Boa leitura! - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e Esperança"

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Boa leitura! - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e Esperança"
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” – Ano 14 – nº 117
Distribuição Gratuita
Domingos de Barros
Lima Filgueiras
Destaques
Feira do Livro em Araras
Livros: Caminho Espírita; Indicações do Caminho
O Mundo e Nossa Responsabilidade
Deixai Vir a Mim as Criancinhas
Pode Haver Consequências Negativas para a Mãe que Aborta?
Espiritismo como Doutrina Filosófica
PROIBIDA A VENDA
Editorial
editorial
Quantos recursos nos chegam do Mais Alto para o nosso benefício e para
minorar as nossas dores e dificuldades? Podemos ter ideia de tudo o que Deus
providencia, por Misericórdia, para que possamos continuar nossa jornada evolutiva
com menos percalços?
Homens de ciência gastam horas para pesquisa e aprimoramento do
conhecimento sobre várias áreas com o objetivo de que este conhecimento possa
ajudar alguém.
Neste sentido, no século XIX, o dr. Samuel Hahnemann, médico, imbuído do
mais alto sentimento de pesquisa científica, inicia seus estudos em escritos antigos
sobre métodos de curas, chegando até a consultar anotações de Sócrates. Começa,
então, uma série de experimentações, em si próprio, com remédios manipulados
por meio de princípios ativos extraídos da Natureza e obtém resultados positivos.
Nasce a Homeopatia.
Desde então, durante os últimos dois séculos, outros homens de Ciência vêm
pesquisando e desenvolvendo Homeopatia.
Se Deus permitiu que o homem alcançasse esse nível de compreensão para
ajudar o seu semelhante, como, agora, nos colocarmos na posição de céticos e
duvidar dos resultados que vemos acontecer?
Afinal, se são tantas as pessoas que se socorrem da Homeopatia em momentos
de dor e se refazem, que, como duvidar, em pleno século XXI, dos resultados que
temos presenciado?!
Será que o nosso raciocínio está tão embotado pelo orgulho e egoísmo que
queremos manipular até o sofrimento alheio para que possamos ter nossos desejos
de poder satisfeitos?!
Além da pesquisa científica que, continuamente, aprimora a Homeopatia,
sabemos, através das mensagens dos amigos espirituais, que muitos fluidos são
manipulados por eles para serem incorporados aos remédios homeopáticos para
auxiliar não só o corpo físico, mas, também, o corpo perispiritual.
Verifiquemos, por exemplo, o trabalho de médiuns como Domingos Filgueiras,
Bittencourt Sampaio, Chico Xavier, Eurípedes Barsanulfo e tantos outros, que
eram médiuns receitistas e que tantas pessoas curaram através da Homeopatia.
Será que tudo era enganação ou será que hoje é que estamos deixando outros
interesses se sobreporem ao benefício da cura?
Se já existem resultados bons é que a causa é boa. Este é um raciocínio
lógico, portanto, acompanhemos a evolução do pensamento e tiremos as nossas
conclusões.
Equipe Seareiro
A partir desta edição a publicação do Seareiro passará a ser trimestral e a coluna
Calendário estará disponível somente nas edições anteriores publicadas em nosso site.
ÍNDICE
Grandes Pioneiros: Domingos de Barros Lima Filgueiras - Pág. 3
Aconteceu: Feira do Livro em Araras - Pág. 8
Tema Livre: O Cristão e as Obras - Pág. 9; Espíritas, Amai-Vos - Pág. 9
Clube do Livro: Caminho Espírita - Pág. 10
Mensagem: Servindo Com o Senhor - Pág. 10
Cantinho do Verso em Prosa: Assunto Nosso - Pág. 11
Livro em Foco: Indicações do Caminho - Pág. 12
Canal Aberto: O Melhor Remédio - Pág. 12
Família: O Mundo e Nossa Responsabilidade - Pág. 13
Pegadas de Chico Xavier: O Véu da Noiva - Pág. 15
Kardec em Estudo: Deixai Vir a Mim as Criancinhas - Pág. 16
Trabalhos da Casa: Aulas de Informática - Pág. 17
Contos: Estou Pronto Agora - Pág. 17
Aborto: Pode Haver Consequências Negativas para a Mãe que Aborta? - Pág. 18
Ciência, Filosofia e Espiritismo: Espiritismo como Doutrina Filosófica - Pág. 18
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Publicação Mensal
Doutrinária-espírita
Ano 14 – nº 117
Órgão divulgador do Núcleo de
Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
CNPJ: 03.880.975/0001-40
Inscrição Estadual: 146.209.029.115
Seareiro é uma publicação mensal,
destinada a expandir a divulgação
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Tiragem
12.000 exemplares
Distribuição Gratuita
Grandes Pioneiros
grandes
pioneiros
Domingos de Barros Lima Filgueiras
Radiosa manhã primaveril despontava na cidade do Rio
de Janeiro. O mar fazia-se ouvir pelas suas leves ondas,
iluminando a paisagem sob os raios resplendentes do sol.
Nos antigos casarios, os bairros cariocas começavam a
demonstrar o despertar de seus habitantes. Muitos deles,
ainda sonolentos, buscavam nos estabelecimentos comerciais
a primeira refeição matinal. O lar do casal Filgueiras, no
entanto, começara o dia 10 de março de 1846 de forma
diferente. Isso porque viera fazer parte da família um novo
membro que trouxe muita alegria e emoção às suas vidas:
nascia para o mundo o menino Domingos de Barros Lima
Filgueiras. Os pais, gratos a Deus, saberiam educá-lo, para
que se tornasse um homem digno no futuro. E foi exatamente
o que aconteceu. Domingos Filgueiras seria mais um Espírito
reencarnado, com tarefas importantes a realizar em sua
trajetória terrena. A grande revolução espiritual do século
XIX chegaria com o tempo e Domingos Filgueiras ajudaria
nos processos de estudos, acerca dos acontecimentos
mediúnicos das irmãs Fox, na cidade de Hydesville, nos
Estados Unidos.
O desenvolvimento físico e a educação que lhe foi
ministrada pelos pais era o normal da época. Domingos,
contudo, era sempre competente em tudo que fazia. Formouse e chegou a ocupar o lugar de guarda da Alfândega da
ex-Capital Federal, promovido constantemente pela sua
dedicação ao trabalho. Chegou a ser o 2º Comandante dos
Guardas, posto em que permaneceu até o seu desencarne.
Domingos Filgueiras casou-se muito cedo. Queria formar
uma família para se sentir útil à sociedade. Encontrou na
senhorita Amélia Rosa o seu par para as realizações de seus
ideais. Estava com dezenove anos e o casamento foi simples,
mas dotado de amor pelo casal, que há muito ansiava por
esse acontecimento. Dona Amélia Rosa Filgueiras Lima deu
a Domingos a família numerosa que tanto queria. Tiveram
quatro filhos, que foram educados dentro dos princípios
morais rígidos da época.
