POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO

Transcrição

POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO
POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO
Número 6 – setembro a dezembro de 2015
SUMÁRIO
Palavra do Presidente
Editorial
Polonia Sociedade em Destaque
Aconteceu 2015
Polonia Patriota
Artigo
Ecos da Polônia
Mówimy po Polsku
Polskie Spojrzenie
Projeto Memória
Visão & Gestão
Entrevista
Radar Polônico
Polônia em Drops
Polonia em Foco
Espaço do Leitor
História & Estórias
Sabores da Polônia
Crônicas & Poesias
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Caros Sócios, Amigos e Leitores,
Com grande satisfação entregamos a vocês esta nova edição da revista
, fruto do incansável trabalho de nossa redatora-chefe
Dra. A. Sliwowska Bartsch, com a ajuda e colaboração de nossos Sócios e
Amigos. Como de costume, vocês encontrarão, nesta edição, algumas matérias
relativas às atividades da Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro nos
últimos meses. Entretanto, gostaria de destacar alguns fatos mais importantes.
De acordo com o nosso Estatuto, em setembro, realizamos a Assembleia Geral Ordinária para
fazer o balanço de nossas atividades no período 2014/2015, aprovar as contas da administração,
apresentar proposta de orçamento para o exercício seguinte, eleger nova Diretoria para o ano
2015/2016, além de tratar dos assuntos de interesse geral.
A nova Diretoria foi empossada, assegurando a continuidade de nossas atividades nas áreas de
ajuda aos beneficiados, ações educacionais e culturais, manutenção do patrimônio e apoio
logístico para atividades do Consulado-Geral da Polônia em Curitiba.
Por unanimidade constatamos que durante esta administração, além de muitas atividades
assistenciais e culturais, a Sociedade deu um grande passo no sentido de sua organização e
fortalecimento. Podemos portanto concluir que estamos no caminho certo para preservar e
fortalecer nossa Sociedade, que este ano completou 125 anos de sua existência.
Vale destacar também a cooperação estabelecida com a Universidade de Slask (Silésia), que nos
ofereceu gratuitamente aulas-oficinas especiais de ensino do idioma polonês para os nossos
alunos, em conjunto com um programa de treinamento para nossos professores.
As aulas de polonês ministradas nas instalações da Sociedade têm despertado cada vez mais
interesse entre nossos Sócios e amigos, de tal modo que foi preciso abrir uma nova turma para
os alunos iniciantes, o que representa um fato muito gratificante para todos nós.
No intuito de aprimorar competências de nossos professores de polonês, estamos programando
a sua participação no seminário de metodologia organizado pelo Consulado em Curitiba, no
início do mês de dezembro.
Outro fato muito importante foi a inauguração, no dia 8 de novembro, do nosso monumento
em homenagem ao Marechal Józef Pilsudski, na presença do Embaixador da Polônia no Brasil,
do Ministro de Assuntos de Ex-Combatentes e Vítimas de Repressão, além de numerosas outras
autoridades civis e militares brasileiras e polonesas.
3
O monumento ao Marechal Pilsudski foi erguido a pedido de nossos Sócios para homenagear o
herói que ficou conhecido como o "Pai da Independência de Polônia" e ter sempre presente
entre nós um ilustre polonês que por sua atuação e patriotismo deve servir como exemplo para
todos nós poloneses aqui no Brasil.
Finalizando, registro a visita realizada às instalações da Sociedade pela representante do Comitê
Olímpico Polonês (PKOL), Sra. Iwona Lotysz, no intuito de uma possível utilização de nossas
instalações pelo PKOL durante os Jogos Olímpicos Rio 2016.
Caros Sócios e Amigos, gostaria de agradecer o apoio e os elogios que recebemos de vocês para
continuar nosso trabalho voluntário.
Muito obrigado.
Forte abraço,
Stefan Janczukowicz
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Prezados Leitores,
Todas as edições da
são especiais, mas esta traz um gostinho de
comemoração. Em 30 de novembro foram celebrados os 125 anos de trabalho
ininterruptos da nossa Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro,
responsável por esta publicação. Uma instituição que foi formada graças ao
patriotismo de seus integrantes e cuja história parcial é contada na coluna Polônia
Patriota, através de fotografias que marcaram importantes momentos de sua
trajetória.
Este número é também especial pois homenageia as artes. Na coluna Ecos da Polônia, Andrzej
Sladowski, nosso correspondente internacional, traz o resultado do prestigiado Concurso Frederik
Chopin, abordando parte da trajetória deste gênio e o perfil curioso dos candidatos, cujas execuções
de polonaises, mazurcas e noturnos de Chopin inebriaram os poloneses.
também
homenageia o teatro, dedicando o Projeto Memória a Jan Michalski que à exemplo de seu professor
Ziembinski, o “pai polonês do teatro brasileiro”, ajudou a revolucionar o teatro infantil brasileiro ao
integrar a primeira formação do Teatro Tablado e fundou a Casa das Artes de Laranjeiras. Além disso,
um grande amigo da Polonia Sociedade, Prof. Dr. José Dias, um dos três maiores cenógrafos do
mundo, tomou posse na Academia Brasileira de Educação. O Prof. Dias, quando ainda era vice-reitor
da UNIRIO, abriu as portas da universidade, em 2001, para uma exposição sobre o Sindicato
Solidariedade e depois ofereceu, gratuitamente, um projeto arquitetônico para a utilização Casa da
Juventude da Polonia Sociedade.
A trajetória Polônia, desde o seu batismo, em 966 d.C, até os dias atuais, que confere atualmente ao
país o status de potência emergente, é a tônica da coluna Artigo escrita pelo Prof. Dr. Wellington
Amorim, docente da área de Relações Internacionais, e que sempre transmite aos seus alunos o
respeito e o valor dos poloneses na busca pela independência e manutenção de sua soberania. Esta
trajetória também foi mencionada na Entrevista concedida exclusivamente para esta Revista pelo
Ministro dos Ex-Combatentes Poloneses e Pessoas Vítimas da Repressão, Dr. Jan Stanislaw
Ciechanowski.
A novidade, a partir desta edição, poderá ser conferida na coluna Mówimy po Polsku, onde o Prof.
Marek Polak passará a abordar as nuances do idioma polonês. Neste número, a temática é a praia, que
interessa tanto aos poloneses como aos brasileiros, mas com certas nuances muito bem apresentadas
por este polonês, doutorando da UERJ e que também assina a coluna Polskie Spojrzenie, na qual
aborda o significado da mesa para os poloneses, como meio muito importante de fortalecimento dos
vínculos de afeto. Mas, a colaboração de Marek Polak não termina por aí. É dele a receita de um pato
com maçã e mel, tradicional da culinária polonesa.
agradece profundamente a todos que ajudaram para a viabilização desta edição, seja
enviando textos e artigos, seja com sugestões que permitem sempre melhorar o nosso trabalho e
significam, o que é mais importante, o engajamento que se traduz em continuidade. Um muito
obrigada a Alessandra Kepinski, Alina Felczak, Andrzej Sladowski, Fernanda Nanci, Ignacy Felczak,
Jadwiga Matic, Jadwiga Sliwowska, José Dias, Marek Polak, Marianna Brocki, Rafael Perszel e
Wellington Amorim.
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Os sócios da Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro elegeram sua nova diretoria em uma
Assembleia Geral Ordinária que aconteceu no dia 13 de setembro. O Sr. Stefan Janczukowicz foi
reeleito presidente, tendo as Sras. Helena Gimbitzki e Marianna Bocki como primeira e segunda vicepresidentes, respectivamente.
O Sr. Hélio Valdemar Kovaleski foi eleito tesoureiro, tendo o Sr. Roberto Piesiecki sido eleito como
segundo tesoureiro. Para os cargos de primeira e segunda secretárias foram eleitas as senhoras
Alessandra Kepinski e Laura Maria Ferreira Miranda, respectivamente, e para a função de conselheiro os
presentes elegeram as senhoras Alina Benonina Felczak, Helena Warzynski e Lucyna Verônica Brocki
Cozzolino e o senhor Claudio Skora Rosty.
A revisão do Estatuto encontra-se em fase de consolidação, com expectativa de conclusão e envio em
breve a todos os Sócios, para nova rodada de comentários.
Foi iniciado em setembro o Ano Letivo 2015-2016, com 4 turmas: Iniciantes I (Prof. Arthur René),
Iniciantes II (Prof. Marek Polak), Intermediários e Avançados (Prof. Alicja Biedrzycka). O curso conta
com mais de 20 alunos inscritos.
A Sociedade recebeu, em 5 de novembro, a visita da Sra. Iwona Lotysz, representante do Comitê
Olímpico Polonês – PKOL, que foi recepcionada pela Sra. Alessandra Kepinski. A Sra. Iwona veio
conhecer as instalações da Sociedade com o objetivo de dar prosseguimento às tratativas para viabilizar
a instalação da equipe do PKOL durante a realização dos Jogos Olímpicos Rio2016.
Também em novembro, numa cerimônia emocionante, foi inaugurado, na Polonia
Sociedade, pelo Ministro dos Ex-Combatentes Poloneses e Vítimas da Repressão Jan
Stanislaw Ciechanowski, o busto dedicado ao herói nacional polonês Marechal Józef
Pilsudski. Mais detalhes na coluna Aconteceu 2015.
Nos dias 26 a 28 de novembro, a Polonia Sociedade recebeu a visita das professoras Ewa Jaskola e
Bernadeta Niesporek-Szamburska. Foram ministrados mini-cursos para os discentes, bem como uma
mini-oficina para os professores do curso de polonês.
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PELA NOSSA E VOSSA LIBERDADE
22/08
Cercado de emoção e patriotismo, os sócios da Polonia Sociedade se reuniram num evento
organizado pela Dra. Alina Felczak, em homenagem aos heróis do Levante de Varsóvia.
