Comprar Wargames nos EUA ficou Fácil

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Comprar Wargames nos EUA ficou Fácil
Comprar Wargames nos EUA ficou Fácil !
A Wargame Downloads é uma empresa especializada em venda
de jogos em formato PDF ou impressos. Conta com um site com
diversos produtos para o jogador Brasileiro. Sem aporrinhação
de alfândega, greves de receita, correio, etc É so clicar e
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imprimir seu jogo !
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Aceita :
Batalha Naval do Riachuelo
Wargame para 2 Jogadores
Componentes
Mapa colorido em formato A3
Livreto de Regras
Folha de Tabelas
Fichas dos Navios
63 Marcacores Representando a Marinha Brasileira,
Paraguaia e eventos de jogo.
Batalha Naval do Riachuelo é um Wargame
para dois jogadores, que reproduz a mais
famosa batalha naval da Guerra do Paraguai.
A Batalha Naval do Riachuelo, ou
simplesmente Batalha do Riachuelo, travou-se
a 11 de Junho de 1865 às margens do rio
Riachuelo, um afluente do rio Paraguai, na
província de Corrientes, na Argentina.
Considerada pelos historiadores militares
como uma das mais importantes batalhas da
Guerra da Tríplice Aliança (1864-1865).
Trata-se de uma das principais batalhas navais
da Marinha Brasileira e garantiu a supremacia
do Brasil em termos de controle naval.
Um lançamento da
http://www.riachuelogames.com.br
STRATEGOS
Publicação bimestral
da Riachuelo Games
sobre wargames e
jogos de tabuleiro.
Editor : Antonio Marcelo
Layout : Antonio Marcelo
Se você tem um artigo e
gostaria de colaborar
conosco, o que está
esperando ?
Mande seu artigo em
formato doc, swx ou odt
para nosso ezine, para
avaliação e possível
publicação. Mande um
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Internet :
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Artigos deste Número :
Antonio Marcelo.
Ícaro Santos França
Luciano Mota Bastos
Marcos Reis
Reinaldo Theodoro
Ubiratã Oliveira
Composto no Brasil
São as Águas de Março...
Uma grande mudança ocorreu
neste número do Strategos.
Finalmente o tão esperado
crescimento começou a
ocorrer.
A nova iniciativa de nossa
equipe com a criação do Portal dos Wargames, abriu um
caminho para diversas
empresas internacionais, que
se vê refletido aqui por
anûncios e análises de seus
produtos.
Este momento mostra o
amadurecimento de nosso
trabalho, também pelo número
maior de colaboradores em
nossa publicação. Enfim : as
águas de março, estão
trazendo muitas novidades
para você leitor.
Neste número você encontrará
diversos
artigos,
com
destaque a análise de 3 jogos
de tabuleiro : o Action Stations, o Hammer of the Scots
e o Down With the Empire,
além da análise de nosso
primeiro
wargame
em
computador : O Steel Panthers.
Trouxemos encartado o
wargame
Iwo
Jima,
desenvolvido por Reinaldo
Theodoro, do clube Somnium,
um de nossos principais
parceiros e que estão na
estrada há mais de 20 anos
divulgando os wargames.
Agora um fato curioso é que
mesmo nossos sites estando
em português, o pessoal fora
do Brasil, tem traduzido e
enviado perguntas para
nossa equipe.
Nosso próximo desafio é
modificar o projeto gráfico do
Strategos. Como o nossa
publicação se torna agora
praticamente uma revista,
está na hora de mudar a
cara de nosso informativo.
Estaremos nos próximos
números executando aos
poucos estas mudanças e
trazendo este visual, mais
arrojado. Esperamos que
vocês gostem e que mandem
opiniões a respeito.
Bom, vamos parar de falar e
vamos deixar que vocês
apreciem este nosso novo
número. A todos uma
excelente leitura !
Abraços,
Antonio Marcelo
Editor
PS : A partir de agora nosso
Wargame gratuito, vem
separado da revista a pedido
de alguns leitores. Espero
que apreciem esta mudança.
Mas muita coisa ainda precisa
ser feita. Nosso trabalho
começa a repercutir fora do
Brasil, com a nossa entrada
para a Consmiworld e um
estreitamento com jogadores
e desenvolvedores de jogos
estrangeiros.
copyright 2006/2007
STRATEGOS
3
Número 2 - Índice
Página 3 - Editorial
Página 5- A História dos Wargames (PARTE I)
Página 9 - Action Stations ! Batalhas navais na 1.a Guerra
Mundial - Análise
Página 12 - O Corpo Expedicionário Português na 1a. Guerra
Mundial
Página 18 - Hammer of The Scots - Coração Valente em
Tabuleiro - Análise
Página 21 - O PLANO SCHLIEFFEN E O GRANDE AGOSTO DE
1914 (PARTE II)- Começa a Grande Guerra !
Página 24 - Dôssie Steel Panthers - Novas Versões de um
Clássico Eterno - Análise
Página 28 - Down With the Empire - Space Ópera em
Tabuleiro
Página 32 - WillarnRob (Quadrinhos)
Página 33 - Galeria
Página 35 - As Últimas
http://www.firefightgames.com
STRATEGOS
4
A HISTORIA DOS
WARGAMES
Da evolução dos jogos de guerra aos
jogos de tabuleiro - 1a. Parte
Por Luciano M. Bastos “Deus quis que os homens se
Entusiasta de jogos e de
RPGS. Adora pesquisar a
história e a origem deste tipo
de entrtenimento.
divertissem com muitos e muitos
jogos, pois eles trazem conforto e
dissipam as preocupações.”
Assim, a quase setecentos anos o
rei Afonso X, de Leão e Castela
escreveu no prefácio de seu famoso
Livro dos Jogos. Ainda hoje tais
palavras são muito apropriadas
quando se fala nos jogos e suas
características fascinantes.
Em plena idade média este rei (que
reinou de 1252 a 1284) percebeu o
que muitos povos de todo o mundo
já haviam descoberto em épocas
bem mais remotas: a importância
dos jogos como manifestação
cultural e eternidade do espírito
lúdico.
Muitos jogos, que hoje não passam
de simples e alegres divertimentos,
nada mais são, na verdade, do que
reminiscências de rituais mágicos
Afonso X, 1° colecionador de
jogos de que se tem registro
nosso 1° “nerd” de jogos !
e religiosos quase tão antigos
quanto o próprio homem, o cabo de
guerra por exemplo nada mais é do
que a dramatização simbólica da luta
entre as forças da natureza, tal como
os
homens
primitivos
a
representavam a milhares de anos.
o ingênuo jogo de Amarelinha, que
STRATEGOS
5
Por tudo isso, os jogos sempre
estiveram ligados a vida social, da
mesma forma que a religião a arte e
outras manifestação culturais do
homem.
Tabuleiro Egípcio de 1800 a.C.
feito em madeira com detalhes de
metal, o material e o design
das peças são um documento
histórico da cultura dos povos
que os produziu.
sempre foi uma das brincadeiras
infantis tradicionais em todo o
mundo, está profundamente ligado
aos antigos mitos sobre os labirintos
e as jornadas que os espíritos
faziam da terra ao céu, após a
morte... é enorme a relação de jogos
que vêm sendo praticadas há
séculos que tem origens religiosas
ou místicas. Os próprios dados que
hoje em dia dificilmente seriam
associados a qualquer tipo de
prática religiosa, são modernos
sucedâneos dos astrágalos, búzios
e outros objetos que os adivinhos
lançavam para prever o futuro. O
mesmo acontece com as cartas de
baralho, que além de servir como
material básico para a prática de
uma infinidade de jogos, sempre
foram utilizadas como instrumentos
para desvendar o futuro e a sorte das
pessoas.
Entre suas várias funções sociais,
os jogos sempre foram instrumentos
de ensino e aprendizado e, também,
uma forma de linguagem usada para
a transmissão das conquistas da
sociedade em vários campos do
conhecimento. Ao ensinarem um
jogo, os membros mais velhos de
um grupo transmitiam – e ainda
transmitem – aos jovens e as
crianças
uma
série
de
conhecimentos que fazem parte do
patrimônio cultural do grupo. Ou
seja: ao ensinarem um jogo, estão
ensinando a própria vida.
O Xadrez, o Go, os Wargames e
muitos outros jogos, são por
exemplo, reconstituições de
batalhas que permitem não apenas
o aprendizado dos princípios táticos
e estratégicos usados na arte da
guerra, mas também um grande
enriquecimento intelectual. Mesmo
alguns jogos mais simples – como
os de dados, corridas etc, não são
menos instrutivos pois exigem que
os jogadores desenvolvam certos
tipos específicos de habilidade e
destreza.
Exemplos de forma e material de
dados das mais diversas
culturas.
Dados Alemães dos séculos XV e
XVI, esculpidos em marfim e
osso.
Os jogos de estratégia, com peças,
miniaturas, marcadores e etc,
conhecidos como Wargames,
possuem suas origens históricas
ligadas ao jogo Chaturanga (VI a.C)
- predecessor do xadrez (VII d.C.) , que surgiu na Índia, onde suas
peças representavam elefantes,
Imagem do Livro dos Jogos grupo
jogando Chaturanga
marajás e carros de guerra que ao
chegar ao ocidente foram sendo
transformados em reis, bispos,
peões e torres de castelo, este
entre outros jogos antigos possuíam
peças para representar unidades
que se enfrentavam em embates
num campo de batalha.
Acredita-se que já no Egito antigo
havia jogos de simulação de guerra,
alguns deles provavelmente
baseados
em
princípios
semelhantes aos de outros jogos de
estratégia também seculares como
o Xadrez e o Go.
A história dos wargames modernos
esta intimamente ligada as
atividades políticas e militares, já
que as preocupações com as
guerras - reais ou imaginárias –
sempre foram atribuições próprias
dos governantes e chefes militares.
