Untitled - Asbraer

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Untitled - Asbraer
O GUACO
[Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker]
Aspectos agronômicos e fitoquímicos
Cirino Corrêa Júnior1
Marianne Christina Scheffer2
Pedro Melillo de Magalhães3
Carlos Graça4
Milton Satoshi Matsushita5
Cicero Dechamps6
Curitiba, PR
2011
1
2
3
4
5
6
Engenheiro Agrônomo, Doutor, Coordenador Estadual de Plantas Potenciais, Medicinais-Aromáticas, Extensionista do
Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR
Engenheira Agrônoma, Mestre em Agronomia, Dra. em Ciências Florestais, Pesquisadora e Consultora Autônoma em
Plantas Medicinais, Curitiba-PR
Engenheiro Agrônomo, Mestre em Processamento Pós-colheita de Sementes, Dr. em Fisiologia Vegetal, Pós-doutorado
na Área Multidisciplinar da Saúde, Pesquisador de Plantas Medicinais, Professor da Faculdade de Farmácia da Unicamp, Paulínia-SP
Médico com Aperfeiçoamento em Fitoterapia e Fitofármacos, Especialista em Administração Hospitalar, Homeopatia
e Medicina do Trabalho, Mestre em Ciências Farmacêuticas na Área de concentração em Insumos, Medicamentos e
Correlatos, Curitiba-PR
Engenheiro Agrônomo, Doutor, Mestre em Administração, Especialista em Informática na Agropecuária, Especialista
em Análise de Sistemas, Curitiba-PR
Engenheiro Agrônomo, Mestre em Engenharia Agronômica, Mestre em Fisiologia Vegetal, Doutor em Horticultura,
Professor Associado do Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo da UFPR, Curitiba-PR
Copyright© 2011, by Instituto Emater
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER
Vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento
Série Produtor nº 136, 2011
Elaboração Técnica:
Engenheiro Agrônomo, Doutor Cirino Corrêa Júnior, Coordenador Estadual de Plantas Potenciais,
Medicinais-Aromáticas, Extensionista do Instituto Emater, Unidade Estadual, Curitiba-PR
Engenheira Agrônoma Marianne Christina Scheffer, Mestre em Agronomia, Dra. em Ciências Florestais, Pesquisadora e Consultora Autônoma em Plantas Medicinais, Curitiba-PR
Engenheiro Agrônomo Pedro Melillo de Magalhães, Mestre em Processamento Pós-colheita de Sementes, Dr. em Fisiologia Vegetal, Pós-doutorado na Área Multidisciplinar da Saúde, Pesquisador de
Plantas Medicinais, Professor da Faculdade de Farmácia da Unicamp, Paulínia-SP
Médico Carlos Graça, com Aperfeiçoamento em Fitoterapia e Fitofármacos, Especialista em Administração Hospitalar, Homeopatia e Medicina do Trabalho, Mestre em Ciências Farmacêuticas na
Área de concentração em Insumos, Medicamentos e Correlatos, Curitiba-PR
Engenheiro Agrônomo, Doutor Milton Satoshi Matsushita, Mestre em Administração, Especialista em
Informática na Agropecuária, Especialista em Análise de Sistemas, Curitiba-PR
Engenheiro Agrônomo Cicero Dechamps, Mestre em Engenharia Agronômica, Mestre em Fisiologia
Vegetal, Doutor em Horticultura, Professor Associado do Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo
da UFPR, Curitiba-PR
Revisão Instituto Emater:
Licenciado em Letras-Português José Renato Rodrigues de Carvalho
Ilustração/Diagramação:
Marlene Suely Ribeiro Chaves e Roseli Rozalim Silva
Tiragem: 2.000 exemplares
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos junto ao:
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C824 CORRÊA JÚNIOR, Cirino
O Guaco (Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker) Aspectos agronômicos e fitoquímicos. / Cirino Corrêa Júnior,
Marianne C. Scheffer, Pedro M. de Magalhães, Carlos Graça,
Milton S. Matsushita, Cicero Dechamps. - - Curitiba: Instituto
Emater, 2011.
36 p. : il. color. (Série Produtor, n.136).
ISBN
1. Guaco. 2. Aspectos Agronômicos. 3. Aspectos
Fitoquímicos. I. Scheffer, Marianne C. II. Magalhães, Pedro
M. III. Graça, Carlos. IV. Matsushita, Milton S.
V. Dechamps, Cicero. VI. Título.
CDU 633.88
Maria Sueli da Silva Rodrigues - 9/1464
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .........................................................................................5
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................7
2 ASPECTOS BOTÂNICOS .........................................................................7
3 ASPECTOS AMBIENTAIS ...................................................................... 11
3.1 Clima ..................................................................................................... 11
3.2 Vegetação ............................................................................................... 11
3.3 Solo .......................................................................................................12
4 ASPECTOS FARMACOLÓGICOS E QUÍMICOS ................................12
5 ASPECTOS AGRONÔMICOS ................................................................14
5.1 Propagação ............................................................................................14
5.2 Preparo do solo, espaçamento e época de plantio ..................................15
5.3 Necessidades nutricionais e adubação ...................................................16
5.4 Tratos culturais ......................................................................................18
5.5 Pragas e doenças ....................................................................................19
5.6 Colheita .................................................................................................19
5.7 Pós-colheita ............................................................................................21
5.8 Rendimento ............................................................................................21
5.9 Armazenagem e conservação ................................................................22
5.10 Manejo em matas de área de ocorrência natural de guaco...................23
6 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS .......................................................24
7 REFERÊNCIAS .......................................................................................34
APRESENTAÇÃO
O Estado do Paraná destaca-se por possuir tradição no cultivo de plantas medicinais. O início foi há mais de 100 anos com o cultivo de camomila,
trazida pelos imigrantes europeus, como cultura alternativa de inverno na
Região Metropolitana de Curitiba. Em 1994, o Paraná já era fornecedor de
90% da demanda nacional das espécies medicinais cultivadas.
