Não pode ser vendido separadamente.

Transcrição

Não pode ser vendido separadamente.
Encarte comercial da responsabilidade de «Página Exclusiva». Não pode ser vendido separadamente.
Portugal Inovador
2 I Novembro
Portugal Inovador
Novembro I 3
Portugal Inovador
Índice
5Editorial
6
Mais Saber... Para fazer melhor!
27 Região das Beiras
57 Região da Guarda
69Braga
83Guimarães
94 Mediação Imobiliária
101 Grande Porto
4 I Novembro
Portugal Inovador
Editorial
Portugal global
É crescente o número de jovens portugueses que conscientes de um Mundo cada
vez mais global, procuram oportunidades
de emprego fora de portas. Seja partindo
à aventura, ou através da candidatura
a concursos que procuram profissionais
altamente qualificados e dispostos a experimentar novos ambientes e desafios. É
público que Grupos como a Google, Visa
e Mastercard estão entre as empresas que
mais recrutam colaboradores fluentes em
língua portuguesa, e muitos são os candidatos a esses lugares.
A OCDE, por exemplo, está a recrutar
– até dia 25 do presente mês – jovens
europeus, profissionais altamente qualificados em diversas áreas de formação para
ocuparem cargos dentro da organização.
O Young Professionals Programme põe ao
dispor dos interessados inúmeras vagas
em áreas tão distintas como Concorrência,
Desenvolvimento Estratégico, Liderança,
Inovação, Desenvolvimento Sustentável,
Estratégia de Talento e Orientações Estratégicas. O salário é tentador, aponta para
os 4.260 euros mensais, aos quais serão
acrescentados benefícios, de acordo com
a função em causa.
Enquanto isso, em Bruxelas, um grupo
de trabalho da União Europeia liderado
pela ex-presidente irlandesa Mary McAleese elaborou um relatório que promove a
modernização do ensino superior, através
de “novos métodos de ensino e aprendizagem nas universidades”. As 15 recomendações propostas, “realçam a necessidade
de canalizar melhor os recursos para promover o desenvolvimento e a utilização de
métodos de ensino e aprendizagem digitais
mais flexíveis no ensino superior”.
Nessa ótica também as universidades
portuguesas estão a abrir as suas portas
aos novos mercados e a criar pontes com
instituições que sirvam os interesses dos
seus docentes e discentes. Falamos por
exemplo dos casos do ISEG, do The Lisbon
MBA ou do ISCTE que, conscientes das
pontencialidades do Oriente, estão a aumentar os laços com a região, seja através
do intercâmbio de alunos e professores,
workshops e conferências dedicados ao
tema e mesmo visitas de alunos ao país de
modo a que estes possam conhecer melhor
este mercado cheio de potencialidades.
Falamos de um Mundo sem fronteiras
para o qual os futuros profissionais e as
empresas devem estar conscientes. É da
partilha de conhecimento e da interação
que verdadeiramente podemos criar inovação.
A direção da Portugal Inovador
Propriedade: Página Exclusiva – Publicações Periódicas, Lda. I Morada: Rua Augusto Lessa, nº 251 esc.13
4200-100 Porto I Telefones: 22 502 39 07 / 22 502 39 09 I Fax: 22 502 39 08 I Site: www.paginaexclusiva.pt
E-mail: [email protected] I Periocidade: Mensal I Distribuição: Gratuita com o Jornal
PÚBLICO I Preço unitário: 4 euros I Assinatura Anual: 44 euros (11 números)
Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios, e para quaisquer fins sem autorização do editor. A paginação é efetuada
de acordo com os interesses editoriais e técnicos da revista e o editor não se responsabiliza pelas inserções com erros ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes.
Novembro I 5
Portugal Inovador
Mais Saber…. para melhor fazer!
A Mais Saber, situada em Fafe, tem como missão a elaboração de projetos de investimento
e formação empresarial específica em vários setores de atividade.
A formação académica de
Cláudia Marinho, fundadora e
mentora da Mais Saber, assenta
numa licenciatura em Economia
e Pós-graduação em Auditoria e
Controlo de Gestão, estando ligada
ao setor têxtil (controlo de gestão e
projetos industriais), durante, sensivelmente, uma década. Antes do
surgimento da Mais Saber, a sua
“intensa” vida profissional e “horário extenso” levou a que nossa
interlocutora sentisse necessidade
de abraçar novos desafios, optando por arriscar e frequentar um
curso de formação de formadores:
“Decidi que deveria tomar um rumo
diferente em termos profissionais.
O investimento não era muito elevado e os resultados poderiam ser
ótimos”, começou por contar.
O sucesso alcançado e o convite imediato para dar formação
incentivou a nossa interlocutora a
dedicar-se à consultadoria empresarial, juntamente com a formação
profissional.
Esta mudança de rumo e o focar
da sua acção em novos objetivos
originou a criação de um centro de
6 I Novembro
formação. Em meados de 2008, as
atuais instalações da Mais Saber
foram “reabilitadas e dinamizadas”
após terem acolhido, no passado,
uma empresa têxtil.
Graças à sua notória facilidade
de relacionamento e capacidade
de gestão de recursos humanos,
muniu-se de condições que garantiram a acreditação como entidade
formadora pela DGERT, logo em
Dezembro de 2009.
Boom
Cláudia Marinho tem uma equipa de cinco colaboradores qualificados – caraterizados como
“jovens” e “empenhados” –, tendo, por outsourcing, cerca de 70
pessoas a colaborar em prol dos
vários serviços da Mais Saber,
aumentando exponencialmente a
qualidade do seu trabalho: “Com o
passar do tempo surgiram pedidos
para outros trabalhos, complexos e
específicos. Claro que abraçamos
esses desafios”, confessou.
Com o objetivo de prosperar,
Cláudia Marinho, procurou uma
solução que alavancasse todo o
seu projeto: “Junto de cinco empresas sólidas, pedi para serem
projetos piloto em candidaturas
no âmbito do POPH. Todos eles
foram aprovados e, numa segunda
fase, conseguimos mais 12 projetos onde também se verificou um
número total de aprovações. Em
Julho de 2012, arrecadámos mais
40 empresas, igualmente aprovadas denotando um caminho para
o sucesso.”
No leque de serviços da Mais
Saber incorporam-se estudos de
mercado, planos de marketing
internacional, consultadoria especializada, estudos específicos
para setor de atividade, análises de
clientes, inquéritos de satisfação
de clientes, avaliações de 360º aos
recursos humanos, eventos para
consolidação de equipas e treino
comportamental, formações não-financiadas técnicas, serviços de
contabilidade, coaching de comerciais de produtos e serviços, apoio
jurídico, projetos de investimento
no âmbito do PRODER, QREN e
projetos de formação no âmbito do
POPH. O trabalho em parceria com
o Instituto de Emprego e Formação
Profissional de Fafe e de Mazagão,
a Câmara Municipal de Fafe e todos os parceiros têm sido fulcrais
no seu desenvolvimento.
Portugal Inovador
“Somos certificados em 22
áreas de formação, o que nos
permite ter um grande know-how,
diversificação de intervenção e
experiência”, ressalvou Cláudia
Marinho que, simultaneamente,
definiu concretamente o papel
desenvolvido pela sua empresa:
“Atuamos no aperfeiçoamento do
modus operandi das empresas e
no incremento das capacidades
intrínsecas de cada funcionário.
Proporcionamos o casamento ideal
entre a formação e a experiência,
sendo o resultado final altamente
benéfico”, afiançou.
Actualmente mantêm relações
profissionais com empresas de
Fafe, Avintes, Paços de Ferreira,
Felgueiras, Lousada, Penafiel,
Vila Nova de Famalicão, Vila do
Conde, Porto, Póvoa do Varzim,
Vila Real, Barcelos, Maia, Leiria e
Guimarães, 55 entidades no total
e, lidando com equipas de 20 a
260 colaboradores, a Mais Saber
procura marcar a diferença pelo
“empenho”, “dedicação” e “disponibilidade”.
soas que lá trabalham, o modus
operandi e o processo produtivo.
A análise sensorial e o background
retido são fundamentais, podendo
ser parte ativa na evolução e crescimento da empresa”, garantiu.
quer como resposta às solicitações
de entidades terceiras.
No âmbito da formação, recentemente, a Mais Saber foi
certificada em E-learning estando
a promover vários cursos. O curso
de Formação Pedagógica Inicial
de Formadores em B-Learning,
homologado pelo IEFP, constituiu o
ponto de partida, podendo ser uma
“excelente solução para capacitar
funcionários”.
MS 2020
Inovar a servir
Resultado da evolução do
paradigma da “resposta rápida e
eficiente”, foi implementada uma
plataforma eletrónica de gestão
da formação e de projetos de
investimento, que com um click
permite fornecer rapidamente toda
a informação às quais as empresas
precisam de dar resposta, quer
para as suas decisões estratégicas
Dependendo do novo quadro
comunitário, a Mais Saber atingirá
Lisboa, Madeira e Açores, sendo
que o passo seguinte passa pela
implementação de uma delegação
na zona centro de Portugal, tendo
já estabelecidos contatos com
Angola e Moçambique com vista à
sua internacionalização. Definida a
meta de 150 empresas até 2020,
Cláudia Marinho deseja “manter
a equipa, solidificar relações empresariais e sustentar a qualidade-inovação no serviço em prol do
desenvolvimento e crescimento
dos nossos clientes”. |
Sucesso partilhado
A empresária não duvida que
a Mais Saber “começa a ser reconhecida e bem falada”, muito
devido à confiança dos empresários que permitem conhecer a
fundo o interior de cada empresa,
condição fulcral para melhores
performances.
Ademais, Cláudia Marinho
frisou que “a Mais Saber faz tudo
que está ao seu alcance por cada
cliente. Temos tido a felicidade de
trabalhar com empresas e empresários fantásticos. Gosto e preciso
de conhecer a maior parte das pesNovembro I 7
Portugal Inovador
Resposta a todas as
exigências
A ACI (Automotive Compounding Industry) está instalada na
Guarda desde 2011, apresentando-se como uma empresa
que oferece as melhores garantias no desenvolvimento e
fornecimento de compostos de plástico para cabos elétricos,
para o ramo automóvel.
A empresa é conjuntamente
detida por capital português (na
pessoa de Fernando Amaral,
engenheiro) e espanhol, estando
associada ao grupo Perplastic,
entidade que desde 1986 se
especializa na produção de plásticos e poliolefinas para vários
tipos de indústrias. A criação
desta unidade na Guarda encontra, em grande parte, como
razão de ser o acompanhamento
pela Perplastic da progressiva
expansão do prestigiado Grupo
Coficab, um dos mais destacados produtores de cabos
para automóveis no mercado
internacional e um dos ex-líbris
empresariais da região. Dada
a relação privilegiada entre os
dois Grupos, “tornou-se mais do
que evidente que a relação entre
as equipas de desenvolvimento
8 I Novembro
das duas empresas teria que ser
muito mais próxima fisicamente
do que aquilo que era”, estabelecendo-se então a ACI num local
próximo daquele que é o centro
de desenvolvimento tecnológico
de todo o Grupo Coficab. “Os
nossos compostos destinam-se
ao recobrimento e isolamento do
cobre dos fios que estão no automóvel”, é assim que Fernando
Amaral nos sintetiza a atividade
da empresa de que é responsável. Pormenorizando, acrescenta
que são fabricados “compostos
em PVC e compostos poliolefínicos, que no nosso caso são
compostos em polietileno e em
polipropileno; quer uns quer outros são destinados a diversos
tipos de classes de temperatura,
conforme a exigência de trabalho
que é pedida aos fios elétricos
na parte do automóvel onde se
integram”. De salientar que esta
estratégia integrada de negócio
passa ainda pelo reforço das
atuais parcerias já em curso
com outros “players” do setor
automóvel para o fornecimento
de compostos destinados à fabricação de outros componentes
que não os cabos.
Apesar de ainda muito recente, a ACI tem vindo a conhecer
um processo de crescimento
apreciável, sendo de referir que,
a equipa de 20 pessoas com que
contou inicialmente foi, entretanto, alargada para um total de 38
colaboradores. A empresa, entretanto também já reconhecida
como PME Líder, realizou uma
faturação de 16 milhões de euros
no ano de 2013 (o seu primeiro
ano completo) estimando atingir
os 20 milhões em 2014. No seu
leque de destinos de exportação
estão países como Roménia,
Polónia, Marrocos, Tunísia, Estados Unidos e México. E é precisamente pelo México que passa
parte do futuro da ACI. Até ao
final do ano, a empresa concluirá a instalação de uma unidade
industrial em Durango, cidade
localizada na região norte do
país. Com arranque da produção
marcado para o primeiro trimestre de 2015, esta unidade ocupa
uma área coberta de 5.200 m2
e está equipada com uma linha
de extrusão exclusivamente dedicada ao fabrico de PVC com
uma capacidade de produção de
9.000 toneladas/ano, criando já
nesta fase inicial 22 postos de
trabalho. Até final de 2016, está
prevista a aquisição de mais
duas linhas de extrusão, uma
das quais dedicada à produção
de compostos poliolefínicos, o
que se traduzirá num aumento
da capacidade instalada para as
24.000 toneladas/ano, estimando-se assim um investimento
global de seis milhões de euros
nesta nova unidade produtiva.
O mercado norte-americano
é encarado de forma positiva:
“Os nossos potenciais clientes
vêm-se confrontados com a
necessidade de importações
permanentes da Europa para
poderem obter um produto satisfatório em termos da quali-
Portugal Inovador
dade e das próprias normas do
automóvel”. A política com que
a ACI tem conquistado este seu
posicionamento é garantida por
uma orientação que Fernando
Amaral resume como “a da qualidade total”: “Procuramos fazer
bem à primeira e garantir que o
cliente não saia de forma alguma
defraudado ou obrigado a ter que
fazer reclamações de qualidade.
Trabalhamos também no sentido
de cada vez mais oferecer um
produto mais competitivo, mantendo todas as especificidades
e características que o cliente
observa, que no fundo são as
que estão nas normas”.
É graças a esta capacidade
de trabalho que os resultados
da ACI para 2014 ultrapassam,
já neste momento, o total de faturação do ano anterior, sendo
as expetativas, naturalmente,
positivas. |
Novembro I 9
Portugal Inovador
Empreendedorismo fafense
Desde muito novo que Paulo Freitas esteve ligado ao mundo dos negócios. Neste momento,
conta já com oito empresas, todas elas de sucesso e em áreas de atividade distintas. Em
entrevista à Portugal Inovador, este empresário explicou qual a fórmula do seu sucesso.
O Grupo de empresas do nosso entrevistado começou com a
Freitas Pereira e Sousa Lda, uma
empresa de comercialização de
variados géneros de materiais
de construção, fundada pelo seu
pai, António Freitas Sousa.
Empreendedor por natureza,
10 I Novembro
desde muito jovem Paulo Freitas
assumiu o controlo dos negócios
do progenitor e, desde 2005,
tem vindo a formar outras empresas de diversificadas áreas
de negócio: construção civil,
restauração, talho, imobiliária e
calçado.
“Em 2005, quando o meu pai
se retirou, eu e os meus irmãos
Nuno, Pedro e Maurícia demos
o nome à empresa. No mesmo
ano, juntamente com o meu amigo Vítor Ferreira enveredámos
para a área da restauração e
constituímos a empresa “Adega
Restaurante Victor e Paulo Lda”,
mais conhecido como restaurante “Come e Bebe”; em 2006,
passámos a fazer serviços de catering e, mais tarde, alargámos a
atividade ao ramo de talho. Em
função da inovação no ramo da
construção, criei a Iberoreboco
no ano de 2007, trabalhando sobretudo à base de subempreitada, em 2013 decidi registar uma
marca desta mesma empresa
com o nome “Iberorenova” com
uma vertente direcionada para
a reabilitação urbana. Em 2011,
juntamente com o meu irmão
Nuno, criámos a imobiliária
“Olhe”. Da necessidade constante de equipas especializadas e
prontamente disponíveis, nasce
a “Mistura Nova”, uma parceria
com o António Carvalho, que
surge em 2012. Recentemente
resolvemos apostar numa área
diferente, iniciámos a atividade
com uma fábrica de calçado,
“FPS – Fabricação de Calçado”,
com o amigo Fernando Dias”,
explica.
Portugal Inovador
Com oito empresas neste
momento, o nosso interlocutor
garante que estão a trabalhar em
contraciclo: “Enquanto as outras
empresas não têm trabalho, felizmente, nós não temos mãos
a medir”. Pode-se mesmo dizer
que o Grupo de Paulo Freitas é
um grupo de sucesso e que já
emprega mais de 100 pessoas.
Iberoreboco e
Mistura Nova
Com obras espalhadas um
pouco por todo o país, o nosso
interlocutor sentiu a necessidade
de criar duas empresas que se
complementassem. Inicialmente,
em 2007, fundou a Iberoreboco, uma empresa de trabalhos
de apoio à especialidade, que
surgiu para satisfazer as exigências do mercado na área
da construção civil. De acordo
com o proprietário, uma das
grandes vantagens em relação
às outras empresas do mesmo
ramo é o facto de terem equipas
especializadas na execução dos
trabalhos. “Para além disso, a
qualidade do serviço e dos materiais, bem como o vasto stock
que temos é, sem dúvida, uma
mais valia”, acrescenta.
Para completar este serviço
prestado pela Iberoreboco, surgiu, em 2012, a Mistura Nova,
uma empresa do mesmo setor,
mas que se dedica essencialmente a grandes construções,
remodelação e restauro de edifícios. Graças ao profissionalismo e à qualidade do serviço
prestado, “neste momento, não
tenho mãos a medir na área da
construção e por motivos muito
simples: tenho o material e os
recursos humanos sempre disponíveis. Quando surge uma obra
urgente, nós fazemos, porque só
assim conseguimos manter este
prestígio”.
Restaurante
Come e Bebe
Este espaço é outro dos projetos de Paulo Freitas e Vítor
Ferreira. O restaurante “Come
e Bebe” tornou-se um local de
referência onde comer e bem é o
denominador comum de todas as
visitas. Fundado em setembro de
2005, este é um espaço rústico
e uma decoração aconchegante. Direcionado à gastronomia
tradicional tendo o privilégio de
confecionar todo o tipo de peixe
fresco e possuir a patente exclusiva, para o concelho da Fafe, da
Carne Maronesa, o que vem ao
encontro da forma de estar neste
espaço. “Nós primamos sempre
pela qualidade do serviço e dos
produtos que apresentamos”,
garante. O Come e Bebe tem
clientes de várias zonas do país.
Crescer é
a palavra de ordem
Paulo Freitas é um empresário que se preocupa não só com
a sustentabilidade dos negócios
como com o bem estar das
pessoas que o acompanham.
“Felizmente, temos sucesso em
todas as empresas. Gosto de dar
oportunidades às outras pessoas
e criar postos de trabalho. O que
me dá gosto é visitar todos os espaços e conferir que os funcioná-
“Felizmente,
temos sucesso
em todas as
empresas.
Gosto de dar
oportunidades
às outras
pessoas e
criar postos de
trabalho”
rios estão bem, satisfeitos com o
trabalho que estão desenvolver.
Se tiverem algum problema, tento saber qual a razão e procuro
resolver da melhor forma”.
Constantemente atento às
mutações do mercado e ao aparecimento de novos materiais e
tecnologias, o nosso entrevistado faz questão de frequentar
diversas formações para assim
se manter atualizado e alargar
os seus horizontes. Deste modo,
e em jeito de conclusão, explica:
“O crescimento é sempre um facto positivo, pretendo continuar a
evoluir, mas sempre de uma forma sustentada. O próximo passo
será abrir mais um restaurante,
juntamente com o Victor Ferreira
e o Amadeu Lima, mas, desta
vez com um conceito diferente,
uma Cervejaria/Marisqueira e
reafirmar o “Talhos Pavir” contando com o empenho e garra
de um novo parceiro, o Renato
Fernandes. A partir daí, é manter
todas as empresas e as pessoas
que lá trabalham”. |
Novembro I 11
Portugal Inovador
Ensino inovador em Fafe
O IESF (Instituto de Estudos Superiores de Fafe) está quase a concluir três décadas de
funcionamento. Falámos com Dulce Noronha e Sousa, presidente da instituição há 20 anos
e “testemunha ocular», enquanto docente, de todo o processo histórico da sua evolução.
A matriz do IESF está na formação de educadores de infância,
tendo surgido no ano de 1985 com
este intuito (ESEIF). Este momento
foi sucedido pouco tempo após, por
uma ampla reestruturação de todo
o sistema de formação de educadores e professores no país, que fez
passar estes estudos para o Ensino
Superior. Assim, a 30 de novembro
de 1988, saiu a publicação que confere legitimidade ao IESF enquanto
instituição de ensino superior com
a criação da Escola Superior de
Educação de Fafe (ESEF).
No início da década de 90, o seu
papel é ampliado para a formação
de professores do ensino básico em
Português/Francês e Português/
Inglês, assim como para a área da
Informática e gestão, com “a intenção de responder a necessidades
empresariais da região e que começasse afazer-se uma intervenção
na formação de quadros para as
empresas”. É então criada (1993)
uma segunda escola, a Escola
Superior de Tecnologias de Fafe.
Dá-se todo um processo de
12 I Novembro
alargamento do seu leque de oferta formativa, ao longo dos anos
seguintes com alterações próprias
da evolução do próprio Sistema de
Ensino português e até Europeu
(Processo de Bolonha). Disponibilizando, atualmente, no âmbito
das licenciaturas, os cursos de
Educação Básica, Educação Física
e Desporto, Educação Social Gerontológica, Informática de Gestão,
Contabilidade, Gestão e Turismo,
e no âmbito das pós-graduações:
mestrado em Educação Pré-escolar
e Ensino do 1º ciclo do ensino básico. Especializações em Educação
Especial - Domínio Cognitivo-motor,
Intervenção Precoce, Gestão de
Bibliotecas Escolares, Administração e Organização Escolar (ensino à distância). Pós-graduações:
Ensino, Gestão de Organizações
do 3º Setor, Gestão de Recursos
Humanos, A Criança dos 0 aos 3
anos: Desenvolvimento, Cuidados
e Educação, Atividades Aquáticas,
Exercício e Saúde, Exercício e
Saúde no Idoso, Contabilidade e
Controlo de Gestão, Inovação e
Empreendedorismo em Turismo.
Explicando-nos a filosofia que
orienta os métodos de formação
aqui aplicados, Dulce Noronha
e Sousa lembra que o “primeiro
projeto educativo da instituição visionava já uma formação moderna
à imagem do que hoje Bolonha preconiza”. No entender da presidente,
“o principal passo a que Bolonha
aponta é a autonomia do estudante
enquanto pessoa e futuro profissional, em que este assume o seu
próprio projeto escolar, escolhendo
na sua formação o que se coaduna
mais com o seu próprio projeto de
vida”. O professor, neste cenário,
adotar “uma metodologia diferente, e uma atitude fora do mundo
académico clássico”, respondendo
e avaliando de forma inovadora
e ajustada ao novo papel do estudante. O IESF procurou então
adaptar-se a este desafio, com a
aposta em espaços: em gabinetes
de trabalho de investigação e formação, onde o trabalho é direcionado para a orientação vocacional
e tutorial: “A nova escola, ao nível
metodológico assenta fundamentalmente num acompanhamento
próximo do estudante, e no apoio
ao trabalho de pesquisa destes, na
construção dos seus saberes e num
papel tutorial de reflexão conjunta
e analise dos produtos científicos
e teóricos, bases da construção
de saberes e de desenvolvimento
de competências profissionais que
foi uma das pedras basilares da
forma como construímos Bolonha e
que, de alguma forma, desenhou o
nosso atual modelo”. Deste modo,
pese embora a respetiva dimensão
e o fator interioridade, estamos a
falar de uma escola “humanista e
multicultural”.
Ainda relativamente a Bolonha
e ao posicionamento do IESF no
Portugal Inovador
espaço nacional e europeu, Dulce
Noronha e Sousa considera que
este novo paradigma aponta dois
caminhos: “Por um lado, a perspetiva do local, de trabalharmos
os mercados locais, de nos aproximarmos do mundo empresarial e
prepararmos quadros para serem
absorvidos, dado que só assim
conseguimos garantir a empregabilidade. Temos observatórios para,
nomeadamente, obtermos feedback dos resultados e caminhos
seguidos pelos estudantes, quer da
percentagem de empregabilidade
quer do desempenho dos nossos
antigos alunos. Por outro lado, o
nosso projeto tem outra aposta tem
a ver com a partilha e construção
de redes, resultantes das parcerias
nacionais e com o projeto de internacionalização. Portanto, temos
gabinetes de projeto, cooperamos
com organismos de empreendedorismo e temos hoje duas cartas
Erasmus que nos permitem concorrer a projetos financiados pela Comunidade Europeia em programas
internacionais”.
Questionada sobre o futuro da
instituição, revela que este irá passar por “uma ampla reestruturação
orgânica e que o intuito é responder
a algo que ainda não foi feito e que
tem que ver com o financiamento
da instituição”. Nestas quase três
décadas, a fonte de financiamento
do IESF “foram essencialmente
as propinas dos estudantes” e, na
ótica da nossa interlocutora, “hoje
essa não é uma forma viável de
sobrevivência”. Assim, o objetivo
é “partir com força para projetos e
para serviços”. |
Novembro I 13
Portugal Inovador
A tecnologia de ponta ao
serviço da decoração têxtil
A ArtBor surgiu, oficialmente, no mercado no ano de 1996, na cidade de Fafe. Rui Pinto foi
o impulsionador deste projeto, que atualmente se dedica à importação, comercialização e
suporte técnico de equipamentos e consumíveis para a decoração têxtil.
Tendo já laborado no setor, quando
decidiu criar a Artbor, Rui Pinto focou o
core business da empresa na componente tecnológica com a importação,
comercialização, formação e suporte
técnico de software específico para
criação de desenhos para a industria
de bordados industriais – com o evoluir
e crescimento natural da empresa,
foram adicionados outros produtos e
serviços, como máquinas de bordar e
de corte a laser para têxteis, couros,
madeiras e acrílicos, equipamentos de
impressão direta em têxtil, bem como
os respetivos consumíveis, dando
14 I Novembro
assim uma resposta mais alargada
aos clientes.
Visitando feiras com regularidade, a
Artbor tenta estar dentro das novidades
e das necessidades dos seus clientes,
sendo muitas vezes a primeira empresa a apresentar ao mercado português
as mais recentes tecnologias neste
nicho de mercado.
A inovação acabou por ser o suporte da Artbor nos anos de crise do
setor têxtil, ajustando-se sempre às
necessidades dos clientes. “Optámos
por introduzir novos produtos de forma
a conseguir satisfazer as necessidades
dos nosso clientes. Começámos com
um software muito específico que
criava desenho para bordados; hoje
temos realmente uma panóplia de
produtos e equipamentos que não se
direcionam apenas para a industria
dos bordados, mas para quase toda a
decoração têxtil - não só as confeções,
como também a indústria do calçado
e a indústria automóvel”. Neste último
caso, através da venda de máquinas
de corte a laser e de máquinas de costura para realizar costuras decorativos
em tecidos técnicos.
Rui Pinto assume a intenção de
manter o core business da empresa
assente na decoração têxtil, reiterando,
no entanto, que está aberto a alargar
a sua atuação ao máximo de áreas
possíveis.
Trabalhando de Norte a Sul do
país, 80% do negócio da Artbor está
focalizado na zona norte do país,
sendo que a sua equipa de seis colaboradores atende diariamente todos
os pedidos dos clientes. Em casos
mais complexos os técnicos prestam
assistência ao cliente sempre que for
necessário, através de uma visita às
suas instalações ou, se for suficiente,
através de acompanhamento telefónico.
Há cerca de um ano e meio a Artbor deslocalizou e centralizou toda a
sua logística num só edifício na Zona
Industrial do Socorro, em Fafe. “Foi
uma aposta ganha. Aqui temos todas
as condições operacionais e um showroom que permite apresentar ao cliente
assim que entra na empresa, as mais
recentes novidades do setor”, conclui. |
Portugal Inovador
A importância
de uma boa equipa
Jorge Pinheiro foi de encontro a uma tradição familiar, “Citroenistas” incondicionais, quando
agarrou a oportunidade de se lançar num ramo diferente. Em 2004, adquiriu uma empresa
automóvel, em seu nome, com a sua marca predileta, a Citröen.
Vindo da construção civil e com
conhecimento em vendas, Jorge
Pinheiro contava com a sua experiência comercial. Apoiando-se
“numa equipa espetacular” que o
ajudou em cada decisão, os investimentos necessário foram feitos
para transformar o espaço e fazer
crescer a empresa. “O mercado automóvel sofreu bastante em termos
financeiros e tivemos de reajustar
alguns componentes da estrutura.
Desde 2013 que somámos cerca
de 100 mil euros de investimento,
tanto no aspeto das instalações
como em equipamentos”, explica
Jorge Pinheiro.
Tudo isto é possível com uma
equipa de sete pessoas que está,
desde a primeira hora, a representar
a marca Citröen e que luta por esta
empresa que continua a cativar
novos clientes.
“Podemos vender para qualquer
ponto do país, mas o nosso mercado
é, essencialmente, Fafe e terras de
Basto”, comenta Jorge Pinheiro.
O nosso entrevistado acredita que
deve vender o produto dentro da
própria terra para promover o desenvolvimento do concelho e “contribuir
para o comércio local”. A Citröen tem
uma fábrica em Mangualde, o que
indica outra razão para a escolha
desta marca: “Não podemos deixar
o nosso país de lado e temos de
apostar no que produzimos”.
Para o futuro próximo, o objetivo
“passa por consolidar a parte financeira da empresa, devido aos investimentos feitos e, também distribuir
‘frutos’ aos nossos colaboradores,
pois apoiaram sempre a empresa a
cada passo dado. A Jorge Pinheiro
não sou só eu, esta empresa é formada por toda a equipa que trabalha
para a sua evolução”, completa.
Um ponto interessante referido
pelo nosso entrevistado e que traz
bastante movimento até Fafe é o
Rali e, como parte do setor automóvel, esta empresa reconhece a
importância destes eventos. “Não
vendemos carros no dia do Rali,
mas o importante é que este traga
mais movimento ao concelho. São
sempre boas as apostas que captem
alguma atividade e que cativem as
pessoas a conhecer Fafe, para podermos assim promover os produtos
e as tradições locais” termina.
Dar para receber
Fazendo parte da equipa de Liderança, como presidente do Bni Lusitano, Jorge Pinheiro descreve até
que nível chega a união de um grupo
de empresários. “A ideia surgiu em
2005 em Portugal e no Norte do
país já encontramos 26 grupos que
faturam uma média de 1,2 milhões
por mês”, conta Jorge Pinheiro. A
filosofia do Bni é “dar para receber,
independentemente do que a pessoa ganha, pois apenas interessa
saber o volume de negócios”. Jorge
Pinheiro descreve esta união como
uma experiência fantástica onde se
criam laços de amizade, relações
comerciais e parcerias. |
Novembro I 15
Portugal Inovador
As vossas metas
são o nosso compromisso
Com experiência na área da Comunicação de Marketing e, atendendo à falta de oferta desse
serviço para micro, pequenas e médias empresas, Tiago Ferreira criou a Trust Block, uma
empresa de Marketing e Consultoria, em Vila Nova de Famalicão.
Criada em 2012, a Trust Block
surgiu no mercado com intenção
de colmatar o preconceito de que
“Marketing é coisa de empresa
grande”. Assim, a Trust Block trabalha diariamente para proporcionar
planos estratégicos orientados
para o mercado e adaptados à
dimensão do negócio, que poderá
ir desde um simples café local à
grande empresa de distribuição.
“Numa primeira fase, a aposta
comercial da Trust Block prendeu-se pela localidade de Vila Nova de
Famalicão que, sendo uma zona
com várias empresas de referência,
possibilitou trabalhar de imediato
com projetos bastante ambiciosos”,
inicia Tiago Ferreira, gestor da
empresa. Após um ano aquando
da sua fundação, a empresa sentiu
necessidade de alargar os seus
16 I Novembro
horizontes, abrangendo atualmente
todo o distrito de Braga, Póvoa de
Varzim, Vila do Conde, Amarante,
Mondim de Basto, e até o Algarve.
“Até à atualidade a Trust Block
tem apresentado um crescimento
bastante positivo, atingindo as
várias metas impostas, desde
financeiras a metas de mercado”,
descreve o nosso entrevistado. O
nome “Trust Block”, em português
“Bloco de Confiança”, representa
a íntima ligação que uma empresa
de Marketing deve ter com o seu
cliente, que Tiago Ferreira descreve como “uma relação de sinceridade e humildade, mas também
ambiciosa e objetiva”.
O processo da Trust Block começa pela análise interna da empresa, reconhecendo os problemas
e prosseguindo pela identificação
do nicho de mercado e como atingi-lo. O resultado final será “um plano
de comunicação para garantir que
a empresa chega aos clientes, e
um plano de estratégico para garantir que os satisfaz e acima de
tudo, os mantém”.
