o selamento do povo de deus

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o selamento do povo de deus
O SELAMENTO DO POVO DE DEUS
Prefácio
Uma das mais interessantes e ao mesmo tempo mais controversas doutrinas entre os guardadores
do Sábado nestes últimos dias é a mensagem de Apocalipse capítulo sete. O selamento dos 144 mil
tem sido um assunto já de há muito tratado entre estudantes diligentes da Bíblia e do Espírito de
Profecia. Esta preciosa verdade é da máxima importância, porquanto nós, individualmente, ou
receberemos o selo do Deus vivo ou a marca da besta. Queiramos ou não, creiamos ou não, e até se
não entendermos o assunto plenamente, nosso destino será com uma dessas duas classes.
Embora tenhamos, no passado, publicado artigos, panfletos e livretos sobre esse assunto, agora os
reunimos num volume, e incluímos algumas declarações do Espírito de Profecia. Respondemos às
perguntas que se nos têm perguntado de vez em quando, bem como às objeções feitas contra a
obra do selamento. Nas páginas finais deste livro reproduzimos artigos originais publicados por
alguns dos pioneiros, como Uriah Smith, J. N. Loughborough, H. R. Johnson e outros.
Não é nosso intento entrar em controvérsia, mas explicar o que a Bíblia e o Espírito de Profecia nos
dizem sobre a obra do selamento. É nosso propósito fazer minucioso estudo desta questão, tendo
em mente que esta foi uma verdade muito importante na experiência dos primeiros Adventistas do
Sétimo Dia, e que foi a primeira doutrina impressa em seu periódico quando iniciaram a obra de
publicações.
As palavras em negrito indicam ênfase dada pelo editor. Onde a ênfase é feita pelo autor,
imprimimos em itálico. Fizemos também tudo o que nos foi possível para citar todo o material de
fontes originais exatamente como aparecem, inclusive pontuação e maiúsculas.
Convidamos o caro leitor a continuar conosco até o fim deste estudo. E se alguma outra questão
surgir em sua mente, teremos prazer em ouvi-lo. Sugerimos que este assunto seja estudado com
fervorosa oração, para que não se passe por alto nenhum ponto desta verdade. Queira Deus ajudarnos a fim de estarmos preparados para receber em nossa testa o selo do Deus vivo, ser protegidos
no dia da matança e fazer parte dos 144 mil.
A. C. Sás
Capítulo 1
Uma mensagem de vida ou morte
A profecia de Isaías 58:12 e 13 é de grande importância por predizer uma obra de restauração da
rotura feita na Lei de Deus. Por muitos séculos a verdade do Sábado tem sido rebaixada, mas deve
ser exaltada e observada pelo fiel povo de Deus nestes últimos dias da história do mundo. Diz a
profecia:
"Os que de ti procederem edificarão os lugares antigamente assolados, e levantarás os fundamentos
de geração em geração; chamar-te-ão reparador de brechas, e restaurador de veredas com
moradias. Se desviares o teu pé de profanar o Sábado, de fazer a tua vontade no Meu santo dia, e
se chamares ao Sábado deleitoso, e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não
seguindo os teus caminhos, nem te ocupando nas tuas empresas, nem falando palavras vãs, então
te deleitarás no Senhor. Eu te farei cavalgar sobre os altos da Terra, e te sustentarei com a herança
de teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse." Isaías 58:12-14.
A reforma do Sábado teve início nos primeiros dias do movimento do advento, e os pioneiros
compreenderam a importância dessa mensagem. Embora não pudessem ver sua íntima ligação com
a mensagem do terceiro anjo, entenderam que esta predizia a reforma do Sábado. A serva do
Senhor diz de sua experiência inicial:
"Quando começamos a apresentar a luz sobre a questão do Sábado, não tínhamos idéia claramente
definida sobre a mensagem do terceiro anjo de Apocalipse 14:9-12. A nota tônica do nosso
testemunho, ao nos apresentarmos diante do povo, era que o grande movimento do segundo
advento era de Deus, que a primeira e a segunda mensagens já haviam sido proclamadas, e que a
terceira mensagem devia ser anunciada. Vimos que a terceira mensagem finalizava com as
palavras: ‘Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e
a fé de Jesus.’ E víamos, com a mesma clareza com que vemos agora, que essas palavras proféticas
sugeriam uma reforma a respeito do Sábado." —Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, págs. 78 e 79.
Na declaração acima pode-se ver que a reforma do Sábado está ligada à mensagem do terceiro
anjo. Uma é tão importante como a outra. Esta é a mensagem que deve ser pregada ao mundo.
"A mensagem do terceiro anjo requer a apresentação do Sábado do quarto mandamento, e esta
verdade tem de ser levada perante o mundo. Mas o grande centro de atração, Jesus Cristo, não
deve ser deixado fora da mensagem do terceiro anjo." —Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 383.
A mensagem do terceiro anjo e o santuário celestial são dois assuntos que estão sempre ligados:
"Deus confiou a Seu povo uma obra a ser realizada na Terra. A mensagem do terceiro anjo devia ser
proclamada, o espírito dos crentes devia ser dirigido ao santuário celeste, aonde Cristo entrará para
fazer expiação por Seu povo. A reforma do Sábado devia ser levada avante. A brecha na Lei de Deus
precisava ser reparada. A mensagem precisava ser proclamada com grande voz, para que todos os
habitantes da Terra recebessem a advertência." —Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 67 e 68.
"O terceiro anjo encerra a sua mensagem assim: ‘Aqui está a perseverança dos santos, os que
guardam os mandamentos de Deus a fé de Jesus.’ Apocalipse 14:12. Ao dizer ele estas palavras,
aponta para o santuário celeste. ...
"Depois que Jesus abriu a porta do lugar santíssimo, viu-se a luz a respeito do Sábado, e o povo de
Deus foi provado, como o foram os filhos de Israel antigamente, para se ver se guardariam a Lei de
Deus." —Primeiros Escritos, pág. 254.
É evidente que a reforma do Sábado, que é a mensagem do terceiro anjo, é também a mensagem
do assinalamento. Compare-se o testemunho acima com Primeiros Escritos, págs. 42 e 43. Estas
mensagens são importantes porque o destino das almas depende de seu entendimento e aceitação:
"Foram-me mostrados três degraus — a primeira, a segunda e a terceira mensagens angélicas.
Disse o meu anjo assistente: ‘Ai de quem mover um bloco ou mexer num alfinete dessas
mensagens. A verdadeira compreensão dessas mensagens é de vital importância. O destino das
almas depende da maneira em que são elas recebidas.’ De novo fui conduzida às três mensagens
angélicas, e vi a que alto preço havia o povo de Deus adquirido a sua experiência." —Primeiros
Escritos, págs. 258 e 259.
O Espírito de Profecia enfatiza o fato de que a mensagem do terceiro anjo — que chama a atenção
para o Sábado ou o selo do Deus vivo — deveria ser pregada com grande poder.
"Decididos esforços devem ser envidados para levar a mensagem proeminentemente perante o
povo. O terceiro anjo deve sair com grande poder. Ninguém ignore esta obra nem a considere de
pequena importância. ...
"Nenhuma mudança deverá efetuar-se nos traços gerais de nossa obra. Deve permanecer clara e
distinta como foi criada pela profecia. Não nos compete entrar em aliança com o mundo, supondo
com isto poder levar a melhor. Se alguém cruzar o caminho a fim de embaraçar o passo à obra nas
linhas que Deus lhe traçou, incorrerá no desagrado divino. Nenhum traço da verdade que tornou o
povo adventista do sétimo dia o que ele é, deve ser apagado. Temos antigos marcos da verdade, da
experiência e do dever, e cumpre-nos defender firmemente nossos princípios em face do mundo." —
Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 372.
As preciosas verdades que constituem os "antigos marcos" devem permanecer firmes. Temos de
defendê-las. Elas são para nós um princípio sagrado. A mensagem do selamento ou mensagem do
Sábado é uma dessas verdades. Deve ser pregada com toda a clareza e distinção, como a profecia
no-la revelou.
"Somos o povo de Deus, observador dos mandamentos. Nos cinqüenta anos passados tem-se feito
pressão sobre nós com toda sorte de heresias, a fim de embotar-nos o espírito em relação aos
ensinos da Palavra — especialmente quanto ao ministério de Cristo no santuário celestial e à
mensagem do Céu para estes últimos dias, como foi dada pelos anjos do décimo quarto capítulo do
Apocalipse. Mensagens de toda espécie e feitio têm feito pressão sobre os Adventistas do Sétimo
Dia, pretendendo substituir a verdade que, ponto por ponto, tem sido buscada com estudo e oração,
e atestada pelo poder milagroso do Senhor. Mas os marcos que nos tornaram o que somos devem
ser preservados, e sê-lo-ão, conforme Deus o mostrou mediante Sua Palavra e o testemunho de Seu
Espírito. Ele nos conclama a nos apegarmos firmemente, com a mão da fé, aos princípios
fundamentais baseados em autoridade inquestionável." —Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 208.
O povo de Deus, guardador dos mandamentos, é constituído pelos que receberão na fronte o selo do
Deus vivo. (Comparar com Ap 14:1 e 12; 7:2-4.) O Espírito de Profecia nos diz:
"Os adoradores de Deus serão distinguidos especialmente pelo respeito que têm para com o quarto
mandamento, visto ser esse o sinal do poder criador de Deus e a testemunha do Seu direito de
reclamar a reverência e a homenagem do homem. Os ímpios serão distinguidos pelos seus esforços
para demolir o monumento comemorativo do Criador e exaltar a instituição de Roma. Na conclusão
do conflito toda a cristandade ficará dividida em dois grandes grupos: os que guardam os
mandamentos de Deus e a fé de Jesus, e os que adoram a besta e sua imagem e recebem o seu
sinal." —Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 285.
"No desfecho do grande conflito se formam duas classes: os que ‘adoram a besta e a sua imagem’,
e recebem sua marca; e os que recebem ‘o selo do Deus vivo’, que têm ‘o nome do Pai escrito na
fronte’. Esta não é uma marca visível." —The SDA Bible Commentary [E. G. White Comments], vol.
7, pág. 980. (Ver O Grande Conflito, pág. 450.)
O nono capítulo de Ezequiel revela a importância de ser selado na testa. A classe que não receber o
selo de Deus na fronte será destruída. O destino de cada pessoa depende da aceitação ou rejeição
desta mensagem. Só será protegida no dia da destruição se for assinalada. Senão, será destruída.
"É agora que devemos conservar-nos e a nossos filhos incontaminados do mundo. É agora que
devemos lavar as vestes de nosso caráter, tornando-as alvas no sangue do Cordeiro. Agora é que
devemos vencer o orgulho, as paixões e a indolência espiritual. Agora é que devemos despertar e
fazer decididos esforços para dar simetria ao nosso caráter. ...
"Que estais fazendo, irmãos, na grande obra de preparação? Os que se estão unindo com o mundo
estão-se amoldando ao modelo mundano e preparando-se para o sinal da besta. Os que desconfiam
do eu, que se humilham diante de Deus e purificam a alma pela obediência à verdade, estão
recebendo o molde divino e preparando-se para receber na fronte o selo de Deus. Quando sair o
decreto, e o selo for aplicado, seu caráter permanecerá puro e sem mácula para toda a eternidade."
"Agora é o tempo de preparar-nos. O selo de Deus jamais será colocado à testa de um homem ou
mulher impuros. Jamais será colocado à testa de um homem ou mulher cobiçosos ou amantes do
mundo. Jamais será colocado à testa de homens ou mulheres de língua falsa ou coração enganoso.
Todos os que recebem o selo devem ser imaculados diante de Deus —candidatos para o Céu.
Pesquisai as Escrituras por vós mesmos, para que possais compreender a terrível solenidade do
tempo presente." —Testemunhos Seletos, vol. 2, págs. 70 e 71.
"O dia da vingança de Deus está precisamente diante de nós. O selo de Deus será colocado somente
na testa daqueles que suspiram e clamam por causa das abominações cometidas na Terra. ...
"Nossa maneira de proceder determinará se receberemos o selo do Deus vivo, ou seremos abatidos
pelas armas destruidoras." —Idem, pág. 67.
"O Senhor me mostrou que preciosas almas estão definhando e morrendo por falta da verdade
presente e seladora, a seu tempo; e que os velozes mensageiros devem apressar-se em seu
caminho e alimentar o rebanho com a verdade presente. Ouvi um anjo dizer: ‘Apressem-se os
velozes mensageiros, apressem-se os velozes mensageiros, pois o caso de cada alma logo será
decidido, para Vida ou para Morte.’ " —The Present Truth, vol. 1, nº 4.
Capítulo 2
Luz sobre a mensagem do selamento
"Um pequeno grupo de irmãos e irmãs estava congregado numa reunião em Dorchester, perto de
Boston, Massachusetts. Antes de começar a reunião, alguns de nós estávamos examinando certos
pontos da mensagem do selamento. Existia certa diferença de opinião acerca da exatidão de
interpretação da palavra subir etc. ...
"Depois de algum tempo passado em fervorosa oração em busca de luz e instrução, Deus deu à
irmã White, em visão, o que segue." —Joseph Bates, A Seal of the Living God, pág. 24.
"Por vezes Ellen White, enquanto em visão, falava em breves exclamações do que estava vendo.
Isso dava aos seus companheiros indicações das cenas que se passavam diante dela. Foi assim no
caso em apreço. José Bates, de lápis e papel na mão, tomava nota das palavras que ela falava. Eis
alguns trechos significativos das anotações de Bates:
"Onde surgiu a luz? — Ensine-nos o teu anjo onde a luz surgiu! — Ela começou de uma luz pequena,
quando Tu concedeste uma luz após outra. — O testemunho e os mandamentos estão ligados; não
podem ser separados. — Vêm em primeiro lugar — os Dez Mandamentos de Deus. ...
"Foi-Lhe muito agradável quando Sua Lei começou a se avigorar, e os lugares antigamente
assolados começaram a ser edificados. — Da fraqueza adveio força pela busca de Sua Palavra. —
Um breve período de tempo bastou para o atestar. ... É o selo! — Ela está surgindo! — Ergue-se,
começando do nascer do Sol. Como o Sol, a princípio frio, vai-se aquecendo e emite seus raios. —
Quando essa verdade surgiu, havia nela apenas uma pouca luz, mas esta tem aumentado. — Oh!
que poder tem esses raios! — A luz aumenta em força. — O maior peso e a maior luz estão nessa
verdade; — pois ela dura para sempre quando a Bíblia não for necessária. — Ela surgiu no Oriente.
Começou com uma pequena luz, mas seus raios são salutares. — Oh! quão poderosa é essa
verdade; — é a mais elevada após entrarem na terra formosa, — mas aumentará até se tornarem
imortais. — Começou com o surgir do Sol, — prossegue em seu curso como o Sol, — mas nunca se
põe." —Idem, págs. 24 e 25.
"Nesse tempo havia na Europa confusão entre as nações, e a guerra parecia inevitável. Tinha havido
considerável discussão entre os primeiros crentes quanto ao significado da desordem. Nessa base,
estas exclamações eram significativas:
" ‘Os anjos estão segurando os quatro ventos. — É Deus que restringe os poderes. — Os anjos não
os soltam, pois os santos não estão todos selados. ... — Quando se levantar Miguel essa tribulação
estará sobre toda a Terra. Sem dúvida, — estão na iminência de soprar. — Há uma contenção
porque os santos não estão assinalados.
" ‘Sim, publicai as coisas que vistes e ouvistes, com a assistência das bênçãos de Deus. Vede! —
Cresce em força e torna-se cada vez mais brilhante.’ " —Ibidem.
"Posteriormente Ellen White escreveu sobre a seqüência da visão:
"Depois da visão eu disse ao meu esposo: ‘Tenho uma mensagem para ti. Deves começar a publicar
um pequeno jornal e mandá-lo ao povo. Que seja pequeno a princípio; mas, lendo-o o povo,
mandar-te-ão meios com que imprimi-lo, e alcançará bom êxito desde o princípio. Desde este
pequeno começo foi-me mostrado assemelhar-se a torrentes de luz que circundavam o mundo.’
(Vida e Ensinos, pág. 128.)" —The Ellen G. White Biography, vol. 1, págs. 150 e 151. Em Life
Sketches, pág. 116 (rodapé), o ancião James White relata o seguinte sobre o mesmo assunto:
"Todos nós sentimos o desejo de buscar a sabedoria de Deus acerca dos pontos em questão, e
também o dever de o irmão Bates escrever. Tivemos uma reunião extraordinariamente poderosa.
Ellen foi tomada em visão. Então ela começou a descrever a luz do Sábado, que era a verdade do
selamento. Disse ela: ‘Surgiu do raiar do Sol. Surgiu lá longe ainda fraca, mas uma luz após outra
resplandeceu sobre ela até a verdade do Sábado ser clara, ponderável e poderosa. Como os raios
são calorosos e poderosos, assim a luz e o poder aumentaram cada vez mais até seus raios serem
poderosos e santificadores da alma. Porém, ao contrário do Sol, nunca se porá. A luz do Sábado terá
seu máximo fulgor quando os santos forem imortais. Elevar-se-á mais e mais até que venha a
imortalidade.’
"Ela viu muitas coisas interessantes a respeito desse glorioso Sábado assinalador, que não tenho
tempo ou espaço para narrar. Ela disse ao irmão Bates que escrevesse as coisas que havia visto e
ouvido, e que esse trabalho seria acompanhado da bênção de Deus."
"Mas os Adventistas que se haviam apegado à sua confiança em cumprir-se a profecia em 22 de
outubro e que agora estavam aceitando o Sábado do quarto mandamento como o sinal ou selo do
Deus vivo, estavam buscando meios e modos de apresentar sua mensagem ao mundo. ‘Estais
demasiadamente atrasados com a mensagem do assinalamento’, afirmavam seus companheiros
de fé dos primeiros dias, ‘pois a batalha do grande dia e a vinda real do Senhor estão iminentes’." —
The Ellen G. White Biography, vol. 1, págs. 153 e 154.
Capítulo 3
Os anjos retêm os ventos
"Depois destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da Terra, retendo os
quatro ventos da Terra, para que nenhum vento soprasse sobre a Terra, nem sobre o mar, nem
contra árvore alguma." Apocalipse 7:1.
Esses anjos nos quatro cantos da Terra estão nos pontos cardeais, restringindo ou retendo os
ventos.
Na Bíblia, ventos simbolizam comoções entre as nações, guerras, movimentos políticos, conflitos
etc.
"Assim diz o Senhor: Levantarei um vento destruidor contra Babilônia, e contra os que habitam em
Lebe-Camai. Enviarei estrangeiros contra Babilônia que a padejarão, e esvaziarão a sua terra; virão
contra ela em redor no dia da calamidade." Jeremias 51:1 e 2. (Ler também Jr 25:32; 49:36.)
Lemos também no Espírito de Profecia:
"João vê os elementos da Natureza —terremoto, tempestade e lutas políticas —representados como
sendo retidos por quatro anjos. Esses ventos estão sendo controlados, até que Deus dê a ordem
para serem soltos. Nisso está a segurança da Igreja de Deus. Os anjos de Deus obedecem às Suas
ordens controlando os ventos da Terra, para que não soprem sobre a Terra, nem no mar, nem nas
árvores, até que os servos de Deus sejam assinalados na fronte." —Testemunhos Para Ministros,
pág. 444.
"Perguntei ao meu anjo assistente o sentido do que eu ouvia, e que iriam fazer os quatro anjos. Ele
me disse que era Deus quem restringia os poderes, e incumbira os Seus anjos de tudo quanto se
relacionava com a Terra; que os quatro anjos tinham poder da parte de Deus para reter os quatro
ventos, e que estavam já prestes a soltá-los. Mas enquanto se lhes afrouxavam as mãos e os quatro
ventos estavam para soprar, os olhos misericordiosos de Jesus contemplaram os remanescentes que
não estavam todos selados, e, erguendo as mãos ao Pai, alegou que havia derramado Seu sangue
por eles. Então outro anjo recebeu ordem para voar velozmente aos outros quatro e mandar-lhes
reter os ventos até que os servos de Deus fossem selados na fronte com o selo do Deus vivo." —
Primeiros Escritos, pág. 38. The Present Truth, vol. 1, nº 3.
O testemunho supracitado foi escrito em 5 de janeiro de 1849. Naquele tempo os ventos estavam
em vias de soprar quando o anjo que tinha o selo do Deus vivo ordenou aos quatro anjos que os
retivessem até se completar o selamento. Por volta do ano de 1848 houve uma agitação entre as
nações da Europa, ou seja, Itália, França, Alemanha e Áustria. Enquanto isso ocorria, os Adventistas
estudaram o sétimo capítulo de Apocalipse e entenderam que os ventos seriam retidos até se
completar a obra do assinalamento. Uma visão sobre esses acontecimentos foi dada à irmã White, e
as palavras ditas em visão foram:
" ‘Os anjos estão retendo os ventos. É Deus que restringe os poderes. Os anjos não os soltam, pois
os santos não estão todos selados. O tempo de angústia tem início. Já começou. A razão de os
quatro ventos não serem soltos é que os santos não estão todos selados. Ela [a tribulação]
aumenta mais e mais, e de maneira nenhuma findará enquanto a Terra não estiver livre dos ímpios.
Ora, eles [os ventos] estão em vias de soprar. Estão sendo retidos porque os santos não estão
todos selados. Sim, publique as coisas que viste e ouviste, e a bênção de Deus estará presente.’ "
—J. N. Loughborough, Questions on the Sealing Message, pág. 16.
Os ventos foram retidos porque os santos não estavam todos selados. Isso nos ajuda a entender
que em 1848 alguns crentes já estavam selados.
"Os quatro anjos estão retendo os quatro ventos para que se realize uma obra especial: os santos
de Deus devem ser assinalados na fronte. Irmãos, com que antecedência estareis prontos para
receber o selo de Deus?" —Review and Herald, 7 de junho de 1887.
"Os homens não discernem as sentinelas angélicas que retêm os quatro ventos para que não
soprem sem que os filhos de Deus estejam selados. Mas quando Deus mandar que Seus anjos
soltem os ventos, haverá uma cena tal de luta que pena nenhuma pode descrever." —Testemunhos
Seletos, vol. 3, pág. 314.
"Vi que os quatro anjos segurariam os quatro ventos até que a obra de Jesus estivesse terminada no
santuário." —Primeiros Escritos, pág. 36.
"Anjos circundam o mundo desfazendo a pretensão de Satanás à supremacia, pretensão que ele faz
baseado na vasta multidão de seus adeptos. Não lhes ouvimos a voz, não vemos com os olhos
naturais a obra desses anjos, mas suas mãos abarcam o mundo, e com insone vigilância conservam
em xeque os exércitos de Satanás, até que esteja completa a obra do selamento do povo de Deus."
—Nos Lugares Celestiais, pág. 98.
Capítulo 4
O anjo selador
"Vi outro anjo subir do lado do sol nascente, tendo o selo do Deus vivo. Ele clamou com grande voz
aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, dizendo: Não danifiqueis a
terra, nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos selado nas suas testas os servos do nosso
Deus." Apocalipse 7:2 e 3.
Este anjo selador é o mesmo mencionado em Apocalipse 14, onde não só adverte o povo contra o
recebimento da marca da besta, mas também chama a atenção para os mandamentos de Deus, um
dos quais contém o selo. O terceiro anjo de Apocalipse 14 é, portanto, o anjo selador. O Espírito de
Profecia confirma isso:
"Vi um pequeno grupo viajando por um caminho estreito. Todos pareciam estar firmemente unidos,
ligados pela verdade, em companhia ou grupo. Disse o anjo: ‘O terceiro anjo está unindo-os, ou
selando-os em grupos para o celeiro celestial." —Primeiros Escritos, págs. 88 e 89.
"Vi então o terceiro anjo. Disse meu anjo acompanhante: ‘Terrível é sua obra. Tremenda sua
missão. Ele é o anjo que deve separar o trigo do joio, e selar, ou atar, o trigo para o celeiro
celestial. Essas coisas devem absorver toda a mente, a atenção toda." —Primeiros Escritos, pág.
118.
"O poderoso anjo é visto subindo do Oriente [ou nascente do Sol]. O mais poderoso dos anjos tem
na mão o selo do Deus vivo, ou dAquele que é o Único que pode dar a vida, que pode gravar nas
frontes o sinal ou inscrição, dizendo a quem será concedida a imortalidade, a vida eterna." —
Testemunhos Para Ministros, págs. 444 e 445.
Disse o ancião Uriah Smith:
"Concluímos, pois, que o anjo que sobe do Oriente, com o selo do Deus vivo, é um mensageiro
divino encarregado da obra de reforma que deve ser levada avante, entre os homens, relativa ao
Sábado do quarto mandamento. ...
"Em Apocalipse 14 encontramos a mesma obra apresentada sob o símbolo de um anjo voando no
meio do céu com a mais terrível ameaça que jamais soou aos ouvidos dos homens. ... O anjo com o
selo do Deus vivo, mencionado no capítulo 7, é, portanto, o mesmo que o terceiro anjo do capítulo
14." —As Profecias do Apocalipse (2ª edição), págs. 118 e 119.
Se o anjo selador é o terceiro anjo, sua obra deve ter começado quando ele entrou em ação e
começou a advertir contra a marca da besta. Ele também inscreve o selo do Deus vivo nas testas do
povo de Deus. Sem dúvida alguma esta obra começou em 1844.
"O Sábado é a grande questão decisiva. Ele é a linha demarcatória entre os leais e sinceros e os
desleais e transgressores. Este Sábado foi ordenado por Deus, e os que afirmam ser observadores
dos mandamentos e crêem que estão agora sob a proclamação da terceira mensagem angélica,
verão a parte importante que o Sábado do quarto mandamento mantém nessa mensagem. Ele é o
selo do Deus vivo." —Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 423.
"Foi-me mostrado que o terceiro anjo, que proclama os mandamentos de Deus e a fé de Jesus,
representa o povo que recebe esta mensagem e ergue a voz de advertência ao mundo para que
guarde os mandamentos como a menina do seu olho. Vi que, em resposta a esta advertência,
muitos abraçariam o Sábado do Senhor." —Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, pág. 94.
"A mensagem do terceiro anjo exige a apresentação do Sábado do quarto mandamento, e esta
verdade deve ser apresentada ao mundo." —Evangelismo, pág. 184.
"Desde 1844, em cumprimento da profecia da mensagem do terceiro anjo, a atenção do mundo
tem sido chamada para o verdadeiro Sábado, e um número constantemente crescente se está
voltando para a observância do santo dia de Deus." —Spirit of Prophecy, vol. 4, pág. 286.
"A proclamação da terceira mensagem angélica pede a apresentação da verdade do Sábado." —
Obreiros Evangélicos, pág. 156.
"A mensagem do terceiro anjo devia ser proclamada; o espírito dos crentes devia ser dirigido ao
santuário celeste, aonde Cristo entrara para fazer expiação por Seu povo. A reforma do Sábado
devia ser levada avante. A brecha na Lei de Deus precisava ser reparada." —Maranata, pág. 59.
Capítulo 5
O selo do Deus vivo
Para uma lei entrar em vigor, precisa levar a assinatura do legislador, pois de outra maneira não
terá autoridade. Exemplos:
"...Em nome do rei Assuero se escreveu, e com o anel do rei se selou." Ester 3:12.
"...Pois um documento escrito em nome do rei e selado com o seu anel não se pode revogar." Ester
8:8.
A Lei de Deus tem que ter o selo, ou timbre, do grande Legislador. Nesse selo precisam aparecer
três elementos específicos: o nome, a autoridade e a extensão do Seu domínio.
No tempo da grande apostasia o "homem do pecado" cuidou de remover o selo da Lei. Mas nestes
últimos dias ela será restaurada pelo verdadeiro povo de Deus. Diz o profeta: "Ata o testemunho, e
sela a Lei entre os Meus discípulos." Isaías 8:16.
Onde se encontra o selo na Lei de Deus? Nos primeiros quatro mandamentos encontram-se nossos
deveres para com Deus, e nos últimos seis nossos deveres para com nosso próximo. Nos primeiros
três mandamentos não se encontra o selo. Os últimos seis também não o revelam. O único lugar
onde o encontramos é o quarto mandamento, que diz: "Lembra-te do dia do Sábado, para o
santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o Sábado do Senhor teu
Deus. Não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu escravo, nem a
tua escrava, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas; porque em seis
dias fez o Senhor os céus e a Terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou: por
isso o Senhor abençoou o dia de Sábado, e o santificou." Êxodo 20:8-11.
No quarto mandamento encontramos:
a) O nome: "SENHOR TEU DEUS";
b) Sua autoridade: CRIADOR ("O Senhor fez");
c) A extensão do Seu domínio: "O CÉU, A TERRA, O MAR E TUDO O QUE NELES HÁ."
Se tirarmos o quarto mandamento, a Lei não terá autoridade, porque não haverá indicação do
Legislador. A Bíblia confirma que o quarto mandamento é o selo ou sinal do Deus vivo:
"Também lhes dei os Meus Sábados, para que servissem de sinal entre Mim e eles; para que
soubessem que Eu sou o Senhor que os santifica." Ezequiel 20:12.
"Santificai os Meus Sábados, e servirão de sinal entre Mim e vós, para que saibais que Eu sou o
Senhor vosso Deus." Ezequiel 20:20.
"Dize aos filhos de Israel: Certamente guardareis os Meus Sábados. Isso é um sinal entre Mim e vós
nas vossas gerações; ... Os filhos de Israel guardarão o Sábado, celebrando-o nas suas gerações
por aliança perpétua. Entre Mim e os filhos de Israel será ele um sinal para sempre, pois em seis
dias fez o Senhor o céu e a Terra, e ao sétimo dia descansou e tomou alento." Êxodo 31:13, 16 e
17.
O Espírito de Profecia também confirma esta mesma verdade:
"Só o quarto mandamento dentre todos os dez contém o selo do grande Legislador, o Criador dos
céus e da Terra. Os que obedecem a este mandamento tomam-lhe o nome e são deles todas as
bênçãos nele incluídas." —Testimonies, vol. 6, pág. 350.
"O selo da Lei de Deus se encontra no quarto mandamento. Unicamente este, dentre todos os dez,
apresenta não só o nome mas o título do Legislador. Declara ser Ele o Criador dos céus e da Terra, e
mostra, assim, o Seu direito à reverência e culto, acima de todos. Afora este preceito, nada há no
Decálogo para mostrar por que autoridade a Lei é dada." —O Grande Conflito, pág. 452.
"O sinal ou selo de Deus é revelado na observância do Sábado do sétimo dia — o memorial divino da
criação." —Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 232.
"Declara-se ser a guarda do Sábado um sinal da lealdade do povo de Deus." —Testimonies, vol. 8,
pág. 94.
"Tarde demais vêem que o Sábado do quarto mandamento é o selo do Deus vivo." —O Grande
Conflito, pág. 640.
"O Sábado do quarto mandamento é o selo do Deus vivo. Chama a atenção para Deus como o
Criador, e é um sinal de Sua genuína autoridade sobre os seres que criou. Os que obedecem a esta
Lei levarão o selo de Deus, pois Ele separou esse dia como sinal de lealdade entre Ele e Seu povo."
—The Signs of the Times, 22 de março de 1910.
"Qual é o selo do Deus vivo, que é colocado na fronte de Seu povo? É um sinal que os anjos, mas
não olhos humanos, podem ler, pois o anjo exterminador deve ver essa marca de redenção." —The
SDA Bible Commentary [E. G. White Comments], vol. 4, pág. 1161.
"O Sábado é um sinal do poder criador e redentor. Ele indica a Deus como a fonte da vida e do
saber; lembra a primitiva glória do homem, e assim testifica do propósito de Deus em criar-nos de
novo à Sua própria imagem." —Educação, pág. 250.
"O Sábado foi colocado no Decálogo como o selo do Deus vivo, chamando a atenção para o
Legislador, tornando conhecido Seu direito de governar. Era um sinal entre Deus e Seu povo, uma
prova de sua lealdade a Ele." —The Signs of the Times, 13 de maio de 1886.
"O Sábado do quarto mandamento é o selo do Deus vivo. Chama a atenção para Deus como o
Criador, e é o sinal de Sua legítima autoridade sobre os seres que Ele criou." —The Signs of the
Times, 1º de novembro de 1899.
"O sinal ou selo de Deus é a observância do Sábado do sétimo dia, e o memorial divino de Sua obra
criadora." —Review and Herald, 27 de abril de 1911.
Capítulo 6
A obra do selamento já começou
Já vimos que o anjo selador é o terceiro anjo (Ap 14:9-13). Logo, a obra do selamento teve início
quando o anjo começou a sua obra. Foi em 1844, quando foi revelada a verdade do Sábado.
" ‘Foi-Lhe [a Deus] muito agradável quando Sua Lei começou a crescer em força. Essa verdade
surge e está em crescimento cada vez mais forte. Ela é o selo! Está chegando! Surge, vindo da
banda do sol nascente; como o Sol, a princípio frio, se torna mais quente e envia seus raios. Quando
essa verdade surgiu, havia apenas um pouco de luz nela, mas esta tem aumentado. Oh, que poder
têm esses raios!’ " —Questions on the Sealing Message, págs. 15 e 16.
Embora esta obra tenha começado em 1844, não era plenamente compreendida nesse tempo. À
irmã White foi dada uma visão da obra do assinalamento:
"Numa reunião efetuada em Dorchester, Massachusetts, em novembro de 1848, foi-me concedida
uma visão da proclamação da mensagem do assinalamento, e do dever que incumbia aos irmãos de
publicarem a luz que resplandecia em nosso caminho.
"Depois da visão eu disse ao meu esposo: ‘Tenho uma mensagem para ti. Deves começar a publicar
um pequeno jornal e mandá-lo ao povo. Seja pequeno a princípio. Mas, lendo-o o povo, mandar-teão meios com que imprimi-lo, e alcançará bom êxito desde o princípio. Desde este pequeno começo
foi-me mostrado assemelhar-se a torrentes de luz que circundavam o mundo.’ " —Vida e Ensinos,
pág. 128.
"Com o início desta obra de publicação, não cessamos nossos labores de pregar a verdade, mas
viajamos de um lugar para outro, proclamando as doutrinas que nos haviam trazido tão grande luz e
alegria, animando os crentes, corrigindo erros e pondo as coisas em ordem na Igreja." —Vida e
Ensinos, pág. 130.
Pelos escritos citados podemos ver que o assunto do selamento foi a primeira doutrina publicada em
A Verdade Presente (este era o nome do periódico) no primeiro número, na primeira página.
Portanto, os primeiros Adventistas compreenderam que a obra do selamento começou no início da
mensagem do terceiro anjo.
Em 1849 outra visão, que aqui citamos, foi dada à irmã White sobre a abertura e o fechamento da
porta:
"Vi que a presente prova do Sábado não poderia vir até que a mediação de Jesus no lugar santo
terminasse e Ele passasse para dentro do segundo véu. Portanto, os cristãos que dormiram antes
que a porta fosse aberta no santíssimo, quando terminou o clamor da meia-noite no sétimo mês, em
1844, e que não haviam guardado o verdadeiro Sábado, agora repousam em esperança, pois não
tiveram a luz e o teste sobre o Sábado que nós agora temos, uma vez que a porta foi aberta. Vi que
Satanás estava tentando alguns do povo de Deus neste ponto. Sendo que grande número de bons
cristãos adormeceram nos triunfos da fé e não guardaram o verdadeiro Sábado, eles estavam em
dúvida quanto a ser isto um teste para nós agora. ...
"Satanás está agora usando cada artifício neste tempo de selamento a fim de desviar a mente do
povo de Deus da verdade presente e levá-los a vacilar. Vi que Deus estava estendendo uma
cobertura sobre o Seu povo a fim de protegê-lo no tempo de angústia; e que cada alma que se
decidia pela verdade e era pura de coração devia ser coberta com a proteção do Todo-Poderoso.
"Satanás sabia disto e estava trabalhando com afinco para conservar vacilante e instável na verdade
a mente do maior número possível de pessoas. ...
"Satanás estava procurando lançar mão de todas as suas artes a fim de mantê-los onde estavam
até que a cobertura fosse estendida sobre o povo de Deus, e eles [os que não estavam firmes ao
lado da verdade presente] fossem deixados sem um abrigo da ardente ira de Deus, nas sete últimas
pragas." —Primeiros Escritos, pág. 42 e 43.
"Deus está começando a estender a cobertura sobre Seu povo, e ela logo será estendida sobre todos
os que devem ter um abrigo no dia da matança." —Primeiros Escritos, pág. 44.
A cobertura (selo) de Deus foi estendida sobre Seu povo ou, em outras palavras, o selo do Deus
vivo estava sendo colocado em suas frontes. Os que não foram selados estavam sujeitos às sete
últimas pragas. A profetisa disse que naquele tempo (1849) o selamento já estava em
prosseguimento.
"Nossa posição parece muito clara. Sabemos que temos a verdade, o clamor da meia-noite ficou
atrás; a porta se fechou em 1844 e Jesus em breve sairá da mediação entre Deus e o homem. O
selamento estará realizado, encerrado. Oh, conservemos toda a armadura de Deus a fim de
estarmos prontos para a batalha a qualquer momento. Teremos de lutar agora por polegada após
polegada de terreno. —Carta 5, 1849, págs. 5 e 6. Manuscript Releases, vol. 5, pág. 200.
"O tempo do selamento é muito curto, e logo passará. Agora, enquanto os quatro anjos estão
contendo os ventos, é o tempo de fazer firme a nossa vocação e eleição." —Primeiros Escritos, pág.
58.
"Vi que Satanás operaria mais poderosamente agora do que nunca dantes. Ele sabe que seu tempo
é curto e que o assinalamento dos santos os colocará além de seu alcance. Ele agora opera de toda
maneira que lhe seja possível, e experimentará toda a sua insinuação para fazer que os santos não
estejam em guarda, e fazê-los adormecer sobre a verdade presente ou dela duvidar, para os
impedir de ser assinalados com o selo do Deus vivo." —Ms 7, 1850, págs. 2 e 3. Manuscript
Releases, vol. 8, pág. 220.