O aumento da demanda por plantas medicinais, a busca de culturas alternativas e rentáveis por parte dos agricultores e o estímulo a uma agricultura
ecologicamente sustentável por parte da então Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Paraná – EMATER-PR levou à estruturação de uma
área específica de Plantas Medicinais para dar suporte a essa demanda e fomentou as iniciativas dos agricultores, que logo diversificaram a produção e
passaram a cultivar, além da camomila, outras espécies exóticas e, mais recentemente, também nativas.
No Paraná, uma destas espécies nativas é o guaco - Mikania laevigata e
M. glomerata - que além de ser representativa em nosso estado, foi uma das
selecionadas pelo Ministério da Saúde para iniciar o Plano Nacional de Plantas medicinais. A outra é a espinheira-santa (Maytenus ilicifolia).
A presente publicação apresenta informações sobre a produção,
beneficiamento e comercialização dessa importante planta medicinal. A sua
elaboração contou com a colaboração de vários profissionais de diversas
instituições como a Universidade Federal do Paraná – UFPR e o Centro
Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas – CPQBA/
UNICAMP, além do Instituto Emater.
É destinada á agricultores e técnicos que têm interesse em se aprofundar
no assunto.
Curitiba, junho de 2011
Rubens Niederheitmann
Diretor Presidente do Instituto Emater
5
1 INTRODUÇÃO
No Brasil há uma flora rica e variada com numerosas espécies de
interesse medicinal. As espécies Mikania glomerata Spreng. (M.
glomerata) e Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker (M. laevigata),
pertencentes à família Asteraceae, recebem ambas a denominação popular de guaco. A Mikania glomerata tem ainda outros nomes populares,
tais como: coração de Jesus, guaco-liso, guaco cheiroso, cipó-caatinga,
erva de cobra (NEVES e SÁ, 1991) e uaco (OLIVEIRA et al., 1985). Na
Argentina, no Uruguai e no Paraguai é denominado de bejuco (OLIVEIRA et al., 1985). A Mikania laevigata também é conhecida como guacodo-mato (OLIVEIRA et al., 1986), cipó caatinga, cipó catinga, cipó
sucuriju, coração de Jesus, erva de cobra, guaco, guaco de cheiro, guaco
liso, guaco verdadeiro, guape e uaco (CORRÊA JÚNIOR et al., 1991).
O guaco apresenta propriedades medicinais expectorantes e bronco-dilatadoras, sendo indicado para o tratamento de doenças do aparelho respiratório, segundo RUPPELT et al. (1991) e PEREIRA (1997)
citado por CASTRO (2002).
A M. laevigata é originária da região sul do Brasil, mas ocorre também na Argentina, Uruguai e Paraguai. Não se desenvolve em ambientes muito sombreados, tais como o interior de matas fechadas (CORRÊA
JÚNIOR et al., 1991).
O uso das espécies denominadas de guaco pelos brasileiros é um
legado da cultura indígena que atravessou os tempos (LUCAS, 1942). A
cultura transmitida através da palavra trouxe os conhecimentos da utilização desta planta.
2 ASPECTOS BOTÂNICOS
Apesar de oficialmente registrada na farmacopéia, Oliveira et al.
(1986; 1994) observaram que os produtos comercializados não eram
compostos somente de folhas de Mikania glomerata, mas também de
outras partes aéreas como caules e até as inflorescências. Além disso,
eram comercializadas outras espécies, entre as quais a Mikania laevigata
era a mais presente. Os ervanários baseavam-se na morfologia externa
7
para reconhecer as plantas. Isto levou a erros, pois as duas espécies têm
a morfologia externa e interna assemelhadas. As substâncias químicas
majoritárias isoladas das duas espécies são as mesmas. Então, concluíram erradamente que a M. laevigata é a sucedânea do guaco oficial.
O QUADRO 1 apresenta o enquadramento taxonômico da M.
laevigata de acordo com os sistemas de Engler (JOLY, 1998) e de
Cronquist (CRONQUIST, 1988).
Sistema
Cronquist (1988)
Engler (Joly, 1998)
Divisão
Magnoliophyta
Angiosperma (Anthophyta)
Classe
Magnoliopsida
Dicotyledoneae
Subclasse
Asteridae
Sympetalae (Gamopetalae)
Ordem
Asterales
Campanulales (Synandrae)
Família
Asteraceae
Compositae
Gênero
Mikania
Mikania
Espécie
Mikania laevigata
Mikania laevigata Schultz
Schultz Bip. ex Baker Bip. ex Baker
QUADRO 1 – ENQUADRAMENTO TAXONÔMICO BOTÂNICO DE
M. LAEVIGATA
Descrição macroscópica da M. laevigata
A M. laevigata (FIGURA 1) é uma planta de porte subarbustivo e
hábito de trepadora volúvel. Seu caule é cilíndrico, lenhoso, de coloração castanha acinzentada nas partes mais velhas e verde clara nas partes
próximas às pontas.
As folhas apresentam disposição oposta e são pecioladas. Possuem contorno oval, ápice acuminado e base obtusa, arredondada ou
subcordiforme, e margem inteira. Apresentam consistência coriácea e
medem 10 a 15 cm de comprimento por 6 a 8 cm de largura.
Os capítulos apresentam-se reunidos em inflorescências que são
compostas por flores que medem cerca de 5 mm de comprimento.
O fruto do tipo aquênio mede cerca de 3 a 4 mm e é provido de
papus (OLIVEIRA et al., 1994).
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Ramo com folhas de M. laevigata
Inflorescência de M. laevigata
FIGURA 1 - DETALHES FOLHA E INFLORESCENCIA DE MIKANIA
LAEVIGATA.2011.
