Folha 3 - B-REED
Transcrição
Folha 3 - B-REED
Nº 9 • Julho, Agosto e Setembro • 2001 Informativo da FINEP CTPetro alavanca fundos setoriais P atrimônio do futuro, o petróleo brasileiro é uma das estrelas da 53ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso Brasileiro da Ciência, que ocorre neste mês em Salvador. Graças ao CTPetro, o primeiro fundo setorial aprovado pelo governo federal, o setor de petróleo e gás ganhou novo fôlego, contribuindo para afastar possíveis crises deste segmento no Brasil. Projetos como os tanques oceânicos da Coppe/RJ e da USP, e o robô de inspeção da PUC/RJ, que atua em dutos de óleo e gás, estão expostos na SBPC. Estes são alguns dos 300 projetos contemplados pelo Fundo, que investiu somente em 1999 e 2000 recursos de R$ 250 milhões. Inspirados no CTPetro, foram criados ainda os Fundos Setoriais de: Energia, Recursos Hídricos, Transportes, Mineral, Informática, Verde-Amarelo, Espacial e Telecomunicações. Camarão criado em cativeiro garante liderança brasileira página 8 Biotecnologia entra na roda de negócios do 4o Venture Forum página 2 Cana-de-açúcar e resíduos industriais produzem energia página 7 páginas 3,4 e 5 MCT e FINEP lançam edital em busca de projetos inovadores página 6 Briquetes: a energia alternativa que substitui a lenha, o carvão e o óleo com economia e limpeza CAPITAL DE RISCO Biotecnologia marca 4o Venture Forum A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), realizará nos dias 1 e 2 de agosto, no hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte, a quarta edição do Venture Forum Brasil, que contará com a participação de 12 empresas de base tecnológica e cerca de 50 investidores. O evento está aberto a todas as áreas de conhecimento, com ênfase maior para o setor de biotecnologia. Os venture foruns são rodas de negócios em que as empresas buscam parceiros para a capitalização de seus negócios e os investidores procuram novas oportunidades de investimento em capital de risco. Até chegarem à roda de negócios, as empresas, selecionadas entre as 200 inscritas no Portal Capital de Risco Brasil www.venturecapital.com.br, passam por uma verdadeira maratona. Segundo explica o diretor da FINEP, Jorge Ávila, os empreendedores prepararam-se durante dois meses com o apoio de um grupo de profissionais. Neste período, são discutidos os planos de negócio das empresas, apoio à estruturação da empresa em seus aspectos organizacional, estratégico, financeiro e jurídico. Modelo consagrado nos Estados Unidos, o Venture Forum é uma das seis ações do Projeto Inovar, da FINEP, que tem por objetivo desenvolver uma estrutura institucional para promover o investimento de capital de risco em empresas brasileiras de tecnologia. As outras ações são a Incubadora de Fundos Inovar, Fundo Brasil Venture, Portal Capital de Risco Brasil, Rede Inovar de Prospecção e Desenvolvimento de Negócios e Capacitação de Agentes de Capital de Risco. Venture Forum do Rio Venture Forum de Porto Alegre Venture Forum de São Paulo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Papel Virtual NAT Nano Endoluminal Kugel Soft ABTI Technoway Engesoftware Costa Salgueiro Feixe Tecnologia GWNET Modulo Security Solutions Net Open CAP C&S ISM RJ BA SC SC RJ RJ RJ RJ MG RJ RJ RJ RJ RJ Conselho Consultivo da ABCR toma posse C riar incentivos para que os recursos do capital de risco, investidos a partir de fundos criados no exterior, sejam in- ternados no Brasil é uma das propostas da Associação Brasileira de Capital de Risco. Esta iniciativa foi enfatizada no último dia 29 de junho, na PUC/RJ, no evento que deu posse ao Conselho Consultivo da instituição. Criada em junho de 2000, a ABCR é uma das parceiras da FINEP no Projeto Inovar. Segundo Robert Binder, Diretor Executivo da ABCR, a associação vem trabalhando em várias frentes, para que cada empreendedor possa contar com sócios para seus respectivos empreendimentos. Nesse sentido, ele destaca a tentativa da ABCR, junto com seus 54 associados, para criar instrumentos necessários ao capital de risco. Entre as várias ações da ABCR, constam, por exemplo, propostas de alterações na Resolução 209, para que fique mais ágil e menos burocrática e assim pos- 1 Argenta SC 2 Compuletra RS 3 Cruzador Com RS 4 FK Biotecnologia RS 5 Jack in the box RS 6 KL Áudio RS 7 Meta Serviços em