Comunicar - Unidade Local de Saúde do Nordeste

Transcrição

Comunicar - Unidade Local de Saúde do Nordeste
Comunicar
CENTRO HOSPITALAR DO NORDESTE, E.P.E. – Bragança - Macedo de Cavaleiros – Mirandela
Janeiro - Março 2007 • Publicação Trimestral N.º 1
CHNE aposta na Formação
• Informatização da Farmácia e da Logística
• INTERREG: Parcerias transfronteiriças continuam
• Festas de Natal e Carnaval reuniram colaboradores do CHNE
Editorial
Editorial
“Se andarmos pelo caminho traçado, só nos
conduz até onde os outros já foram.”
Graham Bell
O Ano de 2007 será porventura um ano mais
E é neste sentido que a qualificação das pessoas
exigente que o que passou; os resultados já obtidos
que trabalham neste Centro Hospitalar, assume crucial
levam-nos a acreditar no apoio de todos sem excepção,
importância. Daí este número da Comunicar incidir
num processo de mudança que se pretende contínuo,
sobre uma área vital que é a formação contínua. A
sustentado e sem sobressaltos, adoptando as melho-
implementação e promoção de um plano de formação
res práticas de cada uma das três unidades hospita-
no trabalho, à medida das necessidades de desenvol-
lares. A ideia básica é proporcionar a rápida partilha
vimento da instituição e da motivação dos colabora-
da experiência de transformação de três culturas, su-
dores, vai, seguramente, reflectir-se no desempenho
bordinadas a uma só missão e a objectivos comuns
profissional cada vez mais satisfatório e gratificante.
e integrados.
A adesão às acções de formação desenvolvidas em
A construção do Centro Hospitalar do Nordeste
2006, abrangendo uma vasta gama de profissionais
é um processo moroso e complexo, onde não se pode
das três unidades hospitalares que constituem o CHNE,
cometer o erro duma abordagem tecnocrática, por si
foi assaz significativa, reforçando o conceito de que
só insuficiente e redutora, porque ignora as pessoas
as pessoas são o centro do sucesso desta instituição,
e a diversidade dos seus comportamentos, atitudes e
na transformação dos serviços, pela excelência do de-
experiências. Não seria inteligente nem racional. Dos
sempenho.
excessos, cada um de nós tem a sua dose de experi-
Desempenho com humanização, envolvimento e
ência; a confiança cega em fórmulas mágicas que tudo
competência, porque exigentes são os compromissos
pretendam resolver, ou uma visão que se esgota no
inerentes ao nosso trabalho. Trabalho como factor de
curto prazo, aceitando hipotecar o futuro para masca-
aperfeiçoamento e realização pessoal, de elevação e
rar a imagem do presente, pode trazer consequências
prestígio profissional, realizado com dignidade, servin-
não expectáveis e seguramente não desejáveis.
do objectivos comuns e partilhados. A formação con-
O progresso sempre se fez de avanços e recuos: o
tínua resulta assim num importante contributo para
avanço da ousadia, o recuo da prudência, mas sempre
a humanização dos serviços, com vista a melhorar
com retorno à posição do equilíbrio, independente-
comportamentos e a gerir situações menos frequen-
mente, tal como num pêndulo, das turbulências cau-
tes, é um processo que beneficia todos: Dirigentes,
sadas pela velocidade do movimento ou pela extensão
Profissionais e Utentes, pelo que permanecerá como
do arco, sempre com a motivação humana como base
estratégia nuclear do Centro Hospitalar do Nordeste,
no traçar de novos caminhos e de desenvolvimento de
E.P.E., também para 2007.
novas competências.
A. Henrique Machado Capelas
Presidente do Conselho de Administração
Sumário
Sumário
Editorial
FICHA TÉCNICA
02 Mensagem do Presidente do Conselho
de Administração do CHNE
Publicação Trimestral
Ano 1 – N.º 1
Janeiro a Março de 2007
Em Destaque
04-05 Formação potencia recursos humanos
06 28 Acções aprovadas para 2007
07 CHNE e ESTIG estabelecem parceria
07 Colaboradores aumentam escolaridade
CHNE em Revista
08 Informatização da Farmácia, Logística e
prescrição médica on-line
09 CHNE recebeu VMER nova
10 I Jornadas de Análises Clínicas de Bragança
11 Encontro Transmontano de Unidades de AVC
12 Congresso internacional sobre sexualidade e
mulher incapacitada
13 Encontro desportivo de doentes do foro
psiquiátrico
13 Feira transfronteiriça de produtos feitos por
doentes mentais
14 Computadores na terapêutica psiquiátrica
14 Contador de histórias no Hospital
15-16 Festa de Natal reuniu colaboradores do CHNE
17 Colaboradores do CHNE festejaram
o Carnaval
Propriedade do Editor:
Centro Hospitalar do Nordeste, E.P.E.
Sede e Administração:
Avenida Abade de Baçal
5301-852 Bragança
Telefone: 273 310 800
Fax: 273 310 813
www.hbraganca.min-saude.pt
[email protected]
Direcção:
Conselho de Administração do
Centro Hospitalar do Nordeste, E.P.E.
Responsáveis Editoriais:
U. H. de Bragança
Rita Paulino ∙ Helena Gouveia
U. H. de Macedo de Cavaleiros
Carla Ferreira ∙ Enf.ª Ligia Miranda
U. H. de Mirandela
Sónia Teixeira
Gab. de Comunicação e Imagem
Composição e Design Gráfico:
Centro Hospitalar do Nordeste, E.P.E.
Escola Tipográfica – Bragança
Impressão e Acabamentos:
Escola Tipográfica – Bragança
CHNE Divulga
18 Pedopsiquiatria enquanto especialidade
autónoma
Tiragem:
3 mil exemplares
20-21 Balão Intra-Aórtico: Cuidados
de Enfermagem
Depósito Legal
22-23 Pneumonias e o papel da Radiologia
249821/06
24 Resiliência e formação dos profissionais
de ajuda
Cultura e Lazer
Distribuição Gratuita
25 Doença Macular ligada à Idade
Publicação isenta de registo na ERC - Entidade Reguladora da Comunicação Social, ao abrigo do Decreto Regulamentar
8/99 de 09/06, artigo 2.º, n.º 1 a)
26 Exposições humanizam o meio hospitalar
Esta publicação é de todos e para todos os colaboradores do CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste.
Como tal, está aberta à sugestão e divulgação de trabalhos dos seus profissionais. Nesse sentido, a
informação a ser publicada deve ser enviada para: [email protected]
Em Destaque
Formação Contínua
potencia recursos humanos do CHNE
Em 2006, o Centro Hospitalar do Nordeste promoveu 43 acções de formação interna,
abrangendo 365 formandos das três Unidades, num total de quase 4.500 horas, a que
acresce ainda formação externa e em serviço. Uma aposta nas pessoas como factor primordial desta Instituição, que se vai manter em 2007.
A criação do Centro Hospitalar do Nordeste,
E.P.E., a 31 de Dezembro de 2005, determinou algumas mudanças nas actividades do Departamento de
Formação Contínua (DFC) no ano de 2006, nomeadamente ao nível da organização e execução das acções
de formação, que, embora tivessem sido programadas
previamente para o então Hospital Distrital de Bragança, passaram a englobar as outras duas Unidades
Hospitalares que integram o CHNE: Macedo de Cavaleiros e Mirandela. Feito o balanço, os resultados são
bastante positivos.
Sendo a formação contínua um processo dinâmico, que potencia o desenvolvimento das capacidades
e competências dos recursos humanos da Instituição,
proporcionando-lhes maior satisfação profissional,
passível de se materializar na melhoria da qualidade dos cuidados de Saúde prestados aos utentes nos
domínios técnico-científico, relacional e prático, o Departamento de Formação Continua procurou, da forma
mais eficiente e eficaz, dar resposta, no ano de 2006,
às exigências nesta matéria.
Actividades do DFC
A formação contínua é um imperativo organizacional que exige actualizações periódicas constantes.
No CHNE, a sua concretização está especificamente a
cargo do DFC, que coordena todo o processo, através
do levantamento periódico das necessidades de formação, elaboração de candidaturas e acompanhamento
da sua aprovação, programação das acções, calendarização, divulgação, organização, apoio logístico e
avaliação.
Formação em Atendimento e Gestão de Reclamações
Formação em Suporte Básico de Vida
O objectivo é desenvolver as competências dos
diferentes grupos socioprofissionais, de modo a que
se traduzam numa melhoria do desempenho nos seus
contextos de trabalho, e contribuam, simultaneamente, para a concretização dos desígnios Institucionais.
É através da partilha de informação e do conhecimento que se desenvolve o potencial dos recursos
humanos - o eixo da eficácia da organização -, o que
reforça a necessidade de um investimento consistente na sua formação contínua, devendo este, como é
óbvio, ser realizado à medida das necessidades dos
profissionais.
Nesse sentido, o DFC levou a cabo, em 2006,
acções de formação financiada pelo Fundo Social Europeu, no âmbito do Programa Saúde XXI, que tiveram
lugar no CHNE; promovendo ainda e dando apoio à
formação externa e à formação em Serviço (ao nível
do Internato Médico e em Enfermagem).
A formação interna foi abrangente, quer no que
toca aos temas, quer ao nível dos grupos profissionais,
conforme se pode verificar no quadro em anexo.
Quanto à formação externa, realizou-se de acordo
com as necessidades individuais sentidas pelos profissionais, assim como em consonância com os projectos
e os objectivos institucionais do CHNE.
Por fim, a formação em serviço teve lugar nos
Serviços de Internamento, mais direccionados para a
prestação de cuidados directos, e também conforme
as necessidades sentidas pelos profissionais de cada
Serviço.
Em Destaque
Pessoas no centro da Organização
O Centro Hospitalar do Nordeste assume a
gestão de recursos humanos como tendo um papel fundamental no seu sucesso como entidade de
referência na prestação de cuidados de saúde. Nesse
âmbito, a formação contínua é um factor-chave da
eficácia global da organização, pelo que a aposta
do CHNE é no sentido de que, após cada percurso formativo, os formandos, como profissionais,
Acções de formação internas, por temas
Avaliação de Desempenho
Atend./Gestão/Reclamações
Humanização Serviços de Saúde
Logística Hospitalar
Higiene e Segurança do Trabalho
Controlo Higiene Hospitalar
Cuidados Paliativos
Classificação Internacional Enfermagem
Suporte Básica de Vida
possuam competências técnicas e relacionais que lhes
permitam gerar um contributo para si próprios, para
a Instituição e para os utentes.