Em vez de declarar que o selamento logo começaria, a profetisa claramente afirmou que logo
terminaria.
"Quando Jesus deixa o santuário, então o que é santo e justo será santo e justo ainda, pois todos os
seus pecados estarão então apagados, e eles serão selados com o selo do Deus vivo. Mas os que
são injustos e sujos serão ainda injustos e sujos, pois então não haverá Sacerdote no santuário para
apresentar os sacrifícios, confissões e orações deles diante do trono do Pai. Portanto, o que se faz
para resgatar almas da ira vindoura deve ser feito antes que Jesus deixe o Lugar Santíssimo do
Santuário Celestial." —The Present Truth, vol. 1, nº 4.
Os pioneiros da Igreja Adventista do Sétimo Dia acreditavam e ensinavam que desde 1844 se
estava cumprindo a primeira parte do capítulo sete de Apocalipse, como o citamos:
"Após o desapontamento de 1844 o povo de Deus viu a luz sobre a questão do santuário no Céu.
Então viram a obrigatoriedade do quarto mandamento, bem como dos outros nove mandamentos do
Decálogo. A reforma do Sábado começou naquele tempo. Em 1848 começou a ser reconhecida como
o cumprimento de Apocalipse 7:1-4." —S. N. Haskell, Manual da Bíblia (edição de 1996), pág. 124.
"O selo de Apocalipse 7:1-4 é o mesmo que o nome do Pai, de Apocalipse 14:1. Selo e sinal são às
vezes sinônimos (Rm 4:11). O sinal entre Deus e Seu povo é o Sábado (Êx 31:13-17; Ez 20:12 e
20). O atributo do poder criador distingue o verdadeiro Deus de todos os outros deuses, e esse
atributo se encontra somente no mandamento do Sábado. Portanto, esse mandamento, e somente
esse, contém o título ou nome que realmente sela o Decálogo como a Lei de Deus. Por isso o
Sábado se torna o selo da Lei de Deus e um sinal entre Ele e Seus verdadeiros filhos. A mensagem
do selamento de Apocalipse 7:1-8 é, portanto, apenas a profecia da reforma do Sábado nos últimos
dias." —O. A. Johnson, Bible Text-book, pág. 172.
"Caros irmãos espalhados pelo exterior: chegamos a um tempo em que podemos confiadamente
tomar nossa posição como a que está expressa no título que demos a estas linhas; que a
providência de Deus nos trouxe a um lugar onde a mensagem ou a obra do anjo que ascendia (Ap
7:2) deve cumprir-se.
"Sem passarmos a uma exposição dessa profecia, apresentemos alguns de seus principais aspectos
inquestionáveis:
"1. Os ventos denotam contendas políticas e comoções entre as nações.
"2. Os quatro anjos nos quatro cantos da Terra, retendo esses ventos, são quatro mensageiros
divinos a cujo cargo Deus confiou os negócios das nações, e cujo território é tanto para restringir os
ventos da contenda quando a obra de Deus o requerer, como também para fazer os ventos soprar e
levantar a grande tormenta dos confins da Terra (Jr 25:32), quando a Igreja de Deus estiver
preparada e as nações amadurecidas para essa comoção final.
"3. O anjo do verso 2, subindo da banda do Oriente com o selo do Deus vivo, é idêntico ao terceiro
anjo de Apocalipse 14:9-12.
"4. Seu clamor aos quatro anjos para que não destruíssem a Terra etc., isto é, para reterem o
soprar dos ventos até se completar o selamento dos servos de Deus, mostra de modo conclusivo
que está começando a surgir certa operação de conflito, guerra e comoção, que interfere na obra do
selamento e que, no conselho de Deus, tem de ser restringida até que a obra se complete.
"5. Como o anjo de Apocalipse 14:9 simboliza uma obra da parte da Igreja, assim o clamor deste
anjo denota forçosamente uma fervorosa petição do povo de Deus pela restrição de algum conflito
nacional ou político que esteja começando a interferir em sua obra." —Seventh-Day Adventists in
Time of War, págs. 70 e 71.
A primeira visão de E. G. White foi reimpressa na publicação intitulada To the Little Remmant
Scattered Abroad, de 6 de abril de 1846. Diz o parágrafo 6:
"Bem, prezados irmãos e irmãs, bendito seja o Senhor, trata-se de uma reunião especial para os
que têm o selo do Deus vivo."
No artigo original publicado no The Day Star foi escrito o seguinte:
"E quando estávamos para entrar no santo templo, Jesus levantou Sua bela voz, e disse: ‘Somente
os 144 mil entram neste lugar.’ E nós exclamamos: ‘Aleluia!’ Bendito seja o Senhor, irmão
Jacobs, trata-se de uma reunião extraordinária para os que têm o selo do Deus vivo. Esse
templo era apoiado em sete colunas, todas de ouro transparente, cravejado das pérolas mais
reluzentes." —The Day Star, 24 de janeiro de 1846. (A frase omitida de Testimonies, vol. 1, pág. 69,
e Primeiros Escritos, pág. 19, está em negrito.)
É desconhecida a razão de esta frase ter sido omitida quando o artigo foi publicado em Testimonies,
vol. 1, pág. 69, mas com referência a essa supressão a irmã White declara o seguinte:
"Não há nisto nada que não sustentemos ainda. Referências a nossas obras publicadas mostrarão
nossa crença de que os vivos justos receberão o selo de Deus antes do fim da graça; também que
eles fruirão honras especiais no reino de Deus." —Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 66 (1883).
Esta explicação dada pela própria irmã White confirma que muitos irmãos tinham recebido o selo do
Deus vivo na testa desde o início da mensagem do terceiro anjo, e que em 1883 o povo do advento
ainda estava crendo nesta verdade.
Em outro testemunho ela declara:
"Os que têm na testa o selo do infinito Deus considerarão o mundo e suas atrações subordinados
aos interesses eternos." —Review and Herald, 13 de julho de 1897.
Ainda outra interessante declaração é a seguinte:
"Vivem em nossa Terra pessoas que passaram dos noventa anos de idade. Vêem-se em sua
debilidade os resultados naturais da idade avançada. Mas eles crêem em Deus, e Deus os ama. O
selo de Deus está sobre eles. Farão parte do número dos quais o Senhor disse: ‘Bemaventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor.’ " —The SDA Bible Commentary [E. G.
White Comments], vol. 7, pág. 982 (1899).
"Uma irmã sueca disse: ‘Fiquei verdadeiramente renovada desde que cheguei aqui. Sinto-me forte
na fé. Jesus possibilitou a minha vinda, dando-me paz e amor. Quero ser uma humilde seguidora de
Cristo. Quero ter o selo de Deus na minha fronte.’ " —Review and Herald, 18 de maio de 1876.
Capítulo 7
Os 144 mil formados desde 1844
O período de Filadélfia começou em 1833 e terminou em 1844. Os que ainda viviam em 1844 e
haviam aceitado a mensagem do terceiro anjo, tinham a promessa:
"A quem vencer, Eu o farei coluna no templo do Meu Deus, de onde jamais sairá. Escreverei sobre
ele o nome do Meu Deus, e o nome da cidade do Meu Deus, Nova Jerusalém, que desce do Céu, da
parte do Meu Deus, e também o Meu novo nome." Apocalipse 3:12.
Quatro pontos importantes são aqui mencionados. Os vencedores:
a) serão coluna no templo de Deus;
b) terão escrito sobre eles o nome de Deus;
c) o nome da cidade de Deus, a Nova Jerusalém, e
d) o novo nome de Jesus.
Os que aceitaram a mensagem do terceiro anjo após a passagem do tempo de 1844 já estão
mortos. Esta promessa, contudo, tem de cumprir-se, porque as promessas do Senhor nunca falham.
Desses vencedores ou desse remanescente lemos o seguinte:
"Por isso estão diante do trono de Deus, e O servem de dia e de noite no Seu templo; e Aquele que
está assentado sobre o trono estenderá o Seu tabernáculo sobre eles." Apocalipse 7:15.
"E quando estávamos para entrar no santo templo, Jesus levantou Sua bela voz e disse: ‘Somente
os 144 mil entram neste lugar.’ E nós exclamamos: ‘Aleluia!’ " —Primeiros Escritos, pág. 19.
"Os 144 mil estavam todos selados e perfeitamente unidos. Em sua testa estava escrito ‘Deus, Nova
Jerusalém’, e tinham uma estrela gloriosa que continha o novo nome de Jesus." —Primeiros Escritos,
pág. 15.
Pelo que está dito acima entendemos que alguns dos 144 mil estão selados dentre os que estavam
vivendo no período de Filadélfia. Os crentes que aceitaram a mensagem do terceiro anjo e
guardaram fielmente o Sábado, foram selados.
Lemos de uma irmã que morreu sob a mensagem do terceiro anjo, e a cujo esposo Ellen G. White
escreveu:
"Prezado irmão:
"Quase não sei que lhe dizer. A notícia do falecimento de sua esposa foi para mim avassalante.
Quase não o pude acreditar, e ainda agora dificilmente acredito. Deus, no Sábado passado à noite,
deu-me uma visão que escreverei. ...
"Vi que ela estava selada, e à voz de Deus ressurgiria e se ergueria sobre a Terra, e estaria com os
144 mil. Vi que não precisamos chorar sobre ela; ela repousaria durante o tempo de angústia, e
tudo que pudéssemos lamentar seria nossa perda de ficar privados de sua companhia. Vi que seu
falecimento redundaria em bem." —Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 263.
Quando termina a mensagem do terceiro anjo, é dada a maravilhosa promessa:
"Então ouvi uma voz do Céu, que dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora
morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, descansarão dos seus trabalhos, pois as suas obras os
acompanharão." Apocalipse 14:13.
A profetisa, irmã E. G. White, escreve o seguinte sobre os pioneiros da terceira mensagem angélica
que em 1844 trabalharam e ajudaram na causa, e morreram na fé guardando o Sábado:
"O irmão e a irmã Nichols estavam entre os primeiros que abraçaram o Sábado, e liberalmente
entregaram seus recursos para sustentar a causa em seu início. Foi o dinheiro dela que sustentou
nossas despesas desde suas portas em 1844 até a primeira conferência de crentes na terceira
mensagem, realizada em Rocky Hill, Connecticut. Desses que então levaram a cruz, e com seus
meios sustentaram a causa, se têm esforçado e sofrido pelo bem de outros, e morrido na esperança,
é dito: ‘Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para
que descansem dos seus trabalhos e suas obras os sigam.’ " —Review and Herald, 21 de abril de
1868.
A irmã White declarou que ela esperava estar entre esses bem-aventurados:
"Talvez eu viva até a vinda do Senhor. Se assim não for, porém, confio que seja dito a meu
respeito: ‘Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para
que descansem dos seus trabalhos e suas obras os sigam’ (Ap. 14:13)." —Mensagens Escolhidas,
vol. 1, págs. 55 e 56.
Por que são, os que morrem no Senhor, "desde agora" abençoados com vantagem sobre os outros
que haviam morrido antes? São especialmente abençoados porque ressuscitarão na ressurreição
parcial, à voz de Deus (O Grande Conflito, págs. 636 e 637), para completar o número dos 144 mil.
Os que morrem no Senhor desde o tempo em que o terceiro anjo iniciou sua mensagem são
selados, e portanto fazem parte dos 144 mil. O anjo deu esta promessa à profetisa:
"Pedi ao meu anjo assistente que me deixasse ficar ali. Não podia suportar o pensamento de voltar a
este mundo tenebroso. Disse então o anjo: ‘Deves voltar e, se fores fiel, juntamente com os 144 mil
terás o privilégio de visitar todos os mundos e ver a obra das mãos de Deus.’ " —Primeiros Escritos,
pág. 40.
Como já observamos, os 144 mil terão privilégios especiais, e um deles é que podem entrar no
templo (ver Primeiros Escritos, pág. 19). Mais adiante, na mesma página, está escrito:
"Esse templo era apoiado por sete colunas, todas de ouro transparente, engastadas de pérolas
belíssimas. As maravilhosas coisas que ali vi, não as posso descrever. Oh! se me fosse dado falar a
língua de Canaã, poderia então contar um pouco das glórias do mundo melhor. Vi lá mesas de
pedra, em que estavam gravados com letras de ouro os nomes dos 144 mil. Depois de contemplar a
beleza do templo, saímos, e Jesus nos deixou e foi à cidade." —Primeiros Escritos, pág. 19.
A profetisa entrou no templo onde somente os 144 mil podiam entrar. Ela fazia parte daquele
número.
Diz uma declaração de Uriah Smith, publicada no tempo da irmã White:
"Os que morrem depois de se ter identificado com a mensagem do terceiro anjo são evidentemente
contados como uma parte dos 144 mil, porque esta mensagem é a mesma que a do assinalamento
de Apocalipse 7, e por essa mensagem só foram selados 144 mil. Mas há muitos que tiveram toda a
sua experiência religiosa sob esta mensagem, porém caíram na morte. Morreram no Senhor, e por
isso são contados como selados, porque serão salvos. Mas a mensagem resulta no assinalamento de
apenas 144 mil, portanto estes têm de ser incluídos nesse número. Tomando parte na ressurreição
especial (Dn 12:2; Ap 1:7) que ocorre quando é pronunciada desde o templo a voz de Deus, no
começo da sétima e última praga (Ap 16:17; Jl 3:16; Hb 12:26), passam pelo período dessa praga,
e por isso pode-se dizer que vieram da ‘grande tribulação’ (Ap 7:14). Tendo saído da sepultura
ainda para a vida mortal, tomam a sua posição com os crentes que não morreram, e com eles
recebem a imortalidade ao som da última trombeta (1 Co 15:52), sendo, então, com os outros,
transformados num momento, num abrir e fechar de olhos. Assim, embora tenham passado pela
sepultura, pode-se finalmente dizer deles ‘que dentre os homens foram comprados’ (Ap 14:4), isto
é, dentre os vivos, porque a vinda de Cristo os encontra entre os vivos, aguardando a transformação
na imortalidade, como os que não morreram, e como se eles próprios nunca tivessem morrido." —As
Profecias do Apocalipse (2ª edição), pág. 294.
J. N. Loughborough apóia assim essa crença:
"Se ainda há dúvida quanto a serem os ressuscitados guardadores do Sábado numerados com os
144 mil, considere-se as seguintes palavras da irmã White em 1909. Na Conferência Geral de 1909,
o ancião Irwin tinha um estenógrafo acompanhando-o numa visita à irmã White. Ele desejava fazer
a ela algumas perguntas e obter cópia exata das palavras das perguntas, e as palavras exatas das
respostas. Entre outras perguntas, havia esta: ‘Os que morreram na mensagem estarão entre os
144 mil?’ Em resposta, a irmã White disse: ‘Oh, sim, os que morreram na fé estarão entre os 144
mil. É-me claro este assunto.’ Estas foram exatamente as palavras da pergunta e da resposta,
conforme o irmão Irwin me permitiu copiar do relatório de seu estenógrafo." —Questions on the
Sealing Message, pág. 31.
Aos vencedores pertencentes ao período de Laodicéia é dada a promessa:
"Ao que vencer, dar-lhe-ei assentar-se comigo no Meu trono, assim como Eu venci, e Me assentei
com Meu Pai no Seu trono." Apocalipse 3:21.
Quem são esses vencedores que se sentam nos tronos? Lemos:
"Vi também tronos, e aos que se assentaram sobre eles foi-lhes dado o poder de julgar. E vi as
almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e pela Palavra de Deus, e
que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem nas mãos.
Reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos." Apocalipse 20:4.
"E vi como que um mar de vidro misturado com fogo, e os que tinham vencido a besta e a sua
imagem e o número do seu nome, estavam em pé junto ao mar de vidro. Tinham as harpas de
Deus." Apocalipse 15:2.
"Então olhei, e vi o Cordeiro em pé sobre o monte de Sião, e com Ele 144 mil, que traziam escritos
na testa Seu nome e o nome de Seu Pai." Apocalipse 14:1.
"No mar cristalino diante do trono, naquele mar como que de vidro misturado com fogo — tão
resplendente é ele pela glória de Deus — está reunida a multidão dos que ‘saíram vitoriosos da
besta e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome’. Apocalipse 15:2. Com o
Cordeiro, sobre o Monte Sião, ‘tendo harpas de Deus’, estão os 144 mil que foram remidos dentre os
homens; e ouve-se, como o som de muitas águas, e de grande trovão, ‘uma voz de harpistas, que
tocavam com as suas harpas’. E cantavam um ‘cântico novo’ diante do trono — cântico que ninguém
podia aprender senão os 144 mil. É o hino de Moisés e do Cordeiro — hino de livramento." —O
Grande Conflito, págs. 648 e 649.
Capítulo 8
"Nova luz" sobre a mensagem do selamento
Por volta do ano de 1894 não se duvidava se a obra do selamento estava em prosseguimento ou
não. O selamento dos 144 mil era uma doutrina bem estabelecida entre os Adventistas do Sétimo
Dia. Entendia-se que todos os que estavam selados sob a mensagem do terceiro anjo seriam
incluídos nos 144 mil porque, de acordo com a mensagem de Apocalipse 7:1-4, apenas esse número
será assinalado.
Por aquele tempo, um irmão alegou ter "nova luz" sobre essa questão. Um dos pioneiros, J. N.
Loughborough, comentou:
"Com referência ao assunto deste livro — os 144 mil selados —, tenho sido fortemente movido pelo
Espírito de Deus a escrever e publicar os fatos sobre como foi obtida a mensagem do assinalamento
— não somente da Bíblia, mas por instrução direta em visões da irmã E. G. White. Também sobre
como a mensagem foi recebida e ensinada por nossos ministros e nosso povo até o ano de 1894,
quando ‘a teoria da nova luz’ encontrou seu defensor numa pessoa que posteriormente apostatou da
fé e morreu sem ver o cumprimento de sua expectativa de que ele viveria até o fim do tempo e por
isso seria um dos 144 mil. Sua alegação era que testemunhas posteriores da irmã White ensinavam
que todos os 144 mil seriam formados dos que nunca haviam morrido.
"Quando verifiquei que alguns estavam ensinando que ‘todos dentre os 144 mil a ser selados estão
agora vivos’, achei que era o tempo de alguém falar e mostrar que não é a maneira de agir dos
profetas de Deus, fazer declarações positivas numa ocasião e posteriormente ensinar coisa
totalmente contrária a elas. É evidente que tal não era o procedimento dos profetas bíblicos. A
totalidade dessa ‘nova luz’ é produzida tirando-se palavras de seu contexto e das razões pelas quais
são ditas, dando-se a elas aplicação geral..." —Questions on the Sealing Message, págs. 3 e 4
(prefácio).
A irmã White se preocupou com essa "nova luz" e deu o seguinte testemunho:
"A mais difícil tarefa que já tive de efetuar nesse sentido foi no tratar com uma pessoa que, eu
sabia, queria seguir o Senhor. Por algum tempo ele pensara que estava recebendo nova iluminação.
Estava muito doente, devendo morrer em breve. E oh! Como meu coração esperava que ele não me
obrigasse a dizer-lhe o que ele estava fazendo. Aqueles a quem ele apresentava seus pontos de
vista escutavam-no ansiosamente, e alguns o consideravam inspirado. Tinha feito um mapa, e
argumentava pelas Escrituras para mostrar que o Senhor voltaria em determinada data, em 1894,
penso. Para muitos esse raciocínio parecia perfeito. Falavam de sua poderosa exortação no quarto
de doente. As mais maravilhosas cenas passavam diante dele. Mas qual era a fonte de sua
inspiração? Era morfina a ele dada para aliviar-lhe a dor.
"Em nossa reunião campal em Lansing, Michigan, pouco antes de eu vir para a Austrália, tive que
falar francamente a respeito dessa nova luz. Disse ao povo que as palavras que haviam ouvido não
eram a verdade da inspiração. A maravilhosa luz, que apresentava tal exibição de verdade, era o
resultado de má aplicação da Escritura. A obra do Senhor não havia de terminar em 1894. A palavra
do Senhor a mim era: ‘Isto não é verdade, mas induzirá a caminhos estranhos. Alguns ficarão
confundidos acerca dessa apresentação, e abandonarão a fé.’ " —Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág.
113.
Essa "nova luz" ou "nova iluminação" não foi aceita pelos dirigentes da Igreja Adventista do Sétimo
Dia. Em 1905 o ancião H. R. Johnson publicou na Review and Herald um longo artigo sobre os 144
mil, que reproduzimos neste livro. Seu artigo contém a doutrina original.
Alguns anos mais tarde esse ensino foi novamente publicado na edição alemã do trimensário da
Escola Sabatina, de 1º de agosto de 1908, como segue:
"Por aqui podemos reconhecer que na vinda do Senhor todos os 144 mil, como santos vivos, se
comporão dos que jamais viram a morte e dos que morreram durante a pregação da última
mensagem mas ressuscitaram antes da vinda do Senhor."
Em seu livro Los Videntes y lo Porvenir, o ancião L. R. Conradi também declarou que os 144 mil
serão constituídos pelos que nunca morreram e os que serão ressuscitados antes da vinda de Jesus:
"De igual maneira, ressuscitarão dentre os justos que dormem alguns que completarão o número de
Israel de acordo com Apocalipse 7." —Los Videntes y lo Porvenir, pág. 271.
Entretanto, parte da "nova luz" ou "nova iluminação" que alega que os 144 mil nunca morrerão é
agora amplamente aceita, especialmente porque o número dos professos guardadores do Sábado é
contado aos milhões.
Capítulo 9
A conclusão da obra do selamento
Antes do fim do tempo da graça a obra do selamento será concluída. Embora muitos dos filhos de
Deus tenham sido assinalados antecipadamente, naquele tempo, sob a prova final, os filhos de Deus
que ainda estão nas igrejas caídas serão chamados a sair e tomar posição em prol da verdade. O
selo de Deus ou a marca da besta serão impostos sobre as pessoas de acordo com a escolha de
cada um. Toda a cristandade terá feito sua decisão.
"O Senhor Deus é Deus zeloso. Contudo suporta por muito tempo os pecados e transgressões de
Seu povo nesta geração. Se o povo de Deus tivesse andado conforme o Seu conselho, Sua obra
teria prosperado, e a mensagem da verdade teria sido dada a todos os povos que habitam a
superfície de toda a Terra. ... Mas porque o povo é desobediente, ingrato e profano como o era o
antigo Israel, o tempo é dilatado para que todos possam ouvir a última mensagem de misericórdia a
ser proclamada com grande voz. A obra do Senhor tem sido impedida e o tempo do assinalamento,
adiado. Muitos não ouviram a verdade. O Senhor, porém, lhes dará a oportunidade de ouvir e serem
convertidos, e a Sua obra avançará." —A Fé Pela Qual Eu Vivo, pág. 288.
"Dentro em pouco cada filho de Deus terá Seu selo aplicado sobre si. Tomara que ele seja aplicado
em nossa fronte! Quem pode suportar o pensamento de ser passado por alto quando o anjo sair a
selar os servos de Deus na fronte?" —Review and Herald, 28 de maio de 1889.
"Podemos falar das bênçãos do Espírito Santo, mas a menos que nos preparemos para Sua
recepção, que valor terão nossas obras? Estamos lutando com toda a nossa força para alcançar a
estatura de homens e mulheres em Cristo? Estamos buscando Sua plenitude, cada vez mais
avançando para o alvo posto diante de nós — a perfeição de Seu caráter? Quando o povo de Deus
alcançar esse alvo, será selado na fronte. Cheios do Espírito, estarão completos em Cristo, e o anjo
relator declarará: ‘Está feito.’ " —Review and Herald, 10 de junho de 1902.
"Terrível é a crise para a qual caminha o mundo. Os poderes da Terra, unindo-se para combater os
mandamentos de Deus, decretarão que todos, ‘pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos’
(Ap 13:16), se conformem aos costumes da Igreja, pela observância do falso sábado. Todos os que
se recusarem a conformar-se serão castigados pelas leis civis, e declarar-se-á finalmente serem
merecedores de morte. Por outro lado, a Lei de Deus, que ordena o dia de descanso do Criador,
exige obediência e ameaça com a ira divina todos os que transgridem os Seus preceitos.
"Esclarecido assim o assunto, quem quer que pise a Lei de Deus para obedecer a uma ordenança
humana, recebe o sinal da besta; aceita o sinal de submissão ao poder a que prefere obedecer em
vez de Deus. ...
"Mas ninguém deverá sofrer a ira de Deus antes que a verdade se lhe tenha apresentado ao espírito
e consciência, e haja sido rejeitada. Há muitos que nunca tiveram oportunidade de ouvir as
verdades especiais para este tempo. A obrigatoriedade do quarto mandamento nunca lhes foi
apresentada em sua verdadeira luz. Aquele que lê todos os corações e prova todos os intuitos, não
deixará que pessoa alguma que deseje o conhecimento da verdade seja enganada quanto ao
desfecho da controvérsia. O decreto não será imposto ao povo cegamente. Cada qual receberá
esclarecimento bastante para fazer inteligentemente a sua decisão.
"O Sábado será a pedra de toque da lealdade, pois é o ponto da verdade especialmente
controvertido. Quando sobrevier aos homens a prova final, traçar-se-á a linha divisória entre os que
servem a Deus e os que não O servem. Ao passo que a observância do sábado espúrio em
conformidade com a lei do Estado, contrária ao quarto mandamento, será uma declaração de
fidelidade ao poder que se acha em oposição a Deus, é a guarda do verdadeiro Sábado, em
obediência à Lei divina, uma prova de lealdade para com o Criador. Ao passo que uma classe,
aceitando o sinal de submissão aos poderes terrestres, recebe o sinal da besta, a outra, preferindo o
sinal da obediência à autoridade divina, recebe o selo de Deus." —O Grande Conflito, págs. 604 e
605.
Por estas declarações vemos que a prova final é a imposição da lei dominical. O povo de Deus que
houver concluído sua obra de preparação e recebido a chuva serôdia dará a mensagem em alto
clamor, conclamando os filhos de Deus a sair de Babilônia para receber o selo. A chuva serôdia virá
antes da conclusão da obra do selamento. Entende-se isso dos seguintes testemunhos:
"Antes de a obra encerrar-se e terminar o selamento do povo de Deus, receberemos o
derramamento do Espírito de Deus." —Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 111.
"Os justos vivos receberão o selo de Deus antes do fim da graça." —Maranata, o Senhor Vem, pág.
209.
Os que são fiéis aos mandamentos de Deus (Testemunhos Para Ministros, pág. 234), mas ainda não
fazem parte da Igreja remanescente, receberão o "selo do Deus vivo" tão logo se unam ao
remanescente (Primeiros Escritos, pág. 261; Testimonies, vol. 5, pág. 505). Então o anjo
representado pelo homem com o tinteiro do lado (Ez 9:11) volta da Terra. Os testemunhos dizem:
"Vi anjos indo aceleradamente de um lado para o outro no Céu. Um anjo com um tinteiro de
escrivão ao lado voltou da Terra e referiu a Jesus que sua obra estava feita, e os santos estavam
numerados e selados. Então vi Jesus, que havia estado a ministrar diante da arca, a qual contém os
dez mandamentos, lançar o incensário." —Primeiros Escritos, pág. 279.
Notem-se as palavras: "os santos estavam numerados e selados." Quando chegar a prova final,
todos os fiéis guardadores do Sábado serão numerados e selados. Esta obra será concluída antes de
ser iniciada a obra de matança (ver Ez 9:4-6). Quando findar o tempo da graça, a obra do
selamento se completará. Lemos:
"Jesus está em Seu santo templo, e agora aceita nossos sacrifícios, orações e confissões de faltas e
pecados, e perdoará todas as transgressões de Israel, para que sejam apagadas antes que Ele saia
do santuário. Quando Jesus sair do santuário os que são santos e justos serão santos e justos ainda,
pois todos os seus pecados estarão apagados, e eles selados com o selo do Deus vivo." —Primeiros
Escritos, pág. 48.
"Quando vier este tempo de angústia, todo caso estará decidido. Não mais haverá graça nem
misericórdia para o impenitente. O selo do Deus vivo estará sobre o Seu povo. Estes poucos
remanescentes, incapazes de se defenderem no conflito mortal com os poderes da Terra,
arregimentados pela hoste do dragão, fazem de Deus a sua defesa." —Testemunhos Seletos, vol. 2,
pág. 67.
"Precisamente antes de havermos entrado nele [no tempo de angústia], todos recebemos o selo do
Deus vivo. Então vi que os quatro anjos deixaram de reter os quatro ventos." —The SDA Bible
Commentary [E. G. White Comments], vol. 7, pág. 968.
Quatro pontos importantes deverão ser considerados no estudo do selamento dos 144 mil:
1. A mensagem do terceiro anjo prepara um povo assim descrito:
"Pois, como resultado da tríplice mensagem, é anunciado: ‘Aqui estão os que guardam os
mandamentos de Deus e a fé de Jesus.’ " —O Grande Conflito, págs. 453 e 454.
2. E o povo de Deus, guardador dos mandamentos, são os selados:
"Mas enquanto olhava com grande interesse, notou a assembléia dos que guardam os mandamentos
de Deus. Tinham na testa o selo do Deus vivo, e disse: ‘Aqui está a paciência dos santos; aqui
estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. E ouvi uma voz do Céu, que me
dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito,
para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam.’ " —Testemunhos Seletos, vol. 2,
pág. 370.
3. Esses vencedores com o selo do Deus vivo na fronte são chamados "o remanescente":
"Os desprezados remanescentes são vestidos de vestes gloriosas que nunca mais serão
manchadas pelas corrupções do mundo. Seus nomes são retidos no livro da vida, do Cordeiro,
registrados entre os fiéis de todos os séculos. Resistiram aos ardis do enganador; não foram
demovidos de sua lealdade pelos rugidos do dragão. Acham-se agora eternamente seguros dos ardis
do tentador. Seus pecados são transferidos para o originador do pecado.
"E os remanescentes são não só perdoados e aceitos, mas também honrados. Uma ‘mitra limpa’ élhes colocada sobre a cabeça. Serão como reis e sacerdotes para Deus. Enquanto Satanás instava
com suas acusações e buscava destruir esse grupo, santos anjos, invisíveis, passavam para cá e
para lá, colocando sobre eles o selo do Deus vivo." —Testemunhos Seletos, vol. 2, págs. 178 e
179.
4. Os 144 mil selados com o selo do Deus vivo não são um grupo de pessoas fiéis dentro da Igreja,
mas a própria Igreja remanescente em seu triunfo final:
" ‘E vi um como mar de vidro misturado com fogo; e também os que saíram vitoriosos... que
estavam junto ao mar de vidro e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, servo
de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as Tuas obras, Senhor Deus
Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos.’ Apocalipse 15:2 e 3.
" ‘E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o Monte de Sião, e com Ele 144 mil que em suas testas
tinham escrito o nome dEle e o de Seu Pai.’ Apocalipse 14:1. Neste mundo suas mentes foram
consagradas a Deus; serviram-nO com o intelecto e com o coração. Agora Ele pode colocar Seu
nome ‘em suas testas’." —Atos dos Apóstolos, págs. 590 e 591.
"Estes são os que se acham sobre o Monte Sião com o Cordeiro, tendo escrito na fronte o nome do
Pai. Cantam ante o trono o novo cântico, aquele cântico que homem algum pode aprender a não ser
os 144 mil que foram remidos da Terra. ... Agora, efetivamente, são os remidos ‘homens
portentosos’, quando as lágrimas e humilhações de sua peregrinação cederam lugar ao gozo e honra
na presença de Deus e do Cordeiro." —Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 179.
Capítulo 10
Após o fim da graça
Eis a advertência do terceiro anjo:
"Seguiu-se ainda um terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua
imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, também o tal beberá do vinho da ira de
Deus, preparado, sem mistura, no cálice da Sua ira. E será atormentado com fogo e enxofre diante
dos santos anjos e diante do Cordeiro." Apocalipse 14:9 e 10.
A ira de Deus será derramada sobre os que adoram a besta e a sua imagem e recebem a sua
marca. Esta ira é o derramamento das sete últimas pragas.
"Vi no céu outro sinal, grande e admirável: sete anjos, que tinham as sete últimas pragas; porque
nelas é consumada a ira de Deus." Apocalipse 15:1.
"A grande massa de cristãos nominais sofrerá amargo desengano no dia de Deus. Não têm sobre a
fronte o selo do Deus vivo." —The SDA Bible Commentary [E. G. White Comments], vol. 7, pág.
970.
Os que ficaram sem o selo do Deus vivo (O Grande Conflito, pág. 605; Testemunhos Seletos, vol. 2,
pág. 67) não são protegidos no tempo das pragas (Primeiros Escritos, pág. 44). Serão destruídos
durante o extermínio (O Grande Conflito, pág. 656), porque têm um selo falso, ou sinal da besta
(Testimonies, vol. 5, pág. 216). A primeira praga será derramada sobre eles:
"O primeiro saiu e derramou a sua taça sobre a Terra, e apareceu uma chaga feia e dolorosa nos
homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem." Apocalipse 16:2.
As sete últimas pragas duram aproximadamente um ano (ver Ap 18:8; Nm 14:34; Ez 4:6). Ao ser
derramada a sétima praga, a voz de Deus declara: "Está feito."
"O sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do templo do Céu, do trono, dizendo:
Está feito. E houve relâmpagos, vozes, trovões, e um grande terremoto, forte e grande." Apocalipse
16:17 e 18.
"Em meio dos céus agitados acha-se um espaço claro de glória indescritível, donde vem a voz de
Deus como o som de muitas águas, dizendo: ‘Está feito.’ " Apocalipse 16:17.
"Essa voz abala os céus e a Terra. Há um grande terremoto ‘como nunca tinha havido desde que há
homens sobre a Terra; tal foi este tão grande terremoto’. Apocalipse 16:18." —O Grande Conflito,
págs. 636 e 637.
No início da sétima praga há um grande terremoto. Alguns do povo de Deus que estavam em prisão
são soltos quando as paredes da prisão vêm abaixo. Com esse terremoto se abrem sepulturas e
ocorre a ressurreição parcial.
"Muitos dos que dormem no pó da terra ressurgirão, uns para a vida eterna, e outros para a
vergonha e o desprezo eterno." Daniel 12:2.
Quem são os que nessa ocasião ressurgem das sepulturas? É o que lemos no Espírito de Profecia
sobre a ressurreição de Daniel 12:2:
"Abrem-se sepulturas, e ‘muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida
eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno’. Daniel 12:2. Todos os que morreram na fé da
mensagem do terceiro anjo saem do túmulo glorificados, para ouvirem o concerto de paz
estabelecido por Deus com os que guardaram a Sua Lei." —O Grande Conflito, pág. 637.
"As sepulturas se abriram e os que haviam morrido na fé da mensagem do terceiro anjo,
guardando o Sábado, saíram de seus leitos de pó, glorificados, para ouvir o concerto de paz que
Deus deveria fazer com os que tinham guardado a Sua Lei." —Primeiros Escritos, pág. 285.
Todos os Adventistas fiéis que faleceram guardando o Sábado ressuscitarão na ressurreição parcial,
no início da sétima praga. Ressurgem glorificados mas ainda mortais, para "ouvir de Deus o
concerto de paz" ou "concerto eterno".
O pastor James White entendia que os que são ressuscitados na ressurreição parcial não ressurgem
imortais. Ele escreveu:
"Os que morrem sob a mensagem do terceiro anjo fazem parte dos 144 mil. Não há 144 mil além
desses, mas esses ajudam a perfazer esse número. São ressuscitados para a vida mortal pouco
antes de Cristo vir, e... serão transformados em imortais quando Cristo vier." —Review and Herald,
23 de setembro de 1880.
Os que ressurgem nessa ressurreição especial ou parcial e vão para desprezo eterno são os que
condenaram e traspassaram a Cristo, e os mais acérrimos inimigos da verdade e do povo de Deus,
como vemos a seguir:
"Respondeu-lhes Jesus: Tu o disseste. Porém vos digo que em breve vereis o Filho do homem
assentado à direita do Todo-Poderoso, e vindo sobre as nuvens do céu." Mateus 26:64.
"Vede, Ele vem com as nuvens e todo olho O verá, até mesmo os que O traspassaram; e todas as
tribos da Terra se lamentarão sobre Ele. Sim. Amém." Apocalipse 1:7.
" ‘Os mesmos que O traspassaram’ (Ap 1:7), os que zombaram e escarneceram da agonia de Cristo,
e os mais acérrimos inimigos de Sua verdade e povo, ressuscitam para contemplá-Lo em Sua glória,
e ver a honra conferida aos fiéis e obedientes." —O Grande Conflito, pág. 637.
"Ali estão os que zombaram de Cristo à Sua humilhação. Com uma força penetrante lhes ocorrem as
palavras do Sofredor, quando, conjurado pelo sumo sacerdote, declarou solenemente: ‘Vereis em
breve o Filho do homem assentado à direita do poder, e vindo sobre as nuvens do céu.’ Mateus
26:64. Agora O contemplam em Sua glória, e ainda O devem ver assentado à direita do poder." —
Idem, pág. 643.