Informática RS 8 Plugar Internet S/A RS 9 Ponfac S.A RS 10 Quiral Química do Brasil S/A MG 11 Simbios RS 12 T-MED PE sa atender a constituição de fundos para empresas emergentes. A ABCR pretende também melhorar a situação fiscal do capital de risco para que os impostos cobrados no Brasil passem a incentivar o mercado e não a desestimulálo, como acontece hoje. Lembrando que na prática, os fundos normalmente são constituídos com re- 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Sourcetech Química Tecnolab do Brasil Genosys Biotecnológica Clorovale Diamantes Ind. E Com. Künzel Brasil Equip. Ondont. Unisoma Matemática Prod. Kiir Ind. Comércio e Construção Proqualit Montagem e Comércio Tornatti Systems Lema Biologic do Brasil Enter Plus Informática Netdriver Qualibrás Tecnopar Direct Talk Com e Tecnologia Electrocell SP SP SP SP SP SP SP SP SP MG SC RJ SP MG SP SP cursos de fora, Binder enfatiza a necessidade de se criar no Brasil dois novos conceitos: o de empresa emergente e o do investidor qualificado. Como argumento, ele cita a legislação brasileira bastante anacrônica que não diferencia um investimento de renda fixa, sem risco, de um investimento de risco, normalmente elevado, que gera produção, empregos e inovação tecnológica. Conselho Consultivo Presidente: Thomás Tosta de Sá - Mercatto Roberto Hesketh, presidente da ABCR, Thomás Tosta de Sá, Presidente do Conselho Consultivo, prof. Ary Burger, pioneiro de Capital de Risco, José Ávila, diretor da FINEP e Márcio Fortes, deputado federal Membros: Carlos Duarte Caldas - ABRAPP Eleazar Carvalho Filho- BNDES Geraldo Hess - GH Consultoria Gilberto Mifano - Bovespa Jorge Ávila - FINEP Marcio Fortes - Dep. Federal Mario Bethlem - M Bethlem Consultoria Ozires Silva - Varig Ricardo Leonardos - ING CTPETRO CTPetro dá novo gás ao setor de petróleo no Brasil O Brasil persegue a auto-suficiência na produção de petróleo até 2005 e quer ampliar a participação do gás natural na matriz energética de 3% para 12% nos próximos 10 anos. A crise de energia e a alta do dólar não deixam dúvidas de que o momento exige investimentos tanto em infraestrutura quanto em tecnologia. É o que já está acontecendo através do Plano Nacional de Ciência e Tecnologia do Setor de Petróleo e Gás Natural (CTPetro), o primeiro fundo setorial aprovado pelo Governo Federal. O programa contratou 300 projetos de universidades e centros de pesquisa entre 1999 e 2000 que totalizam R$ 250 milhões de recursos não-reembolsáveis aplicados no setor. Basta uma simples comparação para mostrar que o modelo de captação já é um sucesso: os financiamentos liberados nesses primeiros dois anos de operação superaram o desempenho de todo o FNDCT no auge de sua operação, na década de 70. Do total contratado, R$ 200 milhões já foram liberados. ! CTPETRO Fundo já liberou R$ 250 milhões para 300 projetos N ada se compara ao desempenho do CTPetro na história recente da FINEP. O programa já deu frutos, gerando subprogramas de incentivo a áreas estratégicas do país. Em 1999, a operação privilegiou praticamente todos os projetos apresentados por institutos de pesquisa. O perfil do programa foi ganhando contornos mais nítidos a partir de 2001 quando, através de uma carta convite, foram convocadas empresas interessadas em participar dos investimentos, aplicando 50% dos recursos necessários para o desenvolvimento dos projetos. A idéia é estimular a iniciativa privada a procurar parcerias com o setor acadêmico para a solução de problemas e o desenvolvimento de novas tecnologias que permitam a abertura de mercados e maior competitividade. Objetivo é atrair para o programa as empresas privadas O cadastramento de empresas, que aconteceu em abril deste ano, atraiu 17 grupos, dos quais 14 se qualificaram. Entre os interessados, pesos pesados como a Petrobras, disposta a investir em projetos que, sem dúvida, vão estimular toda a cadeia produtiva, fazendo com que empresas de menor porte também participem das empreitadas. O objetivo é atrair para o programa as empresas privadas que mantenham um elo forte com o mercado. A empresa poderá até se beneficiar no caso de desenvolvimento de uma nova tecnologia, obtendo o direito de exclusividade explica o coordenador setorial de Petróleo, Gás e Petroquímica da FINEP, Rogério Medeiros. Até agora, R$ 200 milhões já