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PLANTANDO SAÚDE Incentivo às mudanças de atitudes para prevenir doenças crônicas saúde, tema de grande importância, por interferir diretamente na qualidade de vida, nas relações sociais e nos fatores econômicos no âmbito familiar e na sociedade. A implantação do projeto teve o acompanhamento da prestadora de serviços em instrutoria e Administradora Rural Ivânia Begnini Zingler, que auxiliou no processo de elaboração do programa. PROGRAMA Participantes da turma-piloto do programa P ara incentivar nas mulheres o reconhecimento da importância do autocuidado, valorizando a identidade e a responsabilidade pessoal com a saúde, o Senar/SC lançou no mês de outubro o programa “Plantando Saúde”, de prevenção às doenças crônicas. A turma-piloto ocorreu no munícipio de Seara, com a participação de 20 mulheres dos municípios de Arabutã, Arvoredo, Seara e Xavantina. O programa enfatiza a importância do autocuidado, a identificação de comportamentos que promovam e que previnam doenças, as principais enfermidades crônicas (doenças cardiovasculares, câncer, respiratórias e diabetes), as causas, consequências e planejamento de ações pessoais de autocuidado. As participantes separaram figuras distinguindo atitudes promotoras da saúde e de doença De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Seara, Valdermar Zanluchi, a implantação do programa que ocorreu no município será multiplicado em todo o Estado. “Foram transmitidas informações importantes que as participantes poderão multiplicar aos familiares, amigos e nas comunidades das quais participam”. Para o supervisor regional oeste do Senar/SC, Helder Jorge Barbosa, o programa é mais uma ação voltada à A prestadora de serviço em instrutoria e farmacêutica Daniela Einsfeld Lermen explicou os comportamentos que promovem a saúde e a doença, comparando os aspectos que fortalecem e enfraquecem as defesas naturais. “As temáticas foram abordadas com dinâmicas que levam a reflexão de atitudes e ao autoconhecimento, para posteriormente sensibilizá-las sobre a necessidade do autocuidado, do amor próprio, autoestima e compromisso com a saúde pessoal, para depois viver plenamente todos os papeis de mãe, esposa e profissional”, observou. Alimentação saudável, atividades físicas, pensamentos positivos e saúde emocional são atitudes que contribuem para previr doenças. Segundo Daniela, o mesmo tempo utilizado para adoecer pode ser gasto na prevenção, por isso é uma questão de escolha individual e de responsabilidade. A base para uma alimentação saudável tem três princípios: variedade; equilíbrio/moderação e fracionamento. AGRICULTURA SC FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA EDIÇÃO Nº 30 NOVEMBRO DE 2015 SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL/SC 9912331217/2013 -DR/SC SENAR AR / SC Mercado e inovações “Fechamento autorizado, pode ser aberto pela ECT” para a agricultura de SC são debatidos no Seminário de Líderes Rurais Página 04 e 05 Funai e Incra serão investigadas em CPI A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes na Funai e no Incra foi oficializada, no dia 29 de outubro, pela presidência da Câmara Federal. Subscrita pelo deputado Valdir Colatto, coordenador da Comissão de Direito de Propriedade da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) – a comissão deve investigar as fraudes em demarcações 20 REVISTA AGRICULTURASC | NOVEMBRO DE 2015 de áreas indígenas e quilombolas em todo o País. A CPI iniciará os trabalhados investigando a fundo os critérios utilizados pelos dois órgãos a uma série de casos de fraudes em processos demarcatórios de áreas indígenas e quilombolas. Para Colatto, a CPI tratará dos recursos públicos e possíveis desmandos das entidades. “Investigaremos os atos, as aplicações do dinheiro público, como é feita a atenção à saúde e à educação dos indígenas, quilombolas e assentados, que estão na miséria, buscando auxílio para sobreviver”, destacou. A CPI integra 34 membros e terá prazo de duração de 120 dias, prorrogável pela metade, a contar da data de instalação. SINDICATO EM DESTAQUE: Em Itaiópolis, a família rural é valorizada Página 17 PLANTANDO SAÚDE: Incentivo às mudanças de atitudes para prevenir doenças crônicas Página 20 CADERNO ESPECIAL: Chapecó sediou Seminário Sulbrasileiro do Leite Páginas 09 a 16 ARTIGO AUMENTO DA PRODUTIVIDADE Por José Luiz Tejon Megido Revolução do agronegócio A s novas máquinas agrícolas são cada vez mais inteligentes. Os pulverizadores, plantadeiras, colheitadeiras e tratores vêm com sensores, georeferenciamento, e isso permite ajustes imediatos com respostas em até três segundos. Essas novas máquinas inteligentes serão as responsáveis por aumentar a produção de alimentos com diminuição de custos. Foram analisadas 100 dessas máquinas com inteligência artificial, no campo brasileiro, e o que se observa é que não sabemos extrair desses equipamentos metade do que eles podem oferecer. Ou seja, a nova revolução que iremos viver no agronegócio dos próximos 10 anos não será mais uma geração de equipamentos com inteligência artificial, o que permite a um intervalo veloz de até três segundos, mudança de aplicação de defensivos, adubo, ou sementes, conforme as variações de solo ou demais fatores. A grande revolução estará na formação de pessoas preparadas para essa gestão de dados. Não mais a força dos músculos, agora será cada vez mais a força dos neurônios, novos operadores e profissionais na agropecuária. Isso quer dizer educação, a inteligência humana precisará dominar a inteligência artificial das novas máquinas agrícolas. Projeto de lei quer “azedar” o mel de abelha brasileiro Hoje, existem no Brasil mais de 300 mil apicultores e uma centena de unidades de processamento de mel, que juntos empregam, temporária ou permanentemente, quase 500 mil pessoas em 2 milhões de colmeias, segundo estimativas da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA). Trata-se de produtores que sempre exerceram a atividade milenar de forma artesanal, tecnificada ou arcaica, sem necessidade de diploma. No entanto, o Projeto de Lei 7948/2014, de autoria do deputado federal Danrlei de Deus Hinterholz, que dispõe sobre o exercício profissional de apicultor e meliponicultor, pretende cobrar dos produtores a certificação e curso de formação específica. O presidente da Comissão Nacional dos Empreendedores Familiares Rurais da CNA, Júlio da Silva Rocha Júnior, ressalta que o parecer técnico da entidade é contra ao PL, uma vez que está clara a intenção de criar barreiras ao exercício da atividade, exigindo requisitos ao exercício. “A atividade é exercida em todo planeta, há milhares de anos, desde os primórdios, tanto de forma artesanal, tecnificada, como arcaica”, comenta. AgriculturaSC é um informativo da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional de Santa Catarina DIRETORIA DA FAESC 2015/2019 Presidente: José Zeferino Pedrozo 1º Vice-Presidente: Enori Barbieri 2º Vice-Presidente: Milton Graciano Peron 1º Vice-Presidente de Secretaria: João Francisco de Mattos 2º Vice-Presidente de Secretaria: João Romário Carvalho 1º Vice-Presidente de Finanças: Antônio Marcos Pagani de Souza 2º Vice-presidente de Finanças: José Antônio de Pieri VICE-PRESIDENTES REGIONAIS Adelar Maximiliano Zimmer (Extremo-Oeste), Américo do Nascimento (Oeste), Vilson Antônio Verona (Meio Oeste), Mauro Kazmierczak (Planalto Norte), Lindolfo Hoepers (Vale do Itajaí), Márcio Cícero Neves Pamplona (Planalto Serrano) e Vilibaldo Michels (Sul). CONSELHO FISCAL EFETIVO Fernando Sérgio Rosar, Gilmar Antônio Zanluchi e Donato Favarin CONSELHO FISCAL SUPLENTES Nilton Goedert, Fabrício Luiz Stefani e Dionício Scharf CONSELHO ADMINISTRATIVO DO SENAR/SC Presidente do Conselho Administrativo - Gestão 2015/2018 - José Zeferino Pedrozo CONSELHEIROS: Walter Dresch (Titular) Luis Sartor (Suplente) Representantes: Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (FETAESC) Marcos Antônio Zordan (Titular) Neivo Luiz Panho (Suplente) Representantes: Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) Ricardo de Gouvêia (Titular) Cinthya Monica da Silva Zanuzzi (Suplente) Representantes: Agroindústria Daniel Klüppel Carrara (Titular) Adilcio Pedro Pazetto (Suplente) Representantes: Senar Administração Central