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Aniversariantes de Junho
Dedo de Deus
Transporte da Cabana à
Sede do Parque
Ivan, Aline, Elizete e Trindade no cume do Dedo de Deus
Replantio na Urca
Nicole e Dione no Etna
Aniversariantes de Maio
Julho/2009 - 100 exemplares - Boletim Informativo
IMPRESSO
CEG
Mural CEG
Família Ribeiro, em sua casa, no Grajaú.
Sede do Clube por 10 anos
Leia nesta edição: Rafting para Aquecer
Para Cima todo Santo Ajuda
www.guanabara.org.br
JULHO/2009
programação
JULHO
D A TA
Via / Local
Graduação
4
Mutirão de Reflorestamento /
Morro da Urca área do CEG
5
Pico dos Quatro / Pedra da Gávea
Caminhada Semi Pesada
11
Garrafão / Agulha do Diabo / PNSO
Caminhadas pesadas
com Escalada
12
Mirante Simone / PNSO
Caminhada leve superior
18
Peito de Pombo / Sana
com artificial
Caminhada pesada
18
Torres de Bonsucesso /
Teresópolis/Friburgo
25
Festa Julina do CEG /
Parque do Grajaú
Guia
Francisco Saraiva
Caminhada
Caliano
Ivan Azevedo /
Ricardo Penna
Schmidt
Ivan e Trindade
Mario Senna /
Francisco Saraiva
Nicole e Dione
aniversariantes do mês
Os locais e horários de encontro são combinados nas quintas-feiras anteriores às excursões.
Procure o guia responsável nas reuniões sociais, ou ligue para o clube quinta-feira à noite: Tel.: 3285-8653
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Maria Helena Aguiar Fantinati
Marly Ferrari Laviola
Adriana Santos da Rocha Loures
Walmir Leite de Barros
Eliel França Gomes
Jana Menezes Assad
José Benito Rodrigues Quintas
Mônica Ferreira Dias
Lucia Rebello Concentino
Yolanda Soares Alves
Carlos Leal Ferreira Cooper
Lucy Felix Garrana
Luiz Soares da Costa
Antônio Pamplona Figueiredo Junior
Igor Devulksky Prata
Janir Rosa
Solange Maria Figueirêdo
Ecy Pontes de Carvalho Junior
Gian Shimada Brotto
José Emiliano Starosky
Luiz Fernando Martins Ribeiro
Paulo Monteiro Machado
Sérgio Pedro Quinteiro Zoéga
Márcio Marrocos de Araújo
Maria Dayse de Macedo
Daniel dos Santos Borges
José Reginaldi Dante
Marcelo Eduardo de Oliveira
Bruno Rossini Montebello
Celso Cardeman
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Cheila Maria Dantas Coutinho
Alice Aparecida Camargo
Giselle Benevento do Valle
Márcia M. Arroyo Cruz
Myriam Mota
Fabio Francisco N. de Medeiros
José Coelho Filho
Angela de Carvalho Mattos
Rafael Cunha Marini
Vera Lucia de Araújo Borges
Ana Lúcia Freitas da Silva
Ruth Menezes da Costa
Adalberto José da Silva Britto
Daniela Silva Santos
Alex Elizeu Cardoso
Alexandre Guimarães Fernandes
Cléber José Padinha Luz
Ana Maria de Araújo
David Simpson
João Carlos de Souza Marques
Moacyr dos Reis Abreu
Paula Gabriela Santos Freitas
Beatriz Helena Fegueira da Silva
Claudia Rodrigues Arnaud
Marcelo Brito Vieira
Rosana Giordani Cesar
Adauto Gonçalves Torres
Conchita Garcez Kaleche Pan
Elizete Ignácio dos Santos
Vencendo nossos obstáculos juntos para
chegarmos juntos ao topo, ou no melhor lugar,
para ver uma linda paisagem.
Roberto - Completando a Valeria, hoje
moramos em Houston, Texas, lugar plano
como panqueca e as únicas elevações
próximas são os viadutos...