Após essa ressurreição especial ou parcial, ocorrem os seguintes eventos:
a) "Densas nuvens ainda cobrem o céu. Contudo o Sol de quando em quando irrompe, aparecendo
como o olhar vingador de Jeová. Relâmpagos terríveis estalam dos céus, envolvendo a Terra num
lençol de chamas. Por sobre o estrondo medonho do trovão, vozes misteriosas e terríveis declaram a
sorte dos ímpios. ...
b) "Por uma fenda nas nuvens fulgura uma estrela cujo brilho aumenta quadruplicadamente em
contraste com as trevas. Fala de esperança e alegria aos fiéis, mas de severidade e ira aos
transgressores da Lei de Deus." —O Grande Conflito, págs. 637 e 638.
c) "Aparece então de encontro ao céu uma mão segurando duas tábuas de pedra dobradas uma
sobre a outra. Diz o profeta: ‘Os céus anunciarão a Sua justiça; pois Deus mesmo é o Juiz.’ Salmo
50:6. Aquela santa Lei, a justiça de Deus, que por entre trovões e chamas foi do Sinai proclamada
como guia da vida, revela-se agora aos homens como a regra do juízo. A mão abre as tábuas e
vêem-se os preceitos do Decálogo como que traçados com pena de fogo. As palavras são tão claras
que todos as podem ler. Desperta-se a memória, varrem-se de todas as mentes as trevas da
superstição e heresia, e os dez preceitos divinos, breves, compreensivos e autorizados, apresentamse à vista de todos os habitantes da Terra.
"É impossível descrever o horror e desespero dos que pisaram os santos mandamentos de Deus. O
Senhor lhes deu Sua Lei; eles poderiam haver aferido seu caráter por ela, e conhecido seus defeitos
enquanto ainda havia oportunidade para arrependimento e correção. Mas, a fim de conseguir o favor
do mundo, puseram de parte seus preceitos e ensinaram outros a transgredir. Esforçaram-se por
compelir o povo de Deus a profanar o Seu Sábado. Agora são condenados por aquela Lei que
desprezaram. Com terrível clareza vêem que se acham sem desculpas. Escolheram a quem servir e
adorar. ‘Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o
que O não serve.’ Malaquias 3:18
"Os inimigos da Lei de Deus, desde o ministro até o menor dentre eles, têm nova concepção da
verdade e do dever. Demasiado tarde vêem que o Sábado do quarto mandamento é o selo do Deus
vivo." —O Grande Conflito, págs. 639 e 640.
Tudo isso acontece durante a sétima praga, depois da ressurreição parcial. É oportuno lembrar que
por esse tempo todos os Adventistas fiéis já estarão ressuscitados, e por isso são contados entre os
vivos. Que acontece em seguida? Lemos:
"A voz de Deus é ouvida no céu, declarando o dia e a hora da vinda de Jesus e estabelecendo
concerto eterno com Seu povo." —O Grande Conflito, pág. 640.
Devemos ser muito cuidadosos para não confundir a voz de Jesus no fim do tempo da graça, que diz
"Está feito" (Primeiros Escritos, pág. 279) e a voz de Deus no início da sétima praga, que diz "Está
feito" (O Grande Conflito, pág. 636). Especialmente, porém, devemos ter cuidado para não
confundir a voz de Deus na ressurreição parcial, que diz "Está feito", e em seguida a voz de Deus
que anuncia o "dia e hora" da vinda de Jesus (O Grande Conflito, pág. 640). Esses anúncios feitos
pela voz de Deus são diferentes, distintos, e proferidos em ocasiões diferentes.
Quando a voz de Deus declara o dia e a hora da vinda de Jesus, Ele faz um concerto, ou firma o
concerto eterno com os que houverem guardado Sua Lei — os que estão selados. É para esse fim
que os mortos que faleceram sob a mensagem do terceiro anjo são ressuscitados na ressurreição
parcial.
Esse evento é também citado em Primeiros Escritos:
"Logo ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, a qual nos anunciou o dia e a hora da
vinda de Jesus. Os santos vivos, em número de 144 mil, reconheceram e entenderam a voz, ao
passo que os ímpios julgaram fosse um trovão ou terremoto." — Primeiros Escritos, pág. 15.
Meditemos nesta declaração. Após a ressurreição parcial, quando a voz de Deus anuncia o dia e a
hora da vinda de Jesus, o número dos santos vivos é de 144 mil. Muitos haviam ressuscitado e
nessa ocasião estão vivos, por isso são chamados "os vivos". É importante notar que todo ser
humano, quer nunca tenha morrido, ou tenha morrido e ressuscitado na ressurreição parcial, ouvirá
a voz de Deus. Mas só os 144 mil a entenderão. O Espírito de Profecia chama "ímpios" aos que não
entendem a voz de Deus. Portanto, após a ressurreição parcial que ocorre no início da sétima praga,
haverá somente duas classes de pessoas vivendo na Terra até a vinda de Jesus — os 144 mil e os
ímpios. Onde estarão os Adventistas fiéis que ressuscitaram na ressurreição parcial? Incluídos no
número dos santos vivos — 144 mil ao todo.
"Lembremo-nos de que o tempo dessas palavras da voz de Deus é após a ressurreição especial.
Todo esse grupo especial de guardadores do Sábado, agora está ‘vivo’." —Review and Herald, 27 de
julho de 1905, por H. R. Johnson.
O significado da expressão "santos vivos" é explicado pelo pastor Uriah Smith em seu livro The
Visions, como segue:
" ‘Então, tendo ressuscitado e estando vivos entre os santos que nunca morreram, não são
exatamente reconhecidos entre os santos vivos? E é essa mesma declaração do dia e da hora da
vinda de Jesus que o grupo então vivo, em número de 144 mil, ouve e entende.’ —Experiences and
Views, págs. 10 e 11. Então, onde está a contradição? Não existe." —Uriah Smith, The Visions, pág.
56.
Outro testemunho diz:
"Expediu-se um decreto para que os santos fossem mortos, o que os fez clamar dia e noite por
livramento. Esse era o tempo da angústia de Jacó. Então todos os santos clamavam com angústia
de espírito e eram libertados pela voz de Deus. Então os 144 mil triunfaram. Seus rostos ficaram
iluminados com a glória de Deus." —The Present Truth, vol. 1, nº 3.
Após a ressurreição parcial os santos passarão por tribulação — tanto angústia espiritual como a ira
dos ímpios. Eis, a propósito, algumas declarações:
"Seus olhos eram como chamas de fogo que profundamente penetravam Seus filhos. Todos os
rostos empalideceram; e o daqueles a quem Deus havia rejeitado se tornaram negros. Todos nós
exclamamos então: ‘Quem poderá estar em pé? Estão as minhas vestes sem mancha?’ " —
Primeiros Escritos, pág. 16.
"À Sua presença ‘se têm tornado macilentos todos os rostos’; sobre os que rejeitaram a misericórdia
de Deus cai o terror do desespero eterno. ‘Derrete-se o coração, e tremem os joelhos’, ‘e os rostos
de todos eles empalidecem.’ Jeremias 30:6; Naum 2:10. Os justos clamam, a tremer: ‘Quem
poderá subsistir?’ Silencia o cântico dos anjos e há um tempo de terrível silêncio." —O Grande
Conflito, pág. 641.
"E mesmo depois de os santos terem sido assinalados com o selo do Deus vivo, Seus eleitos terão
provas individualmente. Virão aflições pessoais, mas a fornalha é vigiada de perto por um olho que
não deixará que o ouro seja consumido. Sobre eles está a marca indelével de Deus." —Testemunhos
Para Ministros, pág. 446.
"Por causa de nosso estado feliz e santo, os ímpios enraiveceram-se e arremeteram
violentamente para lançar mão de nós, a fim de lançar-nos à prisão, quando estendemos a mão
em nome do Senhor e eles caíram inermes ao chão." —Primeiros Escritos, pág. 15.
Os inimigos ficarão enraivecidos e investirão contra os santos após o anúncio do dia e hora da vinda
de Jesus. Esta é ainda uma parte da angústia de Jacó. Só terminará quando Jesus declarar: "Minha
graça vos basta." (Primeiros Escritos, pág. 16.)
Depois de os santos ouvirem e entenderem a voz de Deus anunciando o dia e a hora, olham para o
céu e vêem Jesus vindo na nuvem:
"Logo nossos olhares foram dirigidos ao Oriente, pois aparecera uma nuvenzinha aproximadamente
do tamanho da metade da mão de homem, a qual todos nós soubemos ser o sinal do Filho do
homem. Todos nós em silêncio solene olhávamos a nuvem que se aproximava e se tornava mais e
mais clara e esplendente, até converter-se numa grande nuvem branca. A parte inferior tinha a
aparência de fogo; o arco-íris estava sobre a nuvem, enquanto em redor dela se achavam dez
milhares de anjos, entoando um cântico agradabilíssimo; e sobre ela estava sentado o Filho do
homem. Os cabelos, brancos e anelados, caíam-Lhe sobre os ombros; e sobre a cabeça tinha muitas
coroas. Os pés tinham a aparência de fogo; em Sua destra trazia uma foice aguda e na mão
esquerda uma trombeta de prata. ...
"Então a trombeta de prata de Jesus soou, ao descer Ele sobre a nuvem, envolto em labaredas de
fogo. Olhou para as sepulturas dos santos que dormiam, ergueu então os olhos e mãos ao céu, e
exclamou: ‘Despertai! despertai! despertai, vós que dormis no pó, e levantai-vos!’ Houve um forte
terremoto. As sepulturas se abriram e os mortos saíram revestidos de imortalidade." —Primeiros
Escritos, págs. 15 e 16 (ver O Grande Conflito, págs. 640 e 641).
Quando Jesus aparece nas nuvens do céu, ocorre a primeira ressurreição geral. Esses santos
ressuscitam imortais. Convém lembrar que o número dos santos vivos é 144 mil. Uma parte deles é
constituída pelos que nunca morreram, e a outra parte ressuscitou na ressurreição parcial. A
primeira ressurreição geral na vinda de Jesus, quando soar a última trombeta, é mencionada na
Bíblia:
"Pois o mesmo Senhor descerá do Céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de
Deus, e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos,
seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim
estaremos para sempre com o Senhor." 1 Tessalonicenses 4:16 e 17.
Por esses versos entendemos que quando Jesus vier haverá "santos vivos" (144 mil) que serão
transformados da mortalidade para a imortalidade. Os outros, os "santos que dormem" (a grande
multidão), saem do túmulo revestidos de imortalidade. Paulo explica como isso acontece:
"Eis que vos digo um mistério: Na verdade nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao soar a última trombeta. Pois a
trombeta soará, e os mortos ressurgirão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Pois convém
que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da
imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal
se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na
vitória." 1 Coríntios 15:51-54.
E o Espírito de Profecia acrescenta esta explicação:
"Os justos vivos são transformados ‘num momento, num abrir e fechar de olhos’. À voz de Deus
foram eles glorificados. Agora tornam-se imortais, e com os santos ressuscitados, são arrebatados
para encontrar seu Senhor nos ares." —O Grande Conflito, pág. 645.
É evidente que os "justos vivos" ou "santos vivos" (144 mil) foram glorificados à voz de Deus na
ressurreição parcial, e agora, na primeira ressurreição geral, são imortalizados. Os dois grupos se
unem e ascendem ao Céu.
"Todos nós entramos na nuvem, e estivemos sete dias ascendendo para o mar de vidro, aonde
Jesus trouxe as coroas, e com Sua própria destra as colocou sobre nossa cabeça. Deu-nos harpas de
ouro e palmas de vitória. Ali, sobre o mar de vidro, os 144 mil ficaram em quadrado perfeito." —
Primeiros Escritos, pág. 16.
Capítulo 11
Que fazer para ser selado
Tendo em mente que os 144 mil são selados a partir de 1844 entre os que guardam o Sábado, não
devemos ficar satisfeitos com nossa situação atual, nem ser embalados no berço da segurança
carnal. É-nos dito que não serão muitos os salvos.
" ‘Muitos são chamados, mas poucos escolhidos.’ Muitos ouvem o convite de misericórdia, são
testados e provados. Mas poucos são selados com o selo do Deus vivo. Poucos se humilharão como
uma criancinha, para poderem entrar no reino dos Céus." —Testimonies, vol. 5, pág. 50.
Esses poucos selados são numerados na Bíblia:
"E ouvi o número dos que foram selados, e eram 144 mil, de todas as tribos dos filhos de Israel."
Apocalipse 7:4.
Por que muitos guardadores do Sábado não são selados? O Espírito de Profecia responde:
"Nem todos os que professam guardar o Sábado serão selados. Muitos há, mesmo entre os que
ensinam a verdade a outros, que não receberão na testa o selo de Deus. Tinham a luz da verdade,
souberam a vontade de seu Mestre, compreenderam todos os pontos de nossa fé, mas não tiveram
as obras correspondentes." —Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 68.
"Qual é a situação dos que guardam os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus? Se em certas
famílias há pessoas que estão recusando obediência ao Senhor quanto à guarda de Seu Sábado, o
selo de Deus não poderá ser colocado sobre eles. O selamento é uma garantia da parte de Deus, de
perfeita segurança aos Seus escolhidos (Êx 31:13-17). O selamento indica que sois escolhidos de
Deus. Ele vos reservou para Si mesmo. Como os selados de Deus somos de Cristo a possessão
adquirida, e ninguém nos arrebatará das Suas mãos. O selo posto na fronte é Deus, Nova
Jerusalém. ‘Escreverei sobre ele o nome do Meu Deus, e o nome da cidade do Meu Deus’
(Apocalipse 3:12)." —Manuscript Releases, vol. 15, pág. 225.
"Só os que receberem o selo do Deus vivo terão o passaporte para transpor os portais da santa
cidade. Mas há muitos que assumem responsabilidades dentro da obra de Deus, que não são
crentes sinceros, e enquanto permanecem assim não podem receber o selo do Deus vivo. Confiam
em sua própria justiça, que o Senhor tem como insensatez." —The SDA Bible Commentary [E. G.
White Comments], vol. 7, pág. 970.
"Nenhum de nós jamais receberá o selo de Deus, enquanto o caráter tiver uma nódoa ou mácula
sequer. Cumpre-nos remediar os defeitos de caráter, purificar de toda a contaminação o templo da
alma." —Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 69.
"O selo de Deus jamais será colocado à testa de um homem ou mulher impuros. Jamais será
colocado à testa de um homem ou mulher cobiçosos ou amantes do mundo. Jamais será colocado à
testa de homens ou mulheres de língua falsa ou coração enganoso." —Idem, pág. 71.
"Se recebermos a imagem de Deus, se nossas almas forem purificadas de toda contaminação moral,
o selo de Deus nos será colocado na testa, e estaremos preparados para as cenas finais da história
terrestre." —Filhos e Filhas de Deus, pág. 342.
"A classe que não se entristece por seu próprio declínio espiritual, nem chora sobre os pecados dos
outros, será deixada sem o selo de Deus." —Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 65.
"Aqueles que se acham sob a ensangüentada bandeira do Príncipe Emanuel, não se podem unir aos
Maçons ou a outra qualquer organização secreta. O selo do Deus vivo não será colocado em
ninguém que mantenha tal ligação depois que a luz da verdade fulgiu em seu caminho. Cristo não
está dividido, e os cristãos não podem servir a Deus e a Mamom. Diz o Senhor: ‘Saí do meio deles,
e apartai-vos, ... e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai e vós
sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.’ 2 Coríntios 6:17 e 18." —Mensagens
Escolhidas, vol. 2, pág. 140.
Há muitos que ensinam a verdade, pregam o Evangelho e crêem e ensinam com energia a segunda
vinda de Cristo. Não obstante, a profetisa os vê ululando em agonia no tempo de angústia.
Enquanto os 144 mil triunfam, eles ficam sem abrigo:
"Este foi o tempo da angústia de Jacó. Todos os santos clamaram com angústia de espírito, e
alcançaram livramento pela voz de Deus. Os 144 mil triunfaram. Sua face se iluminou com a glória
de Deus. Foi-me mostrada então uma multidão que ululava em agonia. Em suas vestes estava
escrito em grandes letras: ‘Pesado foste na balança, e foste achado em falta.’ Perguntei quem era
aquela multidão. O anjo disse: ‘Estes são os que já guardaram o Sábado e o abandonaram.’ Ouvi-os
clamar com grande voz: ‘Acreditamos em Tua vinda e a ensinamos com ardor.’ E enquanto falavam,
seus olhares caíam sobre suas vestes, viam a escrita e então choravam em alta voz. Vi que eles
haviam bebido de águas profundas e enlameado o resto com os pés — pisando o Sábado a pés. Por
isso foram pesados na balança e achados em falta." —The Present Truth, vol. 1, nº 3.
Temos um dever, e cumpre-nos fazer nossa parte para recebermos o selo do Deus vivo em nossa
fronte e sermos protegidos no dia do morticínio. O Espírito de Profecia nos diz:
"O selo de Deus será colocado somente na testa daqueles que suspiram e clamam por causa das
abominações cometidas na Terra. Aqueles que se ligam ao mundo por laços de simpatia, estão
comendo e bebendo com os ébrios, e certamente serão destruídos com os que obram a iniqüidade."
—Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 67.
"Os que desconfiam do eu, que se humilham diante de Deus e purificam a alma pela obediência à
verdade, estão recebendo o molde divino e preparando-se para receber na fronte o selo de Deus."
—Idem, pág. 71.
"Cada qual tem de agora investigar a Bíblia por si mesmo, de joelhos perante Deus, com o coração
humilde e dócil de uma criança, se quiser saber o que é que o Senhor dele requer." —Idem, pág.
69.
"Os que vencem o mundo, a carne e o diabo serão os agraciados que receberão o selo do Deus
vivo." —Testemunhos Para Ministros, pág. 445.
"Cumpre-vos aprender na escola de Cristo, pois de outro modo jamais podereis ser qualificados para
subir degrau mais alto, receber o selo do Deus vivo, entrar pelas portas da cidade de Deus e ser
coroados de glória, honra e imortalidade." —Testimonies, vol. 5, pág. 502.
"Será este selo colocado sobre o que tem mente impura, o profano, o adúltero, o homem que cobiça
a mulher do próximo? Responda vossa alma à pergunta: Corresponde meu caráter às qualificações
essenciais para que eu possa receber um passaporte para as mansões que Cristo preparou para os
que para elas estão habilitados? A santidade deve estar gravada em nosso caráter." —Testemunhos
Para Ministros, pág. 446.
"Vi que os que ultimamente têm abraçado a verdade terão que aprender o que é sofrer por amor de
Cristo, que terão provas a suportar, provas que serão agudas e cortantes, a fim de que sejam
purificados e pelo sofrimento capacitados a receber o selo do Deus vivo, a passar pelo tempo de
angústia, ver o Rei em Sua formosura e estar na presença de Deus e de anjos santos, puros." —
Primeiros Escritos, pág. 67.
Visto que o Sábado é o selo do Deus vivo, urge que o guardemos conforme o mandamento, se é que
queremos ser salvos. O profeta Isaías escreve:
"Bem-aventurado o homem que faz isto, e o filho do homem que lança mão disto, que se guarda de
profanar o Sábado, e guarda a sua mão de perpetrar algum mal." Isaías 56:2.
"Os que de ti procederem edificarão os lugares antigamente assolados, e levantarás os fundamentos
de geração em geração; chamar-te-ão reparador de brechas, e restaurador de veredas com
moradias. Se desviares o teu pé de profanar o Sábado, de fazer a tua vontade no Meu santo dia, e
se chamares ao Sábado deleitoso, e santo dia do Senhor, digno de honra, e O honrares não
seguindo os teus caminhos, nem te ocupando nas tuas empresas, nem falando palavras vãs, então
te deleitarás no Senhor, e te farei cavalgar sobre as alturas da Terra, e te sustentarei com a herança
de teu pai Jacó, porque a boca do Senhor o disse." Isaías 58:12-14.
Acerca da verdadeira guarda do Sábado, diz o Espírito de Profecia:
"Se os pais permitirem que os filhos recebam educação do mundo, a façam do Sábado um dia
comum, o selo de Deus jamais será colocado sobre eles." —Historical Sketches of the Foreign
Missions of SDA’s, pág. 217.
"Quando julga que suas circunstâncias temporais requerem atenção, o irmão transgride sem
compulsão o quarto mandamento. O irmão torna a guarda da Lei de Deus uma questão de
conveniência, obedecendo ou desobedecendo segundo o indicam suas ocupações ou inclinações. Isto
não é honrar o Sábado como uma instituição sagrada. O irmão ofende o Espírito de Deus e desonra
seu Redentor, seguindo esse procedimento descuidado.
"Não é aceitável ao Senhor uma observância parcial da Lei do Sábado, e isso tem sobre o espírito
dos pecadores pior efeito do que se o irmão não fizesse profissão de ser observador do Sábado." —
Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 495.
"Aqueles que no Sábado discutem assuntos de negócios ou fazem planos, são considerados por
Deus como se estivessem empenhados na própria transação de negócio. Para santificar o Sábado,
não devemos mesmo permitir que nosso espírito se ocupe em coisas de caráter mundano. E o
mandamento inclui todos dentro de nossas portas. Os que convivem na casa devem durante as
horas sagradas pôr de parte suas ocupações mundanas. Todos devem unir-se a honrar a Deus por
meio de um culto voluntário em Seu santo dia." —Patriarcas e Profetas, págs. 307 e 308.
"Na sexta-feira deverá ficar terminada a preparação para o Sábado. Tende o cuidado de pôr toda a
roupa em ordem e deixar cozido o que houver para cozer. Escovai os sapatos e tomai vosso banho.
É possível deixar tudo preparado, se se tomar isto como regra. O Sábado não deve ser empregado
em consertar roupa, cozer o alimento, nem em divertimentos ou quaisquer outras ocupações
mundanas. Antes do pôr-do-sol, ponde de parte todo o trabalho secular e fazei desaparecer os
jornais profanos. Explicai aos filhos esse vosso procedimento e induzi-os a ajudarem na preparação,
a fim de observar o Sábado segundo o mandamento.
"Devemos observar cuidadosamente os limites do Sábado. Lembrai-vos de que cada minuto é tempo
sagrado. Sempre que possível, os patrões deverão conceder aos empregados as horas que decorrem
entre o meio-dia da sexta-feira e o começo do Sábado. Dai-lhes tempo para a preparação, a fim de
poderem saudar o dia do Senhor com sossego de espírito. ...
"Antes do pôr-do-sol, todos os membros da família devem reunir-se para estudar a Palavra de Deus,
cantar e orar. A este respeito estamos necessitados de uma reforma, porque muitos há que se estão
tornando remissos. Temos que confessar as faltas a Deus e uns aos outros. Devemos tomar
disposições especiais para que cada membro da família possa estar preparado para honrar o dia que
Deus abençoou e santificou." —Testemunhos Seletos, vol. 3, págs. 22 e 23.
"Era intenção do Senhor que sua observância [do Sábado] os designasse [os judeus] como
adoradores Seus. Seria um sinal de sua separação da idolatria, em ligação com o verdadeiro Deus.
Mas a fim de santificar o Sábado, os homens precisam ser eles próprios santos. Devem, pela fé,
tornar-se participantes da justiça de Cristo." —O Desejado de Todas as Nações, pág. 283.
Hoje é o tempo de guardar os mandamentos de Deus. Agora é o tempo de elevarmos a norma e
sermos santificados pela verdadeira guarda do Sábado. Agora é o tempo de vencermos com o
auxílio e a graça de Deus todos os nossos defeitos de caráter, e ficarmos firmes na prova final. Não
nos é possível por nosso próprio poder e força, ser salvos. Busquemos o Senhor com coração
humilde, confessemos nossos pecados e faltas e peçamos que Ele faça por nós o que não somos
capazes de fazer, que a cobertura seja estendida sobre nós, sejamos abrigados, recebamos na
fronte o selo do Deus vivo e sejamos membros dos 144 mil.
"Agora é o tempo para a Lei de Deus estar em nossa mente, em nossa fronte e escrita em nosso
coração.
"O Senhor me mostrou o perigo de permitir seja a nossa mente abarrotada de pensamentos e
cuidados mundanos. ... Nisto vi grande perigo, pois se a mente está cheia de outras coisas, a
verdade presente é deixada fora e não há lugar em nossa fronte para o selo do Deus vivo." —
Primeiros Escritos, pág. 58.
"Esforcemo-nos com todo o poder que Deus nos deu, para estar entre os 144 mil." —Review and
Herald, 9 de março de 1905.
Capítulo 12
Os 144 mil - por H. R. Johnson
(Publicado em duas partes na Review and Herald de 27 de julho de 1905 e 3 de agosto de 1905.)
Os 144 mil
(As referências entre colchetes indicam as páginas da edição atual de Primeiros Escritos.)
1. Onde se fala dos 144 mil pela primeira vez? — Apocalipse 7:1-4.
2. Como são designados? — Como "os servos do nosso Deus". Verso 3.
3. Que se diz deles? — Estavam selados. Versos 3 e 4.
4. Com que estavam selados? — Com o "selo do Deus vivo". Verso 2.
5. Que é o selo ou sinal de Deus? (Ver Romanos 4:11) — "O Sábado do quarto mandamento é o selo
do Deus vivo." —O Grande Conflito, pág. 640; Êxodo 31:13 e 17.
6. O que está inseparavelmente unido ao selo de Deus? — O nome do Pai. Ver Apocalipse 14:1.
7. Quando começou a obra do selamento? — Quando o anjo veio com o selo de Deus. Apocalipse
7:2.
8. Quando o anjo veio com o selo do Sábado? — Quando se abriu "no Céu o templo de Deus, e a
Sua aliança foi vista no Seu santuário" (Apocalipse 11:19), e teve início a obra de reforma do
Sábado. — Após 22 de outubro de 1844.
9. Que outros anjos João viu na mesma ocasião do selamento? Apocalipse 7:1.
10. O que o anjo com o selo ordenou que os quatro anjos fizessem? Versos 2 e 3.
11. Quando foi expedida essa ordem especial? — Quando as nações ficaram mais iradas, o que
acontece desde 1844. — Apocalipse 11:18 e 19. Ver Primeiros Escritos, págs. 29-31 [PE 36-38].
12. A obra do selamento está em prosseguimento? — Sim. Apocalipse 7:2 e 3. "Satanás está agora
usando cada artifício neste tempo de selamento a fim de desviar a mente do povo de Deus da
verdade presente e levá-los a vacilar." "O tempo do selamento é muito curto, e logo passará." —
Primeiros Escritos, págs. 35 e 49 [PE 43 e 58].
13. O que o profeta Isaías diz dessa obra? — Isaías 8:16.
14. Onde há de ser posta a Lei selada? — Hebreus 8:10.
15. Enquanto a impureza for nutrida no coração, pode a Lei espiritual de Deus ser ali escrita? —
Não! "Se a mente está cheia de outras coisas, a verdade presente é deixada fora e não há lugar em
nossa fronte para o selo do Deus vivo." "Agora é o tempo para a Lei de Deus estar em nossa mente,
em nossa fronte e escrita em nosso coração." —Primeiros Escritos, págs. 48 e 49 [PE 58]. Isaías
51:7.
16. O que constitui um testemunho fidedigno de verdadeira santificação? — A guarda do santo
Sábado. Êxodo 31:13.
17. Não estão eles andando pelo poder do Espírito Santo em todos os mandamentos de Deus, sendo
selados com o selo do Deus vivo? — Sim. "Tinham na testa o selo do Deus vivo, e disse: ‘Aqui está a
paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus.’ " —
Testimonies, vol. 6, pág. 15 [Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 370]. "Agora é o tempo para a Lei
de Deus estar em nossa mente, em nossa fronte e escrita em nosso coração." "Satanás está agora
usando cada artifício neste tempo de selamento a fim de desviar a mente do povo de Deus da
verdade presente." —Primeiros Escritos, págs. 48 e 35 [PE 58 e 43].
18. Quantos serão selados? — Apocalipse 7:4. "Os 144 mil estavam todos selados e perfeitamente
unidos." —Idem, pág. 11 [PE 15].
19. Para que somos chamados? — Para sermos selados com o selo do Deus vivo, e numerados com
os 144 mil.
20. Em vista desse fato, que devemos fazer? 2 Pedro 1:10. "Esforcemo-nos, com todo o poder que
Deus nos deu, para estarmos entre os 144 mil." —Sra. E. G. White em Review and Herald, 9 de
março de 1905.
"Podemos aprender o cântico de vitória que deve ser cantado no Monte Sião." "João viu o Cordeiro
no Monte Sião, e com Ele os 144 mil, tendo o nome do Pai escrito na fronte. Levavam o sinete do
Céu. Refletiam a imagem de Deus. Estavam repletos da luz e da glória do Santo. Se quisermos ter a
imagem e a inscrição de Deus sobre nós, é necessário separar-nos de toda iniqüidade. Cumpre-nos
abandonar todo mal caminho, e então entregar todos os nossos casos nas mãos de Cristo." —Idem,
9 de março de 1889. "Dentro em pouco terá cada filho de Deus Seu selo colocado em sua fronte.
Quem dera que ele fosse colocado em nossa fronte! Quem pode suportar o pensamento de ser
passado por alto quando o anjo de Deus sair a assinalar os servos de Deus na testa? —Idem, 28 de
maio de 1889.
21. Todos os que tiverem a Lei selada, contendo o nome do Pai, "na mente e na fronte, e escrita no
coração", viverão até Jesus voltar? — Apocalipse 14:12 e 13.
22. Quando e por quem serão ressuscitados? — Daniel 12:1 e 2. "Havia, porém, um lugar claro de
uma glória fixa, donde veio a voz de Deus, semelhante a muitas águas, abalando os céus e a
Terra. Houve um grande terremoto. As sepulturas se abriram e os que haviam morrido na fé da
mensagem do terceiro anjo, guardando o Sábado, saíram dos seus leitos de pó, glorificados, para
ouvir o concerto de paz que Deus deveria fazer com os que tinham guardado Sua Lei. ...
"E, falando Deus o dia e a hora da vinda de Jesus e declarando o concerto eterno com Seu povo,
proferia uma sentença e então silenciava, enquanto as palavras estavam a repercutir pela Terra." —
Primeiros Escritos, págs. 145 e 146 [PE 285].
23. Quem entendeu as palavras da voz de Deus? — "Os ímpios não podiam compreender as
palavras da voz de Deus." —Idem, pág. 146 [PE 286]. "Logo ouvimos a voz de Deus, semelhante a
muitas águas, a qual nos anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos, em número de
144 mil, reconheceram e entenderam a voz, ao passo que os ímpios julgaram fosse um trovão ou
terremoto." —Idem, pág. 11 [PE 15].
(Lembre-se de que o tempo dessas palavras da voz de Deus vem após a ressurreição especial. Todo
este grupo especial de guardadores do Sábado agora está "vivo".)
24. Quando a interminável bênção foi pronunciada sobre o "Israel de Deus" (Idem, pág. 146) [PE
286], o que exclamaram? — "E, quando a interminável bênção foi pronunciada sobre os que haviam
honrado a Deus santificando o Seu Sábado, houve uma grande aclamação de vitória sobre a besta e
sua imagem." —Idem, pág. 146 [PE 286].
25. Onde João viu esse grupo? — Apocalipse 15:2 e 3.
26. O que o testemunho de Jesus diz a esse respeito? — "Os 144 mil estavam todos selados e
perfeitamente unidos." "Ali, sobre o mar de vidro, os 144 mil ficaram em quadrado perfeito." —
Idem, págs. 11 e 12 [PE 15 e 16].
(Entre os que bradavam vitória sobre a besta e a sua imagem estavam os que tinham saído de suas
sepulturas na ressurreição parcial e foram vistos no mar de vidro. Eram "os santos vivos, em
número de 144 mil". (Idem, pág. 11) [PE 15].)
27. "Ao declarar Deus a hora", o que derramou sobre eles e o que se produziu neles? — "Ao declarar
Deus a hora, verteu sobre nós o Espírito Santo, e nosso rosto brilhou com o esplendor da glória de
Deus, como aconteceu com Moisés na descida do monte Sinai." —Ibidem.
28. O que a sinagoga de Satanás não sabia? — "Foi então que a sinagoga de Satanás conheceu que
Deus nos havia amado a nós, que lavávamos os pés uns aos outros e saudávamos os irmãos com
ósculo santo. E adoraram a nossos pés." —Ibidem.
29. O que acontece logo depois disso? — "Logo nossos olhares foram dirigidos ao Oriente, pois
aparecera uma nuvenzinha aproximadamente do tamanho da metade da mão de homem, a qual
todos nós soubemos ser o sinal do Filho do homem. Todos nós em silêncio solene olhávamos a
nuvem que se aproximava e se tornava mais e mais clara e esplendente, até converter-se numa
grande nuvem branca. A parte inferior tinha aparência de fogo; o arco-íris estava sobre a nuvem,
enquanto em redor dela se achavam dez milhares de anjos, entoando um cântico agradabilíssimo. E
sobre ela estava sentado o Filho do homem." —Ibidem.
30. Quem ressuscita os justos dos mortos na primeira ressurreição geral? — "A voz do Filho de Deus
chamou os santos que dormiam, saindo estes revestidos de gloriosa imortalidade." —Primeiros
Escritos, pág. 28 [PE 35].
31. Que mudança sobrevém aos 144 mil, abrangendo todos os participantes na ressurreição
especial, nessa mesma ocasião? — "Os santos vivos foram mudados num momento e com eles
arrebatados no carro de nuvem." —Ibidem. "Os 144 mil clamaram ‘Aleluia!’ quando reconheceram
os amigos que deles tinham sido separados pela morte, e no mesmo instante fomos transformados
e arrebatados juntamente com eles para encontrar o Senhor nos ares." —Idem, pág. 12 [PE 16].
"Os justos vivos são transformados ‘num momento, num abrir e fechar de olhos’. À voz de Deus
foram eles glorificados. Agora tornam-se imortais, e com os santos ressuscitados são arrebatados
para encontrar seu Senhor nos ares." —O Grande Conflito, pág. 645.
32. Esse grupo de 144 mil é diferente dos outros remidos? Apocalipse 14:1-5: "E os remanescentes
são não só perdoados e aceitos, mas também honrados. Uma ‘mitra limpa’ é-lhes colocada sobre a
cabeça. Serão como reis e sacerdotes para Deus. Enquanto Satanás instava com suas acusações, e
buscava destruir esse grupo, santos anjos, invisíveis, passaram para cá e para lá, colocando sobre
eles o selo do Deus vivo. Estes são os que se acharão sobre o Monte Sião com o Cordeiro, tendo
escrito na fronte o nome do Pai. Cantam ante o trono o novo cântico, aquele cântico que homem
algum pode aprender a não ser os 144 mil, que foram remidos da Terra. "Estes são os que seguem
o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como
primícias para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são
irrepreensíveis diante do trono de Deus." —Testimonies, vol. 5, págs. 475 e 476 [Testemunhos
Seletos, vol. 2, pág. 179].
33. Onde foram finalmente vistos? — No templo (Apocalipse 7:15); no Monte Sião (Apocalipse
14:1); no mar de vidro (Apocalipse 15:2). "O Monte Sião estava exatamente diante de nós, e sobre
o monte um belo templo. ... E quando estávamos para entrar no santo templo, Jesus levantou Sua
bela voz e disse: ‘Somente os 144 mil entram neste lugar.’ " —Primeiros Escritos, pág. 14 [PE 19].
"Ali, sobre o mar de vidro, os 144 mil ficaram em quadrado perfeito." —Idem, pág. 12 [PE 16].
34. Sendo diferente dos lavados no sangue, que pergunta fez um dos anciãos que João viu em
visão, e qual foi a resposta final? — Apocalipse 7:13-17.
(Como pelo menos algumas das pragas serão locais, a experiência de cada um desse grupo não
pode ser a mesma, mas esses, como "o grupo fiel e provado" (ver Primeiros Escritos, pág. 134 [PE
273]), terão a experiência referida em Apocalipse 7:13-17 — "...e nunca ninguém teve experiência
semelhante. ...permaneceram sem Intercessor durante o derramamento final dos juízos de Deus."
—O Grande Conflito, pág. 649. "Alguns deles tinham coroas muito brilhantes; outros, não tanto.
Algumas coroas pareciam repletas de estrelas, ao passo que outras tinham poucas." —Primeiros
Escritos, pág. 12 [PE 16].)
35. Enfatizando a indagação de onde viera esse maravilhoso grupo, que resposta foi dada? —
"Foram remidos da Terra." ["Dentre os homens foram comprados."]
(De fato, todos os que forem salvos serão os remidos desta Terra, "de todas as nações, tribos,
povos e línguas". Apocalipse 7:9; Mateus 24:14; Lucas 21:35. Todos prontamente verão existir algo
muito significativo na resposta: Estes "foram remidos da Terra".)
36. Ora, admitindo que eles "foram remidos da Terra", de que classe de seres poderiam ter vindo?
— "Estes são os que dentre os homens foram comprados." Física e moralmente estes estiveram uma
vez entre os mais fracos, pois saíram de todas as últimas nações, línguas e povos que vivem na
Terra. Também saíram de todas as espécies e organizações e de todas as classes de crenças e
descrenças. Alegremente aceitaram a verdade inteira e nada senão a verdade. E mediante a
obediência a ela, pelo poder do Espírito de Deus se tornaram tão plenamente santificados, firmados
e arraigados na verdade, que sentem "o mesmo no Senhor", e podem subsistir sem um mediador
após o fim do tempo da graça. (Leia cuidadosamente a página 11 de Primeiros Escritos [PE 15] e
lembre-se de que está falando de coisas posteriores à ressurreição parcial, e anteriores à vinda de
Jesus em glória.) Quem jamais testemunhou tal grupo? Não é de admirar a pergunta "de onde
vieram?"
Capítulo 13
Objeções respondidas - I
Surgem muitas objeções sobre a questão do selamento dos 144 mil. Talvez porque os guardadores
do Sábado são contados aos milhões, este número (144 mil) parece ser demasiadamente pequeno.
Desta forma os ensinos dos pioneiros sobre este ponto, como endossados pelo Espírito de Profecia,
não são hoje cridos por muitas pessoas. Esta descrença é lamentavelmente fortalecida pela
admissão de que o povo do advento tem recebido nova luz sobre o assunto.