O primeiro filho do senhor Domingos, Carlos, tornandose adulto, seguiu a carreira de corretor de navios. Luisa, a
segunda filha, após ser preparada para o casamento, veio a
unir-se com um subdiretor do Telégrafo Nacional. O terceiro
filho, Otávio, trabalhou na Alfândega, exercendo o cargo
de escriturário, na cidade de Santos. Por fim, o dr. Nestor
Filgueiras Lima foi subdiretor do Tesouro Nacional, onde se
aposentou.
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
O tempo corre. A mediunidade de Filgueiras começa a
dar sinais evidentes de que sua tarefa estava prestes a se
realizar.
A princípio, Filgueiras não entendia o que se passava com
seus pensamentos, que pareciam confundi-lo entre o real e o
imaterial. Bastava alguém chegar e confiar suas amarguras e
imediatamente Filgueiras ouvia orientações, para que aquela
pessoa se voltasse a Deus, buscando alívio para o sofrimento
através de uma prece ou à procura de um passe. Isso,
para Filgueiras, era estranho, pois segundo sabia, o termo
“passe”, era usado pelos adeptos da Doutrina Espírita. Algo
mais acontecia: ele, por vezes, recebia pelo pensamento,
o nome de remédios homeopáticos. Para poder entender
se esses existiam realmente, ele procurava nas farmácias
homeopáticas as medicações indicadas e lá estavam elas.
Não eram alucinações o que sentia. Diante desse dilema,
Filgueiras procurou aconselhar-se com quem de fato pudesse
esclarecê-lo. Conversando com vários conhecedores dos
estudos doutrinários, acabou encontrando um médium muito
experiente e trabalhador ativo no campo espírita, o sr. João
do Nascimento. Sob a orientação séria desse médium,
Filgueiras pôde estudar as obras de Allan Kardec, que muito
precariamente chegavam às mãos dos estudiosos, assim
mesmo em opúsculos e dificilmente traduzidas em português,
uma vez que esses opúsculos vinham diretamente da França.
Eram poucos, portanto, aqueles que tinham acesso a essas
fontes da Verdade Cristã.
Filgueiras dedicou-se intensamente à Doutrina. Sua
mediunidade crescia rapidamente. A pedido do próprio senhor
João do Nascimento, seu orientador físico, foi em busca do
eminente médium e profundo divulgador do Espiritismo,
Bittencourt Sampaio. Por essa época, o excelente médium
Bittencourt já havia trabalhado e fizera parte da diretoria
da primeira sociedade espírita em terras cariocas, o Grupo
Confúcio, onde desenvolveu sua mediunidade como receitista,
curando muitos doentes com os remédios homeopáticos.
Filgueiras, indo ao seu encontro, recebeu toda orientação
doutrinária e o estímulo nas reuniões onde sua mediunidade
curativa surgiu.
Por indicação do próprio Bittencourt, ele passou a ser
constante no Grupo Espírita Fraternidade, junto à colaboração
de Bittencourt, que também prestava seus serviços
mediúnicos a essa valiosa instituição. Domingos Filgueiras
recebia as receitas mediúnicas, pelo Espírito dr. Francisco
Botafogo, Rio de Janeiro - 1846 - litografgia e desenho de Joseph Alfred Martinet
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de Menezes Dias da
Cruz, desencarnado
no ano de 1878,
catedrático
e
professor
da
Faculdade
de
Medicina no Rio
de Janeiro. Esse
Espírito foi o pai do
famoso médico e
também médium dr.
Dias da Cruz.
Aos
poucos,
Filgueiras foi se
tornando conhecido.
No princípio, alguns
familiares carentes
é que o procuravam.
A maioria queria
ser atendida pelo
Bittencourt Sampaio
médium Bittencourt,
que incentivava aos pacientes procurarem o valoroso médium
Filgueiras. A sua dedicação e as confirmações das curas
realizadas pela sua mediunidade foram aparecendo e onde
sua presença era necessária, as mais variadas classes
sociais surgiam, formando multidões para serem atendidas
por ele. Filgueiras já não podia ter tranquilidade nem em seu
lar, pois quando chegava do trabalho no Grupo Espírita, havia
uma longa fila a esperá-lo defronte de sua porta residencial.
Mesmo cansado, ele não demonstrava impaciência e, até
o último doente, o sorriso era uma constante em seu rosto.
Isso já deixava uma forma de amor para muitos carentes
enfraquecidos e desnutridos espiritualmente. Filgueiras
sempre os abraçava, pois dizia que a primeira medicação
eram o carinho e a transmissão da fé.
Para alguns, Filgueiras sabia ser o fim da jornada física,
porém, o ânimo e a coragem refaziam a todos pelo simples
gesto de suas mãos em acariciar as rugas e os cabelos
brancos de cada um, com palavras reconfortantes de
otimismo, para o futuro espiritual, sem que isso os assustasse,
e, diante de cada cura, ele agradecia o amparo do Alto e
procurava se oferecer mais no trabalho árduo doutrinário e
na sua divulgação.
Filgueiras não tinha como recusar os enfermos que
precisavam de suas orações e até mesmo na Alfândega,
no local de seu trabalho profissional, ele atendia, sendo
dispensado de suas tarefas por ordem do guarda mor, o
senhor Luís da Gama Berqueó, que também já havia sido
curado, pelo médium, com os medicamentos homeopáticos.
Para tanto, foi lhe destinada uma saleta, para seu descanso,
sendo utilizada no atendimento aos que viessem pedir
suas orações e remédios. Com o tempo, os chefes desse
departamento, tendo-o em grande estima, permitiam que
Filgueiras atendesse os casos mais graves, mesmo durante
as horas de seu trabalho diário; ele, porém, compensava-as
com horas extras.
Tudo corria tranquilo, mas, como a prática do bem incomoda, principalmente aos que nada fazem, despertou no
ajudante de inspeção, o sr. José Joaquim Fernandes, a
atitude de se colocar desfavorável a esse procedimento de
ACEITAMOS SUA COLABORAÇÃO
Sua doação é importante para o custeio da postagem do Seareiro e
pode ser feita em nome do
Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” – CNPJ: 03.880.975/0001-40
Banco Itaú S.A. – Agência 0257 – C/C 46.852-0
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Filgueiras. Encaminhou uma denúncia
à diretoria da Alfândega, protestando
contra o abuso de
Filgueiras em praticar caridade em
horas de trabalho,
trazendo prejuízos
à firma. Esse fato
se espalhou entre
os empregados, que
começaram a tomar
partido da situação.
