breves referências aos aspectos toxicológicos do
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AZEVEDO, F.A. Breves Referências aos Aspectos Toxicológicos do Endossulfan. TECBAHIA R. Baiana Tecnol., v. 13, n. 1, p. 142 a 164, 1998. BREVES REFERÊNCIAS AOS ASPECTOS TOXICOLÓGICOS DO ENDOSSULFAN FAUSTO ANTONIO DE AZEVEDO Farmacêutico-Bioquímico (USP). Especialista em Saúde Pública (USP). Mestre em Toxicologia (USP). Atual Subsecretário do Planejamento, Ciência e Tecnologia do Estado da Bahia. RESUMO É revista a toxicologia do praguicida endossulfan, que encontra largas aplicações agrícolas, sob o ponto de vista de seus riscos tóxicos para o ambiente e o ser humano e as margens de segurança do seu uso adequado. PALAVRAS-CHAVE Toxicologia; Toxicidade; Endossulfan. SUMÁRIO 1 Introdução 2 Fontes de exposição e de contaminação 3 Toxicidade 4 Toxicocinética 5 Toxicodinâmica 6 Efeitos especiais 7 Sinais e sintomas da intoxicação 8 Tratamento 9 Prevenção da exposição humana e da contaminação ambiental 10 Conclusões e recomendações Referências bibliográficas 1 INTRODUÇÃO Um praguicida pode ser definido como qualquer substância química, ou mistura de substâncias químicas, intencionalmente preparada ou desenvolvida para prevenir, destruir, mitigar ou repelir uma praga. Pode-se, também, enquadrar como praguicida um agente físico ou biológico empregado para matar pragas que atacam plantas ou pestes/doenças que afligem animais. As pragas e as pestes são representadas por plantas, animais e microrganismos. A palavra praguicida é um nome genérico para várias categorias de agentes que podem ser classificados pelo uso (repelentes, reguladores do crescimento, desfolhantes, feromônios), ou pelo organismo combatido (inseticidas, fungicidas, herbicidas). No Brasil, este mesmo grande grupo de substâncias é ainda referido por outros designativos, conforme a origem acadêmica ou ideologia dos profissionais que atuam no setor, por exemplo: praguicidas (comumente usado por farmacêuticos-bioquímicos com formação em Toxicologia); pesticidas (muito referido por químicos); defensivos agrícolas (usualmente citado por engenheiros agrônomos e outros técnicos ligados à indústria produtora); agrotóxicos (largamente insistido por membros ou afeiçoados aos movimentos ambientalistas). Registram-se, também, termos menos freqüentes como biocidas, agrocidas... Dentre os praguicidas, uma das classes de maior importância, seja por seu largo uso em todo o mundo, seja pela importância econômica decorrente, seja pela sua toxicologia, é a dos inseticidas. Destes, por uma série de razões, destacam-se mais ainda os denominados inseticidas organoclorados, que podem, consoante sua estrutura química, ser agrupados na família dos diclorodifeniletanos (DDT, DDD, dicofol, metoxicloro, etc.), na dos "benzenos" clorados (HCB, HCH, lindano) e na dos ciclodienos, conjunto no qual, pelo ponto de vista químico, ao lado do aldrin, dieldrin, heptacloro, etc., o endossulfan (a correta grafia em português é endossulfã, porém, por generalização de uso entre nós, adotaremos a forma endossulfan) tem sido incluído, embora alguns autores (GOEBEL et al., 1982) prefiram classificá-lo como um éster cíclico do sulfito. Em nosso país, a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde registra o endossulfan em sua monografia técnica, para fins de classificação toxicológica, como um "inseticida fitossanitário do grupo éster do ácido sulfuroso de um diol cíclico" (MINISTÉRIO DA SAÚDE, s.d.). O endossulfan (no inglês "endosulfan") é uma substância química da categoria dos policlorociclodienos e apresenta propriedade inseticida que vem sendo aproveitada na agricultura. Sua molécula tem estrutura heterocíclica e exibe como característica uma ponte endo-metilênica. O processo químico corrente de sua obtenção é a partir de uma reação de condensação, a reação de Diels-Alder, entre o hexaclorociclopentadieno e o cis-buteno-1,4-diol, com formação do endossulfan diol, o qual é então submetido a uma reação com o cloreto de tionila. Uma outra via é a reação do hexaclorociclopentadieno com o cis-1,4-diacetoxibuteno e posterior hidrólise do produto gerado (CANADA RESEARCH COUNCIL, 1975, GOEBEL, 1982). Atualmente o produto é sntetizado em vários países (inclusive o Brasil) e por diferentes processos. O informe da descoberta do endossulfan foi dado na Alemanha, em 1956, pela Farbwerke Hoechst Aktiengesellschaft, onde foi feita sua síntese por H. Frensch e H. Goebel (GOEBEL et al., 1982). Nesse mesmo ano o agente foi introduzido como inseticida experimental (MAIER-BODE, 1968). Boas e extensas revisões a respeito do produto, seus aspectos químicos, agronômicos ou toxicológicos, foram apresentadas por MAIER-BODE (1968), GOEBEL et al. (1982), WORLD HEALTH ORGANIZATION (1984) e EBERT et al. (1990). Os compostos policlorociclodienos podem apresentar dois tipos de isomeria: a "cistrans" (relativa à posição dos átomos de cloro), e a do anel, a qual suscita duas conformações possíveis quanto à ponte endometilência: endo e exo. A evidência sugere que para o endossulfan a conformação preferencial é a endo. O endossulfan é um produto que age por contato e por ingestão (sendo o contato o tipo mais importante de ação) e revela propriedade inseticida e acaricida. Ele é compatível com outras substâncias como: piretro, nicotina, inseticidas fosforados, lindano, DDT. A influência demorada de substâncias alcalinas pode diminuir a eficácia do endossulfan. O uso deste inseticida se faz em polvilhamento e pulverização, podendo também ser aplicado no tratamento do solo. No comércio é encontrado como pós (com 3 a 4% de endossulfan), pós molháveis e concentrados emulsionáveis (com 35% de endossulfan), misturas (por exemplo, 3% endossulfan mais 1% parathion etílico), e também para aplicação como ultra-baixo-volume. O endossulfan combate pulgões, percevejos, lagartas, tripes, formigas e alguns ácaros. Tem pronunciada ação como aficida. Mostra atuação fraca contra cochinilhas, besouros e várias espécies de ácaros (MARICONI, 1977). O produto, a depender de sua formulação e de seu registro no país, encontra indicação para combate às pragas que atacam as culturas de: algodão, amendoim, arroz, batata, café, cana-de-açúcar, cebola, feijão e ervilha, fumo, milho, soja, tomate, trigo, alface, melão, melancia, abóbora, pepino, abobrinha, maçã, pêra, pêssego, marmelo, citros (COMPÊNDIO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS, 1987). Ele é empregado em vários países do mundo para controlar as pragas que afetam as frutas, vegetais, chá e culturas não-comestíveis