CONSELHO FISCAL Rita Marisa Alves (Titular) Pedro Cavalheiro de Almeida (Suplente) Representantes: Senar Administração Central Reduzir déficit de milho deve ser prioridade de SC O aumento da produção de milho em Santa Catarina deve ser prioridade absoluta dos produtores, das agroindústrias e do Governo, na avaliação do presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo. O dirigente observa que a insuficiência de milho é uma das razões da perda de competitividade das indústrias de processamento de carnes e, em especial, da avicultura industrial catarinense. De maior produtor e exportador brasileiro de carne de aves, o Estado ocupa, atualmente, a segunda posição em termos de comércio exterior, com 33,6% dos volumes e 37,5% das receitas advindas das vendas externas. A liderança pertence, agora, ao Paraná. O Estado é o oitavo produtor de milho no Brasil e a área plantada se reduz gradativamente há oito anos: em 2008 foram cultivados 649 mil hectares e, em 2014, pouco mais de 400 mil hectares. Desses, 100 mil destinam-se à silagem, portanto, não saem da propriedade e são utilizados na nutrição animal. Os produtores rurais estão migrando do milho para a soja porque, além de ter custo de produção menor, a soja rende mais. Hoje, uma saca de soja vale R$ 73 e, uma saca de milho, R$ 29. As agroindústrias catarinenses consomem em média 2,5 milhões toneladas/ano de milho, desse total mais de 50% resultam da importação do Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraguai. A escassez agravouse neste ano e Santa Catarina deve importar entre 2,5 milhões e 3 milhões de toneladas de milho do Brasil central, sujeitando-se a elevados custos de transporte. Outra iniciativa para a eliminação do déficit de milho via aumento da produtividade é a utilização de sementes de alta tecnologia. Metade das 220.000 sacas de sementes que a Secretaria da Agricultura disponibilizou pelo programa “Troca-troca” é de alta produtividade. Para o cultivo dessa semente foi distribuído calcário calcítico. Outros fatores que afetam a competitividade das cadeias produtivas de grãos, lácteos e carnes são as condições do sistema rodoviário de Santa Catarina, alerta Pedrozo. A pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT, 2012), menciona que 31,7% da malha viária barrigaverde encontra-se em situação ruim ou péssima e 28,1% em situação regular – ou seja, 60% da malha rodoviária não estão em condições ideais. Tatiane Mecabô Cupello (Titular) Gilberto Modesto da Silva (Suplente) Representantes: Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) Joãozinho Althoff (Titular) Acir Veiga (Suplente) Representantes: Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc) DIRETORIA: Superintendente: Gilmar Antônio Zanluchi Edição: Marciane Páz Mendes Redação: Marcos A. Bedin, Aline Thais Gunsett, Gabriela Volkweis Stocco, Kaehryan Fauth, Silvania Cuochinski e Marciane Páz Mendes Diagramação: Multi Design Tiragem: 4.300 exemplares Impressão: Grá ca Arcus O Estado é o oitavo produtor de milho no Brasil 02 REVISTA AGRICULTURASC | NOVEMBRO DE 2015 Fortalecimento da produção integrada de aves e suínos A Comissão Nacional de Aves e Suínos da CNA apresentou, no dia 22 de outubro, às Federações da Agricultura e Pecuária dos Estados e associações nacionais de produtores, a proposta de fortalecimento do produtor integrado na avicultura e suinocultura. A reunião, realizada via videoconferência e presencial, teve por objetivo discutir novos atributos para equilibrar a relação contratual entre produtores e agroindústria integrada. A proposta é composta por quatro pilares fundamentais: circuito de palestras nas unidades de integração, curso de negociação contratual, criação de núcleo jurídico e levantamento de dados com o monitoramento contínuo dos sistemas. “Com isso, esperamos reduzir a assimetria de informação entre o produtor e a integradora, aumentar a atuação coletiva dos produtores, equilibrar o poder decisório nas unidades e, consequentemente, aumentar a distribuição igualitária na repartição dos resultados”, afirmou o assessor técnico da Comissão, Victor Ayres. Arrendamento dos terminais portuários Infraestrutura logística adequada é imprescindível para o crescimento dos negócios internacionais e para que um país consiga realizar com eficiência as operações de importação e exportação. Hoje, o Brasil conta com 37 portos públicos, de acordo com dados da Secretaria de Portos, com disponibilidades aquém do necessário; planejamento baseado em demandas; sérias deficiências de acessibilidades; baixa reestruturação/investimentos, e falta de mão de obra qualificada nas operações portuárias. Para melhorar essa atividade no Brasil, o Governo Federal lançou, no dia 26 de outubro, os primeiros editais de licitação referentes aos arrendamentos de terminais portuários da segunda etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL). Esse grupo inicial de licitações é composto por quatro terminais portuários com investimento total estimado de R$ 1,15 bilhão. Ao todo, o PIL prevê R$ 198,4 bilhões em investimentos na infraestrutura de transportes do País. REVISTA AGRICULTURASC | NOVEMBRO DE 2015 03 PERSPECTIVAS Seminário de líderes rurais discute mercado e inovações para a agricultura catarinense Pedrozo fez um balanço das ações de defesa técnica e política do produtor rural pela FAESC, de um lado e de qualificação e requalificação profissional pelo SENAR, de outro O governador manifestou preocupação com a necessidade de reformar o Estado brasileiro 04 REVISTA AGRICULTURASC | NOVEMBRO DE 2015 Perspectivas de mercado futuro foi o tema da palestra ministrada por Alcides de Moura Torres Zé Rabelo A s dificuldades que marcam o quadro macroeconômico começam, lentamente, a atingir o agronegócio, um dos setores mais dinâmicos da economia brasileira, cujos superávits na balança comercial dão, há mais de 20 anos, estabilidade ao País. Nesse momento, o mercado para o leite está em baixa e, o de carne, em alta. Isso é o que ficou demonstrado no Seminário Estadual de Líderes Rurais que Faesc e o Senar/SC promoveram em Lages, no mês de outubro, durante a Expolages 2015, no parque de exposições Conta Dinheiro. O Seminário reuniu mais de uma centena de presidentes de Sindicatos Rurais, foi coordenado pelo presidente da Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo, e teve a presença do governador João Raimundo Colombo e do secretário da Agricultura, Moacir Sopelsa, além dos presidentes das empresas estatais Cidasc e Epagri. O anfitrião do evento foi o presidente do Sindicato Rural de Lages e coordenador geral da Expolages, Márcio Cícero Neves Pamplona. Pedrozo fez um balanço das ações de defesa técnica e política do produtor rural pela Federação, de um lado e de qualificação e requalificação profissional pelo Senar, de outro. Destacou o papel da Expolages no fomento à pecuária de corte e de leite, na difusão tecnológica, no aprimoramento genético e no estímulo aos negócios. Destacou o apoio do Governo do Estado ao agronegócio barriga-verde e citou, como exemplo, o subsídio aos juros para produtores rurais que tomam financiamentos do Programa O secretário da Agricultura Moacir Sopelsa enfatizou que o maior patrimônio da agropecuária catarinense é o seu status sanitário O Seminário reuniu mais de uma centena de presidentes de Sindicatos Rurais Roberto Amaral (CIASC), Luiz Hessmann (Epagri), João Raimundo Colombo, José Zeferino Pedrozo (Faesc), Moacir Sopelsa e Enori Barbieri (Cidasc) ABC (agricultura de baixo carbono). Lembrou que, na década de 1990, ele e o governador Colombo defendiam o setor primário na condição de deputados com assento na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. O presidente da Faesc explicitou que o dólar elevado implica em aumento dos custos de produção no campo e na indústria porque grande parte dos insumos – especialmente milho e farelo de soja para nutrição animal, equipamentos, embalagens, aminoácidos etc – são cotados em dólar. “É errôneo afirmar que a agricultura exportacionista e a agroindústria têm lucros automáticos com o aumento do dólar”, esclareceu. O governador João Raimundo Colombo disse que o agronegócio é o “maior orgulho de Santa Catarina”. Ensinou que “se alguém quer ir rápido, deve ir só, mas, se quer ir longe deve ir em grupo”, referindo-se a