Na Trust Block, o trabalho
comercial nunca pára, “porque a
pequena empresa de hoje pode
ser a grande empresa de amanhã”.
Outro fator muito importante é a
sua ligação com a nova era digital
e, para isso, oferecem uma equipa
de técnicos e designer’s 100%
dedicados à gestão de conteúdos
online. “É preciso ser extravagante
e chamar a atenção, criar movimento, dinamismo na marca e ser
falado. Estes são os nossos motes
principais”, explana.
Na Trust Block já se fala de
planos futuros que passam, numa
primeira fase, pela cobertura nacional e posteriormente a envolvência
em projetos europeus.
Referindo um projeto interessante, Tiago Ferreira falou de uma
parceria com a Universidade do
Minho, em que a Trust Block irá
ser responsável de Marketing pela
presença da Instituição na Feira do
Empreendedor no Brasil, evento
este de enorme dimensão. O projeto vai resultar num plano estratégico por forma a dar destaque à
presença da Instituição no evento. |
Portugal Inovador
Novembro I 17
Portugal Inovador
As melhores soluções
para higiene e manutenção
A Norkeme tem uma história recente, mas sempre definida por uma clara dinâmica de
crescimento.
higiene e segurança no trabalho. É
outra questão relativamente à qual
Daniel Magalhães alimenta perspetivas de expansão, nomeadamente através da prestação direta
deste serviço pela sua empresa.
Sucesso em
contraciclo
Esta empresa fafense, iniciada
em 2006 por Daniel Magalhães,
dedica-se à comercialização de
todo o tipo de produtos nas referidas áreas e está vocacionada
para servir todos os setores do comércio e indústria. Neste momento, tem cerca de 300 referências
em armazém e 800 em catálogo,
incluindo detergentes industriais,
acessórios de limpeza, vestuário
de trabalho e todos os equipamentos necessários em conformidade
com a legislação em vigor.
“O que temos é tudo de marca
própria e damos prioridade ao produto português”, frisa o responsá-
18 I Novembro
vel, explicando que, dessa oferta,
apenas uma percentagem de “2
ou 3% não é de origem nacional”.
A estrutura com que a Norkeme
suporta esta presença no mercado é composta por um espaço de
armazenagem com 100m2, quatro
colaboradores e quatro veículos
de distribuição. Porém, o plano
a curto prazo passa por expandir
as instalações para 480 m2 e um
pequeno aumento na equipa e no
conjunto de viaturas.
É também de referir que a Norkeme mantém uma parceria com
uma empresa ligada ao HACCP, no
âmbito da prestação de serviços de
Nos últimos três anos, o ritmo
de crescimento tem sido notável apesar das contrariedades
iniciais: “Em 2010, faturámos 1
milhão e meio de euros. Trabalhávamos muito com instituições
públicas mas, entretanto, fomos
obrigados a reduzir na sequência
dos cortes de verbas por parte
destas entidades. O ano seguinte
foi complicado mas conseguimos
chegar a novos parceiros e a
partir daí demos um salto”. Concretamente, a subida na faturação
de ano para ano tem estado na
ordem dos 35 a 40%. Para 2014,
a previsão de Daniel Magalhães
aponta também para que este
período seja concluído com um
acréscimo de equivalente face ao
ano anterior. Estes índices justificam os já mencionados planos de
alargamento e justificam também
que a Norkeme, que tem vindo a
atuar nos distritos de Braga, Viana do Castelo, Porto e Vila Real,
assuma como objetivo “chegar a
outras regiões do país”. |
Portugal Inovador
Uma empresa em família
Com 77 anos, António Augusto Leite, orgulhoso, continua a marcar presença na empresa
que criou há 28 anos, agora entregue aos seus filhos. O excelente trabalho desempenhado
por António Leite ficou incutido na filosofia da firma.
Com 28 anos, a Cozinhas PL
começou por ser uma pequena
empresa que funcionava na garagem de António Augusto Leite.
Emigrante português, o proprietário esteve cerca de 23 anos a
trabalhar em França, no setor de
construção de cozinhas. Quando decidiu voltar para Portugal
manteve-se no mesmo sector,
através da realização de alguns
trabalhos para amigos. As recomendações iam surgindo, assim
como os clientes.
Alguns anos depois, os seus
filhos, Rafael e Nicolas Leite,
integram a empresa com o intuito
de ajudar o pai. Nessa altura, a
Cozinhas PL tinha apenas quatro
funcionários e todo o processo
de criação e produção era realizado internamente. “Quando o
meu pai foi preparando a entrada
na reforma, eu e o meu irmão,
ficamos responsáveis pela empresa”, conta Rafael Leite, “mas
ainda hoje vem ajudar-nos”.
Sem nunca esquecer o cariz
familiar com que foi construída,
a Cozinhas PL foi crescendo em
espaço e em recursos humanos.
Há dois anos, mudou de instalações para uma fábrica, capaz
de albergar mais máquinas,
contando atualmente com cerca
de 15 funcionários. “No início, o
nosso pai até se comoveu. Era
estranho para ele não ouvir o
barulho das máquinas em casa
e o cheiro a madeira”.
Também os funcionários acabam por se integrar nesta família.
O gosto e a dedicação de Rafael
e Nicolas Leite contagia quem
com eles trabalha, assim como,
os seus clientes. “Quando uma
pessoa gosta do que faz, pode
estar várias horas a falar disso
com os clientes”, explica Rafael
Leite. Os colaboradores externos
à empresa, que recebem formação para a construção de cozinhas ou que se encontram na
vertente comercial, também não
ficam indiferentes a esta paixão.
A marca da Cozinhas PL é
representada por duas lojas,
uma em Fafe que pertence a
Rafael e Nicolas Leite e uma em
Paris, em franchising, do irmão.
A empresa faz-se representar
noutros países através de outros
parceiros. No mercado nacional,
a Cozinhas PL está dirigida para
o público particular enquanto
que no mercado estrangeiro está
mais direcionada para a revenda
dos seus produtos. “O mercado
empresarial português é muito
perigoso, mas a nível particular
temos bastantes clientes, de
Norte a Sul”.
Os entrevistados estão neste
momento a apostar em feiras
internacionais. Desde abril, e até
ao momento, já passaram por
Luxemburgo, Bordéus e Toulouse. Em breve, irão participar em
mais três: Lyon, Lausane e Paris.
“As feiras servem para divulgar
o nosso trabalho e têm tido bons
resultados”, explicam.
A qualidade do produto e a rapidez de resposta foram sempre
os pontos-chave do serviço que
prestam. Os proprietários contam que “a forma como tentam
ajudar o cliente e aconselhá-lo”
é também uma característica que
distingue a Cozinhas PL.
Nos próximos anos, Rafael e
Nicolas Leite pretendem ainda
começar a comercializar os seus
produtos na Bélgica e conquistar
outros países. No entanto, avançar com precaução, mantendo
sólido aquilo que conquistaram
até hoje, é essencial. |
Novembro I 19
Portugal Inovador
Vinho verde de excelência
Utilizando as castas mais indicadas, os vinhos Casal de Morgade têm-se apresentado nos
últimos anos num melhoramento contínuo.
A tradição já vem de família.
Manuel Afonso, responsável, conta
que se faziam engarrafamentos
no tempo do pai, mas que durante
muitos anos apenas se vendia a
granel. A aposta em voltar ao engarrafamento teve lugar há cerca de
uma dúzia de anos. “Nessa altura,
muni-me de um bom enólogo, para
começarmos a dar andamento a um
vinho mais trabalhado e com maior
sofisticação”, refere. Ano após ano
os vinhos Casal de Morgade foram
melhorando e, ao fim de quatro
anos, começaram a ser premiados.
Atualmente, este projeto vinícola, instalado em Arco de Baúlhe,
desenvolve uma produção anual
de 50 mil garrafas. Os vinhos com
que marca presença no mercado
são quatro: dois brancos, um tinto
e um rosé. Para os brancos são
utilizadas as castas azal e arinto,
20 I Novembro
para o tinto a casta vinhão, sendo
que o rosé é um derivado desta
última com azal. “Nesta zona, estas
são as castas de excelência para
obtermos um bom vinho e com elas
que iremos continuar a trabalhar”,
comenta - trabalho esse para o qual
conta com um espaço total de 12
hectares de vinha, localizados nas
encostas do Rio Tâmega. A propósito, uma expetativa para breve é o
alargamento para mais uma vinha,
com seis hectares.
Sobre a sub-região em que é
criado este vinho, Manuel Afonso
não tem dúvidas em considerar
que “é das melhores zonas para a
produção de vinho verde, com bom
solo e com um clima muito específico”. A juntar às condições de excelência para a produção do vinho,
encontra-se aqui uma gastronomia
que o complementa da melhor forma: “Há todo um vinho excelente
para acompanhar a gastronomia
local, que é boa e variada. Para
o vinho branco, temos as carnes
brancas, o peixe ou o marisco. Para
o tinto, temos o javali, o cabrito, rojões e toda essa panóplia de coisas
que são boas de acompanhar com
o tinto. Aconselho toda a gente a vir
cá, porque temos bons restaurantes
onde podem comer bem e beber um
bom vinho”.
Da região de Basto para outros
horizontes, os vinhos Casal de
Morgade já chegaram, inclusive,
a países como França ou Suiça. |
Portugal Inovador
“Construímos o seu espaço,
dialogando sobre os seus sonhos”
Pormenor foi a designação adotada por Nuno Lima Leite para
identificar o seu gabinete de arquitetura, sediado na cidade de
Cabeceiras de Basto, desde 2012.
Acabado o seu percurso académico em 2008, desde logo começou a
trabalhar num gabinete de arquitetura
em Celorico de Basto.
Tendo já realizado inúmeros projetos que contemplam desde habitações
unifamiliares construídas de raíz, até
requalificações de espaços públicos
e privados, Nuno Lima Leite é um
profissional que prima por espicaçar o
lado sensorial das suas obras.
“Em construções de habitação
unifamiliar sou muito focado no pormenor com o intuito de que todos os
espaços da casa transmitam sensações”, afirma. Segundo o arquiteto
não se deve descurar espaços como
os corredores, este são elementos
de passagem para outras divisões
da casa e ocupam também um lugar
de destaque na habitação, “devendo
transmitir algo”. É através não só dos
materiais, mas também dos jogos de
luz (direta/indireta) e da exposição de
peças decorativas, que Nuno Lima
Leite trabalha o seu conceito.
“Preocupo-me mais com o interior
da habitação, pois este transmite-se
para o exterior”. Criando sensações,
sempre com base na opinião e gosto
do cliente, Nuno Lima Leite constrói
espaços dinâmicos de bem estar e
conforto que coabitam intimamente
com os habitantes.
Atento ao pormenor – “criar algo,
para transmitir algo” – o arquiteto consegue assim erigir obras únicas, tanto
ao nível da nova construção como da
requalificação de espaços.
Com quatros obras de habitação
em curso, são vários os espaços
comerciais que têm a sua assinatura,
não só em Cabeceiras de Basto, mas
pontualmente um pouco pelo Norte do
país. Tendo em conta a conjuntura económica, Nuno Lima Leite ajusta-se de
forma inteligente ao sonho e ao orçamento do cliente. Utilizando materiais
com uma boa relação qualidade/preço
como a cortiça – apoiando ainda a
indústria nacional e criando ambientes
únicos. A conversa prévia que mantém
com o cliente permite-lhe saber as
linhas que pode seguir: “Quero que me
diga tudo o que gosta. Não quer dizer
que o vá respeitar, mas se souber que
detesta o preto é evidente que não o
vou utilizar”, explica. Tendo como foco
o cliente, Nuno Lima Leite não deixa de
divulgar o slogan que caracteriza o seu
trabalho: “Construímos o seu espaço,
dialogando sobre os seus sonhos”. |
Novembro I 21
Portugal Inovador
Artistas do ferro
Pertencente a Cabeceiras de Basto, concelho na zona Norte do distrito de Braga, a serralharia
“O Bota” é uma empresa que direciona a sua atividade à construção de casas modulares e
estruturas metálicas, com um progressivo volume de faturação.
O início do projeto remonta
ao ano de 2003, altura em que
Eduardo Oliveira – interlocutor e
o responsável –, decidiu fomentar a sua própria empresa de
serralharia depois de um projeto
dentro do mesmo ramo de atividade que partilhou com um dos
seus familiares mais próximos.
Através de um ato de homenagem, Eduardo Oliveira
nomeou a empresa com um dos
apelidos do seu pai. Iniciaram
22 I Novembro
a atividade trabalhando apenas
na construção de pequenos gradeamentos e portas com a utilização apenas do ferro, nicho de
mercado onde atuaram durante,
sensivelmente, dois anos.
Atualmente, as suas infraestruturas localizam-se no Parque
Industrial Olela Basto, após uma
mudança de instalações ocorrida
em 2005, que veio dar resposta às novas necessidades da
empresa: “Entretanto, o nosso
volume de trabalho foi crescendo
e acabamos por sentir necessidade de mais espaço, de modo
a ter outras condições para corresponder a todos os pedidos”,
revelou Eduardo Oliveira.
To d a v i a , e c o m a q u e d a
“abrupta” do setor da construção
civil, o responsável considerou
fulcral arranjar um outro core
business, focando-se, então,
em estruturas metálicas de pavilhões industriais, a cobertura de
edifícios e, essencialmente, na
edificação de casas modulares:
“Tratam-se de infraestruturas
menos dispendiosas, confortáveis, práticas, facilmente movíveis e que ganharam força nos
últimos tempos em termos da
construção”, sublinhou o responsável.
A serralharia “O Bota” também teve em conta a própria
aceção pelos materiais a utilizar,
procurando, especificamente,
vantagens consideráveis: “É
um tipo de telha com clara qualidade, facilmente adaptável e
que reduz substancialmente o
Portugal Inovador
consumo energético”, apontou
Eduardo Oliveira.
Após a definição de estratégias e posicionamento no
mercado, a responsabilidade
sobre cada projeto aumentou
substancialmente – tendo ao
serviço dois engenheiros civis e
um desenhador –, sendo “a ideia
do cliente o mais importante”
para a concretização do projeto:
“Nós damos sempre as nossas
ideias. Conseguimos chegar,
de forma minuciosa, a todos os
pormenores, mas a colaboração
com o cliente é muito importante
no sucesso deste trabalho”, ressalvou Eduardo Oliveira.
No seu todo, são 28 colaboradores a trabalhar em prol do
crescimento da serralharia “O
Bota”, membros que o responsável classificou como humildes, solidários e experientes,
frisando, simultaneamente, que
“leva tempo” para se formarem
bons profissionais serralheiros:
“São necessários dois a três
anos para se tornar um razoável
profissional e a ajuda de um bom
mestre. Aliado a isso, há que ter
gosto pelo que se faz”, apontou,
acrescentando, que “procura-se
sempre tirar o melhor partido dos
ensinamentos diários no seio da
equipa”.
O elevado número de quilómetros de distância dos grandes
centros urbanos não é encarado
como uma barreira para a serra-
lharia “O Bota”. De acordo com
Eduardo Oliveira, têm surgido
obras e projetos “ao longo de
todo o país”, com maior incidência no Grande Porto, Grande
Lisboa e, inclusive, na zona algarvia. Ademais, a internacionalização já foi alcançada, estando,
por esta altura, uma equipa
de seis membros em trabalho
na República Democrática do
Congo, idealizando boas perspetivas: “Estamos confiantes que
nos vamos manter por lá com
outros projetos”, afiançou.
Traçando um “futuro próximo”, o responsável mostrou-se
cauteloso, afirmando “ser difícil
fazer antevisões com esta conjuntura” mas que, afortunadamente, “existe trabalho e outros
projetos” – está em cima da
mesa a obtenção de licença para
remoção de amianto de prédios
devolutos –, desejando, por último, “continuar a ter o mesmo
crescimento de faturação”. |
Novembro I 23
Portugal Inovador
Serviço de urgência
para Cabeceiras de Basto
Medibasto, clínica médica com Serviço de Urgência e Especialidades Médicas, entrou este
mês em funcionamento.
Município situado na zona Norte
do distrito de Braga, com cerca de
16 mil habitantes – tendencialmente idosos –, Cabeceira de Bastos
tem já este mês uma unidade de
saúde dedicada, essencialmente,
a serviços de urgência.
“Temos o objetivo de satisfazer
todas as necessidades do concelho
com valências das quais a região
carece, permitindo que os cidadãos
não tenham que se deslocar às
localidades limítrofes para se socorrer do apoio médico”, começou
por contar Aníbal Lopes, um dos
responsáveis.
Através do Grupo Diasaúde e
24 I Novembro
uma parceria estabelecida com
a Santa Casa da Misericórdia de
Cabeceiras de Basto – que se
colocou “inteiramente à disposição” –, Aníbal Lopes remete para
a importância de uma urgência
qualificada, com valências que
serão uma mais-valia para a região, tais como: Médico Clínica
Geral, Enfermagem, RX, Análises
Clínicas, Ecografias, ECG, OBS
(duas camas para as primeiras necessidades), das 10h00 às 24h00,
contando com todo o material de
apoio a uma Urgência Médica continuou.
Para além dos serviços mencio-
nados, disponibilizará Especialidades Médicas: Cardiologia, Cirurgia
Geral, Cirurgia Vascular, Ginecologia / Obstetrícia, Ortopedia,
Oftalmologia, Otorrinolaringologia,
Urologia, entre outras, bem como
a valência de Fisioterapia e inclusive, fruto da parceria com a Clínica
Laboratorial de Guimarães, de um
conjunto de análises de urgência
que permitirão auxiliar no diagnóstico ou exclusão de situações
emergentes.
A Medibasto vai proceder à
criação de um serviço, dirigida à
população, baseado na criação
de um SEGURO SOCIAL com um
preço acessível, permitindo aos
beneficiários aceder a um conjunto
alargado de serviços com valores
“residuais” (tipo taxa moderadora).
Com este verdadeiro Seguro
Social vamos criar um sistema justo
e alargado numa região carenciada, com necessidades de SAÚDE.
“Houve o cuidado de nos aconselharmos sobre profissionais médicos da região e de os incluir na
nossa equipa. Queremos empregar
pessoas de Basto num serviço totalmente dedicado à região.”
O responsável afiançou que,
no futuro, será fundamental a
proximidade entre a equipa de
profissionais e os utentes de modo
a atingir o sucesso desejado num
projeto inteiramente “local”. |
Portugal Inovador
Experiência e tradição ao
serviço da agricultura
A Casa Agrícola do Arco com um historial de cerca de 40 anos, tendo vindo a conquistar a
confiança dos produtores agrícolasda região de Basto.
“Esta é uma empresa do tipo
familiar que foi passando de geração em geração, iniciando com uma
mercearia, café, rações e adubos.
Gradualmente desenvolveu-se
e especializou-se mais na parte
agrícola culminando no estabelecimento da Casa Agrícola Arco, há 12
anos”, inicia o atual gerente, Pedro
Teixeira. Deste modo, o dia-a-dia
desta empresa de Arco de Baúlhe
passa pela divulgação, acompanhamento/apoio técnico e venda
dos respetivos produtos agrícolas.
O espaço de armazém, com
área coberta de 1000 m2, permite
o fornecimento imediato de uma
grande variedade de produtos
como adubos, rações, fitofármacos, sementes, cereais, videiras,
arame e postes para a instalação
de vinhas. Dentro desta oferta, são
ainda de referir os produtos para a
agricultura biológica, uma tendência em crescimento que a empresa
não tem deixado de acompanhar.
As instalações da Casa Agrícola
completam-se também com um
espaço de loja, com cerca de 250
m2 situada no centro vila de Arco
de Baúlhe.
Pedro Teixeira, formado em
Engenharia Agrícola, junta esta
componente de comercialização à
liderança de uma equipa de sete
profissionais responsáveis e habilitados para um competente trabalho
de aconselhamento ao agricultor.
Esta gama de serviços contempla
o apoio técnico, análises ao solo,
análises foliares e análises de vinhos que se foca, essencialmente,
na região de Basto (Cabeceiras,
Celorico, Mondim e Ribeira de
Pena), sendo representante e
distribuidor de várias marcas reconhecidas como a Sapec, Syngenta
(fitofármacos), Cadubal, ADP (adubos) e Provimi (rações).
“Outrora a agricultura era de
necessidade e todos tinham uma
parcela de cultivo. Entretanto, com
a reforma da PAC houve pessoas
que foram incentivadas a não
produzir, o emparcelamento e o
redimensionamento das explorações agrícolas, grande objetivo
das políticas agrícolas não teve
grande efeito prático. No entanto,
passada esta fase crítica, com a
conscencialização por parte dos
nossos governantes da extrema
importância da nossa agricultura
para um desenvolvimento sustentado, e apoiados num novo quadro
comunitário de ajudas, parece que
as pessoas estão a voltar à terra.
Predominam ainda a policultura
como hortas familiares e a floresta,
mas já começam a ser salpicadas
por parcelas de vinha contínua cuja
média ainda que baixa, conferem
à paisagem algumas tonalidades
diferentes que indiciam algumas
mudanças. Também se verifica um
novo perfil de operadores, como
pequenos grupos que começam
agora a produzir frutos vermelhos,
a apostar na floresta, ou a articular
a agricultura com o turismo.
Este perfil aponta para um agricultor mais consciencializado sobre
os aspetos técnicos da atividade,
face ao qual a Casa Agrícola do
Arco está disposta a desempenhar
um papel importante na procura das
soluções indicadas. Neste cenário,
as expetativas para a sua continuidade passam por “aprimorar
este trabalho, acompanhando este
crescimento do setor e incrementar
a atividade tanto na região de Basto
como nos concelhos limítrofes”,
conclui. |
Novembro I 25
Portugal Inovador
26 I Novembro
Portugal Inovador
Região das
Beiras
Novembro I 27
Portugal Inovador
“Não emigres.
Migra para Idanha”
Estivemos à conversa com Armindo Jacinto, presidente da Câmara Municipal de Idanha a
Nova, com vista a percebermos melhor a realidade deste concelho do distrito de Castelo
Branco.
A campanha “Não emigres.
Migra para Idanha” tem como objetivo “inverter a atual tendência
de emigração dos portugueses e
divulgar os programas de apoio
para os jovens empreendedores
da região”, começa por explicar
Armindo Jacinto. Numa região
com baixa densidade populacional e com um despovoamento
significativo, o autarca explica
que não vê esta situação como
“uma desgraça mas sim como
uma oportunidade”. O concelho
apresenta, atualmente, 6.8 habitantes por quilómetro quadrado.
No entendimento do representante deste município, “o
mundo rural em Portugal é um
espaço de oportunidade para a
gente jovem e qualificada, quer
para os que aqui vivem, quer
para aqueles que possam vir
28 I Novembro
para cá desenvolver o seu projeto de vida profissional e também o seu projeto de vida com
as suas famílias”. Sintetizando,
“aqui podem ter qualidade de
vida”.
Apesar das dificuldades, o
presidente acredita no trabalho desenvolvido até aqui pela
autarquia: “Nestes últimos 25
anos, conseguimos uma coesão territorial impressionante.
Conseguimos ter um território
que está hoje bem dotado de
infraestruturas viárias, espaços
sociais e culturais”, ressalvando que o grande desafio passa
por conseguir reforçar a coesão
económica e social.
Fazendo face a este desafio,
os programas de apoio lançados
pela autarquia primam pela criação de riqueza e emprego, e se-
gundo o nosso interlocutor é isso
que “levará a que as pessoas se
possam fixar no concelho, acompanhados de uma boa oferta da
educação, saúde e habitação
que proporcione à população
os elementos de que todos nós
precisamos”.
Neste sentido, procedeu à
criação, em 2012, de uma Incubadora de Empresas de Base
Rural, que apoia jovens que
queiram dedicar-se à agricultura,
oferecendo-lhes alguns hectares
para que estes possam lançar o
seu projecto agrícola, em terrenos que o Estado até aqui tinha
ao abandono.
“Temos neste momento 50
novos projetos e todos têm o
objetivo de aliar a inovação à tradição. Queremos que os jovens
dinamizem a região”, sublinhou
o autarca.
Para além da Incubadora de
Base Rural criamos a Incubadora
de Indústrias Criativas e a Incubadora de serviços para outras
atividades, como o turismo e a
economia verde. O Município de
Idanha-a-Nova possui também o
Centro Logístico Agroalimentar,
que inclui a central hortofrutícola, no Ladoeiro, onde, numa
área coberta de dez mil metros
quadrados, as empresas podem
fixar-se e transformar os produtos hortícolas, frutícolas e de
origem animal, como o queijo
ou as próprias carnes de caprinos, bovinos e ovinos. “A nossa
preocupação tem sido qualificar
estes produtos, criar marcas de
produtos com um aspecto diferenciador e depois encontrarmos
circuitos comerciais para estes
produtos”, conclui. |
Portugal Inovador
Novembro I 29
Portugal Inovador
“O Fundão está claramente
valorizado no exterior”
A Companhia Industrial de Materiais Duros (CIMD) assume-se como um dos maiores
empregadores da região, através do cluster que integra, exercendo responsabilidade social
e profissional na região.
Originária de França, a Companhia Industrial de Materiais Duros,
SA tomou a decisão de aumentar
a sua abrangência de mercado
criando uma unidade industrial no
Parque Industrial do Fundão, na
década de 90.
Pertencendo a um setor “muito
restrito”, a CIMD procurou mão-de-obra “barata” para fabrico de relojoaria e componentes – estratégia
criada pela concorrência “feroz”
do relógio digital proveniente do
Japão – mas, atualmente, o panorama converteu-se radicalmente,
após decisão do Grupo IMI o qual
integram.
Carlos Morgadinho, responsável, começou por revelar o processo
30 I Novembro
reestruturante feito na CIMD que
originou maior presença no Fundão: “Desenvolveu-se um novo
produto que diversificou a empresa,
combinando com a alteração dos
objetivos propostos com vista à
autonomia. Havendo margem de
liberdade, mas respeitando o plano
delineado pelo Grupo, tomamos as
nossas iniciativas”, apontou.
Após a reestruturação, os resultados evidenciaram-se. A equipa
de 35 colaboradores existente até
então quase que quadruplicou,
contabilizando-se agora um total de
160. Todavia, esse aumento levou
ao incremento da formação profissional numa área “sofisticada”.
Para Carlos Morgadinho, a Câmara
Municipal do Fundão teve um papel
decisivo: “Defendemos que uma
formação através de um organismo
externo, sendo um pré-filtro, dá-nos
possibilidades de empregar as pessoas com tranquilidade. Compreenderam as nossas necessidades e
verificamos que é diferente receber
esses jovens”, sublinhou.
Hoje, o Fundão não é apenas
procurado pelo preço da mão-de-obra, mas também pela competência existente: “A procura deste
mercado é muito intensa na Suíça.
Os custos globais, a qualidade da
formação e a capacidade intelectual
correspondem completamente às
nossas necessidades”, confessou
Carlos Morgadinho, partilhando
também que dez colaboradores
já foram chamados por empresas
suíças.
Socialmente, a Companhia
Industrial de Materiais Duros, SA
promove a sua solidariedade para
com a região - através do apoio a
coletividades e associações regionais, eventos, órgãos de comunicação - de forma a mostrarem-se
“presentes”.
Projetando o ano de 2015,
Carlos Morgadinho assumiu que
o crescimento vai atingir os cinco
milhões de euros, convergindo com
a mudança de instalações para um
novo pavilhão, através de mais uma
parceria com a Câmara Municipal. |
Portugal Inovador
Crescente influência
Dois anos após o primeiro contato, procurámos conhecer o panorama atual da J3LP, filial do
Grupo J3L, direcionada para a comercialização de artigos para marcas de luxo, empregando,
de momento, 190 pessoas.
Recuando a 2005, época em
que a J3LP se instalou em Portugal,
a empresa originária de França
principiou a sua atividade de polimento de pequenas peças luxuosas
com uma equipa de nove colaboradores. O crescimento, esse, foi
sendo gradual e, entre 2009 e 2011
– época que se verificou um crescimento exponencial –, deu-se a
troca necessária de infraestruturas,
tal o volume de produção, atingindo
no final desse espaço de tempo os
atuais 190 colaboradores: “O nosso
cliente tem tido volume de negócios
sustentados e nós, naturalmente,
temos que acompanhar essa evolução”, apontou Paulo Nobre, diretor
geral da filial portuguesa.
Qualificando os seus funcionários como “verdadeiros artistas” e
reforçando a ideia de que o polimento “é uma arte”, sendo precisos
“quatro a cinco anos para formar
um bom polidor”, o responsável
pela J3LP chamou a atenção para
a formação direcionada a este setor
“específico” que tem dado resposta
à vaga de desemprego que cobriu
a região: “O principal problema é
esse, mas têm-se verificado alguns
desenvolvimentos com vista ao
arranque de formações em CNC’s”,
ressalvou Paulo Nobre, adiantando
que “as empresas estão cientes
de um papel mais ativo por parte
da Escola Profissional do Fundão”.
O modus operandi das empresas pertencentes a este cluster está
talhado para “responder a timings
muito apertados”. Concretizando
essa tarefa, o suporte dado pela
J3LP ao Grupo é “deveras importante”, atuando também como força
viva na promoção do Fundão: “Colocamos o nome da região no mapa
da relojoaria e do polimento. Hoje
os clientes do Grupo já ouviram
falar de nós”, garantiu Paulo Nobre.
Já se passaram quase 10 anos
desde que a J3LP se instalou na
Beira Interior do país. Desde então,
as mudanças foram-se sucedendo.
De forma direta ou indireta, a J3LP
trouxe benefícios a todo o tipo
de serviços existentes, inclusive
ao tecido empresarial, além do
nível de empregabilidade: “50%
das pessoas que trabalhavam
nas empresas têxteis foram empregadas aqui”, continuou. Além
disso, o responsável acrescentou
que a empresa envolve-se junto
da própria comunidade, apoiando
associações e clubes desportivos,
“tendo um peso importante na economia local”.
Traçando um futuro próximo,
Paulo Nobre perspetivou um volume de negócios na ordem dos
cinco milhões em 2015, estimando
atingir os 220 colaboradores com
a abertura de novas instalações. |
Novembro I 31
Portugal Inovador
Aposta no Interior
A Sipolux marca presença no Fundão e dedica-se ao polimento de artigos metálicos de luxo,
dedicando-se ao desenvolvimento da região, através da qualificação de mão-de-obra.
Em Portugal há quase 10 anos,
a Sipolux é uma filial pertencente ao
Grupo francês Silvant. “Trabalhamos toda a parte produtiva, ou seja,
somos os profissionais do polimento de peças de luxo como joalharia,
bijuteria e relojoaria para as mais
conceituadas marcas francesas e
suíças”, inicia a gerência. Partindo
de uma reduzida mão-de-obra que
existia no Fundão, a Sipolux criou
as suas raízes, evoluindo de uma
empresa com 15 pessoas para
outra com 70.
Quando se mudaram de Alcaria
para o Fundão, em 2011, o crescimento foi extraordinário, tanto nos
recursos humanos, como na quota
de produção, nos equipamentos e
na própria estrutura da empresa.
A experiência é fundamental
neste ramo sendo verdadeiramente
difícil encontrar alguém com for-
32 I Novembro
mação específica na área. Assim,
a Sipolux tem que se encarregar
de fornecer esse conhecimento: “É
um período extremamente longo,
que pode prolongar-se até cinco
anos. É complicado para uma empresa gerir este encargo, mas é
o meio de conseguirmos dotar o
profissional inexperiente de toda a
capacidade e a técnica necessárias
para manusear todos os produtos
e equipamentos do ramo”, indica a
gerência.
Esta componente é de extrema
importância para a Sipolux, que
está a ser apoiada nesse sentido
pela Câmara Municipal, pela CIMT,
pelo IEFP e pelo Centro de Formação, que está a ser criado em torno
do ramo. Este facto é excelente
para o desenvolvimento do setor,
principalmente pela componente de
formação em contexto de trabalho,
inserida no curso, e que fornece
aos jovens as ferramentas práticas
necessárias.
Ao trabalhar em conjunto com
diversas entidades para a fomentação e crescimento da região, já são
notáveis as mudanças em termos
qualitativos da mão-de-obra. Este
fator poderá ser o decisivo para a
implementação de novas empresas estrangeiras no Fundão. “Este
cluster é fulcral para a valorização
do Fundão. Já passámos a barreira
das 800 pessoas que trabalham
neste ramo e toda a economia que
gira em torno desta atividade tem
evoluído bastante”, termina.
A Sipolux é uma empresa aberta
e trabalha em prol do concelho e da
região, tanto em termos económicos como sociais. Hoje, já têm estrutura para aumentar a capacidade
de produção e falta dar o próximo
passo no projeto de expansão. No
final de 2015 vão conseguir dar
esse salto enorme na capacidade
de produção e também a nível de
recursos humanos e, talvez, “até
receber outras fases de produção
que o Grupo necessita”. |
Portugal Inovador
Exportar design
A Detalhes e Design, empresa instalada em Castelo Branco, tem-se afirmado como um
exemplo de internacionalização bem-sucedida na área do design de interiores.