foram liberados. Segundo os parâmetros adotados semelhantes aos que deverão ser seguidos em todos os outros fundos setoriais , 40% dos investimentos realizados foram direcionados para as regiões Norte e Nordeste. Entre eles, se destacam os projetos de exploração de gás natural no Rio Grande do Norte, área de " extração de grande importância no país; os laboratórios da rede de qualidade em combustível, no qual a Agência Nacional do Petróleo (ANP) tem especial interesse; e ainda muitos outros empreendimentos, no Rio, onde está localizada a Bacia de Campos, uma das maiores reservas de petróleo do país. Projetos Estratégicos No Rio de Janeiro, três projetos importantes se destacam. A construção de um tanque oceânico, que é um modelo reduzido para simular operações de extração de petróleo em águas profundas, está sendo desenvolvido pela Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Uma iniciativa especialmente importante depois de uma sucessão de acidentes em alto mar, sendo o último e mais dramático o da plataforma P-36, em Campos, que foi a pique levando para o fundo do mar um investimento de aproximadamente US$ 500 milhões. O tanque oceânico reproduz em escala de laboratório ondas, correntes marítimas e ventos que influenciam a atividade petrolífera em águas profundas. Ensaios que, até agora, só eram possíveis em dois centros internacionais, Marin, na Holanda, e Marintek, na Noruega. A simulação, em escala reduzida, vai permitir a avaliação não só de novos campos de petróleo, mas também de gás. Com 50 metros de comprimento, 30 de largura e 10 de profundidade, o projeto do tanque custará R$ 15,7 milhões. Outro projeto carioca que merece destaque é o do Centro de Treinamento e Tecnologia em Dutos CTDUT. Desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) o Centro foi concebido para testar dutos de transporte de petróleo e gás natural e também para controlar acidentes. Construído em terreno cedido pela Petrobras em Duque de Caxias, o Centro deve ficar pronto em dois anos. A FINEP aportou recursos da ordem de R$ 10,4 milhões, a PUC do Rio já investiu R$ 1,3 milhão e a Petrobras, que deu espaço e pessoal, R$ 6,3 milhões. A expectativa é que CTDUT se torne um agente indispensável na consolidação da rede brasileira de tecnologia em dutos. Por último, acaba de ser inaugurado o Laboratório de Tecnologias do Gás Lagás, criado para melhorar a eficiência, a segurança e o controle da emissão de gases poluentes no uso do gás natural. O laboratório está instalado no Instituto Nacional de Tecnologia INT. Contando com recursos de R$ 3 milhões do Fundo do CTPetro/FINEP, o projeto prevê que, em 2010, 12% de toda a energia consumida no Brasil seja proveniente do gás natural, o dobro do que se utiliza atualmente. Além desses, há um estudo do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), subordinado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que visa discutir as tendências e as necessidades do setor para os próximos 10 anos. Para investir corretamente, precisamos ter um diagnóstico preciso da situação. Só assim podemos escolher caminhos e fazer as opções tecnológicas mais adequadas afirma a pesquisadora Maria Aparecida Stalliviere Neves, do Instituto Nacional de Tecnologia, responsável pelo estudo, que servirá de base para o CTPetro. A perspectiva é de que este ano os investimentos do CTPetro cheguem a R$ 120 milhões, parte desse total aplicado por empresas privadas, já consolidando as parcerias. Os editais para convocação de projetos enumerou 18 áreas consideradas prioritárias. Parcerias Em 2001 foram lançados dois editais. Um deles, que aconteceu em duas etapas, era uma carta convite para empresas interessadas em fazer parceria no Projetos do Norte e Nordeste formam redes cooperativas âmbito do CTPetro. Só na primeira etapa desse edital foram recebidas 140 propostas. A segunda fase começa em julho. O segundo edital da FINEP estava voltado para a montagem de Redes Cooperativas de Pesquisa nas regiões Norte e Nordeste, em parceria com o CNPq e foi encerrado no dia 11 de junho com 42 propostas, que estão em análise no momento. Os projetos do Norte e Nordeste vão envolver várias instituições de pesquisa dessas regiões, formando redes cooperativas de pesquisa. A escolha dos projetos obedecerá as prioridades estabelecidas como o