importância da organização sindical e cooperativista para proteger e promover o produtor rural. Mencionou que o mercado mundial está dominado por gigantescos grupos econômicos do agronegócio e essa concentração gera um dilema – como manter competitivos os pequenos e médios produtores rurais nesse mercado competitivo e hostil. O governador manifestou preocupação com a necessidade de reformar o Estado brasileiro em razão dos insuportáveis encargos decorrentes da Previdência Social (milhões de apo- sentados e pensionistas), folha de salários e recursos para investimentos em obras e serviços públicos. Assinalou que Santa Catarina é uma das poucas unidades da Federação com as finanças em ordem e que acaba de pactuar uma reforma na Previdência dos servidores públicos. Colombo considerou “um erro e um cochilo da diplomacia brasileira” não ter acompanhado, negociado ou participado das tratativas que resultaram na aprovação do acordo que criou o mercado comum do Pacífico. Teme, agora, que o Brasil perca mercado para suas carnes. Observou que 90% da carne de frango importada pelos japoneses é brasileira, mas, esse mercado pode ser abastecido pelo frango norteamericano, pois, Japão e Estados Unidos são, agora, parceiros do Acordo Transpacífico. DOMÍNIO O vice-presidente da Faesc e presidente da Cidasc, Enori Barbieri, apresentou o programa de emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) com Reserva de Domínio. Esse sistema foi desenvolvido pelo serviço de tecnologia da informação da Cidasc para proteger os criadores que expõem e comercializam animas nas feiras catarinenses. Ele evita prejuízos ao criador e assegura a transferência da propriedade dos animais vendidos em feiras somente após o integral pagamento pelo comprador. Barbieri observou que existem mais de 1.700 pequenas, médias e grandes feiras de animais em território catarinense, mas, apenas 700 estão cadastradas na Secretaria da Agricultura. Os promotores de feiras pecuárias devem urgentemente cadastrá-las para receberem os benefícios da nova GTA eletrônica. O secretário da Agricultura Moacir Sopelsa enfatizou que o maior patrimônio da agropecuária catarinense é o seu status sanitário como área livre de febre aftosa e peste suína clássica sem vacinação. Essa é uma condição única no Brasil e vem assegurando a conquista de mercados internacionais. Advertiu, contudo, que a manutenção desse status depende da ação conjunta dos criadores, das agroindústrias e do serviço de inspeção sanitária do Governo Estadual. Lamentou que alguns criadores irresponsáveis já foram apanhados tentando introduzir carga viva, o que constitui delito grave em termos sanitários e, por isso, foram severamente reprimidos. “A ocorrência de uma doença em território catarinense arrasaria a economia do Estado”, alertou o secretário. MERCADOS Uma completa avaliação da situação comercial do leite e da carne bovina e perspectivas de mercado futuro foi o tema da palestra ministrada por Alcides de Moura Torres, engenheiro agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP), dire- tor-fundador da Scot Consultoria, analista e consultor de mercado, com atuação nas áreas de cadeia de pecuária de corte, leite, ovinos, grãos e insumos agropecuários. “Precisamos ser realistas” disse, ao discutir a situação do leite: o mercado está baixista, com oferta elevada e demanda fraca. Demonstrou que a oferta está aumentando e “a demanda patinando”. O resultado é a queda na remuneração do produtor. No plano nacional, o produtor está recebendo 9,4% menos neste ano, em relação ao mesmo período do ano passado e, no plano estadual, 6,5% menos, em valores reais. Os produtos lácteos com maior valor agregado foram os mais afetados pelo quadro econômico, razão pela qual caiu o consumo de iogurtes, queijos e leite condensado, entre outros. A expectativa é a queda de preços ao produtor, situação que se agrava pelo aumento dos custos de produção – energia elétrica, combustíveis, mão de obra, suplementos minerais e fertilizantes. De outro lado, a situação da pecuária de corte é bem diferente. “A carne bovina remunera como nunca”, frisou Alcides Torres, porque, nos patamares de preços atuais, a arroba remunera muito bem a atividade pecuária e permite investimentos. De janeiro até a primeira quinzena de outubro, a variação de preços no varejo em São Paulo (maior mercado interno) aumentou 19,44% nos cortes de dianteiro e 9,1% nos cortes de traseiro bovino. O mercado continuará bom para os produtores e empresários rurais em 2016, mas começará a mudar em 2017. O PIB terá retração de -3% em 2015 e de -1% em 2016. Em consequência disso, a economia brasileira iniciará o ano de 2017 reduzida em 4% com o rebanho bovino maior que o atual. ASSEMBLEIA A última etapa das atividades consistiu na assembleia geral da Faesc para aprovação da previsão orçamentária para 2016 que prevê as receitas e estabelece as despesas em 2 milhões e 704 mil reais. A maior parcela das receitas (2 milhões e 74 mil reais) será originária da contribuição sindical do próximo ano. REVISTA AGRICULTURASC | NOVEMBRO DE 2015 05 Zé Rabelo Passado e presente celebram o crescimento do agronegócio serrano O agronegócio mais uma vez foi realçado A o falar da Expolges, talvez seja importante lembrar o histórico começo. Tratase do evento agropecuário mais antigo de Santa Catarina. A primeira exposição foi realizada em 1920, organizada por um grupo de pecuaristas visionários liderados pelo belga Charles Vincent. Somente a partir de 1939, as exposições passaram a ser organizadas pela Associação Rural de Lages. E desde 1949, no Parque de Exposições do Parque Conta Dinheiro. A cada ano, com a presença da pecuária, da indústria e do comércio, fica a demonstração da força e a pujança da economia da serra catarinense. O evento contou com apoio da Faesc e do Senar/SC. A edição da Expolages deste ano, realizada entre os dias 13 e 18 de outubro, mais uma vez, esteve realçado o agronegócio, o que garantiu o sucesso do evento. Nem mesmo a chuva prejudicou o andamento de seis leilões de animais, e nem mesmo a consolidação de bons negócios na feira multissetorial, abrangendo a indústria e o comércio. “Os problemas climáticos têm se repetido a cada edição da Expolages, e, neste ano não foi diferente. No entanto, não comprometeu o exce- 06 REVISTA AGRICULTURASC | NOVEMBRO DE 2015 Expolagens conta com a presença da pecuária, da indústria e do comércio Márcio Pamplona ressaltou que o evento foi positivo e gerou mais de R$ 10 milhões em negócios lente volume de negócios, especialmente relacionados ao setor animal”, afirmou o presidente da Associação Rural de Lages, Márcio Pamplona. Segundo ele, o evento foi positivo em relação ao que se propôs, ou seja, focar no negócio e outros relacionamentos futuros que gerarão uma movimentação econômica pelo resto do ano. “O grande número de animais comercializados; de maquinários; automóveis, entre outros, suplantam valores acima de R$ 10 milhões, resultantes de acordos e contatos”, salientou. Além disso, por se tratar de uma feira fomentadora de negócios e não festiva, o resultado foi até além do esperado. Somente no campo do agronegócio, o qual tem a contabilidade instantânea a partir do encerramento de cada leilão, o faturamento oficial em seis grandes arremates atingiu a valor exato de R$ 2 milhões e 125 mil. O resultado teve um incremento de mais de 30% em relação a 2014. “Vale lembrar que o mau tempo impediu a vinda de um número expressivo de animais”, ressaltou o dirigente rural. Por outro lado, ainda segundo a visão dos organizadores da feira, o foco de fomentar os negócios do comércio e da pecuária foi mantido. O número de visitantes e expositores, embora minimizado exatamente por causa dos problemas climáticos foi muito bom. Isso tudo demonstra que os serranos e demais catarinenses seguem apostando na Expolages, que, a cada ano, tem conseguido dar mostras de superação, especialmente no que tange à estrutura, organização e recepção, tanto a visitantes, como a expositores. O responsável comercial da Associação Empresarial (ACIL), Johnny Silva, também confirma a satisfação dos expositores do setor multissetorial, a avaliação dele foi também positiva. “Mesmo quem não vendeu bem valorizou a oportunidade de expor e divulgar os produtos” - salientou. Por outro