuam intensamente na presença de suficiente quantidade de água
•
Fase inicial de fitoxicidade: pela transformação de ácidos orgânicos e
toxinas de curta duração, gerados pelo metabolismo dos organismos
29
existentes no substrato orgânico, peculiaridade do material cru ou
imaturo
•
Fase de semicura ou bioestabilização: quando o composto deixa de ser
danoso às raízes e às sementes
•
Fase de cura ou maturação: quando o composto atinge o auge de suas
propriedades benéficas ao solo e às plantas
•
Mineralização: transformação bioquímica da matéria orgânica, uma vez
que as plantas só absorvem sais minerais solúveis, como os produzidos
por esse processo
•
Produção de calor e desprendimento de dióxido de carbono e vapor
d’água: características relacionadas ao metabolismo exotérmico dos
microrganismos, à respiração dos mesmos e à evaporação da água
favorecida pela elevada temperatura geada no interior da massa em
compostagem.
Como
resultado
da
compostagem
são
gerados
dois
importantes
componentes: sais minerais, contendo nutrientes para as raízes das plantas e
húmus, como condicionador e melhorador da propriedades físicas, físico-químicas e
biológicas do solo. (KIEHL, 1998)
Büttenbender,2004 diz que este processo tem sido indicado como uma das
melhores técnicas para tratar a fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos,
principalmente nos países de terceiro mundo, devido à possibilidade de ser
implantado sob condições de baixo custo.
30
4.2.1. Sistemas de Compostagem
Os processos de compostagem, normalmente, têm sido classificados
segundo três características:
•
Presença de oxigênio: aeróbia e anaeróbia
•
Temperatura obtida no processo: mesofílica e termofílica
•
Tecnologia adotada: sistema aberto ou fechado
4.2.1.1.
Classificação Quanto A Presença De Oxigênio
Compostagem anaeróbia
Na
compostagem
anaeróbia
a
decomposição
é
realizada
por
microrganismos que vivem em ambientes sem a presença de oxigênio. Este tipo de
compostagem ocorre em baixa temperatura, com a exalação de fortes odores, e leva
mais tempo até que a matéria orgânica se estabilize. (FERNANDES, 1999)
Atualmente
é aceita a designação de fermentação anaeróbia para esta
decomposição, sob os argumentos do aproveitamento de parte do carbono sob a
forma de metano (CH4). Porém este fato acarreta redução no teor de carbono na
massa e consequente perda na qualidade do composto pronto.
1999)
FIGURA 2-EQUAÇÃO SIMPLIFICADA DA REAÇÃO ANAERÓBIA
FONTE: AZEVEDO, 2000
(FERNANDES,
31
Compostagem aeróbia
Na compostagem aeróbia a decomposição é realizada por microrganismos
que vivem na presença de oxigênio, sendo normalmente considerado que a taxa de
arejamento necessária para o processo é aquela que permite um nível de oxigênio
acima de 5%. (FERNANDES, 1999)
A temperatura do processo pode chegar a até 70ºC, os odores liberados não
são agressivos e a decomposição é mais veloz que processo anaeróbio.
FIGURA 3-EQUAÇÃO SIMPLIFICADA DA DEGRADAÇÃO AERÓBIA
FONTE: AZEVEDO, 2000
4.2.1.2.
Classificação Quanto A Temperatura Obtida No Processo
Compostagem Mesofílica e Termofílica
A classificação dos processos em mesofílicos e termofílicos referem-se à
temperatura da pilha durante o processo de compostagem, conforme se processam
os metabolismos dos microrganismos dominantes envolvidos.
Os termos mesofílico e termofílico referem-se a gama de temperatura em
que se processam os metabolismos microbianos, porém face a correlação existente
entre a temperatura e o tipo de microrganismos dominantes nos processos, a
designação também refere-se a gama de temperaturas no processo de
compostagem. (FERNANDES, 1999)
32
Em geral todos os processos controlados de compostagem passam por
fases mesofílicas e termofílicas. (FERNANDES, 1999)
TABELA 2-TEMPERATURAS CONSIDERADAS PARA BACTÉRIAS EM ºC
Bactéria
Mínima
Ótima
Máxima
Mesófila
15 a 25
25 a 40
43
Termófila
25 a 45
50 a 55
85
FONTE: Institute For Solid Wastes Of American Public Works Association (1970), citada por Kiehl,
1998
4.2.1.3.
Classificação Quanto A Tecnologia Adotada
Sistema Não Reator
Segundo FERNANDES, 1999
sistema não reator é aquele em que as
operações do processo de compostagem não se encontram encerradas em
reatores. Podem ser dos seguintes tipos:
- Windrow:
O material a compostar é colocado em pilhas de secção triangular, com
altura de 1,5 a 1,8 m e comprimento variável, sendo o arejamento garantido pelo
reviramento manual ou mecânico, periódico, das pilhas.
Tempo de compostagem varia de 3 a 6 meses.
Apresenta as desvantagens de ser sensível a exalar odores, em decorrência
de chuvas e a obstrução o pátio de compostagem devido o uso de equipamentos
para o reviramento da pilha. (FERNANDES, 1999)
33
- Sistema LESA
O sistema LESA é uma variante do sistema Windrow, desenvolvido pelo
Laboratório de Engenharia Sanitária e Ambiental (LESA), da Universidade Federal
de Viçosa, MG. (FERNANDES, 1999)
O sistema consiste no reviramento a cada 3 dias, nos primeiros 30 dias, de
forma a garantir a aeração e a atividade termofílica, observando o teor de umidade,
na faixa de 45 a 55%. (FERNANDES, 1999)
A manutenção da temperatura termofílica é conseguida graças a sucessivas
adaptações da configuração geométrica da leira, a fim de propiciar maior ou menor
perda de calor, conforme a necessidade. (FERNANDES, 1999)
A compostagem envolve duas fases, considerando que o fim da primeira
fase ocorre, quando não forem registradas temperaturas superiores a 40°C, nos dias
subsequentes ao reviramento. A segunda fase corresponde a fase de maturação.
(FERNANDES, 1999)
O material é considerado composto após ser submetido à primeira e à
segunda fase. (FERNANDES, 1999)
- Sistema de pilhas estáticas arejadas (PEA)
O material é posto a compostar diretamente sobre tubos perfurados, em
pilhas com formatos aos Windrow e LESA, sendo as tubulações ligadas uma bomba
de ar, para garantir a oxigenação necessária ao sistema e a distribuição uniforme da
temperatura, por todo o material em compostagem.
A principal diferença relativa ao sistema Windrow é a forma de arejamento,
que neste caso, é efetuado pela percolação do ar através da pilha, forçada pelo uso
de uma bomba de ar. (FERNANDES, 1999)
34
A pilha de compostagem pode ter de 2 a 2,5 m de altura e, geralmente, é
coberta com uma camada de composto curado e peneirado, para reduzir os
odores característicos. O tempo de compostagem é de três a quatro semanas, e
depois mais quatro a cinco semanas para a cura do material.
O Instituto Ambiental do Paraná não tem registro de usinas de compostagem
com o sistema de leiras estáticas no Estado do Paraná. (BRUNI, 2005)
Sistema com reatores
Nestes sistemas a compostagem ocorre no interior de reatores, onde a
temperatura, a oxigenação, a umidade e a adição de nutrientes são controladas.
(FERNANDES, 1999)
FIGURA 4-SISTEMA REATOR MAIS COMUNS EM COMPOSTAGEM
FONTE: FERNANDES, 1999
35
O sistema apresenta como vantagens o elevado nível de controle do
processo, a redução do espaço de instalação e o controle de odores, por se tratar de
um sistema fechado.
Os inconvenientes são os custos elevados de investimento e funcionamento,
além da necessidade de mão-de-obra especializada para a operação.
De acordo com as
características
dos
resíduos
e
do
tipo
de
equipamento, o tempo de detenção no reator biológico pode variar de 7 a 20
dias,
o
que
faz
com
que
o
sistema
demande menor espaço para sua
implantação. (FERNANDES, 1999)
A aeração é feita sob pressão e como o sistema é fechado, também se torna
mais fácil monitorar a taxa de aeração e adequá-la às necessidades do processo.
No caso, pode ser medido o teor de oxigênio dos gases de saída do reator e
quando a porcentagem de O2 estiver próxima de 2%, aumenta-se a vazão de ar
para impedir condições de anaerobiose. (FERNANDES, 1999)
Mesmo tendo uma fase termófila mais rápida e intensa, após seu final, o
composto ainda deve passar por um período de maturação de mais ou menos 60
dias, antes de ser utilizado (FERNANDES, 1999)
Até 2005 apenas uma empresa no Estado do Paraná, encontrava-se
registrada
como Unidade
de
Compostagem
Acelerada, a empresa
Tibagi
Sistemas Ambientais, localizada no município de São José dos Pinhais. (BRUNI,
2005)
4.2.2. Parâmetros Físico-Químicos Fundamentais no Processo de Compostagem
A compostagem é um processo biológico e os principais fatores que a
influenciam são os que podem condicionar a atividade microbiológica e por
36
consequência a velocidade e o curso do processo. Dentre os fatores mais
importantes temos:a relação C/N,a temperatura, os nutrientes, a aeração,o pH, a
umidade e o tamanho das partículas.
4.2.2.1.
Relação C/N
Os microrganismos, para manterem ativo o processo de compostagem,
exigem, além do substrato orgânico, uma quantidade mínima de outros elementos
necessários à sua constituição celular. Suas maiores necessidades são o Carbono,
como fonte de energia para suas atividades vitais e o Nitrogênio, como fonte para
sua reprodução protoplasmática.
O carbono é exigido em maior quantidade, porém, quando em excesso, o
processo da compostagem se retrai, uma vez que o nitrogênio passa a constituir
fator limitante ao crescimento dos microrganismos; o excesso de carbono pode
também propiciar condições ácidas na massa de compostagem, visto que o CO2
liberado é altamente solúvel. Por outro lado, a compostagem de resíduos com baixo
teor de carbono, ou seja, com muitos resíduos ricos em nitrogênio, elimina o
excesso de nitrogênio pela volatilização da amônia, com uma tendência natural de
restabelecer o balanço entre os dois elementos.
O equilíbrio da relação C/N é um fator de fundamental importância na
compostagem, cujo principal objetivo é criar condições para fixar os nutrientes, de
forma que possam ser posteriormente liberados por meio do composto. Dessa
forma, para o início do processo, aceita-se como ótima uma relação C/N de 30:1, o
que influencia a boa atividade biológica, atingindo uma relação C/N de 18:1 no final
do processo.
37
Relações C/N baixas, pH acima de 8 e elevadas temperaturas, implicam na
perda de nitrogênio sob a forma de amônia; recomenda-se neste caso, a adição de
serragem, palha, papel, entre outros, à massa a ser compostada. Se a relação C/N
for muito elevada os microrganismos não encontram N suficiente para a síntese de
proteínas e têm seu desenvolvimento limitado. Como resultado, o processo de
compostagem é mais lento. (OLIVEIRA, 2001)
TABELA 3-RELAÇÕES CARBONO/NITROGÊNIO
Material
Relação C/N
Abacaxi-fibras
44/1
Arroz-casca e palha
39/1
Banana- talos de cachos
61/1
Cama de aviário
14:1
Esterco bovino
18/1
Esterco de aves
10/1
Grama de jardim
36/1
Laranja- bagaço
18/1
Mandioca –folhas
12/1
Mandioca-hastes
40/1
Mandioca-cascas de raízes
96/1
Serragem de madeira
865/1
FONTE:Adaptado de EMBRAPA, 2005
4.2.2.2.
Temperatura
A compostagem aeróbia pode ocorrer tanto em regiões de temperatura
termofílica como mesofílica. (KIEHL,1998)
Embora a elevação da temperatura seja necessária e interessante para
a
eliminação
observaram
de
que
microrganismos
a
ação
patogênicos,
alguns
pesquisadores
dos microrganismos sobre a matéria orgânica
38
aumenta com a elevação da temperatura até 65ºC e que acima deste valor o
calor limita as populações aptas a realizar a degradação, havendo um decréscimo
da atividade biológica. (KIEHL,1998)
A temperatura é um fator indicativo do equilíbrio biológico, de fácil
monitoramento e que reflete a eficiência do processo de compostagem. Caso a
leira, em compostagem, registrar temperatura da ordem de 40-60ºC no segundo ou
terceiro dia é sinal que o ecossistema está bem equilibrado e que a compostagem
possui todas as chances de ser bem sucedida. Caso contrário, é sinal de que algum
ou alguns parâmetros físico-químicos (pH, relação C/N, umidade) não estão sendo
respeitados, limitando assim a atividade microbiana (KIEHL,1998)
Os processos de compostagem modernos estão mais associados às
temperaturas termofílicas. As temperaturas mesofílicas ocorrem mais nos 3
primeiros dias do processo e no final, na fase de maturação, e nas zonas periféricas
da pilha de compostagem, no canto e na base das pilhas, mesmo durante a fase de
degradação ativa. (FERNANDES, 1999)
O perfil típico de temperaturas numa uma pilha de compostagem é,
geralmente, decrescente do interior para o exterior, como se pode observar na
FIGURA 5:
39
FIGURA 5-PERFIL TÍPICO DE TEMPERATURA NUMA PILHA
FONTE: FERNANDES, 1999
4.2.2.3.
Nutrientes
Os nutrientes, principalmente carbono e nitrogênio, são fundamentais ao
crescimento bacteriano. O carbono é a principal fonte de energia e o nitrogênio é
necessário para a síntese celular.
Fósforo e enxofre também são importantes,
porém, seu papel no processo é menos conhecido.
necessidade dos micronutrientes: Cu, Ni, Mo, Fe,
utilizados
Os microrganismos têm
Mg, Zn e Na para serem
nas reações enzimáticas, sendo os detalhes deste processo pouco
conhecidos. (FERNANDES, 1999)
4.2.2.4.
Aeração
Sendo a compostagem um processo aeróbio, o fornecimento de ar é
vital à atividade microbiana, pois os microrganismos aeróbios têm necessidade
de O2 para oxidar a matéria orgânica que lhes serve de alimento. (KIEHL, 1998)
40
Durante a compostagem, a demanda por O2 pode ser bastante elevada e
a falta deste elemento pode se tornar em fator limitante para a atividade
microbiana e prolongar o ciclo de compostagem. (KIEHL, 1998)
A aeração também influencia na velocidade de oxidação do material
orgânico e na diminuição da emanação de odores, pois quando há falta de aeração
o sistema pode tornar-se anaeróbio. Os processos anaeróbios provocam problemas
ambientais resultantes da liberação de produtos malcheirosos, tais como,
mercaptanas, gás sulfídrico, aminas e ácidos voláteis. (FERNANDES, 1999)
4.2.2.5.
pH
É fato conhecido que níveis de pH muito baixos ou muito altos reduzem ou
até inibem a atividade microbiana. O pH da massa de compostagem não é,
usualmente, um fator crítico no processo, pois verifica-se a existência de um
fenômeno de ”auto-regulação” do pH, efetuado pelos microrganismos no decorrer do
processo. (KIEHL, 1998)
O pH ideal deve permanecer entre 6,5 e 7,5 para atender às necessidades
tanto das bactérias quanto dos fungos. (FERNANDES, 1999)
4.2.2.6.
Umidade
A água é fundamental para a vida microbiana.
No composto, o teor ótimo de umidade, de modo geral, situa-se entre 50% e
60%. Teores de umidade maiores que 65%, fazem com que a água ocupe os
espaços vazios do meio, impedindo a livre passagem do oxigênio, o que poderá
provocar aparecimento de zonas de anaerobiose. Se o teor de umidade de uma
41
mistura é inferior a 40% a atividade biológica é inibida, bem como a velocidade de
biodegradação. (FERNANDES, 1999)
A figura a seguir ilustra o fato explicitado acima. O consumo de oxigênio
aumenta consideravelmente com a elevação do teor de umidade de 25% até 55%,
caindo quase verticalmente quando o teor de umidade ultrapassa esse valor.
FIGURA 6-EFEITO DA UMIDADE NO CONSUMO DE OXIGÊNIO EM PILHA DE
LIXO DOMICILIAR SUBMETIDO À COMPOSTAGEM
55
FONTE: (SNEL, 1957), citado por KEHL, 1998
O ajuste da umidade pode ser feito pela criteriosa mistura de componentes
ou pela adição de água.
Na prática, verifica-se que o teor de umidade depende também da eficácia
da aeração e das características físicas dos resíduos como estrutura e porosidade.
42
O teor de umidade é controlado com base na capacidade de aeração da
massa de compostagem, nas características físicas do material e na necessidade de
satisfazer à demanda microbiológica.
Há perdas de água devido à aeração, e em geral, o teor de umidade do
composto tende a diminuir ao longo do processo e no final do processo o teor
considerado ótimo é de 30%. (OLIVEIRA, 2001)
4.2.2.7.
Tamanho da Partícula
Quanto mais fina é a granulometria, maior é a área exposta à
atividade microbiana, o que promove o aumento das reações bioquímicas, visto
que aumenta a área superficial em contato com o oxigênio. (KIEHL,1998)
Pereira Neto, 1996, citado por Büttenbender, 2004,
descreve
que
os
resíduos orgânicos devem ser submetidos a uma correção no tamanho das
partículas, no sentido de favorecer:
•
Homogeneizar a massa de compostagem;
•
Melhorar a porosidade;
•
Reduzir a compactação;
•
Aumentar a capacidade de aeração.
4.2.3. Aspectos Microbiológicos Da Compostagem
A compostagem é um processo biológico no qual participam diversos
organismos.
43
Há uma organização complexa de organismos envolvida numa cadeia
alimentar. Cada grupo especializa-se e desenvolve-se numa faixa de temperatura
ótima.
Todos trabalham para balancear a população de organismos dentro do
composto, o que aumenta a eficiência do processo inteiro. (SILVA, 2009)
Os microrganismos mais importantes na compostagem são as bactérias, os
fungos e os actinomicetos, todos os outros grupos são de menor importância.
(FERNANDES, 1999)
4.2.3.1.
Fungos
Os fungos são microrganismos filamentosos, heterotróficos, os quais se
desenvolvem em baixas e altas faixas de pH. O habitat preferencial dos fungos é o
de ambientes ácidos a levemente alcalinos, com pH variando de 2,0 a 9,0.
(HEIDMANN, 2006)
Os fungos dividem-se em dois grupos: os bolores e as leveduras. Os bolores
são estritamente aeróbios, observando-se uma tendência de formar estruturas
filamentosas. As leveduras apresentam metabolismos anaeróbios e aeróbios.
(FERNANDES, 1999)
Os fungos utilizam uma grande diversidade de substratos, como fontes de
Carbono tais como: a lignina, a celulose e as hexoses. Como fontes de Nitrogênio
utilizam os ácidos nucléicos, os nitratos e os nitrogênios amoniacais.
Os fungos normalmente são menos afetados por substratos com elevadas
relações C/N, baixo teor de umidade, maiores amplitudes de pH, tornando-se mais
competitivos em circunstâncias em que as bactérias não conseguem crescer
rapidamente. (FERNANDES, 1999)
44
Temperaturas superiores a 60°C e condições de anaer obiose podem limitar
as populações de fungos durante o processo de compostagem. (FERNANDES,
1999)
4.2.3.2.
Actinomicetos
Os actinomicetos são bactérias gram-positivas que constituem um grupo de
microrganismos com características intermediárias entre fungos e bactérias.
São semelhantes aos fungos na forma, excetuando-se o fato de serem
menos filamentosos e melhor adaptados ao crescimento no solo.(FERNANDES,
1999)
O termo actinomiceto não tem significado taxonômico e, por isso, eles são
classificados como bactéria da Ordem Actinomicetales. (OSAKI, 2008)
Alguns actinomicetos podem ser observados a olho nu nos processos de
compostagem pelo aspecto esbranquiçado, nas fases mais tardias do processo de
compostagem, nas camadas superficiais das pilhas, pois tem dificuldade de se
desenvolverem em ambientes com baixo teor de oxigênio. (FERNANDES, 1999)
A maioria dos actinomicetos tem seu nicho ecológico na zona aeróbia do
solo e, especialmente, em ambientes de pH altos e na fase termofílica da
compostagem, em temperaturas próximas a 65°C e redu zindo o seu metabolismo
em temperaturas próximas a 75°C. (FERNANDES, 1999)
As transformações realizadas pelos actinomicetos são a degradação de
substâncias em geral não decompostas por fungos e bactérias, como fenóis, quitina
e parafinas, ou seja, decomposição dos resíduos resistentes de animais e vegetais;
degradação da celulose e proteínas com pequena imobilização de nitrogênio,
formação de húmus pela decomposição da matéria orgânica nos compostos da
45
fração orgânica do solo; decomposição em alta temperatura de composto e esterco;
produção de antibióticos atuando no equilíbrio microbiano. (OSAKI, 2008)
4.2.3.3.