A tônica foram os relatos de sobreviventes e combatentes do Levante como a Sra. Alina
Felczak, o Sr. Ignacy Felczak e o Sr. Krzysztof Gluchowski na busca pela defesa da
soberania da Polônia. Foram expostos também objetos pessoais, livros e jornais que
abordam este momento lamentável da humanidade.
Ao final, todos se confraternizaram com uma mesa farta, também preparada pela Dra.
Alina Felczak, repleta de várias tortas e doces, que foram elogiadíssimos pelos presentes.
Fotografias de Aleksandra Sliwowska Bartsch
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23/08
PALESTRA
“POLÔNIA CONTEMPORÂNEA”
Idealizado pelo Sr. Arthur Trojan, ocorreu, na Polonia Sociedade, o evento Polônia
Contemporânea, no qual a historiadora Agata Bloch (da Fundação Terra Brasilis, que tem
como objetivo divulgar o Brasil na Polônia), e o cartógrafo Tomasz Panecki abordaram
diferentes momentos da Polônia em palestras bastante interativas.
Enquanto a Sra. Bloch falou da Polônia na atualidade, o Sr. Panecki apresentou as mudanças
das fronteiras da Polônia em seus mais de mil anos de história. Na mesma ocasião, foi
inaugurada uma exposição sobre a fauna polonesa com o apoio da Embaixada da República
da Polônia.
Esta exposição foi apenas uma pequena amostra do que está sendo planejado para o ano de
2016, quando será celebrado o Ano da Polônia no Brasil, com uma série de eventos culturais.
Fotografias de Aleksandra Sliwowska Bartsch
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FESTA DA PADROEIRA DA POLÔNIA
30/08
Os fiéis da Paróquia Pessoal dos Poloneses reuniram-se para homenagear a sua padroeira,
Nossa Senhora de Czestochowa, cuja data é celebrada, na Polônia, em 26 de agosto.
A Santa Missa foi celebrada pelo Pe. Jan Sobieraj, que foi o pároco da Igreja Polonesa por
16 anos. Após a parte religiosa, todos puderam se confraternizar com uma mesa farta,
preparada com muito carinho por toda a comunidade polonesa.
Fotografias de Aleksandra Sliwowska Bartsch
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DIA DAS LÍNGUAS EUROPÉIAS
26/09
Por Alessandra Kepinski
Foi realizado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) o Dia das Línguas Europeias,
criado em 2001 por iniciativa do Conselho Europeu. Este evento já é realizado
anualmente em mais de 45 países e, através dele, as nações participantes contribuem para
a valorização de todos os idiomas e culturas, incentivando o aprendizado das línguas
estrangeiras e abrindo novos horizontes do conhecimento.
O evento, promovido no Rio de Janeiro pelo Instituto
Goethe, contou com a participação de representantes dos
seguintes países/idiomas: alemão, dinamarquês, espanhol,
francês, inglês, italiano, polonês e sueco. A pedido do
Consulado Geral de Curitiba, a Polonia Sociedade
indicou três representantes - Irmã Agata, Marek Polak e
Arthur René de Menezes, aos quais agradecemos o
excelente trabalho realizado. A participação da equipe da
Sociedade foi coordenada pela Sra. Alessandra Kepinski,
que se encarregou de realizar os contatos necessários
com todos os envolvidos e de organizar o material
distribuído na mesa da Polônia durante o evento. Em
conversas de 5 a 10 minutos, os visitantes tiveram a
oportunidade de exercitar seus conhecimentos prévios ou
de conhecer um novo idioma e, no nosso caso, de
receber algumas informações sobre a Polônia e sua
cultura. Atendemos a mais de 50 visitantes e cadastramos
47 pessoas com interesse de receberem maiores
informações sobre a Polônia e os eventos cívicos e
culturais promovidos pela Polonia Sociedade, bem como sobre o nosso curso de polonês.
Durante o evento, distribuímos os brindes oferecidos pelo Consulado-Geral de Curitiba
(bonés, blocos e canetas), bem como brochuras que já estavam disponíveis no acervo da
Sociedade, sobre a cultura da Polônia, a poesia de Julian Tuwim e o cinema de Andrzej
Wajda.
Fotografias de Alessandra Kepinski
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06/10
PALESTRA
“RESISTIR É PRECISO: O CASO DA NAÇÃO POLONESA”
Os Professores Doutores Aleksandra Sliwowska Bartsch e Wellington Amoim, do
UNILASALLE – RJ participaram da Semana de Relações Internacionais La Salle abordando
a trajetória milenar da Polônia, durante mais de três horas, para uma plateia bastante
entusiasmada.
A palestra começou com a apresentação da Professora
Aleksandra Sliwowska Bartsch sobre a evolução histórica,
cultural, científica e econômica da Polônia, desde o período dos
assentamentos de Biskupin até o Segundo Grande Conflito,
através de imagens e vídeos. Foram apresentadas também
manifestações culturais como dança folclórica Krakowiak do
grupo Mazowsze e a origem de costumes antigos como a
partilha do “oplatek” na noite de Natal e o artesanato conhecido
como “wycinanki”.
O
Prof.
Wellington
Amorim
abordou
o
Segundo Grande Conflito,
com
trechos
do
documentário Apocalipse,
que levaram a plateia,
composta por professores
e estudantes de Relações Internacionais às lágrimas, diante de tantas atrocidades
cometidas durante a Guerra, nos campos de concentração nazistas e em Katyn.
Na sequência, a Prof. Aleksandra retornou para abordar o período no qual vigorou o
Comunismo na Polônia e sua evolução até os dias atuais, com os impactos do ingresso da
Polônia na União Europeia, tendo finalizado a apresentação com as marcas da presença
polonesa na cidade de Niterói, onde aconteceu o evento.
Fotografias de Aleksandra Sliwowska Bartsch e Fernanda Nanci
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DIA DO SOLDADO POLONÊS
07/11
A Associação dos Ex-Combatentes Poloneses (SPK) realizou no Monumento aos Mortos
da Segunda Guerra Mundial a homenagem ao Soldado Polonês, solenidade tradicional no
Rio de Janeiro, desde 1964.
O evento foi presidido pelo Ministro dos Ex-Combatentes Poloneses e Vítimas da
Repressão Jan Stanislaw Ciechanowski, acompanhado pelo Embaixador da Polônia
Andrzej Braiter e do Presidente da SPK Ignacy Felczak e contou com a participação do
Adido Militar da Polônia, Capitão de Mar-e-Guerra Janusz Palka, do Comandante do III
Comando Aéreo Regional, Maj Brig Ar José Euclides da Silva Gonçalves, do Comandante
do 1º Distrito Naval, V Alte Luiz Henrique Caroli, do Chefe do Patrimônio Histórico e
Cultural do Exército, Gen Bda Walter Nilton Pina Stoffel, de Veteranos das Forças
Armadas de Países Amigos e convidados.
Fotografias de Aleksandra Sliwowska Bartsch
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O evento constou de uma aposição floral junto às lápides dos militares brasileiros sepultados não
identificados, seguida da execução do toque de silêncio; outorga das Medalhas "Pró Memória" do
Governo da Polônia, e da "Vitória do Combatente Polonês", concedida pela Associação dos ExCombatentes Poloneses, além da homenagem prestada pela Embaixada da Polônia aos militares da
Força Expedicionária Brasileira de origem polonesa, sepultados no mausoléu.
Fotografias de Aleksandra Sliwowska Bartsch
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08/11
CELEBRAÇÃO DA
INDEPENDÊNCIA DA POLÔNIA
A Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro celebrou a independência da Polônia
numa cerimônia emocionante, coordenado pelos senhores Claudio Skóra Rosty e Arthur
Trojan. A abertura foi realizada pela presidente em exercício Sra. Helena Gimbitzki,
sendo seguida de uma saudação realizada pelo Sr. Arthur Trojan.
Na sequência, após os Hinos Nacionais do Brasil e da Polônia, executados pela Banda do
Exército, o Cel. Claudio Skóra Rosty abordou a trajetória de vida do Pai da
Independência da Polônia, o Marechal Józef Pisudski. O evento contou com as presenças
ilustres do Ministro dos Combatentes Poloneses Jan Stanislaw Ciechanowski, do
Embaixador da Polônia Andrzej Braiter, do Adido Militar da Polônia Janusz Palka, do
Coronel Artur Fraczek e de outros militares poloneses.
Também estiveram presentes o Gen Ex João
Camilo Pires de Campos – Chefe do
Departamento de Educação e Cultura do Exército,
o Gen Bda Walter Nilton Pina Stoffel - Diretor do
Patrimônio Histórico e Cultural do Exército, o Cel
Júlio Teodorico Nascimento Netto - Subdiretor do
Patrimônio Histórico e Cultural do Exército, o Cel
João Paulo Silva Vieira – Ex-Diretor do
Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército, o
TC Carlos Alexandre Cunha Campos Administrador do Monumento Nacional aos
Mortos da 2ªGM e o TC Jorge Rodrigues Lobato,
da Biblioteca do Exército.
Fotografias de Aleksandra Sliwowska Bartsch e Krzysztof Grabowiec
14
Durante o evento foram expostos dois painéis intitulados “Ecos
da História”, organizados pela Sra. Alessandra Kepinski, que
destacaram a ligação da Polonia Sociedade hoje em dia com as
legiões do Marechal Józef Pilsudski no passado, através da
participação de parentes dos Sócios na luta pela conquista da
Independência da Polônia e na Guerra Polono-Soviética que se
seguiu.
O Cap. Tadeusz Lychowski, pai de Tomasz Lychowski, foi
condecorado pelo Marechal Pilsudski com a “Cruz da
Independência”, cujo diploma também fez parte da exposição, e
o Cap. Mieczyslaw Lepecki, tio de Jerzy e de Witold Lepecki foi
ajudante de ordens do Marechal Pilsudski.