lado, quem esteve no parque em busca de oportunidade de negociar não se importou com as chuvas. Muitos expositores estiveram na Expolages pela primeira vez, e muitos disseram que, apesar da situação de crise nacional, tiveram algum retorno, a partir de muitas ofertas, inclusive, fomentadas pelas linhas de créditos bancários disponibilizadas no Parque. EVENTOS PARALELOS Além da oportunidade de grandes negócios no setor agropecuário e multissetorial, o julgamento de raças, paralelamente à Expolges ainda aconteceram eventos paralelos, como a Expolíder, com a realização do Fórum Santa Catarina – SBT/SC; a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – Sebrae, e o Seminário Estadual de Líderes Rurais, promovido pela Faesc. Texto: Paulo Chagas – Associação Rural de Lages PREOCUPAÇÃO EXPOLAGES 2015 Os javalis que aterrorizam a serra e o meio oeste são da espécie exótica invasora sus scrofa Javalis aterrorizam serra e oeste de Santa Catarina Os animais selvagens atacam todas as lavouras U ma população estimada entre 2.000 e 3.000 javalis está atacando propriedades rurais e destruindo plantações nas regiões da serra e do meio oeste de Santa Catarina, causando pesadas perdas aos produtores e criadores. A população está preocupada, pois, além de danificar plantações, os javalis são animais agressivos e significam um risco às pessoas. O problema foi levantado no Seminário Estadual de Líderes Rurais que a Faesc promoveu, no mês de outubro, em Lages. A maior parte dos javalis habita o entorno do município de Lages, na serra catarinense, e o Parque Nacional das Araucárias formado por 12.841 hectares que ocupa parte do território dos municípios de Ponte Serrada e Passos Maia, no meio oeste. Quando o alimento escasseia nesse habitat, esses animais migram para as propriedades rurais dos municípios de Ponte Serrada, Passos Maia, Água Doce, Vargeão, Faxinal dos Guedes, Irani e Vargem Bonita, onde atacam as lavouras de milho, hortas e até criatórios de aves e suínos. O presidente da Faesc José Zeferino Pedrozo disse que a Polícia Militar Ambiental vem sendo chamada para conter a invasão. A maioria dos produtores não está abatendo os animais e prefere chamar a Polícia Militar Ambiental porque, além de uma série de requisitos e procedimentos para o abate, a tarefa é perigosa. Com frequência os javalis matam os cães de caça e investem com ferocidade contra os caçadores, relata o presidente. A Faesc teme que a situação fuja do controle. Esse problema surgiu em 2010 na região do planalto catarinense, quando, atendendo apelo da Federação da Agricultura, a Secretaria da Agricultura declarou o javali sus scrofa nocivo à agricultura catarinense e autorizou seu abate por tempo indeterminado, objetivando o controle populacional. A decisão está de acordo com a instrução normativa 141/2006 do Ibama que regulamenta o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva. Os javalis que aterrorizam a serra e o meio oeste são da espécie exótica invasora sus scrofa, que provoca elevados prejuízos às lavouras, especialmente de cereais. Vivem em varas (bandos) de até 50 indivíduos. Esses animais selvagens atacam todas as lavouras, principalmente milho, feijão, soja, trigo, pastagens, etc. e, numa noite, destroem completamente vários hectares de área. Os órgãos ambientais e a Polícia Militar Ambiental orientam que apenas profissionais caçadores registrados e licenciados façam o abate dos animais. “O agricultor terá que procurar um desses profissionais para fazer o abate na sua lavoura e isso implica em burocracia e em custos adicionais”, reclama o presidente da Faesc. O problema é que existem poucas equipes para o abate de muitos animais. Por outro lado, enquanto a portaria autoriza o uso de armas de fogo dentro das propriedades invadidas, a Polícia Ambiental só permite o uso de tranquilizantes ou armadilhas. PERDAS Nos últimos cinco anos os produtores catarinenses sofrem de forma mais intensa com a ação dos javalis. Os animais atacam as lavouras já a partir do plantio. Além de pisotear a plantação, permanecem no local se alimentando até a maturação do milho. Os javalis podem transmitir doenças economicamente graves como a peste suína africana, peste suína clássica e febre aftosa. Por isso, é proibido o consumo da carne dos javalis abatidos. São considerados espécies “exóticas” (portanto, não protegidas por leis ambientais), porque cruzam com porcos domésticos e até outros animais selvagens, como porco de mato, o que gera filhos conhecidos com “javaporcos”. As fêmeas produzem em média duas ninhadas por ano e uma média de oito filhotes em cada uma. Por isso, o controle se torna difícil. O macho adulto pesa entre 150 e 200 quilos e a fêmea entre 50 e 100 quilos. Os javalis que aterrorizam Santa Catarina vieram do Rio Grande do Sul. REVISTA AGRICULTURASC | NOVEMBRO DE 2015 07 EMPREENDEDORISMO RURAL CADERNOESPECIAL “Com Licença Vou à Luta” oportuniza qualificação e incremento de renda T ransformar a participação feminina em um fator importante para o sucesso da empresa rural é um dos objetivos do programa “Com Licença Vou à Luta”, desenvolvido pelo Senar/SC. No mês de outubro iniciaram duas novas turmas nos municípios de Balneário Arroio do Silva e Santo Amaro da Imperatriz, na região sul do Estado. Participam 15 mulheres em Balneário Arroio do Silva com a prestadora de serviço em instrutoria Bernadete Luiza Bortolotto. “O curso proporciona novas oportunidades e qualifica mulheres da área pesqueira na geração de renda, especificamente no período de defeso e turismo da região. Algumas já são empreendedoras, mas não possuíam qualificação e estão satisfeitas como o curso oferecido”, observa a supervisora do Senar na região sul Sueli Silveira Rosa. No município de Santo Participam 15 mulheres em Balneário Arroio do Silva Amaro da Imperatriz, o programa é realizado no CAPS, a prestafoi criada especialmente para as dora de serviço em instrutoria é mulheres do campo, pois com noções Marinei Sabadin e as 15 participantes de gestão, elas ajudam a melhorar a buscam qualificação profissional e administração da propriedade, seja melhoria de renda. “Cada vez mais as como chefe de família ou auxiliadora mulheres estão despertando para a do marido. importância da qualificação profissi“A intenção é elevar a autoestima onal na busca pelo empreendedodas mulheres para despertar o potenrismo diante da crise”, complementa. cial pessoal e profissional, além de PROGRAMA proporcionar atividades que possibiO programa “Com Licença Vou à litem a independência financeira, Luta” desenvolve competências por construindo a autoconfiança com meio de atividades na área de emprereflexos na qualidade de vida. Tudo endedorismo, direito trabalhista, lideisso contribui para o aumento da rança e planejamento. Desta maneira, renda familiar com melhorias na efitransforma a participação feminina ciência da gestão”, enfatiza o superinem um fator importante para o tendente do Senar/SC, Gilmar sucesso da empresa rural. A iniciativa Antônio Zanluchi. Estudantes de Monte Castelo recebem “Sorrindo no Campo” Carla aconselha as crianças sobre a importância da escovação Prevenção e promoção de saúde bucal são objetivos do Programa Sorrindo no Campo, realizado em Monte Castelo, no mês de outubro, pelo Senar/SC. As atividades ocorreram no Centro de Educação Infantil Proinfância, onde foram atendidas mais de 150 crianças, entre dois e cinco anos e na Escola Estadual Manoel Ribeiro com as turmas do 1º e 5º ano, entre os estudantes de seis e dez anos. As crianças foram orientadas pela dentista, Carla Einsfeld, que 08 REVISTA AGRICULTURASC | NOVEMBRO DE 2015 desde outubro de 2014 vem, por meio de uma parceria entre Senar/Faesc e Sindicatos Rurais, realizando um trabalho de saúde bucal que já beneficiou centenas de crianças em Santa Catarina. Apenas em Monte Castelo é a terceira vez que o programa visita o município; as outras edições foram realizadas nas Escolas Estaduais Francisco Nicolau Fuck e Pedro Gonçalves Ribeiro. Durante as atividades, a prestadora de serviço em instrutoria demonstra minuciosamente os procedimentos da escovação bucal, assim como aconselha as crianças sobre a importância da escovação e dos fatores que envolvem a saúde bucal, como uma alimentação saudável e adequada. Além disso, Carla acompanha individualmente a