escravidão no brasil - Pensando a História

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escravidão no brasil - Pensando a História
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ESCRAVIDÃO NO BRASIL
COLONIZAÇÃO PORTUGUESA E A FRACASSADA TENTATIVA DE ESCRAVIDÃO
DOS INDÍGENAS
Durante o período pré-colonial (1500 – 1530), os portugueses desenvolveram a
atividade de exploração do pau-brasil, árvore abundante na Mata Atlântica naquele período. A
exploração dessa matéria-prima foi possibilitada não só pela sua localização, já que as florestas
estavam próximas ao litoral, mas também pela colaboração dos índios, com os quais os
portugueses desenvolveram um tipo de comércio primitivo baseado na troca – o escambo. Em
troca de mercadorias européias baratas e desconhecidas, os índios extraíam e transportavam o
pau-brasil para os portugueses até o litoral.
A partir do momento em que os colonizadores passam a conhecer mais de perto o modo
de vida indígena, com elementos desconhecidos ou condenados pelos europeus, a exemplo da
antropofagia, os portugueses passam então a alimentar uma certa desconfiança em relação aos
índios. A colaboração em torno da atividade do pau-brasil já não era mais possível e os colonos
tentam submetê-los à sua dominação, impondo sua cultura, sua religião – função esta que coube
aos jesuítas, através da catequese – e forçando-os ao trabalho compulsório nas lavouras, já que
não dispunham de mão-de-obra.
A escravidão no Brasil inicia-se assim com os índios, paralelamente ao processo de
desterritorialização sofrido por estes. Diante dessa situação, os nativos só tinham dois caminhos
a seguir: reagir à escravização ou aceitá-la.
Houve reações em todos os grupos indígenas, muitos lutando contra os colonizadores
até a morte ou fugindo para regiões mais remotas. Essa reação indígena contra a dominação
portuguesa ocorreu pelo fato de que as sociedades indígenas sul-americanas desconheciam a
hierarquia e, conseqüentemente, não aceitavam o trabalho compulsório. Antes dos estudos
etnográficos mais profundos (fins do século XIX e, principalmente, século XX), pensava-se que
os índios eram simplesmente "inaptos" ao trabalho, tese que não se sustenta depois de pesquisas
antropológicas em suas sociedades sem o impacto desestabilizador do domínio forçado.
Os índios assimilados, por sua vez, eram superexplorados e morriam, não só em
decorrência dos maus-tratos recebidos dos portugueses, mas também em decorrência de doenças
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que lhes eram desconhecidas e que foram trazidas pelos colonos europeus, como as doenças
venéreas e a varíola.
Diante das dificuldades encontradas na escravização dos indígenas, a solução
encontrada pelos colonizadores foi buscar a mão-de-obra em outro lugar: no continente
africano. Essa busca por escravos na África foi incentivada por diversos motivos. Os
portugueses tinham interesse em encontrar um meio de obtenção de altos lucros com a nova
colônia, e a resposta estava na atividade açucareira, uma vez que o açúcar tinha grande
aceitação no mercado europeu. A produção dessa matéria-prima, por sua vez, exigia numerosa
mão-de-obra na colônia e o lucrativo negócio do tráfico de escravos africanos foi a alternativa
descoberta, iniciando-se assim a inserção destes no então Brasil colônia. Convém ressaltar que a
escravidão de indígenas perdura até meados do século XVIII.
FONTE: Wikipédia, http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o_no_Brasil
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A ESCRAVIDÃO E O TRÁFICO NEGREIRO
A escravidão no Brasil iniciou-se ainda na primeira metade do século XVI, com início
das atividades de produção de açúcar. Os colonizadores portugueses traziam os negros de suas
colônias estabelecidas no continente africano para utilizar como mão-de-obra escrava nos
engenhos.
O transporte de escravos era uma atividade altamente rentável na época. Os negros eram
tratados como simples mercadorias, sendo submetidos a péssimas condições de higiene e
conforto, amontoados nos porões dos navios negreiros. Durante a viagem entre a África e o
Brasil, muitos ficavam debilitados e acabavam morrendo.