Em suma, o CHNE partilha da opinião de Bramley,
que defende que “a formação é um processo sistemático
planeado e controlado, e não uma mera aprendizagem
ao acaso a partir da experiência, cujo objectivo visa
alterar conceitos, competências e atitudes nos indivíduos e grupos, procurando desenvolver o desempenho num trabalho
Nº Acções
22 presente ou futuro e,
com isso, melhorar a
eficácia da parte ou
Nº Formandos
Nº Horas
do todo da organização em que o indiví43
602
duo ou o grupo traba33
264
lha, apostando para a
44
528
sua concretização na
qualificação dos Re18
216
cursos Humanos, e
70
1120
colocando as pessoas
no centro do sucesso
15
210
da Organização”.
20
280
TOTAL
Acções de formação internas e
externas, por categoria profissional
Dirigentes
Médicos
Técnicos Superiores de Saúde
Técnicos Superiores
Informáticos
Enfermeiros
Técnico Diag. e Terap.
Administrativos
Serviços Gerais
Outros
TOTAL
Acções de formação internas, por
origem dos formandos
Unidade Hospitalar Bragança
Unidade Hospitalar Macedo Cavaleiros
Unidade Hospitalar de Mirandela
33
462
89
712
365
4394
Acções Internas
Acções Externas
22
Nº Acções
21
Nº Acções
Nº Formandos
Nº Horas
3
36
0
0
20
42
7
86
1
1
18
202
9
108
128
1744
21
234
3
4
101
1166
75
778
3
40
365
4394
24
47
Nº Formandos
Total
Nº Formandos
Nº Dias
365
%
241
66%
55
15%
69
19%
Departamento de
Formação Contínua
Edição: Gabinete de Comunicação e Imagem
Em Destaque
28 acções de formação aprovadas para 2007
No sentido de, neste ano de 2007, dar resposta às
necessidades de formação dos profissionais de Saúde, o
DepartamentodeFormaçãoContínuadoCentroHospitalar
do Nordeste começou por, ainda em 2006, fazer um
levantamento prévio dessas mesmas necessidades,
junto de todos os Serviços da Instituição.
Surgiu assim um Plano de Formação, apresentado
ao Conselho de Administração do CHNE e que foi
alvo de uma candidatura ao Fundo Social Europeu,
nomeadamente ao Programa Saúde XXI.
Na sequência dessa candidatura, foram então
aprovadas 28 acções de formação, a decorrer durante o ano de 2007.
Abrangendo 446 formandos, num total de 336
horas, distribuídas por 48 dias, o Plano de Formação
do CHNE para 2007 abrange as mais diversas áreas e
grupos profissionais que desenvolvem o seu trabalho
nesta entidade prestadora de cuidados de saúde, conforme pode verificar-se no quadro apresentado.
Período
de
realização
Data Inicio
GCI
Formandos
Duração
Destinatários da Formação
Designação da Acção de Formação Aprovada para 2007
Data Fim
Categoria Profissional
Nº
Frequência
For
(em Horas)
Externos
TOTAL
Nº de dias
Nº
N.º Hor
1-Mar-07
1-Mar-07
Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC)
Administrativos
12
7
1
1
7
2-Mar-07
2-Mar-07
Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC)
Administrativos
12
7
1
1
7
12-Mar-07
14-Mar-07 Suporte Avançado de Vida
Médico e Enfermeiros
12
21
3
11-Abr-07
13-Abr-07 Suporte Avançado de Vida
Médico e Enfermeiros
12
21
3
Suporte Avançado de Vida
Médico e Enfermeiros
12
21
3
17-Set-07
19-Set-07 Suporte Avançado de Vida
Médico e Enfermeiros
12
21
3
23-Jul-07
25-Jul-07
Médico e Enfermeiros
12
21
3
21-Mar-07
23-Mar-07 Suporte Avançado de Vida Pediátrico
Médico e Enfermeiros
12
21
3
2
21
25-Set-07
27-Set-07 Suporte Avançado de Vida Pediátrico
Médico e Enfermeiros
12
21
3
2
21
17-Abr-07
18-Abr-07 CIPE (Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem)
Enfermeiros
20
14
2
2
14
15-Mai-07
16-Mai-07 CIPE (Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem)
Enfermeiros
20
14
2
1
14
24-Abr-07
24-Abr-07 Cuidadados Paliativos
Médico e Enfermeiros
20
7
1
1
7
22-Mai-07
22-Mai-07 Cuidados continuados/Gestão de Altas
Médico e Enfermeiros
20
7
1
1
7
26-Fev-07
26-Fev-07 Monitorização Cardíaca/Principais Disritmias
Médico e Enfermeiros
20
7
1
5-Nov-07
5-Nov-07
Médico e Enfermeiros
20
7
1
29-Jun-07
29-Jun-07 Controlo da Dor
Médico e Enfermeiros
20
7
1
1
7
14-Set-07
Higiene Hospitalar (Riscos na Minipulação de Roupa Limpa, Suja e de
14-Set-07
Alimentos
AAM, Maqueiro e
Motoristas
20
7
1
12-Nov-07
12-Nov-07
Higiene Hospitalar (Riscos na Minipulação de Roupa Limpa, Suja e de
Alimentos
AAM, Maqueiros e
Motoristas
20
7
1
8-Mar-07
9-Mar-07
Segurança noTrabalho
Todos os Profissionais
20
14
2
4-Set-07
5-Set-07
Segurança noTrabalho
Todos os Profissionais
20
14
2
30-Mar-07 Suporte Básico de Vida
AAM, Maqueiros e
Motoristas
12
7
1
27-Abr-07
27-Abr-07 Suporte Básico de Vida
AAM, Maqueiros e
Motoristas
12
7
1
22-Out-07
22-Out-07 Suporte Básico de Vida
Administrativos
12
7
1
20-Nov-07
20-Nov-07 Suporte Básico de Vida
Administrativos
12
7
1
13-Fev-07
13-Fev-07 Emergências/Comportamentos profissionais na sala de Emergência
Médico e Enfermeiros
15
7
1
12
105
4-Jul-07
30-Mar-07
6-Jul-07
Suporte Avançado de Vida
Monitorização Cardíaca/Principais Disritmias
1-Jun-07
1-Jun-07
Emergências/Comportamentos profissionais na sala de Emergência
Médico e Enfermeiros
15
7
1
1-Fev-07
2-Fev-07
Abordagem ao Doente Politraumatizado
Médico e Enfermeiros
20
14
2
3-Mai-07
4-Mai-07
Abordagem ao Doente Politraumatizado
Médico e Enfermeiros
20
14
2
446
336
48
Em Destaque
CHNE e ESTIG estabelecem
cooperação cultural, técnica e científica
O Centro Hospitalar do Nordeste e a Escola Superior de Tecnologia e de Gestão (ESTIG)
do Instituto Politécnico de Bragança, estabeleceram um protocolo de cooperação que vai
permitir aos estudantes desta Instituição de Ensino Superior complementarem, de forma
prática, a sua formação académica, nas três Unidades Hospitalares da região.
Foi assinado, no passado dia
26 de Janeiro, um protocolo de colaboração cultural, técnica e científica entre o Centro Hospitalar do
Nordeste e a Escola Superior de
Tecnologia e de Gestão do Instituto
Politécnico de Bragança.
Nesse âmbito, o CHNE irá promover a realização, nas suas instalações, de estágios académicos
destinados a alunos dos cursos de
Gestão de Empresas e Engenharia
Industrial, leccionados na ESTIG.
Os estudantes estagiários poderão, assim, participar em actividades de carácter educativo junto
dos profissionais do CHNE, sob a
orientação e supervisão conjunta
destes últimos e dos responsáveis
da Escola.
Esta parceria proporciona aos
estudantes da ESTIG a oportunidade de estabelecerem
um contacto prévio com o mundo laboral na sua área
de formação, complementando a vertente académica
com uma componente prática no CHNE, onde poderão
adquirir e consolidar conhecimentos, assim como obter
uma maior valorização pessoal e profissional.
Contudo, a cooperação entre a Escola Superior de
Tecnologia e de Gestão de Bragança e o Centro Hospitalar do Nordeste estende-se também ao desenvolvimento conjunto, no futuro, de iniciativas de carácter
informativo, pedagógico e técnico.
Os resultados positivos do interface entre o CHNE
– como pólo dinamizador da região do Nordeste Transmontano - e a comunidade envolvente, são bem visíveis, revestindo-se, pois, esta cooperação da maior
importância.
Recorde-se que está também a ser desenvolvida,
desde Março de 2006, uma parceria idêntica entre o
Centro Hospitalar e a Escola Superior Agrária, no sentido de dinamizar a Quinta da Trajinha, em Bragança,
onde está implementada a Unidade de Doentes de Evolução Prolongada do Serviço de Psiquiatria do CHNE.
GCI
Colaboradores do CHNE certificam
competências e obtêm escolaridade obrigatória
Cerca de 70 Colaboradores do Centro Hospitalar
do Nordeste puderam obter equivalência ao 9.º ano
de escolaridade, através de uma iniciativa do IEFP
– Instituto de Emprego e Formação Profissional, com
a qual o CHNE cooperou.
A parceria entre as duas entidades foi estabelecida no âmbito do Projecto RVCC – Novas oportunidades,
sendo que RVCC significa reconhecimento, validação
e certificação de competências. Foi isso mesmo que
sucedeu já a 26 Colaboradores da Unidade Hospitalar
de Macedo de Cavaleiros e 17 da Unidade Hospitalar de
Bragança, estando a iniciativa ainda a decorrer junto
de 30 formandos da Unidade Hospitalar de Mirandela,
que deverão também ver em breve as competências
que adquiriram em diversos contextos ao longo da
vida ser reconhecidas e certificadas com o diploma
equivalente à escolaridade obrigatória.
Na base do RVCC está um referencial de competências-chave nas áreas de Linguagem e Comunicação, Cidadania, Novas Tecnologias e Matemática para
a Vida.
O processo é gratuito e tem uma duração máxima
de 4 a 5 meses, a realizar em horário laboral ou póslaboral, conforme a disponibilidade dos formandos. Os
interessados podem iniciar este processo em qualquer
altura, bastando para tal inscreverem-se no Centro de
Formação Profissional de Bragança.
De referir que está previsto alargar em 2007 o
leque de oportunidades do RVCC ao nível secundário,
ou seja, o 12.º ano de escolaridade.
GCI
CHNE em Revista
Informatização da Logística, Farmácia
e Prescrição Médica On-Line
O CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste está a operacionalizar um Sistema Integrado
para Informatização da Logística, Farmácia e Prescrição Médica On-line, que irá não só
melhorar o funcionamento destes serviços, como resultar em ganhos evidentes de qualidade e eficiência na prestação de cuidados de saúde aos utentes.
Este projecto, de carácter inovador, irá optimizar
em particular o funcionamento dos serviços de Logística e Farmácia do CHNE, mas os benefícios da sua
adopção irão estender-se a todos os serviços do Centro
Hospitalar, traduzindo-se em melhorias quer na área
médica (ao nível do internamento e de ambulatório),
quer na área administrativa e de gestão, o que irá ter
um forte impacto em toda a organização hospitalar.
