conceitos básicos - Faculdade Atlântico

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conceitos básicos - Faculdade Atlântico
RELAÇÕES ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE: conceitos básicos
Saúde - a evolução do conceito
“Saúde é a ausência de doença”
"Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de afecção ou
doença". (OMS), em sua Carta Magna de 7 de abril de 1948.
"Saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação; educação, renda, meio ambiente, trabalho,
emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acessos aos serviços de saúde, é assim antes de tudo, o
resultado das formas de organização social” (VIII Conferência Nacional de Saúde, 1986).
“Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação” (Constituição Brasileira, 1988).
Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens
e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País.
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se
destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. ( Lei nº. 8.080,
de 19 de setembro de 1990).
“Saúde Pública é a ciência e a arte de promover, proteger e recuperar a saúde por meio de medidas de alcance
coletivo e de motivação da população” (OMS-1997)
Determinantes de saúde
•
Estão incluídos entre os determinantes da saúde aqueles que estão sob maior controle do indivíduo
(como certas condutas individuais) e outros, de abrangência coletiva, que são dependentes das condições
políticas, econômicas, sociais, culturais, ambientais e biológicas
Determinantes da Saúde = Condições e Estilo de Vida
•
Condições de Vida = possibilidade de levar uma vida economicamente produtiva:
•
ambiente em suas múltiplas dimensões
acesso a bens e serviços
•
•
•
Estilo de Vida - cultura, valores, prioridades:
experiência pessoal
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Disciplina : Meio Ambioente e Saúde
•
Profa. Msc. Marta Cristina Vieira Farias
2
possibilidades de escolhas
Meio Ambiente
A Lei Federal 6.938/81 que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, o define como: “Meio
Ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
A mesma lei define:
Degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das características do meio ambiente;
Poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indireta:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por
atividade causadora de degradação ambiental;
Recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial,
o solo, o subsolo e os elementos da biosfera.
1.3 Condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana.
1. Em escala global:
Efeito Estufa – mudanças no clima da terra e as relações de causa-efeito que essas mudanças podem provocar;
Depleção do Ozônio na estratosfera _ pode aumentar as taxas de câncer de pele, modificações no sistema
imunológico e incidência de catarata;
Perda de biodiversidade – desaparecimento de espécies úteis à ciência e o enfraquecimento de vários
ecossistemas;
Desertificação, depleção de solo fértil, aqüíferos, estoques pesqueiros;
Poluentes químicos – agrotóxicos, efluentes industriais e resíduos urbanos – afetam os sistemas neurológicos,
imunológicos e reprodutivos dos seres vivos.
2. Em escala regional:
a- Associados ao subdesenvolvimento: falta de acesso à água tratada, saneamento inadequado, contaminação
dos alimentos por microorganismos patogênicos, destino inadequado do lixo, etc.
b- Associados ao desenvolvimento não sustentável – poluição das águas em áreas populosas, industriais e de
agricultura intensiva; poluição do ar em ares urbanas por automóveis, termoelétricas e indústrias;
desflorestamento, degradação do solo, contaminação química e radioativa, etc.
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3
1.
Poluições ambientais e Saúde Pública – Problemas causados à saúde:
Pela poluição do Ar
Doenças dermatológicas, gastrintestinais, Infecções respiratórias, doenças respiratórias crônicas, câncer do
aparelho respiratório e problemas oftálmicos.
Pela poluição das Águas
Ancilostomíase, Ascaridíase, Conjuntivite bacteriana aguda, Enterobiose, Escabiose, Pediculose,
Salmonelose, Tracoma e Tricuríase (pela falta de limpeza e higienização). Amebíase, Cólera, Diarréia
aguda, Febre Tifóide, Giardíase (pela água). Dengue, Febre Amarela, Filariose, Malária (por vetores
que se relacionam com a água) e Esquistossomose e Leptospirose (doenças associadas à água).
Pela poluição do solo
Ancilostomíase, Ascaridíase, Tricuríase.
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CLASSIFICAÇÃO AMBIENTAL DAS INFECÇÕES RELACIONADAS COM OS EXCRETOS
CATEGORIA
CARACTERÍSTICA
INFECÇÃO
EPIDEMIOLÓGICA
VIA DOMINANTE
PRINCIPAIS MEDIDAS DE
DE
CONTROLE
TRANSMISSÃO
Doenças feco-orais não
Não latentes
Enterobiose,
bacterianas
Baixa dose infecciosa
enteroviróticas,
infecções
Pessoal
Abastecimento doméstico de
Doméstica
Água, Educação sanitária,
Hymenolepíase
Melhorias habitacionais e
Amebíase, Giardíase
Instalação de fossas
Balantidíase
Doenças feco-orais
Não latentes
Febre tifóide e para tifóide,
Pessoal
Abastecimento doméstico de água,
bacterianas
Média ou alta dose
Salmonelose,
Doméstica
educação sanitária,
infecciosa
Disenteria bacilar, Cólera
Água
Melhorias habitacionais,
Moderadamente persistentes
Diarréia por E.coli
Alimentos
Instalação de fossas,
Capazes de se multiplicarem
Enterite campylobacteriana
Tratamento dos excretas antes do
lançamento
Helmintos do solo
Latentes
Ascaridíase
Jardim, campos
Instalação de fossas,
Tricuríase
Culturas agrícolas
Tratamento dos excretas antes da
Ancilostomíase
Teníases
Latentes
Teníases
aplicação no solo.
Jardim
Instalação de fossas,
Persistentes
Campos
Tratamento dos excretas antes da
C/ hospedeiro intermediário
Pastagem
aplicação no solo
Cozimento, inspeção de carne
Helmintos hídricos
Latentes
Esquistossomose e outras
Água
Instalação de fossas
Persistentes
doenças provocadas por
Tratamento dos excretas antes do
C/ hospedeiro intermediário
helmintos
lançamento na água
Controle do reservatório animal
Doenças transmitidas
Insetos vetores relacionados
Filariose e todas as
Vários locais
Identificação e eliminação dos locais
por insetos
Aos excretas
infecções das quais
contaminados por
adequados para procriação
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moscas e baratas podem ser
fezes, nos quais
vetores
insetos procriam
FONTE: FEACHEM et al. (1983a)
INDICADORES DE SAÚDE, BIOSSEGURANÇA E AMBIENTE PARA INSTITUIÇÕES DE SAÚDE.