como algodão e fumo (FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1968). Sua taxa de aplicação comum varia de 0,45 a 1,4kg/ha, podendo, contudo, ser maior ou menor. O intervalo de tempo mínimo entre a última aplicação e a colheita oscila de 0 a 42 dias e é especificado na maioria dos países, sendo determinado por fatores como: necessidades agronômicas, forma de aplicação, tipo de formulação empregada, cultura e tolerância (HOECHST, 1977). Complementarmente ao seu emprego agrícola, o endossulfan é ainda usado: no combate aos vetores de certas doenças, como a mosca do tsé-tsé; no tratamento de madeiras, como preservativo; e para combate a males que atacam plantas em jardins domésticos. No início dos anos 80, a produção mundial de endossulfan era estimada em 10.000 toneladas por ano e em muitos países, após a proibição do DDT, o uso do endossulfan cresceu bastante rapidamente (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). O Banco Mundial, por meio de seu Escritório de Assuntos Ambientais, recomendava em documento de 1983 o endossulfan como substituto dos organoclorados típicos: DDT, Aldrin, Dieldrin, Clordano, Heptacloro (THE WORLD BANK, 1983). As principais propriedades físico-químicas do endossulfan são apresentadas na TABELA 1. 2 FONTES DE EXPOSIÇÃO E DE CONTAMINAÇÃO A exposição humana ao endossulfan pode acontecer ocupacionalmente, ou por conseqüência da contaminação ambiental (águas, solos, ar), ou dos alimentos, devido aos usos do produto. A exposição ocupacional é possível de ocorrer durante a produção química do endossulfan, nas indústrias de síntese; após isso, na formulação dos derivados comerciais e, finalmente, no seu emprego na agricultura, na saúde pública e outros. A contaminação do ambiente geral e dos alimentos por endossulfan pode se dar a partir das indústrias de síntese e/ou formulação, o que é mais remoto tendo em vista as possibilidade técnicas de controle dos efluentes, ou, com mais probabilidades, a partir do seu uso em campo, quer no manejo das culturas, quer em certas aplicações de saúde pública. TABELA 1 - Propriedades físico-químicas do endossulfan Nome técnico endossulfan (ANSI, ISO) Nome químico 1,2,3,4,7,7-hexacloro-biciclo [(2,2,1) hepteno, 2,5,6, bis (metileno) sulfito] ou 6,7,8,9,10,10-hexacloro1,5,5a,6,9,9a-hexa-hidro-6,9-metano2,4,3-benzo-dioxa-tiepina-3-óxido (IUPAC) ou 5-norborneno-2,3dimetanol-1,4,5,6,7,7-hexacloro-ciclo sulfeto (Chemical Abstracts) Nomes Comerciais Benzoepin, Beosit, Chlortiepin, Cyclodan, FMC 5462, Insectophene, Kop-thiodan, HOE 3671, Malix, NCI- C00566, NIA 5462, Thifor, Thimul, Thiodan, Thiofor, Thiomul, Thiomex, Thiosulfan, Tionel, Tiovel... Fórmula química C9H6Cl6O3S Massa molecular relativa 406,9 Estado físico o produto técnico é um sólido em forma de escamas, cristalino marrom, com odor de dióxido de enxofre, constituído por mistura de dois isômeros (alfa e beta) na proporção 70%:30% Ponto de fusão isômero alfa = 109oC; isômero beta = 213oC; alfa + beta = 356-368oK Pressão de vapor 1 X 10-5mmHg a 25oC Solubilidade moderada em solventes orgânicos (variável de 5 a 65%); baixa em água (60-150ug/L), mas aumenta com o decrescimento do pH Estabilidade estável à luz do sol e ao calor; estável na estocagem; instável em soluções alcalinas, sujeito à hidrólise Número de registro CAS 115-29-7 FONTES - GOEBEL et al., 1982; MAIER-BODE, 1968; NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1975; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984 Exposição Ocupacional São poucas as informações disponíveis a respeito da exposição de trabalhadores na produção e aplicação do endossulfan. Em dois episódios registrados, trabalhadores que enchiam sacos com endossulfan em pó, e sem uso de EPIs, se super-expuseram, sendo verificadas 11 ocorrências de intoxicação, com quadro de vertigens, convulsões epileptiformes e estupor (FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1975b, TIBERIN et al., 1970). Para fins de proteção da saúde do trabalhador virtualmente exposto e prevenção da intoxicação, as autoridades de Higiene Industrial dos E.U.A. estabeleceram o limite "Threshold Limit Value" - TLV de 0,1mg/m3 nos ambientes de trabalho (AMERICAN CONFERENCE OF GOVERNMENTAL INDUSTRIAL HYGIENISTS, 1982). Contaminação das Águas e dos Solos e do Ar A Contaminação do meio aquático por endossulfan parece não ser muito extensa (GUMMER, 1980, WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). Contudo, o produto pode ser detectado em águas escorridas da superfície de áreas agrícolas onde se deu sua aplicação e nas águas de rios de áreas industrializadas onde ele é fabricado ou formulado. Num estudo no Canadá, 15% das amostras de água do Lago Erie, Ontário, e do Rio St. Lawrence, apresentaram concentrações de endossulfan variando de 0,005 a 0,060ug/L (CANADA RESEARCH COUNCIL, 1975). Outro estudo mostrou que, em áreas agrícolas, se a chuva ocorre em até 4 dias após aplicação à taxa de 0,35kg/ha, os resíduos na água escorrida são, em média, de 16ug/L (EPSTEIN, GRANT, 1968). Na Holanda, o monitoramento anual das águas (potável, subterrânea, de chuva, de superfície), feito desde 1969, mostrou, até 1980, uma concentração máxima para endossulfan de 0,03ug/L em 1977 (WEGMAN, GREVE, 1980). A meia-vida aquática dos dois isômeros do endossulfan varia de 4 dias nas águas de rios que recebem a contribuição de águas de superfície de zonas municipais e industriais (EICHELBERGER, LICHTENBERG, 1971) até 7 dias em águas com saturação normal de oxigênio e pH de 7 (GREVE, 1971, referido em WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). A meia-vida aquática do endossulfan é bastante influenciada por estes dois parâmetros. Por exemplo, em condições anaeróbicas e pH 7, ela se eleva até cerca de 5 semanas e, com pH 5,5 a meia-vida se estende para perto de 5 meses (GREVE, 1971, referido em WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). Na República Federal da Alemanha, em 1969, uma quantidade estimada de 30kg de endossulfan foi lançada acidentalmente no Rio Reno e provocou uma larga mortandade de peixes (SIEVERS et al., 1972). No solo, os dois diferentes isômeros do endossulfan - alfa e beta - têm comportamentos distintos, com o isômero alfa se dissipando mais rapidamente (BYERS et al., 1965). Em estudo feito com endossulfan técnico incorporado ao solo na taxa de 6,7 kg/ha, o alfaendossulfan se decompôs rapidamente, com meia-vida em torno de 60 dias, enquanto o beta foi mais firmemente adsorvido pelas partículas do solo e dissipou-se lentamente, com meia-vida de 800 dias (STEWART, CAIRNS, 