Análise Mensal Mercados Financeiros
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Análise Mensal Mercados Financeiros
BPI ESTUDOS ECONÓMICOS E FINANCEIROS Análise Mensal 12 de Dezembro de 2013 Mercados Financeiros FINAL DE ANO COM NOTA POSITIVA Depois da grande recessão de 2009 e do ensaio da retoma em 2010, o ano que agora termina é o terceiro em que o crescimento desilude, mantendo-se muito próximo de mínimos históricos. Ao longo do ano sucederam-se as revisões em baixa dos cenários de expansão, desta vez afectando de forma mais expressiva as economias emergentes. Mas, grosso modo, todas as regiões decepcionaram; relembre-se o cenário da OCDE elaborado há um ano, em que a organização antecipava uma contracção da actividade de apenas 0.1% na região do euro em 2013, comparando com as previsões mais recentes, -0.4%; previa-se um crescimento do PIB nos EUA em cerca de 2% (consensus) que compara actualmente com 1.7%. Apesar de riscos reconhecidos, o cenário para 2014 afigura-se mais auspicioso. Na região do euro, os avanços na arquitectura da União Bancária poderão traduzir-se na melhoria do ambiente financeiro nos países mais fragilizados. O final do programa de assistência português constituirá também um teste importante à solidez da actual estrutura e mecanismos existentes na UEM. Nos EUA, a situação é mais ambígua, pois se a economia real parece transparecer alguma robustez, vários factores de ordem política poderão vir a ensombrar o futuro próximo. Finalmente os mercados emergentes mais vulneráveis constituem um factor de risco adicional, dada a possibilidade de contágio ao grupo de países desenvolvidos. Paula Gonçalves Carvalho Agostinho Leal Alves Nuno André Coelho Teresa Gil Pinheiro Na viragem do ano, os mercados elegem o euro, a libra e o franco suíço como moedas de refúgio. Mas a tendência de apreciação não é bem vinda nas respectivas economias, com destaque para a região do euro e para a economia helvética, a braços com dificuldades de expansão e receios de deflação. Pelo que, num contexto de políticas monetárias tendencialmente divergentes e favoráveis ao dólar, antecipa-se que a moeda dos EUA venha a beneficiar. Entretanto, entre as moedas emergentes, a ideia fundamental é de diferenciação, pois a resposta a um ambiente global em que se perspectiva recuperação do ciclo de produção, acompanhado por preços de commodities contidos e ausência de riscos de inflação nos mercados core, dependerá das características estruturais de cada mercado. O ano que agora termina foi mais uma vez dominado pelo cariz ultra-acomodatício da política monetária e pelos ensaios da Reserva Federal relativamente ao início da retirada, com avanços e recuos em Maio e Setembro, testando o mercado e incorporando esta perspectiva no cenário global. Embora as taxas de juro de mercado devam permanecer historicamente baixas por um prolongado período de tempo, negativas em termos reais, 2014 poderá ficar marcado pelo posicionamento divergente dos principais bancos centrais, pois não se excluem novas medidas de estímulo pelo BCE perante o ritmo de redução da liquidez excedentária no seu balanço, traduzindo-se num ambiente financeiro mais restritivo. Os activos de taxa fixa dos mercados benchmark viram o seu estatuto de refúgio reforçado em meados do ano, na sequência do anúncio de que a redução de compra de activos pela Reserva Federal estaria para breve. Todavia, desde então, as taxas implícitas do Bund e do US Treasury não regressaram aos mínimos, sendo a tendência mais notória no mercado norte-americano, reflexo dos fundamentos mais positivos. Efectivamente, a inclinação da curva de rendimentos aumentou de cerca de 150 para 250 pontos base (10 versus 2 anos) no caso dos US Treasuries, mantendo-se inferior a 170 pontos base no mercado europeu. Em 2014, na ausência de choques adversos não antecipados, perspectiva-se a manutenção da actual tendência, reflectindo também o cenário económico progressivamente mais sustentado. No mercado de commodities, o ouro destacou-se pela negativa, perdendo mais de 20% ao longo do ano, reflectindo o ambiente de baixo crescimento e inflação praticamente ausente nas economias de referência; em contrapartida, os mercados bolsistas registaram novos máximos, destacando-se, entre outros, os EUA, Alemanha, México, África do Sul. No próximo ano, a concretização de um cenário de crescimento mais robusto sugere que as rentabilidades se poderão manter positivas, nomeadamente nos mercados de acções. Todavia, a perspectiva de níveis mais baixos de liquidez também significa que os retornos serão provavelmente mais modestos. Nesta publicação incluem-se dois artigos de opinião, analisando o sector do turismo em Portugal (primeira parte) e o programa de resgate da Irlanda, por comparação com o caso português. O excedente externo da Alemanha e as eventuais consequências do reforço da procura interna germânica sob as economias periféricas em ajustamento, é um dos temas que também se destaca nesta publicação. Boas Festas ÍNDICE Pág. Perspectivas Globais e Principais Factores de Risco 03 Principais Mercados: Recomendações 04 TEMAS EM DESTAQUE PORTUGAL: TROCA DE DÍVIDA REDUZ NECESSIDADES DE 2014 E 2015 EXCEDENTE DA ALEMANHA : À PROCURA O CAMINHO DA FED FINANCIAMENTO EM DE UMA SOLUÇÃO WIN-WIN 05 07 12 ECONOMIAS GLOBAL - CENÁRIO GRADUALMENTE MAIS POSITIVO…MAS RISCOS PERMANECEM PORTUGAL - PROCURA INTERNA JUSTIFICA DESEMPENHO FAVORÁVEL NO 3T13 ESPANHA - CONFIRMADO RETORNO A TRAJECTÓRIA DE CRESCIMENTO NO 3T13 ANGOLA - ESTABILIDADE DA INFLAÇÃO DETERMINA DESCIDA DAS TAXAS DE JURO MOÇAMBIQUE - FRELIMO REFORÇA A SUA POSIÇÃO NA ESFERA POLÍTICA 13 14 15 16 17 MERCADOS MERCADO CAMBIAL ANO ENCERRADO RISCOS INTERNOS E EXTERNOS MERCADO MONETÁRIO POLÍTICA MONETÁRIA MUNDIAL 19 20 21 CADA VEZ MAIS DIVERGENTE MERCADO DE DÍVIDA PÚBLICA POLÍTICAS MONETÁRIAS DOMINAM MOVIMENTOS 22 MERCADOS ACCIONISTAS GLOBALMENTE FOI UM BOM ANO 23 BOLSISTA MERCADO DE COMMODITIES AFIRMAM-SE TENDÊNCIAS IMPORTANTES NO MERCADO DA ENERGIA 24 PREVISÕES Economias Desenvolvidas Mercados Emergentes Previsões Económicas do BPI 25 Taxas de Câmbio Taxas de Juro 26 Taxas Oficiais dos Principais Bancos Centrais 27 Taxas de Câmbio dos Mercados Emergentes Taxas de Juro dos Mercados Emergentes 28 FINAL DE ANO COM NOTA POSITIVA Próximo da viragem do ano, as previsões são de aceleração do crescimento económico, desta vez centrado na melhoria de expectativas para as economias desenvolvidas. Actualmente são as economias emergentes mais vulneráveis que suscitam receios, designadamente aquelas que evidenciam maior dependência de capitais externos. Mas os desafios são também significativos nas regiões desenvolvidas, com destaque para a zona euro, onde tem tardado o d e s p e r t a r d a p r o c u ra i n t e r n a d o s p a í s e s economicamente mais robustos e espreitam receios de deflação. N o s m e r c a d o s f i n a n c e i r o s , v á r i o s a c t i vo s registam valorizações muito expressivas, em alguns casos difíceis de justificar por factores fundamentais. O pendor ultra-expansionista da política monetária e o arrastamento da situação de taxas de juro historicamente baixas por um período de tempo prolongado, está na base de alguns destes movimentos, influenciando os activos financeiros, com menor impacto nos activos reais, onde a despesa em consumo e investimento tarda. Neste contexto, a redução progressiva das compras de activos financeiros pela Reserva Federal constituirá um marco, ainda que não represente propriamente o início de uma fase restritiva da política monetária, pois o balanço da Fed continuará a aumentar, ainda que a um menor ritmo. Pelo que, depois de um ano auspicioso para algumas classes de activos com maior risco, 2014 poderá vir a revelar-se desafiante, com retornos esperados mais limitados, ainda que a expectativa de melhoria do cenário económico global confira algum suporte. OPINIÃO EVOLUÇÃO DO SECTOR DO TURISMO - PARTE I IRLANDA - RECAPITALIZAÇÃO DA BANCA E IMPACTO BASES DE DADOS NA DÍVIDA PÚBLICA 29 38 45 DEPARTAMENTO DE ESTUDOS ECONÓMICOS E FINANCEIROS Paula Gonçalves Carvalho Teresa Gil Pinheiro Nuno André Coelho Economista Chefe ANÁLISE TÉCNICA Agostinho Leal Alves Tel.: 351 21 310 11 86 Fax: 351 21 353 56 94 Email: [email protected] www.bancobpi.pt www.bpiinvestimentos.pt/Research Factores de Risco . Permanecem em sentido descendente, mas menos pronunciados do que anteriormente. Destaca-se o processo de redução de estímulos monetários pela Reserva Federal e o impasse orçamental nos EUA; a possibilidade de que as tensões na Zona Euro regressem; ou os riscos decorrentes da persistência das taxas de juro em níveis historicamente baixos por um prolongado período de tempo. . O processo de desalavancagem avança a bom ritmo, mas o consumo privado continua dependente do andamento do mercado de trabalho. Será determinante o processo de reequilíbrio do mix de políticas económicas pois a concretização da retirada de estímulos monetários e os efeitos no comportamento das taxas de juro poderão repercutir-se negativamente no ritmo de crescimento. Por outro lado, o impasse orçamental poderá regressar de forma mais perturbadora. . Riscos para o crescimento são negativos e prendem-se com o efeito no consumo privado da subida da taxa de imposto projectada para 2014: Um aumento pouco significativo da respectiva taxa criará um problema de confiança na capacidade das autoridades reduzirem o desequilíbrio orçamental. . Continuam negativos para o crescimento, mas mais balanceados do que no passado recente; . Ambiente financeiro global potencialmente mais adverso, decorrente da redução de estímulos pela Reserva Federal, poderá condicionar a recuperação. . No sentido ascendente, surgem os sinais de melhoria do sentimento, cuja consolidação poderá traduzir-se em mais investimento e avanços no mercado de crédito. . A aprovação de empréstimos, apesar de ter melhorado ao longo dos últimos meses, continua bastante inferior aos valores pré-crise. Note-se que a ausência de um mercado de crédito dinâmico pode colocar em risco a recuperação do consumo e do investimento. . Da mesma forma, os riscos de inflação persistem (o último valor para a taxa de inflação anual foi de 2.2% em Outubro) e podem influenciar as expectativas para a inflação de médio-prazo, condicionando a política monetária ainda acomodatícia. . Por último, o aperto das condições monetárias (eg, as condições de acesso ao programa Funding for Lending foram restringidas) poderão dificultar a retoma económica. . Riscos para o crescimento permanecem negativos. . Os acontecimentos no primeiro semestre condicionarão particularmente a evolução futura, dada a aproximação do final do Programa de Ajustamento Financeiro. Será fundamental que ocorra uma transicção tranquila para um formato de financiamento do Estado mais assente no recurso ao mercado, ainda que sujeito a alguma condicionalidade. . Eventual regresso da instabilidade institucional e a implemantação do OE2014 poderão induzir novo agravamento da tendência de evolução do consumo e investimento privado até final do ano. . Riscos para o crescimento são negativos e relacionam-se com a incerteza e volatilidade nos mercados financeiros e possíbilidade de redução dos fluxos de capital direccionados para estas economias derivada de uma subida das taxas de juro nas economias desenvolvidas. . . O comportamento será diferenciado, dependendo das características intrínsecas de cada região, num ambiente de retoma da actividade industrial global, preços das commodities contidos e ambiente financeiro menos acomodatício no mundo desenvolvido. Perspectivas Globais . A OCDE antecipa que o ciclo de aceleração de crescimento se consolide em 2014 e 2015, prevendo crescimentos para os países pertencentes à organização de 2.3% e 2.7%, respectivamente, depois de 1.2% estimado em 2013. Todavia, a OCDE salienta os riscos negativos persistentes, dando ênfase à vulnerabilidade de algumas economias emergentes e à possibilidade de contágio ao grupo de países mais desenvolvidos através das ligações financeiras ou comerciais. . A taxa de crescimento do PIB no 3º trimestre foi de novo revista em alta, de 2.8% para 3.6% (valores trimestrais, anualizados); todavia, mantém-se a incerteza quanto à evolução da economia no 4T13, na medida em que o crescimento do trimestre traduz forte aumento de inventários, enquanto que a procura interna evoluiu de forma mais moderada do que o esperado. Consolida-se a construção de um ciclo de moderado crescimento face ao observado em ciclos anteriores. . A adopção de políticas fiscais e monetárias expansionistas reflectiu-se na construção de um cenário amigo do crescimento, que se traduzirá num ritmo de expansão em torno de 2% em 2013; . Em 2014, a necessidade de retirada de alguns estímulos, nomeadamente no campo da política fiscal, deverá reduzir a amplitude de crescimento da economia nipónica para 1.2%. . Crescimento deverá tornar-se gradualmente mais estimulado pela procura interna. Em 2014, a manutenção da política monetária com pendor acomodatício e a antecipação de esforço menos intenso de consolidação orçamental na região, sustentarão o crescimento. Avanços na União Bancária (nomeadamente a definição do Mecanismo de Resolução Europeu), contribuiriam para a redução da fragmentação, conferindo suporte às economias periféricas. . A OCDE estima que depois da contracção de 0.4% em 2013, a economia avance 1% e 1.6% em 2014-15. A expansão estimada evidencia o legado da crise: desalavancagem, fragmentação financeira, elevada incerteza. . As previsões avançadas escondem comportamentos díspares entre os vários membros: Alemanha e Áustria em recuperação, Finlândia, Holanda e periféricos fragilizados. . O crescimento do PIB no 3T surpreendeu pela positiva, revelando uma recuperação mais robusta do que o antecipado. Os indicadores de actividade mensal na indústria e nos serviços, bem como os indicadores de confiança e expectativas dos consumidores e particulares, continuam a evoluir favoravelmente, sugerindo que o crescimento da economia deverá manter-se sólido no último trimestre. Do mesmo modo, sucedem-se as revisões em alta ao crescimento da economia em 2013 e 2014. . A taxa de desemprego mantém-se em 7.7% (dados de Agosto), mas a maior participação laboral, o forte crescimento do emprego e a queda dos pedidos de subsídio de desemprego são consistentes com uma sólida recuperação do mercado de trabalho. . Os desenvolvimentos recentes acalentam expectativas de que surja um ciclo de crescimento moderado, mas sustentado, destacando-se os sinais de estabilização da procura interna; . Indicadores de sentimento e de actividade mantêm uma tendência de recuperação; para o cenário de médio prazo, será fundamental o regresso de uma tendência positiva sustentada para o investimento. . O sector externo da economia, principal motor da actividade, continua a evoluir positivamente: as exportações de bens mantiveram ritmo de expansão de 4% em Janeiro-Outubro. . No mercado de trabalho há sinais menos negativos. . Em 2013, a actividade económica ficou limitada por condições menos favoráveis, como por exemplo preço mais baixo das commodities e constrangimentos ao nível das infra-estruturas existentes, de acordo com o FMI; . Mas as perspectivas para 2014 são favoráveis, na medida em que os respectivos sectores exportadores tenderão a expandir a actividade, beneficiando de maior procura por parte das economias desenvolvidas. Todavia, a performance dependerá das carcaterísticas de cada economia, podendo as mais dependentes de capitais externos (Brasil) deparar-se com um ambiente mais adverso pós início da retirada pela Reserva Federal. Global EUA Japão Z. Euro R. Unido Portugal A. Latina Perspectivas Gobais e Principais Factores de Risco E.E.F. 3 Mercados Financeiros Dezembro 2013 Factores de Risco . Dado o actual período, qualquer operação cria volatilidade. Notícias e especulações inesperadas podem gerar igualmente movimentos repentinos. Embora não se espere alterações ainda este ano em termos do tapering, a Fed terá a sua última reunião do ano no dia 18. Este acontecimento é sempre alvo de atenção. . As taxas de curto prazo nos EUA, Zona Euro, Japão, Reino Unido e Suíça continuam próximas de zero, alimentadas pela sinalização do percurso futuro (forward guidance) das principais taxas de juro directoras. O risco de um aumento substancial não esperado das taxas de mercado é reduzido e estará relacionado com os efeitos de contágio da redução do QE pela Fed e da redução do excesso de liquidez na zona euro. . As decisões de investimento têm que ser ponderadas pelos retornos esperados de investimento em activos de rendimento variável (acções, fundos de investimento, …) e pelos spreads oferecidos pelos bancos. Recomendações . Com a proximidade do final de ano, existe um normal estreitamento significativo do mercado, tanto em número de transacções como no montante transaccionado. Neste contexto, qualquer movimento mais forte de compra ou venda tem um impacto desproporcionado Também por isso existem tendências que nos mostram um certo refúgio em três importantes moedas: euro, libras e francos suíços. Assim, deverão ser estas as principais apostas na gestão de tesouraria de curto prazo. Contudo, perante uma certa variação mais errática, aconselha-se uma postura muito neutral ou muito pouco activa/agressiva. M. Monetário . Apesar do corte de taxas de juro pelo BCE, as taxas Euribor iniciaram uma tendência de subida no final do mês, tendo alcançado máximos desde Setembro. Este aumento está em certa medida relacionado com o fecho de posições característico do final do ano mas também com a redução do excesso da liquidez na região. Ainda assim, continua a recomendar-se o financiamento a prazos curtos (recomendação apenas tendo por base as perspectivas para as taxas de mercado monetário). A estrutura actual da curva sugere que o roll-over de financiamentos de curto-prazo será mais rentável do que financiamento a longo-prazo. . Quando se trata da decisão de aplicação de fundos, recomendam-se aplicações de médio/longo-prazo com o objectivo de aproveitar o prémio de imobilização de capital implícito nas taxas das maturidades mais longas. . Falhas na comunicação dos bancos centrais poderão traduzir-se em queda mais acentuada dos preços (probabilidade reduzida) . Materialização de riscos relacionados com a actividade económica pode traduzirse em aumento da procura de activos de refúgio, implicando aumento dos preços dos títulos de dívida pública dos mercados benchmark, (probabilidade reduzida). . Alterações de política monetária ou de mecanismos não convencionais nos dois lados do Atlântico. . A percepção de alteração de ciclo, nomeadamente em termos de política monetária, poderá ser (num período inicial) negativa para os activos de maior risco. Ainda mais que a tendência fortemente bullish dos últimos meses, tendo sido alcançados níveis máximos recorde, criou um cenário menos seguro em termos futuros. . Há riscos do lado do crescimento, nomeadamente no que respeita às economias emergentes. Por outro lado, os factores geopolíticos estão sempre latentes, nomeadamente como condicionantes na área da energia. . Elevadas emissões por parte de empresas com classificação de risco elevado, associado ao aumento da procura de rendibilidade num ambiente de taxas de juro muito baixas. A IIF estima que 14% das emissões nos EUA e 7% na Europa são de empresas com classificação de risco extremamente elevado ou em situação de incumprimento. . O ano que termina foi muito positivo para as principais bolsas mundiais, seguindo a liderança das bolsas norte-americanas. Nesta caminhada para o final do ano não se esperam compras adicionais de grande montante. Dív. Div. Acções Commodities . Genericamente, os preços das matérias-primas permanecem baixos, não se antevendo no curto prazo alterações de cenário. Este período é adequado à constituição de stocks. . O cenário de gradual subida das yields nos mercados benchmark mantém-se, ainda que de forma mais gradual, beneficiando da consolidação dos sinais de retoma da actividade nas economias mundiais. A um ano, antecipamos que as yields dos títulos norte-americanos a 10 anos estejam em torno dos 3.5% e as do Bund alemão com o mesmo prazo em torno dos 3%. Mercados Financeiros Div. Púb. M. Cambial Principais Recomendações e Factores de Risco E.E.F. Dezembro 2013 4 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 TEMAS EM DESTAQUE PORTUGAL: TROCA DE DÍVIDA REDUZ NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO EM 2014 E 2015 A operação de troca realizada pelo Tesouro português no Resultados da operação início de Dezembro permitiu estender a maturidade da dívida pública portuguesa e aliviou as necessidades de financiamento em 2014 e 2015 em 2.4 e 3.3 mil milhões de euros, Título respectivamente, reduzindo o gap de financiamento para cerca de 11 e 16 mil milhões em 2014 e 2015. A operação Compra consistiu na troca de 6.6 mil milhões de dívida com 837.0 OT 4.375 Junho 2014 vencimentos em 2014 e 2015 por títulos com vencimentos 1,639.9 OT 3.6 Outubro 2014 em 2017 e 2018 e o resultado da operação resume-se no 4,164.5 OT 3.35 Outubro 2015 quadro lateral: de troca de dívida Preço Custo do capital para Portugal(*) milhões de euros Yield da operação 101.16% 100.71% 100.04% 9.6 11.5 1.7 2.1% 2.8% 3.3% 30.9 82.3 136.0 4.7% 5.0% Venda 2,675.6 OT 4.35 Outubro 2017 98.86% 3,966.0 OT 4.45 Junho 2018 97.97% Custo total Fonte: IGCP, Bloomberg, calc. BPI. Nota: (*) Diferença entre valor nominal e valor de operação. A operação tem subjacente um custo estimado de 136 mil milhões de euros1, mas alisou os montantes das necessidades de financiamento da República nos próximos quatro anos, reduzindo a incerteza quanto às opções de financiamento disponíveis para Portugal. Mais, o montante da operação - 6.6 mil milhões de euros - compara favoravelmente com as operações realizadas pelo Tesouro em Janeiro e Maio de 2013, sugerindo uma percepção mais positiva da dívida portuguesa por parte dos investidores. Recorda-se que em Janeiro, o Tesouro tinha vendido 3.5 mil milhões de euros da OT com cupão 4.35% e vencimento em Outubro de 2017, através de um sindicato de bancos; e em Maio colocou 3 mil milhões de euros com a emissão de um novo benchmark com vencimento em Fevereiro de 2024 e cupão de 5.65%. Finalmente, referese o facto das taxas de rendibilidade da operação de troca se terem situado próximo dos níveis mínimos transaccionados ao longo do último mês. Yields das Ot's Em 2014, o financiamento é assegurado em grande parte pelo Programa de Assistência Económica e Financeira, o qual assegurará cerca de 8 mil milhões de euros das necessidades de financiamento de Portugal. O restante será assegurado pelo rollover dos BT's (26.5 mil milhões de euros), pela emissão de 2.5 mil milhões de dívida junto de pequenos aforradores através da emissão de instrumentos de retalho, entre os quais se incluem os novos Certificados do Tesouro Poupança Mais. Os restantes cerca de 11 mil milhões de euros poderão ser satisfeitos pelo retorno de Portugal aos mercados, preferencialmente no início do ano, e provavelmente através de emissões sindicadas de dívida com maturidades entre os 5 e os 10 anos. Note-se que a compra de, pelo menos, 2 mil milhões de euros de dívida pelo Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social estão assegurados, conferindo suporte na fase de colocação de dívida em primário. A prossecução desta estratégia, ou semelhante, facilitará um cenário que parece cada vez mais plausível, de transição do actual programa de assistência financeira para um programa cautelar, no qual o Tesouro português se poderia financiar no mercado ao abrigo de uma linha de crédito obtida junto do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira. Como contrapartida da existência de algum tipo de condicionalidade, implícita na linha cautelar, a dívida pública portuguesa tornar-se-ia elegível ao abrigo do programa de dívida pública pelo BCE, o que em conjunto com um cenário macroeconómico mais favorável, facilitaria a formação de um ciclo auto sustentado de redução dos prémios de risco exigido à dívida portuguesa. % 8.00 7.50 7.00 6.50 6.00 5.50 5.00 4.50 4.00 3.50 3.00 2.50 2.00 Jan-13 Fev-13 Abr-13 Jun-13 Ago-13 Out-13 Dez-13 2 anos 4 anos 5 anos Fonte: Bloomberg Spreads da dívida pública portuguesa face ao bund alemão 750 700 650 600 550 500 450 400 350 300 250 200 Dez-12 Mar-13 Mai-13 Jul-13 Set-13 Dez-13 3 anos 5 anos 10 anos Fonte: Reuters, BPI calc. Este custos apenas considera o capital, excluindo custos/benefícios dos juros, bem como considerações dos benefícios implícitos na melhoria das necessidades de financiamentos resultantes da extensão dos vencimentos da dívida pública. 