Banas Qualidade

Transcrição

Banas Qualidade
Ano XXV | Março de 2016 | Edição 284
Sustentabilidade: sem
ela não há futuro para
a sobrevivência da
humanidade
RECURSOS HUMANOS
Cristo, o grande
comunicador
METROLOGIA
A incerteza da medição
em atividades do setor
eletrotécnico
Edição n 284 - Março de 2016 - 1
Os valores-p não me assustam.
Análise de Dados Destemida
Analisar dados com o Minitab Statistical Software é fácil e agora Minitab 17 está disponível em Português.
Um Assistente integrado guia você durante todo o processo, desde a escolha da ferramenta correta até
a realização da sua análise e interpretação dos seus resultados. Você conhece o seu negócio. Minitab
fornece a confiança necessária para melhorá-lo.
2 - Revista BQ - Banas Qualidade
w w w. m i n i t a b . c o m
Editorial
Revista Banas Qualidade
Telefones: +55(11) 3798.6380 /3742.4838
Email: [email protected]
Twitter: @banasqualidade
Facebook: banasqualidade
Site: http://www.banasqualidade.com.br
Editorial
Publisher: Fernando Banas
[email protected]
Editor: Hayrton do Prado
[email protected]
Colaboradores Editoriais
Claudemir Y.Oribe
Cristina Werkema
Dolores Affonso
Ernesto Berg
Maurício Ferraz de Paiva
Roberta Pithon
Roberto Inagake
Colaboradores da Edição
Angela França Pedrinho
Cristiano Bertulucci Silveira
Eduardo Moura
Ernesto Berg
Guilherme Cano Lopes
Luiz Henrique de Campos
Vicente Falconi
Diretoria Operacional
Christine Banas
Telefone: +55(11) 3742.4838
[email protected]
Publicidade
Edila Editorial Latina Ltda.
Telefone: +55(11) 3742.4838
[email protected]
Assinaturas
Telefone: +55(11) 9915.8240
[email protected]
Assinatura digital
Anual (12 edições) : R$ 140,00
Bianual (24 edições) : R$190,00
A Revista Banas Qualidade - DIGITAL
é publicada pela Quality Innovation Estratégia
Empresarial Ltda. com sede em São Paulo/SP Brasil.
A publicação não se responsabiliza pelas opiniões
e conceitos aqui emitidos por seus articulistas e
colunistas.
ISSN - 1676-7845
Ano XXV - Edição 284
Março de 2016
Crise: aumento do
descomunal dos spammers
e o desespero das pessoas na
internet por um emprego
D
uas coisas notadas na internet durante essa crise criada por
pessoas incompetentes na gestão do Brasil: o desespero dos
brasileiros em conseguir um emprego nas redes sociais e dos
spammers que aumentam o envio de e-mails maliciosos com uma
quantidade de erros que faz a gente dar risadas. Os que querem
emprego colocam seus telefones celulares, seus e-mails para empresas
sem a mínima dignidade para arrumar um emprego para elas. Uma
exposição pessoal bastante preocupante.
Para quem não sabe, os spammers são os que praticam o spam, ou
seja, enviam diversos e-mails ou qualquer outro tipo de mensagem
para diversas pessoas que, na maioria das vezes, contêm um vírus do
tipo keylogger. O objetivo dos spammers é disseminar malwares a
fim de criar botnets, que são redes de computadores zumbis.
Com isso, eles poderão enviar ainda mais spam para mais
usuários, além é claro de obter diversas senhas e contas das
vítimas. Deve-se pensar nisso como uma praga, que vai se
multiplicando, como a dengue, aids, etc. Cada computador
infectado envia a dezenas de novas pessoas os spam e até mesmo
para os contatos pessoais desse usuário.
Se o livro depois de mais de 500 anos não conseguiu ajudar os seres
humanos a melhorar em suas relações conflituosas, imagine a internet:
1.500 anos a 2.000 anos. O motivo para a atual crise no Brasil foge da
questão econômica e passa pela questão de credibilidade do governo
que parece sofrer de uma doença que não o deixa falar a verdade.
Uma recomendação é que todas as empresas devem se preparar
para tempos difíceis. Mas, momentos de crise podem ser épocas
de grandes oportunidades de negócios. Agregar valor aos serviços
oferecidos aos clientes ou dar um salto de qualidade em uma ou mais
características do produto ou serviço que de fato são relevantes para a
sua escolha.
Agregar valor depende de pesquisas para detectar as necessidades
dos clientes, no desenvolvimento de tecnologias e nas formas de
administrar mais eficazes. Em outras palavras, para agregar valor,
deve-se ter um olho no cliente e outro na inovação.
Se você tiver uma igreja, não vai ter problemas. Com a crise, a
procura dos clientes será maior. Basta prometer a solução das suas
dificuldades e um pouquinho da água do rio onde Jesus foi batizado
para a cura de tudo (que pode ser da Cantareira mesmo), que o dízimo
não vai parar de pingar.
Hayrton R. do Prado Filho
[email protected]
Edição n 284 - Março de 2016 - 3
Sumário
03
EDITORIAL
04
SUMÁRIO
06
INSIDE
Por dentro da notícia
10
SEIS SIGMA
Como selecionar projetos
Lean Seis Sigma
12
GESTÃO
Gerenciamento de projrtos:
Pré-requisitos e estágio evolutivo
16
GERENCIAMENTO
Inovação & Liderança
20
RECURSOS HUMANOS
Cristo, o grande comunicador
24
MASP
Monitorar é bom, medir é melhor
26
PELO MUNDO
Notícias de Qualidade
28
CASE
Mill | SI automatiza processos
e reduz em 7,8 mil horas
treinamentos Normativos
4 - Revista BQ - Banas Qualidade
32
AUTOMATIZAÇÃO
O que é a industria 4.0 e como ela
vai impactar o mundo
38
CAPA
Sustentabilidade:
Sem ela não há futuro para a
sobrevivência da Humanidade
54
QUALIDADE
As latas de aço para embalagens de
produtos
60
FERRAMENTAS
Sistemas de Gestão da Qualidade II
64
RISCOS
O cumprimento das normas técnicas evita
acidentes com caldeiras
70
NORMALIZAÇÃO
A Importância da NBR 7199 para evitar
acidentes fatais com portas de vidro
76
METROLOGIA
A incerteza da medição em atividades
do setor eletrotécnico
86
NORMAS
Por dentro das normas brasileiras
91
CARTAS
Publicações Exclusivas
Ano XXV | Março de 2016 | Edição 284
Sustentabilidade: sem
ela não há futuro para
a sobrevivência da
humanidade
RECURSOS HUMANOS
Cristo, o grande
comunicador
METROLOGIA
A incerteza da medição
em atividades do setor
eletrotécnico
www.banasqualidade.com.br
www.revistanormas.com.br
Nós levamos a informação onde elaEdição
precisa
estar.
n 284 - Março de 2016 - 5
Publicações com consulta aberta - clique na capa
Em plataforma digital interativa
Inside - inside - inside - inside - inside - inside
Dispositivos móveis que se
conectam à rede Wi-Fi sem bateria
Peças de cerâmica resistentes
ao calor agora podem ser impressas em 3D
A promessa de fabricação aditiva ou impressão
3D, uma forma mais rápida e barata de
fabricar peças customizáveis – é limitado pela
variedade de materiais para impressão, que
até agora incluiu principalmente polímeros e
alguns metais. Agora nós podemos adicionar
cerâmica, uma importante classe de materiais
cuja alta resistência a estresse, calor,
degradação química e atrito os torna atraentes
para uso nas forças armadas e na indústria
aeroespacial para tudo, desde peças externas
de um avião exterior a pequenos componentes
para foguetes.
http://www.technologyreview.com.br/read_
article.aspx?id=48971
Um novo tipo de dispositivo móvel sem fio não
tem bateria nem outra forma de armazenamento
de energia, mas ainda pode enviar dados através
da rede Wi-Fi. Estes protótipos, desenvolvidos
por pesquisadores
da Universidade de
Washington, conseguem
toda a energia de que
precisam, fazendo uso de
sinais de Wi-Fi, TV, rádio e de
celular que já estão no ar.
A tecnologia poderia
libertar engenheiros
para estender seus
tentáculos de Internet e
computadores a cantos
do mundo que não atingem atualmente.
Dispositivos sem bateria que podem se
comunicar poderiam tornar muito mais fácil
e barato de implantar sensores amplamente
dentro das casas para assumir o controle de
aquecedores e outros serviços.
http://www.technologyreview.com.br/read_
article.aspx?id=48497
Energia Solar, e Algum Lugar para Armazená-la
http://www.technologyreview.com.br/read_article.aspx?id=47126
6 - Revista BQ - Banas Qualidade
- inside - inside- inside - inside - inside - inside
Vidro flexível poderia
trazer de volta o telefone flip
Dispositivos médicos começar um
tratamento de qualidade
Qualidade e segurança não são negociáveis ​​
na indústria de dispositivos médicos. A ISO
13485: 2016, dispositivos médicos - Sistemas
de gestão da qualidade - Requisitos para fins
regulamentares, tem a intenção de ajudar
a manter esse nível de qualidade até zero.
Esta norma que define os requisitos para um
sistema de gestão de qualidade específica
para a indústria de dispositivos médicos,
foi recentemente revista para responder
aos mais recentes desenvolvimentos em
gestão da qualidade, tecnologia e requisitos
regulamentares que se relacionam com
esta indústria. Um dispositivo médico é um
produto destinado a utilização no diagnóstico,
prevenção e tratamento de condições
médicas. Eles vão desde produtos simples,
como curativos para cadeiras de dentista,
pacers cardíacos, máquinas de suporte de vida
e até mesmo em reagentes para diagnóstico
in vitro. Melhorias na nova versão do padrão
incluem o alargamento da sua aplicabilidade
para incluir todas as organizações envolvidas
no ciclo de vida do produto, desde o conceito
até o fim da vida, maior alinhamento com
os requisitos regulamentares e de um maior
enfoque na vigilância pós-mercado, incluindo
tratamento de reclamações. Há também
uma maior ênfase em ter a infra-estrutura
adequada, em especial para a produção de
dispositivos médicos esterilizados, e mais
foco na gestão de riscos. http://www.iso.org/
iso/home/news_index/news_archive/news.
htm?refid=Ref2046
Imagine um telefone flip que cabe no seu bolso,
mas abre para revelar uma tela de tamanho da
de um tablet. Vidraceiros já estão fabricando
vidro que se curva que é mais fino do que um
cabelo humano e dizem que o vidro dobrável
está chegando.
O fábrica alemã Schott está agora fabricando
vidro ultrafino, forte e liso em larga escala. O
primeiro produto voltado para o consumidor
a utilizar o novo vidro da Schott no sensor de
impressão digital é um smartphone feito pela
LeTV, uma grande empresa de streaming de
vídeo da China. Os representantes da empresa
esperam que essa e outras aplicações de nicho
vai dar ao novo material um ponto de apoio,
enquanto designers industriais brincam com ele.
Rüdiger Sprengard, diretor de desenvolvimento
de negócios para o vidro ultrafino na Schott em
Mainz, Alemanha, diz que a empresa pode agora
fabricar vidro flexível continuamente em folhas
de quilômetros de extensão.
http://www.technologyreview.com.br/read_
article.aspx?id=49519
Edição n 284 - Março de 2016 - 7
Inside - inside - inside - inside - inside - inside
Revisão da terminologia comum
para a gestão de segurança da informação
Toda a informação detida e processada por uma
organização está sujeita aos riscos de Proteção
do Consumidor com a marca do Inmetro :.
O presidente do Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro),
Luís Fernando Panelli Cesar, assinou na última
quinta-feira (03/03), em Brasília, acordo de
cooperação técnica com a Secretaria Nacional
do Consumidor (Senacon), visando ampliar
os mecanismos de proteção ao consumidor
e aumentar a competitividade da indústria
nacional. É a primeira vez que a Senacon poderá
contar com o apoio técnico e científico do
Inmetro para embasar as decisões que impactam
a segurança e a saúde do consumidor, como os
anúncios de recall em produtos, por exemplo.
“Nossa intenção é oferecer todo o suporte de
que a Senacon precisar, usando nosso aparato
laboratorial e humano de ponta para avaliar
produtos e situações que possam colocar em
risco a segurança do cidadão brasileiro ou
prejudicar a nossa indústria. O Inmetro não
possui competência legal para determinar um
recall de produtos, por isso vamos municiar
a Senacon com estas informações técnicas,
caso identifiquemos riscos”, resume Panelli
ataque, erro e de desastres naturais e outras
vulnerabilidades inerentes à sua utilização. A
segurança da informação é portanto, o cerne
das atividades de uma organização e centra-se
8 - Revista BQ - Banas Qualidade
na informação que é considerado um "ativo"
valioso que necessita de proteção adequada,
por exemplo, contra a perda de disponibilidade,
confidencialidade e integridade.
A família de normas relativas a sistemas de
gestão de segurança da informação (ISMS)
permite que as organizações desenvolvam
e implementem uma estrutura robusta para
gerenciar a segurança de seus ativos de
informações, incluindo dados financeiros,
propriedade intelectual, detalhes do
empregado, e informações de outra forma que
lhes são confiadas por clientes ou terceiros .
A recentemente revisão da norma ISO / IEC
27000: 2016, Tecnologia da informação Técnicas de segurança - Sistemas de informação
de segurança de gestão - Visão geral e
vocabulário, dá uma visão abrangente dos
sistemas de gestão de segurança da informação
cobertos pela família ISMS de normas e define
os termos e definições relacionadas. Proteger
os ativos de informação através da definição,
alcançar, manter e melhorar os níveis de
segurança é essencial para uma organização
para cumprir os seus objetivos e reforçar a sua
conformidade legal e imagem. As atividades
coordenadas necessárias para direcionar a
implementação de controles adequados e
mitigar os riscos de segurança da informação
inaceitáveis são
​​ parte do que é conhecido como
gestão de segurança da informação.
http://www.iso.org/iso/home/news_index/
news_archive/news.htm?refid=Ref2048
- inside - inside- inside - inside - inside - inside
Canudos com padronização
Colorido, funcional e divertido, crianças e
adultos adoram usá-los. Bilhões de canudinhos
são produzidas a cada ano; No entanto, apesar
de seu uso em todo o mundo, de plástico
(polipropileno), nunca tinham sido objeto
de normas e especificações. A ISO publicou
recentemente a norma ISO 18188: 2016 Especificação de canudos de polipropileno,
que irá fornecer requisitos gerais para
dimensões e propriedades de desempenho
dos canudos de plástico. Isso vai ajudar
os fabricantes a produzirem produtos de
qualidade consistente. As primeiras pessoas
a usar canudos teriam sido os sumérios no
quarto milênio AC, provavelmente para beber
cerveja. Alguns canudos foram feitos de ouro
A ISO 45001 sobre a saúde e segurança no
trabalho foi aprovada
A nova norma ISO 45001, um dos muito padrões
esperados no mundo para a saúde e segurança
no trabalho (SST) ocupacional, foi aprovada
como um Projeto de
Norma Internacional.
A cada 15 segundos, um
trabalhador morre de um
acidente de trabalho ou
doença, e 153 pessoas
experimentam uma lesão
relacionada ao trabalho.
Eles representam um
enorme fardo para as
organizações e sociedade
como um todo, custando
mais de 2,3 milhões de
mortes por ano, para não mencionar os mais de
300 milhões de acidentes não fatais.
Agora, com a norma ISO 45001 na fase de
Projeto de Norma Internacional (DIS), o mundo
está a um passo de um conjunto robusto e
eficaz de processos para melhorar a segurança
com as preciosas lapis- lazuli (pedra azul),
outros foram feitos de papel ou grama. Hoje,
os canudos são feitos de plástico e são usados ​​
para beber diferentes tipos de bebidas. A
norma especifica que o plástico deve estar em
conformidade com os requisitos de contato
com os alimentos do mercado. Os canudos
de plástico tem
que mostrar a
sua resistência
a temperaturas
quentes e frias
e dobrar sem
ruptura. http://
www.iso.org/iso/
home/news_index/
news_archive/
news.htm?refid=Ref2047
no trabalho nas cadeias de fornecimento
globais. Projetada para ajudar as organizações
de todos os tamanhos e indústrias, a futura
norma é esperada para reduzir acidentes de
trabalho e doenças em todo o mundo. Mais
de 70 países estão diretamente envolvidos
na criação deste
importante
documento. A norma
é baseada nos
elementos comuns
encontrados em
todas as normas de
sistemas de gestão
da ISO, garantindo
um elevado nível de
compatibilidade com
as novas versões
do ISO 9001 e ISO
14001. Ela usa um modelo simples Plan-DoCheck-Act (PDCA), que fornece um quadro
para as organizações se planejarem a fim de
minimizarem o risco de danos. http://www.iso.
org/iso/home/news_index/news_archive/news.
htm?refid=Ref2012
Edição n 284 - Março de 2016 - 9
Seis Sigma
Como selecionar projetos
Lean Seis Sigma
A seleção correta de
projetos é um dos
fatores primordiais
para a garantia da
sustentabilidade do
Lean Seis Sigma nas
organizações.
A
definição dos
projetos é uma
das atividades
mais importantes do
processo de implementação
do Lean Seis Sigma.
Projetos bem selecionados
conduzirão a resultados
rápidos e significativos
e, consequentemente,
contribuirão para o sucesso e
a consolidação do Lean Seis
Sigma na empresa. Por outro
lado, projetos inadequados
implicarão em ausência
ou atraso de resultados
e frustração de todos os
envolvidos, o que poderá
determinar o fracasso do
programa na organização.
As principais características
que um bom projeto Lean Seis
Sigma deve apresentar são:
1. Forte contribuição para
10 - Revista BQ - Banas Qualidade
o alcance das metas
estratégicas da empresa.
2. Grande colaboração para o
aumento da satisfação dos
clientes/consumidores.
3. Chance elevada de
conclusão dentro do prazo
estabelecido.
4. Grande impacto para a
melhoria da performance
da organização (ganho
mínimo de 50% em
qualidade, ganho
financeiro mínimo
relevante para o porte
e tipo de negócio da
empresa, desenvolvimento
de novos produtos ou
novos processos, por
exemplo).
5. Quantificação precisa,
por meio do emprego de
métricas apropriadas, dos
resultados que devem ser
alcançados no projeto.
6. Elevado patrocínio por
parte da alta administração
da empresa e dos demais
gestores envolvidos.
Durante a fase de
treinamento, o desempenho
do candidato a Black Belt ou a
Green Belt no desenvolvimento
desses projetos será avaliado
para balizar a decisão quanto
à certificação, ou não, de cada
candidato.
Os potenciais projetos Lean
Seis Sigma podem ser obtidos
através das seguintes fontes:
A
Indicadores referentes a
desperdícios, tais como
índices de refugo e retrabalho
(hidden factory), e índices de
produtividade.
B
C
Problemas referentes à
qualidade dos produtos.
Custos que exercem um
alto impacto no orçamento
da empresa.
D
Reclamações, sugestões
e resultados de pesquisas
realizadas junto a clientes/
consumidores.
E
Reclamações, sugestões
e resultados de pesquisas
realizadas junto aos
empregados da empresa.
F
G
Resultados de estudos de
benchmarking.
Resultados de pesquisas
sobre tendências de
mercado e estratégias ou
habilidades dos concorrentes.
H
I
Extensões de projetos em
andamento.
Oportunidades para melhoria
de produtos ou processos
com elevado volume de
produção, para os quais
pequenas melhorias implicam
expressivos ganhos financeiros.
J
Oportunidades identificadas
a partir do uso do
Mapeamento do Fluxo de Valor
(Value Stream Mapping – VSM).
O erro mais frequentemente
cometido na seleção de
projetos consiste na escolha
de um problema muito
complexo como um único
projeto Lean Seis Sigma, que é
alocado a uma única equipe.
Um projeto Lean Seis
Sigma deve ter complexidade
suficiente para que seja
significativo para a empresa,
mas não deve ser tão complexo
que não possa ser concluído
em um período de quatro a
seis meses (Green Belt) ou
de cinco a oito meses (Black
Belt). Se, no estágio inicial de
desenvolvimento, o projeto se
mostrar muito amplo (ou muito
simples), o escopo do trabalho
deverá ser imediatamente
alterado. Um projeto muito
amplo poderá ser desdobrado
em diversos projetos menores,
que poderão ser desenvolvidos
por outros candidatos a Black
ou Green Belts.
Ou seja, é importante
estabelecer metas ambiciosas,
mas atingíveis, para os projetos
Seis Sigma. Se as metas forem
extremamente agressivas, as
equipes tenderão a pular etapas
do método na tentativa de atingir
o resultado no prazo estabelecido,
o que poderá comprometer o
sucesso do projeto.
Para finalizar, ressaltamos
que o objetivo de se
alcançarem elevados ganhos
financeiros por meio dos
projetos é muito positivo,
mas também é importante
que a empresa perceba que
o retorno financeiro no curto
prazo é apenas uma parte
dos ganhos resultantes do
Lean Seis Sigma. Projetos que
resultem em conhecimentos
para o fortalecimento
da competitividade da
organização e de sua
imagem no mercado podem
ter retorno financeiro
mais demorado, mas são
extremamente importantes
sob o ponto de vista
estratégico e também devem
ser valorizados.
Cristina Werkema é proprietária
e diretora do Grupo Werkema
e autora das obras da Série
Seis Sigma Criando a Cultura
Lean Seis Sigma, Design for
Lean Six Sigma: Ferramentas
Básicas Usadas nas Etapas D e
M do DMADV, Lean Seis Sigma:
Introdução às Ferramentas do
Lean Manufacturing, Avaliação
de Sistemas de Medição,
Perguntas e Respostas Sobre o
Lean Seis Sigma, Métodos PDCA
e DMAIC e Suas Ferramentas
Analíticas, Inferência Estatística:
Como Estabelecer Conclusões
com Confiança no Giro do
PDCA e DMAIC e Ferramentas
Estatísticas Básicas do Lean
Seis Sigma Integradas ao PDCA
e DMAIC, além de oito livros
sobre estatística aplicada à
gestão empresarial, área na
qual atua há mais de vinte anos.
cristina@werkemaconsultores.
com.br.
Edição n 284 - Março de 2016 - 11
Gerenciamento
de Projetos:
pré-requisitos e
estágios evolutivos
12 - Revista BQ - Banas Qualidade
Gestão
Conheça algumas dicas práticas
sobre como melhorar a eficácia no
gerenciamento de projetos de melhoria,
a partir da consideração de três prérequisitos básicos e da observação de
quatro estágios evolutivos.
Por Eduardo Moura
Q
uando uma empresa
qualquer se engaja
em
esforços
de
melhoria,
sejam estes definidos a
partir de um planejamento
estratégico ou como parte
da
implementação
de
iniciativas de desenvolvimento
organizacional, tais como
TOC (Teoria das Restrições),
Lean, Seis Sigma ou Gestão
por Processos, fica evidente
a necessidade de gerenciar
os vários projetos mais
eficazmente (sem mencionar
aquelas empresas cujo próprio
negócio são projetos). Diante
dessa premente necessidade,
muitas organizações buscam
avidamente a solução na
metodologia tradicional de
Gerenciamento de Projetos.
Mas, muitas fracassam,
porque em tal intento dão
um passo maior do que a
perna e acabam sofrendo uma
“distensão”, já que seu nível
de maturidade organizacional
não lhes permite saltar de
uma situação quase caótica
diretamente a um sonhado
paraíso de ordem e harmonia
operacional.
Entretanto,
mesmo em empresas que
já têm o PMO (“Project
Management
Office”)
instituído e capitaneado por
PMPs (“Project Management
Professionals”),
e
apesar
das cautelosas e detalhadas
práticas de análise de risco, é
muito comum observar três
sintomas clássicos, em suas
diferentes combinações: os
projetos atrasam, o orçamento
fica curto e a qualidade final dos
entregáveis deixa a desejar.
Portanto, apesar de que
existam muitas coisas boas a
resgatar no PMBOK (“Project
Management
Body
of
Knowledge”), o fato é que 60
anos de práticas tradicionais
de Gerenciamento de Projetos
não ajudaram a eliminar ou
reduzir
substancialmente
aqueles sintomas negativos.
Diante disto, e longe de
considerar-me especialista no
assunto, permito-me transmitir
ao leitor algumas dicas
práticas sobre como melhorar
a eficácia no gerenciamento
de projetos de melhoria, a
partir da consideração de três
pré-requisitos básicos e da
observação de quatro estágios
evolutivos.
O primeiro pré-requisito
é
simplesmente
atentar
para algo óbvio: a expressão
“gerenciamento de projetos”
implica não apenas a gestão
interna de cada projeto
individual, mas principalmente
a existência efetiva de uma
gerência, isto é, alguém ou
uma equipe com autoridade e
visão geral dos vários projetos,
tratando de assegurar que
os mesmos formem um todo
harmonioso que aponte para o
objetivo global da organização.
Isto é óbvio porém não trivial,
já que a realidade na maioria
das organizações revela uma
“gerência” apenas nominal, a
qual se limita a atribuir líderes
para cada projeto e a cobrar
os resultados finais (o que está
bem distante de merecer o
nome de gestão).
O segundo pré-requisito
é
consequência
imediata
do primeiro e consiste em
estabelecer claramente uma
ordem de prioridade para os
diferentes projetos, a qual
considere tanto o impacto
relativo dos mesmos como
também a sequência lógica
de execução da cadeia de
projetos, tendo em vista o
objetivo global que se busca.
Não estabelecer claramente u
Edição n 284 - Março de 2016 - 13
a prioridade de
cada projeto significa abraçar
a crença irracional de que
os recursos disponíveis para
os mesmos têm capacidade
infinita.