1974). RAO, MURTY (1980) pesquisaram a persistência de endossulfan total em condições naturais de culturas (secas e molhadas) e encontraram como máximo o valor de 160 dias para o solo seco que recebeu uma alta dose inicial do produto. MONTEIRO et al. (1989) estudaram a degradação do endossulfan em três tipos de solos do Estado de São Paulo e concluíram que a meia-vida para os resíduos relevantes do produto, isto é, isômeros alfa e beta e endossulfan sulfato, ficou entre 70 a 90 dias. Em solos agrícolas, a concentração de resíduos de endossulfan é com freqüência menor do que 1mg/kg (1ppm), conforme estudos feitos nos E.U.A. (FRANK et al., 1976, HARRIS et al., 1977, SEAL et al., 1967). Uma pesquisa na Itália registrou resíduos de endossulfan no solo variando de 0,23 a 3,88 mg/kg(ppm) (SANNA et al., 1979). Com relação a sedimentos, o endossulfan já foi apontado no de rios e lagos (CANADA RESEARCH COUNCIL, 1975; MILES, 1976), com teores flutuando de traços até 0,64mg/kg (ppm) em base seca (MILES, HARRIS, 1971). O endossulfan sofre degradação nos solos, gerando como principal produto o sulfato derivado, o qual aparece a uma taxa comparável àquela de perda dos inômeros alfa e beta e é mais estável do que ambos, enquanto nenhum dos três sofre boa lixiviação (STEWART, CAIRNS, 1974). A degradação do endossulfan no solo é muito reduzida quando o produto é incorporado ao mesmo, é praticamente interrompida durante o inverno (no caso dos países de clima frio) (STEWART, CAIRNS, 1974), e é diferente da que ocorre nos sedimentos. Em amostras de solo encharcadas, por exemplo, a porcentagem de endossulfan diol tende a aumentar enquanto a do sulfato diminui (MARTENS, 1977). Algumas formas de aplicação do endossulfan no campo podem implicar em contaminação do ar por mecanismo de deriva (KEIL et al., 1972). Em levantamento conduzido entre 1970 e 1972, amostras de ar tomadas nos E.U.A. foram analisadas para o endossulfan. O isômero alfa foi detectado em 2% das amostras e em concentração média de 111,9ng/m3, com um máximo de 2 256ng/m3. O isômero beta compareceu em 0,3% das amostras, com média de 22,0ng/m3 e máximo de 54,5ng/m3. Os dados parecem indicar que o isômero alfa é mais persistente no ar (KUTZ et al., 1976). Em águas de chuva o endossulfan já foi encontrado em concentrações de até 12ng/L na região dos Grandes Lagos do Canadá e E.U.A. (STRACHAN et al., 1980). Foi mostrado que o endossulfan pode se liberar para a atmosfera a partir de preservativos de madeira por longos períodos (ZIMMERLI et al., 1979). Contaminação dos Alimentos O alimento representa a principal fonte de exposição da população geral ao endossulfan. Normalmente os resíduos de endossulfan em alimentos, quando pesquisados, têm dado abaixo dos níveis de tolerância fixados pela FAO (Food and Agricultural Organization) e pela WHO (World Health Organization), e que são relativos à soma dos resíduos dos isômeros alfa e beta do endossulfan e do endossulfan sulfato (TABELA 2). TABELA 2 - Tolerância para resíduos de endossulfan em alimentos ALIMENTO LIMITE (Tolerância) (mg/kg) (alfa+beta+endossulfan sulfato) Chá (seco, manufaturado) 30 Frutas e vegetais 2 Cenoura, batata, batata doce, cebola 0,2 Semente de algodão 1,0 óleo de semente de algodão (cru) 0,4 Arroz (na casca) 0,1 Leite e derivados (base gordurosa) 0,5 Carne e gordura 0,2 FONTE - Food and Agricultural Organization, 1975a. O endossulfan foi avaliado pelo Comitê da FAO/WHO, JMPR (Joint Meeting on Pesticide Residues), para determinação da IDA (Ingestão Diária Aceitável), em 1963, 1965, 1967 e 1968, e revisões foram feitas em 1971, 1974, 1975, 1982 e 1985, com monografias toxicológicas sendo preparadas em 1964, 1965, 1967 e 1968 (FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1990). A Ingestão Diária Aceitável (IDA) estimada pela FAO/WHO é de 0,006mg/kg de peso corporal por dia (FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1990) e parece não haver relatos de ingestão humana de endossulfan excedente a tal valor. Nos E.U.A., a ingestão diária de endossulfan pelo ser humano foi calculada como de menos do que 0,001mg/pessoa/dia nos anos de 1966 a 1968 e como de 0,001mg/pessoa/dia nos anos de 1969 e 1970 (DUGGAN, 1968, DUGGAN, CORNELIUSSEN, 1972, DUGGAN, LIPSCOMB, 1969, DUGGAN, WEATHERWAX, 1967). Pesquisas de endossulfan em alimentos da cesta básica do mesmo país indicaram a presença do agente nas seguintes proporções: 1966, 1,6%; 1967, 0,3%; 1968, 0,8%; 1969, 4,2%; 1970, 5,3% (DUGGAN, CORNELIUSSEN, 1972, CORNELIUSSEN, 1969). Estudos desenvolvidos nos E.U.A. e no Canadá reportaram valores elevados de resíduos de endossulfan em folhas de fumo (CHENG, BRAUN, 1977) e que podem também ocorrer na fumaça contaminada do fumo queimado (CHOPRA et al., 1978). A aplicação de endossulfan na cultura do fumo pode resultar, ainda, na presença de resíduos no leite de vacas da mesma área, em níveis de até 0,01mg/L, como encontraram FRANK et al. (1979). Comportamento Ambiental No ambiente o endossulfan (ambos os isômeros) é razoavelmente resistente à fotodegradação, enquanto os dois principais produtos resultantes de sua transformação endossulfan sulfato e endossulfan diol - podem se alterar por fotólise (SCHUMACHER et al., 1973). O endossulfan técnico sofre a ação da umidade, de álcalis e ácidos e poderá se hidrolisar lentamente gerando endossulfan sulfato e depois endossulfan diol e dióxido de enxofre (SO2). A termólise, mais do que a luz do sol, é o principal mecanismo formador do endossulfan sulfato (ARCHER et al., 1972), e este é o mais importante produto de degradação do endossulfan que comparece nos solos e na superfície das plantas (CASSIL, DRUMMOND, 1966, MARTENS, 1977). O endossulfan pode também ser degradado pela ação de certos fungos (MARTENS, 1977). Portanto, a degradação do endossulfan nas águas e no solo, por fotólise, reações químicas e ação de microrganismos, é determinada por uma grande variedade de fatores climáticos e tipo dos microorganismos presentes. Com relação à persistência, contrariamente aos típicos inseticidas organoclorados, o endossulfan parece não representar um problema (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). Em laboratório, empregando-se sistema água/sedimento, obteve-se uma meia vida de 14 horas para o endossulfan na fase aquosa e de 4 dias para o sistema, valores confirmados por testes em campo (FISCHER, 1987). Resíduos em Animais e Plantas Quando comparada à dos inseticidas organoclorados característicos (os quais exibem lipossolubilidade, baixa volatilidade, estabilidade química, lenta taxa de biotransfromação