É verdade que o Senhor envia nova luz ao Seu povo, mas é só um acréscimo — ela não contradiz a
luz anterior, já estabelecida. A serva do Senhor declara:
"Quando o poder de Deus testifica daquilo que é a verdade, essa verdade deve permanecer para
sempre como verdade. Não devem ser agasalhadas suposições posteriores contrárias ao
esclarecimento que Deus proporcionou. Surgirão homens com interpretações das Escrituras que
para eles são verdade, mas que não o são. Deu-nos Deus a verdade para este tempo como um
fundamento para nossa fé. Ele próprio nos ensinou o que é a verdade. Aparecerá um, e ainda outro,
com nova iluminação que contradiz aquela que foi dada por Deus sob a demonstração de Seu Santo
Espírito. Vivem ainda alguns que passaram pela experiência obtida quando esta verdade foi firmada.
Deus lhes tem benignamente poupado a vida para repetir e repetir até o fim da existência a
experiência por que passaram da mesma maneira que o fez o apóstolo João até ao termo de sua
vida. E os porta-bandeiras que tombaram na morte devem falar mediante a reimpressão de seus
escritos. Estou instruída de que, assim, sua voz se deve fazer ouvir. Eles devem dar seu
testemunho relativamente ao que constituir a verdade para este tempo.
"Não devemos receber as palavras dos que vêm com uma mensagem em contradição com os pontos
especiais de nossa fé. Eles reúnem uma porção de passagens, e amontoam-nas como prova em
torno das teorias que firmam. Isto tem sido repetidamente feito durante os cinqüenta anos
passados. E se bem que as Escrituras sejam a Palavra de Deus, e devam ser respeitadas, sua
aplicação, uma vez que mova uma coluna do fundamento sustentado por Deus nestes cinqüenta
anos, constitui grande erro. Aquele que faz tal aplicação ignora a maravilhosa demonstração do
Espírito Santo que deu poder e força às mensagens passadas vindas ao povo de Deus. ...
"Deus nunca Se contradiz. São mal aplicadas provas escriturísticas, uma vez que sejam forçadas
para testificar daquilo que não é verdadeiro. Outros e mais outros se levantarão e introduzirão
pseudo grande esclarecimento, e farão suas afirmações. Nós, porém, permanecemos com os velhos
marcos." —Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 161 e 162.
A seguir respondemos a algumas objeções apresentadas contra a doutrina do selamento. Se
estudarmos com cuidado o assunto como é apresentado neste livro, estas objeções
automaticamente desaparecerão.
Por outro lado, também se nos diz que "nem tudo que se refere a este assunto é compreendido", e
não será plenamente compreendido até o fim (Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 371). Mas essa
verdade que é de fato revelada não é um mistério. Podemos e devemos conhecê-la.
Objeção nº1
Há dois selos: o Sábado e o Espírito Santo. O selo de Apocalipse 7:2 não é o Espírito Santo?
Resposta
Na Bíblia a palavra "selo" é mencionada com freqüência e pode ter diferentes significados. Citamos
sete textos com a palavra "selo" ou "selado", além de Apocalipse 7:2-4.
a) "Todavia, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que são
Seus, e: Qualquer que profere o nome do Senhor aparte-se da injustiça." 2 Timóteo 2:19.
b) "E ele recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé quando estava na incircuncisão, para
que fosse pai de todos os que crêem, estando eles também na incircuncisão, a fim de que a justiça
lhes seja imputada." Romanos 4:11.
c) "É também nEle que vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o Evangelho da vossa
salvação. Tendo nEle crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa." Efésios 1:13.
d) "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção."
Efésios 4:30.
e) "Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a
qual o Filho do homem vos dará, porque Deus, o Pai, O confirmou com o Seu selo". João 6:27.
f) "A minha transgressão estaria selada num saco, e ocultarias as minhas iniqüidades." Jó 14:17.
g) "O qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações." 2 Coríntios 1:22.
O selo mencionado em 2 Timóteo 2:19 é "O Senhor conhece os que são Seus." Moffat traduz: "O
Senhor cuida dos Seus."
Em Romanos 4:11 é chamado "selo da justiça". "Sinal ou selo da justiça." —Moffat. "Evidência de
sua fiel justiça." —Fenton.
O selo em Efésios 1:13; 4:30 é o Espírito Santo, nosso penhor (Ef 1:14) ou nossa segurança,
garantia de nossa salvação. Quando cremos, Deus empenha Seu Santo Espírito como garantia de
que seremos salvos se permanecermos fiéis até o fim. Diz a versão de Fenton: "...em quem fomos
selados como a promessa, pelo Espírito Santo, que é o penhor de nossa herança." O Espírito Santo
aqui é o agente selador.
João 6:27 diz: "Deus, o Pai, O marcou." —Moffat. "Marca de Sua aprovação." —Today’s English
Version. "Provas de que Ele tem autoridade." —A Bíblia na Linguagem de Hoje. "Deus o Pai
assinalou." —Fenton.
Em Jó é dito: "selado e separado." —Moffat.
"Em 2 Coríntios 1:22 é o "penhor do Espírito", como em Efésios. O Espírito Santo nos sela no
coração, mas o Sábado é um selo colocado na fronte. Os 144 mil são selados na fronte.
Em Apocalipse 7:2 o selo é chamado "O selo do Deus vivo". Este selo se distingue dos outros porque
se faz saber quem é Deus. Só o quarto mandamento dentre os dez nos pode revelar o Deus vivo. Os
144 mil são selados na fronte com este selo. Quando lemos as palavras "selo do Deus vivo", este
selo se refere ao Sábado do sétimo dia. (Ver O Grande Conflito, pág. 640.) Considerar o estudo
apresentado no capítulo 5.
Objeção nº 2
Os 144 mil se compõem dos que nunca morreram.
Resposta
Esta objeção se baseia em algumas declarações do Espírito de Profecia e dos escritos do pastor
Uriah Smith, que citamos:
"Ninguém, a não ser os 144 mil, pode aprender aquele canto, pois é o de sua experiência — e nunca
ninguém teve experiência semelhante. ‘Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que
vai.’ ‘Estes, tendo sido trasladados da Terra, dentre os vivos, são tidos como as primícias para Deus
e para o Cordeiro.’ " —O Grande Conflito, pág. 649.
"Por isso os 144 mil são os santos vivos, que serão trasladados por altura da segunda vinda de
Cristo." —As Profecias do Apocalipse (2ª edição), pág. 252.
"Da mesma sorte os 144 mil, colhidos para o celeiro celeste aqui na Terra durante as perturbadas
cenas dos últimos dias, trasladados para o Céu sem ver a morte, e ocupando uma posição
preeminente, são, neste sentido, aliás com muita razão, chamados primícias para Deus e para o
Cordeiro." —Idem, pág. 253.
No capítulo 10 já citamos uma explicação dada por Uriah Smith acerca do significado das palavras
"santos vivos", a qual pedimos seja relida.
No tocante à declaração de O Grande Conflito, pág. 649, é verdade que os 144 mil serão trasladados
"dentre os vivos". Uma parte desse número ressurge na ressurreição parcial do início da sétima
praga; estão vivos quando Jesus vem. Por isso são trasladados dentre os vivos. Consideremos agora
a expressão "sem ver a morte" em As Profecias do Apocalipse, pág. 253. A princípio, alguns dos
primeiros Adventistas acreditavam que no tempo de angústia todos os santos seriam mortos (As
Profecias do Apocalipse (2ª edição), pág. 244). O Espírito de Profecia torna claro que não será
assim, e também explica que morte os santos não verão. Citamos:
"Vi um escrito, exemplares do qual foram espalhados nas diferentes partes da Terra, dando ordens
para que se concedesse ao povo liberdade para, depois de certo tempo, matar os santos, a menos
que estes renunciassem sua fé peculiar, abandonassem o Sábado e guardassem o primeiro dia da
semana. Mas nesta hora de provação os santos estavam calmos e tranqüilos, confiando em Deus e
descansando em Sua promessa de que um meio de livramento lhes seria preparado. Em alguns
lugares, antes do tempo para se executar o decreto, os ímpios ruíram sobre os santos para os
matar. Mas anjos sob a forma de homens de guerra combatiam por eles. Satanás desejava ter o
privilégio de destruir os santos do Altíssimo. Jesus, porém, ordenou a Seus anjos que vigiassem
sobre eles. Deus queria ser honrado fazendo um concerto com aqueles que haviam guardado a Sua
Lei, à vista dos gentios em redor deles. E Jesus queria ser honrado, trasladando, sem que vissem
a morte, aos fiéis e expectantes que durante tanto tempo O haviam esperado." —Primeiros
Escritos, págs. 282 e 283. (Ver também Profetas e Reis, págs. 386 e 387.)
J. N. Loughborough entendia e explicava o testemunho acima da seguinte maneira:
"Guardar a Lei ‘à vista dos pagãos’ era à vista desses inquisidores que tinham o decreto de lhes dar
morte, e não morte em sentido comum, em condições tranqüilas.
"É a partir deste testemunho, ‘trasladando, sem que vissem a morte’, que se tem feito a alegação
de que ninguém estará entre os 144 mil selados, senão os que viverem até a segunda vinda de
Cristo em realidade. Vemos que a morte de que são salvos é a morte permitida pelos ‘escritos
espalhados’. Não esquecer que os guardadores do Sábado ressuscitados estão incluídos entre os
concertados. Dessa forma, hão de ser trasladados na vinda de Cristo, sem que sofram a morte
prenunciada." —Questions on the Sealing Message, pág. 28.
Acresce que o autor de Daniel e Apocalipse não se contradiz, pois em seu artigo na Review and
Herald de 10 de agosto de 1897, escreve:
"E, afinal, os 144 mil representam só os que nunca passaram pela morte? De modo nenhum. As
condições da profecia tornam necessário que muitos que agora estão em suas sepulturas, devem ser
incluídos nos 144 mil. A terceira mensagem de apocalipse 14 é a mensagem do selamento, de
Apocalipse 7. Embora em capítulos diferentes, e apresentadas em circunstâncias diferentes, não são
duas mensagens, mas uma e a mesma coisa. A terceira mensagem resultará, portanto, na
preparação dos 144 mil para a vinda do Senhor. Isso se chama, em Apocalipse 7, selá-los com o
selo do Deus vivo na fronte. ...
"Embora repousando em suas silenciosas sepulturas, são finalmente numerados entre os 144 mil
exatamente como se tivessem vivido todos os anos de seu sono e passado por todas as fadigas,
provações e conflitos que os vivos têm de suportar. Essa visão dá a Apocalipse 14:13 seu
maravilhoso significado, do qual é inteiramente subtraído por qualquer outra posição. Os que negam
que aqueles que morrem sob a terceira mensagem podem ser numerados entre os 144 mil, deixam
de ver a conexão entre essa mensagem e Apocalipse 7:1-8."
O editor da Review and Herald, pastor James White, não tinha dúvida com referência às expressões
supracitadas de Uriah Smith (As Profecias do Apocalipse (2ª edição), págs. 252 e 253), nem
pensava que o autor se contradissesse. Eis como ele explica a aparente contradição:
"Bem sabemos o que as opiniões do autor de Reflexões Sobre o Apocalipse, quanto a este ponto,
são e sempre foram. São simplesmente estas: que aqueles que morrem sob a mensagem do
terceiro anjo fazem parte dos 144 mil. Não há 144 mil além destes, mas estes ajudam a perfazer
esse número. São ressuscitados para vida mortal pouco antes de Jesus vir, e, como aqueles dentre
os 144 mil que não passaram pela sepultura, são transformados para imortalidade quando Cristo
aparecer. Estas são exceções a algumas das declarações gerais feitas a propósito dos 144 mil,
como, por exemplo, Apocalipse 7:14. E assim a expressão de Reflexões, pág. 246 (As Profecias do
Apocalipse (2ª edição), págs. 244 e 245) se destinava a ser entendida. Em sentido geral pode-se
dizer que os 144 mil irão ao Céu sem ver a morte. Mas visto que alguns morrem, a expressão não
foi empregada com suficiente cuidado." —Review and Herald, 23 de setembro de 1880.
Leia-se também a explicação de Uriah Smith sobre Apocalipse 14:13, nota da margem, citada no
capítulo 7 deste livro.
Objeção nº 3
Estar "com" ou "entre" os 144 mil não significa ser um deles. Não significa inclusão.
Resposta
Esta objeção se baseia nas palavras do anjo que falou com a irmã White em visão (Primeiros
Escritos, pág. 40), e também nos escritos acerca da irmã Hastings em Mensagens Escolhidas, vol. 2,
pág. 263.
Os crentes Adventistas compreenderam que estar "com" ou "entre" inclui um desse número, não
simplesmente acréscimo a ele. W. C. White escreveu o seguinte, de Santa Helena, Califórnia, em
1929:
"Quanto à questão: A irmã White ensinou que os que morreram na mensagem desde 1844 e dos
quais se diz ‘Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor’, serão membros dos
144 mil?
"Posso assegurar-lhe, irmão, que esta era a crença e o ensino de Ellen G. White. Muitas vezes eu a
tenho ouvido fazer declarações neste sentido, e estou de posse de uma carta ao irmão Hastings que
é mencionada na página 237 de Life Sketches, na qual diz claramente que a esposa dele, que havia
morrido recentemente, seria um membro dos 144 mil.
"Uma carta recebida há pouco de um irmão de Reno, Nevada, faz referência a uma declaração do
livro do pastor Loughborough à página 29, na qual está narrado que a irmã White disse: ‘Os que
morreram na fé estarão entre os 144 mil. É-me claro este assunto.’
"E eu testifico, meu irmão, que está em perfeita harmonia com os escritos, ditos e ensinos dela em
todos os anos de seu ministério." —W. C. White, carta escrita em Santa Helena, Califórnia, em 18 de
abril de 1929.
Temos na Bíblia um exemplo em que a palavra "com" é inclusiva:
"Ora, Tomé, chamado Dídimo, um dos doze, não estava com eles quando veio Jesus." João 20:24.
Tomé não estava com eles. Eles quem? Os doze. Ele não estava em acréscimo aos doze, mas era
uma parte deles.
Outra declaração dos testemunhos:
"Os nomes dos que firmemente aguardam e esperam o aparecimento do Salvador e por Ele velam
— mais ardorosa e ansiosamente do que os que esperam pela manhã — serão contados com os que
são selados." —Testemunhos Para Ministros, pág. 445.
Quanto à palavra "entre", os Adventistas do Sétimo Dia usam o termo significando inclusão, e não
adição:
"A fé original sobre o assunto dos 144 mil era que alguns estavam então sendo assinalados, e que
eles deveriam pertencer ao grupo dos ressuscitados no tempo de angústia, e ser parte dos 144 mil.
...
"Então Loughborough passou a conciliar a aparente discrepância entre a idéia de que os 144 mil
estão todos vivos e a crença em que todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo
serão numerados entre aquele privilegiado grupo. Ele explicou isso baseado em que, em seguida à
terceira mensagem de Apocalipse 14:9-11, é pronunciada uma bênção especial (verso 13) sobre os
que aceitaram aquela mensagem (aplicada ao Sábado), e identificou essa bênção como o privilégio
de ressurgir numa ressurreição parcial no início da sétima praga. Os que assim procedem, explicou
ele, passarão vivos pela crise da sétima praga, ou ‘grande tribulação’, e estarão, de fato, entre os
santos vivos por ocasião da ressurreição geral dos justos." —The SDA Bible Commentary [E. G.
White Comments], edição revisada, vol. 10, pág. 1030.
Temos no Espírito de Profecia um exemplo da palavra "entre" como inclusiva e não aditiva:
"Examinam os vívidos oráculos, mas a tremer recuam quando vêem o quarto mandamento entre os
dez santos preceitos, com uma luz a resplandecer sobre ele, mais brilhante do que havia sobre os
outros nove, e uma auréola de glória em redor dele." —Primeiros Escritos, pág. 255.
O quarto mandamento entre os dez não é uma adição, mas uma inclusão.
Assim é. Estar com ou entre os 144 mil significa ser um deles.
Objeção nº 4
Os 144 mil passarão pelo tempo da angústia de Jacó. Como se pode dizer que eles passaram por
todas as pragas durante esse tempo, se ressuscitaram próximo ao fim das sete últimas pragas?
Resposta
Os que morreram na mensagem do terceiro anjo estão dormindo em seu sepulcro até o início da
sétima praga, e por isso estão em repouso durante as seis pragas. O Espírito de Profecia diz que
eles (os 144 mil) "passaram pelo tempo de angústia tal como nunca houve desde que houve nação;
suportaram a aflição do tempo da angústia de Jacó". —O Grande Conflito, pág. 649. Podemos
harmonizar esta declaração com os outros testemunhos? Sim.
A angústia de Jacó tem início quando Jesus termina Seu ministério sacerdotal no santuário celeste,
quando se fecha a porta da graça (ver Patriarcas e Profetas, pág. 201). Ela durará desde aquela
ocasião até Jesus vir nas nuvens dos céus. Uma parte dos 144 mil passará pelas pragas ao passo
que a outra parte não. A razão é:
a) Os 144 mil estão universalmente espalhados (Profetas e Reis, pág. 189), mas as pragas não são
universais (O Grande Conflito, pág. 628).
b) Parte dos 144 mil estará dormindo no pó durante as seis pragas e ressurgirá no início da sétima
praga.
Após a ressurreição parcial, o tempo da angústia de Jacó ainda prossegue. Os ressurretos passarão
por uma parte do tempo de angústia, e, portanto, pode-se dizer que passarão por ele.
Consideremos outro aspecto da questão: o número 144 mil é às vezes empregado como o título
desse grupo, quer seja completo ou se tome apenas uma parte desse número. Temos exemplo
semelhante na Bíblia. Os discípulos de Jesus eram chamados os doze, estivessem todos ou apenas
uma parte deles presente:
"E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze." 1 Coríntios 15:5.
A Bíblia chama os discípulos de "os doze". Quando Jesus apareceu a eles, nem todos os doze
estavam presentes. Judas já havia cometido suicídio. Tomé não estava com eles (João 20:24). Não
havia mais que dez, mas ainda a Bíblia disse que Jesus foi visto pelos doze. Este era o título deles.
Assim é também com os 144 mil. Parte deste número passará por todas as pragas, e pode-se dizer
"Os 144 mil passam pelo tempo da angústia de Jacó", o todo identificado por uma parte deles.
Após a ressurreição parcial, o tempo de angústia ainda não estará terminado. Dessa ocasião em
diante, todos os 144 mil passarão pelo restante dele.
Objeção nº 5
Os 144 mil vivem no tempo da quarta praga. Por isso todos os que ressuscitam na ressurreição
parcial não estão incluídos nesse número (144 mil).
Resposta
Esse argumento se baseia nos escritos do pastor Uriah Smith:
"Lembremo-nos de que os 144 mil vivem durante o tempo em que é concedido poder ao Sol de
abrasar ‘os homens com fogo’." —Daniel and Revelation, pág. 451.
Já declaramos que o escritor não se contradiz. Em seu artigo sobre os 144 mil sendo selados, ele
diz:
"Finalmente se pode dizer que os que morrem na mensagem não fazem parte dos 144 mil, pois este
grupo vem ‘de grande tribulação’ (Ap. 7:14), o que não seria verdade quanto aos que dormem na
sepultura até seis das pragas se cumprirem. Esta conclusão dificilmente deveria ser aceita sem mais
uma pequena consideração. Note-se a situação. Ressuscitados no início da sétima praga, passam
por todo o período daquele juízo, e testemunham dele todas as calamidades acumuladas. De certas
passagens das Escrituras conclui-se que as pragas abrangeram o período de um ano. Isso vem a ser
quase dois meses após a sétima taça começar a ser derramada, antes do fim. Mas as pragas são
cumulativas. A primeira não cessa quando começa a segunda; mas a segunda acrescenta seus
horrores à primeira, a terceira acrescenta às outras, e assim por diante até a sétima. Na sétima se
encontra, portanto, o clímax de todas." —Review and Herald, 10 de agosto de 1897.
Considere-se a quinta praga. Os que receberam as chagas na primeira praga ainda sofrem o efeito
das chagas quando a quinta praga for derramada (ver Ap 16:2, 10 e 11).
Sendo as pragas cumulativas, mesmo após a ressurreição parcial eles vêem o Sol abrasando os
ímpios. Já explicamos que nem todos eles passarão pela quarta praga, porque esta praga não é
universal (O Grande Conflito, pág. 628), mas os 144 mil estão espalhados universalmente. Os que
nunca morreram verão o Sol abrasar as pessoas desde o início daquela praga, e o restante dos 144
mil o verá após a ressurreição parcial.
Objeção nº 6
Aquela irmã mencionada em Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 263 estará repousando no tempo de
angústia. Como ela pode ser um dos 144 mil se estes passam pela angústia de Jacó?
Resposta
Não sabemos se a profetisa se referia ao curto tempo de angústia imediatamente anterior ao fim do
tempo da graça (Primeiros Escritos, pág. 85), ou ao tempo da grande tribulação, angústia de Jacó.
Em qualquer dos casos não vemos problemas no entender sua declaração.
Se a citação se refere ao tempo anterior ao fechamento da porta da graça, todos concordarão que
ela então estará dormindo. Após o fim do tempo da graça ela ainda estará dormindo até o início da
sétima praga. Portanto, durante a parte mais longa do tempo de angústia ela estará em repouso.
Mas, no fim, quando a angústia ainda não houver terminado, ela sairá da sepultura, não na última
trombeta, mas à voz de Deus. Passando pela sétima e última praga ela passará pela grande
tribulação, por um breve período de tempo. Por isso dela se pode dizer que veio de grande
tribulação.
Objeção nº 7
Os 144 mil são os primeiros frutos. Não podem ser constituídos pelos que vivem nos últimos dias,
porque esses são os últimos frutos da colheita evangélica.
Resposta
A Bíblia nos diz que eles são primícias:
"Estes são os que dentre os homens foram comprados para ser as primícias para Deus e para o
Cordeiro." Apocalipse 14:4.
Na segunda vinda de Jesus, Ele leva Seu povo para o celeiro celestial, mas eles, os justos (144 mil),
já estão atados ou selados em molhos. Lemos que o selamento ou atadura dos 144 mil em grupos
ocorre durante a pregação da terceira mensagem angélica:
"Disse o anjo: ‘O terceiro anjo está unindo-os ou selando-os em grupos para o celeiro celestial.’ " —
Primeiros Escritos, págs. 88 e 89.
"Vi então o terceiro anjo. Disse-me o anjo acompanhante: ‘Terrível é sua obra. Tremenda sua
missão. Ele é o anjo que deve separar o trigo do joio, e selar ou atar o trigo para o celeiro celestial.’
" —Primeiros Escritos, pág. 118.
Além disto, sabemos que os 144 mil estão entre os primeiros que Jesus verá quando vier, porque
todos estarão vivos, ao passo que os outros estarão dormindo no pó. Uma parte deles foi constituída
pelos primeiros a ser ressuscitados, e isto ocorreu na ressurreição parcial. Depois que Jesus
reconhece os 144 mil e declara: "Minha graça vos basta" (Primeiros Escritos, pág. 16), chama os
santos de suas sepulturas. Logo, é apropriado chamar os 144 mil de "as primícias".
Objeção nº 8
Os 144 mil ficam sem Intercessor em todo o tempo de angústia. Não podem ser os que tomam
parte na ressurreição parcial no início da sétima praga (ver O Grande Conflito, pág. 649).
Resposta
Após o fim do tempo da graça não haverá mais intercessão. A obra de Jesus no santuário celestial
terá findado. Os santos estarão sem Intercessor já desde o início do tempo de angústia. Sobre esse
tempo lemos:
"Retirando-Se Jesus do lugar santíssimo, ouvi o tilintar das campainhas sobre as Suas vestes. E, ao
sair Ele, uma nuvem de trevas cobriu os habitantes da Terra. Não havia então mediador entre o
homem culpado e Deus, que fora ofendido. Enquanto Jesus permanecera entre Deus e o homem
culposo, achava-se o povo sob repressão. Quando, porém, Ele saiu de entre o homem e o Pai, essa
restrição foi removida e Satanás teve completo domínio sobre os que afinal não se arrependeram.
Era impossível serem derramadas as pragas enquanto Jesus oficiava no santuário. Mas, terminando
ali a Sua obra e encerrando-se a Sua intercessão, nada havia para deter a ira de Deus, e ela
irrompeu com fúria sobre a cabeça desabrigada do pecador culpado, que desdenhou a salvação e
odiou a correção. Naquele tempo terrível, depois de finalizada a mediação de Jesus, os santos
estavam a viver à vista de um Deus santo, sem Intercessor. Cada caso estava decidido, cada jóia
contada." —Primeiros Escritos, pág. 280.
Quando Jesus terminar Sua obra no santuário, as pragas serão derramadas:
"Vi que os quatro anjos segurariam os quatro ventos até que a obra de Jesus estivesse terminada no
santuário. Então viriam as sete últimas pragas." —Primeiros Escritos, pág. 36.
A declaração de O Grande Conflito, pág. 649, diz que os 144 mil "permaneceram sem Intercessor
durante o derramamento final dos juízos de Deus". Entendemos que a sétima praga, a última, é o
derramamento final dos juízos de Deus. Durante a sétima praga, a última, todos os 144 mil estão
vivos, porque a ressurreição parcial ocorre no início da sétima praga. Eles estão sem Intercessor.
Portanto, parte dos 144 mil estará sem Intercessor durante todas as sete pragas, e o restante deles
durante a última praga. (Convém lembrar que as pragas são cumulativas.) O "derramamento final"
da ira de Deus é a sétima praga. Todos os 144 mil estarão então vivos. Não podemos ver
incoerência alguma deste testemunho com outras partes do Espírito de Profecia.
Objeção nº 9
Os 144 mil são vistos no Monte Sião em Apocalipse 14:1. Os que estão em pé no mar de vidro no
capítulo 15:2 e 3 não são os 144 mil. São outros.
Resposta
Em Apocalipse 15 lemos:
"E vi como que um mar de vidro misturado com fogo, e os que tinham vencido a besta e a sua
imagem e o número do seu nome estavam em pé junto ao mar de vidro. Tinham as harpas de
Deus." Apocalipse 15:2 e 3.
Deste grupo no mar de vidro lemos que:
a) alcançaram vitória sobre a besta, sua imagem e sua marca;
b) têm harpas nas mãos;
c) cantam o cântico de Moisés e do Cordeiro.
Em Apocalipse 14 lemos:
"Então olhei, e vi o Cordeiro em pé sobre o Monte Sião, e com Ele 144 mil, que traziam escrito na
testa o Seu nome e o nome de Seu Pai. E ouvi uma voz do céu como a voz de muitas águas, e como
a voz de um grande trovão. A voz que ouvi era como de harpistas, que tocavam com as suas
harpas. E cantavam um cântico novo diante do trono, e diante dos quatro seres viventes e dos
anciãos. Ninguém podia aprender aquele cântico senão os 144 mil que tinham sido comprados da
Terra." Apocalipse 14:1-3.
Aqui vemos que os 144 mil:
a) têm o nome do Pai na fronte (comparar com Ap 7:2-4);
b) têm harpas nas mãos;
c) cantavam um cântico novo (o cântico de Moisés e do Cordeiro).
"Os 144 mil cantavam um ‘cântico novo diante o trono’ (Ap 14:3), que só eles sabem cantar. Num
contexto similar, no capítulo 15:1-3, João ouve o que parece ser o mesmo grupo de pessoas ‘em pé
no mar de vidro’, que está ‘diante do trono de Deus’ (Ap 4:6 cf. 14:3; 15:2), cantando ‘o cântico de
Moisés servo de Deus, e o cântico do Cordeiro’." —The SDA Bible Commentary [E. G. White
Comments], Edição Revisada, vol. 10, pág. 1029.
Entendemos que estes não são dois grupos diferentes. Os 144 mil de Apocalipse 15:2 e 3 e 14:1-5
são os que saíram vitoriosos sobre a besta, sua imagem, sua marca e o número do seu nome. Estão
em pé no mar de vidro, diante do trono, no Monte Sião. Isto é explicado pelos seguintes
testemunhos:
"Todos nós entramos na nuvem, e estivemos sete dias ascendendo para o mar de vidro aonde Jesus
trouxe as coroas, e com Sua própria destra as colocou sobre nossa cabeça. Deu-nos harpas de ouro
e palmas de vitória. Ali, sobre o mar de vidro, os 144 mil ficaram em quadrado perfeito." —
Primeiros Escritos, pág. 16.
"Enquanto Satanás tem estado a fazer suas acusações, anjos santos, invisíveis, estão passando de
um para outro lado, pondo sobre os fiéis o selo do Deus vivo. Estes são os que estarão sobre o
Monte Sião com o Cordeiro, tendo o nome do Pai escrito em suas testas. Eles cantam o cântico
novo diante do trono, esse cântico que ninguém pode aprender senão os 144 mil que são redimidos
da Terra. ‘Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os
homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou
engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus.’ " —Profetas e Reis, pág. 591.
Objeção nº 10
Os 144 mil são virgens, não contaminados com mulheres (Ap 14:4). Portanto, são homens solteiros,
que nunca se casaram.
Resposta
Na Bíblia uma mulher simboliza uma Igreja. Uma mulher pura representa a Igreja de Deus, e a
mulher corrupta representa uma Igreja apóstata (ver 2 Co 11:2; Ef 5:25-27; Ap 12:1; 17:3-6; Is
4:1).
Os 144 mil não são contaminados com as falsas doutrinas de outras Igrejas. Não são participantes
de sua comunhão e não se associam com elas. Podem ter sido membros dela, mas, tendo aceitado a
verdade e obedecido ao Sábado, guardando-o conforme o mandamento, são selados. São livres dos
erros e da contaminação de outras Igrejas que constituem Babilônia. Mas especialmente crêem e
ensinam a doutrina pura. Neste sentido são virgens.
"Assim se passa com os 144 mil. Ainda que alguns deles possam ter tido alguma vez relação com
Igrejas corruptas, abandonam essa relação quando se tornaria pecado mantê-la por mais tempo." —
As Profecias do Apocalipse (2ª edição), pág. 253.
Na parábola, a palavra "virgens" é empregada para representar os que professam uma doutrina
pura:
"São chamadas virgens porque professam fé pura." —Parábolas de Jesus, pág. 406.
Objeção nº 11
Os 144 mil se constituem de judeus, porque a Bíblia diz que eles são das doze tribos dos filhos de
Israel (Ap 7:4-8).
Resposta
Porque a profecia diz que os 144 mil se constituem de todas as tribos dos filhos de Israel, não
devemos entender que sejam as tribos literais. Notem-se as seguintes razões:
a) Na lista das doze tribos de Israel em Apocalipse 7, a tribo de Dã é deixada de fora.
b) Da tribo de José, dois são incluídos: José e seu filho Manassés.
c) As distinções claras entre as doze tribos originais cessaram há muito tempo.
Quando o apóstolo Tiago escreveu sua epístola aos cristãos, ele a dirigiu às doze tribos:
"Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos da Dispersão, saudações." Tiago 1:1.
A quem Tiago enviou sua carta? Se ele a enviou às doze tribos literais de Israel, nada temos que ver
com essa carta; ela não é para nós. Mas todos os cristãos reconhecem e aceitam a epístola de Tiago
como sendo dirigida aos cristãos, inclusive a nós no fim do tempo — às tribos espirituais de Israel.
Se nos lembrarmos de que, rejeitando o Messias, a nação judaica literal foi rejeitada e os gentios
foram enxertados na oliveira verdadeira, entenderemos que em Apocalipse 7 João está falando ao
Israel espiritual.
"Não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é
judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra, e cujo louvor
não provém dos homens, mas de Deus." Romanos 2:28 e 29. (Ler também Romanos 9:6-8; Gálatas
3:7, 27-29.)
A santa cidade tem doze fundamentos e doze portas, e nas portas estão escritos os nomes das doze
tribos de Israel (Ap 21:12). As doze tribos são empregadas para representar todo o Israel de Deus,
e a repetição de 12 x 12 mil sugere as características distintivas das tribos de Israel. Isto é assim
explicado por S. N. Haskell:
"Os remidos do Senhor são um grupo inumerável, que ninguém poder contar. Mas entre aquela
multidão há um grupo separado, que é numerado e designado por seu número — 144 mil. Este
grupo se compõe de doze divisões diferentes, contendo cada uma doze mil almas remidas; e cada
divisão leva o nome das doze tribos de Israel. A lista dada em Apocalipse varia um pouco em
relação à lista dos doze filhos de Jacó, pois Dã é omitido, e a divisão extra recebe o nome de
Manassés, o filho mais velho de José." —The Cross and Its Shadow, págs. 358 e 359.
Objeção nº 12
Os 144 mil reconhecem seus amigos na primeira ressurreição geral. Quem são esses amigos? Se
eles vivem contemporaneamente, podem alguns deles estar na grande multidão e os outros no
número dos 144 mil?
Resposta
A objeção acima se baseia na seguinte citação:
"Os 144 mil clamaram ‘Aleluia!’ quando reconheceram os amigos que deles tinham sido separados
pela morte, e no mesmo instante fomos transformados e arrebatados juntamente com eles para
encontrar o Senhor nos ares." —Primeiros Escritos, pág. 16.
Vimos em capítulos anteriores que o remanescente do período de Filadélfia é selado e contado como
membros dos 144 mil. É digno de nota que os 144 mil não reconhecem "seus amigos" na
ressurreição parcial, mas na primeira ressurreição geral.
A irmã White conhecia muitos que estavam pregando o Evangelho do reino antes de 1844. Ela
conheceu Guilherme Miller pessoalmente:
"Aos treze anos ouvi Guilherme Miller proferir sua segunda série de conferências em Portland,
Maine." —Primeiros Escritos, pág. 11.
Entendemos de nosso estudo que os ressurretos da ressurreição parcial são os que morreram na fé
da mensagem do terceiro anjo (O Grande Conflito, pág. 637). Obviamente se espera que a irmã
White, o irmão e a irmã Nichols, a irmã Hastings mencionada em Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág.
263, e outros, ressuscitem na ressurreição parcial, à voz de Deus. Mas quando Guilherme Miller
ressuscitará? Assim lemos:
"Assim também eu vi que Guilherme Miller errou quando devia logo entrar na Canaã celestial, em
permitir que sua influência fosse contra a verdade. Outros levaram-no a isto; outros darão conta por
isto. Mas os anjos vigiam o precioso pó deste servo de Deus, e ele ressurgirá ao som da última
trombeta." —Primeiros Escritos, pág. 258.
Os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo, que haviam conhecido Guilherme Miller e
ressuscitaram à voz de Deus, estando incluídos nos 144 mil, o reconhecerão quando ele sair da
sepultura ao som da trombeta de prata de Jesus (Primeiros Escritos, pág. 16).
Além de Guilherme Miller, os nomes de duas outras pessoas são mencionados em Primeiros Escritos.
Eram conhecidas dos primeiros Adventistas. Delas lemos:
"Todos nós fomos debaixo da árvore, e sentamo-nos para contemplar o encanto daquele lugar,
quando os irmãos Fitch e Stockman, que tinham pregado o Evangelho do reino, e a quem Deus
depusera na sepultura para os salvar, se achegaram a nós e nos perguntaram o que acontecera
enquanto eles haviam dormido." —Primeiros Escritos, pág. 17.
"No relato de sua primeira visão, a Srª White faz referência aos ‘irmãos Fitch e Stockman’ como
pessoas que encontrou e com quem conversou na Nova Jerusalém. Ambos eram ministros
conhecidos de Ellen White, que haviam tomado parte ativa na proclamação da mensagem do
esperado advento de Cristo, mas que haviam morrido pouco antes do desapontamento de 22 de
outubro de 1844." —Primeiros Escritos, pág. 297 (apêndice).
Estes dois ministros não poderiam ser selados com o selo do Deus vivo, o Sábado, porque morreram
antes da verdade do Sábado chegar. A obra do selamento ainda não havia começado. Portanto, não
ressuscitam na ressurreição parcial, mas no princípio da ressurreição geral. Então é que os 144 mil
os reconhecem.
Pode haver em nossos dias alguém que nunca tenha ouvido a verdade do Sábado, ou não a tenha
entendido, mas que sinceramente guarde o domingo crendo que guarda o verdadeiro Sábado. Estes
não podem ser selados com o selo do Deus vivo, o Sábado, mas podem ser salvos na grande
multidão. Já mencionamos o caso de Guilherme Miller, que morreu em 1849, e os testemunhos
dizem que ele repousa na esperança. Ele não será selado, mas será salvo. Da seguinte maneira o
Espírito de Profecia fala acerca de outros:
"Mas os cristãos das gerações passadas observaram o domingo supondo que em assim fazendo
estavam a guardar o Sábado bíblico; e hoje existem verdadeiros cristãos em todas as igrejas, não
excetuando a comunhão católica romana, que crêem sinceramente ser o domingo o dia de repouso
divinamente instituído. Deus aceita a sinceridade de propósito de tais pessoas e sua integridade." —
O Grande Conflito, pág. 449.
Em nossos dias é possível dois amigos serem salvos, um nos 144 mil e outro na grande multidão.
Por exemplo:
Dois amigos cristãos de qualquer Igreja, que ainda não tenham aceitado o Sábado, moram perto um
do outro. São muito fiéis a suas crenças. Chamemo-los convencionalmente de Pedro e Paulo. Pedro
morre sem conhecimento do Sábado, e porque era fiel ao que conhecia, será salvo (O Grande
Conflito, pág. 449). Depois da morte de Pedro, Paulo aceita a verdade do Sábado, e também morre
fiel na mensagem do terceiro anjo. Ambos ressuscitarão, mas em diferentes ocasiões. Paulo
ressuscita na ressurreição parcial (Idem, pág. 637) e Pedro na primeira ressurreição geral (Idem,
pág. 644). Quando Pedro ressuscitar, Paulo por certo o reconhecerá. Em nossos dias dois amigos
podem ser salvos, pertencendo a diferentes grupos, nas circunstâncias que acabamos de explicar.