aproveitamento econômico de campos terrestres de extração de petróleo (campos maduros), muito comuns na Bahia e Sergipe, por exemplo, e vários voltados para preservação ambiental. Também serão privilegiadas áreas consideradas críticas, especialmente do ponto de vista ambiental, como a recuperação de clareiras na Floresta Amazônica, rastro deixado por atividades sem controle ambiental, e redução do lixo exploratório na bacia de sedimentos da Amazônia. Laboratório de Tecnologias do Gás Lagás foi inaugurado recentemente pelo ministro Ronaldo Sardenberg Pesquisadores gaúchos em ação para proteger o meio ambiente Aumento da produção de petróleo exige controle ambiental M anter o crescimento da produção de petróleo sem prejudicar o meio ambiente. Esse é um dos maiores desafios do setor petrolífero, que busca, cada vez mais, utilizar novas tecnologias para diminuir os danos causados à natureza. Um bom exemplo desse esforço é o "Monitoramento Ambiental em Atividades de Perfuração Exploratória Marítima MAPEM". O projeto de pesquisa, realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, conta com investimentos de aproximadamente R$ 2,7 milhões do fundo CTPetro/FINEP. A idéia é fazer, dentro de um ano, um grande levantamento dos riscos ambientais envolvidos na atividade de extração marítima do petróleo. O foco serão as ações relacionadas a novas tecnologias, muitas ainda carentes de regulamentação, como é o caso dos fluidos em base não-aquosa. Usados na perfuração de poços de petróleo e gás, os diversos fluidos apresentam vários tipos de toxicidade, o que precisa ser estudado. Segundo Ricardo Norberto AyupZouain, diretor do Instituto de Geociências da UFRGS e responsável pelo projeto, o monitoramento será muito importante para dar mais credibilidade ao setor. "Daqui para frente, as pessoas terão certeza que acidentes como os ocorridos recentemente são realmente ocasionais, e não obras do descaso ou da falta de investimentos", afirma. Gaúchos terão R$ 8,2 milhões Além do MAPEM, o Fundo lífera nacional está diretamente li- CTPETRO/FINEP apóia mais 10 pro- gado ao desenvolvimento de novas jetos no Rio Grande do Sul. Eles fa- tecnologias no país. O conhecimen- zem parte da Rede Petro-RS, uma to produzido agregará valor ao pro- ação coordenada pela Secretaria Es- duto nacional, o que fortalece a tadual de Ciência e Tecnologia que economia e gera empregos qualifi- reúne mais de 100 empresas e 70 la- cados. Marcelo ressalta ainda a im- boratórios do setor de petróleo e gás. portância de empresas e universi- No total, são R$ 8,2 milhões investi- dades trabalharem juntos. Essa dos na Rede pelo CTPETRO/FINEP. união de forças será fundamental Segundo Marcelo Lopes, coor- para fazer um Brasil mais forte, e denador da Petro-RS, o aumento da os dois lados só têm a ganhar com competitividade da indústria petro- essa troca de experiências. # ENERGIA MCT e FINEP abrem espaço a novas tecnologias S e a sua empresa tem guardado um produto que pode ajudar, de imediato, a amenizar a crise energética do país, é hora de tirá-lo da gaveta. O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e a Financiadora de Estudos e Projetos FINEP acabam de lançar um edital onde pretendem levantar o que existe de tecnologia nova na área de energia alternativa. A idéia é identificar produtos e serviços já disponíveis mas que, por algum motivo, ainda não foram comercializados no mercado nacional. Outro foco de interesse do edital são projetos desenvolvidos em universidades ou institutos de pesquisa que se encontram em fase final de experimentação. Divulgação As propostas selecio-nadas vão contar com o apoio da FINEP, que se propõe a fazer uma ampla divulgação em sites na Internet, feiras, eventos e mostras patrocinadas pelo MCT em diferentes regiões do Brasil. Dependendo do estágio do projeto, a Financiadora pode- rá apoiar com recursos a comercialização do produto ou, ainda, o seu aprimoramento, por meio de projetos cooperativos com instituições de pesquisa. Na Internet Empresas, universidades e centros tecnológicos que tiverem interesse em participar devem encaminhar suas propostas, via internet, para o endereço [email protected] até o dia 31 de julho. Segundo o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos, Mauro Marcondes Rodrigues, a avaliação será feita por grupos