O escravos negros, raptados de sua terra natal (principalmente da África Setentrional,
onde hoje estão, por exemplo, Angola, Moçambique e a República Democrática do Congo) e
levados a um lugar estranho, eram controlados com mão-de-ferro pelos senhores de engenho,
que delegavam aos feitores e outros agregados a fiscalização dos cativos. Os castigos físicos,
como o açoitamento, estavam entre os métodos de intimidação que garantiam o trabalho, a
obediência e a manutenção dos servos e se prolongaram pelos mais de 300 anos de escravidão
no Brasil.
Uma grande estrutura de controle dos escravos também foi criada, tanto no nível da
administração colonial quanto dos próprios senhores de escravos, com seus capitães-do-mato profissionais especializados na recaptura de escravos fugitivos - e outros agregados, além da
própria rede de informações informal que servia para controlar os fugitivos.
Como a condição de escravo era simplesmente determinada pelas características raciais
dos subjugados no Brasil, era praticamente impossível a fuga e a reinserção social de eventuais
fugitivos. O estigma da cor da pele foi determinante para o prolongamento da escravidão por
mais de três séculos no país.
Veja também:
História.net - Tráfico Negreiro
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=619
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OS QUILOMBOS
No período de escravidão no Brasil (séculos XVII e XVIII), os negros que conseguiam
fugir se refugiavam com outros em igual situação em locais bem escondidos e fortificados no
meio das matas. Estes locais eram conhecidos como quilombos. Nestas comunidades, eles
viviam de acordo com sua cultura africana, plantando e produzindo em comunidade. Na época
colonial, o Brasil chegou a ter centenas destas comunidades espalhadas, principalmente, pelos
atuais estados da Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Alagoas.
Na ocasião em que Pernambuco foi invadida pelos holandeses (1630), muitos dos
senhores de engenho acabaram por abandonar suas terras. Este fato beneficiou a fuga de um
grande número de escravos. Estes, após fugirem, buscaram abrigo no Quilombo dos Palmares,
localizado em Alagoas.
Esse fato propiciou o crescimento do Quilombo dos Palmares. No ano de 1670, este já
abrigava em torno de 50 mil escravos. Estes, também conhecidos como quilombolas,
costumavam pegar alimentos às escondidas das plantações e dos engenhos existentes em regiões
próximas; situação que incomodava os habitantes.
Esta situação fez com que os quilombolas fossem combatidos tanto pelos holandeses
(primeiros a combatê-los) quanto pelo governo de Pernambuco, sendo que este último contou
com os serviços do bandeirante Domingos Jorge Velho.
A luta contra os negros de Palmares durou por volta de cinco anos; contudo, apesar de
todo o empenho e determinação dos negros chefiados por Zumbi, eles, por fim, foram
derrotados.
Os quilombos representaram uma das formas de resistência e combate à escravidão.
Rejeitando a cruel forma de vida, os negros buscavam a liberdade e uma vida com dignidade,
resgatando a cultura e a forma de viver que deixaram na África.
FONTE: História do Brasil, http://www.historiadobrasil.net/quilombos/
Veja também:
Principais quilombos brasileiros
http://www.terrabrasileira.net/folclore/origens/africana/quilombos.html
IBGE Teen - Quilombos
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/consciencianegra/quilombos.html
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Ambiente Brasil - Quilombos
http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./natural/index.html&conteudo=./natur
al/artigos/quilombos.html
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OS IDEAIS DE LIBERDADE DE JOSÉ BONIFÁCIO
Desde que retornara da Europa o ilustre santista José Bonifácio se chocara e
escandalizara com a sociedade de senhores e escravos que encontrara em sua terra: "inumana,
injusta, imoral, corrompida e corruptora", que se degradava e degradava o Brasil. Convencido
da necessidade urgente de acabar com a chaga social da escravatura, no início de 1820 ele
liberta os escravos da Chácara do Outeirinhos, de sua propriedade, onde pretende provar que se
pode trabalhar a terra e lucrar sem escravos e senzalas. Nos dois anos seguintes toda a sua
energia se voltou para a luta pela Independência, mas quando esta se concretizou, ele voltou
para seus ideais abolicionistas. Logo após a Independência, em fins de 1822, ele escreve a
Caldeira Brant, em Londres, solicitando-lhe a convocação de trabalhadores rurais ingleses que
quisessem se estabelecer no Brasil. José Bonifácio pretendia com isso criar um exemplo prático
que convencesse seus compatriotas de que o trabalho livre era muito mais produtivo e lucrativo
que o escravo. Em janeiro de 1823 embarcam os primeiros 50 trabalhadores ingleses rumo ao
Brasil.