TEMA - AR
Força Motriz
Pressão
Estado
Exposição
Efeito
Ação
Força de trabalho
Fontes móveis x vias
Qualidade do ar por agentes
N. de trabalhadores que
Taxa de absenteísmo
Monitoramento de
de tráfego
poluidores:
manuseiam:
relacionado à:
emissões de fontes fixas
veículos transitam
químicos
agentes de risco químico
poluição do ar
Programa de
por dia/mês/ano
biológicos
agentes de risco biológico
poluição sonora
manutenção predial e
físico
radioisótopos
por stress
de equipamentos
radioativo
Ambiente
Emissão poluentes
construído:
por setor de geração (fontes fixas)
-
unidades
produtivas
-
unidades
Violação dos padrões de
expostos a:
doenças:
monitoramento da
doenças respiratórias
qualidade do ar
Emissão de poluentes gasosos pelos
elemento poluidor (S/
níveis de ruído acima do
doenças infecciosas
Investimentos no
equipamentos geradores (fontes fixas)
N)
distúrbios auditivos
controle da qualidade do ar
distúrbios visuais
Investimentos em
distúrbios neurológicos
monitoramento de
distúrbios psicológicos
ruído nas áreas geradoras
(visitantes, alunos, etc)
incidência de tumores
Investimentos no
expostos a:
distúrbios dermatológicos
controle dos níveis de
permitido
Nível de:
-
n. processos/dia/ mês/ano
ruído
quantidade material processado
radiação nas
-
Investimento em
temperatura anormais
capacidade equipamentos
assistenciais
Taxa de incidência de
qualidade do ar por
n. de fontes
administrativas
unidades
N. trabalhadores
unidades
Unidades geradoras
de
poluentes
taxas inadequadas de
umidade
radiação N. de pessoas
laboratoriais
Emissão
gasosos
umidade relativa do ar
de pesquisas
aerolizados ou particulados por setor
temperatura ambiente
agentes de risco químico
queimaduras;
ruídos nas áreas geradoras
- outras unidades
gerador e/ou equipamento de controle de
diferencial de pressão
agentes de risco biológico
outras doenças ou
Investimentos no controle dos
poluição, incluindo a ETE:
iluminação natural e
radiação
distúrbios
níveis de radiação nas áreas
temperaturas anormais
N. de licenças médicas por doenças
geradoras
ocupacionais
Investimentos em
relacionadas
programas de prevenção de
tipo de material particulado (MP)
artificial
tipo de poluente
Taxa de renovação do ar
químico
Manutenção do sistema de:
níveis inadequados de
ruído
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biológico
(periodicidade/
radioativo
ano)
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taxas inadequadas de
umidade
Despesas com a saúde
acidentes
devido às doenças ocupacionais
Programas de
sonoro
climatização
relacionadas
Educação Ambiental
outros
luminação
N. de acidentes com
relacionados a ruídos
ar
exposição a aerossóis
e à qualidade do ar
Teor de umidade
Emissão de calor pelos equipamentos
Manutenção dos
N. de acidentes com exposição a
(indoor e outdoor)
geradores (fontes fixas)
Equipamentos de proteção
vapores químicos
Programa de
(periodicidade/ ano
N. de reclamações sobre poluição do
Educação continuada
n. processos/dia/ mês/ano
ar
em Biossegurança
quantidade material processado
N. reclamações ruído
Constituição de Comissões Internas
em função:
de Biossegurança e de Gestão
capacidade equipamentos
área de produção
Ambiental
obras
Investimentos em
outras atividades
Campanhas
informacionais
de
conscientização
TEMA - ÁGUA
Força Motriz
Pressão
Estado
Exposição
Efeito
Ação
Força de
Volume de água consumida:
Qualidade da água
N. de trabalhadores
Taxa de incidência de
N. unidades com licenciamento
dos reservatórios:
expostos
doenças de
ambiental
contaminação da
veiculação hídrica
Programa de manutenção predial
trabalho
n. de reservatórios;
Ambiente
volume dos reservatórios
construído:
consumo de água por prédio
cor, turbidez,
água
(hepatite, cólera,
(infra-estrutura sanitária - água, esgoto e
- unidades
consumo de água por unidade
nitrogênio
N. trabalhadores
leptospirose diarréia
reservatórios) e de
produtivas
consumo faturado por setor/
amoniacal, nitrito,
que trabalham na
etc)
equipamentos
nitrato e fosfato,
ETE
Taxa de absenteísmo
Reuso e combate desperdícios e perdas/
relacionado a
consumo faturado (m3/
doenças de
dia)
- unidades
prédio
DBO, OD, pH,
administrativas
consumo total faturado
coliformes fecais,
N. de pessoas
- unidades
% perda física
e/ou outros
expostas
à
a
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assistenciais
Volume e freqüência de
poluentes
contaminação
veiculação hídrica
Investimento no monitoramento de
- unidades
abastecimento de água
biológicos e
DA ÁGUA.
N. de licenças
qualidade da água distribuída e do esgoto
laboratoriais
coleta esgoto/ efluentes:
químicos
médicas por doenças
lançado
- outras
n. prédios sem conexão à rede
Qualidade dos
de veiculação hídrica
Programa de combate a perdas físicas e
unidades
n. prédios sem ligação a ETE
materiais dos
N. de acidentes e/ou
desperdício de água
volume total de esgoto (m3/ano)
reservatórios
incidentes com
Constituição de Comissões Internas de
Manutenção
derramamento de
Gestão Ambiental e
ano)
(periodicidade/
substâncias químicas,
Biossegurança Investimentos em
Manutenção da rede de esgoto
ano):
biológicas ou
Campanhas informacionais de
volume de esgoto não tratado (m3/
(S/N)
reservatórios
radioisótopos no
conscientização
Existência de tratamento de
ETEs/ETDIs
esgotamento
Programa de Educação
Efluentes domésticos e
sistema de
sanitário.