Diferenciação morfológica entre M. glomerata e M. laevigata
Mikania glomerata
Mikania laevigata
FIGURA 2 - DIFERENÇAS ENTRE INFLORESCÊNCIAS DE MIKANIA
LAEVIGATA E M. GLOMERATA. 2004
Foto: Carlos Graça
9
Segundo MORAES (1997), são somente estas duas espécies de
Mikania que apresentam capítulos sésseis e densamente aglomerados.
Para diferenciá-las é preciso analisar a forma das folhas. Se as folhas são
ovadas a deltóides, pronunciadamente lobadas, com base cordada ou às
vezes truncada é M. glomerata. Se as folhas forem lanceoladas a estreitamente ovadas, às vezes levemente lobadas e base obtusa, trata-se de
M. laevigata.
FONTE: NEVES & SÁ, 1991.
FONTE: CARLOS GRAÇA, 2004.
FIGURA 3 - VISTA ADAXIAL E ABAXIAL DAS M. GLOMERATA E M.
LAEVIGATA. ACIMA À ESQUERDA VISTA ADAXIAL DA M. GLOMERATA
E DO LADO DIREITO É A VISTA ABAXIAL. EM BAIXO À ESQUERDA É
A VISTA ADAXIAL DA M. LAEVIGATA E À DIREITA É A VISTA ABAXIAL,
PARA DIFERENCIAÇÃO MACROSCÓPICA.
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3 ASPECTOS AMBIENTAIS
Ecologia
A M. laevigata floresce nos meses de agosto a novembro e M.
glomerata de agosto a dezembro. Estas espécies são muito próximas,
sendo muito vezes confundidas, devido a variação na forma das folhas e
o odor característico da cumarina (LIMA et al., 2003b).
A M. laevigata apresenta maior tolerância ao frio do que M.
glomerata (LIMA et al., 2003a).
3.1 CLIMA
A M. laevigata é uma espécie nativa do continente sulamericano habitando nas margens das matas litorâneas em condições de
sombreamento parcial nas encostas da Serra do Mar. Ocorre desde o
estado de São Paulo até o Rio Grande do Sul em altitudes de 0 a 800
metros. A espécie é de clima subtropical, quente e úmido, devendose evitar regiões de clima frio. Pode ser cultivada a pleno sol ou em
sombreamento parcial.
3.2 VEGETAÇÃO
A M. laevigata ocorre desde São Paulo até o Rio Grande do Sul
(Alice et. al. 1995, Simões et al. 1986). Está adaptada a climas sem defi-
FIGURA 4 - ÁREA DE OCORRÊNCIA NATURAL DE GUACO 2011.
11
ciências hídricas, a ambientes com pouca luminosidade (6%) e a solos
ácidos (Antonacio e Wisiniewski).
A M. laevigata é uma espécie frequente em mata secundária com
produção extrativista (MING, 2002).
3.3 SOLO
Ocorre em vários tipos de solos, preferindo aqueles argilo-arenosos
ou argilosos, bem drenados com elevado teor de matéria orgânica (MAGALHÃES, in: MARTINEZ, 2000)
4 ASPECTOS FARMACOLÓGICOS E QUÍMICOS
Parte usada
A 1a. Farmacopéia do Brasil (SILVA, 1929) oficializou como parte
usada as folhas da M. glomerata. Entretanto, a droga comercializada
compõe-se das partes aéreas do vegetal acompanhadas ou não de órgãos
reprodutivos (OLIVEIRA et al., 1987). A M. laevigata é a espécie que
mais frequentemente aparece em substituição à M. glomerata (OLIVEIRA et al., 1986).
A folha da espécie Mikania glomerata Sprengel (M. glomerata) foi
oficializada na 1ª Farmacopéia Brasileira (SILVA, 1929) como droga
vegetal a ser utilizada. A sua indicação na época era para tratar a asma, a
bronquite, as doenças pulmonares crônicas, para acalmar a tosse e para
tratar o reumatismo. Nas regiões rurais também era usada como
antiofídica. Em 1991, a ação broncodilatadora foi demonstrada no trabalho realizado por NEVES e SÁ.
Composição química
Através de reações genéricas de identificação de substâncias ativas
constatou-se a presença das seguintes classes de substâncias na Mikania
glomerata e Mikania laevigata: saponinas, óleo essencial, composto de
natureza fenólica e esteróides. Os testes realizados para flavonóides,
antraderivados e glicósidos cardioativos deram resultados negativos
(OLIVEIRA et al., 1984).
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Em diversos estudos fitoquímicos das folhas da Mikania glomerata
foram isolados as seguintes substâncias: como substância majoritária a
cumarina (LUCAS, 1942; OLIVEIRA et al., 1984; OLIVEIRA et al.,
1994; SANTOS et al., 1996; VILEGAS et al., 1997; VENEZIANI &
OLIVEIRA, 1999; FIERRO et al., 1999, FRANCHI, 2000; SOARES
de MOURA et al., 2002,), ácido caurenóico (OLIVEIRA et al., 1994;
SANTOS et al., 1996, SOARES de MOURA et al., 2002,), ácido
cinamoilgrandiflórico (OLIVEIRA et al., 1984; OLIVEIRA et al.,
1994); estigmasterol (OLIVEIRA et al., 1984; OLIVEIRA et al., 1994;
VENEZIANI & OLIVEIRA, 1999), ácido isobutiriloxi caurenóico (SANTOS et al., 1996; VENEZIANI & OLIVEIRA, 1999), lupeol (SANTOS et al., 1996; VILEGAS et al., 1997), ácido caurenóico metil éster
isômeros, ácido 11-metilbutanóico, acetato de lupeol, diterpeno tipo
caureno (VILEGAS et al., 1997).
Teor de cumarina
Os resultados obtidos sugerem que a cumarina pode ser, em parte, a
substância responsável pela ação observada com os extratos de plantas
de guaco.