E parece que, lá no fundinho,
a alta gerência adota a premissa
tácita de que seu pessoal
sempre oculta uma “reserva de
energia” e que, além do mais,
Murphy não existe. Tal conduta
negligente acaba decretando o
atraso de vários projetos, com
o agravante de que tais atrasos
ocorrem de maneira aleatória,
ao sabor dos acontecimentos,
e sem qualquer critério lógico.
Porque afinal se tudo é
14 - Revista BQ - Banas Qualidade
urgente, na prática nada
é urgente. Portanto, todo
projeto deve receber uma
ordem de prioridade, e nenhum
projeto deveria somar-se aos
que já estão em andamento
sem que sua prioridade
relativa seja atribuída (com os
correspondentes ajustes na
execução dos que passam a ter
menor prioridade).
O terceiro pré-requisito é
realizar o acompanhamento
frequente,
sistemático
e
disciplinado não apenas da
execução de cada projeto,
mas principalmente do avanço
global de toda a cadeia
de projetos. Isso também
é consequência dos prérequisitos anteriores, porque
se não existe um
organismo de gestão global
dos projetos e se os mesmos
não têm prioridade relativa,
então o que resta é apenas
esperar passivamente que as
coisas aconteçam.
Mas, se existe um senso claro
de relevância e prioridade,
então
naturalmente
nos
preocupamos em acompanhar
o progresso das atividades
e em detectar e tratar as
inevitáveis
dificuldades
de
implementação,
pois
compreendemos
que
os
resultados que buscamos
dependem crucialmente de tal
acompanhamento dinâmico.
Eduardo Moura é diretor da
Qualiplus Excelência Empresarial –
[email protected]
Edição n 284 - Março de 2016 - 15
o
ã
ç
a
v
o
In
e
a
ç
n
a
r
e
d
i
L
Inovar não é, necessariamente, adotar tecnologias novas.
Inovar é se adaptar continuamente ao mercado. O Gerenciamento
da Inovação consta de sistemas, organizações, processos, operações,
métodos e técnicas para se projetar produtos e seus processos em função
das necessidades das pessoas (qualidade, preço e disponibilidade).
16 - Revista BQ - Banas Qualidade
Gerenciamento
Por Vicente Falconi
A
s
estatísticas
mostram
que
poucas
empresas
permanecem
vivas por um período muito
prolongado.
A
maioria
acaba morrendo ou se
enfraquecendo,
sendo
comprada ou fundindo-se a
outras. Por que isto ocorre?
As
organizações
são
estabelecidas para satisfazer
às necessidades do mercado
(como
o
mercado
é
formado por pessoas, isto
significa “necessidades das
pessoas”) por meio de seus
produtos.
Acontece
que
estas necessidades mudam
no tempo, surgem outros
produtos melhores e mais
baratos para atender às
mesmas necessidades, mudam
os costumes, novas matérias
primas são desenvolvidas
propiciando menores preços,
novas
tecnologias
de
fabricação possibilitam melhor
qualidade de produto e custo
menor, novas tecnologias
de gerenciamento permitem
ganhos ilimitados de produtividade,
surgem novos regulamentos
governamentais etc.
O cenário externo muda
constantemente e o razoável
seria que o ambiente interno
das organizações fosse muito
dinâmico para se adaptar e não
morrer. Isto nem sempre é a
verdade.
Nós criamos organizações
(empresas ou departamentos
da mesma) para determinados
fins. Muitas vezes os fins se
tornam desnecessários e as
organizações permanecem.
Outras vezes as organizações
são estruturadas desconhecendo
os processos de criação de valor.
Criam-se hierarquias verticais
fragmentando o trabalho e
inibindo as iniciativas com
consequente perda de eficácia
e de agilidade no processo
decisório.
O
Gerenciamento
da
Inovação consta de sistemas,
organizações,
processos,
operações,
métodos
e
técnicas para se projetar
produtos e seus processos em
função das necessidades das
pessoas (qualidade, preço e
disponibilidade). Uma maneira
de inovar é desenvolver um
novo produto (e um novo
processo) para algum nicho de
mercado ainda não satisfeito.
O Gerenciamento da Inovação
é ainda o questionamento
constante
dos
produtos
existentes (externos e internos)
e seus respectivos processos
dentro da empresa.
Neste caso, quando se deseja
inovar a primeira pergunta a
ser feita é: o produto ainda é
necessário?
Este produto pode ser um
treinamento, uma fatura,
um relatório financeiro ou a
limpeza de uma sala.
Se o produto é desnecessário,
elimina-se o produto e o seu
processo!
Se o produto for ainda
necessário, pode-se reprojetar
o processo, tendo em vista
as novas tecnologias e
novos conhecimentos, com
ganhos substanciais. Tenho
visto, em algumas empresas,
departamentos inteiros serem
simplesmente eliminados.
O processo de Inovação
depende em muito da
sensibilidade
quanto
às
necessidades do mercado
e de se estar disposto a
mudar constantemente o seu
processo para atender a estas
necessidades mutantes.
Produto
excelente
hoje
(rentabilidade elevada) pode
ser commodity (rentabilidade
baixa) ou produto desnecessário
amanhã. Pela minha experiência,
a maioria das organizações nem
mesmo conhece seus produtos
internos e externos! Conheci
empresas que mantiveram,
durante anos, toda uma linha
de produtos que apresentava
prejuízo, sem que nada fosse
percebido.
“Não há como inovar
produto ou processo sem
sentir o mercado
”
Certas instituições mantidas
pelo Estado não se inovam
ou custam a inovar porque
não têm a sua sobrevivência
dependente do mercado.
Da mesma forma, regimes
políticos
dissociados
da
economia de mercado estão
fadados ao fracasso pela
ausência do fator motivador da
Inovação das organizações: a
preferência das pessoas!
u
Edição n 284 - Março de 2016 - 17
Liderança - Inovação e Liderança - Inovação e Liderança - Inovação e
Liderança - Inovação e Liderança - Inovação e Liderança - Inovação
Inovar
não
necessariamente,
tecnologias novas.
é,
adotar
“continuamente
Inovar é se adaptar
ao
mercado produzindo
um produto (bem ou
serviço), em condições
de qualidade, preço
e disponibilidade que
supere os concorrentes
na preferência das
pessoas.
”
No entanto, o aparecimento
de novas tecnologias pode
provocar
inovações
em
cadeia. É este, por exemplo,
o caso da Internet e as várias
possibilidades que são abertas
ao comércio entre empresas e
entre estas e seus clientes.
Temos
realizado
junto
a algumas empresas um
trabalho de Gerenciamento da
Inovação que está na fronteira
do que se faz de moderno no
mundo. As economias para as
empresas tem sido da ordem
de 40% de seus custos! Este
Gerenciamento da Inovação
se inicia pelo questionamento
da missão da própria empresa,
da estratégia, dos valores,
dos processos internos e das
necessidades de seu mercado.
A mudança deve ser a
constante dentro de uma
organização. Uma posição de
competitividade hoje pode ser
a condição de morte amanhã.
Sem mudanças constantes
não existe a sobrevivência.
Por outro lado, apesar do
18 - Revista BQ - Banas Qualidade
conhecimento existente e
disponível, as organizações
definham e morrem porque
nós,
seres
humanos,
somos arraigados à rotina
e
muito
conservadores
(às vezes disfarçados por
palavras e comportamentos
aparentemente modernos).
Além disto, muitos de
nós
somos
doentiamente
receosos de mudanças que
ameacem a nossa estabilidade
pessoal e emocional. Como
consultores
empresariais
são, essencialmente, agentes
de mudança, sentimos na
pele, em nosso dia a dia de
trabalho, a reação patológica
de rejeição de algumas pessoas
emocionalmente despreparadas
para o mundo atual e que pelo
seu comportamento trazem um
grande prejuízo à sua empresa e
ao seu país.
Mudar é muito difícil e a
presença de um líder é da mais
alta importância para que isto
possa acontecer. O líder dá,
àquelas pessoas resistentes, a
segurança necessária no difícil
processo de mudança.
Temos visto empresas, e até
mesmo países, irem de mal
a pior pela falta de um líder.
Acontece que aqui, mais uma
vez, entra a variabilidade do
fator humano. Existem vários
tipos de líderes, alguns nem
sempre positivos. Conheço
alguns que são apegados ao
poder a tal ponto que passam
a maior parte de seu tempo
maquinando condições para
fortalecê-lo. No entanto, conheço
outros, verdadeiros estadistas
estratégicos, que exercem o
poder de olho no mercado e no
futuro, arregimentando pessoas
excepcionais,
desenvolvendo
sua equipe e tomando as ações
necessárias, a cada momento,
para a sobrevivência de sua
empresa.
Procurando um resumo de
tudo que aprendi em minha
vida, na pratica, no dia a dia
junto às empresas, sei que
existem três fatores que são
vitais para a sobrevivência
de
uma
organização:
conhecimento
gerencial
(sistemas,
organizações,
processos, operações, metas,
métodos e ferramentas de
análise), conhecimento técnico
(conhecimento de seu trabalho,
ciência e tecnologia) e liderança
(tudo que é relacionado ao
ser humano na organização).
No entanto, este último é a
condição limitante, pois os
outros nem ao menos serão
absorvidos sem que haja uma
firme liderança que saiba o que
deseja. O verdadeiro líder é
precioso como um diamante. A
sobrevivência das organizações
depende da Inovação constante
dos sistemas empresariais
comandada por estas pedras
raras e preciosas. Como é difícil
encontrá-las!
Vicente Falconi é sócio fundador
e presidente do Conselho
de Administração da Falconi
Consultores de Resultado, e
membro da Academia Brasileira da
Qualidade (ABQ).
Edição n 284 - Março de 2016 - 19
Cristo,
o grande
comunicador
Como repassar conhecimentos, verdades espirituais
e conceitos de difícil compreensão em uma época onde
as pessoas ignoravam e eram alheias a respeito de
suas origens e heranças espirituais?
20 - Revista BQ - Banas Qualidade
Recursos Humanos
Por Ernesto Berg
C
onheço pessoalmente
alguns dos maiores
empresários
e
executivos de nosso
país. Um ponto em comum
a quase todos eles reside
na sua grande capacidade
de comunicação, de
saber vender ideias e,
também, de ouvir às
pessoas.
Por
igual,
tenho
visto
essas
mesmas
características
em
bons
gerentes,
supervisores
e
pessoal
técnico. É de admirar como
essas pessoas conseguem
obter resultados incomuns
de pessoas comuns, muitas
vezes dando ênfase em alguns
pontos da comunicação.
Peter Drucker, o papa da
administração
moderna,
afirmava
que
60%
dos
problemas administrativos das
empresas são frutos da má
comunicação.
Como
todo
grande
empreendedor e líder, Cristo
fazia da comunicação um de
seus alicerces.
Comunicação ampla, em
todos os sentidos, porque
ele não apenas comunicavase com as massas, como
também com seus discípulos
e, sobretudo, com Deus, fonte
de toda sua sustentação e
poder. Jesus comunicava-se
exemplarmente no três níveis:
intrapessoal (consigo mesmo),
interpessoal (com as pessoas)
e suprapessoal (com Deus).
1
Comunicação Intrapessoal:
Consciência plena de sua
missão.
No aspecto intrapessoal, Jesus
tinha total consciência de sua
missão na Terra. “Eu vim para
que tenham vida e a tenham
com abundância”.
u
Edição n 284 - Março de 2016 - 21
(João 10.10b). A vida a que
ele se refere é a capacidade de
restaurar e revivificar o corpo,
mente e espírito do ser humano
e torná-lo consciente de sua
verdadeira natureza: um ser
criado à imagem e semelhança
de Deus (Gênesis 1.27).
As pessoas de sua época
encontravam-se narcotizadas e
hipnotizadas pelas aparências
do mundo físico (e atualmente
ainda muito mais) ignorando
as suas verdadeiras origens.
Para trazer vida a alguém é
necessário,
primeiramente,
ter vida para dar, o que se
consegue
somente
pelo
autoconhecimento e pelo
conhecimento de sua missão.
Cristo tinha plena consciência
dessa
missão,
conforme
evidencia esta passagem,
ao ler na sinagoga, perante
os sacerdotes, a seguinte
passagem do livro de Isaías:
“O Espírito do Senhor é sobre
mim, pois que me ungiu para
evangelizar os pobres, envioume a curar os quebrantados do
coração, a apregoar liberdade
aos cativos, a dar vista aos
cegos, a pôr em liberdade os
oprimidos, a anunciar o ano
22 - Revista BQ - Banas Qualidade
aceitável do Senhor.” (Lucas
4.18 e 19).
Na
continuação
Jesus
afirma: “Hoje se cumpriu esta
Escritura”. (Lucas 4.21). Ele
estava perfeitamente alinhado
com a sua missão e não tinha
conflitos pessoais a respeito.
O ego – fonte de tantos
desatinos e descaminhos -, na
pessoa de Cristo, estava sob
total domínio do espírito que
vivifica.
2
Comunicação Interpessoal:
Diálogo e interação com a
multidão
Entende-se por comunicação
interpessoal a capacidade de
comunicar-se, de dialogar e de
entender aos outros, bem como
a de fazer-se compreender.
Jesus foi mestre consumado
neste quesito. Sabia o que
interessava
às
pessoas,
do que elas necessitavam
e como transmitir-lhes as
mensagens. Como repassar
conhecimentos,
verdades
espirituais e conceitos de difícil
compreensão em uma época
onde as pessoas ignoravam e
eram alheias a respeito de suas
origens e heranças espirituais?
Cristo, como ninguém, até
hoje, encontrou a resposta
a essas questões, utilizando
um instrumento simples, mas
muito eficaz: a parábola.
Desse modo, conceitos
da mais
elevada estatura
espiritual eram transmitidos
de maneira tão simples que
até mesmo uma criança seria
capaz de entendê-los. “E com
muitas parábolas lhes dirigia a
palavra, segundo o que podiam
compreender.” (Marcos 4.33)
“Outrossim, o Reino dos
céus é semelhante ao homem
negociante que busca boas
pérolas; e encontrando uma
pérola de grande valor, foi,
vendeu tudo quanto tinha e
comprou-a.” (Mateus 13.45)
Um
verdadeiro
empreendedor
empenha
tudo o que tem para adquirir
o que tem valor. Os grandes
empresários (me refiro aos
éticos e honestos) conhecem
bem essa situação. Pagam
o preço por algo que vale a
pena. É por isso que são bemsucedidos também em outras
áreas de suas vidas.
No plano espiritual dá-se o
mesmo. O Reino dos céus é o
Reino de Deus, a pérola de grande
valor é a verdade espiritual que
liberta e dá poder a quem se
coloca sob a guarda desse reino
(Deus), desde que venda tudo
o que tem em troca da pérola,
isto é, desde que se livre de suas
limitações, seu egoísmo e suas
fraquezas. Não é uma troca
justa? Só que a maioria prefere
não fazer essa permuta, esse
“negócio da China”, e escolhe
continuar com os seus bens
nutridos egos, em vez de adquirir
a pérola de grande valor.
Contudo, não só por
parábolas,
mas
também
através de perguntas socráticas
Jesus revelava sua sabedoria:
“Pois que aproveita ao homem
ganhar o mundo inteiro, se
perder a sua alma?
Ou que dará o homem em
recompensa da sua alma?”
(Mateus 16.26).
Pergunta bem incomodativa,
não é? Jesus coloca a resposta
no âmago de cada um e, com
isso, provoca um autoexame
de sua conduta no mundo.
Ele sabia que através de
perguntas ele estaria forçando
o interlocutor a pensar numa
resposta e a procurar uma
solução para a indagação. Ele
sabia fazer boas perguntas e as
utilizava frequentemente.
Nos meus tempos de gerente
do Serpro, em Brasília, conheci
Rodolfo Rocha, um simpático
e competente consultor de
empresas de São Paulo, que
revelava muita habilidade
para encontrar soluções. E a
forma pela qual ele achava as
soluções era através de “boas
perguntas”, dizia ele. “Se
você fizer as perguntas certas,
as respostas aos problemas
surgirão automaticamente”,
costumava afirmar. “O negócio
é fazer boas perguntas”,
arrematava.
Outra pergunta socrática de
Jesus, agora ao seu discípulo
Felipe, diante da multidão no
deserto que veio para ouvi-lo
e estava esfomeada: “Onde
compraremos pão, para estes
comerem?” (João 6.5b).
Ele sabia que naquele lugar
desabitado não haveria como
adquirir alimento. A pergunta
foi feita para espicaçar. Jesus
instigava seus discípulos, para
testá-los. “Que resposta me
darão?”, deve ter pensado. “Será
que eles entenderam o motivo
da pergunta e quem eu sou? Pois
se não souberem como poderão
levar a minha
mensagem
adiante, no futuro? De que forma
se comunicarão com as pessoas
se permanecer o vácuo da
ignorância em suas almas?”
Cristo mesmo respondeu
à sua pergunta realizando
o milagre da multiplicação
dos pães e peixes. O maior
momento de comunicação
de Cristo com a multidão
aconteceu no Sermão da
Montanha, sobre o qual falarei
em outro artigo.
3
Comunicação Suprapessoal
Trata-se da comunicação
com Deus, nosso criador.
Aqui, novamente, Cristo dá
exemplos repetidos em sua
vida, da íntima comunhão que
privava com o Pai Celestial.
Encontrava-se alinhado com
Ele 24 horas por dia. O canal
de comunicação entre ambos
era inteiramente desimpedido
e desbloqueado, daí advém o
poder e a autoridade de Cristo.
Era uma conexão tão íntima, a
ponto de afirmar: “Eu e o Pai
somos um”. (João 10.30).
Afirmação arrogante ou
presunçosa?
Certamente
não, pois a sua vontade não
estava contaminada pelo ego,
mas provinha de Deus: “Na
verdade vos digo que o Filho
(Jesus) por si mesmo não
pode fazer coisa alguma, se o
não vir fazer ao Pai, porquanto
tudo que ele faz, o Filho o faz
igualmente.” (João 5.19) É o
triunfo de Deus sobre o ego
limitante do ser humano.
Como estabelecer esta
comunicação? Jesus deixa
tácito que ele é o caminho
– a comunicação mesma
-, e que a conexão com
Deus é estabelecida e
alavancada principalmente
de três maneiras: a oração,
a meditação na Palavra e o
louvor.
Ernesto Berg é consultor de
empresas, professor, palestrante,
articulista, autor de 15 livros,
especialista em desenvolvimento
organizacional, negociação,
gestão do tempo, criatividade na
tomada de decisão, administração
de conflitos – berg@
quebrandobarreiras.com.br
Edição n 284 - Março de 2016 - 23
MASP
Monitorar é bom,
medir é melhor
T
odos desejam
melhorias. Algumas
são fáceis de obter.
Outras, mais difíceis. O MASP é
um método de resolução para
aqueles problemas que, de tão
confusos, não sabemos nem
por onde começar. Como não
existe método milagroso, os
grupos de melhoria precisam
ser monitorados para que
aumentem sua chance de atingir
seu objetivo, seja ele de resolver
o problema ou aprender, como
ocorre nos Círculos de Controle
da Qualidade (CCQs).
Algumas empresas são pouco
atentas a essa necessidade
e isso mina as chances de
sucesso. Outras optam por um
modelo de monitoramento
qualitativo, baseado no simples
acompanhamento e indagações
esporádicas do tipo “como
vai indo o trabalho?”. Isso é
bom e pode dar resultado em
24 - Revista BQ - Banas Qualidade
grupos iniciantes. No entanto,
uma alternativa, mais eficaz e
alinhada com os princípios que
regem a resolução sistemática
de problemas, seria a adoção
de um modelo objetivo de
gerenciamento de grupos de
melhoria e CCQs, baseado sobre
indicadores quantitativos.
As vantagens dessa abordagem
é que a informação baseada em
fatos e dados facilita a análise,
a comparação e a tomada de
decisão, além de simplificar a
implantação. Isso adquire uma
importância ainda maior quando a
empresa possui muitos grupos de
melhoria ativos.
Seria praticamente impossível
analisar o desempenho de
dezenas ou centenas de
projetos de maneira qualitativa e
descritiva.
Existem diversas formas
de classificar indicadores. As
mais comuns dizem respeito
organização causal, classificandoos entre indicadores de causa ou
de efeito. Desejamos o resultado
(efeito) e, para isso, controlamos
aquilo que leva a ele (causas).
Uma segunda tipologia
distribui as variáveis entre
resultados (eficácia) e recursos
empregados (eficiência).
Ainda outra, classifica segundo
a natureza das variáveis,
subdividindo-as em Quantidade,
Qualidade, Custo, Prazo,
Satisfação. Dessa forma, se um
grupo de melhoria conseguir
obter um conjunto de resultados
positivos, por esses critérios,
então se pode dizer que foi um
projeto bem sucedido.
A maioria deles devem
ser implementados pelos
grupos de melhoria e CCQs.
Os últimos, de abrangência
e de retorno do programa,
são de responsabilidade dos
responsáveis do programa de
melhoria. Alguns possuem uma
importância maior e, por isso,
deveriam ser escolhidos com
maior prioridade.
A lista não esgota as
possibilidades e uma boa
escolha pode definir a qualidade
do gerenciamento em si.
Recomenda-se a elaboração
de um detalhamento sobre
o procedimento para coletar
dados, calcular, apresentar,
analisar cada um deles.
Os indicadores devem ser
utilizados para gerenciamento
periódico dos grupos de melhoria
durante o desenvolvimento
do projeto e a tempo para
a correção de rumos como
provisão de orientação, instrução
ou apoio, para que o trabalho
evolua de forma satisfatória.
Como já dizia Deming, os
melhores esforços não bastam.
É preciso trabalho árduo,
persistência e gestão para o
que sucesso seja alcançado. Os
ganhos, tanto em resultados
quanto em aprendizado em
gestão, justificam múltiplas
vezes todo e qualquer esforço
empreendido.
Claudemir Y. Oribe: mestre em
administração de empresas PUC
Minas/Fundação Dom Cabral,
sócio consultor da Qualypro,
[email protected]
Edição n 284 - Março de 2016 - 25
Pelo Mundo
ISO 31000 - Gestão de Riscos Um guia prático para as PMEs
Queda na economia do Brasil
De acordo com os dados da
pesquisa Indicadores SebraeSP, as micro e pequenas
empresas tiveram uma
queda de R$ 100 milhões no
ano passado, comparando
com 2014. A desaceleração
da economia e a queda
no consumo das famílias
contribuíram para este
resultado ruim. O faturamento
da indústria em 2015 caiu
mais de 10%, o do comércio
13,2% e o dos serviços ficou
16,9% menor. No Grande
ABC, a queda foi de 16,2% e
na Região Metropolitana de
São Paulo, a perda ficou em
15,7%. No interior, o recuo
chegou a 12,9%. A maioria
dos donos de MPEs esperam
estabilidade no faturamento
para os próximos seis meses.
http://economia.uol.com.br/
empreendedorismo/noticias/
redacao/2016/02/11/com-crisemicro-e-pequenas-empresasde-sp-faturam-r-100-bi-amenos-no-ano.htm
26 - Revista BQ - Banas Qualidade
Estabelecer um compromisso
para melhor compreensão e
gestão do risco é fundamental
para ajudar as PMEs a
sobreviverem e crescerem
de forma sustentável. Desta
forma, um novo manual foi
publicado para ajudar as PMEs
de forma proativa, preparar
para o risco e proteger seus
negócios. A ISO 31000 - Gestão
de Riscos - Um guia prático
para as PMEs dá orientação
prática sobre como aproveitar
ao máximo a ISO 31000:2009,
sobre os processos de gestão
de riscos e integrar as boas
práticas em suas decisões
estratégicas. Ele é estruturado
como uma lista com uma série
de perguntas e ações que
orientam os usuários através
da criação de um sistema de
gestão de riscos bem sucedida.
http://www.iso.org/iso/home/
news_index/news_archive/
news.htm?refid=Ref2034
Acordo internacional de
redução de emissões de
carbono na aviação
No Dia 08 de fevereiro no
Canadá, foi estabelecido
um acordo de reduções
de emissões de dióxido
de carbono para a aviação
comercial pelos países
participantes da Organização
da Aviação Civil Internacional
(Icao). O acordo também
estabeleceu o fim da
produção, em 2028, de
todas as aeronaves que
não cumprirem os padrões.
É esperado que após a
implementação do acordo,
reduzam as emissões de
carbono em mais de 650
milhões de toneladas entre
2020 e 2040.
http://noticias.
ambientebrasil.com.br/
clipping/2016/02/10/123173acordo-internacionalpreve-padrao-de-reducaode-emissoes-na-aviacao.
html
Prêmio Nacional da Qualidade 2015 Malcolm Baldrige
Quatro organizações foram nomeadas destinatários do Prêmio
Nacional da Qualidade 2015 Malcolm Baldrige. São eles:
• MidwayUSA, Columbia (categoria pequena empresa).
• Charter School de San Diego (categoria educação).
• Sistema de Saúde Charleston Area Medical Center, Charleston
(categoria cuidados de saúde).
• Mid-America serviços de transplante, St. Louis (categoria sem
fins lucrativos).
O Prêmio Baldrige 2015 será apresentado em uma cerimônia
durante a busca pela excelência em Abril, em Baltimore.
http://tinyurl.com/2015-baldrige-recipients
ISO 14644-1:2015
A ISO tem uma série de normas
dedicadas às salas limpas,
descrevendo as práticas e
procedimentos necessários para
gerir o risco de contaminação.
As normas ISO 14644-1:2015 Classificação da Limpeza do Ar e
ISO 14644-2:2015 - Especificações
para ensaio e monitoramento
de salas limpas para provar
contínua conformidade com a
14644-1 foram atualizadas com
os últimos desenvolvimentos
tecnológicos e exigências do
mercado. http://www.iso.
org/iso/home/news_index/
news_archive/news.
htm?refid=Ref2041
Estudos de caso
O Centro de Conhecimento
da ASQ (American Society
for Quality) lançou dois
novos estudos de caso.
Um descreve como um
hospital em New Hampshire
usa gráficos de controle
como parte de sua filosofia
de melhoria contínua.