A primeira referência que se conhece
aos jogos de simulação de batalhas
data de 1789, quando um nobre de
nome Helwing, súdito do duque de
Brunswick, inventou um jogo muito
semelhante aos modernos
wargames. Esse combate simulado
desenvolvia-se sobre um tabuleiro
com 1666 quadrados coloridos de
madeira a representar os diversos
tipos de terreno que constituíam o
campo de batalha. Os jogadores
usavam peças que representavam
as unidades militares envolvidas no
conflito, as quais se deslocavam a
STRATEGOS
6
O Kriegsspiel, o primeiro
“Wargame”
cada jogada, avançando ou
retrocedendo um determinado
número de quadrados, este jogo
apresentava uma estrutura
basicamente esculpida em madeira
e detalhes de metal alem da cor para
diferenciar suas funções e
características.
Em 1795, George Vinturinus, um
estudioso de estratégia militar do
ducado dinamarquês de Schelswing,
junto à fronteira da Alemanha,
desenvolveu uma versão mais
completa do jogo criado por
Welwing, usando como tabuleiro um
mapa de uma área situada na região
fronteiriça entre a França e a
Bélgica. Os militares não tardaram
para descobrir uma utilidade prática
para este jogo que até então servia
apenas como divertimento.
Em 1824, um oficial do Exército
Prussiano, Von Resswitz, publicou
uma espécie de wargame bem mais
sofisticado, que se destinava ao
treinamento de oficiais nos estudos
de estratégia militar, o Kriegspiel
introduziu importantes recursos
como o uso de dados para
determinar elementos aleatórios nas
batalhas, além de regras bastante
detalhadas como, linha de visão,
alcance, moral das tropas e
vitalidade, esse jogo incluía a
utilização de mapas e tabelas de
probabilidades. Depois da Guerra
Franco-Prússiana (1870), os
Ingleses construíram sua versão
utilizando-o para treinar o exército
em táticas militares. Posteriormente
o jogo despertou muito interesse e
conquistou um grande número de
adeptos servindo como ponto de
partida para a criação de um clube
de wargames e a publicação da
primeira revista dedicada a esse tipo
de jogo. A partir deste ponto as
unidades já eram representadas por
peças com brasões e símbolos,
embarcações e tanques já se
destacavam com forma própria.
Não demorou muito para que os
jogos de guerra saíssem do âmbito
militar e ganhassem a simpatia e o
interesse do público civil, claro que
estamos falando de um período onde
o custo das peças e disponibilidade
dos jogos era muito escarso, o
primeiro Clube de Jogos de Guerra
não militar registrado, data de 1898.,
criado por Fred T. Jane, entusiasta
das batalhas navais, se localizava
em Oxford, Inglaterra, e chegou a
escrever regras para batalhas entre
barcos que retratava também
combates históricos, este jogo ficou
conhecido como Jane’s Fighting
Ships.
Mais foi H.G.Wells, o escritor de
obras eternas como Guerra dos
Mundos e a Máquina do Tempo que
com seu brilhantismo abriu o jogo
para amadores e civis publicando
em 1913 um conjunto de regras em
um livro intitulado, Little Wars
(Pequenas Guerras), hoje visto
como a bíblia dos jogos de guerra,
ele foi o primeiro a introduzir normas
para coleção de miniaturas e o
trabalho de confecção e adaptação
de peças (miniaturas) para
representar unidades dos exércitos
e diferentes tipos de terreno, sua
estrutura serviu de base para a
construção dos jogos de guerra
modernos.
O Little Wars de Wells foi bastante
modificado e reeditado por vários
jogadores e entusiastas ao longo
dos anos, mas um em particular
deve ser mencionado, J. R. Granville
Bantock. Bantock foi presenteado
pelos pais com o Little Wars para
que joga-se com seus parentes.
Após jogar continuamente ele criou
um sistema de promoções e
decorações para todo o exército,
permitindo assim a famosa mania
dos Wargamer´s em pitar e decorar
suas minis com primazia,
Em 1939 o filho de Batock, Angus
continuou o trabalho do pai á partir
de suas anotações, mantidas
conservadas e catalogadas, em
1947 ele cria a British Model Soldier
Society BMSS (Sociedade Britânica
de Modelos de Soldados) Angus cria
também o sistema onde uma peça
representa uma brigada adaptando
um sistema de porcentagem para
definir as possibilidades de
combate,
H.G.WELLS
O Little Wars, o primeiro
wargame de miniaturas
Outro nome importante a se
mencionar é o de Charles Reavely,
ele foi o criador da primeira revista
especializada em Wargames e fez
STRATEGOS
7
Aqui, uma notícia da época, o texto do título da matéria diz :
“H.G. Wells, o novelista Inglês jogando um Jogo de Guerra (Wargame)”.
(o termo “Indoor” não seria bem empregado para definir o resto da tradução)
importantes críticas para que se
criassem escalas de peças mais
precisas.
Do grupo de jogadores que viviam
nos arredores de Londres e que
faziam parte da BMSS, surgiu a
primeira sociedade de jogadores de
Wargames (não um clube de
Wargames) a Londres Wargames
Section.
É importante mencionar que desde
de o século XIX, os Ingleses
produzem as miniaturas esculpidas
e formatadas em metal, empresas
como a Elastolin e Lionel que iniciou
a escultura usando como base para
modelar uma mistura a base de cola
e pó de serragem (madeira), temos
também a Louis Marx and Company,
fundada por Louis Marx que fabricou
peças bem detalhadas e lançou
figuras como a coleção de
presidentes e artista famosos.
Já nos Estados Unidos, Jack
Scruby, um californiano de trinta
anos cria uma técnica de produção
de miniaturas que baratearia o custo
de produção das peças, foi o RTV,
moldes de borracha, mais ele não
parou por aí, ele também é
responsável em 1955 pela criação
de um dos maiores (se não o
maior), veículo de informação e
disseminação dos wargames do
mundo, durante décadas, ele criou
a Wargames Digest que teve uma
longa jornada ativa. No entanto em
1952 um rapaz residente em
Catonsville, Maryland cria o primeiro
jogo de tabuleiro (wargame)
comercial do mundo, o nome deste
jogo era Tactics e o rapaz era
ninguém menos que Charles S.
Roberts, o pai dos jogos de tabuleiro.
Dois anos mas tarde (1954) de
sucesso. A importância do que
Roberts criára só se tornaria visível
nos jogos de RPG mais tarde, pois
ele inventaria um modelo de regras
e um conjunto de tabelas que seriam
usadas por todos os jogos de
tabuleiro dali em diante, eram as
famosas “combat results table”
(tabelas de resolução(resultado) de
combate), os jogos de RPG
adotariam estas tabelas e criariam
um modelo novo que viraria uma
mania, as famosas “tabelas de dano
crítico”, com números a sortear no
dado que indicavam textos
descritivos descrevendo como a
ação se resolve.
Primeiras Miniaturas de Metal
O Tactics II - Sucessor do
Tactics
STRATEGOS
8
Action Stations !
Batalhas Navais na
Grande Guerra
Por Antonio Marcelo
Grognard, escritor,
desenvolvedor de jogos e
editor da Strategos
Introdução
Os wargames navais são jogos
que chamam a atenção de muitos
Grognards e que trazem uma
certo charme a mesa de jogo.
Desde o clássico Wooden Ships
and Iron Man, até o glorioso
Harpoon, diversos sistemas foram
criados e tive a oportunidade de
ter jogado a grande maioria deles.
Os jogos navais ainda possuem
um grande atrativo para o público
e diversos sistemas atualmente
tem surgido, mas confesso que fui
totalmente surpreendido por um
jogo, que se passa por
despretensioso, e que para alguns
jogadores, pode parecer “sem
graça”. Action Stations da Minden
Games, é um dos melhores jogos
navais que tive oportunidade de
jogar nos últimos tempos, trata-se
de um sistema simples, mas
extremamente realista, que tem
como objetivo reproduzir batalhas
navais nos anos de 1914-18. Além
disso veio as minhas mãos para
análise seus módulos : o Graf
Spee, o Jutlandia 1916, O
Mediterrâneo e o Merchant and
Destroyer. O jogador pode se levar
a enganar pela simplicidade da
apresentação, mas esqueça : o
sistema é maravilhoso, de uma
jogabilidade enorme e facilmente
adaptável pelos entusiastas de
miniaturas.
O Jogo
No sistema Action Stations não
existe tabuleiro, joga-se em cima
de uma mesa, com marcadores
de papel que vem com o sistema,
representando os navios (mais um
ponto do qual você pode utilizar
miniaturas na escala de 1:2400).
Cada ficha representa um navio,
divididos em Alemães e Ingleses.
Normalmente são apresentados
cenários de jogo, mas nada
impede que o jogador crie os
seus. Basicamente o jogo é
STRATEGOS
9
composto das seguintes fases :
Fase I de movimento, Combate,
Fase II de Movimento e Combate
Suplementar. Cada navio conta
com um conjunto de armamentos
próprios, incluíndo torpedos e
canhões, além de uma
diferenciação de poder de fogo. Os
jogadores escrevem suas ordens
secretamente e movem
simultaneamente, suas peças em
polegadas com ajuda de uma
régua ou trena, obedecendo
formações específicas de
combate, que podem influenciar
toda a sua tática de jogo. O
combate é feito mediante as
famosas tabelas de combate, mas
com diversos tipos de danos e
uma abstração interessante,
chamada “Dead in the Water”,
onde o navio depois d eum
determinado número de danos,
não se move mas pode atirar e
lançar torpedos, contudo tem um
risco maior de afundamento. O
sistema básico é muito simples
de aprender e em menos de 15
minutos os jogadores estarão
aptos a desenvolver uma partida.
O sistema contempla um bom
desenvolvimento das batalhas, e
jogadores veteranos não ficarão
decepcionados com a jogabilidade
do mesmo.
Regras Opcionais
O que nos chama a atenção no
jogo é a riqueza de regras
opcionais que o mesmo possui.
Regras de fumaça, combates
noturnos, visibilidade de batalha,
condições climáticas, entre
outras, dão uma riqueza ao
sistema, sem prejudicar a
jogabilidade. Jogamos com regras
noturnas e com munição limitada
e conseguimos resultados
supreendentes. Uma outra coisa
que fizemos foi adaptar o jogo
para utilização d e minitauras.
Basicamente anotamos os dados
dos navios em uma folha de papel
e substituímos os marcadores de
papel por miniaturas e o jogo não
foi prejudicado de maneira alguma,
muito pelo contrário, pensamos
futuramente realizar um jogo com
um belo cenário e com miniaturas
pintadas.
