REGIONAL SAÚDE E RENDA NO PRATO Programa Cozinha Brasil
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REGIONAL SAÚDE E RENDA NO PRATO Programa Cozinha Brasil
REGIONAL Saúde e renda no prato FOTOS: FÁBIO PINA Programa Cozinha Brasil faz sucesso no Pará e é um dos mais procurados pelas empresas Unidade móvel do programa: vagas agora só em 2006 Três meses após seu lançamento oficial no Pará, o programa Cozinha Brasil é um dos mais solicitados ao SESI pelas empresas do Estado. Distribuídas em 84 turmas, 2,7 mil pessoas passaram pelo curso de educação alimentar. A agenda do programa está lotada até o fim deste ano e as empresas interessadas Arlene: o curso é uma forma de qualificação profissional 4 só poderão levar a unidade móvel às suas fábricas para ministrar o curso em 2006. “Nossa unidade móvel tem destino programado até 16 de dezembro”, informa Suely Linhares, gerente de Relações com o Mercado. As empresas, segundo Suely, encontraram no Cozinha Brasil uma boa oportunidade de estimular a reeducação alimentar dos funcionários e contribuir para melhorar a qualidade de vida de seus familiares e moradores das comunidades vizinhas às fábricas. Mais do que isso, algumas empresas viram no programa uma alternativa para elevar a renda do trabalhador e oferecerlhe capacitação profissional. “Algumas esposas de funcionários e moradoras das comunidades são empregadas domésticas e o aprendizado no curso é uma forma de qualificação profissional”, diz Arlene Sousa Dualibe, assistente social da Fábrica de Papel da Amazônia (Facepa), com 610 trabalhadores no Pará. “Esse diferencial elas podem usar na hora de procurar um emprego ou de elevar a remuneração”, acrescenta. PIONEIRISMO A Facepa foi uma das primeiras a levar a unidade móvel do Cozinha Brasil para a fábrica. A idéia da empresa era realizar uma etapa de cursos com três turmas de 30 alunos. “Mas a demanda foi tão grande que tivemos de fazer em duas etapas de três turmas com 30 alunos cada”, afirma Arlene. O programa, de acordo com a assistente social, vai ao encontro do interesse da empresa de promover a saúde do trabalhador. “Além de ensinar a comer melhor por menor custo, o Cozinha Brasil permite maior conhecimento da composição dos Oneida: empregado bem alimentado é mais saudável e economiza com remédios alimentos, ensina a importância da higiene e a manipulação da comida”, diz. Um dos resultados práticos para a empresa é a redução do absenteísmo (ausência habitual ao emprego), segundo Arlene. “Trabalhadores mais saudáveis faltam menos ao trabalho e isso já foi observado na fábrica”, conclui. Empregados, como Oneida Costa da Silva, auxiliar de enfermagem há 10 anos na Facepa, aplicam no dia-a-dia o que aprenderam no Cozinha Brasil. “Já fiz suco de macaxeira, que é muito rico em vitaminas, e passei a utilizar mais soja na alimentação de meu bebê”, conta. Para Oneida, o conteúdo do curso é interessante para o trabalhador. “É importante que as empresas levem esses cursos para a fábrica porque o empregado que se alimenta direito é mais saudável e gasta menos com remédios e médicos”, comenta. ESTRATÉGIA A procura pelo programa é resultado também da estratégia de negócios do novo superintendente do SESI Pará, José Olímpio Bastos. Para conhecer os centros de atividades (CATs) no Estado e apresentar os programas do SESI às empresas paraenses, Bastos tem percorrido as regiões industriais do Pará. “Vários objetivos estão reunidos nesse trabalho, mas podemos destacar dois: conhecer a situação de cada CAT e sentir nos empresários a receptividade aos nossos programas. Quero verificar se o SESI está cumprindo com o papel de melhorar a qualidade de vida do trabalhador para poder implementar novas ações”, afirma o superintendente. A direção da MGM Madeira decidiu levar a unidade móvel do Cozinha Brasil para os 400 empregados da fábrica após assistir a uma apresentação sobre os programas do SESI. “Percebemos Acima, Bastos e Remor: a importância do contato direto do superintendente para divulgar serviços do SESI. Ao lado, Maria do Carmo, secretáriaexecutiva: o programa atraiu funcionários de todas as camadas sociais que era uma oportunidade de oferecer um benefício a mais para os empregados e seus familiares”, diz o gerente de exportação, Marcelo Remor. O resultado superou as expectativas. A empresa organizou três turmas de 30 alunos cada. “Tivemos uma demanda muito maior do que o número de vagas oferecidas”, constata. O programa, segundo ele, trouxe benefícios também para a população da comunidade vizinha à fábrica. “A empresa fica a cerca de 30 quilômetros de Belém e há uma população carente para a qual o aproveitamento total dos alimentos é muito importante”, observa. No entanto, em todos os locais por onde passou, a unidade móvel do Cozinha Brasil e o curso de educação alimentar atraíram pessoas de todas as faixas sociais. “Achei excelentes as dicas de aproveitamento de ali- mentos, em especial por causa dos benefícios que isso pode trazer para a nossa saúde”, diz Maria do Carmo Gomes, secretária-executiva da MGM. Pesquisa realizada entre 261 participantes do curso nos municípios de Belém, Ananindeua e Marituba confirma a aprovação do programa. Do total de entrevistados, 95% informaram usar no dia-a-dia os aprendizados do curso, como adquirir legumes com folhas, talos e ramas e utilizar as cascas das frutas e dos legumes. Um percentual de 96,5% informou que preparava em casa as receitas apresentadas e 88,5% revelou que reduziu as despesas com alimentação após participar do curso. 5