jornal cntv setembro prosegur

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jornal cntv setembro prosegur
Vigilantes
Jornal dos Vigilantes do Brasil
Confederação Nacional dos Vigilantes
Sindicatos de Vigilantes e de Vigilantes de Transporte de Valores
Filiado à
Brasília - DF - Outubro de 2010 - Edição Especial Prosegur - Ano III
Trabalhadores da Prosegur na luta pela unificação de condições e direitos
Os vigilantes brasileiros empregados da empresa Prosegur entram, este mês, na mobilização articulada nos 13 países onde a
empresa está presente. O objetivo é unificar condições de trabalho, conquistas e direitos.
Uma das etapas dessa luta será a realização de atos e manifestações – assembléias, concentrações, protestos, entre outros –
lideradas pelos Sindicatos locais e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV) nas cidades e unidades espalhadas
pelo Brasil. Esses atos estão programados para também se realizar na Espanha, França, Portugal, Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai,
Colômbia e Romênia.
A data coincide com o Dia Mundial pelo Trabalho Decente, com atos promovidos por diversas categorias.
A proposta de um Acordo Coletivo Global foi apresentada pela UNI – Sindicato Internacional dos trabalhadores da área de
prestação de serviço, no qual o setor de segurança privada está organizado em rede mundial – e a alta direção da Prosegur em fevereiro
deste ano, numa reunião na sede da empresa em Madri, Espanha. O Brasil esteve presente, representado pelo presidente da CNTV, José
Boaventura, e pelo presidente do Sindfort/RJ e vigilante da Prosegur Heralde Santos Silva (falecido em junho último)
A proposta dos Sindicatos para a Prosegur prevê, entre outras coisas:
Condições de trabalho decentes
Igualdade de condições e direitos entre trabalhadores
dos diversos países
Implementação de políticas de proteção, segurança,
saúde e higiene no ambiente de trabalho
Salários dignos e iguais, com base nos maiores salários
Direito e liberdade de organização sindical
Fornecimento de equipamentos (inclusive armas e munições)
condizente com as necessidades de segurança e proteção
dos trabalhadores
Respeito às convenções coletivas, normas da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) e legislações nacionais.
Benefício para todos
Só no Brasil, são 28 mil trabalhadores presentes
em 19 estados. No total, são 75 mil espalhados
por 13 países da Europa e da América Latina
Para empresas transnacionais, unidade e solidariedade
internacional dos Trabalhadores.
Em fevereiro estivemos em Madri, Espanha, reunidos com
representações sindicais de países europeus e sul-americanos para
finalizar uma pauta dirigida à matriz da Prosegur com vistas à
assinatura de um Acordo Global que contemple o conjunto de
trabalhadores da empresa nos diversos países. Questões como
trabalho decente, liberdade e respeito à organização sindical,
equiparação de direitos e condições de trabalho estão nesta pauta.
Esta pauta tem pontos comuns que já resultaram em outros
acordos com empresas como G4S e Securitas (que atuam na área de
segurança privada, sem filiais no Brasil). A UNI – Sindicato Global
com sede na Suíça, entidade sindical internacional a qual a CNTV se
filiou, coordena o processo de negociação e mobilização e já avisou
que a direção da Prosegur recuou da intenção de avançar nas
negociações, impondo aos trabalhadores a necessidade de pressionar
a empresa em todos os lugares.
Na França, os vigilantes da Prosegur estavam há quase 15 dias
em greve no mês de junho reivindicando reajuste de salário e redução
de jornada.
Na Espanha, com o agravamento do quadro de crise
econômica, os vigilantes estão há quatro anos sem reajuste e
Convenção Coletiva e com as mobilizações que ainda não conseguiram
arrancar dos patrões uma solução justa.
Na Colômbia, organizar-se em Sindicato é tarefa de alto risco,
pois os grupos de extermínio têm como um dos seus principais alvos os
dirigentes sindicais, conseqüentemente, as condições de trabalho e os
direitos são ainda muito distantes do razoável.
No Chile, a organização dos vigilantes tem seu histórico de
lutas que tem alcançado conquistas inegáveis.
