legendas das imagens em portugues

Transcrição

legendas das imagens em portugues
INSERM apresenta :
Ficção Científica : Viagem ao coração da vida
Labirintos misteriosos, pepitas brilhantes, grutas obscuras, alfabetos codificados,...donde vem todo este
enigmático esplendor ?
Do próprio coração da matéria viva, observado à escala microscópica. E da obra do mais visionário dos
escritores franceses, Júlio Verne. Os quadros da exposição resultam de uma composição entre as fotografias
científicas oriundas do banco de dados do Inserm e as gravuras antigas que ilustram a obra de Júlio Verne.
Estas imagens impressionantes foram criadas por Eric Dehausse, iconógrafo do Inserm
(http:/www.serimedis.inserm.fr – SERIMEDIS, banco de imagens aberto ao público).
Para acompanhar este casamento insólito da ficção com o conhecimento, o escritor Bernard Werber, autor da
trilogia das "Formigas" concebeu um conto.
Impunha-se a ideia de um diálogo à distância com Júlio Verne, pai da ficção científica moderna : "para mim é
o iniciador. Foi aquele que me fez viajar para longe abrindo um livro, foi ele que me ensinou que poderemos
fazer explodir todas as fronteiras com a palavra ".
Para a Ficção Científica - viagem ao coração da vida, Bernard Werber entregou-se a uma verdadeira
experiência : uma imersão total nas imagens, seguida de uma hora de escrita espontânea, quase-automática.
Os segundos passam, as perspectivas nascem, as palavras surgem...
Para si também, a hora da partida chegou : boa viagem ao país do sonho e do saber !
INSERM
O Instituto Nacional da Saúde e da investigação médica (Inserm), é um organismo que se dedica à
investigação da biologia, da medicina e da saúde das populações. Posiciona-se num percurso completo que vai
do laboratório de investigação até ao leito do paciente. Membro fundador da Aliança Nacional para as
Ciências da Vida e da Saúde que organiza a coordenação da investigação no seio de dez institutos temáticos
multi-organismos : Bases moleculares e estruturas do ser vivo ; Biologia celular, desenvolvimento e evolução;
Genética, genoma e bioinformática ; Cancro ; Circulação, metabolismo, nutrição ; Imunologia, hematologia,
pneumologia ; Doenças infecciosas ; Neurociências, neurologia, psiquiatria ; Saúde pública ; Tecnologias da
saúde.
Bernard Werber
Nascido em 1961 em Toulouse, jornalista científico e escritor. Bernard Werber é um autor tão produtivo como
popular. Desde o primeiro sucesso da trilogia das “Formigas” , que as suas obras foram traduzidas e
publicadas cerca de 15 milhões de exemplares no mundo. A ideia de um diálogo à distância com Júlio Verne,
pai da ficção científica moderna impunha-se : "para mim é o iniciador. Foi aquele que me fez viajar para
longe abrindo um livro, foi ele que me ensinou que com as palavra poderemos fazer explodir todas as
fronteiras". Para a ficção científica : viagem ao coração da Vida, Bernard Werber, entregou-se a uma
verdadeira experiência : uma imersão total nas imagens, seguida de uma hora de escrita quase espontânea. "é
um exercício muito agradável e muito interessante porque me obriga de certa forma a ir para além do
imaginário". Os segundos passam, as perspectivas nascem, as palavras surgem...
Para si também, a hora da partida chegou : boa viagem ao país do sonho e do saber !
Genérico
Exposição concebida e realizada pela Direcção da Informação Científica e da Comunicação do Inserm.
Director de comunicação : Arnaud Benedetti
Chefe de projecto : Catherine d’Astier, directora adjunta da comunicação
Commissária da exposição : Claire Lissalde, responsável do polo audiovisual Inserm
Foto-montagens : Eric Dehausse, Inserm
Conto : Bernard Werber, escritor
Legendas científicas : Charles Muller, jornalista
Cenografia e realização técnica : Ogilvy Action
Infografia : Frédérique Koulikoff, Inserm
Correcção e releitura : Maryse Cournut, Inserm
Agradecimentos
À cidade de Nantes,
Agnès Marcetteau, directora do Museu Jules Verne, assistida por Cécile Daval e Frank Tellois, fotógrafo.
A todos os cientistas autores das fotografias.
Tradução
Carolina Cardoso – Embaixada de França em Portugal
O olho de Deus apareceu no céu uma Quinta-feira por volta das 15h30 e, para surpresa
geral, era vermelho.