Bactérias
As bactérias são organismos procarióticos, normalmente unicelulares, de
tamanho reduzido que se multiplicam rapidamente em um tempo de geração de 15
minutos, formando colônias.
As maiores concentrações de bactérias no solo ocorrem nos horizontes
superficiais decorrentes das condições favoráveis de calor e umidade, aeração e
disponibilidade de nutrientes. Em regiões subtropicais, em condições adequadas de
umidade, as populações atingem o nível máximo no início do verão ou no outono.
(OSAKI, 2008)
As bactérias existem em número de formas que incluem esferas (cocos),
cilíndricas (bacilos), helicoidais (spirillum) e forma intermediárias como em forma de
vírgula (vibrio) e fusiformes. (FERNANDES, 1999)
A FIGURA 7 mostra as formas típicas das bactérias.
46
FIGURA 7-FORMAS TÍPICAS DAS BACTÉRIAS
FONTE: SILVA, 2010
Segundo FERNANDES, 1999, devido às exigências em oxigênio, as
bactérias podem ser agrupadas em quatro divisões:
a) Aeróbias: necessitam de oxigênio
b) Microaeróbias: exigem pequenas quantidades de oxigênio livre
c) Anaeróbias: crescem sem oxigênio
d) Anaeróbias facultativas: crescem na presença ou ausência de oxigênio
A maioria das bactérias reproduz-se por divisão de uma célula em duas
células filhas idênticas, esse processo é conhecido como fissão binária. (OSAKI,
2008)
47
A composição das células de grande parte das bactérias é, em torno, de
80% de água para cerca de 20% de matéria seca. A análise da matéria seca
apresentou uma constituição de 90% orgânica e 10% inorgânica. (FERNANDES,
1999)
As bactérias mesofílicas dominam as fases iniciais dos processos de
compostagem, sendo substituídas por bactérias termofílicas à medida que a
temperatura se aproxima de 40°C. (FERNANDES, 1999 e KIEHL, 1998)
As bactérias são importantes para decompor os açúcares, os amidos, as
proteínas e outros compostos orgânicos de fácil digestão presentes nos resíduos
sólidos orgânicos. A decomposição das moléculas mais complexas para substâncias
mais simples é realizada através de reações enzimáticas. Os microrganismos
sintetizam enzimas que atacam e decompõem o constituinte orgânico. (KIEHL,
1998)
Devido a complexidade da matéria orgânica, a decomposição envolve uma
complexa quantidade de tipos de enzimas e consequentemente um grande número
de microrganismos participa do processo de compostagem. (KIEHL, 1998)
As bactérias e os actinomicetos são responsáveis por 80% a 90% da
atividade microbiológica nos processos de compostagem. (FERNANDES, 1999)
4.2.3.4.
Microrganismos Patogênicos
Os resíduos sólidos urbanos podem conter diversos microrganismos
patogênicos, prejudiciais à saúde humana e um dos objetivos da compostagem é a
destruição
destes
patógenos
presentes
nos
materiais
a
compostar.
Os
microrganismos patógenos incluem bactérias, protozoários, vírus e nematóides.
(FERNANDES, 1999 e KIEHL,1998)
48
A TABELA 4 apresenta as temperaturas e o tempo necessário para a
inativação de alguns parasitas e microrganismos patogênicos que podem estar
presentes nos resíduos sólidos.
TABELA 4-TABELA RESISTÊNCIA DE ALGUNS MICRORGANISMOS AO CALOR
Microrganismo
Temperatura
Tempo
o
C
(minutos)
Brucella sp
65,5
0,1 – 0,2
Salmonella senftenberg
65,5
0,8 – 1,0
Salmonella sp
65,5
0,02 – 0,25
Staphylococcus aureus
65,5
2,0 – 2,0
Leveduras, bolores e bactérias deteriorantes
65,5
0,5 – 3,0
Bacillus cereus
100
5,0
Bacillus subtilis
100
11,0
Bacillus polymyxa
100
0,1 – 0,5
Clostridium butyricum
100
0,1 – 0,5
Clostridium perfringens
100
0,3 – 20,0
Tipo A e B proteolíticos
100
50,0
Tipo E, B e F não proteolíticos
80
1,0
Bacillus coagulans
120
0,1
Bacillus stearothermophilus
120
4,0 – 5,0
Clostridium Thermosaccharolyticum
120
3,0 – 4,0
Dessulfotomaculum nigrificans
120
2,0 – 3,0
de
compostagem
Esporos de mesófilos aeróbios
Esporos de mesófilos anaeróbios
Clostridium botulinium
Esporos de Termófilos aeróbios
Esporos de termófilos anaeróbios
FONTE: CRQ, 2010
Kiehl, 1998 afirma
conseguiu
eliminar
os
que se
patógenos
o
processo
mais
resistentes
não
à temperatura “ao se
49
incorporar o fertilizante orgânico ao
pela
competição
com
os
solo, estes patógenos serão digeridos
microrganismos selvagens, nativos, existentes no
solo[...]”.
A TABELA 5 apresenta o tempo de sobrevivência de alguns patógenos, no
solo e na superfície das plantas.
TABELA 5-TEMPO DE SOBREVIVÊNCIA DE PATÓGENOS NO SOLO E NA
SUPERFÍCIE DE PLANTAS
Patógenos
Solo
Plantas
Bactérias
2 meses – 1 ano
1 mês – 6 meses
Vírus
3 meses – 1 ano
1 mês – 2 meses
Cistos de protozoários
2 dias – 10 dias
2 dias – 5 dias
Ovos de helmintos
2 anos – 7 anos
1 mês – 5 meses
FONTE: Kowal, 1985 citado por SIMONETI, 2006
Outros fatores que podem ocasionar a morte dos microrganismos são: a
queda da temperatura ou a falta de insolação suficiente causam a morte dos
organismos por “morte térmica”, e a deficiência de oxigênio, pode levar “morte
prematura” dos microrganismos. (LASARIDI et al, 2000, citado por BONATTI, 2007)
4.3.
ACELERAÇÃO
DA
COMPOSTAGEM
COM
O
USO
DE
BIODEGRADADORES
A degradação biológica da matéria orgânica sempre ocorre na natureza e a
partir dessa observação o homem tentou reproduzir o processo natural, visando
melhorar solos pobres ou esgotados. (FERNANDES, 1999)
A Biodegradação consiste na modificação física ou química, causada
pela ação de microrganismos, sob certas condições de calor, umidade,
luz,
50
oxigênio, nutrientes orgânicos e minerais adequados ao processo. (FRANCHETTI,
2006)
Dentro da população
desejáveis,
que
biodegradar
os
são
aqueles
nativa de microrganismos encontram-se alguns
que
possuem a capacidade
metabólica
de
compostos orgânicos poluentes. A população não desejável é
composta por microrganismos que não possuem a capacidade de biodegradação e
ainda competem pelos nutrientes e oxigênio. (LAZZARETTI, 1998)
Quando se adiciona uma quantidade de população microbiana, selecionada
para degradação de altas taxas orgânicas, o equilíbrio das populações se rompe
permitindo uma
maior degradação
dos compostos
orgânicos
pelos
microrganismos introduzidos e pelos nativos que estavam sendo impedidos de
degradar em todo seu potencial, devido ao equilíbrio existente entre as populações
nativas. (LAZZARETTI, 1998)
O biotratamento é a aplicação de tecnologia biológica para a prevenção e
recuperação do meio ambiente. É uma tecnologia recente, mas amplamente
divulgada, devido a sua capacidade de resolver os problemas ambientais.
Apresenta-se como uma solução natural e eficiente para atingir os objetivos e
padrões de qualidade ambiental que a legislação exige. (MAGRINI, 2008)
Para acelerar e incrementar os processos de compostagem existe produtos
inoculantes a base de microrganismos benéficos que podem proporcionar um
processo de compostagem em cerca de um terço até a metade do tempo normal. O
resultado da compostagem é um produto final com maior homogeneidade e maior
teor de elementos químicos das matérias primas originais presentes no produto final
(N, P, K e principalmente os microelementos). (BIODEGRADAÇÃO, 2010)
51
Segundo os fabricantes, estes produtos são um mix de microrganismos de
ocorrência natural que se no solo e na água, e que são capazes de degradar as
mais diversas substâncias.
São vendidos em forma de uma mistura concentrada e balanceada de
microrganismos não patogênicos, produtores de enzimas, dispersos em carga
orgânica associada a um estabilizante e não apresentam nenhuma modificação
genética.
4.3.1. Microrganismos Usados Como Biodegradadores em Produtos Comerciais
A biotecnologia é o ramo da ciência que utiliza microrganismos, plantas e
animais para a produção de substâncias úteis ao ser humano. (FRANCHETTI e
MARCONATO, 2006)
Alguns
microrganismos
usados como biodegradadores em produtos
comerciais são listados a seguir:
4.3.1.1.
Pseudomonas
O gênero compreende mais de 100 espécies, de bacilos gram-negativos,
normalmente diferenciados por meio de provas bioquímicas, testes de sensibilidade
a antibióticos, formação de pigmentos, número e localização dos flagelos.
(TRABULSI, 1996)
As Pseudomonas sobrevivem em ambientes úmidos e estão difundidas na
natureza, habitando o solo, a água, as plantas e os animais, inclusive os seres
humanos. (Tortora e Funke, 2000 citados por NICKEL, 2005)
52
Esta bactéria tem exigências mínimas e pode tolerar uma grande variedade
de circunstâncias físicas. Algumas cepas podem se desenvolver em temperaturas
de refrigerador (Fernandes et al 2000, Quarah e Cunha,2003, Tortora e Funke,2000,
citados por NICKEL, 2005)
Pseudomonas fluorescens
São bactérias saprófitas, não patogênicas que colonizam o solo, a água e os
ambientes superficiais das plantas. (GENOME, 2010)
É um microrganismo aeróbio obrigatório. (GENOME, 2010)
Tem exigências nutricionais simples e cresce bem em meios suplementados
com sais minerais aceitando variadas fontes de carbono. (GENOME, 2010)
Um número de cepas de Pseudomonas fluorescens é capaz de suprimir as
doenças das plantas, protegendo as sementes e raízes de uma infecção fúngica.
(GENOME, 2010)
Pseudomonas putida
São bactérias Gram-negativas em forma de bastonete, não patogênicas.
São microrganismos saprófitos.
Podem ser encontrados em ambientes úmidos, como nos solos e na água,
e crescem otimamente a temperatura ambiente, de 25°C-30°C. (CITIZENDIUM,
2010)
Apesar de Pseudomonas putida não formarem esporos e ainda assim são
capazes de suportar condições ambientais adversas e resistir aos efeitos graves de
53
solventes orgânicos, que poluem o solo ao redor.Algumas estirpes têm a capacidade
de crescer e de quebrar muitos poluentes perigosos e aromáticos hidrocarbonetos
tais como tolueno, benzeno e etilbenzeno. (CITIZENDIUM, 2010)
4.3.1.2.
Bacillus
São bactérias gram-posisitivas distribuídas em várias espécies. O gênero
Bacillus permaneceu intacto até 2004, quando foi dividido em diversas famílias e
gêneros de bactérias formadoras de endósporos, com base na análise RNA.
Estes microrganismos crescem na presença de O2. e são conhecidos pelo
nome comum de esporulados aeróbios. (TODAR, 2010)
O habitat normal das espécies Bacillus é o solo, onde vivem como esporos
ou como células vegetativas, passando de um estado para outro, de acordo com as
condições ambientais, isto é, proliferam quando as condições são favoráveis e
esporulam, quando em condições adversas. Os esporos podem permanecer viáveis
por vários anos. (TRABULSI, 1996)
A maioria dos esporulados aeróbios são móveis por meio de flagelos,
conforme é mostrado na FIGURA 8.
54
FIGURA 8-CÉLULAS INDIVIDUAIS DE BACILOS MÓVEIS FOTOGRAFADOS EM
AGAR NUTRIENTE
FONTE: TODAR, 2010
Ampliação aproximada de 15.000 vezes. Deptoof Agriculture US.
A. B. subtilis; B. P.
polymyxa; C. B. subtilis, B. polymyxa P.; C. B. laterosporus; D. P. alvei. laterosporus D. P.
alvei.
Os Bacillus fazem a degradação dos mais diversos substratos derivados de
fontes vegetais e animais, incluindo a celulose, amido, pectina, proteínas, agar,
hidrocarbonetos, e outros. (TODAR, 2010)
Bacillus licheniformis
Estas bactérias são comumente conhecidas por causar intoxicação alimentar
e a deterioração dos alimentos, e por contaminação de produtos lácteos. As
contaminações, geralmente, envolvem casos de carnes cozidas e legumes, leite
cru, produzidos industrialmente e comida de bebês. (LARSEN, 2010)
O Bacillus licheniformis é uma bactéria saprófita que se encontra difundida
na natureza e contribui para a ciclagem de nutrientes, devido à diversidade de
enzimas produzidas pelos membros da espécie. Alguns membros da espécie são
capazes de desnitrificação (EPA,1997)
55
O Bacillus
licheniformis é anaeróbio facultativo. É capaz de produzir
endósporos quando as
condições de crescimento vegetativo são desfavoráveis.
(EPA,1997)
Ocorrem em temperaturas até 55°C (EPA,1997). A sua temperatura ótima de
crescimento é de 50°C, mas também pode sobreviver e m temperaturas muito mais
elevadas. Sua temperatura ideal para a secreção de enzimas é de 37°C.(LARSEN,
2010)
Estas bactérias têm sido usadas na indústria de fermentação para a
produção de proteases, amilases, antibióticos e produtos químicos especiais por
mais de uma década, sem relatos de efeitos adversos à saúde humana ou ao meio
ambiente. (EPA,1997)
Embora não seja inócuo, o Bacillus licheniformis não produz quantidades
significativas de enzimas extracelulares e outros fatores passíveis de predispô-lo a
causar infecção. Para atingir uma infecção, ou o número de microrganismos deve
ser muito alto ou o estado imunológico do hospedeiro baixo, não sendo considerado
um patógeno humano nem é toxigênico. (EPA,1997)
Bacillus subtilis
O Bacillus subtilis é amplamente distribuído em todo o ambiente,
especialmente no solo, no ar e na decomposição de resíduos vegetais.
Pertencente a família Bacillaceae, é uma bactéria aeróbia, exceto na
presença de glicose e nitrato. (EPA, 1997)
É formadora de esporos, o que lhe permite suportar condições extremas de
calor e desidratação no meio ambiente.(EPA, 1997)
56
O Bacillus subtilis
contribui para ciclagem de nutrientes devido as várias
enzimas produzidas pelos membros da espécie. Produz uma variedade de
proteases e outras enzimas que o permite degradarem uma variedade de substratos
naturais. (EPA, 1997)
É considerado um organismo benigno, uma vez que não possui
características que causam a doença,não é considerado patogênico. (EPA, 1997)
O Bacillus subtilis produz antibióticos, enzimas e fitohormonios que
proporcionam benefícios para as plantas. (ARAUJO, 2008)
Bacillus pumilus
O Bacillus pumilus é uma bactéria que ocorre naturalmente no solo, na água,
no ar e decomposição de tecidos vegetais. Muitas vezes, é
encontrada no
desenvolvimento do sistema radicular de plantas de soja, mas não faz mal às
plantas, pelo contrário, a bactéria impede a germinação dos esporos dos fungos
Rhizoctonia e Fusarium que atacam o desenvolvimento das raízes da soja, sendo
que a bactéria pode crescer posteriormente no esporos desses fungos.(EPA,2003)
Nenhum efeito ambiental adverso é esperado quando os produtos contendo
Bacillus pumilus são utilizados de acordo com as instruções do rótulo do
fabricante.(EPA,2003)
4.4.
LEGISLAÇÃO APLICADA
São abordados a seguir alguns aspectos referentes a legislação aplicável
aos resíduos sólidos urbanos, ao composto agrícola e ao uso de biodegradadores.
57
4.4.1. Legislação Aplicável Aos Resíduos Sólidos Urbanos
A Constituição Federal, promulgada em 1988, estabelece em seu artigo 23,
inciso VI, que “compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer das suas formas”. No
artigo 24, estabelece a competência da União, dos Estados e do Distrito Federal em
legislar concorrentemente sobre “(...) proteção do meio ambiente e controle da
poluição” (inciso VI) e, no artigo 30, incisos I e II, estabelece que cabe ainda ao
poder público municipal “legislar sobre os assuntos de interesse local e suplementar
a legislação federal e a estadual no que couber”. (CASTILHOS JUNIOR, 2003)
A Lei Federal n° 6.938, de 31/8/81, que dispõe sob re a Política Nacional de
Meio Ambiente, institui a sistemática de Avaliação de Impacto Ambiental para
atividades modificadoras ou potencialmente modificadoras da qualidade ambiental,
com a criação da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). A AIA é formada por um
conjunto de procedimentos que visam assegurar que se realize exame sistemático
dos potenciais impactos ambientais de uma atividade e de suas alternativas.
Também no âmbito da Lei n° 6.938/81 ficam instituíd as as licenças a serem obtidas
ao
longo
da
existência
das
atividades
modificadoras
ou
potencialmente
modificadoras da qualidade ambiental. (IPT/Cempre, 2000 citada por CASTILHOS
JUNIOR, 2003)
A Lei de Crimes Ambientais (Brasil, n° 9605 de feve reiro de 1998) dispõe
sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades
lesivas ao meio ambiente e dá outras providências. Em seu artigo 54, parágrafo 2°,
inciso V, penaliza o lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos em
desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos. No parágrafo
3° do mesmo artigo, a lei penaliza quem deixar de a dotar, quando assim o exigir a
58
autoridade competente,medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental
grave ou irreparável. (CASTILHOS JUNIOR, 2003)
A Resolução Conama n° 237, de 19 de dezembro de 199 7 estabelece norma
geral sobre licenciamento ambiental, competências, listas de atividades sujeitas a
licenciamento, etc. (CASTILHOS JUNIOR, 2003)
Da normalização técnica da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) são citadas somente algumas normas mais específicas ao tema tratado:
•
NBR 7500, de 1994 – Símbolos de riscos e manuseio para o transporte e
armazenamento de materiais.
•
NBR 10004, de 1987 – Resíduos sólidos – Classificação.
•
NBR 10007 – Amostragem de resíduos.
•
NBR 13221, de 1994 – Transporte de resíduos –Procedimento.
Para o Estado do Paraná a legislação aplicável encontra-se a seguir:
•
Decreto Nº 3.641, DE 14 DE JULHO DE 1977
Dispõe sobre o Código Sanitário do Estado.
No capítulo IV, do Reaproveitamento dos Resíduos, Art. 38 coloca que
todo gerador cujos resíduos possam representar fontes de poluição fica
obrigado, a critério da autoridade sanitária, à implantação de medidas
que visam eliminar ou reduzir a níveis toleráveis o grau de poluição,
inclusive com o reaproveitamento dos resíduos. No inciso 1º coloca que
autoridade sanitária deverá aprovar os projetos de destino final do lixo,
fiscalizando a sua execução, operação e manutenção. (IAP, 2010)
59
•
Lei 12493 - 22 de Janeiro de 1999 Publicada no Diário Oficial n° 5430 de
5 de Fevereiro de 1999.
Estabelece princípios, procedimentos, normas e critérios referentes a
geração,
acondicionamento,
armazenamento,
coleta,
transporte,
tratamento e destinação final dos resíduos sólidos no Estado do Paraná,
visando controle da poluição, da contaminação e a minimização de
seus impactos ambientais e adota outras providências. (IAP,2010)
O Art. 14, inciso 1º estabelece: O solo e o subsolo somente poderão ser
utilizados para armazenamento, acumulação ou disposição final de
resíduos sólidos de qualquer natureza, desde que sua disposição
seja
feita
projetos
de
forma
específicos,
tecnicamente
obedecidas
adequada, estabelecida
as
condições
e
em
critérios
estabelecidos pelo Instituto Ambiental do Paraná - IAP.