Filgueiras agradeceu aos chefes a
compreensão em
lhe permitir o uso
da mediunidade,
em favor dos semeDias da Cruz
lhantes, resolvendo
colocar um ponto
final ao atendimento nesse local, que, a seu ver, não era realmente apropriado. Em seguida, compareceu à presença do sr.
José Joaquim, pedindo que lhe perdoasse os aborrecimentos
causados. E tudo voltou ao normal entre os empregados e
chefes da Alfândega.
A vida física de cada ser seguia seu rumo. Porém, no Rio
de Janeiro, o povo se vê colhido por uma grande desgraça.
A peste bubônica começara a fazer vítimas. Centenas de
pessoas, entre jovens, idosos e crianças, estavam sendo
atacadas pela doença. Famílias inteiras sofriam a perda dos
entes queridos. Muitos médiuns eram procurados para ajudar
a população, com passes e a água fluida. Filgueiras não
para: atende nas casas, nos pronto-socorros e sem que ele
esperasse, é procurado pelo sr. José Joaquim, que trazia em
seus braços o filhinho agonizante. Desesperado, ele implora
a Filgueiras que salve seu filho.
Filgueiras, sem delongas, pega o pequenino em seus
braços e, após aplicar-lhe o passe, medica-o com uma receita
homeopática, pedindo a José Joaquim que providencie rápido
o remédio, indicado pelo dr. Dias, por meio da mediunidade.
Poucos dias depois, a criança dá sinal de retrocesso da
doença, vindo a ficar bem em pouco tempo.
Posteriormente, deu atendimento ao advogado Carlos
Fernandes, que estava desenganado pelos médicos terrenos,
atacado pela febre bubônica. Filgueiras entrou em oração.
Rogou a Deus, por aquele pai de numerosa família que
lhe fosse permitido sentir as mãos do dr. Dias, enviandolhe o socorro pela misericórdia do Pai Criador. Suas mãos
percorreram o corpo do doente e, encontrando o ponto
certo, fluidos foram injetados perispiritualmente, ajudando o
advogado a voltar a vida . E todos os que mereceram a cura
diziam que, em pouco tempo, os bubões desapareciam sem
deixar sinais da enfermidade.
O sr. José Joaquim, muito agradecido a Filgueiras, reiterou
seu pedido para que o médium voltasse a consultar na
Alfândega, como fazia anteriormente, de modo a que todos
pudessem ter acesso ao médium com mais facilidades.
Filgueiras não aceitou, mas procurou, dentro dos limites
razoáveis, continuar a exercer sua tarefa caritativa, em favor
dos mais carentes, que ali trabalhavam.
A fama de Filgueiras crescia dia a dia, pelas curas
realizadas e muitos se beneficiavam. Pessoas de todos os
lugares do Brasil e até de outros países vinham à sua procura.
Personalidades ilustres, do mundo político e social, para serem
atendidos mais rapidamente, chegavam a
folhas e flores. Esse objeto é guardado
oferecer pequenas fortunas ao médium,
com carinho pelo filho de Filgueiras, o
que se negava terminantemente a
sr. dr. Nestor Filgueiras Lima, junto com
receber qualquer valor amoedado. Casas,
o cartão de visita, em que se lê: A. de
terrenos, e outros bens eram oferecidos,
Speyer (Ministre de Russie) e em seguida
porém ele se mantinha firme em seu
escrito a mão: “envie avec sés sincères
propósito de que o Evangelho é portador,
remerciements ce petit produit de l´
como diz Jesus a seus discípulos, em
Industrie russe à Mr. Filgueiras” (tradução
Mateus, capítulo 10, versículo 8: “ Dai de
livre: estou enviando com os sinceros
graça o que haveis recebido de graça”.
agradecimentos este pequeno produto
da indústria russa ao sr. Filgueiras).
Outro fato interessante na vida de
Filgueiras ocorreu por ocasião da
Outro caso verídico é o da menina
enfermidade do então Presidente da
Veridiana, filhinha do dr. Luís Francisco
República, o dr. Prudente de Morais. O
Masson, que era médico da Assistência
caso piorava e o dr. Joaquim Murtinho, o
Municipal, no Rio de Janeiro. Com sete
médico que assistia o presidente sempre
meses de vida, a menina foi atacada
que fosse necessário, encontrava-se
por uma enterocolite aguda, deixando-a
ausente. Como o atendimento ao doente
desenganada. O próprio pai, médico,
precisava ser urgente, lembraram-se de
sem querer cuidar da filha pelo laço que
Filgueiras. O médium consultado socorreu
os unia, recorreu ao dr. Olímpio Ribeiro
Presidente Prudemte de Morais
o presidente e a receita homeopática
da Fonseca, que, a despeito de todos os
foi prescrita. O doente, em estado grave, começou a dar
esforços médicos, nada pôde fazer. No desespero, vendo
sinais de melhora. Nesse ínterim, o dr. Murtinho, assim que
que todos os recursos da ciência não davam resultados, o
recebeu a notícia da enfermidade do presidente, chegou
médico, pai afetuoso, correu à casa de Filgueiras, à espera
rápido e foi aos aposentos, encontrando-o sentado ao leito,
de um milagre. Ao abrir a porta, o médium foi logo dizendo:
conversando com seus funcionários. Dr. Murtinho constatou
— Tua filhinha está muito mal, mas não morrerá porque
a melhora, mas, usando duas folhas de seu receituário,
Deus ainda não determinou o final de sua vida física. Vai para
prescreveu as homeopatias para serem dadas ao doente.
casa e dê-lhe estes remédios homeopáticos, contidos nesta
O espanto foi geral porque as medicações receitadas eram
folha de papel, de quinze em quinze minutos.
as mesmas ministradas pelo dr Dias, pela mediunidade de
O doutor Masson, de posse dos remédios, seguiu
Filgueiras. O presidente Prudente de Morais fez questão de
rigorosamente as instruções dadas pelo dr. Dias, médico
agradecer pessoalmente a Filgueiras, convidando-o para um
espiritual, e, doze horas depois, viu sua filhinha retornar à
jantar. Filgueiras compareceu alegremente, não por ter sido
vida, rindo e brincando, como se nada houvesse acontecido.
mediador do caso, mas por respeito a ambos, ao dr. Dias
Voltando ao consultório do dr. Olímpio, para contar o
e ao Presidente da República, por vê-lo em pleno vigor da
acontecido, este apenas respondeu:
saúde física.