Mais informações: http://
tinyurl.com/asq-case-studyhealthcare. O outro estudo
narra como o Six Sigma
foi usado para gerenciar
e controlar projetos
dentro do departamento
de desenvolvimento da
juventude do YMCA e ajudou
a melhorar a cultura do
acampamento de verão da
organização. http://tinyurl.
com/asq-ymca-case-study
Brasileiros no ranking
de cientistas mais
influentes do mundo
De acordo com o
levantamento publicado
pela editora Thomson
Reuters “As mentes
científicas mais influentes
do mundo 2015,
quatro pesquisadores
brasileiros fazem parte
do ranking que conta
com aproximadamente 3
mil nomes, são eles: Ado
Jorio, da área de Física
da Universidade Federal
de Minas Gerais; Adriano
Nunes-Nesi, da Universidade
Federal de Viçosa (Ciências
das Plantas e dos Animais);
Álvaro Avezum, do Instituto
de Cardiologia Dante
Pazzanese (Medicina
Clínica); e Paulo Artaxo,
do Departamento de
Física da Universidade de
São Paulo (Geociências).
O critério para a criação
desta lista foi a análise dos
artigos científicos mais
citados no período entre
2003 e 2013, em 21 áreas
do conhecimento, sendo 9
milhões de pesquisadores
contabilizados. http://www.
periodicos.capes.gov.br/
Inovação na Cadeia de
Suprimentos
De acordo com um recente
relatório de pesquisa da
ASQ (American for Quality)
chamado "Inovação e
Qualidade andam de mãos
dadas”, para criar uma
cultura de inovação e
rentabilidade, a organização
deve entender a demanda
de seus clientes, desenvolver
o interesse em fazer as
coisas de forma diferente
e implementar novas e
comprovadas ideias alinhadas
com a organização.O
relatório foi lançado com um
estudo sobre as cadeias de
fornecimento e indicadoreschave de desempenho. A
pesquisa examina o estado
da qualidade e melhoria
contínua em todo o mundo,
oferecendo às organizações
insights sobre as falhas e
oportunidades. O relatório
completo “Global State of
Quality 2 Research”, que
inclui dados quantitativos
e qualitativos, será
apresentado em Maio na
Conferência Mundial ASQ
sobre Qualidade e Melhoria
em Milwaukee.
www.quality.org
Jeannette Galbinski: Doutora em Engenharia de Produção pela Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo. Master of Science em Qualidade
e Confiabilidade pelo Technion Institute of Technology. Graduada em
Estatística pela USP, com especialização em Administração Industrial
pela FundaçãoVanzolini. Master Black Belt e consultora internacional
especialista na implementação de Ferramentas e Sistemas da Qualidade e
projetos de Seis Sigma.
Edição n 284 - Março de 2016 - 27
Mills|Si automatiza
processos e reduz
em 7,8 mil horas
treinamentos
normativos
28 - Revista BQ - Banas Qualidade
Case
A
Ferramenta aumentou eficiência e organização
da companhia que oferece soluções completas
para serviços industriais
Mills
Serviços
Industriais (Mills|Si),
empresa do segmento
de
manutenção
industrial, com sede no Rio de
Janeiro e que conta com 1,4
mil funcionários espalhados
em 7 filiais distribuídas nas
regiões Nordeste, Sudeste e Sul,
automatizou seus processos
com uma solução para Gestão
de Processos de Negócio (BPM)
e reduziu a necessidade de
treinamentos normativos em
cerca 7,8 mil horas. Além disso,
a ferramenta centralizou o fluxo
de informações em um único
sistema, eliminando retrabalhos,
aumentando o controle, a
eficiência e padronizando ações.
A Mills|Si presta serviços
de acesso para manutenção
de plantas industriais, pintura
industrial,
tratamento
de
superfície, isolamento térmico
e câmara pressurizada, com
soluções
que
oferecem
praticidade, aliando produtividade
e conservação ambiental. Em
2013 atingiu receita líquida de R$
225,3 milhões e EBITDA de R$ 28,1
milhões, quando foi adquirida
pelo grupo Leblon Equities.
Fim das planilhas e redução do
Volume de Emails
De acordo com o diretor
presidente
da
Mills|Si,
Túlio Cintra, o controle de
documentos utilizado desde
a implantação da certificação
ISO 9001, em 2009, era
realizado através de planilhas
paralelas, o que deixava a
empresa vulnerável quanto
a distribuição e controle das
informações.
“Não tínhamos todas as
informações da companhia
armazenadas em apenas um
espaço, o que tornava comum
a troca de e-mails pesados e
repetitivos. A solução para
Gestão de Processos de
Negócio, SoftExpert BPM,
nos ajudou a sermos mais
eficientes
e
organizados.
Também conseguimos abolir o
uso de controles em diferentes
softwares para publicação
de importantes indicadores”,
revela Cintra.
Fim das rotinas manuais,
mídias físicas e obsolescência
O
armazenamento
das
informações era realizado
em pastas físicas ou com a
distribuição de mídia eletrônica
para as obras, aumentando
as chances de ocorrências
de documentos/ formulários
desatualizados ou até mesmo
obsoletos.
“O SoftExpert BPM colocou a
Mills|Si em um outro patamar
de gestão, devido a facilidade
oriunda da informatização de
rotinas que anteriormente
eram realizadas de forma
manual, além de nos permitir
infinitas
alternativas
de
soluções
relacionadas
a
automatização dos nossos
processos”, avalia o gerente
de Planejamento da empresa
Alan Soares. “O acesso web,
sem dúvida, é um diferencial
para disponibilização dos
documentos de forma rápida”,
complementa.
A implantação atendeu
a todos os requisitos de
necessidade demandados e
superou todas expectativas
de qualidade e velocidade dos
serviços entregues, destacou
Soares.
Com a implantação dos
componentes SE Process e
SE Workflow, foi possível
automatizar os procedimentos
de adiantamento e reembolso
financeiro, aumentando a
velocidade das aprovações.
Para os colaboradores que se
encontram em obras distantes
das filiais, por exemplo, o envio
era realizado por malotes.
Segundo o Orçamentista
da companhia, Bruno Lisboa,
também foi possível extrair
relatórios instantâneos sobre
o volume financeiro em posse
dos
colaboradores,
além
da análise do cumprimento
dos prazos de prestação de
contas estabelecidos pelo
procedimento interno.
“A
implantação
dos u
Edição n 284 - Março de 2016 - 29
módulos do SoftExpert BPM
para a Mills|Si trouxe uma
integração imensurável aos
elementos
gerenciais
da
empresa. Os controles ficaram
mais organizados e foram
estruturados de forma a facilitar a
gestão de indicadores existentes
e originar novos KPIs que hoje se
tornaram indispensáveis para
as atividades. Outra conquista
notável foi à contribuição que o
sistema proporcionou ao elevar a
rastreabilidade das informações,
tornando a empresa muito mais
ágil nas tomadas de decisão”,
ressalta Lisboa.
O controle de vencimentos
da ferramenta para Gestão
de Documentos e Registros
da SoftExpert, SE Document,
permitiu reduzir em 7.800 horas
a quantidade de treinamentos
normativos refeitos devidos
a ausência de controle dos
certificados. Além disso, a empresa
padronizou
documentos,
realizando o controle de
revisão com a manutenção do
histórico via sistema, bem como
o monitoramento do fluxo de
aprovação.
A geração da codificação
proposta permite a identificação
rápida
e
eficiente
da
documentação. Com isso, conta
Renata Cidreira, engenheira
de Qualidade da empresa, o
monitoramento das projeções
de resultado é feito semanal,
mensal e trimestralmente sem
a necessidade de consolidação
de diversas planilhas eletrônicas,
ficando
essa
informação
disponível continuamente no
“dashboard” da diretoria.
“Nosso
controle
de
documentos ficou muito mais
confiável e ágil, garantido
o controle das revisões e
assegurando a estrutura de
aprovação”, avalia Renata.
A companhia já projeta
expandir as ações adotando
a solução de Gestão da
Manutenção de Ativos, SE
Maintenance, e futuramente para
o SoftExpert Excellence Suite
(SE Suite), plataforma integrada
de
soluções
corporativas
para a excelência na gestão,
aprimoramento de processos e
conformidade regulamentar.
Uma boa informação é a essência da percepção
da necessidade onde a expectativa foi atingida.
SISTEMA INTERATIVO
PESQUISA DE QUALIDADE
REDES
TRANSMISSÃO VIA INTERNET
WEBCASTING
APLICATIVOS
TRADUÇÃO SIMULTÂNEA
30 - Revista BQ - Banas Qualidade
55 11 3959-1199
[email protected] | avsc.com.br
TÉCNICOS CERTIFICADOS
INTERNACIONALMENTE
Qualidade para nós é uma arte
Levando a informação onde ela precisa estar
Edição n 284 - Março de 2016 - 31
O que é a
indústria 4.0
e como ela vai
impactar o
mundo
32 - Revista BQ - Banas Qualidade
Automatização
O termo indústria 4.0 se
originou a partir de um projeto
de estratégias do governo alemão
voltadas à tecnologia
Por Cristiano Bertulucci Silveira e Guilherme Cano Lopes
A
indústria
4.0
é
um conceito de
indústria proposto
recentemente e que
engloba as principais inovações
tecnológicas dos campos
de automação, controle e
tecnologia da informação,
aplicadas
aos
processos
de manufatura. A partir
de Sistemas Cyber-Físicos,
Internet das Coisas e Internet
dos Serviços, os processos de
produção tendem a se tornar
cada vez mais eficientes,
autônomos e customizáveis.
Isso significa um novo período
no contexto das grandes
revoluções industriais. Com as
fábricas inteligentes, diversas
mudanças ocorrerão na forma
em que os produtos serão
manufaturados,
causando
impactos em diversos setores
do mercado.
O termo indústria 4.0
se originou a partir de um
projeto de estratégias do
governo alemão voltadas à
tecnologia. O termo foi usado
pela primeira vez na Feira de
Hannover em 2011. Em Outubro
de 2012 o grupo responsável
pelo projeto, ministrado por
Siegfried Dais (Robert Bosch
GmbH) e Kagermann(acatech)
apresentou um relatório de
recomendações para o governo
federal alemão, a fim de planejar
sua implantação. Então, em
Abril de 2013 foi publicado
na mesma feira um trabalho
final sobre o desenvolvimento
da indústria 4.0. Seu
fundamento
básico
implica que conectando
máquinas, sistemas
e
ativos,
as
empresas
poderão criar redes inteligentes
ao longo de toda a cadeia de
valor que podem controlar os
módulos da produção de forma
autônoma. Ou seja, as fábricas
inteligentes terão a capacidade
e autonomia para agendar
manutenções, prever falhas
nos processos e se adaptar
aos requisitos e mudanças não
planejadas na produção.
Existem
seis
princípios
para o desenvolvimento e
implantação da indústria 4.0,
que definem os sistemas de
produção inteligentes que
tendem a surgir nos próximos
anos. São eles:
• Capacidade de operação
em tempo real: Consiste
na aquisição e tratamento
de dados de forma
praticamente instantânea,
permitindo a tomada de
decisões em tempo real.
• Virtualização: Simulações já
são utilizadas atualmente, u
Edição n 284 - Março de 2016 - 33
1ª Revolução Industrial
2ª Revolução Industrial
3ª Revolução Industrial
4ª Revolução Industrial
Aprimoramento das máquinas
a vapor, criação do tear
mecânico.
Utilização do aço,
da energia elétrica, motores
elétricos e dos combustíveis
derivados do petróleo
Avanço da eletrônica,
sistemas computadorizados e
robóticos para manufatura
Sistemas Cyber-Físicos,
aplicação as “Internet das
Coisas” e processos de
manufatura descentralizados
1780
1870
• assim
como
sistemas
supervisórios. No entanto,
a Indústria 4.0 propõe
a existência de uma
cópia virtual das fabricas
inteligentes.
Permitindo
a
rastreabilidade
e
monitoramento
remoto
de todos os processos
por meio dos inúmeros
sensores espalhados ao
longo da planta.
34 - Revista BQ - Banas Qualidade
1970
• Descentralização:
A
tomada de decisões poderá
ser feita pelo sistema cyberfísico de acordo com as
necessidades da produção
em tempo real. Além disso,
as máquinas não apenas
receberão
comandos,
mas poderão fornecer
informações sobre seu
ciclo de trabalho. Logo,
os módulos da fabrica
inteligente trabalharão de
forma descentralizada a fim
de aprimorar os processos
de produção.
Hoje
• Orientação a serviços:
Utilização de arquiteturas
de software orientadas a
serviços aliado ao conceito
de Internet of Services.
• Modularidade: Produção
de
acordo
com
a
demanda,
acoplamento
e desacoplamento de
módulos na produção. O
que oferece flexibilidade
para alterar as tarefas das
máquinas facilmente.
Com base nos princípios
acima, a indústria 4.0 é
uma
realidade
que
se
torna possível devido aos
avanços tecnológicos da
última década, aliados às
tecnologias em
desenvolvimento nos campos
de tecnologia da informação
e engenharia. As mais
relevantes são:
• Internet
das
coisas
(Internet of Things – IoT):
Consiste na conexão em
rede de objetos físicos,
ambientes, veículos e
máquinas por meio de
dispositivos
eletrônicos
embarcados que permitem
a coleta e troca de dados.
Sistemas que funcionam
a base da Internet das
Coisas e são dotados de
sensores e atuadores são
denominados de sistemas
Cyber-físicos, e são a base
da Indústria 4.0.
• Big Data Analytics: São
estruturas de dados muito
extensas e complexas que
utilizam novas abordagens
para a captura, análise
e
gerenciamento
de
informações. Aplicada à
indústria 4.0, a tecnologia
de Big Data consiste em 6Cs
para lidar com informações
relevantes: Conexão (à
rede industrial, sensores
e CLPs), Cloud (nuvem/
dados
por
demanda),
Cyber (modelo e memória),
Conteúdo,
Comunidade
(compartilhamento
das
informações) e Customização
(personalização e valores).
• Segurança:
Um
dos
principais desafios para
o sucesso da quarta
revolução industrial está na
segurança e robustez dos
sistemas de informação.
Problemas como falhas
de
transmissão
na
comunicação
máquinamáquina, ou até mesmo
eventuais
“engasgos”
do
sistema,
podem
causar transtornos na
produção. Com toda essa
conectividade,
também
serão
necessários
sistemas que
protejam
o knowhow da
companhia, contido nos
arquivos de controle dos
processos.
Além destas tecnologias,
outros dispositivos terão um
papel importante na indústria
4.0. Como a tecnologia RFID,
que vem ganhando espaço com
os sistemas de rastreabilidade
industrial, e os módulos IOLink. Esses módulos possuem
endereço IP próprio, com
conexões diretas de alto e
baixo nível.
Portanto, descentralizam e
organizam a rede de sensores
e demais componentes. Com o
processo de modularidade da
indústria 4.0, aliado à crescente
quantidade de sensores que
serão utilizados nas fábricas
inteligentes, os módulos
u
Edição n 284 - Março de 2016 - 35
IO-Link
desenvolvimento
de sistemas Cyber-físicos para
fábricas inteligentes.
Conforme o avanço das
tecnologias
aqui
citadas,
a tendência é que em um
futuro próximo as fábricas
se adequem ao conceito
de indústria 4.0, tornandose altamente autônomas e
eficientes.
Um dos maiores impactos
causados pela indústria 4.0
será uma mudança que afetará
o mercado como um todo.
Consiste na criação de novos
modelos de negócios. Em
um mercado cada vez mais
exigente, muitas empresas já
procuram integrar ao produto
necessidades e preferências
específicas de cada cliente.
A
customização
prévia
do produto por parte dos
36 - Revista BQ - Banas Qualidade
consumidores tende a ser uma
variável a mais no processo de
manufatura, mas as fábricas
inteligentes serão capazes de
levar a personalização de cada
cliente em consideração, se
adaptando às preferências.
Outro ponto que será
abalado pela quarta revolução
industrial será a pesquisa
e
desenvolvimento
nos
campos de segurança em T.I.,
confiabilidade da produção e
interação máquina-máquina.
A tecnologia deverá se
desenvolver continuamente
para tornar viável a adaptação
de empresas a este novo
padrão de indústria que está
surgindo.
Os profissionais também
precisarão
se
adaptar,
pois com fábricas ainda
mais automatizadas novas
demandas
surgirão
enquanto
algumas
deixarão de existir.
Os trabalhos manuais e
repetitivos já vem sendo
substituídos por mão
de obra automatizada,
e com indústria 4.0
isso tende a continuar.
Por outro lado, as
demandas em pesquisa
e
desenvolvimento
o f e r e c e r ã o
oportunidades
para
profissionais
t e c n i c a m e n t e
capacitados,
com
formação multidisciplinar
para compreender e
trabalhar com a variedade de
tecnologia que compõe uma
fábrica inteligente.
Cristiano Bertulucci Silveira é
engenheiro eletricista pela Unesp
com MBA em Gestão de Projetos
pela FVG e certificado pelo PMI.
Atuou em gestão de ativos e gestão
de projetos em grandes empresas
como CBA-Votorantim Metais,
Siemens e Votorantim Cimentos.
Atualmente é diretor de projetos
da Citisystems – cristiano@
citisystems.com.br
–
Skype:
cristianociti; e Guilherme Cano
Lopes é estudante de engenharia de
controle e automação pela Unesp e
técnico em mecatrônica pela ETEc
Getúlio Vargas. Durante a faculdade
foi bolsista de iniciação científica
e membro da equipe de pesquisa
em robótica móvel da UNESP,
participando em competições como
a Robocup. Atualmente é estagiário
na empresa Citisystems.
Edição n 284 - Março de 2016 - 37
“A mudança climática é
o desafio de nossa geração
e o trabalho vital da NASA
sobre esta importante
questão afeta cada pessoa
na Terra
”
38 - Revista BQ - Banas Qualidade
Sustentabilidade:
sem ela não há futuro
para a sobrevivência
da humanidade
O que vem a ser, exatamente, esse conceito? É um termo usado para
definir ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades
atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas
gerações. Ou seja, a sustentabilidade está diretamente relacionada ao
desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente,
usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se
mantenham no futuro
Edição n 284 - Março de 2016 - 39
Por Hayrton Rodrigues do Prado Filho
P
ara os que não
acreditam
nas
mudanças climáticas,
que estão afetando e
muito o Planeta Terra, devese dizer que as temperaturas
continuaram altas em 2015,
havendo
uma
tendência
de aquecimento global de
longo prazo. Essa conclusão
foi realizada com base nas
análises feitas pelos cientistas
da National Aeronautics and
Space Administration (NASA)
e da National Oceanic and
Atmospheric Administration
(NOAA). O NASA’s Goddard
Institute for Space Studies
(GISS) in New York (GISTEMP)
concordou com a constatação
de que 2015 foi o ano mais
quente já registrado com
base em análises dos dados. A
análise da NASA estimou que
2015 foi o ano mais quente com
94% de certeza.
“A mudança climática é o
desafio de nossa geração e o
trabalho vital da NASA sobre
esta importante questão afeta
cada pessoa na Terra”, explica
o administrador da NASA
Charles Bolden.
“O anúncio não só ressalta
como é crítico o programa de
observação da Terra da NASA,
ou seja se tornou um ponto de
dados chave que deveria fazer
com que as gestores públicos
se movimentassem ao tomar
conhecimento disso. Agora é a
hora de agir sobre o clima”.
40 - Revista BQ - Banas Qualidade
A temperatura média da
superfície do planeta subiu
cerca de 1,8 graus Fahrenheit
(1,0 grau Celsius) desde o final
do século 19, uma mudança
em grande parte impulsionado
pelo aumento do dióxido de
carbono e outras emissões
criadas pelo homem na
atmosfera. A maior parte do
aquecimento ocorrido nos
últimos 35 anos, com 15 dos 16
anos mais quentes registrados
ocorrendo desde 2001. No
ano passado foi a primeira vez
que as temperaturas médias
globais foram de 1 grau Celsius
ou mais acima da média de
1880-1899.
Os fenômenos como o El
Niño ou La Niña, que esquenta
ou esfria o Oceano Pacífico
tropical, podem contribuir para
as variações de curto prazo na
temperatura média global. Um
aquecimento do El Niño esteve
em vigor durante a maior parte
de 2015.
“2015 foi notável, mesmo no
contexto da continuidade do
El Niño”, disse Gavin Schmidt,
diretor do GISS.
“As
temperaturas
do
ano passado tiveram uma
assistência de El Niño, mas é o
efeito cumulativo da tendência
de longo prazo que resultou no
registro de aquecimento que
estamos assistindo”.
A dinâmica do tempo muitas
vezes afetam as temperaturas
regionais, de modo que
nem todas as regiões na
Terra experimentaram as
temperaturas médias recordes
no ano passado. Por exemplo,
a NASA e a NOAA descobriram
que a temperatura média anual
de 2015 para os 48 estados dos
Estados Unidos foi o segundo
mais quente já registrado.
As
análises
da
NASA
incorporaram as medições de
temperatura de superfície de
6.300 estações meteorológicas,
as observações navais e os
dados baseados em boia de
temperaturas da superfície
do mar e as medições de
temperatura de estações de
pesquisa da Antártida. Estas
medições
são
analisadas
utilizando um algoritmo que
considera
o
espaçamento
variado das estações de
temperatura em todo o mundo
e os efeitos do aquecimento
local que poderiam distorcer as
conclusões. O resultado desses
cálculos é uma estimativa da
diferença de temperatura média
global a partir de um período de
referência de 1951 a 1980.
Os cientistas da NOAA
usaram os mesmos dados
de temperatura, mas em um
período de referência diferente
e métodos diferentes para
analisar as regiões polares e
as temperaturas globais da
Terra. O GISS é um laboratório
da NASA gerenciado pela
Earth Sciences Division of the
agency’s Goddard Space Flight
Center in Greenbelt, Maryland.
O laboratório é afiliado com
CAPA
a
Columbia
University’s
Earth Institute and School
of Engineering and Applied
Science in New York.
A NASA monitora os sinais
vitais da Terra a partir da
terra, ar e espaço com uma
frota de satélites, bem como
com a observação no ar e no
solo. A agência desenvolve
novas maneiras de observar e
estudar os sistemas naturais
da Terra interligados com
registros de dados de longo
prazo e ferramentas de análise
de computador para ver
melhor como o planeta está
mudando. As ações da NASA
deste conhecimento exclusivo
são compartilhadas com a
comunidade global e ela trabalha
com instituições nos Estados
Unidos e ao redor do mundo que
contribuem para a compreensão
e proteção do planeta.
Para Angela França Pedrinho,
consultora na Mega Métodos,
Gestão e Assessoria e UP
solution, muitas empresas,
na busca dos meios e
condições necessárias para seu
crescimento, desenvolvimento,
garantindo a competitividade e
sobrevivência no mercado, têm
realizado mudanças na forma
de gestão organizacional.
“Desde
os
conceitos
tradicionais de gerenciamento,
muitas filosofias, técnicas,
ferramentas e formas de gestão
foram criadas, aprimoradas ou
redefinidas, com o intuito de
criar as condições adequadas
nas
organizações
para
obter melhores resultados e
sucesso de modelos de gestão
sustentável ou de ferramentas
gerenciais”, explica.
Na
verdade,
a
sustentabilidade é baseada
em um princípio simples: tudo
o que o ser humano precisa
para a sua sobrevivência e
bem-estar depende, direta ou
indiretamente, do ambiente
natural.
Para
buscar
a
sustentabilidade, deve-se criar
e manter as condições em que
os seres humanos e a natureza
podem existir em harmonia
produtiva para apoiar as
gerações presentes e futuras.
Angela França acrescenta
que a chave não é somente a
aplicação dos conceitos, mas a
mudança cultural do ambiente
de trabalho e a aceitação
de que cada um deles é
importante para melhorar
a saúde física e mental e o
sistema da qualidade. “As
empresas exercem grande
influência no desenvolvimento
da sociedade dependendo
muito da qualidade dos
serviços/produtos oferecidos
e contribuindo para melhorar
a comunidade em que estão
inseridas,
mobilizando
para o uso responsável dos
recursos nos aspectos físicos,
procedimentos e atitudes.
Atualmente
todos
os
recursos
alocados
nas
empresas devem ser muito
bem utilizados, viabilizando
os investimentos em novas
tecnologias e melhoria das
condições de trabalho”, diz.
Considerando
isso,
as
ferramentas de gestão da
qualidade e sustentabilidade
surgem como uma opção
para auxiliar as empresas no
cumprimento de seu papel de
fomentador de conhecimentos
técnicos para os cidadãos do
amanhã.
“A melhoria da gestão
das
empresas
torna-se
imprescindível para acompanhar
as
tendências
do
setor
empresarial, uma vez que
a qualidade administrativa,
quanto à qualidade do serviço/
produto oferecido, são fatores
importantes para a permanência
e crescimento das empresas
no mercado, e para tanto
é
necessário
desenvolver
programas que visem o aumento
desta qualidade dos serviços/
produtos oferecidos. Uma
empresa é o conjunto de pessoas
com conhecimentos, capacidade
de interação com o meio onde
atua e com a sociedade em
geral, aprendizagem técnica
e habilidades especificas”,
u
complementa.
Edição n 284 - Março de 2016 - 41
Segundo a consultora, nesse
sistema é possível definir três
componentes: as instalações,
os materiais e os equipamentos
que constituem a parte física
do sistema; o conjunto de
procedimentos operacionais
que são as especificações de
tarefas, atividades, rotinas,
etc., que resumem o como
fazer dentro da empresa,
para que ela cumpra todos os
objetivos, que é o componente
intelectual do sistema; e o
conjunto de pessoas que
atua na empresa, ou seja, o
elemento humano, constituído
pela diretoria, administração e
empregados.