O teor de cumarina é muito variável e depende da espécie usada, do
processo de secagem, da parte usada da planta, da idade da planta, da
fotoperiodicidade incidente no cultivo, da época do ano da colheita desta planta, e do tempo de estocagem. Também varia em função da apresentação farmacêutica, da forma de preparo do extrato através da relação droga e solvente, do processo de extração, do tipo de solvente empregado e dos processos para concentração.
No Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biologias e Agrícolas da UNICAMP, através de cromatografia líquida de alta eficiência
(CLAE), constatou-se que nas plantas frescas o teor médio de cumarina
foi de 1,30% para a M. laevigata e de 0,0082% para a M. glomerata. Nas
plantas secas, houve uma redução de 50% deste teor. Os teores presentes
nos extratos de plantas secas foram de 2,88% para a M. laevigata e de
0,033% para a M. glomerata (FAPESP, 2002; MAGALHÃES, In:
MARTINEZ, 2000). O teor de cumarina dos extratos hidroalcoólicos
(70:30%) preparados com a planta fresca foi de 1,12%; esse valor foi
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significativamente superior ao encontrado quando utilizada a planta após
secagem em secador (45ºC por 1 dia). Nesse caso o teor de cumarina foi
de 0,69% (REHDER et al., 1998). Cabral et. al (2001) também relata
que a M. glomerata fresca contém um teor de cumarina maior do que a
sua forma seca.
Segundo Pereira (1997, In: CASTRO, 2002), a cumarina está presente em todos os órgãos da M. glomerata, no entanto, as concentrações
são diferentes, TABELA 1. Também existe variação no teor de cumarina
em folhas de diferentes idades, sendo que as folhas jovens apresentam
2,75 vezes mais cumarina do que as folhas adultas (PEREIRA, 1997; In:
CASTRO, 2002).
TABELA 1 – TEOR DE CUMARINA NAS PARTES DA MIKANIA GLOMERATA
PARTE DA
PLANTA
CUMARINA EM mg/g
DE MASSA SECA
Folhas
Folhas jovens
Folhas adultas
Flores
Caules
Raízes
5,20
5,91
2,15
1,04
1,05
0,11
FONTE: PEREIRA, 1997; In: CASTRO, 2002.
5 ASPECTOS AGRONÔMICOS
5.1 PROPAGAÇÃO
Recomenda-se a propagação do guaco por estaca de caule a partir
de segmentos grossos com 2 a 3 nós, enterrando-se 2/3 da estaca. O
enraizamento ocorre em um período de 45 a 60 dias enquanto a muda
estará formada no viveiro em até 6 meses. Na propagação por sementes,
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Scheffer et al. (1997) constataram baixas taxas de germinação de ‘sementes’ (aquênios) logo após sua coleta, variando entre 10% e 17%. A
variação depende da temperatura no germinador (a 20º-25ºC e 20ºC constantes, respectivamente). Estas baixas taxas ocorrem, provavelmente, pelo
fato de que muitos aquênios são “chochos” sem fecundação. Após três
meses de armazenagem estas taxas reduzem-se ainda mais ficando em
torno de 8% quando a armazenagem é em câmara fria e 2% quando em
temperatura ambiente. A germinação é inibida por temperaturas elevadas (20ºC-30ºC). Mesmo assim, considera-se a propagação do guaco por
sementes viável quando os aquênios são armazenados por pouco tempo
e se utiliza um método para separar os aquênios “chochos”.
5.2 PREPARO DO SOLO, ESPAÇAMENTO E ÉPOCA DE
PLANTIO
Uma aração e uma gradagem são suficientes para o preparo do solo.
No caso do plantio em áreas inclinadas, deve-se dar preferência à face
de exposição norte, para que as plantas de guaco recebam mais sol no
inverno. Deve-se também escolher uma área protegida por espécies que
atuem como quebra-ventos, especialmente na fase jovem.
O transplante das mudas para o campo deverá ocorrer no início de
setembro a novembro, quando as condições ambientais são de calor e
umidade elevada na maioria das regiões centro sul do Brasil. Sendo a
espécie de hábito trepadeira, o cultivo do guaco deverá ser tutorado por
espaldadeiras – A planta se enrola no sentido horário de quem a vê
de baixo para cima; e no sentido anti-horário de quem a vê por cima.
Podem-se usar mourões de eucalipto ou de concreto, bem fixados na
terra, distanciados a cada 2,5-3,0 m, com 2-3 fios de arame e esticadores
nas alturas de: 50, 100 e 150 cm. No momento do transplante das mudas
para o campo coloca-se uma estaca de bambu, ou fios, no sentido
trans-versal aos arames para guiar o desenvolvimento da muda. No
espaçamento de 1,0m na linha e 2,5 a 3,0 m entre linhas, a densidade é
de 4.000 plantas por hectare. Pode-se alterar o espaçamento entre linhas
em função da bitola das máquinas disponíveis (FIGURA 7).
15
FIGURA 7 - ÁREA DE PLANTIO DEFINITIVO DAS MUDAS DE GUACO
(MIKANIA LAEVIGATA). 2011.
Fotos: Cirino Corrêa Júnior e Pedro Mellilo
5.3 NECESSIDADES NUTRICIONAIS E ADUBAÇÃO
O guaco se desenvolve naturalmente tanto em solos profundos como
em solos rasos, com preferência para aqueles com elevado teor de matéria
orgânica e acidez média (pH 5 a 5,5).
Recomenda-se que, antes do plantio, sejam feitas uma calagem e
uma fosfatagem conforme as necessidades detectadas na análise de solo.
Esta correção do solo pode ser feita na área toda, na linha, ou em covas.
Devem-se evitar solos com encharcamento de água.