Na sequencia, o Ministro Jan Stanislaw Ciechanowski e a
presidente em exercício da Polonia Sociedade, Sra. Helena
Gimbitzki, inauguraram o Busto dedicado ao Marechal
Józef Pilsudski. Durante a execução dos Hinos Nacionais
do Brasil, da Polônia e da União Europeia, foram hasteadas
as respectivas bandeiras e foi realizada uma aposição floral
em homenagem ao Pai da Independência da Polônia, sendo
o evento encerrado com um coquetel.
Fotografias de Aleksandra Sliwowska Bartsch, Alessandra Kepinski e Krzysztof Grabowiec
15
16 a
18/11
AULAS ESPECIAIS DE POLONÊS E
OFICINA DE CULINÁRIA POLONESA
As professoras Magdalena Knapik e Justyna Budzik, da Escola do Idioma e Cultura
Polonesa, do Departamento de Estudantes Estrangeiros da Universidade da Silésia,
visitaram a Sociedade, doaram uma coleção de livros didáticos e promoveram quatro aulas
especiais para os alunos de todas as turmas – iniciantes, intermediários (2 níveis) e
avançados do curso de polonês mantido pela Sociedade, que conta atualmente com 25
alunos.
Destes, 15 participaram também da oficina de culinária polonesa, quando foram dadas as
suas explicações e receitas e foi preparada uma sopa típica, panquecas de batata e diversos
molhos, tudo feito com a participação dos alunos e degustado ao final com muitos
aplausos.
Fotografias de Justyna Budzik
16
05 a
06/11
BAZAR DE NATAL
Organizado pela Dra. Alina Felczak, ocorreu o tradicional bazar de Natal na Polonia
Sociedade, repleto de peças de decoração, roupas, acessórios, livros e lindas objetos em
âmbar.
Um grande sucesso, segundo avaliação do público que prestigiou a iniciativa. Destaque
interessante foi o fato da publicação de uma nota no Caderno Zona Sul do jornal O
Globo, no dia 3/12, e que resultou no comparecimento de várias pessoas que não
conheciam a Polonia Sociedade e que puderam experimentar o bigos, prato típico polonês e
se deliciarem com diferentes tortas como de papoula, de ricota, charlote de maçã e pão de
mel.
.
Fotografias de Alessandra Kepinski
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UM BRINDE À POLONIA SOCIEDADE!
O mês de novembro para a Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro é
especial, pois é quando se comemora o seu aniversário de fundação. Neste 2015,
celebram-se 125 anos de trabalho ininterrupto.
traz alguns momentos
marcantes desta bela trajetória e agradece a gerações de patriotas que venceram
dificuldades para construir uma Polônia no seio da Cidade Maravilhosa.
Stefania Plaskowiecka in Nodari, grande benfeitora da colônia polonesa,
que doou o terreno onde se encontra a sede da Polonia Sociedade
Beneficente do Rio de Janeiro
Celebrações
patrióticas
Anos 1960
Anos 1940
Anos 1950
Anos 2000
Acervo pessoal de Jadwiga Matic, Jadwiga Sliwowska e Marianna Bocki
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Presença no Rio de Janeiro
Primeira visita
do Papa João
Paulo II ao Rio
de Janeiro, 1979
Festa dos Imigrantes,
Av. Atlantica, 1990
Protesto em favor do
Solidariedade, 1981.
Visita do Arcebipo
Gawlina, quando foi
entregue o pedido para
envio de um padre
polonês. Ao lado, o
primeiro pároco
Mons. Wladyslaw Slapa
(1953)
Acervo pessoal de Jadwiga Sliwowska
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Comemorando 80 – 100 – 120 anos
80 anos
100 anos
120 anos
Visitas de Presidentes da Polônia
Aleksander Kwasniewski (2002)
Lech Walesa (1997)
Acervo pessoal de Jadwiga Matic e Jadwiga Sliwowska
20
Folclore
Anos 1970
Anos 1960
Anos 2000
Anos 1990
Acervo pessoal de Jadwiga Matic e Jadwiga Sliwowska
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POLÔNIA, POTÊNCIA EMERGENTE
Wellington Dantas de Amorim1
A Polônia é um país que passou por diversas ameaças e mesmo desaparecimento enquanto Estado
independente, ao longo da sua história. No entanto, mesmo com tantos desafios, conseguiu manter a
identidade nacional e superou tais obstáculos (ZAMOYSKI, 2011).2
Situada geograficamente na confluência entre Europa Ocidental e Europa Oriental, a configuração
geográfica Leste-Oeste da Polônia é caracterizada por uma grande planície, sem obstáculos naturais de
monta. Esse aspecto tornou a defesa tanto da fronteira oriental quanto ocidental mais difícil do que
em outros países (por exemplo, a Suíça). Os únicos empecilhos geográficos significativos aos
potenciais inimigos poloneses eram (e são) o Mar Báltico ao norte e os Cárpatos, elevações ao sul.
Logo, em termos geopolíticos, a maior preocupação polonesa sempre
foi a tentar minimizar as ameaças dos diversos inimigos que
ambicionavam uma posição estratégica tão importante, no continente
europeu. Desde o século X, quando Miesko I estabeleceu o Estado
polonês, tais ameaças se concretizaram na figura dos eslavos a leste e
suecos ao norte. Em alguns períodos, como o da Comunidade PolonesaLituana, a expansão de poder foi máxima, abrangendo áreas mais ao
leste, oeste e sudeste, chegando mesmo á Ucrânia.
No entanto, a consolidação da Prússia como potência militar (a oeste) e
do Império Russo (a leste) acabaram fragilizando a posição da Polônia.
Mieszko I
De fato, tal como decidido no Congresso de Viena, pós-Guerras Napoleônicas, a Polônia foi
desmembrada entre Alemanha, Rússia e Império Austro-Húngaro, deixando de existir como Estado
plenamente soberano (embora, na parte russa, houvesse um Reino da Polônia subordinado ao Czar).
A Polônia somente consegue recuperar totalmente a soberania no pós-I Guerra Mundial; logo, cem
anos se passaram sem que o povo polonês pudesse reconhecer seu país em qualquer mapa geográfico.
__________________________
1
Doutor em Ciência Política (UFF), Mestre e Bacharel em Relações Internacionais (UnB), professor da
Unilasalle-Rio de Janeiro
2 Vale ressaltar que outros povos ainda não têm um Estado soberano, como os chechenos, bascos, curdos e
palestinos.
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Com a Segunda Guerra Mundial e a crescente militarização tanto da Alemanha quanto da União
Soviética, novamente a Polônia é desmembrada e some do mapa, por quase seis anos. Ante a ameaça
germânica, a União Soviética propôs se aliar à França e Inglaterra, atacando a Alemanha antes que ela
lançasse um ataque próprio. No entanto, exigia a passagem das suas forças pelo território polonês, o
que não foi visto com bons olhos pelos militares poloneses. Sem tal aliança, Stálin fecha um Pacto de
não-agressão com Hitler (o conhecido Pacto Ribbentrop-Molotov, nomes dos dois ministros de
Relações Exteriores), que na prática serve para desmembrar a Polônia após o ataque alemão
(HOLDSWORTH, 2008).3
Após a Segunda Guerra Mundial a Polônia retoma sua soberania, mas em termos limitados, já que
estava sob a influência autoritária da Cortina de Ferro. No caso da Polônia, um país essencial e
vibrantemente católico, a adoção de uma ideologia que considerava a religião como algo nocivo
configurou uma violência política imensa. Logo, não é surpresa os seguidos movimentos populares,
culminando com as greves nos estaleiros de Gdansk. A crise política se acentuou em 1981, com a
quase intervenção das forças militares do Pacto de Varsóvia, e o endurecimento do governo, nas mãos
do General Jaruzelski. 4
O final da Guerra Fria trouxe a redemocratização polonesa, e a transição
de uma economia socialista para capitalista foi uma das mais bemsucedidas, entre os países da antiga Cortina de Ferro. Posteriormente, a
Polônia foi aceita na União Europeia e na OTAN, fortalecendo sua
posição em termos estratégicos.
Recentemente, novas eleições trouxeram a mudança de governo, com um partido mais nacionalista
assumindo as rédeas do processo político. Análises iniciais apontam para um relativo distanciamento
da União Europeia (em temos de não aprofundar os compromissos mútuos; por exemplo, a Polônia
deve seguir sem pertencer à zona do Euro, por entender que uma política econômica independente
permitiu que o país tivesse um desempenho muito melhor do que os demais países da União.
De fato, a Polônia não sofreu recessão com a crise de 2008, ao contrário do efeito nos países da
chamada Eurozona).
____________________
3
A participação da União Soviética como co-autora do início da II Guerra Mundial não é muito
destacada, em termos da percepção do público em geral, tendo em vista que, após a Operação
Barbarossa (ataque alemão em 1941), os soviéticos trocam de lado e passam a lutar em conjunto com os
Aliados. Afinal, a História costuma ser escrita pelos vitoriosos.
4 O grande cineasta polonês Andrzej Wajda fez um filme “alegórico”, “Danton”, sobre o embate Lech
Walesa-Jaruzelski, passando-o na Revolução Francesa, em que o líder popular Danton é condenado por
Robespierre (adepto de uma interpretação muito mais dura da realidade). As alusões ao que havia se
passado na Polônia são evidentes, e magistrais.
23
Em termos de segurança, os acontecimentos na Ucrânia
aceleraram os planos poloneses de se reforçar, tanto em
termos da OTAN (com a instalação de baterias de mísseis
anti-mísseis) como do grupo de Visegrad (aliança formada por
Polônia, Hungria, República Tcheca e Eslováquia). Ao mesmo
tempo, os laços de segurança têm-se ampliado com a
Romênia.
Portanto, tendo em vista sua dinamicidade econômica, coesão étnica (94% da população é composta
de poloneses) numa região em que isso não é muito comum, democracia consolidada e importância
cada vez maior nos regimes de segurança, é de se esperar um papel de cada vez maior destaque para a
Polônia, no cenário europeu e mundial.