— É, se é assim, continue a dar essas “aguinhas” à menina
Outro caso digno de ser comentado é o encontro de um
que nenhum mal irá causar.
diplomata brasileiro em serviço na França, com um ministro
Filgueiras nunca se preocupou com as ironias de quem
russo que também estava na capital francesa, Paris, o sr.
quer que fosse, para ele o que importava era o contentamento
Speyer, com quem fez amizade. Entre outros assuntos, o
de ser útil à Espiritualidade, porque sabia nada ser. Queria
embaixador brasileiro ficou sabendo que Speyer sofria há
apenas servir com dignidade a tarefa que lhe fora confiada
muito tempo de uma nefrite que o maltratava tanto, que o
pela Espiritualidade Superior.
deixava esgotado mentalmente, prejudicando as constantes
viagens que o seu trabalho obrigava. O embaixador brasileiro
Foram muitas as pessoas, hoje conhecidas, que se
conhecendo o processo curativo do médium Filgueiras e,
serviram da mediunidade de Domingos Filgueiras. Entre
citando o seu próprio caso, em que o efeito homeopático
elas, Manuel Quintão, Frederico Figner, Abigail Lima e muitos
dos remédios produziram a cura de seus
outros, que se tornaram espíritas pela
males, provocou no ministro russo o
mediunidade de Filgueiras.
desejo de se comunicar com o médium.
Procuravam pesquisar e conhecer a
Embora ciente dos contatos espirituais,
Doutrina, pelas obras básicas de Kardec,
entusiasmou-se e escreveu ao médium
quando tudo ainda era muito estranho
brasileiro, pedindo-lhe uma receita. Sua
e repleto de controvérsias doutrinárias.
missiva foi escrita em francês, sem
Manuel Quintão narra em seu livro,
nenhum prejuízo a Filgueiras, que o
Fenômenos de Materialização, que antes
atendeu prontamente. Tempos depois,
de se tornar espírita, levado por sérios
Filgueiras recebeu a notícia da cura
distúrbios de saúde, foi se consultar com o
do processo inflamatório dos rins do
dr. Dias da Cruz (filho), ainda encarnado.
ministro russo, que o deixou muito feliz.
Ele ouvira comentários de que o dr. Dias
Em agradecimento o sr. Speyer, remeteu,
era espírita e presidente da Federação
junto à carta, um estojo de veludo verde,
Espírita Brasileira, mas, como por essa
contendo uma bela cigarreira em metal
época, Quintão pouco se interessava por
finíssimo, cuja tampa formava com o
fenômenos espirituais, ele só se dignou
fundo, em vitrais coloridos, duas belas
a ir ao encontro do médico Dias da Cruz
imagens: a primeira, um cisne entre folhas
para tratar de seu físico.
e flores e a segunda, com a forma de um
O dr. Dias, ao deparar com o estado
pavão e uma borboleta, também entre
Manuel Quintão
físico e, principalmente, com o lado
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
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espiritual, o aconselhou a se tratar das duas formas. Ele lhe
daria, por meio da medicina, o que o corpo carnal precisava,
mas para que o êxito da saúde se completasse, a indicação
seria a de procurar o médium Filgueiras, aliando dessa forma
os recursos cabíveis ao seu estado, tão precário. Alertado
por Dias da Cruz o que era a mediunidade e tendo algumas
explicações sobre a Doutrina Espírita, Quintão foi ao encontro
de Filgueiras.
A surpresa para o descrente Quintão foi chocante. Aos
seus olhos, o local pobre, repleto de criaturas paupérrimas,
o fez pensar: “o que de fato estava ele fazendo aí? Era isso
então o Espiritismo?! Que bruxaria ali se passava?”
“As horas se passaram, quando ouvimos o nosso nome”,
contava ele. Aquela chamada o espantou e ele se perguntou
acerca de quem teria tomado nota da presença dele, em
meio a toda aquela gente. Quintão porém, ao ouvir seu nome
repetidas vezes, foi ao encontro do encarregado que conduzia
as pessoas à presença do médium. Foi ele recebido com
todo carinho por Filgueiras. Este, olhando fixamente para o
consulente, falou:
— O senhor realmente está muito doente. Vejo seu físico
tomado por uma tuberculose, o seu coração está com
distúrbios fortes, seu fígado barbaramente atacado pela
hepatite e vestígios de sífilis acentuados.
Quintão assustado, mas já sabedor de seu estado,
perguntou ao médium: “Como o senhor
visualizou tudo isso, sem ter me examinado?”
Filgueiras respondeu serenamente: “Sou
apenas um instrumento que procura agir a
serviço de Jesus. Vejo também que o senhor
não crê em Deus, o que é uma pena, pois se
estivesse em contato com uma fé, os seus
males diminuiriam com certeza.”
E o médium continuou falando a respeito da
fé inabalável e das lições do Mestre Jesus. O
certo é que, após esse encontro, Quintão se
tornou mais um ferrenho defensor da Doutrina
Espírita. Cresceu espiritualmente, tanto que o
primeiro livro vindo pela psicografia de outro
grande médium, Francisco Cândido Xavier,
Parnaso de Além-Túmulo, foi prefaciado por
Manuel Quintão. Depois de aceitar e estudar
a vivência física e espiritual, o antigo candidato
a desencarnar precocemente, viu sua existência terrena ser
prolongada por mais trinta anos. Manuel Quintão desencarnou
no ano de 1955. Quintão, enquanto encarnado, contava
aos amigos que guardava em sua mente, a personalidade
firme e a humildade natural do médium Filgueiras quando as
pessoas se aproximavam para agradecer as curas recebidas
e o médium falava sem afetação:
— Não, vocês estão enganados, eu nada sou, não faço
nada e sei que nada valho, a cura vem de Deus e de Jesus,
portanto, tenham em mente as palavras do Mestre: “a tua fé
te curou, vá e não peques mais”.
Filgueiras estendia sua colaboração como médium
receitista a outras instituições espíritas, e, após algum tempo,
ingressou no movimento de Assistência aos Necessitados,
tarefa iniciada na Federação Espírita Brasileira. Dentre outros
colaboradores, estão Pedro Richard, dr. Maia Lacerda, Manuel
José, José Inácio Pimentel, Jose Guimarães, Inácio Pereira
Nunes, Francisco Marques Silva, Francisco Pereira Lima e
Frederico Junior. Estes formavam as equipes que levavam
a efeito os primeiros trabalhos mediúnicos e assistenciais na
Casa de Ismael.
O coração de Filgueiras por vezes ficava apertado por ver a
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situação de extrema miséria em que muitos se apresentavam
para o receituário homeopático.
Sem muito pensar, Filgueiras tirava o dinheiro do bolso
e juntava a receita, facilitando ao doente a aquisição
dos remédios. Ele nada deixava faltar no seu lar. Sabia
ser generoso e afetivo para com a família. O trabalho no
campo doutrinário o fez dar mais conhecimentos para
com as tribulações que por vezes pudessem acontecer no
grupo familiar. Por isso, era muito respeitado como pai e
companheiro da esposa e de seus familiares.