de análise formados por especialistas da área, que têm prazo até o dia 15 de agosto para divulgar o resultado. Durante o processo de seleção serão levados em conta o mérito, o resultado esperado em relação à eficiência energética e a viabilidade econômica. Detalhes que vão fazer a diferença $ Para se candidatar ao edital, empresas e instituições de pesquisa devem informar, entre outras coisas, o estágio atual de desenvolvimento do projeto e sua aplicação no mercado. Também é necessário relatar possíveis diferenças, vantagens e desvantagens em relação ao que já existe de similar à venda no Brasil e se a tecnologia está protegida por sigilo, marca, patente ou registro. O edital pede, ainda, detalhes sobre a forma como foi elaborada a pesquisa e principalmente se houve parcerias com universidades e centros tecnológicos. Ainda segundo o presidente, Mauro Marcondes Rodrigues, todo e qualquer dado de previsão de resultados econômicos ou de avaliação de desempenho do produto será bem recebido. ERRATA: Relativamente à matéria Lixo Bra- UFRGS está apenas utilizando-os como instru- sileiro gera 80 mil toneladas por dia, veiculada mentos de processamento; a inovação reside na através da Folha de Inovação no 06 de janeiro sua utilização em resíduos sólidos provenientes de 2001: de coletas especiais, caso da poda, da CEASA e 1) ao contrário da matéria, são exatamente os lodos de esgotos domésticos processados em aspectos poluidores/contaminantes resultantes da codisposição aeróbia. degradação que são observados nas pesquisas; 3) Além da UNICAMP, a UFMT, a UFSCar, a EESC, a 2) a compostagem/vermicompostagem são pro- UFPE, a UFSC e a UNISINOS contribuíram nas cessos muito conhecidos da humanidade. O IPH/ pesquisas realizadas. Carro a hidrogênio antecipa o futuro C arro movido a energia elétrica produzida pelo hidrogênio. Coisas do futuro? Do futuro e da FINEP. Em busca de soluções para o esgotamento dos recursos naturais não-renováveis, como a água e o petróleo, a empresa elaborou e quer pôr em prática o ambicioso Plano de Pesquisa Cooperada para Desenvolvimento Tecnológico de Células a Combustível. Se atingidas todas as metas previstas no Plano, com orçamento previsto de R$ 56,7 milhões, o Brasil poderá se considerar "up to date" e m u m a d a s m a i s a va n ç a d a s tecnologias, declara o engenheiro mecânico da FINEP, Laércio Sequeira, coordenador setorial de energia elétrica alternativas. O sistema alternativo é, na verdade, um equipamento conhecido como reformador, através do qual se obtém hidrogênio, utilizando-se fontes de energia tais como gasolina, metanol, gás natural e etanol. O hidrogênio obtido alimenta uma célula que, atuando como pilha, produz energia elétrica. Esta energia, tanto pode ser utilizada para alimentar motores elétricos de carros, como também alimentar sistemas elétricos de iluminação, ou de potência. Nesse caso, poderão ser atendidas desde pequenas comunidades isoladas e conjuntos de edificações, até escolas e hospitais. O sistema para obter hidrogênio não produz poluição ambiental porque o seu subproduto é água. No final de 2000, a Honda, Daimler-Chrysler, Ford, Opel e GM apresentaram à imprensa seus protótipos de carros a hidrogênio. Admitindo que o modelo precisa de mais desenvolvimento, a Honda pretende iniciar a produção comercial em 2003. Para viabilizar o projeto nacional, a FINEP reuniu pesquisadores de renomada competência, de universidades e institutos de pesquisa, no Brasil. Biomassa é alternativa à crise energética A utilização do bagaço da cana-deaçúcar e de resíduos industriais como fonte alternativa de energia elétrica pode ser a solução encontrada pelo governo para amenizar o momento de crise no país. Criado com o apoio da FINEP, o Centro de Referência em Biomassa (Cenbio), foi acionado pelo Ministério das Minas e Energia para ajudar na implementação de uma nova política que privilegie essa tecnologia já disponível no país, mas ainda muito pouco aproveitada. Atualmente, o Brasil só utiliza 10% da energia proveniente da biomassa, e ainda assim, a maior parte desse percentual se deve ao programa do álcool, afirma a secretária executiva do Cenbio, Suani Teixeira Coelho. Atualmente, existem no país mais seis centros de referência semelhantes ao Cenbio nas áreas de energia eólica, solar, térmica, fotovoltaica