Para o Brasil, que é lar para tantos descendentes de poloneses, uma maior aproximação diplomática,
econômica e cultural seria muito recomendável e benéfica para ambos os países.
Referências:
HOLDSWORTH, Nick. Stalin 'planned to send a million troops to stop Hitler if Britain and France
agreed pact'. The Telegraph. 18/10/2008. Disponível em:
http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/russia/3223834/Stalin-planned-to-send-amillion-troops-to-stop-Hitler-if-Britain-and-France-agreed-pact.html. Acesso em: 03/11/2015
ZAMOYSKI, Adam. História da Polônia. Lisboa, Edições 70, 2011.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta Revista
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XVII CONCURSO INTERNACIONAL DE
FREDERIC CHOPIN EM VARSÓVIA
Andrzej Sladowski (*)
Prezados Amigos,
O outono chegou, com sol e temperaturas ainda amenas… Chegou com músicas românticas,
celestes, geniais, inspiradoras, saídas do campo verde. Cheiro de flores, músicas campestres, gente
humilde, mas inspirada. O murmúrio das águas rolando pelos campos, o canto das arvores ao
vento… O menino Frédéric correndo e ouvindo estes sons maravilhosos tornou-se o nosso maior
compositor, romântico e inigualável. Um mestre genial do teclado, um músico maduro, já aos 9
anos da idade…
Algumas notas biográficas. Frédéric nasceu em 1 de marco de 1810, em Zelazowa Wola, uma
propriedade da familia nobre Skarbek, onde seu pai, Mikolaj Chopin, um francês, era professor e
mentor do filho de Graf Skarbek. A mãe, Justyna, foi a primeira professora do menino Frédéric, o
qual, com 6 anos de idade, começou a estudar o piano com o Prof. Zywny, um tcheco radicado na
Polônia.
A família Chopin se mudou para a capital Varsóvia e a primeira composição de Frederic, aos 9
anos, foi a Polonese em Si Bemol Maior. Começou também a frequentar os salões da sociedade
dando concertos beneficentes. Assim como o pequeno Mozart, ele tornou-se, a cada dia, um gênio
da música, da composicao, um inigualável conhecedor da música da
composicao, um inigualável conhecedor da música dos camponeses,
de onde tirava a inspiração para as primeiras e futuras composições.
Em 1826, viajou para o exterior. Viena, Praga, Desden. Em
novembro de 1830 saiu de Varsóvia para, após visitar várias cidades,
chegar, no ano de 1831, em Paris, onde ficou definitivamente.
Começou sua carreira de professor de piano, compositor e
concertista. Foi um artista venerado pela alta sociedade, tendo
vários amigos entre aristocratas e famosos músicos e compositores. Admirado e amigo de todos,
tornou-se uma figura famosa nas altas rodas parisienses…. Em 1836 conheceu a escritora George
Sand, que tornou-se sua companheira. Entretanto, a partir de 1839, a saúde do mestre começou a
piorar progressivamente. Sofrendo de tuberculose, que naquela época era incurável, foi
enfrequecendo.
(*) Jornalista e correspondente internacional da
na Polônia
25
O último concerto público de Chopin ocorreu em Londres. De volta a
Paris, não recuperou mais as forças e, no dia 17 de Outubro de 1849,
aos 39 anos, morreu no seu apartamento, na Praça Vendome 12. Está
enterrado no cemitério Pere Lachaise em Paris, mas o coração dele
repousa na Igreja da Santa Cruz, em Varsóvia.
Mas, vamos ao concurso. Foram 450 candidatos inscritos. Após as
eliminatórias, restaram apenas 84, entre eles, um grupo numeroso dos
asiáticos, com 36 pianistas concorrendo, e 15 competidores poloneses.
Na primeira fase qualificaram-se 78 candidatos, de 20 países. Já para
para a segunda etapa foram selecionados 43 pianistas. A terceira fase
teve apenas 20 classificados, dos quais apenas 10 realizaram o sonho de chegar à final. O júri
internacional foi composto de vencedores de vários anos anteriores, além de famosos professores,
críticos musicais, num total de 17.
Cada candidato recebia um certo numero de pontos, de acordo com as suas habilidades técnicas,
artísticas, entendimento do espiríto da música de Chopin (um dos quesitos mais importantes).
Durante 3 semanas, diariamente, pela manhã e à tarde, no auditório da Filarmônica Nacional, em
Varsóvia, os artistas apresentaram um repertório, composto por peças obrigatórias e livres. Foram
dias gloriosos, cheios de sons sublimes da musica do mestre Chopin... As músicas tristes, muito
pessoais, de um homem genial, mas profundamente ferido na alma, pela saudade da família, amores
infelizes, solidão e pela doença...
Para a final, qualificou-se apenas um pianista polones, o que causou uma certa revolta do público.
Predominaram os asiaticos, interpretando Chopin de maneira quase perfeita.
O primeiro lugar foi conquistado pelo sul-coreano Seong Jin Cho que juntamente com a medalha
de ouro, recebeu um prêmio de 30.000 euros, mais 3.000 euro pela melhor interpretação de
polonese. Em segundo lugar, ficou o canadense Charles Hamelin que recebeu a medalha de prata, e
um premio de 25.000 euros, acrescidos de 10.000 euros, pela melhor sonata. E o terceiro lugar foi
conquitado por uma chinesa Kate Liu, que recebeu medalha de bronze e um prêmio de 20.000
euros, sendo ainda contemplada com mais 5.000 euros pela melhor mazurka.
Meus amigos, os sons da música celestial do mestre Chopin silenciaram... Vamos esperar outros 5
anos, para, outra vez, viver e nos deliciar com esta música inigualável, cheia de emoção e
profundos sentimentos, uma música eterna e imortal….
Um abraço para todos!
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26
IDZIEMY NA PLAŻĘ?
Marek Polak
A praia é uma parte inerente da cultura carioca e tão fortemente inserida na alma do morador do
Rio de Janeiro, que só sendo gringo para ver o papel dela na vida da cidade. O Polonês gosta de
praia também, mas de forma um pouco diferente. No pequeno glossário da língua polonesa deste
número vamos brincar com as palavras polonesas que usamos na praia e com as diferenças
culturais que encontramos nas praias do Báltico e da Cidade Maravilhosa.
Então, vamos à praia? (Idziemy na plażę?)
A maioria dos Poloneses vai à praia somente
uma vez no ano. Então a coisa se torna
muito importante. As praias do mar Báltico
– Morze Bałtyckie – são de areia (piasek)
fina e cor amarelo (żółty) ou prata (srebrny),
então um Carioca poderia sentir-se bem. Há
lugares particularmente bonitos, onde as
praias ficam ao pé do penhasco (klif), como
em Jastrzębia Góra. (foto ao lado)
No Mar Báltico não há ondas (fale) grandes (duże) em lugar algum, nem correntes (prądy). Por
isto é bastante tranquilo (spokojne) e seguro (bezpieczne).
O Polonês leva para a praia algo pouco
compreensível para o carioca. Nós
chamamos isto “parawan” (paravento). É um
tipo de grade, que em teoria serve para
proteger-se do vento, mas na prática marca
fronteiras e providencia um pouco de
privacidade. É uma coisa que nunca vi nas
praias do Rio. Na Polônia, todo mundo
(wszyscy) tem seu parawan.
Na plaży, Polonês não tem canga (nem há palavra para traduzir ). O Polonês deita na sua toalha
(ręcznik), coisa que, depois de vir para o Rio, eu acho realmente pouco prático. Muito mais
raramente (rzadko) do que aqui ele usa cadeira de praia (leżak).
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27
Nas praias bálticas a gente brinca
mais do que aqui. Muitas pessoas
constroem castelos de
areia
(zamki z piasku), canais para
passar a água ou simplesmente
fazem buracos enormes (dziury)
para matar
o tempo (zabijać
czas). Muitos trazem brinquedos –
bolas (piłki plażowe), balde e pá
(wiaderko i łopatka), binóculos
(lornetka) para observar navios
(statek) e pássaros (ptak) ou
simplesmente livro (książka) ou
revista (gazeta). Devo dizer que
Pólwysep Helski
Polonês não possui a habilidade
carioca de simplesmente fazer nada (nic nie robić). Precisa se ocupar com algo, e isto é o motivo
desta procura por alguma atividade.
Como a pele (skóra) polonesa é bem branca (biała), nunca se pode esquecer (zapominać) sobre o
filtro solar (krem z filterm). O resultado de uma distração (gapiostwo) neste sentido pode resultar
em apelidos irônicos. A pessoa queimada vai ser chamada: “rak” (caranguejo), “flaga” (bandeira –
especialmente se passou o filtro só em uma parte do corpo), “spalony” (queimado). Todo mundo
adora dar tapinhas nas pessoas queimadas.
O único problema da costa polonesa é a instabilidade do tempo (pogoda). Muitas vezes durante o
verão chove (pada deszcz) em vez de fazer sol (jest słońce). Mas para ninguém o frio (zimno) é
um obstáculo. Polonês vai para a praia mesmo com uma temperatura de 15 graus.
To co!? Idziemy na plażę?
28
“24 RAZÕES PARA NUNCA VISITAR A POLÔNIA” (Parte II)
Colaboração de Rafael Perszel (*)
apresenta agora a segunda parte da bem-humorada visão da Polônia de
Jéssica Chiareli. Vale a pena conferir este relato simpático, irônico e muito bem ilustrado:
13. A Polônia praticamente surgiu do
nada – Biskupin (730 a.C)
14. E não tem nenhuma tradição
(concurso de presépios em Cracóvia)
15. As cidades não são grandes.
16. Tudo é muito medíocre (Wroclaw)
17. E “feio”! (Wawel)
18. A arquitetura é bastante comum
(*) Rafael Perszel é advogado, especialista em Direito Internacional, com foco na área de
imigração/emigração, atuando no Brasil e na União Europeia.