Ambiental em relação à água e esgoto
industriais (S/N)
abastecimento de
Despesas com saúde
Tipo de tratamento
Disposição final de efluente (rio/rede)
água
devido a doenças de
pré-tratamento
veiculação hídrica.
primário
secundário
Descarga acidental/ ilegal de efluentes
sistema de
nos recursos
esgotamento
N. reclamações por
hídricos
sanitário
contaminação da
Estações de Tratamento de Esgoto
n. de descargas ilegais
água
(ETE) e Estações de Tratamento de
n. descargas acidentais
N. de galões de água
Despejos Industriais
adquiridos/ mês/
(ETDIs):
unidade
N. de ETEs/ETDIs
% de prédios ligados à ETE
% de unidades produtivas ligadas à
ETDIs
Capacidade da ETE/ ETDI (m3/dia)
Volume tratado (m3/dia)
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TEMA - SOLO
Força Motriz
Pressão
Estado
Exposição
Efeito
Ação
Força de
Ocupação
Contaminação
N. de trabalhadores
Existência ou proliferação de insetos
Revisão e atualização
trabalho
área ocupada
do solo por
que manuseiam
roedores
do Plano Diretor
Ambiente
% de ocupação
agentes
resíduos:
N. áreas contaminados
Investimento na
químicos,
por armazenamento
conservação das áreas verdes
Programa de manutenção predial e
construído:
Quantidade de
- unidades
resíduos gerados
químicos
biológicos,
irregular de resíduos
produtivas
(ton, kg, litros, ou
biológicos e
perfurocortantes e
Alteração
- unidades
m3/dia/semana/
radioativos
radioativos
estabelecido no
Plano de Gerenciamento de
administrativas
mês/ ano/prédio/
% área verde/
N. de pessoas
Plano Diretor do Campus (S/N)
Resíduos
- unidades
unidade
ambiente
expostas a resíduos
N. reclamações devido a:
assistenciais
geradora):
construído
poluidores:
- unidades
químico,
Estado
laboratoriais
radioativo,
(condições) do
- outras
biológico,
ambiente
unidades
perfurocortante e
construído
comum
do
uso
do
solo
armazenamento
temporário de resíduos
proliferação de vetores (insetos e
roedores)
descarte inadequado
de resíduos
Existência de
Taxa de incidência de
tratamento
doenças devido à
interno e externo
manipulação de resíduos:
de equipamentos
sistema de tratamento de resíduos
monitoramento
do
descarte
de
resíduos
monitoramento do tratamento interno
dos resíduos
coleta seletiva e na
reciclagem dos resíduos
construção de um centro de
compostagem de resíduos comuns
tipo de tratamento interno e externo
de resíduos?
doenças infecciosas
dado aos resíduos gerados
(S/N)
doenças respiratórias
(por tipo de resíduo)
Percentual de
distúrbios dermatológicos
N. áreas destinadas ao
resíduos não
distúrbios neurológicos
Armazenamento temporário de resíduos
tratados (por tipo
distúrbios psicológicos
Investimentos em programas de
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de resíduo)
incidência de tumores
prevenção de acidentes
% de resíduos
outras doenças ou
Programas de
incinerados (por
distúrbios
Educação Ambiental e
tipo de resíduo)
Taxa de absenteísmo
de Biossegurança
Nível de
relacionado às doenças
Constituição de Comissões Internas de
adensamento
relacionadas
Biossegurança e de
(proximidades de
N. de licenças médicas
Gestão Ambiental
unidades não
por doenças ocupacionais
Investimentos em campanhas
respeitando a
relacionadas
informacionais de conscientização
estrutura
Despesas com saúde devido a
hidrogeológica do
doenças ocupacionais relacionadas
solo)
N. de acidentes e de
incidentes devido à
manipulação de resíduos
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2.
As Doenças e o meio ambiente
Transmissíveis por vetores
Não Transmissíveis
DOENÇAS TRANSMITIDAS AO HOMEM POR VETORES
Malária
É uma doença transmitida pela picada da fêmea do mosquito anofelino (Anopheles darling) contaminada pelo
parasita da malária (Plasmodium sp), também conhecida como paludismo ou impaludismo, maleita, e outros
nomes populares. Pode, também, ser adquirida pelo homem por transfusão de sangue contaminado ou uso de
seringas contaminadas.
Principais Sintomas:
•
Febre, calafrios, suores, delírios, tremores e ranger de dentes devido à repentina elevação da
temperatura corporal são sintomas comuns.
•
Com o agravamento da doença surgem dores de cabeça, náuseas e vômitos. Os lábios ficam
arroxeados, podendo ocorrer convulsões e anemia.
•
Caso não haja tratamento adequado e rápido podem surgir problemas mais graves em outros órgãos
como rins, pulmões e fígado, podendo levar a morte.
Como Prevenir?
•
através de medidas de saneamento como aterro e drenagem de água represada, visando a redução e a
eliminação de criadouros do mosquito, bem como o uso de telas nas janelas e mosquiteiros.
•
As pessoas que forem visitar as regiões onde ocorre a doença devem, antes de viajar, procurar se
informar sobre as medidas preventivas individuais.
Esquistossomose
Esquistossomose mansônica é uma doença grave, de evolução lenta, causada por um parasito, o Schistossoma
mansoni, que habita uma espécie de caramujo de água doce.
Os ovos do Schistossoma mansoni são eliminados através das fezes de pessoas portadoras da doença,
lançadas em rios, lagos e remansos onde exista a espécie de caramujo que serve como seu hospedeiro. A
transmissão se dá através da penetração do verme na pele e nas mucosas ou pelo consumo de água
contaminada. Após atingir a corrente sanguínea, o verme se aloja no fígado e finalmente no intestino, passando
a liberar seus ovos através das fezes.
Sintomas:
•
Os primeiros sintomas são: febre, tosse, falta de apetite, moleza no corpo e às vezes, diarréia.
•
Com o agravamento, surgem sangue nas fezes, prisão de ventre, dores na barriga e tonturas.
•
O fígado e o baço aumentam causando vômito com sangue. O agravamento da doença pode levar à
morte.
Prevenção:
•
Destinação adequada das fezes através de medidas de saneamento básico: fossas sépticas e rede de
esgoto. Os dejetos humanos não devem ser lançados diretamente em rios, lagos e lagoas.
•
As pessoas que trabalham dentro de água suspeita de contaminação devem fazer uso de botas e luvas
impermeáveis, reduzindo, assim, o risco de pegar a doença.
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•
Antes de realizar atividades de lazer, tais como, banhos em rios, cachoeiras e lagoas, procurar
informação sobre sua possível contaminação.
•
Evitar beber água de fontes naturais cuja origem seja desconhecida.
•
Febre Amarela
É uma doença grave provocada por vírus e transmitida pela picada de mosquitos. Nas regiões de florestas o
mosquito responsável pela transmissão é o Haemagogus e, nas cidades, o Aedes aegypti, o mesmo mosquito
transmissor do Dengue.
Nas áreas urbanas não tem ocorrido a transmissão da doença. No entanto, esta pode ser trazida para as
cidades através de pessoas que se contaminam nas áreas de risco. Com o surgimento do Aedes aegypti nas
cidades, a Febre Amarela pode ressurgir no meio urbano.
Sintomas:
•
A Febre Amarela apresenta sintomas que são observados de três a seis dias após a contaminação, e
podem ser confundidos com outras doenças tais como Dengue e Leptospirose.
•
Os sintomas iniciais são: febre, calafrios, dores de cabeça, nas costas, nos músculos, cansaço, enjôo e
vômitos.