1 5 E.E.F. TEMAS Mercados Financeiros Dezembro 2013 EM DESTAQUE PORTUGAL: TROCA DE DÍVIDA REDUZ NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO EM 2014 E 2015 Necessidades brutas de financiamento entre 2014-17, antes da troca de dívida Necessidades brutas de financiamento entre 2014-17, após troca de dívida 109 EUR 109 EUR 52.2 60 46.0 41.3 39.5 50 40 14.4 13.8 9.7 8.6 30 20 10 0 2014 2015 2016 2017 Roll-over BTs Reembolsos OTs Reembolsos PAEF Nec. Fin. Liq. Fonte: Bloomberg, IGC P 60 49.8 50 40 30 11.4 42.7 41.6 42.2 11.1 10.0 11.3 20 10 0 2014 2015 2016 2017 Roll-over BTs Reembolsos OTs Reembolsos PAEF Nec. Fin. Liq. Fonte: Bloomberg, IGC P Teresa Gil Pinheiro 6 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 TEMAS EM DESTAQUE EXCEDENTE DA ALEMANHA: À PROCURA DE UMA SOLUÇÃO WIN-WIN Recentemente extremaram-se as posições entre aqueles que consideram que o estímulo da procura interna da Alemanha é a resposta para os problemas que persistem nas economias periféricas da região do euro, negativamente afectadas pela crise de dívida soberana e pelas medidas de austeridade impostas para corrigir os desiquilíbrios das finanças públicas, e os que referem que o excedente das contas externas germânicas apenas deriva da sua posição competitiva robusta, sendo portanto benigno para a região. Este é um tema importante num contexto em que os processos de ajustamento ainda decorrem nas economias periféricas e na medida em que o seu crescimento potencial continua constrangido. Aparentemente, no médio/longo prazo uma alteração na composição do crescimento germânico poderia ter reflexos positivos na periferia. Todavia, esse efeito é discutível num espaço de tempo mais curto. Os impactos decorreriam sobretudo via alterações induzidas na taxa de câmbio do euro pois o estímulo directo às exportações dos periféricos (nomeadamente, Portugal) seria diminuto. Um aumento do consumo privado e investimento na Alemanha traduzir-se-ia sobretudo em reforço da procura externa de países fora da União Europeia. Segundo as conclusões de um estudo recente da Comissão Europeia, um acréscimo de 1% da procura interna na Alemanha implicaria melhorias do saldo comercial de apenas 0.02% do PIB em Espanha, Itália ou Portugal. Cerca de metade do impacto seria exportado para fora da União Europeia. A relevância desta matéria fica também evidenciada pelo facto de a Comissão Europeia ter incluído a Alemanha na lista de países com potenciais desequilíbrios, no âmbito do mecanismo de alerta de desequilíbrios macroeconómicos (MIP). Um dos argumentos avançados por quem advoga a necessidade de reequilíbrio da economia alemã refere a baixa taxa de investimento interna como sendo um sinal preocupante, reflexo de desequilíbrios estruturais. Verifica-se, no entanto, que o aumento do excedente externo germânico se ficou sobretudo a dever ao reforço dos níveis de poupança, não à queda da taxa de investimento (a taxa de investimento da Alemanha é maior que a registada em Portugal). Acresce referir que não é linear advogar que a tendência mais saudável será o declínio da poupança nas economias aforradoras pois, nesse caso, os países mais deficitários sentirão maiores dificuldades em obter financiamento. E importa não esquecer que tipicamente a situação económica dos países com défice externo reflecte uma situação estrutural fraca e não falta de procura por parte dos restantes países, nomeadamente dos excedentários. Tendo em conta as diversas questões que estão em causa, é importante que o alcance de um novo equilíbrio se traduza em melhorias para todos os intervenientes, uma solução win-win. Não se trata da defesa de uma deterioração no posicionamento competitivo da economia alemã, mas sim procurar que ocorram alterações nos principais motores de crescimento internos que facilitem o ajustamento da economia global - fragilizada por uma situação de falta de procura nas economias desenvolvidas e dificuldade de diluição dos níveis de alavancagem - com reflexos positivos internamente. Equilíbrio mundial - quem financia e quem gasta Saldo da conta corrente em mil milhões de USD 1996 -124.8 65.7 2000 -416.3 119.6 2005 -745.8 166.1 2008 -677.1 159.9 2009 -381.9 146.6 2010 -442.0 204.0 2011 -465.9 119.3 2012 -475.0 59.0 Alemanha França Itália Espanha -14.0 19.4 38.7 -1.4 -32.8 19.3 -2.2 -23.1 140.3 -10.4 -15.7 -83.3 226.1 -49.6 -66.1 -154.1 197.1 -35.0 -42.0 -70.4 207.0 -40.0 -72.6 -62.3 224.3 -54.2 -67.4 -55.4 238.5 -62.9 -10.7 -14.5 Austrália Canadá Suíça Reino Unido -14.3 2.4 21.6 -6.9 -15.3 18.6 30.1 -42.5 -41.8 21.6 52.4 -47.2 -47.1 1.8 10.9 -26.7 -42.0 -40.6 53.7 -27.7 -37.0 -58.4 78.6 -57.6 -33.8 -52.8 55.7 -32.8 -56.4 -67.0 84.7 -85.5 China Tailândia 7.2 -14.4 20.5 9.3 132.4 -7.6 420.6 2.2 243.3 21.9 237.6 10.0 201.7 5.9 213.7 2.7 Argentina Brasil México -6.8 -23.0 -2.5 -9.0 -24.2 -18.7 4.7 14.0 -5.6 6.0 -28.2 -18.7 7.5 -24.3 -5.8 2.4 -47.3 -1.9 -1.9 -52.5 -9.7 0.3 -54.2 -9.2 Médio Oriente e Norte de África 17.8 Fonte: FMI. 84.4 213.3 355.0 53.7 192.5 407.7 396.9 EUA Japão 7 E.E.F. TEMAS Mercados Financeiros Dezembro 2013 EM DESTAQUE EXCEDENTE DA ALEMANHA: À PROCURA DE UMA SOLUÇÃO WIN-WIN A discussão em torno desta questão ressurgiu recentemente após o Tesouro norte-americano ter referido a fragilidade da procura interna alemã e a poupança excedentária de elevada dimensão, como factores penalizadores e que constrangiam a dinâmica económica global. Deve recordar-se que esta chamada de atenção veio substituir o tradicional apelo à necessidade da República Popular da China reequilibrar o crescimento a favor da procura interna, com destaque para o consumo, apreciando a sua moeda e deixando de depender tanto das exportações para o crescimento. Desde 2011 a Alemanha veio substituir a China como principal financiador em termos globais. Segundo o Fundo Monetário Internacional, o saldo da balança corrente alemã alcançou USD 224.3 mil milhões (mm), enquanto na China se quedou por cerca de USD 202 mm e o Japão USD 119 mm. Em contraste, a economia norte-americana revela necessidades de financiamento externas sistemáticas avultadas, que no mesmo ano alcançaram USD 458 mm, ainda assim significativamente inferior aos valores próximos de USD 800 mm registados em 2006. Compreende-se, deste modo, a pressão pelos norte-americanos para que a Alemanha contribua, através do fortalecimento da sua procura interna, para o reforço do crescimento global. Entre os principais fornecedores de capital pontuam, para além da Alemanha e da China, países do Médio Oriente (produtores de petróleo), a Holanda, Suíça e Japão. Entretanto, os EUA destacam-se entre os maiores devedores. Mas nos últimos anos tem sido notória a presença neste grupo de outras economias que se começam a evidenciar pela negativa, revelando uma situação estruturalmente mais fraca e potencialmente vulnerável perante eventuais alterações de sentimento nos mercados financeiros internacionais: África do Sul, Indonésia, Turquia, Brasil e Índia. Neste contexto, justificamse os argumentos dos que se opõem à necessidade de redução de excedentes externos avultados, na medida em que a redução desses excedentes nos países aforradores poderá dificultar ainda mais o financiamento dos países com défice, não só no âmbito da UEM mas também à escala global. Quem tem maior capacidade de financiamento: China e Alemanha sobressaem 1400 Mil milhões USD 1200 1000 800 600 400 200 0 -2002000 2003 2006 2009 2012 Médio Oriente C hina Alemanha Holanda Suíça Rússia Japão Noruega C oreia Singapura Fonte: FMI Quem tem maior necessidade de financiamento: EUA evidenciam-se 2000 2003 2006 200 Mil milhões USD 2009 2012 0 -200 -400 -600 -800 -1000 -1200 Portugal - Investimento & Poupança África do Sul Indonesia França Austrália C anadá Turquia R.Unido Brasil India EUA Fonte: FMI Alemanha - Investimento & Poupança O equilíbrio de financiamento pode também ser analisado à escala nacional. A uma situação de capacidade (necessidade) de financiamento corresponde uma taxa de poupança1 superior (inferior) à taxa de investimento nacional. O argumento económico que tipicamente subjaz à necessidade de redução de excedentes é baseado na noção de que um excedente poderá representar um nível de poupança acima do seu valor óptimo e/ou um nível de investimento deprimido. 1 Taxa de poupança nacional, englobando todos os sectores de actividade, Famílias, Empresas, e Estado. 8 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 TEMAS EM DESTAQUE EXCEDENTE DA ALEMANHA: À PROCURA DE UMA SOLUÇÃO WIN-WIN Tal poderá reflectir uma conjugação de políticas de investimento demasiado cautelosas pelo sector empresarial, política orçamental excessivamente restritiva e pessimismo das famílias, todos contribuindo para um nível de poupança acima de um valor óptimo. O aumento da procura doméstica nestes países e a redução dos excedentes seria benéfico para o próprio país na medida em que estimularia a sua actividade económica, promovendo a redução destas ineficiências. Adicionalmente, devido a ligações comerciais e financeiras crescentes, a situação dos países com défice seria dinamizada. Tal reflectir-se-ia também no país com excedente na medida em que aumentaria o valor dos seus activos (pois um saldo corrente excedentário tem por contrapartida fluxos financeiros aplicados no exterior) e promoveria um reforço dos níveis de confiança. Neste sentido, há quem argumente que na Alemanha existe um desequilíbrio estrutural subjacente à evolução da taxa de investimento, sinalizando que os germânicos preferem investir no exterior em detrimento do investimento no próprio país. No entanto, verifica-se, por um lado, que a taxa de investimento nacional tem oscilado em torno de 17.5% do PIB (previstos para 2013), tendo ocorrido um declínio ligeiro desde início da década de 2000. Em contrapartida, a taxa de poupança aumentou significativamente entre 2001 e 2007, tendência que coincidiu com o período mais intenso de realização das reformas no mercado laboral (reformas Hartz) e que poderá reflectir o reforço de poupanças precaucionárias associadas a maior incerteza, tendo aumentado de 20% do PIB para valores superiores a 25% do PIB. Desde então, embora abaixo do limiar máximo de 25%, a taxa de poupança mantém-se elevada, o que pode reflectir o processo de envelhecimento rápido da população alemã e a preparação para a idade de reforma. Este género de questões deverá ser equacionada na abordagem da Comissão Europeia ao "desequilíbrio" da Alemanha no âmbito do MIP - Macroeconomic Imbalance Procedure. Entretanto, em Portugal, os equilíbrios têm sido distintos (como é patente no gráfico respectivo), embora nos últimos anos o aumento da poupança e contenção do investimento tenham estado na base do alcance de uma situação de capacidade de financiamento externo. Refira-se todavia, que quer a poupança quer o investimento se situam em patamares relativamente mais baixos que no caso germânico. Quem beneficiaria? O potencial impacto positivo nos países com défice derivado de um aumento da procura interna nos países com excedente, poderia ser limitado. De facto, tipicamente a situação económica dos países com défice externo reflecte uma situação estrutural fraca e não falta de procura por parte dos restantes países, nomeadamente dos excedentários. Balança Corrente na UEM -200 -100 0 100 200 300 400 1995 Bélgica Espanha Holanda Finlândia 1997 1999 Alemanha França Áustria UEM 2001 2003 Irlanda Itália Portugal 2005 2007 Grécia Luxemburgo Eslováquia 2009 2011 Fonte: Ameco Num estudo recentemente publicado pela Comissão Europeia2 afirma-se que dadas as suas características, a região do euro deverá ter um excedente conjunto relativamente moderado, reflectindo o perfil de envelhecimento das populações, os níveis elevados de rendimento per capita e a necessidade de consolidação orçamental e desalavancagem um vários países. O FMI estima mesmo um valor de equilíbrio em torno de 1.5% do PIB, não muito distante do nível esperado este ano. Neste estudo apresentam-se algumas conclusões interessantes. Destacam-se as seguintes: as exportações da maior parte dos países excedentários são tipicamente menos sensíveis ao preço do que as dos países em défice; os desequilíbrios observados são sobretudo com países fora do bloco da União Europeia; a Alemanha está muito integrada na cadeia de valor internacional, reduzindo a sensibilidade das suas exportações às oscilações dos preços e da taxa de câmbio. Este debate veio contribuir para exacerbar os ânimos nos países periféricos, entre os quais Portugal, onde vários observadores defendem que a redução do excedente alemão facilitaria o processo de ajustamento dos países com maior défice. Mas os factos parecem apontar para conclusões diferentes. De facto, apenas 40% das importações da Alemanha 2 European Commission, "Current Account Surpluses in EU". 9 E.E.F. TEMAS Mercados Financeiros Dezembro 2013 EM DESTAQUE EXCEDENTE DA ALEMANHA: À PROCURA DE UMA SOLUÇÃO WIN-WIN têm origem em países da zona euro (8% da Holanda, 7% da França, 5% de Itália, 3% de Espanha e menor de 1% de Portugal ou da Grécia), 10% têm origem na China, 6% são oriundos do Reino Unido e dos EUA cada. A Alemanha representa mais de 20% das exportações totais da Áustria, República Checa, Polónia ou Hungria; cerca de 10% a 15% das exportações de Portugal e Espanha e 6% da Grécia. Considerando a interacção total entre os países e os sectores, englobando os efeitos múltiplos ao longo da cadeia de produção, os autores concluem que o aumento da procura alemã beneficiaria sobretudo os países geograficamente próximos, com quem as relações são mais intensas e que já revelam um excedente. Um acréscimo de 1% da procura interna na Alemanha implicaria um aumento da produção germânica de cerca de 0.2%. e melhorias do saldo comercial em torno de 0.1% do PIB na República Checa, Eslováquia, Hungria e Áustria, e de apenas 0.02% do PIB em Espanha, Itália ou Portugal. Cerca de metade do impacto seria exportado para fora da União Europeia. É curioso verificar que se calculam impactos distintos em países em que a Alemanha assume pesos semelhantes na estrutura das suas exportações, como é o caso da República Checa e de Espanha. Tal deriva da integração mais estreita observada na cadeia de produção com a República Checa do que com Espanha, e do facto dos países vizinhos fornecerem bens intermédios para satisfazer as necessidades de aumento da produção alemã. Outros países excedentários estariam entre os mais beneficiados, como a Holanda e a Áustria. É evidente que o impacto seria maior nos países deficitários se houvesse um esforço simultâneo de redução de excedentes pelos países excedentários e não apenas pela Alemanha. Outro factor importante está relacionado com a estrutura semelhante de exportações, caso em que o país beneficiaria pela redução da concorrência alemã. Todavia, este não é o caso da Grécia ou de Portugal. Composição da Balança Corrente - Saldos por rubricas Alemanha - Composição da Balança Corrente Portugal - Composição da Balança Corrente Irlanda - Composição da Balança Corrente Espanha - Composição da Balança Corrente Fonte: Eurostat; cálculos do autor para estimativa 2013 10 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 TEMAS EM DESTAQUE EXCEDENTE DA ALEMANHA: À PROCURA DE UMA SOLUÇÃO WIN-WIN A título de referência, incluem-se a composição dos saldos da Balança Corrente em quatro países - Alemanha, Irlanda, Portugal e Espanha, onde os equilíbrios encontrados reflectem composições distintas que importa ter presente, entre a Balança de Bens, Serviços, Rendimento ou Transferências Correntes. Verifica-se, assim, que as duas economias ibéricas apresentam equilíbrios e situações semelhantes: o saldo deficitário registado na balança de bens destaca-se como um dos principais geradores dos défices verificados desde 2000 na Balança Corrente, sendo também evidente o seu estreitamento progressivo; os saldos da balança de rendimentos são negativos, reflexo sobretudo de juros pagos ao exterior; por sua vez, o saldo excedentário da balança de serviços é significativo em ambas as economias (turismo e transportes no caso português); enquanto as transferências correntes têm um saldo favorável em Portugal (sobretudo remessas de emigrantes) e deficitário em Espanha. Em contrapartida, quer na Alemanha quer na Irlanda, o saldo excedentário da balança de bens constitui o contributo mais importante para o saldo da balança corrente. As transferências correntes e serviços registam saldos pouco significativos em ambos os casos (embora no caso da Irlanda as exportações de serviços sejam muito expressivas). Todavia, observam-se situações muito distintas no que respeita ao saldo da balança de rendimentos: muito excedentária na Alemanha, reflexo dos investimentos feitos no exterior (entrada líquida de juros e dividendos; os rendimentos derivados de investimento directo e de outro investimento - empréstimos ao exterior - representam quase a totalidade do saldo da balança de rendimentos); e acentuadamente deficitária no caso irlandês, reflexo do peso do investimento directo estrangeiro no país (os principais fluxos deficitários reflectem pagamento de dividendos ao exterior ou lucros re-investidos). Paula Gonçalves Carvalho 11 E.E.F. TEMAS Mercados Financeiros Dezembro 2013 EM DESTAQUE O CAMINHO DA FED O principal factor de mercado da actualidade, e motivo de formação de expectativas no curto/médio prazo, continua a ser a política monetária norte-americana, especialmente na sua vertente não convencional. A questão da redução ou não da liquidez que é introduzida com regularidade mensal no sistema americano tem sido alvo de especulação, com inegáveis repercussões na volatilidade dos preços nos diferentes mercados de activos. O Comité Bancário do Senado norte-americano aprovou, recentemente por 14 votos contra 8 a nominação Janet Yellen para Presidente da Reserva Federal e libertou sua candidatura para a votação final no plenário. Dos 12 democratas do Comité, 11 votaram a favor do seu nome e, entre os 10 republicanos, apenas três o fizeram. No Congresso, as regras foram alteradas e a primeira mulher a comandar a Fed em 100 anos de existência necessita apenas de uma maioria simples - 51 votos a favor - para a sua confirmação (segundo as antigas regras teria de obter 60 votos). No recente testemunho no Congresso da futura responsável da Reserva Federal, ficou claro que não haverá pressa em alterar as actuais condições do mercado monetário - compras mensais de 40 mm USD de obrigações hipotecárias; mais compras adicionais de 45 mm USD de Treasuries; taxas de juro dependentes de taxa de desemprego em 6.5% - uma vez que não existem certezas acerca da firmeza da actividade económica e se esta conseguirá progredir de forma satisfatória sem os estímulos monetários (ou estímulos gradualmente menores). Sabe-se que a nova Presidente é mais sensível às questões do desemprego e evolução do mercado de trabalho do que da inflação sendo, por