Cairo, Sharm El Sheik, Hurghada

Transcrição

Cairo, Sharm El Sheik, Hurghada
EGITO
Cairo, Sharm El Sheik, Hurghada
O Egipto é
um país fascinante,
tanto pelo seu ancestral cultural
como pela amabilidade e simpatia da
sua gente, cheio de história, mistério
e
monumentos
impressionantes.
Berço da civilização que floresceu
nas margens do Nilo há mais de
5000 anos, sendo as suas terras
visitadas desde os tempos dos
gregos. O Egipto oferece-lhe um
leque variado de possibilidades que,
sem dúvida, lhe permitirão escolher
o tipo de viagem que melhor se
ajuste
às
suas
preferências.
Destaques para o Cairo, cidade
misteriosa, cativante e fervilhante e
as suas 3 imponentes pirâmides de
Gizé e a Esfinge; Assuão, a cidade
mais meridional do Egipto, com o seu
Obelisco inacabado e os vários
templos; Luxor e a sua admirável
arquitetura com os templos de Luxor,
Karnak, Ramsés II e os famosos túmulos do Vale dos Reis. Em suma, um
Egipto faraónico que lhe reserva uma experiência única pelos segredos do
mundo antigo.
Capital: Cairo

Língua: Árabe. O inglês e o francês também são falados, principalmente
nos locais turísticos e comerciais.

Religião: Muçulmana, cerca de 94%.

Habitantes: cerca de 70 milhões

Superfície: 1.001.500 km2

Diferença horária: +2horas

Clima: mediterrânico na costa, semidesértico no Cairo e desértico no sul

Passaporte: com validade superior a 6 meses após a data de regresso.

Visto Turístico: a tratar à chegada, válido para uma entrada no país.

Alfândega: proibido importar alimentos e antiguidades. É recomendável
declarar a câmara de vídeo à entrada.

Vacinas obrigatórias: nenhuma

Gorjetas: como poderá comprovar no Egipto, a gorjeta é importante e
solicitada para qualquer serviço: camareiros, bagageiros, motoristas, etc.

Moeda: Libra Egípcia 1€ = 7,74 LE.

Conselhos: recomendamos que leve Euros, embora se aceitem outras
divisas. A maioria dos hotéis e grandes comércios aceitam normalmente
cartões de crédito.

Saúde: não é aconselhável beber água corrente. É preferível beber água
engarrafada e bebidas quentes como o chá, café, etc.