e degradação), a solubilidade em água do endossulfan mostra-se bem maior, o que implica em que este inseticida não revela a afinidade por lipídios que a maioria dos organoclorados possui e, por isso, a acumulação e a biomagnificação do endossulfan em cadeias alimentares é menos provável de ocorrer (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). Para a maior parte das espécies expostas a concentrações não letais do endossulfan, a cinética típica é a acumulação do produto num dado patamar, mas os resíduos acumulados desaparecem razoavelmente depressa quando cessada a exposição, e quanto maior o nível desta mais demorado é o atingimento do patamar e mais elevado ele é, conforme se constatou com algas, mexilhões e peixes (ROBERTS, 1972). A meia-vida biológica do endossulfan em organismos de mamíferos e peixes é da ordem de 3 dias (GOEBEL et al., 1982, MAIER-BODE, 1968). Comumente, o único produto encontrado em tecidos de animais expostos ao endossulfan é o endossulfan sulfato. Em estudo feito com gado, os fatores de concentração achados foram pequenos: 0,5 no leite, 0,15 na gordura e 0,05 no músculo, sendo que os resíduos desapareceram muito rapidamente quando o endossulfan foi tirado da dieta (FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1983). Os resíduos de endossulfan em plantas tratadas com o produto variam de 1 - 100mg/kg(ppm) inicialmente, até 20% ou menos disto uma semana após o tratamento (CANADA RESEARCH COUNCIL, 1975). 3 TOXICIDADE Toxicidade Aguda, Exposição Única Para o ser humano, a menor dose letal registrada foi de 35mg/kg de peso corporal (GEISSBUEHLER et al., 1989, referidos por ERBERT et al., 1990). A dose letal para 50% dos animais de experiência (DL50) do endossulfan é muito variável e depende da espécie e do sexo do animal, da via de administração e do veículo em que o produto é preparado. Em trabalhos com ratos que receberam endossulfan via oral em diferentes veículos (óleo de amendoim, óleo de oliva, óleo de semente de algodão, álcool), a DL 50, em mg/kg, variou de 18 a 355 (BOYD, DOBOS, 1969, FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1968, GAINES, 1969, TRUHAUT et al., 1974). A toxicidade aguda por via dérmica, para ratos, variou de 74mg/kg (fêmeas, veículo: xileno) (GAINES, 1969) a 681mg/kg (veículo: óleo de semente de algodão) (GUPTA, GUPTA, 1979). A exposição de ratos por via respiratória resultou numa concentração letal (CL50), para período de 4 horas de exposição, de 350mg/m3 (GUPTA, GUPTA, 1979). Em coelhos, de acordo com o veículo, a toxicidade dérmica aguda variou de 187 a 360mg/kg (GUPTA, CHANDRA, 1975, GUPTA, GUPTA, 1979). Em cães, 30mg/kg podem ser uma dose fatal (CANADA RESEARCH COUNCIL, 1975), enquanto a administração de 2,5mg/kg de peso corporal, por dia, durante três dias, produziu o aparecimento de sinais tóxicos (FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1968). Ratos machos que receberam dose oral única de 40mg/kg exibiram neurotoxicidade aguda e alteração de parâmetros bioquímicos sanguíneos (GARG et al., 1980). Com relação aos dois estéreo-isômeros do endossulfan, o alfa e o beta, parece que ambos, pelo menos no rato, têm valores de DL 50 equiparáveis (LINDQUIST, DAHN, 1957). A deficiência de proteínas na dieta fez aumentar consideravelmente a toxicidade aguda do endossulfan em ratos (BOYD et al., 1970). De acordo com a clássica escala de Hodge e Sterner, o endossulfan se enquadra como moderadamente a altamente tóxico. Com base em sua toxicidade aguda, a Organização Mundial da Saúde colocou o endossulfan na Classe II, isto é, de produto técnico moderadamente perigoso (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). No Brasil, os produtos comerciais à base de endossulfan são divididos, conforme o tipo de formulação, nas seguintes classes toxicológicas: I ou altamente tóxica (T, UBV até 250g/L); II ou muito tóxica (PM até 350g/kg, CE até 360g/L); III ou moderadamente tóxica (Gr até 30g/kg, P até 30g/kg) (BRASIL, s.d., BRASIL, 1992a, BRASIL, 1992b). Estudos de Exposição Sub-Crônica Alguns estudos bem desenhados para avaliação dos efeitos nocivos decorrentes da exposição sub-crônica (por curtos períodos) de animais de laboratório ao endossulfan foram desenvolvidos. Em ratos (machos e/ou fêmeas), nas doses ensaiadas por via oral (0 a 67,8mg/kg peso/dia, algumas semanas), via dérmica (0 a 192mg/kg peso, 21 aplicações em 30 dias) e respiratória (0 a 0,002mg/L ar, 6 horas/dia, 21 exposições em 29 dias), no geral, as manifestações tóxicas restringiram-se a diminuição no ganho de peso corporal; aumento do peso relativo do fígado; às vezes, nas doses mais elevadas, aumento do peso relativo dos rins e cérebro; alterações histopatológicas das células dos túbulos contornados proximais, nos rins (proliferação e aumento dos lisossomas, o que parece relacionar-se ao armazenamento e biotransformação do endossulfan anteriores à eliminação); modificações hematológicas (diminuição do número de eritrócitos) e bioquímicas; alterações hormonais relacionadas aos danos sobre os testículos; alopécia nas fêmeas; e observou-se, também, alguma deposição de ambos os isômeros do endossulfan em órgãos e tecidos dos animais, contudo reversível após a suspensão da exposição (EBERT et al., 1985a, EBERT et al., 1985b, FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1968, HOLLANDER et al., 1984, LEIST, KRAMER, 1985, LEIST, MAYER, 1987, SINGH, PANDEY, 1989a, SINGH, PANDEY, 1989b, SINGH, PANDEY 1990). Um efeito nocivo particular observado na exposição sub-crônica de ratos albinos ao endossulfan, e que merece consideração especial, é a marcada supressão das respostas imunes celular e humoral num padrão dose-tempo dependente (BANERJEE, HUSSAIN, 1986). Estudos com camundongos (BARNARD et al., 1984, DONAUBAUER et al., 1985) revelaram que, em dosagens mais altas (como 54 ppm na dieta, isto é, 7,3 - 7,5 mg/kg peso/dia, 13 semanas), ocorrem as seguintes alterações: convulsões, salivação, diminuição do número de neutrófilos, aumento da taxa sérica de lipídios totais, redução do peso do baço e leve congestão vascular dos pulmões. Cães ("beagle"), 6 de cada sexo por grupo, foram tratados com endossulfan grau técnico na dieta, durante um ano, com doses diárias de 0, 3, 10 e 30 - 60 ppm (produto no alimento). Durante o experimento não houve morte expontânea dos animais tratados. Após 4 a 5 meses, os animais tratados com as doses mais altas exibiram quadro marcado e progressivo de alterações nervosas (com sensibilidade pronunciada ao ruído e ao estímulo óptico; contrações dos músculos das