No Art. 17 fica estabelecido a obrigatoriedade de cadastro junto ao IAP
para atividades geradoras de quaisquer tipos de resíduos sólidos, para
fins de controle e inventário dos resíduos sólidos gerados no
Estado do Paraná. (IAP,2010)
Conforme o Art. 18, a responsabilidade pela execução de medidas
para prevenir e/ou corrigir a poluição e/ou contaminação do meio
ambiente decorrente de derramamento,
e/ou
disposição
inadequada
vazamento,
lançamento
de resíduos sólidos é: da atividade
geradora dos resíduos, quando a poluição e/ou contaminação originar-se
ou ocorrer em suas instalações da
e
da
atividade
atividade
geradora
de
resíduos
transportadora, solidariamente, quando a poluição
e/ou contaminação originar-se ou ocorrer durante o transporte; da
60
atividade
geradora
acondicionamento,
resíduos,
ocorrer
dos
de
resíduos
tratamento
solidariamente,
no
local
de
quando
e
da
e/ou
a
atividade
de
executora
disposição
poluição
e/ou
final
de
dos
contaminação
acondicionamento, de tratamento e/ou de
disposição final. (IAP, 2010)
•
Portaria IAP nº 224, de 05 de dezembro de 2007.
Estabelece os critérios para exigência e emissão de Autorizações
Ambientais para as Atividades
de
Gerenciamento
de
Resíduos
Sólidos.
No Art.
1º estabelece, além da
Licença
de
Operação, que os
procedimentos de tratamento e disposição final dos resíduos sólidos
como aterro e uso agrícola estão sujeitos à
Autorização Ambiental.
(IAP,2010)
No Art.
3º é colocado que a
requerida
pelo
gerador
Autorização
ou
Ambiental
pelo responsável
pelo
deverá
ser
transporte,
armazenamento, tratamento e/ou disposição final do(s) resíduo(s).
(IAP,2010)
O Art. 9º traz informações para o procedimento do requerimento da
Autorização Ambiental. (IAP,2010)
As Leis do município de Curitiba referentes aos resíduos sólidos urbanos,
segundo Polidoro, 2009, são apresentadas a seguir:
•
Lei n° 7833/91
61
Dispõe sobre a política de proteção e conservação e recuperação do
meio ambiente e dá outras providências. No Art. 21 estabelece normas
de coleta , acondicionamento e disposição final de lixo.
•
Decreto n° 983/04
Dispõe sobre a coleta, transporte e a disposição final de resíduos sólidos
no município de Curitiba. No Art. 33 cria a figura dos grandes geradores
como sendo aqueles que
produzam resíduos em quantidades
superiores às previstas nos incisos I a IV, do Art. 8º. Estabelece a
obrigação de elaborar Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e
de os submeter à aprovação pelo órgão municipal competente , de
acordo
com Termo de Referência específico estabelecido pelo
Município.
- Grandes Geradores + 600 litros de resíduos por semana.
4.4.2. Legislação Aplicável Ao Composto Orgânico
Conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento:
•
Lei nº 6.894, DE 1980
Dispõe sobre a inspeção e fiscalização da produção e do comércio de
fertilizantes, corretivos, inoculantes e biofertilizantes destinados à
agricultura.
Art. 2º - Atribui ao MAPA a competência para exercer a fiscalização
Art. 4º - Obrigatoriedade de registro de estabelecimentos e de produtos
Art. 5º - Estabelece sanções administrativas
62
Art. 7º - Delega ao Poder Executivo a competência para estabelecer as
providências necessárias para o exercício da fiscalização
•
Decreto nº 4.954, de 2004
Aprova o regulamento da Lei nº 6.894/1980.
No Art. 2º
Definições: Fertilizante orgânico composto é o produto
obtido por processo físico, químico, físico-químico ou bioquímico,
natural
ou controlado, a partir de matéria-prima de origem industrial,
urbana ou rural, animal ou vegetal, isoladas ou misturadas, podendo
ser enriquecido de nutrientes minerais, princípio ativo ou agente capaz de
melhorar suas características físicas, químicas ou biológicas.
Art. 3°: Competência do MAPA: Compete
Agricultura,
da
Pecuária
produção,
corretivos,
Ministério
da
e Abastecimento: a inspeção e fiscalização
importação,
inoculantes
ao
ou
exportação
e comércio de fertilizantes,
biofertilizantes;
editar
normas
complementares necessárias ao cumprimento deste Regulamento.
Art. 4°: Competência de Estados e Distrito Federal: Compete a eles
fiscalizar
e
legislar concorrentemente sobre o comércio e uso dos
fertilizantes, corretivos, inoculantes ou biofertilizantes, respeitadas as
normas federais que dispõem sobre o assunto.
Art. 5º , inciso 2º: Registro do Estabelecimento: O pedido de registro será
acompanhado dos seguintes elementos informativos e documentais:
licença ou autorização equivalente, expedida pelo órgão ambiental
competente.
63
Art. 11° registro do Produto: Atribui ao MAPA a competência para
estabelecer
critérios,
limites
mínimos
de
garantias
e
demais
especificações para registro dos produtos.
No artigo 17° fica negado o registro de produtos e specificados neste
Regulamento, bem como a autorização
comercialização, serão
para
seu
uso
e
sempre que não forem atendidos os limites
estabelecidos em atos administrativos próprios, no que se refere a
agentes fitotóxicos, patogênicos ao homem, animais e plantas, assim
como metais pesados tóxicos, pragas e ervas daninhas.
Art. 16° Material Secundário: Não estará sujeito ao registro o material
secundário obtido em processo industrial, que contenha nutrientes de
plantas e cujas especificações e garantias mínimas não atendam às
normas deste Regulamento e de atos administrativos próprios.
Art 16°, inciso 1°: Para a sua comercialização,
será necessário
autorização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
devendo
o
requerente,
para
este
efeito,
apresentar
pareceres
conclusivos do órgão de meio ambiente e de uma instituição oficial
ou credenciada
de
pesquisa
sobre
a
viabilidade
de
seu
uso,
respectivamente em termos ambiental e agrícola.
Art. 16°, inciso 2°: Para
sua
utilização
com o
matéria-prima
na
fabricação dos produtos especificados neste Regulamento, deverão
ser atendidas
as especificações
de
qualidade determinadas pelo
órgão de meio ambiente, quando for o caso.
Art. 16°,inciso 3°: O material especificado no cap ut deste artigo deverá
ser comercializado com o nome usual de origem, informando-se as suas
64
garantias, recomendações e precauções de uso e aplicação, sendo que a
autorização para comercialização será expedida unicamente pelo órgão
central do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
•
Instrução Normativa SDA nº 23, DE 2005
Aprova definições, especificações e as garantias dos fertilizantes
orgânicos
Art. 2º Classificação:
Classe “A”: fertilizante orgânico que, em sua produção, utiliza
matéria-prima de origem vegetal, animal ou de processamentos da
agroindústria, onde não sejam utilizados no processo o sódio (Na+),
metais pesados, elementos ou compostos orgânicos sintéticos
potencialmente tóxicos.
Classe “B”: fertilizante orgânico que, em sua produção, utiliza
matéria-prima oriunda de processamento da atividade industrial ou
da agroindústria, onde o sódio (Na+), metais pesados, elementos
ou compostos orgânicos sintéticos potencialmente tóxicos são
utilizados no processo.
Classe “C”: fertilizante orgânico que, em sua produção, utiliza
qualquer quantidade de matéria-prima oriunda de lixo domiciliar,
resultando em produto de utilização segura na agricultura.
Classe “D”: fertilizante orgânico que, em sua produção, utiliza
qualquer quantidade de matéria-prima oriunda do tratamento de
despejos sanitários, resultando em produto de utilização segura na
agricultura.
Parâmetros de Qualidade:
65
Carbono orgânico total (%)
Capacidade de troca catiônica – CTC – mmolc/kg
Umidade máxima (%)
pH
Nitrogênio total – N (%)
Relação CTC / C
Relação C/N
TABELA 6-FERTILIZANTE ORGÂNICO MISTO E COMPOSTO-ESPECIFICAÇÕES
E GARANTIAS MÍNIMAS
FONTE: BERTOLDO, 2009
*(Valores expressos em base seca, umidade determinada a 65°C)
•
Art. 16, anexo I , da Instrução Normativa SDA nº 23, DE 2005
Material secundário - matéria-prima:
Inciso 10: Para o registro dos produtos de que tratam estas Definições
e Normas, deverá ser informado:
I - a origem das matérias-primas e sua caracterização em
relação aos nutrientes, carbono orgânico, assim como informações
sobre a presença e os teores de elementos potencialmente tóxicos,
66
agentes fitotóxicos, patogênicos ao homem, animais e plantas ou
outros contaminantes;
II - para as matérias-primas de origem agroindustrial, industrial
ou urbana, utilizadas para fabricação de fertilizantes orgânicos
das Classes B, C e D, descritas no art. 2°, destas Definições
e Normas, deverá ser apresentado parecer do órgão ambiental
competente sobre as limitações do seu uso na agricultura sob o
aspecto ambiental;
III - os fertilizantes orgânicos das Classes B, C e D, descritas
no
art.
2°,
destas Definições e Normas, somente serão
registrados após a publicação pelo MAPA de ato normativo
específico que estabeleça os limites no que se refere a agentes
fitotóxicos, patogênicos ao homem, animais e plantas, assim como
metais pesados tóxicos, pragas e ervas daninhas, de acordo com o
disposto no art. 17, do regulamento aprovado pelo Decreto no
4.954, de 2004.
•
Instrução Normativa SDA nº 27, DE 2006
Estabelece limites de agentes fitotoxicos, metais pesados tóxicos, pragas
e
ervas
daninhas
admitidos
nos
fertilizantes,
condicionadores de solo e substrato para plantas
corretivos,
67
A TABELA 7 apresenta os limites máximos de contaminantes admitidos em
fertilizantes orgânicos, segundo Instrução Normativa DAS 27/2006.
TABELA
7-LIMITES MÁXIMOS DE CONTAMINANTES
FERTILIZANTES ORGÂNICOS
ADMITIDOS
EM
estar registrado
ou
FONTE: BERTOLDO, 2009
Registro ou autorização de uso
O
produto,
autorizado pelo
para
Ministério
uso
na
agricultura,
deve
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Para Registro:
•
Atender aos parâmetros agronômicos (IN 23/2005)
•
Atender aos limites máximos de contaminantes (IN 27/2006)
•
Estabelecimento deve estar registrado no Ministério
•
Licenciamento Ambiental
68
Caso o produto não atenda aos parâmetros agronômicos definidos para
registro ou não atenda aos limites definidos na IN SDA 27/2006 para contaminantes,
poderá ser autorizado pelo MAPA, desde que:
•
Comprovação de Eficiência Agronômica
•
Manifestação do Órgão de Meio Ambiente
4.4.3. Regulamentação Do Uso De Biodegradadores
PORTARIA N° 2 740, DE 16 DE SETEMBRO DE 1998, em p roposta de
Revisão da Portaria Ministerial n° 112 de 18 do mai o de 1982, pela Comissão
Técnica de Assessoramento na Área de Saneantes Domissanitários.
Página 17 da Seção 1, do Diário Oficial da União.
Traz as definições que envolvem o uso de degradadores biológicos e os
microrganismos permitidos.
Define Produtos biológicos como sendo produtos à base de microrganismos
viáveis que ·têm a propriedade de degradar a matéria orgânica e reduzir odores
provenientes de sistemas sépticos, tubulações sanitárias e outros sistemas
semelhantes.
Item E da norma cita: “Somente serão permitidos os microrganismos listados
no Toxic Substances Control Act" microrganismos de existência saprofítica,
presentes
em
fontes
ambientais,
(excetuando-se
a
Pseudomonas
aeruginosa), que não apresentem resistência aos antimicrobianos fora dos
padrões definidos na literatura.
Item E.2.1 - Componentes complementares de formulação - Somente são
permitidos os ingredientes constantes do ANEXO 2.
69
Anexo
2
a
saber:
COMPONENTES
COMPLEMENTARES
DE
FORMULAÇÃO:
Tensoativos
aniônicos
e
não
iônicos,
Hidrolisado
de
proteínas,Lípase,Protease, Amilase, Celulase, Pectinase, Dipropilenoglicol
monoetileter, Monoetanolamina, Bicarbonato de sódio, Fosfato. Dissódico,
Fosfato monossódico, Carbonato de sódio, Fosfato (ricálcico), Cloretos de
sódio, potássio, magnésio, cálcio, amônio e ferroso, Ácido lútico, Glicose,
Fosfato mono e dibásico de potássio, Sulfato de magnésio, Molibdato de
sódio, Beta gluconase, Hemicelulose, Hidroxietil celulose, Etoxilato de álcool
linear, Hexil, octil e decil éter, Monoleato de sorbitan.
Item E.3 - As formas de apresentação dos produtos biológicos permitidas
são: liquida, sólida, pastosa e gel.
Item E.4.1 - O conteúdo mínimo permitido é de 5 (cinco) litros no caso de
produtos líquidos ou 5 (cinco) quilogramas para os sólidos;
Item E.4.2 - Para produtos sólidos serão permitidos conteúdos menores, em
embalagem primária a
segurança
do operador e
visando
melhor
conservação do produto, contendo exclusivamente as frases: "Proibido a
venda direta ao Público" e "Contém Microrganismos Vivos", nome do
fabricante e o número do lote.
Item F – ROTULAGEM
Item F 1.1A frase de advertência: "CUIDADO! PERIGOSO SE INGERIDO,
CONTÉM MICRORGANISMOS VIVOS" deve ser colocada no painel
principal, na face do rótulo imediatamente voltada para o usuário, em
destaque (negrito), na cor preta, tendo as letras altura mínima de 0,3 cm.
Esta mensagem deve estar inserida em retângulo, de cor branca, localizado
70
no painel principal e situado a 1110 da altura acima da margem inferior do
rótulo. F.1.2 -A frase "ANTES DE USAR LEIA COM ATENÇÃO AS
INSTRUÇÕES DO RÓTULO" deve estar inserida logo abaixo da frase de
advertência.
71
5. MATERIAL E MÉTODOS
Para o presente estudo foram realizadas visitas técnicas ao CEASACURITIBA, que é o objeto deste estudo de caso e a entidades que estão envolvidas
de forma direta ou indireta, com a adoção do processo de compostagem.
5.1.
DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O objeto deste estudo é o uso de degradadores biológicos na aceleração da
compostagem do resíduos orgânicos vegetais e palhas de embalagem usados na
CEASA-CURITIBA.
5.1.1. Histórico Da CEASA-CURITIBA
Com o crescimento dos centros urbanos do país, o processo de distribuição
de produtos hortigranjeiros tornou-se mais complexo e oneroso, o que aliado à
precariedade
dos
aperfeiçoamento
mercados
das
tradicionais,
estruturas
de
suscitou
a
comercialização
necessidade
desses
de
produtos.
O Programa Estratégico de Desenvolvimento (1970) e o I Plano de Desenvolvimento
(1972/74)
estabeleceram
como
prioridade
a
construção
de
Centrais
de
Abastecimento nas principais concentrações urbanas do país. (CEASA, 2010)
No Paraná, a empresa CEASA foi constituída em fevereiro/72, porém a
primeira Unidade Atacadista somente entrou em operação a partir de maio de 1975,
em Maringá, onde a COBAL tinha um mercado varejista e acabou transformando-o
em uma Central de Abastecimento.
72
Oficialmente, a primeira CEASA implantada como decorrência de efetivo
planejamento urbano foi a Central de Abastecimento de Curitiba, que começou a
operar em julho/76 e foi inaugurada em agosto/76, na rodovia BR 116 – km 111, n°
22881, bairro do Tatuquara, no município de Curitiba. (CEASA, 2010)
As Unidades Atacadistas passaram a se constituir em efetivos centros de
concentração da comercialização de hortaliças, frutas, ovos e outros produtos. Isto
possibilitou maior disciplinamento e organização do setor, bem como incentivou o
desenvolvimento da produção hortícola voltada para o mercado paranaense e de
outros estados, por facilitar o intercâmbio entre os principais centros consumidores
(CEASA, 2010)
A partir de 1990 a CEASA/PR, deixou de ser regida pelo Governo Federal,
sendo estadualizada pela Lei 9352 de 23/08/90, com base nos decretos 2400 de
21/12/87 e 2427 de 08/04/88, o que culminou com a assinatura do Termo de Doação
ao Governo Estadual em 26/09/90.
Após assumir o comando da CEASA/PR, o Governo Estadual promoveu a
alteração do seu estatuto social, incluindo a possibilidade da empresa comprar,
vender, transportar e distribuir gêneros alimentícios básicos, no desenvolvimento de
programas sociais, desde que em sintonia com a política governamental (CEASA,
2010)
Após essa mudança, a partir de 1983, a CEASA/PR passou a executar o
projeto social voltado ao atendimento a famílias de baixa renda, que consiste na
venda de produtos básicos através dos chamados Mercadões Populares, dos
Armazéns da família e das Compras Comunitárias, proporcionando uma economia
média de 20% em relação aos principais supermercados de cada município
participante. (CEASA, 2010)
73
Abaixo estão relacionadas as áreas ocupadas pela CEASA-CURITIBA:
Área total de terreno: 510.000m2
Área total urbanizada: 196.000 m2
Área construída: 72.011,00 m2
Área de comercialização: 45.354 m2
FONTE: CEASA, 2010
A TABELA 8 apresenta o demonstrativo do volume de produtos
hortifrutigranjeiros comercializado na Unidade Atacadista da CEASA-CURITIBA, no
período de Janeiro/2009 a Dezembro/2009.
74
TABELA 8-QUADRO DEMONSTRATIVO DO VOLUME DE COMERCIALIZAÇÃO NA UNIDADE
ATACADISTA DE CURITIBA – 2009
COMERCIALIZAÇÃO
MESES
VOLUME DOS PRODUTOS VALOR DOS PRODUTOS
HORTIGRANJEIROS
HORTIGRANJEIROS
COMERCIALIZADOS (em COMERCIALIZADOS (em
kg)
R$)
JANEIRO
56.731.270,00
62.124.025,31
FEVEREIRO
55.240.895,00
59.688.483,12
MARÇO
62.382.455,00
72.335.146,90
ABRIL
57.153.206,00
65.432.920,99
MAIO
54.000.867,00
59.530.244,02
JUNHO
51.551.716,00
56.113.989,74
JULHO
55.268.720,00
58.997.582,35
AGOSTO
59.119.491,00
67.420.208,11
SETEMBRO
58.164.826,00
69.112.384,19
OUTUBRO
61.318.692,00
73.945.218,15
NOVEMBRO
57.577.815,00
70.031.067,20
DEZEMBRO
60.313.660,00
71.398.839,37
688.823.613,00
786.130.109,45
57.401.967,75
65.510.842,45
2.207.767,99
2.519.647,79
TOTAL
MÉDIA MENSAL
MÉDIA DIÁRIA
FONTE: DITEC E UNIDADES ATACADISTAS - CEASA
75
FIGURA 9-VISTA AÉREA DA CEASA-CURITIBA
FONTE: CEASA, 2010
5.1.2. Gerenciamento De Resíduos Da CEASA-CURITIBA
No ano de 2004 o Centro de Apoio Operacional às Promotorias
Proteção
ao
Meio
Ambiente
de
solicitou a apresentação e a subseqüente
implantação de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para os grandes
geradores, no intuito de aumentar a vida útil dos Aterros Sanitários. (MPE,
2010)
Também em 2004, entrou em vigor o decreto 983/04 que dispõe sobre a
coleta, transporte e disposição final de resíduos sólidos no município de Curitiba.
Este decreto exige a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
aprovado
pelo órgão ambiental competente para todos os
geradores que
produzirem resíduos em quantidades superiores a 600 litros/semana. (POLIDORO,
2005)
76
A partir de 2004, a CEASA-CURITIBA adotou várias medidas para atender
as exigências da legislação e as determinações do Ministério Público do Paraná.
As medidas adotadas foram:
Banco de Alimentos
O Banco de Alimentos é um programa realizado em parceria com diversas
instituições governamentais e não governamentais, com o objetivo de organizar a
coleta de produtos que não são comercializados porque apresentam pequenos
defeitos, porém estão em perfeitas condições para o consumo humano.
Os produtos arrecadados são distribuídos gratuitamente às entidades
previamente cadastradas, conforme as necessidades de cada uma. As entidades
buscam os produtos em datas previamente agendadas.
A figura a seguir, mostra o interior do Banco de Alimentos, com alguns
produtos já recolhidos e prontos para serem encaminhados para a doação.
77
FIGURA 10-INTERIOR DO BANCO DE ALIMENTOS CEASA AMIGA
FONTE: CARLI, 2010
A TABELA 9 apresenta um demonstrativo do volume das doações realizadas
pelo Banco de Alimentos, durante o período de Janeiro/2009 a Dezembro/2009.