A procura pelo receituário homeopático, por meio da
mediunidade, era cada vez maior. Com isso a Saúde Pública,
como em outras vezes, se viu obrigada a intervir, tendo em
vista o protesto dos médicos alopatas de não aceitarem essa
forma de assistência médica. A crítica era porque esses
remédios não tinham comprovação sobre os efeitos das
doenças, além do perigo de serem receitados por leigos,
como no caso de Filgueiras, por efeitos mediúnicos.
A Saúde Pública, baseada nos parágrafos da lei, resolveu
impedir a continuidade desse método e Filgueiras teve que
responder ao processo do exercício ilegal da medicina.
Saiu, porém, ileso, principalmente pelos testemunhos dados
por todos aqueles que foram favorecidos e curados, pelas
homeopatias que sanavam sem afetar parte alguma do físico
por efeitos colaterais, existentes nas medicações alopatas.
Isso foi comprovado na época em laboratórios
competentes. Filgueiras sofria calado diante
dos alaridos levantados pelos periódicos
porque levavam alterações ao ambiente
espiritual das tarefas a serem realizadas,
mas a tudo resistia, encontrando guarida em
orações a Jesus.
Filgueiras ainda tinha que passar por mais
um processo. No dia 15 de abril de 1905,
a sede da Federação Espírita Brasileira foi
praticamente invadida por altos funcionários
pertencentes à Diretoria Geral da Saúde
Pública, exibindo um documento que fora
lavrado contra o médium: um auto de
infração do artigo 250 com os parágrafos do
Regulamento Sanitário de 08 de março de
1904, constando que Filgueiras fora autuado
como incurso no artigo 156 do antigo Código
Penal, o de exercício ilegal da medicina. Com isso, a
Federação foi intimada a pagar pesada multa, pela falta de
rigor cometida.
O dr. Aristides Spínola era o vice presidente da Casa de
Ismael nessa ocasião. Ele, de pronto, saiu em defesa do
médium e da Casa de Ismael, defendendo com bravura as
tarefas da instituição e os benefícios prestados pelo médium
Filgueiras, que nada cobrava dos doentes atendidos. Provou
também que aquela invasão não significava nada para o
Conselho Ético Médico, mas sim era um revide da própria
Saúde Pública, pela vitória que a Federação alcançara em
outros processos semelhantes, em que a Justiça julgou
improcedentes as denúncias contra os acusados pelos
mesmos motivos. À época, o senhor Leopoldo Cirne era o
presidente da Casa e o médium, também receitista, o sr.
Joaquim José Ferraz foram absolvidos pelo magistrado, dr.
Francisco José Viveiros de Castro.
O fim do processo lavrado contra Filgueiras ocorreu
em fevereiro de 1906. O Diário Oficial publicou a longa e
judiciosa sentença absolutória do réu, proferida pelo Juiz
dos Efeitos da Saúde Pública, o dr. Elisser G. Tavares. Entre
outros pontos considerados por ele, o periódico destacou:
Bibliografia
“ainda quando a opinião que
Nazaré. Suas palavras, dirigidas
atribui aos Espíritos a faculdade
a Filgueiras, são também ouvidas
de curar e de cujo pensamento é
pelo médium Frederico que narra
o médium transmissor não fosse
pela vidência, o que vê e ouve:
rigorosamente científica, ela
“Nossa Mãe Santíssima pedeconstituiria, em todo caso, matéria
nos dizer-lhe que o senhor soube
de crença, ou de fé religiosa,
plantar a fé e a caridade entre os
porque o Espiritismo é também uma
muitos descrentes e sofredores.
religião. É princípio constitucional
Com amor e paciência nutriu
que todos os indivíduos podem
os famintos do pão espiritual.
exercer pública e livremente o seu
Procurou matar a sede dos
culto. São somente condenáveis
sequiosos pela gota da fonte
as práticas que ofendem a moral
do Mestre Jesus. Soube lutar
pública e as leis, não admitindo
com as dificuldades da saúde
perseguição por motivos de crença
material, quando seus olhos
ou de função religiosa”.
quase o deixaram cego, pelo
Sobre o mesmo assunto, o
deslocamento da retina.
Reformador, órgão da Federação
Tudo parecia deixá-lo a pender
Espírita Brasileira, assim redigiu
pelo abandono de suas tarefas,
no final da matéria a defensoria a
mas a sua força de vontade
Filgueiras: “Coube, desse modo,
foi maior e a vitória sucedeu
a Filgueiras a rara fortuna de
ao fracasso e Jesus o apoiou
ser o escolhido pela Providência
através de seus emissários, pois
a receber essa alta função e
aquele que se oferece ao bem, o
distinção de ser perseguido por
tem de retorno em dobro. A sua
amor do Cristo e receber, por
volta é a do Espírito que, em se
fim, das mãos de um magistrado
recompondo, continuará a servir
verdadeiramente digno deste
a Jesus”.
nome, a sentença liberatória,
Filgueiras não podia conter
Maria de Nazaré
que fechou com chave de ouro
o
pranto,
descrevia o médium
O retrato acima foi ditado pelo Espírito
essa eterna questão da medicina
Frederico, que também sentia
espírita”.
Emmanuel ao fotógrafo Vicente Avela através do
dificuldades, durante a narração.
Filgueiras procurava resistir
médium Francisco Cândido Xavier. O trabalho foi
E o Espírito Filgueiras, segundo
a todos os acontecimentos
realizado aos poucos, em mais de 20 encontros,
o médium vidente, só sabia dizer
vividos, mas esgotado pelo
entre soluços: “Eu não fiz nada,
desde meados de 1983, com retoques sucessivos,
excesso de trabalho e por tantos
eu não sou nada diante do Senhor
objetivando
homenagear
o
Dia
das
Mães
de
1984.
aborrecimentos, seu organismo
Jesus”.
não conseguiu vencer uma séria
A serva de Maria, o Espírito Celina, termina com as
gripe intestinal, relativa à inflamação do intestino grosso,
palavras da Mãe Santíssima: “Esta homenagem é o prêmio
e no dia 29 de março de 1906, cerrava os olhos do mundo
de suas virtudes que se fizeram ao longo de sua caminhada”.
carnal, para abri-los no mundo espiritual. Partia tranquilo,
Diante de muita emoção, o médium Frederico descreve os
por ter procurado seguir os ensinamentos cristãos. Grande
fluidos formados pelo amor dos trabalhadores Espirituais
foi a alegria dos Espíritos que o envolveram em todo seu
envolvendo Filgueiras, que, com muita dificuldade, agradeceu
trabalho mediúnico, cuja recepção simples, mas emocionada,
aos Espíritos pela força e coragem que sempre lhe foram
se fez pelos amigos e parentes que o receberam com fluidos
transmitidas, principalmente nos momentos mais difíceis de
revigorados. Após o seu refazimento, daria a continuidade
sua reencarnação.
das tarefas no mundo espiritual.