Aliás, os intervenientes neste processo passarão por
todos os colaboradores do CHNE, desde médicos, enfermeiros e técnicos, passando pelos administrativos
e pelos próprios gestores da organização.
Descentralizar informação
Para o sucesso deste projecto contribui igualmente o facto de já estar implementado nas três Unidades
Hospitalares que integram o CHNE - Bragança, Macedo
de Cavaleiros e Mirandela - o suporte informático SAM/
ENFIN, o qual permite aos profissionais de saúde uma
maior rapidez, eficiência e menor probabilidade de erro
no tratamento dos seus utentes, traduzindo-se, assim,
numa maior qualidade no atendimento.
Isto porque o SAM/ENFIN permite, na prestação
de serviços de saúde, utilizar em tempo real o historial
clínico dos utentes, o que, de outro modo, ou seja,
com os dados apenas em formato
papel, não seria possível.
Além da descentralização da
informação, o SAM/ENFIN possibilita ainda a sua constante actualização, de modo a dar uma
resposta segura, estruturada e
funcional às necessidades de todos os utilizadores do processo,
desde os profissionais aos utentes.
Mais qualidade e eficiência
O Sistema Integrado para Informatização da Logística, Farmácia e Prescrição Médica On-line permitirá
ao CHNE responder de forma articulada às questões
relacionadas quer com a prescrição, validação e administração de medicamentos, quer com o consumo de
produtos e serviços hospitalares, contemplando numa
solução informática integrada as vertentes clínicas e
administrativas do serviço de Farmácia, bem como dos
vários serviços onde os produtos são prescritos e/ou
administrados aos doentes.
Através deste novo sistema informático, será possível não só efectuar uma gestão de compras eficaz
e completa, como ainda ter um controlo seguro dos
stocks, com previsão de rupturas e total gestão da
distribuição dos materiais pelos serviços.
Em suma, o novo Sistema
Integrado para Informatização
da Logística, Farmácia e Prescrição Médica On-Line (esta última
incluindo a unidose), em conjunto com a aplicação SAM/ENFIN,
traduz-se em ganhos evidentes
de qualidade e eficiência na prestação de cuidados de saúde aos
utentes, nomeadamente:
- Optimização do funcionamento dos Serviços Responsáveis
pela Logística Hospitalar (Farmácia e Aprovisionamento), através
de uma completa identificação dos artigos, uma gestão
completa das compras e posterior movimentação em
stock;
- Correcta gestão da distribuição;
- Minimização da carga burocrática, derivada da
automatização de processos;
- Constituição de uma ferramenta de apoio à decisão de aquisição de material por parte do CHNE;
- Redução de custos.
Este projecto foi alvo de uma candidatura ao Programa Saúde XXI, em 16 de Março de 2006, representando um investimento total de que ultrapassa um
milhão de euros, sendo comparticipado a 75 por cento
pelo Feder e os restantes 25 por cento assegurados
pelo CHNE.
GCI
CHNE em Revista
Centro Hospitalar do Nordeste com nova VMER
O Centro Hospitalar do Nordeste recebeu uma nova VMER – Viatura Médica de Emergência e Reanimação. O veículo, novo, tem características mais adequadas às estradas da
região transmontana que o anterior, possibilitando, assim, um socorro mais rápido aos
utentes.
Foi entregue ao Centro Hospitalar do Nordeste,
numa cerimónia que teve lugar no dia 22 de Dezembro, no Governo Civil de Bragança, uma nova Viatura
Médica de Emergência e Reanimação. Assim, em vez
da Renault Scénic - que durante nove meses acorreu
a 800 solicitações -, está agora estacionada na base
da VMER, situada na Unidade Hospitalar de Bragança,
uma Volkswagen Passat, a que muitos chamam “urgência ambulante”.
Tendo em conta as grandes distâncias percorridas
pela equipa de socorro - constituída por um médico e
um enfermeiro -, e o traçado sinuoso de muitas das
estradas do distrito de Bragança, que se agrava
em condições meteorológicas adversas, esta
nova viatura, dotada de características técnicas mais adequadas a estas especificidades,
nomeadamente tracção às quatro rodas e
maior altura, constitui uma mais-valia importante no que respeita à rapidez da resposta
dada aos utentes.
A VMER, vocacionada para prestar socorro pré-hospitalar em casos de emergência, é
accionada através do 112, sempre que o CODU
- Centro de Orientação de Doentes Urgentes
- entenda que a sua presença é necessária.
Até agora, as maiores solicitações para atendimento por parte da VMER estiveram relacionadas com acidentes
(rodoviários e agrícolas, envolvendo
tractores), seguindo-se os casos de
problemas cardiorespiratórios.Bragança, Mogadouro
e Macedo de Cavaleiros foram os
municípios onde a
VMER mais acorreu.
GCI
CHNE em Revista
I Jornadas de Análises Clínicas e Saúde Pública
A poucos meses de saírem para o mercado de trabalho os primeiros licenciados em
Análises Clínicas e Saúde Pública formados pelo Instituto Politécnico de Bragança, realizaram-se na cidade capital do Nordeste Transmontano, no dia 26 de Janeiro, as I Jornadas
dedicadas a esta área.
Realizaram-se no passado dia 26 de Janeiro as I
Jornadas de Análises Clínicas e Saúde Pública de Bragança. A iniciativa, organizada pela Escola Superior
de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança, reuniu
alunos, docentes e profissionais desta área, que, entre
outras, assistiram a intervenções de colaboradores do CHNE – Centro Hospitalar
do Nordeste.
Nesse âmbito, a Doutora Manuela Ferreira, médica
do Serviço de Pediatria do
CHNE, esclareceu os presentes sobre diversas
questões ligadas à Hematologia Pediátrica. E
a Doutora Ana Carvalho,
responsável do Serviço de Hematologia do
CHNE, abordou o tema
“Diagnóstico Laboratorial da Deficiência em
Ferro”.
Outros intervenientes nestas I Jornadas foram elementos da Comissão de Controlo da Infecção
Hospitalar do Hospital de Chaves, que falaram sobre as infecções nosocomiais; o Doutor Manuel
Cunha, do Serviço de Hematologia do
mesmo Hospital, que prestou esclarecimentos de relevo acerca das novas tecnologias aplicadas
ao diagnóstico hematológico; o Doutor Rui Pimenta,
do Departamento de Produção e Sistemas da Escola
Superior de Tecnologias da Saúde do Porto, cuja intervenção se centrou no tema “Raciocínio estatístico
e Investigação e ainda o Doutor João Moura Alves, da
Escola Superior de Enfermagem do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, com um “Estudo comparativo
dos mecanismos que regulam a migração e o tropismo
tecidular dos linfócitos T normais e neoplásicos”.
Dada a abrangência destas Jornadas,
fez também parte do programa uma
intervenção do Doutor Rui Vaz
Osório, do Instituto de Genética Médica Dr. Jacinto de Magalhães, sobre o passado,
o presente e o futuro do
diagnóstico precoce; outra da Doutora Rosário
Pinto Leite, do Serviço
de Genética do Centro
Hospitalar de Vila Real
/ Peso da Régua acerca dos novos conceitos
em citogenética, e, por
fim, a Doutora Carina
Rodrigues, da Escola
Superior de Saúde do
Instituto Jean Piaget
Nordeste (Macedo de Cavaleiros) instruiu a plateia
sobre o hipotiroidismo congénito.
Uma iniciativa de grande importância, não só pelos temas versados, e por ter sido pioneira em Bragança, mas
também pelo facto de contar entre os organizadores os
alunos do 4.º ano da Licenciatura em Análises Clínicas
e Saúde Pública do IPB, os primeiros formados por
esta instituição de ensino superior a saírem com esta
especialização para o mercado de trabalho.
GCI
10
CHNE em Revista
II Encontro Transmontano de Unidades de AVC
O Centro Hospitalar do Nordeste e
o Centro Hospitalar Vila Real / Peso
da Régua trocaram experiências durante o II Encontro Transmontano de
Unidades do AVC.
Teve lugar, a 15 de Dezembro de 2006, no
auditório do Centro Hospitalar Vila Real / Peso
da Régua, o II Encontro Transmontano de Unidades do AVC. Esta iniciativa, cuja primeira edição
teve lugar em Dezembro de 2005 no Auditório
do Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, insere-se num projecto desenvolvido em parceria
entre as Unidades de AVC do CHNE - Centro
Hospitalar do Nordeste e do Centro Hospitalar
de Vila Real / Peso da Régua, com o objectivo
de levar a cabo uma reunião de periodicidade
anual, que se pretende constituir como um fórum de discussão e troca de experiências entre
os profissionais de saúde com interesse na matéria. Esta parceria permite, assim, actualizar
e aprofundar o conhecimento sobre a doença
vascular cerebral, na região.
Este II Encontro contou, tal como havia
já acontecido na primeira edição, com o apoio
e patrocínio científico da Sociedade Portuguesa
do Acidente Vascular Cerebral e com a presença
do Professor Doutor Castro Lopes, Presidente
da Sociedade Portuguesa do AVC; do Professor Doutor Victor Oliveira, um dos responsáveis
pela Unidade de AVC do Hospital Santa Maria
de Lisboa e do Professor Doutor Manuel Correia, responsável pela UAVC do Hospital Geral de
Santo António. Estiveram igualmente presentes
representantes institucionais dos Centros Hospitalares de Vila Real / Peso da Régua e do Nordeste, para além dos responsáveis e dos vários
profissionais de saúde que trabalham quotidianamente, de forma directa ou em colaboração,
com as ambas as Unidades de AVC. Iniciativa de sucesso
Durante a iniciativa, abordaram-se várias
temáticas relevantes, versando sobretudo a
etiologia e a perspectiva intra-hospitalar do AVC
em fase aguda.
No que respeita ao CHNE, representado
pelo vogal executivo do Conselho de Administração, Doutor Fernando Alves, participaram no
encontro o Doutor Jorge Poço, que falou da Casuística da Unidade de AVC do CHNE, do qual
é responsável; o Enfermeiro Cândido Vilarinho,
que abordou a entubação gástrica no doente
com AVC e a Enfermeira Natália Ledesma, moderadora na discussão sobre a abordagem do
AVC isquémico em fase aguda.
A participação no encontro revelou-se satisfatória, traduzindo o interesse sobre esta patologia e a sua importância epidemiológica, o que
sublinha a pertinência e o sucesso desta iniciativa.
GCI
Porque é que o AVC acontece? No caso do AVC (Acidente Vascular Cerebral) isquémico
existem 2 causas principais: a trombose e a embolia. A
trombose acontece quando uma artéria, por qualquer razão,
vai ficando cada vez mais estreita e acaba por se ocluir (a
razão mais frequente é a aterosclerose). A embolia acontece
quando algo que circula na corrente sanguínea chega a uma
artéria com menor calibre, levando à sua oclusão.
