Sapatos e brincadeiras Autor: equipe do setor

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Sapatos e brincadeiras Autor: equipe do setor
Sapatos e brincadeiras
Autor: equipe do setor saúde do NDI
Na Educação Infantil é tempo de brincadeira, movimento,
diversão e aprendizagem. Tempo em que as crianças estão crescendo
e se desenvolvendo com rapidez. Tempo de conquistar autonomia,
conhecer o corpo e o mundo que os cerca. O espaço é rico em
possibilidades: o parque e seus diferentes brinquedos, as árvores, os
espaços cobertos, as salas de aulas, as possibilidades de passeios
entre outros. Para que as crianças usufruam com segurança das
brincadeiras e atividades desenvolvidas, vale algumas dicas que
preservam a saúde e o bem estar da criançada.
Os sapatos normalmente são usados na infância sem grandes
preocupações. No entanto cabe aos pais ter determinados cuidados
na escolha deles. Muitas vezes os problemas nos pés dos adultos
acontecem devido ao mau uso de sapatos durante a infância.
Muito mais do que a beleza e as cores, a escolha do sapato está
ligada ao desenvolvimento adequado dos pés da criança. Por isso, é
necessário cuidado no uso de calçados para atender às necessidades
que respeitem a fisiologia dos pés infantis, conforme o estágio
de crescimento de seu filho.
“Pés sadios e calçados confortáveis garantem a sustentação e o
deslocamento
movimento
de
sem
nosso
corpo,
qualquer
dor
Junqueira, ortopedista
suportando
ou
qualquer
desconforto”,
tipo
afirma
do Centro de Reumatologia e
de
Flávia
Ortopedia
Botafogo (Creb), no Rio de Janeiro. E a saúde dos pés começa na
hora de comprar os sapatos. Além de bolhas e dores musculares, até
mesmo problemas de coluna podem ser conseqüência de uma má
escolha.
Uma criança está em constante crescimento e por isso precisa
mudar de calçado frequentemente. Entre os cuidados que devemos
ter ao comprar sapatos para uma criança são o tamanho dos sapatos,
o
formato
e
o
material.
Os
pés
precisam
se
acomodar
confortavelmente dentro do sapato, sem nenhuma pressão ou atrito.
De acordo com o especialista em ortopedia infantil Pedro Henrique
Mendes, os sapatos ideais para crianças têm que ser maleáveis, tanto
no comprimento, quanto na largura e devem manter a base do pé
estável no chão.
O primeiro item que precisa ser avaliado pelos pais é altura,
largura e comprimento do calçado infantil , porque as crianças estão
sempre crescendo e seus pés também. Com as medidas certas,
haverá espaço para a movimentação dos dedos. A regulagem dele
também precisa ser suficiente para manter o calçado seguro no pé.
Os mais recomendados pelos especialistas são os sapatos de bico
arredondado.
Certos materiais são alergênicos e podem provocar irritações
nos pés. Por vezes eles não deixam o pé transpirar, então certifiquese também que eles são feitos com materiais não irritantes para os
pés e que permitam a transpiração (couro, lona, pano).
No caso do bebê a pele sensível faz com que a escolha do
calçado seja pautada na maior proximidade com uma meia:
confortável, macio, fácil de calçar e bem ventilado para os pés.
"Dê preferência aos que tenham características bactericidas e
antialérgicas", afirma Alan Jaques, coordenador de modelagem
da Klin.
Por volta de um ano de idade, a criança começa a dar seus
primeiros passos. Seus pés ainda são instáveis e ela costuma levar
alguns tombos no caminho. Andar descalço nessa época estimula a
movimentação dos dedos e o desenvolvimento muscular dos pés. Mas
nem sempre é possível deixar a criança tão à vontade assim. E o
sapato torna-se, então, seu grande companheiro. Por isso, é tão
importante ficar de olho no calçado do pequeno para garantir uma
boa marcha: uma escolha inadequada pode causar dores musculares,
dormência, bolhas, unhas encravadas e deformidades nos pezinhos.
Pesquisas apontam que mais de 70% da população mundial, em
alguma fase da vida, apresenta problema nos membros inferiores.