•
Em seguida, pode haver uma aparente melhora com a diminuição da febre. Porém, no máximo em dois
dias, ocorre o agravamento da doença com sangramentos (nos ouvidos, narinas e gengivas), pele amarela,
retenção de urina, extremo cansaço e aumento da febre podendo levar à morte.
Portanto, as pessoas que estiveram em regiões com transmissão da doença e que sentirem os primeiros
sintomas, devem procurar atendimento médico para notificação às autoridades sanitárias e confirmar o
diagnóstico, evitando o agravamento da doença.
Prevenção:
Tomar a vacina contra a Febre Amarela, preferencialmente 30 dias antes de viajar para as regiões onde ocorre
a doença. Como não há ocorrência desta doença nas áreas urbanas, a vacinação é indicada apenas para
pessoas que vão se deslocar para áreas de mata, tais como caminhoneiros, lavradores, caçadores, pescadores,
praticantes de turismo ecológico e de outras atividades onde seja necessária a penetração em ambientes
silvestres.
Leishmanioses
a) Leishmaniose Tegumentar ou Cutânea ( ferida brava ou de Bauru )
Doença da pele e das mucosas provocada pelo parasito Leishmania brasiliensis e transmitida de animais a seres
humanos e outros animais sadios pela picada do mosquito palha (flebótomo) contaminado. Esta doença pode
causar deformações principalmente no nariz e na boca, e feridas na pele que dificilmente cicatrizam.
As pessoas que estão mais sujeitas a contrair a doença são aquelas que vivem ou trabalham nas proximidades
de matas onde existe o mosquito transmissor.
Sintomas:
•
Inicialmente podem aparecer “ínguas” e ferida no local da picada do inseto. Podem surgir feridas em
outras partes do corpo, inclusive nas mucosas.
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•
Caso surjam estes sintomas, é necessário o atendimento médico para diagnóstico e tratamento
adequado, evitando o avanço da doença
b) Leishmaniose Visceral (calazar)
É uma doença que afeta todo o organismo caracterizada por febre de longa duração, aumento do baço,
emagrecimento, anemia e fraqueza progressivas. Pode levar à morte se não houver tratamento adequado.
Em muitos casos, as pessoas contaminadas não apresentam sintomas, podendo, no entanto, desenvolver a
doença ao longo da vida.
Prevenção:
•
Uso de mosquiteiros, telas finas em portas e janelas.
•
Uso de repelentes e de calças e camisas de mangas compridas.
•
Construção de casas a uma distância mínima de 200 metros de matas e florestas, e também afastados
de currais, galinheiros e plantações de banana.
•
As pessoas que praticam turismo em áreas de matas e florestas devem buscar informações sobre as
localidades onde há transmissão da doença.
•
Leptospirose
A Leptospirose é uma doença causada por uma bactéria chamada leptospira. Esta bactéria é eliminada pela
urina de alguns animais, sendo o rato o principal responsável pela transmissão nas áreas urbanas. A urina deste
animal contamina a água, os alimentos, o solo, os esgotos e os locais onde vive.
A doença, que pode ser grave, é transmitida aos seres humanos através da penetração da bactéria através da
pele e das mucosas (boca, narinas, olhos, etc.) em contato com águas ou lama contaminadas, em ocasião de
enchentes.
Casos de Leptospirose podem ocorrer em qualquer época do ano, de maneira pouco freqüente, mesmo na
ausência de chuvas e enchentes.
As pessoas que correm mais perigo são aquelas que vivem à beira de córregos e em locais onde haja ratos
contaminados, lixo e também, aquelas que trabalham na coleta de lixo, em esgotos, plantações de cana-deaçúcar, de arroz, etc.
Sintomas:
•
Os primeiros sintomas são: fraqueza, dor no corpo, dor de cabeça e febre, sendo que, às vezes, a
doença é confundida com uma gripe ou outras viroses. Com o aumento da febre podem ocorrer calafrios,
vômitos, mal-estar, dor na batata das pernas (panturrilhas), fortes dores na barriga e também o aparecimento de
cor amarelada na pele (icterícia).
•
O agravamento da doença pode provocar diminuição ou ausência da produção da urina (insuficiência
renal), problemas respiratórios, hemorragias e confusão mental, podendo levar à morte.
Prevenção:
•
Colocar o lixo doméstico em sacos plásticos, mantendo-o distante de casa e do chão, até seu
recolhimento pelo lixeiro ou outra destinação adequada.
•
Não acumular entulhos nos quintais, pois os ratos se escondem nestes locais.
•
Manter terrenos baldios e margens de córregos limpos e desmatados.
•
Manter as caixas d’água, ralos, fossas, caixas de esgoto, etc, sempre bem tampadas e vedadas,
impedindo a entrada de ratos.
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•
Eliminar o máximo possível as chances dos ratos se alojarem em buracos de paredes, rodapés, vãos
de telhados, etc.
•
Sempre que possível, evitar o contato direto com água ou lama de enchentes, esgotos ou outros locais
de risco. Nessas situações, usar luvas, botas ou outros tipos de proteção, como sacos plásticos amarrados nos
pés e nas mãos.
•
Usar água sanitária ou cloro misturado em água para limpeza geral, principalmente nos locais que
sofrem inundações.
•
Toxoplasmose
A Toxoplasmose é uma doença que afeta os mamíferos (inclusive seres humanos) e aves; é causada pelo
protozoário Toxoplasma gondii.
O ser humano adquire a doença comendo carnes ou vísceras mal cozidas contendo o parasita, verduras mal
lavadas e contaminadas pelo parasita eliminado pelas fezes de gatos. O gato contrai a infecção comendo carnes
cruas, ratos ou pássaros contaminados.
A toxoplasmose, em mulheres grávidas, representa um grande perigo, pois a doença pode ser transmitida ao
feto através da placenta. Neste caso, é de fundamental importância que procurem um médico para detectar a
doença e fazer o tratamento adequado.
Sintomas:
•
No início da doença os sintomas não são percebidos facilmente, podendo, entretanto, ocorrer febre e o
aparecimento de ínguas.
•
Em um segundo estágio da doença, o parasita se aloja nos músculos e em órgãos tais como: pulmão,
coração, fígado e cérebro, causando, neste momento, os primeiros danos à saúde.
Esta doença é um problema de Saúde Pública. Para a saúde humana, pode ter como conseqüência lesões
oculares, neurológicas e sistêmicas que resultam em perda de visão, retardo mental, má formação congênita
(crianças nascidas com deformações) e abortos.
Para pessoas com defesa imunológica diminuída, como transplantados e doentes com Aids, por exemplo, a
Toxoplasmose pode ser fatal.