“Tornar o sistema mais
efetivo e eficiente é entregar à
sociedade indivíduos com mais
conhecimentos,
instrução,
educação, capacidade de
aprendizagem
continuada
e capacidade de resolver
problemas.
No
sistema
empresarial, atuar somente
na parte física não é suficiente
para melhorar a qualidade
do
serviço/produto,
nem
aumentar a produtividade.
Uma empresa pode ser
42 - Revista BQ - Banas Qualidade
melhorada através de aporte
de capital, com melhoria das
instalações, prédios, materiais
de trabalho, equipamentos
aporte de conhecimentos,
com educação e treinamento
proporcionando a aquisição
de habilidades em aplicar os
conhecimentos e trazendo
melhoria de desempenho das
pessoas”.
Nesta visão de empresa,
a gestão da qualidade e
sustentabilidade
influi
diretamente
sobre
os
componentes: o elemento
humano,
com
melhor
aproveitamento do potencial
intelectual de cada individuo,
favorecendo
o
trabalho
em grupo e a formação
de equipes, a melhoria do
ambiente de trabalho e do
aproveitamento do tempo e
procedimentos operacionais
com a redução do retrabalho,
o uso racional dos recursos,
elevação e manutenção dos
padrões de qualidade, melhora
dos processos de decisão,
identificação das causas de
problemas, e a ação sobre
elas, minimizando da absorção
da Alta Administração com
problemas e questões que
passam a ser resolvidas pelos
responsáveis de cada processo.
“A adoção da gestão da
qualidade e sustentabilidade
em uma instituição decorre
muito mais de uma mudança
de atitude, hábitos e modo
de pensar das pessoas,
especialmente
das
que
ocupam os cargos mais
altos da hierarquia, do que
propriamente da utilização
de métodos, técnicas e
ferramentas, disseminando na
instituição a ideia que cada um
é responsável pelo resultado
do seu próprio trabalho e
que portanto, a qualidade é
o resultado do trabalho da
organização e depende da
qualidade de cada uma das
pessoas da equipe. Obtêm-se
um rico instrumento para se
trabalhar hábitos, atitudes e
valores positivos e essenciais
à formação integral do
empregado”, assegura.
Assim, conta, contribuir na
redução de custos e garantia da
qualidade e sustentabilidade,
transformando
a
atitude
das pessoas e reduzindo o
desperdício de materiais, de
tempo de espaço, de energia,
de água tornando o ambiente
mais saudável, participativo
e favorável é ação de todos
contribuindo para o processo
de um melhor aprendizado,
alem da segurança e maior
obtenção de lucros.
“Fora os ganhos como
um ambiente de trabalho
mais organizado e limpo,
liberando espaço físico, maior
acessibilidade aos recursos,
existem muitos outros, como
utilização correta e consciente
de materiais através de
praticas para se evitar excessos
e sistemática de descartes
de materiais avariados ou em
desuso, melhores condições
de segurança com mapas de
risco, sinalizações, alertas e
delimitações adequadas e
padronizadas em locais que
ofereçam perigo, melhorias
das
condições
prediais
em geral, conscientização
ambiental com implantação
de coleta seletiva de materiais
recicláveis nas áreas e outros
ganhos. O retorno direto da
participação dos empregados
é que adquirindo bons hábitos
melhoram a qualidade de
vida no físico e psicológico,
eliminam
desperdício
de
talento e permitem pessoas
mais autoconfiantes tendendo
a criar melhores oportunidades
para
o
desenvolvimento
pessoal e coletivo”.
Atualmente,
há
uma
tendência de as empresas, em
um número crescente, estar
percebendo os benefícios
financeiros
e
ambientais
substanciais
de
práticas
de negócios sustentáveis.
produção sustentável é a
criação de produtos fabricados
por meio de processos
economicamente sãs que
minimizem
os
impactos
ambientais
negativos,
enquanto conservação de
energia e recursos naturais.
produção
sustentável
também aumenta empregado,
comunidade e segurança do
produto. Em consequência,
elas
estão
tratando
a
sustentabilidade como um
objectivo importante na sua
estratégia e operações para
aumentar o crescimento ea
competitividade global.
Esta tendência tem alcançado
muito além do pequeno nicho
daqueles que tradicionalmente
se posicionaram como verde,
e agora inclui muitas outras de
destaque em muitos setores
diferentes. Em muitos casos,
estes
esforços
estão
dando
resultados
significativos.
Há
uma
série de razões
pelas quais as
empresas estão
buscando
a
sustentabilidade:
a u m e n t a r
a
eficiência
operacional,
reduzindo
custos
e
desperdícios;
responder
ou atingir novos clientes
e aumentar a vantagem
competitiva;
proteger
e
fortalecer a marca e reputação
e construir a confiança pública;
construir uma viabilidade
comercial e sucesso de
longo prazo; e responder
aos
constrangimentos
e
oportunidades reguladoras.
As empresas envolvidas em
esforços de sustentabilidade
incluem
os
de
todos
os tamanhos, idades e
setores. Elas avançam ao
longo do caminho para a
sustentabilidade, melhorando
o desempenho e reduzindo a
sua pegada ambiental.
As formas que as empresas
progredem
no
caminho
para
a
sustentabilidade
incluem: a sustentabilidade
de uma forma coordenada,
integrada e formal, em vez de
uma forma ad hoc, estando
conectadas e sendo informal;
concentrando-se no aumento
da competitividade e receitas u
Edição n 284 - Março de 2016 - 43
invés de focar principalmente
na redução de custos, redução
de riscos e melhoria da
eficiência; usando a inovação,
o planejamento de cenários e
a análise estratégica, indo além
da conformidade; integrando
a sustentabilidade em todas
as funções de negócios;
concentrando-se mais no
longo prazo; e trabalhando
em colaboração com as partes
interessadas externas.
A sustentabilidade está
diretamente linkada com os
GEE, em inglês GreenHouse Gas
(GHG), que envolvem a Terra
e fazem parte da atmosfera.
Esses gases absorvem parte
da radiação infravermelha
refletida
pela
superfície
terrestre, impedindo que a
radiação escape para o espaço
e aquecendo a superfície do
planeta. Para reduzir essas
emissões as empresas podem
obedecer a uma série de normas
técnicas que especificam esses
requisitos.
Atualmente são seis os gases
considerados como causadores
do efeito estufa: dióxido
de carbono (CO2), metano
(CH4), óxido nitroso (N2O),
clorofluorcarbonetos (CFCs),
hidrofluorcarbonetos (HFCs), e
hexafluoreto de enxofre (SF6).
Segundo os especialistas,
o CO2 é o principal culpado
pelo aquecimento global,
sendo o gás mais emitido
(aproximadamente 77%) pelas
atividades humanas.
No Brasil, cerca de 75%
44 - Revista BQ - Banas Qualidade
das emissões de gases do
efeito estufa são causadas
pelo desmatamento, sendo o
principal alvo a ser mitigado
pelas
políticas
públicas.
No mundo, as emissões
de CO2 provenientes do
desmatamento equivalem a
17% do total.
O SF6 é o gás com maior
poder de aquecimento global,
sendo 23.900 vezes mais ativo
no efeito estufa do que o CO2.
Este gás é usado na indústria
elétrica para aplicações em alta
tensão, como em interruptores
e disjuntores. Em conjunto,
os gases fluoretados são
responsáveis por 1,1% das
emissões totais de gases do
efeito estufa.
No Brasil, já foram publicadas
algumas normas para disciplinar
o assunto. A NBR ISO 140641 de 11/2007 – Gases de efeito
estufa – Parte 1: Especificação
e orientação a organizações
para
quantificação
e
elaboração de relatórios de
emissões e remoções de gases
de efeito estufa especifica
princípios e requisitos no
âmbito da organização para
a quantificação e para a
elaboração de relatórios de
emissões e remoções de gases
de efeito estufa (GEE).
Inclui determinações para o
projeto, o desenvolvimento, o
gerenciamento, a elaboração
de relatórios e a verificação
de um inventário de GEE da
organização. Se um programa
de GEE for aplicável, as
exigências desse programa são
adicionais às exigências da NBR
ISO 14064. Se um dos requisitos
da norma impedir uma
organização ou proponente de
projeto de GEE de cumprir um
requisito de programa de GEE,
o requisito do programa de
GEE tem prioridade.
A NBR ISO 14064-2 de 11/2007
– Gases de efeito estufa – Parte
2: Especificação e orientação
a projetos para quantificação,
monitoramento e elaboração
de relatórios das reduções de
emissões ou da melhoria das
remoções de gases de efeito
estufa especifica princípios
e requisitos, e oferece
orientação para a elaboração
de projetos para quantificação,
monitoramento e relato de
atividades de redução de
emissões ou melhoria da
remoção de gases de efeito
estufa. Inclui requisitos para o
planejamento de um projeto
de gases de efeito estufa,
identificando e selecionando
fontes,
sumidouros
e
reservatórios de gases de
efeito estufa relevantes para
o projeto e o cenário de
referência (linha de base),
monitorando,
qualificando,
documentando e relatando
o desempenho de projetos
de GEE e administrando a
qualidade dos dados. Se um
programa de GEE for aplicável,
as exigências desse programa
são adicionais às exigências
da ABNT NBR ISO 14064. Se
um dos requisitos da norma
impedir uma organização ou
proponente de projeto de GEE
de cumprir um requisito de
programa de GEE, o requisito
do programa de GEE tem
prioridade.
A NBR ISO 14064-3 de
11/2007 – Gases de efeito
estufa – Parte 3: Especificação
e orientação para a validação
e verificação de declarações
relativas a gases de efeito
estufaespecifica princípios e
requisitos e fornece orientação
para aqueles que
estão conduzindo
ou administrando
a validação e/ou
verificação
de
declarações
de
gases de efeito
estufa
(GEE).
Pode ser aplicada
na quantificação
organizacional
ou de projeto de
GEE
(relatórios
de GEE realizados
de acordo com
a ABNT NBR ISO
14064-1 ou NBR
ISO
14064-2).
Especifica também requisitos
para selecionar validadores/
verificadores
de
dados,
informações, sistemas de
informações e controles de
GEE. Se um programa de GEE
for aplicável, as exigências
desse programa são adicionais
às exigências da ABNT NBR ISO
14064. Se um dos requisitos
da norma impedir uma
organização ou proponente de
projeto de GEE de cumprir um
requisito de programa de GEE,
o requisito do programa de
GEE tem prioridade.
Já a NBR ISO 14065 de
07/2012 – Gases do efeito estufa
– Requisitos para organismos
de validação e verificação de
gases de efeito estufa para
uso em acreditação e outras
formas de reconhecimento
especifica
princípios
e
requisitos para organismos
que realizam validações ou
verificações de declarações de
gases do efeito estufa (GEE).
Ela é neutra a um programa
de GEE. Se um programa de
GEE for aplicável, os requisitos
daquele programa de GEE são
adicionais aos requisitos desta
norma.
Por fim, a NBR ISO 14066
de 08/2012 – Gases de efeito
estufa – Requisitos de
competência para equipes
de validação e equipes de
verificação de gases de efeito
estufa especifica os requisitos
de competência para as
equipes de validação e equipes
de verificação. Complementa
a implementação da NBR ISO
14065. Não está vinculada
a qualquer programa de
gases de efeito estufa (GEE)
específico. Se um programa
de GEE específico for aplicável,
requisitos de competência
deste programa de GEE
são
adicionais
aos
requisitos
desta
Norma.
Os requisitos de
competência da
direção e pessoal
de apoio são
especificados
na
NBR
ISO
14065:2012, Seção
6.
Assim, o setor
produtivo
terá
que buscar as
informações
de emissões de
gases de efeito
estufa
(GEE)
das indústrias nacionais para
construção, acompanhamento
e avaliação das futuras metas
de redução de suas emissões
aplicadas aos diversos setores
industriais.
Apesar da evolução na
prática de elaboração e relato
voluntário de inventários de
emissões de GEE por parte do
setor privado brasileiro, não há
u
um banco de inventários
Edição n 284 - Março de 2016 - 45
de emissão consolidado e
disponível para todos os
subsetores
da
indústria
nacional, tornando a análise
das emissões algo parcial e
subjetivo neste momento.
A elaboração de um
Inventário
de
Emissões
de GEE é o primeiro passo
para que uma instituição ou
empresa possa avaliar como
as suas atividades impactam
o meio ambiente e identificar
estratégias para contribuir
para o combate às mudanças
climáticas. Conhecendo o
perfil das emissões, qualquer
organização pode dar o passo
seguinte: o de estabelecer
estratégias, planos e metas
para redução e gestão das
emissões de gases de efeito
estufa,
engajando-se
na
solução desse enorme desafio
para a sustentabilidade global.
O uso da terra, a mudança de
uso da terra e florestas é um
setor fundamental da mudança
climática, ao mesmo tempo
responsável por significativo
volume liberado de GEE e com
papel e potencial importante
na mitigação das mudanças
climáticas. A agricultura ou
o uso da terra é responsável
sozinha por cerca de 14% do total
de emissões antropogênicas
globais de GEE e se espera que
tenha grande crescimento nas
taxas de emissão, causado
principalmente por aumentos
de renda e população. O
desmatamento é responsável
por outros 17%, definindo a
46 - Revista BQ - Banas Qualidade
contribuição desse setor em
aproximadamente um terço
das emissões globais totais.
O Brasil é um dos maiores
emissores de gases do efeito
estufa e é bem sabido que
a maior parte das emissões
brasileiras de GEE, que
contribuem para o aquecimento
global, vem de queimadas
ligadas ao desmatamento do
bioma amazônico, e não de
combustíveis fósseis, principal
culpado na maioria dos países.
O Brasil sofre e ainda costuma
sofrer pressões para conter
a destruição da floresta
equatorial amazônica.
O uso de energias não
renováveis, como as derivadas
de
combustíveis
fósseis,
que são responsáveis pelo
acréscimo das emissões de gás
carbônico na atmosfera, pode
ser reduzido caso os indivíduos
ajam de forma consciente no
ato de consumo. Pequenas
ações do dia-a-dia, como se
locomover de bicicleta ou
de transporte público (que
queima menos combustível
por pessoa transportada) têm
grande efeito em longo prazo,
principalmente se realizadas
por muitas pessoas.
Com o aquecimento global, a
sustentabilidade do homem no
planeta é que está ameaçada.
Se evitar, quando possível,
o transporte movido a
combustíveis
derivados
de petróleo, o consumidor
consciente impede que uma
grande quantidade de gás
carbônico seja liberada para a
atmosfera, contribuindo para a
suavização do efeito estufa. Se
um automóvel fica na garagem
um dia por semana, deixa de
emitir por ano 440 quilos de
gás carbônico na atmosfera
(considerando um trajeto de
20 quilômetros), o mesmo que
uma árvore de porte grande
leva cerca de 20 anos para
conseguir absorver. Por isso, é
recomendável que as pessoas
prefiram a locomoção a pé e
de bicicleta. Ou então, utilizem
o transporte coletivo para
distâncias mais longas, como
ônibus e trens.
De acordo com Ana Paula
Teixeira,
graduada
em
administração de empresas,
pós-graduanda em marketing,
ambos pela PUC-SP, e analista
de marketing e comunicação
da Intertox, consumidores,
financiadores,
acionistas
e
potenciais
investidores
exigem, cada vez mais,
compromissos éticos das
corporações, pois não basta
apenas olhar para o resultado
econômico-financeiro
para
avaliar o desempenho de uma
empresa.
“A performance de uma
companhia também é avaliada
e medida levando-se em conta
as iniciativas de todas as partes
envolvidas e cada etapa da
cadeia produtiva, bem como o
impacto nos recursos naturais,
com foco na Sustentabilidade,
que representa um modo
de suprir as necessidades
humanas sem comprometer as
futuras gerações”, observa.
O
conceito
de
sustentabilidade começa na
questão da gestão ambiental,
que se resume em um sistema
de atividades de planejamento,
responsabilidades,
práticas,
processos e recursos para
desenvolver, atingir, analisar e
manter a política ambiental.
O objetivo é fazer a empresa
minimizar os impactos e efeitos
negativos provocados no
ambiente por suas atividades
de produção, seja em produtos
ou serviços.
“A empresa sustentável
do século XXI é aquela que
avalia todo o ciclo de vida do
produto, calcula suas emissões
de carbono e desenvolve uma
estratégia de minimização e,
no longo prazo, de eliminação
desse conteúdo de carbono”,
explica
Ana
Paula.
“A
descarbonização é a única meta
aceitável em uma estratégia
de sustentabilidade no longo
prazo. Para a maioria dos
produtos e serviços ofertados
no mercado global, é possível
obter reduções significativas
das emissões de carbono
ou do grau de carbonização
recorrendo a tecnologias já
disponíveis”.
Ela pergunta: o que forçará
mudanças no perfil de carbono
da demanda e da produção de
bens e serviços? Com certeza,
os fatores mais determinantes
serão o aumento e redefinição
da ação regulatória do Estado
e a presença crescente de
um novo agente regulador: a
agência multilateral ou global.
“As políticas energéticas em
diferentes países estão sendo
progressivamente reorientadas
a fim de atingir, no longo
prazo, padrões de produção e
uso de energia que levem em
consideração fatores como
segurança do abastecimento
e
disponibilidade
de
recursos
energéticos,
busca de flexibilidade da
demanda e preocupação e
responsabilidades ambientais.
Leilões de cotas e créditos
de emissões de carbono,
impostos sobre
carbono,
regras restritivas e proibições
diretas
de
determinadas
práticas e usos se tornarão
frequentes e comuns nos
próximos anos. Quem não se
adaptar a esse novo cenário
perderá
competitividade,
mercado e, no limite, não
conseguirá sobreviver nele”.
Na opinião dela, além da
ecológica, a sustentabilidade
tem mais quatro dimensões
que devem ser levadas em
consideração por qualquer
empresa. A sustentabilidade
espacial é voltada para a
obtenção de um cenário ruralurbano
mais
equilibrado,
enquanto a cultural inclui a
procura por raízes de processos
de modernização e de sistemas
agrícolas
integrados
que
facilitam a geração de Soluções
específicas para um lugar e
cultura.
“Já
a
sustentabilidade
econômica é alcançada através
do gerenciamento eficiente
dos recursos e de um fluxo
constante de investimentos
públicos e privados. E a
sustentabilidade social envolve
a criação de um processo de
desenvolvimento sustentado
u
por uma civilização com
Edição n 284 - Março de 2016 - 47
igualdade na distribuição de
renda e de bens, de modo a
reduzir as diferenças entre
os padrões de vida dos ricos
e dos pobres. Nesse sentido,
ser uma empresa sustentável
não é apenas ter uma Política
Ambiental muito bem elaborada
e constantemente monitorada
e mensurada, mas representa
também, práticas honestas e
legais de trabalho. Entre elas
estão remunerações justas e
ambiente de trabalho seguro
e adequado aos funcionários;
inclui pensar em toda a cadeia
de suprimentos; pensar nas
comunidades e populações
envolvidas em cada etapa dos
processos do negócio; geração
de emprego e renda a jovens
e comunidades carentes; nãoexploração de mão de obra
infantil; promoção de ações e
programas sociais que visem
minimizar os impactos da
concentração de renda e muito
mais”, diz.
Sob
a
atual
pressão
mercadológica e da sociedade,
a empresa que não incorporar
o conceito de sustentabilidade,
verdadeiramente, em sua
gestão de negócios e não
apenas no discurso ou nas ações
de marketing, provavelmente
terá dificuldades em sobreviver
às próximas décadas. “Já é um
fato que empresas que aderiram
a gestão ambiental com
responsabilidade, vivenciam os
benefícios da sustentabilidade
em suas diferentes esferas
organizacionais
(benefícios
48 - Revista BQ - Banas Qualidade
econômicos,
estratégicos
e incremento da receita
corporativa), mas o que muitas
empresas não levam em
consideração é que encontrar
o equilíbrio entre o social, o
econômico e o ambiental torna
possível melhorar a gestão
ajudando a proteger, gerenciar
e promover o crescimento
dessa empresa”.
A sustentabilidade aplicada
na estratégia empresarial
implica reforçar o planejamento
de longo prazo. A estratégia do
negócio passará a ter o foco
muito além na empresa em si
mesma e na primeira camada da
esfera de relacionamento, que
cobre as cadeias de suprimento
e a distribuição e venda. Pensar
em sustentabilidade é pensar
grande, pensar amplo. É
construir uma relação ética e
transparente da empresa com
todos os públicos com os quais
ela se relaciona para contribuir
com o desenvolvimento da
sociedade como um todo.
Crescimento sustentável
“Eu já pago impostos da
minha empresa, contrato
funcionários
formalmente,
tenho todas as licenças de
operação e além de tudo isso
tenho que me envolver com a
comunidade do entorno? Fazer
projetos focados em melhorias
para eles? Quantas vezes já
não escutamos empresas
tradicionais se questionando
sobre este tema? E muitas vezes
estas ajudam a igreja vizinha, a
creche da amiga da esposa ou
a festa na escolinha do filho
e nem se lembram disso?”,
diz Marcus Nakagawa, sócio
diretor da iSetor, professor da
ESPM, idealizador e presidente
do
conselho
deliberativo
da
Abraps
(Associação
Brasileira dos Profissionais de
Sustentabilidade).
“Quando
pensamos no crescimento
sustentável de uma empresa é
necessário questionar também
o desenvolvimento do seu
entorno, estando ela em um
bairro misto com residências
ou em um bairro específico
de comércio ou de indústrias.
Seus vizinhos ou comunidade
no entorno, precisam ser
trabalhados para que os
impactos da empresa sejam
minimizados, mitigados ou até
eliminados”.
Nakagawa acrescenta que
quando se fala de uma indústria
há a necessidade de se pensar
em todos os impactos que ela
possa causar: barulho, trânsito
de veículos e pessoas, poluição
dos resíduos, poluição no ar,
poluição visual, enfim, tudo o
que possa provocar algum tipo
de impacto negativo para a
vizinhança. “Para um comércio
ou um escritório esses fatores
também serão parecidos,
além do aumento de fluxo
de pessoas, aumento do lixo,
outros serviços virão em função
destes estabelecimentos.
Na maioria das vezes, o
empreendedor tenta adivinhar
quais são os impactos que
o
seu
estabelecimento,
indústria ou negócios estão
causando. E começa a fazer
suposições e analisar todos
os seus processos. Isso
pode ser o início da análise,
mas uma melhor forma de
agregar valor a este processo
seja pedir sugestões para a
comunidade. Sim, fazer uma
reunião com o líder do bairro,
com os estabelecimentos
vizinhos, com a igreja ou clube
do lado, por exemplo. Este
canal de comunicação com
a vizinhança pode ser uma
reunião semestral ou anual,
pode ser um e-mail que a
empresa disponibiliza para que
as pessoas possam escrever
suas opiniões, ou senão
buscar um representante da
comunidade local que será os
“ouvidos” para as reclamações
e sugestões, e se forem todos
estes melhor ainda”.
Observa, também: será que
a empresa não pode ajudar
a comunidade com algumas
questões como melhorias na
infraestrutura ou no ambiente
local como: melhorias nas
habitações, estradas, escolas,
creches, hospitais, etc. Este
relacionamento
se
dará
muito em função do que
a empresa quer com este
grupo de interesse, ou seja, a
comunidade do entorno. Não
que a empresa substituirá o
governo, mas ela inclusive pode
ser um agente de mobilização
em conjunto com comunidade
local para solicitação de
melhorias aos governos locais,
dessa forma, somando forças
para uma transformação da
região.
“Lógico que a empresa não
conseguirá atender a todas as
demandas, até porque o foco
destes pequenos e médios
empresários será vender mais,
sobreviver e crescer. Porém,
este tipo de ação, além de
garantir o desenvolvimento
sustentável agrega valor para
a marca e para os produtos /
serviços desta empresa.
Além disso, geralmente, os
funcionários fazem parte deste
entorno da empresa, o que faz
com que eles venham trabalhar
mais motivados e, quem sabe,
ainda mais felizes”, assevera.
Luiz Henrique de Campos,
graduado em administração
de empresas pelas Faculdades
Integradas de Bauru (2009),
MBA em gestão empresarial
pela FGV (2015) e analista
administrativo na Lecom,
pondera que, em meio aos
desastres ambientais e o
desenfreado consumo dos
recursos naturais que o
mundo tem vivenciado nos
últimos anos, nasce dentro das
organizações a necessidade de
se adaptar às novas exigências
do ambiente em que está
inserida. Essa nova necessidade
ou novo comportamento é
chamado de Sustentabilidade
Empresarial. Mas as empresas
estão preocupadas?
“Algumas empresas sim, por
uma orientação estratégica ou
por uma pressão do mercado”,
responde.
“Essas empresas definem
um conjunto de práticas que
u
procuram demonstrar
Edição n 284 - Março de 2016 - 49
respeito, preocupação e ação
com as condições do ambiente
e da comunidade em que estão
inseridas. Com isso, nota-se
que a tendência é que cada vez
mais as organizações incluam
essa preocupação em seus
planos de negócios e utilizem
a sustentabilidade empresarial
para criar reputação e – como
consequência – ter um melhor
posicionamento de mercado,
pois tais acontecimentos têm
alarmado os consumidores
que cada vez mais tem se
preocupado com o lado social
e ambiental das empresas
modernas, o que faz com que
as companhias se enquadrem
nesses novos padrões de
exigências da sociedade para
assim serem aceitas”.
Segundo ele, esse fator
ambiental vem mostrando a
necessidade de adaptação das
empresas e consequentemente
direciona novos caminhos
no seu crescimento. As
organizações devem mudar
seus paradigmas, mudando
sua
visão
empresarial,
objetivos,
estratégias
de
investimentos e de marketing,
todas estratégias voltadas
para o aprimoramento de seu
produto/serviço, adaptando-o
à nova realidade do mercado
global.
“As questões sociais e
ambientais são intrínsecas
e passam a ser ainda
mais exigidas no conceito
da
sustentabilidade.