CEG - O que diria sobre o Guanabara de
ontem e o de hoje?
Valeria - Conheci muita gente boa,
pessoas que são “patrimônio do Guanabara”.
Sempre que tenho oportunidade indico o
Guanabara. Tenho medo de escrever os
nomes dos amigos daquela época: esquecer
alguém seria injusto. Tenho saudades dos bons
momentos, saudades das Festas!!!!!! Afinal
eu fui diretora Social e descobri que tenho
talento pra isso.
Roberto - Existe isso? Às vezes, vendo
os emails trocados entre os amigos, parece
que nada mudou, digo, a essência, a
preocupação com a natureza, segurança,
amizade, atividades, festas... Isso parece que
sempre existiu e sempre existirá. Há fases altas
e baixas, mas aquela cobertura miudinha no
Centro do Rio parece que tem um borogodó
muito legal!
CEG - Que mensagem deixaria aos futuros
guanabarinos, após 50 anos de existência
do Clube?
Valeria - Novas ideias, antigos ideais....
Roberto - Jamais deixem de celebrar a
vida após uma atividade!! Seja com
champanhe, skol, garapinha de alambique de
beira de estrada ou com a bebida mais doce, a
água fresca de um riacho limpinho!!!
Tabela de PPreços
reços
Mensalidade*:
Mensalidade - casal*:
Matrícula ou Descongelamento:
Curso Básico de Montanhismo:
Curso Avançado de Escalada:
R$ 20,00
R$ 33,00
R$ 60,00
R$ 450,00
R$ 240,00
*Veja no clube, preços especiais para anuidade
Expediente
Diretoria
P r e s i d e n t e Flavio Peixoto
Vice Presidente Roberto Schmidt
Te s o u r e i r o Luiz Alberto Correia
Secretaria Geral Ana Lúcia Andrade
Raphael Gouy
Diretor Técnico Boris Flegr
Diretor Social Dione Conde
Nicole Ingouville
Dir
Dir.. Meio Ambiente Francisco Saraiva
Diretor Divulgação Carla Vieira
Conselho Fiscal
Efetivo Carlos Trindade
José Emiliano Starosky
José Ivan Azevedo
Suplente Irini Petro
Rodolfo Campos
Suelly Ribeiro
Colaboraram nesta edição:
Textos: Aline Almeida, Elizete Ignácio,
Nicole Ingouville, Roberto Schmidt
e Rosangela de Castro
Fotos: Alexandre de Souza, Carlos Trindade,
Dione Conde, Rosangela de Castro,
Suelly Ribeiro e Waldecy Lucena
Edição e Diagramação:
Carla Vieira
Reuniões Sociais do CEG
Todas as quintas-feiras, a partir das 19h.
Caso queira contribuir com esse boletim,
envie seus artigos, notícias, comentários e sugestões
ashington LLuiz,
uiz, 9 - cobertura para R ua W
Washington
Rio de Janeiro - RJ - Cep 20230-020 ou
por e-mail: [email protected]
Tel.: 3285-8653
As matérias aqui publicadas não representam
necessariamente a posição oficial do Centro
Excursionista Guanabara. Ressaltamos
que o boletim é um espaço aberto àqueles
que queiram
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www.guanabara.org.br
JULHO/2009
história do guanabara
O ano era 1986. Em uma caminhada ao Costão da Urca, pelo clube Carioca, Roberto
de Albuquerque da Silveira Lobo (sócio 560) conheceu o Centro Excursionista Guanabara.
A quantidade de caminhadas, somada a descontração e ao clima informal fez com que
Roberto, hoje casado com a também sócia Valeria Malaquias Coelho Matias (sócia 603),
começasse a freqüentar o CEG. Conheça um pouco da história do casal que atualmente
mora no Texas, mas que no mês de julho está em visita ao Brasil.
CEG - Como soube da existência do
Guanabara?