Prevenção:
•
Comprar alimentos crus (carnes e verduras) em estabelecimentos com boas condições de higiene e
limpeza.
•
Lavar as mãos antes das refeições e de preparar os alimentos.
•
Comer carnes sempre bem cozidas.
•
Evitar que os gatos tenham acesso a áreas de recreação infantil onde haja terra ou areia.
•
As gestantes devem se submeter, durante o pré-natal, ao exame para detecção da Toxoplasmose
Raiva (Hidrofobia)
É uma doença causada por um vírus (Lyssavírus) e transmitida entre os mamíferos pela saliva de animais
doentes. Ocorre através da mordida ou arranhadura e lambedura de mucosas (boca, por exemplo) e pele com
ferimento.
Os seres humanos são geralmente contaminados através da mordida de cães e gatos doentes.
Os morcegos são importantes transmissores pela sua capacidade de locomoção e acesso a diferentes lugares,
tais como casas muradas, andares altos, etc.
No meio rural é freqüente a transmissão da raiva a bois e cavalos pelos morcegos. Os animais silvestres
(raposa, gato do mato, etc.) doentes podem transmitir a doença a cães.
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Sintomas:
•
Existem duas formas de manifestação da doença em animais. Os bovinos apresentam como sintomas
principais, paralisia das patas traseiras e da cauda, e problemas no sistema nervoso causando o bamboleio e o
andar em círculo, morrendo em seguida.
•
Nos cães e gatos observa-se inicialmente uma mudança de comportamento, quando podem tornar-se
inquietos e agressivos atacando objetos reais ou imaginários, não reconhecendo o dono. Também podem se
tornar apáticos, apresentando dificuldade de comer e beber, latido diferente e saliva abundante. Em seguida,
sofrem paralisias que os impedem de andar (patas traseiras, principalmente) podendo levá-los à morte.
Prevenção:
•
Cães e gatos devem ser vacinados anualmente, a partir de dois meses de idade e mantidos longe das
ruas.
•
Ao sair com cães de estimação, leve-os presos a coleiras.
•
Tomar cuidado ao se aproximar de cães e gatos desconhecidos, evitando alimentar e tocar em animais
de rua.
•
Em caso de sofrer agressão (mordida, arranhão, etc.) ou ter contato com animal suspeito, deve-se lavar
o local com água e sabão e procurar atendimento médico para orientação e tratamento, se necessário.
•
O animal agressor deve ser mantido vivo, preso, no domicílio ou canil durante dez dias. Após este
período, caso o animal não apresente os sintomas de raiva, poderá ser liberado.
DOENÇAS NÃO TRANSMITIDAS POR VETORES
Enfermidades Não-Transmissíveis (ENT)
Existe um consenso geral sobro o fato de que as ENT são a causa principal de mortalidade e incapacidade
prematura na maioria dos países de nosso continente, incluindo o Brasil. Nesse sentido, considera-se que as
principais ENT de importância em saúde pública são: 1º) as doenças cardiovasculares, 2º) o câncer,
particularmente o cérvico-uterino e o de mama em mulheres e de estômago e pulmão nos homens, e em 3º) o
Diabetes Mellitus.
São também doenças não transmissíveis:
Doenças endócrinas e metabólicas; doenças neuropsiquiátricas; desordens de órgãos dos sentidos; doenças
respiratórias crônicas; doenças do aparelho digestivo; doenças genito-urinárias; doenças da pele; doenças
músculo-esqueléticas; anomalias congênitas; doenças ocupacionais; etc.
3.
Saneamento, Vigilância Sanitária e Epidemiologia
Saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem
exercer efeito deletério sobre seu bem-estar físico, mental e social. (conceito da OMS)
Até o final da década de 70, Saneamento era entendido como as atividades de água e esgotos. Com
isso, era denominado de Saneamento Básico.
Hoje, Saneamento é entendido de uma forma mais abrangente e não somente levando em
consideração às ações de água e esgotos, surgindo assim, o que se chama de Saneamento Ambiental
e que explicita melhor a definição da OMS.
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Saneamento Ambiental: é o conjunto de ações e/ou atividades sócio-econômicas com o fim maior de
propiciar às populações salubridade ambiental, fazendo-se uso de sistemas de abastecimento de
água, de sistemas de esgotos, de coleta e disposição final do lixo, de drenagem das águas pluviais, do
controle de vetores, do controle de poluição dos cursos de água e do ar e do controle da produção de
ruídos.
A importância do Saneamento para a saúde:
A maioria dos problemas sanitários que afetam a população mundial está intrinsicamente
relacionadas com as condições inadequadas de saneamento.
Mais de 1 bilhão dos habitantes da Terra não têm acesso a habitação segura e os serviços
básicos de saneamento, como: água potável, esgotamento sanitário , coleta de lixo e drenagem
urbana. A falta dessa infra-estrutura além dos riscos para a saúde , são fatores que contribuem para
a degradação do meio ambiente.
No Brasil as doenças resultantes da inadequação de saneamento, particularmente nas áreas
mais pobres, têm agravado o quadro epidemiológico, com males como cólera, dengue,
esquistossomose e leptospirose.
Principais doenças causadas por deficiência de saneamento
Feco-orais não bacterianas – Poliomielite, Hepatite tipo A, Disenteria amebiana, Diarréia por
virus;
Feco-orais bacterianas - Febre tifóide e paratifoide, Diarréia e disenteria bacterianas (cólera);
Higiene pessoal e falta de água – Infecção na pele e nos olhos (tracoma piolhos e escabiose);
Insetos e vetores - Filariose, Leptospirose, Amebíase, Hepatite, Esquistossomose, Malária,
Febre amarela, Dengue,
Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental e Vigilância à Saúde
Conceito – vigiar é ficar atento, precavido, diligente. A vigilância em saúde é uma árdua tarefa
atribuída a vários setores, principalmente os ligados aos problemas sanitários, controle de agravos ou
doenças e aos fatores ambientais.
Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir
riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e
circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: o controle de bens
de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas
e processos, da produção ao consumo e o controle da prestação de serviços que se relacionam direta
ou indiretamente com a saúde.
Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde
individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle
das doenças ou agravos.
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Entende-se por Vigilância ambiental um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a
detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que
interferem na saúde humana, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e
controle dos fatores de riscos e das doenças ou agravos relacionados à variável ambiental.
A Vigilância à Saúde reúne toda a estrutura disponível de conhecimento, equipamentos, tecnologia e
rede de informações no sentido de prevenir os riscos à saúde, controlar as doenças e tomar todas as
medidas necessárias para resolver os problemas que venham causar danos à saúde da população.