Mas se o acordo global é um importante instrumento para
diminuir as desigualdades e condições precárias de um lugar para
outro, a existência de empresas transnacionais impõe para os
trabalhadores a necessidade de buscar formas mais consistentes de
unir forças e articular apoios para enfrentar decisões centralizadas da
empresa. Pensar que as negociações com a Prosegur são decididas em
cada cidade ou estado brasileiro é fabula. As decisões sobre os destinos
dos trabalhadores Prosegur no Brasil, Uruguai ou qualquer outro país
na America são tomadas na Espanha.
Apesar de sediada na Espanha, o Brasil é a unidade da
empresa com o maior número de empregados, cerca de 28.000. A
organização sindical tem permitido seguir combatendo muitas
mazelas, como o velho problema das jornadas de trabalho escravas e a
insegurança nas operações de transporte de valores e nas agências
bancárias. Mas tem permitido também avançar em algumas conquistas
importantes, como pisos salariais melhores e até a Participação nos
Lucros.
Sem compreender o contexto de empresas transnacionais,
sem pressionar para a assinatura do acordo global, sem enxergar um
novo eixo para as negociações com a empresa e para a solidariedade de
classe, por certo as possibilidade de avanço nas nossas conquistas se
tornarão bem mais difíceis. Estamos caminhando para escrever a luta
dos trabalhadores Prosegur baseada na organização e solidariedade
internacional.
José Boaventura Santos - Presidente da CNTV
Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes/Brasil
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Nossos problemas são os mesmos. Mas
as soluções que a Prosegur propõe para eles são
muito diferentes. Por isso, entendemos que nossa
união nos torna mais fortes. Por isso, queremos
um acordo global, que garanta nossa
representatividade junto aos patrões e assegure
nossos direitos fundamentais.
Em alguns países onde a Prosegur está
presente, nossos companheiros sequer têm
direito à organização sindical. Não há liberdade
para isso. Queremos um acordo que obrigue a
Prosegur a respeitar as leis e normas vigentes em
matéria de trato a empregados em todos os países
onde atue. Esse compromisso deve
necessariamente incluir pagar salários decentes
que garantam a sobrevivência e a dignidade do
trabalhador, férias e hora extras conforme
estabelecido em lei, respeito à jornada de
trabalho e o cumprimento de normas relativas à
saúde, segurança e higiene no trabalho,
incluindo aí equipamentos adequados.
Para assegurar essas conquistas, é
necessário que cada vigilante participe
ativamente. A presença no ato e a certeza de que
muitos atos marcarão o Dia Internacional pela
Assinatura do Acordo Global fará de nós uma
categoria ainda mais unida, uma única voz
falando pelos trabalhadores da Prosegur em todo
o mundo. Depende de cada um de nós.
Mobilização já
A direção da Prosegur (matriz espanhola) prometeu uma resposta entre 60 e 90 dias a partir do
encontro realizado em fevereiro. Ou seja, isso deveria ter acontecido entre abril e maio. Ao final desse
prazo, porém, a empresa alegou resistência das gerências de alguns países, principalmente da América
Latina, à pauta dos trabalhadores.
No Brasil, os vigilantes já estão cansados de saber que nada se conquista sem pressão e
mobilização. Sem luta.
A CNTV e os sindicatos já se reuniram com a direção da Prosegur Brasil, já entregaram
documento reafirmando e reforçando o pleito global dos trabalhadores, além de cobrar da empresa um
posicionamento favorável a esta pauta.
A próxima tarefa é a mobilização, a pressão em todas as bases, o debate e outras formas criativas
de avançar na luta.
Dia 7 de outubro será, portanto, o pontapé dessa luta para levar a Prosegur a assinar o
compromisso global, contemplando e unificando as condições dos seus empregados em todos os países.
Outras empresas multinacionais de segurança já assinaram acordo semelhante: G4 e Securitas, por
exemplo (sem filiais no Brasil)
Vigilantes brasileiros participam de encontro no Chile
Nos dias 11 e 12 de
setembro, dois dirigentes da
CNTV , Carlos José das Neves
(Sindfort/DF) e Edilson Silva
Pereira (Sindicato dos Vigilantes
de MG) participaram em
Santiago, Chile, do 2º Encontro
Latino-Americano de Vigilantes.