Roberto - Soube do mesmo quando fiz um
Curso Básico no Carioca em 1986, quando
descobri o montanhismo. Numa das
caminhadas do Carioca ao Costão do Pão de
Açúcar conheci o Flavinho Peixoto.
Valeria - Numa quinta feira do mês dezembro
de 1991 Roberto (o Lobo) me levou numa
reunião do clube. Tinha uma meia dúzia de
pessoas fazendo um amigo oculto de final de
ano.
CEG - Por que e quando começou a frequentar
o Clube?
Roberto - Quem me levou lá foi a Bernadete,
antiga sócia. Acho que foi em 1988...
Valeria - Sempre gostei dessas atividades,
mas nunca tive oportunidade de fazer. E
apaixonada por um montanhista e canoista,
enfim um homem que adora essas coisas, não
tive como deixar de participar.
CEG - Por que entrou para sócio e que idade
tinha na ocasião?
Roberto - Gostei muito do clima informal e
alegre do Clube. E havia muito mais
caminhadas que no Carioca; o Guanabara era
mais voltado para escaladas naquela época.
Tinha 26 ou 27 anos.
Valeria - Todas as reuniões eu frequentava e as
atividades também. Aí eu pensei: “Se o namoro
acabar, eu posso continuar a fazer parte do
Clube independente do Roberto ou não”. Eu
tinha 27 anos.
CEG - O que mudou na sua vida após o
montanhismo?
10
Roberto - Já praticava alguma coisa antes, mas
diferente. O relacionamento, a amizade
encontrada no Clube me encantou. E não posso
esquecer de uma viagem à Serra do Cipó.
Primeiro fizemos a trilha dos Rios. Encerramos
o dia na trilha dos Bares.
Valeria - Aprendi que existem lugares lindos
para se conhecer, mas que são privilégios de
poucos. E a harmonia e as diferenças das
pessoas que frequentam e praticam o
montanhismo é incrível.
CEG - Qual a experiência que ficou desse
“esporte diferente”?
Roberto - Ahhhhhh! Essa é fácil! Sentar no topo
da Agulhinha do Diabo, Serra dos Órgãos e ver
o mundão lá embaixo...
Valeria - Ter um auto-conhecimento, saber
respeitar suas limitações para não prejudicar
editorial
FESTA JULINA E ATIVIDADES DIGNAS DA TEMPORADA
O mês de julho promete! Caminhadas e
escaladas estão agendadas para o Dedo
de Deus, Garrafão com Agulha do Diabo,
Pico do Eco, Peito de Pombo, Mirante
Simone, Pico dos Quatro e para finalizar
com Chave de Ouro, a nossa Festa Julina
na Reserva Municipal do Grajaú, no dia
25, a partir das 9h, com atividades de
montanha e de 11h às 17h com comes e
bebes, brincadeiras etc...
Nosso diretor de Meio Ambiente continua
com os mutirões de reflorestamento no Morro
da Urca. No dia 4 foi construída uma cerca
para impedir a invasão nas áreas onde as
mudas estão em crescimento e foi preparado
mais um trecho (retirada do Capim
Colonião e plantação de mudas de espécies
da Mata Atlântica) da área que nos cabe
conservar, na encosta norte do Morro da
Urca. Essas mudas foram compradas pelo
Mario Senna através de uma doação de
nosso sócio honorário Salim Zebulum,
intermediada pela Suelly.
Fiquem atentos para a Festa do 9, no
dia 01 de agosto em comemoração aos nove
anos da FEMERJ. A festa será no Clube
Calabouço (o mesmo do ano passado) e o
DJ Seblen já confirmou o comando das
carrapetas.
Portanto preparem os “corpichos” nas
paredes, trilhas, academias e nos Limites
Verticais da vida pois as atividades serão
intensas!
Roberto Schmidt
o próximo.
CEG - Alguma vez ou alguma situação levouo a fazer a clássica pergunta: “o que eu estou
fazendo aqui”?