Objeção nº 13
Os escritos de Uriah Smith não são inspirados. Assim sendo, o livro do pastor Smith, Daniel e
Apocalipse, e outras publicações dele, não devem ser usadas para consubstanciar nossas doutrinas.
Resposta
Nós, os ASD Movimento de Reforma, jamais alegamos que o livro Daniel e Apocalipse, de Uriah
Smith, seja inspirado, como os testemunhos. Todos sabemos que Uriah Smith não era profeta. Isso,
porém, não significa que seus escritos não possam ser usados. Temos muitos outros livros escritos
por pessoas que não eram profetas, não sendo seus escritos inspirados, mas mesmo assim os lemos
e cremos neles porque estão em harmonia com a Bíblia e os testemunhos. Todos os escritos devem
ser provados pela "Lei e os Testemunhos".
Não necessitamos do livro de Uriah Smith para explicar a mensagem do selamento. Temos prova
suficiente na Bíblia e nos testemunhos a respeito do assunto. Mas podemos usá-lo, e realmente o
usamos, porque o que ele diz é verdade. Se os escritos de Uriah Smith fossem errados, a irmã White
não os haveria recomendado. Ela escreveu:
"A luz dada foi que Daniel e Apocalipse, O Conflito dos Séculos, Patriarcas e Profetas, se venderiam.
Eles contêm exatamente a mensagem de que o povo necessita, a luz especial que Deus deu a Seu
povo. Os anjos de Deus preparariam o caminho para estes livros no coração do povo.
"Fui instruída de que os importantes livros que contêm a luz dada por Deus com referência à
apostasia de Satanás no Céu, deveriam ter vasta circulação justamente agora. Porque por meio
deles a verdade atingirá muitas mentes. Patriarcas e Profetas, Daniel e Apocalipse e O Conflito dos
Séculos são agora mais necessários do que nunca dantes. Deveriam circular amplamente, porque as
verdades a que dão ênfase abrirão muitos olhos cegos." —O Colportor Evangelista, pág. 122.
"No Desejado de Todas as Nações, Patriarcas e Profetas, O Conflito dos Séculos e Daniel e
Apocalipse há preciosas instruções. Estes livros precisam ser considerados como de especial
importância, e todo esforço deve ser feito para os pôr diante do povo." —Evangelismo, pág. 366.
"Especialmente o livro Daniel e Apocalipse deve ser levado ao povo como o livro apropriado para
este tempo. Esse livro contém a mensagem que todos precisam ler e entender. Traduzido em muitas
e diferentes línguas, será uma força para iluminar o mundo. Esse livro tem sido largamente vendido
na Austrália e na Nova Zelândia. Lendo-o, muitas almas têm chegado ao conhecimento da verdade.
Tenho recebido muitas cartas exprimindo apreço por esse livro.
"Avivem nossos colportores a atenção de todos para esse livro. O Senhor me mostrou que esse livro
fará uma boa obra, iluminando os que se tornam interessados na verdade para este tempo. Os que
agora abraçam a verdade, que não participaram nas experiências dos que entraram na obra no
início da história da mensagem, devem estudar a instrução dada em Daniel e Apocalipse,
familiarizando-se com a verdade que ele apresenta.
"Os que se estão preparando para entrar no ministério, que desejam tornar-se bem sucedidos
estudantes das profecias, encontrarão em Daniel e Apocalipse valioso auxílio. Precisam entender
esse livro. Ele fala do passado, presente e futuro, apresentando o caminho tão aplainado que
ninguém precisa errar nele. Os que diligentemente estudarem esse livro não se satisfarão com os
sentimentos vulgares apresentados pelos que desejam ardentemente conseguir algo novo e
estranho para apresentar ao rebanho de Deus. A repreensão de Deus recai sobre tais professores.
Eles precisam que alguém lhes ensine o que significam piedade e verdade. As questões magnas e
essenciais que Deus quer que sejam apresentadas ao povo encontram-se em Daniel e Apocalipse.
Nele se encontra a sólida verdade eterna para este tempo. Todos necessitam da luz e informação
nele contidas. ...
"A verdade para este tempo tem sido apresentada em muitos livros. Cessem sua obra os que têm
lidado com sentimentos vulgares e experiências insensatas, e estudem Daniel e Apocalipse. Terão
então alguma coisa de que falar, que servirá de auxílio à mente. Ao receberem o conhecimento
contido nesse livro, terão no tesouro da mente um depósito de que se podem servir, ao
comunicarem a outros as grandes e essenciais verdades da Palavra de Deus.
"O interesse em Daniel e Apocalipse deve continuar enquanto durar o tempo da graça. Deus usou o
autor desse livro como conduto pelo qual comunique luz para dirigir as mentes à verdade. Não
apreciaremos esta luz, que nos chama a atenção para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, nosso
Rei? ...
"Jovens, empreendei a obra de colportagem de Daniel e Apocalipse. Fazei todo o possível para
vender esse livro. Ingressai na obra com tanto zelo como se ele fosse um novo livro. E lembrai-vos
que, ao colportardes com ele, vos deveis familiarizar com as verdades nele contidas. À medida que
ponderardes estas verdades, recebereis idéias que vos capacitarão não só a receber a luz, mas a
fazer resplandecer a luz para outros, em claros e brilhantes raios.
"Agora é chegado o tempo da revelação da graça de Deus. Agora o Evangelho de Jesus Cristo deve
ser proclamado. Satanás procurará desviar a mente dos que deviam estar estabelecidos, fortalecidos
e firmes na verdade da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. ... Falo desse livro
porque ele é um meio de educar os que precisam entender a verdade da Palavra. Esse livro deve ser
altamente apreciado. Ele abrange muito do terreno percorrido em nossa experiência. Se os jovens
estudarem esse livro e aprenderem por si mesmos o que é a verdade, serão salvos de muitos
perigos." —Manuscript Releases, vol. 1, págs. 60-64.
"Tenho muita simpatia para com o pastor Smith. Meu interesse vital na obra de publicações está
ligado ao dele. Veio ele ter conosco quando jovem, possuindo talentos que o habilitavam para
ocupar o lugar de redator. Como me alegro quando leio os seus artigos na Review — tão excelentes,
tão repletos de verdade espiritual! Dou graças a Deus por eles. Sinto forte simpatia pelo pastor
Smith, e creio que seu nome deve sempre aparecer na Review, como redator principal. Assim Deus
deseja. Quando, alguns anos atrás, seu nome foi colocado em segundo lugar, senti-me ferida.
Quando de novo foi colocado em primeiro lugar, chorei e disse: ‘Graças a Deus!’ Tomara que fique
sempre ali, como Deus deseja que continue, enquanto a mão direita do pastor Smith puder
empunhar uma pena. E quando faltar o poder de sua mão, que seus filhos escrevam ditando-lhes
ele." —Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 225.
Além de tudo o que foi dito, lemos esta declaração do Espírito de Profecia, concernente aos ensinos
de Uriah Smith:
"O plano que foi adotado, de o pastor Smith realizar cursos bíblicos em vários Estados, é aprovado
por Deus." —Testimonies, vol. 4, pág. 407.
Ver o artigo de Uriah Smith sobre os 144 mil publicado em Synopsis of the Present Truth,
reimpresso neste livro.
Objeção nº 14
Ellen G. White declarou que devemos silenciar sobre a questão dos 144 mil. Por que é tão
importante esta questão?
Resposta
Uma declaração da irmã White é citada com freqüência para silenciar a mensagem referente aos
144 mil. Diz a declaração:
"Não é plano dEle [de Deus] que Seu povo apresente alguma coisa que eles supõem, a qual não é
ensinada na Palavra de Deus. Não é Sua vontade que eles se metam em discussões acerca de
questões que os não ajudam espiritualmente, tais como: Que pessoas vão constituir os 144 mil?
Isto, aqueles que forem os eleitos de Deus hão de, sem dúvida, saber em breve." —Mensagens
Escolhidas, vol. 1, pág. 174.
Se tivéssemos de discutir e comentar que pessoas estarão incluídas nos 144 mil, poderíamos
cometer erros. Não sabemos quem será salvo e quem não será. Só Deus o sabe. Portanto, não é
Sua vontade que entremos em "controvérsia" sobre questões tais como "quem" deve fazer parte dos
144 mil. Quando são mencionados nomes e pessoas nos testemunhos e apenas citamos o que está
escrito, não cometemos erros. O testemunho citado (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 174) não
nos sugere que não devamos estudar a mensagem do selamento. Se este assunto não devesse ser
estudado, a Bíblia não nos falaria dele; o Espírito de Profecia guardaria completo silêncio sobre a
questão. Mas, o que vemos? Em Apocalipse capítulos 7, 14, 15 etc., o grupo dos vencedores — os
144 mil — é mencionado muitas vezes. Além desses capítulos também lemos em Ezequiel 9 acerca
da obra do selamento. Nos testemunhos, em muitos livros e em muitas páginas o assunto é
apresentado, como já consideramos.
Por que este "complexo" problema? Por que a profetisa acha necessário acautelar-nos para não
entrarmos em controvérsia sobre quem fará parte dos 144 mil? Porque mesmo naquele tempo
estavam em circulação muitas idéias estranhas, uma delas espalhada pelo Dr. B. E. Fullmer, na
Califórnia, declarando que os 144 mil seriam compostos apenas de americanos. Outras opiniões
eram também apresentadas, como é demonstrado a seguir:
"Algumas das mais estranhas doutrinas que já ouvi é que o selo de Deus não pode ser colocado em
nenhuma pessoa de cabelos grisalhos nem pessoa alguma deformada, pois na conclusão da obra
chegaremos a tal estado de perfeição, tanto física como espiritual, que não poderíamos morrer." —
Manuscript Releases, vol. 14, pág. 65.
"Os que apresentam a idéia de que os cegos, os surdos, os coxos, os deformados, não receberão o
selo de Deus, não estão falando palavras dadas a eles pelo Espírito Santo." —Manuscript Releases,
vol. 14, pág. 56.
Outras idéias semelhantes se propagaram de tempos em tempos, tais como: só homens não
casados podem estar entre os selados; os 144 mil se constituirão somente de judeus; os 144 mil
serão daqueles que nunca pertenceram a outras igrejas etc. Portanto, não precisamos entrar em
controvérsia com esses falsos mestres nem devemos aceitar idéias ou ensinos humanos sobre esse
ponto. Devemos, porém, estudar o assunto e entender esta mui interessante e importante doutrina
como se encontra na Bíblia e no Espírito de Profecia. Leia-se o último parágrafo do capítulo primeiro
deste
livro.
Objeção nº 15
Os 144 mil não são um número literal, mas um número simbólico.
Resposta
No sétimo capítulo de Apocalipse, dois grupos são apresentados em visão: um é a grande multidão
que ninguém pode numerar (verso 9), e o outro são os 144 mil assinalados. Este grupo é numerado,
porque João declara isto:
"E ouvi o número dos que foram selados, e eram 144 mil, de todas as tribos dos filhos de Israel."
Apocalipse 7:4.
O seguinte comentário do pastor Uriah Smith tornará claro este ponto:
"O número 144 mil deve significar um número definido, composto de exatamente tantas pessoas.
Não pode representar um número maior, indefinido, pois no verso 9 é apresentado outro grupo que
é indefinido em suas proporções, e daí se falar dele como ‘uma grande multidão, que ninguém podia
contar’. Se os 144 mil se destinassem a representar tal número indefinido, João teria dito no verso
4: ‘E foi assinalada uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as tribos dos filhos de
Israel.’ Em vez disso, porém, ele diz 144 mil, doze mil de cada tribo, um número que facilmente
pode ser contado. A razão dessa distinção é evidente se tomarmos a inumerável multidão do verso 9
como toda a hoste dos remidos, que terão parte na primeira ressurreição, e os 144 mil como os
cristãos que estarão vivos na Terra quando Cristo aparecer. E que os 144 mil são os que assim
estarão vivos e encontrarão a Cristo em Sua segunda vinda, se evidencia pela profecia em que são a
seguir mencionados, isto é, Apocalipse 14:1-5. Aqui são representados como saindo triunfantes do
último conflito religioso deste mundo (Ap 13:12-18), e como sendo ‘remidos da Terra’, e ‘remidos
dentre os homens’. Apocalipse 14:3 e 4.
"Haverá então só 144 mil salvos dentre os vivos quando o Senhor aparecer? Não pode esse número
ser de tal modo representativo que inclua muitos outros? Parece ser uma suposição bem plausível
que o caso seja este último, a saber que os 144 mil só incluam os adultos masculinos unidos ao
grande movimento do advento, ao passo que as mulheres e crianças unidas ao mesmo movimento
seriam tantos excedentes a serem salvos dentre os vivos naquele dia. A plausibilidade desta idéia
consiste no fato de que os hebreus foram assim numerados quando libertos do cativeiro egípcio, o
que era uma figura do livramento do remanescente do verdadeiro Israel do Egito deste mundo na
vinda do Senhor. Uns três milhões ao todo saíram do Egito, contudo foram numerados apenas os
que eram aptos para a guerra, de vinte anos para acima, totalizando 603.550. Números 1:2, 3 e 46.
Isso seria cerca de um para cinco de toda a multidão, como calcula o Dr. Clarke, a propósito de
Êxodo 12:37, onde o número de combatentes é dado como somente cerca de 600 mil. Se a
numeração de Apocalipse 7:4 se firmasse na mesma base (do que, sem dúvida, não há prova
positiva), daria o número a ser trasladado provavelmente mais de 700 mil em vez de apenas 144
mil. Seria de fato mui prazenteiro pensar que tantos estivessem preparados para o aparecimento do
Senhor. Mas, olhando o estado do mundo, e observando o rápido declínio religioso destes dias, a
indagação é: Onde tantos como 144 mil poderão ser encontrados que estejam prontos para quando
o Senhor aparecer?" —Review and Herald, 10 de agosto de 1897.
O Espírito de Profecia esclarece que os 144 mil são um número literal.
"Os santos vivos, em número de 144 mil."—Primeiros Escritos, pág. 15.
"Um anjo com um tinteiro de escrivão ao lado do Autor da Terra, referiu a Jesus que sua obra
estava feita e os santos estavam numerados e selados." —Primeiros Escritos, pág. 279.
"O nome dos que firmemente aguardam e esperam o aparecimento do Salvador e por ele velam —
mais ardorosa e ansiosamente do que os que esperam pela manhã —, será contado com os que
são selados." —Testemunhos para Ministros, pág. 445.
"Cristo fez expiação por Seu povo, e apagou os seus pecados. O número de Seus súditos
completou-se." —O Grande Conflito, págs. 613 e 614.
Outro exemplo onde a mesma expressão "em número" aparece, indica que não pode ser simbólica,
mas literal:
"Os profetas de Jezabel, em número de 850, como um regimento de soldados preparados para a
batalha, saem em conjunto, com música instrumental e imponente ostentação." —Testimonies, vol.
3, págs. 279 e 280.
Objeção nº 16
O selamento dos 144 mil é a obra final da Igreja. Não pode ter começado em 1844, no início do
movimento Adventista do Sétimo Dia.
Resposta
Este argumento se baseia numa declaração dos testemunhos, nestes termos:
"Em especial na obra final da Igreja, no tempo do assinalamento, 144 mil que hão de permanecer
irrepreensíveis diante do trono de Deus sentirão muito profundamente os erros do professo povo de
Deus." —Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 335.
De modo nenhum este testemunho contradiz os outros testemunhos. A profetisa ou está falando da
obra final da Igreja cristã fundada em 27 d.C., cujo último período começou em 1844 — portanto
naquele ano começou a obra do selamento — ou se refere ao fim da obra do selamento. Haverá
uma obra especial da Igreja de Deus no tempo do derramamento da chuva serôdia. As almas
sinceras ainda em Babilônia ouvirão o chamado, sairão, se unirão ao remanescente e receberão o
selo do Deus vivo.
Nos primeiros dias do movimento do advento muitos acreditavam que a obra do selamento vinha
tendo andamento por muitos séculos.
"Um irmão sustentava que os mil anos do capítulo vinte de Apocalipse estavam no passado, e que
os 144 mil mencionados no sétimo e décimo quarto capítulos de Apocalipse eram os ressuscitados
na ressurreição de Cristo." —Life Sketches, págs. 110 e 111.
Como alguns acreditavam que o selamento dos 144 mil começou no início da era cristã, o Espírito de
Profecia esclarece que ele é a obra final, não a inicial da Igreja cristã.
Uriah Smith também dá sua explicação — que a seguir citamos — declarando que a obra de
Apocalipse 7:1-8 se realizará durante a última fase da era cristã.
"Esta cena é certamente futura, pois até agora nada semelhante ocorreu, desde que a profecia de
Jeremias foi escrita. E nenhuma cena semelhante será testemunhada até que venha o tempo de
tribulação final desta Terra (Daniel 12:1). Ora, se o soprar dos quatro ventos de Apocalipse 7:1 é a
mesma cena — e o que produziriam quatro ventos soprando dos quatro cantos da Terra senão uma
grande tormenta —, a cena de Apocalipse 7:1-8 se refere aos últimos dias, e é uma obra
preparatória para o encerramento de todas as cenas terrestres. Os 144 mil devem ser encontrados,
portanto, na última geração ‘dos servos de nosso Deus’ na Terra; e o selamento deles deve ser o
último movimento religioso especial entre os homens. É o último movimento cristão da era cristã."
—Review and Herald, 10 de agosto de 1897.
Objeção nº 17
Os 144 mil não podem ser um número literal porque o Espírito de Profecia diz que eles estavam em
pé no mar de vidro. Matematicamente, 144 mil jamais podem formar um quadrado perfeito.
Resposta
A declaração de que os 144 mil formam um quadrado perfeito se encontra em Primeiros Escritos,
onde lemos:
"Todos nós entramos na nuvem, e estivemos sete dias ascendendo para o mar de vidro, aonde
Jesus trouxe as coroas, e com Sua própria destra as colocou sobre nossa cabeça. Deu-nos harpas de
ouro e palmas de vitória. Ali, sobre o mar de vidro, os 144 mil ficaram em quadrado perfeito." —
Primeiros Escritos, pág. 16.
Concordamos com o objetante, que 144 mil não podem formar um quadrado perfeito, se pensarmos
num quadrado compacto. Convém lembrar, porém, que os 144 mil não formarão um quadrado
compacto, mas um quadrado espaçado. Assim entendemos pela leitura da seguinte citação:
"Os santos vivos são transformados em um momento, num abrir e fechar de olhos, e arrebatados
com os ressuscitados; e juntos encontram seu Senhor nos ares. ...
"E o carro movia-se para cima, em direção à santa cidade. Antes de entrar na cidade, os santos
foram dispostos em quadrado perfeito, com Jesus no centro." —Primeiros Escritos, págs. 287 e
288.
Temos aqui a explicação de que o "quadrado perfeito" é um quadrado espacejado porque Jesus
estará em pé no centro dos 144 mil.
Há várias possibilidades de distribuição dos santos em quadrado perfeito, e não sabemos
exatamente como ele será, porque não está relatado na Bíblia nem no Espírito de Profecia. Porém, o
relato nos diz que os 144 mil formam um quadrado perfeito, e isso é possível como se sugere a
seguir:
1. Uma possibilidade é ter quatro fileiras de nove mil santos de um lado, perfazendo 36 mil.
Multiplicando-se por quatro, teremos 144 mil.
2. Outra possibilidade é haver nove fileiras de quatro mil santos de cada lado, perfazendo 36 mil.
Multiplicando-se por 4, temos novamente 144 mil.
3. Uma terceira possibilidade é ter 13.500 numa fileira, 10.500 na segunda, 7.500 na terceira e
4.500 na quarta. Somando-se esses números, teremos 36 mil de cada lado, com a mesma
disposição nos outros três lados. (Ver ilustração a seguir.)
4. Uma quarta possibilidade de quadrado perfeito é o seguinte arranjo: 380 multiplicado por 380 =
144.400. As 400 pessoas que sobram ocupam um espaço onde vinte pessoas vezes 20 podem
caber, o que vem a ser a raiz quadrada de 400. Este espaço seria o lugar vazio onde Jesus está em
pé.
5. Outra possibilidade é de uma longa fileira de 36 mil santos de cada lado, o que forma um
quadrado perfeito, com Jesus no centro, e Ele, contornando-o, coloca as coroas em cada cabeça, de
acordo com Primeiros Escritos, pág. 16.
Os 144 mil em quadrado perfeito:
Escanear desenho da pág. 101
As cinco possibilidades sugeridas não significam serem esses os arranjos dos 144 mil no mar de
vidro. Podemos ver, porém, que há diversas possibilidades de formar um quadrado perfeito e
espacejado, sem qualquer dúvida ou questionamento da declaração do Espírito de Profecia, e sem
duvidar de que os 144 mil são um número literal.
Objeção nº 18
Como podem as crianças ser seladas quando ainda são pequenas? Elas não têm compreensão clara
da mensagem.
Resposta
É bem verdade que as criancinhas não entendem claramente a mensagem. Assim sendo, os pais são
responsáveis por elas na tenra idade. Eles devem educá-las no temor de Deus. Se os pais forem
fiéis, o Senhor protegerá os filhos deles no tempo de angústia, mesmo se os filhos não forem
selados, como esclarece o seguinte testemunho:
"Aprendam vossos filhos a vos obedecer, e assim poderão mais facilmente obedecer aos
mandamentos de Deus e cumprir Seus requisitos. Não negligenciemos orar com e por nossos filhos.
Aquele que disse ‘Deixai os pequeninos, e não os impeçais de vir a Mim’, dará ouvidos a nossas
orações em favor deles, e o selo ou marca de pais crentes cobrirá seus filhos, se forem criados na
doutrina e exortação do Senhor." —Review and Herald, 19 de setembro de 1854.
Entretanto, se os pais não cumprirem seus deveres e forem infiéis na educação de seus filhos, e
estes forem desobedientes, Deus não lhes poupará os pequeninos, como revela a seguinte
declaração:
"O anjo com o tinteiro de escrivão ao lado não porá o selo de Deus em nenhuma criança que seja
irreverente, desobediente, e que desonre seus pais. Ao anjo destruidor é dada a ordem de matar
totalmente velhos e jovens, tanto homens e mulheres como criancinhas. Se os filhos forem
insubordinados e desobedientes a seus pais, o mesmo serão para com Deus." —Sabbath School
Work, 1º de outubro de 1885.
O receber o selo depende muito da idade da criança e do entendimento que ela possui. Se as
crianças tiverem chegado à idade da responsabilidade, serão responsáveis perante Deus por suas
decisões e ações.
"Cada alma, individualmente, se quer receber o selo do Deus vivo, tem que ouvir a Palavra do
Senhor e executá-la com exatidão. Não pode haver coisas tais como religião do acaso, se os homens
quiserem ter um lugar na família de Deus." —A Fé Pela Qual eu Vivo, pág. 288.
"O selo do Deus vivo será posto somente naqueles que têm a semelhança de Cristo em caráter." —
Idem, pág. 287.
Objeção nº 19
Cento e quarenta e quatro mil é um número muito pequeno, comparado aos milhões de guardadores
do Sábado. Será que Deus destruirá os outros e só salvará esse número tão pequeno?
Resposta
Contam-se aos milhões os guardadores do Sábado nestes últimos dias. Este é um dos motivos de a
Igreja Adventista do Sétimo Dia não mais ensinar a posição original sobre o selamento dos 144 mil,
visto que seus membros são mais de seis milhões. Acham melhor dizer que os 144 mil são um
número simbólico.
Se considerarmos a experiência dos filhos de Israel, um grande número de pessoas saíram do Egito.
Os homens de guerra, de vinte anos para cima, eram 603.550 (Nm 2:32). Deste número, apenas
duas pessoas entraram na terra prometida (Nm 32:11 e 12).
Tomando-se a mesma proporção: Se acima de 600 mil pessoas só duas entraram na Canaã
terrestre, de 6 milhões, apenas 20 pessoas entrariam na Canaã celestial. Mas damos graças a Deus
porque mais do que apenas vinte pessoas entrarão na Terra Santa. Cento e quarenta e quatro mil
serão selados com o selo do Deus vivo — o Sábado —, e serão trasladados para o Céu.
As condições sob as quais os crentes são selados são tais que não prevêem o selamento de milhões.
O Espírito de Profecia diz por que muitos não serão selados:
"Muitos não receberão o selo de Deus porque não guardam Seus mandamentos nem produzem os
frutos de justiça." —The SDA Bible Commentary [E. G. White Comments], vol. 7, pág. 970.
"A grande maioria dos professos cristãos encontrará amargo desapontamento no dia de Deus. Não
possuem em sua fronte o selo do Deus vivo." —Ibidem.
De todos se requer que demonstrem profundo interesse na causa de Deus em seus vários ramos, e
provas rigorosas e inesperadas lhes sobrevirão para ver quem é digno de receber o selo do Deus
vivo." —Testimonies, vol. 5, pág. 382.
"Agora é o tempo para a Lei de Deus estar em nossa mente, em nossa fronte, e escrita em nosso
coração.
"O Senhor me mostrou o perigo de permitir seja a nossa mente abarrotada de pensamentos e
cuidados mundanos. ... Nisto vi grande perigo, pois se a mente está cheia de outras coisas, a
verdade presente é deixada fora, e não há lugar em nossa fronte para o selo do Deus vivo." —
Primeiros Escritos, pág. 58.
"Os que recebem na fronte o selo do Deus infinito, considerarão o mundo e suas atrações coisas
subordinadas aos interesses eternos." —Review and Herald, 13 de julho de 1897.
"Mas, por ser o povo desobediente, ingrato e profano, como foi o antigo Israel, é prolongado o
tempo para que todos possam ouvir a última mensagem de misericórdia proclamada com grande
voz. A obra do Senhor tem sido entravada, e retardado o tempo do assinalamento. Muitos não
ouviram a verdade, mas o Senhor lhes dará uma oportunidade de ouvir e converter-se, e a grande
obra de Deus prosseguirá." —Manuscript Releases, vol. 15, pág. 293.
"Por meio de tais obreiros Deus revelará o poder de Sua graça. Seus servos devem distinguir-se do
mundo pelo selo do Deus vivo: suas palavras e obras devem revelar que são colaboradores de
Deus." —The SDA Bible Commentary [E. G. White Comments], vol. 7, pág. 969.
"A santificação do Espírito realça a diferença entre os que têm o selo de Deus e os que guardam um
dia falso de repouso." —Idem, pág. 980.
Mesmo dentre os que professam guardar o Sábado, muitos não serão selados:
"A classe que não se entristece por seu próprio declínio espiritual, nem chora sobre os pecados dos
outros, será deixada sem o selo de Deus." —Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 65.
"Nem todos os que professam guardar o Sábado serão selados. Muitos há, mesmo entre os que
ensinam a verdade a outros, que não receberão na testa o selo de Deus. Tinham a luz da verdade,
souberam a vontade de seu Mestre, compreenderam todos os pontos de nossa fé, mas não tiveram
as obras correspondentes." —Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 68.
"Nenhum de nós jamais receberá o selo de Deus, enquanto o caráter tiver uma nódoa ou mácula
sequer." —Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 69.
Objeção nº 20
Não importa se estaremos incluídos no número dos 144 mil. Só o que importa é sermos salvos.
Resposta
Haverá, sim, muitos salvos que não estarão incluídos nos 144 mil. Encontrar-se-ão entre a grande
multidão que ninguém pode contar, formada de guardadores do Sábado e guardadores do domingo
desde Adão até 1844. E também de 1844 até o tempo do fim, pouco antes da prova final, serão
salvos muitos que não são incluídos nos 144 mil. Estes são os que não tiveram oportunidade de
conhecer a verdade do Sábado, ou honestamente não puderam entender as questões aí envolvidas.
No entanto, foram fiéis à luz que conheciam em suas próprias igrejas. Considerem-se os seguintes
exemplos:
"Mas os cristãos das gerações passadas observaram o domingo, supondo que em assim fazendo
estavam a guardar o Sábado bíblico; e hoje existem verdadeiros cristãos em todas as igrejas, não
excetuando a comunhão católica romana, que crêem sinceramente ser o domingo o dia de repouso
divinamente instituído. Deus aceita a sinceridade de propósito de tais pessoas, e sua integridade." —
O Grande Conflito, pág. 449.
"Finalmente Guilherme Miller levantou sua voz contra a luz do Céu. ... Moisés errou quando estava
prestes a entrar na terra prometida. Assim também, eu vi que Guilherme Miller errou quando devia
logo entrar na Canaã celestial, em permitir que sua influência fosse contra a verdade. Outros
levaram-no a isto; outros darão conta por isto. Mas os anjos vigiam o precioso pó deste servo de
Deus, e ele ressurgirá ao som da última trombeta." —Primeiros Escritos, págs. 257 e 258.
Entretanto, deve-se entender claramente que sob a mensagem do terceiro anjo haverá um povo que
terá sobre si o selo do Deus vivo. Se tivermos o selo do Deus vivo em nossa fronte, seremos
abrigados no dia da angústia. Se não o recebermos, seremos destruídos. Não há meio-termo, como
se vê pelos seguintes testemunhos:
"Nossa maneira de proceder determinará se receberemos o selo do Deus vivo, ou seremos abatidos
pelas armas destruidoras." —Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 67.
"Todos devem fazer agora a grande decisão, se receberão a marca da besta e de sua imagem ou o
selo do Deus vivo e verdadeiro." —The SDA Bible Commentary [E. G. White Comments], vol. 7, pág.
977.
"Deve-se fazer em todos os casos a grande decisão se receberemos a marca da besta e sua imagem
ou o selo do Deus vivo." —Testimonies, vol. 6, pág. 130.
"Quando vier este tempo de angústia [Daniel 12:1], todo caso estará decidido; não mais haverá
graça, nem misericórdia para o impenitente. O selo do Deus vivo estará sobre o Seu povo." —
Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 67.
No fim do conflito, pouco antes do fim da graça, haverá somente duas classes de pessoas na Terra:
os que têm o selo do Deus vivo e os que têm a marca da besta. Sob a mensagem do terceiro anjo,
uma pessoa ou será selada — neste caso fará parte dos 144 mil —, ou não será salva. Reflita-se
sobre os seguintes testemunhos:
"No desfecho desta controvérsia, toda a cristandade estará dividida em duas grandes classes — os
que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, e os que adoram a besta e a sua imagem, e
recebem o seu sinal." —O Grande Conflito, pág. 450.
"Só pode haver duas classes. Cada parte é distintamente selada ou com o selo do Deus vivo, ou com
a marca da besta e sua imagem." —Review and Herald, 30 de janeiro de 1900.
"Se recebermos esta marca [da besta] em nossa fronte ou em nossas mãos, os juízos pronunciados
contra os desobedientes recairão sobre nós. Mas o selo do Deus vivo é colocado nos que
conscienciosamente guardam o Sábado do Senhor." —Review and Herald, 13 de julho de 1897.
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Pontos a ponderar
"Como o lacre toma a impressão do sinete, assim a alma deve tomar a impressão do Espírito de
Deus e reter a imagem de Cristo." —A Fé Pela Qual Eu Vivo, pág. 287.
"O Senhor quer ensinar ao homem a lição de que ainda que esteja legalmente unido à Igreja, não
estará salvo enquanto o selo de Deus não for colocado sobre ele." —The SDA Bible Commentary [E.
G. White Comments], vol. 7, pág. 969.
"O anjo deve colocar um sinal na fronte de todos os que estão separados de pecado e pecadores, e
segue-se o anjo destruidor para exterminar tanto velhos como jovens." —Testimonies, vol. 5, pág.
505.
"Em distintas notas de solene advertência deve ser dada a mensagem final que preparará um povo
para receber o selo do Deus vivo." —Loma Linda Messages, pág. 319.
"E vi o tempo de angústia tal como nunca houve — Jesus me disse que era o tempo da angústia de
Jacó, e que dela sairíamos livres pela voz de Deus. ... E vi uma nuvem chamejante vir de onde Jesus
estava. Ele depôs Sua veste sacerdotal e Se vestiu de Sua veste real, tomando lugar na nuvem que
O levou para o Oriente, onde, pela primeira vez, apareceu aos santos na Terra uma pequena nuvem
escura, que era o sinal do Filho do homem. Enquanto a nuvem passava do lugar santíssimo para o
Oriente, o que levou vários dias, a sinagoga de Satanás adorava aos pés dos santos." —The Day
Star, 14 de março de 1846.
"Cumpre sermos fiéis aos princípios como o aço, postando-nos firmes contra toda espécie de
corrupção. É esta firme adesão aos princípios que deve distinguir os que levam o selo do Deus vivo
dos que recebem a marca da besta." —Manuscript Releases, vol. 4, pág. 76.
"Só Deus pode segurar os quatro ventos até que os anjos selem os servos de Deus em suas
frontes." —Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 415.
"A mensagem do renovador poder da graça de Deus será levada a todo país e clima, até que a
verdade circunde o mundo. Entre os que hão de ser assinalados, encontrar-se-ão pessoas de toda
nação, tribo, língua e povo. De todo país serão recolhidos homens e mulheres que se acharão
perante o trono de Deus e perante o Cordeiro, clamando: ‘Salvação ao nosso Deus, que está
assentado no trono, e ao Cordeiro.’ Apocalipse 7:10. Antes, porém, que esta obra se possa efetuar,
cumpre-nos experimentar aqui em nossa própria pátria a operação do Espírito Santo sobre os
corações." —Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, págs. 481 e 482.
Capítulo 14
Os 144 mil por Uriah Smith
(Publicado na Review and Herald de 10 de agosto de 1897)
Têm sido recebidas, ultimamente, numerosas perguntas sobre os 144 mil apresentados em
Apocalipse 7. Quem são eles? Em que época da história do mundo se originaram? Deve ser o
número tomado num sentido estritamente literal? Ou é um número representativo, significando um
grupo maior e indefinido, de alguma classe especial?
Este número é mencionado pela primeira vez em Apocalipse 7, e as circunstâncias sob as quais é
apresentado fornece, de modo geral, uma indicação muito clara da aplicação correta. Constitui uma
classe assinalada das doze tribos dos filhos de Israel. Eles são selados num tempo determinado,
quando "os quatro ventos" estão prestes a soprar sobre a Terra, para danificar ou desolar a terra e o
mar (versos 2 e 3); e o sopro dos ventos é restringido até que esse número, que o anjo chama "os
servos do nosso Deus", esteja selado.
Dificilmente se porá em dúvida que "os quatro ventos" de que fala esta profecia são o mesmo que "a
grande tormenta" profetizada em Jeremias 25:32 e 33, e que a mesma cena é apresentada em
ambas as passagens das Escrituras. Diz Jeremias: "Assim diz o Senhor dos Exércitos: Olhai! A
calamidade sai de nação para nação, e grande tormenta se levanta dos confins da Terra. Serão os
mortos do Senhor, naquele dia, desde uma extremidade da Terra até a outra extremidade da Terra.
Não serão pranteados, não serão recolhidos, nem sepultados; mas serão como estrume sobre a face
da Terra."
Esta cena é certamente futura, pois até agora nada semelhante ocorreu, desde que a profecia de
Jeremias foi escrita; e nenhuma cena semelhante será testemunhada até que venha o tempo de
tribulação final desta Terra (Dn 12:1). Ora, se o soprar dos quatro ventos de Apocalipse 7:1 é a
mesma cena (e o que produziriam quatro ventos soprando dos "quatro cantos da Terra" senão "uma
grande tormenta"?), a cena de Apocalipse 7:1-8 se refere aos últimos dias, e é uma obra
preparatória para o encerramento de todas as cenas terrestres. Os 144 mil devem ser encontrados,
portanto, na última geração dos "servos de nosso Deus" na Terra; e o selamento deles deve ser o
último movimento religioso especial entre os homens. É o último movimento cristão da era cristã.
Imediatamente, porém, surgirá em alguns o pensamento de que isso não pode ser, pois os
assinalados são de "todas as tribos de Israel", e, visto que essas tribos não existem, a profecia deve
aplicar-se a algum tempo no passado, quando a genealogia das tribos era conservada, e era
preservada a distinção. O fato de isso parecer uma objeção à sobredita opinião é facilmente
removido por outro pensamento — de que, embora os homens não tenham um relato distintivo das
tribos, Deus pode ter um registro, e isto é suficiente (Hb 12:23). E a objeção é ainda mais excluída
pelo fato de que o povo de "Israel" não é confinado aos descendentes de Abraão segundo a carne, e
de que os verdadeiros israelitas são judeus interiormente (Rm 2:29); não são "filhos da carne", mas
"filhos da promessa" (Rm 9:6-8); ramos silvestres enxertados na boa oliveira e participantes de sua
natureza (Rm 11:17 e 24); membros, dentre os gentios, da "comunidade de Israel" (Ef 2:12 e 19).
Tudo isso pertence aos cristãos, que são, em conseqüência de seu parentesco com Cristo, "semente
de Abraão, e herdeiros conforme a promessa". Gálatas 3:29. Daí Tiago, dirigindo-se aos cristãos no
tempo em que "a vinda do Senhor se aproxima" (o mesmo tempo ao qual Apocalipse 7:1-8 se
aplica), saúda-os como "as doze tribos que estão dispersas". A cidade do Novo Testamento, a Nova
Jerusalém, cujo Artífice e Construtor é Deus, e que leva nas pérolas do seu fundamento o nome dos
doze apóstolos, mostra nas suas portas, pelas quais toda a hoste dos remidos deve entrar e sair por
toda a eternidade, os nomes das doze tribos dos filhos de Israel. Os 144 mil podem, portanto, ser
constituídos pela última geração de cristãos, e, ainda assim, ser derivados das doze tribos dos filhos
de Israel.