isso, favorável à política de taxas de juros baixas implementada pela Fed após a crise de 2008. Janet Yellen assumirá o seu novo cargo a partir do dia 1 de Fevereiro (Ben Bernanke termina o seu mandato no dia 31 de Janeiro) e a sua primeira reunião do FOMC (Fed Open Market Committee) será nos dias 18 e 19 de Março. Tanto Yellen como Bernanke têm adoptado discursos que sinalizam sintonia de posições, mostrando que será uma transição tranquila. De facto, na semana passada, Ben Bernanke reforçou a ideia que a política monetária dos EUA vai demorar a regressar à normalidade e que as taxas de juro historicamente baixas (perto de zero) assim deverão continuar até que a taxa de desemprego venha abaixo do objectivo dos 6.5% (presentemente ainda se encontra em 7.0%). O ainda Presidente da Fed tem referido as melhorias significativas do mercado de trabalho, exemplificando que tal aconteceu com o arranque da recompra de activos na posse de instituições financeiras por parte da autoridade monetária. Para a manutenção das taxas de juro baixas (mesmo com o início do afunilamento monetário) não basta manter o discurso pedagógico com o enunciado de intenções da Fed, podendo ser necessária uma sinalização mais concreta. Nas minutas do FOMC de 29-30 de Outubro refere-se a discussão de uma possível redução da taxa de remuneração das reservas dos bancos junto da Reserva Federal. Por outro lado, a inflação deverá manter-se baixa e estável - a Fed não prevê alterações significativas ao nível dos preços das matérias-primas e dos preços de importação, para além de não haver pressão ao nível do mercado de trabalho e do mercado doméstico de bens. Neste contexto, o propósito é manter a inflação abaixo do objectivo dos 2% até 2016. Quanto à retirada gradual dos estímulos (referida pela primeira vez em Maio por Ben Bernanke), tem havido muita especulação quanto ao seu início. Sempre que se refere essa possibilidade para breve verificam-se grandes movimentos ao nível dos investimentos nas diversas classes de activos (procura de qualidade contra o risco), gerando-se grande volatilidade dos preços. Para já sabe-se que os estímulos monetários manter-se-ão intactos enquanto a economia dos EUA não der sinais mais permanentes de solidez. Quando se iniciar o processo de secagem de liquidez, acredita-se que começará por ser modesta de modo a não criar turbulências ao nível dos mercados. Actualmente, a convicção dos mercados é de o processo de retirada poderá ocorrer ainda durante o 1º trimestre de 2014. Sabe-se, pelas minutas da última reunião da Fed, que esta questão tem sido discutida entre os membros do Comité Monetário, existindo o desejo de o fazer a curto/médio prazo. Entretanto, a OCDE prevê para os próximos anos um reforço expressivo do crescimento económico norte-americano: 1.7% em 2013, 2.9% em 2014 e 3.4% em 2015. Adivinha-se, por isso, um futuro novo ciclo de expansão que exigirá adequação da política monetária. Agostinho Leal Alves 12 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 ECONOMIAS GLOBAL - CENÁRIO GRADUALMENTE MAIS POSITIVO…MAS RISCOS PERMANECEM Previsões da OCDE: A trajectória de crescimento é positiva - a OCDE antecipa que o ritmo de expansão nos países que integram a organização acelere em 2014 e 2015, para respectivamente 2.3% e 2.7%, que compara com 1.2% em 2013. No entanto, os riscos são significativos, nomeadamente para as economias emergentes mais vulneráveis. A OCDE recorda três factores causadores de instabilidade em 2013, designadamente a discussão relativamente ao início do processo de redução de estímulos pela Reserva Federal, no início do Verão; os receios relativamente à vulnerabilidade de algumas economias que justificaram saídas acentuadas de capital e finalmente, o impasse sobre a política orçamental nos EUA (tecto de dívida e shutdown). O organismo recorda que estes factores de risco podem regressar de forma ainda mais virulenta para além de que as tensões na UEM poderão reacender-se, ao que acresce o facto de diversos desequilíbrios estruturais e fragilidades financeiras não estarem resolvidos e os efeitos nocivos de permanência da política monetária ultra-expansionista por um período arrastado. O destaque vai para a exposição das economias desenvolvidas a um eventual arrefecimento mais acentuado das economias emergentes mais vulneráveis, efeitos que poderão decorrer dos laços comerciais bem como das ligações financeiras (ver gráfico). EUA: O ritmo de crescimento económico registado no 3T foi revisto em alta de 2.8% para 3.6%, variação trimestral anualizada. Este é o maior ritmo de crescimento verificado desde inícios de 2012, ainda que se fique parcialmente a dever a acumulação não intencional de stocks, facto que suscita algumas dúvidas quanto à trajectória de crescimento. Refira-se, no entanto, que os indicadores mais recentes, ainda que parcialmente afectados pelo efeito do impasse orçamental que condicionou a actividade no início do 4T, reflectem perspectivas positivas: cite-se a queda significativa da taxa de desemprego em Novembro e a criação de postos de trabalho ou os indicadores prospectivos de evolução da oferta e de confiança dos consumidores, sugerindo expansão sustentada. Zona Euro: O ciclo de recessão foi interrompido no 3T. Todavia, a dinâmica continua frágil (quase estagnação em termos homólogos), evidenciando os desequilíbrios por resolver e comportamentos díspares entre as economias da região. Apesar do crescimento de 0.1% y/y, evidenciam-se pela negativa as performances de Espanha (-1.2%), Itália (-1.9%), Holanda (0.8%) e Portugal (-1%) apesar deste grupo de países ter registado crescimento trimestral ligeiro (com excepção de Itália). Entretanto, os indicadores prospectivos mantêm-se positivos e os indicadores de confiança evoluem favoravelmente, sugerindo que a tendência mais positiva se instalará gradualmente ao longo de 2014. Activos do sistema bancário sobre economias emergentes seleccionadas EUA - Acumulação de stocks, consumo privado e investimento na base da expansão 40 35 30 25 20 15 10 5 0 6% 4% % em % do PIB em % dos Activos financeiros -4% -6% Mar-09 EUA AUS JPN BEL ITA ALE SUE FRA UEM PRT AUT SUI GRE HOL GBR ESP 2% 0% -2% Fonte: OC DE EUA - Mercado de trabalho suscita optimismo 200 0 -200 -400 -600 -800 -1000 Mai-03 Mai-06 Emprego (MM 12M) Mai-09 Mar-11 Mar-12 Mar-13 C onsumo Privado FBC Fonte Bloomberg, BPI UEM - Contributo da procura interna gradualmente menos desfavorável 4% 3% 2% 1% 0% -1% -2% -3% -4% -5% -6% Mar-08 Mar-09 Mar-10 Mar-11 Mar-12 Mar-13 PIB y/y Fonte: Bloomberg Procura externa líquida é 11.0 10.0 9.0 8.0 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 400 Mar-10 Exportações Líquidas C onsumo Público PIB real Mai-12 Taxa de desemprego Fonte: Bloomberg, BPI Paula Gonçalves Carvalho 13 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 ECONOMIAS PORTUGAL - PROCURA INTERNA JUSTIFICA DESEMPENHO FAVORÁVEL NO 3T13 Estimativa rápida confirmada: O detalhe do relatório sobre o andamento da actividade económica no terceiro trimestre não suscitou surpresas. O final da recessão foi confirmado, após dois trimestre sucessivos de aumento da actividade em cadeia. Para tal contribuiu sobretudo a procura interna (consumo e investimento) sendo o contributo da procura externa líquida negativo. Em termos homólogos, a actividade sofreu uma contracção mais ténue que no trimestre anterior (-1% face a -2% no 2T), reflectindo sobretudo contributos menos negativos da procura interna. Bom desempenho extensivo à generalidade dos sectores: Analisando o detalhe do PIB na óptica do Valor Acrescentado Bruto, por sector de actividade, verifica-se que os crescimentos em cadeia registados no segundo e terceiro trimestre reflectiram aumento da produção na generalidade dos sectores, com destaque para a indústria, cujo VAB se expandiu 4.8% face ao trimestre anterior. De realçar também o ligeiro crescimento da produção no sector da construção, podendo indiciar uma tendência de estabilização após o acentuado ajustamento e redimensionamento do sector. Ainda que favoráveis, estes indicadores têm de ser confirmados. Relevante é também o comportamento da actividade no sector dos serviços, com peso agregado de 75% do PIB, e com um crescimento positivo, ainda que ligeiro, pelo segundo trimestre consecutivo. Investimento dá sinais promissores: Um cenário de expansão sustentada, para além das exportações, exige reanimação do investimento - repare-se que desde o início da crise financeira internacional recuou cerca de 37%, designadamente investimento produtivo, com especial destaque para o investimento no sector primário (com um peso diminuto no total da Formação Bruta de Capital) e em maquinaria e equipamento. Desde Abril verifica-se que o investimento começa efectivamente a melhorar, no segundo trimestre graças sobretudo a investimento em bens de transporte, no terceiro reflexo de investimento em maquinaria e equipamento. Esta é uma tendência que terá de ser confirmada, constituindo o grande desafio para 2014. Variação trimestral do PIB (%) 2T12 -1.1 -0.9 -11.0 -15.9 -3.2 -1.3 -5.9 -1.0 -0.4 1.6 3.8 3.9 0.1 0.0 1.1 0.1 -0.1 3T12 -0.3 -1.5 3.0 -3.0 -2.3 0.5 2.7 -0.8 -0.3 -1.0 0.0 -11.7 -0.4 0.9 -1.9 -0.3 -0.7 Decomposição da variação trimestral (em volume) da FBCF, contributos em p.p. -5.0% -3.0% -6.0% -6.5% -10.0% 20% 0.3% 1.5% -2.5% 0% -4.3% -10% -10.3% -7.1% -8.9% -6.5% -10.8% -30% 3T13 -40% PIB 2T13 1T13 4T12 3T12 2T12 1T12 4T11 3T11 2T11 12.2% 10% -15.0% 1T11 2.7 14.5 3.5 4.1 75.3 19.4 9.1 16.5 30.3 Variação homóloga acumulada entre 4T07-3T13 -20% Animais e plant. Equip. de transp. Act. fixos incorpóreos Peso no PIB (Jan/Set.13) 63.9 20.2 15.3 7.7 5.0 39.8 39.3 Outras máq. e equip. C onst. Total Fonte: INE, cálculos BPI -36.8% Import 0.0% 0.3% 3T13 1.1 -0.3 4.8 2.1 5.3 -0.2 2.6 0.2 0.2 4.8 1.3 1.3 0.2 1.6 0.3 0.4 -0.8 Export 2.0% 2T13 0.4 0.1 1.1 -1.0 -1.5 5.3 3.6 1.1 0.3 -1.3 4.1 -6.1 0.3 0.8 0.8 0.2 -0.2 FBCF 0.0% 1T13 -0.7 -0.8 -9.2 -5.6 -0.5 2.6 -2.0 -0.4 0.2 -1.9 -2.6 -5.6 -1.1 -1.7 -0.7 -1.7 -0.6 Cons. Público 5.0% 4T12 -1.9 -0.4 0.5 -4.1 2.5 -1.0 0.8 -1.9 -0.1 -1.1 -1.0 -3.6 -0.4 -0.5 -0.8 -0.5 -0.3 Cons. Privado 1T12 -1.9 -1.3 6.0 3.7 4.7 2.0 0.9 -0.1 -0.3 -2.8 -5.4 -6.7 -0.8 -1.9 -1.6 0.2 -0.5 Consumo privado Consumo público Investimento Const. Bens de equip. e Animais e Plant. Exportações Importações PIB Agric., silvic, pescas Indústria Energia, Água e San. Costrução Serviços Com. e repar. de veíc.; aloj. e restauração Transp. e armaz.; activ.de informação e comunic. Activ. fin, de seg. e imob. Outras activ. de serviços Fonte: INE, BPI calc. Nota: Variações positivas. Fonte: INE, BPI calc Paula Gonçalves Carvalho 14 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 ECONOMIAS ESPANHA - CONFIRMADO RETORNO A TRAJECTÓRIA DE CRESCIMENTO NO 3T13 Estimativa final confirma expansão do PIB no 3T13: Depois de nove trimestres de queda do produto, confirma-se que a economia espanhola cresceu 0.1% em cadeia, reduzindo o ritmo de contracção homólogo para 1.1%, menos 0.5 pontos percentuais do quer no trimestre anterior. Para o crescimento trimestral, contribuiu a procura interna com 0.3 pontos percentuais; por seu turno, a procura externa subtraiu 0.2 pp ao crescimento, o que se justifica pelo comportamento das importações, o que está associado à retoma do investimento em bens de equipamento. O desenhar-se de um cenário macroeconómico mais favorável traduz a redução das tensões nos mercados financeiros, evidente na diminuição dos prémios de risco da dívida espanhola, a diminuição do esforço de consolidação orçamental face a 2012 e a expansão do sector exportador. Actualmente, o peso das exportações de bens e serviços no PIB espanhol é de 39%, mais 10 pontos percentuais do que no final de 2008. A melhoria do desempenho é visível em diversos sectores de actividade: A análise do produto na óptica da oferta, sugere a construção de uma dinâmica de crescimento sustentada em vários sectores de actividade, dos quais se destaca a expansão do sector industrial e do turismo. A performance das actividades imobiliárias poderá estar associada com comportamentos mais dinâmicos do investimento estrangeiro no sector, reflectindo provavelmente a percepção de que o fim da correcção do mercado imobiliário estará próximo do seu fim. Desde o pico registado em Março de 2008, os preços das casas já corrigiram perto de 34%, observando-se uma atenuação do seu ritmo de queda ao longo de 2013. A última informação disponível relativamente ao investimento estrangeiro em imobiliário indica um crescimento em cadeia de 7.7% e homólogo de 25.7% no segundo trimestre do ano. Revisão em alta da estimativa para o PIB em 2013: O comportamento do produto no terceiro trimestre e os sinais de que de que o desempenho mais positivo da actividade se mantém no último trimestre do reflecte-se na revisão da nossa previsão do ritmo de contracção do PIB para -1.2% face aos anteriores -1.4%. Variação trimestral do PIB (%) Consumo privado Consumo público Investimento Construção Bens de equip. e act.cultivados Exportações Importações PIB Agric., silvic, pescas Indústria manufacturas Costrução Serviços Com., transp., hotel. Inform., comunic. Act.financ., seguros Act. Imob. Act. Profis. Ad. Púb, saúde, educ. Act. Artist., recreat., out. Fonte: INE. Nota: Variações positivas. Contributos para o crescimento das exportações, acum Set-13 1T12 2T12 1T12 4T12 1T13 2T13 3T13 0.3 -1.2 -0.7 -2.0 -0.6 -0.1 0.4 -1.8 0 -3.0 -0.3 1.3 -0.9 0.1 -1.7 -3.3 0.2 -3.0 -1.6 -2.0 0.2 -3.5 -4.2 -1.3 -1.3 -3.7 -4.7 -1.0 0.1 -1.8 1.9 -5.0 0.6 3.8 1.1 -3.1 0.6 6.5 0.6 -4.3 6.4 2.2 -3.3 -2.2 4.6 -2.6 -4.5 5.2 2.8 -0.4 -0.5 -0.4 -0.8 -0.4 -0.1 0.1 -8.4 -6.4 1.7 0.1 -1.6 0.4 -1.0 2.1 0.1 -0.7 -1.1 -1.3 0.5 0.8 3.3 -0.6 -0.4 -2.0 0.0 0.6 -0.1 -2.7 -3.0 -1.8 -0.5 -0.8 -3.4 -1.5 -0.3 -0.1 0.0 -0.7 -0.2 0.0 0.5 1.8 -1.0 0.3 -1.5 0.6 0.3 0.7 1.0 -0.2 -0.8 0.5 -0.5 1.2 -3.2 -1.0 0.1 -6.3 0.3 2.3 -0.1 -5.0 -0.9 1.4 1.3 -0.8 -2.2 1.2 1.5 -1.6 -1.1 1.9 -1.4 -0.3 -0.6 2.0 -2.5 1.3 -0.1 0.1 -1.3 -0.6 1.0 1.0 -3.0 -0.2 -0.8 1.7 -1.2 1.5 Teresa Gil Pinheiro 15 Evolução dos preços das casas E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 ECONOMIAS ANGOLA - ESTABILIDADE DA INFLAÇÃO DETERMINA DESCIDA DAS TAXAS DE JURO O Banco Nacional de Angola (BNA) reduziu a principal taxa de referência em 50 pontos base, para 9.25%. O banco central tem mantido uma política monetária relativamente acomodatícia desde o início do ano, tendo reduzido a taxa de referência três vezes (num total de 100pb) suportado pelo controlo da inflação e pela redução dos riscos associados à alteração da legislação cambial. De facto, a inflação homóloga em Outubro fixou-se nos 8.38%, um valor inferior aos 9.76% observados em Outubro do ano passado e o nível mais reduzido desde que a série começou a ser construída. A (relativa) estabilidade da taxa de câmbio, apoiada no aumento das reservas de moeda externa, tem contribuído para manter o nível de preços interno sob controlo. A política cambial prosseguida tem permitido uma depreciação moderada do kwanza face ao dólar americano, suficiente para controlar a inflação e ao mesmo tempo procurar aumentar a competitividade da economia local nos mercados internacionais. Este movimento sugere também uma menor preocupação com o impacto da alteração da lei cambial sobre o nível de preços, após dois meses decorridos desde a implementação da última fase. A redução da taxa de juro de referência tem como objectivo dinamizar o mercado de crédito e desta forma apoiar o crescimento da economia. No entanto, este objectivo está dependente de uma transmissão eficaz da taxa do BNA às taxas de curto prazo e por sua vez às taxas activas praticadas nos empréstimos bancários. A nova pauta aduaneira, que deverá entrar em vigor em Janeiro, irá provocar um agravamento médio das tarifas de importação dos produtos importados. As novas tarifas de importação poderão chegar aos 50% (no caso das cervejas e águas, reflectindo uma subida desta taxa em 20pp). A introdução da nova pauta aduaneira tem como objectivo principal desincentivar a importação e incentivar a produção interna, procurando tornar a economia mais auto-suficiente. No entanto, dado o elevado peso dos bens importados no cálculo do nível de preços interno, o agravamento das tarifas de importação deverá transmitir-se aos preços cobrados internamente pelos produtos com origem no exterior, exercendo pressões inflacionistas que poderão comprometer o controlo da inflação local. Taxas de curto prazo com tendência decrescente Inflação anual volta a desacelerar Inflação anual 16% Taxas LUIBOR 13% 11% 12% 9% 8% 7% 5% Dez-11 Jun-12 Overnight Dez-12 3 meses Jun-13 1 ano 4% 2010 Dez-13 Taxa BNA Fonte: BNA Depreciação do kwanza pode colocar pressão sobre a inflação 97 96 95 Dez-12 Jun-13 2013 2014 2015 Fonte: INE, BPI Research Crédito concedido pelo sector bancário, variação anual 50% 40% 30% 20% 10% 0% -10% -20% Out-11 Abr-12 Out-12 Abr-13 Out-13 98 Jun-12 2012 Crédito ao sector público com crescimento mais acelerado 99 94 Dez-11 2011 Previsão BPI Dez-13 USD/AOA Sect. público (inclui empresas) Sect. privado Fonte: BNA, BPI Research Fonte: BNA Nuno André Coelho 16 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 ECONOMIAS MOÇAMBIQUE - FRELIMO REFORÇA A SUA POSIÇÃO NA ESFERA POLÍTICA Apesar (ou como resultado) da instabilidade política em Moçambique, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) obteve uma maioria confortável nas eleições municipais que decorreram no passado dia 20 de Novembro, mantendo a sua influência na esfera política nacional. Os resultados finais divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) confirmam a vitória da Frelimo em 50 municípios, num total de 53 (compara com 41 vitórias, em 43 municípios, nas últimas eleições), e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em duas das principais cidades do país (Beira e Quelimane). O município de Nampula (outra grande cidade) deverá ter sido também ganho pelo MDM - o partido já reconheceu publicamente esta vitória, apesar de a confirmação ainda não ter sido oficializada dado que a votação foi adiada para dia 1 de Dezembro devido a erros de impressão dos boletins de voto, que excluíram o candidato do Partido Humanitário de Moçambique. Em protesto contra o actual método de composição dos órgãos eleitorais, o principal partido da oposição - a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) - não participou no processo eleitoral. Estes resultados, surgindo num contexto de elevada tensão política entre a Renamo e a Frelimo depois de o primeiro ter rompido o acordo de paz em vigor desde o fim da guerra civil, em 1992, confirmam a posição do segundo como partido dominante. No entanto, a vitória do MDM em três das quatro principais cidades, sugere que existe um crescente descontentamento com o clima de instabilidade. Os resultados das eleições presidenciais, que decorrem em Outubro do próximo ano, poderão também ser influenciados, caso a actual instabilidade perdure, apesar de ser expectável uma vitória confortável da Frelimo. Continuamos a atribuir uma probabilidade reduzida à hipótese de um cenário de conflito armado em Moçambique. No entanto, a instabilidade política tem-se manifestando num aumento da incerteza e num crescimento do descontentamento da população. Desta forma, o efeito sobre o investimento estrangeiro e sobre a ajuda externa poderá ser significativo, contribuindo para uma desaceleração do crescimento da economia. Por outro lado, a percepção de risco poderá também ser afectada, colocando em risco os planos para uma emissão de eurobonds (dívida em moeda externa) nos mercados internacionais. Aumento do IDE relacionado com investimento dos mega-projectos A ajuda oficial diminuiu em 2012, afectada pelo abrandamento da economia mundial Alumínio continua o principal bem exportado, mas tem perdido quota para o carvão Estabilidade da moeda face à moeda em linha com estabilidade de preços 3 USD mil milhões Outros 32 Tabaco 2 Eneg. eléct. 