Os módulos de Expansão :
Basicamente os módulos trazem
novos navios e situações a mais
para o jogo. Queria destacar o
Jutlândia, que reproduz a famosa
batalha e que é muito divertido e
que é otimo para uma tarde de
sábado. O Graf Spee também é
muito divertido, mostrando a
famosa batalha do Rio da Prata,
entre o famoso navio Alemão e os
Ingleses. Estes pequenos
módulos no entanto não
comprometem a jogabilidade,
sendo que somente o Action
Sttaions pode ser jogado
unicamente.
Cenários
O jogo ainda vem com um
conjunto de cenários para uma
rápida experiência de jogo, e com
Counter Manifesto
STRATEGOS
10
regras bem simples para a criação
de novos. Talvez na minha opinião,
esta seja uma o único ponto fraco
do jogo, não existe um sistema
bem definido para a criação dos
mesmos, fica muito “solto”, e
talvez jogadores menos
experientes possam ter
dificuldades no processo de
criação, nesse ponto é necessária
a adaptação de ambos jogadores .
Conclusões
Action Stations é uma excelente
“porta de entrada” para aqueles
jogadores que querem ter uma
vivência em wargames navais do
século XX. O jogo habilita mesmo
aqueles que não possuem uma
vivência neste tipo de wargame ,
jogar uma partida. Como
apontamos anteriormente, é muito
fácil absorver as regras e a partir
daí jogar. Os jogadores veteranos
não se decepcionarão com o jogo,
pois o sistema permite muitas
variações, para aqueles
entusiastas das chamadas “house
rules”. A nossa equipe recomenda
e coloca com um dos jogos que
se devm ter em casa.
A simplicidade gráfica da apresentação das regras e dos cenários,
esconde um sistema de jogo poderoso, altamente realista e de uma
simplicidade de entendimento enorme. É altamente recomendado !
Análise Final
Editor – Minden Games
Designer – Gary Graber
Número de Jogadores – 2
Complexidade – Fácil
Jogabilidade – Alta
Gráficos :
Tabuleiro – Não tem
Peças – 7
Jogabilidade Solitária - Baixa
Nota Geral : 9,5
Preço : US$ 33,00
Análise feita por : Antonio Marcelo
Como adquirir o jogo :
Basta visitar a página do Actions
Stations, no site da Minden
Games em :
http://www.homestead.com/
minden_games/
ActionStations.html
STRATEGOS
11
O CORPO EXPEDICIONÁRIO
PORTUGUÊS NA
1ª GUERRA MUNDIAL
Por Reinaldo V. Na trincheira alemã, diante dos
Theodoro valentes soldados portugueses, um
Grognard, escritor,
desenvolvedor de jogos e
fundador do Clube Somnium
soldado tem uma idéia para atrair
os inimigos lusitanos para uma
armadilha. Ele chega na beirada da
trincheira e grita:
Na trincheira portuguesa, o único
sobrevivente – chamado Antônio –
percebeu a esperteza alemã e
decidiu dar o troco. Chegou na
beirada da trincheira e gritou:
– Ô, Fritz!!!!
– Ô, Manuel!!!!
Na trincheira portuguesa, todos os
manuéis levantam-se e gritam em
resposta:
– O que é?!!!
São todos imediatamente
fuzilados pelos alemães.Tendo
funcionado o estratagema, o
alemão gritou de novo:
Na trincheira alemã, todos os
soldados se levantam e gritam em
resposta:
– Aqui não tem nenhum Fritz!!!
E o português desabafa em
protesto:
– Ah, se tivesse!!!!
Na trincheira portuguesa, todos os
joaquins levantam-se e gritam em
resposta:
Talvez você já conheça a piada. O
que talvez você não saiba é que
portugueses e alemães realmente
estiveram em trincheiras opostas
durante a 1ª Guerra Mundial. E não
teve graça nenhuma.
– O que é?!!!
Antecedentes:
São todos imediatamente
fuzilados pelos ale-mães.
Desde o início da Grande Guerra,
em 1914, soldados portugueses e
alemães se enfrentaram nas
– Ô, Joaquim!!!!
STRATEGOS
12
colônias africanas (Angola e
Moçambique). Todavia, a jovem
República de Portugal desejava
tomar parte mais ativa na guerra,
pelas seguintes razões:
-
A histórica aliança com a
Inglaterra, que datava de 1386
(o Tratado de Windsor) e que
foi a espinha-dorsal da
diplomacia portuguesa até a
entrada do país na OTAN, após
a 2ª Guerra Mundial;
-
Garantir a manutenção das
colônias africanas, de forma a
poder reivindicar a sua
soberania na conferência de
paz que certamente haveria
após a guerra;
-
A necessidade de afirmar o
prestígio e a influência
diplomática do Estado
republicano entre as potências
monárquicas européias, de
forma a granjear apoio perante
um possível golpe monarquista
que visasse derrubar o regime
republicano
(muitos
portugueses defendiam então o
retorno à monarquia);
-
A vontade de afirmar valores de
Estado que distinguissem
Portugal da Espanha e que
assegurassem a independência
nacional;
-
A necessidade, por parte do
Partido Republicano, de afirmar
o seu poder político, ao envolver
o país num esforço coletivo de
guerra, tanto em relação à
oposição quanto em relação às
influências monárquicas no
exílio.
Contudo, a Inglaterra não nutria
nenhum interesse em um maior
envolvimento de Portugal na guerra.
Os britânicos não tinham as Forças
Armadas Portuguesas em boa
conta e consideravam o próprio país
Tropas Portuguesas em Treinamento
como um aliado quase inútil,
incapaz de se defender ou às suas
colônias. A despeito das
escaramuças entre alemães e
portugueses na África, desde 1914,
Portugal, sob pressão britânica,
declarou a sua neutralidade no
conflito já em 07/08/14. Mesmo
assim, no ano seguinte, iniciou-se
a preparação e treinamento das
forças militares portuguesas.
Porém, no início de 1916, os
ingleses solicitaram a Portugal o
apresamento de todos os navios
alemães e austro-húngaros na
costa lusitana. A aquiescência
portuguesa justificou a declaração
de guerra da Alemanha a Portugal,
a 09/03/16. Devido à dizimação de
suas forças em dois anos de
guerra, os aliados passaram a
considerar a utilidade de ter tropas
portuguesas ao seu lado. A 15/06/
16, o governo britânico convidou
formal-mente Portugal a tomar
parte ativa nas operações militares
dos aliados e, a 22/07/16, foi
criado o Corpo Expedicionário
Português (CEP), composto por
30.000 homens1. Em dezembro, o
Chefe do Estado-maior do CEP,
Major Roberto Baptista, partiu
para a França, acompanhado de
outros oficiais, para preparar a
recepção das tropas portuguesas.
Superando grandes dificuldades,
uma força bem treinada e
equipada estava pronta em apenas
três meses. Esse fato notável
ficou conhecido como “O Milagre
de Tancos”2.
Foi acertado que o CEP seria
subordinado à BEF (British
Expeditionary Force). A pedido da
França, Portugal formaria também
guarnições para 25 baterias de
artilharia pesada, sob um
comando superior português. Tem
assim origem o Corpo de Artilharia
Pesada Independente (CAPI), que
seria composto por três grupos
mistos de três baterias de
artilharia pesada (uma com
canhões ferroviários de 320 mm e
as outras duas com peças de 190
mm ou 240 mm). Embora as
armas fossem fornecidas pelos
britânicos, o CAPI ficaria sob o
comando operacional da França.
A 17/01/17, o CEP é organizado
na forma de uma divisão de
infantaria reforçada, cuja 1ª
Brigada embarcou para a França
em vapores ingleses a 30 desse
mês. Ela desembarcou em Brest
a 02/02/17 e a 08/02/17 chegou a
Thérouane, na Flandres francesa,
que seria o seu local de
concentração e treinamento.
Também aí eles receberam o seu
equipamento (capacetes, armas,
máscaras de gases, etc.). Ainda
nesse mês, decidiu-se elevar o
STRATEGOS
13
efetivo do CEP para um Corpo-deExército de duas divisões. Cada
divisão portuguesa era composta
por três brigadas, cada uma com
quatro batalhões de infantaria,
similar ao modelo britânico.
Os Portugueses Entram em
Linha
A 04/04/17, as primeiras tropas
portuguesas chegam às trincheiras.
Nesse mesmo dia, é morto o
primeiro soldado português no front
ocidental, Antônio Gonçalves
Curado. A 30/05/17, a 1ª Brigada de
Infantaria portuguesa assume a
responsabilidade por um setor na
frente de batalha.
Poucos dias depois, a 04/06/17, os
portugueses têm seu batismo de
fogo, enfrentando um ataque
alemão. A 17/06/17, eles realizaram
seu primeiro ataque.
Tropas Portuguesas nas
Trincheiras
A 10/07/16, com a entrada da 3ª
Brigada em linha (a 2ª já havia
entrado a 16/06/17), a 1ª Divisão de
Infantaria portuguesa assumiu a
responsabilidade por um setor na
frente, subordinada ao 11º Corpo-deExército britânico.
No dia 14/09/17, os portugueses
fizeram seus primeiros prisioneiros
alemães (quatro) na frente
ocidental.
A 23/09/17, a 4ª Brigada, parte da
2ª Divisão, entrou em linha.
A 17/10/17, o primeiro contingente
do CAPI chega à sua zona de
concentração na França. Passou
então a ser conhecido como Corps
d’Artillerie Lourde Portugais (CALP),
mas só entrou em ação a 16/03/18.
A 05/11/17, o CEP assumiu a
responsabilidade pelo seu setor na
frente, ficando subordinado ao 1.º
Exército britânico. A 26/11/17, a
2.ª Divisão do CEP assumiu a
responsabilidade da sua parte na
frente.
Os Generais Fernando Tamagnini de Abreu e Silva (comandante do
CEP), Richard Haking (comandante do 11º Corpo-de-Exército britânico)
e Manuel de Oliveira Gomes da Costa (comandante da 2ª Divisão
portuguesa).