extremidades; movimentos convulsivos das bochechas; contrações fortes dos músculos abdominais), diminuição no consumo de alimentos e no ganho de peso. A avaliação das condições auditiva, oftalmológica e dentária rendeu resultados normais, o mesmo se verificando com os exames hematológicos, bioquímicos e de urina. Determinações da atividade colinesterásica eritrocitária, plasmática e do cérebro deram normais. As funções renal e heptática não mostraram perturbações. Não ocorreram alterações dose-relacionadas nos pesos dos órgãos. Alterações histopatológicas dignas de nota nos machos do grupo de dose mais elevada foram a coloração marrom no epitélio renal de um dentre os 6 e a congestão hepática aguda na metade deles (BRUNK, 1989). Cães que receberam teores de endossulfan sulfato de 0,75 a 2,5 mg/kg por dia, durante 3 meses, não mostraram qualquer efeito na dose menor, enquanto a maior não foi tolerada, e a níveis de 1,5 mg/kg alguns sinais de toxicidade surgiram. Já ratos que foram tratados com o mesmo endossulfan sulfato na dieta, a taxas de até 50 mg/kg também por 3 meses, não mostraram alterações a não ser ganho de peso do fígado e dos rins. Concluiu-se que o endossulfan sulfato tem a mesma ordem de toxicidade do endossulfan (CANADA RESEARCH COUNCIL, 1975). Toxicidade Crônica Num estudo com ratos (FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1968), os animais foram divididos em grupos (25 espécimes cada) de machos e fêmeas e tratados na dieta com endossulfan grau técnico nas concentrações de 10, 30 e 100 mg/kg e por 104 semanas. Nos grupos de 10 e 30 mg/kg a sobrevivência dos ratos, durante o segundo ano de exposição, foi menor do que a do grupo controle. No grupo de 100 mg/kg a sobrevivência das fêmeas foi significantemente menor após 26 semanas e ocorreram anormalidades hematológicas e no ganho de peso. Para os machos, o peso relativo, na autópsia do grupo de 10 mg/kg, era significantemente menor em relação ao controle. No grupo de 100 mg/kg, os machos tinham rins aumentados e havia sinais de dano tubular com nefrite intersticial. A incidência de tumores em todos os grupos foi a mesma dos controles. Pesquisas de toxicidade a longo prazo com ratos mostraram, dentre outras manifestações, perda de peso corporal (não acentuada nas fêmeas), olhos avermelhados e meio fechados, pele áspera (NCI, 1978), e aumento de plaquetas, diminuição dos níveis séricos de TGP e de albumina (na dose de 75 ppm na dieta, 104 semanas, isto é 2,9 mg/kg peso/dia nos machos e 3,8, nas fêmeas) (RUCKMAN et al., 1988). Nos ratos, o órgão alvo primário para a toxicidade crônica é o rim, com ocorrência elevada de glomerulonefrite progressiva (RUCKMAN et al., 1988). Cães e cadelas que receberam endossulfan por cápsula durante 10 meses, 6 dias por semana, com as doses variando de 0,075 a 0,75 mg/kg de peso corporal, não exibiram manifestações aparentes ou microscópicas de toxicidade (FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1968). Pelos dados disponíveis até 1982 e analisados criticamente, o JMPR (Joint Meeting on Pesticides Residues) concluiu que os níveis de endossulfan que não causam efeitos tóxicos são de 30 mg/kg de dieta, para o rato (equivalente a 1,5 mg/kg de peso corporal), e de 0,75 mg/kg de peso corporal, por dia, para o cão (administração por cápsulas) (FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1983). Já no encontro de 1989, o mesmo Comitê entendeu que os níveis de endossulfan que não produzem efeitos tóxicos são (FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1990): camundongo = 6 ppm na dieta, igual a 0,84 mg/kg peso/dia; rato = 15 ppm na dieta, igual a 0,6 mg/kg peso/dia; cão = 10 ppm na dieta, igual a 0,57 mg/kg peso/dia. Ecotoxicidade O endossulfan não é prontamente ou largamente bioacumulado e não é persistente nos tecidos biológicos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). Na dinâmica da exposição, as perdas tendem a equilibrar o ingresso e um nível patamar de resíduos normalmente baixo é estabelecido. Após o atingimento do estado de equilíbrio segue-se um gradual decréscimo do produto no organismo (FERNANDEZ-CASALDERREY et al., 1991). Contudo, o endossulfan é perigoso pelo risco tóxico agudo que apresenta para algumas espécies aquáticas, em particular peixes, mesmo nas taxas de aplicação recomendadas para seu uso nas culturas. O produto é moderadamente tóxico para abelhas melíferas e de moderadamente a altamente tóxico para pássaros. O endossulfan é bastante conhecido por ser extremamente tóxico para peixes, com a CL50 do ingrediente ativo variando de 0,2 a 7ug/L para distintas espécies e sob condições laboratoriais (FISCHER, 1987). Espécies de peixes e crustáceos nativos de ambientes brasileiros evidenciam idêntico grau de sensibilidade (BERBERT et al., 1989, TOLEDO et al., 1989). A toxicidade aguda das diferentes formulações é da mesma ordem de grandeza. A exposição prolongada de peixes também produz efeitos nocivos, como sobre a fisiologia da tireóide (SINHA et al., 1991) e a bioquímica sangüínea e de vários órgãos (GILL et al., 1991a). Os invertebrados de água doce apresentam sensibilidade de uma a três ordens de grandeza menor do que os peixes. Por exemplo, enquanto para Daphnia magna um valor reportado de CL50 é 75 ug/L (teste de 48 horas), para a truta arco-íris (Salmo gairdneri) um valor de CL50 relatado é de 0,93 ug/L (teste de 96 horas) (FISCHER, 1987). Quanto à toxicidade crônica para Daphnia magna, concentrações variando de 4 a 108 ug/L não causaram efeitos crônicos em muitos testes (FISCHER, 1987). É interessante notar o fato de que quando presente simultaneamente com outros inseticidas (fosfamidon e aldicarb) o impacto tóxico do conjunto (cotoxicidade) foi maior que o dos agentes individualmente (GILL et al., 1991b). 