2 Areias pes. 1 Alumínio Gás 1 USD/MZ ZAR/MZN 4.0 30 3.5 28 3.0 C arvão 0 2008 2009 2010 26 Dez-11 2011 2012 Fonte: Banco de Moçambique Nuno André Coelho 17 Jun-12 Dez-12 2.5 Jun-13 Dez-13 Fonte: Bloomberg E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 18 E.E.F. Mercados Financeiros MERCADO CAMBIAL Dezembro 2013 MERCADOS ANO ENCERRADO Com a chegada de Dezembro alguns aspectos que podiam trazer riscos adicionais à Zona Euro foram resolvidos de forma definitiva, concretamente a estabilidade política e governativa em Itália e na Alemanha. De facto, em Itália, a ameaça de instabilidade política (que poderia mesmo levar à queda do governo de Letta) feita por Berlusconi acabou por não se concretizar, embora tenha sido expulso do Senado italiano (os apoiantes de Berlusconi dividiram-se em dois grupos e o menos radical acabou por dar solidez à plataforma parlamentar de apoio ao governo). Neste âmbito, o PM Letta ganhou um voto de confiança para o orçamento de 2014. Na Alemanha, a situação era mais tranquila, pese embora o processo que levou ao acordo de formação da grande coligação (CDU+SPD) que suportará o governo ter resultado de mais de um mês de reuniões. No entanto, ainda falta o passo final: a aprovação pelas bases do SPD do acordo, no dia 14 de Dezembro. Merkel tomará posse no dia 17 e terá o apoio de 504 dos 631 lugares da câmara baixa do Bundestag. Acresce a este ambiente mais positivo a saída técnica da situação de recessão da Zona Euro e o facto da Irlanda ter concluído com sucesso o programa de ajuda financeira. Nos EUA, acabaram por se esvaziar as expectativas de início da retirada dos estímulos monetários da Fed, embora esta possibilidade esteja a ser discutida ao nível do seu comité monetário. Embora os mais recentes dados económicos (PIB e mercado de trabalho) mostrem um robustecimento da actividade, acredita-se que só com a nova responsável da Reserva Federal, Janet Yellen, se iniciará o afunilamento gradual da liquidez do sistema (possivelmente ainda durante o 1ºT2014). Todas estes factos e expectativas colocaram o EUR/USD em níveis altos (possivelmente excessivas atendendo à frágil situação económica da região), no patamar 1.37. Nesta altura do ano, o estreitamento do mercado gera maior volatilidade e acentua tendências. No curto prazo espera-se uma variação entre 1.35 e 1.38. Entretanto, há outras evoluções a referir: a continuada depreciação de JPY face a USD e EUR, reflexo da sua utilização em operações de carry trade; a firmeza de GBP e CHF, escolhidas como segurança. Tanto EUR/USD e USD/JPY acentuam tendências bullish, encontrando-se próximo de níveis máximos Embora o EUR esteja a ganhar valor ao USD, perde para GBP e CHF JPY mantém-se como moeda mais volátil Moedas EUR/USD USD/JPY EUR/JPY EUR/GBP EUR/CHF Fonte: BPI. Nov 6.7524 7.7604 9.0784 6.5538 2.2276 Últimos 6 meses 7.0637 10.2978 9.5315 6.5839 3.3294 Paridade dos Poderes de Compra 09.Dez.13 Último ano 7.9868 12.3082 13.9248 7.6225 4.6693 EUR/USD EUR/JPY EUR/GBP EUR/CHF Fonte: BPI. Agostinho Leal Alves 19 PPC 1.2943 106.44 0.8148 1.2068 SPOT 1.3722 141.33 0.8377 1.2231 09.Dez.13 % SOBRE (+) OU SUB (-) VALORIZAÇÃO DO EUR 6.02% 32.78% 2.81% 1.35% E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 M ERCADOS RISCOS MERCADO CAMBIAL (moedas emergentes) INTERNOS E EXTERNOS Os tempos não são propícios a investimentos arriscados, nomeadamente direccionados às economias emergentes. Diversos sobressaltos recentes têm limitado e mesmo invertido os fluxos de capitais externos para estes países, mantendo-se os factores inibidores do retorno em activos que comportam mais risco. Em primeiro lugar, estes mercados são sensíveis às possíveis alterações de política, concretamente monetária, tanto dos EUA como da Zona do euro (onde se concentram grande parte dos investidores). Mas nos próximos tempos é mesmo o tapering da Fed que está sob grande atenção de todos. Recorde-se que, num primeiro momento, durante o Verão, quando o afunilamento da liquidez no sistema norte-americano parecia estar para breve, deu-se uma forte fuga de capitais dos emergentes. Agora, os sucessivos adiamentos do início deste processo de retirada dos estímulos monetários da economia americana têm perpetuado uma certa angústia e preocupação que é restritor de qualquer acção. Em segundo lugar, mas não menos importante, surge o facto de haver economias com grandes necessidades financeiras, que resultaram de persistentes saídas de capitais. De acordo com a tabela apresentada, a Índia lidera esta situação em termos absolutos (corresponde a 5% do PIB), seguindo-se do Brasil (embora com 2.4% do PIB) e a Indonésia (com 2.7% do PIB). A África do Sul apresenta uma maior percentagem das necessidades em termos do PIB do país, com 6.3%. Neste contexto, e face à pouca confiança dos investidores, a rupia indiana (INR) chegou a estar a desvalorizar cerca de 27% em relação ao dólar, desde o início do ano. Entretanto, tem vindo a recuperar e já só mostra uma perda acumulada de 14%. No caso da rupia da Indonésia (IDR), a depreciação acumulada desde Janeiro é de 24%, que a autoridade central não consegue estancar mesmo com sucessivas intervenções no mercado cambial a favor da sua moeda. No caso do real brasileiro (BRL), a depreciação em relação ao dólar é de 17%, num contexto de grande volatilidade e com a banco central a fazer igualmente intervenções sistemáticas. Em relação ao rand da África do Sul (ZAR), a desvalorização para o dólar é de 24%, numa tendência de constante perda. Para já, perante o contexto externo e interno descrito não parece haver condições de regresso dos investimentos indiscriminados que levem à apreciação da maioria das moedas dos emergentes. Cada mercado tenderá a ser analisado tendo em conta as suas caratcterísticas específicas. A única excepção continua a ser o yuan da China (CNY), que segue um programa de sucessiva valorização correpondente a uma significativa capacidade de financiamento externo. Mesmo assim, tem-se assistido nas últimas semanas a uma estabilização do USD/CNY à volta de 6.09. Balança Corrente - milhões de dólares Índia Brasil Indonésia África do Sul Polónia México Chile Argentina Malásia Coreia Rússia China Fonte: FMI. 2012 -88.163 -54.231 -24.074 -24.068 -17.169 -14.184 -9.497 -0.195 18.566 43.139 74.799 193.139 2013 E -77.601 -74.012 -29.578 -21.477 -15.571 -17.747 -12.885 -3.637 10.895 55.195 61.180 223.743 2014 P -66.095 -68.561 -26.815 -22.741 -17.284 -20.649 -11.968 -3.749 11.766 48.983 51.782 258.893 A rupia da Índia (INR) mostra-se estável, a rupia da Indonésia (IDR) mantém a tendência de perda 2015 P -64.724 -72.906 -26.714 -23.072 -18.513 -23.182 -11.001 -3.960 12.185 46.881 33.135 317.218 Real do Brasil (BRL) volta a depreciar-se e o peso mexicano (MXN) mantém-se a evoluir numa range 13.5 12500 70 12000 65 11500 60 11000 10500 55 10000 50 Dez.12 Mar.13 USD/INR Jun.13 USD/IDR Set.13 9500 Dez.13 Fonte: Reuters, BPI Tem-se vindo a consolidar uma tendência de subida do USD/ZAR (rand da África do Sul) 11 2.5 10.5 13 10 9.5 2.2 12.5 9 12 8.5 11.5 Dez-12 Mar-13 USD/MXN Jun-13 USD/BRL Set-13 8 Dez-12 1.9 Dez-13 Mar-13 Jun-13 Set-13 Dez-13 Fonte: Reuters, BPI Fonte: Reuters, BPI Agostinho Leal Alves 20 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 MERCADO MONETÁRIO POLÍTICA MERCADOS MONETÁRIA MUNDIAL CADA VEZ MAIS DIVERGENTE A política monetária mundial começa a apresentar os primeiros sinais de divergência desde que os bancos centrais reduziram as taxas de juro para níveis próximos de zero como resposta ao abrandamento provocado pela crise financeira mundial. De um lado, a Reserva Federal dos EUA (Fed) e o Banco de Inglaterra (BoE), suportados por uma crescente melhoria das expectativas de crescimento, têm vindo a sinalizar um aperto das condições de financiamento. Enquanto que a Fed se prepara para iniciar a redução dos estímulos - quantitative easing (possivelmente já no início do próximo ano), o BoE começou já a restringir o acesso ao programa Financiamento para Empréstimos (Fundig for Lending). Do mesmo modo, a rápida recuperação da actividade economia britânica tem criado a expectativa de que o BoE poderá iniciar o ciclo de subida da taxa de juro directora (bank rate) mais cedo do que o esperado. Do outro lado, o Banco do Japão (BoJ) e o Banco Central Europeu (BCE) mantém um tom acomodatício, continuando dependentes da eficácia de instrumentos alternativos de política monetária num contexto em que o limite de zero das taxas de juro nominais já foi atingido. O BoJ continua a procurar retirar a economia da espiral deflacionária com o controlo da base monetária - a revisão em baixa ao crescimento no terceiro trimestre e as perspectivas ainda reduzidas para o crescimento no médio prazo deverão contribuir para prolongar o período de expansão monetária. Por sua vez, depois do corte inesperado da principal taxa de juro para 0.25% e do reduzido impacto nas taxas de juro de mercado, aumenta a probabilidade de o BCE introduzir operações de financiamento (MRO - de uma semana - e/ ou LTRO - de prazo alargado) condicionadas pela economia real (por exemplo, garantindo LTRO colateralizadas por empréstimos a sociedades não-financeiras). No entanto, este é apenas um dos vários instrumentos disponíveis: outros incluem uma sinalização mais detalhada da evolução das taxas de juro principais (semelhante ao forward-guidance da Fed, ao condicionar a política monetária em valores objectivos para a taxa de desemprego) ou uma redução da taxa de juro dos depósitos para valores negativos (apesar de todos os obstáculos práticos que se podem levantar e da sua potencial ineficácia - de facto, com a redução desta taxa para 0.0%, assistiu-se apenas a uma substituição da utilização da facilidade de depósito pela balança corrente com o BCE, evidenciada nos equilíbrios gerados no sistema target). Expansão dos balanços dos bancos centrais como resposta à crise financeira Taxas de juro directoras mantêm-se próximas de zero 6 % 50% % do PIB do país/região 40% 4 30% 20% 2 10% Fed 2010 BoE 2011 2012 0% 2007 2013 Stock de empréstimos do BCE em mínimos de vários meses 2010 2011 BoE 2012 2013 BoJ Fonte:Bancos centrais Excesso de liquidez na zona euro está a decrescer EUR mil milhões 1,000 1,200 800 900 400 Fac. depósito = 0% EUR mil milhões 600 200 600 Depósitos no BC E Fonte:BC E Nota: as barras verticais representam, respectivamente, a primeira LTRO a 1 ano e as duas LTRO a 3 anos. Nuno André Coelho 21 Set-13 Jun-13 Fev-13 Out-12 Jun-12 Fev-12 Out-11 Jun-11 Mar-11 Dez-13 Jul-10 Dez-11 Dez-08 Dez-09 MRO Nov-10 0 300 0 Dez-07 LTRO 2009 BC E Mar-10 1,500 2008 Fed BoJ Fonte:Bancos centrais Jul-09 BC E 2009 Nov-09 2008 Mar-09 0 2007 Excesso de reservas Fonte: BC E, cálc. BPI E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 MERCADOS POLÍTICAS MONETÁRIAS MERCADO DE DÍVIDA PÚBLICA DOMINAM MOVIMENTOS Mercados desenvolvidos: A evolução das yields dos títulos de dívida pública continua dominada pelas expectativas criadas em torno do andamento das políticas monetárias, sobretudo da Reserva Federal norte - americana, mas também do BCE. Ao longo das últimas semanas voltou a observar-se um movimento de subida das taxas implícitas dos títulos norteamericanos, liderado pela expectativa do mercado de que a Reserva Federal, perante a publicação de indicadores económicos indicativos do fortalecimento da actividade, poderá antecipar o início da retirada de estímulos monetários. No mercado norteamericano, o movimento ascendente das taxas de rendibilidade foi sustentado desde o início de Novembro. De facto, a yield dos títulos norte-americanos a dez anos cotavam em torno dos 1.85% nos primeiros dias de Dezembro, ou seja, mais 14 pontos base do que no início de Novembro. No curto/médio prazo, o movimento de subida gradual das yields (queda dos preços) não se deverá alterar, mas a Reserva Federal deverá reforçar a sinalização de que a retirada de estímulos continuará subordinada à evolução do mercado de trabalho e de que as taxas de juro de referência manter-se-ão em níveis reduzidos por um longo período de tempo, evitando assim uma subida abrupta dos custos de financiamento. Na zona euro, a yield do Bund alemão a dez anos registou, nos primeiros dias de Dezembro, um movimento ascendente motivado por sinais de sustentabilidade do gradual processo de recuperação da economia e pelos sinais de que o BCE, na eventualidade de novos estímulos, procurará limitar a sua utilização em aplicações no mercado de dívida pública. Países da periferia: No mês de Novembro, reforçou-se o movimento de redução dos prémios de risco da dívida dos países da periferia face ao Bund alemão, reflectindo uma melhor percepção da qualidade do risco naquelas economias. Desde Novembro, o spread da dívida a dez anos, em Espanha, caiu 10 pontos base (pb), em Itália 17pb, na Irlanda 12pb, em Portugal 22. A sustentabilidade deste movimento continua dependente da capacidade destes países corrigirem os respectivos desequilíbrios. EUA: Mercado de Dívida Pública Curvas de rendimentos UEM: Mercado de Dívida Pública UEM: Mercados mais afectados Teresa Gil Pinheiro 22 E.E.F. Mercados Financeiros MERCADOS ACCIONISTAS GLOBALMENTE Dezembro 2013 MERCADOS FOI UM BOM ANO BOLSISTA No cenário de liquidez sem limites, fornecida pelos principais bancos centrais do mundo, com as taxas de juro empurradas para níveis mínimos históricos, o investimento nas bolsas foi uma das principais tendências do ano. As bolsas norte-americanas comandaram todo este movimento, com os principais índices a alcançarem níveis máximos recorde - o DJI chegou a 16174.51 pontos e o S&P500 a 1813.55 pontos, valores máximos de sempre, enquanto o NASDAQ registou 4069.70 pontos, o valor mais alto dos últimos 13 anos (este índice ainda não recuperou totalmente da crise bolsista de 2000 - chamada crise das tecnológicas - tendo antes registado o valor máximo de sempre de 5132.52 pontos). O ganho acumulado até ao momento de DJI, S&P500 e NASDAQ é de 20.7%, 25.2% e 30.5%, respectivamente. Na Ásia, o NIKKEI 225 destaca-se com um ganho superior a 40%. O país tem seguido uma política monetária ultraexpansionista, o que tem levado a um investimento acrescido na bolsa. Na China, o índice SZSE (da Shenzhen Stock Exchange) seguiu a tendência internacional e acumula um ganho de 20.5%. Na Europa, o DAX alemão acompanhou de muito perto a performance dos índices americanos, com um ganho de mais de 18%; os índices ibéricos tiveram prestações mais modestas. O PSI20 e o IBEX35 contabilizam até ao momento valorizações de 11.2% e 12.6%, respectivamente. No caso português, este ano poderá representar o melhor dos últimos 4 anos (em 2009, o PSI20 verificou uma valorização de 33.5%). Foi a partir do 2º semestre que o índice da bolsa nacional começou a desenhar uma tendência de subida mais vincada, tendo registado a maior sequência de ganhos mensais desde 2007. Este último fôlego comprador de final de ano é consequência do actual período de menor aversão ao risco, em que parece adiado o abrandamento do programa de estímulos à economia norte-americana. Só com a nova responsável da Fed, Janet Yellen, é que a questão deverá voltar a ser equacionada, a partir de Fevereiro. O discurso tanto de Bernanke como de Yellen é de regresso lento à normalidade da política monetária. Entretanto, a retoma económica nos EUA está a acelerar, conforme mostram os recentes dados económicos de actividade, mas também do mercado de trabalho. Variação dos principais índices bolsistas DJI S&P 500 NASDAQ NIKKEI 225 SZSE (China) BOVESPA EUROSTOXX DAX CAC 40 IBEX 35 PSI 20 Fonte: Reuters, BPI 02.01.2013 13104.30 1426.19 3091.330 10604.50 877.76 60990.34 2659.79 7689.46 3702.66 8337.90 5721.19 Os índices DJI e EUROSTOXX50 estão em níveis máximos mas mostram sinais de correcção 05.12.2013 15821.51 1785.03 4033.165 15177.49 1058.00 50787.63 2953.17 9084.95 4099.91 9392.10 6364.40 var. % 20.7 25.2 30.5 43.1 20.5 -16.7 11.0 18.1 10.7 12.6 11.2 As bolsas ibéricas também mostram tendência de subida, mas estão presentemente a corrigir 100.30 base 100 =Jan 12 100.20 100.10 100.00 99.90 Jan-13 DJI Abr-13 Jul-13 EUROSTOXX 50 Out-13 Fonte: Reuters O índice VIX (índice de volatilidade da CBOEM) mostra uma situação de baixa volatilidade base 100 =Jan 12 50 100.20 40 100.10 30 100.00 20 99.90 99.80 Jan-13 100.30 10 Abr-13 IBEX 35 PSI 20 Jul-13 0 Jan.10 Out-13 Fonte: Reuters Agostinho Leal Alves 23 Jan.11 Jan.12 Jan.13 Fonte: Reuters E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 M ERCADOS AFIRMAM-SE MERCADOS DE COMMODITIES TENDÊNCIAS IMPORTANTES NO MERCADO DA ENERGIA De forma discreta tem-se assistido nos últimos meses a alterações significativas nas condições do mercado do petróleo, com consequências para os preços do crude, nomeadamente numa maior diferenciação entre o WTI e o Brent. De facto, confirma-se e consolida-se a actual "revolução" na produção petrolífera norte-americana devido ao petróleo de xisto, que está a substituir as necessidades externas dos EUA. Esta evolução está a permitir uma produção de barris superior à quantidade importada, facto que não acontecia desde 1995, abrindo caminho à independência energética norte-americana (embora esta técnica de obtenção de crude através do xisto seja limitada no tempo - estudos prevêem duas décadas até ao seu declínio - para além de ser cara e conter riscos ambientais). Dos actuais 7.7 milhões de barris diários, os EUA poderão chegar a uma produção próxima dos 12 milhões, daqui a alguns anos. Para já verifica-se uma diferença de evolução do preço de referência WTI (norte-americano) do Brent (europeu), tendo voltado a ampliar-se o diferencial que esteve recentemente perto dos 20 dólares. De facto, assistiu-se à queda do preço do WTI para 92 dólares ao mesmo tempo que o preço do Brent subiu para 112 dólares. Contudo, acredita-se que os preços praticados na América podem gradualmente "puxar" o Brent para níveis mais baixos. Do mesmo modo, apesar do boom petrolífero caseiro, os EUA não deixarão de ficar completamente imunes ao que se passar no resto do mundo, nomeadamente questões geopolíticas. Entretanto, a expectativa da AIE (Agência Internacional de Energia) é de que haverá um aumento gradual do consumo, a acompanhar um maior crescimento dos principais blocos económicos. As questões geopolíticas estiveram bem presentes no último mês, com as alterações de postura do Irão relativamente a seu programa nuclear e no relacionamento com o Ocidente. Com efeito, verificou-se uma diminuição da crispação entre o Irão (novo Presidente mais moderado) e as potencias Ocidentais, tendo-se chegado a um acordo relativamente à suspensão do programa nuclear em troca do alívio das sanções económicas (no futuro irá surgir crude iraniano no mercado internacional). Em reacção, os preços desta matéria-prima caíram. Desta forma, a OPEP vai ser posta à prova, pois terá de abrir espaço no cartel para a produção do Irão. Procura global de petróleo (milhão de barris por dia) África Américas Ásia/Pacífico Europa Ex-URSS Médio Oriente Mundo Fonte: AIE. Peso 4.1% 33.3% 33.0% 16.0% 5.0% 8.6% 100.0% Evolução do preço do Brent e do WTI 2012 3.7 30.0 29.7 14.4 4.5 7.7 90.0 2013 3.8 30.3 30.1 14.3 4.6 7.9 91.0 2014 4.0 30.5 30.7 14.2 4.7 8.1 92.1 130 usd 120 110 100 90 80 70 Jan-12 Mai-12 Set-12 Jan-13 Mai-13 Set-13 WTI Top-10 Consumidores (milhão de barris por dia) US China Japão Rússia A. Saudita Brasil Índia Alemanha Coreia Canadá % do total Fonte: AIE. 2013 18.6 10.2 4.5 3.4 3.0 3.1 3.4 2.4 2.3 2.3 59% Brent Fonte: Reuters, BPI Diferencial entre preço do Brent e do WTI voltou a ampliar-se 2014 18.6 10.6 4.4 3.5 3.1 3.2 3.5 2.4 2.3 2.3 59% 2014/13 0.0% 3.9% -2.2% 2.9% 3.3% 3.2% 2.9% 0.0% 0.0% 0.0% 30 usd 25 20 15 10 5 0 Jan-12 Mai-12 Set-12 Jan-13 Mai-13 Set-13 Fonte: Reuters, BPI Agostinho Leal Alves 24 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 PREVISÕES Economias Desenvolvidas E.U.A. Japão UE UEM Alemanha França Itália Espanha Holanda Bélgica Áustria Finlândia Grécia Irlanda Reino Unido Suécia Dinamarca Luxemburgo Suíça Tx. de Inflação 2012 2013 2014 2.0 1.5 2.0 0.0 0.2 2.4 2.6 1.7 1.6 2.5 1.5 1.4 2.1 2.2 3.3 2.4 2.8 2.6 2.6 3.2 1.1 1.8 2.8 0.9 2.4 2.9 -0.7 1.6 1.0 1.5 1.7 2.8 1.3 2.1 2.3 -0.6 0.6 2.7 0.2 0.9 1.8 -0.2 1.7 1.4 1.4 1.0 1.6 1.4 1.8 2.1 -0.7 1.0 2.4 1.2 1.6 1.8 0.5 Saldo Orç./PIB 2012 2013 2014 -7.8 -5.0 -4.4 -9.9 -9.8 -7.8 -3.9 -3.5 -2.7 -3.7 -3.0 -2.5 Dívida Pública/PIB 2012 2013 2014 100.2 102.9 102.7 228.3 233.9 234.8 86.6 89.7 90.2 92.0 95.0 95.5 0.1 -4.8 -3.0 -10.6 -4.6 -3.9 -2.5 -2.0 -7.8 -7.8 -6.1 -0.6 -4.2 -0.7 0.5 81.6 90.3 127.0 84.9 71.2 99.9 74.2 53.5 157.0 117.9 89.7 38.2 45.7 21.4 36.1 -0.2 -4.0 -3.1 -6.5 -4.0 -2.8 -2.4 -2.5 -5.0 -7.6 -6.4 -1.2 -1.9 -0.8 0.5 0.1 -3.4 -2.6 -5.7 -3.7 -2.4 -1.9 -2.1 -3.0 -5.0 -5.5 -1.0 -1.8 -0.9 0.7 80.0 93.5 131.9 92.9 74.4 101.0 75.1 57.5 176.7 124.1 93.6 39.2 45.6 23.6 35.0 77.6 95.4 133.2 98.6 75.8 101.3 74.9 60.4 179.9 121.8 96.6 39.0 45.6 25.0 33.5 2012 -2.8 1.0 0.9 1.4 6.9 -2.2 -0.5 -1.1 9.5 -1.4 1.8 -1.8 -4.3 4.5 -3.8 6.6 5.9 6.0 12.3 BTC/PIB 2013 2014 -2.8 -2.8 1.0 1.6 1.6 1.7 2.1 2.2 6.6 -1.9 0.7 1.3 10.5 -0.8 2.6 -1.3 -1.3 4.3 -3.4 6.4 5.3 5.7 12.2 Desemprego 2012 2013 2014 8.1 7.5 7.0 4.4 4.1 4.0 10.5 11.1 11.0 11.4 12.2 12.2 Crescimento PIB 2012 2013 2014 2.7 1.7 2.7 2.0 1.9 1.5 -0.4 ND 1.4 -0.6 -0.4 1.0 6.2 -1.5 1.1 2.2 10.3 -0.4 2.8 -1.1 -0.4 4.9 -3.0 6.1 5.1 6.3 11.8 5.9 10.1 10.7 25.0 5.7 7.6 4.3 7.7 24.2 14.7 7.9 8.0 7.5 5.9 3.1 5.9 10.9 12.2 26.7 7.3 8.6 4.8 8.1 27.5 13.7 7.9 8.1 7.3 6.3 3.2 5.7 11.1 12.5 26.8 8.0 8.8 4.9 8.1 27.8 13.0 7.8 8.1 7.3 6.6 3.0 0.8 0.0 -2.4 -1.5 -1.2 -0.2 0.9 -0.7 -6.4 0.2 0.2 1.1 -0.3 0.1 1.0 0.5 0.2 -1.8 -1.4 -1.2 0.1 0.4 -0.7 -4.1 0.3 1.4 1.0 0.5 1.4 1.8 1.7 0.9 0.4 0.4 0.3 1.0 1.6 1.0 -0.2 1.9 2.4 2.4 1.5 1.9 1.8 Portugal 2.8 0.6 0.5 -6.3 -5.8 -4.6 123.2 128.1 133.1 -1.6 0.6 1.3 Fontes:Média simples de previsões mais recentes: da OCDE, UE, FMI, BdP, Economist, e outras instituições. Notas: O uso de médias de várias previsões pode gerar valores incongruentes entre si. 15.7 17.3 17.5 -2.9 -1.8 0.4 Mercados Emergentes Brasil México Argentina Chile R. Checa Polónia Hungria Tx. de inflação Cresc. do PIB Tx. de Desemp. Dívida Púb./PIB 2012 2013 2014 2012 2013 2014 2012 2013 2014 2012 2013 2014 5.6 6.0 5.6 0.9 2.4 2.6 5.5 5.9 6.1 56.6 56.6 57.2 3.8 3.6 3.7 3.9 2.4 3.9 5.0 4.8 4.6 34.7 34.3 34.0 18.1 18.6 21.1 1.7 2.8 2.3 7.3 7.7 8.0 38.4 39.1 39.4 2.2 2.2 2.9 5.6 4.5 4.7 6.5 6.5 6.8 10.9 9.8 9.7 3.2 3.5 5.6 1.7 1.5 2.7 1.6 1.9 2.5 -1.2 -0.3 2.1 1.3 -1.6 0.2 1.8 7.4 2.5 10.7 1.5 10.9 8.0 11.2 11.0 8.2 11.1 11.0 45.8 55.8 79.3 47.9 56.5 78.8 Russia 5.7 6.5 5.6 3.4 2.6 3.3 6.0 6.0 5.9 9.2 9.4 China 2.5 2.7 3.1 7.8 7.7 7.8 4.1 4.1 4.1 27.1 26.8 Fontes: Média simples de previsões mais recentes: FMI, OCDE, CE e outras instituições. Saldo Orç./PIB 2012 2013 2014 -2.4 -3.0 -3.2 -2.6 -2.1 -2.1 -3.1 -3.0 -3.0 0.5 -0.4 -0.4 BTC/PIB Dívida Externa/PIB 2012 2013 2014 2012 2013 2014 -1.9 -2.6 -2.7 16.5 18.6 19.8 -1.0 -1.0 -1.0 26.1 21.4 25.1 0.3 0.3 0.3 30.2 29.9 29.9 -3.5 -3.5 -3.5 43.8 42.7 42.1 49.4 -3.9 -3.2 -2.9 -2.3 57.3 -3.6 -3.5 -3.2 -3.4 78.1 -2.4 -3.1 -3.1 1.8 10.3 0.4 -0.3 -0.8 26.4 -1.5 -1.8 -1.6 3.6 2.5 -1.8 -1.7 -2.8 -3.1 2.0 1.9 2.3 2.4 1.3 2.3 51.0 73.4 129.6 28.5 10.2 52.1 50.6 74.2 80.3 121.1 122.4 28.5 10.3 27.2 10.7 Previsões Económicas do BPI EUA&UEM PIB 2012 2013 2014 EUA 2.8% 1.6% 2.3% Zona Euro -0.5% -0.4% 0.9% Portugal -3.2% -1.6% 0.5% Fonte: INE, Eurostat, Reuters, previsões do Banco BPI. Nota: * Taxa de Variação Média; IPCH para Zona Euro. Indicam-se, a laranja, as alterações recentes. Portugal 2012 2.1% 2.5% 2.8% Taxa de Inflação* 2013 1.5% 1.4% 0.3% 25 2014 2.0% 1.6% 1.1% 2012 2013 2014 Consumo privado -5.6 -1.7 0.5 Consumo público -4.4 -2.4 -3.0 Investimento -13.5 -7.0 3.5 Exportações 3.2 5.5 2.5 Importações -6.7 2.4 1.8 PIB -3.3 -1.6 0.5 Défice Orçamental (PDE) 6.4 5.9 4.0 Déf. orçam. s/ medidas extraordinárias 5.8 5.8 4.0 Taxa de inflação média 2.8 0.3 1.1 Taxa média de desemprego 15.7 16.6 16.8 Fonte: INE, Banco BPI. E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 P REVISÕES Taxas de Câmbio Taxa actual ...a 1 mês EUR/USD 1.37 1.33 EUR/USD (Prev. BPI) 1.36 USD/JPY 103.08 100.00 USD/JPY (Prev. BPI) 102.00 EUR/JPY 141.42 133.00 EUR/JPY (Prev. BPI) 138.72 EUR/GBP 0.84 0.84 EUR/GBP (Prev. BPI) 0.84 EUR/CHF 1.22 1.24 EUR/CHF (Prev. BPI) 1.23 Fonte: Médias de previsões de várias instituições de research. Taxas de Juro Taxas de Juro ...a 1 mês ...a 3 meses ...a 6 meses Taxa actual Taxas de juro 3 M EUR 0.26% 0.24% 0.27% EUR (Prev. BPI) 0.25% 0.25% USD 0.24% 0.28% 0.30% USD (Prev. BPI) 0.25% 0.25% JPY 0.15% 0.17% 0.18% JPY (Prev. BPI) 0.16% 0.16% GBP 0.52% 0.53% 0.54% GBP (Prev. BPI) 0.52% 0.53% CHF 0.02% 0.01% 0.01% CHF (Prev. BPI) 0.02% 0.02% Taxas de juro 10 A POR 6.07% 5.90% 5.75% POR (Prev. BPI) 5.90% 5.75% ALE 1.85% 1.94% 2.06% ALE (Prev. BPI) 1.90% 2.00% EUA 2.85% 2.81% 2.95% EUA (Prev. BPI) 2.90% 3.00% JAP 0.66% 0.76% 0.83% JAP (Prev. BPI) 0.70% 0.70% RU 2.91% 2.84% 2.98% RU (Prev. BPI) 2.95% 3.00% SUI 0.99% 1.11% 1.22% SUI (prev. BPI) 1.10% 1.15% Fonte: Médias de previsões de várias instituições de research. ...a 3 meses 1.32 1.33 102.00 102.00 135.00 135.66 0.84 0.84 1.25 1.24 11.Dez.13 ...a 1 ano 1.28 1.28 110.00 106.00 137.00 135.68 0.82 0.83 1.28 1.25 ...a 6 meses 1.30 1.30 104.00 104.00 135.00 135.20 0.83 0.83 1.25 1.25 11.Dez.13 Spreads equivalentes face às taxas americanas ...a 1 ano Spread actual ...a 1 mês ...a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 ano 0.32% 0.25% 0.32% 0.28% 0.18% 0.16% 0.57% 0.55% 0.02% 0.05% 0.42% 0.30% 0.42% 0.30% 0.17% 0.16% 0.64% 0.60% 0.13% 0.05% 5.70% 5.70% 2.16% 2.50% 3.08% 3.15% 0.89% 0.70% 3.09% 3.15% 1.31% 1.20% 5.50% 5.50% 2.33% 3.00% 3.34% 3.50% 0.96% 0.75% 3.28% 3.50% 1.49% 1.25% 26 1 -10 28 -22 322 -100 -219 6 -187 -4 0 -11 -9 25 27 -27 -23 -3 0 -12 -9 24 28 -29 -23 0 -3 -14 -12 25 27 -30 -23 0 0 -25 -14 22 30 -29 -25 309 300 -87 -100 -205 -220 3 5 -170 -180 280 275 -89 -100 -212 -230 3 0 -173 -185 262 255 -92 -65 -219 -245 1 0 -177 -195 216 200 -101 -50 -238 -275 -6 0 -185 -225 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 P REVISÕES Taxas Oficiais dos Principais Bancos Centrais Bancos Centrais G-7 Reserva Federal dos EUA 1* Banco Central Europeu 2* Banco do Japão 3* Banco do Canadá Banco de Inglaterra Outros Bancos Centrais Banco Nacional da Suíça Riksbank (Suécia) Norges Bank (Noruega) Banco Nacional da Dinamarca Reserve Bank (Austrália) América Latina BACEN (Brasil) BANXICO (México) Europa de Leste NBP (Polónia) NBH (Hungria) CNB (República Checa) Data do anúncio (Bloomberg) Previsão BPI Taxa de rreferência eferência 31.Dez.12 Nível em Nível actual alteração 11.Dez.13 Data da última da próxima decisão Fed Funds Rate Minimum Bid Refi Rate O/N Call Rate O/N Lending Rate Repo Rate 0%-0.25% 0.75% 0.10% 1.00% 0.50% 0%-0.25% 0.25% 0.07% 1.00% 0.50% 16-Dez-08 (-75/-100 pb) 18-Dez-13 7-Nov-13 (-25 pb) 09-Jan-14 5-Out-10 (-5 pb) 8-Set-10 (+25 pb) 22-Jan-14 5-Mar-09 (-50 pb) 09-Jan-14 Sem alteração Sem alteração Sem alteração Libor 3M do CHF Repo Rate Key Policy Rate Lending Rate Cash Rate 0%-0.25% 1.00% 1.50% 0.20% 3.00% 0%-0.25% 1.00% 1.50% 0.20% 2.50% 03-Ago-2011 (-50 p.b) 18-Dez-12 (-25 pb) 14-Mar-12 (-25 pb) 2-Mai-13 (-10 pb) 6-Ago-13 (-25 pb) 20-Mar-14 17-Dez-13 27-Mar-14 4* 04-Fev-14 Sem alteração - Selic O/N Interbank Funding Rate 7.25% 4.50% 10.00% 3.50% 27-Nov-13 (+50 bp) 25-Out-13 (-25 pb) 15-Jan-14 31-Jan-14 - Taxa de intervenção - 14 dias Repo Rate - 2 semanas Repo Rate - 2 semanas 4.25% 5.75% 0.05% 2.50% 3.20% 0.05% 03-JuL-13 (-25 pb) 26-Nov-13 (-20 pb) 2-Nov-12 (-20 pb) 08-Jan-14 17-Dez-13 17-Dez-13 - Fonte: Bloomberg. Notas: 1*Normalmente as alterações de taxas são anunciadas nas datas dos FOMC. No entanto poderão ser criadas reuniões intermédias, e as taxas poderão ser alteradas em qualquer altura. 2*De acordo com o BCE, apenas a 1ª reunião de cada mês serve para anunciar alterações na sua política monetária. No entanto, existe a possibilidade de poder alterar essa mesma política em qualquer altura. 3*A partir de Abril de 2013, o Banco do Japão passou a adoptar como principal instrumento de política monetária o controlo da base monetária em vez da taxa de juro. A taxa actual apresentada refere-se à taxa efectiva. 4*Sem datas pré-marcadas, podendo ser alterada em qualquer altura. 27 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 P REVISÕES Taxas de Câmbio dos Mercados Emergentes Taxas de Câmbio USD/BRL USD/MXN USD/ARS EUR/CZK EUR/PLN EUR/HUF USD/RUB USD/CNY 11.Dez.13 Taxa actual... 2.29 13.19 5.70 25.77 4.28 299.82 33.24 6.12 Fonte: Médias de previsões de várias instituições de research. Legenda: BRL - Real do Brasil PLN - Zloty da Polónia ARS - Peso Argentino RUB - Rublo da Rússia a 1 mês... 2.26 12.93 6.10 25.90 4.20 298.00 32.50 6.10 a 3 meses... 2.30 12.83 6.49 25.80 4.15 297.50 32.55 6.09 MXN - Peso Mexicano CZK - Coroa Checa a 6 meses... 2.32 12.73 6.91 25.70 4.10 295.00 32.88 6.07 a 1 ano 2.35 12.40 7.67 25.20 4.02 290.00 32.81 6.00 HUF - Forint da Hungria CNY - Renminbi/Yuan da China Taxas de Juro e Spreads dos Mercados Emergentes Taxas de jur juroo de BRL MXN ARS CZK PLN HUF RUB CNY Taxas de jur juroo 10 BRL MXN ARS CZK PLN HUF RUB CNY Taxa act. cur to-prazo curto-prazo 8.79% 3.97% 12.75% 0.28% 2.60% 3.75% 6.75% 4.66% A 4.21% 3.59% 14.52% 2.12% 4.12% 6.22% 7.99% 4.07% Taxas de Jur Juroo ...a 1 mês ...a 3 meses ...a 6 meses 11.Dez.13 Spreads equivalentes face às taxas americanas ...a 1 ano Spread act. ...a 1 mês... a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 ano 9.84% 3.47% n.d. 0.41% 2.71% 3.54% 5.08% 6.00% 10.04% 3.43% n.d. 0.44% 2.74% 3.52% 4.94% 6.01% 10.05% 3.43% n.d. 0.46% 2.79% 3.54% 4.90% 6.02% 10.11% 3.62% n.d. 0.55% 3.17% 3.58% 4.85% 6.04% 855 373 1251 4 236 351 651 442 956 319 n.d. 13 243 326 480 572 974 313 n.d. 14 244 322 464 571 973 311 n.d. 14 247 322 458 570 969 320 n.d. 13 275 316 443 562 n.d. 6.09% n.d. 2.36% 4.43% 6.03% n.d. 4.03% n.d. 6.14% n.d. 2.52% 4.48% 6.03% n.d. 4.03% n.d. 6.30% n.d. 2.59% 4.50% 6.10% n.d. 4.04% n.d. 6.46% n.d. 2.74% 4.75% 6.23% n.d. 4.06% 239 181 1203 47 247 457 204 243 - - - - Fonte:Médias de previsões de várias instituições de research. Nota: A taxa de juro de curto prazo apresentada para o Brasil é a taxa Selic, para o México é a taxa overnight, para a Hungria é a base rate e para a China é a taxa de empréstimo fixada pelo banco central. Os spreads de dívida de longo prazo de CZK, PLZ, HUF e CNY resultam da comparação directa entre a yield do benchmark dos Bunds a 10 anos e a yield aqui apresentada. Os spreads de dívida de longo prazo de BRL, ARS, MXN e RUB são os calculados pela JP Morgan nos índices EMBI. 28 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 OPINIÃO EVOLUÇÃO DO SECTOR DO TURISMO Parte I - As grandes tendências internacionais e perspectivas futuras O turismo como acção de viajar com propósitos de lazer, recreação ou de negócios tem vindo a tornar-se uma actividade cada vez mais massificada, o que leva à criação de logísticas e infraestruturas cada vez mais intensas, complexas e diversificadas. Esta actividade tornou-se nas últimas décadas numa autêntica indústria com fortes implicações económicas e sociais um pouco por todo o mundo. A presente análise debruça-se sobre o turismo internacional (não-residentes) e pretende definir as principais tendências dos últimos anos. Parte II - A situação em Portugal (a publicar em Mercados Financeiros de Fevereiro 2014) A recente evolução do turismo em Portugal, contribuindo para uma melhoria significativa do saldo externo do país, levou-nos a proceder a uma análise detalhada do sector, de modo a ter uma exacta percepção do seu contributo para a riqueza nacional. Mas em primeiro lugar quisemos retratar como a indústria do turismo é importante a nível mundial e europeu, não só pelo facto de promover importantes movimentos populacionais mas porque é igualmente motor de negócio e criador de valor em várias escalas - local, regional e nacional. PARTE I - AS GRANDES TENDÊNCIAS INTERNACIONAIS E PERSPECTIVAS FUTURAS - Os principais movimentos mundiais Pela primeira vez na história, as chegadas internacionais de turistas, à escala global, ultrapassaram os mil milhões, num movimento que tem sido praticamente crescente ao longo dos últimos anos. Em 2012 alcançou-se 1035 milhões de chegadas (+4% comparativamente a 2011, onde se registaram 996 milhões), que compara as 530 milhões registadas em 1995. De facto, em duas décadas o valor das chegadas internacionais duplicou, facto ao qual não será estranho o aumento do rendimento das famílias e eventualmente alterações de preferências: a diminuição relativa dos custos de viajar e o surgimento e desenvolvimento de uma indústria de suporte ao lazer e à viagem cada vez mais dinâmica e agressiva. Por grupos de grandes países, as economias avançadas continuam a concentrar a maioria da procura turística com um peso de 53.2%, embora tenham vindo gradualmente a perder peso relativo já que em 1995 representavam 63.5%. Pelo contrário, as economias emergentes têm vindo a mostrar uma progressão contrária. Em 1995, as chegadas turísticas aos emergentes tinham um peso de 36.5%, evoluindo para 46.8% em 2012. Com efeito, considerando o período 1995-2012, o movimento global de chegadas de turistas internacionais verificou um crescimento de 95.7%, enquanto que nos dois casos indicados - economias avançadas e economias emergentes - os valores se situaram em 64% e 151%, respectivamente. Esta evolução resultou do grande desenvolvimento que as economias emergentes têm registado nas últimas duas décadas e a maior abertura perante a visita de ocidentais não só na vertente de negócios como de lazer. Mundo - Chegadas de turistas internacionais, milhões 1200 Nº de turistas internacionais (chegadas) milhões 1200 1000 1000 800 800 milhões 600 600 400 400 200 200 0 0 1995 1999 2003 1995 2000 2005 2010 2011 2012 Mundo Econ. Avançadas Econ. Emergentes Fonte: UNWTO 2007 2011 Fonte: UNWTO Por regiões, a Europa domina na atracção de turistas internacionais, com uma quota de 51.6% (2012), a que corresponde cerca de 535 milhões de pessoas. No entanto, verifica-se uma diminuição no ritmo de crescimento de turistas. Com efeito, perante a variação positiva de 6.4% de 2010 para 2011, surge um aumento de apenas 3.4% de 2011 para 2012. No período de 2005-2012, a taxa média anual fixou-se em 2.5%, abaixo da variação mundial para o mesmo período, que foi de 3.6%. 29 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 OPINIÃO Deve-se ainda referir um outro aspecto. Apesar de se manter uma evolução crescente, o peso relativo das entradas de turistas na Europa (quota de mercado), face ao valor total, é cada vez mais baixo, estancando nos últimos dois anos. No início da primeira década do presente século chegou a estar muito próximo dos 59%, o que mostra o crescimento da procura de outras grandes regiões. Nº de turistas internacionais (chegadas) 600 Europa - Chegadas de turistas internacionais, milhões milhões 600 500 500 400 400 300 300 200 % 56.0 54.0 52.0 100 0 0 2000 2005 2010 2011 2012 Ásia e Pacífico Américas Médio Oriente Fonte: UNWTO 50.0 1995 1998 C hegadas Por áreas, a União Europeia (27) detém uma quota de 38.7%, destacando-se o Sul/Mediterrâneo com 18.5%. O Oeste (França, Reino Unido, etc.) tem uma representação de 16.1%, enquanto que o Centro/Leste recebe 10.8% dos turistas que procuram a Europa. Por fim surgem os países nórdicos com 6.3%. Em todas estas áreas foi evidente a tendência de diminuição da procura no último ano, embora se destaquem dois aspectos: a área da Europa Central e de Leste mostra as maiores taxas de crescimento das entradas (9.4% em 2011 e 7.4% em 2012, enquanto registou 3.1% de 2005 a 2012); a Europa do Sul e o Mediterrâneo, depois de um crescimento de 7.8% em 2011, teve uma performance de +2.2% em 2013 (2.9% de 2005 a 2012). Para esta evolução contribuiu a diminuição do crescimento económico ao nível dos vários blocos económicos, com maior expressão no espaço europeu (um double-dip confirmado em 2008 e 2012), com a retoma a vacilar depois da crise de 2008. Segundo os dados já conhecidos relativamente a 2013, são visíveis sinais de recuperação do sector. Na contabilização das entradas de turistas, depois da Europa segue-se a Ásia e Pacífico com um peso de 22.6%. No entanto, esta região tem batido o recorde de crescimento comparativamente às restantes regiões - 6.4% em 2011 e 7.0% em 2012 (6.2% de 2005-2012). 60.0 58.0 200 100 1995 Europa África milhões 2001 2004 2007 % do Total 2010 Fonte: UNWTO Variação do nº de turistas internacionais (chegadas), % 2012 Peso % Mundo 100.0 Econ. Avançadas* 53.2 Econ. Emergentes* 46.8 Europa 51.6 Norte 6.3 Oeste 16.1 Central/Leste 10.8 Sul/Mediterrâneo 18.5 UE-27 38.7 Ásia e Pacífico 22.6 Nordeste 11.9 Sudeste 8.2 Oceânia 1.2 Sul 1.4 Américas 15.8 América do Norte 10.3 Caraíbas 2.0 América Central 0.9 América do Sul 2.6 África 5.1 Norte de África 1.8 África Subsariana 3.3 Médio Oriente 5.0 Fonte: World Tourism Organization (UNWTO). Nota: *de acordo com o conceito do FMI. 2011/ 2010 4.8 4.8 4.9 6.4 2.0 4.6 9.4 7.8 5.4 6.4 3.8 10.4 0.9 12.6 3.7 2.8 3.0 4.4 7.8 -0.8 -9.1 4.1 -5.6 2012/ TMA 2005/ 2011 2012 4.0 3.6 3.8 2.6 4.3 4.8 3.4 2.5 1.4 1.0 3.2 2.3 7.4 3.1 2.2 2.9 2.4 1.7 7.0 6.2 6.0 5.2 9.4 8.3 4.1 1.4 4.4 8.2 4.6 2.9 4.5 2.5 3.8 1.5 7.5 5.0 4.8 5.5 5.9 6.0 8.7 4.2 4.4 7.1 -5.4 5.2 As Américas representaram 15.8% do total e contrariaram igualmente a tendência global, das economias avançadas e da Europa de quebra de crescimento de turistas chegados entre 2011 e 2012. De facto registaram taxas de crescimento de 3.7% em 2011 e 4.6% em 2012 (contudo, entre 2005 e 2012 a taxa foi somente de 2.9%). No Continente Americano destaca-se a América do Norte (EUA e Canadá), com 10.3%, seguindo-se a grande distância a América do Sul (Brasil) e as Caraíbas. Por fim com percentagens muito semelhantes, à volta de 5%, surgem a África e o Médio Oriente, embora com evoluções muito diferentes. A África, de uma variação negativa de 0.8% em 2011, registou um acréscimo de 5.9% em 2012 (+6.0% de 2005 a 2012). A África Subsariana tem uma representação global de 3.3%, que contrasta com os 1.8% do Norte de África. Esta pouca importância do Norte de África é também confirmada por uma importante taxa de variação negativa de 9.1%, em 2011 embora, posteriormente, em 2012 tenho acontecido uma recuperação de 8.7% (+4.2% de 2005 a 2012). Em 2011, a região deixou de ser procurada devido às convulsões sócio-políticas trazidas pela chamada "Primavera Árabe". Quanto à África Subsariana, a tendência tem sido de crescimento constante e progressivo, +4.1% em 2011 e +4.4% em 2012, com +7.1% entre 2005 e 2012. 30 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 OPINIÃO Também o turismo do Médio Oriente sofreu com a instabilidade cíclica na região, sobretudo nos últimos anos. As taxas de crescimento em 2011 e 2012 foram -5.6% e -5.4%, respectivamente, e +5.2% no período de 2005 a 2012. Mundo - Turistas internacionais (chegadas) por país de destino, 2012 Na tabela das chegadas turísticas a nível mundial, a França lidera com um peso relativo individual de 8.0% (83 milhões de turistas em 2012), sempre com variações positivas nos últimos 3 anos (+5.0% em 2011 e +1.8% em 2012). Seguemse os EUA, com 6.5% (67 milhões em 2012), com taxas de crescimento significativas: - +4.9% em 2011 e +6.8% em 2012. No terceiro posto surge a China, com uma quota de 5.6% (57.7% milhões de turistas em 2012), mas mostrando uma tendência pronunciadamente decrescente (+3.4% em 2011 e +0.3% em 2012). Espanha segue no quarto posto com praticamente os mesmos valores da China (57.7% milhões de chegadas e 5.6% de peso relativo), com taxas de crescimento de 6.6% em 2011 e 2.7% em 2012. Nos restantes postos encontram-se Itália (5º lugar e 4.5% de quota); a Turquia (6º lugar e 3.4% de quota); Alemanha (7º lugar e 2.9%); Reino Unido (8º lugar e 2.8%); Rússia (9º lugar e 2.5%); Malásia (10º lugar e 2.4%). Variação 2012/2011 1.8% 6.8% 0.3% 2.7% 0.5% 3.0% 7.3% -0.1% 13.4% 1.3% … 4.1% Variação 2012/2005 10.7% 36.2% 23.3% 3.2% 27.1% 75.9% 41.4% 4.6% 29.1% 52.4% … 28.3% Mundo - variação de turist. intern. (chegadas) por país de destino, 2012 10.0% 8.0% 6.0% 4.0% 2.0% 0.0% 2010/2009 2012/2011 2011/2010 5.Itália 8.0% 6.5% 5.6% 5.6% 4.5% 3.4% 2.9% 2.8% 2.5% 2.4% … 0.7% Variação 2011/2010 5.0% 4.9% 3.4% 6.6% 5.7% 10.5% 5.5% 3.6% 11.9% 0.6% … 8.5% 4.Espanha França EUA China Espanha Itália Turquia Alemanha Reino Unido Rússia Malásia … Portugal 2012 2011 Milhões de turistas 83.0 81.6 67.0 62.7 57.7 57.6 57.7 56.2 46.4 46.1 35.7 34.7 30.4 28.4 29.3 29.3 25.7 22.7 25.0 24.7 … … 7.7 7.4 3.China 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 … 36* Fonte: INE, FMI. Nota: *em 2011. Peso relativo 2.EUA País 1.França Classificação Fonte: UNWTO Europa - Turistas internacionais (chegadas) por país de destino, 2012 Classificação País 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 … 20* Fonte: INE, FMI. Nota: *em 2011. França Espanha Itália Turquia Alemanha Reino Unido Rússia Áustria Ucrânia Grécia … Portugal Peso relativo 15.5% 10.8% 8.7% 6.7% 5.7% 5.5% 4.8% 4.5% 4.3% 2.9% … 0.7% 2012 2011 Milhões de turistas 83.0 81.6 57.7 56.2 46.4 46.1 35.7 34.7 30.4 28.4 29.3 29.3 25.7 22.7 24.1 23.0 23.0 21.4 15.5 16.4 … … 7.7 7.4 31 Variação 2011/2010 5.0% 6.6% 5.7% 10.5% 5.5% 3.6% 11.9% 4.9% 1.0% 9.5% … 8.5% Variação 2012/2011 1.8% 6.6% 0.5% 3.0% 7.3% -0.1% 13.4% 4.6% 7.5% -5.5% … 4.1% Variação 2012/2005 10.7% 3.2% 27.1% 75.9% 41.4% 4.6% 29.1% 20.5% 30.7% 4.7% … 28.3% E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 OPINIÃO Portugal surge na 36ª posição (segundo dados de 2011), com 7.4 milhões de visitantes, tendo melhorado face a 2010 onde ocupava a 39ª (6.8 milhões de turistas). Mas em 2012, chegou mesmo aos 7.7 milhões, não devendo ter sofrido grande alteração no ranking a nível mundial. A sua quota global nos últimos três anos manteve-se em 0.7%. As taxas de crescimento em 2011 e 2012 foram 8.5% e 4.1%, respectivamente. Em 2013, embora não haja informação disponível, a dinâmica de entradas deverá ter-se mantido significativa atendendo ao contributo da balança de turismo para o saldo externo. Europa - variação turist. intern. (chegadas) por país de destino, 2012 2011/2010 3.Itália 5.Alemanha 2010/2009 4.Turquia Se analisarmos a variação entre 2005 e 2012, a Turquia destaca-se com uma taxa de crescimento de 75.9%, seguindose a Malásia com 52.4% e a Alemanha com 41.4%. Seguemse os EUA com 36.2%, a Rússia com 29.1% e Portugal com 28.3%. 2.Espanha 1.França 12.0% 10.0% 8.0% 6.0% 4.0% 2.0% 0.0% 2012/2011 Fonte: UNWTO Por fim deve-se referir que entre 2011 e 2012, na lista global dos 10 principais países de destino dos turistas ocorreram Europa - 10 países mais procurados (*) duas alterações: a Alemanha subiu um lugar para a 7ª posição; (1000 noites passadas no país por não residentes) a Rússia entrou no top-10, para o 9º lugar, subindo três 2011 Nº de noites Peso % posições; no total, os 10 principais países procurados UE-27 (1) 1,030,114 100.0 representam mais de 44% (2012). Especificamente no espaço europeu, na lista dos 10 principais destinos surge em 1º lugar a França com um peso de 15.5%, e no 2º posto a Espanha com 10.8%. A Itália aparece na 3ª posição com 8.7%. Seguem-se a Turquia, a Alemanha, o Reino Unido, a Rússia, a Áustria, a Rússia e, no fim da lista, a Grécia com uma quota de apenas 2.9%. Portugal, ao nível da Europa, tem uma representatividade de 1.4%. Nesta lista, o campeão do crescimento foi a Rússia, com taxas de 11.9% em 2011 e 13.4% em 2012. Também a Alemanha e a Ucrânia têm altas taxas de crescimento, sobretudo em 2012, 7.3% e 7.5%, respectivamente. A Espanha tem igualmente consolidado o seu lugar com taxas de crescimento de chegadas de turistas altas e idênticas em 2011 e 2012, 6.6%. A Grécia, por seu turno, registou uma quebra de 5.5% em 2012 (embora tenha crescido 9.5% em 2011). Dentro destes dados globais, Portugal tem tido uma progressão bastante positiva, com taxas de crescimento de 5.4% em 2010 e 8.5% em 2011. Top 10 894,633 1 Espanha 239,371 2 Itália 178,005 3 França 122,963 4 Reino Unido 87,994 5 Áustria 73,647 6 Alemanha 63,081 7 Grécia (2) 54,444 8 Portugal 27,860 9 Holanda (2) 27,843 10 Rep. Checa 19,425 Fonte: Eurostat Nota: (1) Estimativa baseada nos dados mensais e anuais (2) Estimativa baseada em dados mensais (*) os dados da Irlanda não estão disponíveis 86.8 23.2 17.3 11.9 8.5 7.1 6.1 5.3 2.7 2.7 1.9 No período de 2005 a 2012, já referimos as altas taxas de crescimento da Turquia, da Alemanha, da Rússia e de Portugal, mas deve-se acrescentar a Ucrânia (+30.7%), a Itália (+27.1%) e a Áustria (20.5%). Com as taxas mais fracas encontram-se a Espanha (+3.2%), a Grécia (+4.7%) e o Reino Unido (4.6%). A este facto não deve ser alheio um certo esgotamento/limite de capacidade do modelo de captação tradicional de turistas destes países - a praia e os povoados turísticos de Espanha e Grécia e a sempre emblemática Londres, pólo de atracção persistente ao longo de décadas. Contudo, existe outro tipo de dados que se foca sobretudo na estadia e sua dimensão (nº de noites) e, no caso da Europa, a sua análise confirma as tendências já referidas, mostrando na realidade o gosto e interesse das massas turísticas (dados de 2011). Aqui realçam os modelos "praia", "histórico" e "citadino". Nesta quantificação, a Espanha lidera em nº de noites passadas no país por não residentes (23.2%), seguindo-se a Itália (17.3%), a França (11.9%) e Reino Unido (8.5%). Depois da Áustria, Alemanha e Grécia, surge Portugal, com 2.7%, o que coloca o país na 8ª posição desta listagem. Do mesmo modo, o Eurostat, de acordo com o nº de noites passadas pelos turistas estrangeiros, identifica as seis principais regiões visitadas, que se destacam de forma muito significativa: Canárias, Ilhas Baleares, Catalunha, região de Londres, região de Paris e região de Veneto (inclui Veneza). Numa lista de 20 regiões, estas 6 valem tanto quanto as restantes 14. A Espanha inscreve no total 5 (para além das já referidas, mais a Andaluzia e a Comunidade de Valência) e a Itália outras 5, sendo os países com mais regiões turísticas nesta listagem. 