Os bacteriófagos (ou fagos) são vírus que infectam unicamente bactérias, originando uma
espécie de guerra de micróbios. Vêem-se aqui num ataque a uma bactéria da água.
Os fagos são muito úteis como agentes antimicrobianos, mas também como instrumentos de
investigação fundamental, em biologia molecular.
© Inserm/Lydia Lapchine
A caça ao meteoro, Júlio Verne. Museu Jules Verne- Nantes
Eis a verdadeira espiritualidade, diz Flanaghan. Um parafuso sem fim que sobe até ao
infinito.
No ouvido interno, encontra-se a cóclea, um verdadeiro órgão da audição onde estão contidos
os receptores auditivos. Também é conhecida por caracol, pela sua forma característica em
espiral que evoca uma concha deste invertebrado. Esta imagem de microscopia electrónica
por varrimento (scanning electron microscope – SEM) mostra a cóclea de uma cobaia.
© Inserm/Anne Guilhaume
Kéraban-o-teimoso, Júlio Verne. Museu Jules Verne – Nantes
— Por esta janela, vemos aquilo que os nossos netos verão.
— Mas parece um rosto, diz Philipson.
— Sim, mas veja bem : não se trata de um verdadeiro humano, nem de um desenho. Chamalo-ão de « Avatar de síntese ».
— Avatar ? Como as representações de Vishnou na Terra ?
— Sim, mas serão representações virtuais do homem no computador.
Philipson pensou que o professor Gale tinha enlouquecido. Ele perguntava-se o que poderia
ser um computador. E imaginou “provavelmente uma máquina que daria ordens.”
A técnica de “eye-tracking” ou de “Monitorização dos movimentos oculares” consiste na
observação em laboratório do movimento dos olhos de um indivíduo face aos estímulos,
podendo-se assim perceber como é fixada a sua atenção visual. Esta técnica utiliza-se
sobretudo para se compreender as alterações cognitivas das crianças autistas, que têm
dificuldades em se relacionarem com o seu meio ambiente mais próximo.
© Inserm/Patrice Latron
O Castelo dos Cárpatos, Júlio Verne. Museu Jules Verne - Nantes
Caramba disse Frédéric, quando lhe foi proposto transformar-se num fantasma - eu pensava
guardar a minha forma humana, e aqui com esta experiência falhada, tenho antes a
impressão de me parecer com uma pizza andante.
Desceu as escadas, envergonhado, enquanto a mozzarella começava a derreter e a espalharse sobre os degraus.
Formando a anca e estruturando a bacia, os ossos ilíacos podem ser deformados, como no
caso da doença de Paget, conduzindo a reabsorções - reconstruções anárquicas. A análise ao
microscópio depois do corte e da coloração é muito rica em informação. Observa-se aqui a
verde os ossos mineralizados ; a castanho e amarelo, o tecido pré-ósseo (ostéoide)
recentemente formado, fabricado pelos osteoblastos; e a vermelho vivo, os osteoclastos que
reabsorvem os ossos.
© Inserm/Jean-Paul Roux
Mathias Sandorf, Júlio Verne. Museu Jules Verne – Nantes
— Desta vez, estamos perdidos capitão.
— Não rapaz ! Tens medo porque é a primeira vez que viajas num quadro abstracto. Mas,
fica sabendo que também poderíamos viajar num quadro de Picasso ou de Rothko. A arte
abstracta não tem de se justificar, ela existe e é tudo.
O rapaz não deixava de pensar que ele preferia os quadros surrealistas de Dali ou de
Magritte. Pelo menos nestes reconhecíamos alguns personagens.
Para observar ou reparar o organismo, os investigadores concebem estruturas à escala micro
ou nanométrica, capazes de serem inseridas em células ou de eventualmente possibilitarem a
introdução de medicamentos. Assinaladas a vermelho forte, as micro-esferas de metacrilato
polihidroxietil (pHEMA) instalaram-se nas células endoteliais dando estas últimas origem às
paredes internas das veias e das artérias (estas a verde). A vermelho vivo, certas microesferas que não conseguiram penetrar na célula.
© Inserm/Hervé-Oscar Nyangoga
Vinte mil léguas submarinas, Júlio Verne. Museu Jules Verne – Nantes
— Um dia, seremos obrigados a usar isto.
— Para que serve professor ?
— Para proteger a cabeça das ondas prejudiciais que são emitidas pelos telemóveis.
— Dir-se-ia um preservativo, mais largo e mais curto.