Noções Básicas sobre:
Prevenção dos fatores de riscos e agravos ao ambiente
Controle dos fatores de riscos e agravos ao ambiente
Fatores de Risco – Apresentação da FUNASA
Sistemas de Vigilância e informação em Saúde ambiental:
Vigiar
Vigiágua
4.3.2.1 Sisagua
Vigisolo
Outros Sistemas
SISTEMAS DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
VIGIAR - Vigilância em Saúde de Populações Expostas à Poluição do Ar.
O VIGIAR tem como objetivo a promoção da saúde da população exposta aos fatores ambientais relacionados
aos poluentes atmosféricos. Seu campo de atuação prioriza as regiões onde existam diferentes atividades de
natureza econômica ou social que gerem poluição atmosférica de modo a caracterizar um fator de risco para as
populações expostas, denominadas Áreas de Atenção Ambiental Atmosférica de interesse para a Saúde. Os
objetivos específicos de sua atuação são:
1.
Prevenir e reduzir os agravos à saúde da população exposta aos fatores ambientais relacionados aos
poluentes atmosféricos;
2.
Avaliar os riscos à saúde decorrente da exposição aos poluentes atmosféricos;
3.
Identificar e avaliar os efeitos agudos e crônicos decorrentes da exposição aos poluentes atmosféricos;
4.
Estimular a intersetorialidade e interdisciplinaridade entre os órgãos que possuam interface com a
saúde no que diz respeito às questões de qualidade do ar;
5.
Subsidiar o setor Ambiental na formulação e execução de estratégias de controle da poluição do ar,
tendo em vista a proteção da saúde da população;
6.
Fornecer elementos para orientar as políticas nacionais e locais de proteção à saúde da população
frente aos riscos decorrentes da exposição aos poluentes atmosféricos.
Obs.: implantado no Município de Aracaju
VIGIÁGUA - Vigilância Ambiental em Saúde relacionada à Qualidade da Água para Consumo Humano
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VIGIAGUA - consiste em desenvolver ações contínuas para garantir à população o acesso à água de qualidade
compatível com o padrão de potabilidade estabelecido na legislação vigente, para a promoção da saúde. Os
objetivos específicos de sua atuação são:
1.
Reduzir a morbimortalidade por doenças e agravos de transmissão hídrica, por meio de ações de
vigilância sistemática da qualidade da água consumida pela população;
2.
Buscar a melhoria das condições sanitárias das diversas formas de abastecimento de água para
consumo humano;
3.
Avaliar e gerenciar o risco à saúde das condições sanitárias das diversas formas de abastecimento de
água;
4.
Monitorar sistematicamente a qualidade da água consumida pela população, nos termos da legislação
vigente;
5.
Informar a população sobre a qualidade da água e riscos à saúde;
6.
Apoiar o desenvolvimento de ações de educação em saúde e mobilização social; e
7.
Coordenar o Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água (Sisagua).
Obs.: implantado na Secretaria de Estado da Saúde e no Município de Aracaju
SISAGUA - Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano - tem o objetivo
de coletar registrar, transmitir e disseminar os dados gerados rotineiramente, provenientes das ações de
vigilância e controle da qualidade da água para consumo humano. A produção dessas informações é
fundamental para nortear as decisões e o direcionamento das práticas da vigilância em todos os níveis do SUS
(Portaria MS nº. 1.469/2000).
O SISAGUA está dividido em três módulos: 1. Cadastro: formação do banco de dados de todos os sistemas de
abastecimento de água e das soluções alternativas coletivas e individuais; 2. Controle: alimenta o sistema com
informações do monitoramento da qualidade da água realizado nos sistemas e soluções alternativas coletivas de
abastecimento. Essas informações deverão ser fornecidas e encaminhadas mensalmente, trimestralmente e
semestralmente às Secretarias Municipais de Saúde, para propiciar a prática da vigilância; 3. Vigilância: o
resultado das análises de vigilância da qualidade da água para consumo humano realizadas pelo setor saúde é
notificado pelo sistema.
VIGISOLO - Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Solo Contaminado
VIGISOLO consiste em desenvolver ações de promoção da saúde ambiental, e de prevenção e controle dos
fatores de risco relacionados às doenças e outros agravos à saúde decorrentes da contaminação no solo por
substâncias químicas. Os objetivos específicos de sua atuação são:
1.
Identificar e priorizar áreas com populações expostas a solo contaminado;
2.
Coordenar e estimular ações intra-setoriais entre as áreas de vigilância em saúde ambiental,
epidemiológica, sanitária, saúde do trabalhador, atenção básica e laboratórios públicos, entre outras;
3.
Realizar articulação com os órgãos ambientais, entre outros, no controle e fiscalização de atividades ou
empreendimentos causadores ou potencialmente causadores de degradação ambiental, com vistas à prevenção
e controle da contaminação de solos;
4.
Desenvolver e implementar metodologia de avaliação de risco a saúde humana;
5.
Desenvolver sistema de informação de vigilância em saúde em áreas com populações expostas a solo
contaminado;
Capacitar profissionais para atuação na área de vigilância em saúde relacionada a populações
6.
expostas a solo contaminado;
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7.
Informar a sociedade sobre os riscos decorrentes da exposição humana a solo contaminado;
8.
Apoiar o desenvolvimento de ações de educação em saúde e mobilização social;
Apoiar o desenvolvimento de pesquisas.
9.
Obs.: implantado no Município de Aracaju
O VIGIDESASTRES integra a Comissão de Desastres do Ministério da Saúde, regulamentada pela Portaria
Interministerial Nº. 372 de 10 de março de 2005, e tem o objetivo de desenvolver ações de vigilância ambiental
em saúde relacionadas a enchentes, secas, deslizamentos e incêndios florestais. A prevenção visa a minimizar
os danos à saúde das populações atingidas e alertar as unidades locais de atendimento.
VIGIQUIM - Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental relacionado às Substâncias Químicas, em
fase de implantação pelo Ministério da Saúde, com a coordenação da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS),
por intermédio do Subsistema Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental (SINVSA), tem o objetivo central de
identificar, caracterizar e monitorar as
populações expostas
às substâncias
químicas.
Dentro do programa foram selecionadas cinco substâncias, classificadas como prioritárias, devido aos riscos à
população: asbesto/amianto, benzeno, agrotóxicos, mercúrio e chumbo. Dentre os grupos de risco prioritários,
expostos a esses contaminantes, destacam-se os trabalhadores e as comunidades que residem no entorno de
áreas industriais.