No caso do AVC hemorrágico as 2 causas mais importantes são: traumatismo craniano e a existência de alteração
das artérias, nomeadamente aneurismas, malformações
arterio-venosas, mas mais frequentemente alterações causadas pela existência de hipertensão arterial.
Quais são os factores de risco de AVC? • Idade (acima dos 50-60 anos)
• Sexo masculino (embora seja mais frequente nos homens, nas mulheres há mais mortalidade)
• História de AVC na família mais próxima
• Hipertensão arterial
• Diabetes
• Hiperlipidémia (“gorduras no sangue”)
• Tabagismo
• Alcoolismo (especialmente no caso do AVC hemorrágico)
• Anticonceptivos orais (“pílula”)
Quais são os sinais de AVC?
• Perda de força ou adormecimento súbitos da face, braço
ou perna dum lado do corpo. • Visão enevoada ou perda de visão, sobretudo se for
só dum lado.
• Dificuldade em falar ou perceber o que se diz.
• Dores de cabeça de instalação súbita, sem causa aparente.
• Desequilíbrio ou queda súbita, sobretudo se acompanhados por algum dos sintomas anteriores.
O que é que pode prevenir um AVC? • Exercício físico regular de intensidade moderada pelo
menos 3 vezes por semana
• Consumo de pequenas quantidades de bebidas alcoólicas, especialmente o vinho tinto (só para o AVC isquémico,
no caso do hemorrágico devem-se evitar completamente
as bebidas alcoólicas)
• Dieta rica em peixe, cálcio e potássio
• Controlar os factores de risco acima descritos
• Seguir os conselhos do seu médico, especialmente no
caso de ser hipertenso, diabético ou ter problemas de coração.
www.hoops.pt
11
CHNE em Revista
Sexualidade na mulher com incapacidade:
CHNE presente em conferência internacional
O CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste participou, através da presença de um psiquiatra e de uma psicóloga, numa conferência internacional, que decorreu em Valladolid
(Espanha), sobre “A sexualidade e a mulher com incapacidade”, um tema que ainda é muito delicado, quer na sociedade em geral, quer no contexto institucional.
A vivência da sexualidade por parte das pessoas
com incapacidade física ou mental é um assunto de
abordagem delicada e que ainda deixa melindrados
familiares e profissionais de saúde. Considerando, contudo, que essa vivência constitui um direito, o qual a
todos deve assistir, cerca de 150 especialistas de várias
áreas reuniram-se, durante dois dias, na cidade espanhola de Valladolid, para discutirem todas as questões
relacionadas com esta problemática, em particular no
que toca à mulher com incapacidade.
A conferência, organizada pela Fundação Intras
(Espanha), parceira do CHNE na concretização dos
projectos Interreg III – A, contou ainda com a partici-
que têm em concretizá-las.
O passo seguinte consistiu na elaboração de um
manual de boas práticas, destinado aos profissionais
que trabalham com pessoas incapacitadas, no sentido
de melhorar a vivência sexual destas últimas.
Finalmente, foi realizada, nos dias 24 e 25 de Novembro, a conferência internacional para divulgação
dos resultados finais do projecto.
Assim, além da troca de experiências entre os
vários participantes dos diversos países presentes na
conferência, foram abordados temas como a educação
sexual destinada a pessoas com incapacidade e àqueles que as rodeiam, a intimidade em contexto institucional, a maternidade nas mulheres
incapacitadas, a homossexualidade
dentro desta comunidade, a invisibilidade erótica da mulher incapacitada, os abusos sexuais e os vários
entraves à concretização de uma
vida sexual plena.
Maior sensibilização e mais
formação
Através do debate da ideia
“Mulher e incapacitada – Dupla Exclusão”, os intervenientes deixaram
na conferência a necessidade de se
apostar numa maior sensibilização
da sociedade para a situação das
mulheres, que sofrem uma dupla
discriminação: de género e pelo facto de serem portadoras de algum
tipo de incapacidade. Consensual
foi também a necessidade de aumentar a formação destas mulheres, de modo a aumentar os seus
conhecimentos, a sua capacidade
de decisão e ainda para prevenir
pação de equipas oriundas de vários países, nomeadamente Itália, Alemanha, Letónia, Dinamarca e Estónia.
Esta iniciativa decorreu no âmbito do projecto SWOD,
financiado pela União Europeia e cujo objectivo central
é promover a integração, a todos os níveis, das pessoas com incapacidade, tendo como eixo primordial a
situação das mulheres com incapacidade e a promoção
de redes de apoio a estes casos.
Manual de boas práticas
O projecto SWOD iniciou-se com um estudo
comparativo dos conhecimentos sobre sexualidade
em homens e mulheres com incapacidade, através de
inquéritos realizados no terreno. Paralelamente, foram
obtidos dados acerca das necessidades particulares
destes indivíduos no campo sexual e das dificuldades
12
eventuais riscos.
Quanto aos profissionais de saúde, apelou-se a
uma maior empatia com as pessoas que padecem de
incapacidade, em especial aquelas que vivem em contexto institucional, para que possam desfrutar de uma
maior privacidade e intimidade.
Proporcionar as condições necessárias para as
pessoas que não podem preparar-se sozinhas manterem relações sexuais – nomeadamente cuidados com
higiene, vestuário, mobilidade - foi outro dos apelos
deixados.
Trata-se, pois, de tentar acabar com um tabu no
que respeita à sexualidade das pessoas portadoras de
incapacidade, aceitando e facilitando o seu direito à
sexualidade, um factor decisivo na melhoria da qualidade de vida.
GCI
CHNE em Revista
Encontro desportivo de doentes do foro psiquiátrico
O II Encontro Desportivo Transfronteiriço de Doentes do Foro Psiquiátrico, organizado pelo Centro
Hospitalar do Nordeste, no passado dia 14 de Novembro de 2006, revelou-se um enorme sucesso, proporcionando momentos excepcionais de confraternização
entre todos os participantes.
Esta iniciativa, que decorreu no Pavilhão Desportivo da PSP – Polícia de Segurança Pública de
Bragança, no âmbito do Projecto Interreg III - A
/ SIPEM – o qual tem como objectivo melhorar a
reabilitação e a qualidade de vida dos doentes crónicos de Psiquiatria, mediante o desenvolvimento
de diversas actividades, como é o caso do Desporto
– contou com a participação do CEE - Centro Especial de Educação de Bragança e ainda da Fundação
INTRAS, de Espanha, esta última parceira do CHNE
no desenvolvimento do Projecto SIPEM.
Após o torneio, cujo vencedor foi o CEE, seguiu-se a entrega de prémios a todos os participantes – cerca de 40 doentes, no total -, um almoçoconvívio que teve lugar na turística aldeia de Gimonde
e uma visita turística por alguns pontos emblemáticos
da cidade de Bragança.
Este II Encontro Desportivo Transfronteiriço de
Doentes do Foro Psiquiátrico realizou-se na sequência do primeiro encontro, promovido pela Fundação
INTRAS, que decorreu no passado dia 2 de Junho,
em Zamora, Espanha, e no qual o CHNE participou
activamente.
Este foi um dia diferente e especial para os doentes, que, além de terem convivido bastante entre
si, mostraram também a todos os que assistiram aos
jogos as suas qualidades e potencialidades como desportistas.
GCI
CHNE participou em feira transfronteiriça
Organizada pela Fundação Intras, um dos parceiros do CHNE nos projectos de cooperação transfronteiriça INTERREG III- A, esta iniciativa procurou dar a
conhecer à comunidade diversos produtos artesanais
executados por pessoas com doença do foro psiquiátrico em Centros Especiais de Emprego. Para melhor
alcançar este objectivo, a feira decorreu em simultâneo com o mercado medieval da Festa da Vindima
de Toro, que recebeu a visita de muitas centenas de
visitantes.
Depois de Alcanices em 2004, Toro acolheu pela
segunda vez consecutiva a realização da feira transfronteiriça, onde ficou demonstrada a qualidade e a
competitividade comercial dos produtos elaborados
por doentes mentais, os quais se encontram, sem dúvida, ao mesmo nível dos produtos oriundos de outras
empresas.
Para além do CHNE, marcaram presença neste
evento o Hospital Magalhães Lemos, do Porto, e de
Espanha as oficinas laborais de Peñafiel e Coreses, a
Artmo Bene, a Cerâmica Manos, a Prodisza e o Centro
de Reabilitação Laboral da Fundação Intras.
GCI
13
CHNE em Revista
Computadores fazem parte
da terapêutica psiquiátrica
O computador, aliado a um programa informático
pioneiro no país, está a ser utilizado com sucesso pelos utentes da UDEP – Unidade de Doentes de Evolução
Prolongada, internados no Departamento de Psiquiatria da Quinta da Trajinha, na Unidade Hospitalar de
Bragança.
O quotidiano dos utentes da Quinta da Trajinha - onde está implementada a Unidade de Doentes de Evolução Prolongada, integrada
no Departamento de Psiquiatria da Unidade Hospitalar de Bragança,
- é preenchido com uma novidade: o uso do computador.
O objectivo é estimular e reabilitar as funções cognitivas - atenção,
percepção, orientação,
memória, linguagem e
cálculo - dos doentes com
patologia
psiquiátrica,
através das novas tecnologias, nomeadamente o
programa Gradior, uma
aplicação informática específica para esse efeito.
Este programa inovador
permite uma interacção
do utente com o computador através do toque no écran, cumprindo
instruções dadas verbalmente pelo programa.
Assim, o doente identifica visual e auditivamente um objectivo,
concentra-se no que lhe é pedido, e, de forma táctil, indica no monitor
objectos, cores, formas, tamanhos… Com a prática, alcança-se então
a pretendida reabilitação do doente ao nível cognitivo.
Pioneira no país, esta iniciativa surgiu no âmbito da parceria
entre o CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste, a Fundação Intras e
o Complexo Hospitalar de Zamora, desenvolvida para a concretização de diversos projectos transfronteiriços englobados no Programa
Interreg III – A. Foi, pois, através deste intercâmbio, que se tornou
possível implementar a prática inovadora de reabilitação cognitiva
com recurso às novas tecnologias na Unidade Hospitalar de Bragança.
Neste momento, já estão a realizar-se alguns exercícios com
o Gradior. Contudo, para eliminar eventuais obstáculos linguísticos,
uma vez que as indicações originalmente são transmitidas em espanhol, o programa está a ser traduzido para português, tarefa que
deverá estar concluída muito em breve. Mesmo assim, as reacções
já estão a ser bastante positivas: esta novidade despertou as atenções dos utentes, que se
mostram interessados em
“treinar” mais e fazer novas descobertas. E a psicóloga Sara Costa, responsável pelo acompanhamento
dos doentes internados na
Quinta da Trajinha, reconhece também as múltiplas
vantagens desta aplicação
informática no processo de
recuperação e posterior integração destas pessoas na
comunidade.