O selamento implica proteção e salvação. É uma obra do Evangelho por meio da qual todos os que
efetivamente nela participam, assegurarão a vida eterna. A condição impendente, que é restringida
a fim de que a obra do selamento possa ser realizada, é tal que, quando ela domina, nenhuma outra
obra do Evangelho poderá ser realizada. Daí, com o selamento dos 144 mil, termina o tempo da
graça; os ventos da destruição sopram de cada canto, e a grande tormenta da indignação de Deus,
Seu último testemunho contra o pecado para a raça humana neste estado mortal, varrerá o mundo
para sua fase final de ruína e desolação.
O número, 144 mil, deve ser um número definido, composto de exatamente tantos indivíduos. Não
pode significar um número maior ou indefinido, pois no verso 9 é apresentada outra companhia que
é indefinida, nas suas proporções, pelo que é referida como uma "grande multidão, que ninguém
podia contar". Se os 144 mil fossem designados para representar tal número indefinido, João teria
dito, no verso 4: "E foi assinalada uma grande multidão, que ninguém podia numerar, de todas as
tribos dos filhos de Israel." Mas, em vez disto, ele diz: 144 mil, doze mil de cada tribo, um número
que pode ser contado facilmente. A razão para essa distinção é visível se tomarmos a multidão
inumerável do verso 9 como sendo a hoste inteira dos remidos que terão parte na primeira
ressurreição, e os 144 mil como sendo cristãos que estarão vivos na Terra quando Cristo aparecer. E
que os 144 mil são aqueles que estarão assim vivos, e encontrarão Cristo na Sua segunda vinda,
aparece na profecia onde são em seguida mencionados, isto é, em Apocalipse 14:1-5. Aqui eles são
representados como saindo triunfantes do último conflito religioso deste mundo (Ap 13:12-18), e
como sendo "remidos da Terra", e "remidos dentre os homens". Apocalipse 14:3 e 4.
Haverá, então, somente 144 mil salvos dentre os vivos quando o Senhor aparecer? Não pode este
número ser de tal modo representativo que inclua muitos outros? Parece haver uma suposição
inteiramente plausível de que esse último possa ser o caso, isto é, que os 144 mil possam incluir
somente os adultos masculinos ligados ao grande movimento adventista, enquanto as mulheres e
crianças associadas ao mesmo movimento seriam os muitos suplementares a serem salvos dentre
os vivos naquele dia. A plausibilidade desta idéia jaz no fato de que os hebreus foram assim
numerados quando libertados da servidão egípcia, que era uma figura da libertação do
remanescente do verdadeiro Israel do Egito deste mundo na vinda do Senhor. Uns três milhões, ao
todo, saíram do Egito, todavia foram numerados somente os que estavam aptos para ir à guerra,
dos vinte anos para cima, num total de 603.550 (Nm 1:2, 3 e 46). Isto seria cerca de um para cinco
de toda a multidão, conforme é computado pelo Dr. Clarke, em Êxodo 12:37, onde o número de
homens de guerra é dado como sendo de apenas 600 mil aproximadamente. Se a enumeração de
Apocalipse 7:4 é fundada na mesma base — do que, realmente, não há uma prova positiva —,
então o número a ser trasladado daria provavelmente mais de 700 mil em lugar de apenas 144 mil.
De fato, seria muito satisfatório pensar que tantos estariam prontos para o aparecimento do Senhor.
Olhando-se, porém, a condição do mundo e notando-se o rápido declínio religioso destes dias, a
estranheza é esta: onde serão achados 144 mil prontos para o Senhor quando Ele aparecer?
Finalmente, os 144 mil representam somente os que não passaram pela morte? De modo nenhum!
As condições da profecia tornam necessário que muitos que agora jazem na sepultura sejam
incluídos entre os 144 mil. A terceira mensagem de Apocalipse 14 é a mensagem do selamento de
Apocalipse 7. Ainda que em diferentes capítulos e apresentadas sob diferentes circunstâncias, não
são duas mensagens, mas uma e a mesma coisa. A terceira mensagem resultará, portanto, em
preparar l44 mil para a vinda do Senhor. Em Apocalipse 7, isto se chama selá-los com o selo do
Deus vivo em suas testas. Sendo o Sábado o selo de Deus, a obra apresentada é a mensagem que
envolve o movimento de reforma do Sábado nestes dias. Então todos os que têm uma experiência
religiosa genuína que termina neste movimento, devem indubitavelmente ser incluídos no número
dos que são selados pela mensagem. Sua conexão com a mensagem resulta em serem selados; e o
serem selados resulta na sua salvação. Agora há muitos que jazem na sepultura, que serão salvos,
e cuja experiência religiosa toda, do estado de pecado à inteira aceitação por Deus, tem estado em
ligação com essa mensagem. Serão salvos por causa desta experiência. Não são os tais selados por
esta mensagem? Seguramente! Mas a mensagem sela somente 144 mil. Portanto, esses deverão
erguer-se de suas sepulturas e ser contados entre os 144 mil.
Poderiam alguns dizer que ainda não chegou o tempo para que alguém seja selado; e aqueles a que
se faz referência estão mortos; e como podem ser selados homens mortos? Que os tais façam a si
mesmos a pergunta: — Como podem ser salvos homens mortos? Eles podem ser assinalados do
mesmo modo que Daniel, morto há muito tempo, pode estar, como realmente esteve, na sua sorte,
no fim dos 2.300 dias. O relato da mensagem do selamento é feito nos livros de cima. Aqueles cuja
experiência os levou àquela mensagem, têm lá seus nomes. Morrendo eles nessa mensagem,
quando seus nomes forem apresentados no juízo, estarão escritos entre os selados pela mensagem.
Não pode ser de outro modo, pois, nesse grupo, sua final experiência religiosa — e em muitos casos
suas únicas experiências religiosas — os funde. E isso explica o que a voz do Céu ordenou a João
escrever: "Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor [isto é, desde o início
da terceira mensagem]. Sim, diz o Espírito; para que descansem dos seus trabalhos, e as suas
obras os sigam." Ainda que repousando em silêncio em suas sepulturas, são finalmente numerados
entre os 144 mil do mesmo modo como se tivessem vivido todos os anos do seu sono, e passado
por todas as fadigas, tentações e conflitos que os vivos têm de suportar. Este modo de ver dá a
Apocalipse 14:13 sua maravilhosa significação, da qual seria inteiramente despojada por qualquer
outra posição. Os que negam que aqueles que morreram sob a terceira mensagem poderão ser
numerados entre os 144 mil, deixam de ver a conexão entre essa mensagem e Apocalipse 7:1-8.
Alega-se, ainda, que os 144 mil devem todos ser os que nunca morreram, porque são "remidos da
Terra" e "remidos dentre os homens". Mas isto não constitui objeção, pois essas mesmas expressões
se aplicam tanto aos que morreram no Senhor sob essa mensagem como aos que nunca morreram.
Perguntar-se-á como isso pode ser, e a resposta é que eles surgem na ressurreição especial, que
abrange um número limitado tanto de justos como de ímpios, conforme mencionado em Daniel 12:2
e Apocalipse 1:7. Aqueles que, nessa ressurreição, se levantam para a vida eterna — se bem que
não feitos ainda imortais —, são os que pertencem aos 144 mil, porque morreram na mensagem; e
os que ressuscitam para vergonha e desprezo eternos são os que tomaram parte na crucifixão de
Cristo, e talvez outros de diferentes épocas, especialmente da última, que têm demonstrado
preeminente atividade em oposição à obra de Deus. Que haverá tal ressurreição, abrangendo essas
características, as referidas escrituras afirmam de modo bastante evidente. E a única vez que as
profecias marcam uma época para sua ocorrência é o tempo mencionado em Apocalipse 16:17. É no
início da sétima praga, quando a grande voz, vinda do templo do Céu, do trono, proclama as solenes
palavras: "Está feito!" Essa voz abala tanto o céu como a Terra, mas anuncia libertação ao povo de
Deus (Jr 25:30; Jl 3:16; Hb 12:26 e 28). Desse tempo, O Grande Conflito, págs. 636 e 637, fala
muito claramente, como segue: "Essa voz abala os céus e a Terra. ... Abrem-se sepulturas, e
‘muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para
vergonha e desprezo eterno’. Daniel 12:2. Todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro
anjo saem do túmulo glorificados, para ouvir o concerto de paz estabelecido por Deus com os que
guardaram a Sua Lei. ‘Os mesmos que O traspassaram’ (Ap 1:7), os que zombaram e escarneceram
da agonia de Cristo, e os mais acérrimos inimigos de Sua verdade e povo, ressuscitam para
contemplá-Lo em Sua glória, e ver a honra conferida aos fiéis e obedientes."
Quem são aqueles aqui referidos "que guardaram Sua Lei"? Certamente, aqueles que se têm
empenhado no movimento de reforma do Sábado destes últimos dias. Disto se nota que os que
morreram nessa obra são ainda considerados, à vista de Deus, como uma parte integral do grupo
dos vivos, pois, quando o concerto de paz lhes é comunicado, os que dentre eles então estiverem
nas sepulturas são ressuscitados para ouvi-lo com os vivos. Ressuscitam glorificados, e os santos
vivos são também glorificados então; mas nenhum deles é feito imortal. Isso é mostrado pelas
seguintes palavras da página 645 do mesmo livro. Falando do momento em que Cristo aparece, diz:
"Os justos vivos são transformados ‘num momento, num abrir e fechar de olhos’. À voz de Deus
[acima referida], são eles [os santos vivos] glorificados; tornam-se imortais, e, com os santos
ressuscitados, são arrebatados para encontrar seu Senhor nos ares." Mas, os que ressuscitaram à
voz de Deus para ouvir o concerto de paz com os vivos, foram também glorificados nesse tempo —
outro ponto de identidade —, e sem dúvida tornam-se imortais quando o restante do grupo é
transformado para essa condição.
Agora olhemos para esses ressuscitados. Eles ressurgem à voz de Deus, um espaço de tempo antes
de o Senhor aparecer; são levantados somente em condição de mortalidade; tomam seu posto com
os santos vivos, como uma parte deles, e, ainda que glorificados, não são ainda tornados imortais;
continuam até o dia do aparecimento de Cristo na mesma condição dos santos que nunca
morreram, e, então, com eles, são tornados imortais, transformados num momento, num abrir e
fechar de olhos, e arrebatados para encontrar o Senhor nos ares. Assim, estes são tão certamente
"remidos da Terra", e "remidos dentre os homens", como aqueles que não descem à sepultura.
Neste sentido, os pioneiros da mensagem do terceiro anjo merecem ligeira consideração.
Consideremos alguns homens como o Ancião Tiago White, Ancião J. N. Andrews e Ancião José Bates,
que estiveram à frente desta obra no seu início, que se identificaram com esta mensagem tão
plenamente como podem fazer os homens, que tiveram toda a sua alma absorvida no magno
pensamento de ajudar a chamar um número suficiente para se lhes juntar na obra de preparar a
privilegiada e feliz companhia dos 144 mil, e que morreram com seus corações e mentes cheios
dessa bem-aventurada antecipação. Consideremos esses homens despertando após o que lhes
parecerá não ser um tempo mais longo que um tique-taque de relógio e notando que foram
afastados de sua almejada posição, e que não fazem parte dos 144 mil! Esta idéia não é concebível.
Caso contrário, o morrer na mensagem, em vez de ser uma bênção como a voz do Céu proclamou,
é quase a maior calamidade que possa acontecer a um crente. Tal raciocínio não é possível.
Finalmente, poderá alguém dizer que aqueles que morrem na mensagem não podem ser uma parte
dos 144 mil; esta companhia vem "de grande tribulação" (Ap 7:14), o que não se poderia dizer
daqueles que dormem no túmulo até que seis das sete pragas sejam cumpridas. Esta conclusão
deveria dificilmente ser aceita sem um pouco mais de consideração. Note-se a situação.
Ressuscitados no princípio da sétima praga, passam por todo o período desse juízo, e testemunham
todas as suas calamidades acumuladas. De certas passagens da Escritura, conclui-se que as pragas
abrangerão o espaço de um ano. Isso daria dois meses aproximadamente após começar a ser
derramada a sétima salva, antes do fim. Mas as pragas são cumulativas. A primeira não cessa
quando a segunda começa; mas a segunda acrescenta seu horror à primeira, a terceira se junta às
outras duas, e assim por diante até a sétima. Portanto, na sétima se encontra o clímax de todas. E,
assim, qualquer que seja o grau de adversidade e sofrimento que caiba, por sorte, aos santos, por
causa das pragas — e eles não estarão livres disso, ainda que as próprias pragas não os atinjam;
veja O Grande Conflito, pág. 629 —, quaisquer que sejam os gritos de angústia que os outros
ouçam, e quaisquer que sejam os aspectos de aflição, desolação e desespero que os outros vejam,
os que ressuscitarem à voz de Deus ouvirão, verão e passarão pelas mesmas coisas que aqueles
que não passaram pela morte. Os horrores acumulativos da sétima praga superarão todos os
outros; e dos que forem libertos dela poderá dizer-se terem vindo "de grande tribulação", apesar de
não terem tido experiência com as outras seis.
Assim, parece clara e conclusiva a evidência de que os 144 mil são juntados da última geração antes
de Cristo vir; que são formados pela mensagem do terceiro anjo; que mesmo os que dentre eles
morrem na mensagem são bem-aventurados, sendo restaurados ao número pela ressurreição antes
que Cristo venha; e que todos, finalmente com o privilégio especial de constituírem o gabinete do
Rei dos reis e Senhor dos senhores, seguirão o Cordeiro para onde quer que Ele vá (Ap 14:4),
alegres pela Sua constante presença e sustidos pela Sua inesgotável graça (Ap 7:15 e 17.
Capítulo 15
Os cento e quarenta e quatro mil por Uriah Smith
(Transcrito de seu livro Synopsis of the Present Truth, págs. 314-319.)
"Este livro [Synopsis of the Present Truth] é resultado de uma série de preleções feitas em cursos
bíblicos em várias partes do país." —Prefácio de Synopsis of the Present Truth.
Leia-se o que E. G. White diz em Testimonies for the Church, vol. 4, pág. 407, sobre os cursos
bíblicos dirigidos pelo pastor Uriah Smith.
Os cento e quarenta e quatro mil
Examinando a mensagem do terceiro anjo, sentimos naturalmente interesse em saber se as
profecias em algum lugar dão a entender qual será o efeito dessa mensagem, ou quão bemsucedida será. Achamos que isto se encontra claramente indicado no sétimo capítulo de Apocalipse.
Demonstramos que o anjo que surge com o selo do Deus vivo, aqui apresentado, é o mesmo que o
terceiro anjo de Apocalipse 14. Em resultado dessa obra, em Apocalipse 7 se declara que 144 mil
foram selados como os servos de Deus.
Mas, dirá alguém, os 144 mil não podem pertencer à geração atual, ou ser ajuntados na
dispensação evangélica, pois foram selados das doze tribos dos filhos de Israel. Uma resposta
suficiente a esta questão se encontra no testemunho de Tiago. Escrevendo no ano de 60 d.C. aos
cristãos, e em benefício deles, e conduzindo-nos até a vinda de Cristo, dirige sua epístola às doze
tribos dispersas. É evidente, portanto, que os cristãos são contados como pertencentes às doze
tribos.
Em que sentido são assim considerados, visto que não há genealogia das tribos preservada entre os
homens, nesta dispensação? Paulo ilustra isso por uma bela figura no capítulo onze de Romanos. Ele
apresenta o povo de Deus na dispensação anterior, o Israel literal, sob a figura de uma oliveira com
doze ramos. Estes ramos representavam as doze tribos dos filhos de Israel. Os ramos foram
quebrados, o que significava que os judeus, rejeitando a Cristo, deixaram de ser o povo de Deus.
Os gentios que aceitaram a Cristo foram tomados pelo Senhor como Seu povo, e Paulo representa
este ato por ramos de zambujeiro enxertados numa oliveira brava, onde os ramos naturais, os
judeus, foram arrancados, e aí a oliveira brava, os gentios, foram enxertados. Ora, como isso afetou
a árvore? Havia, a princípio, doze ramos, representando as doze tribos dos filhos de Israel. Após
serem arrancados e feitos enxertos dos gentios, ou cristãos, há ainda doze ramos ou tribos na
família da fé.
Esses não são a semente literal, mas a espiritual, porque são produzidos pela fé. Assim, ouvimos
Paulo dizer em Romanos 2:28 e 29: "Não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que
o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que é no interior, e circuncisão a que é do coração, no
espírito, não na letra." Paulo diz ainda em Romanos 9:6-8: "Não que a Palavra de Deus haja
falhado. Pois nem todos os que são de Israel são israelitas. Nem por serem descendência de Abraão
são todos seus filhos. Pelo contrário: Em Isaque será chamada a tua descendência. Isto é, não são
filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência
de Abraão." E acrescenta, em Gálatas 4:28: "Ora, vós, irmãos [cristãos], sois filhos da promessa,
como Isaque." E no verso seguinte acrescenta que ele nasceu segundo o Espírito.
Nada poderia ser mais claro que esses testemunhos afirmando que há uma semente espiritual,
reconhecida como o verdadeiro Israel, perpetuado não em sentido literal, mas espiritual.
Portanto, o fato de serem mencionadas em Apocalipse as doze tribos, das quais são selados os 144
mil, não é prova de que eles não são tirados da dispensação evangélica, ou mesmo de sua parte
final. Temos, porém, prova ainda mais clara a apresentar sobre esse ponto.
A Nova Jerusalém, que João viu descer do Céu, da parte de Deus, na qual estava o trono do
Cordeiro bem como o trono de Deus, não é, por certo, considerada uma cidade judaica, pois nos
doze fundamentos estavam os nomes dos doze apóstolos. Mas, nas doze portas da cidade, conforme
a descrição de Apocalipse 21:12, há nomes escritos que são os nomes das doze tribos dos filhos de
Israel. Ora, todo o povo de Deus, desde Adão até o fim da dispensação evangélica, entrará naquela
cidade por alguma daquelas doze portas; logo, todos serão contados, judeus e cristãos, como
pertencentes a alguma das doze tribos.
Nenhuma genealogia se guarda daquelas doze tribos aqui na Terra, pois não é necessário que os
homens agora entendam essas distinções. No entanto Paulo fala da Igreja dos primogênitos inscritos
no Céu, dando-nos a entender que o registro é mantido ali. O único objetivo de preservar as tribos
distintas na dispensação anterior era que os homens entendessem o cumprimento das profecias
concernentes a Cristo, que deveria surgir de uma tribo em particular, e os judeus pudessem assim
identificar o Messias. Como, porém, Cristo já veio, não mais existe essa necessidade; daí a
genealogia das tribos ter sido irrecuperavelmente perdida.
Esse grupo, os 144 mil, é novamente apresentado em Apocalipse 14:1-5. E aí temos prova
indiscutível de que são reunidos dentre a última geração dos vivos. João diz: "Então olhei, e vi o
Cordeiro em pé sobre o Monte Sião, e com Ele cento e quarenta e quatro mil, que traziam escritos
na testa o Seu nome e o nome de Seu Pai." Verso 1. Este nome é o mesmo que o selo de Deus
apresentado em visão em Apocalipse 7. Por isso este grupo é o mesmo que os 144 mil do capítulo
sete. E destes se diz que foram remidos da Terra e remidos dentre os homens. Isso não pode
significar outra coisa senão a trasladação dentre os vivos. Esses primeiros versos de Apocalipse 14
pertencem ao capítulo treze, e são a parte final da linha profética que começa com o capítulo doze.
Estes 144 mil são os que passam pelo terrível conflito com o poder simbolizado pela besta de dois
chifres descrita em Apocalipse 13:11-17. Já demonstramos que este poder é um símbolo de nosso
próprio governo [dos Estados Unidos], agora na fase da ação, e o último poder que persegue a
Igreja de Deus. Por isso os 144 mil são aqueles formados pela mensagem do terceiro anjo,
trasladados dentre os homens na segunda vinda de Cristo.
A obra do selamento de Apocalipse 7 resulta no selamento do número aqui especificado. Mas, como
é idêntica à mensagem do terceiro anjo, esta obra já está em prosseguimento há muitos anos. E
alguns cuja experiência religiosa está completamente a ela relacionada, e a esta obra se deve, já
dormem desde que a mensagem começou. Serão estes contados com 144 mil? Se forem, como se
pode afirmar que serão remidos dentre os homens, ou trasladados?
Respondemos. Antes de Cristo vir, há de ocorrer uma ressurreição parcial, conforme Daniel 12:2 e
Apocalipse 1:7. Daniel diz: "Muitos dos que dormem no pó da terra ressurgirão, uns para a vida
eterna, e outros para a vergonha e o desprezo eterno." Esta não é a ressurreição geral de uma das
duas classes, pois na ressurreição geral dos justos não há ímpios a ressuscitar, e, na ressurreição
geral dos ímpios, não há justos incluídos. Há, porém, uma ressurreição mista, que toma alguns de
ambas as classes; esta ocorre em conecção com o levantar-se de Miguel e o fim do tempo de
angústia. Daí inferimos que, nesse tempo, provavelmente quando a voz de Deus for ouvida (Jl 3:16;
Hb 12:27 e Ap 16:17), alguns dos extraordinariamente maus e alguns dos preeminentemente bons,
inclusive os que morreram na mensagem do terceiro anjo, serão ressuscitados dentre os mortos,
mas somente para a vida mortal. Sendo então ressuscitados dos mortos e tomando lugar com os
que não morreram, sob esta mensagem, são trasladados quando o Senhor vem. Por isso, também
se pode dizer que, com os outros, são remidos dentre os homens.
Capítulo 16
Perguntas sobre a mensagem do Assinalamento
1 — Quando os Adventistas alcançaram a luz sobre a mensagem do Assinalamento?
2 — Quando começou a obra do Assinalamento?
3 — Qualquer pessoa que tenha morrido na fé desde 1848, quando essa mensagem foi recebida,
será contada com os 144 mil?
Também um sonho impressionante e uma descrição de um tribulum com explicações etc.
1916
Por J. N. Loughborough
Impresso nos EUA
Dedicatória
Aos que, confiando somente no auxílio divino, estão procurando alcançar a condição descrita em
Apocalipse 14:15, "na sua boca não se achou engano; são irrepreensíveis", são dedicadas as
páginas seguintes.
Conforme reimpressa por
LEAVES-OF-AUTUMN-BOOKS
Payson, Arizona
Dezembro de 1988
Prefácio
A apresentação das páginas seguintes ao nosso povo, julgo estar em harmonia com o que está
declarado em Testimonies for the Church, vol. 7, pág. 288: "Quando os que passaram a vida no
serviço de Deus se aproximarem do fim de sua história terrena, serão impressionados pelo Espírito
Santo a recordar a experiência que tiveram em conecção com Sua obra. O registro de Seu
maravilhoso trato com Seu povo" etc.
Do benefício a ser extraído de trazer tais coisas à atenção do nosso povo, lemos da pena da irmã E.
G. White, no South Africa Missionary de 20 de fevereiro de 1911: "Nada temos a temer quanto ao
futuro, a não ser que nos esqueçamos do caminho pelo qual o Senhor nos guiou, e de Seus ensinos
em nossa história passada."
Com referência ao assunto deste livro — os 144 mil selados —, tenho sido extraordinariamente
movido pelo Espírito de Deus a escrever e publicar os fatos quanto a de que modo a mensagem do
Selamento foi obtida, não só da Bíblia, mas por instrução direta em visões da irmã E. G. White.
Também quanto a de que modo a mensagem foi recebida e ensinada por nossos ministros e povo
até o ano de 1894, quando a teoria da nova luz encontrou seu defensor em alguém que
posteriormente apostatou da fé e morreu sem ver o cumprimento de sua expectativa de que viveria
até o fim do tempo, e por isso seria um dos 144 mil. Seu argumento era que testemunhos
posteriores da irmã White ensinavam que os 144 mil seriam constituídos pelos que nunca haviam
morrido.
Quando verifiquei que alguns ensinavam que "todos os constituintes dos 144 mil que serão selados
estão atualmente vivos", achei oportuno que alguém falasse. Demonstrei que não é próprio dos
profetas de Deus fazer declarações positivas numa ocasião e posteriormente ensinar o contrário. Tal
não era, por certo, o procedimento dos profetas bíblicos. A totalidade dessa "nova luz" é produzida
tirando-se palavras de sua conecção, e das coisas de que tratam, e dando-lhes aplicação geral,
como se verá quando chegarmos à análise da questão. Apresentei a essência deste escrito em duas
preleções no acampamento de Stockton. Os que ouviram as preleções pediram que fossem
publicadas para que as pudessem ler. Como o assunto é um tanto controverso, achei que nossos
editores não desejariam imprimir a matéria em seus periódicos, ou se responsabilizar, de algum
modo, de publicarem. Assim, decidi apresentá-lo num livreto para ser recebido do autor, pelo
correio. Primeiro pensei consegui-lo num livreto de cinco centavos, mas desde a revisão tipográfica
e ampliação, achei que cinco centavos não pagariam a despesa de impressão e porte. Assim sendo,
coloquei o preço de dez centavos, com a promessa ao Senhor de que tudo o que fosse obtido das
vendas, depois de dizimado, seria dividido entre a obra urbana da parte leste e missões
estrangeiras. Que o Senhor torne a leitura do livro uma bênção, já tendo sido tal, para o autor, nos
meses passados, o exame do exemplar.
J. N. Loughborough.
Lodi, Califórnia, 1º de julho de 1916.
"O tempo não está muito distante, quando a prova sobrevirá a cada alma. O sinal da besta
será imposto a nós. ... A palha como uma nuvem será transportada pelo vento, mesmo dos
lugares onde só vemos campos de precioso trigo." —Testimonies, vol. 5, pág. 81.
A mensagem do Selamento
(Reprodução do panfleto "The Sealing Message")
Por J. N. Loughborough
Estão perante mim três perguntas às quais devo responder:
1ª: Quando os Adventistas obtiveram luz sobre a mensagem do selamento?
2ª: Quando começou a obra do selamento?
3ª: Será contado com os 144 mil qualquer um do povo de Deus que haja morrido na mensagem
desde 1848?
Primeira pergunta
Quanto à primeira pergunta, notamos que em 1845 alguns dos Adventistas começaram o estudo da
mensagem do terceiro anjo de Apocalipse 14:9-12. Eles viram claramente que a observância do
Sábado do sétimo dia estava incluída na guarda de todos os mandamentos, conforme exposto
naquela mensagem. Sobre o estudo da mensagem, lemos numa declaração da irmã E. G. White, em
Testimonies for the Church, vol. 1, págs. 78 e 79. A declaração se refere à situação em 1846, e daí
em diante, e reza: "Quando começamos a apresentar a luz sobre a questão do Sábado, não
tínhamos uma idéia claramente definida sobre a mensagem do terceiro anjo de Apocalipse 14:9-12.
O peso de nosso testemunho, quando vínhamos perante o povo, era que o grande movimento do
segundo advento era de Deus, que a primeira e segunda mensagens haviam sido proclamadas, e a
terceira devia ser dada. Vimos que a terceira mensagem terminava com as palavras: ‘Aqui está a
paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus.’ E
vimos tão claramente como agora [o ‘agora’ era 1868, quando foi publicado pela primeira vez o
volume 1] que essas palavras proféticas sugeriam uma reforma no Sábado. Mas, quanto ao que
fosse a adoração da besta mencionada na mensagem, ou ao que fossem a imagem e a marca da
besta, não tínhamos posição definida.
"Deus pelo Seu Santo Espírito deixou a luz raiar sobre Seus servos, e o assunto gradualmente se
abriu a suas mentes. Requeria-se muito estudo e ansioso cuidado para esquadrinhá-lo, elo por elo.
Por cuidado, ansiedade e labor incessante tem a obra avançado, até que as grandes verdades da
nossa mensagem, um todo claro, conexo e perfeito, foram dadas ao mundo."
Apesar de que até o ano de 1848 nosso povo tinha clara luz sobre os diferentes aspectos da
mensagem do terceiro anjo, sua atenção não havia sido chamada especialmente para a mensagem
do selamento. Eles criam que, segundo Apocalipse 14:1-5, deve haver 144 mil remidos sobre o
Monte Sião. Esse grupo foi também mencionado pela irmã White na sua primeira visão, relatada em
Experiences and Views, edição antiga, pág. 12. Mas eles ainda não haviam estudado a luz sobre o
selamento dos 144 mil.
Como veremos, foi no tempo do conflito das nações da Europa, nos primeiros meses de 1848, que
veio a esse povo luz sobre a mensagem do selamento. Numa breve consideração desse conflito, sua
causa e desenvolvimento, veremos como foi obtida a luz sobre essa mensagem. Na Biblioteca do
Conhecimento Universal, pág. 536, lemos acerca do conflito em 1848:
"Essa revolução foi causada pelo povo francês, que pediu uma forma de governo republicano, sob o
reinado de Luís Felipe; e por um tempo houve forma republicana. O contágio da revolução
propagou-se temporariamente na maioria das regiões da Europa."
Desde o tempo do Reinado do Terror na França, o desejo das massas tem sido assegurar para o
povo maior controle do governo, e satisfazer a ansiedade do povo pela vida nacional — de fato, ter
um governo verdadeiro, do povo, para o povo e pelo povo. Mediante a operação do papismo, um
Bourbon, Luís Felipe, foi colocado no trono, e parecia ser uma impossibilidade induzir o papa a
submeter-se a qualquer governo a não ser o de sua própria criação. Ver A Europa Ocidental, de
Robinson.
A situação causou animosidade não somente contra Luís Felipe, mas também contra o papa, que
estava sustentando o soberano Bourbon. Finalmente os sentimentos encerrados rebentaram num
conflito, tão súbito em seu desenvolvimento como a erupção de um vulcão. Dos fatos declarados
nas publicações oficiais da ocasião, parece que Luís não estava a par da intensidade do sentimento
contra seu governo, pois no dia 21 de fevereiro de 1848 ele disse ao seu gabinete: "Nunca estive
mais firmemente estabelecido no império da França do que esta noite." No dia seguinte ele passou
em revista os seus soldados. Depois da parada, os soldados, com armas ensarilhadas, estavam
descansando sobre o chão, quando um rapazinho com uma bandeira tricolor na mão subiu a um
canhão. Agitou a bandeira no ar, exclamando: "Abaixo o papa!" Provavelmente foi o que ele tinha
ouvido falar em casa. Os soldados apanharam esse dito, que, com vigor crescente, foi repetido em
toda a linha, com o acréscimo: "E abaixo o rei."
Quanto ao súbito estourar dessa rebelião, lemos no Europa Ocidental, de Robinson, no capítulo
quarenta: "A assembléia descontente e o pedido de reforma subitamente mostraram sua plena força
e alcance. Por algum tempo pareceu que toda a Europa ocidental estava prestes a passar por uma
revolução tão completa como a que a França experimentou em 1789. De comum acordo e pela
obediência a um sinal preconcertado, os partidos liberais da França, Itália, Alemanha e Áustria,
durante os primeiros meses de 1848, subverteram ou alcançaram o controle do governo, e
prosseguiram a executar seu programa de reforma do mesmo modo cabal em que a Assembléia
Nacional da França fizera sua obra em 1789. O movimento geral afetou quase todos os Estados da
Europa central.
"Em 24 de fevereiro de 1848, uma turba atacou as Tulherias. O rei abdicou em favor de seu neto.
Mas era demasiado tarde. Ele e toda a sua família foram forçados a deixar o país. A multidão invadiu
a assembléia, como no Reinado do Terror, clamando: ‘Abaixo os Bourbons, os velhos e os novos!
Viva a república!’ "
Dessa revolução de 1848 e sua súbita sufocação, disse Horace Greely no New York Tribune: "Foi
para nós, políticos, uma grande admiração o que tão subitamente teria dado início a essa grande
confusão na Europa. Mas admiração ainda maior é o que a teria feito cessar tão subitamente."
Tenho um exemplar de um testemunho dado à irmã White em 1852, no qual se faz referência à
guerra de 1848. Foi encontrado entre os papéis do irmão Bates, após sua morte. Nele estão estas
palavras: "Esse desejo era destronar reis; mas isso não pôde ser, pois os reis devem reinar até que
Cristo comece Seu reinado. Vi que na Europa, como as coisas se estavam movimentando para a
realização dos desígnios deles, haveria trégua por uma ou duas vezes. Assim o coração dos ímpios
seria endurecido. Mas a obra não se paralisará. Somente parecerá fazê-lo, pois as mentes de seus
reis e governadores estavam determinadas a se abaterem mutuamente, e as mentes do povo a
alcançarem a ascendência. Vi todas as mentes olhando atentamente e alargando seus pensamentos
a respeito da crise iminente para eles."
Houve uma trégua após a revolução de 1848. Na guerra atual, que começou em 1914, é manifesta,
em escala ainda mais larga, a determinação de derribar reis e governadores, e ainda maior
intensidade em vigor, do que na revolução de 1848. O testemunho parece indicar uma segunda
trégua antes que venha o conflito final das nações.
Dessa manifestação em Paris, já temos lido que Luís Felipe e toda a sua família fugiram da França. A
fúria da multidão era tal que ele temeu por sua vida e dos seus, e levou a cabo sua fuga colocando
sua família numa carruagem, enquanto disfarçou-se em roupas de cocheiro, e no crepúsculo passou
despercebido pelas portas de Paris, efetuando assim sua fuga para a Inglaterra.
De um panfleto intitulado "O Selo do Deus Vivo", publicado pelo Ancião José Bates, datado de 1º de
janeiro de 1849, apuramos alguns fatos sobre a revolução de 1848 e a recepção da luz sobre a
mensagem do selamento. Na página 45 lemos: "Os jornais públicos declararam que no dia 22 de
fevereiro último a França se tornou desorganizada, depôs seu rei e incendiou seu trono, e ele
próprio fugiu com a família para a Inglaterra em busca de segurança."
Na página 49, lemos sobre a fúria desse conflito: "Vede que ímpeto e contenda houve e continua
havendo entre o povo com o fim de subverter as potências da Europa, a saber: Prússia, Hanover,
Sicília, Nápoles, Veneza, Lombardia, Toscana, Roma etc. Vede o relato do Times, de Boston, de 28
de outubro de 1848, sobre a fuga do imperador da Áustria, de Viena, a capital dos seus vastos
domínios, e da insurreição e sítio da cidade por oito dias, desde 9 de outubro. Como eles, em sua
obra de matança, quando se tornaram vitoriosos, destruíram as estradas de ferro e demoliram as
pontes, para fazer cessar qualquer intercâmbio posterior. Vede também um similar estado de coisas
em Berlim, sob o rei da Prússia." Isso nos dá uma idéia da revolta que estourou no continente
europeu em 22 de fevereiro de 1848.
No mês de março do mesmo ano, em Hydesville, Wayne County, Nova York, começaram a aparecer
batidas de espíritos na casa da família Fox e Fish, que mudaram para Rochester, Nova York, para
investigação mais pública. Durante algum tempo essas pancadas foram chamadas "As pancadas de
Rochester". Os Adventistas do Primeiro Dia então diziam, com grande zelo: "Este conflito na Europa
culminará na batalha do Armagedom, e o Senhor está prestes a vir. Esses espíritos que batem são
os espíritos de demônios, que vão ao encontro das nações para as congregar para a batalha do
grande dia do Deus Todo-Poderoso." Visto que nosso povo recebeu a luz da mensagem do terceiro
anjo e do Sábado, confiando que essa verdade devia ser proclamada ao mundo, não puderam
aceitar a afirmação feita pelos Adventistas do Primeiro Dia, de que o Senhor estava prestes a vir.
Essas pessoas diziam aos guardadores do Sábado: "Seria melhor que desistísseis de vossa
mensagem sobre o Sábado. Estais demasiado atrasados com ela. Juntai-vos a nós na advertência ao
mundo para que se apronte para a imediata vinda de Cristo."
Tal era a situação no verão de 1848. Isto levou os Adventistas do Sétimo Dia a estudar seriamente e
com oração, no sentido de obterem luz. O Senhor dirigiu suas mentes à retenção dos ventos
(guerras) e à obra do selamento, com o propósito de que encontrassem o significado da situação.
Eles acharam, em seu estudo das Escrituras, que o Sábado do sétimo dia era o sinal do Deus vivo, e
o selo de Sua Lei. Essa luz recentemente recebida da Palavra de Deus deu ainda maior força à
mensagem do Sábado, e lhes assegurou duplamente que esta, como a mensagem do selamento,
devia ser proclamada ao mundo antes que Cristo realmente viesse.
No livro do irmão Bates, ele se refere a uma reunião realizada no lar do irmão Otis Nichols, em
Dorchester, próximo a Boston, Massachusetts, em 18 de novembro de 1848, dizendo: "Um pequeno
grupo de irmãos e irmãs estava reunido perto de Boston, Massachusetts. ... Havíamos feito disto [da
maneira de publicar a mensagem] o assunto de oração na reunião da conferência de Topsham,
pouco anteriormente, e não nos sendo claro o modo de publicação, [agora] resolvemos
unanimemente entregar tudo a Deus. Depois de algum tempo passado em oração por luz e
instrução, Deus deu à irmã White uma visão."
Então ele menciona as palavras que ela falou na visão, das que ele tomou nota enquanto ela falava.
Dessas palavras citamos as seguintes:
"Ele [Deus] ficou bem satisfeito quando Sua Lei começou e elevar-se em força. Essa verdade [a
verdade sobre o Sábado] surge, e está em crescimento, ficando cada vez mais forte. É este o selo!
Ela aparece! Ela surge, partindo do surgir do Sol, como o Sol, que primeiro é frio, fica mais quente e
envia seus raios. Quando essa verdade surgiu, havia nela apenas pouca luz; mas esta tem crescido.
Oh! que poder têm esses raios!"
Em seguida vieram as palavras que desfizeram a afirmação dos Adventistas do Primeiro Dia, que "os
anjos não mais estavam retendo os ventos da guerra e contenda, mas os estavam deixando soprar".