32 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 OPINIÃO - O comportamento das receitas e das despesas De acordo com o Eurostat, no total, o sector/indústria do turismo na União Europeia tem gerado mais de 5% do PIB da região, através de 1.8 milhões de empresas que empregam cerca de 5.2% do total da força de trabalho (aproximadamente 9.7 milhões de empregos). E quando se entra em linha de conta com todas as áreas e serviços a montante e a jusante que envolvem esta indústria, estima-se que o contributo do turismo para o PIB é bem superior. Ainda de acordo com a mesma fonte, provavelmente este sector é responsável por 10% da riqueza da União Europeia e absorverá 12% da mão-de-obra activa, pois a Europa ainda é o principal destino turístico a nível mundial. Receitas do Turismo Internacional, mil milhões USD Classificação País Peso relativo 2012 2011 1 EUA 11.7% 2 Espanha 5.2% 3 França 5.0% 4 China 4.7% 5 Macau (China) 4.1% 6 Itália 3.8% 7 Alemanha 3.5% 8 Reino Unido 3.4% 9 Hong Kong (China) 3.0% 10 Austrália 2.9% … … … 26* Portugal 1.0% Fonte: World Tourism Organization (UNWTO) Nota: *em 2011 126.2 55.9 53.7 50.0 43.7 41.2 38.1 36.4 32.1 31.5 … 11.1 115.6 59.9 54.5 48.5 38.5 43.0 38.9 35.1 27.7 31.5 … 11.3 2011/2010 11.7% 14.0% 16.2% 5.8% 38.3% 10.9% 12.1% 8.2% 24.6% 8.1% … 11.9% Em dólares 2012/2011 9.2% -6.6% -1.5% 3.2% 13.7% -4.2% -1.9% 3.7% 16.0% 0.2% … -1.8% 2012/2005 53.5% 16.5% 22.0% 70.6% 475.0% 16.4% 30.5% 18.6% 211.7% 87.5% 79.0% Em moeda local 2011/2010 2012/2011 11.7% 9.2% 8.6% 1.2% 10.7% 6.7% 1.0% 0.8% 38.6% 13.3% 5.6% 3.8% 6.7% 6.2% 4.4% 5.2% 24.9% 15.6% -3.8% -0.2% … … … … Em termos das receitas do turismo internacional, os EUA e a Espanha destronaram a França (país que recebe mais turistas). Em 2012, os norte-americanos receberam 126.2 mil milhões de dólares, que representa 11.7% do total das receitas mundiais - 1075 mil milhões de dólares (em 2011, o montante total foi de 1042 mil milhões). Perante um crescimento das receitais totais de 3.2%, os EUA tiveram uma taxa de 9.2% de 2011 para 2012 (+11.7% em 2011). A Espanha, por seu turno, teve receitas em 2012 que representaram 5.2% do total. Contudo, depois de um crescimento de 14.0% em 2011, verificou um decréscimo de 6.6% em 2012 (devido à diferença cambial, a evolução em euros não foi tão negativa). A França surge em terceiro lugar, com 5.0% das receitas totais. Receitas do Turismo Internacional Também de 2011 para 2012 verificou uma degradação (mil milhões dólares) (+16.2% em 2011 e -1.5% em 2012), embora em euros, a situação tivesse sido mais positiva (+10.7% em 2011 e +6.7% 140 1200 em 2012). 120 1000 EUA Espanha Em 4º lugar surge a China, com uma quota de rendimentos 100 800 França de 4.7% e taxas de crescimento de +5.8% em 2011 e +3.2% 80 em 2012. Na moeda local existe mesmo uma estagnação. C hina 600 60 Mas deverá ser realçado um aspecto bastante importante, Itália 400 é que Macau (5º) e Hong Kong (9º) surgem à parte e 40 Mundo também fazem parte da lista das regiões/países campeões 200 20 das receitas turísticas. Ou seja, a Grande China está a par dos EUA, com receitas totais de 125.8 mil milhões de dólares 0 0 e um peso relativo de 11.7%. De referir ainda que Macau 2005 2012 Fonte: UNWTO teve taxas de crescimento de 38.3% em 2011 e 13.7% em 2012, dada a importância do jogo e dos Casinos, pólo de atracção dos países vizinhos e da própria China. Hong Kong teve uma evolução semelhante, com taxas de +24.6% em 2011 e +16.0% em 2012 (em moeda local a variação é semelhante). A Itália, a Alemanha e o Reino Unido, têm evoluções mais modestas, nomeadamente em 2012 (melhores quando as receitas são contabilizadas em euros e libras. Segundo os dados de 2011, Portugal surge em 26º lugar nas receitas, melhor que o 36º em número de entrada de turistas. A quota de Portugal anda pelos 1.0%, com um crescimento de +11.9% em 2011 e -1.8% em 2012 (quando a referência é em dólares). Se considerarmos a evolução das receitas no sector durante o período de 2005 a 2012 são evidentes algumas das mais importantes tendências: da lista das regiões/países em análise, a região de Macau destaca-se com um crescimento de 475.0%, seguindo-se Hong Kong com 211.7%; depois surge a Austrália com 87.5%, Portugal com 79.0% e a China com 33 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 OPINIÃO 70.6%; pode-se considerar um outro grupo que engloba os EUA, com 53.5%, a Alemanha, com 30.5%, e a França com 22.0%; por fim Reino Unido, com 18.6%, Espanha, com 16.5%, e Itália, com 16.4%. Por fim, referir que o grupo das 10 regiões/países que mais receitas de turismo obtiveram em 2012 receberam um valor global de 508.8 mil milhões de dólares, que representa 47.3% do total. Importância relativa das Receitas no PIB EUA Espanha França China Itália Alemanha Reino Unido Austrália Portugal Fonte: UNWTO e FMI. Receitas 82.2 48.0 44.0 29.3 35.4 29.2 30.7 16.8 6.2 2005 PIB preços cor. 13095.4 1132.8 2140.3 2256.9 1789.4 2771.1 2324.2 730.7 192.2 % PIB 0.6% 4.2% 2.1% 1.3% 2.0% 1.1% 1.3% 2.3% 3.2% Receitas 126.2 55.9 53.7 50.0 41.2 38.1 36.4 31.5 11.1 2012 PIB preços cor. 16244.6 1323.5 2613.9 8221.0 2014.1 3429.5 2476.7 1541.7 212.4 % PIB 0.8% 4.2% 2.1% 0.6% 2.0% 1.1% 1.5% 2.0% 5.2% De acordo com o modelo económico de cada um dos países em análise, a importância relativa das receitas do turismo é obviamente diferenciada. Em 2012, considerando a listagem dos países que lideram as receitas obtidas com o turismo, mais Portugal, é no nosso país em que as receitas têm um peso maior no PIB, 5.2% (em 2005 representavam 3.2%). O segundo país é a Espanha, que mantém nos dois períodos considerados a mesma importância, 4.2%. França, Itália e Austrália mostram igualmente a estabilização da importância das receitas em torno dos 2% do PIB. Na Alemanha, EUA e China, o peso em 2012 é de 1.1%, 0.8% e 0.6% Despesas por país, mil milhões USD Classificação País 1 China 2 Alemanha 3 EUA 4 Reino Unido 5 Rússia 6 França 7 Canadá 8 Japão 9 Austrália 10 Itália Fonte: World Tourism Organization (UNWTO). % no PIB 9.5% 7.8% 7.8% 4.9% 4.0% 3.5% 3.3% 2.6% 2.6% 2.5% 2012 102.0 83.8 83.7 52.3 42.8 38.1 35.2 28.1 27.6 26.2 2011 72.3 85.9 78.7 51.0 32.5 44.1 33.3 27.2 26.7 28.7 Variação 2012/2011 41.1% -2.4% 6.4% 2.5% 31.7% -13.6% 5.7% 3.3% 3.4% -8.7% Nas despesas por país, a China é actualmente o principal cliente turístico (que mostra a ascensão económica de uma parte da sua vasta população, para além dos interesses económicos que levam muitos empresários a fazerem visitas ao estrangeiro). No último ano, de 2011 a 2012, houve uma subida de mais de 40% das despesas deste país. A Rússia, que está no 5º lugar da tabela verificou igualmente um crescimento muito forte, 31.7%. A Alemanha vem na 2ª posição mas registou um decréscimo dos gastos em 2.4%. No 3º lugar surgem os EUA que aumentaram as despesas 6.4%. Reflexo de situações económicas menos positivas no contexto da Zona Euro, a França (6º) teve uma diminuição dos gastos na ordem dos 13.6%, e os cidadãos italianos (10º) despenderam menos 8.7% no estrangeiro. O Eurostat avança num dos seus relatórios uma tabela mais pormenorizada acerca da evolução das receitas e das despesas de cada país, mais centrada na Europa, embora apresente a realidade de outros países de referência. Embora sejam dados de 2011, conclui-se quem são os países com turistas mais e menos gastadores, assim como se comporta o saldo final do sector: como país que mais receitas capta com o turismo, os EUA tiveram nesse ano o maior saldo, +39 milhões de euros; do mesmo modo, a Espanha surge em 2º lugar com um saldo de +31 milhões de euros; seguem-se a Turquia, a Itália e a França com, respectivamente, +12, +10 e +9 milhões de euros; imediatamente a seguir, a Grécia, a Áustria, a Croácia e Portugal com, respectivamente, +8, +7, +6 e +5 milhões de euros; com o saldo mais negativo destaca-se a Alemanha com -33 milhões de euros; mais abaixo aparece o Japão e o Reino Unido com -11 e -10 milhões de euros, respectivamente (países com grande poder aquisitivo, nomeadamente porque as suas moedas se encontravam fortes). 34 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 OPINIÃO Receitas e Despesas do turismo na Balança de Pagamentos, 2001-2011 2001 1,088 3,468 4,482 20,164 569 3,144 10,246 34,222 33,679 28,959 2,240 134 428 2,138 4,204 628 7,505 11,046 5,190 6,125 404 1,102 1,051 1,609 4,771 21,082 259 2,157 9,033 3,697 102,638 Receitas Milhões de euros 2006 2011 71,770 85,016 8,199 8,127 2,064 2,852 4,690 5,484 4,434 4,442 26,124 27,903 811 897 4,258 3,336 11,357 10,505 40,715 43,026 36,912 38,682 30,335 30,878 1,882 1,809 384 551 824 966 2,891 3,258 3,393 4,028 607 909 9,037 10,378 13,255 14,267 5,752 7,647 6,672 8,146 1,032 1,019 1,555 1,945 1,208 1,803 1,891 2,768 7,251 9,967 27,581 25,792 381 504 2,866 2,909 8,611 11,307 6,264 6,590 13,422 15,695 6,750 9,967 88,625 101,717 % PIB 2011 0.7 2.2 7.4 3.5 1.9 1.1 5.6 2.1 5.0 4.0 1.9 2.0 10.2 2.7 3.1 7.6 4.0 14.0 1.7 4.7 2.1 4.8 0.7 5.4 2.6 1.5 2.6 1.5 5.0 1.1 2.7 14.7 2.9 0.2 0.9 UE-27 (1) Bélgica Bulgária Rep. Checa Dinamarca Alemanha Estónia Irlanda Grécia Espanha França Itália Chipre Letónia Lituânia Luxemburgo Hungria Malta Holanda Áustria Polónia Portugal Roménia Eslovénia Eslováquia Finlândia Suécia Reino Unido Islândia Noruega (2) Suíça (3) Croácia Turquia (3) Japão (3) EUA (3) Fonte: Eurostat. Nota: (1) fluxos fora da UE-27; (2) 2009 em vez de 2011; (3) 2010 em vez de 2011. 2001 512 1,550 5,435 57,985 214 3,494 4,663 7,296 20,055 16,539 478 250 244 1,637 1,624 202 13,417 7,366 3,904 2,363 501 600 658 2,070 7,736 42,414 415 4,787 1,941 29,598 71,113 Despesas Milhões de euros 2006 2011 87,933 89,578 12,372 16,055 1,174 960 2,194 3,279 5,968 7,116 58,895 60,596 464 554 5,446 5,543 2,383 2,266 13,266 12,423 25,965 29,922 18,366 20,709 768 868 563 547 722 571 2,493 2,707 1,503 1,780 253 235 13,560 14,748 7,641 7,531 5,751 5,741 2,658 2,974 1,032 1,409 772 828 842 1,609 2,723 3,432 9,167 11,374 50,300 36,275 857 528 9,197 8,871 7,347 8,422 584 632 2,185 3,640 21,424 21,041 62,486 62,379 % PIB 2011 0.7 4.3 2.5 2.1 3.0 2.3 3.5 3.5 1.1 1.2 1.5 1.3 4.9 2.7 1.9 6.4 1.8 3.6 2.4 2.5 1.6 1.7 1.0 2.3 2.3 1.8 2.9 2.1 5.2 3.3 2.0 1.4 0.7 0.5 0.6 Saldo 2011 -4,562 -7,928 1,892 2,205 -2,674 -32,693 343 -2,207 8,239 30,603 8,760 10,169 941 4 395 551 2,248 674 -4,370 6,736 1,906 5,172 -390 1,117 194 -664 -1,407 -10,483 -24 -5,962 2,885 5,958 12,055 -11,074 39,338 - Porque se viaja e as perspectivas futuras Relativamente ao propósito da viagem turística, conclui-se o seguinte: a grande fatia, mais de 50%, relaciona-se com férias e lazer, seguindo-se com 27% as visitas a amigos e o chamado turismo religioso ou terapêutico; viagens profissionais ou de negócios representaram em 2012 cerca de 14%; razões não especificadas tiveram um peso de 7%. Estes diversos fluxos populacionais são, na verdade, representativos do processo de globalização em curso e das principais tendências de quem viaja. A via de transporte mais utilizada em 2012 para se realizar as saídas ao estrangeiro foi a aérea, com 52%, seguindo-se a rodoviária com 40%. As deslocações por mar representam 6% do total e o comboio cerca de 2%. Perante estes números não é difícil imaginar a implicação directa e indirecta do turismo no forte desenvolvimento das redes de transportes ocorrido nos últimos anos. Perante a presente estagnação económica, depois da recuperação pós crise de 2008-2009, as previsões do FMI apresentam melhorias em 2014, o que faz antever uma situação futura auspiciosa. 35 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 OPINIÃO Propósito da viagem turística, 2012 Via de transporte, 2012 Evolução do crescimento económico (%) FMI (Outubro de 2013) Evolução do turismo por região de destino (chegadas)-milhão de pessoas Variação anual do turismo internacional por região de destino (chegadas), % 1980-'95 Mundo 4.4 Econ. Avançadas 3.7 Econ. Emergentes 5.8 África 6.7 Norte 4.1 Oeste/Central 5.9 Este 10.1 Sul 10.1 Américas 3.8 Norte 3.5 Caraíbas 5.0 Centro 3.8 Sul 4.8 Ásia e Pacífico 8.9 Nordeste 9.9 Sudeste 8.7 Oceania 8.7 Sul 4.3 Europa 3.7 Norte 3.8 Oeste 3.4 Central/Leste 5.3 Sul/Mediter. 3.1 Médio Oriente 4.5 Fonte: World Tourism Organization (UNWTO). '95-2010 3.9 2.7 5.7 6.7 6.5 7.5 6.1 7.4 2.1 1.3 2.4 7.7 4.8 6.3 6.8 6.2 2.4 6.6 3.0 3.2 2.1 3.3 3.7 10.5 2010-'20 3.8 2.6 4.9 5.4 5.2 6.5 6.2 4.5 2.9 2.0 2.4 6.0 5.3 5.7 5.7 5.8 2.9 6.8 2.7 2.2 2.3 3.7 2.6 5.2 36 Projecções '20-2030 2.9 1.8 3.8 4.6 4.0 5.4 5.4 4.1 2.2 1.4 1.7 4.5 3.9 4.2 4.2 4.3 2.0 5.3 1.8 1.4 1.4 2.5 1.9 4.0 2010-'30 3.3 2.2 4.4 5.0 4.6 5.9 5.8 4.3 2.6 1.7 2.0 5.2 4.6 4.9 4.9 5.1 2.4 6.0 2.3 1.8 1.8 3.1 2.3 4.6 2010 100.0 53.0 47.0 5.3 2.0 0.7 1.3 1.3 15.9 10.4 2.1 0.8 2.5 21.7 11.9 7.4 1.2 1.2 50.6 6.1 16.3 10.1 18.0 6.5 Peso 2030 100.0 43.0 57.0 7.4 2.5 1.2 2.1 1.6 13.7 7.6 1.7 1.2 3.2 29.6 16.2 10.3 1.0 2.0 41.1 4.5 12.3 9.7 14.6 8.2 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 OPINIÃO A UNWTO (United Nations World Tourism Organization), nas suas mais recentes projecções espera que a nível mundial haja uma taxa anual de chegadas de turistas na ordem dos +3.3% no período de 2010 a 2030, numa tendência que não será de estabilização mas sim de gradual decréscimo ao longo do tempo. Para o sub-período de 2010-2020, a taxa de crescimento será de 3.8%, enquanto que entre 2020-2030 o valor deverá ser de 2.9%. Em números absolutos, espera-se um incremento das chegadas turísticas em cerca de 43 milhões ao ano, que compara com um aumento médio de 28 milhões ao ano durante o período entre 1995 e 2010. Assim, está previsto que os turistas cheguem a 1.4 mil milhões em 2020 e a 1.8 mil milhões em 2030. Neste período 2010-2030 deverão ocorrer importantes movimentos: as economias emergentes deverão registar taxas de crescimento anuais superiores às das economias avançadas; em consequência, as proporções relativas irão se alterar, com as economias emergentes a avançar para perto dos 60% do total das chegadas turísticas internacionais; nesta inversão, as economias avançadas virão diminuir o seu peso relativo para perto dos 40%; a grande região Ásia-Pacífico, o Médio Oriente e África deverão aumentar a sua importância relativa, com taxas de crescimento superiores às restantes áreas; a Europa, que atraía 50% do total de turistas, irá ver diminuir o seu peso para perto de 40%; por áreas europeias, o Sul/Mediterrâneo manterá a sua posição de líder na atracção turística, contudo perderá expressão, passando de 18% para 15% do total de 2010 para 2030; em todas as regiões, a entrada de turistas será mais significativa na década de 20 do que na década de 30, onde as taxas de crescimento serão menores. - Notas finais A Europa no seu todo mantém-se como o local turístico de eleição, com uma quota de entrada de turistas superior a 50% do total. É uma área vasta e diversificada, oferecendo todo o tipo de condições adequadas ao lazer e ao negócio, o que permite a criação de riqueza e de emprego. Tanto numa análise mais global ou mais diferenciada, a Europa e diversos países europeus mantém-se atractivos ao turista, oferecendo diferentes tipos de infra-estruturas, ambientes, segurança, preços, etc. No entanto, no futuro irá sofrer a concorrência cada vez mais agressiva de outras regiões, nomeadamente integradas nas economias emergentes. Nesse contexto, é espectável a perda de peso da Europa no contexto internacional, aumentando a atracção da Ásia/Pacífico, de África ou mesmo do Médio Oriente. A indústria do turismo na Europa (no conceito mais lato que abarca todas as áreas e serviços a montante e a jusante) representa cerca de 10% do PIB e deverá empregar entre 12 a 14 milhões de pessoas. Na comparação internacional em termos de chegadas de turistas, a França é líder, seguindo-se os EUA, mas logo a seguir vem a Espanha e Itália. As receitas da actividade turística são particularmente relevantes em termos de peso relativo no PIB para Portugal, Espanha, França e Itália (entre 5% e 2%). A partir de 2010, a Comissão Europeia decidiu definir uma estratégia de acção para tornar o turismo europeu competitivo, moderno e sustentável. Para tal será necessário investigar e promover: a diversificação da oferta dos serviços turísticos; a inovação na indústria turística; as aptidões profissionais; a extensão das épocas turísticas; a base de conhecimentos socioeconómicos para o turismo. Portugal recebeu 7.7 milhões de turistas em 2012, que compara com os 7.4 milhões em 2011, ano em detinha a 36ª posição numa lista de 50 países de destino, que corresponde a uma quota global de 0.7%. Numa listagem europeia em que é contabilizado o nº de noites passadas no país, Portugal surge num expressivo 8º lugar. Em termos de receitas directas obtidas no sector do turismo, o país detém o 26º lugar, com uma quota que anda pelos 1.0%. Estas receitas têm um peso importante no PIB, 5.2% em 2012. Nas projecções elaboradas pela UNWTO para as próximas duas décadas são definidas importantes alterações: as economias emergentes vão ultrapassar as economias avançadas na captação de turistas; a Europa virá diminuir o seu peso, embora se mantenha como principal destino; o Sul/Mediterrâneo manter-se-á como principal pólo turístico europeu e um dos principais do mundo; a região Ásia/Pacífico, Médio Oriente e África deverão aumentar a sua importância relativa, com taxas de crescimento superiores às restantes áreas. Agostinho Leal Alves 37 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 OPINIÃO IRLANDA - RECAPITALIZAÇÃO DA BANCA E IMPACTO NA DÍVIDA PÚBLICA Sumário: Depois de anos de crescimento acentuado, em 2008 a Irlanda entrou numa profunda recessão, resultante da consonância de três choques desfavoráveis: queda acentuada da procura externa, crise no sector financeiro e correcção acentuada dos preços no mercado imobiliário doméstico. O primeiro factor encontra a sua justificação na crise financeira e na recessão mundial de 2008-2009 e o segundo, embora agravado pela crise financeira, é justificado por políticas pouco prudentes de algumas das instituições financeiras; o último factor ajuda a explicar a intensidade da crise no sistema bancário doméstico, graças à acentuada exposição dos bancos ao sector da construção e ao crédito imobiliário. Com efeito, na origem do problema esteve uma exposição significativa do balanço das instituições financeiras ao mercado imobiliário e um nível de alavancagem elevado. Os problemas no sector financeiro irlandês, por detrás da turbulência nos mercados de dívida soberana, levaram o Estado irlandês a garantir a totalidade dos passivos do sistema bancário, tornando inevitável o recurso à ajuda externa. A crise no sector bancário e a acentuada contracção da actividade económica desde finais de 2008 tiveram um impacto significativo nas finanças públicas. De facto, o défice público de 2010 situou-se em torno dos 32% do PIB, dos quais cerca de 17.5% do PIB correspondem a transferências de capital para o sector bancário. O montante final de ajuda financeira situou-se em EUR 85 mil milhões, cerca de 54% do PIB, destinando-se em parte ao sector financeiro - EUR 35 mil milhões, sendo o remanescente a estimativa das necessidades públicas de financiamento até final de 2013. No presente artigo apresentam-se as principais características do auxílio ao sistema financeiro irlandês e as características do programa de assistência financeira que agora termina (Dezembro de 2013). Adicionalmente apresenta-se uma breve análise de alguns dos principais pontos fortes da economia irlandesa, bem como dos riscos associados à decisão da Irlanda sair do programa de assistência sem recurso a linha precaucionária atribuída pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade. 1 - PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO PACOTE DE ASSISTÊNCIA FINANCEIRA Resumo comparativo dos programas de assistência financeira irlandês e português Irlanda EU/MEEF Estados membro da UEM/FEEF Contribuições bilaterais Reino Unido mme 22.5 17.7 4.8 3.8 % do PIB (2012) 14% 11% 3% 2% Portugal MEEF FEEF FMI mme 26.0 26.0 26.0 % do PIB (2012) 16% 16% 16% Do programa Português, 12 mme (7% do PIB) destinavam-se à recapitalização da banca, dos quais foram utilizados 5.6 mme (3% do PIB). Suécia Dinamarca 0.6 0.4 FMI 22.5 Tesouro e Fundo Nacional de Pensões irlandeses 17.5 Do programa Irlandês, 35 mme (21% do PIB) destinaram-se à recapitalização da banca. Notas Promissórias 30.9 Financiamento BCE (pico) 138.2 Apoio total à economia 50.0 Apoio total à banca 204.1 Fundos europeus e Estado 65.9 BCE (pico) 138.2 BCE (actual) 42.5 Total 254.1 Fonte: CE, Bancos centrais da Irlanda e Portugal. 