Este projeto do casal Andrea
Malta e Nuno Vaz comemora o
seu 15º aniversário. Após terem
dado início ao negócio com “um
espaço pequeno”, deram um grande salto com a criação do espaço
onde estão atualmente presentes,
em 2008. Este espaço, que numa
primeira impressão transmite-nos
logo uma sensação de amplitude,
foi criado inteiramente de raiz e é
aqui que a Detalhes e Design “pode
demonstrar aquilo que pode fazer”.
A instalação em Castelo Branco, de onde são naturais, suscitou
algumas dúvidas iniciais por parte
do público que rapidamente se dissiparam. Esta população, na qual
se verificava em grande medida o
hábito de fazer compras em Lisboa,
mudou um pouco a sua mentalidade graças a empresas como esta.
Hoje em dia, a administração da
Detalhes e Design pode orgulhar-
-se de ter “criado uma situação
inversa”, mediante a qual têm conseguido atingir com grande força
mercados como, precisamente, o
de Lisboa. Mas o dado mais ilustrativo do sucesso desta empresa
está na chegada a destinos muito
menos acessíveis às empresas do
setor, como os PALOP: “Desenvolvemos atualmente uma fatia de
mercado muito grande em Angola
e Moçambique. Trabalhamos também nas ilhas, e tudo isso tem-nos
conferido uma projeção muito simpática, quer em termos de potencial
de trabalho, quer em termos de
estabilidade. Esta exposição fez
com que começássemos a ser convidados também para o desenho
de linhas de mobiliário de algumas
marcas nacionais. Por exemplo,
somos decoradores de uma marca
que marca presença em feiras pelo
Mundo todo”.
Sobre os argumentos com que
se têm conseguido posicionar desta
forma no mercado, Andrea Malta
refere que a sua equipa tem “uma
grande abertura para conseguir
chegar àquilo que o cliente pretende”. Não deixando de haver uma
coerência estética no trabalho da
Detalhes e Design, a capacidade
de adaptação aos gostos de cada
cliente está bem vincada. Um aspeto prático que ajuda a que haja
essa coerência e um toque próprio
da empresa é o facto de desenvolverem projetos assentes em
mobiliário cujo desenho, maioritariamente, é da sua própria autoria,
ao contrário do que acontece com
a maioria dos gabinetes da área.
Num contexto destes, as perspetivas aqui alimentadas não poderiam deixar de ser positivas, sendo
que um objetivo passa por uma
maior presença direta nos mercados europeus. |
Novembro I 33
Portugal Inovador
“A nossa melhor propaganda
são os resultados dos nossos
alunos”
A Escola Secundária Amato Lusitano, em Castelo Branco, está em funcionamento há mais
de cinco décadas. Pauta-se por ser uma escola simultaneamente “inclusiva” e “virada para
a excelência”.
Na sequência da política nacional de criação de agrupamentos,
esta escola é, agora, sede de um
Agrupamento homónimo, que cobre
um universo de alunos que vai do
pré – escolar ao Ensino Secundário.
São cerca de 2000 os alunos que
compõem este conjunto, estando
800 a frequentar a escola-sede. O
corpo docente é constituído por 200
professores no total e 120 ensinam
na Amato Lusitano.
“Temos grandes dificuldades em
ter aqui todos os alunos que nos
procuram”, lamenta o diretor João
Belém, sendo que, ao mesmo tempo, este não pode deixar de ser um
34 I Novembro
motivo de congratulação. A escola
é uma referência na região, com
altos índices de aproveitamento,
um forte historial de atribuição de
prémios aos seus alunos e uma
forma de estar exemplar no âmbito
da inclusão.
A percentagem de alunos a
frequentar os cursos Científico-Humanísticos (na oferta da escola, estão contempladas a área
Científico-Tecnológica, Socioeconómica e as Artes) que chega ao
Ensino Superior é de 90%. Também
cerca de um quarto dos alunos do
Ensino Profissional acaba por optar por esta via. Esta vertente está
distribuída pelos cursos de Multimédia, Gestão e Programação de
Sistemas Informáticos, Mecatrónica
e Apoio à Gestão Desportiva e a
escola tem desenvolvido parcerias
com as instituições de Ensino Superior da região.
O reconhecimento da preparação destes alunos não se esgota na
parte curricular. Recentemente, um
aluno da Amato Lusitano recebeu
o Prémio da Geração Euro das
mãos de Mario Draghi. Também no
Concurso Jovens Cientistas, esta
foi a escola que arrecadou a maior
quantidade de prémios e colocou
dez equipas na final. O trabalho
desenvolvido no campo das artes
tem, igualmente, merecido “alguns
prémios excecionais”.
O caráter inclusivo é também,
como já referido, uma forte preocupação. “Somos uma escola
inclusiva no verdadeiro sentido da
palavra e não no papel”, declara o
diretor. Neste momento, são cerca
de 130 os alunos com necessidades educativas especiais e são
alguns os exemplos daqueles que
concluíram o 12º dentro do Ensino
Especial. “Aqui, os alunos aceitam
muito bem a questão da inclusão e
da diferença”, considera.
Concluíndo, João Belém aproveita para se manifestar quanto à
necessidade de se “investir mais
na educação” e quanto ao “excesso
de alunos por turma”: “É lamentável
termos de aumentar o número de
alunos por turma. Isso compromete
bastante a qualidade do ensino e
penso que todos os professores
a nível nacional me acompanham
neste lamento”. |
Portugal Inovador
Novembro I 35
Portugal Inovador
“Os pais podem escolher a
escola dos seus filhos”
O Externato Capitão Santiago de Carvalho, instalado em Alpedrinha, concelho do Fundão,
nasceu em 1968 com o intuito de colmatar as necessidades de instrução da comunidade local.
A instituição é frequentada por
cerca de duas centenas de alunos,
do 5º ao 12º ano, e conta com 20
professores. Apesar de funcionar
num contexto difícil, muito afetado
pela interioridade, tem desenvolvido
um trabalho que sente ser “muito
apreciado quer pela população quer
a nível dos rankings”. Com uma
percentagem de 60% de alunos a
beneficiarem de apoios estatais, o
Externato confronta-se diariamente
com as necessidades de “uma comunidade carenciada e com poucas
expetativas em relação ao futuro”.
Assim, a política com que lhes tem
dado resposta é descrita sucintamente: “Fazer com que o Externato
vá para a frente com o intuito de que
a comunidade vá para a frente”.
Concretizando, as preocupações pedagógicas desta instituição
incidem prioritariamente em aspetos
como a literacia e o espírito crítico, o
que se reflete numa particularidade
a nível curricular como a inserção
da Filosofia para crianças, no 5º
ano. “Estamos a falar de uma idade
muito importante, em que os miúdos
estão muito recetivos e abertos, e,
com o tempo, isto faz com que se
36 I Novembro
vá notando alguma autonomia de
pensamento e atitude”, explica, o
que não será alheio ao “excelente
reconhecimento que os seus ex-alunos têm tido nas universidades
para onde vão”. Com o objetivo
simultâneo de canalizá-los para as
suas respetivas vocações desportivas, intelectuais ou artísticas, o
Externato também apresenta um
amplo leque de clubes, como os de
Judo, Xadrez, Jornalismo, Rádio,
Teatro ou Música.
Pese embora tudo isto, a direção do Externato não deixa de
manifestar uma forte apreensão
face aos constrangimentos que lhe
são colocados pelo setor público.
Os exemplos aqui são diversos.
No que respeita à oferta educativa,
recentemente foi-lhe negada a
abertura do curso profissional de
Viticultura, área considerada prioridade nacional para a qual esta foi a
única escola do distrito de Castelo
Branco a oferecer-se: “Porque razão o Estado sentiu necessidade
de proibir a abertura destes cursos
nos estabelecimentos particulares
e de promover a sua abertura nas
escolas estatais?”.
A acompanhar isto, António Alberto Santiago nota haver pressões
visando que os pais optem por matricular os seus filhos nas suas unidades em detrimento do Externato.
“Temos um historial de mais de 20
anos de atividades com os alunos
do primeiro ciclo das escolas locais,
na área da leitura, da música e do
inglês. Para nossa surpresa, essas
escolas não foram autorizadas a
integrar essas atividades conjuntas.
Isto parece atentar contra o bem
dos alunos e condicionar à partida
a livre escolha do estabelecimento
de ensino a frequentar”, aponta.
Concluíndo, o nosso interlocutor
deixa a “mensagem nacional” de
que “a decisão sobre o futuro e a
educação dos filhos cabe unicamente aos pais” e que “qualquer
um que esteja cansado dos grandes centros e preocupado com o
futuro e com a educação dos seus
filhos está convidado a vir para
Alpedrinha, onde tem uma escola
fantástica, podendo usufruir de um
ensino da melhor qualidade”. |
Portugal Inovador
Novembro I 37
Portugal Inovador
“Uma escola para todos, um
percurso para cada um”
Este lema sintetiza o trabalho que diariamente é desenvolvido na Escola Secundária Campos
Melo junto dos seus alunos.
Instituída em 1884, na Covilhã, o
propósito inicial desta escola estava
relacionado com a necessidade de
formar técnicos para a indústria
têxtil local. Evoluindo logo desde
essa altura, a oferta educativa foi
alargando à medida das necessidades do mercado empresarial,
para as áreas de Eletricidade, Contabilidade e Mecânica. A formação
profissional esteve sempre ligada à
identidade desta escola.
Atualmente, a Campos Melo
apresenta a maior diversidade de
oferta educativa no distrito. “Queremos ser uma escola inclusiva e
abrangente; que os alunos sejam
aqui recebidos e que lhes seja proporcionada a oferta educativa para
a qual eles têm perfil, articulando-a
também com as necessidades da
comunidade”, sublinha a diretora,
Isabel Fael. Assim, no âmbito dos
cursos científico-humanísticos,
esta oferta contempla a área das
Ciências e Tecnologias, Línguas e
Humanidades e Artes Visuais e a
via profissionalizante inclui, neste
38 I Novembro
momento, os cursos de Técnico
Auxiliar de Saúde, Técnico de Comércio, Técnico de Receção, Técnico de Coordenação e Produção
de Moda, Técnico de Organização
e Gestão de Eventos, Técnico de
Gestão de Equipamentos Informáticos, Técnico de Mecatrónica,
Técnico de Eletrónica, Automação
e Computadores, Técnico de Desenho de Mobiliário e Técnico de
Manutenção Industrial, na variante
de Eletromecânica. A formação
para adultos tem igualmente merecido uma forte atenção, através
da parceria com o estabelecimento
prisional local e a criação do CQEP:
“Procuramos fazer o melhor para
que a nossa população possa
evoluir. A taxa de conclusão do Ensino Secundário na região é baixa
comparativamente à nacional e
queremos que as pessoas, que têm
esta perceção de que a educação
ao longo da vida é importante, possam encontrar aqui uma resposta
aos seus anseios de melhorar a
sua qualificação académica e à sua
perspetiva de progressão ao longo
da vida”.
“Há mais vida para além
das aulas”
A relação da Campos Melo com
os seus alunos não se esgota,
contudo, na vertente curricular. A
máxima acima referida traduz-se,
por isso, numa ampla diversidade
de clubes e projetos, nos quais esta
comunidade estudantil se pode integrar. A nossa interlocutora chama a
atenção para “a aposta clara numa
formação para a cidadania que
aqui é feita, para além da formação
científica e tecnológica que também
se quer muito estruturada, assente
num rigoroso e exigente trabalho
personalizado”. Concretizando, deixa clara a intenção de “proporcionar
aos alunos o máximo número de experiências possível para a sua formação enquanto cidadãos ativos,
interventivos e empreendedores”,
a qual se aplica, designadamente,
em clubes premiados nacional e
internacionalmente como os de ho-
Portugal Inovador
lografia, biotecnologia ou robótica,
ou nas atividades de voluntariado
desenvolvidas a nível local, que
têm criado “laços de proximidade
e uma maior atenção ao próximo”.
Realça, ainda, os projetos de intervenção artística que têm beneficiado o Hospital Pêro da Covilhã,
o Lar de S. José e diversas outras
entidades e espaços públicos da
cidade, de prevenção do abandono
escolar (premiado pela EPIS) e de
educação para a saúde, de entre
um vasto número de iniciativas que
procuram dar corpo a um Projeto
Educativo que tem vindo a merecer a recetividade da comunidade
educativa e o apreço da Câmara
Municipal que, nas comemorações
do 120º aniversário da instituição
lhe concedeu a Medalha de Ouro de
Mérito Municipal, “pelos relevantes
serviços prestados ao concelho na
área da educação”. A assinatura do
Contrato de Autonomia, em 2013, e
o resultado de Muito Bom obtido em
todos os domínios, na última Avaliação Externa (2014), constituem,
para a diretora, “um reconhecimento pelo trabalho desenvolvido e um
estímulo a prosseguir no rumo da
excelência do serviço educativo”.
Sendo esta uma escola condicionada pela interioridade mas que,
ao mesmo tempo, se propõe a estar
no topo da inovação pedagógica,
Isabel Fael considera que este fator
já não constitui uma “fatalidade”.
“Temos realizado muitas atividades
em termos de viagens e visitas de
estudo, mantemos também muitas
parcerias com vista à Formação em
Contexto de Trabalho e temos equipamentos (como a nossa biblioteca), através dos quais os nossos
alunos podem aceder à informação
que, muitas vezes, não têm em
casa”, explica. É desta forma que
este universo de 800 alunos tem
encontrado “todas as condições
para conseguirem estar no mundo
da melhor forma possível”. |
Novembro I 39
Portugal Inovador
“As colaborações e parcerias
enriquecem a oferta educativa”
Pelo périplo intermunicipal, o presidente do Agrupamento de
Escolas de Idanha-a-Nova, António Salgueiro, partilhou a sua
visão em relação ao papel do ensino no desenvolvimento regional.
É um dos agrupamentos escolares
mais antigos do país – 12 anos de existência e está enquadrado num TEIP
(Território Educativo de Intervenção
Prioritária,) situando-se num concelho
com cerca de 9500 habitantes, pertencente ao distrito de Castelo Branco.
Trata-se de um agrupamento vertical de âmbito concelhio delimita-se
entre Idanha-a-Nova e localidades
limítrofes como Ladoeiro, Zebreira e
Penha Garcia, contabilizando cerca de
800 alunos da educação pré-escolar
e dos ensinos básico e secundário
distribuídos pela EB 2/3 José Silvestre
Ribeiro (escola-sede), quatro escolas
de 1º ciclo do ensino básico e oito
jardim-de-infância.
“Já foi um organismo com mais
estabelecimentos de ensino do que
aqueles que possui atualmente”, introduziu António Salgueiro. O responsável máximo pelo Agrupamento reiterou,
previamente, que as preocupações
“principais” passam por “formar alunos,
através da transmissão de valores e
conhecimento, na busca de se tornarem cidadãos ativos”.
Apesar do decréscimo constante
de jovens a frequentar o ensino,
António Salgueiro reiterou que o
Agrupamento de Escolas de Idanha-a-Nova, desde 2001, tem vindo a
prestar um “grande” contributo na
vertente da qualificação escolar e
profissional da população adulta, com
a criação do RVCC (Reconhecimento,
40 I Novembro
Validação e Certificação Profissional),
posteriormente o Centro Novas Oportunidades e agora o CQEP (Centro de
Qualificação e Ensino o Profissional),
exercendo a sua ação no âmbito da
Comunidade Intermunicipal da Beira
Baixa (concelhos de Idanha-a-Nova,
Castelo Branco, Penamacor e Vila
Velha de Ródão, Oleiros e Proença-a-Nova).
Parceria e formação
“O tempo em que se trabalhava
isolado já lá vai”, afiançou António
Salgueiro, sublinhando que “os professores estão obrigados a dar resposta aos desafios e a desempenhar
múltiplas funções”. Dessa forma, o
Agrupamento de Escolas de Idanha-a-Nova – enquanto TEIP – beneficia,
entre outros, de recursos financeiros
da Administração Central para afetar
à formação contínua de professores,
designadamente em ações no âmbito
da Avaliação das Aprendizagens,
Gestão de Sala de Aula, Pedagogia
Diferenciada, Supervisão Pedagógica,
etc. Neste sentido estabelece parceria
com a Universidade de Évora e o Centro de Formação de Portalegre.
Ademais, o envolvimento dos
alunos em projetos resultantes de um
trabalho de parceria com entidades
e organismos locais, traduz-se num
ganho pedagógico e NO enriquecimento do currículo formal, como é o
caso, entre outros, do projeto “RIOS”
em parceria com o Geopark Naturtejo
e o projeto “Os pequenos Boticários”,
resultado de uma parceria com a empresa do concelho, Aromas do Valado,
e o valioso apoio da autarquia, tendo
conquistado o 1º prémio no concurso
da Fundação Ilídio Pinho, salientado as
vantagens e os ganhos de uma prática
de trabalho colaborativo. |
Portugal Inovador
Nove línguas, mil e
uma oportunidades
O Centro de Línguas Lancaster College é um nobre elemento
na vertente do ensino, atuando em colaboração com diversos
organismos e entidades da Covilhã.
Gertrudes Rocha esteve ligada ao
ensino na sua terra natal durante vários
anos da sua carreira profissional até vir
para Portugal. A sua paixão pelo ensino
fez com que encontrasse o Lancaster
College, uma escola de línguas que
cativou pelo seu conceito e foi lá que
inscreveu a sua filha, ainda pequena,
numa das escolas do grupo em Santa
Maria da Feira.
Após uma década, tomou a decisão de adquirir o Centro de Línguas
Lancaster College na Covilhã, no qual
implementou princípios intrínsecos
à sua metodologia como horários
adequados e flexíveis, carga horária
alargada e um limite máximo de
alunos, reunindo uma equipa jovem,
dinânica: “Sim, pois o processo do
ensino/aprendizagem passa pelas
idiossincrasias e capacidade empática
do professor”, afirmou.
Com 30 anos de história, tem
vindo a desenvolver um trabalho de
vanguarda na Covilhã e região das
Beiras, tendo como base um método de ensino ligado a organismos
internacionais tais como ambridge,
Ministério da Educação Francesa,
Instituto Goethe, Instituto Cervantes e
diversas universidades e embaixadas.
A chegada da nova administração foi
a alteração fundamental para que o
instituto fosse alcançando um nível
de excelencia. “Actualmente é com
grande satisfação que nos podemos
deparar com filhos de antigos alunos
do Lancaster College aprendendo as
variadas línguas nas nossas salas de
aula.”
Hoje, com cerca de uma dezena
de profissionais, várias salas de aula,
um considerável número de alunos –
com idades compreendidas entre os
4 e os 64 anos –,um espaço aprazivel
e acolhedor, tem nove cursos à disposição nomeadamente inglês, francês,
espanhol, alemão, holandês, chinês,
japonês, sueco e norueguês, viagens
anuais ao Reino Unido e aos Estados
Unidos da América e uma série de
ações inovadoras e criativas.
O Lancaster College desde há
muito abriu portas para o mundo e
através de inúmeros protocolos existentes foram estabelecidas parcerias
com a Universidade da Beira Interior,
politécnicos regionais, escolas públicas
e privadas. Fazem também parte da
panóplia de serviços do Centro de
Línguas Lancaster College Covilhã o
departamento de tradução e certificação de documentos, retroversão, revisão, prestação de serviços juridicos,
interpretações em congressos, cursos
técnicos e as próprias certificações
de nível.
Contudo, é notório um distinto
orgulho por parte gestora quando se
pronuncia sobre projetos do instituto.
As aulas de Chinês no Conservatório
Regional de música têm “deixado os
pais e professores bastante orgulhosos”, comentou. O projeto mediado
pela Cruz Vermelha da Covilhã “aulas
de inglês pro bono” para os reclusos do
estabelecimento prisional da Covilhã
reforçam ainda mais a responsabilidade social da entidade – “que está muito
bem e recomenda-se” – na Covilhã e
toda a região. |
Novembro I 41
Portugal Inovador
Reunir sinergias
em torno da região
Criada em 2013, a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa tem como foco principal o
desenvolvimento e valorização de uma das regiões mais envelhecidas da União Europeia.
O trabalho desenvolvido pela
Comunidade Intermunicipal da Beira
Baixa influencia, de múltiplas formas,
cerca de 90 mil habitantes espalhados
por seis municípios – Castelo Branco,
Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor,
Proença-a-Nova e Vila Velha de Rodão – que integraram o organismo
com o intuito de “ajudar a região na
concretização de projetos para o seu
desenvolvimento”, através dos quadros comunitários, tendo em vista “a
prosperidade no panorama nacional”.
João Paulo Catarino, atual presidente, considera que estas comunidades intermunicipais “serão aquilo que
o governo e os autarcas pretenderem
que venham a ser, dependendo das
competências que lhes vierem a ser
42 I Novembro
atribuídas”. O autarca considera que a
implantação das comunidades deveria
ser mais debatida com a sociedade
civil e que o presidente deveria ser
eleito, evoluindo para um modelo de
regionalização.
Debatendo-se, atualmente, com
desafios como a baixa natalidade,
despovoamento e encerramento
de serviços públicos, o responsável
assume “uma posição ativa no combate a essas situações”, reiterando a
importância de parcerias e políticas
concretas que promovam a fixação
de pessoas e que criem condições
de igualdade no acesso aos serviços
públicos e ao emprego.
Classificando como “decisiva” a
correta aplicação dos fundos comuni-
tários, João Paulo Catarino frisou que
o emprego é “vital” e nesse sentido a
aplicação dos fundos do novo quadro
comunitário deverá prever “majorações para as regiões em que os rendimentos per capita são mais baixos
e em que a captação de investimento
privado para a criação de emprego se
torna mais difícil”.
O plano estratégico da região para
o próximo quadro comunitário terá
como linhas mestras o setor do turismo
(com relevo para o Geopark Naturtejo),
agroalimentar – valorizando mercados
que reconheçam o valor de produtos
como o azeite, o vinho e o queijo – e floresta, com destaque para as energias
renováveis, nomeadamente a solar e
a biomassa florestal, além da eólica.
Apoiar a internacionalização das
empresas é um dos objetivos da
Comunidade Intermunicipal, que recentemente reforçou parcerias com a
Câmara de Comércio luso-francesa.
Consciente de que integra as NUTS III
com maior taxa de envelhecimento da
União Europeia, a CIMBB prepara-se
para apresentar o plano estratégico
que servirá de base à aplicação dos
fundos comunitários na região, durante o período de 2014-2020, e que se
espera venha a permitir uma melhoria
significativa na captação de emprego
privado, na valorização dos recursos
endógenos e no aumento significativo
do turismo, com especial foco para
o turismo de saúde e o turismo de
natureza. |
Portugal Inovador
“Um pilar onde todos se
conhecem e apoiam”
As relações e momentos de convívio fomentados em prol dos seus clientes, albergando a
comunidade, tornam o Centro Social Nossa Senhora das Necessidades de Alcaria um nobre
marco ao nível social.
Decorria o ano de 2005 quando
um grupo de Alcarienses iniciou
o projeto de criação da instituição,
contando, além da população,
com o apoio da Câmara Municipal do Fundão e da Junta de
Freguesia de Alcaria, organismos
públicos que “compreenderam
a necessidade de responder às
necessidades da população”.
Designada Instituição Particular de Solidariedade Social em
2006, é declarada Instituição de
Utilidade Pública em 2007, ano em
que concorre ao “Programa Pares
I”, com um projeto para construção da Estrutura Residencial Para
Pessoas Idosas, aprovado no
mesmo ano. Iniciadas as obras em
2008, foram concluídas em 2009,
tendo a resposta social entrado
em funcionamento em janeiro de
2010.
O Centro Social Nossa Senhora das Necessidades de Alcaria
desenvolve a prestação de serviços junto de 70 clientes no âmbito
das respostas socias de Centro de
Dia, Serviço de Apoio Domiciliário
e Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, e para tal conta com
um quadro de pessoal composto
por 30 Colaboradores. Dispõe de
cerca de 300 Associados.
Tratados com a dignidade e
o respeito que merecem, independentemente da idade e/ou
situação de dependência, são os
clientes desta Instituição verdadeiramente felizes, cuidados pela
melhor equipa possível, sustentada no profissionalismo, dedicação
e paixão pelo que diariamente
fazem.
O desafio que se impõe ao
Centro Social Nossa Senhora das
Necessidades de Alcaria passa
por “manter a sustentabilidade
numa época atribulada para várias
instituições”, sendo imperativo
“haver cautelas no futuro”. |
Novembro I 43
Portugal Inovador
Em missão pela
responsabilidade social
Anabela Pinto, provedora, e a sua equipa, desde há dois anos, incumbiram-se de repor à
Santa Casa da Misericórdia de Belmonte a plenitude das suas capacidades, de forma a
corresponder às exigências sociais.
No périplo pelo concelho de Belmonte, um dos distritos de Castelo
Branco, pertencente à sub-região
da Cova da Beira, conversámos
com a atual provedora de uma instituição com nobre responsabilidade
social, desde o século XVII, e que foi
atravessando “diversas alterações”;
estando desde 1980 a funcionar no
atual molde de apoio prestado a idosos e crianças, através das valências
de lar, infantário e apoio ao domicílio.
Seria apenas no início do século
que a Misericórdia viria a ser revitalizada, fruto dos bens que Maria José
Soares deixou a favor da instituição,
para que se fundasse um hospital.
As sucessivas reestruturações e
a oscilação da conjuntura económi-
44 I Novembro
co-financeira originou períodos de
grande conturbação, mas Anabela
Pinto, enquanto responsável direta
pelo futuro da instituição, mostrou-se
ciente das necessidades sociais das
300 pessoas apoiadas, revelando
também envolvimento no Programa
Alimentar das Cantinas Sociais,
transporte escolar, através de uma
parceria com a Câmara Municipal e o
fornecimento de refeições escolares:
“Acarreta enorme responsabilidade,
sabemos disso. A estrutura pesada
e a abrangência de serviço obrigam-nos a um grande esforço. Mas, estamos a unir-nos de forma a reerguer
esta casa”, apontou a provedora.
Anabela Pinto mostrou-se defensora do voluntariado na área social,
adjetivando-o como “importante”,
qualificando, simultaneamente, os
seus 95 colaboradores – com um
serviço de enfermagem 24 horas
diárias – como “altamente capazes”.
Com animação sociocultural
adaptada às fragilidades de cada
utente, a Santa Casa da Misericórdia – maior empregadora da região
– proporciona atividades ligadas
à música, teatro e artes manuais,
criando ambientes “aprazíveis onde
todos se divertem”.
Todavia, Anabela Pinto alertou
para os cuidados a ter com a formação e capacitação dos seus funcionários: “Estamos atentos a esse
pormenor. Não é só a questão de
cansaço físico, mas também a nível
psicológico. Não é propriamente fácil
lidar com pessoas que têm grandes
necessidades e timings muito próprios”, sublinhou a provedora.
Além do papel desenvolvido
socialmente pela Santa Casa da Misericórdia de Belmonte, a instituição
está apetrechada de infraestruturas
– o maior auditório do concelho e
um autocarro de 25 lugares – que
podem servir a população, caso outras entidades assim o necessitem,
mantendo uma posição de “total”
abertura à comunidade: “Somos a
instituição mais ativa da região e
pretendo que continue aberta à comunidade, chegando o mais longe
possível nas mais diversas áreas”,
reiterou Anabela Pinto. |
Portugal Inovador
Garante
da sustentabilidade social
Em colaboração com outras entidades, a Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco
assume, de forma inequívoca, a responsabilidade social “acrescida na atualidade”.
A data da fundação -a exemplo
da maior parte destas instituições-não se encontra esclarecida porém
aponta-se para 1514, ano dado
após a atribuição de um foral por
parte de D. Manuel I.
Previamente, a atual Instituição
era composta por um pequeno
conjunto de confrarias que prestava
cuidados a pessoas com algum tipo
de patologia.
Manuel Duarte Cardoso Martins,
provedor vigente, que está ligado à
Santa Casa da Misericórdia desde
2009 – anteriormente desempenhou funções de tesoureiro e
vice-provedor – iniciou a sua intervenção enumerando os principais
marcos da história cronológica da
Instituição, aludindo a Bartolomeu da Costa, natural de Castelo
Branco – frequentemente tratado
como “frei” mas na realidade foi
cónego e tesoureiro da Sé de Lisboa – caracterizando-o como “uma
pessoa boa, solidária e altamente
interessada em ajudar os mais desprotegidos” e que, após a sua doação dos seus bens á Misericórdia,
permitiu a sustentabilidade de um
hospital durante várias décadas.
Após a estatização do hospital da
Misericórdia também designado por
Hospital Regional de Castelo Branco, no ano de 1977 a Santa Casa
da Misericórdia de Castelo Branco
viu-se obrigada a abarcar novas
valências, direcionadas, então, às
crianças e idosos.
Assumindo “as dificuldades em
gerir uma Instituição com tamanha
dimensão na atual conjuntura que
o país atravessa”, a Santa Casa
da Misericórdia tem uma equipa de
400 funcionários que presta o seu
apoio e cuidado a 1200 pessoas,
apoiando-os através de inúmeras
infraestruturas e respostas sociais,
com uma gestão “fiel aos princípios”, “sem discrepâncias” e “com
um equilíbrio financeiro” baseado
em mensalidades dos utentes, calculadas de acordo com a realidade
de cada pessoa, beneficiando ainda
do apoio do Centro Regional da
Segurança Social, da Câmara Municipal de Castelo Branco e Junta
de Freguesia entre outros.
Consciente da “profundidade
social deste trabalho”, o provedor
esclareceu, todavia, que a motivação profissional surge da “disposi-
ção de cada um”, reiterando que o
voluntariado – vertente social – é
bastante “ativo”, contabilizando
cerca de 50 voluntários.
Em parceria com o IEFP e as
demais Instituições do conselho
ligadas ao ensino, nomeadamente
o Instituto Politécnico de Castelo
Branco no sentido da realização
de estágios profissionais e curriculares nesta área, Manuel Cardoso
Martins sublinhou a necessidade
de mais protocolos para alavancar
“um trabalho realmente exaustivo”,
assumindo, indiscutivelmente, a
“responsabilidade social e a superação de todos os desafios”. |
Valências:
- Quatro estruturas Residenciais
para Pessoas Idosas e
Acamadas;
- Quatro Creches e Jardins de
Infância;
- Três Centros de Dia e de
Convívio;
- Unidade de Cuidados
Continuados;
- Centro de Medicina e de
Reabilitação fisiátrica;
- Serviços de Saúde
24h por dia;
- Serviço de Apoio Domiciliário;
- Emergência Social;
- Cantina Social;
- Apoio Espiritual e Religioso.
Novembro I 45
Portugal Inovador
“Este trabalho
enche-nos de orgulho”
Esmiuçando o panorama intermunicipal da Cova da Beira, Carlos Jerónimo partilhou a sua
visão sobre o trabalho desenvolvido na área social, principalmente, no apoio à terceira idade.
Fundada em 1999, a Associação
de Solidariedade Social de Silvares,
pequena freguesia do concelho do
Fundão, levou a cabo, em 2012, a
edificação do Centro Comunitário
das Lameiras, com o intuito de exercer a prática de responsabilidade
social. Na atualidade, é o maior
empregador da zona Sudoeste do
concelho, prestando apoio social a
120 pessoas, através de 40 colaboradores “jovens, qualificados e
dinâmicos”.
O presidente da Associação,
Carlos Jerónimo, iniciou a conversa
abordando a criação do projeto, argumentando que a situação económica que se observa no Interior do
46 I Novembro
país levou a “um grande aumento
da emigração de gente qualificada”
que espelha agora uma situação de
“desertificação e isolamento”.
“Permanecendo os idosos, há
problemas sociais que se refletem
a vários níveis. É nesse sentido que
o Centro Comunitário mostra-se
disponível para dar resposta a essas necessidades”, sublinha Carlos
Jerónimo. Considerando ser “uma
forma de combate ao isolamento”,
o responsável acredita também
que é um ponto a favor da fixação
populacional: “Obtém-se maior participação de pessoas qualificadas
na área podendo diversificar as
valências já existentes”, apontou.
O Centro Comunitário das Lameiras tem infraestruturas com
capacidade para acolher uma creche destinada a 25 crianças, um
centro de dia para 20 idosos, uma
estrutura residencial para idosos e
ainda um serviço externo de apoio
ao domicílio.
Classificando o voluntariado
como “pouco significativo”, Carlos
Jerónimo atribuiu total confiança
aos profissionais de enfermagem,
fisioterapia e assistentes socioculturais que trabalham no Centro,
mantendo a amplitude do seu serviço, que se estende até à cultura,
como a visita a uma Feira Internacional de Arte Rural em Salamanca,
ao Santuário de Fátima, Museu de
Pão e à praia da Nazaré, culminado
assim em satisfação: “Enche-nos
de orgulho saber que conseguimos oferecer condições de vida a
pessoas que viviam numa situação
muito preocupante”, afiançou o
presidente da Associação.