16
Para a produção orgânica, utilizar como parâmetro o teor de matéria orgânica do solo para recomendação de adubação, conforme a TABELA 2 (Corrêa Júnior et al., 2008)
TABELA 2 - TEOR DE MATERIA ORGÂNICA DO SOLO PARA
RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO
TIPO DE ADUBOS
Quantidade a ser aplicada em função
do teor de matéria orgânica (t/ha)
Baixo
Médio
Alto
Húmus e aves poedeiras
30
20
15
Composto, esterco bovino,
equinos, cama de aviário
e outros.
50
40
30
No caso de recomendação de adubação para um solo com baixo
teor de matéria orgânica: aplicar 5,0 kg de cama de aviário curtida ou
composto curtido por metro linear. Recomenda-se que essa quantidade
seja dividida da seguinte forma: 2 kg por ocasião do plantio; 1,5 kg três
meses após o plantio e 1,5 kg seis meses após o plantio, totalizando 16,6
t/ha. Repetir a adubação orgânica, anualmente.
Adubação Verde
As espécies utilizadas como adubo verde não devem competir
com a cultura principal. Quanto à época de plantio, podem ser divididas
em dois tipos: a) espécies de inverno: tremoço, aveia, azevém, vica e
serradela; b) espécies de verão: mucunas, lab-lab, feijão-de-porco,
crotalárias e feijão-guandu. Como regra geral recomenda-se o uso de
uma mistura de duas ou mais espécies.
Existem duas formas de utilização dos adubos verdes:
- Antes do plantio do guaco: Com alguns meses de antecedência do
plantio do guaco semeia-se uma leguminosa e outras espécies em área
total. Na época do florescimento, incorpora-se o material roçando ou
17
incorporando levemente através de uma gradagem toda a massa verde
produzida.
- Após o plantio do guaco: Faz-se, nas entrelinhas da cultura, o plantio
de espécies pouco agressivas, como a mucuna-anã, o guandu, o amendoim silvestre e outras.
A quantidade de biomassa incorporada depende da espécie e varia
de 7 a 55 t.ha-1. ano-1.
5.4 TRATOS CULTURAIS
Para o manejo de invasoras recomenda-se roçar as entrelinhas e, na
linha do guaco fazer capina manual com “coroamento” nas plantas, tomando-se o cuidado de não ferir caules e raízes.
O cultivo da M. laevigata a pleno sol aumenta a produção de
cumarina (Rehder et al., 1998). Por outro lado, as plantas expostas diretamente ao sol são induzidas ao florescimento intenso acarretando grande dispêndio de energia e declínio no vigor da cultura, a qual vai diminuindo sua produtividade de ramas e de folhas a cada safra. Para evitar
este processo, recomenda-se a retirada das sumidades em início de
florescimento, através da poda de tais ramos. Para que essa operação
seja otimizada recomenda-se fazer uma das colheitas neste estágio.
FIGURA 8 - ÁREA COM PLANTIO DE GUACO (MIKANIA LAEVIGATA
SCHULTZ)
Foto: Pedro Mellilo
18
5.5 PRAGAS E DOENÇAS
Constatou-se em M. laevigata um ataque severo de pragas na raiz e
no colo causando a morte das plantas atacadas. Como insetos responsáveis por tais danos foram observados principalmente brocas e larvas de
Migdorus. Também foi observada a murcha das raízes, causada por bactérias acarretando o secamento total das plantas doentes. Algumas plantas apresentaram o sintoma de folhas recarquilhadas causado por ácaros
e não por vírus.
FIGURA 9 - INCIDÊNCIA DE PRAGAS E DOENÇAS EM GUACO (MIKANIA
LAEVIGATA SCHULTZ)
O controle para estes casos pode ser realizado através da pulverização com as caldas e inseticidas naturais observando-se o prazo de carência para se colher as folhas, ou, nos casos de alta infestação de pragas de
solo, proceder à rotação da cultura (Corrêa Júnior et al., 2006¨).
5.6 COLHEITA
A colheita do guaco é feita de forma manual com tesouras de poda.
O corte pode ser realizado em duas épocas do ano, inicio de verão e
meados do outono, cortando-se os ramos com suas folhas, ou em uma
única colheita no outono. O método de poda/colheita é de se cortar so19
mente os ramos secundários, aqueles que saem dos ramos principais.
Estes últimos devem permanecer intactos nos arames de sustentação.
Embora não se tenha verificado diferenças no teor de princípios ativos
de amostras coletadas de manhã ou de tarde (Rehder et al., 1998),
reco-menda-se a colheita no período da manhã para possibilitar o
processamento do material fresco no mesmo dia.
FIGURA 10 - COLHEITA MANUAL DAS FOLHAS DE GUACO (MIKANIA
LAEVIGATA SCHULTZ)
20
5.7 PÓS-COLHEITA (PREPARO DO PRODUTO E SECAGEM)
O guaco (M. laevigata) perde grande quantidade de cumarina (50%)
durante o processo de secagem, mesmo quando se utiliza baixa temperatura (até 40oC). No entanto, na impossibilidade de se processar o material fresco, a secagem deve ser rápida e em secadores com circulação de
ar, aquecida até 40ºC. A secagem conjunta de ramos e folhas dificulta a
operação, pois as folhas secam bem antes que os ramos. O ideal é retirar
os ramos mais grossos seguindo para o secador apenas aqueles com diâmetro semelhante ao dos pecíolos.