0% 0% 14% 11% 19% 84% 31% 125% 40% 84% 26% 155% Financiamento BCE (pico em Junho de 2012) Apoio total à economia Apoio total à banca Fundos europeus BCE (pico) BCE (actual) Total 38 60.5 66.0 72.5 12.0 60.5 50.0 138.5 37% 40% 44% 7% 37% 30% 84% E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 O PINIÃO O Programa de Ajustamento Económico para a Irlanda incluiu um pacote de financiamento de 85 mme, com contribuições provenientes de: UE/MEEF: 22.5 mme; Estados-Membros da UEM/FEEF: 17.7 mme; Contribuições bilaterais do Reino Unido: 3.8 mme, Suécia: 0.6 mme e Dinamarca: 0.4 mme; FMI: 22.5 mme. Contribuição irlandesa através de uma Reserva de Caixa do Tesouro e dos investimentos dos Fundos de Reservas do Sistema de Pensões irlandês: 17.5 mme. Dos 85 mme, 50 mme foram atribuídos para fazer face às necessidades de financiamento do Estado irlandês e 35 mme foram direccionados para a recapitalização da banca; Aos montantes atribuídos ao abrigo do programa de assistência financeira, acrescem as injecções de capital do Estado nos bancos domésticos, através da emissão de Notas Promissórias de aproximadamente 31 mme; Adicionalmente, a banca irlandesa recorreu a financiamento Recapitalização da pública da banca entre 2008 e junto do BCE, através do recurso a operações principais de 2011, em % do PIB (2011)* financiamento e a operações de refinanciamento de longo 40.1% prazo. O pico foi atingido em Novembro de 2010, situando-se 14% 45% 40% em 138.2 mme. (actualmente, o recurso a financiamento junto 12% 35% 30% 10% do BCE situa-se em torno dos 42.5 mme). 7.0% Graficamente, é notória a disparidade das ajudas públicas à recapitalização dos respectivos sistemas financeiros. Portugal Áustria Luxemburgo Itália França Espanha 1.1% 0.3% Holanda 3.1% 2.5% 3.3% 4.7% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Reino Unido 6.1% Irlanda Alemanha Bélgica Dinamarca Em resumo, a dimensão do programa de assistência financeira ao Estado irlandês, e ao respectivo sistema bancário, incluindo o recurso a financiamento junto do BCE ascendeu a 254 mme (no momento do recurso máximo ao BCE), representando 155% do PIB. Em Portugal, PAEF e financiamento máximo do BCE representam 84% do PIB (139 mme). Actualmente o recurso a financiamento da banca portuguesa junto do BCE situa-se em torno dos 50 mme. 8% 5.5% 4.5% 6% 2.5% 4% 2% 0% Fonte: C E, BdP Nota: * para Portugal e Espanha, o período é de 2008 a 2012 2 - AUXÍLIO AO SISTEMA FINANCEIRO EM ANÁLISE Custo total do Estado irlandês na recapitalização da banca doméstica Acções preferências do governo (2009) - Fundo Nacional de Pensões Capital (2009) - Tesouro Contribuições de capital (2010) - Notas Promissórias Acções Especiais de Investimento (2010) - Tesouro Capital (2010) - Fundo Nacional de Pensões Total Pré-Prudential Capital Assessment Review (PCAR) 2011 Capital do Tesouro Capital do Fundo Nacional de Pensões Total PCAR 2011 Compra do Irish Life Total da recapitalização pelo Estado Fontes de financiamento Notas Promissórias Tesouro Fundo Nacional de Pensões AIB/EBS 3.5 BofI 3.5 IBRC 4.0 30.6 0.1 0.3 0.6 3.7 8.1 3.9 8.8 12.7 1.2 1.2 20.8 4.7 0.3 4.5 16.0 IL&P 1.0 3.5 34.7 2.7 4.7 2.7 1.3 4.0 34.7 4.0 30.6 4.1 mil milhões de euros Total % do PIB 7.0 4% 4.0 3% 30.9 20% 0.7 0% 3.7 2% 46.3 6.6 4% 10.0 6% 16.5 11% 1.3 64.1 41% 30.9 12.6 20.7 20% 8% 13% Fonte: Ministério das Finanças da Irlanda. Entre 2009 e 2011, os custos com a recapitalização da banca irlandesa incorridos pelo Estado ascenderam a cerca de 64 mil milhões de euros (mme), ou seja, 41% do PIB irlandês. Destes, cerca de 34 mme foram incluídos no programa de assistência financeira acordado em Novembro de 2010. Os restantes cerca de 31 mme dizem respeito à emissão de notas promissórias, resultantes do pedido de assistência financeira por parte do Anglo Irish Bank (AIB), em risco de falência, após colapso do mercado imobiliário. Entretanto, em Julho de 2011, o AIB foi reestruturado e fundido com o Irish Nationwide 39 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 OPINIÃO Building Society (INBS), e redenominado para Irish Bank Resolution Corporation (IBRC), liquidado na sequência da decisão de troca de dívida no início de 2013. Antes da avaliação dos níveis prudenciais de capital em 2011 (PCAR), as necessidades de capital da banca irlandesa foram satisfeitas maioritariamente através da emissão das Notas Promissórias. Contudo, a realização da respectiva avaliação indicou que os níveis de capitalização da banca eram ainda insatisfatórios, tendo sido necessário ao Estado injectar mais 16.5 mme. Resumidamente, 20.7 mme do capital injectado na banca teve origem no Fundo Nacional de Pensões, 12.6 mme foram injectados através do Tesouro irlandês e 30.9 mme através da emissão de Notas Promissórias pelo Estado. A emissão de notas promissórias implicou o aumento da dívida pública irlandesa, representando um activo do IBRC e foram o colateral utilizado para obter os empréstimos atribuídos através Emergency Liquidity Assistance (ELA) pelo Eurosistema. Dívida pública e Défice público 140 120 100 80 60 40 20 0 10 0 -10 -20 -30 -40 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 Dívida Púb., prev. C E Dív. Púb., prev. gov pós troca Notas promissórias Défice público, prev. C E Def.púb., prev. gov pós troca Notas promissórias Fonte: Ameco, IIF Para que os bancos pudessem registar ao par o valor das notas promissórias, estas estavam sujeitas ao pagamento de um cupão de aproximadamente 8%, a partir de Março de 2013 (entre 2011-2013 não houve lugar ao pagamento de juros). Os juros das notas promissórias eram anuais e o máximo anual imposto pelo Estado irlandês (capital+juros) foi de 3.085 mme. A maturidade ocorria em 2031. Para evitar o início do pagamento dos juros e capital Novas tranches de dívida pública que substituem as associados às notas promissórias, em Fevereiro de 2013, o notas promissórias governo irlandês e o Banco Central irlandês acordaram a troca Prazo Montante (mme) Taxa de juro destes título por títulos de dívida pública, com maturidades 25 anos 2 Euribor 6m+spread da dívida irlandesa mais longas - entre 2038-2053 - e taxa de juros mais baixa 28 anos 2 cerca de 3%, o que se traduziu numa significativa redução 30 anos 2 das despesas com juros. A reestruturação abrangeu o montante de 25 mme (cerca de 6 mme dizem respeito a amortizações 32 anos 3 relativas a 2011 e 12), e o montante global foi emitido em 34 anos 3 oito tranches com montantes entre os 2-5 mme. De acordo, 36 anos 3 com as estimativas do governo, os juros médios a pagar nas 38 anos 5 diferentes tranches situam-se entre 3.2%-3.8% entre 201340 anos 5 2015. A amortização de capital é adiada para 2038, o que Fonte: Ministério das finanças irlandes. resulta numa poupança de 1.2 e 1.3 mme em 2014 e 2015. Nos anos seguintes, até 2023, a poupança resultante da não amortização da dívida será sempre crescente. Alterações de balanço do Banco Central da Irlanda relacionadas com ELA O anúncio da troca das Notas Promissórias por dívida pública implicou a liquidação do IBRC e a transferência dos seus activos, incluindo as Notas Promissórias para o Banco Central Irlandês (BCI), as quais foram trocadas por títulos de dívida pública. Com a transferência dos activos para o BCI, é efectuado o pagamento do ELA ao BCI. Os activos são transferidos do BCI para o bad bank irlandês (NAMA, detido em 51% por investidores privados), o qual em troca emite dívida, garantida pelo Estado, que entrega ao BCI. O governo irlandês estima que esta troca implique a redução do défice público em cerca de 1 mme, ou seja 0.6% do PIB entre 2014-15, e em cerca de 20 mme nos próximos 10 anos. 40 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 OPINIÃO A troca permite o financiamento da banca irlandesa a custos mais baixos. Mas o impacto inicial no volume da dívida é negativo, antecipando o governo que 2015 seja o primeiro ano em que a poupança de custos associados à troca da dívida se reflicta no saldo vivo da dívida pública irlandesa. Em 2013, as perspectivas são de que o rácio de dívida pública aumente para 122%. Nos dois anos seguintes as perspectivas são de redução para 120% e 117%. Impacto da operação nas contas públicas (milhões de euros) Saldo orçamental inscrito no OE 2013 Ajustamentos: 1. Notas promissórias - poupança de juros 2. Títulos de dívida pública - custo com juros 3. Custos associados a passivos elegíveis como garantia (ELG) 4. Juros a pagar relacionados com os ELG 5. Variação no rendimento de dividendos do BCI 6. Poupança com juros (devido a var. stock de dívida) Somatório das variações Variação acumulada (dívida pública) Saldo orçamental/Dívida pública após a troca das notas promissórias Saldo orçamental/Dívida pública em % do PIB, antes da troca Saldo orçamental/Dívida pública em % do PIB, após da troca Variação Fonte: Ministério das finanças irlandês. Impacto no défice público 2013 2014 2015 -12,645 -8,905 -5,325 1,875 -800 -1,000 -50 0 0 25 1,775 -875 0 -50 50 100 1,000 1,675 -950 0 -50 125 225 1,025 -12,620 -7.5% -7.5% 0.0% -7,905 -5.1% -4.5% 0.6% -4,300 -2.9% -2.4% 0.5% Impacto na dívida pública 2013 2014 2015 203,500 209,200 211,900 -500 800 1,000 50 0 0 1,350 1,350 204,850 121.3% 122.1% 0.8% -1,825 875 0 50 -50 -100 -1,050 300 209,500 120.2% 120.3% 0.1% -1,750 950 0 50 -125 -225 -1,100 -800 211,100 116.8% 116.4% -0.4% 3 - ASPECTOS ESTRUTURAIS DA ECONOMIA IRLANDESA Pontos fortes: VAB por sector de actividade, % do VAB total % UEM Espanha Alemanha Portugal Irlanda Outras Construçã o Comércio, hoteis, Inf. E comunic. Interm.fin anc. Activ.Imob . Activ.serv. Administ., Ad. Pub., defesa, 30 25 20 15 10 5 0 Industria Desenvolvimento industrial: a composição do Valor Acrescentado Bruto por sector de actividade económica mostra diferenças significativas entre a Irlanda, Portugal e Espanha. O sector industrial representa 26% do VAB, do qual 3% refere-se a indústrias extractivas, o que compara com 18.5% em Portugal e 17% Espanha; excluindo a indústria extractiva, o peso da indústria na economia reduzse para 14% e 13% respectivamente. Por outro lado, as actividades manufactureiras são bastante diversificadas na Irlanda, destacando-se a produção de produtos alimentares, bebidas e tabaco, produtos farmacêuticos e fabricação de móveis, jóias, instrumentos musicais, brinquedos, reparação e instalação de máquinas e equipamentos; destaca-se ainda o peso da intermediação financeira, que representa 9.5% do VAB, o que compara com 6.4% em Portugal e 4.4% em Espanha. Em contrapartida, em Portugal evidencia-se o turismo (25% do VAB, semelhante a Espanha, 25.3%, que compara com 16% na Irlanda) e em Espanha a construção (8.6% do VAB, que compara com 1.6% na Irlanda e 5.1% em Portugal). Em Portugal destaca-se também o peso das actividades da Administração Pública, Defesa e Segurança Social obrigatória: 19.5% do VAB, face a 17.8% na Irlanda e 18.1% em Espanha. Agric.Silv. Pescas Fonte: Eurostat Grau de abertura da economia (exportações + importações) 2005 41 2012 Portugal Espanha Irlanda o forte peso das exportações de bens e serviços no PIB: 108% do PIB na Irlanda, o que compara com 39% em Portugal e 33% em Espanha. Alemanha 200% 180% 160% 140% 120% 100% 80% Elevado grau de abertura ao exterior: situa-se 60% pouco acima dos 180% do PIB, claramente acima da média 40% 20% da zona euro e das economias ibéricas. Este facto reflecte 0% UEM Fonte: Eurostat E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 OPINIÃO Características etárias e educacionais da população: para além de ter uma população jovem, a Irlanda apresenta uma proporção elevada da população activa com ensino superior e pós-secundário (não superior) e com formação nas 1ª e 2ª fases do ensino superior. Na Irlanda 37% da população tem frequência do ensino não superior e pós secundário (24% em Espanha e 21% em Portugal) e 33% da população activa terminou estudos nas 1ª e 2ª fases do ensino superior (29% em Espanha e 16% em Portugal). Em contrapartida, a percentagem de população com qualificação mais baixa é consideravelmente mais baixa (29%) do que em Portugal (61%) e em Espanha (47%) Peso das exportações de bens e serviços no PIB 120 100 80 60 40 20 0 0-14 anos 15-24 anos 25-54 anos 55-64 anos 65 anos Irlanda 21% 12% 44% 10% 12% Portugal 16% 11% 42% 12% 18% Espanha 15% 10% 46% 11% 18% Portugal Irlanda Espanha 2012 Alemanha Grau de ensino da população activa (2012) UEM 2006 Estrutura etária Fonte: Eurostat Ensino primário e pré-primário Ensino secund. e não superior pós-sec. 1ª e 2ª fases do ensino superior Fonte: CIA, Eurostat. Irlanda 29% 37% 35% Portugal 61% 22% 17% Espanha 47% 24% 30% Pontos fracos: Banca: apesar das melhorias observadas, nomeadamente ao nível da estrutura de financiamento, permanecem factores de pressão sobre o sector financeiro, essencialmente relacionados com a baixa qualidade da carteira de crédito e reduzido grau de rentabilidade. No terceiro trimestre de 2013, o rácio de incumprimento do crédito à habitação (inclui crédito vencido há mais de 90 dias e crédito vincendo) era de 26.3%, continuando a apresentar uma evolução desfavorável. De facto, no mesmo período de 2012, o índice de incumprimento situava-se em 24.3%. Em Espanha, o mesmo rácio situa-se em torno dos 5%. Em Portugal, a definição de crédito em risco, próxima da irlandesa e da espanhola, mas que inclui também créditos reestruturados, situava-se em 5.9% no primeiro semestre de 2013. À dimensão do crédito mal parado no segmento de crédito para aquisição de casa acrescem as situações de incumprimento das pequenas e médias empresas. De acordo com informação disponível na Comissão Europeia, o nível de incumprimento destas empresas situava-se em 25% no final de 2012 (52% do crédito a PME na Irlanda tem a forma de crédito hipotecário). Saída "limpa" do programa de assistência financeira: a decisão tem por base uma evolução favorável da avaliação do risco e o facto do país possuir reservas financeiras de 25 mil milhões de euros, obtidos através das emissões realizadas durante o período em que o programa de assistência esteve em vigor, que permitem amortecer o regresso do país ao financiamento no mercado e cobrir eventuais flutuações excessivas nas taxas de juro sobre a dívida externa. Todavia, esta é também uma decisão que coloca a Irlanda numa situação de maior risco, na medida em que determina que o país deixa de ser elegível para acesso ao programa de compra de dívida pública pelo BCE (é condição do BCE que a activação do programa de compra de dívida OMT ocorra apenas no caso dos países sob monitorização da União Europeia, situação que se verifica no caso de existência de linha precaucionária). Caso se observe alguma situação que afecte a percepção do risco país - por exemplo no caso dos resultados dos stress tests à banca europeia indicarem que os bancos irlandeses ainda precisem de recapitalizações adicionais - a inexistência de linha precaucionária poderá traduzir-se, num cenário desfavorável, na necessidade de que a Irlanda recorra novamente a um programa de assistência financeira idêntico (ou com condições mais gravosas) ao que agora termina. Note-se que a existência de uma linha precaucionária não obriga à sua utilização, mas funciona como uma protecção, na eventualidade de se verificarem situações de maior stress. 42 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 OPINIÃO ANEXO: ORIGEM DO IBRC Em 2007, o banco AIB detinha 58 mil milhões de euros (mme) de depósitos e 24 mme de financiamento sob a forma de títulos de dívida. No INBS o montante destas rubricas era de 14 mme: 7 mme em depósitos e 7mme em títulos. Nos anos seguintes, em consequência da crise financeira e da nacionalização de bancos, registou-se uma fuga dos depósitos para fora da Irlanda; simultaneamente, os bancos perderam o acesso ao mercado. Conjuntamente, depósitos e títulos caíram de 96 mme em 2007 para 23 mme em 2010; Para satisfazer os depositantes e os detentores de títulos, os bancos recorreram à venda de activos, mas maioritariamente o cumprimento das suas obrigações realizou-se através do recurso a empréstimos do banco central. Inicialmente, através do recurso a financiamento junto do Eurosistema. No entanto, o esgotamento de colateral elegível para acesso a financiamento junto do Eurosistema reflectiu-se na necessidade de recurso a linhas de crédito de emergência concedidas pelo BCI; Em Março de 2009, o BCI acordou conceder ao AIB 11.5 mme através de uma ELA, contra a entrega de colateral não qualificado para acesso a financiamento junto do Eurosistema; A intensificação da crise fez aumentar a dependência da banca irlandesa de financiamento junto de bancos centrais, elevando, no final de 2010, o financiamento obtido junto do Eurossistema para 24.3 mme e através de empréstimos do BCI ao abrigo dos ELA para 28.1 mme; No 1S2011, as instituições que deram origem ao IBRC transferiram praticamente a totalidade dos depósitos e 16 mme de títulos sénior emitidos pelo NAMA (agência para a gestão dos activos nacionais) para outros bancos irlandeses. Dado que a dívida emitida pelo NAMA era elegível pelo BCE foi utilizada para pagar grande parte dos empréstimos do BCE, aumentando ainda mais a dependência do IBRC do ELA do BCI; No final de 2011, 40 mme do financiamento obtido era ao abrigo do ELA e 2 mme junto do Eurosistema. De acordo com o balanço do IBRC, a grande maioria da dívida - 42.2 mme de um total de 52.3 mme - era detido por bancos centrais sob a forma de ELA; Para o pagamento gradual das obrigações do IBRC, o governo irlandês emitiu Notas Promissórias (NP), cujo montante ascendia, no final de 2011, a 29.9 mme. A análise do balanço do IBRC indica que, sem a emissão das NP, a instituição poderia cumprir as suas obrigações para com os depositantes, detentores de dívida do banco e Eurosistema, mas não a totalidade dos empréstimos obtidos ao abrigo do ELA. Passivo do IBRC Balanço do IBRC mme 2007 2010 2011 Jun-12 Total 107.2 80.8 52.3 50.4 Depósitos 65.8 15.9 1.0 0.5 Títulos 30.3 7.5 5.4 1.4 Dívida subordinada 5.6 0.7 0.5 0.5 Outros passivos 5.4 4.3 3.2 5.7 Eurosistema 0.0 24.3 2.1 0.6 Dívida ELA ao BCI 0.0 28.1 40.1 41.7 Fonte: "ELA, Promissory Notes and all that: the fiscal cost of AIB", Karl Whelan, Univ. College Dublin, Setembro 2012; Balanço do IBRC Activos Notas Promissórias Empréstimos Outros 2011 29.9 20.0 Jun-12 27.8 17.7 Total 55.5 Fonte: Balanço do IBRC. 53.2 Teresa Gil Pinheiro * Nuno Coelho 43 Passivo e capital Depósitos Títulos Dívida subordinada Outros passivos Eurosistema Dívida ELA ao BCI Capital Total 2011 0.6 5.4 0.5 3.6 2.1 40.1 3.2 55.5 mme Jun-12 0.5 1.5 0.5 5.6 0.6 41.7 2.7 53.2 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 44 E.E.F. Mercados Financeiros BASES DE DADOS Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos em Dezembro 2013 e Janeiro 2014 CONJUNTURA ECONÓMICA Indicadores de Conjuntura Macroeconómica em Portugal Indicadores de Conjuntura Económica Internacional I Indicadores de Conjuntura Económica Internacional II MERCADOS CAMBIAIS Cotações no mercado Spot Taxas Oficiais de Conversão para o EURO MTC-2 MERCADOS MONETÁRIOS Taxas de Juro Internacionais MERCADOS DE OBRIGAÇÕES Indicadores do Mercado Doméstico de Obrigações Evolução dos Indexantes Taxa de Rendimento de Obrigações do Tesouro MERCADOS DE ACÇÕES Indicadores dos Mercados Internacionais de Acções I Indicadores dos Mercados Internacionais de Acções II COMMODITIES Índices CRB de Preços de Futuros de Commodities 45 Dezembro 2013 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 46 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Dezembro de 2013 e Janeiro de 2014* Dezembro 2013 Reino Unido UEM UEM UE Reino Unido EUA EUA Reino Unido UE Japão Japão Janeiro 2014 EUA Reino Unido UEM Mundo UEM EUA 5 5 9 10 18 17-18 18 18 19-20 19-20 26 8 9 9 22 27 29 Decisão de política monetária do Banco de Inglaterra Decisão de política monetária do BCE Reunião dos ministros das finanças da Zona Euro (Eurogrupo) Reunião dos ministros das finanças da União Europeia (Ecofin) Banco de Inglaterra publica actas da reunião de 5 de Dezembro Decisão de política monetária do FOMC Fed divulga novas previsões económicas Banco de Inglaterra publica actas da reunião de 4/5 de Novembro Cimeira dos líderes da União Europeia Reunião do comité de política monetária do Banco do Japão Banco do Japão publica actas da reunião de 20 e 21 de Novembro Fed divulga actas da reunião de 17/18 de Dezembro Decisão de política monetária do Banco de Inglaterra Decisão de política monetária do BCE Reunião do Fórum Económico Mundial em Davos, Suíça Reunião dos ministros das finanças da Zona Euro (Eurogrupo) Decisão de política monetária do FOMC Notas: (*) - Este calendário não pretende conter uma enumeração exaustiva de todos os acontecimentos futuros na Europa, Japão e América do Norte, mas sim listar alguns dos eventos que possam ter um impacto significativo nos mercados financeiros. 47 1.4 2.5 2.4 3.4 1.1 3.0 1.30 -8.4 -49 -49 -9 61.9 -7.0 -7.1 10.8 -18,292 -20,292 16 10.5 15575.4 1,998 5,658 25,535 -7,319 17,235 -0.8 -0.1 -0.1 -0.9 1.0 3.5 -1.80 -16.5 -33 -50 -8 -17.9 -15.6 -1.3 9.5 -18,402 -19,648 -18 -18.1 17486.0 1,948 -588 2,002 837 48 16,577 6,692 5,613 15 1.0 9765.6 -1786.6 8,021 6,939 -10,722 -1,490 14,042 15,636 1,325 -1,908 -2.2 -37.3 0.9 - -0.6 - 2012 Dez. Mar Mar.. -377 -1,344 -272 7,408 -2.1 -1.3 -18.9 -53 -66 -20 -7 8.6 -35.7 0.5 2.2 0.0 0.2 -0.6 1.3 - -408 -155 -1,978 0 -7.2 - -2 -1.4 -17.4 -56 -65 -20 -4 -0.3 -44.6 11.1 17.7 2.0 0.5 0.7 -0.1 1.7 - - -4.1% - -3.9% - -3.5% - -16.4% 0.7% - -4.4% Fev Fev.. -53 -600 - -2 -2.0 -19.5 -57 -68 -26 -4 0.7 -37.0 0.1 2.5 0.2 0.4 -0.4 1.7 - - - 2013 Jan. 752 -33 -2,725 4 -3.4 - -2.1 3.4 -17.8 -54 -60 -18 -2 -4.4 -21.5 -4.5 1.7 0.2 0.4 -0.2 1.2 3.2 - Abr Abr.. 1,377 -498 -3,368 4 -3.2 - -1.9 1.4 -15.5 -55 -64 -15 -3 -5.7 -18.7 11.1 1.6 0.7 0.9 0.7 1.4 2.7 - Mai. 1,376 -76 -4,030 3 -2.4 - -1.6 1.4 -15.9 -53 -63 -16 -2 17.6 -22.8 7.6 16.4 1.4 1.0 1.2 0.9 1.5 2.3 -2.0% -2.4% -2.6% -5.0% 7.4% 5.2% Jun. 3,335 430 -4,853 4 0.4 - -1.2 -2.8 -17.0 -52 -63 -13 -1 17.2 -15.2 3.8 1.3 0.8 0.8 0.5 1.1 2.1 - Jul. -0.1 1.7 -13.2 -44 -54 -11 -1 15.9 -10.1 5.1 15.6 0.8 0.1 0.3 -0.1 0.8 1.9 -1.0% -1.1% -1.4% -3.3% 6.6% 5.1% Set. 0.4 3.2 -12.8 -42 -49 -7 0 22.8 -16.5 - 0.6 -0.3 0.0 -0.6 0.8 - - Out. 4,606 4,177 - 1,036 1,016 -5,767 -6,668 -7,767 3 4 -0.4 0.0 - -2984.4 - 1,269 - -1,131 - -13,483 - 13,164 - -0.70 -3.2 -14.0 -48 -57 -12 0 13.0 -18.4 5.4 1.0 0.2 0.2 -0.4 0.9 2.0 - Ago. - - -10.3 -39 -48 -5 - 0.4 -0.2 - - Nov Nov.. -1.70 -15.6 5.5 12.7 1.5 - 2011 Mercados Financeiros Fontes:Dados compilados pelo BPI a partir de publicações do Banco de Portugal, INE e DGI. Notas: Notas: tvh: taxa de variação homóloga (1) - 2006 a 2008 - tv anual; restantes -tvh (2) - Variação das remunerações declaradas à Segurança Social, excluindo as entidades empregadoras do sector bancário (3) -Excluindo investimento de carteira e derivados financeiros. 