— De alguma forma sim, só que em vez de nos proteger das doenças sexualmente
transmissíveis (DST), proteger-nos-á das radiações emitidas pelos GSM (Global System for
Mobile Communications).
— E para as DST, então, como farão ?
Antes de tratar um organismo, é preciso primeiro ser-se capaz de examinar as suas
moléculas, as suas células ou os seus tecidos. Nas últimas décadas a bio-imagem médica
conheceu inúmeros progressos. No Centro de Estudos e de Investigação em
radiofarmacêutica (Faculdade de Farmácia de Tours – unidade Inserm 930), desenvolvem-se
também radiomarcadores que permitem quer ao investigador quer ao médico observar em
detalhe o tecido nervoso.
© Inserm/Patrice Latron
Vinte mil léguas submarinas, Júlio Verne. Museu Jules Verne – Nantes
— ...Será necessário proteger todo o corpo.
— E para os beijos ?
— Olha, há um pequeno tubo amarelo que permitirá trocar as salivas após terem sido
fervidas.
— E o fecho de correr, de lado, para que serve ?
— Isso servirá para que se possam coçar a cabeça quando se perguntarem a que ponto se
chegou ... diz o professor.
Este laboratório Jean Mérieux/Inserm, em Lyon, dá pela designação “P4” por albergar
patogénicos de classe 4 e tem a segurança máxima necessária à investigação sobre os
micróbios mais perigosos. O acesso às salas faz-se através de áreas de descontaminação e
passagem por portas estanques. Os investigadores usam escafandros cujo ar é renovado fora
do laboratório.
© Inserm/Patrice Latron
Vinte mil léguas submarinas, Júlio Verne. Museu Jules Verne- Nantes
— Planetas que se tocam ? Mas parece impossível. Isso coloca em causa as leis da
gravidade !
— Meu caro Max, tem de se render à evidência : os nossos astrónomos talvez não tenham
dado a devida importância à capacidade do universo produzir os objectos que desafiam as
nossas leis humanas.
— Mas a lei da gravidade, Doutor ! A lei da gravidade é universal.
— A lei do humor é talvez o contrário da lei da gravidade
— Gravidade/humor ? Ah estou a ver...
E o humor consistia em aproximar estes três planetas. Talvez um dia se possam construir
pontes para os unir.
Estas micro-esferas de 0,8mm de diâmetro são constituídas por um gel de proteínas
compatível com a matéria viva. Podem ser dirigidas de maneira específica para um tecido ou
um órgão doente, com o intuito de neles poder introduzir moléculas-medicamentos. O alvo
personalizado da terapêutica limita, acima de tudo, certos efeitos secundários dos
tratamentos.
© Inserm/Daniel Chappard
A volta da Lua, Júlio Verne. Museu Jules Verne – Nantes
— É a primeira vez que viajo num supositório, capitão. Acho este modo de locomoção um
pouco incómodo.
— Mas para isto valia a pena ter vindo ... que espectáculo fabuloso !
As células têm um citoesqueleto, conjunto de filamentos e túbulos que asseguram a sua
manutenção e do qual surgem sobretudo pequenas excrescências denominadas de filópodes.
O vírus do SIDA (VIH) floresce nestes filópodes da célula e deles se serve para passar às
células vizinhas.
© Inserm/Philippe Roingeard
Da Terre à Lua, Júlio Verne. Museu Jules Verne – Nantes
— Está seguro que são eles ?
— Claro ! Não imaginávamos encontrar extraterrestres em forma de cogumelo, mas veja,
falam como nós. A única dificuldade para eles, é poderem deslocar-se. Uma vez crescidos
num sítio, de lá não saem.
— São, de alguma forma, animais sedentários ?
— Eu não sei se poderemos falar de animais. Digamos que se trata de vegetais sedentários
dotados de palavra. Quero com isto dizer, não hesitem em falar-lhes : compreendem muito
bem a língua francesa. Basta que articulem bem as palavras, isto porque os seus órgãos
auditivos estão nos cachos.
Este cogumelo microscópico, o microfungo Aspergillus fumigatus, torna-se um inimigo de
peso em pessoas cujo sistema imunitário esteja debilitado. Este cogumelo é assim
responsável por graves infecções (aspergiloses), que se desenvolvem sobretudo no aparelho
broncopulmonar.
© Inserm/Eveline Guého
Viagem ao centro da Terra, Júlio Verne. Museu Jules Verne - Nantes
Os inimigos dos extraterrestres cogumelos desafiavam os primeiros homens que habitaram o
planeta. Rapidamente, os pioneiros escolheram o campo : os amarelos contra os vermelhos.