VIGIAPP - Subsistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde relacionada aos acidentes envolvendo
Produtos Perigosos – Caracterização das ameaças, vulnerabilidades e recursos; vigilância da exposição por
meio da classificação e priorização das ameaças ou fatores de risco sob o ponto de vista da exposição humana;
vigilância dos efeitos: investigação da ocorrência de agravos à saúde humana desde a notificação dos
acidentes/emergências/desastres e o acompanhamento, em curto e longo prazo, das populações expostas ou
sob risco de exposição nas atividades de extração, transporte, produção, armazenamento, uso e destinação final
dos produtos perigosos, e envolve a utilização de indicadores de exposição e de efeitos e a aplicação de
inquéritos.
VIGIFIS - Sistema de Vigilância em Saúde Ambiental relacionado a Fatores Físicos (emissões de campos
eletromagnéticos) que atuaria sob o Princípio da Precaução - o que garante ao subsistema uma postura
preventiva aos riscos à saúde humana frente à continuidade do abastecimento dos serviços necessários à
sociedade. A sociedade moderna está cada vez mais dependente da utilização da energia elétrica e de meios de
telecomunicações - duas fontes emissoras de radiações eletromagnéticas. A evolução tecnológica tem
disponibilizado à população e às atividades produtivas e de serviços equipamentos que atendem às mais
diversas necessidades. Diagnóstico e terapia medicinais, controle e monitoramento de processos industriais são
alguns exemplos de atividades que utilizam equipamentos emissores de radiação.
4.
Condições Ambientais e Qualidade de Vida
Conceito de qualidade de vida em saúde
Condicionantes e determinantes da qualidade de vida
Instrumentos de medida da qualidade de vida em saúde.
Textos: Saúde e Qualidade de Vida – Sílvio Fernandes
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Qualidade de Vida e Saúde – Maria Cecília Minayo
6. Diagnóstico da situação da saúde em sua interface com o ambiente
6.1No Brasil
6.2Em Sergipe
SITUAÇÃO DA SAÚDE EM SERGIPE
Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan
Tuberculose (Infecção contagiosa causada pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis), que ataca o
homem e os animais em várias partes do organismo, especialmente os pulmões.
Sergipe possui três municípios prioritários, que têm cobertura de 95,2% do Programa de Controle da
Tuberculose (PCT) implantado e 100% de implantação da estratégia de tratamento supervisionado. Segundo a
Secretaria Estadual de Saúde, em 2005 698 casos novos de tuberculose foram registrados no Sinan. As
incidências foram de 35,5/100 mil hab. Para tuberculose em todas as formas e de 23,0/100 mil hab. para casos
bacilíferos. A coorte de tratamento, considerando os casos diagnosticados em 2005 nos municípios prioritários,
mostrou uma cura de 73,5%. O abandono foi de 8,2%; óbitos de pacientes, 7,2%.
Hanseníase (Doença contagiosa, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae), que provoca diversas
feridas na pele e lesões em nervos periféricos ; LEPRA
No período de um ano houve incremento de 16,28% de unidades (200 unidades) que fazem diagnóstico e
tratamento de hanseníase. Foram diagnosticados 471 casos novos em 2006. Desse total, 301 estão em curso de
tratamento.
Dos casos novos diagnosticados:
■ 58 (8,06%) acometiam menores de 15 anos;
■ 13 (3,40%) apresentavam, no momento do diagnóstico, incapacidade física severa;
■ 192 (40,76%) eram formas avançadas da doença.
O percentual de cura no estado foi de 80,05% em 2006. Sergipe possui um município prioritário para a
hanseníase: Aracaju. 66,69% da população do estado residem em municípios com mais de cinco casos de
hanseníase.
Dengue (Doença infecciosa transmitida por vírus, contraída pelo homem por picada de mosquito, esp. o Aedes
aegypti, e caracterizada por febre alta, dores, fadiga etc.
Dos 75 municípios de Sergipe, 12 (16,0%) são prioritários para o Programa Nacional de Controle da Dengue:
Aquidabã, Aracaju, Barra dos Coqueiros, Estância, Itabaiana, Itaporanga d’Ajuda, Lagarto, Laranjeiras, Maruim,
Nossa Senhora do Socorro, Propriá e São Cristóvão. Esses municípios concentram 57,20% da população do
estado.
De acordo com os dados do Boletim da Dengue (SE nº 52), no ano de 2006 foram registrados 2.309 casos, o
que representou aumento de 38,60% quando comparados com o mesmo período de 2005 (1.666 casos). Nesse
mesmo período, não foi registrado caso de febre hemorrágica da dengue (FHD). Na região Nordeste, Sergipe foi
o estado com menor número de casos.
Doenças sexualmente transmissíveis / Aids
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Até dezembro de 2005, foram notificados 1.578 casos de aids (1.100 homens e 478 mulheres). Os municípios do
estado que apresentaram os maiores números de casos de aids acumulados até 2005 foram (casos
acumulados/taxa média de incidência de 2000 a 2005 por 100 mil hab.):
■ Aracaju (764/13,5);
■ Nossa Senhora do Socorro (143/10,6);
■ Itabaiana (91/9,2);
■ Lagarto (56/4,4);
■ Estância (54/6,9).
A taxa de mortalidade (por 100 mil hab.) por aids no ano de 2005 foi de 2,7 óbitos. Foram notificados 49 casos
de transmissão vertical do HIV até 2005. Em relação à sífilis congênita, o estado notificou entre os anos de 1998
e 2005 um total de 353 casos em menores de um ano de idade. A taxa de incidência (por mil nascidos vivos) de
sífilis congênita no ano de 2005 é de 2,0 casos. Até 2005 foram registrados três óbitos por sífilis congênita no
estado.
Doenças transmitidas por vetores e antropozoonoses.
Esquistossomose - A transmissão é endêmica em 51 dos 75 municípios. A prevalência do estado em 2005 foi
de 13,0% em 2.367 pessoas examinadas. A doença está estabelecida nos municípios das Zonas da Mata e do
Litoral. A média anual de internação, no período de 2001–2005 foi de 31, com redução da taxa de internação por
100 mil hab., de 2,09 em 2001 para 1,58 em 2005. O número médio de óbitos no período de 2000–2004 foi de
nove, com aumento na taxa de mortalidade por 100 mil hab. de 0,44 em 2000 para 0,68 em 2004.
Raiva - No período de 2002 a 2006, foram notificados 24 casos de raiva canina e felina, quatro em raposas e
um de raiva humana transmitida por cão, em 2005. Sem casos de raiva humana em 2006.
Tracoma (Infecção contagiosa nos olhos, caracterizada por fotofobia, lacrimejo, secreção purulenta etc.)