Todavia, os problemas surgiram
desde cedo. Os soldados
portugueses detestavam a ração
inglesa e sofreram muito com o
terrível frio do inverno de 1917-18,
com temperaturas que chegaram
a -22º Celsius. Desde 28/10/17,
quando o último navio de
transporte de tropas britânico, dos
sete iniciais, foi retirado, os
quadros do corpo expedicionário
não foram mais recompletados
nem substituídos. Os homens
passaram a se sentir
abandonados no inferno pelos
seus governantes. Era
acabrunhante o fato de estarem
lutando longe da Pátria e por uma
causa estranha. Os oficiais, na
tentativa de manter o moral de
suas tropas, faziam promessas de
descansos e licenças que nunca
se realizavam e, por outro lado,
exigiam deles esforços
redobrados, à medida que seus
efetivos minguavam, reduzidos
pelo combate, doenças e
deserções. No início de abril de
1918, o CEP já havia sofrido 5.420
baixas (1.044 dos quais mortos). A
exaustão e o desespero atingiram
o auge nas fileiras e o moral
português logo despencou. No dia
04/04/18, as tropas amotinaramse em pleno campo de batalha. O
comandante do CEP, General
Tamagnini, se viu forçado a aceitar
a gravidade da situação e informar
a seus superiores em Lisboa e no
comando britânico.
A 06/04/18, o CEP é reorganizado
e praticamente deixa de existir. A
2ª Divisão, reforçada, tomaria
conta do setor português,
subordinada ao 11º Corpo-deExército britânico, enquanto a 1ª
Divisão deveria ir para reserva,
sendo substituída pela 55ª Divisão
inglesa (West Lancashire).
Contudo, quando o General
Haking, comandante do 11º Corpo,
visitou as tropas portuguesas,
decidiu também retirar a 2ª Divisão
da linha de frente. A ordem deveria
ser executada no dia 09/04/17.
Também foi decidido que o CAPI
passaria a ser subordinado ao
CEP. Mas os alemães tinham
outros planos...
STRATEGOS
14
A Destruição da 2ª Divisão
Portuguesa
As três desfalcadas brigadas da 2ª
Divisão Portuguesa tinham que
guarnecer três linhas sucessivas de
trincheiras e outra linha de defesa
baseada
em
baluartes
estabelecidos em vilarejos,
totalizando cerca de 40 quilômetros.
De Norte para o Sul, estavam,
sucessivamente, as 4ª, 6ª e 5ª
Brigadas, com a 3ª Brigada (1ª
Divisão) em reserva. Ao Norte da
posição portuguesa, estava a 40ª
Divisão de Infantaria britânica,
enquanto ao Sul estava a 55ª.
Às 4:15 h de 09/04/17, os
alemães iniciaram uma violenta
barragem de artilharia de mais de
duas horas de duração, dando
início ao que ficou conhecido entre
os portugueses
como a “Batalha
3
de Lys” . Esse bombardeio
preliminar foi de tal forma intenso
que um batalhão português se
recusou a seguir para a frente.
Às 7:00 h, as massas de
infantaria alemã avançaram em
ondas, arrasando os aturdidos
defensores. Só contra o setor
português, o 6º Exército alemão
lançou oito divisões: 8ª, 35ª, 42ª e
117ª de Infantaria, 81ª da Reserva,
1ª e 8ª Bávaras da Reserva e 10ª
Ersatz (Treinamento). Ao todo,
quase 100.000 homens e 1.700
peças de artilharia contra 20.000
portugueses e seus 88 canhões
de apoio.
No Norte, a 4ª Brigada (a “Brigada
do Minho”, assim chamada porque
seus integrantes haviam sido
recrutados nessa região do país)
defendia a linha com dois
batalhões na frente (8º e 20º) e
dois na reserva (3º e 29º). Apesar
de tudo o que havia sofrido, o 8º
Batalhão resistiu valorosamente
aos ataques da 42ª Divisão alemã.
Contudo, e apesar de receber o
reforço do 29º Batalhão, foi
forçado a recuar até o QG da
Brigada em Laventie. Aqui, às
11:00 h, se viu forçado à rendição,
junto com a maior parte da
O desenrolar da Batalha de Lys
brigada. O comandante do 8º
Batalhão, Major Xavier da Costa,
foi eventualmente capturado, após
ser ferido três vezes e ficar cego.
No centro, a 35ª Divisão alemã
lançou-se contra a 6ª Brigada, que
mantinha a sua linha com os 1º e
2º Batalhões de Lisboa. As
primeiras linhas de defesa foram
rapidamente superadas pelos
atacantes e a maioria dos
portugueses que haviam
sobrevivido ao demolidor
bombardeio estava aturdida
demais para oferecer qualquer
resistência.
No Sul, a 8ª Divisão Bávara da
Reserva esmagou o 17º Batalhão,
da 5ª Brigada, e o 11º Batalhão,
da 6ª, que estava em reserva. A 1ª
Divisão Bávara da Reserva teve
dificuldades em superar a
resistência dos 4º e 10º Batalhões
(5ª Brigada), mas conseguiu
atingir Lacouture.
Por volta das 10:30 h, as baterias
de artilharia portuguesas
começaram a ser varridas pelo
rolo compressor alemão. O QG da
5ª Brigada foi capturado às 13:00
h pela 1ª Divisão Bávara da
Reserva. O comandante da
brigada, Coronel Manuel Martins,
e muitos outros oficiais e soldados
foram mortos e os demais caíram
prisioneiros.
O médico Jaime Cortesão estava no
“Hospital das Doidas”, em Saint
Venaint, numa grande parte do qual
se improvisou o Hospital de Sangue
Nº 2. Ele presenciou a chegada dos
incontáveis feridos da 2ª Divisão. Ao
seguir por um corredor repleto de
feridos e moribundos, alguém
chamou pelo seu nome. Ele voltouse e, sobre uma maca alta, estava
um soldado em evidente agonia. O
jovem moribundo então lhe
perguntou:
- Não se lembra?!
Atônito, sem atinar quem fosse, ele
respondeu:
- Não me lembro.
STRATEGOS
15
Então, os olhos vítreos fecharam-se
e a boca emudeceu para sempre.
A maca seguiu em frente e Cortesão
ficou a olhá-la. Aturdido, quase com
remorso. Aquela alma, a debater-se
no fundo da sua agonia, esperava
certamente por uma última palavra
amiga de conforto. Em vão. A
seriedade da situação levou o
General Haking a liberar suas
reservas para ajudar a 3ª Brigada
portuguesa a conter a penetração
alemã. O 1º Batalhão do King
Edward’s Horse e o 11º Batalhão de
Ciclistas foram enviados à área de
Lacouture, onde se uniram aos
portugueses dos 13º e 15º
Batalhões (5ª e 3ª Brigadas,
respectivamente) para defender a
vila.
Lacouture
resistiu
galhardamente por mais de 26 horas
sob intenso ataque alemão. Por fim,
a localidade caiu às 11:45 h de 10/
04/18, tendo os alemães capturado
168 portugueses e 77 britânicos.
Durante essa batalha desesperada,
o soldado Aníbal Augusto Milhais,
do 15º Batalhão, sozinho, utilizando
uma metralhadora Lewis, cobriu a
retirada de todos os seus
companheiros sob pesado ataque
inimigo. Ele ficou conhecido como
o “Soldado Milhões” (um evidente
trocadilho com seu sobrenome, mas
também porque seu comandante
declarou depois que a sua ação
valeu pelas de milhões de homens)
e tornou-se o mais famoso herói
português da 1ª Guerra Mundial. Ele
conseguiu escapar e recebeu a
“Ordem de Torre e Espada de Valor,
Lealdade e Mérito”.
Apesar deste e de outros atos de
heroísmo, a derrota das forças
portuguesas foi completa. Os
remanescentes dos despedaçados
batalhões lusitanos recuaram em
desordem, deixando armas,
canhões, mortos e feridos para trás.
O QG da 2ª Divisão, que estava
então servindo de ponto de
reorganização e reagrupamento de
unidades batidas, teve que ser
transferido duas vezes só no dia 9.
O custo de vida aumentava, o
abastecimento de gêneros
escasseava e o desemprego
crescia. Estes fatores fizeram
deflagrar violentas reações sociais
(greves e saques) que eram
aproveitadas pelos unionistas e
monarquistas, contrários à
intervenção de Portugal na guerra
e defensores da retirada das
tropas portuguesas dos campos
de batalha da Europa.
As perdas do CEP somente nesse
dia foram de 7.425 baixas entre
oficiais e soldados, sendo 398
mortos e 6.585 prisioneiros
(estima-se que cerca de 1.500 dos
quais feridos). Os vitoriosos
alemães haviam criado uma
brecha de 5,5 quilômetros de
largura na linha aliada.
Em Portugal, panfletos pacifistas
eram distribuídos abertamente
(embora a tropa não tivesse
acesso a eles, por ser, na maioria,
composta por analfabetos). A sigla
“CEP” foi até corrompida para
“Carneiros de Exportação
Portuguesa”.
A 13/04/18, as 1ª e 2ª Brigadas de
Infantaria portuguesas retiram-se
para a nova linha de defesa em
construção entre Lilliers e
Stennberg. O comando britânico
enviou elementos das divisões 50ª
(Northumbrian) e 51ª (Highland)
para fechar a linha aliada, mas,
para o CEP, a batalha estava
praticamente encerrada. O
colapso do CEP pode ser
explicado, em parte, pela
insuficiência de tropas. A
esmagadora superioridade alemã
e o intenso bombardeio preliminar
também tiveram decisiva influência
no esfacelamento da 2ª Divisão
portuguesa.
Mas não se pode deixar de
considerar também o estado moral
da tropa, por tudo o que já foi
mencionado, mais o fato de que a
batalha começou no dia em que
os soldados sabiam que seriam
substituídos. Com tudo isso, o
resultado final da Batalha de Lys
não poderia mesmo ser outro.
Crise em Portugal
Busto de Aníbal Augusto Milhais,
o “Soldado Milhões”.
À medida que o número de mortes
foi aumentando no Corpo
Expedicionário Português (e o seu
fim tornava-se previsível) a guerra
ficava cada vez mais impopular.
A este agravamento das condições
de vida e da agitação social e
política, o governo não apresentava
soluções, recusando a entrada no
governo de elementos de outros
partidos republicanos, católicos e
independentes.