2.6% 0.1% 1.4% 10.2% 8.0% 1.9% -2.4% 4.7% -13.3% -10.9% -10.0% 2010 Contas Nacionais (Base 2006) PIB -2.9% Consumo privado Consumo público Investimento Exportações Importações Preços e salários Taxa de inflação média (%) Taxa de inflação homóloga (%) Taxa de inflação harmonizada (%) Inflação de bens (taxa harmonizada) Inflação de serviços (taxa harmonizada) Variação de salários sector privado (tvh; %)(1), (2) Nível de actividade Indicador coincidente do BdP (tvh) Índice de produção industrial (tvh) Índice de confiança na indústria índice de confiança dos consumidores Índice de confiança no sector da construção Índice de confiança no comércio a retalho Vendas a retalho (tvh) Vendas de automóveis (tvh) Vendas de cimento (tvh) Dormidas no sector da hotelaria (tvh) Taxa de desemprego (%) Exterior Balança corrente (ytd; M.E.) Bens e serviços (ytd; M.E.) Exportações mercadorias (ytd; var.%) Importações mercadorias (ytd; var.%) Balança financeira (M.E.- ytd) Investimento directo em Port. (M.E. - ytd) Investimento directo de Port. no exterior (M.E.- ytd) Outro investimento em Portugal (M.E.- ytd) (3) Outro investimento de Portugal no exterior (M.E - ytd) (3) Finanças públicas Financiamento das administrações públicas (ytd; M.E.) 2009 Indicadores de Conjuntura Económica em Portugal E.E.F. Dezembro 2013 49 94.3 33.5 -0.3 1.6 0.0 0.30 0.94 0.19 3.29 2.96 1.13 -1.4 -8.2 11.1 3.8 5.1 1.2 1.5 2.2 0 3.5 1.1 2.3 77.2 41.5 -4 1.8 -6.0 0.25 0.66 0.28 3.84 3.39 1.30 -6.8 -0.6 -4.9 4.3 -3 -3.8 2.7 0.9 -1.7 3.7 -0.3 3.1 2010 8.1 3.5 2.6 1.7 2.2 -0.1 1.4 2.2 -0.7 -1.4 -0.4 -12.8 1.76 1.32 0.79 0.31 0.13 0.18 4.4 1.6 -1.7 111.94 -0.2 2012 Dez. Fev Fev.. Mar Mar.. Abr Abr.. 7.7 3.4 2.7 1.6 2 -0.3 1.5 1.7 -0.4 -0.9 2.8 -17.1 1.98 1.68 0.75 0.30 0.15 0.17 0.1 7.1 3.1 2.9 2 1.8 -0.7 1.8 1.3 -0.1 1.7 0.1 -12.2 1.88 1.45 0.66 0.29 0.13 0.16 -0.8 7.1 2.5 3.1 1.5 1.7 -0.9 1.1 0.5 -0.5 2.0 -1.1 -12.0 1.85 1.29 0.55 0.28 0.13 0.16 1.6 1.7 -0.9 7.2 3.2 3.2 1.1 1.2 -0.7 0.5 -0.3 0.1 1.3 1.2 -17.5 1.67 1.22 0.61 0.27 0.12 0.16 0 116.54 111.66 109.27 101.81 -2 -2.6 -9.7 -6.8 2013 Jan. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov Nov.. 7 2.9 3.5 1.4 1.4 -0.3 1.6 -0.3 0.6 0.1 4.2 -23.4 2.13 1.51 0.86 0.28 0.12 0.15 -0.1 6.8 2.4 3.8 1.8 1.6 0.2 2.3 0.1 1.2 -0.6 4.5 -20.3 2.49 1.73 0.85 0.27 0.15 0.16 1.6 0.9 0.6 6.9 2.2 3.7 2 1.6 0.7 2.1 0 2.2 0.5 8.0 -21.5 2.58 1.67 0.80 0.27 0.15 0.16 -0.1 6.7 2.3 3.8 1.5 1.3 0.9 1.4 -0.9 2.3 1.3 5.9 -20.4 2.78 1.86 0.72 0.26 0.15 0.15 -0.9 6.4 2 3.9 1.2 1.1 1.1 0.3 -0.9 2.2 2.6 5.1 -21.2 2.61 1.78 0.69 0.25 0.16 0.15 1.9 -0.2 6.8 1.4 4.1 1 0.7 1.1 0.3 -1.4 2.5 2.0 5.2 -19.7 2.55 1.67 0.60 0.24 0.18 0.14 0.1 4.3 0.9 - 2.7 2.2 5.5 -19.5 2.74 1.69 0.61 0.24 0.19 0.14 - 100.03 102.16 108.66 116.17 109.22 108.89 110.57 -3.2 -5.5 -16.5 -13.4 -15.9 -11.7 -12.1 Mai. Mercados Financeiros 9.8 1.6 3.2 3 2.7 -0.2 4.7 4.4 0.8 0.7 -2.1 5.8 1.88 1.83 0.99 0.58 1.29 0.20 0.5 2.2 0.0 107.58 -18.3 2011 Fontes: IEA market report, Economist, UE, FMI, OCDE, BdP, Merryl Lynch, Bloomberg. Notas: taxas de variação homóloga, excepto quando indicado o contrário. Matérias Primas Preço do petróleo (USD/Barril Brent) Índice preços de matérias primas - USD (t.v.h.) Custos laborais EUA Zona Euro Japão Taxas de jur to prazo juroo de cur curto EUA Zona Euro Japão Taxas de jur juroo de longo prazo EUA Alemanha Japão Taxas de câmbio efectivas EUA (+ valorização;-depreciação) Zona Euro Japão Preços no produtor EUA Zona Euro Japão Preços no consumidor EUA Zona Euro Japão Massa monetária EUA (M2) Zona Euro (M3) Japão (M2) 2009 Indicadores de Conjuntura Económica Internacional I E.E.F. Dezembro 2013 2.8 -2.5 -7.6 5.2 -2.6 -1.7 -741.5 82.8 -6,873 3.0 -1.7 -1.8 6.2 -1.1 -0.8 -744.1 -17.8 -2,765 72.9 66.7 -26 39.0 69.9 64.8 -21 38.1 50.2 46.1 96.4 88 -14 3 94 -7 0 52.9 46.9 97.5 7.8 11.9 4.3 8.9 10.2 4.4 105.0 100.0 101.2 0.1 -0.5 0.1 1.8 1.6 -0.5 50 -61.5 86.9 -718 4.5 -1.7 -0.3 2.1 -2.4 -6.0 53.1 47.9 95.7 105.3 100.1 101.5 73.8 58.4 -24 43.1 89 -13 - 7.9 12.0 4.2 - 2013 Jan. -123.9 95.0 -1,784 4.3 -1.9 -1.6 2.2 -2.7 -10.1 54.2 47.9 96.1 105.5 100.3 101.8 77.6 68.0 -24 44.2 91 -11 - 7.7 12.0 4.3 - Fev Fev.. -179.5 110.5 -2,672 3.2 -2.3 -1.3 3.1 -1.6 -7.2 51.3 46.8 96.5 105.8 100.4 102.0 78.6 61.9 -24 45.0 90 -12 9 7.6 12.0 4.1 1.1 -0.2 1.1 Mar Mar.. -238.1 121.0 -3,378 3.7 -0.8 -0.1 2.0 -0.4 -3.4 50.7 46.7 96.6 106.0 100.6 102.3 76.4 69.0 -22 44.5 92 -14 - 7.5 12.1 4.1 - Abr Abr.. -301.2 128.6 -4,199 4.4 -0.2 0.6 1.9 -1.5 -1.1 49.0 48.3 97.7 106.3 100.7 102.6 84.5 74.3 -22 46.0 94 -13 - 7.6 12.1 4.1 - Mai. -355.2 131.6 -4,861 6.0 -1.3 0.5 2.1 -0.2 -4.6 50.9 48.8 96.9 106.5 100.9 102.8 84.1 82.1 -19 44.6 94 -11 12 7.6 12.1 3.9 2.5 0.3 0.9 Jun. -413.2 135.2 -5,807 5.7 -0.7 1.3 1.5 -1.7 1.8 55.4 50.3 97.3 106.7 101.1 102.9 85.1 81.0 -17 44.0 94 -11 - 7.4 12.1 3.8 - Jul. -471.4 137.0 -6,644 4.6 -0.4 0.6 2.8 -1.3 -0.4 55.7 51.4 97.6 106.8 101.3 103.1 82.1 81.8 -16 43.4 94 -8 - 7.3 12.1 4.1 - Ago. 3.9 0.3 1.7 3.2 4.7 56.4 51.3 - - 73.2 72.4 -15 41.2 92 -5 - 7.3 12.1 4.0 - Out. -533.8 -594.0 141.4 -7,772 -8,844 3.4 0.2 2.8 3.3 0.2 5.1 56.2 51.1 98.0 106.9 101.5 103.4 77.5 80.2 -15 45.7 94 -7 - 7.2 12.2 4.0 3.6 0.1 0.3 Set. - - - 57.3 51.6 - - 75.1 70.4 -15 41.9 93 -4 - 7.0 - - Nov Nov.. 102.9 100.6 100.7 2012 Dez. 2011 Mercados Financeiros Fontes: Bloomberg, Conference Board, Economist, ESRI, Eurostat, OCDE, Reuters e Universidade de Michigan. Nota: os dados anuais correspondem a valores de final do período, com excepção do PIB e desemprego (para 2008, 2009 e 2010 são dados médios anuais). Crescimento do Produto EUA (anualizado) -2.8 2.5 Zona Euro (q/q) -4.4 1.9 Japão (q/q) -5.5 4.7 Desemprego EUA 9.3 9.6 Zona Euro 9.6 10.1 Japão 5.0 5.1 Confiança das Empresas EUA - Índice de confiança PME 88 93 Zona Euro - Índice do Eurostat (manufacturas) -16 5 Japão - Índice Tankan (global) -19 -1 Confiança dos Consumidores EUA - Índice da Universidade de Michigan 72.5 74.5 Índice do Conference Board 53.6 63.4 Zona Euro - Índice do Eurostat -16 -11 Japão - Índice do ESRI 37.6 40.1 Indicador AAvançado vançado da OCDE EUA 99.5 101.9 Zona Euro 100.7 102.4 Japão 98.9 100.2 Indicador da Actividade Industrial EUA - ISM manufacturas 55.3 57.3 PMI manufacturas 51.6 57.1 Japão - Índice de actividade industrial (sa) 93.6 96.6 Pr odução Industrial (t.v .h.) Produção (t.v.h.) EUA -2.8 6.5 Zona Euro -3.5 8.8 Japão 4.2 5.4 Vendas a Retalho (t.v .h.) (t.v.h.) EUA 4.5 6.7 Zona Euro -0.6 -0.3 Japão -10.9 3.5 Balança Comercial (mil milhões moeda local; saldo acumulado últimos 12 meses) EUA -510.6 -650.2 Zona Euro 14.2 -12.2 Japão 2,537 6,733 2010 2009 Indicadores de Conjuntura Económica Internacional II E.E.F. Dezembro 2013 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 Cotações no Mercado Spot DA DATTA 01-Nov-13 04-Nov-13 05-Nov-13 06-Nov-13 07-Nov-13 08-Nov-13 11-Nov-13 12-Nov-13 13-Nov-13 14-Nov-13 15-Nov-13 18-Nov-13 19-Nov-13 20-Nov-13 21-Nov-13 22-Nov-13 25-Nov-13 26-Nov-13 27-Nov-13 29-Nov-13 Var ar.. Mês % Var ar.. em 2013 % Média mensal EUR/USD 1.3505 1.3506 1.3494 1.3517 1.3365 1.3431 1.3394 1.3432 1.3415 1.3436 1.3460 1.3517 1.3502 1.3527 1.3472 1.3518 1.3514 1.3547 1.3596 1.3611 EUR/JPY 132.90 133.28 132.59 133.33 132.00 131.58 132.86 133.87 133.27 134.26 134.99 135.23 134.89 135.20 135.83 136.74 137.57 137.34 138.43 139.21 EUR/GBP 0.8464 0.8456 0.8403 0.8403 0.8321 0.8353 0.8381 0.8447 0.8399 0.8372 0.8377 0.8388 0.8385 0.8377 0.8350 0.8344 0.8348 0.8383 0.8341 0.83 EUR/CHF 1.2310 1.2321 1.2297 1.2321 1.2298 1.2302 1.2328 1.2328 1.2316 1.2332 1.2346 1.2321 1.2333 1.2323 1.2318 1.2302 1.2311 1.2312 1.2305 1.23 USD/JPY 98.41 98.68 98.26 98.64 98.77 97.97 99.19 99.66 99.34 99.93 100.29 100.04 99.90 99.95 100.82 101.15 101.80 101.38 101.82 102.28 0.78 2.63 1.35 4.75 20.65 134.97 -1.61 2.30 0.84 -0.10 1.72 1.23 3.93 17.56 100.03 Fonte: BPI, BCE. Taxas Oficiais de Conversão para o EURO Escudo (PTE) Peseta (ESP) Franco Francês (FRF) Lira (ITL) Marco Alemão (DEM) Libra Irlandesa (IEP) Markka Finlandesa (FIM) Florim Holandês (NLG) Xelim Austríaco (ATS) Franco Belga (BEF) Franco Luxemburguês (LUF) Dracma Grega (GRD) Tolar Esloveno (SIT) Lira Maltesa (MTL) Libra Cipriota (CYP) Coroa Eslovaca (SKK) EEK (Coroa estoniana)* MTC-II 200.482 166.386 6.55957 1936.27 1.95583 0.787564 5.94573 2.20371 13.7603 40.3399 40.3399 340.75 239.640 0.429300 0.585274 30.1260 15.6466 DKK (Coroa dinamarquesa) LTL (Litas lituana) LVL (Lats letão) Fonte: BCE. Fonte: BCE. Nota: (*) Desde 04/01/2011. 51 Data de Taxa Central entrada face ao EURO 01.01.1999 7.46038 28.06.2004 3.45280 02.05.2005 0.702804 Bandas de Banda Var ar.. Nominal Actual +/-2.25% <1% +/-15% 0% +/-15% 1% E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 Taxas de Juro Internacionais 09.Dez.13 EUR USD JPY GBP CHF O/N 0.10% 0.10% 0.07% 0.47% -0.01% 1 Mês 0.17% 0.17% 0.11% 0.49% -0.01% 3 Meses 0.22% 0.24% 0.15% 0.52% 0.02% Fonte: BPI, Reuters. Nota: Taxas de juro Libor para todas as moedas. 52 6 Meses 0.31% 0.34% 0.20% 0.60% 0.07% 1 Ano 0.49% 0.57% 0.37% 0.88% 0.20% 2011 2012 Dez. 2013 Jan. Fev Fev.. Mar Mar.. Abr Abr.. 1,029 1,351 842 -4,257 53 6 10 Fonte: BPI, Banco de Portugal, BVLP,IGCP. Notas: 1 . Inclui apenas emissões em mercado interno de Títulos de Dívida Transaccionáveis - BT's, OT's. 2. Inclui emissões no mercado interno e externo pela Administração Central; inclui certificados de aforro. 3. Inclui emissões no mercado interno e externo; inclui títulos de participação. 4. Inclui apenas Dívida Pública emitida no mercado interno e o valor encontra-se expresso em milhões de euros. 5. MEDIP: Mercado Especial de Dívida Pública, a funcionar desde 24.07.00 (inclui EuroMTS). Transacções de Obrigações do Tesouro no MEDIP. 5 (média diária) (106 euros) 38 47 65,366 35 - 11 21 - 57,301 - 116,501 21,910 92,962 51 1,578 9,915 26 2,245 - - Mai. - - - Jun. - - - - Jul. - - - - Ago. - - - - Set. - - - - Out. - - - - Nov Nov.. 60,674 0.8 52,911 1.0 Valor de Obrig. na posse de não residentes 4 Stock em fim de período/Capitalização Bolsista 97,952 92,170 258 -2,576 96,154 13,557 1,622 -447 44,061 44,416 44,279 45,155 -329 370 -185 926 88,778 88,952 87,315 86,272 -3,397 180 -1,667 -1,153 2,267 289 119,564 113,641 120,176 120,458 120,010 120,845 116,588 12,461 17,777 19,607 19,990 19,654 20,682 22,033 103,940 93,626 99,043 98,942 98,782 98,594 92,962 51 51 51 51 51 51 51 3,112 2,187 1,475 1,475 1,523 1,518 1,542 5,504 6,861 7,732 7,835 - 7,156 6,343 42,529 44,409 345 987 41,185 2,437 3,000 2,282 2,804 500 -1,486 986 -12,866 273,554 290,566 297,962 290,974 289,640 286,927 283,937 14,561 -1,413 2,354 -3,270 -869 -1,207 -3,026 2010 Dívida Pública Transaccionável em euros - Saldo Vivo (106 euros) BT's OT's Outras obrigações Outros Títulos (ECP, MTN's, etc) Capitalização Bolsista de Dívida Diversa (106 euros) Valor de Obrigações emitidas no mercado interno e externo Saldo em final do mês (106 euros) Emissões líquidas (106 euros) Valor de Obrigações do Tesouro emitidas Emissões brutas OT's (106 euros) 1 Emissões brutas BT's (106 euros) 1 Emissões líquidas (106 euros) 2 Valor Obrig. emitidas por Empresas ( 106 euros) Saldo em final do mês (106 euros) Emissões líquidas (106 euros) 3 Valor Obrig. emitidas por Instituições Financeiras ( 106 euros) Saldo em final do mês (106 euros) Emissões líquidas (106 euros) 3 Indicadores do Mercado Doméstico de Obrigações E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 Evolução dos Indexantes DA DATTAS 01-Nov-13 04-Nov-13 05-Nov-13 06-Nov-13 07-Nov-13 08-Nov-13 11-Nov-13 12-Nov-13 13-Nov-13 14-Nov-13 15-Nov-13 18-Nov-13 19-Nov-13 20-Nov-13 21-Nov-13 22-Nov-13 25-Nov-13 26-Nov-13 27-Nov-13 28-Nov-13 29-Nov-13 TAXA EONIA EQUIV EQUIV.. (1) 0.09 0.50 0.09 0.50 0.09 0.50 0.09 0.50 0.08 0.25 0.08 0.25 0.08 0.25 0.07 0.25 0.07 0.25 0.08 0.25 0.08 0.25 0.08 0.25 0.09 0.25 0.09 0.25 0.11 0.25 0.12 0.25 0.13 0.25 0.13 0.25 0.12 0.25 0.13 0.25 0.28 0.25 TBA (2) 0.252 0.252 0.252 0.252 0.252 0.252 0.252 0.251 0.249 0.248 0.247 0.246 0.245 0.244 0.243 0.242 0.240 0.239 0.237 0.236 0.235 1 mês 0.1290 0.1290 0.1290 0.1300 0.1290 0.1220 0.1220 0.1230 0.1230 0.1230 0.1230 0.1230 0.1240 0.1240 0.1260 0.1330 0.1390 0.1460 0.1470 0.1630 0.1660 2 meses 0.1780 0.1800 0.1790 0.1800 0.1790 0.1710 0.1730 0.1720 0.1720 0.1710 0.1710 0.1720 0.1720 0.1710 0.1710 0.1790 0.1840 0.1900 0.1900 0.1940 0.1970 EURIBOR (ACT/360) 3 meses 6 meses 9 meses 12 meses 0.2260 0.3410 0.4450 0.5330 0.2270 0.3420 0.4460 0.5320 0.2270 0.3410 0.4460 0.5340 0.2280 0.3400 0.4460 0.5350 0.2280 0.3410 0.4450 0.5340 0.2170 0.3240 0.4200 0.5060 0.2180 0.3220 0.4170 0.5020 0.2180 0.3220 0.4190 0.5010 0.2180 0.3200 0.4180 0.5000 0.2170 0.3190 0.4150 0.4960 0.2180 0.3180 0.4150 0.4960 0.2180 0.3190 0.4160 0.4970 0.2180 0.3190 0.4160 0.4960 0.2190 0.3180 0.4140 0.4950 0.2170 0.3160 0.4090 0.4890 0.2230 0.3210 0.4130 0.4920 0.2270 0.3260 0.4180 0.4980 0.2300 0.3300 0.4200 0.5000 0.2300 0.3270 0.4180 0.4970 0.2330 0.3290 0.4200 0.5000 0.2340 0.3300 0.4210 0.5010 1 mês 0.0950 0.0957 0.0957 0.0950 0.0943 0.0929 0.0936 0.0921 0.0929 0.0929 0.0943 0.0929 0.0936 0.0971 0.0993 0.1114 0.1171 0.1207 0.1207 0.1343 0.1314 LIBOR / EURO 3 meses 6 meses 12 meses 0.1736 0.2743 0.4714 0.1750 0.2736 0.4714 0.1786 0.2750 0.4757 0.1786 0.2750 0.4757 0.1771 0.2743 0.4700 0.1707 0.2557 0.4371 0.1700 0.2557 0.4393 0.1693 0.2557 0.4393 0.1693 0.2557 0.4386 0.1686 0.2514 0.4329 0.1686 0.2500 0.4343 0.1686 0.2500 0.4343 0.1686 0.2486 0.4371 0.1686 0.2486 0.4350 0.1679 0.2479 0.4321 0.1750 0.2586 0.4421 0.1814 0.2636 0.4471 0.1871 0.2686 0.4486 0.1864 0.2693 0.4507 0.1907 0.2707 0.4521 0.1900 0.2707 0.4521 Fonte: BPI, Reuters, IGCP, BdP. Nota: Desde o início de Agosto, o IGCP decidiu suspender a divulgação das taxas TRO e TD3. 1) Ex-taxa de desconto do BP. De acordo com a Portaria nº 1227/2001, esta taxa passa a ser igual à taxa mínima de proposta aplicável às operações principais de refinanciamento pelo BCE. (2) Desde 1/2/99 a TBA passou a ser fixada segundo a seguinte fórmula: 0.52xL3 + 0.47xL12 - 0.12, em que L3 e L12 representam as médias móveis das últimas 20 observações da Lisbor a 3 e 12 meses, respectivamente, terminadas no penúltimo dia útil ao dia a que se refere o cálculo. 54 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 Taxa de Rendimento de Obrigações do Tesouro Título Obrig. do TTesour esour esouroo OTs 10 Anos 03 OTs 5 Anos 09 OTs 10 Anos 05 OTs 5 Anos 11 OTs 10 Anos 06 OTs 10 Anos 07 Ots 10 Anos 08 Ots 10 Anos 09 Ots 10 Anos 10 OTs 15 Anos 05 OTs 15 Anos 08 Ots 10 Anos 13 OTs 30 Anos 06 Maturidade Admitidas a negoc. (10 3 EUR) 2014-06-16 2014-10-15 2015-10-15 2016-02-15 2016-10-15 2017-10-15 2018-06-15 2019-06-14 2020-06-15 2021-04-15 2023-10-25 2024-02-05 2037-04-15 4,938,000.00 6,170,000.00 9,242,000.00 3,500,000.00 6,185,000.00 11,258,000.00 10,853,000.00 7,665,000.00 8,551,000.00 7,510,000.00 7,228,000.00 3,000,000.00 6,972,633.00 Anos Vida Meses Cupão Preço Modified Duration 0 0 1 2 2 3 4 5 6 7 9 10 23 6 10 10 2 10 10 6 6 6 4 10 1 4 4.375% 3.600% 3.350% 6.400% 4.200% 4.350% 4.450% 4.750% 4.800% 3.850% 4.950% 5.650% 4.100% 101.02 100.78 100.13 105.38 100.52 98.96 98.05 96.98 95.18 88.33 92.24 96.15 72.69 0.50 0.82 1.75 1.93 2.62 3.44 3.90 4.61 5.29 5.95 7.46 7.13 12.67 Fonte: BPI, IGCP, Reuters. Nota: O YTM é uma taxa anual. 55 11.Dez.13 YTM 2.253% 2.619% 3.274% 3.763% 3.999% 4.650% 4.939% 5.394% 5.703% 5.850% 6.013% 6.169% 6.379% 56 15,650.2 50,944.3 1,140.5 NIKKEI 225 BOVESPA MSCI WORLD Fonte: Bloomberg. 16,020.2 1,805.1 4,062.5 434.5 287.7 DOW JONES INDUST. S&P 500 NASDAQ COMPOSITE INDEX S&P UTILITIES S&P FINANCIALS INDEX 11.1 -2.5 0.6 1.6 1.9 3.7 1.6 2.6 -2.5 1.1 -3.4 1.2 -3.2 21.5 -1.3 10.4 5.1 9.8 17.1 14.9 7.2 2.0 11.2 6.2 9.4 14.1 % 6m Var ar.. 9.3 10.0 4.8 7.0 7.8 24.4 17.2 50.6 -16.4 22.6 22.3 26.6 34.5 32.2 30.0 10.9 20.6 13.0 13.2 15.5 % Ytd 12.9 15.7 9.5 13.0 14.1 40.7 39.6 64.9 15.5 n.a. 24.3 29.1 37.7 35.2 34.7 11.4 23.8 15.1 24.6 25.7 Var ar.. % face Mín. 52 sem. 19.3 19.1 12.7 15.0 n.a. 42.9 42.8 2012-12-11 2013-07-05 2012-12-10 2012-12-31 2012-12-31 2012-12-27 2012-12-31 2012-12-07 2012-12-31 2013-04-19 2013-06-24 2013-07-03 2013-06-24 Data Mín. 52sem. 2013-06-24 2013-06-24 2013-06-24 2013-06-24 2012-12-10 2012-12-18 2012-12-31 -1.8 -19.7 n.a. -1.0 -0.5 -0.2 -0.6 -1.1 -4.9 -2.6 -5.6 -2.8 -6.2 Var ar.. % face Máx. 52sem. -4.2 -3.6 -3.7 -3.6 n.a. -1.3 -0.2 2013-05-23 2013-01-03 2013-11-28 2013-11-29 2013-11-29 2013-12-06 2013-11-27 2013-12-02 2013-05-22 2013-12-02 2013-11-07 2013-11-28 2013-10-21 Data Máx. 52sem. 2013-11-07 2013-11-07 2013-11-07 2013-11-07 2013-11-18 2013-12-02 2013-12-02 64.3 -12.9 24.5 21.8 27.3 36.4 33.9 33.7 10.6 22.1 14.1 17.7 20.2 Var ar.. % 1ano 14.4 17.2 9.3 13.2 14.6 41.3 41.9 20.0 13.3 n.a. 15.0 16.2 20.7 17.5 13.9 13.5 13.6 13.6 77.3 16.6 Ind. Geral PER Estim. 13.7 15.1 13.6 14.8 n.a. 26.6 24.9 6,552.0 9,172.4 4,129.4 6,353.8 9,400.5 % 1m Var ar.. -1.9 -1.8 -2.0 -2.0 -2.3 2.6 3.6 Mercados Financeiros FTSE 100 DAX CAC 40 PSI-20 IBEX 35 DJ EURO STOXX 50 DJ EURO STOXX DJ EUROPE STOXX 50 DJ EUROPE STOXX MSCI EUROPE BBG EUROPEAN INTERNET BBG US INTERNET 06.Dez.13 Var ar.. 2,979.9 301.9 2,830.4 316.5 1,300.6 93.3 87.3 Indicadores dos Mercados Internacionais de Acções I E.E.F. Dezembro 2013 57 4.1 3.3 2.7 0.7 -0.2 3.7 -0.0 -1.4 17.6 11.4 14.7 5.5 6.2 13.8 10.4 -2.2 % 6m Var ar.. 18.8 7.3 14.5 9.0 12.1 18.1 12.7 2.2 4.3 18.7 8.2 3.6 0.7 8.5 3.3 -0.1 5.0 10.1 42.0 22.1 37.0 22.5 18.8 37.8 17.1 5.9 % Ytd 27.3 14.2 23.4 16.2 21.8 26.5 26.5 0.4 4.3 32.2 14.7 17.2 10.9 20.6 -16.5 6.5 9.2 16.5 61.4 25.1 40.5 24.3 21.7 40.1 23.8 8.1 Var ar.. % face Mín. 52 sem. 31.2 19.5 24.5 17.1 24.5 28.2 32.0 8.4 11.7 46.1 20.4 17.7 12.2 22.0 17.4 7.2 12.2 18.4 2012-12-18 2012-12-31 2012-12-27 2012-12-31 2012-12-31 2012-12-31 2012-12-07 2013-01-17 Data Mín. 52sem. 2013-02-21 2013-06-24 2012-12-07 2012-12-17 2012-12-10 2012-12-10 2012-12-10 2013-06-24 2013-06-25 2013-04-18 2012-12-10 2012-12-31 2012-12-27 2012-12-07 2013-07-05 2013-01-15 2013-06-24 2012-12-10 -0.6 -0.1 -1.1 -1.1 -2.0 -0.9 -1.7 -8.4 Var ar.. % face Máx. 52sem. -3.6 -5.6 -2.1 -4.0 -3.3 -4.8 -2.6 -5.2 -5.0 -3.3 -6.2 -3.2 -5.3 -2.4 -20.4 -7.9 -2.8 -5.1 2013-12-02 2013-12-06 2013-11-29 2013-11-15 2013-11-22 2013-11-25 2013-11-18 2013-04-23 Data Máx. 52sem. 2013-11-04 2013-10-22 2013-11-28 2013-11-07 2013-11-29 2013-11-07 2013-12-02 2013-11-07 2013-11-07 2013-11-28 2013-11-07 2013-11-22 2013-05-28 2013-12-02 2013-01-02 2013-04-03 2013-12-02 2013-11-07 56.5 23.7 37.9 19.1 18.6 36.4 22.9 5.2 Var ar.. % 1ano 25.4 14.9 23.5 16.0 22.7 27.5 31.2 0.1 6.4 38.2 19.2 16.0 569.1 176.9 -13.5 4.5 726.8 n.a. 12.3 14.9 19.9 18.5 14.3 17.7 18.1 16.1 Ind. Geral PER Estim. 13.9 14.2 27.6 16.6 10.4 16.9 15.8 11.4 11.9 11.7 16.9 16.0 n.a. n.a. 14.4 18.7 n.a. n.a. Mercados Financeiros Fonte: Bloomberg. 140.7 566.5 515.3 442.0 632.9 637.8 278.4 154.6 % 1m Var ar.. -1.8 -2.3 1.9 -2.7 -1.3 -3.7 0.3 -2.9 -3.6 0.6 -4.1 -0.8 -3.2 0.9 -7.3 -1.8 -0.1 -3.3 S&P AUTOMOBILES S&P INFORMATION TECHNOLOGY S&P CONSUMER DISCRETIONARY S&P CONSUMER STAPLES S&P ENERGY S&P HEALTH CARE S&P MATERIALS S&P TELECOMMUNICATION SERVICES DJ EUROPE TELECOM DJ EUROPE BANK DJ EUROPE TECHNLGY DJ EUROPE INDUSTRIAL DJ EUROPE INSURANCE DJ EUROPE MEDIA DJ EUROPE FINANCIAL DJ EUROPE OIL&GAS DJ EUROPE UTILITY DJ EUROPE AUTO DJ EUROPE CONSTRUCT DJ EUROPE HEALTHCARE DJ EUROPE PR & HO GOODS DJ EUROPE TRAVEL&LEISURE DJ EUROPE BAS.RESR DJ EUROPE FOOD&BEV DJ EUROPE CHEMICAL DJ EUROPE RETAIL 06.Dez.13 Var ar.. 286.2 186.7 282.4 393.0 215.2 240.3 322.0 325.0 269.2 464.3 301.5 573.7 569.1 176.9 389.9 487.3 726.8 316.6 Indicadores dos Mercados Internacionais de Acções II E.E.F. Dezembro 2013 E.E.F. Mercados Financeiros Dezembro 2013 Índices CRB de Preços de Futuros de Commodities Peso 12.11.13 CRC Futuros Índice Global CRB Energia Petróleo Heating oil Gas natural CRB Metais Preciosos Ouro Platina Prata CRB Agrícola Milho Sementes de soja Trigo CRB Alimentares Cacau Café Sumo de laranja Açúcar CRB Industriais Cobre Algodão CRB Gado Bovino Suíno 100% Preço 6 meses 12 meses 1 mês 3 meses 277.4 322.6 322.6 322.6 96.8 306.3 4.0 94.6 287.4 3.4 107.2 313.7 3.7 1229.8 1359.3 19.3 1314.7 1456.2 21.7 427.8 1332.3 655.0 Variação 6 meses 12 meses Dez.11 1 mês 3 meses 322.6 322.6 -14.0% -14.0% -14.0% -14.0% -14.0% 93.3 286.5 4.0 88.5 300.4 3.5 91.8 304.5 3.4 2.3% 6.6% 16.3% -9.8% -2.4% 8.8% 3.7% 6.9% 0.2% 9.3% 2.0% 13.2% 5.4% 0.6% 19.6% 1389.6 1494.7 23.4 1397.1 1491.1 22.4 1694.4 1582.9 32.7 1675.8 1538.7 30.2 -6.5% -6.7% -11.1% -11.5% -9.1% -17.4% -12.0% -8.8% -13.9% -27.4% -14.1% -41.0% -26.6% -11.7% -36.0% 426.3 1264.0 662.8 494.0 1397.8 634.3 660.5 1528.8 709.0 746.5 1455.5 838.5 698.3 1418.8 778.0 0.4% 5.4% -1.2% -13.4% -4.7% 3.3% -35.2% -12.9% -7.6% -42.7% -8.5% -21.9% -38.7% -6.1% -15.8% 2780.0 108.4 135.3 16.8 2654.0 103.7 120.2 18.3 2475.0 112.6 133.2 16.4 2283.0 127.7 153.1 16.4 2491.0 137.4 123.6 19.4 2236.0 143.8 116.1 19.5 4.7% 4.5% 12.5% -8.5% 12.3% -3.7% 1.5% 2.3% 21.8% -15.1% -11.6% 2.3% 11.6% -21.1% 9.4% -13.8% 24.3% -24.6% 16.5% -14.1% 325.6 78.1 325.3 76.0 323.7 82.8 336.9 84.6 363.4 71.9 365.3 75.1 0.1% 2.8% 0.6% -5.8% -3.4% -7.7% -10.4% 8.5% -10.9% 3.9% 132.7 84.1 132.1 88.3 126.0 89.1 121.0 96.5 126.1 84.5 129.9 85.7 0.5% -4.8% 5.3% -5.6% 9.7% -12.8% 5.2% -0.4% 2.2% -1.9% Fonte: Bloomberg, BPI. 58 ytd BPI "Esta publicação destina-se exclusivamente a circulação privada. 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