29
19. Tudo é cinza (Poznan)
20. Só existem paisagens
comunistas (Gdansk)
pós-
21. Os castelos não são impressionantes
(Malbork)
22. A comida é “horrível” (Sopa zurek
servida em uma taça de pão).
23. Os alimentos são pouco atrativos
(Oscypki em Zakopane)
24. Por que alguém iria se incomodar em
ver de perto a vista da Polônia? (Tatra)
30
STÓŁ
Marek Polak (*)
Nesta edição, o Prof. Marek Polak aborda a importância da mesa para os
poloneses, onde as famílias se reúnem para discutirem as mais diferentes
questões, dando muito valor à convivência, trocas e interações que reforçam
os laços de amor e amizade.
Dopóki nie wyemigrowałem do Brazylii stół zdawał mi się banalną częścią codzienności, stałym
elementem, nie posiadającym większego wpływu na moje życie. Ot poprostu, kawał drewna, na którym
mogę postawić sobie talerz.
Tymczasem, gdy przyjechałem do Brazylii zdałem sobie sprawę jak ważnym elementem życia rodziny, czy
społeczeństwa, kultury narodu jest ten z pozoru błachy element codzienności.
W Brazylii w wielu sytuacjach interakcji z innymi osobami czułem się zagubiony. Z początku kładłem to
na karb faktu, iż jestm gringo, nie wpasowanym w miejscowe realia, człowiekiem o innym kodzie
kulturowym. Miałem problem, żeby przedyskutować na korytarzu jakąś kwestię z profesorem na
uniwersytecie, nie mogłem się zrelaksować w barze pośród osób rozmawiających będąc opartymi o
ścianę. Uderzały mnie ołtarze w brazylijskich kościołach gdzie niejednokrotnie ksiądz unosił hostię nad
pustą przestrzenią. Zupełnie nie potrafiłem poczuć magii świąt Bożego Narodzenia, gdzie każdy obsłużył
się przy szwedzkim stole, wziął talerzyk do ręki i ruszył socjalizować się we wszystkich pomieszczeniach
domu.
Aż w końcu odkryłem. Brakowało mi tego
banalnego mebla – stołu. Gdy siadam
wygodnie na krześle i opieram ręce na
blacie, osoba znajdująca się na przeciwko
mnie zmienia się nie do poznania, przestaje
być Brzylijczykiem o innym kodzie
kulturowym a staje się partnerem. Jest mi
bliższa, staję się otwarty, zrelaksowany i
mogę prowadzić nie kończące się dyskusje.
(*) Marek Polak konczy Doktorat nt. spotkania faweli i swiata dzielnic regularnych, roli jakos
pelni w spolecznstwie Carioca stygmat i stereotyp i gdzie jest on kreowany. Próba uchwycenia
Rio de Janeiro jako projektu estetycznej utopii i rola faweli w tym projekcie.
31
Stół dla każdego Polaka to medium. Polacy przy stole komunikują się, nazwiązują współpracę, dyskutują,
kłócą się, godzą, cieszą, innymi słowy – obcują z drugim człowiekiem. Bez stołu stają się skrępowani
zagubieni. Stół to wehikuł zmieniający nasze nastawienie do świata, izolujący nas od zgiełku
codzienności, sprawiający, że poświęcamy cały czas osobie na przeciwko nas.
Tymczasem w Brazylii, stół dla tych wszystkich czynności społecznych jest najwyraźniej zupełnie zbędny.
Brazylijczycy wprost czują się skrępowani musząć wysiadywać długie godziny w jednym miejscu. Niemal
do rozpaczy doprowadzały mnie pierwsze wizyty gości w moim brazylijskim domu, gdzie osoby nawet
nie siadały, tylko od razu rozłaziły się po kuchni (do której w Polsce gość raczej wstępu nie ma),
pokojach, inne zdążyły już wyjść do sklepu, żeby zrobić ostatnie zkupy i Bóg jeden raczy wiedziec gdzie
jeszcze trzeba było szukac wszytskich zaproszonych na kolację.
Gdyby Da Vinci był Brazylijczykiem, „Ostatnia
Wieczerza” zapewne wyglądałby zgoła inaczej.
Możemy sobie wobrazić jakąś przestrzeń –
Chrystus stoi, w ręku trzyma chleb i wino,
apostołowie w kazdym zakątku obrazu, w
małych grupkach, popierani o ściany,
trzymający swoje talerze w dłoniach – żadnego
mebla.
Gdy moja narzeczona znalazła się pierwszy raz
na Śniadaniu Wielkanocnym w Polsce musiałem
jej długo tłumaczyć, że w tej pozycji spędzimy najbliższe godziny i że Polacy już tak mają, że będziemy tu
siedzieć, aż na prawdę zjemy wszystko i przegadamy wszystkie tematy, inaczej być nie może. Wspólnota
stołu utwierdza wspólnotę rodziny.
Gdy poszliśmy pierwszy raz do baru, sytuacja się
powtórzyła. Wszystkie stoliki stanowiły niemal
autonomiczne wysepki, do których z zewnątrz dostęp
miała conajwyżej kelnerka. Reszcie wstęp wzbroniony,
bo to właśnie przy stole otwieramy się przed zaufaną
osobą, to z nią, na wyłączność chcemy obcować, jej
poświęcić naszą całą uwagę. Polak przy stole się
jednoczy. Bez stołu nie ma tego co kultura zwykła
nazywać „nocne Polaków rozmowy”, a więc unii
międzyludzkiej, a zatem i społeczeństwa.
Amerykanie mają takie powiedzenie: Family that eats
together stays together.
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O LEGADO DE JAN MICHALSKI
“Durante 17 anos foi o crítico mais importante do Rio de Janeiro, ofício que exerceu no Jornal do
Brasil. Dono de um fino senso de humor, sempre apoiou trabalhos que considerava importantes,
mesmo depois de deixar de ser crítico. Foi um ferrenho combatente contra a censura no Brasil. O
colega Yan faz falta a todos nós, gente de teatro e seus amigos.”
Dr. José Dias
Este depoimento, encaminhado para a
por um dos três melhores cenógrafos do mundo,
segundo a comunidade teatral internacional, e grande amigo da Polonia Sociedade, Prof. Dr. José Dias,
fornece parte da dimensão do que foi o trabalho de Yan Michalski no âmbito do teatro brasileiro.
Jan Majzner Michalski nasceu em Czestochowa, no ano de
1932 e faleceu no Rio de Janeiro em 1990. Teórico, crítico e
ensaísta. Foi considerado um dos mais inteligentes críticos de
teatro do país, acompanhando um período de revoluções no
Brasil, seja nas artes cênicas, como também no âmbito político
e social. Sua visão acurada, levou-o a assumir, em 1963, a
coluna de teatro do Jornal do Brasil, permanecendo à sua
frente por 19 anos, o que lhe permitiu acumular
conhecimento transformado em dois livros. O primeiro
deles, intitulado O Palco Amordaçado, foi vencedor do
concurso nacional de monografia do Serviço Nacional de
teatro, em 1979. Já no ano de 1985 publicou O Teatro sob
Jan Michalski
Pressão, no qual sintetizou a produção teatral do período,
avaliando sua trajetória em tempos de censura.
Michalski utilizou a sua coluna no JB para refletir sobre seu próprio trabalho de crítico como no próximo
trecho: "A meu ver, a nossa tarefa prioritária consistiria em colocar nas mãos dos leitores recursos que os
capacitem a uma fruição mais plena e consciente do ato de ver teatro.(...) E, pelo menos indiretamente,
podemos assim às vezes levá-lo à conclusão de que um teatro mais exigente, que ele normalmente teria
tendência de evitar, pode ser para ele tão ou mais gratificante quanto as comédias comerciais que ele
normalmente teria tendência de procurar". Para assumir a coluna mudou seu nome para Yan Michalski.
Teve seus pais sequestrados pelo regime nazista e, em 1948, desembarcou no porto do Rio de Janeiro
para morar com seus tios, num apartamento na Av. Rui Barbosa, no Flamengo, tendo reiniciado seus
estudos no Liceu Franco-Brasileiro. Segundo Michalski: “no início da guerra de 1939, viajamos para
Lodz, onde permanecemos, ao lado dos meus avôs maternos, até a capitulação da Polônia.
Posteriormente, retornamos a Czestochowa, onde prosseguimos, até Outubro de 1940, a nossa existência
normal, dentro das limitações impostas pela ocupação. Avisados da próxima criação do gueto em
Czestochova, os meus pais entraram em contato com a senhora Weronika Sofia Batawia (…) que
conseguiu para mim o nome de Jan Michalski (…) e veio buscar- me em Czestochowa, levando- me para
Varsóvia. (…) Os meus pais foram para o gueto (…) Nunca mais os vi, e a única coisa que sei é que
foram deportados e mortos pelos ocupantes alemães.”
33
Em 1955 começou a trabalhar como ator amador no
Teatro Tablado (até hoje é considerado uma das
referências mais importantes para o teatro para crianças
brasileiro) e que havia sido fundado por Maria Clara
Machado, juntamente com seu pai Aníbal Machado,
além de Eddy Cintra de Rezende, Isabel Bicalho, Jorge
Leão Teixeira, Martim Gonçalves, em 1951, no
Patronato da Gávea
Em 1971, na sua coluna do Jornal do Brasil, ele
comentou a sua estreia: “Em Maio de 1955, eu fazia a O Baile dos Ladrões. Estreia teatral: Rubens
minha estreia teatral, no proscênio do Tablado, Correa como malabarista e Yan Michalski como
acrobata. Arquivo: O Globo, 1955
realizando a laboriosamente uns tímidos malabarismos
com três bolas de borracha, na cena inicial de O Baile dos Ladrões. Enquanto eu morria de medo de que
uma das bolas pudesse cair na cabeça dos espectadores, no outro canto do proscênio, o também estreante
Rubens Correia fazia, com religiosa seriedade, alguns exercícios de halteres”. E nos Cadernos de Teatro
número 90, de 1981 ele nos esclarece mais alguns detalhes sobre a sua participação no Tablado: “Como
eu senti que isso estava assumindo uma certa dimensão na minha vida, eu quis estudar teatro. E, por
coincidência exatamente nessa época estava sendo criada a Academia de Teatro da Fundação Brasileira de
Teatro da Dulcina. Então me inscrevi na primeira turma de direção (…) Paralelamente eu fazia Tablado e
estudava direção. E me formei então na primeira turma onde foram meus colegas, o Cláudio Correia e
Castro, o Ivan de Albuquerque, o Rubens Correia”.