Assente numa política de redistribuição, Carlos Jerónimo delineou os
seus objetivos apontando a abertura,
através do próximo quadro comunitário, de uma unidade de saúde com
mais serviços médicos e terapêuticos, a construção de mais uma ala
de quartos que vai permitir criar 20
novos postos de trabalhos, “na tentativa de proporcionar as melhores
condições de vida aos idosos na sua
reta final da vida”, frisou. |
Portugal Inovador
Internacionalização
com otimismo
A Procifisc, empresa albicastrense especializada nos serviços de Engenharia e Arquitetura,
tem conhecido um forte sucesso na entrada em novos mercados. Filipe Lourenço, engenheiro
responsável por este projeto, fez-nos o balanço dessa experiência.
“Aparecemos num ano difícil, como
têm sido os últimos, daí que eu tenha
nascido como empresário no meio das
adversidades e não saiba como é trabalhar noutro contexto”, refere o nosso
interlocutor. Foi assim, mentalizado na
procura de caminhos alternativos, que
Filipe Lourenço desde cedo se preocupou em evoluir no sentido de dar à
sua empresa “um cariz exportador e
inovador”.
A nível interno, a Procifisc mantém-se “uma empresa de referência”,
aproveitando as portas abertas que o
mercado tem proporcionado como os
serviços de certificação energética e
avaliação imobiliária. De certa forma,
esta área tem compensado a escassez
de novas obras. No entanto, onde realmente está a projetar o seu futuro é nos
mercados externos, nomeadamente
em África e na América do Sul.
Se no ano transato a exportação
representava 45% da faturação total,
este ano já evoluiu para uma percentagem na ordem dos 60 a 65%. Simultaneamente, tem havido um esforço para
diversificar os mercados-alvo, estando
a Procifisc agora presente noutros
destinos como República Dominicana,
Marrocos, Nigéria ou Guiné Equatorial,
a juntar ao que já vinha sendo realizado em Angola e S. Tomé e Príncipe.
Ainda dentro do espaço lusófono, o
Brasil é também outro mercado em
exploração.
Quando questionado sobre a maneira como tem conseguido dar resposta a este desafio, o responsável é
perentório ao comparar o seu trabalho
com o que “os nossos navegadores faziam há 500 anos”. O fundamental, no
seu entendimento, é a aprendizagem
da cultura local: “Sempre que entramos
num mercado temos, naturalmente, de
encontrar parceiros locais, o que não
passa apenas por lá chegar e dizer que
queremos ser parceiros. Temos que
perceber o funcionamento da respetiva
cultura para depois entendermos como
deverá ser a nossa abordagem e como
é que nos poderemos apresentar
como um valor acrescentado. Temos
de ir à descoberta, no fundo”.
Esta experiência até agora só pode
ser descrita como positiva, dada a
“excelente forma” como a Procifisc tem
sido recebida: “A internacionalização,
ao nível das pequenas empresas, é
ainda um conceito muito recente, daí
que não haja teorias nem modelos
certos, mas o nosso, felizmente, tem
funcionado”.
Assim, as expetativas para 2015
são de continuidade deste seu crescimento. Internamente, com o previsto
aumento do consumo interno, Filipe
Lourenço antecipa que isso se reflita
também e que “o tecido empresarial
nacional venha a ter um funcionamento
distinto”. Mas é o plano externo que
concentra o seu otimismo, sendo o
responsável muito claro quanto à sua
sensação de que “a Procifisc vai galopar”. Justificando, “as sementes que a
empresa tem colocado nos mercados
externos vão germinar e daí vão surgir
efeitos muito positivos”. |
Novembro I 47
Portugal Inovador
Cooperativismo
e vinho maduro
A Adega Cooperativa do Fundão situa-se na região da Cova da Beira, sendo uma das
entidades de maior referência no que toca à produção vinícola e fundada em 1949 onde
“luta pela sua sustentabilidade”.
Vila Velha do Ródão pertencem á
área social da Adega, formando
na sua totalidade 1500 hectares
de vinha e mais de mil produtores
associados, comercializa perto de
dois milhões de garrafas de vinho
por ano, o seu volume total de
produção anual é aproximado aos
quatro milhões de quilos de uva,
sendo 70% tinta e os restantes
30% de uva branca.
No seu todo, 80% destina-se
para o mercado nacional e restante ao mercado internacional
– podendo ser encontrado nas
grandes superfícies e em pequenas garrafeiras.
“O seu mérito é
reconhecido pela
qualidade dos
seus vinhos como
provam as diversas
medalhas recebidas
nos últimos anos”
Já no século I d.c. se cultivava
a vinha e produzia-se, de forma
muito rudimentar, vinho. Atividade essa que foi trazida para a
Península Ibérica pelo povo romano, aquando da sua estratégia
de ocupação. Altura em que, e
de acordo com Albertino Nunes,
nosso interlocutor, foi encontrada
no meio de vinhas uma estatueta
em formato de homem carregado
48 I Novembro
com um cesto de uvas á cabeça.
Em 1949, aquando do nascimento da Adega Cooperativa do
Fundão, a figura foi designada
como seu símbolo por toda a história que corporizava.
A sua área social é composta
por mais cinco concelhos além de
Fundão também os concelhos de
Castelo Branco, Idanha-a-Nova,
Proença-a-Nova, Penamacor e
Assente o seu trabalho em
valores como qualidade, excelência e inovação, a Adega Cooperativa do Fundão – PME Líder
em 2013 e 2014 – já arrecadou,
desde 2003, 47 prémios em 30
eventos direcionados ao setor
vitivinícola, entre eles medalha de
ouro no Wine Masters Challenge
em 2006, medalha de prata no
Concurso Nacional de Vinhos em
2011, duas medalhas de bronze
pela Associação de Escanções de
Portugal em 2012, uma medalha
de prata no Concurso Mundial de
Vinhos em Bruxelas e mais três
medalhas de prata no Wine Masters Challenge no ano passado,
Portugal Inovador
tendo, portanto, uma panóplia de
vinhos premiados.
Questionado acerca deste
notório sucesso num espaço de
cinco anos, Albertino Nunes justificou com a reformulação do setor,
com equipamento e tecnologia:
“Devendo-se ao salto qualitativo
que a adega deu desde a década
de 90, quando foi reformulada
com a criação dos V.Q.P.R.D
(Vinho de Qualidade Produzido
em Região Determinada), com
a inclusão de alguns projetos do
PRODER e PROAGRIS”, disse.
“É claramente um ex-líbris
da Cova da Beira e, no ponto de
vista, é um dos marcos históricos desta região”, comentou o
responsável acerca do estatuto
adquirido pela Adega Cooperativa do Fundão. Ainda assim, o
atual responsável não deixou de
remeter algumas críticas ao poder
central que está a “desincentivar
o cooperativismo” e que “falta
apoio aos minifúndios”, sistema
de produção utilizada pela larga
maioria da população idosa para
subsistir. “Conheço a agricultura
desde que era pequeno e, nos
dias hoje, o setor agrícola está
cada vez mais abandonado. É
necessário desenvolver estratégias de combate à desertificação”,
continuou Albertino Nunes.
Todavia, o progresso e a continuação da produção por parte da
Adega Cooperativa do Fundão é
o principal objetivo, incluindo-se
em projetos QREN e PRODER,
visando atingir outros mercados:
“Atualmente, temos uma candidatura a um projeto PRODER para
investimento tecnológico que nos
faz falta. Em termos de internacionalização, os frutos estão a surgir.
Temos desenvolvido, recentemente, contactos com a China, além
dos países onde se encontram os
nossos vinhos.” Albertino Nunes,
frisando a importância do trabalho
feito é preciso para se alcançarem
os objetivos, perspetivando o futuro: “Continuarmos a ser um dos
principais promotores do nome da
Cova da Beira”. |
Novembro I 49
Portugal Inovador
Pluralidade empresarial
Sendo “atitude, profissionalismo e competência” a orientação para a equipa de trabalho e
“inovação e criação de valor” a linha estratégica para o mercado, o Grupo ASSEC presta
uma panóplia de serviços integrados em vários ramos empresariais.
com um pequeno negócio, pois temos a convicção que o resultado vai
agradar ao cliente e rapidamente poderemos oferecer outras respostas”,
afiançou o responsável.
Formar a toda a linha
“A nossa estratégia passa por
oferecer um serviço diferenciado
e integrador”, ressalvaram Pedro
Rodrigues e Carlos Mogo a propósito do objecto de intervenção do
Grupo ASSEC. Esta definição de
pensamento é o resultado de um
processo evolutivo iniciado quando
estes responsáveis, após a fase
como colaboradores, decidiram
adquirir a empresa-mãe ASSEC
Consultores, em 1998, e fomentar
novos negócios.
Todavia, o início do projecto
ASSEC remonta a 1989 – em vias
de celebrar 25 anos -altura em que
a ASSEC Consultores era a única
empresa do grupo e os projectos
de investimento o único ramo de
negócio. Após a formalização do
“take over”, foram criadas a ASSEC
Ambiente que actua ao nível do
50 I Novembro
ambiente, segurança e qualidade
alimentar e a ASSEC SIM, direccionada para o design, soluções web e
desenvolvimento de software.
“Os quadros comunitários estavam em fase de transição e decidimos não ficar dependentes deles. As
áreas que escolhemos eram inovadoras na região e no país”, afirmou
Carlos Mogo.
“Entrámos de repente em vários
projectos e negócios, o que exigiu e
exige muito de nós, mas o Balanço
é positivo”, referiu Pedro Rodrigues.
Fidelizar clientes
– o segredo
O objetivo foi sempre “conquistar
a fidelização sustentada do cliente”,
proporcionando-lhe “soluções integradas”. “Nunca nos preocupamos
em iniciar uma relação comercial
Actualmente, o Grupo ASSEC
conta com 28 colaboradores, na sua
maioria licenciados – quando Pedro
Rodrigues e Carlos Mogo assumiram
a gestão eram apenas sete – estando certificados pela DGERT para a
formação profissional e também pela
ISO 9001 – Sistema da Qualidade. A
evolução da equipa – que “contribuiu
muito” para a distinção de PME Líder
– deveu-se à importância atribuída
aos Recursos Humanos. “Apostamos em pessoas qualificadas e
valorizamos as suas competências”,
reiterou Carlos Mogo.
Conquistar mercado
“Claramente, esse é o desafio.
Temos a visão de que poderemos
conquistar clientes, através da diferença, qualidade do serviço e relacionamento”, assumiu Pedro Rodrigues, que pretende “ganhar escala”
alcançando novos mercados, sendo
que as fronteiras de actuação há
muito ultrapassaram a Beira interior.
A vertente internacionalização tem
sido feita essencialmente através da
ASSEC SIM, tendo sido já realizados
alguns projetos web, design e software em Angola, Cabo Verde e Brasil. |
Portugal Inovador
Apoio à instalação
de empresas
O gabinete CC TOC, prestador de serviços de contabilidade e assessoria com sede na
Covilhã, conta com uma assinalável experiência no contacto com empresas francesas que
se queiram instalar na região.
Como começa por referir o
responsável Carlos Carapito,
“o leque de serviços prestados
vai ao encontro daquilo que se
encontra na generalidade dos
gabinetes do ramo e está direcionado a todo o tipo de empresas”.
A particularidade está, contudo,
na especialização que tem conseguido desenvolver no apoio a
empresas francesas. “Por razões
de ordem familiar, estou muito à
vontade com a língua francesa
e foi nesse sentido que houve
contactos e que comecei a ajudar essas empresas”, apresenta.
Mostrando-se disponível para
o auxílio no âmbito de tudo o
que está subjacente ao estabelecimento de uma empresa, os
parceiros franceses têm uma
representatividade relevante
dentro do seu volume total de
negócio. A amplitude territorial
destes contactos passa por todo
o distrito de Castelo Branco.
A região em que opera tem
conhecido uma dinâmica muito
positiva quanto à captação de
investimentos de capital estrangeiro, facto ao qual não são
alheias as boas condições que
o responsável encontra: “Temos
bons espaços industriais onde
se possam implantar e temos
também vantagens específicas
em termos de mão-de-obra. Tí-
“Temos exemplos
de empresas que,
estando dedicadas
sobretudo ao
mercado externo,
estão muito
bem e depois
temos exemplos
de empresas
de setores
tradicionais,
dependentes do
consumo privado
interno, que estão
a passar algumas
dificuldades”
nhamos uma indústria têxtil muito forte e, portanto, as pessoas
estão bem capacitadas para o
trabalho manual. Em simultâneo,
também fomos beneficiados
pelos incentivos à interioridade
e a proximidade com o território espanhol, permite que as
empresas que venham para cá
com perspetivas de expansão
possam aproveitar estes dois
mercados”.
Sobre o estado em que vê o
tecido empresarial local, o retrato que nos faz encontra-se um
pouco à imagem daquilo que é
transversal ao resto do país. “Temos exemplos de empresas que,
estando dedicadas sobretudo ao
mercado externo, estão muito
bem e depois temos exemplos
de empresas de setores tradicionais, dependentes do consumo
privado interno, que estão a
passar algumas dificuldades,”
descreve.
Concluindo, este gabinete
mostra-se “com capacidade instalada para fazer face a novos
clientes que apareçam”, e os
seus objetivos imediatos passam
pela “aposta na criação de novos
investimentos estrangeiros” e
por uma “reorganização no sentido de aproveitar ao máximo as
novas inovações tecnológicas
no setor”. |
“com
capacidade
instalada para
fazer face a
novos clientes
que apareçam”
Novembro I 51
Portugal Inovador
Servir com conforto
O Celeiro da Saúde distribuído por seis lojas, nas cidades da Covilhã, Guarda, Castelo Branco,
Vila Real e Viana do Castelo, diferencia-se pelo seu serviço personalizado e de qualidade.
Foi de corpo e alma que Anabela Costa abraçou este projeto
em 2012. Hoje sabe que foi o
seu conhecimento aliado a uma
enorme vontade de trabalhar que
proporcionaram a abertura destes
espaços. O crescimento, esse, foi
progressivo. A atividade principiou
na cidade da Guarda e o reconhecimento do seu trabalho fez com que
mais tarde lhe propusessem novas
aberturas: Castelo Branco, Covilhã,
Vila Real, e Viana do Castelo foram
as cidades nomeadas.
Novas soluções
O frenesim sentido na era pós-moderna, fruto das exigências do
mercado de trabalho, transporta
consigo novas dificuldades. São
esses os problemas que o Celeiro
da Saúde tenta solucionar todos os
dias, em busca de soluções alter-
52 I Novembro
nativas para o bem-estar físico e
psicológico do ser humano. É com
entusiasmo que Anabela Costa
aborda as questões envolventes a
esta área tão rica e necessária: a
saúde. Atendendo que o seu produto é cada vez mais procurado por
todas as faixas etárias, os profissionais das diversas áreas apontam
desde logo as propriedades benéficas e as indicações de bom uso,
adequadas às necessidades de
cada um. O cliente sente-se, aqui,
ouvido e esclarecido.
Natural é a palavra que caracteriza o produto. “Para todas
as patologias existem produtos
naturais, nós aconselhamos o
melhor”, sublinha. A prevenção e
a mudança de estilo de vida é o
que leva as pessoas a procurarem
novas soluções. “Há situações em
que, numa primeira fase, para um
melhor diagnóstico, temos de encaminhar o cliente a um médico, mas
há outros casos que nós podemos
indicar a melhor solução de imediato”, esclarece.
O aconselhamento, cuidadoso
e pormenorizado, é a chave do
sucesso do Celeiro da Saúde.
Anabela Costa procura num primeiro momento perceber a origem
do problema do seu cliente, e só
depois, posteriormente, indica o
produto mais adequado para ele. As
pessoas que vão ao seu encontro
reconhecem o seu mérito, e por
isso regressam às mãos de quem
confiam. “Se os produtos forem
bem aconselhados é normal que a
pessoa se sinta bem, e se a pessoa
se sentir bem, volta”, aponta.
Nos diversos espaços são realizadas consultas de homeopatia,
naturopatia e nutrição. Profissionalismo e dedicação demonstram
e sustentam o balanço positivo do
Celeiro da Saúde. De olhos postos
no futuro Anabela Costa procura
crescer gradualmente e de forma
equilibrada. |
Portugal Inovador
Novembro I 53
Portugal Inovador
Artigo de opinião
Incluir a diferença
“Chamo-me Cristopher John Boone. Sei todos os
países do Mundo e as respetivas capitais e todos os
números primos até 7507”, é uma das frases que dá
início à história O Estranho Caso do Cão Morto de
Mark Haddon.
Cristopher Boone é um menino de descobertas, que gosta de
romances de crime e mistério, de
livros de ciência e matemática,
que consegue dar visibilidade às
palavras, tornando-as despertas
como se estivessem presentes
no exato momento em que as
lemos. Saboreia o som da chuva,
como um som de estática e de
silêncio, adora dados factuais e
detesta metáforas. E Cristopher
Boone é ainda uma criança e traz
já em si o sonho de um cientista.
A síndrome de Asperger, uma
forma de autismo, faz parte da
sua vida.
Comecei por falar no Estranho Caso do Cão Morto, não por
ser um livro sobre um menino
autista, mas sobretudo, por ser
a história de um menino. Se
estivermos atentos existem ex-
“Princípios
de pedagogia
saudável, capazes
de estimular
a igualdade,
coibindo-os
do isolamento
contínuo, ­
assinalamse essenciais
nesse processo
educativo”
54 I Novembro
plicações que nos podem
ajudar a perceber melhor
a história de vida que
está por detrás dele e de
muitos outros meninos
e meninas espalhados
pelo Mundo inteiro.
Nas escolas é a vontade de aprender, e de
ir à procura de verdades
várias que valorizam
o aluno. A resistência à
novidade, e o sentimento de
frustração em relação ao professor, são alguns dos sinais
que nos podem alertar para
o autismo. Educadores e
cientistas há muito que
tentam perceber as necessidades especiais das
crianças, jovens, e adultos,
para que de uma forma saudável os possam conduzir e
integrar na sociedade, e no
mercado laboral. A escola,
como instituição social, assume um papel preponderante nesse âmbito. Princípios
de pedagogia saudável, capazes de estimular a igualdade,
coibindo-os do isolamento contínuo, assinalam-se
essenciais nesse processo
educativo. Mas para que na
área das Necessidades Educativas Especiais o princípio
da Inclusão tenha sucesso a
mudança de atitudes torna-se
premente. Esta mudança terá
de ocorrer, não apenas nos
professores, e nos pais,
mas na sociedade em ge-
Portugal Inovador
ral, pois só assim podemos
fruir, de igual forma, das mesmas oportunidades.
Os pais, ávidos
e vigilantes, são os
primeiros a querer
perceber as diferenças comportamentais que os seus filhos
apresentam
em relação
aos outros.
Quando os
seus filhos
são diagnosticados com autismo sentem-se
frustrados pela falta
de respostas dadas
pelos médicos. Alguns
descontentes com a irreversibilidade desde logo
associada ao autismo tentam
procurar a sua origem, ou
uma explicação plausível em que possam
confiar, arriscando em
tratamentos menos
convencionais.
Sei que para a
maior parte das pessoas o autismo é uma
doença incorrigível,
um transtorno unicamente cerebral permanente e irreversível,
para a qual não existe
cura, e de facto ainda
não existem provas de
que assim não seja. No documentário The autism enigma
encontram-se expostos muitos
esclarecimentos que podem
estar associados à doença. Aí
o autismo apresenta-se como o
transtorno de desenvolvimento
que mais cresceu no mundo,
gerando o medo de que venha
a ser a regra, e não a exceção,
das famílias ocidentais. Ao longo
do documentário são também
reveladas diversas pesquisas
realizadas por cientistas. Muitas
delas mencionam uma possível
relação entre as bactérias intestinais e o autismo. A poluição dos
“Todos nós
sabemos que a
rapidez é a palavra
que impera na
era tecnológica,
e existem com
certeza inúmeras
vantagens que
podemos retirar
dessa rapidez”
países industrializados e o uso
de antibióticos são aspetos que
não deverão ser subestimados,
pois também estes poderão contribuir para o desenvolvimento do
transtorno.
Todos nós sabemos que a rapidez é a palavra que impera na
era tecnológica, e existem com
certeza inúmeras vantagens que
podemos retirar dessa rapidez,
mas se estes estudos tiverem
o seu fundamento, se existir
de facto uma relação entre o
ambiente, as nossas práticas
alimentares e a vulnerabilidade
ao autismo, penso que os sinais
não deverão ser ignorados e
desacreditados, pois ainda que
possam levar ao erro, é o erro
que nos conduz ao progresso.
A questão que eu coloco
neste momento é: o que torna
o autismo diferente do normal?
Mark Haddon diz-nos que “a
doença é uma continuidade. Se
por um lado existem indivíduos
que não se conseguem encaixar
de maneira nenhuma na sociedade, por outro existem pessoas
perfeitamente normais que gostam de arrumar os seus discos
por ordem alfabética”. Quem leu
o livro percebe que Mark Haddon
não quis fazer do Cristopher
mais um caso de estudo, mas
apenas levar os sonhos de um
menino a outros mundos. |
Melanie Alves
Novembro I 55
Portugal Inovador
Alfaiates na
cobertura de piscinas
A Cubritek alia a tecnologia ao bom gosto. Dando garantias de benefícios indispensáveis, esta
empresa tem as melhores soluções de coberturas para piscinas.
Armindo Moreira, proprietário
da Cubritek, está ligado à área
das piscinas há mais de 20 anos,
desenvolvendo desde sempre um
grande fascínio por este produto.
Quando em Portugal se começou a
falar em coberturas para piscinas,
o nosso entrevistado procurou
inteirar-se sobre o assunto e decidiu, abrir a Cubritek - uma empresa
que se dedica, exclusivamente, ao
fabrico e comercialização deste
produto, com garantia de 10 anos,
mas acima de tudo, dando a certeza
de assistência competente e profissional sempre que necessário.
Já com centenas de coberturas para piscinas instaladas em
Portugal e Espanha, a empresa
apresenta uma oferta muito variada. “Somos quase alfaiates das
coberturas de piscinas, pois executamos sob medida e estudamos
em cada caso os pedidos dos nossos clientes. Desde altas, baixas,
médias, grandes, fixas, amovíveis,
telescópicas e a última novidade,
iluminação com LED, sendo que,
estas últimas, oferecem uma beleza
inigualável à piscina”.
Também fazem coberturas de
grandes dimensões, são utilizadas
em grande maioria, nos condomí56 I Novembro
nios e hotéis, pois “é um equipamento que conta com um eficaz
sistema de antielevação, que evita
que esta levante por ação de ventos
e intempéries”, explica. Com experiência comprovada e padrões de
qualidade muito elevados, seja nos
materiais utilizados, seja na formação dos colaboradores, as coberturas da Cubritek são as mais fiáveis
e elegantes do mercado, pois “o
know-how acumulado permite-nos
analisar, estudar e recomendar a
melhor solução para cada cliente”,
afirma.
No mercado há diversos anos,
a Cubritek é já uma referência nacional, criando fidelização e uma
relação de grande confiança com
o cliente. “Procuramos sempre
melhorar e nunca viramos a cara
às dificuldades, é esse um dos
grandes fatores que nos diferencia”,
reitera Armindo Moreira.
Mais-valias
“As nossas coberturas telescópicas permitem que uma só pessoa
consiga facilmente deslizar a cobertura sozinha. Isto deve-se em
muito aos materiais que utilizamos,
que são de grande qualidade”. Com
a instalação de uma cobertura o
cliente poupa nos químicos para a
desinfeção da água e no tempo de
filtração. Ao instalar uma cobertura
Cubritek o aumento da temperatura da água da piscina acresce na
ordem dos 8ºC aos 10ºC.
Apesar de grande parte dos
clientes da Cubritek serem particulares, a empresa de Armindo Moreira está cada vez mais a apostar nos
hotéis e no Turismo Rural, uma vez
que, “são áreas de atividade muito
sazonais onde é necessário criar
condições para aumentar a oferta
na época baixa hoteleira, de maneira a que, nos meses de inverno, os
clientes possam usufruir da mesma.
Apesar de já terem tido alguns
pedidos no estrangeiro, nomeadamente fora da Península Ibérica, o
empresário prefere não deslocalizar a sua atuação de terras lusas,
pois acredita que assim consegue
“manter-se atento à qualidade e à
prestação de assistência”. |
Portugal Inovador
Guarda
Novembro I 57
Portugal Inovador
Uma vida
dedicada a ajudar os outros
Qualidade, eficiência e satisfação dos utentes são os objetivos de Rogério Sousa para o
novo espaço da sua clínica, SousaSaúde. Inaugurada no dia 2 de janeiro deste ano, este
excecional exemplo no setor dos cuidados de saúde demonstra como o Interior dispõe de
serviços do mais elevado nível.
das especialidades”. Explicando
também que quer saber tudo o
que se passa no consultório e que
não discrimina nenhum utente,
dedicando-lhes “o tempo que for
necessário”.
Pela saúde do
Sabugal
“Senti necessidade de aplicar os
meus conhecimentos médicos num
espaço adequado aos meus utentes”, inicia o nosso entrevistado,
referindo-se ao seu historial como
profissional de saúde. Apoiado pela
esposa, Maria José, e pelas filhas,
Joana e Sofia Sousa, este distinto
profissional decidiu fomentar um
sonho familiar. Rogério Sousa exerce medicina há cerca de 40 anos,
tendo-se formado na Faculdade
de Medicina da Universidade de
Coimbra e iniciando a sua atividade
nos Hospitais da mesma.
Após sofrer um acidente que o
afetou fisicamente, Rogério Sousa
58 I Novembro
tomou a difícil decisão de se reformar e dedicar os seguintes anos à
criação deste projeto. “Desde que
vim para o Sabugal, senti que podia
fazer mais pelos utentes e que a
região merecia um serviço médico
de qualidade”, assume.
A Portugal Inovador identificou
este médico como o percursor da
informatização das receitas, o que
significa que Rogério Sousa terá
sido o pioneiro a prescrever receitas
em computador.
O nosso entrevistado indicou-nos ainda que faz “questão de
efetuar uma triagem aos doentes
que necessitem de qualquer uma
O espaço novo da SousasSaúde é de uma dimensão vigorosa e
acolhe várias especialidades, das
quais a Medicina Geral e Familiar
e a Medicina Dentária são as bases da sociedade familiar. “Surgiu,
então, um projeto com a intenção
de fazer uma clínica relativamente
pequena que se transformou num
edifício relevante para o qual tinha
determinados objetivos. No entanto, devido ao reconhecimento da
população, este tem-se alterado
mensalmente para outras vertentes, para além da medicina geral e
dentária”, explana Rogério Sousa.
Esta infraestrutura é composta
por 10 salas, que acolhem valências indispensáveis à prática
da medicina. Da lista de especialidades médicas já constam
Cardiologia – onde têm investido
bastante, Ginecologia/Obstetrícia,
Dermatologia, Ortopedia, Urologia,
Portugal Inovador
norizadas, alterações a determinados estilos de vida”. O objetivo será
alcançar o público mais jovem e
instruí-lo das consequências da ausência de prevenção. Isto tem sido
feito através de rastreios gratuitos
periódicos para tentar descobrir patologias que carecem de prevenção
e até tratamento. Para os nossos
leitores interessados nos rastreios
e em informações adicionais nesse sentido, a Portugal Inovador
aconselha a adicionar Sousassaúde - Consultórios Médicos, Lda no
Facebook. |
Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica,
Gastroenterologia, Pneumologia/
Alergologia, Psicologia e Fisioterapia. A clínica SousasSaúde inclui
também Ortopantomografia (RX)
e Ecografia.
Na SousasSaúde, encontramos
uma equipa permanente composta
por quatro membros e, o restante
quadro clínico, que aborda as
restantes especialidades, é constituído em regime de prestação
de serviços. “O que nos diferencia
será o atendimento personalizado,
pois temos capacidade de acompanhar o utente em todos os passos,
através dos aparelhos próprios
para executar exames”, completa
Rogério Sousa.
Nas duas salas destinadas
à medicina dentária efetuam-se
tratamentos de implantologia oral,
branqueamento e estética dentária, prótese fixa e removível, ácido
hialurónico, reabilitação oral, ortodontia, endodontia mecanizada,
periodontologia, odontopediatria,
cirurgia oral e dentisteria.
São, também, oferecidos serviços de enfermagem permanentes,
com a possibilidade de efetuar
análises clínicas e os habituais
tratamentos de enfermagem desde
injeções à avaliação de colesterol.
Uma vertente a que Rogério Sousa
dá bastante importância é à prevenção e à promoção da saúde.
A administração da clínica SousasSaúde menciona parcerias com
a Casa de Saúde São Mateus, a
Ótica Médica das Beiras – “que nos
irá ajudar na vertente de oftalmologia”, as Termas de Monfortinho e a
Euromedic (laboratório de análises
clínicas). Relativamente a acordos,
enumera a Sams Quadros, Sams
Centro, Sams Sul e Ilhas, com a
PT-ACS, com a Caixa Geral de
Depósitos, com a Médis, a AdvanceCare e com a ARS – no sentido
do cheque dentista.
Prevenção e
Promoção
A SousasSaúde tem vindo a
tomar esta direção, uma vez que
afirma “estarem atentos a riscos
cardiovasculares e tentam por isso
incutir, através de consultas pormeNovembro I 59
Portugal Inovador
Uma textura que derrete
na boca
No setor do queijo encontramos os Lacticínios Monte verão, representados por Óscar, Jorge
e a sua mãe, Antónia Mendes. O queijo de ovelha curado amanteigado Monte Branco é a
maior aposta desta empresa, em Celorico da Beira.
variações nos seus parametros de
qualidade ao longo do ano”. Em
cada fabrico, estes produtores têm
de se moldar ao leite que recebem,
de forma a garantir um produto final
o mais homogéneo possivel.
À empresa tem chegado muitas vezes elogios, referindo que o
queijo é “o melhor queijo de ovelha
fabricado em Portugal”.
Inovação e rigor
“Estou aqui desde a primeira
hora”, introduz Óscar Mendes,
descrevendo a importância da estrutura familar desta empresa de
lacticínios.
A Lacticínios Monte verão foi
fundada em 1982, por António e
Antónia Mendes e, pelo início do
novo milénio, a gerência desta
empresa familiar passava para as
mãos da segunda geração. Óscar
e Jorge Mendes explicam que no
percurso, devido a diversos fatores,
foram direcionando a ação da marca para um produto específico: “Inicialmente produzíamos queijo de
ovelha, queijo de vaca e queijo de
mistura. Com o decorrer do tempo,
e seguindo o processo de entrada
de Portugal na CEE, surgiram uma
série de normas comunitárias a
que tivemos de nos adaptar. Estas
obrigaram a algumas alterações
na nossa produção para que se
tornasse num sistema eficaz do
ponte vista da segurança alimentar,
de modo a realizar o processo de
60 I Novembro
fabrico numa sequência sem retrocessos, desde a entrada do leite
até à produção do queijo. Assim,
dedicámo-nos exclusivamente ao
queijo de ovelha, a partir de 1999”,
melhor elucida Jorge Mendes.
A Lacticínios Monte Verão,
Lda. tem-se então dedicado ao
fabrico de queijo puro de ovelha e
de requeijão, seguindo sempre os
métodos e processo tradicionais,
procurando conservar, sempre que
possível, as técnicas de fabrico, as
quais permitem atingir a qualidade
desejada pela empresa e pelos
seus consumidores.
Com 12 colaboradores, incluindo a fundadora Antónia Mendes e
os dois filhos, a Lacticínios Monte
verão não se arrepende de ter optado pelo queijo de ovelha, sendo que
houve um enorme esforço de equipa para adquirir conhecimento na
área. Óscar Mendes comenta que,
no setor dos lacticínios há sempre
algo novo para aprender, pois “o
leite é uma matéria prima que sofre
“Fazemos todo o tipo de análises que são requeridas aos nossos
produtos. A normalização existente
neste sector é muito exigente, tanto
ao nível do produto, como do processo e do impacto ambiental, o
que obriga a uma constante procura
das melhores soluções e tecnologia
disponíveis. Embora considere que
as normas a respeito deste setor
obriguem a investimentos elevados, defendo o rigor a que o setor
alimentar obriga”, atenta Óscar
Mendes.
A Lacticínios Monte verão conseguiu o apoio do ProDer em 2013,
num projeto com incidência na área
de fabrico, nomeadamente na linha
de enchimento. “Anteriormente o
queijo era produzido manualmente
Portugal Inovador
Setor dos lacticínios
Os nossos entrevistados
chamam também atenção dos
nossos leitores para a falta de
parcerias entre empresas do
setor. Existe falta de associativismo, o que prejudica todas as
empresas da região, na medida
em que tanto na compra como
mas, agora, apoiamo-nos nas inovações tecnológicas e no auxílio de
fundos comunitários para instituir a
mecanização no processo produtivo”, comenta Jorge Mendes. Incluíram também uma componente
energética no projeto, através da
colocação de painéis solares para
o aquecimento de água.
Uma das razões para se terem
candidatado a este projeto foi para
melhorar o produto, tanto em ter-
mos de segurança alimentar como
em termos de qualidade. “Com isto
conseguimos uniformizar o tamanho do queijo e este processo resultou também num queijo melhor”,
elucida Óscar Mendes.
