REZANDO O ROSÁRIO COM MEU IRMÃO
Transcrição
REZANDO O ROSÁRIO COM MEU IRMÃO
REZANDO O ROSÁRIO COM MEU IRMÃO LUCIANO Há três dias da volta do Luciano para casa do Pai, retornando de uma viagem ia rezando o terço no ônibus. O rosário tantas vezes rezado de criança, até diariamente, em casa em Nápoles, na frente da imagem da Madonna de Pompéia. Muitas vezes ajoelhados. Nos refúgios antiaéreos. Enquanto a mamma acudia aos afazeres domésticos e as bombas caiam do céu. Ultimamente (2009), indo ao Santuário de Montenero (Livorno). Quantas vezes as ave marias repetidas sobre os degraus do altar de Nossa Senhora. Mas ontem foi uma reza toda especial: “Agora e na hora de nossa morte”, tornou-se realidade palpável. O pedido mil e mil vezes encaminhado, até distraidamente, foi plenamente atendido, além de qualquer imaginação. Como nada pode se negar à mãe, o Espírito do Filho inundou de paz, serenidade e beleza e gentilmente cruzou-lhe as mãos sobre o peito fechou os olhos em adoração e no êxtase amoroso conduzi-o nos braços maternais do Pai. O AGORA ETERNO encerra todo o mistério do Rosário do CristoLuciano: A alegria do anuncio. A caminhada apressada pelas trilhas das montanhas com Maria para a visita à prima Izabel, a alegria do nascimento e a apresentação ao templo e a água bastimal... A guerra (1939-1945), as procissões do Sagrado Coração de Jesus em Afragola (Napoli), a adolescência em Montenero entre os doutores do templo... A vida pública, o batismo do trabalho l’ENPAS-INPDAP, o casamento, os amigos as bem aventuranças o fulgor do Tabor, a Eucaristia tantas vezes recebida e transformada em auxilio aos mais necessitados, doação de casas, educação, cursos especiais até no exterior para Funcionários Públicos... Depois a aposentadoria e os mistérios dolorosos com a doença. “Rogai por nós pecadores...” Mesmo assim filhos e demasiadamente amados. Um só pensamento de amor enche de ternura o coração do Pai que esquece qualquer ofensa. Ninguém quer a dor. “Senhor afasta de mim este cálice” sofrer é duro, ver a morte lentamente chegando é de suar sangue, especialmente para quem sempre teve boa saúde e muito amor pela vida. O medo da morte, a perda da independência são flagelos e espinhos que penetram na testa. As continuas viagens ao Calvário/hospital com as transfusões de sangue e a quimioterapia... Os ossos como perfurados por pregos a imobilizá-lo na cruz do leito. Senhor porque e a onde você esta? Você existe mesmo? Para que tudo isso? Não seria melhor acabar logo com todo esse sofrimento. Tenho uma imensa sede de vida, mas não assim. Como Cristo na cruz se interessa por quantos ama pela Itália, pelos desempregados, pela Democracia e por quantos não pode ajudar, mesmo assim encontra momentos para se alegrar, com o jogo do Nápoles e seus amigos. Pergunta de todos, se alegra com as pequenas vitórias sabe admirar quem progride e fica contente com as fotos dos sobrinhos que a Giuliana envia pelo e-mail. Interessa-se até pela AFPESP, lembra do Duarte e de outros companheiros e lamenta que não poderá mais visitar o Brasil. “Rogai por nós pecadores” neste efêmero agora nós pedíamos e esperávamos um milagre. E veio. Nós na fé nos alegramos com a assunção e gloria dele com a Virgem Maria, pois está no Céu, acolhido por muitas pessoas que ajudou nesta vida e até de pobres da seca do Maranhão que ele ajudou presenteando-os com um poço. Luciano lembra-se quando estive com você em Janeiro, firmamos um pacto: Quem fosse o primeiro a chegar esperaria o outro na porta. O Senhor é totalmente contigo e nós somos abençoados. Com a Santa Mãe reza por nós pecadores neste agora momentâneo. Somos, é verdade, pecadores, não descobrimos a ternura do Pai, somos pecadores, mas muito, muito amados. Agora, mergulhados no AMOR, Luciano, na gloria do Pai com Cristo e no seu Espírito você é luz da Luz, luz na Luz, luz com a Luz , seja também para nós a luz que refletimos, Obrigado Senhor pelo rosário do teu e nosso Luciano.