A 05/12/17, o Major Sidônio Pais,
embaixador de Portugal em Berlim
de 1912 a 1916, germanófilo e
professor da Escola de Guerra,
chefiou um golpe que o levou ao
poder três dias depois. A 09/12/17,
o Congresso foi dissolvido. A 12/12/
17, o Presidente da República,
Bernardino Machado, foi destituído.
Este movimento passou a ser
conhecido como “Dezembrismo”. A
06/01/18, marinheiros da Armada
tentaram uma ação contrarevolucionária que fracassou.
O “Dezembrismo” parece ter sido
o golpe de misdericórdia numa
moral beligerante que havia sido
vacilante desde o princípio. O CEP
acabou entregue à própria sorte por
um novo governo que estava mais
preocupado com uma inflação nunca
vista, falta de alimentos,
disseminação de pestes e a
contestação cada vez mais forte de
uma guerra distante.
O Fim da Guerra para os
Portugueses O desastre que se
abateu sobre os portugueses fez
com os britânicos perdessem a
STRATEGOS
16
confiança na capacidade militar
de seus aliados. E, embora
algumas unidades e até a 1ª
Divisão
eventualmente
retornassem à linha de frente,
muitos sobreviventes do CEP
passaram a ser usados pelos
britânicos apenas como mão-deobra para cavar trincheiras e
reparar estradas. Também se
provou
ser
impraticável
reconstituir completamente o
CEP.
A guerra terminou em novembro,
sem que as tropas portuguesas
fossem empenhadas em nenhuma
outra ação relevante. A 09/12/18,
partiu para Cherburgo, porto de
embarque, o primeiro contingente
de tropas do CEP que
regressariam a Portugal. O total
de perdas do CEP em 1917-18 foi
de 21.277, sendo 2.0964 mortos,
5.224 feridos, 6.678 prisioneiros e
7.279 por outras causas. Por este
alto preço, os portugueses
conquistaram o direito de
participar da Parada da Vitória, em
Paris. A 14/07/19, um contingente
constituído por 400 homens
desfilou passando sob o Arco do
Triunfo.
Conclusões
No esforço de guerra português,
chegaram a ser mobilizados quase
200 mil homens. As perdas
atingiram cerca de 7.000 mortos e
milhares de feridos (entre o CEP e
a África), além de custos
instabilidade política acentuar-se-ia
até a queda do regime democrático
em 1926. Os oficiais e soldados
portugueses que lutaram e morreram
por uma causa que, de maneira
nenhuma, justificava tal sacrifício
estão sepultados no Cemitério
Militar Português de Richebourg, na
França. Testemunhas silenciosas
de que a guerra não era e nunca será
a melhor solução para questões
puramente políticas, uma lição que
até hoje parece que não foi
aprendida.
Notas :
Entrada do cemitério de
Richebourg l’Avoué - NeuveChapelle, onde se encontram
sepultados 1.831 militares
portugueses que foram
trasladados de vários cemitérios
da França.
econômicos e sociais gravemente
superiores à capacidade nacional.
O Tratado de Versalhes restituiu
formalmente a Portugal a ilha de
Quionga (Moçambique) que os
alemães haviam ocupado em 1894.
No entanto, ela já havia sido
reocupada pelos portugueses em
abril de 1916. Este foi o único
“ganho” português na 1ª Guerra
Mundial. No final das contas, os
objetivos que levaram os políticos
portugueses responsáveis a entrar
na guerra saíram gorados na sua
totalidade. A unidade nacional não
seria conseguida por este meio e a
1. As fontes são conflitantes
quanto ao efetivo total enviado
para a França, entre 02/02/17 e
28/10/17. São citados: 59.383,
55.165 e 55.083 homens.
Possivelmente, o primeiro número
inclui o CAPI.
2. Tancos era o campo de
treinamento onde a força estava
sendo preparada
3. O que os portugueses chamam
de “Batalha de La Lys” foi apenas
o primeiro dia da “Operação
Georgette” do 6º Exército alemão.
Essa batalha também é conhecida
como “Batalha de Estaires” pelos
britânicos.
4. Outras fontes citam 2.086 e
2.160 mortos.
STRATEGOS
17
Hammer of the Scots
Coração Valente em
Tabuleiro
Por Ubiratã Oliveira Hammer of the Scots (Editora Inglaterra como mais uma região.
Columbia Games – Tom Dalgliesh
e Jerry Taylor) é um jogo de tabuleiro
que retrata com bom grau de
veracidade
a
guerra
da
independência da Escócia, assunto
também abordado pelo filme
Coração Valente do ator e diretor Mel
Gibson.
O nome do jogo se baseia no
epitáfio do falecido Rei Inglês
Edward I, onde consta a inscrição:
Edward I – Hammer of the Scots;
ou seja Edward I o martelo dos
escoceses, o que certamente foi a
intenção do nobre: esmagar e
levar o povo escocês a
submissão, mas sua “martelada”
real só fez com que se forjasse
uma brava, orgulhosa e
independente nação.
Nesse jogo de tabuleiro temos um
mapa muito bem desenhado
dividido em regiões, representando
a Escócia e na parte sul a
O desafio é para 2 (dois)
participantes sendo um o
representante escocês e outro o
inglês. O objetivo do jogo é por um
lado subjugar os escoceses
mantendo a maioria dos nobres ou
eliminado o rei coroado pelo povo,
e por outro lado impedir o avanço
para norte dos ingleses eliminando
o Rei Edward II além de
“convencer” a nobreza a apoiar a
causa da independência. Existem
3 (três) cenários e outros podem
ser criados, ou ainda pode-se
jogar a campanha inteira (12971314).
Voltando um pouco a história
desse embate, podemos tentar
entender o que ocorria nesse
período. Na verdade a causa é
multifatorial e definir um ou dois
fatores gatilhos para a batalha
seria subestimar a complexidade
dessa época, porém o apoio do
STRATEGOS
18
Rei Baliol a causa da França
contra a Inglaterra, inúmeras
humilhações impostas por Edward
I aos nobres escoceses geraram
insatisfações em ambos os lados,
junto com isso o aprisionamento
de alguns desses nobres e um
cerco seguido do assassinato de
metade da população de Berwick
por parte dos ingleses acenderam
o barril de pólvora que então deu
inicio a essa violenta revolução.
O jogo é relativamente simples, e
tem fases definidas iniciando com
uma fase de cartas onde cada um
dos jogadores recebe um set de
cartas, os quais irão definir o
número de movimentações que
cada um poderá fazer e se
possuem algum evento histórico
para utilização, feito isso passa-se
a fase de movimentação de
tropas, delimitada pelo tipo de
tropa (nobres, infantaria, arqueiros,
norticos, cavalaria, mercenário,
rei, Wallace...), uma fase de
batalha onde rolam-se dados para
definir as baixas e por fim uma
fase de inverno, importantíssima,
pois nela se organizam os
reforços, alguns eventos, a estadia
do Rei em solo escocês e etc...
As peças funcionam num sistema
chamado Fog-of-War que traz a
tona as surpresas e incertezas de
um conflito sem informantes,
satélites, google earth e similares
(risos), as peças ficam voltadas
somente para o jogador em
questão sendo abertas somente
no momento da batalha lembrando
o antigo jogo Combate da Grow,
ou seja, você pode acabar
atacando com uma infantaria
acompanhada de um simples
nobre nada mais nada menos que
a comitiva de Edward I, com
arqueiros, infantes e Hobelar.
O jogo tem peças representando
os diferentes nobres escoceses
da época (Comym, Bruce, Angus,
Andrew de Moray, Ross, Argyll...)
os quais tem movimentação média
e uma capacidade de defesa
aumentada em seu território de
Exemplo de Mapa de Conferência do Jogo
origem e mudam de posição
política (pró-Inglês/pró-Escocês) a
medida que são derrotados ou
durante a fase de inverno quando
ficam dominada sua terra natal por
inimigos.
Ainda são representados no
tabuleiro os arqueiros, sendo os
ingleses mais poderosos devido a
sua “LongBow” poderosa arma
capaz de atingir uma distância de
350-400 jardas um peso de 110175 kilogramas, a infantaria não
poderia ficar de fora e nesse caso
a escocesa com sua estratégia de
Schiltrom é mais eficiente, onde
com longas lanças as mesmas se
reuniam em um grupo e
conseguiam repelir a cavalaria e
infantaria inimiga de forma eficaz,
levando a pior, porém, se no grupo
inimigo existir um grupo de
arqueiros ansiosos por eliminar as
“hordas do mal”, os cavaleiros
estão presentes também, ainda
cabe citar os Nórdicos que se
destacam com sua capacidade de
se deslocar por toda costa, e com
sua grande capacidade de
movimentação vêm em auxilio aos
escoceses, pelo lado inglês temos
os mercenários Celtas que
durante os combates tem de ter
sua lealdade testada, pois em
pleno campo de batalha podem
acabar desistindo de participar
deixando seus aliados em “maus
lençóis”.
Por fim os líderes: capazes de
mobilizar tropas através de
recrutamentos emergenciais, do
lado da Escócia, o famoso William
Wallace Coração Valente
“Gibson”, ou simplesmente
Wallace com sua alta capacidade
de mobilização, sua força e
movimentação firme, ainda ao lado
do nosso herói temos o Rei que
STRATEGOS
19
um dos motivos da derrota? Nunca
saberemos...
O Jogo possui belas peças
pode ser um nobre coroado na
região de Fife ou o Rei Baliol
retornado do front francês, para os
ingleses resta Edward I e sua
capacidade de passar o inverno
nos highlands e após a morte do
mesmo, em 1305 o rei Edward II o
qual não perderia os momentos
íntimos ao lado de seu amante
(Piers Gavenston) para passar o
inverno em um campo de luta
retornando sempre ao reino na
época mais fria do ano.
Devemos ser justo e reconhecer
que na realidade o rei Edward I foi
em sua época um grande líder
militar estrategista, além de
político habilidoso, podemos crer
que a vitória escocesa se deu tão
somente pela morte do mesmo,
pois quando com ele a frente das
lutas raramente o lado vermelho
perdera uma batalha, ficando as
derrotas para os momentos de
ausência do rei na Escócia ou
após sua fatídica morte.