O Egito é um daqueles
destinos
que,
quando
você diz que foi, ouve de
imediato
exclamações
como “Oh, que máximo,
sempre quis ir!”… E, a
maioria,
sabe
se
lá
porque, não vai.
Não vai porque é longe,
porque é caro, porque é
um país árabe, porque é
um país pobre, porque
tem deserto, porque tem
um monte de outros
países “na frente”… E
nessa brincadeira, acabase
adiando
–
ou
desistindo – de uma
viagem
rica
em
experiências únicas.
Principalmente, porque o Egito tem, de fato, um encanto que transcende os
mistérios das historinhas que ouvimos de Pirâmides, faraós e afins. E, se a
gente não vai lá para descobrir isso, esse “algo mais”, acabamos por nos
desanimar diante das diferenças que acontecem quando se vai para um país
de cultura totalmente diferente da nossa. Porque elas existem sim.
Aí, a gente fica eternamente com um país no nosso “wish list” que nunca sai
do “wish”. Não vira um “to do list”. Muito menos um “next”. Não passa de ano.
Nem ele, nem nós.
Então, para dar uma forcinha, descrevo aqui alguns mitos, dicas e preparativos
para se organizar uma viagem para lá. Desde preocupações eventuais com
vestimenta, no caso das mulheres, até a barreira de idioma, eis algumas dicas
vapt-vupt para os apaixonados platônicos pelo Egito já ficarem mais escolados,
mas também descobrirem que o buraco não é tão lá em baixo quando se trata
de uma viagem para a terra do Nilo.
Aliás, bem pelo contrário!
Situação Política: Observação válida. Mesmo o país ainda se recuperando
politicamente das últimas reviravoltas que aconteceram por lá, as empresas de
turismo retomaram com um certo folego suas atividades pelo país. Com os
olhos do mundo sobre a vizinha Líbia e a necessidade premente de se aquecer
a economia novamente, já que o turismo responde pela maior parte do
facturamento do país, empresas de turismo, guias locais e a população se
preparam para receber os visitantes. Então, no que se refere a turismo, a
notícia que tenho dos guias de lá é que as excursões estão voltando a todo
fôlego, impulsionada principalmente pelos locais – que, aliás, precisam disso.
Então, se você nem de longe tiver um parentesco com Hosni Mubarak, fique à
vontade para pensar em dar umas voltinhas por lá!
Ir por conta própria
ou em tour?
Sempre fui a favor da
liberdade de se viajar
por conta própria, mas
nesse
caso
tours
tiveram
suas
vantagens, como por
exemplo:
- São mais vantajosos
economicamente,
devido ao transporte
em ônibus fretado,
com mais conforto e
preço rateado (para ir
de
Aswan
até
o
monumento de Abu
Simbel, por exemplo,
são
3
horas
de
ônibus. Rateá-lo viabiliza bastante o custo);
- Não que a barreira do idioma tenha sido um grande problema – lá bastante
gente fala inglês, pelo menos o mínimo para ser entendido, mas alguém que
seja local facilita muito mais as coisas, principalmente na parte de negociação
(e para te dar as dicas do que se comer uma excelente comida, onde ir, etc);
- Principalmente, para fazer alguns dos passeios mais bacanas, como andar de
felluca no Nilo ou de 4X4 no deserto, a presença de um grupo barateia
consideravelmente as coisas – além de ser mais divertido!
Mas como passear por conta própria também tem suas vantagens,
especialmente quando tem cidades em que você gostaria de esticar um pouco
mais, sem a correria de um guia. Então, se possível, junte o melhor dos
mundos: alguns dias de tour e outros sozinhos.
… com 3 dias andando livre, leve e solta por Dahab, cidadezinha na península
do Sinai, às margens do Mar Vermelho. Uma cidadezinha tão tranquila, e
convidativa a ficar e relaxar que a última coisa que você quer é um guia do seu
lado te apressando.
A barreira do idioma é um complicador?
Se você fala bem inglês, não. A maioria das pessoas fala o suficiente para se
comunicarem, e não estranhe se vier pessoas falando em espanhol, italiano, e
alemão. Como o país é muito voltado para turismo, as pessoas tem grande
boa vontade em te entender. E se alguém não falar, vai rapidamente achar
alguém que fale inglês para se comunicar com você.
Algumas das placas de rua tem as inscrições em inglês e árabe, o que facilita
muito a vida (embora eu não sugeriria nunca alugar um carro por lá. O trânsito
egípcio consegue fazer os nossos piores motoristas serem um exemplo de
autocontrole ao volante).
E, caso tudo esteja escrito em árabe, e você estiver meio perdido, levante as
mãos para o céu e agradeça a globalização. Sempre tem a comunicação visual
dos produtinhos mais famosos para curar a nossa carência de familiaridade
com o mundo.
E como eu chego?
Voos direto para o Egito podem
sair meio salgados, mas como
tudo lá é mais barato, acaba
ficando elas por elas. Uma
chance de fazer sua viagem
render mais é ir para a Europa,
curtir uns diazinhos por lá e
depois esticar até o Cairo. KLM
e Alitalia tem voos a bons
preços – e poucas horas – para
o Cairo.
Tem também a opção de ir por
Israel ou Jordânia. Basta se informar com qualquer hotel, albergue ou agência
de turismo de lá, que eles já têm pacotes prontos.
Em tempo: soube de muita gente que teve que tirar aqui o visto para o Egito,
para a Jordânia. Os dois eu paguei na hora, lá, na aduana, na cara dura. Sem
grilos. E o povo ainda faz festa quando sabe que você é brasileiro.
E preços? Lá as coisas são caras?
Mais ou menos. Comida em geral é bem barata e deliciosa. Uma boa refeição
num restaurante de rua comum não ultrapassava 30 pounds egípcios
(incluindo aí uns dois pratos bem diferentes, bebida e sobremesa). Nas cidades
pequenas, o preço é mais baixo ainda.
Uma garrafa de água de dois litros custava dois pounds egípcios, às vezes
menos. Ótimo, porque é o tipo de coisa que se compra bastante.
Os passeios são todos pagos por fora, então o preço é meio que tabelado (mas
mesmo assim, compre sempre na bilheteria e não na mão de “cambistas”.
Infelizmente, tem malandro em tudo quanto é lugar!). E, a maioria dos
passeios são pagos em pounds, raro algumas exceções como passear de balão
pelo Vale dos Reis (aquele, onde Tutankhamon está enterrado), que custa US$
100,00 e batismo de mergulho no Mar Vermelho, em Dahab, na Península do
Sinai (que pode ser feito ao módico custo de US$ 40,00). Levando-se em conta
de que este último é considerado, junto com a barreira de corais da Austrália,
o melhor lugar para mergulho no mundo, acho que o preço está dado!
As entradas para os museus variam entre 40 e 90 libras egípcias, mas quase
todos os guichês aceitam carteira de estudante – então evite os cambistas
( aliás, evite-os de qualquer jeito!). Albergues também aceitam a carteira e
dão descontos.
Só que para tudo se pedem as famosas “tips”, que são, em média, 20 pounds
por pessoa (então, se você for fazer um passeio de Ônibus em que geralmente
são 2 motoristas, seriam 20 pounds para cada). Não é obrigatório, mas é
aconselhável. Especialmente porque o povo lá é muito pobre e é evidente que
eles vivem disso. Mas por outro lado também são extremamente atenciosos, o
que acaba contrabalançando.
Compras! Como fazê-las?
Infelizmente, muitos dos artesanatos são “made in China”, o que torna difícil
encontrar artefactos egípcios legítimos. Mas o que vale a pena:

Ervas, temperos - são deliciosos, cheirosos, baratos… Em feiras locais,
especialmente as de Aswan, você encontra baunilha, anis estrelado, canela,
pimenta negra (e outros milhões de tipos de pimenta), ervas desidratadas para
fazer o chá (as flores de hibiscus desidratado ficam super charmosas no chá!),
além do Kohl, a matéria-prima milenar dos famosos lápis de olho mundiais, e
que começaram aqui, para os faraós egípcios!
Aliás, uma curiosidade: você sabia que o hábito de pintar os olhos com o kohl
começou pelos homens, os faraós, e não para as mulheres? É que acreditavase que o kohl, além de proteger os olhos do rei, ainda tinham poderes de
“clarividência”, o que ajudava o faraó a “enxergar o futuro” – lembrando que o
Faraó era considerado a encarnação de um Deus na época.

Tecidos – algodão egípcio, lembram? A maioria é made in China, uma
vez que eles reservam as melhores peças para exportação, mas é possível
encontrar alguns lençóis. Achamos um de 400 fios egípcios por 70 dólares. Mas
tem que procurar;

Ouro e prata – O preço é relativamente barato, mas é sempre bom dar
uma pesquisada, porque tem muitas peças de ouro baratas mas não tããão
trabalhadas assim. O melhor lugar para comprar ouro e prata é a feira de
Luxor. O mercado do Cairo também tem muitas joalharias, mas como é um
lugar muito turístico, nem sempre os preços são vantajosos. Pechinche
sempre;

Peças de alabastro - Lindas. É possível encontrar louças, travessas,
vasos de flores, luminárias, esculturas, sousplat… Lindos e trabalhados, mas
cuidado: o vendedor vai te dizer que são peças super resistentes – e que o
são, realmente, até a hora de se quebrarem. Compramos um vaso lindo, e
embalados “teoricamente” a prova de impacto. Não durou. Então, ou deixe
para comprar no fim da viagem, ou tenha o máximo de cuidado.
Importantíssimo: Em cidades mais turísticas como Cairo, Aswan e Luxor, os
vendedores são extremamente insistentes, e realmente incomodam. E, por
verem que somos turistas, já começam cobrando um preço lá em cima, e
literalmente não desistem, não importa o que você faça. Isso chega a tirar o
ânimo para comprar, mas algumas regrinhas podem ser úteis:

Pechinche sempre. Sempre. Tipo assim, toda vez. O preço de um
produto pode baixar 300%;

Antes de comprar qualquer coisa, já comece fechando o preço e
estabelecendo as condições (seja num táxi, num tour, num hotel). Eles vão
querer tirar vantagem de qualquer jeito, mas se vocês chegarem a um acordo
logo no início, fatalmente eles vão acatar fielmente. Para o árabe, uma vez
dando a palavra, é questão de honra.