As palavras faladas em visão foram:
"Os anjos estão retendo os quatro ventos. É Deus que restringe os poderes. Os anjos não [os]
soltaram, portanto os santos não estão todos selados. O tempo de angústia começou. Sim,
começou. A razão por que os quatro ventos não estão soltos é que os santos não estão todos
selados. Ela [a angústia] está em crescimento cada vez maior. Essa angústia não terá fim até que a
Terra esteja livre dos ímpios. Ora, eles [os ventos] já estão prontos para soprar. Há um
impedimento porque os santos não estão todos selados. Sim, publica as coisas que tens visto e
ouvido, e virá uma bênção de Deus."
Após sair dessa visão, a irmã White disse ao seu esposo: "James, tenho uma mensagem para ti.
Começa a impressão de um periódico, pequeno a princípio. Propaga-o gratuitamente. Os leitores te
enviarão dinheiro para imprimi-lo. Será um sucesso desde o início. Vi que desse pequeno começo
havia como que raios de luz a brilhar através do mundo."
Em 5 de janeiro de 1859, a irmã White, em Rocky Hill, Connecticut, teve outra visão da obra do
selamento. Essa visão, escrita por ela mesma, se encontra em Early Writings, edição antiga, págs.
29-31 [PE 38], e reza como segue:
"Vi quatro anjos que tinham uma obra a fazer na Terra, e estavam a ponto de completá-la. Jesus
estava vestido de vestes sacerdotais. Ele olhou com piedade para o remanescente, então levantou
Suas mãos para cima, e com uma voz de profunda piedade clamou: ‘Meu sangue, Pai, Meu sangue,
Meu sangue, Meu sangue!’ Então vi uma luz extraordinariamente brilhante sair de Deus, que estava
assentado sobre o grande trono branco, a qual alumiava tudo ao redor de Jesus. Então vi um anjo
comissionado por Jesus para voar apressadamente aos quatro anjos que tinham uma obra a fazer
na Terra, sacudir para cima e para baixo alguma coisa que tinha nas mãos, e gritar em alta voz:
‘Segurai! Segurai! Segurai! Segurai! até que hajamos assinalados os servos de Deus em suas
testas.’ "
A explanação a ela feita pelo seu anjo assistente foi que "os quatro anjos tinham poder de Deus
para reter os quatro ventos, e que estavam a ponto de soltá-los, mas enquanto suas mãos os
estavam afrouxando, e os quatro ventos estavam prestes a soprar, o olhar misericordioso de Jesus
contemplava o remanescente que não estava selado, e Ele ergueu Suas mãos ao Pai e intercedeu
por ter derramado Seu sangue por eles [remanescentes]. Então outro anjo foi comissionado a voar
celeremente, aos quatro anjos, e mandá-los reter [os ventos], até que os servos de Deus fossem
assinalados com o selo do Deus vivo".
Estando assim fortificados com a luz das Escrituras e o testemunho do Espírito de Deus, os que
tinham a luz da mensagem do terceiro anjo foram escudados das alegações dos Adventistas do
Primeiro Dia, com sua "mensagem de novo tempo", e foram cheios de energia para levar a
mensagem do terceiro anjo ao mundo, a fim de realizar o propósito da mesma.
Segunda pergunta
Quando começou a obra do selamento?
Os já citados testemunhos sobre a recepção da mensagem do selamento pelos Adventistas do
Sétimo Dia também são boa prova quanto ao tempo em que começou a mensagem. Os quatro
ventos de guerra estavam prestes a soprar quando irrompeu a comoção entre as nações da Europa.
Os quatro anjos tinham a comissão de reter os ventos de guerra, para que a obra do selamento não
fosse impedida. "Foi posto um embaraço", para que a mensagem pudesse avançar.
Verificaremos outros testemunhos que demonstram que a obra do selamento estava em
prosseguimento naquele tempo. Em Experiences and Views e Early Writings, edição antiga, pág. 35
[PE 43], falando sobre o que então ocorria, lê-se:
"Satanás está agora usando, neste tempo de selamento, todo artifício para manter a mente do povo
de Deus afastada da verdade presente e fazê-los vacilar. Vi uma cobertura que Deus estendia sobre
Seu povo para protegê-los no tempo de angústia; e toda alma que se decidia pela verdade e era
pura de coração, devia ser coberta com a cobertura do Todo-Poderoso."
No mesmo testemunho, pág. 36 [PE 44], lemos: "Vi que Satanás operava por esses modos para
distrair, enganar e desviar o povo de Deus, justamente agora neste tempo do selamento. ...
Satanás estava experimentando toda a sua arte para mantê-los onde estavam até que passasse o
assinalamento, até que a cobertura fosse posta sobre o povo de Deus e eles fossem deixados sem
um abrigo contra a ardente ira de Deus nas sete últimas pragas. Deus começou a colocar essa
cobertura sobre Seu povo, e ela brevemente será posta sobre todos os que têm um refúgio no dia
da matança."
Citarei, de um tratado publicado em 1852, uma visão dada à irmã White, no lar do irmão Harris, em
Centerport, Nova York, em 24 de agosto de 1850: "Vi que Satanás operará agora mais
poderosamente do que nunca dantes, pois ele, em toda insinuação, sabe deslocar os santos fora de
guarda e fazê-los dormir sobre a verdade presente, e duvidar dela, com o fim de impedi-los de
serem selados com o selo do Deus vivo."
Lemos em Early Writings, Experiences and Views, pág. 49, edição antiga [PE 58]: "O tempo do
selamento é muito curto, e logo terminará. Agora é o tempo de fazer firmes nossa vocação e
eleição, enquanto os quatro anjos estão retendo os quatro ventos."
Foi por causa dessas evidentes declarações que nosso povo e ministros, até 1894, criam e
ensinavam que a obra do selamento havia prosseguido deste 1848, e que os 144 mil estavam sendo
selados. Não vejo como poderíamos tirar qualquer outra idéia dos testemunhos que citamos, afora a
de que a obra do selamento começou em 1848-1850.
Terceira pergunta
Será contado com os 144 mil qualquer um do povo de Deus que tiver morrido na fé desde 1848?
Algumas pessoas, mais especialmente desde 1894, têm declarado que ninguém será contado entre
os 144 mil senão os que viverem até a segunda vinda de Cristo; e que assim deve ser, pois, de
acordo com Apocalipse 14:3 e 4, eles são "remidos dentre os homens", e "da Terra". De acordo com
Daniel 12, há uma ressurreição parcial no "tempo de angústia", pouco antes da segunda vinda de
Cristo. Lemos: "Naquele tempo Se levantará Miguel. ... E muitos dos que dormem no pó da terra
ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eternos." De certo, os que
ressuscitam para a vida eterna estarão vivos e "entre os homens" quando Cristo vier.
Se de 1848 a 1850 pessoas estavam sendo seladas, esperamos, naturalmente, que elas sejam dos
ressuscitados para a vida eterna, e, portanto, estejam com os 144 mil. Acerca dessa ressurreição,
lemos em Early Writings, Spiritual Gifts, edição antiga, pág. 145 [PE 285]: "Havia um lugar claro, de
glória fixa, donde veio a voz de Deus semelhante a muitas águas, abalando os céus e a Terra.
Houve um poderoso terremoto. As sepulturas se abriram, e os que haviam morrido na fé da
mensagem do terceiro anjo, guardando o Sábado, saíram dos seus leitos de pó, glorificados, para
ouvir o concerto de paz que Deus ia fazer com os que guardaram Sua Lei."
Em Spiritual Gifts, págs. 145 e 146 [PE 285 e 286], lemos: "Ao anunciar Deus o dia e a hora da
vinda de Jesus, e proclamar o concerto eterno com Seu povo, proferia uma sentença e então
silenciava, enquanto as palavras rolavam pela Terra. O Israel de Deus permanecia com os olhos
fixos para cima, ouvindo as palavras à medida que saíam da boca de Jeová e rolavam pela Terra
como estrondos dos maiores trovões. Era terrivelmente solene. E, ao fim de cada sentença, os
santos exclamaram: ‘Glória! Aleluia!’ Seus rostos estavam iluminados com a glória de Deus, e
resplandeciam como o de Moisés quando desceu [glorificado] do Sinai. Os ímpios não podiam olhálos por causa da glória. E quando a bênção infinda foi pronunciada sobre os que haviam honrado a
Deus, santificando Seu Sábado, houve uma enorme aclamação de vitória sobre a besta e sua
imagem."
Acerca do mesmo assunto lemos em Testimonies for the Church, vol. 1, pág. 59: "Logo ouvimos a
voz de Deus, semelhante a muitas águas, a qual nos anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus. Os
santos vivos, em número de 144 mil [seja lembrado que os guardadores do Sábado, ressuscitados,
estarão então entre os santos vivos], reconheceram e entenderam a voz, ao passo que os ímpios
pensavam fosse um trovão e um terremoto. Ao declarar Deus o tempo, verteu sobre nós o Espírito
Santo, e nossos rostos começaram a brilhar e resplandecer com a glória de Deus, como aconteceu
com Moisés ao descer do Monte Sinai.
"Os 144 mil estavam todos selados e perfeitamente unidos. Nas suas testas estavam as palavras
‘Deus, Nova Jerusalém’, e uma estrela gloriosa que continha o novo nome de Jesus. Por causa do
nosso estado feliz e santo, os ímpios enraiveceram-se e arremeteram violentamente para lançar
mão de nós, a fim de lançar-nos à prisão, quando estendemos a mão em nome do Senhor e eles
caíram impotentes ao chão."
Se for declarado que ninguém será numerado entre os 144 mil senão os que viverem até a segunda
vinda de Cristo, sem provar a morte, que vamos dizer a respeito daqueles guardadores do Sábado
que, de 1848 a 1850, estavam sendo selados? Não há atualmente nem meia dúzia de vivos
daqueles que então guardavam o Sábado. Se foram então selados, estarão entre os ressuscitados
para a vida eterna pela voz de Deus.
Há algumas coisas ligadas ao caso da irmã White que influem na questão dos 144 mil. Ela está
agora em repouso. Mas, o que está referido na primeira visão, Experiences and Views [PE 19], é um
relato do que deve acontecer no reino: "Sião estava exatamente diante de nós, e sobre o monte
havia um glorioso templo, em cujo redor havia sete outras montanhas, sobre as quais cresciam
rosas e lírios. ... Quando estávamos para entrar no santo templo, Jesus levantou Sua bela voz e
disse: ‘Somente os 144 mil entram neste lugar’, e nós exclamamos: ‘Aleluia!’ "
Parece, entretanto, nessa visão de coisas por ocorrer na nova Terra, que ela entrou naquele templo,
pois disse: "Esse templo era apoiado por sete colunas, todas de ouro transparente, engastadas de
pérolas das mais gloriosas. As maravilhosas coisas que ali vi, não as posso descrever. Vi lá mesas
de pedra, em que estavam gravados com letras de ouro os nomes dos 144 mil. Depois de
contemplarmos a beleza do templo, saímos. Jesus nos deixou e foi à cidade." Disso devemos
concluir, com certeza, que na nova Terra a irmã White será um dos 144 mil.
Na página 33 de Experiences and Views, edição antiga [PE 40], ela fala do que o anjo lhe falou
quando ela contemplava Saturno: "Pedi ao meu anjo assistente que me deixasse ficar ali. Não podia
suportar o pensamento de voltar a este mundo tenebroso. Disse então o anjo: ‘Deves voltar e, se
fores fiel, juntamente com os 144 mil terás o privilégio de visitar todos os mundos e ver a obra das
mãos de Deus.’ " Essa expressão certamente dá a entender que alguns dos 144 mil serão daqueles
que hão de ressuscitar dentre os mortos.
Não obstante os fatos apresentados nos testemunhos, alguns ainda alegam que o que é dito em O
Grande Conflito, pág. 649, mostra que os 144 mil se comporão inteiramente dos que não morreram.
Vejamos o que é dito e sob que condição tal declaração é feita. Ei-la: "Estes, tendo sido
transladados da Terra, dentre os vivos, são tidos como as ‘primícias para Deus e para o Cordeiro’.
Apocalipse 14:1-5; 15:3. [Os guardadores do Sábado ressuscitados para a vida eterna estarão por
certo entre os que estiverem vivos por ocasião da segunda vinda de Cristo.] ‘Estes são os que
vieram de grande tribulação’ (Ap 7:14); passaram pelo tempo de angústia tal como nunca houve
desde que houve nação."
Essa angústia das nações será sob a sexta praga. É nesse tempo, conforme Daniel 12:1, que se
dará a ressurreição parcial, levantando os guardadores do Sábado selados.* Isto será quando a
sétima praga ainda estiver por chegar. Sobre a situação nesse tempo, lemos em Experiences and
Views, pág. 29 [PE 36 e 37]: "Essas pragas enfureceram os ímpios contra os justos; pensavam que
havíamos trazido os juízos de Deus sobre eles, e que, se pudessem livrar a Terra de nós, as pragas
cessariam. Foi publicado um decreto para matar os santos, o que lhes fez clamar dia e noite por
livramento. Esse foi o tempo de angústia de Jacó. Então todos os santos clamaram com angústia de
espírito, e foram libertados pela voz de Deus. Os 144 mil triunfaram. Sua face estava iluminada com
a glória de Deus."
* N. do E.: Não sabemos por que o irmão Loughborough diz que a ressurreição parcial tem lugar
sob a sexta praga, pois em O Grande Conflito, págs. 636 e 637, é declarado que ela ocorre no
começo da sétima praga.
Já vimos que essa glorificação terá lugar com os guardadores do Sábado — nós e os que não
tiverem morrido — quando Deus proclamar o concerto eterno aos que O tiverem honrado pela
guarda do Seu Sábado. A respeito dessa cena lemos em Spiritual Gifts, pág. 143 [PE 282 e 283]: "Vi
um escrito cujos exemplares foram espalhados em diferentes partes da Terra, dando ordem para
que, a menos que os santos renunciassem sua fé peculiar, desistissem do Sábado e observassem o
primeiro dia da semana, o povo tivesse liberdade, após certo tempo, para matá-los. ... Satanás
desejava ter o privilégio de destruir os santos do Altíssimo. Mas Jesus mandou Seus anjos vigiarem
sobre eles. Deus foi honrado em fazer um concerto com os que haviam guardado Sua Lei, aos olhos
dos pagãos que lhes estavam ao redor, e Jesus foi honrado por transladar, sem ver a morte, os fiéis
expectantes que por tanto tempo O haviam aguardado."
Guardar a Lei "à vista dos pagãos" era à vista desses inquisidores que tinham o decreto de mandar
matá-los [os santos]. E a morte de que são livrados refere-se à morte que os ímpios procuram darlhes, e não à morte na acepção comum, sob circunstâncias de calma.
É desse testemunho — "trasladados sem ver a morte" — que se tem feito a declaração de que
ninguém senão os que viverem até a segunda vinda real de Cristo estará entre os 144 mil selados.
Vemos que a morte de que eles são salvos é a morte permitida pelos "papéis postos em circulação".
Tenha-se em mente que os guardadores do Sábado ressuscitados estão incluídos entre os que
tomam parte no concerto. Assim sendo, devem ser trasladados por ocasião da segunda vinda de
Cristo, sem sofrer a morte de que há ameaça. Por esse passo, são levados ao "tempo de angústia de
Jacó". Sua angústia [de Jacó] foi a notícia de que Esaú se estava aproximando com 400 homens
armados. A menos que o Senhor o ajudasse, isso lhe parecia sua morte e de toda a sua família.
Há outro testemunho de O Grande Conflito, págs. 648 e 649, usado por aqueles que alegam que
nenhum dos que morreram na mensagem estará entre os 144 mil. "Permaneceram [os 144 mil] sem
intercessor durante o derramamento final dos juízos de Deus. Mas foram livres, pois ‘lavaram os
seus vestidos, e os branquearam no sangue do Cordeiro’. ... Viram a Terra devastada pela fome e
pestilência, o Sol com poder para abrasar os homens com grandes calores, e eles próprios
suportaram o sofrimento, a fome e a sede."
Isso é o que é dito de todos os 144 mil, e em parte é verdade com relação aos guardadores do
Sábado ressuscitados, pois eles suportam o tempo de angústia de Jacó. São ressuscitados sob a
sexta praga*, vêem o derramamento final do juízo de Deus sob a sétima praga e estão entre os
libertos dessa condição de morte.
Em Spiritual Gifts, págs. 146 e 147 [PE 286 e 287], lemos ainda sobre o que sucederá com os
ressuscitados e os guardadores do Sábado vivos, após a voz de Deus declarar o concerto eterno,
quando os ímpios estiverem enraivecidos contra eles: "Logo apareceu a grande nuvem branca,
sobre a qual estava assentado o Filho do homem. Quando essa nuvem apareceu primeiramente à
distância, parecia muito pequena. O anjo disse que ela era o sinal do Filho do homem. Ao chegar ela
mais perto da Terra, pudemos contemplar a excelente glória e majestade de Jesus, ao sair Ele para
vencer. ... Seu semblante brilhava como o Sol meridiano, Seus olhos eram como chama de fogo, e
Seus pés tinha a aparência de latão reluzente. Sua voz soava como muitos instrumentos musicais. A
Terra tremeu diante dEle, o céu retirou-se como um livro que se enrola e todas as montanhas e
ilhas se moveram dos seus lugares. ... Os que pouco tempo antes queriam destruir os fiéis filhos de
Deus da Terra, testemunham agora a glória de Deus a repousar sobre eles. E em meio a todo o seu
terror, testemunham as vozes dos santos em alegres acordes, dizendo: ‘Eis que este é o nosso
Deus, a quem aguardávamos, e Ele nos salvará.’ A Terra se abalou fortemente enquanto o Filho de
Deus chamava os santos que dormem. Eles responderam ao chamado e saíram vestidos de gloriosa
imortalidade, clamando: ‘Vitória, vitória, vitória sobre a morte e a sepultura! Onde está, ó morte, o
teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?’ Então os santos vivos e os ressuscitados
levantaram suas vozes num longo e extasiante brado de vitória. Os corpos que haviam baixado à
sepultura com os sinais da doença e da morte subiram com saúde e vigor imortais. Os santos vivos
são mudados num momento, num abrir e fechar de olhos, e arrebatados com os ressuscitados; e
juntos encontram seu Senhor nos ares. Oh! que encontro glorioso! Amigos a quem a morte havia
separado uniram-se para nunca mais se separarem."
Se há ainda alguma dúvida quanto a serem os "guardadores do Sábado ressuscitados" numerados
com os 144 mil, considere-se o seguinte, das palavras da irmã White em 1909. Na Conferência
Geral de 1909, o Ancião Irwin foi acompanhado por um estenógrafo numa visita à irmã White. Ele
desejava fazer-lhe algumas perguntas e ter uma cópia exata das palavras das perguntas e
respostas. Entre outras perguntas, havia esta: "Estarão entre os 144 mil os que morreram na
mensagem?" Em resposta, a irmã White disse: "Oh, sim, os que morreram na fé estarão entre os
144 mil. É-me claro este assunto." Estas foram as palavras exatas da pergunta e resposta, conforme
o irmão Irwin me permitiu copiar do relatório do seu estenógrafo.
O número dos selados
Pode agora surgir a indagação: "Se a mensagem do selamento deve ir ao mundo inteiro com poder
pentecostal, e a Terra ser iluminada com a sua glória; e se, como foi recentemente declarado pelo
irmão Blank, deve resultar em estarem preparados ‘milhões’ para a segunda vinda de Cristo, não é
144 mil um número pequeno a ser selado? É apenas uma fração de um milhão." Em Sua Palavra o
Senhor referiu-Se aos que hão de ser salvos em Sua vinda como um "pequeno rebanho" (Lc 12:32).
Eles também são um povo que tem passado por uma prova muito rígida. Deles diz o profeta Daniel:
"Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados." Daniel 12:10. Alguns traduzem
"cabalmente provados". Neste caso, pode-se aplicar "Muitos são chamados, mas poucos escolhidos".
Mateus 22:14. Em Testimonies, vol. 5, pág. 136, publicado em 1881, lemos: "A grande proporção
dos que agora parecem genuínos e verdadeiros demonstrar-se-á metal vil." Nas páginas 213 e 214,
lemos: "Nem todos os que professam guardar o Sábado serão selados. Muitos há, mesmo entre os
que ensinam a verdade a outros, que não receberão na testa o selo de Deus. Tinham a luz da
verdade, souberam a vontade de Seu Mestre, compreenderam todos os pontos de nossa fé, mas não
tiveram as obra correspondentes. ... Por sua falta de consagração e piedade, e por deixarem de
alcançar uma norma religiosa elevada, levam outras almas a contentarem-se com sua posição. ...
Nenhum de nós jamais receberá o selo de Deus enquanto o caráter tiver uma nódoa ou mancha
sequer. Cumpre-nos remediar os defeitos de caráter, purificar de toda contaminação o templo da
alma. Então a chuva serôdia cairá sobre nós, como caiu a temporã sobre os discípulos no dia de
Pentecostes." Na página 136 do mesmo volume, lemos: "Logo o povo de Deus será testado por
ardentes provas, e a grande proporção dos que agora parecem genuínos e verdadeiros demonstrarse-á metal vil. Em vez de se fortalecerem e confirmarem com a oposição, ameaças e abusos,
tomarão covardemente o lado dos oponentes."
Em Spirit of Profecy, vol. 4, pág. 426, lemos: "Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa
que tem professado fé na mensagem do terceiro anjo, mas não tem sido santificada pela obediência
à verdade, abandona sua posição, passando para as fileiras do adversário. Unindo-se ao mundo e
participando de seu espírito, chegaram a ver as coisas quase sob a mesma luz; e, em vindo a prova,
estão prontos a escolher o lado fácil, popular. Homens de talento e maneiras agradáveis, que se
haviam regozijado na verdade, empregam sua capacidade em enganar e transviar as almas." O
mesmo se encontra em O Grande Conflito, pág. 608.
Em Testimonies, vol. 5, pág. 216, lemos: "O selo de Deus jamais será colocado à testa de... um
homem ou mulher cobiçosos ou amantes do mundo. Jamais será colocado à testa de homens ou
mulheres de língua falsa ou coração enganoso. Todos os que recebem o selo devem ser imaculados
diante de Deus — candidatos para o Céu." Na página 81, lemos: "Muitas estrelas que temos
admirado por seu brilho, então se apagarão e se tornarão trevas. A palha como uma nuvem será
transportada pelo vento, mesmo dos lugares onde só vemos campos de precioso trigo."
No sexto volume, págs. 400 e 401, lemos: "Quando as provações se adensarem ao redor de nós,
ver-se-á em nossas fileiras tanto separação como união. Alguns dos que agora estão prontos a
pegar em arma de guerra, manifestarão, em tempo de real perigo, que não edificaram sobre a
sólida rocha. Cederão à tentação. Aqueles que tiveram grande luz e preciosos privilégios, mas não
os aproveitaram, sairão de nós sob um ou outro pretexto. Não tendo recebido o amor da verdade,
serão levados pelos enganos do inimigo. Darão ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de
demônios, e se apartarão da fé."
Qualquer que seja a verdade sobre os milhões que ouvirão a mensagem do terceiro anjo, os 144 mil
parecem ser um grupo peculiar, com características peculiares, reunidos em grupos de 12 mil,
levando os nomes das doze tribos do Israel espiritual, sem engano em sua boca, "irrepreensíveis
diante do trono de Deus". Não são todos americanos, nem todos usuários da língua inglesa, mas são
"sem mancha nem ruga ou coisa semelhante".
Se, como ultimamente expressou o pastor Blank, a pregação da mensagem "prepara milhões para
serem salvos na vinda de Cristo", e o Senhor em compaixão perdoa os pecados de ignorância em
pagãos convertidos que não tiveram as oportunidades daqueles mais iluminados, louvado seja o Seu
nome. Isso não nos escusa a nós, que temos recebido maior luz, e poderíamos alcançar um dos
doze grupos dos 144 mil selados.
Na Review de 22 de maio de 1889, a irmã White disse: "Dentro em pouco cada um que for filho de
Deus receberá sobre si a colocação de Seu selo. Tomara que seja colocado em nossa testa! Quem
pode suportar o pensamento de ser para sempre passado por alto quando o anjo sair a selar na
testa os servos de Deus?"
Entre as faltas da parte dos professos guardadores do Sábado, lemos em Special Testimonies for
Ministers, nº 7, escrito em 10 de setembro de 1896: "É pronunciada maldição sobre os que retêm
de Deus seu dízimo. Ele diz: ‘Roubará o homem a Deus? Todavia vós Me roubais, e dizeis: Em que
Te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, porque Me
roubais a Mim, vós, toda a nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja
mantimento na Minha casa.’ ... Deus nos ajude a arrepender-nos. ‘Tornai-vos para Mim’, diz Ele, ‘e
Eu tornarei para vós.’ Homens que têm desejo de cumprir seu dever, o expuseram em claras linhas
neste capítulo. Ninguém pode escusar-se de pagar seus dízimos e ofertas ao Senhor." Dos não
dizimistas, lemos no volume 2, página 199: "Estão retendo, e roubando a Deus. ... Esta é uma razão
de nós como o povo de Deus estarmos doentios e tantos estarem sendo levados à sepultura. Os
cobiçosos estão entre nós." No volume 3, página 398, lemos: "Há apenas poucos que consideram
suas obrigações para com Deus, de tornarem prioritário satisfazer as necessidades de Sua causa, e
deixar seus próprios deveres para serem atendidos por último. Há apenas poucos que investem na
causa de Deus na proporção de seus recursos."
"Mas", poderíeis dizer, "Já faz algum tempo que esses testemunhos foram escritos. As coisas não
melhoraram de lá para cá?" Durante o ano de 1915, quando se perguntava aos tesoureiros da
igreja, "Que proporção de seus membros paga dízimos?", a resposta era: "Não mais da metade."
Ora, devemos concluir que a metade nada possui durante o ano inteiro, ou são como um abastado
fazendeiro que me disse: "Depois de haver alimentado e pago meus trabalhadores, feito despesa de
minha família, comprado uma nova colheitadeira e uma nova debulhadora, não sobra muito com
que pagar dízimos." Em resposta, um irmão que havia aceitado a verdade, tendo saído da
incredulidade, e que achava "ótimo" o sistema de dízimos, disse: "Vocês, agricultores, trabalham
uma propriedade por metade ou um terço da safra para o uso da terra. Ora, quando vocês recebem
vida, terra e tudo do Senhor, a quem pertencem vocês e todas as coisas, acham um décimo de sua
renda uma pesada contribuição. Vocês devem ser muito pobres arrendatários." Podemos pensar que
os que retêm os dízimos, e o Senhor chama de roubadores, recebam em si o selo do Deus vivo?
Um sonho impressionante
A primeira obra do pastor D. T. Bordeau e minha na Califórnia em 1868 e 1869 foi em Petaluma,
Windsor e Piner District, oito quilômetros a oeste de Santa Rosa. Os ministros pregavam contra nós
em todos esses lugares. Finalmente um conhecido ministro cristão nos desafiou para um debate
sobre o Sábado. O debate deu-se em 29 de março de 1869 em Piner.
Tínhamos ficado muito ansiosos por iniciar a obra em Santa Rosa, a sede municipal de Sonoma
County, e oramos com fervor para que o debate abrisse o caminho. No primeiro dia do debate houve
uma boa assistência proveniente da cidade, mas no segundo dia, como declarou o editor do
Democrat de Sonoma, "tudo que pode andar sobre rodas foi ao debate". Após o primeiro dia de
argumentação, o irmão Bordeau e eu fizemos uma fervorosa sessão de oração para que o Senhor
fizesse com que o dia seguinte fosse poderosamente expressivo em favor de Sua causa na
Califórnia. E assim foi. Na noite do dia 29, aprouve ao Senhor dar-me um sonho muito
impressionante. No sonho parecia que nos esforçávamos para transpor uma montanha, e que
fazíamos certos progressos na subida. Tendo andado algumas centenas de metros a partir do vale,
nos defrontamos com uma subida abrupta de aparentemente 150 metros, e tão vertical como a
parede de uma casa. Vimos imediatamente que não havia meio de escalar o obstáculo. Olhamos
para a esquerda. Havia uma subida enviesada, mas tão lisa e vítrea que concluímos que a passagem
por aquele caminho seria um empreendimento difícil e um fracasso. Nisso apareceu um mensageiro.
Ele nos informou que havíamos atingido a altura que devíamos subir, e encontraríamos um caminho
de contorno dessa dificuldade e descida para o vale aonde desejávamos ir.
Seguimos as orientações e verificamos que a rocha perpendicular era como um muro alto à nossa
esquerda, estendendo-se ao redor da rocha, e que à nossa direita havia um profundo
despenhadeiro. O caminho que devíamos seguir, embora gradualmente descendente, estreitava-se
cada vez mais à medida que avançávamos, exigindo constante cuidado e atenção para que nenhum
passo em falso fosse dado, e não mergulhássemos no abismo à nossa direita. Parecia também haver
diante de nós uma nuvem brumosa que nos impedia de ver mais de 150 metros à frente. À medida
que avançávamos, a nuvem se afastava, de modo que nosso caminho imediato ficava claro, e nossa
marcha tranqüila.
Como muitas vezes acontece nos sonhos, aos poucos houve mudança no cenário. Estávamos
descendo para o vale, e a nuvem brumosa ficou acima da colina no caminho em que havíamos
passado. Quando e como atravessamos a nuvem, eu não soube; mas a interpretação que nos foi
dada foi que o Senhor tinha vindo, e Seu povo tinha ressuscitado. Havia um vasto grupo de pessoas
no vale, e estavam entrando num longo trem de vagões cuja estrutura parecia ser do mais brilhante
níquel, mais bela que o carro de qualquer milionário que já vi. Nosso trem movia-se suavemente no
vale com seus felizes passageiros. Apenas havíamos alcançado uma pequena distância quando
chegamos a um vale mais largo, onde parecia haver uma estrada de ferro de quatro linhas. Em três
dessas linha havia trens de vagões que se estendiam até onde a vista podia alcançar, carregado de
pessoas cujos rostos resplandeciam com a glória do Senhor. Os trens ficavam tão próximos que se
podia dar um passo de um trem para o outro enquanto eles passavam, pois todos se mantinham
bem emparelhados. Vi o irmão e a irmã White passar de um trem para outro, saudando os santos
remidos de diferentes Estados. Quando nosso trem entrou na quarta linha e se emparelhou com os
outros, a irmã White exclamou: "E aí vem o trem da Califórnia! Estamos todos indo para a cidade!"
Nesse momento acordei, trêmulo da cabeça aos pés, pelo pensamento de que aquilo era um sinal de
vitória para a Califórnia. Não só foi aquele debate o ponto decisivo de nossos esforços na Califórnia,
mas como as fraquezas da idade se acercam de mim, tem havido muita reflexão sobre o que
significava o irmão Bordeau e eu passarmos por aquela nuvem e sairmos no lado da ressurreição.
Agora, um pequeno histórico do meu caso: Há dois anos estive sob cuidados médicos e enfermagem
por cinco dias, com pneumonia. No ano passado, novamente com pneumonia, sob cuidados médicos
e de enfermagem por onze dias. Neste ano, fortemente atacado pela gripe, sob cuidado médico e de
enfermagem por cinco semanas, fiquei em tal estado de fraqueza que ousei assistir apenas a uma
reunião campal, justamente a reunião passada em Stockton.
Um dia, no acampamento, uma irmã veio a mim, dizendo: "O irmão vai viver até o Senhor voltar,
pois uma irmã me contou que, em certa ocasião, quando a irmã White falava no tabernáculo de
Battle Creek, Michigan, vários ministros estavam na plataforma, e o irmão entre eles, quando a irmã
White disse: ‘Alguns de vós, ministros, vivereis até o Senhor vir.’ Apontando para o irmão, disse: ‘E
tu, irmão Loughborough, serás um deles.’ " Respondi à irmã: "É a primeira vez que ouvi falar nisso."
Ela se afastou, dizendo: "Ah, esses boatos!"
Com freqüência me vinham à mente as palavras que a irmã White me falou no inverno de 1858. O
irmão White tinha uma carruagem de dois assentos e um parelha de cavalos que ele usava ao visitar
as igrejas de Michigan. Seus deveres necessariamente o detinham no escritório da Review and
Herald, e ele me disse: "Pegue os cavalos e a carruagem, e com sua esposa e a minha, visite as
igrejas de Michigan." Ao viajarmos de um lugar a outro, havia oportunidade de muita conversa
religiosa. Certa vez a conversa foi sobre a situação em que haveria guerra contra os guardadores do
Sábado, tal que eles teriam de esconder-se em lugares isolados. Ela me olhou muito seriamente por
um minuto ou mais, e disse: "Irmão João, o Senhor me mostrou que esses primeiros obreiros
[referindo-se aos ministros] que trabalharam e se sacrificaram pela edificação da causa, já se terão
ido antes daquele tempo em que o povo terá de fugir", ou palavras de igual sentido. Todos os
ministros que então [1858] pregavam a mensagem jazem em suas sepulturas, exceto J. M.
Loughborough. Quando penso que "todos" não significa apenas um, e penso no olhar severo que ela
me dirigiu quando falei estas palavras, parece que se elimina a idéia de que vou passar vivo por
todos os decretos que forem baixados contra todos os guardadores do Sábado. No entanto, espero
estar entre os que ressuscitarão para a vida eterna (Dn 12:2), e ver o Senhor vir, conforme exposto
neste pequeno livro.
Tempo das pragas
Pergunta-se: "Quanto tempo ocupam as sete últimas pragas?" A fé e o ensino dos Adventistas do
Sétimo Dia sempre têm sido que o período será de um ano. Basearam sua fé em textos de
Apocalipse 14:19 e 20, onde isso se assemelha à pisadura do lagar, comparando esta com o lagar
segundo é exposto em Isaías 61:2; 63:3 e 4. Aqui é chamado "o dia da vingança" e o ano dos
remidos. Seguindo-se a regra reconhecida, o dia seria um ano. Certas pessoas assumem a posição
de que o derramamento das pragas abrange um período de muitos anos. Isto parece ser refutado
pelo fato de que na quinta praga o povo ainda está sofrendo as dores da primeira praga (Ap 16:10 e
11).
Durante o tempo destas pragas, segundo Apocalipse 15:6-8, não há intercessor no templo celestial.
As condições do povo de Deus naquele tempo estão assim expostas em O Grande Conflito, pág.
620: "No tempo de angústia, se o povo de Deus tivesse pecados não confessados que surgissem
diante deles enquanto torturados pelo temor e angústia, seriam vencidos. O desespero suprimirlhes-ia a fé, e não poderiam ter confiança para suplicar de Deus o livramento. Mas, ao mesmo
tempo em que têm uma profunda intuição de sua indignidade, não possuem falta oculta para
revelar. Seus pecados foram examinados e extinguidos no juízo." Seria difícil parecer que o
misericordioso trato do Senhor com o Seu povo os sujeitasse a tal estado por vários anos. A irmã
White relaciona esse período sem intercessor com os textos que dele falam como dia e ano; e
muitas vezes, em suas exortações a nós, ela falou do ano em que deveremos estar sem intercessor.
Um tribulum
É-nos dito que a palavra "tribulação" deriva da palavra "tribulum", instrumento de triturar cereal,
algo semelhante a um mangual. Quando ouvi a palavra "mangual" usada em conexão com textos
como 2 Coríntios 1:3 e 4 — "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das
misericórdias e o Deus de toda a consolação, que nos consola em toda a nossa tribulação, para que
também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós
somos consolados por Deus" — e a relacionei ao espancamento de um homem com um mangual,
desejei saber exatamente o que era um tribulum. Em 24 de agosto de 1909, vi dois desses antigos
instrumentos. Eu estava assistindo à reunião campal de Vergese, a 24 quilômetros de Nimes,
França.
Quando o irmão Bond e eu caminhávamos para o lado da cidade, chegamos a um terreno bem plano
e circular, de uns 15 metros de diâmetro. Ele disse: "Aquilo é uma antiga eira, ainda conservada
mas não utilizada." Ao lado da eira estava uma pedra, semelhante a granito, de aproximadamente
1,2 m de comprimento, perfeitamente arredondada em toda a extensão. Uma ponta tinha cerca de
60 cm de diâmetro e a outra provavelmente 7 cm a menos. O irmão Bond disse: "Isso é um
tribulum." Havia um orifício profundo em cada extremidade da pedra, pelo qual tinham sido
passados os ferros que o ligavam à lingüeta para o arrastar ao redor da eira, como a gravura
mostrava. Sendo uma extremidade da pedra mais longa que a outra, fazia a pedra mover-se em
círculo ao passar pelo chão. Ao passar para outra parte da periferia da cidade, vi uma segunda
pedra, semelhante à primeira, mas a velha eira era campo cultivado. Dessa forma não pensei mais
no Senhor como indo com um mangual ao encalço de cristãos. Uma pessoa poderia ser segura por
mãos e pés sob o tribulum e não ser ferida por um golpe com um mangual.
Capítulo 17
Os cento e quarenta e quatro mil - por J. N. Loughborough
(Publicado na Review and Herald de 14 de junho de 1906 e 21 de junho de 1906.)
Os cento e quarenta e quatro mil
Tendo recebido a seguinte questão, para a qual preparei uma resposta, ocorreu-me o pensamento
de que poderia ser de interesse aos leitores da Review, e por isso a remeti para publicação.
"Por algum tempo, na realidade por vários anos, tenho sido incapaz de ver como os 144 mil
poderiam ser constituídos parcialmente pelos que morreram durante a mensagem do terceiro anjo.