A
administração com consciência
50 - Revista BQ - Banas Qualidade
ecológica leva o gestor à
questão da qualidade total,
que resulta na preferência
e escolha do cliente pelo
seu
produto/serviço,
e
garante sustentabilidade e
sobrevivência à empresa no
mercado”.
“Por vivermos as últimas
décadas sem dar o devido
valor ao meio ambiente, com
foco apenas na economia,
temos hoje um esforço
consideravelmente
grande
para controlar e recuperar os
impactos”, complementa.
“O controle da poluição,
por exemplo, tem sido
um dos maiores desafios
ambientais do mundo atual. O
reconhecimento de que a ação
do homem contribuiu para
a deterioração do ambiente
natural e dos recursos naturais
tem sido comum, fazendo
com que os países – tanto
os desenvolvidos quanto os
subdesenvolvidos – busquem
alternativas em relação à
restauração do meio ambiente
natural”.
Um exemplo de esforço
para combater a poluição da
atmosfera é ação tomada
pelo governo da China que,
para promover a inserção de
mais veículos verdes à frota,
anunciou que todos os carros
elétricos, híbridos ou movidos
a células de combustível
estão isentos de impostos
sobre compra até 2017. Com
o corte, que reduz em 10% o
preço de veículos nacionais e
importados, o governo chinês
espera tornar os ecológicos
mais atraentes. A medida é
parte da estratégia chinesa
de combater os altos níveis
de
poluição
atmosférica
em suas grandes cidades. A
BMW prevê que a China se
tornará o maior mercado
do mundo para os veículos
elétricos, como resultados da
expansão da infraestrutura
de carregamento e incentivos
dados pelo governo.
Com
a
finalidade
de
estimular a responsabilidade
ética das corporações, foi
iniciado em 2005 o Índice de
Sustentabilidade Empresarial
(ISE) originalmente financiado
pela International Finance
Corporation
(IFC).
Seu
desenho
metodológico
é
responsabilidade do Centro de
Estudos em Sustentabilidade
(GVCes)
da
Escola
de
Administração de Empresas de
São Paulo da Fundação Getúlio
Vargas (FGV-EAESP).
O ISE é uma ferramenta
para análise comparativa da
performance das empresas
listadas na BM&FBovespa sob
o aspecto da sustentabilidade
corporativa,
baseada
em
eficiência econômica, equilíbrio
ambiental, justiça social e
governança corporativa. O
Dow
Jones
Sustainability
Index World é um indicador de
performance financeira.
Foi lançado em 1999
como o primeiro indicador
da performance financeira
das empresas líderes em
sustentabilidade a nível global.
As empresas que constam
deste Índice, indexado à
bolsa de Nova Iorque, são
classificadas como as mais
capazes de criar valor para os
acionistas em longo prazo,
através de uma gestão dos
riscos associados tanto a
fatores econômicos, como
ambientais e sociais.
A importância dada pelos
investidores a este índice é
reflexo de uma preocupação
crescente das empresas e
grupos econômicos com um
mundo sustentável e com a
reputação de suas organizações
para
que
as
empresas
continuem a ter um bom
relacionamento com o mercado
e com seus consumidores e
por consequência, continue
a crescer. A sua performance
financeira está, desta forma,
intrinsecamente associada ao
cumprimento de requisitos
de
sustentabilidade
que
atravessam todas as áreas da
vida empresarial e que cruzam
aspectos econômicos, sociais e
ambientais.
Vale salientar que a questão
de sustentabilidade, além de
proporcionar mais qualidade de
vida, traz novas oportunidades
e, aliado à criatividade e
inovação das organizações,
gera grandes diferenciais
no mercado. A humanidade
trouxe grandes avanços no
desenvolvimento econômico/
social/tecnológico
através
de ações que não levaram
em conta a preservação dos
recursos naturais e, devido a
isso, vivencia consequências
desastrosas em todo o planeta.
Hoje, existe um novo padrão
de exigência e consciência da
sociedade, que faz com que se
inicie uma grande corrida entre
as empresas para minimizar
os efeitos que seus produtos
e serviços podem causar ao
meio ambiente. Com isso,
surgem novas tecnologias,
novas estratégias gerenciais
nas
empresas,
novos
incentivos
dos
governos,
índices destinados a medir o
grau de comprometimento
das organizações com o
meio
ambiente,
enfim,
novas soluções. O pensar no
amanhã sustentável é um
grande diferencial e ter o
reconhecimento de que uma
empresa é sustentável pode ser
um fator decisivo para manter
o crescimento ordenado e
atender às novas necessidades
dos
mercados,
atingindo
assim a preferência dos
consumidores e investidores.
Enfim, eu acredito que as
alterações climáticas estão
ligadas a eventos como
furacões e chuvas torrenciais.
O aumento da intensidade
dessas catástrofes tem sido
apontado como um dos
efeitos
do
aquecimento
global. Os cientistas não são
unânimes nesse diagnóstico.
Por via das dúvidas, as
grandes corporações estão se
preparando para um cenário
ainda mais adverso.
É preciso ter em mente que
as mudanças climáticas não
podem ser facilmente ligadas
a ocorrências de eventos
extremos como tsunamis e
furações. Para se fazer essa
conexão é preciso um estudo
mais
profundo,
usando
inclusive modelos estatísticos,
para mostrar a relação entre
essas duas coisas. Baseiase na gestão de riscos, já
que o ambiente empresarial
necessita ser entendido e
mapeado, sendo apontadas as
vulnerabilidades, as fragilidades
e os controles analisados. As
principais técnicas utilizadas
para estes fins são entrevistas
com gestores e executores,
observações dos processos
e atividades em campo,
análise de dados operacionais,
indicadores e incidentes.
Por exemplo, se a sua
empresa fica perto de algum
rio, por exemplo, deve adotar
medidas para proteger suas
instalações em relação a
possíveis
inundações
ou
mesmo falta d’água. Trata-se
de uma maneira simples de
se precaver de fenômenos
que podem gerar perdas
importantes.
E o que a gente leva em conta
para fazer um diagnóstico
e as possíveis soluções? Em
primeiro lugar, a localização
geográfica da empresa e a
geologia da região. Algumas
u
regiões do Brasil vão sofrer
Edição n 284 - Março de 2016 - 51
seca e outras chuvas intensas.
Igualmente, alguns pontos
importantes. O clima do planeta
está mudando constantemente
ao longo do tempo geológico.
A temperatura média global
hoje é de cerca de 15ºC, mas as
evidências geológicas sugerem
que ela já foi muito maior ou
muito menor em outras épocas
no passado.
Entretanto, o atual período de
aquecimento está ocorrendo de
maneira mais rápida do que em
muitas ocasiões no passado. Os
cientistas estão preocupados
de que a flutuação natural,
ou variabilidade, está dando
lugar a um aquecimento rápido
induzido pela ação humana,
com sérias consequências para a
estabilidade do clima no planeta.
Assim, contribui para o
efeito natural de estufa com
gases emitidos pela indústria
e pela agricultura, absorvendo
mais energia e aumentando a
temperatura.
O mais importante desses
gases no efeito estufa natural
é o vapor de água, mas suas
concentrações mostram pouca
mudança. Outros gases do
efeito estufa incluem dióxido
de carbono, metano e óxido
nitroso, que são liberados
pela queima de combustíveis
fósseis. O desmatamento
contribui para seu aumento
ao eliminar florestas que
absorvem carbono.
Desde o início da revolução
industrial, em 1750, os níveis
de dióxido de carbono (CO2)
52 - Revista BQ - Banas Qualidade
aumentaram mais de 30%, e os
níveis de metano cresceram
mais de 140%. A concentração de
CO2 na atmosfera é agora maior
do que em qualquer momento
nos últimos 800 mil anos.
Os registros de temperatura,
a partir do fim do século 19,
mostram que a temperatura
média da superfície da Terra
aumentou cerca de 0,8ºC nos
últimos cem anos. Cerca de 0,6ºC
desse aquecimento ocorreu nas
últimas três décadas.
Dados de satélites mostram um
aumento médio nos níveis do mar
de cerca de 3 milímetros por ano
nas últimas décadas. Uma grande
proporção da mudança nos
níveis do mar se deve à expansão
dos oceanos pelo aquecimento.
Mas o derretimento das geleiras
de montanhas e das camadas de
gelo polar também contribui para
isso.
A maioria das geleiras nas
regiões temperadas do mundo
e na Antártica está encolhendo.
Desde 1979, registros de
satélites mostram um declínio
dramático na extensão do gelo
no Ártico, a uma taxa anual
de 4% por década. Em 2012, a
extensão de gelo alcançou o
menor nível já registrado, cerca
de 50% menor do que a média
do período entre 1979 e 2000.
O manto de gelo da
Groenlândia verificou um
derretimento recorde nos
últimos anos. Se a camada
inteira, de
2,8
milhões
de
quilômetros
cúbicos,
derretesse,
haveria
um
aumento de 6 metros nos níveis
dos mares. Dados de satélites
mostram que a capa de gelo do
oeste da Antártica também está
perdendo massa, e um estudo
recente indicou que o leste
da Antártica, que não havia
mostrado tendências claras de
aquecimento ou resfriamento,
também pode ter começado a
perder massa nos últimos anos.
Mas os cientistas não esperam
mudanças dramáticas. Em
alguns lugares, a massa de gelo
pode aumentar, na verdade,
com as temperaturas em alta
provocando mais tempestades
de neve. Está previsto um
aumento da temperatura global
entre 1,8ºC e 4ºC até 2100.
Mesmo que as emissões de
gases do efeito estufa caiam
dramaticamente, os cientistas
dizem que os efeitos continuarão,
porque partes do sistema
climático, particularmente os
grandes corpos de água e gelo,
podem levar centenas de anos
para responder a mudanças
na temperatura. Também leva
décadas para que os gases do
efeito estufa sejam removidos
da atmosfera.
A escala do impacto potencial
é incerta. As mudanças podem
levar à escassez de água
potável, trazer mudanças
grandes nas condições para
a produção de alimentos e
aumentar o número de mortes
por inundações, tempestades,
ondas de calor e secas. A sua
empresa está preparada para
tudo isso?
Edição n 284 - Março de 2016 - 53
As latas de aço para
embalagens de produtos
Completamente recicláveis e contendo
uma série de diferentes produtos, incluindo
alimentos com baixos teores de sal e açúcar,
diet e light, as latas de aço podem conter,
desde produtos delicados como balas e
biscoitos finos até produtos
de uso industrial
54 - Revista BQ - Banas Qualidade
Qualidade
Da Redação
A
embalagem de aço
é, tecnicamente,
uma das melhores
formas
de
se
acondicionar
produtos.
Convenientes,
duráveis,
livre
de
conservantes
químicos
proporcionam
uma alimentação saudável e
rápida a qualquer hora e em
qualquer
lugar,
evitando o
desperdício e protegendo
adequadamente
a
integridade
de
seu
conteúdo no transporte e
comercialização.
Completamente recicláveis
e contendo uma série de
diferentes produtos, incluindo
alimentos com baixos teores
de sal e açúcar, diet e light, as
latas de aço podem conter,
desde produtos delicados
como balas e biscoitos finos
até produtos de uso industrial,
como os óleos lubrificantes e
tintas navais. Quando se pensa
no
transporte
de
longa
distância
ou
em
condições
críticas, por
exemplo, a
embalagem
de aço é a
primeira a ser
cogitada por
sua resistência
mecânica.
Além de serem embalagens
ecologicamente
corretas,
pois são feitas de metal
100% reciclável, a litografia
fornece um excelente facing
de prateleira possuindo a
propriedade de transformar
latas de aço em brindes
colecionáveis
para
o
consumidor. A história da lata
começou em 1795 quando as
tropas de Napoleão estavam
sendo arrasadas mais pela
fome e doenças relacionadas
do que pelo combate.
As conquistas militares e
expansão colonial requeriam a
invenção de algum recipiente
capaz de transportar comida
sem apodrecer, foi quando o
governo francês ofereceu um
prêmio de 12.000 francos para
quem inventasse um método
de conservar comida.
Depois de 15 anos de
experiências, um parisiense
chamado Nicholas Appert
obteve sucesso na preservação
de comida, vedando as garrafas
com rolhas e imergindo as
garrafas em água fervente.
Appert supôs que como
no vinho, exposição ao ar
estragava a comida. Assim,
a comida colocada num
recipiente que vedava a
entrada do ar, ficaria fresca
e com boa qualidade. E isso
funcionou.
Em meados do ano de
1830 as latas de conserva de
tomates, sardinhas e ervilhas
começaram a aparecer no
u
mercado, tendo se
Edição n 284 - Março de 2016 - 55
popularizado em quase
um século mais tarde com
o aperfeiçoamento do
enlatamento.
Segundo
Rogério Parra, chefe do
Laboratório de Embalagem
e Acondicionamento do
IPT ([email protected]), o
aço é uma liga metálica
à base de ferro. Várias
composições de aço são
utilizadas para fabricação
de latas. A liga MR, que
possui
relativamente
poucos
elementos
residuais, é utilizada para
vegetais e carnes. A liga L
é utilizada para produtos
mais corrosivos. A liga N,
que possui nitrogênio na
composição, torna a chapa
com
mais
resistência
mecânica, é utilizada em
domos de aerossóis. O liga
D é a mais fácil de dobrar,
indicada para latas com
design mais exigentes.
Parra diz que a camada
de cromo ou estanho
impede a oxidação da
chapa de aço e também
impede que, por exemplo,
uma
bebida
enlatada
retire ferro do aço e
fique com gosto ruim.
A espessura da camada
de cromo ou estanho
pode ser diferente em
cada lado da chapa de
aço
dependendo
da
agressividade do que
será envasado na lata ou
do ambiente em que esta
lata ficará exposta.
56 - Revista BQ - Banas Qualidade
“A chapa de aço nua
escurece facilmente pela
oxidação da superfície.
Originalmente,
esta
chapa era revestida com
estanho por imersão
a quente para que o
estanho desse a proteção
ao aço. Esta é a chamada
folha-de-flandres.
Durante
a
Segunda
Guerra, foi desenvolvido
um processo eletrolítico
de deposição, o que
produz uma camada
de estanho mais fina e
uniforme. Um processo
semelhante pode ser
utilizado também para
depositar cromo”
Ele exemplifica: uma lata
de pêssegos da Grécia viaja
em um contêiner e, sem o
revestimento adequado, o
calor e a umidade farão com
que a lata chegue ao Brasil
com pontos de corrosão no
lado externo. Para uma lata de
molho de tomate, que parte do
interior paulista para a capital,
deve se ter uma proteção
melhor no lado interno porque
a acidez do molho é a maior
preocupação.
A camada de estanho
oferece melhor resistência à
corrosão que o cromo. Mas
a camada de cromo possui
melhor resistência ao calor,
permite melhor litografia,
adere melhor a outros
revestimentos e resiste ao
ataque de produtos que
contenham enxofre. No
entanto, a placa cromada
não solda tão facilmente
quanto a estanhada, o que é
importante para a formação
da lata. Ela requer o uso de
um elemento intermediário
de fusão ou, então, a remoção
da camada de cromo na
região de solda.
No entanto, a eficiência
desta camada protetiva tem
um limite. Daí a necessidade
de vernizes e revestimentos
internos e externos. Estes
revestimentos
protegem
a lata de corrosão, reação
com o produto envasado
e abrasão. Existe uma
grande
variedade
de
revestimentos: oleorresinas,
alquídicos, vinílicos, acrílicos,
fenólicos,
epóxi-amínicos,
polibutadienos,
organovinílicos ou epóxi-fenólicos.
O revestimento a utilizar
é definido pelo conteúdo
e pelos processos ao qual
a lata será submetida. Por
exemplo, para uma lata para
vegetais é mais adequado
um revestimento a base de
oleorresinas. Revestimentos
vinílicos são mais flexíveis, mas
não resistem ao calor. Epóxifenólicos possuem boa adesão
e alta resistência química.
Organo-vinílicos
são
flexíveis
a
ponto
de
resistirem aos dobramentos e
estiramentos da folha de aço
quando da formação da lata.
Atualmente,
há
a
possibilidade da aplicação
de poliéster para substituir
a camada de verniz, o que
além da proteção, permite
um ótimo efeito decorativo.
O fundo de uma lata de
espuma de barbear sem um
revestimento
polimérico
provavelmente irá manchar a
pia do banheiro.
A NM 42 de 04/2001 Folha-de-flandres e chapa
não-revestida em folhas e
bobinas de simples e dupla
redução
estabelece
os
requisitos mínimos a que
devem atender a folha-de-
flandres eletrolítica e a chapa
não-revestida, em folhas e
bobinas de simples e dupla
redução empregadas na
fabricação de latas, tampas
metálicas, filtros de óleo para
automóveis e outros usos.
O aço usado na produção
da chapa não revestida deve
u
Edição n 284 - Março de 2016 - 57
ser fabricado por qualquer
processo
que
assegure
um material adequado às
características do produto
final. O aço deve atender aos
requisitos de composição
química de acordo com seu
tipo, descritos na tabela 1.
O aço se classifica, de
acordo com seu uso, em:
Aço tipo D - Metal base de aço
resistente ao envelhecimento,
acalmado com alumínio e
tratado para adquirir excelentes
características de embutimento.
É
usado
principalmente
para partes submetidas a
embutimento muito profundo
e para aplicações em que seja
necessário evitar a formação de
estrias e de marcas superficiais
devidas
ao
alongamento
do material ao deformarse, ou onde sejam exigidas
propriedades
direcionais
especiais.
Aço tipo L - Metal base de
aço baixo em metalóides e
elementos residuais que são
selecionados frequentemente
para a folha de flandres
destinada a latas de produtos
alimentícios
fortemente
corrosivos. Os elementos
residuais
como
fósforo,
silício, cobre, níquel, cromo e
molibdênio são restritos aos
limites mínimos praticamente
possíveis.
Aço tipo MR - Metal base
de aço, similar em teor de
58 - Revista BQ - Banas Qualidade
metalóides ao tipo L, mas com
menos restrições quanto ao
teor de elementos residuais
como cobre, níquel e cromo,
entretanto, o fósforo se
mantém em nível baixo. É
usado para a maioria das
aplicações de folhas de
flandres para enlatar alimentos
moderadamente corrosivos.
Importante observar que
a massa da chapa não
revestida e da folha de
flandres, determinada com
uma precisão de 2 g, deve
ser a estabelecida na tabela
2, de acordo com a sua
espessura.
As espessuras nominais
da chapa não revestida e da
folha de flandres devem ser
as estabelecidas na tabela 2
da presente norma.
A
tolerância
admissível
na espessura da chapa não
revestida e da folha de flandres
em bobinas é de + 8,5% da
espessura nominal em 98%
do comprimento da bobina.
As
tolerâncias
superiores
admissíveis tanto para a largura
como para o comprimento
poderão ser reduzidas mediante
acordo prévio. As larguras para
as folhas e para as bobinas
devem ser múltiplas de 2, sendo
a largura mínima de 560 mm.
A tolerância admissível na
largura das folhas e bobinas
é de + 3,2 mm para a superior
e zero para a inferior. A
tolerância admissível no
comprimento das folhas é de
+ 3,0 mm para a superior e
zero para a inferior. No caso
de folha de flandres com
revestimento diferencial, a
marcação deve ser realizada
de forma individual, tanto
em folhas como em bobinas
e realizada da seguinte
maneira: a menos que
exista outro acordo entre
fabricantecomprador,
a marcação da folha de
flandres com revestimento
diferencial deve ser feita na
face de maior revestimento e
esta deve ser a face superior
no amarrado ou o exterior
da bobina.
O sistema de marcação
deve
ser
de
aspecto
somente visual e não deve
afetar a espessura do
estanho. Nos rótulos da
embalagem devem constar,
pelo menos, as seguintes
informações:
nome
do
fabricante;
identificação
do lote; designação da
massa de revestimento, no
caso da folha de flandres;
peso líquido e bruto do
amarrado ou bobina; grau
de encruamento; aspecto
superficial; quantidade de
folhas contidas no amarrado
e, no caso de bobinas, a
quantidade de metros.
Edição n 284 - Março de 2016 - 59
Ferramentas
Sistemas de Gestão
da Qualidade
N
esta edição vamos
continuar analisando um
Sistema de Gestão da
Qualidade (ISO 9001).
Na edição anterior, discutimos
sobre o histórico, princípios e
alguns pontos chaves relacionados
com a nova revisão.da ISO 9001.
Continuando nossa discussão, ...
As principais alterações desta
nova versão da ISO 9001, a ISO
9001:2015, são:
• Adoção da Estrutura de Alto
Nível, baseada no Anexo SL,
• Requisito relacionado com
mentalidade de risco para
suportar e melhorar o
entendimento e aplicação da
Abordagem de Processo,
• Maior ênfase na Abordagem
de Processo,
• Requisitos menos
prescritivos,
• Menor ênfase em
documentos,
• Melhoria na aplicabilidade
para empresas de serviços e
´não-manufatureiras´,
• Requisito para definição das
fronteiras / limites do Sistema
de Gestão da Qualidade,
• Aumento na ênfase do
contexto da organização,
• Aumento dos requisitos da
liderança,
• Maior ênfase no atingimento das
saídas desejadas para aumentar a
satisfação dos clientes.
60 - Revista BQ - Banas Qualidade
• Termo ´informação
documentada´ substituiu
os termos ´documentos´ e
´registros´.
• .Conceito de Ação
Preventiva endereçado em
toda a norma, através da
identificação e mitigação dos
riscos relacionados.
Quanto ao processo de
Transição para as empresas que
já possuem a ISO 9001:2008, são
recomendadas as seguintes ações:
• Identificação das lacunas
(gaps) que precisam ser
tratadas para atender os
novos requisitos,
• Desenvolvimento de um
plano de implementação,
• Disponibilização de
treinamento e conscientização
para todas as partes que
tenham algum impacto com a
eficácia da organização,
• Atualização do Sistema
de Gestão da Qualidade
existente para atender
os requisitos revisados e
verificar sua eficácia,
• Se necessário, avaliação com
o Organismo de Certificação
sobre detalhes da transição.
De qualquer forma, a
implementação de um Sistema de
Gestão da Qualidade trará vários
benefícios para a organização :
• Avaliação do contexto geral
da organização para definir
quem está sendo afetado
pelo seu trabalho e o que
eles esperam de você. Esta
avaliação permite estabelecer
seus objetivos e identificar
novas oportunidades de
negócio.
• Priorização dos clientes,
´colocação´ dos clientes em
primeiro lugar, assegurando
que atendemos suas
necessidades e aumentamos
sua satisfação. O que leva à
retenção de clientes, novos
clientes e aumento dos
negócios da organização.
• Trabalhar de uma forma
mais eficiente em todos os
processos, resultando no
aumento de produtividade e
eficiência e na redução dos
custos internos.
• Atendimento dos requisitos
estatutários e regulamentares.
• Expansão em novos mercado,
novos setores e clientes que
requerem a ISO 9001 antes de
fazer o negócio.
• Identificação e endereçamento
dos riscos da organização.
Em especial, esta nova versão
apresenta mais alguns benefícios
adicionais em relação à versão anterior:
• Maior ênfase no engajamento
da liderança,
• Ajuda a organização a
endereçar seus riscos e
oportunidades de uma forma
estruturada,
• Força a organização ter um
pensamento baseado em riscos,
• Uso de uma linguagem
simplificada e estrutura e
termos comuns que ajudará
na implementação de outros
Sistemas de Gestão,
• Gestão da Cadeia de
Fornecimento de forma mais
efetiva,
• Mais amigável para empresas
de serviços,
• Ênfase na busca por
oportunidades de melhoria,
• Alinhamento da Política e
dos Objetivos do Sistema de
Gestão da Qualidade com as
estratégias da organização.
SUMÁRIO
Prefácio Nacional
Introdução
0.1 Generalidades
0.2 Princípios de gestão da
qualidade
0.3 Abordagem de processo
0.3.1 Generalidades
0.3.2 Ciclo Plan-Do-Check-Act
0.3.3 Mentalidade de risco
0.4 Relacionamento com outras
normas de sistemas de gestão
Vamos agora, avaliar os tópicos
da ISO 9001: 2015, que podem ser
representados através da figura :
1 Escopo
2 Referência normativa
3 Termos e definições
4 Contexto da organização
4.1 Entendendo a organização e
seu contexto
4.2 Entendendo as necessidades e
expectativas de partes Interessadas
4.3 Determinando o escopo do
sistema de gestão da qualidade
4.4 Sistema de gestão da
qualidade e seus processos
5 Liderança
5.1 Liderança e
comprometimento
5.1.1 Generalidades
5.1.2 Foco no cliente 5.2 Política
5.2.1 Desenvolvendo a política
da qualidade
5.2.2 Comunicando a política da
qualidade
5.3 Papéis, responsabilidades e
autoridades organizacionais
6 Planejamento
6.1 Ações para abordar riscos e
oportunidades
6.2 Objetivos da qualidade e
planejamento para alcançá-los
6.3 Planejamento de mudanças
7 Apoio
7.1 Recursos
7.1.1 Generalidades
7.1.2 Pessoas
7.1.3 Infraestrutura
u
Sistema de Gestão da Qualidade(4)
Organização e
seu contexto
(4)
Apoio e
Operação
PLANEJAR
(plan)
Requisitos
dos Clientes
Planejamento
(6)
(7 , 8)
Liderança
(5)
Melhoria
(10)
Satisfação do
Cliente
Avaliação de
desempenho
(9)
CHECAR
(Check)
AGIR
(act)
Necessidades
e expectativas
de partes
interessadas
pertinentes (4)
FAZER
(Do)
Resultados
Do SGQ
Produtos e
Serviços
Figura 1 –
Representação
da Estrutura da
ISO 9001 no
Ciclo PDCA.