5.8 RENDIMENTOS
O Guaco (M. laevigata) cultivado a pleno sol no CPQBAUNICAMP, no espaçamento de 2,0 x 2,5 metros, forneceu no primeiro
corte, aos 16 meses, 1,95 T de folhas e ramos secos/ha (Figueira et al.,
1991). Na unidade experimental do Instituto Emater (PR) no 2º ano atingiu 2,0 t/ha, com 1333 pl/ha, e a partir do 3º ano 2,5 t/ha (Corrêa Júnior,
et al. 2006). No CPQBA-UNICAMP o teor de cumarina obtido foi de
1,13% cultivado a pleno sol e de 0,68% cultivado a sombra. Também
nos meses de maior comprimento do dia, culminando no solstício de
verão (maior foto-período) no hemisfério sul, 22 de Dezembro, tem-se o
maior teor de cumarina. De fato, a biossíntese da cumarina e também
dos flavonoides, de modo geral, é estimulada pela radiação ultravioleta
(UV), caracterizando uma importante função ecológica de proteção contra
estes raios. Neste caso, em que os raios ultravioletas são estimulantes da
formação da cumarina concluímos que a colheita das folhas deve ser
realizada nos meses de dias longos (verão) para se ter melhores rendimentos em cumarina e, consequentemente, maior atividade terapêutica.
A relação entre o peso da matéria fresca e o da matéria seca (“quebra”) para folhas e ramos é de 42,5% e só para folhas é de 19,41%. No
caso de coleta na mata obteve-se 10,0% de rendimento, ou seja, para
cada 10 kg coletado de ramos+folhas+outras impurezas resultou em 1,0
kg de folhas.
21
FIGURA 11 - SECADOR DE AR CIRCULANTE PARA A SECAGEM DE
FOLHAS DE GUACO (MIKANIA LAEVIGATA SCHULTZ)
5.9 ARMAZENAGEM E CONSERVAÇÃO
Embora o guaco possa ser processado ainda fresco existirão situações nas quais será preciso secar o material colhido. Neste caso, o produto é seco e então embalado seguindo para o armazenamento. Como
embalagem, recomenda-se o saco de polietileno com revestimento de
papel ‘Kraft’, o que preserva melhor as características do produto, aumentando sua validade. A embalagem deve apresentar uma etiqueta fornecendo informações tais como: nome da espécie, nome do produtor,
data da colheita, peso, lote, etc. (Corrêa Júnior et al., 2009)
O local de armazenagem deve ser escuro, sem umidade e ventilado. As embalagens não devem ficar em contato direto com o piso, mas
sobre estrados ou prateleiras. O armazém deve ser submetido a limpeza
e inspeções periódicas, para evitar que insetos ou mesmo animais roedores aí se instalem. Se for o caso, deve-se fazer um expurgo no local com
22
produtos recomendados, aguardando o tempo de segurança antes de qualquer consumo.
FIGURA 12 - DETALHES DAS EMBALAGENS RECOMENDADAS PARA
CONDICIONAR AS FOLHAS DE GUACO (MIKANIA LAEVIGATA SCHULTZ)
EMBALADAS EM SACOS DE PAPEL “KRAFT” + SACOS DE POLIETILENO
Fotos: Cirino Corrêa Júnior
5.10 MANEJO EM MATAS E EM ÁREA DE OCORRÊNCIA
NATURAL DE GUACO
O plantio do guaco pode ser efetuado em locais nos quais a floresta
nativa encontra-se em fase inicial de regeneração, em áreas de capoeirinha
ou capoeira. Em florestas muito densas ocorre o estiolamento dos ramos com grandes intervalos entre os nós. Nestes ambientes também há
alta incidência de insetos herbívoros e formação de fungos nas folhas,
depreciando o produto comercialmente. O guaco também é uma espécie
apropriada para plantios que visam a recuperação ou o enriquecimento
de áreas de reserva legal.
Nestas áreas, recomendam-se espaçamentos de 2,0-3,0 m por 3,04,0 m dependendo da densidade da vegetação e das demais espécies
associadas no local em que será efetuado o plantio das mudas.
23
FIGURA 13A - ÁREAS DE GUACO RECOMENDADO PARA MANEJO
(MIKANIA LAEVIGATA SCHULTZ)
FIGURA 13B - PLANTIO DE GUACO EM ÁREAS SSOMBREADAS (MIKANIA
GLOMERATA)
Fotos: Maria Izabel Radomski
6 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
A cadeia produtiva do guaco na região sul do Paraná se inicia com
a obtenção de ramos e folhas provenientes de coleta seletiva em fragmentos florestais enriquecidos com plantas de guaco, ou através de cultivo tutorado sobre estrutura de arame em áreas específicas para culturas
semiperenes, conforme o fluxograma apresentado na FIGURA 14.
24
FIGURA 14 - FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE
GUACO (MIKANIA LEAVIGATA)
O fluxograma da cadeia produtiva do guaco (FIGURA 15) é bastante simplificado. Inicia-se na propriedade com a coleta ou colheita dos
ramos e folhas, realizada pelo próprio produtor ou por um coletor que as
repassa para um produtor. O produtor faz o processamento primário,
repassando-as a outros compradores intermediários que comercializam
com as indústrias (fitoterápicos, suplementos alimentares), farmácias de
manipulação, indústrias de extratos vegetais e mercado internacional.
As indústrias (fitoterápicos, suplementos alimentares) distribuem o produto através do comércio atacadista e varejista até o consumidor final.
O produto destinado aos laboratórios recebe um beneficiamento
denominado moagem, reduzindo as folhas picadas a pó, e seguem para
outros beneficiamentos. Já o produto comercializado para chás é apenas
picado, selecionado, seco e acondicionado em embalagens apropriadas.
25
Para a CONAB (2010), o custo de produção agrícola é uma excepcional ferramenta de controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geração de importantes informações para subsidiar as tomadas
de decisões pelos produtores rurais e formulação de estratégias pelo setor público.
Ao se analisar os custos de produção torna-se necessário fazer diferenciação entre curto e longo prazo facilitando o processo de planejamento, visualizando-se ou indicando o horizonte de tempo. Os recursos
produtivos são compostos de custos variáveis e fixos. Os custos variáveis são os custos que variam com a quantidade produzida e são consumidos totalmente durante o ciclo produtivo. Os custos fixos são os custos da estrutura da propriedade envolvida com a produção.