Para o futuro, pretendem iniciar
o processo de divulgação do queijo
Monte Branco em novos mercados,
indo além daqueles para onde já
exportam, como Espanha, França
e Suiça. |
venda de produto e matérias
primas, não existe a capacidade de o fazer em grandes quantidades e conseguir melhores
preços. Neste sentido, Jorge
Mendes afirma: “Temos de
observar os espanhóis e o seu
modo de trabalhar em equipa”.
Novembro I 61
Portugal Inovador
“A energia é o que nos move”
Instalada em Aguiar da Beira, a JPinto disponibiliza as melhores soluções na área da energia.
Esta empresa portuguesa tem realizado diversos trabalhos de Norte a Sul do país, tendo o
seu serviço sido já requisitado em França.
“Eu nasci nisto, uma vez que
o meu pai já estava ligado ao
ramo”, inicia o responsável, José
Pinto. Após um longo percurso,
foi então em 2003 que resolveu
fundar a JPinto, empresa cuja
atividade se distribui em duas
vertentes distintas: a prestação
de serviços técnicos e a comer62 I Novembro
cialização de uma vasta gama de
produtos relacionados.
A presença que a JPinto
mantém no mercado, no âmbito do comércio, caracteriza-se
por uma oferta composta por
parcerias de prestígio como a
METLOR nos produtos de aquecimento, e outras em águas e
saneamentos, eletricidade ou
eletrodomésticos. Para comodidade do cliente, toda a parte
burocrática que está subjacente
é tratada pela empresa.
Capacitada para dar resposta a todo o tipo de solicitações,
quanto à prestação de serviços,
a empresa de José Pinto conta
com cinco equipas direcionadas
para o trabalho com águas e saneamentos, instalações elétricas
ou climatização. “Onde for preciso energia, nós estamos lá”, sublinha, e é com esse espírito que
o trabalho da JPinto na área da
eletrificação já chegou a regiões
como o Algarve, Lisboa, Porto a
nível nacional e, inclusivamente
internacional, em Paris ou na região de Champagne, em França.
O reconhecimento do bom
trabalho destes profissionais
encontra exemplo não apenas no seu alcance geográfico
como também na dimensão de
algumas das obras em que têm
participado na região. “Fomos
responsáveis pelo quartel da
GNR, pelo Centro de Saúde,
pelos Paços do Concelho, pela
Biblioteca ou pela ampliação
da Escola C+S, assim como
também já prestámos este serviço para lares, restaurantes
ou fábricas”, enumera. A nível
habitacional, a equipa da JPinto
apresenta também grandes demonstrações do seu know-how,
como por exemplo uma moradia
local que funciona inteiramente em domótica: “Não tivemos
“Onde for
preciso energia,
nós estamos lá”
Portugal Inovador
“José Pinto
considera que
a sua empresa
vai-se mantendo
no mercado
muito por via da
diversificação e
formação continua
dos nossos
colaboradores”
nenhum técnico exterior nem a
programar nem a instalar; os únicos que entraram naquela casa
foram os nossos”, congratula-se.
Assim, conclui-se que a JPinto tem cumprido com uma das
suas principais preocupações
enquanto empresa prestadora
de serviços numa área que está
em constante evolução: “Ten-
tamos estar o mais atualizados
que for possível”. Ao mesmo
tempo, José Pinto considera que
a sua empresa se mantem no
mercado muito por via da “diversificação” e “formação constante
dos seus colaboradores”: “Em
meios pequenos como o nosso
isso é fundamental. Gostamos,
essencialmente, de cativar pela
qualidade e pela oferta múltipla”,
conclui. |
Novembro I 63
Portugal Inovador
“O Queijo a seu gosto”
É com este slogan que a Lacto Serra se apresenta no mercado. A empresa beirã aposta na
mais elevada tecnologia e tem vindo a colocar no mercado queijos de excelência.
Sebastião Gomes fundou a
empresa em 1985, mas a respetiva
laboração teve início mais propriamente em 1990. Os anos seguintes
foram marcados por investimentos
avultados que levaram a um reforço
da capacidade produtiva desta empresa de Aguiar da Beira. Atualmente, falamos de uma empresa que se
destaca no setor pela forma como
alia a tradição ao acompanhamento
das novas tecnologias, o que se
reflete no seu sucesso comercial.
“No último ano, faturámos perto de
cinco milhões e meio de euros”, indica o fundador, acrescentando que
a dinâmica exportadora da empresa
atinge já “mercados como França,
Suíça, Luxemburgo e também Angola ou Moçambique”.
64 I Novembro
Fonte Mourisca, Cinco Estrelas,
Estrela do Mondego, Monte Amial e
D. Sebastião são as marcas pelas
quais a oferta da Lacto Serra está
distribuída. Esta gama de queijos
é, reconhecidamente, uma digna
embaixadora da tradição regional e
está no mercado com o queijo meio-gordo e uma variedade de queijos
amanteigados, apimentados ou de
mistura. As expetativas passam
agora pela introdução de uma linha
nova de queijos fatiados.
Empresa moderna
e sólida
A afirmação da Lacto Serra
encontra suporte numa estrutura
de 28 colaboradores e numa área
total que ultrapassa os 5.000 m2. A
“A afirmação
da Lacto Serra
encontra suporte
numa estrutura de
28 colaboradores”
referida sofisticação tecnológica é
acompanhada por um elevado rigor
no controlo de qualidade, quer da
matéria-prima quer do produto final,
a nível laboratorial.
Ao mesmo tempo, como o
crescimento no mercado traz responsabilidades acrescidas, a empresa tem, igualmente, efetuado
investimentos na área ambiental,
designadamente com a criação
de uma ETAR para tratamento de
efluentes e águas residuais. |
Portugal Inovador
O melhor caracol
pronto a saborear
A Caracol Real tem um longo historial no mercado, sendo reconhecida pela qualidade dos
seus produtos. Se a base da empresa é a confeção do caracol, podemos também encontrar
uma série de petiscos que prometem agradar a todos.
É em Cerdeira do Côa, no concelho do Sabugal, que se situa a primeira empresa certificada de caracol
confecionado a surgir em Portugal.
Goretti Gonçalves lidera uma equipa
de sete mulheres (de maio a setembro a equipa no mínimo duplica), que
diariamente prepara um dos petiscos
mais apreciados em Portugal. Dizem
os especialistas que o caracol deve
ser comido nos meses sem ‘R’ – maio,
junho, julho e agosto – e de facto é
nessa altura que se adquirem e confecionam toneladas de caracóis. No
entanto, através do trabalho realizado
pela Caracol Real os apreciadores já
podem apreciar este petisco durante
todo o ano.
Adquiridos ao maior fornecedor e
produtor português, Francisco Conde,
o designado “Rei do Caracol”, a equipa da marca Caracol Real trabalha
arduamente num pavilhão com 750
m2, onde estão reunidas todas as
condições certificadas - com cozinha
e distintas secções de refrigeração e
congelação.
De forma a colmatar a falta de
matéria prima nos restantes meses
do ano, a Caracol Real apostou numa
gama de produtos diversa da qual
fazem parte a caracoleta recheada,
a feijoada de caracol, as moelas, a
orelha, a dobrada de com ou sem
feijão, o pica-pau e as sandes de
leitão. Trabalhando na área alimentar
obviamente todos os produtos são
certificados.
Hoje a marca Caracol Real já é
reconhecida fora de portas, tendo
uma percentagem de exportação
variável – consoante diversos fatores:
a intensidade do verão, que abre o
apetite para este petisco, a qualidade
do caracol, etc. Inglaterra, Alemanha,
França, Suíça e Luxemburgo são os
principais apreciadores, mas muitos
outros países têm acesso ao petisco,
através de exportação indireta que
ocorre por via de fornecedores.
Fazendo a distribuição a nível
nacional em carrinhas próprias, ou
através de um parceiro de logística,
a empresária Goretti Gonçalves
assume que, inicialmente, foi difícil
convencer os consumidores à ideia de
comprar este produto pronto a comer.
A questão já foi há muito ultrapassada,
“e as pessoas atualmente têm a noção que os alimentos confecionados
e congelados, de imediato, mantêm
as qualidades naturais”.
Só para se ter uma noção, “este
ano foi adquirida uma média de 10 mil
kg de caracol por semana (120 a 130
toneladas por época)”. Se os grandes
apreciadores deste petisco estão
situados no Sul do país, também o
Norte começa a render-se a esta
iguaria. Todos os produtos podem ser
encontrados no comércio tradicional
ou como marca branca em duas grandes superfícies. Ou então num espaço
de venda ao público situado junto às
instalações da empresa.
A Caracol Real é o excelente
exemplo de uma empresa empreendedora e inovadora que, curiosamente, é conduzida apenas por
mulheres. |
Novembro I 65
Portugal Inovador
Da Suíça para Portugal
Partindo de Trancoso, a Isogil apresenta até Coimbra e Castelo Branco todos os seus serviços.
José Gil Carvalho é um profissional no setor do isolamento térmico e acústico e, juntamente
com a sua família, está a preparar um projeto inovador em Portugal.
Iniciando o seu percurso profissional, em 1996, em nome individual, José Carvalho arriscou ao
trazer um sistema suíço para Portugal, que aprendeu quando esteve
no país alpino. “Na Suíça aprendi
que cada pessoa deve dedicar-se a
um ofício especializando-se e aperfeiçoando-se”, explana o fundador.
Na sua filha, Letícia Carvalho, denotámos um enorme interesse em
desenvolver conceitos inovadores
e continuar com o negócio familiar.
66 I Novembro
No decorrer da nossa entrevista, conseguimos identificar várias
características interessantes na
empresa e no seu fundador, como
a grande preocupação com a legalidade e a importância de saber gerir.
“Qualquer empresa pode funcionar
e crescer quando se tem uma noção do que se está a fazer, mas é
essencial ter uma boa gerência”,
indica.
Desde 2000 que a Isogil tem
portas abertas e hoje soma 12
colaboradores e a formação dos
mesmos é dada por José Carvalho.
Embora se fale da construção
como um setor que sofreu uma
grande quebra, a Isogil continua
a ter imenso trabalho pois não se
dedica apenas ao isolamento em
construção nova. “O nosso serviço
pode ser aplicado em construção
nova, mas também em reabilitação
de edifícios. Nesta região, o clima
é bastante frio e essa é uma das
razões para a grande procura dos
nossos trabalhos”, completa José
Carvalho. Este é um sistema que,
embora exija algum investimento
na aplicação, garante uma grande
poupança ao longo dos anos, facto
que torna o isolamento térmico
bastante atrativo.
Outra valência da Isogil é o
isolamento acústico, outro dos problemas da construção nacional que
nas últimas décadas não detinha
este fator como importante. “As
casas ou prédios que encontramos
“A mentalidade
foi alterada e
observamos uma
percentagem de
70% de casas já
com isolamento só
na região nortenha
de Portugal”
são, na maioria das vezes, paredes
unidas, que nem sequer têm uma
caixa de ar entre elas para amortecer o som”, explica. Para além do
elevado acrescento na privacidade
da sua casa, o isolamento acústico
contribui para que se sinta mais
confortável, “sem ter de ouvir o seu
vizinho a tomar banho”.
Para 2015/2016
A Isogil está a implementar um
novo tipo de construção ecológica.
“Vejo que este projeto tem potencial
e será uma mais valia em Portugal,
pois este é um país onde se gasta
muito em aquecimento ou ar condicionado e, com uma casa destas,
para aquecer o espaço irá ter uma
poupança no consumo energético
na ordem dos 85%”, termina José
Carvalho. Este projeto irá funcionar tanto em termos de frio como
calor e vai ser direcionado a todo
o país. Em termos ambientais,
todos os materiais utilizados são
ecológicos. |
Portugal Inovador
Caminho da
internacionalização
Apesar de ter começado a atividade em 1989, só há 22 anos é que a Egiquímica apostou
no desenvolvimento da produção e venda de detergentes. Hoje em dia, dá provas do seu
notável crescimento e evolução.
Fausto Tavares e Gilberto Teixeira
entraram na Egiquímica em 1992,
quando esta enfrentava um período
de grandes dificuldades. “Na altura,
tínhamos quase que vender de porta
a porta para conseguir honrar os
nossos compromissos”, relembra
Fausto Tavares. Há 22 anos, a empresa ainda estava sediada numa
aldeia, nos arredores da Guarda, e as
condições eram inferiores às que a
cidade oferecia. Em 1997, os dois sócios investiram no desenvolvimento e
crescimento da firma e mudaram-se
para o parque industrial da Guarda.
“Já tínhamos adquirido algum know-how e começámos a pensar mais
como empresários fabricantes”.
Enquanto Fausto Tavares ficou
responsável pela parte da produção, Gilberto Teixeira ficou a cargo
da atividade comercial. “O negócio
está a correr bem e temos sido uma
equipa muito umida”, explica Fausto
Tavares.
Nesta fase, os proprietários passaram a comercializar os produtos da
Egiquímica apenas para empresas
distribuidoras, por todo o país. O
entrevistado conta que sempre seguiram a estratégia de apenas trabalhar
com distribuidores e que mantêm
clientes desde o início da empresa.
Em 2005, já com uma quota de
mercado nacional forte, tentaram
levar a Egiquímica além-fronteiras
apostando no mercado espanhol.
Atualmente, têm lá uma filial que se
destina apenas à comercialização de
produtos. Já passaram pelo mercado
de Marrocos e, neste momento, exportam para Angola, dando formação
a algumas empresas angolanas.
Na Egiquímica trabalham cerca
de 18 funcionários. Com o investimento em formações internas, Faus-
to Tavares explica que a sua equipa é
composta por engenheiros químicos
com capacidade para trabalhar em
qualquer setor da empresa. “As
formações ajudaram-nos muito a
reorganizar a equipa”. Determinar
metas e novos objetivos, são práticas nas quais a Egiquímica aposta.
Os empresários admitem que isso
fez com que a empresa tivesse um
crescimento significativo e com que
a equipa se dotasse de profissionais
mais unidos e capazes.
Outra inovação foi a criação
do departamento de conceção e
desenvolvimento. “O departamento
permitiu que conseguíssemos responder rapidamente às necessidades dos nossos clientes”, conta o
entrevistado. Foi também uma ajuda
para a criação da marca própria da
Eqiquímica, que representa 60% dos
produtos vendidos, sendo que as
restantes vendas correspondem às
marcas dos seus clientes.
Nos projetos futuros está a conquista do mercado de Moçambique.
“Já temos uma empresa montada
em Moçambique e vamos começar
a atividade no local em novembro”.
Fausto Tavares acredita que vai
ser um espaço importante para a
engenharia química em Portugal.
Sabe que o produto não vai escoar,
mas que vai haver muita adesão às
matérias-primas e a todo o know-how
que lá vai implementar. |
Novembro I 67
Portugal Inovador
68 I Novembro
Portugal Inovador
Braga
Novembro I 69
Portugal Inovador
Iluminando
o caminho do sucesso
Situada no Parque Industrial de Adaúfe, a Imporvelas, S.A, direciona a sua atividade para
a importação e comercialização de círios e esponjas florais.
A sua fundação data de 1982, altura em que Rodrigo Oliveira, Pai de
Luís Oliveira – nosso interlocutor –
decidiu criar a sua própria empresa,
dado que na época já trabalhava no
comércio tradicional diverso. “Com
20 anos feitos, comecei a ajudar o
meu pai e vi que o negócio tinha
tendência a diminuir”, iniciou o atual
responsável.
Após alguns anos, surgiu a
oportunidade de a Imporvelas,S.A.
se especializar noutro segmento de
mercado, fator essencial no “crescimento sustentado” alcançado a
partir de 1997: “Especializamo-nos
na comercialização de velas, tendo
conseguido parceiros externos
muito importantes neste ramo”,
revelou.
70 I Novembro
Dez anos depois, com produtos “vanguardistas e inovadores”,
avançaram para a criação da marca
Imporvelas, estratégia que cimentou mais a posição a liderança num
mercado “realmente” competitivo:
“Introduzimos no mercado artigos
que nos diferenciaram da concorrência. Hoje em dia, o que se vê
de novo é graças a nós”, relatou
Luís Oliveira.
Reiterando a posição “idónea”
da sua empresa, a distinção de
PME Excelência não é significado
para se acomodarem neste processo evolutivo: “O conceito de novidade alterou-se nos últimos anos.
Estamos sempre à procura de novos produtos para mantermos esta
posição”, afirmou o empresário.
Detalhando todas as velas
com sua imagem de marca – ideia
adotada após uma visita a uma
empresa eslovena –, comercializam os seus produtos por todo o
território nacional e na zona Norte
de Espanha; Luís Oliveira confessou ter recebido muitos contactos
de vários países para a introdução
dos seus artigos nesses mercados.
Ademais, a inclusão recente das
velas “Santa Rosa” – após outra
pesquisa no mercado – tem sido
um produto “muito desejado e com
muita procura”: “A nossa estratégia
passou por colocar este tipo de velas expostas em algumas campas
para que as pessoas ficassem a
conhecer e assim as procurassem
nos nossos parceiros/clientes”,
afiançou o responsável.
Apoiando a comunidade – a
Imporvelas, S.A apoia diversas
instituições de âmbito social, como
por exemplo a Cáritas – é política
da empresa colocar em plano
de igualdade toda a estrutura. O
responsável fez questão de realçar também que o investimento
na empresa e a sustentabilidade
financeira trouxeram “a confiança dos colaboradores” no futuro:
“Gostaria imenso que estas velas
fossem vendidas em todo o Mundo
e internacionalizar a própria marca,
trazendo mais rentabilidade para o
nosso país”, rematou. |
Portugal Inovador
Irmandade de Santa Cruz: Uma
Instituição ao serviço de Braga
No ano de 1581 foi fundada a Ilustre Irmandade de Santa Cruz. Nos primórdios do século
XVII são criadas as raízes que deram origem ao actual Lar de Santa Cruz sob a forma de um
hospital e, mais tarde, é criada uma valência infantil denominada Infantário de Santa Ana.
A Portugal Inovador falou com
Luís Rufo, atual Provedor da Mesa
Gerente da Irmandade de Santa
Cruz. “Verificamos que, em termos
comparativos com outras cidades
do Norte de Portugal, Braga é uma
cidade onde a juventude impera.
Com efeito, a existência de várias
universidades – casos das Universidades do Minho e Católica – e boas
ofertas de emprego permitem a fixação de população jovem. Seguindo
a panorâmica nacional, constatamos
a existência de um elevado número
de pessoas idosas a quem temos
de oferecer os melhores serviços”,
melhor explicitou o Provedor.
Esta Instituição sofreu alterações
na direcção há sete meses: a atual
Mesa foi sufragada com a maior
votação de sempre na Instituição,
em Assembleia Eleitoral. Luís Rufo
e a sua equipa conseguiram, nestes poucos meses de mandato,
equilibrar as contas da Instituição
sem apresentar prejuízos na gestão
corrente.
“No ato da posse, fiz uma promessa que, no final deste primeiro
mandato, iria entregar a Instituição
sem problemas financeiros”, asseverou o Provedor.
Todo o trabalho de reorganização e reafectação de Colaboradores
foi feito sem qualquer prejuízo na
qualidade e sem deixar de se prestar
todos os serviços que o Lar de Santa
Cruz e o Infantário de Santa Ana
ofereciam anteriormente.
Actualmente, o Lar acolhe cerca
100 utentes, dos quais aproximadamente 40% estão acamados.
Os serviços de apoio englobam,
entre outros, Médico, Enfermagem,
Psicologia, Fisioterapia, Gerontologia, Nutricionista e Animação Sócio
Cultural. “Posso afirmar, sem grande
dúvida, que os quadros, relativamente aos serviços de base, são,
muito provavelmente, os mais bem
apetrechados de Braga”, comenta
Luís Rufo.
A Irmandade de Santa Cruz opta
por abrir as suas portas ao exterior e
fá-lo nomeadamente através de visitas e passeios onde os utentes do
Lar e crianças do Infantário podem
usufruir de atividades diferentes.
Na valência de creche e infantário,
a Irmandade de Santa Cruz recebe
crianças até aos cinco anos, acompanhadas por Educadoras Infantis e
usufruindo de serviços que vão muito
para além do exigido legalmente.
“Neste momento, conseguimos
manter um equilíbrio financeiro,
mesmo tendo em conta os graves
problemas que herdamos neste particular. Os idosos e as crianças que
confiam em nós e nos são confiados
têm e terão toda a qualidade prestacional para que se sintam muito
bem connosco”, elucida Luís Rufo.
A visão do Provedor, relativamente à Instituição, é uma visão
de futuro, de melhoria da qualidade
de serviços. É notório que estão
ao dispôr da comunidade, onde se
têm inserido cada vez mais, não
só na vertente social mas também
cultural. |
Novembro I 71
Portugal Inovador
ASF:
sucesso familiar
No mercado desde 1980, a ASF- Alfredo Sousa Fenandes, é uma empresa familiar, situada
no concelho de Braga, cuja gestão já passa pela terceira geração. Nem sempre na área das
sucatas, hoje, a ASF é uma empresa de sucesso e com reconhecimento na Península Ibérica.
Luís Fernandes pertence à
terceira geração da família que
sempre geriu a ASF. Inicialmente, esta era uma empresa que
trabalhava com papel, mas com
as mudanças do mercado decidiram dedicar-se à fundição de
metais. “Hoje em dia, só trabalhamos com metais ferrosos e
não ferrosos e esta é uma área à
qual sempre estivemos ligados”.
Para que os nossos leitores
pudessem perceber em que
72 I Novembro
consiste o trabalho realizado
por uma empresa de sucatas, o
nosso interlocutor fez questão de
explicar que a ASF se dedica à
seleção e reciclagem de metais
para, posteriormente, vender a
empresas que aproveitem esses
materiais. “Nós não trabalhamos
apenas em Portugal. O nosso
produto chega também a Espanha e é no caminho da exportação que pretendemos continuar”,
refere Luís Fernandes.
O facto de estarem no mercado há mais de 30 anos, faz
com que a ASF seja valorizada
pela qualidade do seu trabalho
e este reconhecimento em muito se deve “aos colaboradores
e ao seu know-how”. Todos os
funcionários têm um vasto conhecimento sobre metais ferrosos e não ferrosos, mas com as
mudanças que o mercado foi sofrendo, tiveram que adquirir nova
formação, para que pudessem
continuar a manter a qualidade
dos serviços. De acordo com o
gerente, “a formação é dada internamente e, sempre que entra
um colaborador novo, são os
mais antigos que o acompanham
e ensinam a trabalhar com os
metais”.
Pelo facto de manusearem
produtos que têm componentes
prejudiciais ao meio ambiente,
a ASF preocupa-se em cumprir
escrupulosamente as regras que
lhe são impostas pelo Ministério
do Ambiente.
As perspetivas de futuro da
empresa passam, segundo Luís
Fernandes, pela modernização
das instalações e pelo crescimento. “Pretendemos atingir
outros mercados, sobretudo o
asiático, porque é o que mais
potencial tem e o que mais garantias nos oferece”, conclui.|
Portugal Inovador
Exemplo de competitividade
Desde 1993 que a Rampa tem vindo a afirmar-se na importação e exportação de fios para a
indústria têxtil. Atualmente, esta empresa sediada em São Pedro de Merelim é um parceiro
de referência de algumas importantes cadeias de vestuário a nível nacional e europeu.
António Martins, fundador da
empresa, já trabalhava no setor
têxtil. Com o desaparecimento
de muitas fiações no país, sentiu
que se verificava uma lacuna no
mercado e que “seria interessante iniciar uma empresa que desse
apoio aos produtores têxteis
nacionais” no fornecimento de
fios. Concretamente, o papel que
a Rampa assume tem sido o de
“fazer a ponte entre os mercados
de onde faz as importações (vários países de Leste e Ásia) e o
mercado português e europeu”.
Para tal, a empresa, dispondo
de uma área de cerca de 4.000
m2, tem capacidade para o armazenamento de 200 toneladas
de fio, estando este inteiramente
em condições de ser entregue
ao cliente. A oferta passa por
fios acrílicos, de algodão, lã ou
poliamidas e está destinada a um
leque de produtos como malhas,
peúgas, cachecóis, calçado ou
têxteis-lar. A respetiva área de
abrangência cobre o território
nacional e alguns destinos de exportação como Espanha, Bélgica,
Suécia ou Inglaterra.
A tendência dos fabricantes de
vestuário europeus para recorrerem a fornecedores asiáticos foi
devidamente contrariada por um
conjunto de mais-valias que a
Rampa oferece, nomeadamente
a rapidez nas entregas. Esta é
apontada como uma necessidade cada vez mais constante se
tivermos em conta a forma como
a moda funciona atualmente: “Se
uma apresentadora de televisão
aparecer com uma determinada
peça de vestuário e essa peça
for de uma grande cadeia, no
dia seguinte já desapareceu das
montras. Então há que repor, e
essa reposição, naturalmente,
não poderá ser feita com encomendas feitas ao Bangladesh”.
Face a este contexto, a Rampa
possibilita entregas que cumpram os timings necessários, em
quantidades ajustadas ao que o
cliente pretende para o imediato
e que apresentem outro grau de
diversificação e qualidade.
Como resultado, a empresa
de António Martins apresenta-se
como estando “bem dinamizada,
em crescimento e este ano regista um aumento na faturação
de 23% face ao ano anterior”. As
perspetivas agora centram-se na
prospeção de novos mercados de
exportação, como o Brasil ou o
Norte de África. |
Novembro I 73
Portugal Inovador
Capacidade máxima
para corte e quinagem
A Braquinagem é uma referência nesta área de trabalho, estando devidamente equipada e
modernizada para dar resposta às mais diversas solicitações.
A empresa, estabelecida no
Parque Industrial de Ruães, começou a atividade em 2002, pela
iniciativa dos irmãos Márcio Silva
e Augusto Silva. Nestes últimos
12 anos, o respetivo percurso foi
sempre ascendente, como contam
os dois responsáveis: “Ano após
ano, a Braquinagem foi crescendo em área, em maquinaria e em
pessoal”.
Assim, no presente, a área de
laboração corresponde a cerca
de 1500 m2, pelos quais estão
distribuídas 13 máquinas perfeitamente atualizadas e onde trabalham diariamente 17 pessoas.
Na descrição que os nossos
interlocutores fazem da forma
como têm conseguido capacitar
a sua empresa, ambos sublinham
74 I Novembro
as condições de que dispõem em
termos de maquinaria: “O investimento que fazemos agora está
preparado para durar muitos anos
mas, mesmo assim, temos a preocupação de nos atualizarmos e de
continuarmos à procura de novos
equipamentos”. Tudo isto para dar
suporte a uma atividade diária que
consiste no corte e na quinagem
de chapas “à feição daquilo que o
cliente especifica”.
Na visão de Márcio Silva e Augusto Silva, o que tem justificado
o sucesso da empresa passa,
sobretudo, pela “qualidade do
serviço e pela disponibilidade para
que seja executado rapidamente”.
Pese embora a sua juventude,
os dois já apresentam um know-how acumulado ao longo de duas
décadas de trabalho no corte e
quinagem, assumindo todas as
condições para a liderança de
uma equipa igualmente jovem.
“Temos uma média de idades que
ronda os 30 anos e a nossa aposta
vai, de facto, para pessoal jovem e
devidamente formado”, explicam.
É desta forma que o crescimento na faturação é acompanhado também por um progressivo alargamento da sua área
de influência, sendo que, hoje, a
Braquinagem conta com múltiplos
clientes não só no Minho como
também nos distritos do Porto e
Aveiro. A dinâmica que a empresa
vive permite pensar mais alto e
é com satisfação que se depara
com a necessidade de expandir
as instalações. |
Portugal Inovador
Dinamizar, criar, ajudar
e envolver a sociedade
Na reparação e aferição de tacógrafos, taximetros e limitadores, a Tacóminho é a única
empresa certificada pela norma NP EN ISO 9001:2008. Jorge Cunha foi o fundador desta
empresa em 2002.
Desde 2007 que a Tacóminho está
sediada em Aveleda, Braga, para onde
se deslocou quando necessitou de
melhores condições de acesso e de
umas instalações com maior qualidade
e dimensão.
“Este setor apareceu no meu percurso por acaso”, inicia Jorge Cunha.
Com formação profissional na área das
instalações, foi convidado para fazer
um curso de instalador de tacógrafos.
Notando a falta de reparadores desses
aparelhos na zona Norte de Portugal, o
gerente transformou a sua experiência
num projeto próprio.
Atualmente, a Tacóminho conta
com seis profissionais, mas a intenção
é crescer: “Temos alguns projetos em
curso, dos quais abrir uma ou duas
filiais a médio-prazo”, explica. Uma
destas está já a ser preparada, faltando apenas encontrar as instalações,
que serão sediadas no concelho de
Guimarães.
Tacógrafos e
Taxímetros
Este setor é muito específico e
não é do conhecimento do público em
geral. No entanto, para os condutores
de veículos pesados é fundamental. O
tacógrafo é um equipamento destinado
a registar, toda informação relativa à
condução, tempos de trabalho e de
repouso dos condutores. É obrigatório em todos os veiculos pesados, de
transporte de passageiros ou mercadorias, bem como nos veículos ligeiros
destinados ao transporte de crianças.
Um tema polémico neste setor, é a
fácil manipulação dos equipamentos e
“quando se cria um aparelho novo, surge sempre alguém pronto a perceber
como manipulá-lo. Um equipamento
com um nível de segurança enorme,
ao fim de uns meses, é facilmente manipulável”. Jorge Cunha informa que
em 2016 vão ser introduzidas novas
alterações e tacógrafos com tecnologia
diferente que incluem, localização por
GPS, com informação da posição de
inicio da jornada, e posicionamento do
veiculo de três em três horas.
Na vertente dos taxímetros, “do
Porto para Norte, 75% dos táxis em
que o cliente entra têm o autocolante
Tacóminho no lado direito do pára-brisas”. Este facto deve-se a uma relação
cliente-fornecedor diferente: “Temos
uma relação cordial e amigável com o
cliente taxista, oferecer um preço justo,
um serviço rápido e com qualidade.
Todos os pequenos serviços, que são
feitos num táxi ao longo do ano não são
pagos, e não considero estar a perder
dinheiro, mas sim, a ganhar mercado
e a fidelizar o cliente”, conclui o nosso
entrevistado.
Com isto, Jorge Cunha e a sua Tacóminho defendem um modo diferente
de trabalhar perante os profissionais
de transporte. Outro facto que tornou
a nossa entrevista muito interessante
foi o facto da Tacóminho apoiar a sua
terra e várias iniciativas locais. Jorge
Cunha afirma: “Temos que olhar à
nossa volta e não olhar apenas para
o saldo da conta”. |
Novembro I 75
Portugal Inovador
“A Berfon não fica à espera”
Liliana, o seu irmão Pedro e o seu pai António Fontes tomaram a iniciativa de se lançarem numa
aventura empresarial. Em Braga, no ramo dos acessórios agrícolas, encontramos a Berfon.
questão é a concorrência desleal
que encontrámos, principalmente
devido à falta de legislação e de
controle”, indica Liliana Fontes.
Fazer evoluir o setor
Com bastante experiência
na área, dado terem colaborado
noutra empresa, os nossos três
entrevistados decidiram arrancar
com um projeto próprio. Tendo
uma carteira de clientes conquistada no seu percurso anterior,
Liliana, Pedro e António Fontes
decidiram criar esta sociedade.
“Impulsionados na confiança em
nós próprios, nas nossas capacidades e nos contactos que tínhamos, facilmente a marca Berfon
entrou no mercado”, comenta
Liliana Fontes.
“Naturalmente, nos primeiros
anos foi um pouco complicado,
tanto pelos investimentos e pelo
esforço e sacrifício necessários”,
inicia Pedro Fontes, descrevendo
o crescimento da Berfon. Esta é
uma pequena empresa com boas
76 I Novembro
bases que está a trabalhar para
a sua certificação e a implementar diferentes tipo de trabalhos,
apoiada por um crescente número
de comerciais que dão a conhecer
a empresa em Portugal continental e nos arquipélagos da Madeira
e Açores. Neste seu oitavo aniversário, a Berfon soma o mesmo
número de funcionários e o seu
objetivo é fazer chegar os seus
produtos cada vez mais longe.
Esta empresa de Braga comercializa os seus acessórios
agrícolas a armazéns de retalho
e oficinas reparadoras. A exportação é uma hipótese ponderada
mas, para já, não é viável. “Já
considerámos Espanha, mas é um
país que soma tanta concorrência
no ramo que até chegam a tentar
a sua sorte em Portugal. Outra
A sócia-gerente relembra-nos
que o setor agrícola continua a
estar envelhecido e que os seus
clientes necessitam de algum
incentivo e até formação para
estarem a par das novidades
que chegam até ao nosso país.
“Queremos evitar as notas de
encomenda em papel e evoluir
para as que são enviadas diretamente para as empresas, via
internet. Estamos a tentar impor
esse sistema e utilizo esse termo,
porque no nosso ramo os clientes
são mais tradicionais e não estão
habituados a trabalhar com computador”, explana.