78
TABELA 9-QUADRO DEMONSTRATIVO DO VOLUME DE DOAÇÕES PARA O
BANCO DE ALIMENTOS NA UNIDADE ATACADISTA DE CURITIBA –
2009
BANCO DE ALIMENTOS
MESES
JANEIRO
VOLUME DOS
VOLUME DOS
PRODUTOS
PRODUTOS
HORTIGRANJEIROS
RECEBIDOS DO PAA
RECEBIDOS DOS
PELO BANCO DE
COMERCIANTES E
ALIMENT OS (em kg)
PRODUTORES (em kg)
127.243,00
VOLUME DE
VOLUME TOTAL DE
PRODUTOS
PRODUTOS
VOLUME TOTAL DOS
RECEBIDOS DE
RECEBIDOS NO
PRODU TOS DOADOS
OUTRAS
BANCO DE
PELOS BANCOS DE
INSTIT UIÇÕES - SESC ALIMENTOS (CEASA +
ALIMENTOS (em kg)
/ SUPERMERCADOS
PAA + OUTROS) (em
(em kg)
kg)
7.165,00
0,00
134.408,00
VOLUME DOS
PRODUTOS
DESCARTADOS
PELOS BANCOS DE
ALIMENTOS (em kg)
140.143,00
10.067,00
16.700,00
FEVEREIRO
151.203,00
25.231,00
0,00
176.434,00
150.974,00
MARÇO
115.517,00
32.739,00
0,00
148.256,00
151.133,00
3.942,00
ABRIL
114.001,00
32.681,00
0,00
146.682,00
142.085,00
13.847,00
MAIO
80.559,00
15.076,00
0,00
95.635,00
111.621,00
11.122,00
JUNHO
96.682,00
101.180,00
0,00
197.862,00
194.800,00
4.170,00
JULHO
82.063,00
151.345,00
0,00
233.408,00
221.127,00
9.267,00
AGOSTO
49.112,00
117.737,00
0,00
166.849,00
167.209,00
1.737,00
SETEMBRO
79.972,00
69.900,00
0,00
149.872,00
145.989,00
3.149,00
OUTUBRO
85.784,00
31.823,00
0,00
117.607,00
116.654,00
1.757,00
169.831,00
42.849,00
0,00
212.680,00
211.484,00
1.331,00
NOVEMBRO
DEZEMBRO
TOTAL
MÉDIA MENSAL
227.957,00
49.192,00
0,00
277.149,00
275.830,00
1.624,00
1.379.924,00
676.918,00
0,00
2.056.842,00
2.029.049,00
78.713,00
114.993,7
56.409,8
0,0
171.403,5
169.087,4
6.559,4
4.422,8
2.169,6
0,0
6.592,4
6.503,4
252,3
MÉDIA DIÁRIA
FONTE: DITEC E UNIDADES ATACADISTAS – CEASA
Associação de catadores AMAR EBENEZER
A associação
de catadores Amar Ebenezer funciona em um barracão
disponibilizado pela CEASA-CURITIBA, localizado no pátio da CEASA-CURITIBA.
A CEASA-CURITIBA disponibilizou uma prensa à associação. O uso da
prensa tem por finalidade reduzir o volume do material recolhido. Os equipamentos
são usados por todos os participantes da associação.
Os catadores trabalham de acordo com escala estabelecida por eles. O
trabalho consiste em passar em todos os boxes de comercialização e nos coletores
externos e recolher os materiais recicláveis.
79
Após a coleta, o material é separado, dentro do barracão. Quando os lotes
de
materiais
recicláveis
estão
com
uma
quantidade
significativa
são
comercializados, pelos próprios associados.
A figura abaixo mostra o interior do barracão de trabalho dos Associados da
Amar Ebenezer, onde é possível observar alguns lotes de materiais recicláveis.
FIGURA 11-INTERIOR ASSOC. AMAR EBENEZER - SEPARAÇÃO DE RESÍDUOS
E PRENSA DE PAPELÃO
FONTE: CARLI, 2010
COLETORES
A CEASA-CURITIBA disponibilizou vários coletores externos no pátio.
Os Coletores são separados por tipo de resíduo a ser armazenado. O coletor
de cor azul recebe os resíduos recicláveis, enquanto o de cor marrom recebe os
resíduos orgânicos. Os coletores são mostrados na figura a seguir:
80
FIGURA 12-COLETORES EXTERNOS PARA RESÍDUOS (PÁTIO DA CEASA)
FONTE: CARLI, 2010
5.1.3. Geração De Resíduos Na CEASA-CURITIBA
Em 2009, a CEASA-CURITIBA renovou o seu Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos e exigiu de todos os permissionários a realização de PGRS
individuais. Deste modo a CEASA-CURITIBA distribui as responsabilidades sobre a
geração e disposição dos resíduos com todos os permissionários, tornando os coresponsáveis pela geração e destinação final dos resíduos gerados.
A CEASA-CURITIBA assinou, em 2009, o Termo de Ajuste de CondutaTAC, junto ao Ministério Público do Trabalho e Meio Ambiente, no qual assume o
compromisso de valorização dos catadores de materiais recicláveis e determina os
possíveis encaminhamentos, a custo zero, dos resíduos orgânicos. (SANTOS, 2010)
A tabela abaixo apresenta as quantidades de resíduos sólidos orgânicos que
necessitaram ser encaminhados para a destinação final, em aterros sanitários, no
período de Janeiro/2010 a Maio/2010 e os custos da disposição destes resíduos.
81
TABELA 10-VALOR PAGO PELA CEASA PELOS RESÍDUOS ORGÂNICOS
Mês
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Total
Resíduo orgânico
Valor R$
Quant. (ton)
1.618,55
96.141,87
1.220,23
72.481,66
614,56
36.504,86
608,78
36.161,53
773,16
45.925,70
287.215,63
FONTE: CEASA, 2010
Custo: R$ 59,40 por tonelada de resíduo orgânico
Os valores pagos pela CEASA-CURITIBA são referentes a remoção e a
destinação final dos resíduos orgânicos.
A TABELA 11 apresenta o demonstrativo do volume total e a destinação final
dos resíduos gerados na CEASA-CURITIBA.
TABELA 11-QUADRO DEMONSTRATIVO DO VOLUME DE RESÍDUOS SÓLIDOS
NA UNIDADE ATACADISTA DE CURITIBA – 2009
FONTE: DITEC E UNIDADES ATACADISTAS - CEASA
82
5.2.
VISITAS TÉCNICAS REALIZADAS
No decorrer deste trabalho foram realizadas visitas a entidades produtoras
de composto orgânico, para melhor entendimento da prática do processo de
compostagem.
5.2.1. Visita Campo Largo
Local: Jardim Guabiroba, município de Campo Largo- PR
Data: 06 de março de 2010.
Visita ao Sr Louis Wellens, engenheiro agrônomo, formado na Bélgica e
participante da ONG Professor Sem Fronteira e Diretor do Centro Ecológico Terra
Viva, no município de Campo Largo.
Sr Louis Wellens desenvolve trabalhos no mundo todo, ensinando
agricultores e comunidades rurais a utilizar práticas de agricultura ambientalmente
sustentáveis.
Uma das práticas ensinadas é a do uso da compostagem, como forma do
agricultor obter um adubo com baixo custo, a partir dos resíduos gerados na
propriedade.
O Sr. Louis percorre diversas comunidades, levando seu equipamento de
multimídia, oferecendo cursos de compostagem e manejo ecologicamente correto..
Após a capacitação teórica, ele fornece o treinamento através da montagem e do
monitoramento das pilhas de compostagem. Quando o composto está pronto,
normalmente, a ONG doa equipamentos básicos como pás, enxadas e carrinhos de
mão além de oferecer o treinamento para
alimentos orgânicos.
usar o composto na produção de
83
O método adotado para a compostagem, ensinado pelo Sr. Louis, é bastante
simples. Trata-se de depositar alternadamente materiais ricos em carbono e
materiais ricos em nitrogênio, alternadamente utilizando para isso os materiais
disponíveis na propriedade, como contentores (caixa de madeira com um painel que
abre na frente; caixa de madeira de construção ou de vigamento com uma tampa e
dois espaços para ventilação; caixa de madeira com vários compartimentos para
acolher o composto em diferentes etapas do processo de decomposição; telas de
galinheiro pregadas em estrutura de madeira).
O controle de temperatura é feito através da introdução de uma barra
metálica no produto a compostar e empiricamente classificado em frio, bom e
quente, conforme a sensação de calor, na mão, ao tocar a barra metálica.
(WELLENS, 2010)
5.2.2. Visita Organoeste
Local: Contenda- PR
Data: 16 de março de 2010
A visita foi acompanhada pela Professora Msc Carolina Fagundes Caron,
orientadora deste Trabalho.
A empresa foi representada pelo engenheiro agrônomo responsável Sr. José
Carlos Maria.
A empresa atua na produção de composto orgânico utilizando inoculantes
contendo mais de 60 tipos de microrganismos, fungos e bactérias, para acelerar o
processo de compostagem. (MARIA, 2009)
84
A empresa Organoeste possui unidades operando em Dourados-MS,
Andradina-SP, Campo Grande-MS, Aracruz-ES, Maringá-PR e Contenda-PR.
(MARIA, 2009)
A empresa tem certificação ambiental ECO CERT, desde 2005; Registro no
Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, desde 2006 e válido até 2011,
como produtor de composto orgânico; Registro IBDN como Empresa Parceira da
Natureza, certificação TECPAR, para uso em produção orgânica. (MARIA, 2009)
O prazo de decomposição da matéria orgânica é de 20 dias, em média, para
a bioestalização e mais cerca de 60 dias para maturação. A temperatura no
processo pode atingir até 100°C, no verão. No inver no a temperatura pode atingir
30°C, nas pilhas, em dias muito frios, pois a temp eratura da pilha é influenciada
pela temperatura ambiente. (MARIA, 2010)
A empresa utiliza para seus processos resíduos oriundos do agronegócio
que não podem ser utilizados na compostagem convencional, tais como: podas de
árvores
e
jardins;
alimentos
e
hortifrutigranjeiros
(CEASAs);
resíduos
de
supermercados (mediante seleção); madeireiras; indústrias de papel e celulose;
indústria de alimentos; setor sucroalcoleiro; laticínios; frigoríficos; abatedouros em
geral; cervejeiras; lodo da estação de tratamento; avicultura – tratamento de
resíduos e cama de aviários; suinocultura – tratamento de dejetos de suínos;
bovinocultura – confinamento e granja leiteira; torta de vegetais (filtro); cascas de
cereais e outros. (MARIA, 2009)
Estes resíduos são considerados inadequados para a compostagem
tradicional por demandarem muito tempo para se decompor ou então por
apresentarem alto grau de contaminação. (MARIA, 2009)
85
Todo
resíduo
recebido
é
precedido
de
Análise
Laboratorial
de
Caracterização do Resíduo, Bacteriológica e Físico-Química. O armazenamento do
resíduo recebido é feito em pátio aberto, até que se obtenham todos os
componentes para a montagem da pilha de compostagem definitiva. (MARIA, 2010)
FIGURA 13-RECEBIMENTO DE RESÍDUO DA INDÚSTRIA
FONTE: MARIA, 2009
Quando os resíduos agrupados no pátio de espera estiveram na relação C/N
30/1, as leiras são montadas com o auxílio de tratores, em pátio aberto, revestido
com geomembrana. Todo
o chorume formado nas leiras de compostagem é
coletado por tubulações e encaminhado para tanques de decantação.
86
FIGURA 14-ESQUEMA DE PÁTIO DE COMPOSTAGEM
FONTE: MARIA, 2009
FIGURA 15-MAQUETE DA PLANTA ORGANOESTE - CONTENDA
FONTE: CARLI, 2010
87
São montadas duas pilhas
com 500 toneladas de resíduos, cada. As
dimensões de cada pilha são: 3,0 m de altura, 30,0 m de comprimento e largura de
6,0 m de largura.
O “bio-extrato” inoculante, é aspergido sobre as pilhas e , a partir desse
momento começa o processo de compostagem.
FIGURA 16-APLICAÇÃO DO BIO-EXTRATO
FONTE: MARIA, 2009
As pilhas são reviradas periodicamente para proporcionar a aeração.
88
FIGURA 17-MOVIMENTAÇÃO DA LEIRA
FONTE: MARIA, 2009
No final do processo, a cada duas pilhas fornecem de 700 a 800 toneladas
de produto bioestabilizado. (MARIA, 2010)
FIGURA 18-LEIRA PARA BIOESTABILIZAÇÃO
FONTE: CARLI, 2010
89
O material bioestabilizado das leiras é então transportado para uma área
coberta, onde permanecerá por mais 60 dias para completar o processo de
maturação. (MARIA, 2010)
No final da maturação, com 35% de umidade, o composto é beneficiado e
embalado em sacos ou amontoado para a venda “a granel”.
FIGURA 19-BENEFICIAMENTO DO COMPOSTO
FONTE: MARIA, 2009
A capacidade de produção da unidade da Organoeste-Contenda
é
de
4000 toneladas/mês, porém não está operando com a capacidade total instalada
devido à dificuldade com mão de obra e a pequena disponibilidade de diversidade
de materiais. (MARIA, 2010)
O composto orgânico produzido é comercializado a R$ 160,00 por tonelada.
(MARIA, 2010)
90
5.2.3. Visita A Unidade De Triagem E Compostagem De Resíduos Sólidos Do
Município De Bituruna-PR
Local: Bituruna- PR
Data: 17 de abril de 2010
A visita foi acompanhada pela Professora Msc Carolina Fagundes Caron,
orientadora deste Trabalho.
A unidade de triagem foi apresentada pelo Sr. Leonardo Quadros Filho,
servidor do Instituto Ambiental do Paraná, IAP, cedido à Prefeitura Municipal de
Bituruna, responsável pelo projeto.
O Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos do Município de
Bituruna é fruto de um convênio firmado com a Universidade Federal de Viçosa,
Projeto do PhD. Ms. UFV, João Tinôco Pereira Neto, Janeiro de 2007. (QUADROS
FILHO, 2010)
O Projeto trabalha a implantação de unidades de Triagem e Compostagem
de Resíduos Sólidos Urbanos para Pequenas Comunidades. Segundo o Ministério
Público, através da
Promotoria do Meio Ambiente, o modelo adotado pode ser
replicado em cerca de
90% dos municípios do Estado do Paraná e,
conseqüentemente, para todos os municípios do País com até 30 mil habitantes.
(MPPR, 2010)
A cidade de Bituruna possui 10.000 habitantes de mancha urbana e uma
coleta entre 5.000 a 6.000/kg de resíduos dia. (QUADROS FILHO, 2010)
O caminhão da prefeitura recolhe os resíduos separados pela população de
forma diferenciada, seco e úmido, e leva até o local de triagem. (QUADROS FILHO,
2010)
91
Na usina de triagem os resíduos secos são separados, prensados e
enfardados. Os resíduos úmidos vão para uma mesa de triagem manual, onde a
matéria orgânica compostável é separada dos demais resíduos. A sobra da catação
é encaminhada ao aterro sanitário, localizado na frente da Unidade de Triagem.
(QUADROS FILHO, 2010)
Há um pátio, em frente ao barracão de separação, onde o resíduo
compostável é misturado e resíduos secos e em seguida é colocado em montes
com aproximadamente 2 toneladas. Para montar cada monte são necessários dois
dias de coleta, totalizando 3 leiras por semana.
A combinação dos materiais é realizada misturando-se 50% de material
úmido e 50% de material seco. (QUADROS FILHO, 2010)
FIGURA 20-PÁTIO DE COMPOSTAGEM
FONTE: CARLI, 2010
O composto atinge temperaturas de 28°C a 30°C . Ess as temperaturas são
suficientes para garantir a eliminação dos patógenos presentes nos resíduos
orgânicos. (QUADROS FILHO, 2010)
92
A leira, no processo perde 40% em peso, só na conta de evaporação e
perda de água, e em volume, ela cai perto de 60%.(QUADROS FILHO, 2010).
Depois de 90 dias o material da pilha é colocado para secar ao sol,
peneirado, triturado e ensacado. (QUADROS FILHO, 2010)
A quantidade produzida pela unidade é de 1.000 Kg de composto orgânico
por mês.
FIGURA 21-COMPOSTO ORGÂNICO SECANDO AO SOL, PARA ATINGIR A
UMIDADE IDEAL
FONTE: CARLI, 2010
93
5.3.
TRABALHO EXPERIMENTAL
O experimento constou da análise e monitoramento da compostagem de
caixas de resíduos sólidos urbanos, constituídos por restos de hortifrutigranjeiros,
cascas de arroz e palha de capim secos coletados na CEASA-CURITIBA.
5.3.1. Descrição Do Local De Realização Do Trabalho
Os experimentos exigidos para o trabalho foram realizadas no município de
Campo Largo, localizado na Região Metropolitana de Curitiba, em área rural situada
na Colônia Mariana.
O clima da região é subtropical úmido mesotérmico com verões frescos
(temperatura média inferior a 22° C) e invernos com ocorrências de geadas severas
e frequentes (temperatura média inferior a 18° C), não apresentando estação seca.
(PARANACIDADE, 2010)
O experimento foi montado em um barracão coberto.
5.3.2. Período de Realização dos Experimentos
Experimento 01
Início: 13 de março de 2010
Término: 25 de abril de 2010
94
Experimento 02
Início: 1 de abril de 2010
Término: 16 de maio de 2010
5.3.3. Composição Das Misturas Para A Compostagem
A matéria-prima utilizada no trabalho experimental foi o resíduo sólido de
hortifrutigranjeiro e o resíduo de palhas disponíveis na CEASA-CURITIBA, nos dias
em que se iniciaram as experiências.
O resíduo foi coletado diretamente nos coletores de resíduos orgânicos,
localizados nos pátios da CEASA-CURITIBA e transportados de caminhão até a
chácara localizada em Campo Largo.
Os resíduos orgânicos da CEASA-CURITIBA, mostrados na FIGURA 22
foram provenientes da coleta dos restos de produtos agrícolas, tais como: folhas e
talos de vegetais, folhas de frutas, frutas e vegetais deteriorados, palhas secas,
cascas de arroz, entre outros.
95
FIGURA 22-RESÍDUOS ORGÂNICOS COLETADOS NA CEASA-CURITIBA
FONTE: CARLI, 2010
Os resíduos foram triturados, misturados e colocados a compostar.
O primeiro experimento foi realizado em triplicata e envolveu três marcas
comerciais de degradadores biológicos, denominados A, B, C e resíduos orgânicos.
Para efeitos de comparação foi realizado um experimento sem nenhum
tratamento, chamado de testemunha.
O segundo experimento foi solicitado pelo coordenador deste TCC, pois no
primeiro experimento a temperatura permaneceu por curto período de tempo na fase
termófila.
Por sugestão do coordenador foi escolhido um dos produtos testados na
fase anterior para repetir a experiência.
Para o segundo experimento, também em triplicata, foi utilizado o produto
comercial C do experimento 1, porque foi o produto
que apresentou a menor
geração de chorume, dentre os três tratamentos inicialmente aplicados. Para efeitos
96
de comparação também foi realizado um experimento sem tratamento, chamado de
testemunha.
O esquema seguido pelos experimentos é apresentado no fluxograma a
seguir:
FIGURA 23-FLUXOGRAMA DOS EXPERIMENTOS 1 E 2
A TABELA 12 mostra os ingredientes das misturas e suas respectivas
quantidades utilizadas para o primeiro experimento.
97
TABELA 12-QUANTIDADE MÁSSICA DOS RESÍDUOS NAS CAIXAS DE
COMPOSTAGEM - EXPERIMENTO 1
Material
Tratamento Tratamento Tratamento Testemunha
A
Resíduos
Frutas, 13
B
C
13
13
13
Verduras e Vegetais
(kg)
Casca de Arroz (kg)
1,850
1,850
1,850
1,850
Capim Seco (kg)
0,15
0,15
0,15
0,15
Inoculante (kg)
0,02
0,02
0,02
-
Peso 15
15
15
15
35
35
35
35
Massa
-
Úmido (kg)
Volume (L)
A seguir, na TABELA 13, são discriminadas as quantidades dos produtos
utilizados para a realização do segundo experimento.
TABELA 13-QUANTIDADE MÁSSICA DOS RESÍDUOS NAS CAIXAS DE
COMPOSTAGEM - EXPERIMENTO 2
Material
Tratamento A Testemunha
Resíduos
13
13
Arroz 0,2
0,2
Frutas,Verduras e
Vegetais (kg)
Casca
de
(kg)
Capim Seco (kg)
1,80
1,80
Inoculante (kg)
0,02
-
Massa
- Peso 15
15
Úmido (kg)
Volume (L)
35
35
98
5.3.4. Tecnologia Utilizada Nos Experimentos
Experimento 1
Os resíduos foram transportados da CEASA-CURITIBA até Campo Largo, e
imediatamente começaram a ser preparados para o processo da Compostagem.