Outra característica do jogo que
reconduz a uma realidade
histórica é a dificuldade de
mobilização com qualidade do
exército inglês, tendo em vista a
necessidade e dificuldade dos
mesmos de lutar em mais de um
front (mesma dificuldade mais
tarde sentida por Napoleão e
Hitler), eles não conseguiam uma
disposição ideal de tropas, até por
que os nobres e as melhores
tropas preferiam, se sentiam mais
honradas em lutar na França
contra nobres franceses de
verdade e não contra uma “horda”
sem moral quase selvagem, e
quem sabe também não estaria aí
Para não estender mais o texto,
resta dizer-lhes que o jogo tem um
set up inicial relativamente
simples uns 10 minutos e pode
ser jogado tranqüilamente em 90
minutos, é fácil de jogar/ensinar, é
independente do conhecimento da
língua inglesa embora existam 5
(cinco) cartas de evento em
inglês, nada que uma “colinha”
próxima ao tabuleiro não resolva
de vez o problema, vale a pena
jogar uma vez com a Escócia e
ser o mocinho do filme e outra vez
com o lado inglês e ser o vilão
para isso 3 horinhas, bem
passadas, divertidas, cheia de
responsabilidade histórica e
desafio... Quem sabe mudar a
história no tabuleiro ou confirmá-la
com mais eficiência/
eficácia...testem e nos digam...
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STRATEGOS
20
O PLANO SCHLIEFFEN E O
GRANDE AGOSTO DE 1914
(PARTE II)- Começa a
Grande Guerra !
Ícaro dos Santos França
Grognard e escritor,
UM ESTRANHO FANTASMA
CHAMADO NAPOLEÃO...
A idéia básica do “Plano
Schlieffen” era a de vencer a
guerra de um único golpe – e sua
falha levaria somente a anos de
guerra cruel, em que todos sairiam
perdendo no fim. Uma das razões
disto era a proposição de
Napoleão de que uma vitória
tático-operacional equivaleria de
fato à uma vitória
estratégica...entretanto, este não
seria o caso em 1914.
Mesmo que se fosse possível
destruir o exército francês em uma
única batalha decisiva, isto
dificilmente provocaria o fim da
guerra...por mais devastador que
isso fosse em termos psicológicos
e políticos. No Leste, os exércitos
alemães cercariam e destruiriam
em 1914 vários exércitos russos
em Tannenberg e nos Lagos
Masurianos: porém a Rússia
czarista, mesmo sendo muito
mais pobre industrialmente do que
a França ou a Inglaterra, ainda
continuaria lutando com ferocidade
até 1917. E a França, em 1914,
estava moralmente bastante
motivada – o que não era o caso
russo!
Indo mais fundo nas idéias de
Napoleão, vemos que as primeiras
vitórias dele foram contra exércitos
e inimigos realmente mais fracos
– sua França era mais eficiente,
mais bem equipada e além disso
Napoleão resolvera o problema de
abastecimento logístico pelo
recurso de sustentar suas tropas
com os suprimentos do local onde
estivessem – ao contrário de seus
inimigos, que dependiam de
longas linhas de suprimento.
Porém esta situação já era
dramaticamente diferente em
STRATEGOS
21
1914! Todos os exércitos europeus
já adotavam o mesmo sistema
organizacional: estados-maiores,
oficiais profissionais, mobilização
em massa, sistemas logísticos
eficientes. No caso alemão, que
em 1871 inovou em muitas coisas
a prática dos combates –
principalmente na Guerra FrancoPrussiana - esta dita vantagem
organizacional já não era seu
privilégio em 1914. Na verdade, a
Alemanha não tinha qualquer
vantagem social ou militar em se
comparando com a França ou
Inglaterra, a não ser a execução
impecável de seu “Plano
Schlieffen”! Porém, para este
plano tão perfeitamente concebido
funcionar, deveria haver um fator
fundamental – que a França
“colaborasse” com ele, cometendo
erros fatais em termos táticos e
estratégicos... e inicialmente
ocorreu isto mesmo: o Plano XVII
francês praticamente abria todo o
nordeste da França para o avanço
alemão – só a partir de 22 de
Agosto, quando seus ataques na
Alsácia-Lorena terminaram em
fracasso total, foi que o Comando
Francês desistiu de vez do Plano
XVII. A guerra contra a Alemanha
já havia começado e a França
estava recuando em todas as
frentes, enquanto os exércitos
alemães, avançando de vitória em
vitória, já começavam a esticar
demais suas linhas de
suprimento... e isto começou a
beneficiar os franceses, que já não
tinham mais problemas de
suprimentos, reforços ou
acompanhamento direto da
batalha por seus comandantes.
O sistema ferroviário francês
estava centrado em Paris, o que
permitia de fato deslocar
rapidamente reforços e unidades
de um ponto para outro das
frentes de batalha, enquanto os
alemães já começavam a ficar
travados por sistemas ferroviários
congestionados e estradas ruins.
O Exército Imperial Alemão estava
dando tudo de si, avançando a pé
30 a 40 km por dia...mas isto não
O final da Batalha do Marne
seria o suficiente: os aliados, a
partir de certo ponto, poderiam
atacar de forma bem sucedida
qualquer ponto fraco em seu
flanco exposto! E, o mais
importante: os aliados tinham uma
visão geral dos planos de batalha
muito melhor do que o
comandante alemão. Helmuth von
Moltke, o Moço, comandante
supremo das forças alemãs, tinha
a pesada tarefa de comandar toda
a mecânica do Plano Schlieffen,
de um posto bastante recuado da
frente de combate – no
Luxemburgo. Sem um comando
unificado, jamais os alemães
conseguiriam responder aos
movimentos aliados de forma
rápida e eficiente...o que seria
visto na Batalha do Marne.
FORÇAS FRENTE A FRENTE EM
25 DE AGOSTO DE 1914:
Primeiro Exército Alemão:
combates contra a B.E.F. em Le
Cateau e contra um “Group
D´Armade” entre Arras e Cambrai.
Segundo Exército Alemão:
flanco esquerdo do Primeiro
Exército.
Terceiro Exército Alemão:
confronto com o Quinto Exército
Francês no Meuse.
Quarto Exército Alemão:
confronto com o Terceiro Exército
Francês no Meuse.
Quinto Exército Alemão:
confronto com o Exército da
Lorraine, em torno das
fortificações de Verdun e Metz.
Sexto Exército Alemão:
confronto com o Segundo Exército
Francês na Alsácia-Lorena. Final
da Batalha das Fronteiras e fim do
Plano XVII.
Sétimo Exército Alemão:
confronto com o Primeiro Exército
Francês na Alsácia-Lorena. Final
da Batalha das Fronteiras e fim do
Plano XVII.
O AVANÇO PARA O MARNE
25 de agosto a 1 de Setembro
de 1914: Retirada geral dos
aliados! Os alemães perseguem
vigorosamente os exércitos
franceses e ingleses, cortando
linhas de comunicação e de
suprimentos. Combates
agressivos em todos os pontos da
frente
30 de agosto de 1914: O General
Alexander Von Kluck,
comandamte do Primeiro Exército
Alemão, muda a direção do seu
STRATEGOS
22
General Alexander Von Kluck
avanço para sudeste, acreditando
que pode aproveitar uma brecha
no flanco esquerdo
aliado...entretanto isto fará suas
forças passar a leste de Paris!
1 a 2 de Setembro de 1914: por
meio de reconhecimento aéreo, O
General Francês Joffre fica ciente
da mudança de direção de Von
Kluck. Ele ordena o Sexto
Exército Francês se concentrar
em Paris, para ameaçar o flanco
direito alemão.
No dia 4 de Setembro, Moltke
ordena a Von Kluck guarnecer o
flanco direito do Segundo Exército
Alemão contra um possível ataque
francês vindo de Paris. O Segundo
Exército agora torna-se uma força
de flanco. Kluck interpreta esta
ordem como um avanço para
explorar uma brecha nas defesas
aliadas ao leste de Paris. O palco
estava pronto para a maior batalha
campal da História, desde que
Tamerlão derrotou o Sultão
Bayazid, em Angorá - desta vez,
ás margens do rio chamado
Marne.
Mais de um milhão de soldados
estavam rumando para a primeira
batalha decisiva da Primeira
Guerra Mundial!
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STRATEGOS
23
Dossiê Steel
Panthers: novas
versões de um
clássico eterno
Seria
possível um game com
quase 15 anos de estrada,
gráficos ultrapassados e cuja
engine ainda é baseada no DOS
possuir milhares de adeptos
apaixonados espalhados pelo
mundo?
Marcos Reis
Grognard e psicólogo nas
horas vagas. Pode ser
contatado pelo site
www.sobresites.com/psicologia
Num mundo formado de prazeres
descartáveis é mais fácil que
daqui a dez anos poucos se
lembrem o que foi o “Call of Duty”,
mas certamente o Steel
Panthers ainda estará instalado e
rodando nos computadores de
muitos wargamers. E estes
wargamers não são os
‘especialistas’ em shooters
descerebrados e segunda guerra
mundial que estamos
acostumados a ver por aí. Na
média, os jogadores de Steel
Panthers são jovens adultos que
já ultrapassaram a faixa dos 25
anos, profissionais liberais ou
militares interessados na ciência
do wargaming, em tática,
estratégia, história e conflitos
mundiais.
Em poucas palavras o Steel
Panthers pode ser definido como
um wargame de estratégia,
baseado em turnos consecutivos
(mais conhecido como Igo-Ugo),
em nível tático – ou de esquadrão
(squad-level), e cujos cenários
cobrem da segunda guerra até a
atualidade – apesar de cenários
ambientados em outros períodos
não sejam incomuns de se achar.
A quantidade de cenários e
campanhas e tão grande que se é
possível passar uma vida sem
conseguir ter jogado todos. Isto se
deve principalmente a uma
comunidade de jogadores
bastante ativa, que produz de
maneira continua: melhoramentos,
modificações (os famosos MODs)
e novas missões para o game
original.