E, tomando as mãos de Celina, beijou-as, pedindo-lhe
Algum tempo após o desencarne de Filgueiras, que deixara
que levasse o seu coração cheio de reconhecimento a Mãe
uma grande lacuna entre os trabalhadores da Federação,
Santíssima, pelo profundo respeito e amor que sentia por ela
numa das reuniões mediúnicas, por meio do médium
e por Jesus, seu filho amado.
vidente Frederico Junior, relatava este que via a presença
Domingos Filgueiras foi considerado, por todos que
do Espírito Bittencourt Sampaio, junto a inúmeros Espíritos,
com ele conviveram, um trabalhador honesto, humilde e
que presidiam uma reunião em homenagem à chegada de
responsável servidor de Jesus, sabendo transmitir em suas
Filgueiras à Espiritualidade. Lá estavam dr. Dias da Cruz,
palavras a confirmação de que só o amor constrói e que
Bezerra de Menezes, João Batista Maia de Lacerda, Isabel
fora da caridade não há salvação, segundo o Evangelho do
Sampaio, os quais, em meio a muitos outros Espíritos, faziam
Senhor Jesus Cristo.
parte dessa festividade ao êxito reencarnatório de Filgueiras.
Eloísa
Frederico Junior descreve também a presença do Espírito
Celina, servidora e mensageira de nossa Mãe Maria de
• EMMANUEL. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. O
Consolador. 6. ed. Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1976.
• WANTUIL, Zeus. Grandes Espíritas do Brasil. 1. ed. Rio de Janeiro:
Ed. FEB, 1969.
• Imagens:
• http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f0/Prudentedemorais.jpg
• http://www.febnet.org.br/ba/image/Comunica%C3%A7%C3%A3o/
Imagens/Manuel%20Justiniano%20Imagem.jpg
• Demais imagens de personalidades retiradas de edições anteriores da
Revista Seareiro
• http://www.christies.com/lotfinder/ZoomImage.aspx?image=/
LotFinderImages/D51153/D5115305
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
7
Aconteceu
aconteceu
Feira do Livro em Araras
Foi com muita alegria que, em novembro de 2012, a
Editora Luz no Lar, que é um departamento do Núcleo de
Estudos Espíritas “Amor e Esperança”, participou pela
primeira vez da Feira do Livro em Araras - SP, promovida
pelo IDE – Instituto de Difusão Espírita.
Muito embora tenham sido só dois dias de feira, pôde se
sentir que muito se fez pela divulgação da Doutrina Espírita,
com
a participação de várias
editoras que compareceram e, também, a
presença de vários trabalhadores da divulgação
que enriqueceram estes dois dias, com uma nota
especial aos voluntários do IDE, os quais, durante
todo o tempo, estavam sorrindo e atendendo a
todos com muito carinho.
Agradecemos a todos os que nos ajudaram
nesta participação.
Equipe Seareiro
Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”
Receba mensalmente obras selecionadas de conformidade com os ensinamentos espíritas!
Fique sócio(a) do Clube do Livro e receba mensalmente 1 (um) livro espírita.
Seu valor varia de R$ 20,00 (vinte reais) a R$ 22,00 (vinte e dois reais), preço inferior ao de livrarias, centros e bancas.
Compramos livros de diversas editoras e de vários autores. Contudo há um critério rigoroso na escolha das obras, uma vez
que só enviamos aos associados livros que sejam fiéis aos ensinamentos espíritas-cristãos do nosso Mestre Jesus, desta
doutrina de Luz, codificada por Allan Kardec.
Não há taxa de inscrição e pode-se desligar do Clube a qualquer momento e sem custo.
Não há despesa nenhuma de envio pelo correio, e o boleto que segue junto é Ficha de Compensação, ou seja, pode ser
paga em qualquer banco até o vencimento.
O livro é enviado em torno do dia 20 (vinte) de cada mês e a data do pagamento do boleto é para o dia 20 do mês seguinte.
Informe-se através:
[email protected] ou [email protected] – www.espiritismoeluz.org.br
(11) 2758-6345 – Rua dos Marimbás, 220 – Vila Guacuri – São Paulo – SP – Brasil - CEP 04475-240
VIII SEMANA KARDEC
31 de março a 06 de abril de 2013
Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
Rua dos Marimbás, 220 – Vila Guacuri
CEP 04475-240 – São Paulo – SP
www.espiritismoeluz.org.br
8
Tema Livre
tema
livre
O Cristão e as Obras
“Nem todos os que me dizem: Senhor, Senhor! entrarão
no reino dos céus, mas somente os que fazem a vontade de
meu Pai que está nos céus.” (Mateus, capítulo 7, versículos
21 a 23)
Não podemos viver somente de aparências. É preciso
termos vivências para podermos acrescentar conteúdo à
nossa vida.
Parece que Jesus previa o que iria acontecer. Passados
alguns anos após a crucificação, começou-se a colocar como
ideia central do cristianismo a adoração ao Senhor como algo
de extrema importância, quando, ao analisarmos a passagem
do Evangelho acima transcrita, veremos que o pedido de
Jesus é para que fizéssemos algo pela nossa salvação.
A palavra “fazer” significa ação, movimento e não somente
adoração ou contemplação.
Para completar este raciocínio, temos a máxima cristã de
que “fora da caridade não há salvação”, ou seja, é preciso
movimentarmos as nossas energias físicas, ajudando ao
próximo.
Em qualquer situação, coloquemo-nos à disposição de
nosso semelhante que precisa de amparo.
Não sejamos omissos. Deus vê tudo o que fazemos ou
deixamos de fazer.
Saiamos do casulo que construímos para nos isolar do
mundo e sejamos dignos de sermos chamados de cristãos.
Adolpho
Espíritas, Amai-Vos
Quando o Espírito de Verdade deu a orientação aos
espíritas para que se amassem, não tinha a intenção de
dizer que deveríamos ter o amor somente por aqueles que
pensassem como nós.
Reforçando esta posição, na resposta à pergunta 799 de
O Livro dos Espíritos, foi dito que o Espiritismo “abolindo os
prejuízos de seitas, castas e cores, ensina aos homens a
grande solidariedade que os há de unir como irmãos.”
Devemos então iluminar o próprio espírito, amando e
respeitando o próximo, pois, agindo assim, conseguiremos
pelo exemplo, divulgar a Doutrina Espírita.