Um local coberto recebeu um plástico para revestir o solo e reter o líquido
gerado durante a trituração dos resíduos.
O triturador utilizado é mostrado na figura a seguir.
FIGURA 24-TRITURADOR DE RESÍDUOS ORGÂNICOS
FONTE: CARLI, 2010
Os resíduos orgânicos de frutas, verduras e vegetais foram triturados e
posteriormente misturados manualmente, para melhor homogeneização do material.
O líquido gerado na trituração foi recolhido e incorporado à massa para a
compostagem.
99
FIGURA 25-RESÍDUO ORGÂNICO DEPOIS DE TER SIDO TRITURADO E
MISTURADO MANUALMENTE SOBRE O PLÁSTICO
FONTE: CARLI, 2010
Depois de misturados os resíduos triturados foram pesados em balança
digital. Depois de pesada a mistura foi colocada em um carrinho de mão para
receber o material seco contendo as cascas de arroz e o capim conforme as
quantidades descritas na TABELA 12.
A FIGURA 26 mostra o resíduo já misturado e pronto para receber o
inoculante.
100
FIGURA 26-TODOS OS INGREDIENTES JÁ MISTURADOS
FONTE: CARLI, 2010
O material foi novamente misturado, no carrinho de mão.
A amostra que serviu de testemunha, foi colocada em caixa plástica
transparente, com 38 litros de capacidade e recebeu cobertura de capim seco e foi
armazenada no barracão e deixada para compostar.
Os tratamentos A, B e C
passaram pelo mesmo procedimento, porém,
receberam a adição dos produtos biodegradadores descritos conforme a
recomendação dos fabricantes dos produtos comerciais utilizados.
Produto A
Tratamento: A1, A2 , A3
O Produto A
microrganismos,
nitrogenadores
é um
classificados
e
parasitas.
composto
como
que
contém
rizosféricos,
uma
gama
de
decompositores,
Esses microrganismos estão na forma de esporos,
101
entrando em intensa multiplicação quando em contato com a umidade do solo.
(POLETTO, 2008).
É um produto composto de aproximadamente 206 tipos de bactérias
e
microrganismos decompositores, nitrogenadores e predadores de pragas de solo
(nematóides, doenças fúngicas de solo), além de ser ativador de nutrientes do
solo e melhorador do solo. (HOPPE, 2005)
O fabricante do produto não informa os nomes dos microrganismos e nem
as suas UFC ‘s.
Produto B
Tratamento: B1, B2, B3
O Produto B é destinado à aceleração da decomposição de compostos orgânicos,
formado por um mix de microrganismos, de ocorrência natural, dentre os quais se
destacam as Bactérias do grupo Pseudomonas e alguns fungos filamentosos.
O fornecedor não dá outras informações sobre o produto.
Produto C
Tratamento: C1,C2,C3
O Produto C é uma combinação patenteada de microrganismos naturais do
solo e nutrientes.
Foi desenvolvido para recuperar a flora bacteriana dos esgotos sanitários
perdida pelo uso de produtos de limpeza, desinfecção e outras espécies químicas
usados em processos industriais.
102
Os microrganismos presentes na formulação do produto, segundo o
fabricante são: Bacillus subitilis, Bacillus licheniformis, Bacillus amyloliquefaceans e
Bacillus polymyxa, Pseudomonas fluorescens e Pseudomonas putida - em
concentração nunca inferior a 1,6x108 de UFC por grama.
Todas as caixas compostoras foram identificadas e monitoradas a
cada 3
dias.
Os resíduos sofreram reviramentos para a aeração e retirada de chorume,
conforme a necessidade observada, mediante o monitoramento.
FIGURA 27-CAIXAS COMPOSTORAS DO EXPERIMENTO 1
FONTE: CARLI, 2010
O experimento foi monitorado a cada 3 dias e recebeu o reviramento e a
retirada do chorume retido nas caixa, conforme a necessidade detectada no
monitoramento.
103
Experimento 2
Os procedimentos iniciais foram os mesmos adotados para o experimento 1,
porém o acondicionamento foi em caixas plásticas pretas, com aberturas nas laterais
e fundos para permitir maior aeração do resíduo a compostar.
.
FIGURA 28-CAIXA PLÁSTICA UTILIZADA NO EXPERIMENTO 2
FONTE: CARLI, 2010
As caixas foram colocadas sobre tijolos de 6 furos, para não bloquear a
ventilação.
Sob as caixas compostoras foram colocados pratos plásticos de vasos, para
reter eventual formação de chorume.
104
FIGURA 29-CAIXAS COMPOSTORAS SOBRE OS TIJOLOS
FONTE: CARLI, 2010
O experimento 2 foi monitorado a cada 3 dias e recebeu reviramento e
retirada de chorume acumulado nos pratos sob as caixas, conforme a necessidade
observada pelo monitoramento.
5.4.
MÉTODOS ANALÍTICOS
Os parâmetros avaliados diretamente, durante o período de compostagem
dos
resíduos foram:
temperatura
ambiente,
temperatura
do
processo
de
compostagem, pH, umidade, quantidade de chorume gerado e a umidade do
composto. As medições foram realizadas às 07h00min.
Densidade, peso específico aparente, determinação do teor de umidade,
massa seca, capacidade de retenção de água, granulometria e características
químicas dos resíduos foram analisados no início e fim de cada experimento.
Foi estabelecido um calendário para o monitoramento dos experimentos.
105
Temperatura ambiente
A temperatura ambiente foi realizada pela leitura direta de termômetro de
mercúrio no local da experiência.
Temperatura do processo de compostagem
A leitura foi de forma direta. O termômetro de mercúrio foi colocado na
massa de compostagem no terço central das caixas.
pH
O resíduo a compostar foi misturado em igual quantidade de água e, em
seguida, foi feita a leitura com o peagâmetro digital, diretamente na mistura.
O equipamento utilizado foi medidor de pH da água, ICEL PH -1600.
Para a calibração foi seguida a recomendação do fabricante do peagâmetro.
A calibração foi realizada em dois pontos. Para ajustar a solução ácida foi
utilizada uma solução tampão pH=4 e para ajustar a solução básica foi utilizada uma
solução tampão de pH=10.
Segundo o fabricante, a calibração deve ser realizada a cada 500 leituras ou
período superior a 6 meses. A exatidão está especificada por um período de um ano
após a calibração, em porcentagem da leitura mais número de dígitos menos
significativos. Sendo válida na faixa de temperatura compreendida entre 18ºC à
28ºC e umidade relativa inferior a 80% sem condensação conforme tabela a seguir.
106
TABELA 14-FAIXA DE RESOLUÇÃO E EXATIDÃO DO PEAGÂMETRO DIGITAL
ICEL (PH-1600)
Escala
Resolução
Exatidão
0 a 14 pH
0,1 pH
±0,2pH
Temperatura
0,5º
±1o
Umidade do Composto
O teor de umidade foi determinado, pelo teste da esponja, que consiste em
pegar em uma das mãos o composto e apertar . Não pode escorrer água, somente
pingar algumas gotas, para ser considerada ideal, boa.
Se escorrer água é sinal de que o composto está saturado.
Se nada pingar de água é sinal de que o composto está seco.
Quantidade de chorume gerado
A geração de chorume foi monitorada medindo-se periodicamente o volume
gerado pelos experimentos, em uma proveta graduada, de 1000 mL.
ANÁLISES FÍSICAS E QUÍMICAS
Para as análises físicas e químicas uma amostra do material não
compostado foi seca em estufa, a 60°C , até atingir peso constante.
Os materiais levaram cerca de 5 dias para atingir o peso constante exigido
para as análises químicas realizadas.
107
Características Físicas Avaliadas
Densidade
Para a determinação da densidade foi seguido o roteiro citado por Kiehl,
1998, usando um balde graduado como padrão.
d=m/V
d = m/V = 1g/mL
d = m/V = 1kg/L
Peso Específico Aparente
Peso específico aparente é o peso do lixo solto em função do volume
ocupado
livremente,
sem
qualquer
compactação,
expresso
em
kg/m3.
(MONTEIRO , 2001)
Pea= Kg/m3
Determinação do Teor de Umidade
Consiste na quantidade de água contida na massa de resíduos sólidos.
Seguindo Monteiro, 2001. Resultado em %:
Um= (Peso Úmido – Peso Seco/ Peso Úmido) x 100
Massa Seca
108
A determinação da Massa Seca foi realizada com a amostra coletada para
determinação da umidade. Por diferença obteve-se a amostra seca.
Ms = (Peso amostra seca/Peso amostra úmida)x 100
Capacidade de Retenção de Água
Seguindo metodologia aplicada em Godoy, 2009.
Ra=( (Peso Úmido – Peso Seco)/Peso Seco) x 100
Granulometria
É a determinação da quantidade de resíduos que passa pelas peneiras
usadas, com malhas que variaram de < 1,18mm até 50 mm.
O resultado é apresentado em %.
Para a determinação da granulometria, as peneiras foram colocadas umas
sobre as outras, de forma que a peneira de malha maior ficasse para receber a
amostra previamente pesada, na parte superior.
O conjunto de peneiras ordenadas da menor para a maior foi, então,
colocado em equipamento próprio para fazer a vibração das peneiras e permitir que
as partículas migrassem das peneiras maiores para as menores. O tempo de
vibração adotado foi de 5 minutos.
Decorrido o tempo de vibração,
o material retido em cada peneira foi
pesado, para se fazer o cálculo do percentual retido.
109
Foram realizadas duas determinações de granulometria: uma com o material
“in natura”, úmido e a outra com o material seco em estufa, a 60°C, até a obtenção
do peso constante.
Os resultados utilizados foram os obtidos com massa seca em função de
que o processo do resíduo úmido foi prejudicado porque o material aderia a malha
da peneira, dificultando a passagem do material para as malhas menores.
Características Químicas dos Resíduos
As características químicas dos resíduos foram determinadas em análises
realizadas pelo Laboratório de Análises de Solos, do Centro de Ciências Agrárias e
Ambientais, da Pontifícia Universidade Católica, Campus São José dos Pinhais.
110
6. RESULTADOS E INTERPRETAÇÃO
Os resultados e determinações das análises de monitoramento dos
experimentos efetuados são apresentados com a explicação dos valores observados
e com a comparação entre as experimentos 1 e 2, de modo a melhor caracterizar a
eficiência de cada um das experimentos e dos fatores que possam ter afetado essa
eficiência.
6.1.
TEMPERATURA
A
temperatura foi um dos principais parâmetros de controle dos
experimentos, pois a presença de calor é a primeira indicação de que o processo de
compostagem está se desenvolvendo adequadamente. (KIEHL, 1998)
GRÁFICO 1-EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA NO EXPERIMENTO 1
Evolução da Temperatura
Experimento 01
Testemunha
Trat. A
Trat. B
Trat. C
40,0
Ambiente
Temperatura ( o C )
35,0
30,0
25,0
20,0
15,0
45
42
39
36
33
30
27
24
21
18
15
12
9
6
3
0
10,0
Dias
Da análise do gráfico de evolução da temperatura nos diferentes tratamentos
observa-se que todos tiveram um início do processo de acordo com o esperado, isto
111
é: apresentou uma queda na temperatura, até o 6º dia. Esta queda de temperatura,
segundo KEHL, 1998, é esperada porque após a montagem da leira, o resfriamento
ocorre pela evaporação da água presente na decomposição da leira de
compostagem.
Após o 6° dia a temperatura começou a subir atingin do temperaturas
termofílicas na faixa mínima até o 12° dia. Seguida mente observou-se uma queda
da temperatura, coincidente com os vários dias de queda da temperatura ambiente.
A oscilação da temperatura do composto acompanhou a variação da
temperatura ambiente, durante todo o período analisado, o que levou a fazer uma
análise de correlação entre a temperatura ambiente e a temperatura do experimento.
O coeficiente de correlação mede a excelência do ajustamento aos dados da
equação realmente considerada. Se todos os valores das variáveis satisfazem
exatamente uma equação, diz-se que elas estão perfeitamente correlacionadas.
Quando a relação entre as variáveis é direta o coeficiente de correlação é positivo e
quando a relação é inversa o coeficiente é negativo. Quanto maior o coeficiente de
correlação mais forte é a correlação entre as variáveis. (SPIEGEL, 1977)
A TABELA 15 apresenta os dados utilizados para fazer a correlação entre
temperatura ambiente e temperatura do composto, no experimento 1.
112
TABELA 15-ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE A TEMPERATURA AMBIENTE E
A TEMPERATURA DO EXPERIMENTO 1
Dias
Ambiente TestemunhaTrat. A
Trat. B
Trat. C
0
28,00
32,00
32,00
32,00
32,00
3
20,50
26,00
27,33
31,67
28,67
6
19,00
25,00
24,67
24,67
24,00
9
29,00
36,00
37,67
37,33
37,33
12
21,00
36,00
37,00
37,00
36,50
15
20,00
28,00
28,00
24,67
26,67
18
21,00
27,00
26,67
26,67
26,33
21
21,00
27,00
26,67
26,67
26,00
24
22,00
27,00
26,33
26,33
25,33
27
12,00
20,00
19,00
19,00
18,67
30
16,00
18,00
18,00
18,00
18,00
33
14,00
18,00
18,00
18,00
18,00
36
18,00
19,00
19,00
19,00
19,00
39
17,00
20,00
20,00
19,00
20,00
42
19,00
22,00
21,33
21,67
21,67
45
18,00
19,00
19,00
19,33
19,00
Coef. Correlação com
relação a temp. ambiente
0,83
0,83
0,82
0,84
De acordo com os coeficientes de correlação obtidos podemos observar
uma forte correlação entre a temperatura ambiente e as temperaturas do
experimento.
No experimento 2 também foi observado comportamento semelhante da
temperatura ambiente relacionada à temperatura do composto. Tal fenômeno pode
ser observado no GRÁFICO 2, da evolução da temperatura.
113
GRÁFICO 2-GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA NO EXPERIMENTO 2
Evolução da Temperatura
Experimento 02
T e m p e ra tu ra ( o C )
45,0
Testemunha
40,0
Trat. A
35,0
Ambiente
30,0
25,0
20,0
15,0
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
42
45
10,0
Dias
A temperatura termofílica máxima foi atingida no 3° dia do experimento, para
em seguida descer drasticamente para níveis mesofílicos mínimos, no 6° dia. Após
este período a temperatura permaneceu nos níveis mesofílicos até o 39° dia, para
ficar abaixo da temperatura ambiente no 42° dia.
Para comparar os dois experimentos foi traçado um gráfico
relacionando
as temperaturas medidas e as temperaturas ambientes, uma vez que os
experimentos tiveram início em datas diferentes.
O GRÁFICO 3 apresenta o resultado das temperaturas, para a testemunha
no experimento 1, considerado sem aeração por apresentar menor aeração em
relação ao experimento 2, considerado com aeração.
114
GRÁFICO
3-GRÁFICO
COMPARATIVO
DAS
TEMPERATURAS
TESTEMUNHA - NOS EXPERIMENTOS 1 E 2.
Experimento 01 x Experimento 02
Testemunha
Comparativo de Temperaturas
Exp. 01 (sem aeração)
2,20
Temp. Medida / Temp. Ambiente
DA
Exp. 02 (com aeração)
2,00
1,80
1,60
1,40
1,20
1,00
0,80
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
42
45
Dias
O GRÁFICO 4 apresenta o comparativo das temperaturas no experimento 1
e experimento 2, para o tratamento usando o mesmo produto biodegradador.
GRÁFICO 4-GRÁFICO COMPARATIVO DAS TEMPERATURAS PARA O MESMO
TRATAMENTO - NOS EXPERIMENTOS 1 E 2
Experimento 01 x Experimento 02
Tratamento A
Comparativo de Temperaturas
2,60
Exp. 01 (sem aeração)
Exp. 02 (com aeração)
Temp. Medida / Temp. Ambiente
2,40
2,20
2,00
1,80
1,60
1,40
1,20
1,00
0,80
0
3
6
9
12
15
18
21
24
Dias
27
30
33
36
39
42
45
115
Na comparação das temperaturas entre os experimentos 1 e 2, observa-se
que a aeração influenciou na manutenção da temperatura em níveis mais altos, nos
estágio inicial da compostagem, até o 6º dia. A partir do 6º dia a temperatura caiu
drasticamente até o 9º dia, iniciando um período de alternância
entre queda e
aumento de temperatura, até o final do experimento.
O experimento 2, na comparação, apresentou uma elevação gradativa até o
6° dia e a partir do 9º dia esteve sempre maior qu e o experimento que recebeu
maior aeração.
Os motivos pelos quais as temperaturas não evoluíram para as fases
termofílicas ótimas podem ser enumerados a seguir:
1. Segundo Kiehl, 1998 o revolvimento mais frequente e o consequente aumento da
aeração, a fim de reduzir o teor de umidade, pode provocar a queda indesejada
da temperatura no composto, através da perda de água na evaporação devido ao
calor gerado no interior da pilha.
2. O processo de compostagem em pequenos volumes é afetado pelas condições
climáticas e pela configuração geométrica das leiras. Albuquerque e etal, 2009
relataram que as temperaturas
não ultrapassaram
o valor
de 45ºC no
experimento realizado na Embrapa-Roraima, no período de setembro/2008 a
novembro/2008, em sistema fechado de compostagem, em função do frasco
utilizado para o processo ter sido muito pequeno.
Reis, 2005 realizou experimentos em escala piloto, com leiras de 500 e 1000 kg,
com alturas equivalentes a 1,00m e 1,50 m, utilizando resíduos da CEASA-RS
codispostos com outros resíduos e constatou perda de calor durante o processo,
com a fase termofílica mantida por períodos muito curtos devido às condições de
116
precipitação e
baixa temperatura ambiente e o tamanho das pilhas ter sido
considerado de pequeno volume.
Segundo Reis, 2005 o fato ocorreu porque as condições ambientais favoreceram
uma maior troca de calor com a atmosfera e consequente perda de temperatura
no composto, porque o calor criado pelo metabolismo dos microrganismos se
dissipou e o material não aqueceu. Quando os resíduos orgânicos estão nos
montes maiores, trabalhando-se com grandes massas, o calor desenvolvido se
acumula, segundo a autora citada.
Andreoli, 2002, também citou variações bruscas na temperatura do composto,
devido às variações climáticas, ocorridas no período do experimento.
3. Os elevados teores
de
umidade
também são responsáveis pelas baixas
temperaturas desenvolvidas na compostagem.
Segundo Reis, 2005, os elevados teores de umidade promovem a aglutinação
de partículas e a diminuição da resistência estrutural da leira, restringindo
sobremaneira a difusão de oxigênio. Este fato reduz a temperatura média da leira
para a faixa mesofílica de 20 à 40ºC, e a concentração de oxigênio para
valores menores que 5%, favorecendo a anaerobiose.
Kiehl, 1998, afirma que no composto saturado com água a transferência do
oxigênio do ar para a célula do microrganismo fica impedida pela grande massa
líquida que envolve a partícula da matéria orgânica, reduzindo assim
o
metabolismo microbiano e a digestão da matéria orgânica e consequentemente
impedindo que a temperatura aumente.
Bruni, 2005 também encontrou problemas para elevar as temperaturas de seus
experimentos em decorrência da alta umidade do resíduo utilizado.
117
4. O baixo teor de carbono disponível, apesar do teor total da palha, do capim seco
e da casca do arroz ser elevado, também podem afetar as temperaturas do
composto.
Rossetti, 1999 afirma que o fato da indisponibilidade do Carbono deve-se ao
fato dos componentes principais desses resíduos serem
resistentes à
decomposição. Dessa forma, ocorre a formação e volatilização de compostos
amoniacais, reduzindo drasticamente
o teor de N na massa
e afetando a
evolução da temperatura à fase termófila.
6.2.
pH
Os resultados aqui apresentados foram aqueles obtidos pela medição do pH
do resíduo diluído em água.
GRÁFICO 5-EVOLUÇÃO DO pH NO EXPERIMENTO 1
Testemunha
Evolução do pH
Experimento 01
Trat. A
Trat. B
Trat. C
10,0
9,0
7,0
6,0
5,0
Dias
45
42
39
36
33
30
27
24
21
18
15
12
9
6
3
4,0
0
pH
8,0
118
Analisando o GRÁFICO 5 relativo ao experimento 1, observa-se que o pH
inicial era ácido (pH=4.6), tendo subido de forma gradual ao longo do processo,
apresentando o comportamento típico esperado para o processo.