Podemos considerar o Steel
Panthers como a transposição
para PC do Advanced Squad
Leader (ASL) – que é um lendário
wargame de tabuleiro lançado pela
Avalon Hill. Assim como no ASL,
vemos o mapa com uma visão
superior bidimensional, dividido em
hexágonos que representam 50
metros. Cada unidade simboliza
um veiculo simples ou uma seção
de combatentes (1 a 4 indivíduos)
ou esquadra (8 a 15 indivíduos), no
caso da representação dos
soldados. O sistema de combate
é um espetáculo à parte: bastante
realista, levando em consideração
aspectos indispensáveis para
qualquer intervenção militar real:
com multiplicadores de combate
(moral, liderança, comando e etc)
e a ‘inteligência’ do campo de
batalha (terreno, cobertura,
elevações e etc.) bastante
satisfatórios. Sem deixar de
STRATEGOS
24
mencionar, que possuí uma das
físicas mais realistas que já vi permite responder com precisão
questões do tipo: a quantos
metros e em que posição é
necessário para um Sherman
nocautear um Tiger Três foram os
Steel Panthers oficialmente
lançados: o primeiro em 1995, o
segundo – “Steel Panthers II:
Modern Battles” em 1996, e o
terceiro “Steel Panthers III:
Brigade Command 1939-1999”.
Todas estas versões foram
desenvolvidas pela SSI - Strategic
Simulations Inc, que foi a mesma
softwarehouse que criou a famosa
série Panzer General. Por
motivos diversos, estas versões
originais do Steel Panthers foram
descontinuadas e os dois Steel
Panthers que vamos analisar são
remakes gratuitos lançados
recentemente. São eles: Steel
Panthers: World at War ou
SPWaW e winSPWW2: Steel
Panthers World War 2.Ambos os
games são muito parecidos, mas
bem diferentes nos detalhes. E o
melhor de tudo: ambos são
gratuitos. Quer dizer, ao menos
em suas versões básicas. Isto não
se deve a um gesto de altruísmo
destas empresas mas sim ao fato
da SSI ter liberado os direitos de
ambos os jogos apenas com esta
condição – a de que
permanecessem gratuitos.
Simulação no SPWaW. Em plena batalha das Ardenas, um Pantera é
surpreendido pelo disparo de um Sherman M4A3. O blindado de seu
comandante de seção já arde em chamas vitimado por este algoz. O que
fazer? Lançar os fumigeros e recuar ou atacar? Bem, seria um disparo
livre de 300 metros e as chances de acerto são estimadas em 56%.
Visando contornar esta situação,
tanto a Matrix quanto a Camo
Workshop desenvolveram vários
atrativos extras (que discutimos
no quadro abaixo) para quem
planeja adquirir a versão
paga.Seguindo um
desenvolvimento paralelo a da
MatrixGames, a versão
desenvolvida pela Camo deu um
salto qualitativo
em termos gráficos, ao modificar
a engine para windows nativo,
suportando agora altas resoluções
nas imagens. O lado ruim é que
esta versão não possuí a
variedade de missões do SPWaW.
Outro fator ruim é que o
winSPWW2 da Camo é oriundo de
um código fonte menos sofisticado
que o do SPWaW, apesar de
transposto para Windows nativo.
X
O mais famoso e conhecido dos Grogs, é sem
duvidas o Steel Panthers: World at War ou
SPWaW – lançado pela Matrix Games e baseado na
engine do Steel Panthers III. Atualmente na
versão 8.4 possuí uma das comunidades mais fieis e
antigas do mundo dos wargames.
winSPWW2: Steel Panthers World War 2 –
lançado pela Camo Workshop em 2006 e baseado
no código do Steel Panthers II. Além desta versão,
a Camo também lançou o “winSPMBT: Steel
Panthers Main Battle Tank” cujas batalhas são
ambientadas no pós segunda guerra mundial.
STRATEGOS
25
A sangrenta invasão marine em Iwo Jima representada no
winSPWW2 da Camo Workshop.
Montando um grupo de batalha no SPWaW.
A Ordem de Batalha, desenvolvida e
aprimorada ao longo de quase 10 anos, é um
dos pontos fortes desta versão.
Dica para os grogs de
tabuleiro
Você deve estar se perguntado:
será que eu poderia imprimir
estes maravilhosos mapas do
Steel Panthers e jogar como se
fossem boardgames? Ou
melhor, poderia eu mesmo criar
meus próprios mapas? Sim,
mas a resposta não é tão
simples. No SPWaW existe
uma pequena ferramenta
chamada Map Thing que
converte seus mapas para o
formato PDF com imagens
vetoriais - que é ideal para
impressão pois a imagem não
deforma quando modificada de
tamanho. O problema do Map
Thing é que ele foi criado para
produzir mapas estilo rascunho
– bem esquemáticos - tendo-se
em vista serem utilizado em
complemento ao game e não
como boardgames. Uma outra
solução seria simplesmente
capturar as telas do game com
um programa e edita-las num
editor de imagens. Realmente
seria um processo bem
trabalhoso que teria melhores
resultados no winSPWW2, haja
vista seu suporte a resoluções
maiores que 800x600.
Comparando com outros wargames táticos
É inevitável uma comparação do Steel Panthers com a série Close
Combat. Apesar de graficamente superior, o Close Combat possui
uma Ordem de Batalha (OOB) muito frágil – nela podemos criar
aberrações como exércitos de snipers, de lança-chamas,
blindados atuando geralmente isolados (lembrando que uma
seção de blindados possuí no mínimo dois, e o esquadrão que é a
menor unidade orgânica – de três a cinco).
No Steel Panthers isto não é problema, mas uma de suas grandes
qualidades a sua OOB é provavelmente a mais completa já vista
num wargame até então. Os mapas e os escopos de uma batalha
no Steel Panthers também não possuem as limitações do Close
Combat com seus mapas de tamanhos fixo, quantidade de
unidades limitadas e combates que duram apenas alguns minutos
(em tempo real e de jogo). Outros parentes próximos do Steel
Panthers são os East Front e West Front, ambos da finada
Talonsoft - agora rebatizados num novo re-lançamento da Matrix
Games como “The Campaign Series”.
O The Campaign Series é um wargame squad-level com visão 2d
isométrica (daquelas que simulam um falso 3d) mas com
possibilidade de visualização mais distante – com mapa plano e
os clássicos marcadores padrão OTAN. A engine do Campaign
Series é assemelhada a utilizada nos clássicos Panzer
Campaigns da HPS e Operational Art of War também lançado pela
Talonsoft (não é à toa que a Talonsoft e a HPS eram antes uma
única empresa). Comparativamente o Campaing Series possui
tanto um sistema mais simples, quanto um nível estratégico mais
distanciado que o do Steel Panthers.
De qualquer forma este re-lançamento é uma boa surpresa para
os fãs da modalidade squad-level espalhados pelo mundo. Demais
wargames táticos, com ambientação na segunda guerra, que
merecem uma citação honrosa são os Combat Mission da
Battlefront, e o Squad Assault da Freedom Games – ambos com
gráficos 3d e possibilidades táticas bem interessantes. Não
arrisco sequer citar os wargames táticos ambientados na
contemporaneidade pois estes se contam as dezenas.
STRATEGOS
26
COMPARATIVOS
STRATEGOS
27
DOWN WITH THE EMPIRE
Space Opera em Tabuleiro
Equipe Portal dos Introdução :
Wargames Na época de ouro dos wargames,
onde existiam grandes empresas,
como a Avalon Hill e a SPI,
existiam jogos complexos, com
grandes mapas e que tinham uma
acurácia na reprodução de
detalhes. Existia um jogo, que na
minha opinião, (a despeito de eu
admirar o autor), representou o
ápice desta filosofia : O
Campanha do Norte da África.
Representava o que se chamava
Monster Game, jogos com
imensos mapas e com um tempo
de duração absurda (o Campanha
durava 60000 minutos de jogo,
dúvido que alguém jogou isso),
detalhamento de regras e cálculos
complexos. Esta espécie de
coqueluche dos anos 70, teve lá
seus adeptos, mas hoje seste tipo
de jogo é considerado mais uma
bizarrice, do que algo que possa
ser levado a sério.
Jogos com grandes mapas
começaram a ser estigmatizados
como jogos complexos, ou
Monsters Games, que
espantaram a maioria dos
O Bizarro Campanha do Norte da África
STRATEGOS
28
jogadores e que acabaram de
certa forma transformando os
wargames por muito tempo em
jogos especializados e de difícil
compreensão. Uma corrente
começou a mudar um pouco os
wargames, tentando atualmente
transformá-los em jogos mais
amistosos sem perder seu nível de
realidade.
Empresas investem em sistemas
inovadores, como a Columbia
Games, com o Hammer of the
Scots (ver o artigo neste número),
que traz o conceito de fog-of-war
(visibilidade restrita) da peça
adversária, com seu sistema de
blocos de madeira.
Não escrevemos uma linha até
agora do Down With the Empires,
por que ? Porque é um jogo muito
diferente. Primeiro que ele pode
ser jogado de duas maneiras : on
line via Vassal, ou em tabuleiro.
Para quem não conhece Vassal, é
um programa em Java, que
permite jogadores em torno do
mundo jogarem via chat/email
wargames, numa espécie de
tabuleiro virtual.
E em segundo lugar no tabuleiro
propriamente dito. Tivemos a
oportunidade de receber o Down
With the Empires no format Printand-Play (PDF) para montarmos e
realizarmos uma partida de teste.
Através de Luciano Baiano,
imprimimos o mapa e as peças e
começamos a nos preparar para
jogar o Down. A roupagem do jogo
é o SCIFI, tipo Space Opera,
baseadno no antigo Freedom in
the Galaxy da SPI. A temática é
que o Império estaria sendo
sacudido por uma rebelião, com a
intenção de desestabilizá-lo.
O jogo em si possui diversas
facetas interessantes e chega até
ter um atrativo com os diversos
personagens, que dão até um “ar
de RPG” no mesmo em
determinados momentos. Mas não
é um jogo para iniciantes, e vamos
explicar porque.
Luciano Baiano e Cléo com o Mapa do Down Montado
O Jogo
Ao comprar o pacote PDF do
Down, o jogador encontrará um
grande mapa para imprimir e cerca
de 30 páginas de acessórios :
como cartas de eventos,
personagens e peças
propriamente ditas. O mapa é
didivido em 40 páginas A4, que ao
serem montadas dão uma
superfície de jogo d ecerca de
1,90 m X 0,9 m. Realmente o
trabalho de montagem é um pouco
extenso e demandará tempo do
jogador. As regras são extensas,
um livreto com cerca de 100
páginas, que estão muito bem
explicadas, mas necessitam de
uma leitura cuidadosa. Quando
joguei a versão do Vassal, a
mesma me ajudou e muito para o
“setup” inicial do jogo, pois pude
ver o jogo montado na prática.