Michalski formou-se em direção teatral, em 1958, pela Fundação Brasileira de Teatro, tendo como
professores Adolfo Celi, Gianni Ratto e Ziembinski. Neste mesmo ano, Michalski (Vice Bruxo),
juntamente o com o ator Germano Filho (Bruxo Belzebú) tornou a dupla memorável na peça A
Bruxinha Que Era Boa, escrita por Maria Clara Machado, e que fora classificada pelo júri do I Festival de
Teatro Infantil como “Hors Concours”, segundo nota do Jornal Correio da Manhã, de 22 de Junho de
1958.
No período entre 1955 e 1961, Yan Michalski participou de 13 espetáculos do Teatro Tablado, nas
funções de ator, assistente de direção e diretor.
Em 1964, participou do Encontro do Teatro Alemão em Berlim e, em 1969, conheceu o teatro
americano, à convite do governo americano. Em 1973, voltou à sua terra natal para visitar o teatrolaboratório de Jerzy Grotowski.
Ao retornar, em 1974, assumiu a presidência da Associação Brasileira de Críticos Teatrais (ABCT),
permanecendo no cargo até 1976. Neste mesmo período, mais precisamente em 1970, começou a dar
aulas no Conservatório Nacional de Teatro (atual Escola de Teatro da Uni-Rio), onde permaneceu por 12
anos.
34
Em 1982, Yan Michalski foi um dos fundadores da CAL
– Casa das Artes de Laranejeiras, um centro de
formação e treinamento de mão-de-obra artística para
diversos setores das artes cênicas. De imediato assumiu
o cargo de coordenador da escola de formação de
atores, função que exerceu até sua morte. Neste mesmo
ano, Michalski recebeu dois prêmios Troféu Mambembe
e o Prêmio Paulo Pontes. O reconhecimento não parou
Casa das Artes de Laranjeiras - CAL
por aí. Em 1983, recebeu o título de Chevalier de
l'Ordre des Arts et Lettres, outorgado pela França, e, em 1984, a Medalha de Mérito Cultural, pela
Polônia.
Como homenagens póstumas, recebeu quatro prêmios, entre eles, o
Golfinho de Ouro e o do Festival de Teatro de Londrina. Na década de
1990 foram publicados dois livros póstumos: Teatro e Estado, 1992,
finalizado pelo próprio autor, e Ziembinski e o Teatro Brasileiro, 1995,
um extenso trabalho realizado para o CNPq, sintetizado por Fernando
Peixoto. Deixou inconclusa a obra Pequena Enciclopédia do Teatro
Brasileiro, com 115 verbetes redigidos, mais farto material de pesquisa
coletado, fruto de seus três últimos anos de trabalho.
Em 1999, foi inaugurado o Espaço Yan Michalski dentro da CAL, e que
foi projetado pelo cenógrafo e arquiteto José Dias, mencionado no
início desta coluna, com capacidade para 96 espectadores, batizando,
também, a biblioteca da mesma instituição
Segundo Johana Albuquerque, assistente de Yan na pesquisa
sobre Ziembinski e coordenadora da enciclopédia Itaú
Cultural: "Yan foi mais que um crítico ou mesmo um teórico
sobre as artes cênicas brasileiras. Foi um amigo e consultor
constante da classe teatral, combativo e presente nas
manifestações contra a repressão e a censura e, nas últimas
décadas de vida, quando já não mais escrevia nos jornais,
receptivo e sempre disponível para prestar uma consultoria
ou mesmo dar conselhos a todos que o procuravam. Podia
Michalski na CAL
ser um autor mostrando-lhe um novo texto; um diretor
com uma nova concepção de encenação; uma atriz com um novo projeto; alguém querendo organizar
um encontro... Enfim, apesar de sempre envolvido com uma nova pesquisa, Yan sempre tinha tempo
para receber os artistas e produtores, que o buscavam porque sua opinião era absoluta: Yan Michalski, de
certo modo, representava a voz unânime a que todos do teatro carioca queriam ouvir".
35
MERCADO DE LUXO NA POLÔNIA
Aleksandra Sliwowska Bartsch (*)
A Polônia, com uma dinâmica de crescimento econômico consistente tem, cada vez mais, se tornado
um mercado atraente para os produtores de artigos de luxo. O número de pessoas consideradas ricas
aumenta 8% ao ano na Polônia. São, principalmente, empresários, que aproveitam os benefícios fiscais
de impostos com alíquotas fixas. Além disso, há um grupo que tem experimentado uma expansão que é
constituído por trabalhadores que ganham mensalmente acima de 20 mil zlotys e possuem um
patrimônio acima de 1 milhão de dólares.
A Polônia tem passado ao largo da crise. O PIB
per capita superou os US$ 24.000 e alcançou 65%
do nível de renda da Europa Ocidental, feito só
registrado em 1500, quando a Polônia viveu a sua
Época de Ouro.
Com a expansão da renda, estudos apontam para
um gasto de US$ 3,4 bilhões com bens de luxo,
apenas em 2016, com previsão de crescimento de
11% para 2017.
Uma curiosidade é que estão previstos gastos
da ordem de US$ 12 bilhões no que tange
ao comércio
eletrônico. Isto
representa
uma possibilidade real tanto para o comércio
tradicional quanto o eletrônico, numa população que apresenta uma elevada taxa de adoção da internet,
com 67% de pessoas conectadas.
O clientes de luxo poloneses valorizam principalmente a qualidade e o design dos produtos. Os
maiores gastos dos poloneses ricos são com carros de luxo,
seguidos de joias e relógios de luxo.
O mercado polonês é visto pelos especialistas como ideal
para aqueles que desejam entrar em um mercado seguro,
com uma economia em expansão a partir de bases seguras,
no coração da Europa
(*)Doutora em Gestão da Inovação Tecnológica (UFRJ), Mestre em Engenharia de Produção
(COPPE/UFRJ0 e Economista (UFF). Professora universitária, pesquisadora na área de Inovação e
Sustentabilidade e coordenadora de cursos de graduação.
36
•
entrevistou o Ministro dos Ex-Combatentes e Vítimas da
Repressão da Polônia Jan Stanislaw Ciechanowski, durante visita oficial ao
Rio de Janeiro. Doutor em História pela Universidade de Varsóvia, onde
leciona e é pesquisador, ocupa o cargo desde 2013. Tem trabalhado visando
buscar o devido respeito e apoio aos veteranos de guerra e vítima da
repressão, outorgando-lhes poderes legais que permitam o reconhecimento
oficial de suas lutas. A entrevista, em polonês, foi traduzida para o
português por Aleksandra Sliwowska Bartsch.
PC: Quais são os maiores desafios do seu Ministério?
Jan Stanislaw Ciechanowski: Fortalecer o elo entre a Polônia e aqueles que lutaram e sofreram por
uma Polônia livre. O caso polonês é muito específico. Temos combatentes e vítimas da repressão, como
prisioneiros de campos de concentração nazistas e soviéticos, espalhados pelo mundo inteiro. Muitos
deles não puderam ou não quiseram voltar para a Polônia depois de 1945. A Polônia havia se tornado
uma ditadura e, muitos não se lembram, uma ditadura imposta por um inimigo mortal. Nosso trabalho é
lembrar destes combatentes, reconhecer o valor de sua luta. Não se trata apenas de encontra-los, mas
que seus filhos e netos reconheçam que graças ao seu heroísmo a Polônia é hoje um país livre. Pois, se
eles não tivessem lutado na 2ª Guerra Mundial, se não tivessem se sacrificado durante a época
comunista, nós seríamos um país completamente diferente. Por exemplo, a Associação dos ExCombatentes Poloneses no Brasil, que infelizmente já não é numerosa, continua trabalhando
ativamente, na pessoa do seu presidente Sr. Ignacy Felczak, não apenas no Brasil, mas na Polônia, em
Londres, e todos sabem que esta alma combatente está mais viva do que nunca no Brasil. Também
buscamos agradecer aos brasileiros descendentes de poloneses que trabalham para que este espírito
polonês não se perca, cujas ações no Brasil, em Londres e em tantas partes não permitiram, por
exemplo, aos comunistas esquecerem de que a Polônia não lhes pertencia.
PC: A situação na Ucrânia e no mundo em geral é especialmente difícil. Como o senhor avalia este
momento conturbado para a própria Ucrânia e para a Polônia?
Jan Stanislaw Ciechanowski: Combatentes temos em todos os lugares, inclusive na Rússia. Os
soldados que integraram a chamada Armia Krajowa (Exército Nacional) estão numa situação muito
difícil. Temos relações próximas com a Ucrânia, mas é necessário dos trágicos acontecimentos ocorridos
durante a 2ª Guerra Mundial, caso contrário nunca poderá se falar em união. Se alguém acha que se
pode falar em união apenas dando um “reset” nos acontecimentos, é impossível. Se o massacre dos
poloneses em Wolyn for esquecido não haverá unidade. Uma atrocidade como esta precisa ser mostrada.