Segundo dados apresentados por Corrêa Júnior e Scheffer (2004),
atualizado em 2008, o custo de produção de plantas medicinais, aromáticas e condimentares envolve os custos fixos e as despesas de custeio
desde a implantação da cultura até o término da secagem e é determina-do
pela espécie que se vai cultivar e o sistema de cultivo (policultivo). O
cultivo de plantas medicinais requer grande quantidade de mão de obra
quando comparado com outras atividades e proporciona, em média, ocupação para uma pessoa por hectare. Além disso, há necessidade de mão
de obra sazonal de até 10 pessoas por módulo (3 a 5 hectares).
O cálculo do custo de produção foi realizado com base em informações técnicas e econômicas obtidas de técnicos da extensão rural, produtores rurais e mateiros, considerando os índices médios dos produtores
da região sul do Paraná.
Os sistemas de coleta e de cultivo apresentam características e custos diferenciados, conforme abaixo discriminados:
Sistema de coleta: a coleta de ramos e folhas de guaco é realizada
por coletores, popularmente chamados de mateiros, com ampla experiência e conhecimento das espécies de plantas medicinais e dos fragmentos florestais da região.
Um fragmento florestal de 1,0 ha, enriquecido com 830 plantas de
guaco, apresenta anualmente uma produção de massa seca pronta para o
comércio, conforme na TABELA 3.
26
TABELA 3 - PRODUÇÃO DE GUACO COLETADO EM FRAGMENTO
FLORESTAL
ANO
1º
2º
3º
4º
5º
PRODUÇÃO (peso seco)
0,125 kg / planta
100 kg / ha
0,500 kg / planta
400 kg / ha
0,750 kg / planta
600 kg / ha
0,750 kg / planta
600 kg / ha
1,000 kg / planta
800 kg / ha
FONTE: MATSUSHITA E CORRÊA JÚNIOR (2011)
O custo de implantação considerou o valor das mudas e serviços
de coveamento, plantio e replantio para o enriquecimento do fragmento florestal. Os custos variáveis contemplam os serviços de colheita,
transporte (massa verde), picagem, classificação, secagem e transporte
(produto seco). Enquanto o custo fixo remunera o capital investido no
empreendimento.
TABELA 4 - ANÁLISE ECONÔMICA DE GUACO COLETADO EM
FRAGMENTO FLORESTAL
ANÁLISE ECONÔMICA
Implantação
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Total Média
1.360
Custos Variáveis (R$)
710 1.615 2.120 2.120 2.550 9.115 1.823
Custos Fixos (R$)
124
Custo Total (R$)
834 1.794 2.329 2.329 2.785 10.070 2.014
Renda Bruta (R$)
600 2.400 3.600 3.600 4.800 15.000 3.000
Margem Bruta (R$)
Lucro (R$)
Saldo anual (R$)
-110
-234
-1.360
179
-1.360 -1.594
-1.360
38,7
955
191
-221
986
607 1.271 1.271 2.015
-988
284 1.555 3.570
540 1.067 1.007 1.506
Valor presente acumulado(R$) -1.360 -1.581 -1.041
2.539
235
607 1.271 1.271 2.015 4.930
-234
Saldo anual acumulado (R$)
TIR (%)
209
785 1.480 1.480 2.250 5.885 1.177
Valor presente (R$)
VPL (R$)
209
26 1.033 2.539
FONTE: MATSUSHITA E CORRÊA JÚNIOR (2011)
27
Este sistema pode ser adaptado para áreas de ocorrência natural do
guaco, neste caso considerar a produtividade por plantas (TABELA 3).
Sistema cultivado: o sistema cultivado considera o guaco como
uma exploração semiperene desenvolvido com tutoramento em espaldeira
e apresenta anualmente uma produção de massa seca pronta para o comércio, conforme apresentado na TABELA 5.
TABELA 5 - PRODUÇÃO DE GUACO CULTIVADO
ANO
PRODUÇÃO (peso seco)
1º
0,50 kg / planta
1.650 kg / ha
2º
0,75 kg / planta
2.475 kg / ha
3º
1,00 kg / planta
3.300 kg / ha
4º
1,00 kg / planta
3.300 kg / ha
5º
1,00 kg / planta
3.300 kg / ha
FONTE: MATSUSHITA E CORRÊA JÚNIOR (2011)
O sistema cultivado, com espaçamento de 3,0 x 1,0m, considerou
na implantação o valor dos insumos, serviços, materiais e montagem da
espaldeira. Os custos variáveis contemplam os serviços de colheita, transporte (massa verde), picagem, classificação, secagem e transporte (produto seco). Enquanto o custo fixo remunera o capital investido no empreendimento e a depreciação das instalações (TABELA 6).
Os principais itens do custo de coleta de guaco referem-se ao uso
da mão de obra que perfaz 88% do custo total. Como os agricultores
familiares da região utilizam mão de obra familiar para coleta do guaco,
estes valores são agregados à renda familiar, ampliando a margem bruta
e o lucro.
O sistema de exploração do guaco cultivado apresenta um lucro
bem superior ao sistema de coleta (44,2 vezes), porém necessita de um
investimento 12,6 vezes superior, o que significa a necessidade de área
específica para cultivo e maior capital para investimento inicial, representando maior risco ao produtor.