Promovido pela Uni Sindicato Global, o encontro
serviu para troca da experiência entre lideranças
sindicais da categoria de diversos países,
especialmente a luta pela assinatura do Acordo Global
com a Prosegur – empresa espanhola presente no
Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Chile, Colômbia
e no México.
Do encontro saíram vários compromissos. Os
sindicatos brasileiros ficaram com a tarefa de apoiar a
organização sindical dos colegas de outros países,
especialmente os nossos vizinhos paraguaios, além de
reforçar a luta empreendida por vigilantes na América
do Sul, contra a falta de direitos, respeito e pelo
trabalho decente.
Vigilantes da Prosegur reúnem-se em Salvador
Representantes dos trabalhadores da
Prosegur no Brasil estiveram reunidos durante
o 7º Congresso Nacional dos Vigilantes Heralde Silva Santos para unificar o discurso e
a pauta de reivindicações junto à Empresa.
Estiveram reunidas lideranças dos
trabalhadores da Prosegur de Santa Catarina,
Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, Paraná,
Minas Gerais e Bahia.
O encontro tambem contou com a
Presença de Nigel Venes da Uni-Suiça e de
A l b e r t o
Barrow da
Uni-Panamá.
O
encontro
ser viu para
reforçar a
união desses
vigilantes e
preparar as
manifestações
do próximo
dia 7.
Greve na França e solidariedade no Brasil
TRABALHADORES
Uma greve paralisou a Prosegur na França
durante o mês de junho. A movimentação teve o apoio
dos vigilantes brasileiros, que, por meio de seus
sindicatos e da Confederação Nacional dos Vigilantes,
solidarizam-se com os colegas franceses.
Eles paralisaram suas atividades por reajuste
salarial de 3% e ajustes na jornada de trabalho. Sem
correção salarial há dois anos, os trabalhadores exigiam
dignidade, respeito e jornadas de trabalho mais justas,
além do pagamento de horas extras.
O que os companheiros franceses queriam não
vai além dos direitos mínimos para os vigilantes em
todo o mundo: respeito e condições de trabalho
decentes.
Cerca de 250 trabalhadores da filial francesa da
Prosegur acamparam em barracas nas portas dos
escritórios da região de Saint-Etienne para conseguir a
abertura das negociações com a direção da empresa. Os
diretores se recusavam a negociar e o governo local
precisou intervir.
Nós, trabalhadores brasileiros,
compreendemos a situação por que passam os
companheiros franceses e pedimos à Prosegur, cujo
faturamento anual previsto só para a França em 2011 é
de 200 milhões de euros, que respeite os vigilantes.
Os problemas dos vigilantes franceses também
são os nossos.
Todos queremos respeito, dignidade, salários
dignos e jornadas justas
PROSEGUR
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Cotidiano na Prosegur: Desrespeito ao Trabalhador
No Brasil, os vigilantes que trabalham para a Prosegur enfrentam problemas no seu dia a
dia. A CNTV e os Sindicatos estão lutando para combater:
que trabalham para a empresa recebam o adicional. A
idéia é substituir o PPR por um Plano de participação
nos Lucros e Resultados (PLR).
-Jornada de trabalho excessiva
As jornadas dos vigilantes da Prosegur
costumam ultrapassar 12 horas/dia, quando uma
jornada justa não deveria ir além de oito horas
diárias. Os sindicatos tem trabalhado junto às
Centrais Sindicais pela redução da jornada.
- Inexistência de escala de serviço
Não existe def inição de quando o
trabalhador estará de serviço. O trabalhador tem
direito de saber com antecedência de sua Jornada de
trabalho. O SindForte/RJ já denunciou a situação
junto ao Ministério Público e a Justiça do Trabalho.
- Insalubridade dos carros-fortes
Laudos por amostragem realizados no DF
por iniciativa do Sindvalores/DF revelaram excesso
de ruído com perda auditiva comprovada de alguns
trabalhadores. Os sindicatos exigem o pagamento de
insalubridade nos últimos cinco anos e a solução do
problema com substituição dos carros antigos e
barulhentos por novas viaturas.