escovação de cada criança. “Trabalhar com prevenção e promoção de saúde bucal é muito gratificante, pois temos a oportunidade de levar informações para as nossas crianças para que elas sejam adultos mais saudáveis”, destacou. Segundo a supervisora do Senar/SC na região norte, Carine Weiss Carneiro, o programa de saúde bucal é uma oportunidade de incentivar desde muito cedo nas crianças hábitos saudáveis que garantam a qualidade bucal. Para o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Monte Castelo, Gilvani Carneiro Weiss, tudo isso é possível graças às parcerias que acreditam no poder social desse tipo de ação que tem como intuito promover uma saúde coletiva de qualidade. Seminário Sulbrasileiro do Leite discute panorama do mercado São quase 8 milhões de reais que saem dos tetos das vacas todos os dias para alimentar a economia barriga-verde O Seminário Sulbrasileiro de Leite explorou, através de palestras e painéis, um panorama regional do mercado lácteo. O evento ocorreu nos dias 8 e 9 de outubro, no Pavilhão III do Parque de Exposições Tancredo Neves, em paralelo a EXPOESTE 2015. Santa Catarina é o quinto produtor nacional com 2,8 bilhões de litros/ano. Praticamente, todos os estabelecimentos agropecuári- Pro ssionais e lideranças do setor lácteo acompanharam o evento os produzem leite, o que oportuniza renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 73,8% da produção. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 7,4 milhões de litros/dia. São quase 8 milhões de reais que saem dos tetos das vacas todos os dias para alimentar a economia barriga-verde , mostra o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (FAESC) José Zeferino Pedrozo ao exempli car a importância da cadeia produtiva do leite. O superintendente do Ministério da Agricultura em S a n ta C a ta r i n a J a c i r M a ss i destaca a importância de maior investimento por parte do setor lácteo e do Governo, para que o segmento se torne competitivo ao mercado internacional. Segundo Massi, a média de produção da Jacir Massi, superintendente do MAPA em SC cadeia nacional é de 4 litros de leite por vaca ao dia, o que é considerado baixo. Em SC a média é de 7 litros, mas ainda esta abaixo do ideal que seria 14. PROMOÇÃO O Seminário Sulbrasileiro do Leite é uma promoção do Núcleo de Criadores de Bovinos de Chapecó, Associação Catarinense de Criadores de Bovinos (ACCB), Sindicato Rural de Chapecó e Federação da Agricultura e Pecuária do E sta d o d e S a n ta C a ta r i n a (Faesc) com apoio da UFFS, Ministério da Agricultura, Sebrae, Epagri, Cidasc e Prefeitura de Chapecó. EDIÇÃO ESPECIAL | SEMINÁRIO DO LEITE 9 CADERNOESPECIAL ALIANÇA LÁCTEA: O SUL QUER QUALIDADE NO LEITE A propriedade familiar vai ter condições de permanecer se tiver qualidade de vida e reconhecimento por aquilo que está fazendo . Melhorar a competitividade, tornarse líder da produção leiteira no Brasil e preparar-se para a exportação estão entre os objetivos da Aliança Láctea Sulbrasileira, formada pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, apresentados durante o Seminário Sul Brasileiro do Leite que ocorreu em Chapecó, em paralelo à Expoeste, no mês de outubro. O painel foi conduzido pelo coordenador da Aliança Láctea, Airton Spies e contou com a participação do Secretário de Estado da Agricultura de SC, Moacir Sopelsa, do representante da secretaria de agricultura do Rio Grande do Sul, Fernando Grossi, do vice-presidente da Faesc e presidente da Cidasc, Enori Barbieri, e do chefe da divisão de 10 EDIÇÃO ESPECIAL | SEMINÁRIO DO LEITE defesa agropecuária da superintendência federal de SC, Fernando Luiz Freiberger. Spies destacou que diversas ações vem sendo realizadas pelos três Estados para chegar ao objetivo da Aliança. Em Santa Catarina, por exemplo, ele observou que a cadeia do leite foi priorizada nas ações de pesquisa agropecuária e defesa sanitária (Cidasc), foram distribuídos kits forrageiras (Epagri), e disponibilizado apoio técnico para que sejam trabalhadas as áreas de pastagens das propriedades. Além disso, entre Epagri e Cidasc, são cerca de 3.500 servidores a serviço da cadeia leiteira. Para o coordenador, o Estado apresenta indicadores que o colocam em posição de vantagem, inclusive, em relação a países europeus. Temos excelência sanitária, social e ambiental, temos certi cação pela OIE, somos área livre de febre aftosa sem vacinação, temos mais água, mais luz solar, terra boa e mão de obra experiente , apontou. Disse que os desa os estão em fazer das pequenas propriedades, grandes negócios e transformar vantagens comparativas em vantagens competitivas. O leite pode se tornar mais uma estrela do agronegócio catarinense. Para isso, precisamos produzir com alta qualidade e baixo custo , a rmou. Freiberger chamou a atenção para o compromisso com a qualidade do produto, que deve ser levada a sério pelo produtor, pelo transportador e pela indústria. Segundo ele, atualmente, 50% do produto que passa pela inspeção federal não atende os padrões da Instrução Normativa 62. Ele defendeu, que a inspeção sanitária seja feita de forma equivalente por todos os órgãos scalizadores. Sugeriu que a indústria deve pagar pela qualidade da matéria-prima e o produtor exigir assistência técnica, reprimir a fraude e implantar boas práticas na produção. Na opinião de Freiberger, o principal investimento a ser avaliado pelo produtor é em sistema de resfriamento do leite. Isso permite avançar em qualidade e diminuir os riscos de contaminação , ponderou. No Rio Grande do Sul, segundo Grossi, o desa o está em desmisti car a questão das fraudes no setor. Ressaltou que os problemas relacionados às fraudes só tem vindo à tona porque a scalização tem sido rigorosa, efetiva e atuante, conferindo credibilidade à toda a cadeia produtiva do sul do Brasil. Grossi disse que o maior problema no RS estava no transporte e a atuação do Estado é para Airton Spies, coordenador da Aliança Lactea regrar a partir de mudanças na legislação. Sob um aspecto de política sindical, o vicepresidente da Faesc, Enori Barbieri falou sobre a cadeia produtiva do leite a partir da comparação com a cadeia de suínos e aves de Santa Catarina, Enori Barbieiri, que são as melhores do Brasil. Segundo Barbieri, vice-presidente da enquanto estas duas se consolidam a partir de Faesc e presidente investimentos em alta tecnologia e da percepção da Cidasc da necessidade de inovação e modernização da indústria, a do leite nasce com base em um problema social: a permanência do homem no campo. Ele ponderou que o leite teve um crescimento muito rápido, sem eliminar produtores, pelo contrário, acabou atraindo outros que não tinham nem conhecimento. Diante disso, o desa o que está posto, segundo Barbieri, é garantir a qualidaMoacir Sopelsa, de do que está sendo produzido. Ainda hoje, se secretário de estimula às pessoas a entrar na cadeia do leite estado da como forma de aumentar a renda da pequena agricultura propriedade, porém, a falta de preparo pode colocar em risco toda a produção daqueles que levam o negócio a sério , comentou. Barbieiri informou que o Estado investe cerca de 200 milhões de reais por ano em vigilância sanitária e que o produtor precisa ser dedo duro , denunciando aqueles que fazem procedimentos errados. Estamos vivendo a oportunidade para a sociedade reagir e exigir leite de qualidade. É hora Fernando Grossi, representante de repensar normas, leis e modelos. É hora de da secretaria rmar compromisso com quem tem compromisso de agricultura do e acabar com a história de que o leite é o cheque de Rio Grande do Sul todo mês , Sopelsa reforçou que entre os desa os da cadeia produtiva do leite, está a necessidade de investimento em infraestrutura, especialmente em rodovias e energia elétrica. De acordo com o secretário, para melhorar a competitividade tanto no Brasil quanto no exterior, é fundamental focar na qualidade e na logística, fatores importantes para atender as demandas dos mercados mais exigen- Fernando Freiberger, tes. Retomou a importância do pagamento pela chefe da divisão de qualidade. A propriedade familiar vai ter condi- defesa agropecuária ções de permanecer se tiver qualidade de vida e da superintendência federal de SC reconhecimento por aquilo que está fazendo . EDIÇÃO ESPECIAL | SEMINÁRIO DO LEITE 