Este é o grande desafio do jogo
para quem não quiser encarar a
versão virtual do mapa : montá-lo.
Em seguida a leitura das regras,
fizemos uma partida de teste de
cerca de 9 horas de duração, onde
conseguimo sentir o jogo (O
designer Charle Duke, estima que
uma partida total possa ser jogada
em 26 horas), e todas as suas
facetas. Uma coisa que notamos
é que existe um clima de “Star
Wars” no jogo, ou seja muita da
roupagem, nos lembra o velho
Império Galático do Geoge Lucas
e seus personagens. A idéia da
rebelião em si, fez com que
piadas surgissem durante o jogo,
mas coisas que fazem parte de
qualquer teste.
O sitema é para dois jogadores,
mas recomendamos 3, sendo um
deles como uma espécie de
orientador/juiz, na primeira vez que
for jogado.O jogo é realizado em
estágios, que por sua vez em
fases. O primeiro estágio é o
operacional dividido em : fase de
eventos estelares, onde é
sorteada uma carta de eventos,
fase de obtenção de recursos e
construção, a fase de missão
Carta de Personagem do Jogo,
um “Q” de RPG
STRATEGOS
29
uma espécie de Millenium Falcon,
e sair por aí fazendo peripécias
pelo Império.
Com relação as naves, o Império
possui diversos tipos, tendo até a
famosa Moloch, que lembra a
“Estrela da Morte”. As naves ainda
podem ser capturadas e utilizadas
pelo jogador que conseguiu esta
ação. Aliás diversas batalhas
foram realizadas durante o jogo, e
realmente neste ponto nos
divertimos, lembrando e muito os
combates clássicos do Star Wars.
Pensamos em até fazer uma
espécie de cenário da destruição
do Moloch, muito parecido com a
batalha final do Retorno de Jedi.
Baiano e Ricardo se preparado para o jogo
rebelde, onde o jogador rebelde
organiza missões de sabotagem
ação, etc., fase do império, muito
similar a dos rebeldes. Em
seguida entra o estágio de
operações militares, onde ocorrem
as ações de combate no espaço e
em terra e por último o estágio
chamado final, onde há uma
segunda fase de combate dos
rebeldes e reparos em unidaes,
caso existam.
Durante o jogo diversas ações
podem ser realizadas, sendo que
os combates no chamaram
bastante a atenção. O sistema é
bem interessante e balanceado,
apesar que os rebeldes de vez em
quando podem ter algumas
vantagens.
Carta de Evento de Jogo
Tem até fase de dogfight, que dá
até para ver os “X-Wings e os
Ties” brigando entre si. Outro
ponto é que nos combates os
personagens podem fazer
diferença, pois a fase de combate
entre personagens podem definir o
curso de uma ação. Aqui entra um
pouco de RPG, mas sem “perder a
cara” de wargame.( Aliás os
personagens Avsari podem utilizar
a espada de plasma, uma espécie
de sabre de luz Jedi) O sistema
de movimentação é baseado na
navegação pelo hiperespaço, com
a possibilidade de diversos efeitos
durante uma viagem. Nesta ponto
os personagens podem ter suas
próprias naves, para moverem-se
pelo jogo, ou seja você pode ter
Um dos pontos divertidos do jogo
são a realizações das missões,
que aqui transformam o jogo numa
espécie de RPG. Existem diversos
tipos de missões dos quais os
personagens podem se engajar,
organizando-se em equipes de
ação e fazendo seis passos para
o desenrolar da mesma. Existem
missões de cunho político, até de
espionagem e sabotagem. Eis um
ponto do jogo que pudemos
apreciar bastante e nos
divertimos.
Existem ainda a possibilidade de
bases secretas rebeldes, onde
podem ser realizados ataques
surpresas e uma das missões do
jogador do Império e detectá-las e
desabilitá-las.
Exemplo das Peças do Jogo - 11 páginas com diversos
tipos de marcadores
STRATEGOS
30
Conclusões
Nossas conclusões gerais é que
Down With The Empire, é um
jogo interessante, mas que num
primeiro momento não é
aconselhável para os iniciantes,
sendo que nada impede que os
mesmos tentem jogá-lo.
O jogo possui uma riqueza de
detalhes extraordinária, e apesar
das regras serem extensas, estão
muito bem escritas e de fácil
assimilação. Particularmente nós
gostamos do jogo, por ter uma
roupagem de SCI-FI, desde o
velho Mercadores de Vênus, que
não víamos algo assim.
O jogo possui um sisstema bem
sólido de jogo (levou 4 anos para
ser feito), com as regras bem
amarradas e que possibilitam
vários pontos interessantes.
Gostamos muito do sistema de
combate, as batalhas foram muito
legais e realmente nos sentimos
“lá”. Agora um ponto fraco do jogo
realmente é a versão real do
mesmo. Montar o tabuleiro não é
uma tarefa muito fácil, realmente
necessita de tempo e um
investimento (para imprimir o
mapa numa gráfica rapida dá
cerca de R$ 96,00 - preço de
hoje), sendo que nesse caso
recomendamos a utilização do
Vassal como tabuleiro de jogo.
Quando passamos para o Vassal,
o jogo toma outro ar e aí sim o
mesmo compensa o tempo de
leitura das regras. Nesse ponto o
jogo é perfeito, funciona
maravilhosamente bem.
Um dos pontos fracos é que o
jogo poderia ter cenários menores,
para que os jogadores se
acustumassem ao sistema, sendo
que o mesmo só vem com o
cenário da Rebelião. Isto de certa
forma inibe os jogadores novatos.
Resumindo, Down With The
Empire é um jogo muito bom, mas
necessita de um certo grau de
investimento para jogá-lo, tanto de
tempo, como dedicação, mas vale
a pena. É um jogo excelente para
aquele fim de semana chuvoso,
onde vamos reunir os amigos para
fumar um cachimbo, bebericar um
vinho e jogar um bom wargame
Recomendamos !
Análise Final
Editor – DVG Games
Designer – Charles Duke
Número de Jogadores – 2 (4
podem jogar )
Complexidade – Complexo
Jogabilidade – Média
Gráficos :
Tabuleiro – 9
Peças – 8
Jogabilidade Solitária – Baixa /
Média
Nota Geral : 8
Preço : US$ 19,99 (versão PDF)
Análise feita por : Equipe do Portal
dos Wargames
Como adquirir o jogo :
Basta visitar a página do Down
With the Empire, no site da DVG
Games em :
http://www.dvg.com/DWTE.htm
O jogo no Vassal - Outra face, realmente o jogo ganha todo o seu potencial
STRATEGOS
31
STRATEGOS
32
GALERIA
O que a turma da Riachuelo anda
testando e jogando...
Vintage Wargame ! Sessão de “Alerta
Vermelho”, ou melhor Awful Green
Things from Outer Space, em
andamento
Sessão de teste do jogo de
miniaturas espacial, CasttleRun, da
Morgan Games
Antonio Marcelo e seu gato Dali, na
sessão de análise do Down of the
Empire,
Luciano Baiano e Ricardo,
preparando uma versão caseira do
velho Merchants of Venus da
Avalon Hill
Dali “jogando” Castllerun, analisando
uma jogada feita por Luciano
STRATEGOS
33
GALERIA
O que a turma da Riachuelo anda
testando e jogando...
Reinaldo Theodoro do Glube
Somnium, coordenando a mesa do
wargame Okinawa, de sua autoria, na
1a. Wargames Day
Apresentação do Slauther and
Carnage de Perry Moore na 1.a
Wargames Day
Pessoal no 1o. Wargames Day
Organizado pela Riachuelo Games
Rio 40 Graus, novo jogo a ser
publicado pela Riachuelo Games,
numa sessão de play test
http://vaevictis.histoireetcollections.com/en
STRATEGOS
34
AS ÚLTIMAS
A Lock 'n Load entra
no mercado de
DTP Games
A Lock and Load introduziu no
mercado seus novos jogos nos
estilo Print and Play, onde o
jogador por módicos US$14,95
(cerca de 30 reais), baixa o jogo e
imprime em casa.Três títulos estão
disponíveis— Valley of Tears,
Omaha Beach, e Brothers by my
Side — originalmente publicados
na Armchair General magazine.
Confira em :
http://www.locknloadgame.com/
Perry Moore Lança
Seu Blog Pessoal
O consagrado designer de jogos Perry
Moore, um dos resposnáveis pela Firefight
Games, está lançando seu blog pessoal,
o “Designer Blog”. De acordo com Perry
é um espaço para se falar de tudo, inclusive wargames. A idéia é que seja um
espaço colaborativo e já tivemos o
privilégio de colaborar com nosso primeiro
post. Não deixem de visitar e conhecer
um pouco mais sobre este design de
jogos. O endereço é :
http://wargamedesigner.blogspot.com/
PanzerSchreck Magazine
Uma das mais tradicionais e
importantes publicações sobre
wargame. Editada pela Minden Games
desde de 1998. Cada revista sempre
vem com um ou mais wargames para
você jogar. Visite e assine em :
http:////www.homestead.com/minden_games/Panzerschreck0.html
STRATEGOS
35
http://www.pratzen.com/index_en.php
A Pratzen Editions é uma
empresa
Francesa
dedicada aos jogos de
tabuleiro e wargames. A
especialidade da empresa
são jogos no perído
Napoleônico, e a empresa
tem planos para jogos em
outros períodos.
A Canon en Cartons é uma
empresa Francesa de wargames,
criada no início da década de 80
por Pascal Da Silva e Frédéric Bey,
publicando diversos títulos na linha
napoleônica e histórica. A empresa possui
duas séries de jogos a Au fil de l'épée, a nível
tático, com batalhas da Idade Média e a Jours
de Gloire dedicadas as batalhas Napoleônicas.
Visite
:
http://perso.orange.fr/jours.de.gloire/CeC_US.htm
STRATEGOS
36

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