Para o futuro, esperam continuar a crescer faseadamente
e Pedro Fontes comenta que,
havendo uma boa gestão e vontade, alcançam-se os objetivos
estabelecidos. Um desses, que é
um projeto já em ação, é a criação
de uma plataforma internet que
disponha todos os produtos e que
seja apelativa a novos clientes.
Um fator que torna esta empresa inovadora é o esforço por tentar
trazer produtos novos para os
clientes. A Berfon importa de modo
a atingir um certo escalão, ou seja,
“tentamos trazer sempre mais e
todas as novidades existentes”. |
Portugal Inovador
“Delinear estratégias é vital”
Com origem Francesa, na década de 80, a SETIMEP estava inicialmente especializada
na área da ventilação industrial do tratamento de ar, associada a centrais de asfalto.
Atualmente, em Portugal e no Mundo, Henrique Gonçalves progride seguindo novo rumo.
Numa primeira fase e com vista a
obter equipamentos mais competitivos mantendo padrões de qualidade
elevados, a empresa criou, em 1993,
a delegação SETIMEP Portugal para
o fabrico.
Desde cedo a estrutura da SETIMEP, consistiu num gabinete de
engenharia com subcontratação de
empresas parceiras para o fabrico dos
seus equipamentos, método de trabalho muito comum em países nórdicos
com um conceito considerado inovador
no nosso país.
Em 1995, Henrique Gonçalves
passou a ser o novo rosto da empresa
em Portugal. Desde cedo se apercebeu que “para a empresa conseguir
sobreviver internacionalizando-se era
necessário haver uma garantia de
que todas as etapas que orientam o
trabalho eram dirigidas em prol da
qualidade”.
Em 2005, foi decidido pelos acionistas encerrar as instalações em
França, concentrando toda a estrutura
em Portugal vindo a ser adquiridas na
sua totalidade por Henrique Gonçalves
em 2007.
Após a sua aquisição, a prioridade
de Henrique Gonçalves foi definir um
trajeto a seguir para que, em 2010, a
empresa se afirmasse sem medos de
enfrentar o mercado. Para esse fim,
foi fundamental: apostar na qualifica-
ção dos seus colaboradores e sua
formação continua; munir a empresa
de todos os meios de desenvolvimento de projeto de especialidade com
softwares de ponta (modulação 3D/
calculo); desenvolver produtos de
catálogo criando uma plataforma para
a realização de um website e certificar
a empresa.
Atualidade
Portugal sempre foi visto à margem
da Europa, por não ser encarado como
um país com conhecimentos técnicos
comparando com os países líderes
europeus, mas a SETIMEP ajudou a
mostrar o que de bom se faz por cá.
Com o advento da internet o mundo nunca mais foi observado com os
mesmos olhos. Na perspetiva de Henrique Gonçalves, é vital, as empresas
prepararem-se, e darem-se a conhecer
através de todos os meios dinâmicos
disponíveis (website, contacto directo
com o cliente no exterior ou em feiras
temáticas de especialidade).
Atualmente, os grandes pilares
de negócio são a fundição, o cimento, a indústria mineira e a indústria
química. Todo o seu equipamento
está vocacionado para o encontro de
soluções de tratamento de ar em linhas
de processo industrial, pensado na
internacionalização. África e América
Latina mostram-se como os países
mais interessantes neste âmbito, onde
recentemente foi criada uma delegação no Chile.
No futuro, a direção será a contínua
aposta na qualidade e na inovação.
Como mensagem final Henrique
Gonçalves expressa: “É importante
saber ouvir, saber falar, saber comunicar a nossa imagem, para aprender
e progredir”. |
Novembro I 77
Portugal Inovador
NovaBraga Transportes
conduz eficiência
Francisco Costa, de espírito empreendedor, em 2007 deu um novo rumo à sua vida com a
criação de uma nova empresa: a NovaBraga Transportes. O seu raio de atuação passa por
todo o país.
54 viaturas, o seu raio de ação
estende-se por toda a zona Norte
e Centro do país. Os seus armazéns encontram-se distribuídos
nos distritos de Braga, Vila Real
e Porto. “Trabalhamos 24 horas
por dia e isso é uma mais-valia”,
garante Francisco Costa.
Parceiros de negócio
A empresa é hoje, passado sete
anos, reconhecida por prestar um
serviço de qualidade na área das
entregas e recolhas bidiárias de
objetos de pequeno porte.
Foi arriscando, fora da sua
zona de conforto, que Francisco Costa resolveu dar início a
esta atividade, aos seus olhos
desafiante e inspiradora. Gradualmente foi adquirindo os conhecimentos necessários para a
sua prática.
Apesar da conjuntura económica, sentida em 2008, um ano
após a sua abertura, a NovaBraga
Transportes – associado da AN-
78 I Novembro
TRAM – manteve-se no mercado, enfrentando novos desafios
constantemente. Os obstáculos
ultrapassados deram a Francisco
Costa uma nova perspetiva para
crescer ainda com mais força.
Aprendendo a evoluir ao mesmo
passo que a região, deu a conhecer os seus serviços, aproveitando
desse modo novas oportunidades
de negócio geradas pelas diferentes necessidades de mercado: “Sentimos a necessidade de
aumentar a nossa frota”. Hoje
trabalham especificamente com
peças ligadas à indústria e a grandes marcas de automóveis. Com
Os 54 funcionários estabelecem
entre si laços fortes que ajudam a
fortalecer o espírito de equipa e a
superar as situações do dia-a-dia. A
crescente procura pelos serviços da
NovaBraga Transportes assegura a
qualidade dos seus recursos, físicos e humanos. É dessa forma, que
honrando os seus compromissos,
estabelece-se no mercado com
credibilidade.
A curto prazo está nos seus
horizontes duplicar a frota, com a
colocação de mais dois mototáxis.
“O projeto já se encontra muito
avançado e estamos a atuar com
grande força na zona do Grande
Porto”, explica. Numa perspetiva a
longo prazo procurará estar cada
vez mais próximo das pessoas,
consolidando o seu percurso na
constante atualização e formação, sem nunca perder de vista a
qualidade de resposta das suas
entregas. |
Portugal Inovador
Partilhar para progredir
Pequenas mudanças ocorrem todos os dias no sentido de aprender, progredir, e crescer.
Toda a equipa da AIJM, instalada no Parque Industrial de Pintancinhos, em Palmeira, Braga,
trilha assim o seu caminho com concentração e profissionalismo.
Em 2004, vários agentes de execução juntaram-se no mesmo espaço
com vista à partilha de conhecimentos
e desenvolver objetivos, contrariando
a individualização do trabalho sentida
na época. No projeto cabiam todos os
agentes de execução da região, porém
a ideia acabou por não se concretizar.
Mas uma organização que potenciasse maior eficácia nas execuções
continuava a ser necessária. Dois
anos mais tarde nasceu a secretaria
de execuções: AIJM.
Partilha é o que define hoje o trabalho de equipa dos três agentes de
execução: Isabel Miranda, Júlio Reis
e Marta Pinheiro. Para o melhor aproveitamento dos recursos humanos e
capacidade de resposta, tornou-se útil
e necessária a distribuição de tarefas
entre todos. O modelo, confrontado
com as constantes mudanças legislativas, funciona agora como um suporte,
onde as diferentes abordagens ambi-
cionam novas soluções.
A partilha assente num olhar multidisciplinar oferece visão e diferentes
perspetivas. Por isso, a AIJM é agora
reconhecida pela especialização na
tramitação de processos executivos.
“Neste âmbito existem quatro pontos
por onde passam os nossos serviços:
identificação dos bens, a sua apreensão, remoção, armazenamento e venda. O mais importante é a identificação
dos bens”, explica Júlio Reis.
A interação permanente com o
exequente guia a conduta dos agentes
de execução, procuram num primeiro
momento estabelecer diálogo para
“tentar perceber a pessoa que está do
outro lado”.
Segundo Isabel Miranda este é
“o lado mais humano da Justiça”. O
drama está presente em todas as
situações que lidam no dia a dia. Conscientes de que o ser humano que têm
à sua frente é um ser singular e com-
pleto, refletem e encontram soluções
com perceção e consistência. “Está
nas nossas mãos resolver os dramas”,
declaram.
A AIJM está em premente atualização. Para isso, dispõe de uma
plataforma eletrónica, desenvolvida
por eles, que lhes permite o contacto
diário de gestão e rapidez de resposta.
Se cada um dos elementos da
equipa não tivesse no seu ADN o espírito de união, nunca conseguiriam solidificar-se nesta estrutura. “As pessoas
não têm noção real da nossa atividade,
nós funcionamos exatamente como
um tribunal, não estamos a referir-nos às competências, mas sim em
termos organizativos. É humanamente
impossível ser célere e apresentar
bons resultados, trabalhando sozinho”,
mostra Isabel Miranda.
Abraçando este desafio constante,
a AIJM, numa voz uníssona, projeta a
sua vontade e dedicação na mesma
direção, acreditando na expansão e
no futuro. |
Novembro I 79
Portugal Inovador
Campo das Hortas
conforta sorrisos
Manuel A. Machado e Catarina Santiago falaram-nos sobre o que esteve na origem da sua
clínica dentária, Campo das Hortas, localizada na Praceta Padre Diamantino Martins em Braga.
Manuel A. Machado, residente
em Braga, conhece a realidade que
o envolve e fala confortavelmente
sobre a dinâmica aí sentida; Catarina Santiago, residente em Fafe,
partilha já da mesma perspetiva.
A Clínica Campo das Hortas,
apesar dos seus três curtos anos
de história, caracteriza-se por uma
filosofia inovadora partilhada por
dois jovens com a mesma ambição. “Conhecemo-nos por acaso,
através de um amigo em comum,
decidimos que queríamos dar asas
à nossa visão”, conta Catarina
Santiago.
80 I Novembro
Dessa visão comum nasceu
um novo horizonte. Ainda que com
uma prática bastante generalizada,
ambos especializaram-se em diferentes áreas. Manuel A. Machado
mais ligado à implantologia, Catarina Santiago mais vocacionada
para a cirurgia oral, acabando por
complementarem-se. “Para as
especialidades que não dominamos, ou para as quais não temos
formação específica, criamos parcerias com colegas que vêm cá e
que oferecem esse recurso. Desta
forma proporcionamos todo o conforto ao nosso utente e o acesso
às especialidades que necessita”,
explica Catarina Santiago.
Porém, existe ainda um estigma
relativamente à medicina dentária:
“As pessoas quando conversam
entre elas sobre as suas experiências no dentista abordam sempre as
experiências mais traumatizantes”,
lembram. É por isso que o Campo
das Hortas busca, constantemente,
ferramentas que tragam conforto
ao paciente e precisão ao profissional. A inovação é pensada para
que o paciente se possa esquecer
do habitual cenário de uma clínica
dentária. “O espaço foi pensado
para evocar serenidade, possuímos
tecnologia de última geração e recorremos aos óculos 3D de forma
a envolver as pessoas numa nova
realidade, virtual, desmistificando
a cadeira do dentista”, sublinham.
Humanizar sorrisos
É nos sorrisos saudáveis que o
trabalho se foca. A componente estética acaba por desenvolver, nesse
âmbito, um aspeto muito positivo
na auto estima individual de cada
pessoa. Por isso, hoje mais do que
nunca, Manuel A. Machado e Catarina Santiago sabem que “o sorriso
é sempre o primeiro impacto, quer
seja na procura de trabalho quer
seja em plena vida social”.
Saber ouvir, criar empatia e dar
oportunidade de expressar ideias
e opiniões são aspetos essenciais
para o Campo das Hortas. É com
essa prática que cultivam a confiança e decidem o tratamento mais
adequado para cada paciente.
Desafios e futuro
Segundo Manuel A. Machado
e Catarina Santiago a medicina
dentária é ainda encarada como o
parente pobre de todas as medicinas. Mas apesar dessa conjuntura,
os dois colegas observam que na
zona onde estão inseridos estão a
atravessar um período favorável, o
que lhes dá ânimo para continuar.
Sabem que estão no caminho
certo, porque são constantemente
reconhecidos. A boa referenciação
dá-lhes alento para evoluir técnica
e humanamente. Num futuro próximo ambicionam ser uma clínica
de referência na cidade de Braga. |
Portugal Inovador
Educar novos estilos de vida
Mayumi Murakami dá consultas de Medicina Chinesa, na Rua Júlio Dinis, no Porto. Esteve à
conversa connosco para falar sobre o seu percurso e os desafios que a Medicina Tradicional
Chinesa tem enfrentado no Ocidente.
Para se ser médico de Medicina
Chinesa há todo um percurso a
percorrer, mas nem sempre esse
caminho se revela fácil. A frequência da licenciatura de cinco anos
em MTC, bem como o estágio na
China são obrigatórios. Mayumi
Murakami terminou-o há sete anos.
“Ao contrário do que as pessoas
pensam, trata-se de um curso
extremamente difícil e de longa
duração”, esclarece.
Apesar de saber que em Portugal tem aumentado a procura da
Medicina Chinesa, nunca pensou
em abrir uma clínica ligada exclusivamente a esse método, pois “a
complementaridade entre a medicina chinesa e a medicina convencional é importante e necessária”.
Apesar desta crescente procura,
as diferenças entre o Oriente e o
Ocidente são notórias. Na China
a Medicina Chinesa é preventiva,
e existem os dois métodos inclusivamente no mesmo hospital, mas
Portugal ainda não atua nesses
moldes.
Os pacientes que procuram
Mayumi Murakami são regularmente doentes crónicos, que apesar de
já se terem socorrido da Medicina
Convencional, vêm em busca de
uma nova solução. É nessa busca
que Mayumi Murakami ouve - dando tempo para que a pessoa que se
encontra à sua frente narre o seu
trajeto, sem a correria habitual que
se faz sentir nos hospitais públicos.
“A nossa medicina vê o ser humano
como um todo”, traduz.
“Já estou no Porto há sete anos
na mesma clínica e durante esse
tempo já tive outros convites para
trabalhar em Braga, Guimarães,
Famalicão, e Santa Marinha do Zêzere”, conta. Pulando de região em
região, deslocando-se do urbano
para o rural, é desse modo que vai
conhecendo novos públicos, novas
histórias, alargando a sua visão
sobre os portugueses.
Muitos dos seus pacientes questionam-na sobre a acessibilidade
da Medicina Tradicional Chinesa,
e a sua integração no SNS, mas
Mayumi Murakami assume que
“talvez seja ainda prematuro falar
sobre isso”. No entanto, já houve
alguns avanços e conquistas nesse
âmbito. Quando Mayumi Murakami
iniciou a sua atividade as diferentes medicinas não coexistiam
entre elas, gerando um núcleo
muito fechado, e as seguradoras
não realizavam acordos, criando
barreiras às pessoas que queriam
aceder a novas alternativas. Só há
bem pouco tempo a profissão foi
regulamentada, mas continuam a
existir grandes entraves no acesso
à profissão, “há cursos superiores
que não estão a ser acreditados
pelo governo português, e apesar
de algumas conquistas nossas,
continuamos nesta luta”, manifesta.
Mayumi Murakami acredita que as
mentalidades preparam-se para a
mudança, e que gradualmente a
medicina chinesa conseguirá chegar a todas as pessoas. |
Novembro I 81
Portugal Inovador
82 I Novembro
Portugal Inovador
Guimarães
Novembro I 83
Portugal Inovador
Arte e a hotelaria:
duas paixões que se fundem
Quando Maria Rosa Roeder e o seu tio abriram o Mestre d’Avis, em 1998, este espaço era
designado de residencial. Há quatro anos alcançou o estatuto de hotel, sendo um dos mais
conceituados e inovadores em Guimarães.
Residente na Alemanha, Maria
Rosa Roeder abraçou este projeto
com um carinho muito especial.
Enquanto lecionava no país germânico, o seu tio era gerente do hotel
e seu representante em Portugal.
Em 2010, passou a ser a única
gerente e diretora do Hotel Mestre
d’Avis. Apesar de não viver no país,
viaja muitas vezes para Guimarães
e, mesmo quando a deslocação
não é possível, nunca deixa de
estar em contacto com o hotel. “A
Internet facilita imenso esta ligação
à distância”, explica.
O Mestre d’Avis está instalado
num edifício outrora propriedade da
escritora Maria Angelina Brandão,
com o intuito de preservar e dar
a conhecer o património histórico
português. “Não há nada que me
deixe tão triste como ver o património em declínio. Esta é a minha
forma de o salvar. É uma maneira
de salvaguardar as nossas raízes”.
Exemplo disso, é também o facto
de todo o mobiliário do hotel ser
84 I Novembro
originário apenas de empresas
nacionais. “Até o nosso logótipo! É
tudo nacional e temos muito orgulho
nisso”.
No entanto, a proteção da cultura não fica por aqui. Desde a entrada até ao nome, dado por estar
situado na Rua D. João I, tudo está
relacionado com história, cultura e
arte. Na parte exterior, encontramos
uma fachada rústica que se prolonga para a parte interior do hotel,
onde o cunho histórico entrelaça-se
com a arte e a contemporaneidade.
Exposições e
sofisticação
Com vista a oferecer inovação à
hotelaria vimaranense, a nossa entrevistada introduziu uma galeria de
arte na receção do hotel. “Quando
abracei este trabalho, fiquei com
dúvidas porque não era a minha
área. Então tive que arranjar outro
projeto que me desse prazer. A arte
é esse projeto!”, conta. É desta
forma que Maria Rosa Roeder junta
duas das suas paixões, ao mesmo
tempo que proporciona aos seus
clientes um conceito inovador.
De momento, os visitantes
podem apreciar a exposição de
pintura de três artistas portugueses
do Minho. Carminda Faria, de Mondim de Basto, Salgado Almeida, de
Guimarães, e Orlando Pompeu, de
Fafe. Maria Rosa Rueda conta que
é um orgulho trazer de volta ao hotel Orlando Pompeu, já que foi ele
um dos primeiros artistas a expôr
o seu trabalho. Até ao passado dia
20 de outubro, estiveram expostos
o trabalho da artista espanhola
Carmen Touza.
A aliança entre a arte e a cultura não se ficam apenas no hall de
entrada do hotel e já se começa a
espalhar pelas restantes divisões.
O projeto mais recente em que o
Hotel Mestre d’Avis se encontra
envolvido passa por associar o
nome de um artista a cada quarto,
incluíndo a colocação de uma obra
desse mesmo autor no seu interior.
“Atualmente, temos um quarto chamado “Pompeu” e o mais recente
quarto nomeado é o de “Carmen
Touza””.
É desta forma que a entrevistada surpreende os seus clientes
com o ambiente que os rodeia. “Os
clientes não esperam a encontrar
esta oferta num hotel, principalmente quando temos apenas duas
estrelas”.
Espaço Acolhedor
Os serviços do Hotel Mestre
d’Avis estão disponíveis 24 horas,
estando os colaboradores preparados para dar resposta a qualquer
pedido, durante o dia e a noite. A
relação que existe entre a equipa de
sete funcionários é muito próxima
Portugal Inovador
ainda, que quando essa meta estiver conquistada, pode vir a ampliar
o espaço. “Dispomos apenas de 16
quartos. Precisava do dobro para
corresponder à procura”, explica.
No que diz respeito à arte, Maria
Rosa Roeder revela que vai começar a trabalhar num outro projeto
que passa também pela exposição
ao ar livre, numa quinta de sua
propriedade, algo que tem atraído
a atenção de muitos interessados. |
e têm entre si uma cumplicidade,
que é transmitida, mais tarde, para
o cliente. “Este hotel vive da relação
próxima com o cliente”, menciona
a diretora.
Também na abertura de cada
exposição, todos os hóspedes são
convidados a assistir. “Fazemos
tudo o que podemos para os aju-
dar e orientar”, aconselhando as
melhores atividades que a cidade
tem para oferecer, assim como os
percursos que devem visitar.
Melhorar a situação do Hotel
Mestre d’Avis e continuar a conquistar e a surpreender novos
clientes são os principais planos
da proprietária. No entanto, admite
Novembro I 85
Portugal Inovador
A melhor oferta para criança
Conjugando a especialização em puericultura com o vestuário infantil de qualidade, a Arisca
afirma-se como uma casa de referência em Guimarães para aqueles que procuram o melhor
para os seus filhos.
Desde o Natal passado que a loja
de Andreia Pereira está presente na
Rua de Stº António, zona de prestígio
da cidade e do respetivo comércio
tradicional. Anteriormente, a Arisca
já contava cinco anos no mercado,
com um espaço no Centro Comercial S. Francisco, igualmente em
Guimarães.
“A passagem para aqui teve por
objetivo conseguir maior visibilidade
e também atingir um novo nicho de
cliente”, refere. Uma mudança que
implicou a coexistência próxima com
uma variedade de estabelecimentos
também dedicados à criança, mas
que a responsável encara de forma
confiante: “Não há uma loja tão
completa como esta em Guimarães.
Existem lojas que são só de puericultura, existem lojas de vestuário, mas
86 I Novembro
outra loja que englobe as duas vertentes não existe”. Assim, para além
da moda infantil, podemos encontrar
aqui todo o enxoval para o bébé,
todos os artigos de puericultura leve
(biberões, chupetas, esterilizadores,
etc), artigos de higiene e segurança,
carrinhos de passeio e cadeiras
automóveis, peluches e brinquedos
e mobiliário.
A mais-valia de complementar
uma vertente com a outra não traria
resultados se não estivesse apoiada
naquele que tem sido o critério principal para a seleção desta oferta: a
qualidade. “Tem de se pensar no
conforto das crianças”, sublinha,
explicando que, “apesar de muitas
vezes as pessoas não terem noção
da importância desse conforto, é nos
primeiros meses de vida que tudo
se forma numa criança, daí que, obviamente, seja importantíssimo, por
exemplo, que um carrinho seja bem
acolchoado”. A qualidade é, portanto,
a preocupação de quem procura os
produtos da Arisca.
A proprietária acrescenta ainda a
importância de ter artigo que marque
a diferença, fazendo também referência ao facto de tentar “dar preferência a marcas nacionais”. Entre os
exemplos mais prestigiados estão a
Bebécar, no setor dos carrinhos, ou
a Trama, no mobiliário.
Para concluir, em jeito de balanço
à transição de um espaço para o outro, Andreia Pereira mostra ter noção
de que acaba por estar “numa fase
de recomeço, a criar uma nova casa”,
mas as perspetivas são positivas no
que respeita “à fidelização de clientes
e à garantia da sua satisfação”. |
Portugal Inovador
Criatividade com
responsabilidade
Há quatro anos, Alberta Gomes e Joana Gonçalves resolveram lançar-se, em Guimarães,
no mercado de trabalho com o Lado Arrojado. À conversa com a revista Portugal Inovador
contaram-nos como é que tudo começou.
Na época, os antigos proprietários do salão de cabeleireiro,
no qual Alberta e Joana eram
funcionárias, decidiram abandonar o negócio, mas não queriam
fechar as suas portas, por isso
propuseram-lhes este projeto: “Nós
já trabalhávamos juntas há alguns
anos, as clientes já reconheciam
o nosso trabalho, por isso não foi
difícil aceitar o desafio”, explicam.
Gradualmente foram investindo em
três componentes que consideram
fundamentais para que o salão de
cabeleireiro assuma uma presença
destacada na região: qualidade do
espaço, dos equipamentos e dos
produtos; maior diversidade de serviços; e formação. O seu nome traz
já consigo um conceito que Alberta
e Joana procuram transmitir. É com
profissionalismo, e proximidade que
o Lado Arrojado sobressai e respira
criatividade. “Além dos serviços
habituais o nosso maior forte está
na técnica, no corte, nos penteados
e na maquilhagem”, especificam.
Quando questionadas sobre
se haveria um público-alvo que as
procurasse mais especificamente,
afirmam que “não, uma vez que
são procuradas por todos pela
qualidade do seu trabalho”. Como
marca do seu profissionalismo antes de iniciarem qualquer serviço
que lhes seja solicitado realizam
previamente um diagnóstico personalizado. Nesta fase são avaliados
três aspetos: a fisionomia do rosto,
o estilo de vida e o desejo do cliente, “para que o resultado final seja
o pretendido e para que a cliente se
sinta satisfeita”, salientam.
Tanto a Alberta Gomes como
a Joana Gonçalves trabalham há
mais de dez anos com a L’Óreal.
Marca eleita por estas profissionais
por aliar a qualidade e o prestígio,
no fundo “sabemos que podemos
confiar”.
Um trabalho que lida diariamente com a imagem não pode descurar e desvalorizar os pormenores,
ainda mais para com a comunidade
envolvida na região. “Temos de
dar o nosso melhor, pois não é só
a imagem do cliente que está em
causa, mas também a nossa”.
O seu labor e o seu conceito
como não podem ficar confinados
neste espaço têm de se projetar e
ganhar novos rumos, nunca perdendo de vista a responsabilidade.
Há para isso diversos meios de divulgação do melhor que sabem fazer; já produziram alguns trabalhos
ligados à moda e também já realizaram trabalhos de maquilhagem e
cabelos em alguns espetáculos culturais. Dado que ambas trabalham
na área da formação, a exigência
torna-se maior, obrigando-as a uma
constante dinâmica e atualização,
na expetativa de proporcionarem
um melhor serviço, ao mesmo
tempo que são conduzidas a um
enriquecimento profissional. |
Novembro I 87
Portugal Inovador
25 anos
de experiência comprovada
SERVIGUIMA, uma referência no segmento da prestação de serviços na área da limpeza
institucional, industrial e hospitalar.
na qual a qualidade se assume
não só como uma política, mas
sobretudo como um compromisso,
onde as exigências e expectativas
dos clientes têm de ser correspondidas e superadas. O responsável
da empresa acrescenta ainda que
«através de um documento de
avaliação regular de satisfação do
cliente, promovemos a melhoria
contínua do desempenho e otimização do trabalho».
Assim, para além da aposta
na excelência na prestação de
serviços, valores como: qualidade,
confiança, responsabilidade, ética,
transparência, rigor e coerência
são fundamentais no seu desempenho e impulsionam a consolidação da marca.
Futuro
Empresa familiar fundada em
1989, orgulha-se de ter sido pioneira no concelho de Guimarães
como nos revela Filipe Fernandes,
atual diretor da empresa.
O seu principal objetivo é garantir a qualidade do serviço,
aliando aos métodos de trabalho
mais eficientes, os melhores produtos e equipamentos disponíveis
no mercado. «A nossa postura,
o profissionalismo e os anos de
experiência são as nossas mais-valias. Claro que a isso alia-se o
facto do nosso “core business” se
centrar, essencialmente, em três
88 I Novembro
áreas, nomeadamente limpeza
industrial, limpeza hospitalar e
limpeza doméstica», explica Filipe
Fernandes.
Com mais de 60 colaboradores,
a empresa de limpezas vimaranense abrange várias regiões do norte
do país como Viana do Castelo,
Grande Porto, Braga, Felgueiras e
Guimarães e aposta permanentemente na formação dos seus funcionários, com o intuito de manter
o rigor e o profissionalismo nas três
áreas em que atua.
A SERVIGUIMA é, hoje em dia,
uma entidade sólida e certificada,
Com 25 anos de experiencia
no mercado e uma vasta carteira
de clientes, a SERVIGUIMA pretende alargar os seus horizontes,
aumentando o portfólio de clientes e as áreas onde atua. “Em
2013 inauguramos uma filial em
Felgueiras. Este ano, estamos a
desenvolver um projeto Responsabilidade Ambiental através da
triagem e reciclagem dos resíduos
provenientes da nossa actividade
e esperamos continuar a inovar na
prestação de serviços, conscientes
que são mudanças benéficas para
todos”, conclui. |
Portugal Inovador
Tratamento avançado
na saúde oral
Dando a conhecer exemplos de sucesso, empreendedorismo e profissionalismo, este mês,
em Guimarães, apresentamos-lhe o percurso do médico dentista João Paulo Ribeiro.
“Sempre sonhei ser médico e
atuar numa especialidade interventiva. Quando dei conta a medicina
dentária era o caminho a seguir”,
inicia o nosso entrevistado, natural de Guimarães e licenciado no
Porto, na faculdade de Medicina
Dentária. Terminada a licenciatura,
em 1993, a abertura de um consultório próprio, em parceria com um
colega, foi o caminho natural.
Ávido de conhecimento, desde
logo sentiu a necessidade de investir em formação extra em várias
áreas. Correu o mundo, sendo que
hoje está mais especializado na
cirurgia e na implantologia.
“Quando numa destas aventuras nos EUA, há 14 anos, visitei um
Centro de formação multidisciplinar
de dentária, comecei a alimentar
o desejo de exportar o conceito
para Guimarães. Há cinco anos o
projeto materializou-se e inaugurei
o Centro de Medicina Dentária João
Paulo Ribeiro”.
Abrindo com varias especialidades, no primeiro ano o espaço
realizou cerca de 13 800 consultas.
“Sinto que crescemos de forma sustentada, apoiados por uma equipa
que acompanha os valores que
prezo: a humildade, a seriedade, o
profissionalismo e o respeito para
com paciente”.
O moderno Centro está equipado com a mais alta tecnologia. O
laboratório é sem dúvida o maior
investimento com um sistema robotizado que garante muita autonomia
ao trabalho de toda a equipa. “Possuímos um sistema de TAC que
permite realizar imagens tridimensionais para um correto diagnóstico
das patologias. Assim como um
sistema de CAD-CAM que produz
as coroas e as facetas de cerâmica
no próprio dia, conferindo-nos uma
resposta excecionalmente rápida
e eficaz. Os pacientes entram aqui
de manhã e saem à tarde com um
novo sorriso, algo muito gratificante
para todos”.
Em 2011 e como corolário deste
êxito, um grupo financeiro com forte investimento na área da saúde
dentária, convidou este centro para
ser uma clinica âncora de uma extensa área geográfica, dentro de um
projeto a nível nacional. O convite
foi aceite e por isso hoje a clínica
assume a designação de clinica
Alba – João Paulo Ribeiro.
Internacionalização
No regresso de uma formação
na Ásia, o médico visitou o Luxemburgo e atreveu-se a procurar um
espaço onde pudesse concretizar o
seu sonho de internacionalização.
“Escolhi o Luxemburgo pelo
centralismo e pelo cosmopolitismo,
aproveitando o facto de estar perto
de uma comunidade portuguesa
de 120 mil pessoas num espaço
de 80 km”. Ultrapassados todos os
complexos processos burocráticos,
o espaço abriu em 2013, funcionando com os mesmos princípios do
Centro português.
Dado considerar que a formação
de Medicina Dentária em Portugal
é das melhores a nível mundial, a
equipa luxemburguesa é composta
por três médicos dentistas portugueses que servem a população
diariamente. Duas vezes por mês o
nosso entrevistado visita o espaço
para proceder às cirurgias e aplicar
os implantes. O sucesso tem sido
tal que ainda no final deste ano
vai ser inaugurado um segundo
espaço.
Hoje, João Paulo Ribeiro assume ter chegado “onde queria”:
“Quero que o meu nome continue
associado a um serviço de excelência. Tentarei dedicar-me mais à
filantropia”, conclui. |
Novembro I 89
Portugal Inovador
Dar prioridade
à vida das pessoas
É sob este lema que a Escola de Condução Ronfense tem orientado os seus métodos de
ensino, destacando-se como uma referência na promoção da segurança rodoviária.
Manuel Lopes, proprietário, tem
uma experiência de 24 anos como
instrutor de condução. Foi atravé da
sua iniciativa de se assumir como empresário no setor, que se estabeleceu
a escola, há 15 anos, em Ronfe, no
concelho de Guimarães.
A Ronfense dispõe de uma equipa de três instrutores, cada um com
mais de 20 anos de ensino, que
acompanham os alunos desta escola
em viaturas que estão “entre as mais
modernas que se podem encontrar no
mercado do ensino”. O reconhecimento que o trabalho destes profissionais
tem obtido resulta numa média anual
de 300 inscrições, provenientes dos
concelhos de Guimarães, Famalicão,
Fafe ou, inclusive, Braga. Aqui, o índice
de aprovações é o mais elevado a nível
nacional.
“Os resultados são importantes,
mas só são alcançados devido à nossa
exigência no ensino”, afirma Manuel
90 I Novembro
Lopes. O foco dessa exigência está
na sensibilização dos alunos para o
rigor no cumprimento das normas de
segurança, sendo que o responsável
defende que o grande espaço de intervenção para o efeito são as aulas teóricas. “O código é o mais importante”,
sublinha, aproveitando para explicar:
“Se um aluno não souber estacionar
bem à primeira acaba por conseguir
fazê-lo mais tarde ou mais cedo. A condução é natural nas pessoas. Porém,
se não tiver conhecimentos da parte
teórica e não obtiver a preparação
psicológica que nós trabalhamos nas
aulas, nunca mais vai ter isso. Nunca
irão saber os princípios da condução
defensiva e nunca vão estar sensibilizadas para atitudes como, por exemplo, a cedência de uma passagem”.