11 CADERNOESPECIAL CADERNOESPECIAL COMPETITIVIDADE E MERCADO Promotor discute fraudes no leite durante Seminário Não basta manter o pequeno no campo, é preciso dar condições para crescer Principais direcionadores, tendências, ameaças e oportunidades do mercado de lácteos no Brasil e no Mundo foi o tema da palestra ministrada pelo engen h e i ro a g rô n o m o , d i re t o r executivo da Agripoint e coordenador do MilkPoint, Marcelo Pereira de Carvalho, durante o Seminário Sul Brasileiro do Leite que ocorreu em Chapecó, no mês de outubro, paralelo à Expoeste. O principal apontamento feito por Carvalho foi em relação ao expressivo crescimento do mercado lácteo brasileiro. Em 14 anos, o consumo per capita do produto passou de 122 litros/ano para 176 no passado. Como potencialidade a ser explorada, citou a produção de queijo que embora tenha crescido 6,7% entre 2000 e 2015, conta com uma projeção de mais 3,2% ao ano até 2018. Atualmente, o consumo per capita de queijo do brasileiro é de 2,5 Kg, enquanto na Argentina esse número chega a 11,5 Kg e na França 26,3 Kg. Da mesma forma, o consumo per capita de iogurte cresceu 60%, em 10 anos, marcando 7,5 litros, em 2014. Apesar da crise, o produto que agrega valor é o que tem crescido no mercado. Além disso, ainda tem a febre do iogurte Grego e o produto sem lactose que tem conquistado o gosto do consumidor , comentou. Embora não seja um n ú m e ro p re c i s o , C a r v a l h o considera um avanço, a redução da informalidade no setor lácteo que caiu de 42% para 30%. No 12 EDIÇÃO ESPECIAL | SEMINÁRIO DO LEITE entanto, apontou que o mercado continua fragmentado, sendo que 37% do leite inspecionado é processado apenas pelas 13 maiores indústrias do setor. Sobre a composição do preço do leite, destacou que o varejo vem ganhando participação, enquanto a margem do produtor e da indústria tem diminuído. Em 2008, 40% do valor do litro era destinado ao produtor, 34,4% para a indústria e 25,5% para o varejo. Agora, o são 37,6%, para o produtor, 33,9% para a indústria e 28,5% para o varejo. Carvalho observou que o preço pago ao produtor pelo litro de leite não tem acompanhado o crescimento do salário mínimo, encarecendo a mão de obra e gerando problemas de sucessão É necessário investir em inovação, com foco na qualidade do leite, melhorar a e ciência, aumentar a produção e reduzir custos, diante do atual cenário econômico, além de atender as novas demandas do mercado como bem-estar animal, sustentabilidade, entre outros . LEITE ADULTERADO Marcelo Pereira de Carvalho, diretor executivo da Agripoint e coordenador do MilkPoint nas propriedades produtoras. Ao ver que o salário mínimo aumenta mais que o preço do leite, o produtor acredita que existam outras oportunidades e atrativos que podem ser explorados fora das propriedades. Por isso, para manter o pequeno produtor no campo, é fundamental que se dê condições para que ele produza mais e também cresça no campo , a rmou. Para se manter competitivo no mercado, o especialista ponderou que é necessário investir em inovação, com foco na qualidade do leite, melhorar a e ciência, aumentar a produção e reduzir custos, diante do atual cenário econômico, além de atender as novas demandas do m e rc a d o c o m o b e m - e s t a r animal, sustentabilidade, entre outros. Além disso, Carvalho destacou a necessidade de atenção para o mercado internacional. Por m, Carvalho reforçou que o Brasil é um mercado dinâmico para os lácteos, porém, não é fácil. A produção crescerá Considerando a importância e a grandiosidade do setor lácteo, o promotor de justiça Fabiano Baldissarelli acredita que os casos de fraude são exceção e não regra. Durante o Seminário Sulbrasileiro do Leite, ele falou sobre as três operações de leite adulterado de agradas recentemente na região sul do Brasil. B a l d i ss a re l l i d e m o n st ro u preocupação com a repercussão midiática das operações, pois apesar de serem isoladas, elas a c a b a r a m p ro v o c a n d o u m a mancha no setor. Entendemos que é necessário corrigir essa impressão que cou, pois toda a cadeia produtiva de leite tem o seu valor e importância. No entanto, quando divulgávamos os resultados das operações, sempre foi dado muito mais destaque para o negativo do que para as potencialidades do setor. A intenção era incentivar as boas práticas, estimular a qualidade, mas isso se perdeu no caminho. Não se pretendia causar danos, mas prevenir os problemas e responsabilizar os culpados , comentou. O promotor de justiça valorizou o trabalho de investigações do Gaeco, destacando a independência dos servidores que o compõe. Esses pro ssionais dão expediente exclusivo ao órgão, sem precisar se reportar aos chefes imediatos de cada repartição pública, o que garante a isenção da atuação. Durante a palestra, Baldissarelli citou os crimes que foram investigados e suas penalidades. As três operações resultaram em 69 pessoas denunciadas e 40 prisões. Entre as práticas ilegais identi cadas estiveram a adição de água ou soro de queijo (para aumentar o volume e reduzir Fabiano Baldissarelli, promotor de justiça custos), soda cáustica (para mascarar a acidez e a contagem de bactérias), álcool etílico, sal ou açúcar. Além disso, o promotor enfatizou que a preocupação com a qualidade do leite e a divulgação das irregularidades não podem se restringir ao sul do país. Ele defende a criação de uma força nacional para fazer a scalização, elevando o status da qualidade dos produtos lácteos e minimizando os problemas gerados em função das fraudes. Somado a isso, a qualidade do leite do sul do Brasil também precisa ser destacada , comentou. Para combater as fraudes, Baldissarelli acredita que seja necessário aperfeiçoar as metodologias laboratoriais, pro ssionalizar o setor, exigir boas práticas e maior controle sanitário, rastrear o produto, coibir a comercialização de leite e derivados fora dos padrões e intensi car a scalização. Com ênfase, apontou a necessidade de aproximação da indústria com os produtores. Mesmo que não haja a intenção de fraudar, a empresa não pode ser omissa no acompanhamento de todo o processo. Deve investir em treinamento, informação e qualidade do produto desde a origem , recomenda. Mesmo que não haja a intenção de fraudar, a empresa não pode ser omissa no acompanhamento de todo o processo. Deve investir em treinamento, informação e qualidade do produto desde a origem . EDIÇÃO ESPECIAL | SEMINÁRIO DO LEITE 13 CADERNOESPECIAL CADERNOESPECIAL PROGRAMA LEITE SAUDÁVEL Investimentos serão em torno de R$ 387 milhões O Brasil é atualmente o 4º maior produtor de leite no mundo, no entanto a média de produtividade é considerada baixa levando em conta o potencial de produção do país. O setor m a n t é m u m c re s c i m e n to contínuo de 4,1% ao ano, mas não chega alcançar 1% de participação no mercado mundial. Visando a mudança deste cenário foi lançado o Programa Leite Saudável pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Com o objetivo de melhorar a competitividade do setor lácteo brasileiro, o MAPA e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) investirão no projeto R$ 387 milhões, até 2019. O Programa foi apresentado pelo chefe da Divisão de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura em Santa Catarina, Fernando Luiz Freiberger, durante o Seminário Sulbrasileiro do Leite, que ocorreu em Chapecó. O Programa bene ciará 80 mil produtores de cinco Estados brasileiros: Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Juntos, eles representam 72,6% da produção leiteira nacional. Os critérios para fazer parte do programa é produzir de 50 a 200 litros por dia, encaixar-se nas classes C, D e E, e não atender às especi cações da IN 62, o que signi ca que ainda não alcançou o nível de qualidade esperada. De acordo com Freiberger, a iniciativa vem sendo planejada desde 2014 a partir da necessidade de garantir a qualidade da 14 EDIÇÃO ESPECIAL | SEMINÁRIO DO LEITE matéria prima do setor lácteo diminuindo os custos para o produtor. Conseguiremos uma melhor remuneração e atingir o mercado externo se o leite tiver qualidade. A intenção é investir no aumento da produtividade por vaca/ano, isso agrega valor ao produto e consequentemente eleva a renda do produtor. Queremos fazer mais e melhor , declara. A primeira etapa