Por isso, João Matheus Guimarães, chefe do Serviço de Ortopedia e
Traumatologia do Hospital Copa D’Or, no Rio, recomenda a compra
de “sapatos que respeitem a anatomia do pé”.
Quando as crianças passam a caminhar, o indicado é que usem
calçados que fiquem mais firmes nos pés, com cadarços ou velcros.
Os solados precisam ter flexibilidade para que a criança possa dobrar
e esticar os pés quantas vezes quiser e ser antiderrapantes para
impedir
que
ela
escorregue.
Desta
maneira
irão
favorecer
o
aprendizado psicomotor e o desenvolvimento musculoesquelético da
criança.
A
medida
que
a
criança
cresce,
o
calçado
precisa
ter
características de amortecimento leves. As palmilhas devem ser
grossas, macias e anatômicas. A indicação é que a sola do sapato
absorva impacto, porque nesta fase a criança começa a praticar
atividades físicas, como saltos e pequenas corridas.
Fuja dos saltos! de acordo com Jaques, o calçado não pode
possuir salto maior que dois centímetros, pois até os sete anos os pés
estão em alto desenvolvimento. O profissional recomenda que o uso
eventual de saltos seja após os 12 anos. Além de dificultarem a
marcha e o equilíbrio, aumentam as chances de queda e entorses”,
afirma João Matheus.
O primeiro efeito ocorre no próprio pé. Ao levantarmos a parte
de trás, chamada de retropé, mandamos o peso do corpo para a
frente, o antepé. Essa sobrecarga, com o tempo, causa um processo
degenerativo,
que
implica
no
alargamento
da
base
e
no
encurtamento dos ligamentos.
Em segundo plano, e não menos importante, estão os efeitos
negativos do salto sobre a coluna. Ao usar um calçado com salto, a
pessoa tende a projetar o centro de gravidade para a frente. A
responsabilidade de manter o corpo estável fica toda sobre a coluna e
a região lombar acaba aumentando sua curva. E, mais uma vez,
depois de um tempo esse hábito pode começar a gerar desconfortos,
dores e mudança na postura. “Se esse tanto de complicações
acontece com adultos que já têm a estrutura óssea pronta e menos
sujeita a alterações, imagine o que ocorre com as crianças, que ainda
estão com o corpo em formação”, comenta Carlos Lopes, ortopedista
pediátrico e médico cirurgião ortopedista do Hospital Albert Einstein,
em São Paulo.
Assim, esse hábito precoce colabora para que as estruturas
ósseas da criança já comecem a se moldar com defeito. Podem
causar problemas nas articulações do joelho e dos quadris, já que os
joelhos ficam parcialmente flexionados. Com o salto, as crianças não
conseguem
alongar
a
panturrilha.
A
musculatura
perde
sua
elasticidade natural e pode, com o tempo, ficar mais curta. Além
disso dificulta a corrida, pois a criança não consegue flexionar a
planta do pé para dar impulso. E, se ela conseguir correr além dos
problemas a longo prazo, há risco de torcer e fraturar o tornozelo.
Quanto às plataformas, algumas não mudam a relação entre
retropé e antepé por terem uma base uniforme de mesma altura.
“Mas a altura facilita torções e até mesmo quedas, além de não
serem muito práticas para as crianças”, completa Roberto Guarnieir.
Já os sapatos de plástico dificultam a transpiração, causam
bolhas e aumentam a chance de desenvolvimento de fungos e
bactérias. Evite-os!
Procure por modelos que respeitem as necessidades fisiológicas
dos pés das crianças, varie nas cores e detalhes.
Referências
http://www.creb.com.br/site/creb-na-midia/saiba-escolher-o-calcado-ideal-parao-seu-filho-dar-os-primeiros-passos/
http://www.bbel.com.br/filhos/post/qual-o-calcado-ideal-para-seu-filho.aspx
http://www.into.saude.gov.br/noticias.aspx?id=226
http://bebe.abril.com.br/materia/salto-alto-para-criancas-entenda-por-que-nao-euma-boa-escolha