Roberto - Uma palavra: K2 (né Dudu?)
Valeria - Simmmmmmmmmmmmmmmmm
CEG - A formação de sua atual família teve
como base o Guanabara?
Valeria - Como base não. Mas ajudou muito a
conhecer o Roberto, um homem de caráter,
responsável e ao mesmo tempo aventureiro.
Uma pessoa que pensa em todos, no melhor
para todos. E sabe ajudar a vencer nossos
limites. Com essas experiências casamos, num
período de um ano, e estamos juntos até hoje.
3
artigo
www.guanabara.org.br
JULHO/2009
artigo
RAFTING PARA AQUECER...
Dia 21 de março, encontro na Praça da
Bandeira. Os preparativos: “Mas onde? É
grande a praça! No canto, perto do posto
de gasolina... Mas leva agasalho, faz frio? E
para guardar as coisas, o ônibus tem
segurança?”
Quatro horas e meia depois, tudo
pacientemente esclarecido pelo Trindade,
estávamos no lugar onde entraríamos nos
botes. Quer dizer, no ônibus “quentão”, para
chegar ao ponto de partida na água. Isso
com todo mundo de capacete amarelo e bóia
vermelha, devidamente paramentado e com
adrenalina para começar a aventura!
Os botes deixaram a margem, todo
mundo querendo cair na primeira corredeira,
mas ainda era hora de remar esperando por
ela. A farra ficava por conta de jogar água e
molhar todo mundo – um monte de crianças
recuperadas das suas idades de fato, que
nessa hora eram só detalhes...
Curva do S, Francesa, Tobogã, Surpresa,
Hollywood – as corredeiras do mapa da
internet se sucediam à nossa frente e a
emoção saía pela boca em forma de grito,
pura diversão!
Teve até bote com “pneu furado”,
solidariedade para acolher os “sobreviventes”,
dividir o peso enquanto vinha o socorro, uma
perna ralada na pedra e a alegria que
continuou.
Na chegada, a visão (e o cheiro...) do crime
ambiental: as águas do Paraibuna encontraram
o Piabanha e o Paraíba do Sul, acabou a farra
do contato com a água. Já não podia mais, a
contaminação nos apresentou à poluição do
(des)encontro dos Três Rios.
Mas o nosso encontro nos deixou
renovados para outras aventuras. Esse foi o
marco do reencontro: uma parte do grupo
dos anos oitenta, a “média guarda” (autoria
da Suelly, para definir o meio termo entre velha
e jovem guarda...), com os frequentadores de
hoje do clube. Antes, já chegávamos à festa
dos 50 anos, ao carnaval, às reuniões das
5ªs feiras. Só que o rebatismo, com direito a
adrenalina, contato com a natureza e gosto
de conquista, foi dentro dos botes! Pra
funcionar como aquecimento! E com direito
a CCBD – o Certificado de Coragem, Bravura
e Destemor! Assim é que se chega!
“OI NÓS AQUI ‘TRAVEZ!”
Rosangela de Castro e Abreu
fique por dentro
Festival Kmon de Curta Metragens de Montanha
“Passou um sufoco na montanha e registrou? Mande pra gente. Escalou com aquele amigo
que é uma figura e que falou um monte de besteira? Queremos ver. Pensou em fazer uma história
fictícia ambientada na montanha? Filme, edite e nos envie”.
Participe você também do Festival Kmon de Curta Metragens de Montanha
Montanha. Ainda há
tempo. Você tem até o dia 10 de agosto para enviar sua obra.
O Festival acontecerá no dia 8 de setembro, no cine Gonzaguinha, localizado no Centro de
Artes Calouste Gulbenkian - Praça XI.