As novas gerações de ucranianos não sabem deste capítulo triste da história. Nós também não podemos
esquecer da história, pois vivem na Polônia milhares de sobreviventes deste massacre e seria muito ruim
se a Ucrânia, que é uma nação independente apoiasse sua memória nacional naqueles que ordenaram
um massacre como este, apenas para realizar uma limpeza étnica. De outro lado, temos exemplos muito
positivos de trabalho conjunto. Grande parte da revolução laranja ucraniana, ocorrida em 2005, foi
apoiada pela Polônia. É impossível pensar numa Polônia livre, soberana sem uma Ucrânia também
soberana. Temos uma história conjunta, frequentemente complicada, que não pode e não deve apagar
37
certas verdades. Na Europa, frequentemente quem tem mais dinheiro, tem uma carta de apresentação
mais bonita em relação à II Guerra Mundial. Precisamos lutar contra isso. Muito preocupante a
identificação da Europa Ocidental com as filosofias marxista e nazista. As pessoas não têm ideia do que
é o marxismo e muitas vezes é difícil explicar. Quanto ao nazismo, na Alemanha, 10% dos eleitores
votam no partido neonazista. Vejo que é muito ruim o fato da Europa estar se radicalizando e a Polônia
é um exemplo de que visões radicais como esta não tem vez. Nenhum partido defende uma bandeira
radical, pois os poloneses tradicionalmente não votam em radicais.
PC: O senhor acha que a sociedade contemporânea não aprendeu nada com a II Guerra Mundial?
Jan Stanislaw Ciechanowski: Penso que as lições existem, pois quando olhamos a história do
Solidariedade na Polônia, pode-se observar que a causa foi apoiada, não apenas pelos integrantes do
chamado mundo livre, mas por associações de classe, que teoricamente deveriam apoiar Moscou. De
repente, os comunistas começaram a atirar em trabalhadores na Polônia e isto foi muito importante pois
muitas vezes faltava o conhecimento. É preciso um esforço do governo polonês para ampliar este
conhecimento. Um exemplo disso é o filme Katyn de Andrzej Wajda que foi, por exemplo, proibido na
Itália, pois o partido comunista italiano controlava a distribuição de filmes. No final, conseguiu-se
vencer barreiras como esta, que ocorrem frequentemente. É necessário intensificar o acesso a
informação e de maneira verdadeira. Por exemplo, culpar os poloneses pela participação no holocausto
é um grande absurdo, assim como precisa-se lutar, através da propagação de informações, contra o fato
de que algumas nações tentam dividir a responsabilidade pelo nazismo. Os poloneses estão cada vez
mais respondendo à altura de tais acusações.
PC: O senhor poderia deixar uma mensagem para a colônia polonesa no Rio de janeiro?
Jan Stanislaw Ciechanowski: Penso que o mais importante é que este espírito polonês tenha
continuidade. Daqui há 30 anos, não existirá mais nenhum combatente polonês da 2ª Guerra Mundial.
Não haverá mais nenhum sobrevivente da repressão alemã ou soviética. A Polônia é um país cada vez
mais rico e democrático, e um dos maiores da Europa. De um lado é fundamental manter este espírito
polonês através do contato com a Polônia, que pode mostrar ao Brasil o quanto contribuiu para que o
mundo fosse livre, um maravilhoso exemplo para as novas gerações. Vocês têm sorte pois nasceram e
vivem em um país que sempre foi livre e goza da simpatia mundial, uma referência quando se trata de
liberdade. É muito gratificante quando se encontra tantos brasileiros que têm orgulho de sua origem
polonesa, embora muitas vezes já não falem o polonês. Penso que se este contato for mais frequente
será possível aprofundar estes laços que surgiram de uma relação entre os dois países muito amigável
tanto do ponto de vista nacional e em vários campos como o político, o militar, o comercial. Isto
permitirá manter estas tradições polonesas, lembrando dos poloneses que vieram para o Brasil, o quanto
contribuíram para o seu crescimento e, de outro lado, como o Brasil soube acolher os poloneses ao
longo de períodos conturbados como a 2ª Guerra Mundial. É a cordialidade recíproca que merece ser
reverenciada, estudada do ponto de vista histórico, cultural para que estas relações sejam cadavez mais
intensificadas.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta Revista
38
RIO DE JANEIRO
A Escola de Cinema Darcy Ribeiro apresentou seis filmes inéditos no
Brasil, que retratam as mudanças ocorridas na sociedade polonesa desde os
anos 1940. A mostra Histórias de Transformação, fez parte da
programação do Festival do Rio. Foram exibidos os filmes Como Ser
Amada (dir. W. Jerzy Has), Como Viver (dir. M. Łoziński), O-BI, O-BA:
Fim da Civilização (dir. P. Szulkin), Corvos (dir. D. Kędzierzawska), 300
milhas até o céu (dir. M. Dejczer) e Dívida (dir. K. Krauze)
PORTO ALEGRE
BRASÍLIA
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
39
POLÔNIA INVESTE EM PROPAGANDA NO
HORÁRIO NOBRE
O governo polonês veiculou nas últimas semanas propagandas na TV
brasileira como forma de promover produtos e empresas polonesas. Esta
estratégia foi adotada logo após a visita do vice-presidente do Brasil
Michel Temer à Polônia. Os dois países demonstram interesses
recíprocos. Um dos objetivos da visita de Temer foi tratar da possível
comercialização de aeronaves da Embraer.
742 ANOS DE BRINDES
Reconhecido como o restaurante mais antigo da Europa, o Piwnica Swidnica
funciona ininterruptamente desde 1273. Reduto de artistas e intelectuais, teve ao longo
de sua história clientes renomados como Chopin, Słowacki, Wybicki e Goethe. Em
uma de suas salas por muitos anos estave escrito: “quem não esteve no Piwnica
Swidnica, não conheceu Wroclaw”. O restaurante conta com uma área total de 1680
m2, dos quais 900 m2 são divididos em 9 salas temáticas, com capacidade para 380
clientes sentados.
40
PRES. IGNACY FELCZAK É HOMENAGEADO EM VARSÓVIA
O Presidente da Associação dos Ex-Combatentes Poloneses no Brasil, Sr. Ignacy
Felczak, foi condecorado com a Cruz Federal de Honra e Mérito, pelo
Embaixador da Alemanha na Polônia, Sr. Rolf Nikel, na Embaixada da Alemanha
em Varsóvia, em cerimônia especificamente marcada para esta finalidade e que
contou com a participação de convidados eminentes, como ex- embaixadores e
cônsules da Polônia no Brasil. Entre muitas autoridades presentes, estiveram os
ex-embaixadores da Polônia no Brasil Katarzyna Skórzynska e Jacek
Junosza Kisielewski. Esta condecoração é muito importante, por reconhecer o
patriotismo e democracia dos jovens soldados poloneses que lutaram no Levante
de Varsóvia de 1944. Foi criada pelo presidente da Alemanha, Sr. Joachim Gauck,
por ocasião da inauguração da Exposição sobre o Levante de Varsóvia, em julho
de 2014, em Berlim, no “Palácio dos Horrores”, antiga sede da Gestapo e SS.
MENÇÃO ESPECIAL
parabeniza, o grande amigo da Polonia Sociedade Beneficente do
Rio de Janeiro, Prof. Dr. José Dias, pela posse na Academia Brasileira de
Educação.
Considerado pela comunidade teatral internacional como um dos três melhores
cenógrafos do mundo, José Dias é um dos professores mais antigos da UNIRIO,
onde foi Vice-Reitor, tendo trabalhado por 16 anos na TV Globo ao lado de
grandes nomes como Dias Gomes e Régis Cardoso. Recebeu várias homenagens
e prêmios como o Shell e o Mambembe.
41
PRESENÇA POLONESA NA CHINA
A Comissão Brasileira de História Militar - sediada no
Instituto de Geografia e História Militar do Brasil filiada a
Comissão Internacional de História Militar se fez
representar no 41º Congresso Internacional de História
Militar na China, em agosto, com o tema: “II Guerra
Mundial e a evolução da guerra no século XX”. O Cel R1
Cláudio Skora Rosty apresentou o tema "70 Anos da Força
Expedicionária Brasileira: a única tropa latino-americana na
II Guerra Mundial na Europa“.
A NITERÓI QUE O RIO PRECISA VER
Foi realizado no Unilasalle-RJ o evento "A Niterói que o Rio
precisa ver", coordenado pelas professoras doutoras Aleksandra
Sliwowska Bartsch e Silvia M. Oliveira, que visou mostrar Niterói
como um presente para a Cidade Maravilhosa quando esta
completa 450 anos. O evento contou com palestras, exposição de
fotografias, declamação de poesias e lançamento de um livreto
com curiosidades sobre a Cidade Sorriso.
70 ANOS DA VITÓRIA - CONDECORAÇÕES
Os sócios da Polonia Sociedade Alina Felczak, Aleksandra
Sliwowska e Ignacy Felczak foram condecorados com a Medalha
do Jubileu de 70 anos da Vitória Inter-Aliada, outorgada pela
Liga de Defesa Nacional no Rio Grande do Sul e pela Academia
de História Militar Terrestre do Brasil, por indicação do Centro
de Estudos e Pesquisas de História Militar do Exército. Uma
emocionante cerimônia, organizada pelo General Marcio Bergo e
pelo também sócio Coronel Claudio Skóra Rosty, ocorrida na
sala onde D. Pedro II aceitou a maioridade e que foi residência
do Ministro da Guerra. A Medalha foi criada para homenagear os Febianos e pessoas que se
dedicam para que seu heroísmo não seja esquecido. Estiveram presentes, entre outros, o Gen Ex João
Camilo Pires de Campos – Chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército, o Gen Bda
Walter Nilton Pina Stoffel – Diretor do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército e o Comandante
do III COMAR, Maj Brig Ar José Euclides da Silva Gonçalves.
42
Este é um espaço dedicado à você Caríssimo Leitor. Aproveite para enviar suas críticas, sugestões,
elogios. Que seja este um espaço de troca de ideias, democrático e inspirador de novas iniciativas.
Através do e-mail: [email protected] nós da
abrimos mais um canal de
comunicação e interatividade.
Prezados Senhores,
Tivemos a grata satisfação de receber a publicação quadrimestral desta Sociedade, através da Paulo Kochannny do
Consulado Geral da Polônia em Curitiba.