Edição n 284 - Março de 2016 - 61
7.1.4 Ambiente para a operação
provisão de serviço
Bibliografia
dos processos
8.5.2 Identificação e rastreabilidade
7.1.5 Recursos de
8.5.3 Propriedade pertencente a
Figuras
monitoramento e medição
clientes ou provedores externos
Figura 1 – Representação
7.1.6 Conhecimento
8.5.4 Preservação esquemática dos elementos de um
organizacional
8.5.5 Atividades pós-entrega
processo individual
7.2 Competência
8.5.6 Controle de mudanças
Figura 2 – Representação da
7.3 Conscientização
8.6 Liberação de produtos e serviços
estrutura desta Norma no ciclo PDCA
7.4 Comunicação 8.7 Controle de saídas não conformes
7.5 Informação documentada
Tabelas
7.5.1 Generalidades
9 Avaliação de desempenho
Tabela A.1 – Principais diferenças
7.5.2 Criando e atualizando
9.1 Monitoramento, medição,
em terminologia entre a ABNT NBR
7.5.3 Controle de informação
análise e avaliação
ISO 9001:2008
documentada
9.1.1 Generalidades
e a ABNT NBR ISO 9001:2015
9.1.2 Satisfação do cliente
Tabela B.1 – Relação entre outras
8 Operação
9.1.3 Análise e avaliação
normas de sistema de gestão da
8.1 Planejamento e controle
9.2 Auditoria interna
qualidade e as seções desta Norma
operacionais9.3 Análise crítica pela direção
8.2 Requisitos para produtos e
9.3.1 Generalidades
As certificações atuais na ISO
serviços
9.3.2 Entradas de análise crítica
9001:2008 continuam válidas pelo
8.2.1 Comunicação com o cliente
pela direção
período de 3 anos após a emissão
8.2.2 Determinação de requisitos
9.3.3 Saídas de análise crítica
da nova versão da ISO 9001.
relativos a produtos e serviços
pela direção Como a nova versão da ISO
8.2.3 Análise crítica de requisitos
9001 foi lançada em Setembro/15,
relativos a produtos e serviços
10 Melhoriaas organizações terão até
8.2.4 Mudanças nos requisitos
10.1 Generalidades.
Setembro/18 para adequarem
para produtos e serviços
10.2 Não conformidade e ação corretiva
seus Sistemas de Gestão
8.3 Projeto e desenvolvimento de
10.3 Melhoria contínua
da Qualidade e obterem a
produtos e serviços
Certificação na nova versão.
8.3.1 Generalidades
Anexo A (informativo)
Na próxima edição,
8.3.2 Planejamento de
Esclarecimento da nova estrutura,
continuaremos o assunto Sistema
projeto e desenvolvimento
terminologia e conceitos
de Gestão da Qualidade.
8.3.3 Entradas de projeto e
A.1 Estrutura e terminologia
Aguardem !!!!
desenvolvimento
A.2 Produtos e serviços
8.3.4 Controles de projeto e
A.3 Entendendo as necessidades e
Roberta Pithon: Pós-Graduada em
desenvolvimento
expectativas de partes interessadas
Qualidade, em Sistemas Integrados
8.3.5 Saídas de projeto e
A.4 Mentalidade de risco
de Gestão e em Gestão Empresarial.
desenvolvimento
A.5 Aplicabilidade
Mestranda em Engenharia Mecânica –
8.3.6 Mudanças de projeto e
A.6 Informação documentada
Unicamp. CQE, CQA, CMQ/OE, CSSGB,
desenvolvimento
A.7 Conhecimento organizacional
CSSBB, CSSYB, CQT, CQPA e CQIA
8.4 Controle de processos, produtos
A.8 Controle de processos,
pela ASQ. Lead Auditor ISO 9001,
e serviços providos externamente
produtos e serviços providos
ISO/TS 16949, ISO 14001 e OHSAS
8.4.1 Generalidades
externamente
18001 Professora de Graduação e Pós
8.4.2 Tipo e extensão do controle
Anexo B (informativo)
Graduação de disciplinas da Qualidade
8.4.3 Informação para
Outras Normas sobre gestão de
e de Sistemas de Gestão, Sóciadiretora, consultora, instrutora e
provedores externos
qualidade e sistemas de gestão
auditora da Excelint Gestão Empresarial.
8.5 Produção e provisão de serviço
da qualidade desenvolvidas pelo
8.5.1 Controle de produção e de
ISO/TC [email protected]
62 - Revista BQ - Banas Qualidade
Edição n 284 - Março de 2016 - 63
O cumprimento das
normas técnicas
evita acidentes com
caldeiras
64 - Revista BQ - Banas Qualidade
Riscos
As condições de instalação, operação e manutenção do equipamento
não garantem a sua perfeita utilização, e coloca em risco os
trabalhadores da fábrica e os moradores das proximidades.
As proporções envolvidas em um acidente desse tipo,
principalmente no caso de explosão,
podem acarretar perdas irreparáveis
Da Redação
N
o Brasil, não existem
muitos dados sobre
esse tipo de acidente.
Normalmente,
o
sistema é composto de um
gerador de vapor (caldeira),
um sistema de preaquecimento
da água de alimentação
(desaerador) e um sistema de
alimentação de combustível,
seja este biomassa, óleo ou gás.
Segundo a NR 13 - Caldeiras,
Vasos de Pressão e Tubulações
(NR 13) esses equipamentos
são destinados a produzir e
acumular vapor sob pressão
superior
à
atmosférica,
utilizando qualquer fonte de
energia, excetuando-se os
refervedores e equipamentos
similares
utilizados
em
unidades de processo.
As caldeiras não devem
ultrapassar suas limitações
técnicas em relação às
condições
operacionais;
vazão de vapor, pressão
e temperatura. A energia
transferida dos combustíveis
para a água é calculada de tal
forma a evitar desperdícios e
tampouco, danos à estrutura
da caldeira. O poder calorífico
do combustível (PCI) e a massa
de combustível devem estar
compatíveis com a massa de
água que irá absorver a energia
liberada.
Os combustíveis, muitas
vezes, são responsáveis por
explosão de caldeiras devido
à sua acumulação na fornalha
ou por combustão incompleta.
As caldeiras devem estar
providas de sistemas de
intertravamento envolvendo a
presença de gases na fornalha
e promovendo a purga do
sistema antes da ignição.
A energia contida no
combustível é liberada e
transferida para a água
da caldeira por condução,
convecção
e
radiação.
Quando se trata de caldeira
aquatubular, a água estará
no interior dos tubos e por
diferença de densidade entre
a água fria e a água quente, a
água circula naturalmente nas
paredes de água, nos tubos
geradores e nos coletores
inferiores até o balão de vapor.
O calor sensível transferido
para a água da caldeira e a área
de confinamento da água faz
a pressão interna subir até o
limite estabelecido pelo projeto
do gerador de vapor. A pressão
máxima de trabalho admissível
do vapor (PMTA) é o maior valor
de pressão compatível com o
código de projeto, a resistência
dos materiais utilizados, as
dimensões do equipamento e
seus parâmetros operacionais.
Quanto à normalização, a
série NBR 16035 especifica
os requisitos mínimos para
caldeiras e vasos de pressão e
foi publicada em 2012, em cinco
partes: Parte 1: Geral; Parte 2:
Conforme ASME Code, Section
I; Parte 3: Conforme ASME
Code, Section VIII, Division 1;
Parte 4: Vasos de pressão –
Conforme ASME, Code, Section
VIII, Division 2; e Parte 5: Vasos
de pressão – Conforme EN-286
Part 1. Em elaboração a Parte 6:
Vasos de pressão – Conforme
EN-13445; e a Parte 7: Vasos de
pressão – Conforme AD 2000
Merkblatter.
Já a NBR ISO 16528-1 de
05/2008 - Caldeiras e vasos de
pressão - Parte 1: Requisitos
de desempenho define os
requisitos
mínimos
para
construção de caldeiras
u
Edição n 284 - Março de 2016 - 65
e vasos de pressão. Com
relação à geometria das partes
pressurizadas para vasos de
pressão inclui: a extremidade
da conexão para a primeira
junta circunferencial, para as
conexões soldadas; a primeira
junta roscada para conexões
rosqueadas;
a
face
do
primeiro flange para conexões
flangeadas aparafusadas; a
primeira superfície de vedação
para as ligações ou conexões
padronizadas por terceiros;
acessórios
de
segurança
onde necessário; com relação
à geometria das partes
pressurizadas para caldeiras
inclui: conexão de alimentação
de água até a saída de vapor;
os acessórios de segurança
associados;
tubulações
auxiliares
conectadas
à
caldeira.
A NBR ISO 16528-2 de
05/2008 - Caldeiras e vasos de
pressão Parte 2: Procedimentos
66 - Revista BQ - Banas Qualidade
para atendimento integral da
NBR ISO 16528-1 define um
mecanismo e um formato
padronizado para que os
organismos
normativos
nacionais/regionais
possam
demonstrar que suas normas
atendem integralmente aos
requisitos da ISO16528 -1.
Segundo os especialistas,
a melhor forma de reduzir os
riscos associados à operação de
geradores de vapor é seguir as
recomendações do fabricante.
Portanto, antes de iniciar a
operação de uma caldeira pela
primeira vez, deve-se treinar
as equipes de manutenção
e de operação tal qual é
recomendado pelo Anexo I –
A da NR 13, que é um currículo
mínimo para o treinamento
de segurança na operação de
caldeiras. Devido à enorme
diversidade e complexidade
destes tipos de equipamentos, a
interpretação destas exigências
e o seu enquadramento na
referida norma podem ser
complicados. Interpretações
indevidas
podem
gerar,
desnecessariamente, elevados
custos,
interrupções
da
produção, sanções de órgãos
fiscalizadores e até mesmo
riscos de acidentes e agressões
ao meio ambiente.
Enquanto as caldeiras a vapor
são equipamentos destinados
a produzir e a acumular
vapor sob pressão superior
a atmosférica, os vasos de
pressão são equipamentos que
contêm fluidos (ar ou outros
gases) sob pressão interna
ou externa. Importante dizer
que qualquer empresa, ao
manter em suas instalações
esses equipamentos, necessita
submetê-los
a
avaliações
periódicas, com a emissão
de laudos. Essas avaliações
consistem em testes para
analisar a integridade dos
Danos causados pela
explosão de uma
caldeira industrial de
pequeno porte
equipamentos e podem exigir
inclusive a realização de testes
hidrostáticos.
Destinada a produzir e
acumular vapor maior que
à pressão atmosférica, a
caldeira faz esse processo com
qualquer fonte de energia e
tudo que for produzido pode
ser usado nas condições como
baixa ou alta pressão, saturado
ou superaquecido.
O vapor pode ser produzido
ainda por equipamentos que
possuam a caldeira como uma
das fontes de energia.
A caldeira pode ser definida
como todo equipamento
que simultaneamente gere
e acumule vapor de água ou
outro fluído.
O pior que, no país,
predomina ainda as situações
de
alta
periculosidade,
principalmente em relação ao
desconhecimento dos riscos
associados aos geradores de
vapor, sejam estes de qualquer
pressão. Uma caldeira de baixa
pressão pode ser tão perigosa
quanto uma caldeira de alta
pressão, considerando o risco
à vida e ao empreendimento
industrial.
A manutenção mecânica,
elétrica e instrumentação
deve ser prioridade, incluindo
os testes de intertravamento,
inspeções internas e externas,
manutenção preditiva dos
periféricos da caldeira e os
ensaios não destrutivos ,
nas paradas da caldeira. O
treinamento da mão de obra,
responsável por essa operação
deve ser periódica.
Enfim, enquanto as caldeiras
a vapor são equipamentos
destinados a produzir e a
acumular vapor sob pressão
superior a atmosférica, os vasos
de pressão são equipamentos
que contêm fluidos (ar ou
outros gases) sob pressão
interna ou externa. Importante
dizer que qualquer empresa,
ao manter em suas instalações
esses equipamentos, necessita
submetê-los
a
avaliações
periódicas, com a emissão
de laudos. Essas avaliações
consistem em testes para
analisar a integridade dos
equipamentos e podem exigir
inclusive a realização de testes
hidrostáticos.
Destinada a produzir e
acumular vapor maior que à
pressão atmosférica, a
u
Fotos de Modelo
de uma Caldeira
Industrial e
um vaso de
pressão
Edição n 284 - Março de 2016 - 67
Todos os controles de segurança
e de tubulação
Chaminé de
exaustão
Alta temperatura
porta traseira
refratária
Tubulação para segunda
válvula
Processador totalmente
automatizado
caldeira faz esse processo
com qualquer fonte de energia
e tudo que for produzido pode
ser usado nas condições como
baixa ou alta pressão, saturado
ou superaquecido.
O vapor pode ser produzido
ainda por equipamentos que
possuam a caldeira como uma
das fontes de energia.
A caldeira pode ser definida
como todo equipamento
que simultaneamente gere
e acumule vapor de água ou
outro fluído.
Sempre subjugado a pressão
interna ou externa os vasos de
pressão são equipamentos que
possuem fluídos. Há também
os vasos que operam com
vácuo que apesar de estarem
operando a vácuo sofrem essas
pressões.
O vácuo é uma pressão
inferior a atmosférica. A
dimensão do vaso se dá em
conta da pressão que atua
sobre suas paredes que
poderá ser maior interna ou
externamente.
68 - Revista BQ - Banas Qualidade
Gas, óleo ou a combinação
força os queimadores
Sapatas extra
pesadas e suportes
Quando não existe atuação
simultânea das pressões internas
e externas o caso tem ganhar
a dimensão por uma condição
mais severa aplicada sobre ele.
Dependendo da função a qual
se destinam os vasos de pressão
podem ser esférico, cilíndricos ou
cônicos e podem ser construídos
em aço de carbono, alumínio,
aço inoxidável, fibra de vidro ou
outros. Podem ou não conter
líquidos, gases ou misturas de
ambos.
Dessa forma, nas indústrias
de processos, comumente
caldeiras e vasos de pressão
fazem parte do seu aparato
tecnológico, sendo necessários
para a produção de calor e
pressão, sendo imprescindíveis
em grande parte dos processos
de transformação primária, seja
esta física ou química. O que
deve ser enfatizado é que os
referidos equipamentos são,
normalmente, de grande porte
e geram condições de altas
temperaturas e pressão.
Tais condições são elementos
que por si podem originar
acidentes e, ainda, se somado à
falta de atenção e importância
ao atendimento aos preceitos
de segurança, podem elevar
o grau de seriedade destes
acidentes. Os riscos de instalar
e manter caldeiras, vasos
sob pressão e tubulações
industriais não se limitam a
questões ecológicas e materiais,
pois muitos trabalhadores já
sofreram danos irreparáveis e até
morreram em acidentes com tais
equipamentos.
A inspeção periódica, realizada
segundo padrões internacionais
de segurança, pode evitar esses
perigos.
Além disso, evita paradas de
emergência, perdas de produção,
resultando em maior eficiência.
Absolutamente
indispensável
na indústria petroquímica, em
hospitais, hotéis, em alguns
ramos do comércio, as instalações
pressurizadas,
evoluindo
constantemente,
requerem
permanente atualização nas
técnicas de inspeção.
www.b2p.net.br
Tel.: 55 - 11 3742.4838
[email protected]
Negócios em Pulicações Customizadas e Eventos de Divulgação
É difícil conquistar um minuto do tempo das pessoas. Então, como você conseguiria conquistar estes
minutos para falar diretamente com seu público-alvo, investidores, reguladores, membros, funcionários
ou clientes?
B2P - Publishing House é o seu parceiro em publicações
personalizadas de alta qualidade
A B2P - Publishing House, é uma editora de publicações com larga experiência na edição de Revistas,
Boletins Informativos, Jornais Corporativos, Livros, E-books, e diversos tipos de títulos customizados
para empresas líderes que utilizam este tipo de publicação para se comunicar de forma eficaz com seu
público-alvo.
Traz a experiência de duas casas editoras com mais de 60 anos de atuação no Brasil, e que agora colocam
toda a suas estruturas e profissionais altamente especializados a serviço do mercado.
Do “início ao fim do processo”, este é o lema da B2P - Publishing House, onde nossa equipe irá gerenciar
todos os aspectos de seu projeto de publicação personalizada para que você possa se concentrar
​​
em seu
negócio.
B2P - Publishing House é o seu parceiro em
Eventos Especiais de Divulgação
A B2P - Publishing House, é uma empresa também especializada na realização de Meetings,
Workshops e Eventos de divulgação de marcas.
Todos estes trabalhos, podem contar com a transmissão simultânea via Internet, desenvolvimento de
materiais promocionais, banners, e publicações específicas para o evento.
São profissionais altamente especializados em cada uma das áreas.
Avançada plataforma digital
Utilizando uma plataforma amigável e interativa, a B2P - Publishing House produz todos os materiais
editoriais na forma impressa e digital (Page Flip) onde podemos colocar em sua publicação:
• Link com site
• Vídeo externo
• Vídeo interno na publicação
• Link com Email
• Mensagem
• Folder anexo
• Fotos
• Salvar em PDF
• Fazer anotações
• Fazer busca de palavras
• Colocar marcador de página
• Distribuir em redes sociais
Edição n 284 - Março de 2016 - 69
A importância da
NBR 7199 para evitar
acidentes fatais
com portas de vidro
Por Mauricio Ferraz de Paiva
O
vidro é classificado
como líquido, só
que com viscosidade
muito alta. Tanto o
vidro comum como os demais
devem respeitar uma espessura
de acordo com o vão que serão
colocados, indicação essa que,
juntamente com as anteriores,
ajuda os síndicos e gestores
prediais a programarem a
revisão e manutenção desse
importante componente do
sistema construtivo.
Na hora de realizar um
projeto, é importante prestar
atenção ao fornecedor do
vidro para ter a certeza de
estar comprando um produto
de qualidade e com garantia
de durabilidade. Além disso,
também é essencial realizar
manutenções periódicas nos
vidros instalados em casa. Do
contrário, alguns acidentes
envolvendo a quebra desse
70 - Revista BQ - Banas Qualidade
produto podem acontecer e
assustar os moradores.
Após a transformação de
um vidro comum para o vidro
temperado, este se torna
muito mais resistente a choque
térmico, flexão, flambagem
e torção. Isso resulta em
um vidro que possui menor
probabilidade de quebra e, caso
aconteça, o vidro temperado
se fragmenta em pequenas
partículas sem pontas e com
bordas pouco cortantes, o que
reduz os riscos de acidentes.
Mesmo sendo um vidro
de segurança, dependendo
das condições nas quais
o vidro se encontrar, ele
pode acabar quebrando. Os
vidros temperados quebram,
normalmente, por falhas na
instalação. A falta do uso de
dispositivos de segurança e os
vidros que são instalados em
contato direto com a alvenaria
podem quebrar.
Os monolíticos são os vidros
tais como são produzidos
originalmente. São incolores
ou coloridos, sendo uma
placa
única
produzida
industrialmente. Esses vidros
podem
ser
temperados
ou semitemperados, para
aumento de sua resistência.
Os vidros temperados e
semitemperados
passam
por um processo de choque
térmico que os endurece,
proporcionando
maior
resistência mecânica.
São usados para grandes
envidraçamentos para reduzir
as espessuras. Mas requerem
um cuidado: podem sofrer
quebra originada por várias
causas e, portanto, não podem
ser instalados em guardacorpos, em coberturas, etc.
Os laminados são compostos
de duas ou mais placas de
vidros monolíticos, comuns
ou temperados, unidas por
uma película por meio de um
processo industrial. Oferecem u
Normalização
Os impactos dos acidentes
que envolvem vidros podem
ser menores caso alguns
cuidados sejam tomados em sua
instalação. Nas edificações, por
exemplo, seria imprescindível
que as portas contassem com
vidros de segurança, conforme
especificado pela NBR 7199.
Edição n 284 - Março de 2016 - 71
maior segurança, pois, ao
se quebrarem, os cacos ficam
grudados na película.
Os
insulados
são
os
compostos por duas lâminas de
vidro – comum, temperado ou
laminado – montadas de forma
a ter entre elas uma câmara de
ar que fica sem contato com o
ar exterior.
Esses vidros colaboram em
certa medida para o conforto
térmico e, dependendo das
frequências e níveis dos
ruídos, podem ser eficientes
acusticamente.
A NBR 7199 de 11/1989 Projeto, execução e aplicações
de vidros na construção civil
fixa as condições que devem
ser obedecidas no projeto
de
envidraçamento
em
construção civil. Aplica-se a
envidraçamento de janelas,
portas, divisões de ambientes,
guichês, vitrines, lanternins,
chedes e claraboias.
Segundo a norma, o
envidraçamento deve obedecer
a algumas disposições gerais.
As chapas de vidro devem
ser colocadas de tal modo
que não sofram tensões
suscetíveis de quebrá-las, tais
como: dilatação, contração
ou deformação do caixilho,
deformação ou recalque da
obra, não sendo permitido o
contato das bordas das chapas
de vidro entre si, com alvenaria
ou peças metálicas.
Já a fixação das chapas
de vidro deve ser tal que
impeça o seu deslocamento
em relação aos elementos
72 - Revista BQ - Banas Qualidade
de fixação, excetuados os
casos em que o projeto prevê
movimentações e, quando
uma separação for executada,
total ou parcialmente, com
chapas de vidro cuja presença
não
seja
perfeitamente
discernível, devem-se tomar
precauções
através
de
sinalização adequada, para
evitar acidentes.
Quando houver chapas
de vidro com bordas livres
acessíveis, estas devem ser
laboradas e as bordas das
chapas de vidro, em qualquer
caso, não devem apresentar
defeitos que venham a
prejudicar a utilização ou
resistência do vidro após a
colocação. O envidraçamento
sobre passagem em vidro
recozido deve ser na vertical e
ter todo seu perímetro fixado
em rebaixo.
O
envidraçamento
de
balaustradas,
parapeitos,
sacadas e vidraças não
verticais sobre passagem,
deve ser executado com vidros
de segurança laminados ou
aramados, salvo se for prevista
proteção adequada.
No caso de utilização em
claraboias ou telhados, para
iluminação de passagem ou
locais de trabalho, a vidraça
deve ser adequadamente
protegida com telas metálicas
ou outros dispositivos, e,
quando não o for, o vidro deve
ser de segurança aramado ou
laminado.
O
envidraçamento
em
caixilhos e em contato com o
meio exterior deve apresentar
estanqueidade à água e ao
vento e todos os materiais
utilizados no envidraçamento
devem ser compatíveis entre
si, com as chapas de vidro e
com os materiais dos caixilhos.
Admite-se, na colocação
em caixilhos de madeira, a
utilização de pinos ou pregos
para dar maior segurança na
fixação da chapa de vidro,
devendo os rebaixos ser
preenchidos com massa.
A colocação da chapa de
vidro com massa deve ser
feita com duas demãos, quer
em rebaixo aberto, quer em
rebaixo fechado, com exceção
do caso de colocação em
caixilho de madeira, no qual
é admissível somente uma
demão de massa. A chapa de
vidro, ao ser colocada com duas
demãos de massa, deve ser
forçada de encontro à primeira
demão (colchão posterior
e de fundo), de maneira a
manter uma camada uniforme
de massa de espessura não
inferior a 2 mm.
A massa deve ser aplicada de
maneira a não formar vazios, e
sua superfície aparente deve ser
lisa e regular. Após a colocação
da chapa de vidro, as massas ou
gaxetas devem ser protegidas
contra as intempéries, como,
por exemplo, pinturas e
obturadores, salvo nos casos
em que sua composição
química dispense tal proteção.
As massas e gaxetas em geral
devem adaptar-se às dilatações,
deformações e vibrações
causadas
por
variações
de temperatura ou ações
mecânicas, não devem escoar
nem assentar, mantendo boa
aderência ao vidro e caixilho.
Antes de sua colocação, devese verificar se os rebaixos
estão
convenientemente
preparados.
Acima do pavimento térreo,
as chapas de vidro, quando
dão para o exterior e não têm
proteção adequada, só podem
ser colocadas a 1,10 m acima do
respectivo piso.
Abaixo desta cota, quando
sem proteção adequada, o
vidro deve ser de segurança
laminado
ou
aramado.
Internamente,
os
vidros
recozidos só podem ser
colocados a partir de 0,10 m
acima do piso.
O envidraçamento em
caixa de escadas deve ser
executado em vidro aramado
e no pavimento térreo os
vidros recozidos só podem
ser colocados a partir de 0,10
m acima do piso. Quando
se tratar de vitrinas, devese, ainda, prever proteção
adequada de resguardo aos
transeuntes, ou empregar
vidros de segurança.
No caso de portas ou
divisórias, quando não houver
proteção adequada, também
deve ser usado vidro de
segurança. Os locais sob as
áreas de envidraçamento,
durante sua execução, devem
ser interditados para fins de
segurança pessoal ou, caso
não seja possível, estes locais
devem ser adequadamente
protegidos.
Após o envidraçamento,
deve-se evitar a aplicação,
na chapa de vidro, para
assinalar a sua presença,
de pintura com materiais
higroscópicos, como, por
exemplo, a cal, alvaiade (que
provocam ataques à sua
superfície), ou a marcação
com
outros
processos
que redundem em danos
à superfície da chapa.
Em vidraças duplas ou
múltiplas, as superfícies das
chapas de vidro, que limitam
as câmaras de ar, devem ser
perfeitamente limpas antes
do envidraçamento.
Importante observar que o
vidro de segurança temperado
não pode sofrer recortes,
perfurações ou lapidações,
salvo polimento leve, inferior
a 0,3 mm de profundidade.
Em colocações autoportantes,
através de ferragens, devemse interpor, entre as ditas
peças e a chapa de vidro,
materiais
imputrescíveis,
não higroscópicos e que não
escoem, com o tempo, sob
pressão.
Para colocação autoportante,
recomendam-se as seguintes
distâncias entre as bordas das
chapas de vidro (medidas no
ponto de maior afastamento):
entre peças móveis, 2 a 3 mm;
entre peças móveis e fixas, 3 a 4
mm; entre peças móveis e piso,
7 a 8 mm; e entre chapas fixas,
1 a 2 mm.