A evolução do pH foi uniforme para os três tratamentos. A testemunha teve
uma elevação inicial maior, porém a partir do 9° di a descreveu uma curva
semelhante a dos tratamentos, mantendo-se ligeiramente abaixo dos valores dos
mesmos.
KIEHL, 1998 afirma que com a compostagem há formação de ácidos
húmicos que reagem com os elementos químicos básicos, formando humatos
alcalinos e como consequência o pH do composto se eleva, à medida que o
processo se desenvolve, passando pelo pH neutro e alcançando o pH superior a 8,0.
Cerca de 98% do Nitrogênio da matéria orgânica está na forma orgânica e
pela compostagem ele transforma-se em Nitrogênio amoniacal, dando à massa em
decomposição um pH ainda mais elevado. Pela ação dos microrganismos
Nitrossomonas e Nitrobactérias o Nitrogênio amoniacal é transformado em nitrato
(NO2). O pH se eleva enquanto houver Nitrogênio amoniacal, alcalino, baixando um
pouco em seguida, quando este passar para a forma de nitrato. (KIEHL, 1998)
O GRÁFICO 6
apresenta a evolução do pH, no experimento 2, para a
testemunha.
No experimento 2, o pH inicial era 4,3. A testemunha alcançou valor
superior, no menor período de tempo. Após o 9° dia os valores da testemunha e do
tratamento estiveram muito próximos até o 39° dia,
quando a testemunha
apresentou queda, indicando que o Nitrogênio orgânico, estava mineralizado, sob a
forma de nitrato, conforme o esperado de acordo com Kiehl, 1998.
119
GRÁFICO 6-EVOLUÇÃO DO pH NO EXPERIMENTO 2
Evolução do pH
Experimento 02
Testemunha
Trat. A
10,0
9,0
pH
8,0
7,0
6,0
5,0
45
42
39
36
33
30
27
24
21
18
15
12
9
6
3
0
4,0
Dias
O GRÁFICO 7 mostra o comparativo dos experimentos 1 e 2 para o mesmo
tratamento, considerando a aeração fornecida.
GRÁFICO 7-COMPARATIVO DE pH DOS EXPERIMENTOS 1 E 2 – PARA O
MESMO TRATAMENTO
Experimento 01 x Experimento 02
Tratamento A
Comparativo de pH
10,0
Exp. 01 (sem aeração)
Exp. 02 (com aeração)
9,0
pH
8,0
7,0
6,0
5,0
4,0
0
3
6
9
12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45
Período
120
Na análise do GRÁFICO 7 é possível observar que aeração influenciou
positivamente na evolução do pH, uma vez que o tratamento com aeração
apresentou pH superior, em grande parte do período analisado.
O composto aerado chegou ao pH neutro no 6° dia, e superior a 8, no 12°
dia. A partir do 36° dia o pH do composto aerado começou a baixar, indicando que
o nitrogênio, estava passando para a forma de nitrato, conforme preconiza Kiehl,
1998.
6.3.
QUANTIDADE DE CHORUME GERADO
Chorume é o nome dado ao líquido escuro e de mau cheiro que escorre da
leira de composto em processo de compostagem.
A geração de chorume não é desejável, porém ele pode ser gerado pela
compostagem de material com excesso de umidade. (KIEHL, 1998)
Quando se analisa o GRÁFICO 8, verifica-se que o experimento 1 gerou
grande quantidade de chorume. Este fato é explicado porque o experimento 1 foi
realizado em caixas plásticas, com abertura somente na tampa, propiciando a
retenção da água eliminada pelo trabalho dos microrganismos, em forma de vapor,
que ao encontrar as paredes da caixa escorriam para dentro do recipiente.
Seguindo com análise do GRÁFICO 8 observa-se que a testemunha gerou
1,900 litros de chorume para 35 litros de material a compostar, representando a
menor quantidade gerada. Quanto aos tratamentos, o tratamento C foi o que
apresentou a menor geração do líquido.
121
GRÁFICO 8-GERAÇÃO DE CHORUME NO EXPERIMENTO 1
Experimento 01
Geração de Chorume
2500
2310
2260
2157
Volume (ml)
2000
1900
1500
1000
500
0
Testemunha
Tratamento A
Tratamento B
Tratamento C
Experimento
Quantidade de chorume em ml
O experimento 2 foi realizado em caixas vazadas, o que permitiu uma
aeração superior à do experimento 1, isto possibilitou uma geração de chorume
desprezível, quando comparada ao primeiro experimento, conforme ser mostrado
no GRÁFICO 9
122
GRÁFICO
9-COMPARATIVO GERAÇÃO
EXPERIMENTOS 1 E 2
DE
CHORUME
ENTRE
OS
Experimento 01 x Experimento 02
Geração de Chorume
2500
não aerado
1900
2000
V o lu m e (m l)
não aerado
2157
1500
1000
500
aerado
170
aerado
120
0
Testemunha
Exp A
Experimento
6.4.
DENSIDADE E PESO ESPECÍFICO APARENTE
Não foram observadas grandes variações, conforme pode é mostrado nas
tabelas a seguir:
TABELA 16-VALOR DAS DENSIDADES E PESOS ESPECÍFICOS APARENTE
OBTIDOS NO EXPERIMENTO 1
PARÂMETRO
Resíduo
Composto
Composto
Composto
Composto
‘in natura”
(Testemunha)
Trat. A
Trat. B
Trat. C
Densidade (kg/l)
0,429
0,458
0,417
0,444
0,514
Peso
429
458
417
444
514
Específico
3
Aparente (kg/m )
123
TABELA 17-VALOR DAS DENSIDADES E PESOS ESPECÍFICOS APARENTE
OBTIDOS NO EXPERIMENTO 2
PARÂMETRO
Resíduo
Composto
Composto
‘in natura”
(Testemunha)
Trat. A
Densidade (kg/l)
0,429
0,545
0,5
Peso
429
545
500
Específico
3
Aparente (kg/m )
Nos dois experimentos a densidade ficou abaixo do recomendado pelo
MAPA, que é 0,60 kg/L.
6.5.
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE, MASSA SECA, CAPACIDADE
DE RETENÇÃO DE ÁGUA PARA O EXPERIMENTO 1
Os teores de umidade são considerados altos no início e no fim do processo
de compostagem do experimento 1, conforme
pode ser observado na tabela a
seguir:
TABELA 18-DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE, MASSA SECA E
CAPACIDADE DE RETENÇÃO DE ÁGUA
PARÂMETRO
Resíduo
Composto
Composto
Composto
Composto
‘in natura”
(Testemunha)
Trat. A
Trat. B
Trat. C
Teor de Umidade (%)
80
68
66
68
65
Massa Seca (%)
20
32
34
32
35
401
209
190
208
185
Capacidade
de
Retenção de Água (%)
O teor de umidade das caixas de compostagem foi fortemente condicionado
pelas condições ambientais que ocorreram durante grande parte do período de
compostagem.
124
GRÁFICO 10-TEMPERATURA E UMIDADE REGISTRADAS EM CURITIBA NO
MÊS DE MARÇO/2010
TEMPERATURAS E UMIDADE REGISTRADAS
Temperatura °C
Umidade %
120
35
30
100
80
20
60
15
Umidade
Temperatura
25
40
10
20
5
29-mar
26-mar
23-mar
20-mar
17-mar
14-mar
0
11-mar
0
Datas
FONTE: Simepar
No período analisado, a umidade relativa do ar variou de 72 a 98% e as
temperaturas de 19°C a 23°C. As condições ambientai s, mostradas no GRÁFICO 10
não contribuíram para a perda da água gerado pelo metabolismo microbiano. Os
mesmos fatores de influência foram descritos por REIS, 2005.
A umidade dos substratos sólidos das caixas de compostagem permaneceu
na faixa dos 65% aos 80% , portanto não adequado ao processo de biodegradação.
O gráfico abaixo ilustra a interferência, direta do clima sobre as caixas
compostoras, durante o primeiro experimento.
125
GRÁFICO 11-UMIDADE VERIFICADA NO EXPERIMENTO 1
Os dados referentes ao segundo experimento são apresentados pela tabela
e gráficos a seguir:
Na TABELA 19 são apresentados os resultados relacionados ao teor de
umidade, massa seca e capacidade de retenção de água, para o segundo
experimento. É possível observar que os valores encontrados foram similares aos
obtidos no experimento 1.
TABELA 19-DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE, MASSA SECA E
CAPACIDADE DE RETENÇÃO DE ÁGUA PARA O EXPERIMENTO 2
PARÂMETRO
Resíduo
Composto
Composto
‘in natura”
(Testemunha)
Trat. A
Teor de Umidade (%)
83
69,5
67
Massa Seca (%)
17
30,5
33
487
228
204
Capacidade
de
Retenção de Água (%)
GRÁFICO 12-UMIDADE VERIFICADA NO EXPERIMENTO 2
Observando o gráfico acima, é possível notar que inicialmente os resíduos
sofreram a interferência dos fatores ambientais, porém, em seguida, percebe-se
126
que houve a instalação de um clima mais seco e aliado a maior aeração recebida, o
experimento passou a um teor de quantidade de água considerado bom, mesmo
tendo no início da compostagem maior percentual de água.
6.6.
GRANULOMETRIA
A Granulometria tende a ser reduzida durante o processo de compostagem.
No início dos experimentos, a granulometria de partida para os tratamentos
e para a testemunha foi semelhante. As amostras foram retiradas dos resíduos
triturados, antes da distribuição dos tratamentos.
A TABELA 20 apresenta os valores em percentual dos resíduos retidos nas
peneiras, na fase de início do experimento 1, onde inicial é a condição dos resíduos
antes de submetidos ao processo de compostagem.
TABELA
20-GRANULOMETRIA
EXPERIMENTO 1
–
RESÍDUO
ACUMULADO,
Percentual Retido Por Peneira (%)
Inicial
Peneira
Test. =
(mm)
Original
50,00
37,50
19,00
12,50
9,50
4,75
2,36
1,18
<1,18
4,64
0,00
2,77
11,52
10,53
26,78
12,41
29,55
1,80
Final - 45 dias
Test.
Trat. A
Trat. B
Trat. C
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
1,01
0,55
1,25
3,51
1,59
1,33
3,08
1,94
2,12
1,27
1,35
2,48
18,42
11,91
15,75
15,70
21,69
22,38
37,86
22,22
47,52
52,96
32,13
46,82
7,65
9,58
8,57
7,34
SECO,
127
No experimento 1, o tratamento A apresentou a menor granulometria sendo,
portanto, o mais adequado, pois 84,92% das partículas ficaram com granulometria
menor ou igual a 2,36mm.
No experimento 2, o resíduo que recebeu o tratamento apresentou
resultados próximos àquele que não recebeu a adição do biodegradador, conforme
pode ser observado na TABELA 21.
TABELA
21-GRANULOMETRIA
EXPERIMENTO 2
–
RESÍDUO
ACUMULADO,
SECO,
Percentual Retido Por Peneira (%)
Inicial
Peneira
Test. =
(mm)
Original
50,00
37,50
19,00
12,50
9,50
4,75
2,36
1,18
<1,18
6.7.
Final - 45 dias
0,00
0,00
4,27
12,11
9,62
35,71
18,08
13,00
7,21
Test.
0,00
0,00
7,57
12,31
6,98
30,65
22,72
13,73
6,04
Trat. A
0,00
0,00
5,19
12,69
4,20
34,57
23,58
13,19
6,59
VOLUME MÁSSICO
O rendimento final da compostagem ficou dentro do esperado para os dois
experimentos.
O rendimento final da compostagem é da ordem de 30% a 50% do volume
inicial, dependendo do material de origem e teor de umidade. ( KIEHL, 1998)
O resultado do balanço mássico do
TABELA 22 e GRÁFICO 13.
experimento 1 é apresentado na
128
TABELA 22- MASSA INICIAL, MASSA FINAL, DIFERENÇA E PERCENTUAL DE
REDUÇÃO OBTIDOS NOS TRATAMENTOS DE COMPOSTAGEM
Tratamento
Massa
Massa
Rendimento Diferença
Percentual
Inicial
Final
(kg)
(kg)
(%)
(kg)
de
Redução
(%)
Testemunha
15
5,5
36,67
9,50
63,33
Tratamento A
15
5,0
33,33
10,00
66,67
Tratamento B
15
5,0
33,33
10,00
66,67
Tratamento C
15
6,17
41,13
8,83
58,87
GRÁFICO 13-BALANÇO MÁSSICO - EXPERIMENTO 1
Dia 1
Dia 30
15,00
15,00
15,00
16
15,00
Balanço Mássico - Experimento 01
Dia 45
14
6,17
6,67
5,33
6,67
5,00
6
6,67
8
5,50
10
7,00
Peso (kg)
12
4
2
0
Testemunha
Trat. A
Trat. B
Trat. C
Experimentos
O resultado do balanço mássico do
TABELA 23 e no GRÁFICO 14.
experimento 2 é apresentado na
129
TABELA 23-MASSA INICIAL, MASSA FINAL, DIFERENÇA E PERCENTUAL DE
REDUÇÃO OBTIDOS NOS TRATAMENTOS DE COMPOSTAGEM
Tratamento
Massa
Massa
Rendimento Diferença
Percentual
Inicial
Final
(kg)
(kg)
(%)
(kg)
de
Redução
(%)
Testemunha
15
6,0
40,00
9,00
60,00
Tratamento A
15
5,33
35,53
9,67
64,47
GRÁFICO 14-BALANÇO MÁSSICO - EXPERIMENTO 2
130
6.8.
CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DOS RESÍDUOS E DO COMPOSTO
As análises químicas foram realizadas
com os resíduos orgânicos sem
compostar, “in natura” e depois de 45 dias quando os resíduos já se encontravam
bioestabilizados.
As análises foram realizadas para os dois experimentos realizados.
6.8.1. Análise Química Do Experimento 1
A tabela abaixo apresenta os resultado das análises químicas realizadas
para os resíduos no momento em que foram colocados para compostar e após o
período de bioestabilização, aos 45 dias, para a testemunha e para os tratamentos
aplicados.
TABELA 24-LAUDO DE ANÁLISES QUÍMICAS – EXPERIMENTO 1
Inicial
Parâmetro
pH
(C aCl2)
M.O.
C
P
K
-1
(g.kg )
(g dm -3)
(mg.dm-3)
(cmolc dm -3)
Ca
Mg
Al
H+Al
SB
T
V
%
m
"in natura"
45 dias
Testemunha
Tratamento
A
Tratamento
B
Tratamento
C
6,80
8,65
8,64
8,51
8,76
714,62
97,51
433,54
22,76
4,59
4,82
0,84
2,95
32,17
35,12
91,60
2,60
642,86
95,19
705,43
31,51
3,54
2,00
1,12
37,05
38,17
97,10
-
642,11
86,91
1.046,51
33,66
3,60
3,10
1,21
40,35
41,56
97,10
-
614,58
92,98
1.011,63
38,46
3,46
3,95
1,30
45,88
47,18
97,20
-
571,43
88,84
929,46
35,27
4,62
1,44
1,12
41,33
42,45
97,40
-
Metodologias utilizadas: C - Walkley e Black; P e K - Mehlich 1; Ca, Mg e Al - KCl; H + Al - Índice pH
SMP. SB= Soma de bases trocáveis; T= CTC a pH 7,0; V %= Porcentagem de saturação de
bases da CTC a pH 7,0; m % = Porcentagem de saturação de alumínio.
FONTE: Laudo de análises químicas realizado pela PUC-São José dos Pinhais
131
Interpretando os resultados temos:
pH
A medição foi realizada com solução de cloreto de cálcio 0,01 molar, que é a
metodologia oficial da legislação brasileira.
A análise demonstrou diferença significativa no pH, na comparação do
resíduo “in natura”, 6,80 com o composto bioestabilizado, 8,76.
Segundo Kiehl, 1998 são admitidos valores superiores a 6,0 para que o
composto seja considerado curado, sendo o valor ideal, entre 8,0 e 9,0.
Nos tratamentos aplicados as diferenças foram pequenas, porém o melhor
resultado foi o apresentado pelo tratamento C.
Matéria Orgânica (MO)
A matéria orgânica baixou após o período de compostagem.
O fato era esperado.
Segundo Kiehl, 1998, este componente durante a compostagem sofre o
processo de mineralização, diminuindo à medida que a degradação ocorre. No final
da compostagem têm-se nutrientes minerais e húmus.
O melhor resultado foi obtido pelo tratamento C.
Carbono (C)
132
Os valores de Carbono, segundo Kiehl, 1998 devem baixar à medida que
ocorre a metabolização da matéria orgânica devido a ação dos microrganismos.
O tratamento C, segundo o critério acima, foi o melhor.
Fósforo (P)
A degradação da matéria orgânica mineralizou o Fósforo, por isso, o seu
teor aumentou no composto bioestabilizado.
O Melhor resultado foi obtido com o Tratamento A.
K (Potássio)
É esperado o aumento no teor de Potássio devido a mineralização da
matéria orgânica.
O melhor resultado foi obtido com o Tratamento B.
133
Cálcio (Ca)
A matérias primas cruas tinham um teor de Cálcio maior e um pH
ligeiramente ácido.
POLETTO, 2008 afirma que os teores de Cálcio e Magnésio atuam
expressivamente na saturação das bases, por isso, é possível durante o processo
de degradação da matéria orgânica, o Cálcio tenha sido utilizado para aumentar o
pH.
Considerando o critério acima citado, o melhor resultado foi apresentado
pelo Tratamento B, pois significa que a degradação está em estágio mais adiantado.
Magnésio (Mg)
As funções bioquímicas e fisiológicas do Mg2+ incluem reações de
transferência de energia envolvendo grupos fosfato-reativos e agindo como co-fator
de muitas enzimas. (POLETTO, 2008)
Considerando que o Magnésio possa ter sido consumido por ter atuado
como co-fator enzimático ou na saturação das bases, o melhor resultado foi o
Tratamento C.
Alumínio (Al)
O alumínio apresenta um efeito de toxidez nas plantas, reduzindo o
desenvolvimento das raízes. (POLETTO,2008)
É desejável a sua redução.
134
O Cálcio e o Magnésio, além de aumentar o pH, diminuem os teores de
Alumínio e a saturação por Alumínio. (POLETTO,2008)
Todos os tratamentos apresentaram o resultado esperado.
H+Al (Potencial de Acidez)
Diminuiu tornando a reação básica, após o consumo do Cálcio e do
Magnésio.
Os melhores resultados foram obtidos pela Testemunha e pelo Experimento
C.
SB (Saturação de Base)
É a prova da saturação das bases .
O aumento no número é considerado positivo porque aumenta a
disponibilidade de nutrientes, dessa forma o melhor resultado foi apresentado pelo
Tratamento B.
T= Capacidade de Troca Catiônica (CTC)
Segundo Kiehl, 1998 a capacidade de troca catiônica origina-se e aumenta
com a decomposição da matéria orgânica. À medida que se forma o húmus,
componente responsável pela adsorção de nutrientes catiônicos (Nitrogênio
Amoniacal, Potássio, Cálcio, Magnésio, Ferro, Zinco, Manganês e Cobre), aumenta
a capacidade de troca do resíduo orgânico. A Adsorção é um fenômeno físico-
135
químico, havendo uma retenção eletrostática de cátions pelas micelas coloidais. O
húmus é um colóide eletronegativo, contendo cargas negativas que serão
balanceadas por cátions de cargas positivas.
Kiehl, 1998 considera que um bom composto deve apresentar uma CTC
entre 60 e 80 cmolcdm-3.
O melhor resultado foi alcançado com o Tratamento B.
6.8.2. Análise Química Do Experimento 2
O laudo dos resultados das análises químicas são apresentados na tabela
abaixo:
TABELA 25-LAUDO DE ANÁLISES QUÍMICAS – EXPERIMENTO 2
Inicial
Parâmetro
pH
(C aCl2)
M.O.
C
P
K
"in natura"
5,35
45 dias
Testemunha
8,86
Tratamento
A
8,90
-1
(g.kg )
(g dm -3)
(mg.dm-3)
(cmolc dm -3)
787,16
707,07
591,84
88,94
95,19
92,98
440,71
967,28
987,82
9,51
36,42
38,67
Ca
6,72
3,41
3,13
Mg
3,14
2,92
3,57
Al
1,12
H+Al
4,96
1,12
1,12
SB
19,27
42,75
45,37
T
24,33
43,87
46,49
V
%
79,60
97,40
97,60
m
5,50
Metodologias utilizadas: C - Walkley e Black; P e K - Mehlich 1; Ca, Mg e Al - KCl; H + Al - Índice pH
SMP. SB= Soma de bases trocáveis; T= CTC a pH 7,0; V %= Porcentagem de saturação de
bases da CTC a pH 7,0; m % = Porcentagem de saturação de alumínio.