Se o vendedor insistir e você não quiser, diga que não e saia,
simplesmente. Se ele chegar ao ponto de ser inconveniente, não fique com
raiva, esbraveje, xingue, etc. Isso só piora, e ele vai tentar vencer pelo
cansaço. Então, simplesmente ignore. Não diga nada, nem olhe nos olhos, nem
para os produtos. Só desvie, pegue o seu caminho e vá. É menos grosseiro e
mais eficaz do que se estressar com eles.
Câmbio, dindim, bufunfa… Donde estás?
Algum palpite de quanto vale cada nota?
Apesar de achar agências
de banco em tudo quanto
é esquina, poucas eram
as
que
funcionavam
decentemente
(pelo
menos
nas
cidades
menores).
Uma
alternativa é usar os
caixas automáticos para
sacar dinheiro, e mesmo
assim
tenha
atenção,
porque
muitas
estão
quebradas – teve uma
que engoliu meu dinheiro
e não trocou… Então,
quando conseguir sacar,
saque
uma
boa
quantidade
de
libras
egípcias, porque não se
acha outros bancos com
tanta facilidade.
Embora lá eles aceitem
tudo, dólar, euro, yen,
etc, o câmbio praticado
pelos lojistas não é lá
muito confiável. Previna-se.
Com que roupa eu vou?
A palavra de ordem é moderação. As mulheres não precisam usar véu nem
lenço na cabeça (exceto, somente, se forem visitar alguma mesquita). Mas o
indicado é usar blusas com manga (uma manga normal, o suficiente para não
expor os seus ombros), evitar decotes profundos que exponham o colo demais
(um decote em V de camisetas convencionais é aceitável), e calças ou saias
até o joelho. Evitar blusas de alcinhas, roupas transparentes ou justas demais,
shorts, barriga de fora. Sandálias e sapatos liberados.
E porque isso? Principalmente por uma questão de respeito. As mulheres
árabes andam com os cabelos e o corpo cobertos (em cidades grandes víamos
algumas de cabelos soltos,
mas pouquíssimas),e há
aquelas que andam apenas
com os olhos à mostra.
Logo, muitos centímetros
de pele à mostra causa
uma certa estranheza, e
porque não dizer, um
secreto furor masculino.
Para as meninas não se
sentirem
constrangidas
(por que os árabes, nesses
casos, ficam encarando
MESMO), não custa se
prevenir um pouco.
Homens, a mesma coisa:
evitem shorts acima do
joelho, e não importa o
quão definido seja o seu
tórax
malhado,
simplesmente mantenha-o
coberto sob a sua camisa
de botão, por exemplo.
Quando
for
visitar
mesquitas, opte por calças
compridas e não shorts –
isso vale para ambos os sexos. Meninas, levem um lenço para cobrir os
cabelos. Afinal, ali é um templo religioso.
E, uma dica por experiência própria: eles adoram, são apaixonados, loucos por
brasileiros – em especial pelo nosso futebol. E, exatamente por isso, sugiro
deixar sua camisa da seleção no armário. Porque corre o risco de você ser
parado na rua umas 50 vezes, tirarem fotos, cumprimentarem, quererem
puxar papo e – muito provável – pedirem sua camisa. O que é muito legal nos
primeiros 15 minutos, mas quando você não tiver sequer um segundo de paz
para comer ou para curtir uma vista bonita, ou fotografar, vai ver como o seu
canarinho se transformou num abacaxi.
Assédio, cantadas, carinhos e demais assuntos da carne
Hummm… vamos lá.
Olhares indiscretos: sim, tem. Como dito mais acima, as mulheres egípcias são
todas cobertas, recatadas, não conversam com homens estranhos, etc. Então
quando eles vêem uma turista ocidental como nós caminhando esvoaçante
pela rua, fato que ela será alvo de milhões de olhares que não estão
acostumados a serem discretos. Se ela estiver sozinha, pode ouvir algumas
piadinhas (mas nada que não seja diferente do que se ouve quando se passa
em qualquer obra aqui no Brasil). Leve na esportiva, ignore, e pronto.
Caos a mulher esteja acompanhada, os árabes não vão mexer com ela. Mas
nada impede que um árabe mais espirituoso parabeneze o seu marido pela
“propriedade” – sim, você. Mais uma vez, é melhor levar na brincadeira
mesmo – porque é.
No fundo, eles não encaram como falta de respeito, mas simplesmente porque
a maioria ainda não está acostumada com mulheres “liberais”, como somos na
ótica deles. Então, é preciso também entender por esse lado.
O que é diferente de assédio – ou seja, de um homem te importunar. O que
pode acontecer, mas depende da sua atitude. Por isso, mulheres, cuidado
novamente com as roupas (exigir respeito no mundo árabe vestindo um
shortinho não é a mais clara das mensagens) e com uma excessiva simpatia –
até mesmo um sorriso pode ser interpretado com um incentivo.
No mundo árabe, não existe a máxima “sou legal, não estou te dando mole”.
Sentiu que um elogio ou uma conversa está passando dos limites, feche a
cara, diga não e saia. Recado dado – em qualquer idioma.
Mas cantadas acontecem. Frequentemente, inclusive, e respeitosas. Árabes
são em geral muito galanteadores – afinal, vêm de uma cultura onde
aprenderam a cuidar, proteger e zelar pelo sexo oposto. Então não se
surpreendam, meninas.
O que não vale, óbvio, para os homens. É falta de respeito abordar uma
mulher árabe na rua. Tocá-la, nem pensar.
E, para casais, um lembrete: manifestações de carinho em público não são
frequentes e, por isso mesmo, encaradas com estranheza e falta de respeito.
Reserve-as para os momentos entre quatro paredes, que estão aí para isso
mesmo