28
29
8.697
2.938
11.635
49.500
40.803
37.865
23.013
4.456
21.710
3.153
-18.557
-18.557
-18.557
161.230
163,3
Ano 1
18.557
7.142
2.845
9.987
33.000
25.858
23.013
-18.557
Ano 0
FONTE: MATSUSHITA E CORRÊA JÚNIOR (2011)
Implantação
Custos Variáveis (R$)
Custos Fixos (R$)
Custo Total (R$)
Renda Bruta (R$)
Margem Bruta (R$)
Lucro (R$)
Saldo anual (R$)
Saldo anual
acumulado (R$)
Valor presente (R$)
Valor presente
acumulado (R$)
VPL (R$)
TIR (%)
ANÁLISE
ECONÔMICA
36.853
42.321
33.700
10.772
3.063
13.835
66.000
55.228
52.165
37.865
Ano 2
TABELA 6 - ANÁLISE ECONÔMICA DO GUACO CULTIVADO
80.652
94.486
43.799
10.602
3.053
13.655
66.000
55.398
52.345
52.165
Ano 3
122.114
146.832
41.463
10.602
3.053
13.655
66.000
55.398
52.345
52.345
Ano 4
161.230
199.177
39.116
47.815
14.951
62.766
280.500
232.685
217.734
52.345
Ano 5
9.563
2.990
12.553
56.100
46.537
43.547
Total
Anual
Os custos de produção e os preços de comercialização do guaco
coletado e do cultivado apresentam diferencial devido à qualidade do
produto. O coletado contém ramos e folhas de qualidade inferior, pois se
desenvolve em ambiente sombreado no interior dos fragmentos florestais, enquanto o produto cultivado desenvolve-se em ambiente com controle dos fatores de produção.
TABELA 7 - PREÇO E MARKUP (MARGEM DE COMERCIALIZAÇÃO) DE
COMERCIALIZAÇÃO DO GUACO COLETADO
Elos da
cadeia
produtiva
Preço de
Preço de
venda
Preço
venda
Preço no
pelo
no
pelo
atacado
produtor/ atacado/
produtor
(pacote
compravarejo
de 30 g)
dor 1ª
(granel)
ordem
Produto
Guaco seco
Ramos e
folhas
Preço de
venda (R$/
Kg)
Markup Margem de
comercialização (%)
Preço no
varejo/
consumidor
(pacote
de 30 g)
Folhas a
granel
Folhas Folhas em Folhas em
seleciopacotes pacotes de
nadas a
de 30 g
30 g
granel
6,00
20,00
30,00
0,0 %
233,3 %
50,0 %
60,00
110,00
100,0 %
83,3 %
Margem
total
(Mt)
1.733,3%
FONTE: MATSUSHITA E CORRÊA JÚNIOR (2011)
Ao ser analisada a cadeia produtiva do guaco coletado no fragmento florestal e cultivado como exploração semiperene, resultou em produto final para o consumidor o guaco seco embalado em pacotes de 30
gramas. O produtor/coletor obtém a menor margem de comercialização
30
entre todos os elos da cadeia, recebendo 48,9% de rentabilidade sobre
seus custos de produção, uma vez que possui um custo de produção de
R$ 4,03 e comercializa por R$ 6,00, representando 5,45% do preço final de venda. Enquanto a margem total de comercialização é de 1.733,3
%, diferença entre o preço pago pelo consumidor (R$ 3,30 por pacote
de 30 g) e o preço recebido pelo produtor/coletor (R$ 6,00 por kg). O
produtor que cultiva o guaco como exploração obtém uma margem de
comercialização de 346,4%, considerando o seu custo de produção de
R$ 4,48 e preço de comercialização de R$ 20,00 por kg.
O preço obtido pelo produtor que comercializa somente as folhas
de guaco é 233,3% superior ao preço obtido pelo produtor que
comercializa o guaco misto (ramos e folhas). A separação e seleção das
folhas de guaco reduzem o seu peso final em 67%, resultando em 33%
de folhas secas selecionadas para o comércio.
Segundo Matsushita (2010), as plantas medicinais existentes nos
fragmentos florestais podem gerar receitas sem competição por terra,
capital ou mão de obra com outras atividades da propriedade. O uso
sustentável de produtos da sociobiodiversidade possibilita a melhoria
econômica e social nas propriedades familiares através de sua exploração seletiva, incentivando a manutenção e ampliação dos fragmentos
florestais, reduzindo o impacto ambiental e garantindo a sustentabilidade
dos sistemas de produção.
Os custos de produção nas propriedades rurais podem ser aperfeiçoados com a colaboração dos produtores, coletores e técnicos que atuam com plantas medicinais. Na TABELA 8 é apresentado um formulário simplificado em branco para que os interessados possam preencher
e elaborar seus custos.
31
TABELA 8 - FORMULÁRIO PARA ELABORAÇÃO DE CUSTO DE
PRODUÇÃO
Especificação
Ano 0
implantação
Ano 1 em diante
produção
Quant. Custo Custo Quant. Custo Custo
A) Implantação:
a.1) Insumos
- Calcário dolomítico (t)
- Adubo orgânico (t)
- Fosfato natural (t)
- Mudas (un.)
Sub-total Insumos
a.2) Serviços
- Correção do solo (H/M)
- Aração (H/M)
- Gradagem (H/M)
- Coveamento (D/H)
- Plantio e replantio (D/H)
- Montagem da espaldeira
Sub-total Serviços
a.3) Materiais para espaldeira
- Palanque liso eucalipto (dúzia)
- Arame liso n° 12 (Kg)
- Catracas (un)
- Estacas de bambu (dúzia)
- Materiais diversos
Sub-total Materiais
Sub-total Implantação
Continua
32
Continuação Tabela 8
B) Custos Variáveis:
b.1) Insumos
- Adubo orgânico (t)
b.2) Serviços
- Roçada e capina (D/H)
- Desbrota/poda/condução (D/H)
- Colheita (D/H)
- Transporte (t peso verde)
- Picagem (D/H)
- Classificação (D/H)
- Secagem (t peso verde)
- Transporte (t peso seco)
Sub-total Serviços
Sub-total Custos Variáveis
C) Custos Fixos:
- Depreciações
- Remunerações
Sub-total custos fixos
D) Custo Total (B + C):
E) Receitas:
Venda de guaco seco (kg)
F) Análise econômica:
Margem Bruta (R$) (E – B)
Lucro (R$) (E – D)
FONTE: MATSUSHITA E CORRÊA JÚNIOR (2011)
33
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