Mais informações no site www.kmonfestival.com.br
4
descer pela neve até o teleférico,
acompanhando um grupo com um guia. Eu
estava morrendo de vontade de caminhar
pela neve. Saí correndo pela neve montanha
abaixo numa deliciosa sensação de
liberdade. O percurso de descida era
espetacular. Ao longo do trajeto passamos
por algumas crateras, algumas maiores e
outras menores. Havia momentos em que
não se via absolutamente nada além de uma
imensidão branca, apenas um grupo
caminhando em fila indiana à frente, e suas
pegadas na neve deixadas para trás. Parei
para fotografar uma cratera espetacular, que
me deu a sensação de estar numa paisagem
lunar. Em pouco tempo as pegadas do grupo
se desfaziam e não era possível visualizar o
caminho. Decidi que não era uma boa ficar
para trás, e corri atrás do grupo.
A volta a TTaormina
aormina
aormina. Cheguei ao teleférico
e tomei uma reconfortante xícara de chá.
Meus pés estavam gelados. A minha bota
não era à prova d´água, e inúmeras vezes
eu havia enterrado o pé na neve fofa. Desci
o teleférico e fiquei aguardando a chegada
do ônibus que nos levaria de volta à Catânia
às 16h30. Era noite quando estávamos no
segundo ônibus, o que nos levaria de
Catânia de volta à Taormina. Olhávamos
pela janela a imensidão do Etna naquele
início de noite, maravilhadas com a nossa
excursão. Estávamos exaustas e felizes. De
repente Dione me dá uma cotovelada e
aponta para o cume. Havia uma faixa de
lava vermelha incandescente! O Etna estava
entrando em erupção! Não podíamos
acreditar na nossa sorte. Era uma erupção
pequena, é claro, nada que alarmasse a
população, mas para nós era a coisa mais
fantástica que tínhamos visto até então. Só
de pensar que estávamos ali pertinho poucas
horas antes... Emoção maior nós só
experimentaríamos ao vermos as
impressionantes explosões do vulcão
Stromboli, no arquipélago Eólico, poucos
dias depois. Mas essa história já foi relatada
no último boletim.
Quando chegamos a Taormina
decidimos que teríamos que comemorar
aquele dia espetacular em grande estilo.
Escolhemos um restaurante perto do hotel,
pedimos uma deliciosa massa e brindamos
com vinho Nero d’Avila ao sucesso da nossa
excursão. Voltamos ao hotel para descansar,
pois no dia seguinte pegaríamos um trem
até Palermo, na outra extremidade da Sicília.
Os custos
custos. Passagem de ônibus TaorminaCatania-Taormina: • 7.60, Passagem de
ônibus Catania-Etna-Catania: • 5.60,
Funivia dell’Etna (teleférico): • 27.00, beber
uma cerveja italiana gelada no ônibus da
volta vendo o Etna entrar em erupção: não
tem preço!
Nicole Ingouville
9
www.guanabara.org.br
diferença no ambiente. Fazia frio e havia
neve por toda parte. Pedimos informações
a um guia sobre a subida. Ele disse que
estávamos com sorte, pois aquele era o
primeiro dia de sol do ano, com temperatura
agradável. No dia anterior fazia zero grau
e ventava muito.
O dia realmente estava lindo, o céu era
um azul de brigadeiro. Deste ponto é possível
contratar um guia para fazer a caminhada
até um dos cumes, atravessando pela neve
fofa. Mas também é possível fazer a
caminhada pela estradinha aberta por trator,
um túnel no meio do gelo, com paredes que
chegavam a 3 m de
altura. Optamos
por caminhar pela
estrada, para não
encharcar as botas
e roupas na neve.
Era a opção mais
segura de subir sem
guia.
Caminhar pela
neve sem guia é
perigoso, pois é
fácil perder-se
naquela grande imensidão branca, que pode
esconder perigos sob a neve.
Recomendaram-nos andar bem no meio da
estradinha devido ao perigo de colapso das
paredes, que começavam a derreter com o
sol. A ascensão pela estradinha era como
estar num filme bizarro, a Bufa do Etna! Uma
névoa gelada descia caminho abaixo, pelo
túnel de gelo que subíamos. Havia momentos
em que não podíamos ver nada, tamanha
era a bufa. De vez em quando caíam
pequenos pedaços da parede de gelo.