Diz Emmanuel que devemos dissipar “as trevas do
materialismo ao clarão da Verdade, não pelo espírito da
força, mas pela força do espírito, a expressar-se em serviço,
fraternidade, entendimento e educação”.
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
A Humanidade deverá seguir o Cristianismo, vivido na
sua pureza e simplicidade, e nós espíritas, temos que ser o
exemplo para que todos possam falar que o espírita é um
bom cristão.
Espíritas, instruí-vos.
Vitório
Bibliografia: EMMANUEL. Psicografado por Francisco Cândido
Xavier. Segue-me. 11. ed. Matão-SP: Editora O Clarim. 2010.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 76. ed. Rio de Janeiro-RJ:
FEB. 1995.
Imagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/96/Bloch-Sermon
OnTheMount.jpg
9
Clube do Livro
clube
do
livro
Caminho Espírita
A obra se intitula Caminho Espírita, com o subtítulo A jornada do bom combate.
Podemos considerá-la um manual ou orientador para os que pretendem
esclarecimento quanto ao comportamento espírita na jornada da Vida.
Qual o papel do espírita no cotidiano?
No preâmbulo, a questão e respectiva reposta definem: “... é ser o cristão
genuíno, com a obrigação de pautar a vida pelos ensinamentos de Nosso Senhor
Jesus Cristo, dentro da liberdade de raciocinar e discernir no campo da própria fé”.
Ser espírita, definitivamente, não pode ser apenas um rótulo. É simplesmente –
embora para o homem ainda uma batalha interior – ser “o cristão genuíno”.
Provável que alguns indaguem: “E o que é e como ser um cristão genuíno?”
A resposta está na leitura, no estudo e na prática das virtudes cristãs.
Tenhamos, antes de tudo, boa vontade em aprender o caminho.
Depois, aprendamos as virtudes do Cristo.
Aqui está uma boa oportunidade com esta dica do livro que fez parte do Clube
do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”, psicografada por quem soube trilhar
impecavelmente os passos de Jesus, exemplo de cristão genuíno, Francisco
Cândido Xavier.
Os autores espirituais são: André Luiz, Albino Teixeira, Bezerra de Menezes,
Emmanuel, Fabiano de Cristo, Hilário Silva, Irmão X e Meimei.
Possamos todos ser verdadeiramente felizes!
Rosangela
Mensagem
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos
Editora IDE
mensagem
Servindo Com o Senhor
O Mestre, após servir a todos os desvalidos, curando
cegos, restabelecendo a movimentação de paralíticos,
fazendo ouvir aos surdos, limpando os leprosos e a todos os
enfermos – O Mestre serviu outra vez aos homens, seguindo
resignado para a Cruz do Calvário.
Se desejamos, pois, servir ao Mestre Jesus, convém
aprendermos a servir aos enfermos da alma.
Muitos deles, cegos pelas paixões, poderão perseguir-te
com seus apelos.
Aprendas, porém, a seguir na direção do Calvário, somente
após ampará-los.
Muitos, quais as falsas testemunhas de Pilatos e Caifás,
falarão de teus acertos, quais se fossem enganos condenáveis.
Aprendas, porém, a acolhê-los por doentes da alma e
dê-lhes o conforto que lhes falta, no campo do coração.
Poderás ser visitado pelos mais puros e pelos mais
impuros.
Hospital do Fogo Selvagem
PEDE AJUDA!
Deles recolherás censuras e admoestações, acusações
e calúnias.
Segue, porém após socorrê-los, na direção do teu Calvário,
porque assim fez o Senhor.
Deixando os enfermos entregues a experiências notáveis
no curso da existência, Jesus os entregava a reedificação
que nos chega pela mestra chamada dor.
Essa dor, porém, é o prenúncio da redenção, porque os
enfermos de hoje serão, também, novos servidores do Mestre
no amanhã e terão, por sua vez, de seguir à glorificação do
Calvário, com a exaltação, resignação à Lei do Amor que
nos rege a vida.
Serve ao Senhor Jesus, servindo aos que te perseguem
e não te compreendem, porque eles somente são assim por
não saberem ainda o que fazem.
Se vais ao Senhor, seguindo as pegadas de Jesus – eles
irão a Jesus seguindo tuas pegadas.
Roque Jacintho
O Hospital do Fogo Selvagem de Uberaba – MG, que atende a portadores do Pênfigo (Fogo Selvagem) e
também a 150 crianças, precisa de doações para comprar: os remédios Calcort e Psorex pomada (podem
ser genéricos); materiais de limpeza (sabão em barra Ypê amarelo para os doentes e sabão em pó para
limpeza em geral); fraldas descartáveis tamanho G infantil; Mucilon; lenços umedecidos e álcool gel 70%.
Caso queira fazer doações em dinheiro, o depósito pode ser feito em nome do
LAR DA CARIDADE - CNPJ 25.440.835/0001-93, através dos seguintes bancos:
• Bradesco – agência 0264-0 – c/c 14572-6
• Banco Itaú – agência 0321 – c/c 00859-1
• Banco do Brasil – agência 3278-6 – c/c 3724-9
Maiores informações: Telefone (34) 3318-2900 – E-mail: [email protected]
10
Cantinho do Verso em Prosa
cantinho
do
verso
em
prosa
Assunto Nosso
Afirmas que o mundo é mar
De abismos, trevas e escolhos;
Conserva, por isso mesmo,
A caridade nos olhos.
Suplicas esquecimento
Da mágoa em que tens vivido;
Guarda cautela, aplicando
A caridade no ouvido.
Desejas larga distância
Da fala maldosa e oca...
Cultua, quando puderes,
A caridade na boca.
Pretendes largar, de todo,
Tristezas e laços vãos,
Cultiva, além do dever,
A caridade nas mãos.
Queres que os outros te vejam,
Coração nobre quanto és,
Atende, em questões de rumo,
À caridade nos pés.
Sonhas banir da família
Rixa, contenda, pesar...
Inicia, praticando
A caridade no lar.
Ensinas beneficência,
Ante a penúria indefesa,
Mas não olvides pregar
A caridade na mesa.
Exiges a estima alheia
Que os empeços atenua,
Emprega, constantemente,
A caridade na rua.
Se indagássemos do Cristo
Como achar felicidade,
Jesus, decerto, diria:
— Caridade, caridade...
Ao saber que somente através da caridade é que poderemos nos salvar, muitos
perguntam o que é a caridade e como praticá-la.
Outros emendam a pergunta, querendo saber se a caridade é aquela que
praticamos dentro do templo religioso.
Casimiro Cunha, no poema descrito, dá um panorama bem completo de como
praticar a caridade.
Sendo um sentimento, ela nasce dentro de nosso coração, no momento em
que nos deparamos com um companheiro que sofre e que precisa de ajuda.