e usinas termelétricas. O mais recente deles é o de hidrogênio, que vai funcionar na Unicamp. A instalação desses centros obedeceu a um mesmo padrão estabelecido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia: todos estão sediados dentro de universidades e foram criados em parceria com outras instituições. O Cenbio, por exemplo, tem como parceiros o MCT, que investiu R$ 400 mil no projeto através da FINEP, a USP, a Secretaria de Energia do Estado de São Paulo, a ong Biomass Users Network do Brasil e as agências nacionais de Energia Elétrica (Aneel) e de Petróleo (ANP). Além de responsável pela disseminação de informações sobre tecnologias de biomassa para uso de energia, o Cenbio trabalha em parceria com laboratórios brasileiros no desenvolvimento de estudos e projetos de biomassa. Em 1998, o Cenbio foi a única instituição brasileira a ganhar o prêmio internacional da Agência de Proteção Ambiental do governo americano por ter se destacado na área ambiental. Há apenas quatro anos em atividade, o Centro de Referência em Biomassas já colaborou no desenvolvimento de 15 projetos no Brasil e no exterior. Para facilitar esse trabalho conjunto com outras instituições, ele mantém representações nos estados de Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais e Amazonas. Os próximos serão o Pará, Rio Grande do Sul e Paraná. "O apoio da FINEP foi fundamental para que conseguíssemos tudo isso. Sem essa verba para manter os salários dos pesquisadores, a gente corre o risco de fechar as portas. Existem até parcerias com o setor privado, mas apenas para alguns projetos específicos", afirmou a secretária-executiva do Cenbio. Segundo Suani, a Biomassa é uma tecnologia nova no mundo. Poucos países, como a Índia e a Suécia, a utilizam como fonte de energia elétrica há mais tempo. No Brasil, por exemplo, existe um interesse maior por parte das indústrias principalmente as de beneficiamento de arroz e as madeireiras que utilizam os resíduos na geração de energia para consumo próprio. "Sem o apoio da FINEP nada disso teria acontecido, concluiu Suani. Sudeste ganha mais dez pequenas centrais hidrelétricas A s pequenas hidrelétricas poderão representar, a curto prazo, cerca de 7,5% do parque energético nacional. Isso significa garantir eletricidade para 12 milhões de residências, aproximadamente o equivalente ao abastecimento da Grande São Paulo. Quem informa é José Guilherme Antloga, consultor independente e ex-funcionário da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Ciente do potencial do setor, a Eletroriver S.A. construirá dez novas pequenas centrais hidrelétricas(PCHs) no Sudeste. Espalhadas por Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, as PCHs, além de complementar o abastecimento de energia, vão ajudar a alavancar o desenvolvimento econômico das regiões onde serão instaladas. O projeto conta com investimentos de aproximadamente R$ 2,5 milhões da FINEP, e as hidrelétricas tem previsão de começar a operar até o final de 2003. As pequenas centrais se caracterizam por Ter uma potência instalada de até 30 MegaWatz (MW). Além disso, seus reservatórios não ocupam mais que 3km², o que representa um baixo impacto ambiental. Consideradas fontes alternativas de energia, essas centrais vão produzir cerca de 811 mil KW/h por ano, e juntas perfazem 144,5 MW de potência instalada. Isso significa a capacidade de uma hidrelétrica de médio porte. Segundo Paulo Celso Guerra Lage, responsável pelo projeto, é evidente a necessidade de aumentar a participação de novos tipos de energia, como a solar e a eólica, no abastecimento nacional, mas não há como negar que a vocação do Brasil é a hidrelétrica. % Catavento: gerador de energia eólica GERAL Brasil será líder na produção de camarão O Brasil se prepara para ser um dos maiores produtores mundiais de camarão em cativeiro. E já conta, nes- sa nova empreitada, com algumas vantagens em relação aos demais países: o clima favorável e a quantidade de áreas disponíveis para criação. Outro fator de estímulo é a carência hoje, no mercado internacional, por esse tipo de produto, estimada em 500 mil toneladas, o que faz da atividade uma das mais promissoras em termos de investimento. "O dinheiro gasto numa fazenda de criação de camarões não demora mais de um ano e meio para retornar ao