A suas atitudes como cidadão Bonifácio soma um ato político: entrega à Assembléia
Constituinte da qual fazia parte, para consideração, a sua famosa "Representação sobre a
Escravatura", a primeira manifestação pública a favor da abolição. O documento, de raciocínio
lúcido e palavras sábias, revela toda a miséria social produzida pela escravidão até então e todo
o atraso que ainda poderia produzir ao novo país que se formava, sugerindo os meios para
extinguí-la sem causar qualquer choque na economia. Infelizmente, a Representação de
Bonifácio bate de frente com a barreira do sistema político e dos interesses em jogo e, com
exceção dos Deputados paulistas, todos o repudiam violentamente. Pouco depois se dá a
dissolução da Assembléia Constituinte e a deportação dos irmãos Andradas a mando do
Imperador. A Representação sobre a Escravatura, apesar de ser um verdadeiro monumento de
civilização, contribuiu de forma decisiva para a decadência política de José Bonifácio.
A Representação de Bonifácio, apesar de não encontrar eco no meio político, foi uma
boa semente no campo fértil de sua terra natal. O santista José Feliciano Fernandes Pinheiro dá
liberdade a 300 escravos do Núcleo Colonial de S. Leopoldo, no Rio Grande do Sul, pertencente
ao governo. No interior de São Paulo, Nicolau Vergueiro, português naturalizado, é o primeiro a
importar trabalhadores livres para a agricultura no Brasil, criando uma sociedade de imigração e
colonização. Em 1827 chegam os primeiros colonos alemães e, em 1829, se forma a Colônia
Santo Amaro, perto da capital. Era o abolicionismo pacífico pregado por Bonifácio e que
acabaria por tornar São Paulo a primeira e mais rica Província do Brasil.
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A importação do trabalhador livre se desenvolve de forma acelerada, espalhando
colônias na capital e em inúmeras regiões do interior de São Paulo, totalizando a entrada no país
de 60.000 colonos europeus. Era sangue novo na terra, gente resoluta, que iniciava povoações e
que ajudavam a criar a grandeza do Estado de São Paulo.
Em 7 de novembro de 1831 é promulgada a Lei que suspende o tráfico de escravos no
Brasil, uma lei que tentava salvar as aparências e que foi ridicularizada por todos, pois não
refletia a vontade nacional. Nos 15 anos que se seguiram, entraram no Brasil 300 mil escravos
contrabandeados.
FONTE: Viva Santos - Abolição, http://www.vivasantos.com.br/01/0103.htm
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A PRESSÃO DA INGLATERRA CONTRA PORTUGAL - O INÍCIO DO FIM DA
ESCRAVIDÃO
Os portugueses conquistaram a costa africana, com o apoio de alguns chefes tribais, e
deram início à captura de homens e mulheres para o trabalho escravo. Os negros capturados
vinham acorrentados em porões superlotados, úmidos e com pouca ventilação, pelo menos 40%
deles morriam durante o projeto. Ao desembarcarem no Brasil, os negros eram reunidos em
grandes galpões, e para serem vendidos melhoravam a aparência deles, dando-lhes refeições.
Havia leilões públicos de lotes de escravos e seus preços variavam conforme a demanda
ou a caracterização do grupo, ou seja, a força de trabalho escravo, antes de começar a produzir,
já rendia muito á Coroa Portuguesa.
Não deve haver dúvidas sobre a ênfase em relação à formação de vínculos entre
senhores e escravos, vínculos responsáveis até por uma certa colonização do português pelo
negro, e é indispensável reconhecer que ele nunca deixa de destacar o ambiente violento e
despótico que cercava estes vínculos. Na verdade, este ambiente é realçado e detalhado a tal
ponto, concretizando-se em torturas, estrupos, mutilações e, sobretudo na cotidiana redução da
vontade do cativo à do seu mestre, que não podemos deixar de nos perguntar sobre o efetivo
significado de uma sociedade assim dividida entre o despotismo e a confraternização, entre a
exploração e a intimidade.