GCI
14
Fantasia envolve crianças
internadas
O Serviço de Pediatria da
Unidade Hospitalar de Bragança
acolheu, durante os meses de
Dezembro e Janeiro, sessões de
leitura e de teatro de marionetas,
numa iniciativa desenvolvida em
colaboração com a Escola Superior de Educação (ESE) do Instituto Politécnico de Bragança.
Estas actividades, integradas
no Espaço Lúdico para a Infância
da ESE, e que se estenderam, de
igual modo, a outras entidades do
distrito, fizeram as delícias das
crianças, que, transportadas para
um mundo de fantasia, esqueceram por instantes o local onde se
encontravam e o motivo que ali
os levou.
Munida de um livro recheado
de imagens coloridas, a contadora de histórias, Celmira Macedo,
aliou as gravuras à sua própria expressão corporal, nomeadamente
a voz e os gestos, encarnando e
dando vida às várias personagens
do conto infantil. As crianças internadas no Serviço de Pediatria
acompanhavam-na, ora de olhos
arregalados de espanto, ora fechados de temor pelo destino dos
heróis. A atenção misturou-se
com a descontracção, a expectativa com risos sonoros (ver artigo
pág. ??).
De igual modo aconteceu com
o teatro de marionetas, onde pequenas figuras manuseadas nos
bastidores por alunos da ESE provocaram múltiplas emoções nos
mais pequenos.
GCI
CHNE em Revista
Primeiro jantar de Natal do CHNE
reuniu mais de três centenas de colaboradores
Mais de 300 pessoas reuniram-se, no dia 15 de Dezembro, para marcar presença no
primeiro jantar de Natal do CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste. No entanto, a quadra
foi também assinalada com a realização da habitual missa de Boas Festas em cada uma
das três Unidades Hospitalares.
Criado por Decreto-Lei em 29 de Dezembro de
2005, o CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste assinalou esta data juntamente com a celebração da
quadra natalícia. Assim, o tradicional jantar de Natal
desta entidade realizou-se, no dia 15 de Dezembro,
com um misto de
incredulidade e
satisfação.
A entrega foi
acompanhada por
algumas palavras
quer da Irmã Judite, da Unidade
de Macedo de
Cavaleiros, quer
do Presidente do
Conselho de Administração do CHNE, que transmitiram
a todos os presentes os votos de Boas Festas e deixaram ainda algumas palavras, apelando a uma atitude
quotidiana mais humanista.
Eucaristia tradicional
Como é habitual na quadra natalícia, as Unidades
de Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiros foram,
cada uma delas, palco de uma eucaristia especial, na
qual participaram, em conjunto, utentes e colaboradores do CHNE.
na Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros, tendo
os anfitriões recebido mais de 300 colaboradores do
CHNE, que confraternizaram longa e animadamente
durante a noite, num ambiente de alegre convívio.
Esta iniciativa revestiu-se, pois, de enorme importância, uma vez que, pela primeira vez, as três
Unidades Hospitalares que integram o CHNE celebraram o Natal em conjunto, num espírito de união em
consonância com a quadra.
Esta iniciativa deverá, nos próximos anos, realizar-se de forma rotativa, cabendo de seguida às
Unidades de Bragança e Mirandela a organização dos
festejos.
Computador sorteado
Neste primeiro jantar
de Natal do CHNE, não faltou uma prenda a condizer com a data: um computador portátil, sorteado
entre os presentes.
O premiado foi Fernando Castilho, técnico de
Informática na Unidade
Hospitalar de Bragança,
que recebeu o presente
A cerimónia religiosa foi celebrada por S.ª Ex.ª
Reverendíssima, o Bispo da Diocese de Bragança/Miranda, D. António Montes Moreira.
A ocasião constituiu um momento de reflexão
conjunta, em que se apelou ao empenho individual na
construção de um mundo melhor, e se fizeram votos
de mais saúde, paz e amor para todos.
GCI
15
CHNE em Revista
Agradecimentos:
O Centro Hospitalar do Nordeste agradece a colaboração de todas as entidades,
individuais e colectivas, internas e externas
ao CHNE, que, de diversas formas, apoiaram a organização e a realização deste Jantar / Convívio de Natal, com destaque para
a Comissão de Humanização do Centro
Hospitalar e para as seguintes entidades:
• Distribui – Bragança, Comércio e Distribuição de Produtos Alimentares, Lda.
• ConserMar Produtos Alimentares, Lda.
• Gelfrio - Soc. Comercialização Gelados,
Lda.
• Central Abastecedora Mogadourense
• Eurogel - Comercialização de Produtos
Alimentares
• Adalberto Silva Vila Franca - Carnes Verdes
• Talho Granjo - Carnes Verdes e Salgadas
• Pastelaria Soldoce - J. M. V. Pastelarias,
Lda.
• Santa Casa da Misericórdia de Macedo de
Cavaleiros
• Padaria / Mercado Macedense - Saldanha
& Irmãos, Lda.
• Padaria Barbas
• Francisco Silva e Cª, Lda. - Armazenistas
de Mercearias
• Carlos Alberto Cabral Pires - Vendedor
/ Armazenista de Frutos e Produtos hortícolas
A todos os que contribuíram para o sucesso desta iniciativa, o nosso muito obrigado!
16
CHNE em Revista
Colaboradores do CHNE festejaram Carnaval
Mais de uma centena de colaboradores do Centro Hospitalar do Nordeste reuniram-se,
no dia 16 de Fevereiro, para festejarem o Carnaval em conjunto. Além de muita alegria,
não faltaram as máscaras…
À semelhança do que já tinha acontecido no
Natal, os colaboradores das três Unidades Hospitalares que integram o CHNE organizaram uma festa
para assinalar o Carnaval em conjunto. O convívio,
que reuniu mais de cem pessoas, começou às sete e
meia da tarde, com um jantar, e prolongou-se pela
noite dentro.
Não faltou a animação típica desta quadra: os
participantes compareceram devidamente mascarados e traziam consigo muita vontade de pregarem
partidas uns aos outros.
Um dos momentos altos do jantar foi o sorteio
de dois presentes, uma impressora para o elemento
masculino premiado e uma carteira para a senhora
mais sortuda da noite.
A festa continuou depois com animadas danças
entre os presentes, deixando a vontade de repetir
no futuro outras iniciativas deste género.
Máscaras na Fisioterapia
Na Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros, os utentes do Serviço de Fisioterapia
tiveram uma surpresa de Carnaval: no dia 16 de
Fevereiro, os colaboradores deste Serviço vestiram-se “a rigor” para assinalar a quadra e foi
assim que se apresentaram para cumprirem as
suas tarefas. Esta iniciativa, que é já um hábito naquela Unidade, ficou marcada pela boa
disposição que espalhou entre os utentes e os
colaboradores.
17
CHNE divulga
Pedopsiquiatria “esquecida”
A Pedopsiquiatria não é pertença de nenhuma outra especialidade
e necessita de espaço próprio enquanto especialidade autónoma. Tal
como as outras especialidades, beneficia em ser integrada nos Centros
Hospitalares, com a sua individualidade e especificidade próprias, numa
situação de colaboração com as diferentes especialidades, tanto a nível
de consulta e internamento, como de Urgência.
A Pedopsiquiatria ou a Psiquiatria da Infância e
Adolescência é uma especialidade médica relativamente recente, não só em Portugal mas também na Europa.
Há países da União Europeia, como a Espanha, onde
ainda não existe.
Nasceu da Psiquiatria Geral, de onde emergiram
os primeiros pedopsiquiatras. Estes eram psiquiatras
que se dedicavam à área da saúde mental na infância
e adolescência.
Foi reconhecida pela Ordem dos Médicos como especialidade autónoma em 1959. Apesar de só em 1983
se ter iniciado o Internato Complementar de Pedopsiquiatria. Actualmente, a formação compreende 5 anos,
um dos quais em Psiquiatria Geral e 6 meses em Pediatria. A criação do Internato Complementar permitiu uma
melhor definição de identidade e dos limites. Diferenciada como especialidade médica autónoma, segundo
a Lei de Saúde Mental de 1964, funcionava nos Centros
de Saúde Mental Infantil e Juvenil (CSMIJ), que tinham
autonomia técnica, administrativa e financeira. Estes
Centros, que como base tinham a sectorização dos cuidados de saúde,
permitiram descentralizar a actividade assistencial e ficaram
mais próximo
da comunidade.
A cada equipa
multidisciplinar
era atribuída
uma área geográfica, o que
permitia uma colaboração com os respectivos Centros
de Saúde e Instituições e efectuavam uma intervenção
mais directa na comunidade. Em 1992 o Decreto-Lei n.º
127/92 de 3 de Julho extinguiu os Centros de Saúde
Mental Infantil e Juvenil determinando a sua integração
nos Hospitais Pediátricos, onde foram criados os Departamentos de Pedopsiquiatria e Saúde Mental Infantil e
Juvenil, pressupondo autonomia técnica e administrativa. Mas, estes poderiam “funcionar como Centros de
Responsabilidade nos termos do regulamento a aprovar em diploma próprio” (artigo 4.º, Decreto-Lei n.º
127/92). Em 1/8/1992, segundo Portaria n.º 751/92,
foram criados os Centros de Responsabilidade que integravam os Departamentos de Pedopsiquiatria e Saúde
Mental Infantil e Juvenil, pretendendo-se “uma maior
eficiência técnica e social no funcionamento dos Departamentos”. A lei de integração pretendia uma articulação mais eficaz das estruturas de saúde mental com
outros prestadores de cuidados de saúde. Na realidade,
houve uma maior aproximação em especial à Pediatria
18
mas, isso implicou o abandono da política de sector com
maior centralização da especialidade e um afastamento
dos Centros de Saúde e da comunidade em geral.
A Conferência de Helsínquia realizada em Janeiro de 2005, onde estiveram presentes os Ministros da
Saúde de 52 países europeus, foi promovida pela OMS
em parceria com a Comissão Europeia e com o Conselho da Europa e cada Estado assumiu o compromisso
político de colocar a saúde mental como alta prioridade
no respectivo país. Portugal esteve presente e uma das
prioridades identificadas foi “promover a saúde mental
dos bebés, crianças e adolescentes”. Para tal os Estados
Membros da região Europa, entre 2005 e 2010, ficaram
comprometidos com:
a) Prioridade:
-Providenciar financiamentos para promover a saúde mental dos bebés, crianças e adolescentes.
b) Acções:
- Priorizar as iniciativas da comunidade, a formação
de profissionais e o envolvimento dos utentes;
- Incluir explicitamente a saúde mental da criança
e adolescente no Plano Nacional de Saúde de cada país
e integrá-la na política de Saúde Pública.
c) Compromissos:
- Fazer da saúde mental das crianças e adolescentes
uma prioridade de saúde pública, incluí-la nos planos e
políticas de saúde e criar infra-estruturas e legislação
que permitam a sua promoção;
- Desenvolver serviços especializados para crianças
e adolescentes.