- Substituição de rádios por aparelhos celulares
No Rio de Janeiro, carros-fortes foram
vistoriados e aprovados mesmo sem que
contassem com os aparelhos de rádio que fazem
parte do equipamento obrigatório. Por conta
disso, 38 rádios já foram retirados dos carros da
Prosegur. O Sindicato atua para reverter essa
situação e já tem parecer da Polícia Federal
favorável ao rádio. O entendimento é que os
celulares do
tipo Nextel podem ser
complementares aos equipamentos de rádio, mas
não podem substituí-los.
- Falta de regras claras para a PPR
A Participação de Produtividade e
Resultados (PPR) é uma conquista dos
trabalhadores da Prosegur no Brasil. O valor é
definido com base em regras determinadas pela
empresa e segue um cálculo bastante aleatório.
Além disso, ela não se aplica em alguns estados.
A luta agora é para que não exista uma regra de
avaliação do trabalhador e que todos os vigilantes
Prosegur
100%
- Dificuldade para fornecimento de CATs
A empresa evita fornecer a documentação
com prejuizo para os trabalhadores. A situação é
apontada em todo País e gera dificuldade de acesso ao
benefícios previdênciários.
- Compensação por quebra de caixa e/ou acidente de
trânsito
Os trabalhadores são obrigados a pagar
quando o problema ocorre. Há descontos constantes
nos salários, apesar da determinações em contrário.
Os sindicatos querem o fim dos descontos por esse
motivo.
Vigilantes e bancários unidos pela segurança
no transporte de valores
‘
A luta por segurança no transporte de valores terá
um novo round no próximo dia 19. Depois de muita pressão
da CNTV e da Contraf-CUT, uma nova reunião foi marcada
para discutir propostas para garantir a segurança dos
trabalhadores vigilantes e da população.
A questão não chega a ser uma novidade. Desde
2009, os vigilantes reúnem-se com o representantes do
Ministério Público do Trabalho para discutir os riscos
enfrentados cotidianamente pelos vigilantes. Três
grandes temas foram apontados como base para a
discussão: o abastecimento de caixas eletrônicos, os
estacionamentos próprios para carros-fortes
(preferencialmente em garagens) e o transporte ilegal de
valores habitualmente feito por bancários.
A CNTV e a Contraf-CUT apresentaram
propostas para proteger a vida dos trabalhadores e
clientes e prevenir assaltos e seqüestros. “Queremos
procedimentos seguros para o abastecimento de caixas
eletrônicos, sem a presença de usuários, na parte
posterior das máquinas, sem contagem de numerário no
local”, destaca o presidente da CNTV, José Boaventura.
“Também buscamos espaços exclusivos e
seguros para o estacionamento de carros-fortes”,
enfatiza o secretário de transporte de Valores da CNTV,
Carlos José das Neves. Segundo Neves, o formato físico e
a localização da maioria das agências bancárias do Brasil
não permitem que os vigilantes tenham o mínimo de
proteção para a realização das operações diárias de
recolhimento e abastecimento de valores, uma vez que os
bancos não têm locais apropriados e exclusivos para que os
vigilantes possam executar essas tarefas.
As provas da necessidade de mudanças puderam ser
comprovadas no ano passado, em Brasília, quando um
segurança da Prosegur morreu e outro ficou ferido enquanto
faziam a coleta de dinheiro numa agência do Banco do Brasil.
Outro incidente do mesmo tipo resultou na morte de um
vigilante em Pernambuco, no momento em que o carro-forte
abastecia uma agência bancária.
“A figura do vigilante de uma empresa de transporte
de valores é o alvo mais fácil de ser atingido nos assaltos a
agência ou a carro-forte .Os homens pagam com a própria vida
as investidas dos ladrões”, avaliou um vigilante.
“O local exclusivo para embarque e transferência de
valores é uma forma de garantir tanto a segurança dos
trabalhadores quanto a da própria população”, sintetiza
Boaventura.
As medidas apontadas devem servir para nortear um
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) sobre transporte de
valores.
Dia 7 de Outubro
Dia internacional de mobilização dos trabalhadores Prosegur
Dia mundial pelo trabalho decente
Igualdade de condições e de direitos, já.
CONCENTRAÇÕES, ASSEMBLEIAS, PANFLETAGENS
Fim da precarização, mais segurança e respeito.
SIGA AS ORIENTAÇÕES DO SEU SINDICATO
Expediente
Diretoria Executiva
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