No estado de Sergipe, dados do inquérito epidemiológico realizado em 2004 revelam taxas de prevalência média
de tracoma de 5,84%. Foram examinados escolares de 53 municípios, com taxas de detecção variando de zero
caso a 28,21%. Municípios com taxa de detecção maior que 10% de tracoma: Arauá, Areia Branca, Boquim,
Itabaiana, Lagarto, Maruim, Ribeirópolis e Riachão dos Dantas.
Leishmanioses No ano de 2005, Sergipe registrou 10 casos de leishmaniose tegumentar americana, com
coeficiente de incidência de 0,5 caso por 100 mil habitantes e percentual de cura clínica de 70%. Com relação à
leishmaniose visceral, foram registrados 43 casos, com coeficiente de incidência de 2,2 casos por 100 mil
habitantes, representando um aumento de, aproximadamente, 39% no número de casos confirmados quando
comparado com o ano anterior. A letalidade foi de 11,6% e o percentual de cura clínica, 74,4%. O município de
Aracaju correspondeu a 32,6% do total de casos do estado.
Leptospirose No período de 2001 a 2006 foram confirmados 181 casos, com 34 óbitos (letalidade de 18,8%.
Faz-se importante incentivar os serviços para a suspeita e tratamento precoces, bem como a notificação de
todos os casos suspeitos.
Outras doenças transmissíveis
Doenças transmitidas por alimentos – DTA
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No período de 1999 a 2006, o estado de Sergipe notificou 20 surtos de DTA. Desses, 35% ocorreram em
residências.
Febre tifóide (Nome de várias doenças infecto contagiosas causadas por microrganismos do gênero Rickettsia
e que leva à prostração, febre alta e manifestações cutâneas; RIQUETSIOSE.
O estado apresentou baixa produção de casos no período de 2002 a 2006.
Rubéola (Doença infecciosa e contagiosa, causada por vírus, que provoca febre, faringite, artralgia, etc., e
erupções na pele, deixando-a avermelhada; SARAMPO ALEMÃO
Em Sergipe, o percentual de municípios com cobertura vacinal adequada em 2006 foi de 82,67%. Houve
redução na transmissão da rubéola e dois casos foram confirmados. Em relação à síndrome da rubéola
congênita (SRC), nenhum caso foi confirmado em 2006.
Sarampo (Infecção contagiosa causada por vírus, que provoca erupção cutânea
Em Sergipe, a meta estabelecida, durante o período, para os indicadores epidemiológicos do sarampo foi
atingida. De 2000 a 2005 foram notificados 224 casos suspeitos de sarampo, sem nenhuma confirmação
Tétano - Moléstia infecciosa grave causada pelo bacilo Clostridium tetani, que invade o organismo através de
ferimentos na pele e atinge o sistema nervoso central, ocasionando contraturas musculares
Tétano neonatal – TNN (Tétano causado por infecção da ferida após o corte do cordão umbilical.
De 2000 a 2006 Sergipe notificou um caso com desfecho de cura, a mãe apresentou esquema vacinal
incompleto. Nos últimos seis anos não há notificação de casos.
Vigilância em saúde ambiental
Solo
No estado de Sergipe foi identificada e categorizada uma área no município de Aracaju com população exposta
a solo contaminado.
Água
No estado do Sergipe, 69 municípios (92%) alimentaram dados no Sisagua em 2006. Em relação à qualidade da
água analisada nos sistemas de abastecimento de água, foram registrados no Sisagua os seguintes percentuais
de conformidade com o padrão de potabilidade: cloro residual livre, 55%; turbidez, 96%; e coliformes totais, 36%.
Emergências epidemiológicas
Núcleos hospitalares de epidemiologia – NHE
O Ministério da Saúde institui em 2004 o Subsistema Nacional de Vigilância Epidemiológica em âmbito
hospitalar, com o objetivo de ampliar a detecção, notificação e investigação de doenças de notificação
compulsória e outros agravos emergentes. Em Sergipe, um hospital aderiu ao subsistema. O núcleo hospitalar
de epidemiologia foi implantado no Hospital da Universidade Federal de Sergipe.
Monitoramento e investigação de surtos
Em 2006 foram monitorados 191 surtos ou emergências em saúde pública no Brasil. Não correram surtos no
estado.
Agravos e doenças não transmissíveis
Evolução da mortalidade por doenças não transmissíveis, 1996 a 2005
Em 2005, as doenças do aparelho circulatório, as neoplasias, as doenças endócrinas e as causas externas
representaram 66,2% do total de óbitos por causas conhecidas em Aracaju, 66,6% em Sergipe.
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Deve-se considerar o alto percentual de óbitos por causas mal definidas no estado 9,5%. Aracaju teve 4,7% de
óbitos por causas mal definidas em 2005.
Doenças do aparelho circulatório – DAC
Em 1996, as taxas foram, para o estado e capital respectivamente, 202,7/100 mil e 382,2/100 mil; e em 2005, de
347,4/100 mil e 397,3/100 mil.
Diabetes (doença caracterizada por excessiva secreção de urina, distúrbio do metabolismo dos açúcares,
hiperglicemia, com ou sem glicosúria).
Aracaju apresenta oscilação da curva da doença entre 1996 (112,0/100 mil) e 2005 (148,7/100 mil). O estado
tem aumento da taxa de mortalidade por diabetes, que em 1996 foi de 49,3/100 mil e em 2005, de 128,0/100 mil.
Neoplasias (Processo patológico de proliferação celular, que resulta em tumor benigno ou maligno; câncer.)
O estado e a capital apresentam grande oscilação na curva de mortalidade por câncer de colo uterino. Em 2005,
a taxa é de 14,0/100 mil para Sergipe e 13,3/100 mil para Aracaju O percentual de óbitos classificados como
porção não especificada do útero no estado de Sergipe, em 2005, é de 27,6%.
Evolução da mortalidade por acidentes de transporte e violência, 1996 a 2005
Dos óbitos por causas conhecidas, as causas externas foram a terceira causa de morte em Aracaju (14,0%),
Sergipe (14,7%) e no Brasil (14,2%); e segunda causa no Nordeste (15,5%), em 2005.
Acidentes de trânsito
Tanto a capital quanto o estado mostram oscilação de suas taxas entre 1996 (capital – 22,2/100 mil e estado –
20,8/100 mil) e 2005 (capital – 19,3/100 mil e estado – 20,6/100 mil).
Agressões (homicídios)
As tendências das curvas são de aumento para a capital (1996 – 20,7/100 mil e 2005 – 31,6/100 mil), o estado
(1998 – 11,0/100 mil e 2002 – 31,1/100 mil).