Nada mais restava senão enfrentá-los um a um. O combate poder-se-ia revelar árduo ; e
quando Gustavson chegou, este temeu que o seu adversário o surpreendesse bruscamente
com uma arma local.
A proteína verde fluorescente GFP (Green Fluorescent Protein) é um marcador que permite
ao biólogo e ao bioquímico seguir a actividade da matéria viva no interior das células. O seu
uso trouxe tais progressos que os descobridores (O. Shimomura, M. Chalfie et R.Y. Tsien)
obtiveram o Prémio Nobel em 2008. Nesta imagem, o bulbo dos folículos pilosos (que
produz o pêlo), marcado pela GFP num rato transgénico.
© Inserm/Séverine Mazaud-Guittot
Vinte mil léguas submarinas, Júlio Verne. Museu Jules Verne – Nantes
Eles não estavam à espera disto. Os vermelhos tinham-se aliado com uma terceira espécie
que se aproximava muito das esponjas cinzentas. Os humanos e os cogumelos não estavam
seguros de ganhar contra os pepinos vermelhos aliados às esponjas cinzentas. Esta batalha
que se anunciava, poder-se-ia revelar como a mais “imóvel” ou pelo menos “a mais lenta”
das batalhas.
Para que um biomaterial se implante correctamente, e assegure as suas funções, é preciso que
o organismo o reconheça e o integre nos seus próprios tecidos. Observa-se nesta imagem em
microscopia por varrimento electrónico o desenvolvimento espontâneo de calcosferitas
(cristais de fosfato de cálcio) na superfície de um biomaterial.
© Inserm/Johanne Beuvelot
A esfinge dos gelos, Júlio Verne. Museu Jules Verne - Nantes
Um pepino vermelho morto serviu-lhes de jangada e eles decidiram deixar-se transportar
pela corrente até ao mar.
Estavam exaustos, surpreendidos pela resistência do que parecia ser apenas efeito dos
extraterrestres vegetais imóveis.
A drepanocitose é uma doença genética rara na Europa, mas frequente em certas regiões do
mundo como África, marcada por uma alteração da hemoglobina. Tem por efeito deformar
os glóbulos vermelhos, como se vê nesta imagem, que tomam a forma curva duma foice. Por
esta razão, esta doença também é chamada de anemia das células falciformes.
© Inserm/Claude Féo & Marcel Bessis
Viagem ao centro da Terra, Júlio Verne. Museu Jules Verne – Nantes
— Eles deveriam ter cuidado, diz Lucas. Estes novos crocodilos educados por crianças
podem crescer e tornar-se ferozes. Mais tarde, quando ficam demasiado gordos, ficam nos
lagos dos jardins públicos e isto resulta no que aqui se pode ver...
— Felizmente que estes crocodilos têm os seus próprios predadores : os famosos
dinossauros fabricados pelos especialistas em genética e que têm muito sucesso junto das
crianças.
— De alguma forma é ecológico... um novo equilíbrio do terror. A sua autodestruição.
— Talvez, mas eles poderiam ferir uma criança que queira brincar com eles junto do lago,
não acha ? Por mim falo, nunca deixaria a minha filha brincar por aqui.
Desde os primeiros trabalhos de Thomas Hunt Morgan em 1906 que a drosófila ou mosca do
vinagre (Drosophilia melanogaster) é uma estrela dos modelos animais de laboratório. Esta
fotografia detalha os testículos de um macho. Porquê trabalhar numa mosca ? Porque o
homem e a drosófila partilham um grande número de mecanismos moleculares e celulares
fundamentais.
© Inserm/Sophie Desset & Chantal Vaury
Viagem ao Centro da Terra, Júlio Verne. Museu Jules Verne - Nantes
A equipa de cosmonautas queria comer carne local crua, de Xurbi ; mas desde logo que
começou a andar, o cozinheiro foi obrigado a ir buscar um utensílio de cozinha adequado
para acertar as contas, de uma vez por todas, com o bife de Xurbi, luminoso e recalcitrante.
Mais tarde, escolheram cozinhá-lo e servi-lo com um molho de menta e coentros.
Esta célula embrionária de rato revela as suas estruturas íntimas através da coloração : a azul,
o núcleo que alberga os cromossomas ; a verde, os microtúbulos que formam o esqueleto
celular (citoesqueleto) : a vermelho, as placas de adesão que fixam a célula à matriz
extracelular.