FONTE: Laudo de análises químicas realizado pela PUC-São José dos Pinhais
136
Interpretando os resultados temos:
Os critérios adotados para a avaliação do experimento 2 foram os mesmos
adotados para o experimento 1.
pH
A análise demonstrou diferença no pH, na comparação do resíduo “in
natura”, pH 5,35 com o composto bioestabilizado, pH 8,90.
Matéria Orgânica (MO)
Houve
menor consumo de matéria orgânica na amostra testemunha,
indicando pequena evolução.
O tratamento foi significativamente mais eficiente na degradação da matéria
orgânica.
Carbono (C)
Ocorreu um aumento do Carbono, esse fato não era esperado. Não foi
possível justificar o fato com base nos trabalhos pesquisados.
137
Fósforo (P)
O Resultado apresentado pelo tratamento A foi ligeiramente superior à
testemunha.
K (Potássio)
O melhor resultado do tratamento A foi superior ao obtido pela testemunha.
Cálcio (Ca)
O resultado apresentado pelo tratamento A foi melhor.
Magnésio (Mg)
A testemunha apresentou melhor desempenho.
Alumínio (Al)
As duas amostras atenderam ao esperado pela literatura.
H+Al (Potencial de Acidez)
As duas amostras tiveram igual resultado.
138
SB (Saturação de Base)
O tratamento A apresentou melhor resultado.
T= Capacidade de Troca Catiônica (CTC)
O melhor resultado foi alcançado com o Tratamento A.
Na comparação do tratamento adotado no experimento 1 e 2 verifica que a
aeração influenciou discretamente nos parâmetros: pH, nos teores de Fósforo,
teores de Potássio, teores de Cálcio, na Saturação de bases e na capacidade de
troca catiônica.
Os resultados em relação ao Alumínio ao Potencial de Acidez foram os
mesmos.
Em relação a degradação da Matéria Orgânica o melhor resultado dói obtido
no experimento sem aeração.
139
7. CONCLUSÃO
O uso dos biodegradadores representou ganhos no processo de
compostagem. Os resíduos orgânicos vegetais e as palhas de capim codispostos
em compostagem
que receberam a adição dos microrganismos apresentaram
indicadores mais favoráveis de degradação.
A mistura de resíduos com características diferenciadas favorece a
compostagem gerando um equilíbrio da umidade, dos nutrientes, da relação C/N e
favorece estruturação física da leira de compostagem. Há necessidade de se buscar
a proporção dos materiais mais adequada para se evitar os problemas encontrados
no decorrer deste trabalho e também como forma de possibilitar a adequação do
composto como fertilizante agrícola, atendendo as exigências legais do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Este experimento comprovou que existe a necessidade de controlar a
umidade dos resíduos antes de se iniciar o processo de compostagem. Há
necessidade de se estudar uma alternativa que possibilite a redução dos teores de
umidade dos resíduos de frutas e verduras para que a condição ideal de umidade
para início da compostagem seja atingida.
O tamanho das caixas utilizadas nos experimentos prejudicou o controle
das variáveis do processo, porém é possível adotar o uso dos produtos aqui
avaliados em condições de campo, desde que respeitados os tamanhos mínimos de
leiras recomendadas na literatura, para a tecnologia adotada.
Os fatores climáticos afetaram as trocas físicas, químicas e biológicas dos
resíduos durante o período de compostagem. Para minimizar os problemas
decorrentes das condições ambientais, há necessidade de se aumentar o tamanho
das leiras.
140
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146
9. GLOSSÁRIO
AÇÃO BIOQUÍMICA » Modificação química resultante do metabolismo de
organismos vivos.
ACIDEZ » Capacidade das águas em neutralizar compostos de caráter básico.
ACTINOMICETOS » Bactérias filamentosas, geralmente ramificadas, formando
micélios semelhantes aos fungos. Veivem, principalmente, no solo e possuem odor
característico de "terra". Quando proliferam na água causam problemas de sabor e
odor.
ADAPTABILIDADE » Capacidade das espécies de se ajustarem às alterações das
condições ambientais, desenvolvendo mecanismos que lhes permitam sobreviver e
deixar descendência. Todas as espécies são adaptáveis, porém em graus
diferentes, de acordo com a constituição genética.
ADAPTAÇÃO » Modificação induzida em um microrganismo pelo meio exterior.
ADSORÇÃO » Adsorção é o nome do fenômeno em que as moléculas de um fluído
entram em contato e aderem à superfície de um sólido. Por este processo, os gases,
líquidos e sólidos, mesmo em concentrações muito pequenas, podem ser
seletivamente capturados ou removidos de uma corrente da ar, por meio de
materiais específicos, conhecidos como adsorventes.
ADUBO OU FERTILIZANTES » Denominação de substâncias aplicadas pelo homem
ao solo para torná-lo mais produtivo. Pode ser orgânico (folha, estrume) ou
inorgânico (cal, fosfato, etc).
AERÓBIO » Organismo para o qual a presença de oxigênio é indispensável à sua
sobrevivência.
AEROBIOSE » Vida em um meio em presença do oxigênio livre.
AGENDA 21 » Documento de planificação global para os últimos anos deste século
e o início do próximo milênio, elaborado durante a ECO/92, no Rio de Janeiro. São
diretrizes que estabelecem os princípios que norteiam o desenvolvimento sustentado
em várias áreas ambientais. A agenda 21 é uma proposta concreta de melhoria de
qualidade de vida sem agressões à natureza, elaborada por cientistas,
pesquisadores, políticos e representantes de ONG's.
AGENTE PATOGÊNICO » Agente capaz de provocar doenças.
ALCALINIDADE » Capacidade das águas em neutralizar compostos de caráter
ácido, propriedade esta devida ao conteúdo de carbonatos, bicarbonatos, hidróxidos
e ocasionalmente boratos, silicatos e fosfatos. É expressa em miligramas por litro ou
equivalentes de carbonato de cálcio.
ALÓCTONE » Quem ou que veio de fora; que não é indígena da região; estrangeiro.
147
AMOSTRA » Porção representativa de água, ar, qualquer tipo de efluentes ou
emissão atmosférica ou qualquer substância ou produto, tomada para fins de análise
de seus componentes e suas propriedades.
AMOSTRAGEM » É um método indutivo de conhecimento de todo o universo
estatístico, através de um número representativo de amostras aleatórias desse
universo.
ANAERÓBIO » Condição a qual não existe disponível qualquer forma de oxigênio.
ANAEROBIOSE » Vida existente sob condições anaeróbias, isto é, num meio onde
não exista oxigênio livre.
APLICAÇÃO NO SOLO » O lançamento de despejos sobre o solo com a finalidade
de tratá-los ou conseguir a sua recuperação.
AUTOTRÓFICOS » Seres vivos capazes de sintetizar o seu próprio alimento, como
ocorre com os vegetais verdes, através da fotossíntese.
BACTÉRIAS » Organismos vegetais microscópicos, geralmente sem clorofila,
essencialmente unicelulares e universalmente distribuídos.
BALANÇO ENERGÉTICO » Estudo que compara a energia que entra (em um
sistema) no começo de um processo com a energia que sai ao seu final,
considerando, ao mesmo tempo, as diferentes transformações que sofre a energia
ao longo do mesmo.
BIOACUMULAÇÃO » Capacidade existente em determinados organismos de
acumular certas substâncias tóxicas, como metais pesados, pesticidas, e outros.
BIODEGRADABILIDADE » Ver BIODEGRADAÇÃO.BIODEGRADAÇÃO »
Destruição ou mineralização de matéria orgânica natural ou sintética, por
microrganismos existentes no solo, água mineral ou em um sistema de tratamento
de água residuária.
BIODEGRADÁVEL » Diz-se da substância que se decompõe facilmente
reintegrando-se à natureza. Dejetos humanos são biodegradáveis, pois sofrem este
processo natural de reintegração. Muitos produtos industriais não o são, como os
plásticos. Indústrias vêm trabalhando para desenvolver produtos biodegradáveis, por
exemplo um tipo de plástico biodegradável.
BIOQUÍMICA » Ciência dos processos químicos conduzidos nos organismos vivos.
BIOTECNOLOGIA » Ciência multidisciplinar relacionada à aplicação integrada de
conhecimento nos campos de biologia, bioquímica, genética, microbiologia e
engenharia química (...) é o uso de microorganismos, plantas, células humanas ou
de animais para a produção de algumas substâncias em escala industrial.
CATALIZADOR » Substância que altera a velocidade das reações químicas sem
serem gastas.
148
CHORUME DO LIXO » Líquido escuro, malcheiroso, constituído de ácidos
orgânicos, produto da ação enzimática dos microorganismos, de substâncias
solubilizadas através das águas da chuva que incidem sobre o lixo. O chorume tem
composição e quantidade variáveis. Entre outros fatores, afetam sua composição o
índice pluviométrico e o grau de compactação das células de lixo.
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS » Circulação na natureza de substâncias essenciais à
renovação, manutenção e reprodução dos organismos vivos. Os principais ciclos
são os do Carbono (pelo qual átomos de carbono se incorporam em compostos
orgânicos através da fotossíntese), do Nitrogênio (absorvido na forma de nitratos por
plantas comidas por animais, produzindo excrementos contendo nitrato, que volta ao
solo), da Água (evaporação, à chuva, e assim por diante), do Oxigênio, do Enxofre e
do Fósforo.
COLETA SELETIVA DE RESÍDUOS OU LIXO » Separação de vidros, plásticos,
metais e papéis pela população para reutilização, ou reciclagem.
COLIFORMES » Bactérias ou seres unicelulares similares à Esterichia colli,
presentes em expressivas quantidades nas fezes humanas e de outros animais. A
presença de coliformes na água é sinal de contaminação fecal, podendo causar
moléstias, como doenças de pele e hepatite.
COMPOSTAGEM » Processo de transformação de materiais orgânicos (lixo
"úmido"), como restos de alimentos, em um fertilizante denominado composto, que
tem a vantagem de melhorar a propriedades de retenção da umidade do solo. As
usinas de compostagem nos centros urbanos realizam também a separação de lixo
seco, encaminhando para a reciclagem.
CONAMA » Conselho Nacional de Meio Ambiente.
CONFERÊNCIA DAS PARTES (COP) » Conference of the Parties - A COP é o
corpo supremo da Convenção. Ela normalmente se encontra uma vez ao ano para
revisar os progressos da Convenção. A palavra "conferência" não é usada aqui no
sentido de encontro, mas no sentido de "associação", que explica a aparente
redundância da expressão "quarta sessão da Conferência das Partes".
CONTAMINAÇÃO » Introdução, no meio, de elementos em concentrações nocivas à
saúde humana, tais como organismos patogênicos, substâncias tóxicas ou
radioativas.
COOPERATIVA DE CATADORES » Organização de catadores na forma de
cooperativas incentivadas por algumas ONGs e prefeituras, para facilitar o comercio
de materiais recicláveis, conseguindo melhores preços, entre outras vantagens
Catadores de lixo são trabalhadores informais que coletam grande quantidade de
materiais recicláveis nos centros urbanos e os revendem a intermediários.
CRESCIMENTO POPULACIONAL » Mudança de densidade populacional, como
resultante da ação cominada de natalidade, mortalidade e migrações.
DADOS » Toda a informação factível de ser resumida em um código, uma cifra, um
esquema, um plano ou uma foto. Quer dizer, informação que não requer um texto ou
um comentário para ser inteligível ou utilizável.
149
DANO AMBIENTAL » Considera-se dano ambiental qualquer lesão ao meio
ambiente causado por ação de pessoa, seja ela física ou jurídica, de direito público
ou privado.
DECOMPOSIÇÃO BIOLÓGICA » Processo de conversão de organismos mortos, ou
parte destes, em substâncias orgânicas e inorgânicas, através da ação escalonada
de um conjunto de organismos.
DECOMPOSITORES » Organismos que transformam a matéria orgânica morta em
matéria inorgânica simples, passível de ser reutilizada pelo mundo vivo.
Compreendem a maioria dos fungos e das bactérias. O mesmo que saprófitas.
DECRETOS » Em sentido próprio e restrito, são atos administrativos de
competência exclusiva dos chefes do Executivo, destinados a prover situações
gerais ou individuais, abstratamente previstas de modo expresso, explícito ou
implícito por legislação.
DEGRADAÇÃO DO SOLO » Modificações que atingem um solo, passando o mesmo
de uma categoria para outra, muito mais elevada, quando a erosão começa a
destruir as capas superficiais mais ricas em matéria orgânica.
DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (DBO) » Quantidade de oxigênio utilizado
na oxidação bioquímica da matéria orgânica, num determinado período de tempo.
Expressa geralmente em miligramas de oxigênio por litro.
DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (DQO) » Medida da capacidade de consumo
de oxigênio pela matéria orgânica presente na água ou água residuária. É expressa
como a quantidade de oxigênio consumido pela oxidação química, no teste
específico. Não diferencia a matéria orgânica estável e assim não pode ser
necessariamente correlacionada com a demanda bioquímica de oxigênio.
DENSIDADE DA POPULAÇÃO » É a grandeza desta (população) em relação com
alguma unidade espacial. Exemplificando, o número de indivíduos ou a biomassa da
população, por unidade de superfície ou de volume.
DENSIDADE DA POPULAÇÃO » É a grandeza desta (população) em relação com
alguma unidade espacial. Exemplificando, o número de indivíduos ou a biomassa da
população, por unidade de superfície ou de volume.
DINÂMICA POPULACIONAL » Estudo funcional das características da população,
como crescimento, dispersão, mudanças de composição, e em relação aos fatores
intrínsecos e extrínsecos que as determinam.
DIVERSIDADE » Variedade, diferença, heterogeneidade. Abundância de coisas
distintas. Diferenças dentro da unidade. Número de espécies diferentes que
coincidem em algum ponto ou sob a mesma condição.
ECOLOGIA » Do grego, Eco = casa e logos (logia) = estudo, ou ciência. Palavra
criada em 1866, por Ernst Haeckel, um discípulo de Charles Darwin, para designar
uma nova ciência que estuda as relações entre os seres vivos e o meio ou ambiente
("casa") onde vivem. Hoje, fala-se "defender a ecologia", como sinônimo de
"defender o meio ambiente".
150
ECOSSISTEMA » Unidade de funcionamento do meio ambiente. Pode ter qualquer
tamanho, da cabeça de alfinete à toda biosfera. Um ecossistema tem dinâmica
própria, resultante da relação entre todos os seres vivos da área, com fatores
químicos e físicos do local. Seu funcionamento segue mecanismos que influenciam
formas de reprodução, migração e comportamento das espécies. O conceito aplicase tanto a formações naturais como a sistemas organizados pelo Homem.
EQUILÍBRIO ECOLÓGICO » População de tamanho estável na qual as taxas de
mortalidade e emigração são compensadas pelas taxas de natalidade e de
imigração. Equilíbrio do fluxo de energia em um determinado ecossistema.
ESPÉCIE » Em biologia, unidade básica de classificação dos seres vivos. Designa
população (ou populações) de seres com características genéticas comuns, que em
condições normais reproduzem-se de forma a gerar descendentes férteis. Também
entendida como uma unidade morfológica sistemática onde suas características
externas são razoavelmente constantes, de forma que a espécie possa ser
reconhecida e diferenciada das outras por seu intermédio. As espécies dividem-se
em subespécies e agrupam-se em gêneros (na chave de classificação, a seqüência
é: espécie, gênero, família, ordem, classe, sub-ramo, ramo, sub-reino, reino). Ver
endêmico, exótico, indicadores, extinção, biodiversidade.
ESPÉCIE EXÓTICA » Espécie introduzida numa determinada área ou região.
ESPÉCIE NATIVA » Espécie natural de uma região.
ESTERILIZAÇÃO » É a destruição de todas as formas de vida (bactérias, fungos,
protozoários, formas vegetativas e esporos).
ESTERILIZAÇÃO POR CALOR A SECO » Processo baseado na exposição do
material ao ar quente, provocando a termocoagulação das proteínas e conseqüente
morte dos microrganismos.
ESTERILIZAÇÃO POR CALOR ÚMIDO » Processo baseado na termocoagulação
das proteínas pela ação do calor úmido. A esterilização por esse processo é obtida
em temperaturas inferiores às necessidades para a esterilização por calor a seco,
pois a termocoagulação das proteínas é catalisada pela água.
ESTERILIZAÇÃO POR RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA » Processo baseado na
exposição direta do material contaminado à radiação ultravioleta (UV).
ESTERILIZANTE » É a substância ou a preparação química capaz de destruir todas
as formas de vida (bactérias, fungos, vírus, protozoários, formas vegetativas e
esporos).
EVAPORAÇÃO » Processo pelo qual um líquido é transformado lentamente em
vapor.
EXPOSIÇÃO » Quantidade de um agente físico ou químico que atinge um receptor
(organismo, população ou recurso).
FATOR DE CRESCIMENTO » Substância específica cuja presença no meio de
cultura é necessária para permitir a multiplicação de determinado organismo.
151
FATOR LIMITANTE » É o fator de maior carência ou de fornecimento mais baixo
que limita o desenvolvimento de um processo.
FENOIS » Um grupo de compostos aromáticos, tendo um grupo hidroxila ligado
diretamente ao núcleo benzênico. Eles são altamente tóxicos aos organismos vivos
ou durante a ingestão do lodo. Não obstante, em determinadas condições, eles
podem ser decompostos por tratamento biológico.
FERMENTAÇÃO » Transformação química, freqüentemente anaeróbia, de substrato
orgânico, por ação enzimática.
FERTILIDADE DO SOLO » Capacidade de produção do solo devido à
disponibilidade equilibrada de elementos químicos como potássio, sódio, ferro,
magnésio e da conjunção de alguns fatores, tais como: água, luz, ar, temperatura e
da estrutura física da terra.
FERTILIZANTE » Material aplicado no solo para enriquecê-lo de substâncias
químicas essenciais à vida das plantas. Os principais fertilizantes são os compostos
de nitrogênio, fósforo e potássio, empregados para promover o crescimento, e a cal
para ajustar a acidez e a alcalinidade do solo.
FOTOSSINTETIZANTES » Vegetais autótrofos clorofilados. Sintetizam matéria
orgânica, utilizando a luz como fonte de energia.
FUNGICIDA » Qualquer substância química aplicada às plantas cultivadas para
matar fungos, ou prevenir o desenvolvimento de doenças fúngicas.
FUNGOS » São protistas superiores que produzem esporos, não possuem clorofila
e são incapazes de sintetizar seus alimentos, conseqüentemente, dependendo de
outros organismos para completar a sua nutrição. Os fungos podem viver da matéria
orgânica morta, ocasionando ou auxiliando a sua decomposição ou parasitar outros
seres vivos, alimentando-se do protoplasma das células hospedeiras e também
formar associações com outras plantas, como algas ou com raízes vegetais
superiores.
GENÓTIPO » Conjunto de genes que formam o patrimônio gênico hereditário,
transmitido de geração para geração, que define as características estruturais da
espécie.
GESTÃO AMBIENTAL » Condução, direcionamento e orientação das atividades
humanas visando o desenvolvimento sustentável. Para ser efetiva, deve ser inserida
no planejamento e administração da produção de bens e serviços em todos os
níveis - local, regional, nacional, internacional, na administração pública e na
empresarial.
GRAU DE TRATAMENTO » Medida de remoção efetuada por um processo de
tratamento com referência a sólidos, matéria orgânica, bactérias ou qualquer outro
parâmetro específico indicador de poluição.
HABITAT » É o espaço ocupado por um organismo ou mesmo uma população. É
termo mais específico e restritivo que meio ambiente. Refere-se sobretudo à
permanência de ocupação.
152
HÚMUS » Restos orgânicos, principalmente vegetais (folhas) num estado avançado
de decomposição, parcialmente misturado com o solo.
INCINERADOR » Equipamento utilizado para queimar resíduos sólidos, controlandose a temperatura e o tempo de combustão.
INERTES » Substâncias supostamente neutras.
INFECÇÃO » Ação de infectar ou estado do que está infectado. Penetração em um
organismo vivo de micróbios que perturbam seu equilíbrio.