do projeto já está em andamento e disponibilizará R$ 26 milhões para o estado de Santa Catarina para bene ciar 840 propriedades. No total, o Estado deve receber R$ 66 milhões em quatro anos de projeto. Dos municípios atendidos, 70 são do oeste catarinense, incluindo Chapecó. Desde o dia 15 de outubro, os produtores já estão sendo selecionados. EIXOS Os sete grandes eixos de a t u a ç ã o d o p ro g r a m a s ã o assistência técnica gerencial, melhoramento genético, política agrícola, sanidade animal, A intenção é investir no aumento da produtividade por vaca/ano, isso agrega valor ao produto e consequentemente eleva a renda do produtor. Queremos fazer mais e melhor . Fernando Luiz Freiberger, chefe da Divisão de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura em Santa Catarina maiores potenciais da região, através do projeto o MAPA devese investir ainda mais no Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal. Com a erradicação de doenças a entrada no mercado internacional será facilitada. Para atingir o padrão ideal na qualidade do leite produzido no Brasil o programa prevê a criação, em parceria com a Embrapa, de um sistema de inteligência para gerenciamento de dados da qualidade do leite e a ampliação da unidade do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) de Pedro Leopoldo (MG). Além disso, o M A PA t r a b a h a r á r m e n a implementação do Plano Nacional de Qualidade do Leite. Sobre o marco regulatório, o Ministério da Agricultura promete atualizar e adequar às legislações do setor lácteo. Uma das propostas é a realização de alterações no Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Anima l (Riispoa), que tornará a produção de derivados legal e mais segura para o consumo. A expectativa para ampliação d e m e rc a d o é , a t r a v é s d o P ro g r a m a L e i t e S a u d á v e l , triplicar as exportações de leite com foco nos mercados da China e Rússia, os maiores compradores de toda a produção mundial atualmente. APOIADORES De acordo com informações do site o cial do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, além do Sebrae, apoiam o projeto a Embrapa, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a Viva Lácteos Associação Brasileira de Laticínios, a G100 Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios, a Associação Brasileira de Inseminação Arti cial (Asbia) e associações de raças leiteiras. q u a l i d a d e d o le i te , m a rco regulatório e ampliação de mercado. O primeiro eixo, assistência técnica gerencial, garante que o p ro d u t o r re c e b e r á c u r s o s técnicos e de gestão no período de dois anos. Além disso, as propriedades receberão visitas m e n s a i s d e t é c n i co s p a ra supervisionar a produção e estabelecer um cronograma de a c o rd o c o m a s d e m a n d a s identi cadas voltado principalmente ao trabalhador da cadeia leiteira. Para potencializar o segundo eixo serão selecionados, pelo MAPA e pelo SEBRAE, produtores com potencial de adotar medidas de melhoramento genético, ampliando em 30% a 40% o uso de inseminação arti cial. No quesito política agrícola, o Plano Agrícola e Pecuário 2015/16 tem uma linha de crédito facilitado e recursos garantidos para o subsídio de programas que incentivam a produção agrícola. Em sanidade animal, um dos EDIÇÃO ESPECIAL | SEMINÁRIO DO LEITE 15 SINDICATO EM DESTAQUE BRUCELOSE BOVINA Doença está erradicada em Santa Catarina O gerente de defesa sanitária da Cidasc Marcos Vinícius de Oliveira Neves expôs, durante o Seminário Sulbrasileiro do Leite, a situação epidemiológica da Brucelose Bovina em Santa Catarina. No Brasil, a doença está em fase de controle, e no Estado, o status é de erradicação, pois a prevalência é muito baixa e não há necessidade de aplicação da vacina B19 no rebanho. Neves observou que a contaminação do homem acontece por No Estado, o status é de erradicação, pois a prevalência é muito baixa e não há necessidade de aplicação da vacina B19 no rebanho. meio do manuseio de restos de aborto ou da placenta ou ainda pela ingestão de leite e derivados crus. Segundo o gerente da Cidasc, desde o início do projeto de vigilância, em 2012, foram diagnosticados 18 casos em humanos. Por isso, ele considera fundamental a troca de informações entre os órgãos de saúde animal, Sistema Único de Saúde (SUS), Secretarias de Saúde e de Agricultura para identi car onde estão os focos. Para monitorar da doença, o gerente da Cidasc explicou que Santa Catarina desenvolve um Programa Sanitário dividido em três fases: de controle, quando há o problema estabelecido e precisa controlar para baixar a prevalência; de erradição, com prevalência inferior a 2% e sem vacinação; e zona livre, onde não há registro da doença. Em Itaiópolis, a família rural é valorizada O Marcos Vinícius de Oliveira Neves, gerente de defesa sanitaria da Cidasc Sindicato dos Produtores Rurais de Itaiópolis, no Planalto Norte Catarinense, foi fundado em 1977. Desde o início, promove diversos programas e ações em parceria com a Faesc, o Senar/SC e outras entidades, secretarias, empresas e organizações voltadas à promoção das atividades realizadas no meio rural, contribuindo para o desenvolvimento do setor, a profissionalização do produtor e do jovem rural, com o objetivo de viabilizar melhorias na qualidade de vida de toda a família. A FORÇA DA UNIÃO “Podemos dizer que, nos dias de hoje, nosso produtor tem empreendido mais, depois de ver ampliadas as oportunidades de acesso à informação, de participar de cursos e treinamentos voltados à capacitação da gestão da propriedade e dos negócios agropecuários”, enfatiza o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Itaiópolis e vice-presidente re-gional da Faesc para o Planalto Norte, Mauro Kazmierczak. A diretoria do Sindicato busca trazer para o município programas que visam colaborar para a melhoria da produtividade, da renda, da educa- Além disso, Neves destacou a parceria das empresas e laticínios pela agilidade na coleta e entrega das amostras de leite no laboratório da Cidasc, durante a realização dos projetos pilotos de vigilância desenvolvidos nas regiões de Chapecó e Tubarão. ção e da saúde da classe produtora rural. Dirigentes sindicais e funcionários procuram manter-se atualizados e preparados para prestar assessoria, informações e oferecer aos associados subsídios nas áreas econômica, política, sociocultural e institucional, com a finalidade de aperfeiçoar os serviços oferecidos. “Nossos planos incluem a construção de uma nova sede e a criação de um centro de inseminação artificial de bovinos. Aguardamos a participação de mais produtores: acreditem na nossa organização e unam-se aos nossos objetivos. Novos associados representam mais força” argumenta Kazmierczak. SAÚDE E BEM-ESTAR Além de disponibilizar eventos voltados à formação e atualização profissional, promoção social e saúde dos associados e suas famílias, o Sindicato oferece uma série de benefícios como orientação, representação, consultoria e assessoria, documentação, elaboração de contratos, declarações, emissão de certidões e guias, fotocópias e descontos na aquisição de produtos agropecuários. O Plano de Saúde Familiar mantido pela entidade contempla convênios com centros médicos, laboratórios de análises clínicas, farmácias, clínicas de odontologia e optometria e grupos de terceira idade, produtos e serviços que objetivam proporcionar capacitação, tranquilidade e bemestar, valorizando a família rural. DIRETORIA Em suas reuniões, a diretoria trata sempre de assuntos importantes para toda a classe 16 Sede do Sindicato dos Produtores Rurais de Itaiópolis fica na Avenida Getúlio Vargas EDIÇÃO ESPECIAL | SEMINÁRIO DO LEITE Presidente: Mauro Kazmierczak Vice-presidente: Marcos Zeczkowski Secretário: Carlos Wagner Tesoureiro: Luiz Hirth Sobrinho Suplentes: Irineu Penkal, Gilberto Luiz Bauer, Waldemar Zeczkowski, João Edmundo Hack CONSELHO FISCAL Waldir Linzmeyer Vicente Celço Oribka Leopoldo Marciniak Suplentes: Helio Plautz, Wilson Linzmeyer, Osmar Taucher, DELEGADOS NA FAESC Mauro Kazmierczak Luiz Hirth Sobrinho Suplentes: Marcos Zeczkowski, Osmar Taucher REVISTA AGRICULTURASC | NOVEMBRO DE 2015 17 ECONOMICAMENTE SUSTENTÁVEL FOMENTO AO SEGMENTO Programa de capacitação ambiental para produtor de leite Os resultados obtidos são