De certa forma, os negros foram à alavanca do comércio inglês, abrindo mercados e
acumulando capitais com o lucro vindo pelo tráfico.
Os motivos que levam a Inglaterra ter interesse no tráfico de escravos é que obtêem
lucros no comércio de negros e que a fim desse comércio será de grande importância para a
implantação do sistema econômico que pretendem exportar para o Brasil - Império.
Sabendo que a Inglaterra foi o primeiro país a abolir a escravidão (1772) eles utilizaram
o trabalho escravos nas suas Colônias da América, além de escravizarem egípcios e hindus
durante muitos anos.
Em 1696, Portugal ensaia uma nova atividade no tráfico, mas perdido os franceses
controlam o tráfico de 1701 a 1713, pelo Tratado de Utrcht.
As guerras e invasões para capturar escravos geravam instabilidade e a perda da
população tinha efeitos econômicos negativos. De outro lado, o preço que os europeus pagavam
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pelos escravos, sempre em alta, significava lucro para mercadores e governantes africanos que
negociavam escravos.
As pressões inglesas para acabar com o tráfico negreiro a partir do fim do século XVIII
se intensificaram ano a ano. Os ingleses começaram a se importar com o conceito de igualdade
após 1750. Isso porque, para ampliar o mercado consumidor de seus produtos manufaturados,
era necessário multiplicar também o número de trabalhadores.
A Inglaterra queria o fim do tráfico, devido à concorrência do açúcar brasileiro com o
produzido nas Antilhas.
As pressões da Inglaterra para que pusesse fim ao tráfico chocaram-se contra os
interesses dos escravistas. Estes, fazendeiros ou traficantes, argumentando que a influência da
Inglaterra lesava a soberania nacional, conseguiu propagar um forte sentimento antibritânico,
que se difundiu pelas camadas populares.
Mas o tráfico continuou, e a Inglaterra não desistiu. Sentindo-se prejudicado por
medidas protecionistas tomadas pelo Governo imperial, promulgou em 1845, o Bill Aberdeen.
Essa lei equiparava o tráfico negreiro à pirataria, dando a marinha o direito de
apresentar os navios negreiros que encontrasse.
Os ingleses invadiram portos brasileiros, afundaram navios, incendiaram tumbeiros em
alto-mar, mataram marinheiros portugueses e jogavam os negros às águas.
Os ingleses foram condenados por essas atribulações, mas estavam amparadas por um
documento assinado em 1810. A finalidade do documento era em acabar com o tráfico e abrir o
campo para a repressão inglesa.
Os acontecimentos políticos obrigam a corte a voltar para Lisboa em 11821 e em 1822 o
Brasil proclama sua independente.
Em 1826, para reconhecer a independência, exigiu que o tráfico cessasse até 1830.
Como esta medida não foi adotada, passou a pressionar o governo. Por isso, em 07 de
Novembro de 1831, foi promulgado a primeira lei proibindo o tráfico negreiro. Essa lei tornava
livres todos os negros vindo da África, e ilegal o comércio de escravos. Mas não só não
comprida como o tráfico aumentou.
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Por isso, em Agosto de 1845, o parlamento inglês aprovou numa lei (Bill Aberdeen),
que declarava ilegal o tráfico de escravos africanos e determinava que seus infratores fossem
julgados pelos tribunais da marinha inglesa. Isso quer dizer que, de 1845 a 1852, os ingleses
capturaram e afundaram 105 navios nas costas brasileiras.
A Inglaterra estava gastando muito com as esquadras que perseguiam os traficantes. Na
verdade todo o sentimento humanitário dos ingleses em favor da abolição pesava bem pouco.
Em 1826, criou-se uma barreira de intolerância aos ingleses. Brasil criou uma barreira
de medo e ódio, porque, havendo o fim do tráfico, os ingleses dominariam o Brasil, como
dominaram Portugal. Mas, os ingleses sofriam com a oposição interna dos poderosos industriais
exportadores do norte, além de perderem com a baixa nas exportações.
Dessa maneira, a Inglaterra vai obrigar o Brasil a tornar o único caminho capaz de
enfrentar o seu imperialismo, quando decide que o tráfico não pode continuar.