A Pedopsiquiatria parece ser entendida como uma
sub-especialidade ou da Pediatria ou da Psiquiatria, para
algumas entidades responsáveis. Não parece haver um
consenso nem coerência nesta questão que levanta tantas dúvidas. Mas, esta falta de consistência demonstra
que a Pedopsiquiatria não é pertença de nenhuma outra
especialidade e que necessita de espaço próprio enquanto
especialidade autónoma. Tal como as outras especialidades beneficia ser integrada nos Centros Hospitalares, com
a sua individualidade e especificidade próprias, numa
situação de colaboração com as diferentes especialidades
tanto a nível de consulta e internamento como do Serviço de Urgência. Na Província de Trás-os-Montes e Alto
Douro, o primeiro Hospital a incluir no seu quadro a especialidade médica de Pedopsiquiatria foi Bragança. Fê-lo
através de Concurso de Provimento para um Assistente
da Carreira Médica Hospitalar em Maio de 1995, lugar que
foi ocupado a partir de Agosto de 1995. A Pedopsiquiatria
desde então, funciona integrada no Departamento de
Psiquiatria e Saúde Mental, faz atendimento de consulta, de situações agudas e de urgência. Não tem espaço
próprio e a equipa é partilhada com a Psiquiatria e com
a Unidade Hospitalar de Bragança.
CHNE divulga
Em Portugal a Saúde Mental tem estado em segundo plano e a Saúde Mental Infanto-Juvenil parece estar
esquecida. Mas ao fim de 11 anos de actividade hospitalar
ininterrupta e apesar de a Pedospiquiatra ter atingido o
Grau de Chefe de Serviço da Carreira Médica Hospitalar,
através de concursos públicos, a Pedopsiquiatria parece ter-se “esfumado” no Centro Hospitalar do Nordeste
Transmontano, tendo sido esquecida como especialidade
na publicação da Revista Comunicar n.º 0 do CHNE datada de Outubro/Dezembro de 2006.
Elisa Ferreira Vieira
Chefe de Serviço de Pedopsiquiatria
Nota de Redacção: Na última página da edição passada, verificou-se um lapso na enumeração das especialidades clínicas do CHNE, ao não referir a Pedopsiquiatria, facto que
lamentamos e pelo qual pedimos desculpas.
Administração Regional de Saúde
Administração Regional de Saúde
do Norte
do Norte
Administração
Regional
Comissão
de Farmácia
e de Saúde
do Norte
Terapêutica Comissão
da Região
Norte
de Farmácia e
Terapêutica da Região Norte
Comissão de Farmácia e
Terapêutica da Região Norte
Infecções Respiratórias
Infecções Respiratórias
da Comunidade:
Infecções Respiratórias
dada
Comunidade:
Comunidade:
Sugestões Terapêuticas
Sugestões Terapêuticas
Sugestões
Terapêuticas
Programa
• 09h30 – Antibióticos e Ambiente: o feitiço
Programa
contra o feiticeiro? – Prof. Doutor Carlos Afonso
• 09h30
– Antibióticos
e Ambiente:
o feitiço
• 09h50
– Utilização
de Antibióticos:
a utilização
contra –o Dr.
feiticeiro?
em Portugal
Pedro Norton– Prof. Doutor Carlos Afonso
• 09h50 – Utilização de Antibióticos: a utilização
• 10h10 – Padrão da Prescrição de Antibióticos
em Portugal – Dr. Pedro Norton
na Região Norte – Dr. Filipe Azevedo
• 10h10 – Padrão da Prescrição de Antibióticos
• 10h30 – Coffee-breack
na Região Norte – Dr. Filipe Azevedo
• 11h00 – Perfil de Resistências dos 4 Principais
• 10h30
– Coffee-breack
Agentes
Etiológicos
da Infecção Respiratória
em •Portugal
–
Dr. Pedro Campos
11h00 – Perfil de Resistências dos 4 Principais
Agentes Etiológicos da Infecção Respiratória
• 11h20 – Infecções Respiratórias na
em Portugal – Dr. Pedro Campos
Comunidade: aspectos clínicos e terapêuticos
Dr. Tiago Teixeira e Prof. Doutor António Sarmento
• 11h20 – Infecções Respiratórias na
Comunidade:
aspectos clínicos e terapêuticos
• 12h00-13h00
– Discussão
Dr. Tiago Teixeira e Prof. Doutor António Sarmento
• 12h00-13h00 – Discussão
Viana do Castelo – 9 de Maio
Anfiteatro da Escola Superior de
Enfermagem
Viana do Castelo – 9 de Maio
Anfiteatro da Escola Superior de
Braga –Enfermagem
5 de Junho
Auditório do Hospital de São Marcos
Braga – 5 de Junho
Porto – Auditório
13 de Junho
do Hospital de São Marcos
Aula Magna da Faculdade
de Medicina
Porto – 13 de Junho
Magna da Faculdade
Vila RealAula
e Bragança
de Medicina
20 de Junho
Auditório da Escola Superior
Vila
Real e Bragança
de Enfermagem
de Vila Real
20 de Junho
Outras Informações
Outras Informações
Contacto –Contacto
ARS Norte– ARS Norte
Auditório da Escola Superior
0022 551 24 00
de Enfermagem de Vila Real
Tel. 22 551 24
Tel.
E-mail
[email protected]
Outras
Informações
E-mail: [email protected]
Contacto – ARS Norte
Tel. 22 551 24 00
E-mail [email protected]
19
CHNE divulga
Balão Intra-Aórtico:
cuidados de enfermagem
O Balão Intra-Aórtico (BIA) é actualmente o dispositivo mecânico de
circulação assistida, mais usado, com carácter temporário em caso de
falência circulatória. Funciona através de um mecanismo de contrapulsação, de ajuda durante a fase diástolica do ciclo cardíaco, o que permite a
redução da pós-carga.
O Balão Intra-Aórtico consiste num balão insuflável de poliuretano com forma cilíndrica adaptado à
porção distal de um catéter vascular. Possui 2 lúmens,
um central para a introdução de um fio-guia que serve
para a medição das pressões e outro lúmen conectado
à consola para insuflar o gás (hélio) (fig. 1). É inserido
pela artéria femural percutâneamente (fig. 2). A ponta
do catéter fica posicionada no início da aorta descendente com a extremidade abaixo da artéria subclávia
esquerda e acima da artéria renal (fig. 3).
Indicações para a inserção do BIA:
• Choque cardiogénico;
• Disfunção/ruptura do músculo papilar com regurgitação mitral;
• Angina recorrente pós-enfarte agudo do miocárdio (EAM)
• Complicações do EAM;
• Comunicação inter-ventricular;
• Insuficiência cardíaca;
• Angina instável refractária à terapêutica;
• Antes e após a cirurgia cardíaca;
• Disritmias ventriculares refractárias;
• Miocardiopatia;
• Complicações pós angioplastia coronária transluminal percutânea;
• Doentes que aguardam transplante cardíaco.
São contra-indicações para o BIA: o aneurisma da aorta, a dissecção da aorta, a insuficiência
da válvula aórtica e uma grave doença vascular periférica.
Fig. 1- Consola de BIA
O BIA insufla durante a diástole levando ao aumento do fluxo coronário, da perfusão renal e mesentérica. A desinsuflação ocorre imediatamente antes
da sístole e desta forma, diminui a pós-carga, facilita
o esvaziamento ventricular e reduz o consumo de O2
pelo miocárdio.
Principais benefícios da inserção do BIA:
• Pressão de perfusão coronária;
• Aporte de O2 ao miocárdio;
20
•
•
•
•
•
Trabalho do ventrículo;
Consumo de O2 pelo miocárdio;
Débito cardíaco;
Tensão arterial;
Pós-carga.
Fig. 2- Inserção do BIA pela artéria femural
Possíveis complicações pela presença do
BIA:
• Dissecção da Aorta;
• Formação de trombos;
• Isquémia do membro onde está inserido o BIA,
secundária a oclusão da artéria femural, devido ao
próprio catéter ou embólos;
• Obstrução do fluxo sanguíneo da artéria subclávia esquerda;
• Obstrução das artérias renal e mesentérica;
• Hemorragia;
• Infecção;
• Trombocitopenia decorrente da destruição mecânica das plaquetas pelo bombear do balão;
• Desenvolvimento de pseudo-aneurismas.
Conclusão
O efeito fisiológico do BIA é um maior equilíbrio
entre o aporte e as necessidades de oxigénio do miocárdio.
É de primordial importância fazer um correcto
diagnóstico de Enfermagem pois só desta forma se
assegura que o doente usufrua dos benefícios do BIA,
tais como o aumento da tensão arterial, o aumento
do débito cardíaco, pulsos periféricos palpáveis, diminuição da dor torácica e melhoria das alterações
electrocardiográficas reveladoras de isquémia.
CHNE divulga
Cuidados de Enfermagem específicos no doente com Balão-Intra Aórtico
Diagnósticos de Enfermagem
Intervenções de Enfermagem
Ansiedade
• Escutar o doente de forma activa;
• Informar o doente.
Risco de Infecção
• Executar penso asséptico diariamente no ao local
de inserção do BIA ;
• Vigiar local de inserção do BIA;
• Monitorizar temperatura corporal.
Risco de Hemorragia
• Vigiar perdas hemáticas;
• Monitorizar FC, TA, SpO2, FR.
Risco de Perfusão
dos Tecidos alterada
• Monitorizar/Vigiar a presença e a quantidade dos pulsos
periféricos distais ao local de inserção do cateter e radial;
• Informar o doente para não executar flexão do membro no
qual está inserido o BIA;
• Repouso absoluto no leito;
• Manter a cabeceira da cama a 30o;
• Monitorizar o débito urinário;
• Auscultar os ruídos intestinais;
• Avaliar estado de consciência.
Risco de Integridade
Cutânea alterada
• Posicionar o doente de 2 em 2 horas ou em S.O.S;
• Vigiar integridade cutânea;
• Disponibilizar dispositivos preventivos de úlceras de pressão.
Bibliografia:
• ALVES, Alfredo Eduardo et al - “O balão intra-aórtico: da teoria aos cuidados de Enfermagem”. Nursing. Lisboa.
N.º126, (Outubro 1998), p. 38-44;
• SWEARINGEN, Pamela et al - “Manual de Enfermagem de Cuidados Intensivos, Intervenções de Enfermagem
Independentes e Interdependentes”.
4ª Ed., Lisboa: Lusociência, 2001, p.
410;
• SWELTZER, Suzannne et al - “Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica”. 8ª Ed., Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1999, p.
583;
Fig. 3- Localização do BIA
A sua utilização tem-se revelado uma mais valia e
constitui uma esperança para os doentes com falência
circulatória aguda.
• NETTINA, Sandra - “Prática de Enfermagem”. 6ª Ed., Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 1998, p. 241-243.