Após 1h30 de caminhada chegamos a
um pequeno refúgio no colo entre dois
cumes, a 2.900. À direita estava um dos
cumes, uma cratera formada pela erupção
8
JULHO/2009
de 2001. Caminhamos até a cratera por um
caminho pela neve e percorremos todo o
perímetro da boca do vulcão. Havia uma
fumaça branca saindo do centro, era incrível
estar ali na beira da boca do vulcão. Lá
fincamos a bandeira do Guanabara e
tiramos muitas fotos, pulando de alegria.
Era possível ver a cidade da Catânia abaixo,
a segunda maior da Sicília. Para nós era
inconcebível haver uma cidade tão populosa
na base de um vulcão como este. O que
essa gente toda tem na cabeça? A Catânia
é a verdadeira cidade do vulcão. Boa parte
da cidade foi construída da lava que desceu
na grande erupção
de 1669 que matou
cerca de 12 mil
pessoas.
De volta ao
pequeno refúgio,
entramos
para
conversar com os
guias sobre a
ascensão à cratera
vizinha à cratera
ativa. Para chegar
lá, era necessário
caminhar por 1h30 na neve, ter calçados
especiais e muita disposição. Desde as
erupções de 2001 e 2002 só é permitida a
ascensão à cratera ativa com um guia
especializado e certificado. Não há placas
nem marcações na trilha, e é muito fácil se
perder. Por motivo de segurança, tivemos
que ficar a uma distância mínima de 40 m
da cratera ativa. É possível ver a lava, um
vermelho de brilho radiante, um inferno de
Dante. Só é permitido permanecer por 40
min. ali, pois a volta é longa e às 16h
fecharia o teleférico.
A descida pela neve. Depois de tirarmos
várias fotos na entrada do refúgio, decidi
artigo
PARA CIMA TODO SANTO AJUDA...
E quando “cima” é o Dedo de Deus,
mais ainda. Foi ao escalar este cume que a
percepção despertou: escalar é melhor que
desescalar, assim como subir trilhas em
comparação a descer (ai, meu joelho).
Considerando não apenas física como
também metafisicamente, para baixo não é
santo que ajuda, e sim seu antagônico
(aquele que dá azar falar o nome). Para
cima, sim!, é que todo santo ajuda.
Ajudou a todos nós (Aline, Elizete, Ivan
e Trindade) a atingirmos o cume do Dedo
de Deus: sem perrengue, sem história para
contar (digo daquelas que fazem jornal
vender), a não ser esta própria história que
diz que não tem história para contar e esta
reflexão que inverte o ditado (outrora
pessimista) popular.
Aline Almeida (Alfacinha)
UM DIA PERFEITO!!! UM PRESENTE DE DEUS!
Voltávamos do Dedo de Deus, Aline
comentou que nosso grupo não teria
histórias para contar, afinal, não
enfrentamos nenhum perrengue. Não
enfrentamos raios, chuvas, trovoadas;
ninguém passou mal; houve alguns
escorregões, é verdade, mas nada que
justificasse um: “Nossa, passamos o maior
perrengue no Dedo Deus”. Pelo contrário.
A excursão já começou dentro do esperado.
Nas horas marcadas, todos estavam lá.
Quer dizer, a Aline atrasou um minuto.
Deveria encontrar o Ivan às 5h da manhã,
mas como resolveu ir a pé de Botafogo para
o Largo do Machado, chegou às 5h01. Eu
atrasei um pouquinho também, e ao invés
de encontrá-los às 5h10 no Quengas,
cheguei às 5h12. Isto, óbvio, fez o Trindade
esperar dois minutos a mais na
Leopoldina. Mas até aí, o dia se anunciava
calmo e tranquilo.