© Inserm/Yasmina Saoudi
Vinte mil léguas submarinas, Júlio Verne. Museu Jules Verne - Nantes
O ajuste da voltagem no navio não foi tarefa fácil. Mais do que uma vez, o electricista foi
vítima de descarga eléctrica. Os mais prudentes usavam botas de borracha. Os outros
recebiam um choque de tal forma forte que não ousavam voltar.
Nesta imagem por fluorescência, vê-se desenvolver em tempo real os neurónios do
hipocampo, uma estrutura cortical antiga do cérebro. As longas arborescências, chamadas de
axónios, permitem às células do sistema nervoso comunicar entre elas.
© Inserm/Patrice Latron
Vinte mil léguas submarinas, Júlio Verne. Museu Jules Verne – Nantes
A evacuação dos esgotos da capital fazia-se de maneira abrupta. Todos os dejectos
produzidos pela cidade com mais de 20 milhões de habitantes caíam em cascada, a céu
aberto. E cheirava mal. Mas não se conhecia naquele tempo outra solução para o
tratamento dos esgotos.
Situado logo após o intestino delgado, o cólon tem um papel importante no nosso aparelho
digestivo. Vemos aqui um dos seus orifícios à superfície, com o seu florescimento de células,
descarregando o muco que servirá a garantir a passagem e a recuperar, com a acção da flora
bacteriana, os últimos nutrientes aproveitáveis dos alimentos absorvidos.
© Inserm/Katy Haffen
Mestre do Mundo, Júlio Verne. Museu Jules Verne - Nantes
Desde as leis ecológicas do ano 2100, tornou-se habitual efectuar o trajecto Paris-Nova
Iorque num dirigível a hélio movido a hélice, apoiado por pedais. O seu único pequeno
inconveniente, era ser preciso pedalar. Assim a selecção dos viajantes fazia-se de acordo
com o tamanho dos músculos das pernas. Pelo menos, assim não se poluía.
Em todas as células do corpo, encontram-se mitocôndrias e ribossomas. As primeiras são
pequenas centrais energéticas, que asseguram a respiração da célula e as suas diversas
reacções químicas. Os segundos são indispensáveis à leitura dos ARN que contêm a
informação proveniente dos genes.
© Inserm/Claude Le Goascogne
Robur o Conquistador, Júlio Verne. Museu Jules Verne - Nantes
— Está seguro que se trata de uma fêmea ?
— Mas não vê que ela tem cabelos !
— Estava convencido que as “Arkcheules” também tinham olhos.
A zona azul do meio, é o seu olho ! De resto, olhe : para se pôr mais bonita, esta
“Arckcheule” recorreu a uma maquilhagem com relevo.
Graças à coloração, estes neurónios de rato revelam a estrutura das células do sistema
nervoso. Em azul, os núcleos dos neurónios contêm o ADN. Em verde, a fina cabeleira é
formada por axónios ou fibras nervosas, os prolongamentos do neurónio que transportam
sobretudo o seu potencial eléctrico.
© Inserm U676/Pascal Dournaud
Hector Servadac, Júlio Verne. Museu Jules Verne - Nantes
- É a primeira vez que eu vejo uma montanha doente.
- Esta verruga rochosa não é forçosamente uma doença.Talvez se trate de outra coisa.
- Pensa em quê, Professor Markus ?
- Penso que esta montanha está grávida...
O miéloma múltiplo é um cancro da medula óssea, que afecta inicialmente as células
plasmáticas do sistema imunitário e prolifera nos ossos. Esta imagem em microscopia por
varrimento (MEV) mostra uma célula cancerígena - tumor maligno da medula óssea aderindo a uma fila de osteoblastos, células que contribuem para formar a face interna e
externa dos ossos.
© Inserm/Régis Bataille
Cinco semanas em Balão, Júlio Verne. Museu Jules Verne – Nantes
— Eu vi-te ! Eu vi-te !
O pequeno Roger ficou desiludido : ele acreditava que se se escondesse atrás de um
meteorito, poderia espiar o seu pai na companhia da sua nova amante.
Graças a uma congelação muito rápida, a criomicroscopia electrónica permite conservar a
hidratação das amostras observadas, e assim poder analisar a sua estrutura minimizando as
deformações e indo até escalas tão pequenas como as do nanómetro. Observa-se aqui a
imagem do vírus, obtida através desta técnica tornada desde então indispensável tanto em
biologia estrutural como funcional.
