Internacional
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1 Apresentação do estudo AUSTERIDADE E DIREITOS DO HOMEM— participação da U.E. nas políticas de austeridade impostas pela TROIKA—violação dos direitos fundamentais. A austeridade e a política de restrições da EU são prejudiciais no plano económico e social e contrariam disposições legais. Este ponto de vista é partilhado por Andreas Fischer–Lescano, professor do “Centre of European Law and Politics” (ZERP) da universidade de Bremen, num parecer jurídico endereçado à Confederação Europeia de Sindicatos (CES) e ao Instituto Sindical Europeu (ETUI). Ler mais, aqui. Internacional Número 01/ 1 de Abril de 2014 Os cidadãos europeus vivem hoje num clima de incerteza económica e social dominada pelo desemprego, pela precariedade e pelo agravamento das desigualdades sociais e da pobreza. A Europa tem potencial para combater a crise, assim haja vontade política. Por isso, no dia 4 de Abril a CES promove, em Bruxelas, uma manifestação europeia, a que a UGT se junta para exigir o fim das políticas de austeridade. Chegou a hora de exigir o fim da fraude e evasão fiscal. Queremos uma Europa inclusiva e serviços públicos de qualidade. Queremos crescimento sustentável. Reunião conjunta TUAC/CSI/GLOBAL realiazada em Washington, entre 4 e 6 de Março, com os responsáveis do FMI e Banco Mundial com a participação de representantes da UGT. Leia a intervenção do Secretário-Geral e outras considerações sobre a reunião. 2 Qatar:Mundial de Futebol de 2022 Um relatório publicado pela CSI põe a nu a falta de condições de vida e de trabalho a que estão obrigados os trabalhadores envolvidos na construção dos estádios de futebol e demais infraestruturas destinadas ao Mundial de 2022. Trata-se de um verdadeiro regime de escravatura moderna. A CSI deu conhecimento das evidências recolhidas à FIFA depois de visitar o local durante o passado mês de Fevereiro. As condições de vida destes trabalhadores estão longe de se poderem chamar de dignas. Num dos países mais ricos do mundo, os cerca de milhão e meio de trabalhadores imigrantes estão destituídos de direitos e liberdade. Os trabalhadores estrangeiros estão sujeitos a um verdadeiro regime de escravatura, os empregadores detêm o controle da contratação, condições de trabalho, autoridade sobre os documentos de identificação (não ter cartão de identificação é razão para ser preso) e a possibilidade de recusar ofertas de emprego alternativas ou de abandonar o país. Isto é conhecido como o sistema kalafa. Ler mais (em inglês) aqui e aqui. Coreia do Sul Campanha pela libertação de Kim Jungwoo Na Coreia do Sul, os líderes e ativistas sindicais são presos por se empenharem em causas sindicais que seriam legais em muitos outros países do mundo. O governo, apesar das recomendações da OIT, não respeita o direito de associação. Os processos e a prisão dos líderes sindicais seguem-se frequentemente às greves e na sequência destas uma vez que é permitido exigir compensações às organizações sindicais pelos prejuízos causados pelas greves. Neste contexto, a UGT escreveu um carta ao presidente da Coreia do Sul no sentido de que o líder sindical Kim Jungwoo, sentenciado a 10 meses de prisão, que se pode tornar mais pesada, por “interferência especial junto de uma autoridade governamental na execução dos seus deveres”. A Amnistia Internacional e a CSI lançaram uma campanha a que a UGT se associou para obter a libertação de Kim Jungwoo, cujo único “crime” foi o de exercer o direito de associação reconhecido pelas leis internacionais. 3 EDITORIAL N Com a publicação do REFIT ( Programa para a Adequação e a Eficácia da Regulamentação: Resultados e Próximos Passos ) em 2 de outubro de 2013, a Comissão deu mais um passo num pro- cesso que visa a desregulamentação da Europa, o desmantelamento da legislação que protege os direitos dos trabalhadores e o enfraquecimento do diálogo social. A decisão do Conselho, em Dezembro de 2011, de excluir as microempresas do âmbito de aplicação da nova legislação, a menos que se possa demonstrar que deveriam ser abrangidas, apenas veio desencadear a etapa seguinte, que foi o Top Ten, a infame consulta da Comissão onde as pequenas empresas foram convidadas a queixar-se sobre a legislação da UE. Aliás, a Comissão sugeriu às empresas que se queixassem de Diretivas que protegem os direitos dos trabalhadores, como as relacionadas com a segurança e saúde no trabalho, incluindo a Diretiva REACH (Regulamento sobre o registo, avaliação, autorização e restrição de substâncias químicas), as Diretivas sobre destacamento de trabalhadores, tempo de trabalho, trabalho temporário e ainda o Acordo-Quadro dos parceiros sociais sobre a licença parental. Para piorar ainda mais a situação, a Comissão está a utilizar os resultados da consulta para sustentar apelos a uma maior desregulamentação. As Diretivas, pré-selecionadas pela Comissão, são agora apresentadas como os mais pesados instrumentos de legislação europeia, de acordo com as PME. A consulta Top Ten criou uma profecia auto concretizável. Leia mais, aqui. a Europa, em nome da competitividade das empresas e do equilíbrio das contas públicas, os cidadãos viram-se relegados para segundo plano. Em consequência aumentou a divergência entre os países “em dificuldades” e os “países credores” mas aumentou também o número de pobres resultante de uma crescente precarização dos laços de trabalho e do desemprego. A austeridade, terapia resultante de um mau diagnóstico e de uma “medicação” errada, em muito tem contribuído para pôr em causa o sonho de uma Europa Social. Os sindicatos europeus manifestam-se em Bruxelas por uma Europa solidária: mais investimento, mais crescimento, mais emprego com qualidade. S olidariedade é também o que nos pedem os sindicalistas em diversos pontos do mundo, da Coreia ao Qatar . Não só não podemos ignorar os constantes atropelos às liberdades fundamentais dos trabalhadores, como temos o dever de agir. CT