Marisa Isabel Pinheiro Gonçalo
Enfermeira
Hospital S. João, EPE, Cirurgia Torácica
21
CHNE divulga
Pneumonias e o papel da Radiologia
O papel da radiologia é dizer se os sinais radiológicos são compatíveis com um processo pneumónico, afirmar a sede e a extensão da
pneumopatia, decidir a evolução por radiografias sucessivas em função da clínica e chamar a atenção para eventuais complicações.
Pneumonia é a afecção inflamatória ou infecciosa
do parênquima - alvéolos, bronquíolos terminais respiratórios e, interstício.
O diagnóstico da infecção pulmonar resulta de
uma correlação entre a imagiologia e a clínica. Contudo, sempre que possível, cabe à bacteriologia o diagnóstico definitivo e a determinação etiológica. Várias
espécies de bactérias, mycoplasma, chamydia, riquétsias, vírus, fungos e parasitas podem causar pneumonia. Assim, a pneumonia não é uma doença isolada,
porém, um grupo de infecções específicas, cada uma
delas com epidemiologia, patogenia, apresentação clínica e evolução clínica distintas.
O contexto clínico em que surge a infecção pulmonar é importante para o radiologista e o clínico
estabelecerem um diagnóstico etiopatogénico.
Assim, devem ser considerados quatro grupos
clínicos:
• Pneumonia adquirida na comunidade
• Pneumonia nosocomial (estabelece-se 72 horas
ou mais, depois do internamento hospitalar)
• Pneumonia de aspiração
• Pneumonia no doente imunodeprimido
Sintomas
Os sintomas correntes são uma tosse produtiva
com expectoração, dores no tórax, calafrios, febre e
falta de ar. No entanto, estes sintomas dependem da
extensão da doença e do microrganismo que a causa.
A pneumonia produz, geralmente, uma modificação
característica de transmissão dos sons que podem ouvir-se através do fonendoscópio.
que afecta o sistema imunitário, como a síndrome de
imunodeficiência adquirida (SIDA).
Na pneumonia que se verifica após o internamento hospitalar, são seis os factores que a tornam uma
doença grave:
- Patologia pulmonar crónica
- Alteração da consciência
- Intubação com ventilação assistida
- Inalação
- Intervenção cirúrgica toraco-abdominal
- Idade superior a 70 anos.
Expressão radiológica
O papel da radiologia é dizer se os sinais radiológicos são compatíveis com um processo pneumónico,
afirmar a sede e a extensão da pneumopatia, decidir
a evolução por radiografias sucessivas em função da
clínica e chamar a atenção para eventuais complicações.
Radiografia simples - As radiografias simples
do tórax em planos perpendiculares, ou apenas em
incidência frontal quando o estado do doente assim
o determinar, são um componente fundamental de
investigação diagnóstica das doenças que envolvem o
parênquima pulmonar e a pleura. Interessa o conhecimento do agente causador mais do que a destrinça
entre pneumonia, broncopneumonia e pneumonia intersticial. Sabe-se que as bactérias são sensíveis aos
antibióticos, o que não acontece com os vírus, e que
as pneumonias podem ser ao mesmo tempo virais e
bacterianas.
Etiologia/Factores predisponentes
A abordagem anatomoclínica, microbiológica e
terapêutica das pneumonias é difícil e quase sempre empírica. Ao mesmo tempo que entrarmos em
sugestões etiológicas decorrentes do quadro clínico
e dos dados radiológicos, é conveniente estabelecer
uma diferença entre pneumonias extra-hospitalares
e hospitalares.
As pneumonias extra-hospitalares são causadas,
em grande percentagem, pelo pneumococo, embora
muitos casos não sejam bacteriologicamente identificados.
Algumas pessoas são mais propensas a esta doença que outras. O alcoolismo, o tabagismo, a diabetes, a insuficiência cardíaca e a doença pulmonar
obstrutiva crónica são causas que predispõem à pneumonia. As crianças e as pessoas de idade avançada
correm maior risco de a contraírem, assim como os
indivíduos com um sistema imune deficiente, devido a certos fármacos. Também estão no grupo de
risco as pessoas debilitadas, acamados, paralisados
ou inconscientes, ou as que sofrem de uma doença
22
Pneumonia do lobo superior direito delimitada pela equena
cisura e com ténue broncograma aéreo
Tomografia Computorizada (TC) - Esta técnica também não proporciona o diagnóstico etiológico.
CHNE divulga
Simplesmente possibilita a diferenciação entre densidades que estariam sobrepostas nas radiografias
simples, assim como caracteriza as densidades dos
tecidos, demonstrando diferenças subtis na densidade de estruturas adjacentes e proporciona uma
medida exacta das dimensões das lesões.
De referir que um paciente imunodeprimido com
febre ou sintomas respiratórios inexplicados representa um problema clínico comum e difícil. A TC de
alta resolução permite com sucesso a detecção e caracterização de infecções oportunistas em pacientes
com leucemia, sida e outros, podendo aumentar a
sobrevida.
• C – Radiologicamente, uma pneumonia intersticial pode ser o reforço das arborizações broncovasculares (interstício) ou o aspecto em vidro despolido
(interstício e alvéolos), ou os dois em concomitância.
Estas imagens podem ser focais ou difusas, uni ou
bilaterais. Os agentes destas pneumonias são o mycoplasma e os vírus.
Na fase de resolução, uma pneumonia ou broncopneumonia podem simular pneumonia intersticial.
As complicações da pneumonia são poucas nos
pacientes previamente saudáveis, uma vez que a doença responde bem aos antibióticos em geral, administrados ao primeiro sinal de infecção respiratória.
Contudo, a detecção precoce da doença pulmonar é
preferível sob todos os aspectos.
Conclusão
Tomografia computorizada com brocograma aéreo no lobo
superior esquerdo
A Ecografia poderá desempenhar um papel nos
derrames e nas lesões parenquimatosas com contacto
parietal, como, por exemplo, nos abcessos pulmonares
volumosos de situação subpleural.
Consideram-se três grupos de pneumonias quanto ao padrão radiológico:
• A – Pneumonia do espaço aéreo ou pneumonia
alveolar
• B – Broncopneumonia ou pneumonia de focos
múltiplos
• C – Pneumonia intersticial
• A – O aspecto radiológico é uma opacidade
única, de limites esfumados, quase sempre de localização subpleural cuja propagação é nitidamente travada
pelas cisuras, deixando transparecer muitas vezes um
broncograma aéreo. O aspecto pseudotumoral determinado por um exsudado esférico é transitório. O
pneumococo é em 90 % dos casos, o agente da pneumonia lobar.
• B – A expressão radiológica das broncopneumonias traduz-se por opacidades nodulares, plurifocais, de limites esfumados e de distribuição heterogénea que com o tempo tendem a uma certa confluência.
Na maioria dos casos não há broncograma aéreo. Os
agentes mais frequentes são staphylococcus aureus
e as bactérias Gram negativas.
O estudo radiológico do tórax terá sido o que
mais entusiasmou os clínicos do tempo da Descoberta
de Roentgen. Era uma época de grandes preocupações com as doenças pulmonares, em particular a
Tuberculose e havia a consciência das limitações da
auscultação.
A grande maioria dos doentes com queixas respiratórias é portador de uma infecção e o conhecimento
da sua história torna-se essencial para a análise do
exame imagiológico. Daí que, terminamos salientando a importância de certos factores relacionados com
a vida e o dia-a-dia do doente, tais como: hábitos
pessoais, local onde vive, história ocupacional, história familiar e outros.
De tudo o que acabamos de referir, se infere
que os dados clínicos são da maior importância para
a interpretação das imagens radiográficas do tórax.
Apenas alguns aspectos foram por nós focados. Contudo, tais aspectos são exemplificativos da necessidade de se articular a clínica com os resultados dos mais
sofisticados exames, nomeadamente imagiológicos,
para se chegar a um diagnóstico das infecções do
aparelho respiratório.
Bibliografia
- Juhl, John H.; Andrewb. Crummy –
Interpretação Radiológica, ed 5. Guanabara Koogan, 1992.
- Haaga, John R.; Charles F. Lanzieri; David J. Sartoris; Elias A. Zerhouni
– Tomografia Computorizada e Ressonância Magnética do Corpo Humano,
ed 3 volume 1. Guanabara Koogan,
1996.
- 20 Temas de Imagiologia do Tórax,
Monografias do Serviço de Imagiologia dos Hospitais da Universidade de
Coimbra, 1996; Editor J.O.C. Telo de
Morais.
- Pisco, João Martins; Luís Aires de
Sousa – Noções Fundamentais de
Imagiologia, Lidel 1998.
- Merck Sharp & Dohme –Manual Merck, saúde para toda a família, Oceano
(2000).
Paula Pereira
Técnica de Radiologia
Unidade Hospitalar de Mirandela
23
CHNE divulga
Resiliência e formação
dos profissionais de ajuda
O estudo da variação do nível de resiliência do
futuro enfermeiro no impacto da sua formação profissional, enquadrada no desenvolvimento da pessoa
enquanto profissional de ajuda, é o objectivo da dissertação que apresentamos.
A partir desta investigação, entendemos que a
noção de resiliência, tal como nos parece ser mais
útil para ajudar a uma melhor preparação dos profissionais de ajuda, coincide com a ideia de uma construção que nos permite e nos facilita a compreensão
da pessoa humana para além do seu sofrimento, de
modo a que esta seja capaz – não obstante e mesmo
devido a esse sofrimento – de desenvolver as suas
potencialidades e recursos próprios que evitem que
não fique imersa em situações de risco.
Efectivamente, como referem Yunes e Szymanki
(2001), “a resiliência não está no facto de se evitar experiências de risco e apresentar características
saudáveis ou ter boas experiências”, isto porque o
risco implica provavelmente consequências negativas, enquanto que a resiliência procura os resultados
positivos.
Quando encontramos seres humanos que conseguem sobrepor circunstâncias insanas do seu meio
envolvente, perguntamos: O que acontece, no seu
meio, para conseguir transpor e superar a adversidade? A resposta parece encontrar-se nas suas
competências intrinsecamente desenvolvidas que os
protegem.
Como é visível no quadro I, este permite identificar os vários tipos de orientação conceptual: “integrado” (nível superior de complexidade e de flexibilidade), “complexo” (nível superior de complexidade e
intermédio de flexibilidade), “flexível” (nível superior
de flexibilidade e intermédio de complexidade, “adaptativa” (níveis intermédios de complexidade e de flexibilidade), “impulsiva” (nível superior de flexibilidade
e inferior de complexidade), “elementar” (nível superior complexidade de e intermédio de flexibilidade),
“rígido” (nível intermédio de complexidade e inferior
de flexibilidade) e finalmente “primária” (níveis inferiores de complexidade e de flexibilidade).