Tomando em conta a responsabilidade que envolve a prática da condução e os seus potenciais perigos, o
proprietário e fundador da Ronfense
defende também que os pais têm que
ter essa mesma consciência quando
oferecem uma carta de condução
aos filhos: “Têm que procurar saber
muito bem onde é que eles vão obter
instrução e quem lhes vai dar essa instrução”. Um sinal de que esta escola se
apresenta como um espaço que serve
este princípio, para além do já referido
sucesso nas aprovações, passa por
uma recente sondagem aleatória, feita
aos alunos, através da qual foi obtida
uma classificação de 970 valores em
1000 possível. Estando, por isso, confiante no futuro do seu trabalho nesta
área, Manuel Lopes partilha connosco
a sua expectativa de, eventualmente,
poder alargar o seu negócio ao exterior do país: “Há países europeus aos
quais nos poderíamos adaptar muito
bem. Têm grandes comunidades portuguesas e não haveria os mesmos
problemas em encontrar alunos porque estão dispostos a pagar o valor
correto pela instrução”. |
Portugal Inovador
MM Metálica:
aposta no mercado angolano
Com seis anos de mercado, a MM - Deformação Metálica é já uma empresa de referência a
nível nacional e internacional. Com investimentos em Guimarães e em Moçambique, agora
é a vez de Angola receber, em Luanda, uma base fabril.
A empresa de Guimarães MM
Metálica, especializada na área da
produção e instalação de condutas
e acessórios em chapa galvanizada,
alumínio e inox, para instalações
AVAC (aquecimento, ventilação e
ar condicionado), em parceria com a
Mota Engil e com a Caixa Capital, ao
abrigo do projeto “Internacionalizar
em Parceria” - que permite reforçar
o apoio à internacionalização das
pequenas e médias empresas -,
vai instalar uma unidade fabril em
Angola nos próximos seis meses.
De acordo com Marino Machado,
administrador da empresa: “Entre
tantas outras empresas que se candidataram, a Mota Engil confiou no
nosso projeto e na qualidade do nosso produto, sendo esta escolha um
reconhecimento do nosso trabalho o
qual nos orgulhamos muito. Acredito
plenamente que fomos escolhidos
pela nossa qualidade e pelo nosso
know-how”. Desde o início que o
projeto da MM Metálica estava voltado para o mercado angolano e, de
acordo com o nosso interlocutor, a
explicação para isso é simples: “Já
temos uma sede em Moçambique e
Angola é um nicho de mercado muito
apetecível, uma vez que a construção civil estará muito ativa durante
os próximos anos, e como tal, o
nosso produto é um bem essencial e
se encaixa perfeitamente”. O grande
objetivo é atacar em força o mercado
angolano e, quem sabe, um dia mais
tarde “expandirmos para os países
limítrofes”, acrescenta.
É em Luanda que vai ser instalada a nova unidade fabril, que vai empregar 55 pessoas, seis das quais
vindas de Portugal. “Decidimos
levar connosco alguns trabalhadores
portugueses pois é essencial haver
um controlo do trabalho que está a
ser feito e, nada melhor do que os
nossos funcionários para fazerem
esse acompanhamento e darem
formação necessária aos restantes trabalhadores”, explica Marino
Machado. É sabido, que os países
africanos ainda não têm muito método de trabalho e um dos grandes
motivos pelos quais esta empresa
de Guimarães decidiu colocar lá
técnicos portugueses foi exatamente
esse: ensiná-los a trabalhar segundo
os exigentes critérios europeus. “No
fundo, vamos colocar uma pessoa
responsável por cada departamento, para formar os trabalhadores
angolanos. No espaço de meio ano
eles têm de estar aptos a produzir”,
refere.
Com um estudo sólido acerca
do mercado angolano e das empresas concorrentes que já lá estão
instaladas, Marino Machado fez
questão de referir: “Baseado no
preço de mercado dos produtos das
empresas concorrentes em Angola,
esperamos que a nossa faturação se
enquadre entre os três e os quatro
milhões de dólares anuais. Acreditamos que com a qualidade do
nosso produto e o nosso know-how
estamos em vantagem, como tal, as
nossas expectativas não podiam ser
melhores”. |
Novembro I 91
Portugal Inovador
Experiência que culmina
em 25 anos de sucesso
A Tecnicunha é uma referência na região primando pela qualidade e personalização dos
seus serviços.
Não tem curso superior, mas
senta-se ao pé de muitos engenheiros, a sabedoria é abundante,
“só me falta o canudo”, começa por
explicar à Portugal Inovador, António Cunha, fundador da Tecnicunha,
empresa ligada ao ramo da electricidade, eletrónica, automação, que
está no mercado há 25 anos.
Começou por trabalhar numa
empresa em Guimarães, juntamente com outros colegas. “A dada
altura fui aliciado por colegas de
trabalho a criarmos a nossa empresa. Durante o período de criação
da nova empresa as pessoas que
me aliciaram desistiram. Foi nesse
momento que decidi avançar sozinho”, assim construiu de raíz a
Tecnicunha. “Uma empresa familiar
algo que ambicionei desde novo”,
explica António Cunha.
92 I Novembro
O pai queria que tivesse seguido
a área têxtil, mas foi persistente e
desde os 16 anos que trabalha neste setor. “Tudo o que sei, aprendi
sozinho, com muito estudo e muito
trabalho. Ainda hoje, chego a casa,
e estou até há meia noite a estudar”, sublinhou orgulhoso.
Atualmente, trabalha ligado
a importantes empresas do setor, como a Siemens, Schneider,
Omron, Legrand e muitas outras,
desenvolve e constrói automatismos e máquinas de raíz.
Para além da Tecnicunha, tem
também outra sociedade numa
empresa de serralharia mecânica,
Oliveira e Macedo, e é aí que constrói as suas máquinas.
“Em 2010, vi o serviço de assistência a decair, a serralharia não
era muito requisitada e pensei que
era a hora de arriscar. Comecei a
analisar alguns equipamentos para
construir, pois sabia de clientes que
tinham interesse e fechámos negócio. Investi num software de desenho e comecei a fazer as primeiras
máquinas. Desde então nunca mais
parei. Tenho projetos para março,
porque não tenho possibilidade de
fazê-los antes”.
Quanto ao futuro passa por
criar uma marca sua, registada,
ainda este ano e na criação de
uma empresa ligada ao software,
mas para a indústria. “Quero criar
um programa de gestão industrial,
existem já vários, direcionados
para fins muito específicos, quero
criar um programa versátil e muito
abrangente. Tenho muitas ideias,
falta-me tempo”, ressalvando o seu
gosto pela investigação.
Quanto à expansão da empresa,
que neste momento tem apenas
quatro colaboradores explica que
“no futuro poderá contratar uma ou
duas pessoas, dado que o objetivo
é individualizar cada setor da empresa.”. No entanto conta que “esta
área não é para toda a gente, só
para pessoas dinâmicas, determinadas e com visão de futuro. Nesta
empresa não há grandes obrigatoriedades, o trabalho tem é que ser
feito. A empresa é um bem comum
para todos ganharmos dinheiro e
temos de trabalhar todos nesse
sentido como equipe”, conclui. |
Portugal Inovador
Uma empresa bem estruturada
A Euroberço tem conseguido destacar-se a nível nacional e internacional no setor das
construções metálicas.
Criada em 2005, esta empresa vimaranense dedica-se ao fabrico e montagem de todo o tipo
de estruturas em ferro e coberturas metálicas. A sua atividade
dirige-se a áreas diversas como
a edificação de naves industriais,
armazéns, condutas, coberturas,
fachadas e todo o tipo de caixilharia em ferro.
Após a criação, rapidamente conquistou um crescimento
neste setor, o qual resultou, por
exemplo, no estatuto de PME
Líder. O sucesso conseguido
internamente é, cada vez mais,
acompanhado por uma forte dinâmica no que respeita ao seu
processo de internacionalização,
nomeadamente em Espanha,
França e Moçambique. “Estamos
à procura de novos mercados,
como a Argélia, onde iremos
participar numa feira durante
este mês”, refere José Matos,
responsável da empresa em
conjunto com o sócio, Celestino
Palas. Outros exemplos de novas incursões, a nível do mercado europeu, são países como
a Noruega ou a Bélgica.
De qualquer forma, não haveria meios para este processo
de expansão internacional sem
uma sólida presença dentro do
país. A Euroberço conta no seu
portfólio com vários projetos de
grande expressão um pouco
por todo o território nacional.
Porém, a quebra verificada no
setor da construção obrigou a
uma reformulação da estratégia
da empresa, com vista a ajustar
os seus serviços à procura. Foi
nessa lógica que a sua atividade
se começou a direcionar para a
procura que houve em termos de
reabilitação urbana. A Euroberço
tem como forte aposta a formação dos seus colaboradores, es-
tando também agora preparada
e a desenvolver trabalhos na
remoção do amianto, um trabalho que requer formação técnica
e meios adequados par o fazer.
Quanto ao que está nos planos da Euroberço, os dois responsáveis apontam como objetivo que “a percentagem da
exportação evolua para 50 ou
60% face aos atuais 30% no
volume total de negócios”. É
com uma visão ambiciosa que a
Euroberço assume: “Abraçamos
novos desafios; qualidade e rigor
em mercados internacionais”. |
Novembro I 93
Portugal Inovador
Uma Era com garra
Fazendo um destaque a um dos maiores concelhos de Portugal, em termos populacionais, visitámos
Gondomar. No nosso périplo pela Grande Área Metropolitana do Porto, encontramos a Era Gondomar.
Similar à freguesia de Rio
Tinto, onde encontramos outra
equipa da Era, no concelho de
Gondomar observamos imóveis
de vários tipos que agradam a
todos os gostos. Moradias desde
os 30 mil euros até à construção
da mais alta qualidade que vale
mais de um milhão de euros.
Sendo um concelho banhado
pelo Rio Douro, Gondomar depara-se também com muita procura
por parte de investidores e particulares com intento de apostar em
terrenos com margem de rio, quer
para construir a própria habitação,
férias, ou mesmo para hotéis.
A Era Gondomar dirige a sua
preocupação maioritariamente
para o cliente individual à procura
de casa própria, não descurando do investidor que tenciona
arrendar. “O setor de arrendamento tem um enorme peso em
Gondomar mas, a Era dedica-se
essencialmente à compra e venda. O arrendamento é algo que
fazemos para clientes que nos
compraram o imóvel e, nesses
casos, garantimos a ajuda necessária”, elucida Carla Correia,
directora comercial.
A equipa da Era Gondomar
94 I Novembro
que se une à Era Rio Tinto, já totaliza mais de 40 pessoas. Carla
Correia explicou-nos que o logótipo do franchise, por si só, atrai
já bastantes pessoas: “Antes de
comprarem uma casa, perto de
90% dos clientes vem falar connosco. No entanto, apercebemo-nos que nos escapam vários negócios, mas estamos a caminhar
para aperfeiçoar o nosso serviço
nesse âmbito”, completa.
Questão da
Exclusividade
“Somos a favor da exclusividade, mas não somos rígidos”, inicia
Carla Correia, referindo-se às diferenças entre trabalhar em regime
de exclusividade e em regime aberto. Se o imóvel for exclusivo, a Era
Gondomar indica ter mais facilidade
em promovê-lo. No entanto, ao trabalhar com um imóvel em aberto,
correm o risco de outra imobiliária
ou até o próprio proprietário vender
o imóvel. “Investimos bastante nos
imóveis em exclusividade, porque
sabemos a qualidade do nosso serviço. Preocupamo-nos em angariar
a preço e regateamos o valor se
não o considerarmos adequado ao
mercado”, termina.
O Futuro da Era
Gondomar
Na Era Gondomar aposta-se
na colocação de placas nos imóveis, pois esse processo tem sido
verificado como responsável por
inúmeras das chamadas para a
loja. “Não nos preocupamos com
a possibilidade de atrair a concorrência ao colocar uma placa num
imóvel. Queremos estar presentes
sempre que pudermos e o nosso
logótipo fala por si”, conclui Carla
Correia.
Para o futuro, tencionam abrir
uma nova loja em Gondomar para
dar a conhecer o projeto Era numa
outra região do concelho. |
Portugal Inovador
A importância do rigor
no setor imobiliário
A cidade de Rio Tinto mostra-nos uma enorme variedade de imóveis a que a Era faz
corresponder com um serviço rigoroso e de qualidade. Para além das linhas estabelecidas
pelo franchise, a Era Rio Tinto demonstra a sua individualidade em cada negócio.
cios sejam feitos em segurança.
A diretora comercial refere a
importância de ter um departamento de processos que trabalhe
no sentido de verificar toda a
documentação relacionada com
o imóvel. “Analisar e corrigir
documentos, legalizar imóveis,
verificar o PDM, são alguns
exemplos do dia-a-dia do nosso
departamento de processos”,
termina a gerente. |
No parque habitacional de Rio
Tinto, encontramos um pouco de
tudo, desde os melhores até os
mais acessíveis produtos. Carla
Correia, a diretora comercial,
aponta apartamentos desde os
25 mil até aos 250 mil euros, que
demonstram a abrangência enorme desta imobiliária. A Era Rio
Tinto trabalha maioritariamente
com o particular que procura
uma casa própria. Porém, em
Rio Tinto e freguesias limítrofes
existem também muitos terrenos,
lojas e armazéns para venda.
No centro de Rio Tinto, onde
persiste o tradicionalismo do
ramo, sobressai a Era, presente
nesta cidade há apenas oito
anos. No entanto, a recente
conjuntura económica impulsionou a “limpeza” do setor a nível
nacional e “os que superaram,
tornaram-se muito mais fortes”.
A equipa da Era de Rio Tinto, em conjunto com a Era de
Gondomar, já soma mais de 40
pessoas. Como descendentes
de um franchise, a Era Rio Tinto
é extremamente exigente na
qualificação e rigor de todo o
processo de compra do imóvel.
Questão da
Certificação
Energética
A diretora comercial explicou-nos que, no mercado de Rio
Tinto e Gondomar, grande parte
dos certificados energéticos são
feitos através do protocolo com a
EDP, que possibilita o pagamento em prestações.
“Neste momento, estamos
impossibilitados de promover
imóveis sem certificado energético. Esta é uma situação
mais complicada para quem tem
urgência em vender o imóvel,
porque enfrenta dificuldades
financeiras e, assim, enfrenta
uma despesa adicional”, explana
Carla Correia.
“Neste momento,
estamos
impossibilitados de
promover imóveis
sem certificado
energético. Esta
é uma situação
mais complicada
para quem tem
urgência em vender
o imóvel, porque
enfrenta dificuldades
financeiras e,
assim, enfrenta uma
despesa adicional”
Importância do
Departamento de
Processos
Para credibilizar o setor, é
necessário garantir que os negóNovembro I 95
Portugal Inovador
O setor aos olhos
de um conhecedor
Francisco Bacelar tem um percurso de 30 anos no ramo da mediação imobiliária. Desde vendedor,
director comercial e gestor, até criador de um franchise, o nosso entrevistado é um profissional três
décadas de currículo na arte de vender imóveis.
Muito jovem, tomou conhecimento da mediação por um familiar.
Gostou, e decidiu fazer desta o seu
modo de vida, iniciando actividade
em 1984, no Porto, onde trabalhou
sempre nos principais grupos de
mediação das décadas de 80 e 90.
Foi nessas empresas/marcas que
“angariou” toda a sua experiência,
a par do seu interesse de sempre
em acompanhar a evolução das
tendências, e sobretudo das novas
tecnologias no exercício da actividade, que conhece e domina em todas
as vertentes.
Ligado a um desses grupos
desde 1996, foi nessa marca que
fez florescer toda a sua experiência
como gestor e gerente de um franchise, por força do emagrecimento
da rede e da redução de pessoal
dedicado a cada uma das vertentes,
que assim passou a acumular com
a área comercial.
A nível de formação e aprendizagem sobre as bases e funcionamento de uma grande empresa
para além da imobiliária, Francisco
Bacelar teve também um período
ligado a uma empresa de televisão
por cabo, o que lhe proporcionou
uma panóplia de conhecimentos
informáticos, que não mais parou
de desenvolver.
Após 30 anos de experiência na
mediação imobiliária, esta personalidade deteta uma enorme alteração
96 I Novembro
de paradigmas no que diz respeito
ao rigor e controle do setor. “Anteriormente era difícil obter licença de
mediação. Hoje considero ser fácil
de mais! Denoto igualmente uma
falta de fiscalização da atividade e
nós, como profissionais, não podemos compactuar com esta situação”,
critica.
Entre as diversas alterações que
o mercado imobiliário sofreu nos
últimos anos, a obrigatoriedade da
certificação energética é uma das
menos pacíficas. Francisco Bacelar
concorda com este elemento diferenciador e positivo na venda dos
imóveis. No entanto, e embora a
maioria dos seus imóveis já contem
com o certificado, tem sido preocupante exigir essa despesa-extra aos
clientes que necessitam da venda
ou arrendamento por enfrentarem
dificuldades financeiras. “Esta é
mais uma situação onde devemos
impor-nos, nomeadamente, perante
a venda de imóveis por parte de indivíduos que não estão licenciados,
e que publicitam certificados online
que não existem ou são falsos”,
esclarece.
Vila Lusa
No ano de 2012, por diversas
razões, Francisco Bacelar deixou
para trás 16 anos de dedicação a
uma marca nortenha de mediação,
onde era sócio, e deu prioridade,
à sua vontade de criar uma marca
apenas sua. “Não perdi o know-how
e as técnicas de gestão que desenvolvi. Hoje, aplico tudo isso na Vila
Lusa”, declara.
A Vila Lusa nasceu assim da sua
vontade, mas também da quase
totalidade dos seus colaboradores
no projecto anterior, e que o acompanharam e encorajaram desde
a primeira hora. “No dia em que
saí, recebi de imediato o apoio da
maior parte dos colaboradores, que
assumiam o desejo de continuar a
trabalhar comigo”, menciona. Começando do zero, decidiu criar então a
sua rede de franchise, fornecendo
independência a cada uma das
lojas. Assim, está de volta ao ativo,
mas de um modo diferente, dado
que não tem de gerir cada uma das
lojas, como anteriormente sucedia.
“Não dedico muito tempo ao funcionamento de cada loja, desde que
represente e reflita no mercado,
e junto de cada cliente, a filosofia
Vila Lusa com seriedade, a postura
mais importante para mim desde
sempre”, aponta.
O objetivo de Francisco Bacelar
é liderar e desenvolver uma empresa portuguesa reconhecida no
mercado, que funcione fundamentalmente na zona Norte. A equipa tem
que ser constituída por profissionais
de confiança, de preferência com
anos no ramo, que permitam um
crescimento sustentado e idóneo.
Para já a Vila Lusa encontra-se situada em Matosinhos, Vila Nova de
Gaia, Maia, Peso da Régua e Viseu,
e mais recentemente em Rio Tinto,
Gondomar. |
Portugal Inovador
Promover Portugal
A Amber Star, sediada em Vila Nova de Gaia e há seis anos no mercado, consolida a sua
atividade em pilares sólidos na área da mediação imobiliária.
A Amber Star está neste momento à procura de
imóveis ligados ao mercado
Golden Visa: solares, hotéis,
quintas com produção de
vinho, e moradias em zonas
de prestígio.
A história da Amber Star começou
a ser narrada em março de 2008, um
período conturbado pela crise, que
afetou também a mediação imobiliária. Oleg Railean e Liucija Ruseckaja,
rostos da empresa, movimentando-se
em contramão, prepararam-se para os
desafios que o mercado apresentava.
Atualmente, sob uma visão regional,
nacional e internacional, exploram
lugares que se caracterizam pela sua
riqueza e vastidão.
Apesar de terem a sua sede em
Vila Nova de Gaia, atuam em 21 concelhos, numa área que se estende
de Vila Nova de Famalicão a Vale de
Cambra. Sabemos que a maioria das
empresas centraliza a sua atividade
na zona onde estão sediadas, mas
a Amber Star vem contrariar essa
regra. “32% das nossas vendas são
realizadas em Vila Nova de Gaia,
as restantes são concretizadas nos
outros concelhos”, explicam. A visão
ampliada do melhor dos mundos, onde
o rural e o urbano podem coexistir sem
se revelarem antagónicos, permite a
abertura de novos horizontes.
Oleg Railean e Liucija Ruseckaja
falam seis línguas, o que lhes dá maior
abertura para comunicarem para o
exterior, nacional e internacional. Nesse âmbito nasceu um novo projeto,
a Amber Star Luxury. Por detrás do
conceito estende-se uma ação inovadora: promover imóveis de luxo. A
promoção desenvolve-se em parceria
com outras empresas sediadas em
Moçambique, Inglaterra, Rússia e outros países do Leste. No website www.
amberstarluxury.pt as pessoas podem
obter informação que se estende para
além da mediação imobiliária. AAmber
Star sabe que Portugal respira história
e tradição, e aproveita esse meio para
dar a conhecer o país ao Mundo.
Particulares, consultores e empresas de investimento bancário, em
parceria com a Amber Star, geram
também oportunidades de negócio
diversas. Oleg Railean e Liucija Ruseckaja observam as especificidades
de mercado para ir ao encontro das
diferentes necessidades. Nessa perspetiva desenvolveram protocolo com
todas as entidades bancárias, assegurando as melhores condições de
financiamento disponíveis no mercado.
Os portugueses espalhados pelas
diferentes partes do mundo mantêm
um elo forte com as suas raízes, e vêm
não raras vezes em busca de uma segunda habitação. França, Suíça e Alemanha pertencem a este nicho que se
encontra em curva ascendente e com
tendência a proliferar. “40% dos nossos
clientes estão lá fora”, constatam.
A procura do mercado de arrendamento turístico também tem aumentado. É atualmente um negócio que
está muito em voga, principalmente
no Grande Porto.
O otimismo transparecido nos
olhos de Oleg Railean e Liucija Ruseckaja, e a curiosidade que os levara à
descoberta, há seis anos, concretiza-se agora na boa gestão de uma casa
que tem tudo para crescer. A tomada
de decisões revela-se determinante
para crescer na diferença. |
Novembro I 97
Portugal Inovador
Na luta pela melhoria contínua
A Era Gaia Douro existe deste 2006 e, em 2009, Sara Sousa assumiu a gerência e abraçou a
oportunidade de deixar o ensino e dedicar-se à mediação imobiliária.
“Não fui a fundadora da Era
Gaia Douro, mas agarrei este projeto como se fosse meu”, inicia a
diretora comercial. Gaia tem vindo
a tornar-se um mercado bastante
apetecível, tanto pelo número de
transações como pela oferta e procura que se verifica. Operando nas
freguesias de Avintes, Oliveira do
Douro e Vilar de Andorinho no concelho de Vila Nova de Gaia, a Era
Gaia Douro representa uma região
caracterizada por uma grande rotatividade nos imóveis com segmento
predominantemente médio/baixo.
No decurso da nossa conversa,
Sara Sousa falou-nos sobre a sua
evolução junto da rede Era e do que
já conseguiu alcançar: “Os imóveis
da Banca foram muito importantes
para o nosso desenvolvimento e,
por dois anos consecutivos, ganhámos o prémio da Caixa Geral
de Depósitos na rede Era, devido
ao elevado número de transações
da nossa loja”, comenta.
A Era Gaia Douro lida, maioritariamente, com clientes particulares,
que tanto procuram imóveis para
habitação própria como para investimento. Cada loja Era tem uma
zona de atuação específica e, neste
caso, observamos “uma quota de
98 I Novembro
mercado bastante grande, uma vez
que cobre a zona periférica da cidade que funciona como dormitório”.
A equipa Era
Uma coordenadora, três diretores comerciais, cada um com
a sua respetiva equipa, e uma
diretora de processos na área de
solicitadoria, somam um total de 13
pessoas que constituem o grupo de
trabalho da Era Gaia Douro que se
encontra neste momento em fase
de recrutamento. Interajuda é um
dos valores que mais se preza e “o
espírito de equipa é fundamental,
pois o sucesso de um depende
de todos e procuramos a melhoria
contínua” afirma.
A procura e oferta
A questão do arrendamento não
têm grande expressividade uma vez
que a oferta é reduzida e o “core
business” da empresa consiste na
mediação de imóveis usados para
venda. “Compre um apartamento
para arrendar e consiga uma boa
rentabilidade do seu investimento”,
aconselha Sara Sousa.
Gaia está servida de imóveis
para este fim e para alguns investidores é um meio mais seguro de
investimento de capital com retorno
aceitável.
Questão da
Certificação
Sendo os imóveis trabalhados direcionados para um segmento médio/
baixo, estes são muitas vezes colocados à venda por necessidade dos proprietários. Assim, para não prejudicar
nem a mediadora nem os clientes, a
Era Gaia Douro mantém um protocolo
com uma empresa de certificação
energética que facilita o pagamento
do certificado em seis prestações. A
certificação tem vantagens contudo
o preço do certificado energético é
demasiado elevado para os nossos
clientes, termina Sara Sousa. |
Portugal Inovador
Uma agência anti-crise.
Para cada cliente uma solução!
Desde 2008 em Águas Santas, concelho da Maia, a Remax Plus ocupa uma posição
estratégica dentro do universo Remax no Grande Porto.
A Rua Dom Afonso Henriques
é um conhecido ponto de contacto
entre três dos concelhos mais habitados da região: Maia, Gondomar
e Valongo. É aí que podemos encontrar a Remax Plus e são, essencialmente, estes os concelhos que
compõem a sua respetiva área de
influência. A agência de Germano
Moura localiza-se, como referido,
na freguesia de Águas Santas
ainda que a paredes meias com
a cidade de Ermesinde, da qual o
responsável é residente há quase
três décadas.
“Em dez minutos conseguimos
estar no centro da Maia, no centro
de Valongo, no centro de Rio Tinto,
na Areosa ou em Alfena, atingindo,
portanto, um mercado de 300 mil
pessoas em muito pouco tempo”,
explica. O mercado imobiliário
das localidades em que atua não
apresenta grandes assimetrias,
segundo Germano Moura, com um
perfil de habitante que aponta, na
generalidade, para um segmento médio-baixo, sendo este que
compõe o grosso da atividade da
Remax Plus: “É talvez o mercado
que responde mais rapidamente à
informação, principalmente à negativa. Estes mercados de subúrbio
são os que têm sofrido mais e isso
é visível quando se compara o total
de transações que ocorrem nestes
concelhos com o que sucede no
Porto, em Gaia ou Matosinhos”.
Daí que os profissionais da
Remax Plus (atualmente são 14 os
comerciais) tenham desenvolvido
como vocação uma capacidade
particular para o acompanhamento das tendências do setor.
Como lembra Germano Moura, “a
agência foi iniciada em 2008, ano
em que estalou a crise financeira
mundial”, mas ainda conheceu
um ano bastante positivo para a
atividade imobiliária como foi 2010.
“Foi o nosso melhor ano até agora,
mas, para percebermos os efeitos
dos desenvolvimentos no setor da
Banca, foi um ano em que 92%
das transações foram através de
financiamento, quando em 2011
isto ocorreu numa percentagem de
apenas 9%”, indica.
Os problemas da Banca representaram, porém, um conjunto de
novas oportunidades, que a sua
agência identificou e às quais res-
pondeu eficazmente, como o aparecimento de “muita gente que, com
falta de confiança nos Bancos, quis
investir o seu dinheiro em imóveis
para arrendar, assim como muitos
casos de pais que adquiriram casas
para ajudar os filhos e, inclusive, a
própria Remax Portugal assinou
acordos com vários Bancos para
a angariação dos imóveis com que
estes tinham ficado por incumprimento”.
Assim, falar da Remax Plus
é falar de “uma empresa filha da
crise”, que nunca soube como era
trabalhar o ramo imobiliário quando o contexto do setor era fácil,
apresentando, por isso, uma equipa de profissionais mentalizados
para resistir a um mercado cada
vez mais exigente. “Quem não
for verdadeiramente profissional
não se consegue manter nesta
atividade, daí que tenhamos que
ter as pessoas certas; no nosso
recrutamento procuramos perceber
se a pessoa tem perfil, vontade, objetivos e estratégia de vida”, refere,
acrescentando que as perspetivas
para o futuro passam por “alargar
sempre” a equipa para responder
eficazmente às novas exigências
do mercado. |
Novembro I 99
Portugal Inovador
“Mais importante que trabalhar
um imóvel é trabalhar um cliente”
Trabalhando no Grande Porto, o foco da Escolha Acertada, empresa de mediação imobiliária
liderada por Carlos Teixeira, são os concelhos de Matosinhos e da Maia, sendo que a sua
abrangência se estende na zona Litoral até Vila do Conde.
Com largos conhecimentos nesta área, que lhe foi apresentada aos
19 anos de idade, Carlos Teixeira
decidiu, em 2002, investir num projeto próprio – numa época em que a
imobiliária começou a sofrer com o
corte ao crédito bonificado. “Tenho
por hábito dizer que como não sei
fazer mais nada, muito mais do que
realizar um negócio, o meu objetivo
é fidelizar o cliente”, adianta.
Nos últimos anos, “verificámos
que o setor imobiliário foi bastante
afetado, tendo em conta a conjuntura económica e as medidas que
foram sendo impostas: o aumento
dos spread’s, a diminuição de capacidade de compra das pessoas, a
restrição da Banca ao crédito, entre
outras; e que acabaram por ser o
resultado de alguns facilitismos e
erros do passado”, opina Carlos
Teixeira.
Nos últimos meses, o nosso entrevistado denota “uma recuperação
na economia em geral, verificada de
igual forma no setor imobiliário”.
Um ramo que nas suas palavras
100 I Novembro
deve ser encarado com mais trabalho, empenho, profissionalismo
e, principalmente, especialização.
“Um cliente que compra um imóvel
junto ao mar, tem que ter uma abordagem completamente diferente
de outro que procura um imóvel
numa zona limítrofe, assim como
terá outra abordagem aquele que
pretender comprar um armazém”.
Consciente desta diferenciação, a
Escolha Acertada optou por investir
numa equipa de colaboradores formada e especializada em diferentes
nichos: desde o industrial, habitacional, entre outros. “Ninguém tem
a capacidade de dominar todas as
áreas, nesse sentido recusamo-nos
a abranger regiões ou setores onde
não estejamos confortáveis, só
assim será possível conhecer verdadeiramente o terreno. Formamos
e preparamos os nossos comerciais
para lidar com pessoas e situações
diferentes”.
Com uma equipa composta por
sete colaboradores, aqui podemos dizer que não é o cliente que
escolhe o comercial. Na Escolha
Acertada o cliente é encaminhado
para o comercial que mais conhecimentos e capacidades tem para
ir ao encontro das suas ambições.
“Mais importante que trabalhar um
imóvel é trabalhar um cliente”, reitera Carlos Teixeira.
Atualidade
Consciente das constantes mutações do mercado e atenta a novas
oportunidades de negócio, neste
momento a equipa da Escolha
Acertada está também direcionada
“para o trabalho com empresas e
com investidores que pretendam
adquirir imóveis para arrendar,
aproveitando assim este mercado
que ainda consegue oferecer uma
taxa de juros atrativa e com uma
rentabilidade acima dos 2% - o
que a Banca paga em depósitos
a prazo”.
O aumento da oferta de frações
para arrendar tem conduzido a uma
diminuição do valor das rendas,
que na opinião de Carlos Teixeira
“estavam bastante inflacionadas”,
e “que mesmo assim permite aos
investidores uma excelente rentabilidade”. Hoje em dia, o aumento
da oferta permite que o mercado
se atualize ao nível dos preços
“para valores mais justos e reais.
O investimento nestas casas acaba
também por ser bastante positivo
dado que impulsiona a reabilitação
dos centros urbanos”, continua.
Trabalhando de forma sustentada e muito direcionada para a
satisfação do cliente, o percurso da
Escolha Acertada tem sido estável
e moderado. Quando questionado
sobre o futuro o gerente é perentório: “Passa por manter a mesma
atitude, sendo que a empresa não
cresce, porque eu não a deixo crescer; e tendo a certeza que não irá
diminuir porque tenho uma grande
confiança no trabalho da minha
equipa”. |
Portugal Inovador
“O meu orgulho é o trabalho
que sai das minhas mãos”
Na Rissolaria Tradicional de Rosa Maria Carvalho e do seu marido Agostinho Carvalho,
encontramos um excelente exemplo de empreendedorismo. Esta empresa prima por qualificar
o método tradicional de fazer salgados e demonstrar o que se consegue com muita dedicação
e trabalho.
“Quando abrimos a empresa,
começamos abaixo de zero!”, inicia
Agostinho Carvalho, referindo-se às
dificuldades que enfrentaram para iniciar o próprio negócio. Sem qualquer
formação na área, Rosa Maria Carvalho acreditou nas suas capacidades
de transformar os salgados numa arte.