A luta inglesa pelo fim do tráfico vai levar o Estado brasileiro à modernização.
Em 1850, a lei Eusébio de Queirós proibiu o tráfico de escravos. Como houvesse muito
contrabando de escravos, em 1854 a lei Nabuco de Araújo criou uma fiscalização mais severa e
estabeleceu pesadas penas aos traficantes.
O fim do tráfico vai levar o Império, as fazer as pazes com a Inglaterra, onde surgirão
relações com o capitalismo inglês, que permitirá uma modernização do país, aumentando o grau
de dependência ao seu imperialismo.
Em 1850, a Lei Eusébio proibiu o tráfico negreiro. Com o preço dos escravos subindo,
os produtores foram obrigados a encontrar alternativas mais baratas.
A eliminação do tráfico não modificou a estrutura da escravidão, mudou apenas a forma
de abastecimento, dando incentivo ao comércio interno.
É dessa maneira que se afirma que o tráfico acabou, mas a escravidão continua.
FONTE: Brasil Escola, http://www.brasilescola.com/historiab/escravidao-no-brasil.htm
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A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA
As razões que configuram a crise estrutural do escravismo fizeram com que, a partir de
1871, o movimento abolicionista se organizasse em pequenos grupos de boêmios e intelectuais
influenciados por idéias liberais mais radicais. Mas, somente depois de 1880, segundo Nabuco,
é que o abolicionismo aparece como um movimento que apresenta uma proposta política. Como
vemos, a dinâmica radical anterior a esse movimento contra a escravidão partiu dos próprios
escravos, através da quilombagem.
Nessas circunstâncias o povo, especialmente os grupos residentes nas áreas urbanas,
acoitava os escravos fugidos. As leis contra esses atos não eram mais aplicadas. Em 1883,
funda-se a Confederação Abolicionista, que atuará nacionalmente. O Clube Militar, em 1887,
através do seu presidente, mostra as desvantagens de o Exército caçar negros fugidos, como
queria o governo imperial. Portanto, foi o Clube militar, uma sociedade civil de militares, quem
recusou o papel de capitão-do-mato, e não o Exército como instituição.
Por outro lado, somando-se a esses fatores, na última fase da escravidão, a simples fuga
passiva dos escravos já era suficiente para desestabilizar o sistema ou condicionar
psicologicamente os membros da classe senhorial e outras camadas sociais em
desenvolvimento. Na fase do que chamamos escravismo tardio, a insegurança na compra de
escravos e a pouca rentabilidade do seu trabalho eram suficientes para que os investidores
transferissem seus capitais para a especulação.
FONTE: Terra Brasileira, http://www.terrabrasileira.net/folclore/origens/africana/abolicao.html
Lei Saraiva-Cotegipe
Nas províncias de grande concentração de escravos como Rio de Janeiro e São Paulo, as
tensões entre senhores e abolicionistas aumentavam. Fato que contribuiu para que em 28 de
setembro fosse sancionada pelo imperador a Lei Saraiva-Cotegipe, conhecida também como Lei
dos Sexagenários, que concedia liberdade aos escravos com 60 anos ou mais (mas estes eram
obrigados a trabalhar para os senhores durante três anos ou até completarem 65 anos) e previa
um aumento do Fundo de Emancipação, destinado a promover a imigração.
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Princesa Isabel e a Lei Áurea
No dia 13 de maio de 1888, a assinatura da princesa Isabel deu vida a uma das mais
importantes páginas da nossa história. Ao promulgar a Lei Áurea, a regente, filha de D. Pedro
II, mostrou ao Brasil o sentido da liberdade e da igualdade entre os homens.
Na década de 1880, o Brasil era uma das últimas nações do mundo que mantinham a
escravidão. Apesar de alguns avanços, ainda havia no país cerca de 700 mil escravos. Então,
algumas das grandes vozes do império abraçaram a causa abolicionista. Homens como Joaquim
Nabuco, Castro Alves e José do Patrocínio queriam acabar com essa situação vergonhosa.
Já os donos dos escravos, que eram os grandes latifundiários, responsáveis por quase
toda a economia nacional, pressionavam para que a abolição não acontecesse, pois o trabalho
nas fazendas dependia dessa mão-de-obra.