A hora marcada pelo Trindade para
chegarmos ao Paraíso foi 6h45. Mas
chegamos às 6h25. Sabíamos que estes 20
minutos seriam preciosos para voltarmos
antes do anoitecer. Então não perdemos
tempo e rumamos para a trilha. Começamos
a caminhar já com dia claro, o que foi ótimo.
Até a chegada à base da Chaminé das Pedras
Soltas (parece que as pedras soltaram
mesmo, e o que sobrou foi uma aderência
com cabo de aço) foi tudo tranquilo. O nosso
“perrenguinho” começou com o fim desta
subida, pois o restante da trilha está muito
molhado, com cabos de aço e diversos
pontos com subidas íngremes e
escorregadias. O que deixou a caminhada
bem mais difícil e nos atrasou um pouco.
Muitos escorregões e arranhões depois,
chegamos na base da Leste cansados. Eu
já estava achando aquilo um perrengue
enorme. Fiquei para trás com Trindade me
acompanhado e queria voltar dali mesmo.
Mas o sol estava brilhando, Aline já havia
tocado pra cima. Ivan e Trindade estavam
a todo vapor e eu não me senti capaz de
acabar com tanta animação. A solução foi
tocar para o alto.
A escalada continuou como dantes:
Aline sem nem dar conta das subidas que
para mim parecia um rolamento de pedras
morro acima. Ivan e Trin na maior
5
www.guanabara.org.br
animação e eu me arrastando com a ajuda
dos dois. Fiquei bastante chateada porque
não tive o meu melhor desempenho para
subir e não curti tanto as escaladas. Para
não dizer que nada me agradou, gostei das
chaminés, técnica de escalada que eu ainda
não havia feito.
Óbvio que os pontos mais emocionantes
foram os tradicionais Cavalinho e Maria
Cebola. Aliás, estava tão “adrenada” com
tudo que preferi segurar na mão dos deuses
para passar estes lances. Os deuses, no
caso, foram Ivan e Trindade (sem más
intenções). O Ivan, de vingança, balançou
bastante a escada quando eu estava
subindo: acho que ele tava pensando que
era o deus do vento! Quando chegamos
ao cume uma neblina densa se anunciava.
Foi um pouco frustrante tanto esforço para
não ver tudo o que víamos nas fotos alheias.
Mas este não era um dia de más surpresas
e dez minutos depois a neblina se dissipou
e um tempo lindo se fez. Pudemos ver os
JULHO/2009
Três Picos de um lado e o Cristo Redentor
de outro: todo o Rio de Janeiro abaixo de
nós. Então entendi a magia daquele lugar.
É realmente um privilégio chegar ali, ainda
mais com tudo transcorrendo tão bem.
A descida foi feita com dois rapéis
iniciados pela “Descidas Vertiginosas”, em
uma base diferente dos rapéis da Teixeira,
com pontos em negativo e em uma
horizontal alucinante. De volta à base da
Leste, iniciamos nossa descida escorregadia,
mas sem maiores surpresas. Para encurtar,
chegamos à estrada às 17h45, com 45
minutos de atraso em relação ao
cronograma inicial, o que, sendo o Dedo
de Deus, pareceu excelente a todos. Neste
ponto eu realizei todo o feito e iniciei meu
processo de “recurtição” da escalada.
Voltamos para o Rio, paramos no Alemão.
Chegamos bem em casa. Um dia perfeito!!!
Um presente de Deus!
Elizete Ignácio
(com auxílio de Aline, Ivan e TTrindade)
rindade)
Festa dos Aniversariantes do Mês de Junho
A última reunião social do mês de junho
foi uma daquelas reuniões que entrarão
para a história. Na quinta-feira de 25 de
junho foi realizado o evento de
comemoração dos aniversários do mês
com um delicioso churrasco de carnes
nobres na nossa Mad Maria, pilotada pelo
especialista Tio Luiz. Para os vegetarianos
havia espetinhos de legumes preparados
pelo Play e Dione, além de brownie da
Nicole e doces típicos de festa junina.