Começando em 1992 na garagem
da mãe, Rosa Maria Carvalho conseguiu concretizar o seu sonho. Hoje, a
Rissolaria Tradicional já conta com
uma filial em Lisboa, que efetua a distribuição dos produtos na região Centro
e Sul. O armazém onde se encontram
emprega cerca de 14 pessoas e, uma
vez que o trabalho é maioritariamente
manufaturado, é espantoso afirmar
que a empresa tem uma média de
corte de um rissol por segundo, o que
soma cerca de 500 rissóis a cada dez
minutos. “Apostámos numa linha mista
em que se industrializa apenas as
partes que, garantidamente, mantêm
a qualidade do produto. Posso afirmar
que a minha esposa é um ‘ás’ no corte
do rissol e ensina isso a todas as nossas funcionárias”, completa Agostinho
Carvalho.
A crise chegou e passou mas,
felizmente, os nossos entrevistados
comentam que não sentiram nenhuma
diferença. ”Colocamos muito amor no
que fazemos, considero ser esse o
elemento que nos fez superar qualquer
dificuldade. Trabalhamos com matéria
prima da melhor qualidade e todos
os produtos são confecionados com
trigo tostado que transforma o rissol
num alimento mais saudável”, termina
Rosa Maria Carvalho. Mas não só do
rissol vive esta empresa, e o leque de
produtos aumenta anualmente.
Os produtos e onde
encontrar
Das especialidades mais inovadoras constam o rissol de frango com
azeitonas, os triângulos de bacalhau
com natas, o rissol de alheira e passas,
a empada de porco preto com queijo
da serra, a tartelete de faisão, entre
outros.
“Somos reconhecidos pela utilização de produtos naturais, e faço
questão de não dar demasiada cor ao
recheio para que seja um sinónimo de
naturalidade. Sou extremamente rigorosa com todas as regras de controle
e, devido ao facto de trabalharmos
com nomes importantes da culinária
portuguesa, é-nos requisitado um
produto constantemente analisado e
controlado”, explica a sócia-gerente.
A Rissolaria Tradicional trabalha
com a grande hotelaria e restauração
a nível nacional e ilha da Madeira,
somando os grandes chefes portugueses, e Rosa Maria Carvalho realça que
o primeiro chefe que lançou o produto
desta rissolaria no mercado foi o chefe
Cordeiro. Aliando a excelência e rigor
às técnicas de fabrico e ao cuidado
com a higiene, a Rissolaria Tradicional
é um exemplo da qualidade aliada à
tradição. |
Novembro I 101
Portugal Inovador
Uma casa com sabor
Na memória ainda temos o aroma dos doces que inundam o espaço e no paladar o suculento
sabor da especialidade da casa. Foi à conversa com os fundadores, Marisa Sousa e Lino
Sousa, que ficámos a conhecer o historial da Casa dos Croissants.
Já trabalhavam na área quando
decidiram enveredar por um projeto
próprio, aproveitando um espaço
comercial de família situado em Vandoma, Paredes. A abertura discreta,
em novembro de 2010, acabou por
ter um impacto inesperado: “Nunca pensámos alcançar o sucesso
que enfrentamos. Nomeadamente
através da especialidade que deu
nome à casa, os croissants”, inicia
Lino Sousa.
Marisa Sousa alerta que as
“mãos” que moldam os croissants
são um ingrediente fundamental para
o resultado final: “A receita pode ser
a mesma, mas é o pasteleiro que
dá vida ao produto”. Na Casa dos
Croissants é Lino Sousa que lhes dá
forma, manualmente, um a um. Num
total de 1500 por dia, sendo que ao
fim de semana podem chegar aos
5000. A receita, segredo da casa, foi
conseguida através da parceria entre
Lino Sousa e o seu braço direito no
fabrico, o pasteleiro Francisco Silva,
ao qual se junta o ajudante Rui Salvador. “Foi com essa receita que a casa
ganhou nome e cresceu de forma
inesperada”. Um croissant húmido,
102 I Novembro
fofo, delicioso, que promete ficar na
memória dos mais gulosos, que não
resistem em repetir.
Quem tem acompanhado este
processo foi o gerente da primeira
loja, Luís Esteves, que continua presente em toda a evolução desta casa.
Os clientes são às centenas diariamente, e muitos vêm das zonas
limítrofes em busca desta especialidade, que pode ser encontrada nas
versões: simples, com creme de ovo
ou com chocolate. Marisa Sousa diz
até, que “os emigrantes da terra, no
final da estadia em Portugal, não
deixam de levar alguns croissants
para adoçar a viagem”.
Todo este sucesso levou a que,
em finais de 2012, a fábrica onde se
produziam os doces (para consumo
interno e para revenda) se tornasse
pequena, o que conduziu no dia 13
de outubro de 2013 à inauguração
de uma nova unidade de produção
agregada a um segundo espaço de
atendimento ao público, em Gandra.
José Manuel Garcez foi o arquiteto
que decorou o espaço e desde então
tem vindo a acompanhar o percurso
destes jovens empreendedores.
“Neste momento, temos as condições necessárias para fornecer
vários espaços e, naturalmente,
sempre com uma ambição moderada, pretendemos crescer. São
muitos os clientes que nos pedem
para abrirmos outras pastelarias”,
refere Lino Sousa. Atentos a isso,
e após um estudo de mercado, o
casal decidiu que já no final deste
mês (novembro) vai abrir a terceira
Casa dos Croissants. Lousada foi
o local escolhido e a decoração do
espaço vai contar também com a
colaboração do arquiteto José Manuel Garcez, que está igualmente
a renovar a casa-mãe. Uniformizar
a imagem da Casa dos Croissants,
sempre pensando no conforto e
no bem estar dos seus clientes é o
objetivo deste jovem casal que não
deixa de referenciar a ajuda, diária e
fundamental, de Vítor Sousa, irmão
do gerente, uma peça fundamental
em diversas vertentes do negócio.
Mas nem só croissants oferece
esta casa. Aqui, para além de todos
os doces de pastelaria tradicional,
encontramos outras especialidades
como as bolachas húngaras e os
lanches, que por não serem confecionados com massa doce, são originais
e atraem muitos clientes. Nas épocas
festivas o Bolo Rei (tradicional, de
frutos secos, de chila e de chocolate),
o Bolo Rainha e o pão de ló fazem
as honras da casa. Em épocas mais
especiais, a Casa dos Croissants,
Portugal Inovador
conta com a arte de Francisco Silva
para confecionar bolos à medida
da imaginação do cliente. O cake
design tem vindo a ganhar adeptos
e desde festas de aniversário, até cerimónias de casamento, estas obras
construídas com massa de bolo têm
surpreendido miúdos e graúdos.
Os nossos entrevistados em
tudo o que apresentam deixam uma
garantia: “Primámos pela qualidade
tanto dos produtos, como pelo profissionalismo da nossa equipa de
colaboradores. Todos os produtos
apresentados têm que estar em perfeitas condições, para isso utilizamos
os melhores ingredientes e toda a
nossa dedicação”.
Apesar de ter começado em
2010, a crise não bateu à porta da
Casa dos Croissants. Isso deve-se
ao esforço de toda a equipa, mas
principalmente dos seus fundadores,
que quatro anos após a inauguração
do projeto, continuam a trabalhar
arduamente, sete dias por semana,
sempre com vista à excelência e à
satisfação de quem os visita.
Por isso, como mensagem final
não deixam de agradecer aos seus
clientes, aos antigos e aos novos que
chegam diariamente: “Os clientes
são a alma desta casa”. |
Novembro I 103
Portugal Inovador
O verdadeiro sabor ibérico
Com menos de um ano, o Restaurante Los Ibéricos, no Largo do Castelo, em Leça da
Palmeira, ainda não parou de conquistar clientes. Ricardo Ferreira e Vitor Correia explicamnos qual o segredo para o sucesso.
Depois do fecho do restaurante
onde ambos trabalharam, o Restaurante Los Ibéricos “foi uma alternativa
para o desemprego”, explicam. Passou de um projeto, e ganhou forma
em apenas quatro meses, abrindo ao
público em dezembro de 2013. Como
se conheceram num restaurante de
cozinha espanhola, onde a aceitação
dos clientes era óptima, decidiram
dar continuidade a esse trabalho.
A equipa de Los Ibéricos já trabalha há oito anos junta e o investimento neste projeto permitiu-lhes
continuar unida a oferecer os aromas
e os sabores daquilo que melhor sabem fazer. “Todo o grupo sempre foi
muito unido. Basicamente, já eramos
uma família”, relembra Vitor Correia.
104 I Novembro
Contam ainda com a ajuda de uma
pessoa muito importante que os
impulsionou e ajudou em tudo o que
precisaram. Agora, apenas com dez
meses de vida, já têm os alicerces estruturados e um sucesso solidificado.
Três alicerces
“O tratamento que os clientes
recebem no Restaurante Los Ibéricos é diferente daquele a que estão
habituados a receber na área da
restauração”, contam os proprietários. Para eles, o serviço tem de
ser personalizado e informal, para
que seja uma refeição divertida, de
forma a marcar a diferença. Vitor
Correia explica que no trabalho, toda
a equipa prima por três máximas importantes: a fidelidade ao conceito, a
forma como se recebe o cliente e a
rapidez do serviço.
“Queremos que as pessoas
venham cá e sintam que estão em
Espanha se lhes apetecer um prato
espanhol”, explicam os entrevistados. Os proprietários deslocam-se
todos os meses a Espanha para
trazer o verdadeiro sabor das tapas
aos seus visitantes.
“Há dias em que os clientes saem
daqui e despedem-se com “Hasta!”,
porque é assim que falamos com
eles”, recordam. Ricardo Ferreira
conta que uma das estratégias passa
por entrar na zona de conforto do
cliente e criar uma empatia com ele.
Além disso, é importante fazer com
que este se sinta em casa. “Nós
dizemos que este não é o nosso
restaurante, é a nossa casa. Então
qualquer pessoa que venha cá jantar
é um amigo”, afirma Vitor Correia.
Desde o momento em que o cliente
se senta, a sua mesa nunca pode
estar vazia, o que obriga a ter um
serviço rápido. É esse o conceito das
verdadeiras tapas: “Não precisam de
ser servidas todas ao mesmo tempo”.
No futuro, Vitor Correia e Ricardo Ferreira pretendem continuar a
manter o bom serviço, mas admitem
que estão a estudar o mercado com
o objetivo de alargar o espaço com
o mesmo serviço. “Onde? Ainda não
podemos dizer. ”, concluem. |
Portugal Inovador
Saborear com tradição
O restaurante take-away Prazeres da Bairrada, localizado na Rua Dr. Manuel Rodrigues de
Sousa, junto à anémona, em Matosinhos, acolhe num espaço moderno e aconchegado o
sabor regional do leitão da Bairrada.
exigidos pelas entidades competentes. É deste modo que os Prazeres da Bairrada se diferenciam
dos demais, e a boa recetividade
que se sente assim o comprova.
Aqui pode-se experimentar o
arroz de leitão e feijoada de leitão.
Alternativas
Augusto Sousa, com origem
na Mealhada, em agosto de 2006
quis trazer as suas raízes para
o Porto apostando no serviço de
entrega de pratos tradicionais.
Nessa tradição o grande destaque
vai para o típico leitão da Bairrada.
Antes de 2006, Augusto Sousa já era gerente de um outro
espaço de restauração, a Nova
Casa dos Leitões, em Anadia.
Quando começara a frequentar o
Porto, apercebeu-se do potencial
que este produto poderia vir a
ter ali. “O leitão era muito pouco
explorado nesta região”, conta. A
Nova Casa de Leitões, em Anadia,
e os Prazeres da Bairrada, em
Matosinhos, acabam hoje por se
complementar. As pessoas que
não tinham possibilidade de ir à
Mealhada têm agora a oportunidade de experimentar com a mesma
qualidade o sabor típico da região,
pois todos os dias, o leitão é transportado da Mealhada, de manhã e
à tarde, para Matosinhos.
O sabor é conseguido através
de um bom assador e de uma
escolha criteriosa da carne. O matadouro próprio de que dispõem
assegura esse rigor. “Antes de o
animal ir para o matadouro, nós
escolhemos criteriosamente os
leitões que se enquadram na qualidade que pretendemos”, explica.
Em todos estes processos envolventes respeitam os cuidados
A localização geográfica, sendo uma referência a nível nacional
e mundial, mantém-nos próximos
das pessoas e do mar, tornando-se num ponto privilegiado para
quem queira descobrir regionalmente Portugal. E apesar de se
manter fiel às origens, Augusto
Sousa está consciente de que o
paladar das pessoas é diverso,
por isso apresenta pratos alternativos de carne e de peixe.
Um bom prato faz-se aqui
acompanhar por um bom vinho,
também ele da Bairrada. Com
produção própria, os vinhos da
Quinta da Mata Fidalga aguçam
o paladar dos apreciadores e dos
curiosos.
Quando questionado sobre as
perspetivas de futuro, Augusto
Sousa considera que é necessário valorizar os produtos regionais, mas para isso as entidades
competentes têm de observar
atentamente essas valências,
dando incentivos para que elas se
possam tornar efetivamente numa
mais-valia para o país. |
Novembro I 105
Portugal Inovador
Uma arte à beira mar
O projecto tem apenas um ano e meio, mas conta com casa cheia todas as noites.
O Mr. Binho Sushi “é um restaurante com um ambiente acolhedor e familiar onde é servido
um sushi de qualidade, aliado
a um preço acessível a todos”,
começa por explicar à revista
Portugal Inovador, Clebson Vidal.
Em Portugal há oito anos, o
proprietário mais conhecido como
Mr. Binho refere que a sua paixão
pela cozinha surgiu há muitos
anos quando ainda morava no
Brasil e onde teve oportunidade
de trabalhar em alguns hóteis e
restaurantes na área da comida
mediterrânea, até descobrir a
sua paixão pelo sushi. Em Matosinhos decidiu abrir o seu próprio
restaurante pela “falta de bons
restaurantes de sushi na zona,
com bom ambiente e qualidade”.
As especialidades da casa são
feitas na hora e são uma junção
do sushi tradicional com o sushi
106 I Novembro
fusion freestyle. “Destacamos o
nosso carpaccio marinado, que
são finas fatias de peixe crú, com
molho especial cítrico criado por
mim, bem como o nosso ceviche
de fusão, entre outras especialidades”, explica orgulhoso Mr.
Binho.
Para quem come sushi pela
primeira vez, o entrevistado recomenda o especial Mr. Makicamarão panado com salmão flamejado ou o Fire Maki- Gunkans
de salmão com camarão, que vai
a arder para a mesa. Para quem
não aprecia, existem alternativas
igualmente deliciosas, como o
bacalhau à lagareiro, spaghetti de
frutos do mar com molho de anchovas, bife do vazio com risotto
de cogumelos, entre outros. Para
acompanhar a refeição aconselha
sangria de frutos vermelhos com
saké ou espumante e sangria de
frutos verdes (kiwi e maçã) com
espumante, criações da casa. No
final, uma das suas sobremesas,
morangos marinados, petit gâteau
de caramelo, entre outros. “Tudo
é feito com amor e dedicação”
explica.
Para além da qualidade do
sushi a aposta recai também
num serviço especializado. “O
restaurante é pequeno e assim
conseguimos dar atenção dobrada ao cliente, vou de mesa a mesa
e gosto de perceber aquilo que o
cliente mais gosta e o contrário
também.”
O restaurante é gerido pelo
própio Mr.Binho e pela sua esposa, que também trabalha no
atendimento das mesas, tornando
assim o atendimento mais familiar.
O futuro passa pela expanção do negócio. “Gostaria de abrir
mais um ou dois restaurantes
noutras zonas e inserir o sistema
de entrega porta a porta”, adianta.
No restaurante Mr. Binho Sushi também é possivel realizar
almoços ou jantares para grupos,
nesses casos existem menus especiais, mas ressalva que “É sempre importante fazer reserva”. |
Portugal Inovador
Um restaurante moderno
numa Foz Velha
Quem passa na esquina entre a Rua de São Bartolomeu e a Rua da Nossa Senhora da
Luz, na Foz do Porto, dificilmente fica indiferente ao edíficio que acolhe um restaurante
verdadeiramente surpreendente.
Em 2000, Carlos Leitão começou a montar uma cadeia de lojas
para crianças. Quando vendeu o
seu negócio, decidiu que queria
ficar com o edifício da Foz do Porto.
“Tinha a ideia de um dia desenvolver ali um negócio que tirasse partido da singulardade do espaço”, diz
o proprietário. Sem experiência na
área da restauração, há dois anos,
decidiu abrir o restaurante Bar Tolo.
O edifício, devidamente restaurado,
apresenta-se como um espaço
acolhedor, dinâmico e heterogéneo,
assente num tema inovador.
A casa é composta por dois
andares e, apesar de não terem
conceitos distintos, cada espaço
tem um micro-clima e um ambiente
diferente. “Observa-se aqui uma
variante de espaços engraçada,
que está relacionada com a forma
como se construiu o restaurante”,
explica Carlos Leitão. No rés do
chão, o ambiente assemelha-se a
um bar, enquanto o primeiro piso
tem um ambiente mais requintado, não sendo totalmente formal.
O último andar privilegia de uma
esplanada com vista para o mar,
para o Castelo e para os telhados
das casas da Foz Velha do Porto.
“O conceito do Bar Tolo advém da
mistura de um tasco português com
um pub inglês”, conta o proprietário.
Foi inspirado neste conceito que
Carlos Leitão experimentou inovar
a carta de serviços do restaurante.
O proprietário explica que é frequente servirem apenas petiscos
ou refeições completas. O facto de
a cozinha estar sempre em funcio-
namento dá a liberdade aos clientes
de almoçarem ou jantarem fora
de horas aquilo que pretenderem.
“Somos únicos nesta variedade
de serviços. Damos liberdade e,
principalmente ao fim de semana,
os clientes vão ficando pelo restaurante e pelo bar”.
O conceito do espaço tem
atraído, essencialmente, turistas
que passam pela Foz do Porto e
também pessoas mais jovens. O
espaço interior do Bar Tolo tem
capacidade para receber 40 pessoas, enquanto as esplanadas do
restaurante acolhem mais 30. Carlos Leitão admite que a sua equipa
de colaboradores, composta por
dez pessoas, tem sido fundamental
para o bom funcionamento deste
espaço. “Tenho de agradecer à
nossa chefe da equipa de sala, Carolina Pacheco, à Cristina Pimenta,
que me ajuda na gestão da cozinha,
e ao nosso chefe João Reis porque
eles são alguns dos pilares-base
desta casa”, conta o proprietário.
Para o futuro, Carlos Leitão
espera, como empresário, crescer e aumentar o negócio do Bar
Tolo. No entanto, admite que sabe
que vai ser difícil levar o conceito
atual do restaurante para outro
sítio. “Ainda há muito que inovar
no Porto. Temos que aproveitar os
restaurantes já abertos e fazer algo
de diferente”. |
Novembro I 107
Portugal Inovador
Venha fazer as suas compras
e descontrair
À frente do Intermarché dos Carvalhos, em Vila Nova de Gaia, encontramos Paulo e Sandra
Mendes, dois empresários que apesar de estarem há vários anos na grande distribuição,
iniciaram a sua atividade na área alimentar em 2011. Adquirindo uma loja transformam-na
no novo conceito deste franchise – uma área de convívio.
Paulo Mendes iniciou-se no Grupo Intermarché no ano 2000, como
diretor na área de negócio automóvel
do Grupo “Os Mosqueteiros”. Sandra
Mendes vem da área de design, deixando para trás uma loja de vestuário
e acessórios. “Independentemente de
estarmos no setor da distribuição há
bastantes anos, optámos, em 2011,
por enveredar pela área alimentar”,
completa Paulo Mendes.
No início de 2013, conta Sandra
Mendes, a reestruturação interna e
externa foi a grande aposta da loja:
“Era necessária uma transformação
total, para promovê-la com um conceito mais moderno e agradável. Considerámos essencial agregar serviços
que anteriormente não constavam no
espaço, como o take-away e a cafetaria, que tornam a nossa loja um espaço
de convívio”.
108 I Novembro
O setor alimentício
Paulo Mendes aponta que o mercado alimentar tem vindo a tornar-se
mais agressivo, principalmente devido
ao peso promocional que tem crescido
de forma exponencial. Com uma das
lojas da região com uma dimensão
relevante, e com concorrência muito
próxima, o Intermarché dos Carvalhos
elabora ações específicas, além das
do Grupo. “Temos promoções semanais próprias destinadas ao nosso
mercado, os Carvalhos, mas também
nos associamos às ações criadas pela
marca, como a lista de poupanças”,
completa.
Intermarché dos
Carvalhos
Em junho celebraram o 20º aniversário da loja, complementando esse
evento com um folheto promocional
com preços produtos muito apelativos
e outras formas de comunicacão.
“Dada a agressividade do mercado
local, temos de reagir e, embora vinculados a um Grupo, temos que agir de
uma forma mais adequada ao nosso
meio”, aponta Paulo Mendes.
Para além do preço e serviço, a
aposta principal continua a ser a proximidade ao cliente, que se tem tornado,
claramente, um fator determinante.
“Somos uma loja de proximidade e,
com todos os complementos que
acrescentámos à loja, conseguimos
criar um ambiente mais familiar”, indica
Sandra Mendes.
Todas as refeições das novas
zonas de take-away e cafetaria são
confecionadas no local por cozinheiros
próprios e servidas a um preço “justo”.
Os nossos entrevistados, frisaram
um aspeto muito importante que é a
participação direta em eventos com
as instituições locais (bombeiros, Junta
de Freguesia, entre outros), bem como
a sua contribuição a duas instituições
de apoio a famílias carenciadas, com a
doação dos produtos em condições de
serem consumidos todas as semanas.
Para o futuro têm planeado a abertura de um posto de abastecimento no
parque do Intermarché que trará não
só um serviço extra ao Intermarché,
mas também novos postos de trabalho
para Gaia. |
Portugal Inovador
O controlo operacional
“nas suas mãos”
A EDecideias tem vindo a destacar-se desde 2003 como um parceiro de excelência na
procura das melhores soluções para automação e informação industrial.
“A ideia
foi sempre
proporcionar ao
cliente produtos e
sistemas que não
sejam fechados e
que não estejam
limitados ao
que as marcas
disponibilizam”
David Gomes, engenheiro eletrotécnico, é quem está por detrás
desta empresa sediada em Moreira
da Maia. Como a própria designação indica, o respetivo trabalho
distingue-se pelo desenvolvimento
de novas ideias com vista à satisfação das necessidades quotidianas
da indústria e não só.
A presença da EDecideias no
mercado passa, em grande medida, pelos sistemas de aquisição de
informação e tratamento de dados.
O leque de estruturas em que tem
aplicado os referidos sistemas
passa por unidades industriais
dos mais diversos setores, edifícios, infraestruturas ou estações
de tratamento de água (potável e
residual) e de resíduos. A relação
de confiança até aqui conquistada
com um conjunto de entidades de
forte expressão à escala nacional
foi conseguida através de um
apurado sentido de adaptação
às necessidades concretas de
cada uma. Como nos explica o
responsável, “a ideia foi sempre
proporcionar ao cliente produtos e
sistemas que não sejam fechados
e que não estejam limitados ao que
as marcas disponibilizam”.
Foi esta a lacuna de mercado
que David Gomes identificou e foi
no sentido de lhe dar resposta que
se tem especializado na adaptação
e integração dos sistemas tradicionais das marcas para novas soluções, que tornem as operações
mais flexíveis e que se ajustem
às necessidades de redução de
custos e garantia da qualidade.
“ Com equipamentos de marcas
como ou Siemens ou Schneider
consigo desenvolver sistemas e
soluções mais abertas e flexíveis,
onde se podem integrar outras
marcas”, garante.
No decorrer deste trabalho, a
EDecideias já desenvolveu duas
marcas registadas: a AQUAMOSTRA, que corresponde a unidades
de amostragem automática de
água ou água residual e a SMAlarm, um sistema de alerta que
complementa o envio de SMS com
a possibilidade de obter respostas
da parte desse mesmo sistema. |
Novembro I 109
Portugal Inovador
Beneméritos de Ourém
Nos finais do século XIX surge em Ourém o Hospital Stº Agostinho, por iniciativa do benemérito
Agostinho Albano de Almeida.
A Fundação Dr. Agostinho Albano
de Almeida teve origem no hospital
Stº Agostinho. O médico, preocupado
com os mais necessitados, entendeu
que haveria de ser criada uma unidade hospitalar em seu nome que
apoiasse os cidadãos com parcos
recursos. Assim nasce, em 1891, o
Hospital Stº Agostinho, criado na casa
de família.
Para além do Hospital, o testamento deixava ainda a incumbência
da criação de um asilo. Este último
projeto corresponde nos dias que
correm ao Lar de Idosos.
O antigo Hospital funcionou até
1975, data em que foi nacionalizado,
sendo desativado após a criação do
Centro de Saúde local. Entretanto,
a assistência aos idosos continuava
a ser prestada nas instalações do
antigo asilo.
Respostas sociais
Para além do Lar de Idosos, com
capacidade para acolher 64 pessoas,
atualmente, após uma profunda intervenção no rés do chão do antigo
110 I Novembro
Hospital, está a funcionar o Centro
de Dia, aberto a todos os idosos da
região. O Serviço de Apoio ao Domicílio presta auxílio aos utentes, não só
da cidade como das aldeias limítrofes,
“sete dias por semana”. Atentos às
circunstâncias que afetam a população, a Fundação presta o serviço
de cantina social, proporcionando
refeições (almoço e jantar) a cerca de
100 pessoas reencaminhadas pela
Segurança Social.
Terra de beneméritos, a instituição
agrega também a Casa Dr. Alves,
num edifício próprio que funciona
como Lar de Infância e Juventude,
em terreno doado por Joaquim Francisco Alves, outrora médico na cidade.
Trata-se de uma vivenda que dispõe
das condições necessárias para acolher 38 crianças e jovens e crianças
enviadas pelo Tribunal de Menores,
pela Comissão de Proteção de Menores ou pela Segurança Social.
Nova Administração
Em janeiro deste ano, uma nova
administração, composta por cinco
elementos, assumiu a direção. A
presidente, Maria São José, e José
Fernandes foram os nossos interlocutores. Pertencem à Liga de Amigos
da Fundação e agora assumem
projetos de futuro que passam pela
recuperação da restante estrutura do
antigo Hospital. “Não desistimos e
queremos, através do Novo Quadro
Comunitário de Apoio, reabrir na totalidade o edifício. Entre outros projetos,
queremos também criar o conceito de
“apartamento de autonomia”, em duas
frações que nos foram doadas. Aí, as
jovens mais velhas do LIJ, vão poder
adquirir competências que lhes permitam viver sozinhas, sob a supervisão
da Fundação”, refere a presidente.
Para além das 62 funcionárias, há
que contar com o apoio fundamental
dos voluntários e, através do “plano
Casa”, de um professor com “horário
0” que apoia as jovens da instituição.
Em final de conversa, fica o agradecimento da administração à C.M.
de Ourém, à Segurança Social, ao
IEFP assim como a todas as pessoas
e entidades, amigos da Fundação. |
Portugal Inovador
Modernizar com incremento
da qualidade
A indústria dos curtumes assumiu desde sempre uma posição relevante na história da
Humanidade. Alcanena, terra há muito associada a esta indústria, veste-se todos os dias de
inovação e profissionalismo. Foi essa história e a da Procurtex, que viemos descobrir junto
de Carlos Henriques.
Para perceber as raízes da
Procurtex é preciso retroceder no
tempo e falar sobre a Cromogenia
Units. A Cromogenia Units marcara,
durante alguns anos, presença em
Portugal. Com a evolução do mercado, a Cromogenia à semelhança
do que aconteceu com a maioria
das empresas multinacionais, deixou de laborar cá. Dado que Carlos
Henriques trabalhara durante 15
anos como técnico dessa empresa,
foi-lhe oferecida a representação da
marca no nosso país. Hoje, atuando
com este elo de ligação, explica-nos:
“Nós colaboramos muito com a Cromogenia, apesar de sermos independentes, temos uma ligação muito
forte. Somos agentes deles para a
indústria de curtumes têxtil e gráfica,
trabalhamos muito em comum, por
isso quando há novidades ou necessidade de assistência específica, os
técnicos da Cromogenia vêm cá, e
eu vou lá a acções de formação e
reuniões técnicas”.
A sua atividade atravessa diferentes etapas. Numa primeira fase
a pele tem de ser preparada para a
fase do curtume, aí terá de ser submetida a diversos processos químicos e mecânicos para a sua limpeza
e hidratação. Na fase do curtume as
peles são tratadas em meio aquoso
para ficarem termicamente estáveis
e resistentes à decomposição. Posteriormente, há a fase do recurtume,
onde são realizadas diversas operações em meio aquoso, para que as
peles obtenham as características
pretendidas, em relação à cor, textura, e brilho. Uma das operações
dessa fase denomina-se por wet
blue. É aí que as peles são curtidas
em crómio. “Somos muito fortes até
ao wet blue, independentemente da
capacidade para trabalhar noutros
setores, mas por circunstâncias do
mercado, e da nossa casa mãe,
somos mais competitivos até ao wet
blue”, explica. Dando preferência à
especialização, a sua atividade tem
como fase final a transformação do
couro wet blue em couro semi-acabado, também denominado de crust,
deixando de parte o que poderia ser
a última etapa: o acabamento.
A Procurtex diferencia-se no mercado pela relação preço-qualidade
e pela sua assistência. A qualidade,
ligada às preocupações ambientais, ganha um grande relevo neste
setor ao contrário do que sucedia
antigamente, quando as peles eram
curtidas em meios mais obsoletos.
Porém, Carlos Henriques observa
grandes oscilações dentro deste
mercado. “Hoje é tudo mais instável, e como trabalhamos para uma
indústria que fornece a indústria da
moda precisamos de nos manter
atentos às novidades”, manifesta.
Os seus conhecimentos técnicos poderão conduzir com maior
rapidez a um melhor produto, por
isso para Carlos Henriques a grande
aposta vai continuar a assentar na
inovação. |
Novembro I 111
Portugal Inovador
Aposta na Inovação
Os Laboratórios Fernanda Galo (LFG) são uma referência a nível nacional no sector das
Análises Clínicas. Em entrevista à Portugal Inovador, Daniel Barreira explicou-nos de que
forma o setor e os LFG evoluiram ao longo dos anos.
É do conhecimento comum que
o setor das análises clínicas, no
que diz respeito aos prestadores
de cuidados de saúde, está amplamente distribuído pelo território
nacional, estando muito próximo
das populações, daí o respeito e
a importância que tem ganho ao
longo do tempo, sendo importante
que adquira definitivamente estabilidade. “É um setor que tem sofrido
muitas modificações ao longo dos
anos. Como tal, teve continuamente
que se adaptar, modificando a sua
forma de trabalhar e de ser gerido,
sendo no respeitante a Recursos
Humanos e Tecnológicos muito
exigente”, explica Daniel Barreira,
gestor nos Laboratórios Fernanda
Galo.
Com 58 anos de existência, este
112 I Novembro
espaço surgiu numa altura em que
o setor estava sustentado em vários
laboratórios regionais sendo o seu
core business as análises clínicas,
ou seja, o diagnóstico laboratorial.
Em 1994, quando Conceição Barreira assumiu o cargo de administradora, o laboratório aumentou as
áreas de intervenção: “Atualmente,
além da comprovada experiência
nas Análises Clínicas, dispomos
de outros departamentos como as
Análises Ambientais e a Segurança
Alimentar”, refere a Directora Técnica. Com cerca de 30 colaboradores, este laboratório expande-se
a diferentes pontos do país, mais
concretamente nos concelhos do
Ribatejo, mas também nos distritos
de Lisboa, Castelo Branco e Leiria.
“Ao longo dos anos, temos tido um
crescimento sustentado, sempre
numa perspectiva de alargamento
com qualidade dos nossos serviços
mantendo o objectivo de dar resposta às necessidades de saúde
da população”.
Como hoje em dia é fundamental ser-se reconhecido pelo trabalho
prestado, o Laboratório de Análises
Clínicas Fernanda Galo é Acreditado num reconhecimento que
para além de nacional é também
internacional.
De futuro, o grande objetivo
dos Laboratórios Fernanda Galo é
continuar a aumentar a oferta de
serviços na área do diagnóstico
clínico e potenciar a expansão da
marca. “O nosso crescimento passa
muito pela oferta de novos serviços
e constante aumento da qualidade
dos mesmos, uma vez que o setor
está em constante mudança. Direcionar o laboratório para a população e aproximá-lo ainda mais dos
nossos utentes, é a nossa missão”,
conclui. |
Portugal Inovador
Novembro I 113
Portugal Inovador
Errata
Por lapso, na edição 62 da revista Portugal Inovador, o título da reportagem da Escola Superior
de Tecnologia e Gestão de Felgueiras aparece como “O impacto no ensino superior no Tâmega e
Sousa”, quando deveria ser “O impacto do ensino superior no Tâmega e Sousa”.
114 I Novembro
Portugal Inovador
Novembro I 115
Portugal Inovador
116 I Novembro

Documentos relacionados

Revista Portugal Inovador Nº 80 Abril 2016

Revista Portugal Inovador Nº 80 Abril 2016 da aviação nacional a um lugar de referência a nível europeu. O presidente, José Miguel da Costa, considera que “Portugal tem vivido um paradoxo no que

Leia mais