Tal posição parece ser contrária aos ensinos do Espírito de Profecia. Sobre esse número favorecido,
a irmã White escreveu que são tomados ‘dentre os vivos’. Como poderia ser assim se eles são
tomados parcialmente ‘dentre os mortos?’ Ainda diz ela que ‘passaram pela angústia de Jacó’,
passaram ‘pelo derramamento final do juízo de Deus’. Como poderiam todos entoar um cântico de
tal experiência se uma parte, talvez centenas, jamais havia passado pela mesma experiência? Como
poderiam 144 mil queridas almas cantar que haviam passado pelo tempo de angústia como nunca
houve desde que houve nação e suportado angústia, fome, calor do Sol e a vista das sete últimas
pragas, se estavam dormindo, pelo menos uma parte delas? Não seria uma porção desse grupo
incapaz de dizer e cantar uma parte daquele cântico?
"Pode ser dito que a irmã White, em um de seus escritos, faz de si mesma um dos 144 mil, mas
Ezequiel também o faz. Falando dos sete últimos juízos, ele representa a si mesmo como presente
ao derramamento deles, e diz: ‘Ficando eu de resto.’
"Sou crente firme no Espírito de Profecia. Creio no que diz. Com isto quero dizer que quando ele se
põe em meu caminho, creio que o Senhor, por Seu profeta, me mostra meu erro. Não tenho nova
luz. Minha mensagem é a antiga, antigas doutrinas ensinadas nos primeiros dias desta verdade. Mas
não compreendi o assunto supracitado, e por isso nada tive a dizer sobre ele. Escrevo-te
conhecendo a maneira de o considerares, mas não conhecendo as razões de assim procederes.
Talvez me ajudes a achar a saída. Não há controvérsia sobre o assunto neste campo."
Antes de dar uma resposta direta a tuas perguntas, pode ser interessante notar os fatos sobre como
os Adventistas do Sétimo Dia foram levados à mensagem do selamento de Apocalipse 7, e como
consideraram a doutrina quando a receberam. O pastor José Bates começou a ensinar a verdade do
Sábado do sétimo dia em sua ligação com a mensagem do terceiro anjo de Apocalipse 14 em 1845.
Mas os crentes não descobriram a luz sobre a mensagem do selamento antes de 1848. Foram
levados a ela desta maneira: Em 22 de fevereiro de 1848, a França desorganizou-se, depôs seu rei,
queimou-lhe o trono, e no anoitecer daquele dia ele fugiu de Paris com a família numa carruagem de
aluguel, sendo ele mesmo o cocheiro, disfarçado no traje de um "cocheiro experiente". Logo em
seguida ao motim de Paris, o tumulto espalhou-se a outros países, até que 36 reinos, principados e
pequenos Estados foram envolvidos na confusão. Exatamente nesse tempo as batidas de espírito
surgiram nas famílias Fox e Fish em Hydesville, Wayne Co., N.Y. (Isso foi aproximadamente a 27
quilômetros de meu lugar de nascimento, e a apenas alguns quilômetros de onde José Smith
alegava ter achado suas placas de ouro do livro de Mórmon.) Os Adventistas do Primeiro Dia da
Nova Inglaterra diziam: "Esta luta entre as nações da Europa é a arregimentação das nações para a
batalha do grande dia de Deus. O Senhor vai chegar agora. Esses espíritos que batem são os
espíritos de demônios que saem a ajuntar as nações para aquela batalha."
Nessa época os Adventistas do Sétimo Dia receberam a luz sobre a mensagem do Assinalamento.
Sua resposta aos do primeiro dia era: "Não. Isto não é o ajuntamento para a última grande batalha.
Antes de ocorrer esse evento, 144 mil devem ser selados com o selo do Deus vivo. Há uma
mensagem a ser expedida levando o selo, e descobrimos essa mensagem no capítulo sete de
Apocalipse. Vamos dar essa mensagem."
O pastor Bates, numa publicação, menciona uma reunião de alguns que haviam aceitado a
mensagem do selamento. A reunião realizou-se em 18 de novembro de 1848. Sobre essa reunião
ele diz: "Um pequeno grupo de irmãos e irmãs estava reunido em Dorchester, perto de Boston,
Massachusetts. Fizemos a publicação da mensagem [do Assinalamento] assunto de oração. O modo
de publicar não parecia suficientemente claro. Resolvemos de maneira unida apresentá-lo
inteiramente a Deus. Depois de algum tempo passado em fervente súplica por luz e instrução, Deus
deu à irmã White, em visão, o que vem a seguir."
Falando sobre a verdade do Sábado, disse ela: "Essa verdade surge e está em crescimento, cada
vez forte. É o selo! Está surgindo! Surge vindo do Sol nascente. Como o Sol, a princípio frio, fica
mais quente e envia seus raios.
"Os anjos estão retendo os quatro ventos. É Deus que restringe os poderes. Os anjos não os soltam,
pois os santos não estão todos selados.
"O tempo da tribulação já começou. O motivo de os quatro ventos não terem sido soltos é que os
santos não estão todos assinalados.
"Quando Miguel Se levantar, esta angústia estará sobre toda a Terra. Ora, eles [os ventos] estão
prontos a soprar. Há uma restrição porque os santos não estão todos assinalados."
Note que o testemunho disse em 1848: "Os santos não estão todos selados." A posição de nosso
povo então era que a obra do selamento naquele tempo estava em prosseguimento, e que alguns
dos 144 mil estavam sendo selados.
Nota-se que essa idéia foi confirmada por outros testemunhos que pouco depois se seguiram. Em
Primeiros Escritos, pág. 35 [PE 43], é uma visão dada em 24 de março de 1849, que diz: "Satanás
está agora usando cada artifício neste tempo de selamento a fim de desviar a mente do povo de
Deus da verdade presente e levá-los a vacilar. Vi que Deus estava estendendo uma cobertura sobre
o Seu povo a fim de protegê-lo no tempo de angústia; e que cada alma que se decidisse pela
verdade e fosse pura de coração devia ser coberta com a proteção do Todo-Poderoso." Na página 36
[PE 44] do mesmo volume, lemos: "Vi que Satanás estava operando dessa maneira a fim de
desviar, enganar e afastar de Deus o Seu povo, precisamente agora, neste tempo de selamento.
"Satanás estava procurando lançar mão de todas a suas artes a fim de mantê-los onde estavam até
que a cobertura fosse estendida sobre o povo de Deus, e eles [os que não estavam firmes ao lado
da verdade presente] fossem deixados sem um abrigo da ardente ira de Deus, nas sete últimas
pragas. Deus está começando a estender a cobertura sobre Seu povo, e ela logo será estendida
sobre todos os que devem ter um abrigo no dia da matança."
Daí se podem ver algumas das razões pelas quais os que aceitaram a fé original sobre o assunto dos
144 mil, criam que alguns estavam sendo então assinalados, e que deveriam pertencer ao grupo
dos ressuscitados no tempo de angústia e tomar parte no grupo dos 144 mil.
Na página 29 [PE 38] do mesmo livro, lemos: "Os quatro anjos tinham poder da parte de Deus para
reter os quatro ventos, e estavam já prestes a soltá-los. Mas enquanto se lhes afrouxavam as mãos
e os quatro ventos estavam para soprar, os olhos misericordiosos de Jesus contemplaram os
remanescentes que não estavam selados, e, erguendo as mãos ao Pai, alegou que havia derramado
Seu sangue por eles. Então outro anjo recebeu ordem para voar velozmente aos outros quatro e
mandar-lhes reter os ventos até que os servos de Deus fossem selados na fronte com o selo do
Deus vivo."
Lemos ainda: "Vi que os quatro anjos segurariam os quatro ventos até que a obra de Jesus
estivesse terminada no Santuário, e então viriam as sete últimas pragas. Estas pragas enfureceram
os ímpios contra os justos, pois pensavam que nós havíamos trazido os juízos divinos sobre eles, e
que se pudessem livrar a Terra de nós, as pragas cessariam. Saiu um decreto para se matarem os
santos, o que fez com que estes clamassem dia e noite por livramento. Este foi o tempo da angústia
de Jacó. Então todos os santos clamaram com angústia de espírito, e alcançaram livramento pela
voz de Deus. Os 144 mil triunfaram. Sua face se iluminou com a glória de Deus." [Primeiros
Escritos, págs. 36 e 37.]
Quem estava incluído nesse grupo que há de ouvir a voz de Deus? Lemos em Primeiros Escritos,
pág. 145 [PE 285]: "Nuvens negras e pesadas subiam e batiam umas nas outras. Havia, porém, um
lugar claro de glória fixa, donde veio a voz de Deus, semelhante a muitas águas, abalando os céus e
a Terra. Houve um grande terremoto. As sepulturas se abriram e os que haviam morrido na fé da
mensagem do terceiro anjo, guardando o Sábado, saíram de seus leitos de pó, glorificados, para
ouvir o concerto de paz que Deus deveria fazer com os que tinham guardado a Sua Lei."
A fé dos guardadores do Sábado desde aquele tempo até se introduzirem algumas das modernas
"luzes", era que os que morreram na fé estavam entre os selados, e constituiriam uma parte dos
144 mil.
O tempo exato dessa ressurreição parcial pode ser determinado comparando-se Daniel 11:45; 12:1
e 2 com Apocalipse 16:12. É quando Miguel Se levanta no tempo de angústia. Mas nesse tempo a
Turquia chega ao seu fim, sem ninguém que a ajude. Ou, como está exposto em Apocalipse 16,
quando aquela potência "se secar". Mas, quando aquela potência se secar, cinco das sete pragas
terão sido derramadas. Os ímpios se enraivecem por causa dessas pragas e procuram matar os
santos, o que leva os vivos e os ressuscitados ao tempo da angústia de Jacó. Na antigüidade, a
angústia de Jacó deu-se quando Esaú vinha, com 400 homens armados, tirar-lhe a vida. Os
ressuscitados participam desse clamor por livramento e ouvem a voz de Deus, que pronuncia o
concerto eterno sobre os que O honraram guardando o Seu Sábado.
Em Primeiros Escritos, págs. 27 e 28 [PE 33 e 34], lemos: "Vi a espada, fome, pestilência e grande
confusão na Terra. Os ímpios achavam que tínhamos acarretado juízos sobre eles, e se levantaram e
tomaram conselho para desembaraçar a Terra de nós, supondo que assim o mal seria contido.
"No tempo de angústia fugimos todos das cidades e vilas, mas fomos perseguidos pelos ímpios, os
quais entraram nas casas dos santos com espada. Ergueram a espada para matar-nos, mas esta
quebrou-se e caiu ao chão tão impotente como palha. Então clamamos dia e noite por livramento, e
o clamor subiu até Deus. O Sol apareceu, a Lua permaneceu imóvel, as correntes de água cessaram
de fluir. Nuvens negras e pesadas se acumularam e se chocavam umas contra as outras. Mas havia
um espaço claro de glória indescritível, de onde veio a voz de Deus como de muitas águas, a qual
fez estremecer os céus e a Terra. O céu se abria e fechava, e estava em comoção. As montanhas se
agitavam como uma cana ao vento, e anfractuosas rochas eram lançadas ao redor. O mar fervia
como uma panela e arremessava pedras sobre a Terra. E, ao anunciar Deus o dia e a hora da volta
de Jesus e declarar o concerto eterno com Seu povo, Ele proferia uma sentença, e então fazia uma
pausa, enquanto as palavras reboavam através da Terra. O Israel de Deus permanecia com os olhos
fixos no alto, atento às palavras que vinham da boca de Jeová e rolavam através da Terra como
trovoadas. Isto era terrivelmente solene. E ao fim de cada sentença os santos clamavam: ‘Glória!
Aleluia!’ Seus rostos estavam iluminados com a glória de Deus, e brilhavam com a glória, como a
face de Moisés quando desceu do Sinai. Os ímpios não podiam olhar para eles por causa da glória. E
quando a interminável bênção foi pronunciada sobre os que haviam honrado a Deus e guardado o
Seu santo Sábado, houve um estrondoso clamor de vitória sobre a besta e a sua imagem."
De acordo com Apocalipse 15:2 e 3, vemos que os que cantam a vitória sobre a imagem etc.,
cantam também o cântico de Moisés. Mas no capítulo 14:3 percebemos que ninguém pode aprender
aquele cântico senão os 144 mil. Em O Grande Conflito, pág. 649, lemos: "Ninguém, a não ser os
144 mil, pode aprender aquele canto, pois é o de sua experiência — e nunca ninguém teve
experiência semelhante. ‘Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá.’ Tendo sido
trasladados da Terra, dentre os vivos [surgem aqueles que tomam parte na ressurreição de Daniel
12:1 e 2, e certamente estão entre os vivos na trasladação final], são tidos como ‘as primícias para
Deus e para o Cordeiro’. Apocalipse 14:1-5; 15:3. ‘Estes são os que vieram de grande tribulação’
(Ap 7:14); passaram pelo tempo de angústia tal como nunca houve desde que houve nação [o
clímax dessa angústia entre as nações se dá quando, sob a sexta praga, as nações se arregimentam
para a grande batalha. Por certo os ressuscitados o vêem.] Suportaram a aflição do tempo da
angústia de Jacó [é de lembrar que esses ressurretos viram o tempo da angústia de Jacó];
permaneceram sem intercessor durante o derramamento final dos juízos de Deus. Mas foram livres,
pois ‘lavaram os seus vestidos, e os branquearam no sangue do Cordeiro’ [o término do juízo de
Deus está na sexta e sétima pragas, e será visto por esses ressuscitados]. ... Viram a Terra
devastada pela fome e pestilência, o Sol com poder para abrasar os homens com grandes calores, e
eles próprios suportaram o sofrimento, a fome e a sede." Eles, os próprios ressuscitados, vêem a
Terra, como foi levada a essa situação pelas coisas mencionadas, e de fato experimentam uma parte
destas mesmas coisas.
Da trasladação final do povo de Deus lemos em O Grande Conflito, pág. 645: "À voz de Deus, eles
[os santos vivos] foram glorificados. Agora tornam-se imortais, e com os santos ressuscitados são
arrebatados para encontrar seu Senhor nos ares." Quanto aos ressurretos no tempo de angústia, a
verdade era que à voz de Deus foram glorificados, mas na real vinda de Cristo eles, com os então
vivos, são arrebatados para encontrar o Senhor nos ares. Portanto, em seu livramento final, são
remidos da Terra e redimidos dentre os homens.
Pelo testemunho citado neste escrito, vemos que em 1849 a obra do Assinalamento prosseguia.
Pessoas estavam então sendo assinaladas, e Satanás tentava impedir a obra. Então tiveram início
tribulações nacionais que em breve teriam trazido o conflito final, mas os quatro anjos tinham
ordem de "reter os ventos" até que os servos de Deus fossem assinalados. Como podemos conciliar
isso com a idéia (por alguns ensinada) de que ninguém seria selado até haver passado o último
decreto da imagem da besta para que os santos fossem mortos?
Ainda a expressão relacionada com a mensagem do terceiro anjo: "Bem-aventurados os mortos que
desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, descansarão dos seus trabalhos, pois as suas
obras os acompanharão" (Ap 14:13), é algo mais que comum, pois se aplica especialmente aos que
morrem no Senhor, sob aquela mensagem. Sobre a expressão "suas obras os acompanharão",
alguns têm dito: "Significa que se eles tiveram vida santa e procuraram fazer o bem, deixarão atrás
de si essa influência." Isso tem sido uma verdade quanto ao povo de Deus. Mas há uma bênção
especial sobre os que morrem sob a mensagem do terceiro anjo. Indaguemos: Em que obras se
empenharam? E qual tem sido sua esperança? Não foi que estivessem vivos para saudar o Mestre
em Sua vinda? Se ressuscitaram no tempo da angústia, glorificados à voz de Deus e trasladados
com os santos na vinda real de Cristo como santos vivos, não o seguem suas obras? Não alcançam
o que buscaram?
Agora vejamos o caso da própria irmã White. É verdade que ela deu a entender várias vezes, em
suas alocuções em Conferências Gerais, que ela poderia ser chamada a dormir antes do fim, mas
vejamos o que é dito do caso dela em relação aos 144 mil. Em Primeiros Escritos, pág. 14 [PE 19],
lemos de sua visão da nova Terra etc.: "O Monte Sião estava exatamente diante de nós, e sobre o
monte um belo templo, em cujo redor havia sete outras montanhas, sobre as quais cresciam rosas e
lírios. ... E quando estávamos para entrar no santo templo, Jesus levantou Sua bela voz e disse:
‘Somente os 144 mil entram neste lugar’, e nós exclamamos: ‘Aleluia!’ " É evidente, pelo que se
segue, que ela entrou nesse lugar, pois deu a descrição do que ali viu, nestas palavras: "Esse
templo era apoiado por sete colunas, todas de ouro transparente, engastadas de pérolas belíssimas.
As maravilhas que vi ali não as posso descrever. ... Vi lá mesas de pedra, em que estavam gravados
com letras de ouro os nomes dos 144 mil. Depois de contemplar a beleza do templo, saímos, e
Jesus nos deixou e foi à cidade." Ela deixou o templo. Então, como foi visto na visão, ela entrará
naquele templo. Mas lembremos: "Ninguém senão os 144 mil entram naquele templo."
Na página 33 [PE 40] do mesmo livro, enquanto em visão de Saturno, ela disse: "Pedi ao meu anjo
assistente que me deixasse ficar ali. Não podia suportar o pensamento de voltar a este mundo
tenebroso. Disse então o anjo: ‘Deves voltar e, se fores fiel, juntamente com os 144 mil terás o
privilégio de visitar todos os mundos e ver a obra da mãos de Deus.’ "
Jamais supus que a decisão de quem devia fazer parte dos 144 mil dependesse da posse de
suficiente vitalidade física para viver sem passar pela morte até que o Senhor aparecesse pela
segunda vez. Estaria mais em harmonia com o trato de Deus com o Seu povo, que os que se
sacrificaram e seriamente trabalharam no início da obra, pessoas tais como os pastores Bates,
White, Andrews e a irmã White, cujos labores têm sido entretecidos com a própria vida e progresso
da mensagem, fizessem parte da companhia cujas obras a seguem, e que fizessem parte do distinto
grupo triunfal dos 144 mil.
Ainda o que dizes de Ezequiel é suficientemente claro para mim. Como citas, ele foi poupado pelos
homens com as armas destruidoras. Se alguns, das diferentes épocas do mundo, estão no grupo dos
que ressurgem na ressurreição parcial, como podemos afirmar que o próprio Ezequiel, o homem que
predisse a restauração da rotura e as sete últimas pragas, possa estar entre os que subsistem na
última grande prova no tempo de angústia de Jacó, ver o clímax das pragas, e ele mesmo escapar?
Capítulo 18
Cento e quarenta e quatro mil - Transcrito da SDA Encyclopedia
(Revised Edition, 1976)
(Commentary Reference Series)
Vol. 10, págs. 1029-1031, 1305 e 1306
Cento e quarenta e quatro mil
Trata-se de um grupo especial de santos "selados" mencionado em Apocalipse 7:4 e 14:1, descrito
como constituído de 12 mil de cada uma das doze tribos de Israel. São identificados como "primícias
para Deus e o Cordeiro", "redimidos dentre os homens". O selamento dos 144 mil é descrito após o
esboço dos eventos sobre o "sexto selo" (Ap 6:12-17; conferir com o 8:1), que incluem a segunda
vinda de Cristo e "o grande dia de Sua ira". João viu "quatro anjos... retendo os quatro ventos da
Terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma"
até que os "servos" de Deus fossem "selados nas suas frontes" (cap. 7:1-3). No contexto do sexto
selo, vento representa contenda, tumulto e calamidade natural, que, em Apocalipse, são associados
ao grande dia da ira de Deus, e particularmente às sete últimas pragas (Ap 15:1). Assim, a obra do
selamento aqui apresentada ocorre no fim da época atual, mas antes das grandes cenas
culminantes que precedem o segundo advento de Cristo.
Em Apocalipse 7:3 consta que os 144 mil são "selados... nas suas frontes", ao passo que no capítulo
14:1 eles trazem escrito na fronte o nome de seu Pai, fato esse que atesta a divina aprovação,
aceitação e propriedade. Eles não estão "contaminados com mulheres", pois são "virgens" (verso 4)
— recusaram os falsos ensinos da "grande Babilônia, a mãe das prostitutas e abominações da Terra"
(cap. 17:5; conferir com 12:17; 14:8 e 12). Em sua boca "não há engano", isto é, são o que
parecem ser; são "irrepreensíveis diante do trono de Deus" (Ap 14:5).
Os 144 mil cantam diante do trono um cântico novo (Ap 14:3), que só eles podem aprender. Num
contexto similar no capítulo 15:1-3, João ouve o que parece ser o mesmo grupo de pessoas "em pé
no mar de vidro", que está "diante do trono de Deus" (Ap 4:6; conferir com 14:3; 15:2), cantando
"o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro". (O cântico de Moisés era um cântico
de divino livramento de inimigos empenhados na destruição do povo de Deus no Mar Vermelho; Êx
15:1-19, Dt 31:30; 32:1-43.) Os inimigos sobre os quais a vitória foi ganha são designados em
Apocalipse 15:2 como "a besta" e "sua imagem".
É significativo que a passagem de Apocalipse 14:1-5 sobre os 144 mil vem imediatamente após a
seqüência besta-imagem-marca-nome-número do capítulo 13, significando que esse grupo se
recusa a cumprir a exigência do capítulo 13:15-16 de adorar a besta e sua imagem, e receber sua
marca ou número de seu nome. Ao invés disso, recebem o selo e o nome de Deus.
Acresce que as mensagens dos três anjos (Ap. 14:6-12), que imediatamente se seguem aos versos
1-5, focalizam a adoração do verdadeiro Deus (versos 6 e 7) em contraste com a adoração da besta
e sua imagem (versos 9-11), que constituem uma religião apóstata (verso 8).
Conseqüentemente, os "santos" que aceitam as três mensagens e são caracterizados no verso 12
como "os que guardam os mandamentos de Deus" em vez de adorarem a besta e sua imagem, e
que têm "a fé de Jesus", são os santos dos versos 1-5.
De acordo com J. N. Loughborough (Review and Herald, 83:8 e 9, 14 de junho de 1906, e 83:8 e 9,
21 de junho de 1906), o interesse adventista na mensagem do assinalamento e nos 144 mil
começou em 1848, quando alguns adventistas não guardadores do Sábado aclamaram a epidemia
de revoluções na Europa como a fase de abertura da batalha do grande dia de Deus, e as batidas de
espíritos em Hydesville, Nova York — também em 1848 — como a chegada dos espíritos preditos
em Ap 16:13 e 14, que sairiam a congregar as nações para o Armagedom. Os Adventistas do
Sétimo Dia negaram isso e sustentavam que os 144 mil deviam ser selados primeiro:
Há uma mensagem a sair levando o assinalamento, e descobrimos essa mensagem no
capítulo 7 de Apocalipse. Vamos sair a dar essa mensagem.
O Sábado foi identificado com a mensagem de selamento de Apocalipse 7, e em resultado veio a ser
visto como o selo de Deus. "A posição de nosso povo então", disse Loughborough, "era que a obra
do selamento naquele tempo estava em prosseguimento, e que alguns dos 144 mil estavam sendo
então selados." Durante os poucos anos seguintes, Ellen G. White repetidamente falou da obra do
assinalamento estando então em prosseguimento (Primeiros Escritos, págs. 36-38, 44 etc.).
Em resultado da crença de que os que aceitaram a mensagem do terceiro anjo e o Sábado estavam
sendo selados, surgiu a crença de que qualquer que morresse não perderia, com isso, a condição de
membro dos 144 mil, mas ressurgiria numa ressurreição especial para unir-se a seus irmãos que
permaneciam vivos para a vinda do Senhor (conferir com 1 Ts 4:13 e 16). Loughborough continuou
a explicar que aqueles que aceitaram
a fé original sobre o assunto dos 144 mil acreditavam que alguns estavam então sendo
assinalados, e que deveriam ser dos ressuscitados no tempo da angústia, e fazer parte
dos 144 mil. ... A fé dos guardadores do Sábado desde aquele tempo até que algumas das
modernas "luzes" se introduzissem [1906], era que os que morreram na fé estavam entre
os selados, e esses constituiriam uma parte dos 144 mil.
Loughborough então passou a conciliar a aparente discrepância entre a idéia que os 144 mil são
todos os santos vivos e a crença em que aqueles que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo
também serão numerados entre esse grupo privilegiado. Ele explicava com base em que, em
seguida à terceira mensagem de Ap. 14:9-11, é pronunciada uma bênção especial (verso 13) sobre
os que aceitaram aquela mensagem (aplicada ao Sábado), e identificava esta bênção como o
privilégio de ressurgir numa ressurreição parcial no início da sétima praga. Os que assim procedem,
explicava ele, passarão vivos pela crise da sétima praga ou "grande tribulação", e estarão, de fato,
entre os santos vivos por ocasião da ressurreição geral dos justos.
Dois dos primeiros artigos sobre o assunto dos 144 mil foram escritos por Tiago White (Review and
Herald, 5:123, 9 de maio de 1854) e Uriah Smith (Idem, 8:76, 3 de julho de 1856). Smith
argumentava que a obra do selamento precede as sete últimas pragas porque estas estão incluídas
nos "ventos" que os quatro anjos retêm. No periódico de 30 de julho de 1861 (18:68), ele
identificou os 144 mil como "os que serão trasladados [sem ver a morte] na vinda de Cristo." White
(Idem, 25:162, 25 de abril de 1865) identificou a mensagem do selamento por meio da localização
contextual da mensagem entre o sexto e o sétimo selo. Ele rejeitou o argumento de que os 144 mil
são judeus literais com base em que, se assim fosse, os nomes das doze tribos que aparecem nas
portas da cidade a tornariam, por raciocínio análogo, uma cidade judaica com habitantes judeus.
Smith (Thoughts on the Revelation, 1865, págs. 131-134) identifica os 144 mil como "a última
geração de cristãos, os cristãos de nossos dias", e o Sábado como o selo de Deus. Ele explica os 144
mil sendo designados como pertencentes às "doze tribos dos filhos de Israel", baseado em que no
Novo Testamento os que crêem em Cristo se constituem "semente de Abraão" (Gl 3:28 e 29), ou
Israel espiritual (Rm 2:28 e 29 etc.).
Quanto a quem constitui os 144 mil, White explicava que
os que morrem sob a mensagem do terceiro anjo fazem parte dos 144 mil. Não há 144 mil
em acréscimo a esses, mas esses ajudam a perfazer esse número. Eles ressuscitam para a
vida mortal pouco antes de Cristo vir, e... serão revestidos de imortalidade quando Cristo
aparecer (Tiago White, Review and Herald, 56:216, 23 de setembro de 1880).
Quanto ao número 144 mil, Smith posteriormente escreveu:
O número 144 mil deve significar um número definido, composto de exatamente tantos
indivíduos. Não pode significar um número maior, no entanto indefinido, pois no verso 9
outro grupo é apresentado, indefinido em suas proporções, e por isso é chamado de "uma
grande multidão que ninguém podia contar" (Idem, 74:504, 10 de agosto de 1897).
No entanto, ele pensava que a quantidade exata seria maior que essa:
Os 144 mil podem incluir somente os adultos do sexo masculino ligados ao grande
movimento do advento, ao passo que as mulheres e crianças associadas ao mesmo
movimento seriam tantos acrescentados a ser salvos de entre os vivos naquele dia. A
plausibilidade desta idéia apóia-se no fato de que apenas os homens hebreus foram
numerados quando libertos do cativeiro egípcio, que era uma figura do livramento do
remanescente do verdadeiro Israel do Egito deste mundo na vinda do Senhor (Idem, pág.
505).
Com base nisso, ele dava a entender que poderia realmente haver mais de 700 mil pessoas no
grupo, inclusive mulheres e crianças. Mas ele não vê onde se pode encontrar tão grande grupo para
se qualificar. No tocante àqueles que morreram na fé do terceiro anjo serem ressuscitados para se
unir aos 144 mil, ele escreve:
Os 144 mil representam somente os que nunca passaram pela morte? De modo nenhum.
As condições da profecia tornam necessário que muitos que agora estão em suas
sepulturas sejam incluídos nos 144 mil (Ibidem).
É evidente que Smith sustentava que muitos dos que morrem no Senhor devem ser numerados com
eles. O selo de Deus é o Sábado, e os que o aceitam devem ser incluídos nos 144 mil. Ele conclui:
Assim, parece clara e conclusiva a prova de que os 144 mil são ajuntados dentre a última
geração antes de Cristo vir; que resultam da mensagem do terceiro anjo; que mesmo os
que deles morrem na mensagem são abençoados, sendo restituídos ao número por uma
ressurreição antes de Cristo aparecer (Idem, pág. 506; ver também 74:568, 7 de
setembro de 1897).
Os 144 mil figuram com proeminência na descrição de Ellen G. White dos grandes eventos
culminantes que precedem a segunda vinda de Cristo. Em O Grande Conflito, pág. 649, disse que o
cântico deles é "o cântico de sua experiência" de passar pelo "tempo de angústia qual nunca houve",
e "a aflição do tempo de angústia de Jacó". Também que eles passaram pelas sete últimas pragas.
De acordo com sua primeira descrição, por volta do fim de 1844 (PE 15 e 16), "os santos vivos" são
"em número de 144 mil" na ocasião em que a voz de Deus é ouvida anunciando "o dia e a hora da
vinda de Jesus". Como "os santos vivos", em contraste com os santos que ressuscitam na vinda de
Cristo (conferir com 1 Ts 4:16 e 17), eles reconhecem "seus amigos que tinham sido arrancados
deles pela morte". No Céu só eles têm o privilégio de entrar no santo templo. Seus nomes são
gravados a ouro em tábuas de pedra (pág. 19). Eles triunfam sobre o decreto de morte dos santos
(conferir com Ap 13:15), que precipita o tempo de angústia de Jacó.
Em suma, os ASD crêem que os 144 mil são os santos que, na providência de Deus, passam vivos
os grandes eventos culminantes que imediatamente precedem a volta de Cristo. Os ASD não
encontram nenhuma indicação clara quanto a se precisamente 144 mil pessoas são abrangidas, ou
se o número é simbólico.
Alguns acham que a prova tende a favorecer um número literal, com base na descrição que deles
faz Ellen G. White, como "santos vivos" (PE 15). Outros, apontando para a natureza simbólica das
profecias do Apocalipse, assinalam que se o número selado de cada tribo for tomado literalmente,
então as pessoas que serão seladas têm de ser igualmente consideradas judeus literais, e a Nova
Jerusalém, sobre cujas portas aparece os nomes das tribos, tem de ser estritamente uma cidade
judaica, somente para judeus literais. Indicam também que precisamente 12 mil de cada tribo
sugere seleção arbitrária da parte de Deus, e que em outra parte do Novo Testamento se fala
comumente de cristãos gentios como constituindo "Israel".
Capítulo 19
O selo de Deus - Transcrito da SDA Encyclopedia
(Revised Edition, 1976)
(Commentary Reference Series)
Vol. 10, págs. 1305 e 1306
O selo de Deus
É uma forma abreviada de "selo do Deus vivo", de Apocalipse 7:2. Em visão, João viu este selo
afixado nas frontes dos 144 mil dos "servos de nosso Deus", 12 mil de cada uma "das tribos dos
filhos de Israel". Um anjo "subindo do sol nascente" com o selo clama aos "quatro anjos que estão
nos quatro cantos da Terra retendo os quatro ventos da Terra, para que os ventos não soprem sobre
a Terra, dizendo: Não danifiqueis a Terra... até que tenhamos selado nas suas frontes os servos de
nosso Deus". No capítulo 14:1-5 é dito que os 144 mil têm "escrito nas frontes o nome de seu Pai";
evidentemente, o selo de Deus contém o nome de Deus. É dito que os selados são "as primícias
para Deus e para o Cordeiro" (versos 3 e 4). Tanto o capítulo 7:15 como 14:3 e 4 colocam os 144
mil "diante do trono" de Deus, em Sua presença imediata. No primeiro, eles "O servem de dia e de
noite no Seu templo", e no último "seguem o Cordeiro para onde quer que vai". Os 144 mil
permaneceram leais a Deus, passando por uma experiência referida como "grande tribulação",
durante a qual "lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro" (Ap 7:14;
conferir com o verso 15). No capítulo 14:3 cantam um "cântico novo diante do trono", um cântico
que só pode ser aprendido pelos que experimentaram a grande tribulação. Passando por esta
experiência com caracteres imaculados, estão em pé, irrepreensíveis, diante do trono de Deus"
(versos 4 e 5).
A visão de João, do selamento (capítulo 7:1-12), está inserida no sexto selo, que trata dos eventos
que culminam com o segundo advento de Cristo (ver capítulo 6:13-16). Isso quer dizer que o
processo de selamento aqui descrito ocorre não muito antes da vinda de Cristo, e que a "grande
tribulação" pela qual os 144 mil passam é o soprar dos quatro ventos mencionados em Apocalipse
7:1-3. A menção dos 144 mil no capítulo 14:1-5 (que se segue imediatamente à crise descrita no
capítulo 13:13-17, em que um decreto de morte é expedido contra os que se recusam a adorar a
imagem da besta e receber a marca em sua fronte) implica que o soprar dos quatro ventos (Ap.
7:1-3), "a grande tribulação" (verso 14) e a crise do capítulo 13:13-17, todos se referem à mesma
experiência através da qual eles permanecem leais a Deus em face da morte. O selo lhes é afixado
antes da crise, como certificado da aprovação de Deus. Deus confia neles, e eles confiam nEle.
Equiparando as palavras "sinal" e "selo" como empregadas na Bíblia, os primeiros Adventistas do
Sétimo Dia notaram também que o Sábado é chamado "um sinal" entre Deus e o Seu povo (Êx
31:13-18; Ez 20:12 e 20), e que o mandamento do Sábado contém os três elementos de um selo
oficial — o nome, título e jurisdição daquele a quem o selo representa. Descobriram que o quarto
mandamento do Decálogo se refere "ao Senhor teu Deus" (nome), a Ele como Criador (título), e aos
céus e a Terra (Sua jurisdição). A aceitação da verdade do Sábado, concluíram eles, é a recepção do
selo de Deus, e a aceitação de uma contrafação é a "marca" da autoridade da besta.
Ellen G. White identificou o selo de Deus com o Sábado em novembro de 1848 (José Bates, A Seal
of the Living God, págs. 24-26), e Bates escreveu seu livro sobre o assunto em 1849). Também em
1849 a Srª White escreveu que a obra do selamento estava então em prosseguimento (Present
Truth, 1:21, agosto de 1849). No número seguinte (1:25, setembro de 1849), Tiago White citou
Ezequiel 13:5 como prova de que a reparação da rotura no Sábado (Is 58:12 e 13) precede
imediatamente a grande batalha do dia do Senhor.
Vemos, portanto, que a poderosa obra de reparar a rotura na Lei de Deus, pelo ensino da
observância do Sábado, que por tanto tempo tem sido espezinhado, cabe exatamente
aqui, pouco antes de os quatro anjos soltarem os quatro ventos, para que o Israel de Deus
guarde toda a Lei e seja selado com o selo do Deus vivo, que os habilitará a "estar em pé
na batalha do dia do Senhor" (Ibidem).
Ele comenta, ainda, que "a reparação da rotura na Lei de Deus e o selamento são uma e a mesma
obra, imediatamente antes do dia do Senhor".
Em 1850 Tiago White escreveu:
Deus sempre tem tido uma verdade probante para com a qual selar o Seu povo. ... Mas a
última verdade seladora é a imutável Lei de Jeová, da qual o Sábado é o testemunho
coroador. ... O Sábado é o selo, e o Espírito Santo é o selador (Advent Review, 1:57,
setembro de 1850).
Na Review and Herald de 24 de junho de 1852 (3:31), Benjamin Clark falou do "tempo do
selamento" como "agora", e disse que o povo de Deus seria "selado para sempre com o amor da
verdade". Numa série de três extensos artigos (Idem, 3:65, 73 e 81, 2, 16 e 30 de setembro de
1852), Hiram Edson associou o selo ao quarto mandamento, declarando que a Lei é selada no
coração do povo de Deus (Is 8:16), e disse: "O Sábado é, pois, o SINAL ou selo do Deus vivo." Seu
argumento repousa no fato de que o quarto mandamento contém os elementos de um selo real. Ele
também contrasta o selo de Deus com a marca da besta, e faz referência à mudança na Lei de Deus
pelo papado como sinal de sua autoridade que até os protestantes reconhecem. Roswell F. Cottrell
escreveu (Idem, 7:44, 18 de setembro de 1855): "A última mensagem antes do tempo de angústia
é a mensagem do selamento." Uriah Smith (Idem, 8:12 e 20, 24 de abril e 1º de maio de 1856)
identificou o anjo selador de Apocalipse 7 com o terceiro anjo de Apocalipse 14, e referiu a obra do
selamento aos "nossos próprios dias". Ele também reconhece o mandamento do Sábado como
contendo o selo de Deus porque expõe as características que distinguem o verdadeiro Deus de todos
os falsos deuses. Ele fala do Espírito Santo como "o selador", e associa o selamento de Apocalipse 7
à fixação da marca em Ezequiel 9. Cottrel (Idem, 14:77, 28 de julho de 1859) equipara as palavras
"sinal" e "selo" e fala da obra do selamento como a última obra a ser feita em favor do povo de
Deus em seu estado de prova. O Sábado mudado, diz ele, torna-se a marca da besta. Ellen G. White
escreveu extensamente sobre o selo de Deus e sua importância para a Igreja hoje. Ver SDA
Commentary 7:968-970; Testemunhos Seletos, vol. 2, págs. 62-71; Testemunhos Para Ministros,
págs. 444-446 e outros. Referências ao selo aparecem com freqüência em Primeiros Escritos, que
contém suas primeiras obras (ver págs. 38, 43, 44, 48, 50, 58, 67, 71, 89 e 279).
Os ASD de hoje ainda consideram a obra do selamento a mais importante, mas enfatizam também o
selo como o reconhecimento de Deus de que Seu próprio caráter justo está refletido em Seus filhos
na Terra.

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