Mas, a princesa Isabel, decidida em seus ideais de liberdade, abraçou a luta abolicionista
e fazia aparições públicas com uma camélia à mão, símbolo do movimento. Em 1871, assinou a
Lei do Ventre Livre, que declarava não-escrava toda criança negra nascida daquele dia em
diante.
O empenho da princesa regente foi fundamental para conquistar o apoio de deputados e
senadores — no Senado, a Lei Áurea foi aprovada com apenas um voto contra.
No dia 13 de maio, cerca de 10 mil pessoas aguardavam em torno do Paço Imperial, no
Rio de Janeiro, quando a princesa apareceu para anunciar publicamente o fim da escravidão no
Brasil.
Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança
nasceu no Rio de Janeiro, em 29 de julho de 1846. Segunda filha de D. Pedro II, ela se tornou a
primeira na linha de sucessão ao pai após a morte de seu irmão mais velho, Afonso. A
Redentora, como ficou conhecida, recebeu uma educação clássica, típica de um monarca.
Dedicava-se à música, à pintura e à botânica — paixões que eram também de seu pai. Ao
mesmo tempo, mostrou desde muito jovem um profundo interesse pelos assuntos relacionados
ao império e ao governo da nação.
Como regente, além da Lei Áurea, esteve à frente de alguns dos mais importantes
momentos políticos de sua época. Nas ausências do pai, sancionou (aprovou) leis relativas ao
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recenseamento (saber quantas pessoas vivem no país) — o primeiro do império —, e à
construção de linhas férreas.
FONTE: Presidência da República - Personagens Históricos,
http://www.presidencia.gov.br/criancas/personalidades/personagens/pisabel/
Você pode ver o texto da Lei Áurea nesse link:
http://www.senado.gov.br/comunica/historia/aurea.htm
Veja também:
Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro - Recortes de jornais da época repercutindo a Lei
Áurea
http://www.bibvirt.futuro.usp.br/textos/humanas/historia/jornais/01aurea.html
História.net - A Abolição da Escravatura
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=508
Historia: Lei Áurea, a polêmica e os limites
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u12870.shtml
IEL/UNICAMP - A Abolição
http://www.unicamp.br/iel/memoria/Ensaios/LiteraturaInfantil/aboli%E7ao.htm
O Senado e a Abolição da Escravatura
http://www.senado.gov.br/comunica/historia/nonas.htm
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OUTROS LINKS
Abaixo, apresentamos uma relação de links para textos com informações sobre a
escravidão no Brasil:
História do Brasil - Escravidão no Brasil
http://www.historiadobrasil.net/escravidao/
Artigo - A dinâmica da escravidão no Brasil: resistência, tráfico negreiro e alforrias, século
XVII a XIX
http://www.scielo.br/pdf/nec/n74/29642.pdf (arquivo em formato PDF - necessita de Adobe
Reader para abri-lo)
Aventuras na História - Linha do Tempo da Escravidão
http://historia.abril.com.br/2006/linhadotempo/escravidao.shtml
O Segundo Reinado - O Tráfico de Escravos e Outros Problemas com a Inglaterra e a França
http://www2.mre.gov.br/acs/diplomacia/portg/h_diplom/lc013.htm
IBGE Teen - Dia da Abolição da Escravatura
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/abolicao/home.html
Wikipédia - Escravidão no Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o_no_Brasil
Universia Brasil - História da escravidão
http://www.universia.com.br/html/materia/materia_cifc.html
Universia Brasil - 116 anos depois da abolição, negros ainda lutam por igualdade
http://www.universia.com.br/html/noticia/noticia_clipping_bcjeh.html
O Padre Antônio Vieira e a escravidão negra no Brasil
http://www.espacoacademico.com.br/036/36ebueno.htm
Mundo Antigo - O negro: base da colonização
http://paginas.terra.com.br/arte/mundoantigo/colonial/escravos.htm
Brasil Escola - Escravidão no Brasil
http://www.brasilescola.com/historiab/escravidao-no-brasil.htm
Viva Brazil - Abolição da Escravatura
http://www.vivabrazil.com/abolicao_da_escravatura.htm