essencialmente de natureza ambiental, preparando os produtores para tomar a decisão adequada na propriedade rural T ornar as propriedades rurais economicamente sustentáveis é o objetivo do “Programa gestão ambiental na produção de leite” que o Senar/SC e a Cooperativa Central Aurora Alimentos desenvolvem desde o ano passado no grande oeste catarinense. O programa iniciou em 2014 com o treinamento de 101 profissionais que formam as equipes técnicas que trabalham com leite sobre as questões ambientais relacionadas à atividade de proteção ambiental. Somente depois disso que começou o treinamento dos produtores rurais associados das cooperativas agropecuárias. O programa prevê capacitar os 8.200 produtores associados das cooperativas filiadas que trabalham com leite. “O objetivo é termos produtores capacitados para práticas ambientais adequadas na produção de leite e o rigoroso cumprimento da legislação”, observa o assessor técnico da Aurora Alimentos, Sandro Luiz Tremeá. A Aurora desenvolveu o programa de capacitação ambiental e juntamente com a equipe das filiadas e com os instrutores Eneo Webber e Patrícia Mellin criou o manual de capacitação ambiental. Por outro lado, as cooperativas filiadas à Coopercentral Aurora mobilizam e organizam os treinamentos em grupos de produtores. A participação do Senar/SC consiste em cobrir os custos com instrutores e alimentação. De acordo com o superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, as atividades estão bem encaminhadas, pois em 2014 foram realizados 13 treinamentos com 313 produtores participantes e, em 2015, mais 20 treinamentos com 406 participantes. A área geográfica atingida envolve o oeste catarinense onde atuam as cooperativas filiadas à Aurora Alimentos: Cooperalfa, Auriverde, Copérdia, Itaipu, Caslo, Coolacer, Camisc, Coopervil e Cooper A1. “Os resultados obtidos são essencialmente de natureza ambiental, preparando os produtores para tomar a decisão adequada na propriedade rural, investindo nos locais certos e com práticas ambientais adequadas de forma que possam crescer, desenvolver sem causar danos ao meio ambiente”, complementa Zanluchi. O planejamento para 2016 estabelece 26 treinamentos com a média de 20 produtores por turma, assim distribuídos: Alfa três treinamentos, Auriverde três treinamentos, Copérdia oito treinamentos, Itaipu seis treinamentos, Coolacer dois treinamentos, Caslo um treinamento, Coopervil um treinamento e CooperA1 dois treinamentos. Leite em SC: preços estáveis com viés de baixa O mercado está baixista, com oferta elevada e demanda fraca. O resultado é a queda na remuneração do produtor. Essa situação não é privilégio catarinense. No plano nacional, o produtor está recebendo 9,4% menos neste ano, em relação ao mesmo período do ano passado e, no plano estadual, 6,5% menos, em valores reais. Os produtos lácteos com maior valor agregado foram os mais afetados pelo quadro econômico, razão pela qual caiu o consumo de iogurtes, queijos e leite con- 18 REVISTA AGRICULTURASC | NOVEMBRO DE 2015 densado, entre outros. Refletindo essa situação, o Conselho Paritário Produtor/Indústria de Leite do Estado (Conseleite) anunciou os valores projetados para o leite padrão em outubro, registrando leve queda de -0,5%, ou seja, R$ 0,8935. O leite acima do padrão ficou em R$ 1,0275 e, abaixo do padrão, R$ 0,8123. Entretanto, no território catarinense os laticínios pagam acima do valor de referência. A maior indústria láctea da região oeste, por exemplo, pratica R$ 1,05 por litro do leite entregue na plataforma, incluso o frete e o Funrural. O vice-presidente do Conseleite e vice-presidente regional da Faesc Adelar Maximiliano Zimmer observa que os preços não apresentam variações significativas desde junho no mercado primário de produção de leite. A expectativa é a queda de preços ao produtor, situação que se agrava pelo aumento dos custos de produção – energia elétrica, combustíveis, mão de obra, suplementos minerais e fertilizantes. I Encontro Brasileiro de Ovinocultura Carne e Leite debate fortalecimento do setor O s desafios, as inovações e as potencialidades do setor de ovinocultura foram alguns dos destaques do I Encontro Brasileiro de Ovinocultura Carne e Leite, no mês de outubro, em Chapecó. O evento, que integrou as atividades da Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, reuniu autoridades, produtores, lideranças do segmento e estudantes de todo o País. A iniciativa foi das associações brasileiras que representam a classe – a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) e a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos de Leite (Abcol), em parceria com o Sebrae, a Frente Parlamentar Ovino e Faesc. Na abertura, o coordenador regional oeste do Sebrae/SC, Enio Albérto Parmeggiani, ressaltou a importância dos parceiros para a concretização do evento e mencionou que existem muitos desafios, mas a experiência dos outros setores demonstram que existe espaço. “Para competir no mercado, precisamos de genética, tecnologia, assistência técnica e gerencial, estudos de mercados, capacitação dos produtores, entre outras ações. Precisamos revisar o modelo de negócios e implementá-lo, visando a geração de renda e a competitividade do setor”. O vice-presidente da Frente Parlamentar Mista de Apoio à Ovinocaprinocultura – (Frente Ovino), deputado federal catarinense Valdir Colatto, destacou que a Frente, composta por 228 parlamentares, representa aproximadamente 650 mil produtores brasileiros. “Este evento representa uma maneira de fomentar, incentivar e organizar o setor de carne e leite no Brasil. A Frente Parlamentar quer ser o braço político para obter recursos que visem o desenvolvimento de programas e projetos para beneficiar o setor”. O presidente da Arco, Paulo Afonso Schwab, ressaltou que em 1970 o rebanho nacional de ovinos e caprinos era de 16 milhões e 400 mil. Hoje, o número é de 16 milhões e 800 mil. “Nosso desafio é organizar as cadeias produtivas do segmento, aumentar o rebanho e fazer um trabalho de incentivo ao consumo de produtos da cadeia produtiva da ovinocultura”. O presidente da Abcol, Anderson Elias Bianchi, assinalou que existem apenas 25 fazendas com rebanhos de ovinos de raças leiteiras no Brasil. O rebanho total é de 9 mil matrizes e a produção anual é de aproximadamente 816 mil litros de leite. “A atividade é nova e tem muito potencial de crescimento. Eventos como este engrandecem o setor e representam um passo importante para o desenvolvimento de ações que oportunizem o crescimento”. O superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, colocou a entidade à disposição para a organização de capacitações de manejo, tosquia, entre outros. Além disso, Superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi comentou que a parceria para a implementação de ações inovadoras na cadeia produtiva da ovinocultura fará a diferença para a organização e consolidação do setor. Em Santa Catarina, o plantel de ovelhas, de aproximadamente 350 mil cabeças, envolve cerca de 70 mil criadores que abastecem o mercado com carne e lã e seus derivados - linguiça, salame, queijo, iogurte e sorvete de leite de ovelha. Segundo Colatto, atualmente, o Brasil tem uma grande demanda reprimida. “Importamos a carne do Uruguai para suprir nosso consumo”. Também estiveram presentes e se manifestaram sobre a importância de criar alternativas para o crescimento do setor, o secretário de agricultura de Santa Catarina, Moacir Sopelsa, o secretário de agricultura do município de Chapecó Valdir Crestani, os deputados estaduais Mauro De Nadal e César Valduga, o fiscal agropecuário do MAPA, Ricardo José Buosi, o produtor Paulo Gregiani, da Fazenda Pinheiro Seco, de Bom Retiro, entre outras autoridades e representantes de entidades do setor. SEMANA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia ocorreu em todo o território nacional de 19 a 25 de outubro. Neste ano, o evento trouxe como tema "Luz, ciência e vida". Em Chapecó e região, a iniciativa foi do SEBRAE/SC com a parceria do Poder Público Municipal, ABCOL, ACACITRUS, DEATEC, UNOESC, UDESC, UFFS, UNOCHAPECÓ. O evento reuniu autoridades, produtores, lideranças do segmento e estudantes de todo o País REVISTA AGRICULTURASC | NOVEMBRO DE 2015 19
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