4 TOXICOCINÉTICA O endossulfan pode ser absorvido em seguida à inalação, ingestão e ao contato com a pele. Depois de absorvido ele é rapidamente biotransformado e eliminado e não se acumula no oragnismo (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). O trato respiratório representa uma via potencial para a exposição humana ao endossulfan (OUDBIER et al., 1974). A absorção do endossulfan pela via gastrintestinal também se dá de forma muito eficiente, conforme documentam os casos de suicídio (DEMETER et al., 1978, TERZIEV et al., 1974). Num deles, uma quantidade desconhecida do endossulfan foi ingerida em mistura com o álcool e não foi possível concluir se a morte foi devida às ações do endossulfan apenas (DEMETER et al., 1977). Nas situações de exposição ocupacional, a pele pode ser, também, uma importante rota de absorção. Depois de absorvido o endossulfan se distribui pelo organismo, atingindo uma concentração maior no fígado e rins (TABELA 3). TABELA 3 - Distribuição do endossulfan no organismo humano ÓRGÃO/TECIDO ENDOSSULFAN (mg/kg) Isômero alfa Isômero beta Fígado 12,4 5,2 Rins 2,48 1,8 Sangue 0,06 0,015 Urina 1,78 0,87 Conteúdo estomacal 2610 1900 Conteúdo do intestino delgado 190 99 FONTE - DEMETER et al., 1977. Pesquisas com animais demonstram não só facilidade da absorção gastrintestinal do produto, como no caso de ratos e carneiros (STUMPF, ABHAUER, 1986), mas também a real possibilidade de absorção cutânea: ratos (CRAINE, 1986), macacos (LACHMANN, 1987). Após a administração a ratos (machos) de dose oral única de endossulfan radiomarcado (1,2 mg/kg), de 40 a 60% da substância foram eliminados (15 a 22% nas fezes; 29 a 47% na bile; 10 a 13% na urina). Em fêmeas foram obtidos resultados semelhantes após administração de dose oral única de 2 mg/kg, com 90% de eliminação de produtos radiomarcados em 120 horas, e uma meia-vida de eliminação de 30 a 40 horas (STUMPF, ABHAUER, 1986). Estudos com ratos (GUPTA, 1978) e gatos (KHANNA et al., 1979) mostraram que após administração oral e intravenosa, respectivamente, do endossulfan, o mesmo atravessa a barreira homatoencefálica e consegue atingir boa distribuição no SNC, com concentrações pela ordem decrescentes no cérebro, cerebelo e demais partes. Na sua distribuição pelo organismo dos mamíferos o endossulfan encontra algum grau de fixação, dependente da dose, nos rins, fígado, gordura, cérebro e músculos. Em experiências feitas com macacos Rhesus submetidos a exposição cutânea, os níveis de endossulfan encontrados no fígado, gordura e rins foram 19, 9 e 3 vezes maiores, respectivamente, do que aqueles achados no sangue (LACHMANN, 1987). A biotransformação do endossulfan no organismo guarda alguma semelhança com aquela que acontece no ambiente. Em mamíferos, duas rotas bioquímicas de transformação do endossulfan têm sido descritas. A primeira implica em sua hidrólise e oxidação a vários derivados dessulfurados como: endossulfan diol, endossulfan éter, hidroxi-endossulfan éter, endossulfan lactona (que em insetos é também convertida em endossulfan hidroxilactona) e conjugados polares; a segunda via produz a formação de vários derivados que contêm o enxofre, como: endossulfan sulfato, endossulfan éster sulfúrico, etc. (DEEMA et al., 1966, DOROUGH et al., 1978, STUMPF, ABHAUER, 1987). O endossulfan administrado oralmente a animais de laboratório encontra eliminação fecal como a via principal e, secundariamente, eliminação urinária (DOROUGH et al., 1978, STUMPF, ABHAUER, 1986). Coelhos que receberam endossulfan via intravenosa na dose de 2,0 mg/kg mostraram rápido declínio nas concentrações plasmáticas do agente, e nos cinco primeiros dias seguintes ao tratamento 37% da dose foram eliminados na urina como alfa-endossulfan e 11% como beta-endossulfan (GUPTA, EHRNEBO, 1979). Pesquisas com macacos expostos dermicamente revelaram que o endossulfan diol foi o produto de biotransformação mais encontrado na urina, com cerca de 1,5% da dose aplicada (LACHMANN, 1987). A eliminação do endossulfan também pode se dar por via do leite, conforme encontrado em ovelhas, que após receberem dose oral única de 0,3 mg/kg excretaram 1% da dose no leite em um período de 22 dias (STUMPF, ABHAUER, 1986). 5 TOXICODINÂMICA Os inseticidas ciclodienos diferem do tradicional grupo do DDT em vários aspectos, entre eles o quadro típico da intoxicação e, possivelmente, também no mecanismo da ação tóxica (ECOBICHON, 1991). A atividade dos ciclodienos parece se verificar mais no SNC (Sistema Nervoso Central) do que na área sensória do SNP (Sistema Nervoso Periférico). O quadro geral do indíviduo intoxicado é o da estimulação do SNC. Os ciclodienos mimetizam a ação da picrotoxina, que é um conhecido excitante dos nervos e antagonista do ácido gama-aminobutírico (GABA), um neurotransmissor presente no SNC (ELDEFRAWI et al., 1985). O GABA induz à captura dos íons cloreto (Cl-) pelo neurônio, e a inibição de seu papel por agentes como a picrotoxina, picrotoxinina, inseticidas ciclodienos, ocasiona uma repolarização do neurônio apenas parcial, com um estado associado de excitação descontrolada (Fig. 4). Outra importante ação molecular dos ciclodienos é a potente inibição da enzima Ca2+, Mg2+ ATPase (KIRAN, VARMA, 1990, WAFFORD et al., 1989) a qual é essencial no transporte do cálcio através das membranas celulares. Como consequência, sobrevém um acúmulo de cálcio livre intracelular (com a promoção associada da liberação, induzida por cálcio, de neurotransmissores a partir das vesículas de estocagem), despolarização dos neurônios adjacentes e propagação dos estímulos nervosos pelo SNC. O endossulfan, como os outros ciclodienos, inibe também a ação da enzima Na+, K+ ATPase (DAVIS, WADEMEYER, 1971, KIRAN, VARMA, 1990). Doses elevadas de endossulfan (200 mg/kg alimento, cerca de 10 mg/kg, por dia) adicionadas na dieta de ratos (machos), por 2 semanas, induziram a atividade da função mista oxidase - anilina hidroxilase e aminopirina desmetilase (DEN TONKELAAR et al., 1974). Outro estudo feito com ratas confirmou tais achados e informou também um aumento dose-dependente da ativade da amino-transferase e da peroxidação lipídica espontânea (AGARWAL et al., 1978). GARG et al., (1980), expondo ratos oralmente a 20 mg/kg, 6 dias/semana/7 semanas, constataram um ligeiro aumento na glicemia e decréscimo nos níveis de cálcio plasmático, o que parece concordante com o mecanismo de bloqueio sobre a Ca2+, Mg2+ ATPase. 