Enfim,
o
vidro
deve
contribuir para o conforto
térmico do ambiente interno,
ou seja, tem que controlar
a passagem de calor de um
lado para outro. Em países de
clima frio, o uso da calefação
gera grandes custos e o que
se pretende dos vidros é
que permitam que o calor
penetre no ambiente durante
o dia, mas não deixem o calor
sair durante a noite ou em
períodos com temperatura
externa muito baixa. Já
nos países de clima quente,
principalmente nos trópicos
o que se procura é barrar a
entrada de calor durante o dia
e permitir que ele saia com
facilidade nos períodos com
menos radiação e à noite.
A definição do tipo de vidro
a ser utilizado em cada projeto
depende de dois fatores
primordiais: o esforço ao qual o
material será submetido e o efeito
desejado em seu produto final.
Porém, os avanços e as inovações,
que têm alavancado as linhas de
produção tanto em quantidade
como em qualidade de material,
têm garantido um número de
possibilidades de aplicação cada
vez maior do material.
Mauricio Ferraz de Paiva é
engenheiro eletricista, especialista
em desenvolvimento em sistemas,
presidente do Instituto Tecnológico
de Estudos para a Normalização e
Avaliação de Conformidade (Itenac)
e presidente da Target Engenharia e
Consultoria [email protected]
Edição n 284 - Março de 2016 - 73
Conteúdo
em todos
os lugares.
On
A forma de
leitores, a B
ferramentas
precisa esta
Nossos leito
Online, baix
articulistas,
conteúdo co
fazer busca
para amigos
Total
interatividade
Ferramentas
de busca
Rede de
sites
74 - Revista BQ - Banas Qualidade
nline | On Mobile
consumir conteúdo esta mudando. Usando o feedback de nossos
Banas Qualidade tem disponibilizado suas publicações em novas
s de leitura, sempre com o objetivo de levar a informação onde ela
ar.
ores agora podem acessar nossas publicações exclusivamente
xar seu conteúdo, e utilizar recursos extras como: falar com
fazer Link direto com as matérias originais e com isto ter mais
omplementar, fazer link com anunciantes, produtos e serviços,
por palavras, distribuir as publicações na rede da empresa, enviar
s ou distribuir nas redes sociais.
Publicações
exclusivas
Recursos
inéditos
www.banasqualidade.com.br
Edição n 284 - Março de 2016 - 75
A incerteza da medição
em atividades do setor
eletrotécnico
76 - Revista BQ - Banas Qualidade
A incerteza padrão é o desvio padrão estimado; a incerteza padrão
combinada é o resultado da combinação dos componentes da incerteza
padrão; e a incerteza estendida é obtida pela multiplicação da incerteza
padrão combinada por um fator de cobertura
Da Redação
T
odas as medições são
contaminadas
por
erros imperfeitamente
conhecidos, de modo
que a significância associada
com o resultado de uma
medição deve considerar esta
incerteza, que é um parâmetro
associado com o resultado de
uma medição, que caracteriza
a dispersão dos valores que
podem razoavelmente ser
atribuídos à quantidade medida.
Há problemas associados com
essa definição, pois pode-se
perguntar o que é a dispersão
se o valor verdadeiro não pode
ser conhecido? Ela também
implica que incerteza é somente
relevante se várias medições
são feitas e ela falha – por não
mencionar valor verdadeiro
para invocar o conceito de
rastreabilidade. Uma definição
mais prática, mais usada porque
satisfaz mais as necessidades
da metrologia industrial e não é
consistente com a anterior, é a
seguinte: incerteza é o resultado
da avaliação pretendida em
caracterizando a faixa dentro da
qual o valor verdadeiro de uma
quantidade medida é estimado
cair, geralmente com uma dada
confiança.
Assim, a incerteza padrão é
o desvio padrão estimado; a
incerteza padrão combinada
é o resultado da combinação
dos componentes da incerteza
padrão; e a incerteza estendida
é obtida pela multiplicação da
incerteza padrão combinada
por um fator de cobertura.
Essa é uma exigência para
todos
os
laboratórios
credenciados de calibração,
ou seja, que os resultados
reportados em um certificado
sejam
acompanhados
de
uma declaração descrevendo
a incerteza associada com
estes resultados. É também
exigência para os laboratórios
de testes, sob as seguintes
circunstâncias:
onde
isto
é requerido pelo cliente;
onde isto é requerido pela
especificação do teste; e onde
a incerteza é relevante para
validar ou aplicar o resultado,
por exemplo, onde a incerteza
afeta a conformidade a uma
especificação ou limite.
Os laboratórios credenciados
devem ter uma política
definida cobrindo a provisão
de estimativas das incertezas
das calibrações ou testes
feitos. O laboratório deve usar
procedimentos documentados
para a estimativa, tratamento e
relatório da incerteza.
Devem
consultar
seu
corpo de credenciamento
para qualquer orientação
específica que possa estar
disponível para a calibração
ou teste. Dessa forma, o
objetivo de uma medição é
determinar o valor de uma
quantidade específica sujeita à
medida (mesurando). Para os
laboratórios de calibração, isto
pode ser qualquer parâmetro
da medição dentro de campos
reconhecidos da medição
–
comprimento,
massa,
tempo, pressão, corrente
elétrica. Quando aplicado a
um teste, o termo genérico
mesurando pode cobrir muitas
quantidades diferentes, como
a resistência de um material, a
concentração de uma solução,
o nível de emissão de ruído
ou radiação eletromagnética,
e
a
quantidade
de
microorganismos.
Uma
medição começa com uma
especificação
apropriada
da quantidade medida, o
método genérico de medição
e o procedimento específico
detalhado da medição.
Nenhuma medição ou teste
é perfeito e as imperfeições
fazem aparecer erro de
medição no resultado. Como u
Edição n 284 - Março de 2016 - 77
conseqüência, o resultado
de uma medição é somente
uma aproximação do valor
da quantidade medida e é
somente completa quando
acompanhado
por
uma
expressão da incerteza desta
aproximação. Realmente, por
causa da incerteza da medição,
o valor verdadeiro nunca pode
ser conhecido.
No limite, por causa de alguns
efeitos, ele pode mesmo não
existir. A incerteza da medição
compreende, em geral, muitos
componentes.
Alguns podem ser calculados
da distribuição estatística
dos resultados de uma série
de medições e pode ser
caracterizados por desvios
padrão experimentais.
Os outros componentes,
que podem também ser
caracterizados por desvios
padrão, são calculados das
distribuições de probabilidade
assumidas
baseadas
na
experiência ou em outra
informação.
Erros aleatórios aparecem
das variações aleatórias das
observações. A cada momento
que a medição é tomada sob
as mesmas condições, efeitos
aleatórios de várias fontes
afetam o valor medido. Uma
série de medições produz um
espalhamento em torno de
um valor médio. Um número
de fontes pode contribuir
para a variabilidade cada vez
que uma medição é tomada
e sua influência pode estar
78 - Revista BQ - Banas Qualidade
continuamente mudando. Elas
não podem ser eliminadas
mas a incerteza devido a seus
efeitos pode ser reduzida,
aumentando o número de
observações
e
aplicando
análise estatística. Os erros
sistemáticos aparecem de
efeitos sistemáticos, ou seja,
é um efeito no resultado de
uma quantidade que não está
incluído na especificação da
quantiade medida mas que
influencia no resultado.
Estes erros permanecem
constantes
quando
uma
medição é repetida sob as
mesmas condições por isso
eles não revelados pelas
medições repetidas. Seu efeito
é introduzir um deslocamento
entre o valor da medição e
o valor médio determinado
experimentalmente. Eles não
podem ser eliminados mas
podem ser reduzidos, por
exemplo, fazendo correções
para o tamanho conhecido de
um erro devido a um efeito
sistematico reconhecido.
Internacionalmente,
foi
adotado o enfoque de agrupar
os componentes da incerteza
em duas categorias baseadas
em seus métodos de avaliação:
Tipo A e Tipo B.
Esta
classificação
de
métodos de avaliação, em vez
dos componentes em si, evita
certas ambiguidades.
Por
exemplo,
um
componente
aleatório
de
incerteza em uma medição
pode se tornar um componente
sistemático em outra medição
que tem como sua entrada o
resultado da primeira medição.
Assim, a incerteza total cotada
em um certificado de calibração
de um instrumento incluirá o
componente devido aos efeitos
aleatórios, mas quando este
valor total é subsequentemente
usado como a contribuição na
avaliação da incerteza em um
teste usando este instrumento,
a contribuição deve ser tomada
como sistemática.
A avaliação do Tipo A é feita
pelo cálculo de uma série de
leituras repetidas, usando
métodos estatísticos.
A do Tipo B é feita por meios
diferentes dos usados no
método B. Por exemplo, por
julgamento baseado em: dados
de certificados de calibração,
que possibilita correções a
serem feitas e incertezas do
Tipo B a serem atribuídas; dados
de medições anteriores, por
exemplo, gráficos históricos
podem ser construídos e
podem fornecer informação
útil acerca das mudanças
dinâmicas.
experiência
com ou o conhecimento
geral do comportamento e
propriedades de materiais
e
equipamentos
iguais;
valores aceitos de constantes
associadas com materiais e
quantidades; especificações
dos fabricantes; todas as
outras informações relevantes.
As incertezas individuais
são avaliadas pelo método
apropriado e cada uma é
expressa como um desvio
padrão e é referida a uma
incerteza padrão.
As
incertezas
padrão
individuais são combinadas
para produzir um valor total
de incerteza, conhecido como
incerteza padrão combinada.
Uma incerteza expandida é
usualmente requerida para
satisfazer as necessidades
da maioria das aplicações,
especialmente onde se envolve
segurança.
É recomendado fornecer
um intervalo maior acerca do
resultado de uma medição
quando a incerteza padrão
com, consequentemente, uma
maior probabilidade do que
envolve o valor verdadeiro
convencional da quantidade
medida.
Ela
é
obtida
multiplicando-se a incerteza
padrão combinada por um
fator de cobertura, k. A escolha
do fator é baseada no nível de
confiança requerido.
E quais as fontes da
incerteza? Uma delas é a
definição incompleta do teste
– a exigência pode não ser
claramente descrita, como a
temperatura de um teste pode
ser dada como temperatura
ambiente. Outra é a realização
imperfeita do procedimento
de teste, mesmo quando as
condições de teste estão
claramente definidas pode
não ser possível produzir as
condições teóricas, na prática,
devido
as
imperfeições
inevitáveis nos materiais ou
sistemas usados. Também
a amostragem – a amostra
pode não ser totalmente
representativa.
Em algumas disciplinas,
como teste microbiológico,
pode ser muito difícil obter
uma amostra representativa.
Outra fonte de erro é o
conhecimento
inadequado
dos efeitos das condições
ambientais no processo da
medição ou medição imperfeita
das condições ambientais.
Uma fonte bastante usual é
o erro pessoal de polarização
na leitura de instrumentos
analógicos, outra a resolução
ou limite de discriminação
do instrumento ou erros na
graduação da escala. Também.
Os valores atribuídos aos
padrões da medição (de
trabalho e de referência)
e materiais de referência
certificada. As alterações nas
características ou desempenho
de um instrumento de medição
desde a sua última calibração.
Os valores de constantes
e outros parametros usadas
na avaliação dos dados. Por
fim, mais duas fontes: as
aproximações e hipóteses
incorporadas no método e
procedimento da medição e as
variações nas leituras repetidas
feitas sob condições parecidas
mas não idênticas – tais como
efeitos aleatórios podem ser
causados, por exemplo, ruído
elétrico em instrumentos de
medição, flutuações rápidas no
ambiente local, por exemplo,
temperatura,
umidade
e
pressão do ar, variabilidade no
desempenho do operador que
faz o teste.
Essas
fontes
não
são
necessariamente
independentes e, em adição,
os efeitos sistemáticos não
reconhecidos podem existir
que não podem ser levados
em conta mas contribuem
para o erro. É por esta
razão que os laboratórios
credenciados encorajam – e
muitas vezes insistem – em
participação em comparações
interlaboratoriais, auditorias
de medição e cross checking
interno
de
resultados
por diferentes meios. Em
consequência, a incerteza
total de uma medição é uma
combinação de um número de
incertezas componentes.
Mesmo uma única leitura
do instrumento pode ser
influenciada por vários fatores.
A consideração cuidadosa
de cada medição envolvida na
calibração ou teste é necessária
para identificar e listar todos os
fatores que contribuem para a
incerteza total.
Este é um passo muito
importante e requer um bom
entendimento do equipamento
de medição, os princípios e
práticas da calibração ou teste
e a influência do ambiente. O
próximo passo é quantificar as
incertezas componentes por
meios apropriados.
Uma
quantificação
u
aproximada inicial pode
Edição n 284 - Março de 2016 - 79
ser valiosa em possibilitar
que alguns componentes
sejam reconhecidos como
desprezíveis e não necessitam
de uma avaliação mais
rigorosa. Em muitos casos,
uma definição prática de
desprezível pode ser um
componente que não é maior
do que um quinto do tamanho
do maior componente. Alguns
componentes podem ser
quantificados pelo cálculo do
desvio padrão de um conjunto
de medições repetidas (Tipo
A). A quantificação de outros
componentes pode requerer
o julgamento, usando toda
informação
relevante
na
variabilidade possível de cada
fator (Tipo B).
A incerteza padrão é
definida como um desvio
padrão. O potencial para erros
em um estágio posterior da
avaliação pode ser minimizado
expressando
todas
as
incertezas componentes como
um desvio padrão. Isto podoe
requer ajuste de alguns valores
da incerteza, de modo que os
obtidos dos certificados de
80 - Revista BQ - Banas Qualidade
calibração e outras fontes,
que muitas vezes tem sido
expressos com um maior nível
de confiança, envolvendo
múltiplo do desvio padrão (2 ou
3). As incertezas componentes
devem ser combinadas para
produzir uma incerteza total
usando
o
procedimento
estabelecido em padrões
internacionais.
Em muitos casos, isto reduz a
tomar a raiz quadrada da soma
dos quadrados das incertezas
padrão componentes (método
da raiz da soma dos quadrados).
Porém, alguns componentes
podem ser interdependentes
e podem, por exemplo, se
cancelarem entre si ou se
reforçarem entre si. Em muitos
casos, isto pode ser facilmente
visto e os componentes
interdependentes podem ser
somados algebricamente para
dar um valor final. Porém, em
casos mais complexos, podemse usar métodos matemáticos
mais complexos para tais
componentes correlatos, como
derivadas parciais.
Em
muitos
casos,
é
necessário cotar uma incerteza
expandida e a incerteza padrão
combinada, sendo portanto
necessãria ser multiplicada
por um fator de cobertura
apropriado.
Isto deve refletir o nível de
confiança requerido e, em
termos estritos, será ditado
pelos detalhes da distribuição
de probabilidade caracterizado
pelo resultado da medição e sua
incerteza padrão combinada.
Porém,
as
computações
extensivas requerida para
combinar as distribuições de
probabilidade são raramente
justificadas pelo tamanho e
confiabilidade da informação
disponível.
Em muitos casos, uma
aproximação
é
aceitável,
ou seja, a distribuição da
probabilidade
pode
ser
assumida como normal e que
um valor de 2 para o fator de
cobertura define um intervalo
tendo um nível de confiança de
aproximadamente 95%, ou, para
aplicações mais críticas, que um
valor de 3 define um intervalo
tendo um nível de confiança de
aproximadamente 99%.
As exceções a estes casos
precisam ser tratados em
uma base individual e devem
ser caracterizados por um
dos fatores relacionados a
seguir ou ambos: a ausência
de um número significativo de
incertezas componentes tendo
distribuições de probabilidade
bem
comportadas,
tais
como, normal ou retangular;
a inclusão de uma incerteza
componente dominante.
Isto pode causar a incerteza
expandida ser maior do se as
contribuições individuais da
incerteza fossem somadas
aritmeticamente e é claramente
uma situação pessimista. Deve
também ser notado que se
erros de incertezas do Tipo A
em um sistema de medição
são comparáveis aos do Tipo
B, a incerteza expandida pode
ser uma subestimativa, a não
ser que um grande número de
leituras repetidas tenha sido
feito. Nessas circunstâncias, um
fator de cobertura (kp) deve ser
obtido de uma distribuição (t),
baseada nos graus de liberdade
efetivo (nef) da incerteza
padrão combinada.
No
caso
do
setor
eletrotécnico, a ABNT IEC
GUIA 115 de 10/2015 - Aplicação
da incerteza de medição
nas atividades de avaliação
da conformidade no setor
eletrotécnico é um guia que
apresenta uma abordagem
prática da aplicação da incerteza
de medição nas atividades de
avaliação da conformidade no
setor eletrotécnico.
Ele
é
especificamente
concebido para ser utilizado
nos esquemas do sistema
IECEE, bem como para os
laboratórios que realizam os
ensaios de produtos elétricos
segundo as normas nacionais
de segurança.
A Seção 4 descreve a
aplicação dos princípios da
incerteza de medição. A Seção
5 fornece as diretrizes para
a realização dos cálculos de
incerteza de medição. O Anexo
A apresenta alguns exemplos
de cálculos de incerteza de
medição para os ensaios de
avaliação da conformidade de
produtos.
Este Guia foi elaborado
pelo Comitê dos Laboratórios
de Ensaio (Committee of
Testing Laboratories [CTL])
do sistema IEC de Ensaios de
Conformidade e de Certificação
dos Equipamentos Elétricos
(IECEE), a fim de fornecer as
diretrizes para a aplicação
prática dos requisitos que
dizem respeito à incerteza de
medição da NBR ISO IEC 17025
aos ensaios de segurança
elétrica realizados no âmbito
do CB Scheme (esquema dos
organismos de certificação) do
sistema IECEE.
O esquema de certificação
CB Scheme do sistema IECEE
é um acordo internacional
multilateral estabelecido entre
mais de 40 países e cerca
de 60 organismos nacionais
de certificação, visando a
aceitação dos relatórios de
ensaios dos produtos elétricos
que tenham sido submetidos
a ensaios segundo as normas
IEC. O objetivo do CTL é, entre
outras tarefas, definir uma
análise comum da metodologia
de ensaio segundo as normas
IEC, bem como assegurar
e melhorar de maneira
contínua a repetitividade
e a reprodutibilidade dos
resultados de ensaio entre os
laboratórios membros.
A abordagem prática da
incerteza de medição descrita
neste Guia foi adotada para
ser utilizada no esquema de
certificação “CB Scheme” do
IECEE e é igual e largamente
utilizada no mundo pelos
laboratórios de ensaio para os
ensaios dos produtos elétricos
segundo as normas nacionais
de segurança. Este Guia é
de interesse específico dos
seguintes Comitês Técnicos da
IEC que podem, se necessário,
decidir pela sua utilização:
• COMITÊ
TÉCNICO
13:
Medição
da
energia
elétrica, controle das tarifas
e da carga;
• COMITÊ
TÉCNICO
17:
Dispositivos de manobra e
controle;
• COMITÊ
TÉCNICO
18:
Instalações elétricas dos
navios e das unidades
móveis e fixas no mar;
• COMITÊ TÉCNICO 20:
u
Cabos elétricos;
Edição n 284 - Março de 2016 - 81
• COMITÊ
TÉCNICO
21:
Células
secundárias
e
baterias;
• COMITÊ
TÉCNICO
22:
Sistemas e equipamentos
eletrônicos de potência;
• COMITÊ
TÉCNICO
23:
Acessórios elétricos;
• COMITÊ
TÉCNICO
32:
Fusíveis;
• COMITÊ
TÉCNICO
33:
Capacitores de potência;
• COMITÊ
TÉCNICO
34:
Lâmpadas e equipamentos
associados;
• COMITÊ
TÉCNICO
35:
Células primárias e baterias;
• COMITÊ
TÉCNICO
38:
Transformadores
de
medição;
• COMITÊ TÉCNICO 39:
Tubos eletrônicos;
• COMITÊ
TÉCNICO
40:
Capacitores e resistores
para
equipamentos
eletrônicos;
• COMITÊ
TÉCNICO47
Dispositivos
a
semicondutores;
• COMITÊ
TÉCNICO
59:
Desempenho dos aparelhos
eletrodomésticos;
• COMITÊ
TÉCNICO
61:
Segurança dos aparelhos
eletrodomésticos
e
análogos;
• COMITÊ
TÉCNICO
62:
Equipamentos elétricos na
prática médica;
• COMITÊ
TÉCNICO
64:
Instalações elétricas e
proteção contra os choques
elétricos;
• COMITÊ
TÉCNICO
65:
Medição e comando nos
82 - Revista BQ - Banas Qualidade
•
•
•
•
•
•
processos industriais;
COMITÊ
TÉCNICO
66:
Segurança dos aparelhos
de medição, de comando e
de laboratório;
COMITÊ
TÉCNICO
76:
Segurança das radiações
ópticas e equipamentos a
laser;
COMITÊ
TÉCNICO77
Compatibilidade
eletromagnética;
COMITÊ
TÉCNICO
78:
Trabalhos sob tensão;
COMITÊ
TÉCNICO80
Equipamentos
e
sistemas de navegação
e de radiocomunicação
marítimos;
COMITÊ
TÉCNICO
82:
Sistemas de conversão
fotovoltaicos de energia
solar.
A qualificação e a aceitação
dos laboratórios de ensaio
CB (CBTL), por exemplo, no
sistema IECEE, é realizada
de acordo com a NBR ISO/
IEC 17025, que afirma em
5.4.6.2: “Os laboratórios de
ensaio devem possuir e aplicar
os procedimentos para a
estimativa das incertezas de
medição. Em alguns casos,
a natureza do método de
ensaio pode evitar um cálculo
rigoroso do ponto de vista
metrológico e estatístico da
incerteza de medição. Nesses
casos, o laboratório deve pelo
menos tentar identificar todos
os componentes de incerteza e
fazer uma estimativa razoável,
e deve garantir que a forma
de relatar o resultado não
dê uma impressão errada
da incerteza. A estimativa
razoável deve estar baseada no
conhecimento do desempenho
do método e no escopo da
medição, e deve fazer uso,
por exemplo, de experiência e
dados de validação anteriores.
NOTA 1 O grau de rigor
necessário para uma estimativa
da incerteza de medição
depende de fatores como:
os requisitos do método de
ensaio; os requisitos do cliente;
a existência de limites estreitos
nos quais são baseadas as
decisões sobre a conformidade
a uma especificação. NOTA 2
Nos casos em que um método
de ensaio bem reconhecido
especifica limites para os
valores das principais fontes
de incerteza de medição
e especifica a forma de
apresentação dos resultados
calculados, considera-se que
o laboratório tenha satisfeito
esta seção ao seguir as
instruções do método de
ensaio e de relato (ver 5.10).”
A NBR ISO/IEC 17025, item
c), especifica: “A subseção
5.10.3.1 inclui o seguinte: c)
onde aplicável, uma declaração
sobre a incerteza estimada de
medição; a informação sobre
a incerteza nos relatórios de
ensaio é necessária quando ela
for relevante para a validade
ou aplicação dos resultados
do ensaio, quando requerida
na instrução do cliente ou
quando a incerteza afetar a
conformidade com um limite
de especificação.”
A NBR ISO/IEC 17025 foi
escrita como um documento
de uso geral, para todas as
indústrias. Os princípios da
incerteza de medição são
aplicados aos ensaios de
laboratório e à apresentação
dos resultados dos ensaios para
assegurar um grau de certeza
de que as decisões tomadas
sobre a conformidade dos
produtos ensaiados de acordo
com os requisitos relevantes
são válidas. Os procedimentos
e as técnicas para os cálculos
da incerteza de medição estão
bem estabelecidos.
Este procedimento dos
laboratórios de ensaios CB
(CBTL) é destinado a fornecer
as orientações mais específicas
sobre a aplicação dos princípios
da incerteza de medição aos
registros dos resultados de
ensaios sob o esquema de
certificação “CB Scheme”.
Esta seção do procedimento
CBTL é focada na aplicação
dos princípios de incerteza
de medição no âmbito do
CB Scheme, enquanto que,
a Seção 5 do procedimento
CBTL fornece as diretrizes para
a realização dos cálculos da
incerteza de medição e inclui
exemplos.
Um dos desafios para a
aplicação dos princípios da
incerteza de medição nas
atividades de avaliação da
conformidade é a gestão dos
aspectos de custo, tempo
e aspectos práticos para a
determinação das relações
entre diferentes fontes de
incerteza. Certas relações são
desconhecidas ou exigiriam
um esforço considerável de
tempo e custo para serem
estabelecidas.
Há uma série de técnicas
comprovadas
disponíveis
para enfrentar este desafio.
Estas técnicas proporcionam
eliminar a consideração destas
fontes de variabilidade, que
têm pequena influência sobre
o resultado, e minimizar
importantes
fontes
de
variabilidade de controle. Os
métodos de ensaio utilizados
no âmbito do esquema de
certificação “CB Scheme” do
IECEE são, na essência, normas
de consenso.
u
Edição n 284 - Março de 2016 - 83
Os critérios utilizados para
determinar a conformidade
com
os
requisitos
são
baseados na maioria das vezes
no consenso de julgamento
que os limites devem ser
aqueles dos resultados dos
ensaios. Exceder o limite por
uma pequena quantidade não
resulta em um perigo iminente.
Os métodos de ensaio
utilizados
podem
incluir
uma indicação de precisão,
expressando
a
margem
de
incerteza
admissível
prevista para ser alcançada
quando
o
método
é
usado. Historicamente, os
laboratórios de ensaios têm
utilizado equipamentos que
respeitam o estado da arte e
não levam em consideração a
84 - Revista BQ - Banas Qualidade
incerteza de medição em suas
comparações de resultados
com os valores-limite.