Ao som de forró e com decoração
típica do dia de São João, a sede do clube
borbulhava de sócios e amigos. Como já
é de tradição, o aniversariante Rogéria
bancou cerveja para todos, e a
aniversariante Claudinha se deliciava com
6
a batidinha de limão do Tio Luiz. Às 22h,
horário de fechamento do clube, o pessoal
estendeu a comemoração à “Diagonal das
Quengas”, a sub-sede do CEG. Lá já
esperavam mais amigos, entre eles sócios
do nosso clube-irmão CERJ, com mais
cerveja e boas histórias para contar.
artigo
ETNA, O MAIOR VULCÃO ATIVO DA EUROPA
“Sem a Sicília, a Itália não pode ser totalmente compreendida…
É lá que as pessoas encontram a chave para todas as coisas” (Goethe)
Em maio de 2009 as diretoras sociais
do CEG Nicole e Dione partiram em uma
viagem de férias de quase um mês pelo Sul
da Itália, região de intensa atividade
vulcânica, famosa por sua gastronomia e
vinícolas, banhada pelo mar azul-turquesa
mediterrâneo. Ao longo da viagem, elas
passariam pelos quatro vulcões mais
importantes do mediterrâneo: o Vesúvio, o
Etna, Volcano e Stromboli. Esta é a história
da ascensão ao Etna, o maior vulcão ativo
da Europa.
Taormina, Sicília, 09 de maio de
2009
2009. Quando abrimos a porta da sacada
do quarto do hotel não podíamos acreditar
na vista. O belíssimo mar transparente de
Taormina bem à nossa frente; à esquerda, a
lua cheia e amarela, como um limão
siciliano; e à direita, o majestoso monte Etna
– imponente sobre o Mediterrâneo,
claramente visível, ainda com neve e
expelindo fumaça. Na manhã seguinte
madrugaríamos para seguirmos na excursão
mais esperada da viagem, a ascensão ao
Etna. Era incrível imaginar que dentro de
algumas horas estaríamos naquele cume, o
ponto mais alto do Sul da Itália. O Mt. Etna
é o maior e mais volumoso vulcão da Itália,
com 3.329m de altura, e está quase
constantemente em estado de erupção.
Rumo ao Etna. Pegamos o ônibus das
6h35 de Taormina até Catânia, cidade base
sul do Etna, onde chegamos às 7h45.
Tínhamos 30 min. para tomar café da
manhã antes que o ônibus para o Etna
partisse da rodoviária de Catânia. O trajeto
inicial de subida é uma área extremamente
fértil e verde, cheia de vinhedos de onde se
produzem os vinhos Nerello Mascalese e
Nero d’Ávola da região. À medida que
subimos mais, a paisagem muda
radicalmente. Tudo ao nosso redor se torna
preto, marcas de erupções de anos
anteriores. A estrada de subida ao Refúgio
Sapienza, Nicolosi Nord, a 1.923 m, foi
reaberta na lava endurecida em um
ziguezague ascendente, reconstruída após
a última grande erupção. O motorista do
ônibus fez uma parada para vermos algumas
marcas da destruição. À esquerda, havia
uma casa de três andares, totalmente coberta
pela lava, da qual podíamos ver apenas o
telhado. Mais à frente, à direita, havia uma
casa intacta, que havia sido poupada pelo
vulcão. A lava havia passado a um metro
da porta de entrada da casa, como se ela
tivesse sido coberta por uma cápsula
protetora, um oásis no meio da destruição.
Impressionante! O motorista disse que os
moradores tinham reza muito forte. Se
tinham! Chegamos ao ponto final às 10h05.
A ascensão
ascensão. Ao lado do Refúgio Sapienza,
também reconstruído após a última grande
erupção, está a Funivia dell’Etna, o teleférico
que leva os turistas até 2.500 m de altura.
De lá iniciamos nossa excursão a pé. Logo
que saímos do teleférico podíamos sentir a
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