A resiliência está pois relacionada directamente
com o desenvolvimento psicológico humano, podendo
ser identificada enquanto processo estratégico para
lidar com a realidade de modo adaptativo, onde os
factores propiciadores de uma maior resiliência se
distinguem dos comportamentos resilientes e dos
resultados mais ou menos resilientes a que esses
comportamentos eventualmente conduzem.
Com o objectivo de reflectir acerca da influência
da prática clínica nas profissões de ajuda, no que diz
respeito ao nível de resiliência de cada indivíduo, efec24
–––––––––––– Flexibilidade ––––––––––––>
Subjectiva
Complexa
Integrado
Rigidez
Adaptativa
Flexível
Primária
Elementar
Impulsiva
–––– Complexidade ––––>
Será objectivo da educação para a resiliência desafiar o futuro
numa perspectiva positiva e de superação; considerando as adversidades como “pedras” que poderão ser transformadas em degraus.
Matriz de identificação das orientações conceptuais
tuamos um estudo de casos longitudinal e prospectivo
com seis estudos de caso, extraídos aleatoriamente
de uma população de referência de 50 alunos do curso
superior de enfermagem. Utilizou-se a análise qualitativa do nível de resiliência para análise dos dados
e a teoria dos níveis conceptuais de Harvey, David
Hunt e Schroder.
O estudo evidencia que o nível avaliado de resiliência é sujeito a uma evolução depois da prática
clínica, a qual se verifica de modo análogo tanto nos
sujeitos com maior nível de resiliência quanto nos
sujeitos com menor nível de resiliência avaliado. Verifica-se também que diferentes níveis de resiliência
correspondem a tipos de expectativas, preocupações
e orientações conceptuais, também diferenciadas.
Será, portanto, objectivo da educação para a
resiliência desafiar o futuro numa perspectiva positiva e de superação; considerando as adversidades
como “pedras” que poderão ser transformadas em
degraus para ascender a um patamar mais elevado,
conseguindo com isso ser capaz de estabelecer novas
formas de equilíbrio e alcançar metas anteriormente
inacessíveis.
Em suma, a resiliência funda-se numa interacção entre a pessoa, enquanto ser humano e o seu
eu, enquanto produto de desenvolvimento, situada
num contexto ambiental que ela influencia e que por
ela é também influenciada. Assim, se entendermos a
resiliência como uma capacidade universal, para que
esta se desenvolva, é necessário utilizar os próprios
recursos e trabalhá-los em estrita ligação com o seu
meio social e cultural.
Bibliografia: FELGUEIRAS, S. C.
(2006) – Resiliência e a formação
de profissionais de ajuda - Tese de
Mestrado, Universidade Católica
Portuguesa.
Sónia Felgueiras
Enfermeira
Unidade Hospitalar
de Macedo de Cavaleiros
CHNE divulga
Doença macular ligada à idade
Há estudos que provam que a dieta dita mediterrânica, rica em
certas vitaminas, assim como em ácidos gordos, entre eles o Ómega
-3, oferece protecção contra a AMD - Degenerescência Macular ligada
à Idade.
A Degenerescência Macular ligada à Idade constitui uma das entidades nosológicas responsáveis pela
perda da visão central.
As alterações instalam-se a partir da quarta década de vida e caracterizam-se, sob o ponto da sintomatologia, pela perda de visão central, referindo o
doente que deixa de ter imagens perfeitas - aparecendo uma mancha em vez da perfeição da imagem
que tinha anteriormente e havendo certas áreas em
que as linhas parecem quebradas.
No decurso e progressão da doença, o paciente acaba por deixar completamente de ver doença
macular ligada à idade nítido, não conseguindo, por
exemplo, ver televisão de forma límpida ou marcar o
número do telefone, assim como outras actividades
correntes da sua vida.
Estes transtornos são provocados pelo desenvolvimento de alterações de natureza vascular, progressivas e que provocam a perda total da visão central.
S e n d o
uma patologia
que tem alguma relação com
o aumento da
esperança de
vida e que terá
também algo a
ver com o tipo
de vida - em que se podem incluir os maus hábitos
alimentares -, foram desencadeados processos de
investigação que permitissem travar ou tratar esta
doença.
Citaremos a verterpofirina como a terapêutica
mais generalizada actualmente. No entanto, apesar
deste avanço significativo, estamos muito aquém de
ter resultados que nos tranquilizem, e outros medicamentos irão ser introduzidos na prática clínica, os
quais trazem uma esperança acrescida para o controle
desta situação.
Sabemos que a doença macular ligada à idade
tem relação directa com o tipo de vida e hábitos que
temos, e torna-se cada vez mais evidente que há
factores alimentares a ter em linha de conta para
prevenirmos esta patologia.
Podemos afirmar, sem qualquer dúvida, que o
peixe é bom e o tabaco é mau para a AMD - degenerescência macular ligada à idade.
O consumo regular de peixe parece diminuir o
risco de desenvolvimento da doença. Foram efectuados estudos em indivíduos que têm na sua dieta o consumo de taxas elevadas de gorduras polinsaturadas e
que apresentam menor incidência de manifestações
precoces da doença, ao contrário dos que ingerem
poucas gorduras daquele tipo.
A ingestão de peixe uma vez por semana traz,
assim, uma redução na probabilidade de sofrer AMD
na ordem dos 40 por cento, e as pessoas que ingerem
peixe três ou mais vezes por semana têm uma redução ainda maior. Estes valores têm, contudo, de ser
enquadrados com outros factos, como a idade, sexo,
consumo de tabaco e ingestão de vitamina C.
Há ainda informação de outros estudos, feitos
nos Estados Unidos, que apontam uma diminuição do
risco relacionada com a ingestão de ácido gordos, isto
é, alimentos, ricos em Ómega-3.
Foi ainda encontrada uma relação muito forte,
pela negativa, entre a AMD e os fumadores, da qual
importa deixar registo, atendendo ao consumo de
tabaco pelos mais jovens e o crescente aumento das
mulheres fumadoras, factores que se relacionam com
um aumento progressivo da doença.
Não podemos ainda deixar de chamar a atenção para a mudança de hábitos alimentares impostos
pelo modo de vida ou pela globalização, que não tem
apenas a ver com a economia, mas também com
o estilo de vida que nos vendem como questão de
modernidade.
Há
estudos
feitos em Itália que
provam que a dieta
dita mediterrânica,
rica em certas vitaminas, assim como
em ácidos gordos,
entre eles o já referido Ómega -3,
oferece protecção
contra a AMD.
Os estudos até
agora efectuados confirmam também que os que cidadãos mais idosos, alvo principal da AMD, apresentam as mais baixas taxas da doença nas regiões onde
se pratica este tipo de alimentação.
Esta espécie de dieta é muito rica em vitaminas,
luteína e ácidos gordos Ómega-3.
Pelo contrário, entre as populações tradicionais
onde se encontra uma adesão fácil à alimentação de
confecção rápida, denominada “fast food”, verifica-se
um incremento quer das doenças vasculares quer da
doença macular ligada à idade.
Sampaio da Veiga
Médico Oftalmologista
Unidade Hospitalar de Bragança
25
Cultura e Lazer
Meio hospitalar mais humanizado
A quadra natalícia acentuou a aposta do Centro Hospitalar do Nordeste em humanizar
as suas instalações, com o apoio da comunidade envolvente, contribuindo assim para melhorar, simultaneamente, o acolhimento aos utentes e a imagem do espaço hospitalar.
As paredes brancas, frias e impessoais deixam
cada vez mais de estar associadas à ideia de um hospital. Preenchidas com singulares obras de arte, transformam as Unidades de Saúde não só num veículo de
expressão e difusão artística, mas também em espaços
mais humanizados, agradáveis e receptivos para os
utentes, um facto que sobressaiu ainda mais durante
a quadra natalícia.
As exposições são uma aposta de longa data da
Unidade Hospitalar de Mirandela (UHM), nomeadamente no seu átrio principal.
Um exemplo é Milay de Nazaré, que veio de Campo de Besteiros, Viseu, expor a sua pintura em porcelana e em tela na Unidade de Mirandela.
Natural de Angola, onde viveu durante vinte anos,
a artista tem raízes em Freixeda, Mirandela. Começou
a pintar ainda na infância, quando percebeu que “tinha
jeito”. Agora dedica-se por inteiro à arte, fazendo dela
profissão. Tem o seu estúdio de trabalho em Campo de
Besteiros, onde também dá aulas de pintura.
Outro caso de humanização do meio hospitalar e
de envolvência com a comunidade foi a exposição de
Natal realizada pelas escolas do 1º Ciclo de Mirandela, que esteve patente ao público, durante o mês de
Dezembro e até à data de Reis, no átrio de entrada,
Consulta Externa e corredores diversos da Unidade
Hospitalar de Mirandela.
Os trabalhos dos mais novos contagiaram com o
seu espírito natalício e muita alegria tanto os utentes
como os profissionais de saúde, dando mais colorido
e animação a esta Unidade de Saúde.
Esteve também patente ao público na UHM uma
colecção de arte decorativa de Elisabete do Carmo, a
segunda mostra da artista nesta Unidade Hospitalar,
repetindo o sucesso da anterior.
26
As três Unidades foram ainda decoradas com
iluminação alusiva à quadra, presépios e árvores de
Natal.
De destacar, em Macedo de Cavaleiros, o presépio construído com a ajuda de vários alunos do
Colégio de Chacim.
Em Bragança, o presépio natalício foi feito artesanalmente pelo senhor José Gomes, carpinteiro, e
montado com a ajuda dos colaboradores do Serviço
de Instalações e Equipamentos desta Unidade.
O Centro Hospitalar do Nordeste agradece, assim,
a todos aqueles que contribuíram para a realização
destas importantes iniciativas.
Cultura e Lazer
À Av. da Siderurgia Nacional
4745-457 S. Mamede do Coronado - Portugal
www.bial.com
27
E-mail: [email protected]
Três
Unidades
ao Serviço
da Região
Unidade Hospitalar de Bragança
Avenida Abade de Baçal
5301-852 Bragança
Tel.: 273 310 800
Fax: 273 310 813
[email protected]
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Anestesiologia
Cardiologia
Cirurgia
Endocrinologia
Estomatologia
Gastroenterologia
Ginecologia/Obstetrícia
Hematologia
Medicina Física e de Reabilitação
Medicina Interna
Nefrologia
Neurologia
Nutricionismo
Oftalmologia
Ortopedia
Otorrinolaringologia
Pediatria
Pneumologia
Psiquiatria
Pedopsiquiatria
Psicologia Clínica
Urologia
Unidade AVC
Imagiologia
Patologia Clínica
Anatomia Patológica
Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros
Avenida Doutor Urze Pires
5340-263 Macedo de Cavaleiros
Tel.: 278 428 200
Fax: 278 428 240
[email protected]
Unidade Hospitalar de Mirandela
Avenida Nossa Senhora do Amparo
5370-210 Mirandela
Tel.: 278 260 500
Fax: 278 265 793
[email protected]

Documentos relacionados