6 EFEITOS ESPECIAIS Efeitos sobre a reprodução A exposição de ratos (Charles River SD-CD), machos e fêmeas, por duas gerações, ao endossulfan técnico (97% de pureza), em concentrações de 0, 3, 15 e 75 ppm da dieta, aproximadamente iguais a 0,2 ; 1,0 e 6,0 mg/kg peso/dia, não causou efeitos nocivos sobre a reprodução, não havendo efeitos sobre a performance reprodutiva ou sobre as descendências que fossem relacionados ao composto ou às doses (EDWARDS et al., 1984). Teratogenicidade, Mutagenicidade e Carcinogenicidade Estudos para avaliação do potencial teratogênico do endossulfan foram realizados com ratos (MACKENZIE et al., 1980a, MACKENZIE et al., 1980b) e com coelhos (MACKENZIE et al., 1981a, MACKENZIE et al., 1981b). O produto não demonstrou ser teratogênico (a despeito da toxicidade das doses mais elevadas manifestadas nas fêmeas prenhes) em ratos na dose de até 2 mg/kg peso/dia, e em coelhos na dose de até 1,8 mg/kg peso/dia. A maioria dos estudos (testes de curta duração) para avaliação da genotoxicidade do endossulfan têm sido negativos; contudo alguns forneceram resultados conflitantes (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). Assim, em ensaios realizados com E. coli e S. typhimurium o endossulfan não se revelou mutagênico e também não induziu conversão mitótica em Saccharomyces cerevisiae (FAHRIG, 1974, MORIYA et al., 1982). Por outro lado, num trabalho feito com endossulfan grau técnico, YADAV et al., (1982) encontraram, em Saccharomyces cerevisae, mutações reversas, conversões mitóticas, etc., denunciando atividade genotóxica. Em avaliação realizada no Brasil, o produto não demonstrou genotoxicidade, pois os testes conduzidos com S. cerevisiae, nas fases estacionária e exponencial das culturas e na presença e ausência de fração microssomal hepática de ratos, deram negativos (HENRIQUES, J.A.P., FONSECA, M.B., LAUER, C.P., CARVALHO, A.T. Genotoxicity studies with Thiodan CE; The induction of gene mutations in the Yeast Saccharomyces cerevisiae XV 185-14c. Informação Pessoal). Ratos (machos) que receberam 5 doses orais diárias de 11 - 55 mg endossulfan/kg peso não mostraram aberrações cromossômicas em células da medula óssea ou espermatogônias (DIKSHITH, DATTA, 1978). Camundongos tratados com água de beber adicionada de endossulfan na concentração de 43,3 mg/L, por dois dias consecutivos, mostraram um aumento não estatisticamente significante na taxa de micro-núcleos induzidos nos eritrócitos da medula óssea (USHA RANI et al., 1980). Noutra pesquisa desenvolvida com camundongos (CANADA RESEARCH COUNCIL, 1975), o teste do dominante letal deu resultado negativo. EBERT et al. (1990), em sua revisão crítica dos dados sobre a toxicidade do endossulfan, chamam a atenção para o fato de que estudos com resultados positivos para mutagenicidade podem ter sido feitos com endossulfan grau técnico contaminado por epicloridrina, um estabilizante usado no produto técnico e que poderia provocar a positividade do teste. De fato, a epicloridrina, um líquido incolor altamente reativo e inflamável, que encontra inúmeras aplicações industriais (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984, WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1987), é um agente alquilante direto (HEMMINKI et al., 1980) e induz mutações gênicas em todos os sistemas celulares testados e também alterações cromossônicas (ROSENKRANZ, 1981, SHRAM et al., 1981, VASHIHAT et al., 1980). No documento "Pesticides residues in food - 1989" (FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1990) são listados onze diferentes estudos para avaliação da mutagenicidade do endossulfan, feitos por vários autores, no período de 1978 a 1988, incluindo: teste de Ames, mutação e conversão gênica com leveduras, ensaio em linfoma em camundongos, ensaios de reparo e síntese de DNA, testes de micronúcleo (entre eles o antes referido de USHA RANI et. al., 1980), teste de aberração cromossômica e teste de citogenicidade "in vivo" (o já citado trabalho de DIKSHITH, DATTA, 1978). Todos eles forneceram resultados negativos. A carcinogenicidade do endossulfan foi avaliada num estudo em que ratos OsborneMendel e camundongos B6C3F1 foram expostos ao produto, grau técnico, através da dieta. Os resultados mostraram que a substância não foi cancerígena para os animais fêmeas, enquanto que para os machos, devido a uma alta mortalidade inicial, não foram possíveis conclusões (NCI, 1978). Em trabalho mais recente, RUCKMAN et al. (1988) desenvolveram uma pesquisa para avaliação da toxicidade crônica e da carcinogenicidade do endossulfan. Ratos Sprague-Dawley, em grupos de 50 machos e 50 fêmeas, receberam o agente na dieta, por 104 semanas, em concentrações de 0; 3; 7,5; 15 e 75 ppm (este último valor funcionando como referência de Dose Máxima Tolerada), equivalendo a taxas de 0,1; 0,3; 0,6 e 2,9 mg/kg peso/dia nos machos e 0,1; 0,4; 0,7 e 3,8 mg/kg peso/dia nas fêmeas. Os autores constataram que o número e o tipo de neoplasias ficaram na faixa normal para ratos daquela idade e características. Numa pesquisa feita com camundongos, machos e fêmeas, também não se evidenciou um potencial oncogênico do endossulfan técnico para tal tipo de animal (DONAUBAUER, 1988). A administração do produto foi em concentrações de 0, 2, 6 e 18 ppm na dieta, por 24 meses, equivalendo a 0; 0,28; 0,84 e 2,51 mg/kg peso/dia nos machos e 0; 0,32; 0,97 e 2,86 mg/kg peso/dia nas fêmeas. 7 SINAIS E SINTOMAS DA INTOXICAÇÃO O quadro geral de sinais e sintomas da intoxicação pelos inseticidas ciclodienos é (ECOBICHON, 1991): forma aguda: vertigens, dor de cabeça, náusea, vômito, hiperexcitabilidade motora, hiperreflexia, espasmos mioclônicos, mal-estar geral, contrações convulsivas, convulsões generalizadas; forma crônica: vertigens, dor de cabeça, hiperexcitabilidade, contorsões musculares intermitentes, espasmos mioclônicos, desordens psicológicas (incluindo insônia, ansiedade, irritabilidade), alterações no EEG, perda da consciência, convulsões epileptiformes. Em casos reais de intoxicação aguda por endossulfan (suicídios e intoxicações acidentais), as manifestações clínicas foram vômito, agitação, convulsões, cianose, dispnéia, babugem, respiração ruidosa, com a morte acontecendo poucas horas após a ingestão (TERZIEV et al., 1974) e com ocorrência de pulmões edematosos e cianose (DETEMER, HEYNDRICKX, 1978). Em três trabalhadores de uma indústria química houve desenvolvimento de sintomas depois de três semanas, um e dezoito meses de exposição diária, respectivamente, que incluiram dor de cabeça, inquietação, irritabilidade, vertigens, estupor, desorientação e contrações convulsivas epileptiformes (TIBERIN et al., 1970). O endossulfan não é um irritante nem para a pele nem para os olhos e não possui capacidade sensibilizante. 8 TRATAMENTO No caso de ingestão do endossulfan, deve-se realizar lavagem gástrica com 2 a 4 litros de água seguida de purgativos salinos (30g Na2SO4/250 ml água). Para controlar a inquietação e as convulsões podem ser dados barbituratos intravenosamente. Os benzodiazepínicos não são efetivos no controle dos ataques (EBERT et al., 1990). Pode ser necessária assistência respiratória mecânica com oxigênio. Deve-se fazer injeção de gliconato de cálcio (10% em 10ml) a cada 4 horas (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). Não se indicam purgativos oleosos, epinefrina e outros adrenérgicos, e todos os tipos de estimulantes centrais. 