INSOLAÇÃO » Exposição direta aos raios solares. A insolação é variável em cada
lugar, segundo as condições climáticas e a importância da poluição atmosférica. Nas
cidades, depende das partículas e da turbidez do ar.
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA AMBIENTAL » São os instrumentos que os
formuladores da política ambiental empregam para alterar os processos sociais de
modo que eles se transformem e se compatibilizem com os objetivos ambientais.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL » Conjunto de regulamentos jurídicos especificamente
dirigidos às atividades que afetam a qualidade do meio ambiente.
LICENÇA AMBIENTAL » "Certificado expedido pela CECA ou por delegação desta,
pela FEEMA, a requerimento do interessado, atestatório de que, do ponto de vista
da proteção do meio ambiente, o empreendimento ou atividade está em condições
de ter prosseguimento. Tem sua vigência subordinada ao estrito cumprimento das
condições de sua expedição. São tipos de licença: Licença Prévia (LP), Licença de
Instalação (LI) e Licença de Operação (LO)" (Del. CECA nº 03, de 28.12.77).
LIXO COMERCIAL » Resíduos gerados por estabelecimentos comerciais, lojas,
restaurantes, bancos, etc. Normalmente contém principalmente papel, madeira,
plásticos e restos de alimentos.
LIXO DOMÉSTICO » Resíduos produzidos em residências. Ao contrário do que se
pensa, este tipo de lixo pode conter materiais tóxicos, como restos de tintas, pilhas,
baterias, etc.
LIXO ORGÂNICO OU ÚMIDO » Constituído de materiais orgânicos que vão para o
lixo, como folhas e galhos plantas ou restos de alimentos. Pode ser transformado em
fertilizante, o conhecido composto orgânico.
MATÉRIA ORGÂNICA BIODEGRADÁVEL » É a parcela de matéria orgânica de um
efluente suscetível à decomposição por ação microbiana, nas condições ambientais.
É representada pela demanda bioquímica de Oxigênio (DBO) e expressa em termos
de concentração (mg de O2/l) ou carga (Kg de DBO/dia).
MATÉRIA ORGÂNICA NÃO BIODEGRADÁVEL » É a parcela de matéria orgânica
pouco suscetível à decomposição por ação microbiana, nas condições ambientais
ou em condições pré-estabelecidas (...).
153
MATERIAIS RECICLÁVEIS » Papéis, papelões, metais, plásticos, vidros, trapos, que
foram dispensados como dejetos, mas que podem ser reutilizados, ou transformados
em novos produtos por indivíduos ou indústrias especializadas.
MEIO AMBIENTE » É a interação de elementos naturais, artificiais, socioeconômicos
e culturais, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. O meio
ambiente é composto do meio físico, meio biológico e meio socioeconômico.
MINERALIZAÇÃO » Processo edáfico fundamentalmente biológico de
transformação de despojos animais e vegetais em substâncias minerais inorgânicas
e simples.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA) » Sigla para designar o Ministério do
Meio Ambiente, Recursos Hídricos e da Amazônia Legal.
MUTAÇÃO GENÉTICA » Nome genérico que designa a mudança no material
genético, a mais das vezes ocorrida durante o processo de replicação do DNA.
MUTUALISMMO » Associação interespecífica harmônica em que duas espécies
envolvidas ajudam-se mutuamente.
NITRIFICAÇÃO » Conversão de amônia em nitratos, por bactérias aeróbias,
passando por nitritos como etapa intermediária.
NITROBACTÉRIAS » Bactéria autotrófica e quimiossintetizante, que oxida nitrito a
nitrato, para obtenção da energia necessária à síntese de alimento orgânico.
NUTRIENTES » Qualquer substância do meio ambiente utilizada pelos seres vivos,
seja macro ou micronutriente, por exemplo, NH3 e PO4.
ODOR » Concentração de um gás perceptível pelo aparelho olfativo do homem.
ÓLEOS E GRAXAS » Grupo de substâncias, incluindo gorduras, graxas, ácidos
graxos livres, óleos minerais e outros materiais graxos.
ONGs » Organizações Não Governamentais voltadas para esta questão; ou outras
organizações reconhecidas pelo Conselho Nacional ou pelos Conselhos Estaduais
de Recursos Hídricos. Para integrarem o Sistema Nacional de Recursos Hídricos,
devem ser legalmente constituídas.
ORGANISMO » Qualquer ser vivo, seja do reino vegetal ou animal.
OXIDAÇÃO » Processo pelo qual bactérias e outros microorganismos se alimentam
de matéria orgânica e a decompõem.
OXIGÊNIO OU O 2CONSUMIDO » Quantidade de oxigênio necessário para oxidar a
matéria orgânica e inorgânica numa determinada amostra.
OXIGÊNIO OU O 2DISSOLVIDO » Oxigênio dissolvido em água, água residuária ou
outro líquido, geralmente expresso em miligramas por litro, partes por milhão ou
percentagem de saturação.
154
PARÂMETRO » Valor ou quantidade que caracteriza ou descreve uma população
estatística. Nos sistemas ecológicos, medida ou estimativa quantificável do valor de
um atributo de um componente do sistema.
PARASITA » Ser vivo que é albergado por um hospedeiro, produzindo danos à sua
saúde.
PERCOLAÇÃO » Movimento de água através dos poros ou fissuras de um solo ou
rocha, sob pressão hidrodinâmica, exceto quando o movimento ocorre através de
aberturas amplas, tais como covas.
PH » A medida da acidez ou alcalinidade de um material líquido ou sólido. É
representado em uma escala de zero a 14 com o valor 7 representando o estado
neutro, o valor zero o mais ácido e o valor 14 o mais alcalino.
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (PNMA) » Instituída pela Lei nº 6.938,
de 31 de agosto de 1981, a Política Nacional do Meio Ambiente tem como objetivo
"a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida,
visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento econômico, aos
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana (...)"
(artigo 2º da referida lei).
POLUENTE » Qualquer substância líquida, sólida ou gasosa, introduzida em um
recurso natural e que o torne impróprio para uma finalidade específica.
POLUENTE BIODEGRADÁVEIS » São em geral refugos de natureza orgânica,
como o esgoto sanitário, que se decompõem com rapidez por meio de processos
naturais ou controlados, estabilizando-se por fim.
POLUENTE NÃO-BIODEGRADÁVEIS » São os metais pesados, como o cobre, os
sais de mercúrio, substâncias químicas fenólicas, entre outros, e que comumente
produzem magnificação biológica.
POLUIÇÃO AMBIENTAL » È a adição ou lançamento de qualquer substância ou
forma de energia no meio ambiente em quantidades de maior concentração do que
as naturalmente aceitáveis.
POLUIÇÃO DO SOLO » Contaminação do solo por qualquer um dos inúmeros
poluentes derivados da agricultura, da mineração, das atividades urbanas e
industriais, dos dejetos animais, do uso de herbicidas ou dos processos de erosão.
POPULAÇÃO » Conjunto de indivíduos da mesma espécie que vivem numa área e
num momento determinado.PRAGA » Seres vivos (animais ou plantas) que são
capazes de:1.Reduzir a quantidade ou a qualidade - com perdas econômicas
substanciais - de alimentos, rações, forragens, fibras, flores ou madeira durante a
produção, colheita, processamento, armazenagem, transporte ou uso; 2.Transmitir
doenças aos seres humanos, animais domésticos e plantas cultivadas; 3.Perturbar o
Homem ou seus animais, prejudicar o desenvolvimento de plantas ornamentais ou
áreas cultivadas, danificar propriedades ou objetos de uso pessoal.
PROCESSO » Mecanismo ou modo de ação mediante o qual se produz qualquer
classe de alteração nas características ou qualidades de um componente de um
155
sistema ambiental. Os processos são os responsáveis pela dinâmica dos sistemas,
ao influir e controlar as formas de interação dos componentes e determinar sua
funcionalidade global.
PRODUÇÃO SUSTENTADA » O rendimento que um recurso renovável pode
produzir continuamente, se administrado de forma correta.
PUTREFAÇÃO » Decomposição biológica de matéria orgânica, com formação de
cheiro desagradável, associada a condições anaeróbias.
QUALIDADE » A qualidade de um meio é o grau de excelência deste para que sua
essência e sua estrutura atual se conservem.
QUALIDADE AMBIENTAL » O estado do meio ambiente como objetivamente
percebido, em termos de medição de seus componentes, ou subjetivamente, em
termos de atributos tais como beleza e valor.
RADIAÇÃO SOLAR » Conjunto de radiações emitidas pelo Sol que atingem a Terra
e que se caracterizam por curto comprimento de onda.
RECICLAGEM » Recuperação, reprocessamento ou reutilização de materiais
descartados como alternativa à sua disposição final em forma de resíduo.
RECOMBINAÇÃO GENÉTICA » Simples e rotineira mistura aleatória dos genes dos
dois gametas (óvulo e espermatozóide) proporcionada pela reprodução sexuada.
Contribui para a seleção natural, onde o ambiente é seu principal agente, já que
proporciona um número muito maior de fenótipos do que a mutação genética.
RECURSOS » Todo fator passível de consumo pelos organismos de uma população
e que leva ao incremento do crescimento e da aptidão.
RECURSOS AMBIENTAIS » A atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas e os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da
biosfera" (Lei nº 6.938, de 31.08.81).
RECURSOS NATURAIS » O patrimônio nacional nas suas várias partes, tanto os
recursos não renováveis, como jazidas minerais, e os renováveis, como florestas e
meio de produção.
RECURSOS NATURAIS NÃO RENOVÁVEIS » Aqueles sobre os quais toda
exploração traz consigo, inevitavelmente, sua irreversível diminuição.
RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS » Um recurso natural é renovável quando,
uma vez aproveitado em um determinado lugar e num dado tempo, é suscetível de
ser aproveitado neste mesmo lugar, ao cabo de um período de tempo relativamente
curto.
RESÍDUO » Material ou resto de material cujo proprietário ou produtor não mais o
considera com valor suficiente para conservá-lo.
RESÍDUOS SÓLIDOS » Resíduos nos estados sólido e semi-sólido que resultam de
atividades da comunidade, de origem: industrial, comercial, doméstica, hospitalar,
156
agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídas nesta definição os lodos
provenientes dos sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em
equipamentos de controle da poluição, bem como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviáveis seu lançamento na rede pública de esgotos ou
corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis,
em face à melhor tecnologia disponível" (Resolução nº 5, de 5.08.93, do CONAMA).
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS » São os resíduos sólidos e semi-sólidos gerados
num aglomerado urbano, excetuados os resíduos industriais, os hospitalares,
sépticos e aqueles advindos de aeroportos e portos.
RISCO » Toda e possível fonte acidental de perigo, produção de dano ou
dificuldade.
RISCO AMBIENTAL » Toda e possível fonte acidental de dano ao meio ambiente,
quer natural, quer produzida por ação humana.
RRR, OU REDUZIR, REUTILIZAR, RECICLAR » É a mais moderna visão a respeito
do lixo. Deve-se primeiro Reduzir a produção do lixo, através da preciclagem. Em
vez de dispensar qualquer coisa, tentar reaproveitar. A reciclagem vem como a
última medida.
SAÚDE » Estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a
ausência de doença ou enfermidade.
SAÚDE PÚBLICA » Ciência e arte de promover, proteger e recuperar a saúde física
e mental, através de alcance coletivo e de motivação da população.
SELEÇÃO NATURAL » "Peneira" da natureza, através da qual só permanecem as
espécies que são mais adaptadas ao ambiente onde vivem.
SELVAGEM » Qualquer espécie não doméstica.
SERES DECOMPOSITORES » Seres consumidores que se alimentam de detritos
dos organismos mortos.
SERES PRODUTORES » Seres que, como as plantas, possuem a capacidade de
fabricar alimento usando a energia da luz solar.
SIMBIOSE » Associação interespecífica harmônica, com benefícios mútuos e
interdependência metabólica.
SISTEMA » Conjunto de partes que se integram direta ou indiretamente de maneira
que uma alteração em qualquer dessas partes afeta as demais. A interação pode ser
de natureza causal ou lógica, segundo o sistema seja material ou conceitual.
SISTEMA DE DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS » "Conjunto de unidades,
processos e procedimentos que visam ao lançamento de resíduos no solo,
garantindo-se a proteção da saúde pública e a qualidade do meio ambiente"
(Resolução nº 5, de 5.07.93, do CONAMA).
157
SISTEMA DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS » "Conjunto de unidades,
processos e procedimentos que alteram as características físicas, químicas e
biológicas dos resíduos e conduzem à minimização dos riscos à saúde pública e à
qualidade do meio ambiente" (Resolução nº 5 de 05.07.93 do CONAMA).
SOLO » Composição de partículas minerais, matéria orgânica e organismos vivos,
que levou longo tempo para atingir equilíbrio, tornando-o apto para agricultura.
SUBPRODUTO » Qualquer material ou produto resultante de um processo
concebido primeiramente para produzir outro produto.
SUBSTÂNCIA NOCIVA » Incluem qualquer substância que representa ameaça à
saúde dos seres humanos e ao ambiente, como por exemplo as substâncias tóxicas,
corrosivas e inflamáveis.
SUCESSÃO » Processo de substituição de uma comunidade por outra, conseqüente
à modificação do ambiente e ao desequilíbrio que pode ocorrer, uma vez atingido o
nível de saturação.
SUCESSÃO ECOLÓGICA » Seqüências naturais nas quais um organismo ou grupo
de organismos toma o lugar de outro em um hábitat, com o passar do tempo.
SURFACTANTES » São substâncias tensoativas, compostas de moléculas grandes,
ligeiramente solúveis na água.
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL » Capacidade de desenvolver atividades
econômicas e ao mesmo tempo manter a vitalidade dos componentes e processos
de funcionamento dos ecossistemas.
TÉCNICA » Conjunto de procedimentos e recursos de que se serve uma ciência.
TECNOLOGIAS ECOLOGICAMENTE VIÁVEIS » Tecnologias de ponta em rápida
evolução, principalmente no Primeiro Mundo (da informática à biotecnologia), ou as
tradicionais, que contribuam para a redução da poluição e do consumo de recursos
naturais (inclusive energia elétrica), promovam aumento da produtividade, utilização
de novas matérias-primas de menor impacto ambiental.
TOXIDEZ OU TOXICIDADE » Capacidade de uma toxina ou substância venenosa
produzir dano a um organismo animal.
TÓXICO » Substância química ou biológica capaz de produzir envenenamento.
TRATEMENTO AERÓBIO » O mesmo que tratamento por oxidação biológica, em
presença de oxigênio.
TRATAMENTO ANAERÓBIO » Estabilização de resíduos feita pela ação de
microorganismos, na ausência de ar ou oxigênio elementar. Refere-se normalmente
ao tratamento por fermentação mecânica.
UMIDADE RELATIVA » Para uma dada temperatura e pressão, a relação percentual
entre o vapor d'água contido no ar e o vapor que o mesmo ar poderia conter se
estivesse saturado, a idênticas temperatura e pressão.
158
VALORAÇÃO AMBIENTAL » Atribuição de valores monetários aos ativos
ambientais, às mudanças ocorridas nos mesmos e aos efeitos dessas mudanças no
bem-estar humano.
159
ANEXO I - LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES
EXPERIMENTO 01
Bio-remediadores
Amostra
Datas das avaliações
0
Dados Ambiente
Ph água
Temperatura oC
Testemunha
Ph
o
Temperatura C
TRATAMENTO A
TRATAMENTO B
TRATAMENTO C
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
42
45
Análise
pH
Média
Desvio Padrão
Coef-variação
Temp Média
Desvio Padrão
Coef-variação
pH Média
Desvio Padrão
Coef-variação
Temp Média
Desvio Padrão
Coef-variação
pH Média
Desvio Padrão
Coef-variação
Temp Média
Desvio Padrão
Coef-variação
6,70
28,00
4,60
6,60
20,50
4,60
6,60
19,00
6,30
6,20
29,00
6,20
6,20
21,00
7,40
6,20
20,00
7,90
6,20
21,00
8,10
6,40
21,00
8,10
7,00
22,00
8,20
6,30
12,00
8,40
6,20
16,00
8,50
6,20
14,00
8,50
6,20
18,00
8,90
6,20
17,00
9,00
6,20
19,00
9,00
6,20
18,00
8,40
32,00
4,60
0,00
0,00
32,00
0,00
0,00
4,60
0,00
0,00
32,00
0,00
0,00
4,60
0,00
0,00
32,00
0,00
0,00
26,00
4,53
0,32
7,09
27,33
0,58
2,11
4,87
0,21
4,28
31,67
2,08
6,57
5,07
0,51
10,13
28,67
1,53
5,33
25,00
4,60
0,10
2,17
24,67
0,58
2,34
5,73
0,38
6,60
24,67
0,58
2,34
5,23
0,40
7,72
24,00
0,00
0,00
36,00
5,87
0,50
8,58
37,67
1,15
3,07
6,07
0,15
2,52
37,33
2,31
6,19
6,03
0,40
6,70
37,33
2,08
5,58
36,00
7,57
0,21
2,75
37,00
3,61
9,74
8,00
0,00
0,00
37,00
1,73
4,68
8,00
0,26
3,31
36,50
2,12
5,81
28,00
7,93
0,06
0,73
28,00
0,00
0,00
8,13
0,15
1,88
24,67
3,51
14,24
7,93
0,06
0,73
26,67
0,58
2,17
27,00
8,40
0,10
1,19
26,67
0,58
2,17
8,43
0,06
0,68
26,67
0,58
2,17
8,33
0,06
0,69
26,33
0,58
2,19
27,00
8,43
0,15
1,81
26,67
0,58
2,17
8,47
0,06
0,68
26,67
0,58
2,17
8,33
0,06
0,69
26,00
0,00
0,00
27,00
8,67
0,12
1,33
26,33
0,58
2,19
8,53
0,21
2,44
26,33
0,58
2,19
8,63
0,21
2,41
25,33
0,58
2,28
20,00
8,70
0,00
0,00
19,00
0,00
0,00
8,70
0,10
1,15
19,00
0,00
0,00
8,60
0,20
2,33
18,67
0,58
3,09
18,00
8,83
0,06
0,65
18,00
0,00
0,00
8,83
0,06
0,65
18,00
0,00
0,00
8,87
0,12
1,30
18,00
0,00
0,00
18,00
8,83
0,06
0,65
18,00
0,00
0,00
8,90
0,00
0,00
18,00
0,00
0,00
8,87
0,06
0,65
18,00
0,00
0,00
19,00
8,90
0,00
0,00
19,00
0,00
0,00
8,97
0,06
0,64
19,00
0,00
0,00
8,87
0,06
0,65
19,00
0,00
0,00
20,00
9,03
0,06
0,64
20,00
0,00
0,00
9,10
0,00
0,00
19,00
0,00
0,00
8,97
0,06
0,64
20,00
0,00
0,00
22,00
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0,58
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1,72
19,00
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0,58
2,99
8,87
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19,00
0,00
0,00
21
24
27
30
33
36
39
42
45
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9,20
17,00
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0,58
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0,00
18,33
0,58
3,15
EXPERIMENTO 02
Bio-remediadores
Amostra
Datas das avaliações
0
Dados Ambiente
Ph água
Temperatura oC
Testemunha
Ph
o
Temperatura C
TRATAMENTO A
TRATAMENTO B
TRATAMENTO C
pH
3
6
9
12
15
18
Análise
Média
Desvio Padrão
Coef-variação
Temp Média
Desvio Padrão
Coef-variação
pH Média
Desvio Padrão
Coef-variação
Temp Média
Desvio Padrão
Coef-variação
pH Média
Desvio Padrão
Coef-variação
Temp Média
Desvio Padrão
Coef-variação
6,60
22,00
4,30
22,00
4,30
0,00
0,00
22,67
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2,55
4,70
0,00
0,00
22,33
0,58
2,59
4,80
0,00
0,00
23,67
0,58
2,44
7,00
22,00
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5,10
0,61
11,93
41,67
3,06
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0,29
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45,33
0,58
1,27
8,37
0,23
2,76
65,33
0,58
0,88
6,20
10,00
8,20
21,00
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0,46
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22,67
1,53
6,74
8,57
0,23
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24,33
0,58
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0,12
1,32
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23,42
6,20
16,00
8,30
22,00
8,03
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24,00
1,73
7,22
8,60
0,00
0,00
22,67
0,58
2,55
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0,06
0,66
21,67
1,53
7,05
6,20
14,00
8,50
23,00
8,57
0,06
0,67
22,67
1,15
5,09
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0,15
1,72
20,67
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1,15
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1,53
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0,00
0,00
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16,00
9,00
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0,00
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14,00
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