As normas de segurança
foram desenvolvidas neste
ambiente e os limites das
normas refletem esta prática.
Os
parâmetros
de
ensaio
que
influenciam
os resultados dos ensaios
podem ser numerosos. As
variações nominais de certos
parâmetros de ensaio têm
pouco efeito na incerteza do
resultado da medição.
As variações em outros
parâmetros
podem
ter
um efeito. No entanto, o
grau de influência pode ser
minimizado pela limitação da
variabilidade do parâmetro
quando da realização do
ensaio. Uma forma frequente
de contabilização dos efeitos
dos parâmetros de ensaio
sobre os resultados de
ensaios consiste em definir
os limites aceitáveis da
variabilidade dos parâmetros
de ensaio.
Quando isto é feito,
qualquer
variação
dos
resultados
de
medição
obtidos devido a alterações
nos parâmetros controlados
não
é
considerada
significativa, se os parâmetros
forem controlados dentro
dos
respectivos
limites.
Exemplos
de
aplicação
desta técnica exigem: fonte
de alimentação de entrada
mantida com: tensão em
± 2 %, frequência em ± 0,5
%,
distorção
harmônica
total máxima em 3 %;
temperatura ambiente: 23
°C ± 2 °C; umidade relativa:
93 % ± 2 % (U.R.); pessoal:
requisitos de competência
técnica documentadas para
o ensaio; procedimentos:
procedimentos laboratoriais
documentados; precisão do
equipamento: instrumentação
com exatidão de acordo com a
decisão CTL 251A.
Os
limites
aceitáveis
são apresentados como
exemplos e não representam,
necessariamente, os limites
reais estabelecidos.
O resultado final do
controle das fontes de
variabilidade dentro dos
limites prescritos é que o
resultado da medição pode
ser utilizado como a melhor
estimativa do mensurando.
De fato, a incerteza de
medição sobre o resultado
medido é insignificante em
relação à decisão final de
aceitação ou de reprovação.
Quando a realização de
um ensaio requer a medição
de uma variável, existe uma
incerteza associada com o
resultado do ensaio obtido. O
procedimento 1 (ver Figura 1)
é utilizado quando o cálculo
da incerteza de medição
é exigido pela NBR ISO/
IEC 17025, 5.4.6.2 e 5.10.3.1,
alínea c). Calcular a incerteza
de medição (Diretrizes para
a realização dos cálculos
de incerteza de medição,
com exemplos de cálculos
- ver Seção 5) e comparar
o resultado medido com a
faixa de incerteza a um limite
aceitável definido.
A medição está conforme
com os requisitos se a
probabilidade de que ela
esteja dentro dos limites
for de pelo menos 50 %.O
procedimento 2 (ver Figura
2) é utilizado quando a NBR
ISO/IEC 17025, 5.4.6.2, Nota 2,
é aplicável. O procedimento 2
é o método tradicionalmente
utilizado no esquema de
certificação “CB Scheme”
e é designado pelo termo
“método de exatidão”.
O ensaio realizado é um
ensaio de rotina. As fontes de
incerteza são minimizadas,
de maneira que não seja
necessário calcular a incerteza
de medição para determinar a
conformidade com o limite. A
variabilidade dos parâmetros
do ensaio está dentro dos
limites aceitáveis.
Os parâmetros de ensaio,
como tensão da fonte de
alimentação,
temperatura
ambiente e umidade, são
mantidos dentro dos limites
aceitáveis definidos para o
ensaio. O treinamento do
pessoal e os procedimentos
de laboratório reduzem a
incerteza de medição devido
aos fatores humanos. A
instrumentação utilizada tem
incertezas ou exatidão dentro
de limites preestabelecidos.
O nome “método de
exatidão” vem do conceito
de limitar a incerteza devido à
instrumentação na utilização
de instrumentos de precisão
dentro de limites de exatidão
prescritos.
Para
este
propósito, a especificação da
exatidão de um instrumento
é considerada a incerteza
máxima
atribuível
ao
instrumento.
Enfim,
a
abordagem
tradicional da incerteza de
medição para as atividades de
avaliação da conformidade
no âmbito do esquema de
certificação “CB Scheme”
é a aplicação do método
de exatidão. Este método
reduz as fontes de incerteza
associadas ao desempenho
dos ensaios de rotina, para
que o resultado da medição
possa
ser
diretamente
comparado com o limite
do ensaio, para determinar
a conformidade com os
requisitos.
Este método está em
conformidade
com
os
requisitos da NBR ISO/IEC
17025. O método de exatidão
requer menos tempo e um
custo inferior àquele da
incerteza detalhada dos
cálculos de medição, e as
conclusões
obtidas
são
válidas para decisão final de
aprovação ou reprovação.
Nas situações onde o
método
tradicional
de
exatidão não é aplicável,
a incerteza dos valores
de medição é calculada e
registrada com os resultados
das variáveis obtidas durante
o ensaio.
Edição n 284 - Março de 2016 - 85
Telha ondulada de
fibrocimento sem amianto
e seus acessórios - Parte 2:
Ensaios
Óleo lubrificante Determinação das
características espumantes
A ABNT publicou a norma
ABNT NBR 14235:2016 - Óleo
lubrificante - Determinação das
características espumantes,
que revisa a norma ABNT NBR
14235:2007, elaborada pelo
Organismo de Normalização
Setorial de Petróleo (ABNT/ONS034). Esta Norma prescreve o
método para a determinação das
características de formação de
espuma em óleos lubrificantes
a 24,0 °C e 93,5 °C. São descritos
meios empíricos para avaliar
a tendência à formação e
estabilidade da espuma.
Resina de cura a frio e/ou
caixa fria para fundição
A ABNT publicou a norma ABNT
NBR 16438:2016 - Resina de
cura a frio e/ou caixa fria para
fundição - Determinação do
isocianato como NCO ou amina
equivalente - Método de ensaio,
elaborada pelo Comitê Brasileiro
da Fundição (ABNT/CB-059). Esta
Norma estabelece o método de
ensaio para determinação do
isocianato como (NCO) ou amina
equivalente, em resinas para
o processo de cura a frio e/ou
caixa fria
86 - Revista BQ - Banas Qualidade
A ABNT publicou, em 27 de
janeiro, a norma ABNT NBR
15210-2:2016 - Telha ondulada
de fibrocimento sem amianto
e seus acessórios - Parte 2:
Ensaios, que revisa a norma
ABNT NBR 15210-2:2013,
elaborada pelo Comitê
Brasileiro de Cimento,
Concreto e Agregados
(ABNT/CB-018). Esta Norma
estabelece os métodos de
ensaio a serem utilizados para
verificação das características
dos materiais especificados
pela ABNT NBR 15210-1.
Borracha, vulcanizada ou
termoplástica - Ensaios de
envelhecimento acelerado e
resistência ao calor
A ABNT publicou, em 26 de
janeiro, a norma ABNT NBR ISO
188:2016 - Borracha, vulcanizada
ou termoplástica - Ensaios de
envelhecimento acelerado e
resistência ao calor, elaborada
pelo Comitê Brasileiro de
Equipamentos de Proteção
Individual (ABNT/CB-032). Esta
Norma especifica os ensaios de
envelhecimento acelerado ou
resistência ao calor em borrachas
vulcanizadas ou termoplásticas.
Degradação dos solos
A ISO acaba de anunciar
que o projeto de norma
ISO/DIS 14055-1 - Gestão
ambiental - Diretrizes para
o estabelecimento de boas
práticas para o combate
à degradação da terra e
desertificação - Parte 1: Boas
práticas, está próximo de sua
publicação. O documento
detalha as diretrizes para
o estabelecimento de boas
práticas para combater a
degradação dos solos e
chegou recentemente à
fase de projeto de Norma
Internacional (DIS), onde
organismos nacionais
membros da ISO são
convidados a votar e comentar
sobre o texto antes de ir
para a fase de projeto final e
publicação. "A degradação
do solo é um problema
significativo em muitas partes
do mundo, e pode contribuir
diretamente para a pobreza
e declínio das economias",
disse Marcia Franco, secretária
do ISO/TC 207/WG 9, o grupo
de trabalho responsável pelo
desenvolvimento do padrão,
que é liderado pela ABNT,
membro da ISO no Brasil.
A publicação da norma é
esperada para o início de 2017.
25 ANOS
O tema Qualidade
para toda a nossa equipe
de articulistas, colunistas e
colaboradores é uma missão
que se repete a 25 anos,
todos os meses
Levando a informação onde ela precisa estar
Edição n 284 - Março de 2016 - 87
Lâmpadas halógenas de
tungstênio (exceto lâmpadas
para veículos automotivos)
- Especificações de
desempenho
A ABNT publicou,
em 28 de janeiro, a
norma ABNT NBR
IEC 60357:2016
- Lâmpadas
halógenas de
tungstênio
(exceto lâmpadas
para veículos
automotivos) Especificações de desempenho,
que revisa a norma ABNT NBR
IEC 60357:2011, elaborada pelo
Comitê Brasileiro de Eletricidade
(ABNT/CB-003). Esta Norma
especifica os requisitos de
desempenho para lâmpadas
a tungstênio-halogênio
(halógenas) com base única e
base dupla, com tensão elétrica
nominal de até 250 V, utilizadas
para as seguintes aplicações:
Projeção de imagens (inclusive
cinema e projetor estático);
Fotografia (inclusive estúdio);
Iluminação com projetores;
Aplicações especiais; Iluminação
geral; Iluminação cênica.
Equipamento eletromédico
A ABNT publicou, em 25 de
janeiro, a norma ABNT NBR IEC
60601-2-37:2016 - Equipamento
eletromédico - Parte 2-37:
Requisitos particulares
para a segurança básica e o
desempenho essencial dos
equipamentos médicos de
monitoramento e diagnóstico
por ultrassom, que revisa a
norma ABNT NBR IEC 606012-37:2003, elaborada pelo
Comitê Brasileiro OdontoMédico-Hospitalar (ABNT/CB026). Esta Norma é aplicável
à segurança básica e ao
desempenho essencial dos
equipamentos de diagnóstico
por ultrassom, da forma
definida em 201.3.217, daqui
por diante denominados
equipamentos em.
Utensílios domésticos metálicos - Alças, cabos, poméis e sistemas
de fixação
A ABNT publicou, em 27 de janeiro, a norma ABNT NBR
14876:2016 - Utensílios domésticos metálicos - Alças, cabos,
poméis e sistemas de fixação, que revisa a norma ABNT NBR
14876:2009, elaborada pela Comissão de Estudo Especial de
Utensílios Domésticos Metálicos (ABNT/CEE-066). Esta Norma
especifica os requisitos para cabos, alças, poméis e sistemas de
fixação dos utensílios domésticos metálicos.
88 - Revista BQ - Banas Qualidade
Combustíveis destilados Índice de cetano calculado
pela equação de quatro
variáveis
A ABNT publicou a norma ABNT
NBR 14759:2016 - Combustíveis
destilados - Índice de cetano
calculado pela equação de quatro
variáveis, que revisa a norma
ABNT NBR 14759:2007, elaborada
pelo Organismo de Normalização
Setorial de Petróleo (ABNT/ONS034). Esta Norma descreve o
procedimento para o cálculo do
índice de cetano pela equação
de quatro variáveis, a partir da
massa específica e da curva de
destilação
Hexafluoreto de enxofre
para equipamentos elétricos Verificação das propriedades
A ABNT publicou, em 21 de
janeiro, a norma ABNT NBR
12160:2016 - Hexafluoreto de
enxofre para equipamentos
elétricos - Verificação das
propriedades, que revisa a norma
ABNT NBR 12160:1992, elaborada
pelo Comitê Brasileiro de
Eletricidade (ABNT/CB-003). Esta
Norma especifica os métodos
para verificação das propriedades
do hexafluoreto de enxofre para
uso em equipamentos elétricos.
Resinas fenólicas para
fundição - Determinação do
teor de formol livre - Método
de ensaio
Óptica oftálmica - Lentes de
contato - Determinação do
prazo de validade
A ABNT publicou a norma
ABNT NBR ISO 11987:2016 Óptica oftálmica - Lentes de
contato - Determinação do
prazo de validade, elaborada
pelo Comitê Brasileiro de
Óptica e Instrumentos
Ópticos (ABNT/CB-049).
Esta Norma especifica
os procedimentos de
ensaio para determinar
a estabilidade de lentes
de contato, quando
acondicionadas em sua
embalagem final, durante
o armazenamento e
distribuição.
A ABNT publicou a norma
ABNT NBR 9765:2016 Resinas fenólicas para
fundição - Determinação
do teor de formol livre Método de ensaio, que
revisa a norma ABNT NBR
9765:1987, elaborada pelo
Comitê Brasileiro de Fundição
(ABNT/CB-059). Esta Norma
estabelece o método para
determinação do teor de
formol livre presente nas
resinas à base de água
(fenólica alcalina e ácida),
furânicas e hot box.
Ensaios não destrutivos - Líquido penetrante - Qualificação de
procedimento
A ABNT publicou a norma ABNT NBR 16450:2016 -Ensaios não
destrutivos - Líquido penetrante - Qualificação de procedimento,
elaborada pelo Organismo de Normalização Setorial de Ensaios
Não Destrutivos (ABNT/ONS-058). Esta Norma estabelece
os requisitos mínimos de uma sistemática de qualificação do
procedimento de ensaio não destrutivo por líquido penetrante
Tipo I e II (fluorescente e colorido), técnicas “a” e “c” (removível
com água e solvente), com revelador Tipo “d” (úmido não
aquoso), para o nível de sensibilidade especificado (Nível 1 ou 2).
Anodos de liga de ferro-silíciocromo para proteção catódica
A ABNT publicou, em 04 de
fevereiro, a norma ABNT
NBR 9240:2016 - Anodos de
liga de ferro-silício-cromo
para proteção catódica, que
revisa a norma ABNT NBR
9240:2012, elaborada pelo
Comitê Brasileiro de Corrosão
(ABNT/CB-043). Esta Norma
estabelece os requisitos e as
práticas recomendadas para
a encomenda, fabricação
fornecimento de anodos de
liga de ferro-silício-cromo, para
uso em sistemas de proteção
catódica por corrente impressa.
Implantes para ortopedia
- Próteses de joelho com
superfície de articulação móvel
A ABNT publicou a norma ABNT
NBR 16237-1:2016 - Implantes
para ortopedia - Próteses
de joelho com superfície de
articulação móvel - Parte 1:
Avaliação de restrição à rotação
do platô tibial, que revisa a
norma ABNT NBR 16237-1:2013,
elaborada pelo Comitê Brasileiro
Odonto-Médico-Hospitalar
(ABNT/CB-026). Esta parte da
ABNT NBR 16237 estabelece
um método de ensaio para
avaliação do desempenho
mecânico de materiais e
dispositivos considerados para
substituição da articulação
fêmoro-tibial em próteses
de articulação de joelho em
sistemas de suporte móvel.
Edição n 284 - Março de 2016 - 89
Implementos rodoviários - Acoplamento mecânico entre
caminhão-trator de quatro eixos e o semirreboque –
Intercambiabilidade
A ABNT publicou, em 27 de janeiro, a norma ABNT NBR
16449:2016 - Implementos rodoviários - Acoplamento mecânico
entre caminhão-trator de quatro eixos e o semirreboque –
Intercambiabilidade, elaborada pelo Comitê Brasileiro de
Implementos Rodoviários (ABNT/CB-039). Esta Norma define os
requisitos para acoplamento mecânico entre o caminhão-trator
de quatro eixos e o semirreboque, e especifica características
dimensionais no sentido de garantir intercambiabilidade entre um
caminhão-trator de quatro eixos e um semirreboque acoplado,
ambos constituindo um veículo articulado.
Implantes para ortopedia
- Próteses de joelho com
superfície de articulação
móvel
Insumos - Desencalante Determinação do índice de
tamponamento
A ABNT publicou a norma
ABNT NBR 14182:2016 Insumos - Desencalante Determinação do índice de
tamponamento, que revisa a
norma ABNT NBR 14182:1998,
elaborada pelo Comitê
Brasileira de Couro, Calçados e
Artefatos de Couro (ABNT/CB011). Esta Norma estabelece o
método para determinação do
índice de tamponamento.
90 - Revista BQ - Banas Qualidade
A ABNT publicou a norma ABNT
NBR 16237-1:2016 - Implantes
para ortopedia - Próteses
de joelho com superfície de
articulação móvel - Parte 1:
Avaliação de restrição à rotação
do platô tibial, que revisa a
norma ABNT NBR 16237-1:2013,
elaborada pelo Comitê Brasileiro
Odonto-Médico-Hospitalar
(ABNT/CB-026). Esta parte da
ABNT NBR 16237 estabelece um
método de ensaio para avaliação
do desempenho mecânico
de materiais e dispositivos
considerados para substituição
da articulação fêmoro-tibial em
próteses de articulação de joelho
em sistemas de suporte móvel.
Implantes para cirurgia Caracterização de material e
resíduos particulados
A ABNT publicou a norma
ABNT NBR 16451:2016 Implantes para cirurgia
- Caracterização de
material e resíduos
particulados, elaborada
pelo Comitê Brasileiro
Odonto-Médico-Hospitalar
(ABNT/CB-026). Esta
Norma estabelece uma
série de procedimentos
para a caracterização da
morfologia, tamanho e
distribuição de tamanho
de materiais e resíduos
particulados, que incluem
partículas oriundas de
ensaios de desgaste, para
avaliação de material ou de
de ensaios de abrasão, de
processos de fabricação de
material particulado, bem
como aquelas colhidas de
tecidos em estudos clínicos
ou com animais.
Cartas
Quanto custa uma experiência
negativa com o seu cliente?
José Ricardo Noronha – São
Paulo
O episódio narrado a seguir
é real e fatídico. Outro dia,
em um voo que trazia minha
família de volta da linda Natal
para São Paulo, não consegui
ouvir a informação sobre o que
seria servido aos passageiros.
Eis que pergunto à comissária
sobre qual era o lanche e, para
minha total perplexidade, ela
sem carinho algum responde:
– Ai, moço! Que pergunta
difícil!
Para completar a experiência
incrivelmente negativa, ela
pega um lanche, que era a
propósito a única opção para
todos os passageiros, e o abre
sem qualquer cuidado para
checar o recheio. Feito isso,
a comissária o joga fora, no
lixo, e enfim me entrega o
dito lanche do dia (cada vez
mais sem graça, diga-se de
passagem). Inacreditável!
Compartilho essa história com
você pois esta companhia
aérea já teve a minha
fidelidade por muito tempo,
mas, pela falta de carinho e
cuidado, me “perdeu” para
uma concorrente, que tem
se destacado exatamente
pelo foco à “experiência do
cliente”. E isso se traduz em
comissários e profissionais
das mais diversas áreas
extremamente gentis, por
pequenos cuidados que fazem
a diferença, como
“snacks” diversos ao longo
de todos os voos e por uma
série de serviços extras, todos
pensados em incrementar e
majorar cada uma das minhas
interações com eles.
Como evangelista das
vendas e do fascinante
tema “experiência do
cliente”, tenho estudado
profundamente o impacto
que cada uma das interações
com os nossos clientes
tem na construção de um
relacionamento mais sólido e
perene, além da percepção de
cada um dos nossos clientes
sobre o quanto realmente
somos genuinamente
interessados em fazer a
diferença positiva na vida e
nos negócios deles.
E preciso confessar que um
dado recente que tive acesso
me provocou perplexidade
e me fez imediatamente
lembrar a minha triste
experiência no voo de
Natal para São Paulo. Uma
pesquisa realizada nos EUA
comprova que são necessárias
12 novas experiências
positivas para reparar o(s)
dano(s) causado(s) por uma
experiência negativa.
Repito: são necessárias 12
experiências positivas para
reparar o dano causado
por uma única experiência
negativa, que, não custa
lembrar, pode ser a última
vivida pelo seu cliente com
você e sua empresa. Wow!
Os clientes mudaram e, com
eles, surgiram novas
demandas e expectativas. E
neste mundo extremamente
competitivo em que todos
vivemos, as empresas e os
profissionais não podem mais
se descuidar da sua base de
clientes já existentes. Além
disso, todos nós também não
podemos parar de pensar
na criação de estratégias
inteligentes para atrair novos
clientes.
E quando se fala em
estratégias inteligentes em
tempos de crise, é preciso
reforçar que um dos mais
eficazes e comprovadamente
econômicos métodos para
atrair novos clientes é o
de oferecer aos clientes
já existentes experiências
realmente memoráveis. Tudo
isso sempre com foco absoluto
em transformar estes clientes
encantados em recorrentes e
em verdadeiros embaixadores
das nossas empresas.
Subornos
Pedro Luiz de Oliveira Costa
Neto - São Paulo
O leitor já foi alvo de tentativa
de suborno? Eu fui, em pelo
menos duas vezes, que me
lembro. Na primeira vez, em
1962, eu era um engenheiro
recém-formado no ITA –
Instituto Tecnológico de
Aeronáutica e trabalhava
há pouco no CTA – Centro
Tecnológico de Aeronáutica,
em São José dos Campos, mais
especificamente na Comissão
de Homologação
Edição n 284 - Março de 2016 - 91
Escreva para o Editor Hayrton do Prado através do Email: [email protected]
de Aeronaves. Uma das
funções dessa comissão era
inspecionar para homologação
pequenas aeronaves que
passassem por modificações
em suas condições essenciais
ao vôo.
Minha primeira missão foi ir
ao Rio de Janeiro fazer isso,
no Aeroporto de Manguinhos,
era um pequeno avião
adaptado para rebocar faixas
de propaganda. Tratava-se de
um Paulistinha, um biplace da
Neiva muito popular naqueles
anos. Cheguei, me apresentei
e, com os requisitos e algo
mais na mão, comecei o
trabalho. O avião estava em
petição de miséria. Ao fim do
dia, meu relatório apontava
36 falhas que precisariam ser
sanadas para que aquela coisa
pudesse voar.
Foi quando chegou o
proprietário, um tipo
asqueroso com o bigodinho
típico dos cafetões da Lapa.
Expliquei-lhe os problemas e
disse que, tão logo resolvidos,
eu voltaria para nova
avaliação.
– Mas, engenheiro, eu preciso
da sua aprovação hoje, pois
tenho um contrato que me
obriga a voar já amanhã.
– Sinto muito, este avião não
pode voar do jeito que está.
Então ele me levou para uma
salinha onde havia duas caixas
de whisky Johnie Walker Black
Label e disse:
– Engenheiro, essas caixas são
suas, mas eu preciso da sua
assinatura agora.
92 - Revista BQ - Banas Qualidade
– De forma alguma, senhor.
Este avião não pode voar
assim!
Então ele apelou:
– Quer saber de uma
coisa? Eu sou amigo do
governador e não vai ser um
engenheirozinho de merda
que vai me impedir de voar
com meu avião.
Não me restou outra coisa
senão dizer “Passe bem” e me
retirar, indignado.
Três dias depois eu estava em
minha mesa no CTA folheando
o breefing sobre noticias
aeronáuticas que recebíamos
regularmente quando via a
noticia: “Avião rebocador de
faixa cai no Rio de Janeiro”.
Chequei o prefixo: era o
próprio. Felizmente o piloto
não morreu, mas quebrou as
duas pernas.
Dois anos depois, eu
trabalhava em São Paulo
como engenheiro em uma
empresa de origem holandesa
que projetava e instalava
sistemas de refrigeração
industrial. Apos uns três meses
estudando livros e manuais
sobre o assunto, eu comecei
a me sentir apto a fazer e
orçar projetos. Num desses,
o representante do cliente
me convidou para almoçar
no Almanara da Rua Basílio
da Gama, então o ponto alto
da gastronomia árabe da
Paulicéia. No meio do almoço,
me propôs o seguinte: eu
abateria 30% no orçamento do
projeto e ficaria com 5% para
mim. Pela segunda vez,
indignado, fui obrigado a
dizer “Passe bem” e deixar
o sujeito falando sozinho no
restaurante.
Nesse ínterim, a empresa havia
contratado um engenheiro
nissei, muito falante,
experiente, que devia ganhar
bem mais do que eu. Logo
após, fomos ambos solicitados
a elaborar um projeto
importante. Gastei dois dias,
ele fez em duas horas. Meu
preço era 30% mais caro que
o dele. Entusiasmadamente,
a empresa contratou o
projeto do japonês e eu passei
a aguardar a hora de ser
demitido. Resultado: o custo
do projeto contratado revelouse 30% mais caro e a empresa
teve um baita prejuízo. O
japonês foi demitido.
Eu, ao contrário, recebi do
vice-presidente mundial da
empresa, que logo após esteve
no Brasil, um convite para ir ato
contínuo para a Holanda, onde
ficaria dois anos ganhando
experiência, e mais três onde
a empresa quisesse me enviar.
Pedi 24 horas para decidir.
Se aceitasse, possivelmente
fosse em alguns anos o maior
consultor em refrigeração
industrial, caso voltasse ao
Brasil, ganhando muito bem.
No entanto, pesando os prós
e contras, recusei, causando
a ira do vice-presidente e a
minha saída voluntária da
empresa, rumo ao magistério
e seus baixos salários. Decisão,
entretanto, da qual jamais me
arrependi.
Líder de Mercado na América Latina
Traduções para mais
de 30 idiomas
Há 37 anos propondo
soluções multilíngues
para o mundo globalizado
[email protected]
www.alltasks.com.br
Fone: (11) 5908-8300
Edição n 284 - Março de 2016 - 93
Quando sua empresa diz
não ao trabalho infantil,
muita gente pode dizer
sim para sua marca.
Invista nas crianças e adolescentes do
Brasil e tenha o selo de reconhecimento
da Fundação Abrinq.
Seja uma Empresa Amiga da Criança.
Saiba mais pelo site
www.fundabrinq.org.br/peac
ou pelo telefone 11 3848 4870
Uma iniciativa:
94 - Revista BQ - Banas Qualidade

Documentos relacionados