9 PREVENÇÃO DA CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL E DA EXPOSIÇÃO HUMANA A contaminação do ambiente por endossulfan a partir de suas unidades de síntese e formulação pode ser totalmente evitada. Existem soluções técnicas para tratamento/gerenciamento dos sistemas de efluentes líquidos e sólidos das plantas produtoras que podem assegurar uma não poluição ambiental. A contaminação do meio decorrente do próprio uso agrícola pode ser minimizada e colocada dentro dos limites da aceitabilidade da equação risco-benefício, desde que, verdadeiramente, os preceitos das Boas Práticas Agrícolas sejam conhecidos, dominados, difundidos e efetivados. Entretanto, alguma morte de peixes poderá sobrevir do uso incorreto do produto. O endossulfan presente nas águas pode ser delas removido numa taxa de 80% ou mais por processo de filtração, e quase todo ele por tratamento com carvão ativado (GREVE, 1971, referido em WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). A exposição humana ao endossulfan por meio dos alimentos não é preocupante se ocorrer na faixa de 0 a 0,006 mg/kg peso, que é a IDA estimada para o produto (FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1990), de acordo com os conhecimentos atuais. A exposição ocupacional ao endossulfan, seja na fase de sua preparação, seja durante sua aplicação, pode ser previnida desde que as Boas Práticas de Higiene Ocupacional sejam adequadamente informadas e praticadas. Assim, por exemplo, o trabalhador deve, no desenvolver de suas tarefas, estar usando roupas apropriadas para a função, como calças e camisas de mangas compridas, macacão ou avental de PVC, botas e luvas de borracha, EPIs (máscaras, óculos) etc. Deve-se também procurar respeitar o valor limite para exposição ocupacional: TLV = 0,1 mg/m3. 10 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Se aplicados os preceitos da Boa Prática Agrícola, os resíduos de endossulfan nos alimentos não serão significantes (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). Com relação às normas de Boa Prática Agrícola , há que se considerar, contudo, e em especial, a situação dos países de baixo nível socioeconômico-cultural, onde tanto a fiscalização e a orientação técnica são falhas ou inexistentes, quanto o grau de conscientização e profissionalização do agricultor é bastante fraco. As concentrações de endossulfan nas águas e no ar são normalmente muito baixas e localizadas, e não têm significado um risco para as populações. O mesmo pode ser dito para resíduos de endossulfan nos alimentos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). A contaminação do leite humano por endossulfan não tem sido apontada (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). Como em alguns países o endossulfan é empregado na preservação de madeiras e tratamento de jardins, a exposição direta de crianças pode ser possível e precisa ser evitada. O uso do endossulfan na cultura do fumo, se não devidamente controlado, pode representar uma importante fonte de exposição do ser humano. As poucas situações ocupacionais que já implicaram em incidentes de intoxicação parece que só ocorreram quando as precauções de segurança recomendadas não foram adotadas. Em relação à avaliação do risco inerente à exposição da população geral ao endossulfan, o perfil de toxicidade do agente e o padrão atual da exposição não apontam qualquer perigo apreciável (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). O endossulfan é altamente tóxico para algumas espécies de organismos aquáticos, especialmente peixes, e é moderadamente tóxico para abelhas melíferas. O produto não tem potencial de biomagnificação nas cadeias alimentares e é rapidamente eliminado do organismo (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984). Após revisão de toda a literatura disponível quanto aos testes de curta duração "in vivo" e "in vitro", o JMPR1989 concluiu que não há evidência de genotoxicidade do produto (FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1990). Com base nos dados e nos estudos toxicológicos para o endossulfan até aqui disponíveis, as seguintes recomendações quanto ao produto e seu uso podem ser destacadas: nos países onde o endossulfan é aplicado para controle da mosca do tsé-tsé, deve ser realizada a toxico-vigilância da exposição das populações a fim de se avaliar/evitar efeitos potenciais adversos para a saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984); são necessárias pesquisas para estabelecer se a vigilância biológica pode ser usada como sinalizador precoce da exposição ao endossulfan (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984); a contaminação das águas de superfície e de abastecimento público durante a aplicação do produto deve ser evitada e, se preciso, os níveis residuais de endossulfan na água a ser bebida devem ser reduzidos por intermédio de tratamento adequado, de modo a não se ultrapassar o limite para a água ambiente de 74 ug/L para proteção da saúde humana no caso de ingestão de água e organismos aquáticos contaminados, e de 159ug/L para água ambiente no caso de proteção da saúde humana com relação à ingestão de organismos aquáticos contaminados, enquanto o critério para proteção da vida aquática em água doce é a concentração média máxima de 24 horas de 0,056ug/L, não devendo nunca exceder a 0,22ug/L (USA, 1980); para prosseguimento da avaliação toxicológica do endossulfan, devem ser obtidas mais informações referentes à exposição humana (FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1990). Em 1984, a Organização Mundial da Saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984), recomendava que novos estudos para esclarecimento do potencial embriotóxico, teratológico e de danos sobre a reprodução precisavam ser desenvolvidos. Nos anos seguintes pesquisas cobrindo essas áreas foram realizadas e, em publicação de 1990, a Organização para Agricultura e Alimento e a Organização Mundial da Saúde (FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION, 1990) as consideraram e concluiram que o produto, de acordo com os ensaios, não se mostrou crítico naqueles aspectos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGARWAL, D.K., SPTH, P.K., GUPTA, P. K. Effect of endosulfan on drug metabolizing enzymes and lipid peroxidation in rat. J. Environ. Sci. Health, Part C: Environ. Health Sci., v.13, p.49-62, 1978. AMERICAN CONFERENCE OF GOVERNMENTAL INDUSTRIAL HYGIENISTS. TLVs Threshold Limit Values for chemical substances and physical agents in the work environment. 1982. ACGIH, 1982. ARCHER, T.E., NAZER, I.K., CROSBY, D.G. 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