investidor", afirma o técnico do Departamento do Nordeste da FINEP, Arnaldo Magnavita. Em convênio assinado recentemente com a Associação Brasileira de Criadores de Camarão, a FINEP acertou a liberação de cerca de R$ 1 milhão para quatro projetos importantes do setor, dois deles de universidades, que receberão recursos a fundo perdido, e dois de empresas, em contratos com retorno. O principal deles é o da Universidade Federal do Ceará, onde está sendo criado um Centro de Diagnóstico de Enfermida- des do Camarão. Ou seja, o país passa agora a ter um grupo de pesquisadores dedicado apenas ao estudo das doenças do camarão, que se constituem na única ameaça aos produtores. Recentemente, o Equador perdeu quase 80% de sua produção depois de ter sido atingido pelo white spot virus, conhecido como Vírus de Mancha Branca, uma das pragas mais temidas por quem trabalha no setor. No Brasil, a Associação Brasileira dos Criadores de Camarão tem adotado medidas preventivas para evitar a instalação desse tipo de vírus no país. Uma delas foi proibir a importação de matrizes. O convênio com a UFCe prevê, entre outras coisas, a compra de um moderno equipamento que será essencial no monitoramento e controle de doenças. Através dele é possível, por exemplo, estudar o DNA do camarão e descobrir se ele está propenso a desenvolver o vírus da mancha branca. Outro projeto de destaque é o da Universidade Federal da Paraíba que está verificando até que ponto é interessante a utilização, nos tanques de criação, de substratos artificiais que ajudam a aumen- tar em até 30% a disponibilidade de alimentos. A técnica ajudaria, entre outras coisas, a reduzir os gastos com ração, que representam hoje 60% do total investido na produção. Já os empresários apoiados pela FINEP estão testando novas áreas de criação. Com o emprego da técnica de aeração mecânica, eles estão medindo a produção do camarão em águas adversas tanto de alta concentração de salinidade como a doce, com grande quantidade de materiais orgânicos. No futuro, a idéia é aproveitar essas áreas para a produção de camarão, principalmente as utilizadas na fabricação de sal, que estão sendo desativadas com a opção pelas indústrias de transferir a fabricação do sal para as minas. Sucesso veio com tecnologia nacional Ao contrário dos países asiáticos que da era de uma espécie japonesa de ca- são milenares na técnica de criação de marão que não deu muito certo no Bra- camarão em cativeiro, o Brasil começou sil. Apesar de ser fácil de manipulação a investir na atividade há pouco mais de em laboratório, quando era levado para 20 anos. Ainda assim, sua produção por o viveiro costumava se enterrar. Muitos hectare é considerada hoje uma das mai- morriam asfixiados na lama. ores do mundo: 6,5 mil toneladas por A espécie exótica foi substituída por hectare/ano contra 2 mil toneladas da outras, nativas da região e que também Tailândia que desponta hoje como o mai- não se mostraram muito produtivas. Foi or produtor mundial. O Brasil só perde em então que o país importou do Equador a áreas de produção que são ainda muito espécie P Vanamei, que é responsável pelo pequenas. Ou seja, enquanto a Tailândia grande avanço do setor. De 1995 a 2000, tem 200 mil hectares de área de cultivo o a produção brasileira de camarão passou Brasil só tem 10 mil. de 1,5 mil toneladas por hectare/ano a A primeira tentativa do país de criar 6,5 mil ton/ha/ano. Essa produtividade foi camarão em cativeiro foi em 1974 quan- possível graças a toda uma tecnologia de- do o então governador do Rio Grande do senvolvida no Brasil de manejo de vivei- Norte, Cortez Pereira, esteve no Japão e ros, circulação de água, aeração e utiliza- tentou importar a idéia. A matriz utiliza- ção de bandeja de alimentação. Coordenação Geral e Edição Revisão: Presidente da FINEP Vera Marina da Cruz e Silva Evaldo Cabral Redação Programação Visual e Diagramação Eliane Peres Fernando Leite João Luiz Ribeiro Telefone Terezinha de Jesus Guimarães Márcia Telles e-mail Diretora Rodrigo Pelot (estagiário) Fax André Amaral de Araújo Trabalhando em todo o Brasil BRASIL Mauro Marcondes Rodrigues www.finep.gov.br Praia do Flamengo 200 1o, 2o, 3o, 4o, 5o, 9o, 13o e 24o andares Rio de Janeiro RJ CEP 22210-030 Diretor Jorge de Paula C. Ávila Diretor (21) 2557-2414 [email protected] (21) 555-0709