© Inserm/Patrick Bron
Um bilhete de lotaria, Júlio Verne. Museu Jules Verne - Nantes
— Oh Georges !
— O que quer Françoise ?
— Quando me contactou por internet para este encontro, não estava à espera que se tratasse
de algo tão íntimo.
— Eu não gosto de jantar em restaurantes nem dançar em discotecas, Françoise, eu pensava
surpreendê-la fazendo um pouco de espeleologia nesta gruta.
— Oh Georges , eu amo-o.
— Agarre-se Françoise, e não desmaie porque eu necessito da sua ajuda para conseguir
fazer os últimos metros.
As drosófilas (moscas do vinagre) fêmeas possuem ovários, formados por um conjunto de
unidades funcionais chamadas ovaríolos. Cada ovaríolo é por seu lado constituído por uma
sucessão de folículos, que emergem uns após os outros sobre um eixo, formando como que
um colar de pérolas. As mais pequenas, situadas nas extremidades, são as mais jovens.
© Inserm/Sophie Desset & Chantal Vaury
As Indias negras, Júlio Verne. Museu Jules Verne - Nantes
— Não, não quero jogar ao Mikado gigante, diz Benoît.
— De qualquer modo, um dos pauzinhos mexeu-se. Perdeste, responde Yolande.
O calciferol não vos é desconhecido, mas conhecem-no certamente melhor com um outro
nome : vitamina D, que existe em 5 formas diferentes. Esta vitamina permite sobretudo a
absorção do cálcio e do fósforo, indispensável para a mineralização dos ossos. As crianças
em crescimento ou as pessoas idosas devem ter cuidado quando estão em falta desta
vitamina.
© Inserm/CEIV/Roche
As Indias negras, Júlio Verne. Museu Jules Verne – Nantes
— É o mais belo 14 de Julho da minha vida ! exclama ela.
— Para mim também ! Eu apenas tinha visto fogo de artifício efémero. Este aqui continua
como que a flutuar no céu durante vários minutos. É um verdadeiro progresso.
O cancro desenvolve-se por mutação de genes presentes no núcleo das nossas células.
Através de técnicas de bio-imagem molecular, os investigadores conseguem marcar estes
genes para observar a sua expressão. Nesta imagem podemos também identificar o gene pp65
(vermelho) e o gene GFP (verde) nas células de um cancro da mama.
© Inserm/Jenny Valladeau
Viagem ao Centro da Terra, Júlio Verne. Museu Jules Verne – Nantes
— Desta vez perdemo-nos mesmo, Ulf.
— Não seja pessimista, Larson, estou convencido que encontraremos uma saída..
— Finalmente, ulf, acho que sou claustrofóbico. Mais cinco minutos e sou capaz de ter um
ataque.
— Coragem Larson, pense no que dirá a posterioridade !
Esta rede misteriosa de cavidades é que se chama um osso trabecular. Também chamado de
osso esponjoso, constitui cerca de 20% da massa óssea, os restantes 80% são formados por
osso cortical ou por osso compacto. Vê-se aqui a arquitectura trabecular das trabéculas ósseas
que tem um papel importante na resistência mecânica dos ossos.
© Inserm/Georges Boivin
Viagem ao centro da Terra, Júlio Verne. Museu Jules Verne - Nantes
— Há 3 anos que tentamos descodificar este texto, Professor Philibert. 3 anos.
E continuamos sem compreender nada. Ah, se pelo menos o espírito de Champollion
estivesse connosco ! é a nossa última esperança. O seu talento permitir-nos-á encontrar a
solução, como para a Pedra de Roseta.
— Veja, são caracteres latinos, AAAAGTC hm... Em que ocasião um ser faz “aaaaagtc”? é
isso caramba, encontrei. O que quer dizer este texto é...
— O quê, diga Professor Philibert, diga logo !
— É um grito de uma mulher a ter um orgasmo. Eu penso que é uma mulher extraterrestre
que quis imortalizar para sempre o melhor momento da sua vida com as palavras que lhe
vieram à cabeça.
T,A,G,C : estas quatro letras do alfabeto da matéria viva servem para escrever a informação
genética. Designam a timina, adenina, guanina e a citosina, quatro bases químicas que entram
na composição do ADN. No caso de uma patologia genética (aqui, a doença de Crohn,
desordem inflamatória crónica intestinal), a escrita dos genes contém erros, ou seja, comporta
supressões, inversões ou duplicações destas bases químicas.
© Inserm/Patrice Latron
Viagem ao centro da Terra. Museu Jules Verne – Nantes