Parabenizamos e perguntamos se poderíamos receber em Erechim também, via eletrônica?
Agradecendo suas atenções, ficamos ao dispor.
Nilton Miguel Groch
Pres. Soc. Instrutiva e Recreativa Rui Barbosa
Erechim/RS
Prezada equipe de redação da Revista Polônia Carioca,
O Sr. Kochanny Paulo fez chegar a meu conhecimento a sua iniciativa, enviando-me a edificante revista virtual.
Suas matérias enriquecem o leitor dando o preciso significado do que é a pátria polaca.
Tenho o maior prazer de repassar essa revista virtual de grande valor para todos nós que amamos a Polônia.
Abraço cordial do Francisco Braga
Szanowni Panstwo,
Dziekuje za kolejna edycje "Polonia Carioca"!
Gratuluje wlozonej pracy i wytrwalosci w publikacji tego cennego periodyku elektronicznego!
Z wyrazami szanowania - ks. Zdzislaw Malczewski
Visite os meus portais:
Zapraszam do odwiedzin moich portali:
www.polonicus.com.br
www.polska-misja.com.br
43
Prezados:
Parabéns pela iniciativa de lançar uma Revista que trás informações interessantes e atuais sobre assuntos poloneses.
O trabalho está diversificado e claro nas suas questões e colocações. É interessante saber o que a Polônia Sociedade fez
e/ou promoveu.
Como sugestão acredito que seria interessante a Sociedade ter uma "mala direta" virtual (e-mail dos interessados) em
que pudesse ser informado o que acontecerá (a programação que se está pensando ou já programada) para que, aqueles
que tenham oportunidade possam participar.
Mais uma vez parabéns pelo trabalho.
Marco Miranda Castro Araujo
Szanowni Państwo,
w rocznikach Polonia Carioca z roku 2014 oraz 2015 znalazłam kilka wzmianek o Rościsławie Kępińskim oraz
o jego rodzinie. Jestem bardzo zainteresowana jego osobą ponieważ jest on autorem zapomnianej powieści, o której
piszę dysertację doktorską. Książka zatytułowana "Budujemy kanał. Wspomnienia kierownika biura planowania"
została wydana przez Polski Dom Wydawniczy w Rzymie w 1947 roku, a sam autor był żołnierzem II Korpusu
Armii Andersa i w randze kapitana walczył w 10 plutonie rozbrajającym bomby. Na temat jego osoby niewiele
wiadomo, a jedną z części mojego doktoratu jest rozdział poświęcony odtworzeniu biografii Kępińskiego.
Czy Państwa organizacja posiada jakieś dokumenty na temat ludzi, którzy przybyli do Rio de Janeiro po
zakończeniu II Wojny Światowej? (ok. roku 1947-1948)
Czy mają Państwo możliwość skontaktowania mnie z potomkami Rościsława Kępińskiego.
Będę wdzięczna za udzielenie wszelkich informacji.
z wyrazami szacunku
Katarzyna Pańczyk
Nota Importante:
Segundo relato da Sra. Alessandra Kepinski, filha de Roszcislaw
Kepinski, mencionado na correspondência recebida acima, foi
feito o contato solicitado e que gerou uma grata surpresa pelo fato
da Sra. Kepinski ter tomado ciência de que, na Polônia, uma
acadêmica de literatura está escrevendo uma tese de doutorado
sobre o livro que seu pai escreveu e publicou em 1947.
44
OURO DO BÁLTICO
Orgulho entre os poloneses, o âmbar tem sido cada vez mais
valorizado em suas centenas de tonalidades e lapidações. Talvez
poucas substâncias ao longo da história, tenham assistido à evolução
da humanidade como esta resina vegetal, que se tornou fóssil há cerca
de 50 milhões de anos e que hoje encanta o mundo sob as mais
diferentes formas, muitas vezes emolduradas por prata de lei.
Os celtas têm no âmbar o símbolo do deus do sol. É também o resíduo das lágrimas da Senhora do
Mar, a deusa Jurate, que morando em um castelo de âmbar no fundo do Mar Báltico chora até hoje
por ter se apaixonado por um mortal, condenando-lhe à morte.
O âmbar sempre foi considerado divino e sobrenatural. Os povos do Báltico acreditavam que caso
alguém mentisse usando um colar de âmbar, seria estrangulado. Acreditavam ainda que a resina
deveria ser usada para afastar espíritos maléficos, acidentes, doenças ou mau olhado.
Registros apontam para o uso do âmbar ainda na era
neolítica quando as mulheres descobriram que as
pedras que flutuavam no mar queimavam mais
facilmente que a madeira. Há registros de
descobertas de artefatos de âmbar, em criptas
egípcias, no ano de 3200 a. C.
Fonte de imortalidade para quem o possuísse, os
caçadores neolíticos enterravam seus mortos com
peças feitas de âmbar. Nos séculos XIII e XIV, seu
uso para a confecção de rosários foi proibido em
muitas ordens pois denotava uma opulência
exagerada.
A crença no âmbar é tão presente ainda nos dias atuais que uma lenda
polonesa garante que após a Terceira Guerra Mundial, sobreviverão
apenas aqueles de bom coração, cuja miséria e tristeza serão
recompensadas com a riqueza de um enorme âmbar que emergirá das
profundezas de um lado na cidade de Kartuzy.
45
PATO À POLONESA (COM MAÇÃ E MEL)
Marek Polak
Um prato típico da cozinha polonesa é o pato. Historicamente usava-se o
pato caçado, que muitas vezes trazia restos de chumbo que se encontravam
na boca. Em nossos tempos tecnocráticos, usa-se principalmente pato de
criação, que à polonesa deve ser preparado com manjerona, maçã e mel. O
pato pode ser inteiro (recheado), ou pode ser em filezinhos. Recentemente
introduzi o pato para o menu da nossa casa brasileira e minha noiva ficou
absolutamente encantada.
INGREDIENTES
Dois filés de peito de pato
Quatro maçãs grandes (azedas)
Três colheres de sopa de mel (natural!) bem cheias;
Manjerona, sal, azeite à gosto.
Pitada de canela
MODO DE FAZER
Manuseando delicadamente, ao desembalar, não rasgue a pele e não a separe da carne. Faz cortes
delicados na pele do peito, no formato xadrez, mas sem cortar a carne. Esfregue com sal, regue
com um pouco de azeite e esfregue com manjerona. Coloque os peitos temperados numa
travessa, cubra com papel alumínio e coloque no forno pré-aquecido (180–200oC) por cerca de
1,5 a 2 horas. Quando o pato estiver macio, tire o alumínio e coloque na travessa uma maçã
cortada em quatro, com pele e sem sementes e deixe no forno por mais 15 a 20 minutos, para que
fique dourado.
Descasque as três maçãs, corte em cubos e jogue na frigideira com um pouco de manteiga sem
sal. Quando as maçãs começarem a fritar, regue com uma pitada de canela e adicione o mel.
Misture tudo. As maçãs precisam ser fritas até ficarem macias (mas não podem se desestruturar).
Junte as maçãs fritas ao pato somente quando for
preparar o prato. O pato é servido com kopytka (um
tipo de gnocchi polonês) ou com kluski slaskie (massa
feita de batata e farinha de batata). Como o pato solta
muita água, pode ser acompanhado de algum tipo de
de massa. O prato pode ser também decorado com
laranja. Quanto ao acompanhamento, se pensamos
em um legume, a minha opção favorita para o pato é
cenoura ralada com maçã com um pouco de açúcar e
suco de limão. Também pode ser repolho vermelho
ou beterraba.
Bom apetite!
46
PAIXÃO DENTRO E FORA DA QUADRA
O professor de Direito Rodrigo Lychowski une na poesia de sua autoria,
intitulada Maracanãzinho duas de suas grandes paixões: a Polônia, da qual
descende e o vôlei. Inspirado pela presença da Polônia na Cidade Maravilhosa,
por ocasião das finais da Liga Mundial 2015, o Prof. Lychowski não esquece
também a torcida polonesa que foi apoiar o time, que terminou a Copa do
Mundo de Voleibol Masculino 2015 em terceiro lugar, atrás dos Estados
Unidos e Itália.
Maracanãzinho
Pintados de vermelho e branco,
Cantamos o hino polonês
e os refrões que eles já conheciam
Na quadra, contudo,
o time perdia.
Mas a luta por cada jogada,
não permitia que o jogo terminasse.
É como se eles simbolizassem
a luta de uma nação,
que jamais se entregou,
ano após ano,
séculos por séculos.
É verdade que o time perdeu
mas aquela luta heróica
suavizou a derrota.
47
POLONIA
SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO
EXPEDIENTE
FUNDADA EM 30/11/1890
Presidente: Stefan Janczukowicz
Vice-presidentes: Elvira Helena Gimbitzki e Marianna Brocki
Tesoureiros: Hélio Kowalesli e Roberto Piesiecki
Secretárias: Alessandra Kepinski e Laura Miranda
Conselheiros: Alina Felczak, Helena Warzynski, Lucyna Ve^rônica
Brocki Cozzolino e
Claudio Skóra Rosty
Conselho Consultivo: Jadwiga Matic, Jerzy Lepecki, Tomasz Lychowski
Conselho Fiscal: Maria Malgorzata Wojnowski, Expedito Máximo Bezerra, Adilson Stofel
dos Santos, Rodrigo Lychowski e Vicente Pawelec
Suplentes: Fatima Patrícia Pontes Veloso, Francisco Klujsza, Krystyna Hillekes, Liliana
Syrkis e Jorge Pastusiak.
Editora: Aleksandra Sliwowska Bartsch
Distribuição eletrônica
Contato: (21) 2558-1391 / 2557-1318 – e-mail: [email protected]
A Revista Eletrônica Polonia Carioca é uma publicação quadrimestral da Polonia Sociedade
Beneficente do Rio de Janeiro

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