Quando nos colocamos no lugar deste companheiro e sentimos que precisamos
ajudá-lo por piedade, já começamos a sentir o que é caridade. Este sentimento
será a mola propulsora para podermos externar de alguma forma a caridade.
Poderemos ajudar com o olhar de carinho, ouvindo
um desabafo, falando palavras de ânimo, caminhando
até achar a solução ou, com nossas mãos, reerguendo
e guiando aqueles que se perderam no caminho.
E não há lugar específico para se praticar a
caridade: no lar, na mesa, na rua, ou em qualquer
ambiente em que estivermos presentes.
Se temos o Cristo como exemplo máximo, Ele nos
diz que “felicidade” só encontraremos se rimarmos
com “caridade”.
Wilson
Casimiro Cunha
Bibliografia: ESPÍRITOS diversos. Psicografado por
Francisco Cândido Xavier. Caridade. 14. ed. Araras-SP:
Editora IDE, 2009.
Imagem: http://lh4.ggpht.com/-TwRRxnxIAiA/T_l80OaK2aI/
AAAAAAAACes/bGN0Iyt1dKE/madre-teresa-de-calcuta%2525204_
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Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
DIA
LIVROS ESTUDADOS
Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª, às 20h00
3ª, às 15h00
2ª e 6ª, às 14h30
Domingo, às 10h00
2ª
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança
– Emmanuel*; O Céu e o Inferno – Allan Kardec; Missionários da Luz –
André Luiz*
3ª
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança
– Emmanuel*; O Consolador – Emmanuel*; O Livro dos Espíritos – Allan
Kardec
O passe se inicia 30 min. antes das reuniões
4ª
O problema do ser, do destino e da dor – Léon Denis; O Livro dos
Espíritos - Allan Kardec; Religião dos Espíritos – Emmanuel*
Atendimento às Gestantes: nas reuniões de 2ª e 6ª
5ª
O Evangelho Segundo o Espiritismo; Seara dos Médiuns – Emmanuel*;
O Livro dos Médiuns – Allan Kardec
Evangelização Infantil: ocorre em conjunto com as reuniões
6ª
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança
– Emmanuel*; Missionários da Luz – André Luiz*; Vida Futura – Roque
Jacintho
Domingo O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro de mensagens
de Emmanuel*
*Livro psicografado por Francisco Cândido Xavier
Já estamos oferecendo os cursos de: Alfabetização de Adultos, Artesanato, Culinária,
Informática Básica e Reforço Escolar.
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
Artesanato: Sábado, das 14h00 às 17h00
Terapia de apoio espiritual aos dependentes químicos e
doentes em geral: 6ª, às 19h30
Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª, às 19h45
6ª, às 14h45
Treino Mediúnico: 5ª, às 20 horas
Rua dos Marimbás, 220
Vila Guacuri – São Paulo – SP – Tel.: (11) 2758-6345
11
Livro em Foco
livro
em
foco
Indicações do Caminho
Francisco Cândido Xavier
Espírito Carlos Augusto
Editora GEEM
Canal Aberto
Ao procurarmos um livro para ler, muitas vezes estamos à procura de um novo
caminho para direcionar a nossa própria vida.
Que rumo tomar? Qual a decisão mais acertada? Como devo proceder em tal
situação?
Estas são perguntas que brotam em nossa cabeça e que, na maioria das vezes,
ficam “queimando” os nossos pensamentos.
O livro Indicações do Caminho tem por objetivo ajudar o leitor nas suas escolhas,
conforme já deixa claro Emmanuel em sua introdução:
“Se tens alguma dúvida sobre a estrada certa, eis neste livro uma série de indicações
do rumo e do caminho a seguir para o encontro e a convivência com o Divino Mestre.”
E é através das pequenas escolhas do dia a dia que vamos nos aproximando de
Jesus; suportando quem nos desfere golpes, se resignando com os acontecimentos
inevitáveis da vida, perseverando quando a dificuldade nos cruza os caminhos.
O autor espiritual, Carlos Augusto, desencarnou no desabamento do Cine Rink,
em Campinas-SP, em 16-09-1951.
Deixamos ao leitor amigo, uma das Indicações do Caminho, constante do livro:
“Recebamos as pessoas difíceis de nossa estrada, especialmente na área doméstica, na condição de instrumentos do nosso próprio aprimoramento.”
Cada indicação é digna de estudo e reflexão, individualmente ou em grupo.
Júnior
canal
aberto
Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores.
Agradecemos por todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.
O Melhor Remédio
O estudo, a compreensão das verdades catalogadas na
Doutrina Espírita, nos dá forças necessárias para o enfrentamento de todos os problemas da vida.
Quando estamos imbuídos dos princípios do Espiritismo,
reduzimos em nós as causas de algumas desgraças, tais
como, a loucura e o suicídio, sendo esta última, em especial,
decorrente da fraqueza moral.
O indivíduo que abre os olhos ante a grandeza do futuro
que o aguarda noutra vida não se aflige com as pedras do
caminho, pois sabe ele como transpô-las.
Não se deve pensar, porém, que ficaremos imunes ao mal
e que sairemos do estado de inferioridade da noite para o
dia; são precisos tempo e perseverança para tal.
Tenhamos em mente que somos herdeiros de nós mesmos, colhemos o que plantamos. Os valores morais, esses
sim, nós devemos cultivar a todo o instante, porquanto, o
apego demasiado aos bens materiais sobrecarrega a nossa
existência.
O conhecimento, esclarecido pelas ideias espíritas, é o
melhor remédio para fortificar a nossa alma, auxiliando-nos
nas dificuldades.
Fortalecidos e regenerados, sigamos em frente, pois Deus
espera por nós.
Carlo A. Sobrinho – Rio de Janeiro – RJ
Imagem: http://2.bp.blogspot.com/-Gl3QS6TiGjs/UBhGBAH6HRI/
AAAAAAAAEuY/JMYKyNr0FzQ/s1600/303466_10150916337421559_17476
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12
Família
familia
O Mundo e Nossa Responsabilidade
“O que está acontecendo? Parece que tudo está confuso!
De onde vem tanta violência? O mundo está perdido!”
Estas são apenas algumas das frases que ouvimos ou
que, nós mesmos, várias vezes, pronunciamos.
Basta algum acontecimento vir à tona, para que todos se
admirem, principalmente quando envolve atos de violência.
E, na realidade, o que está acontecendo?
O que estamos vendo acontecer em nossa sociedade não
é causa, mas sim efeito.
A violência, os desregramentos do sexo, os vícios generalizados, o consumo crescente de drogas e álcool pelos
jovens, tudo isto é consequência de mudanças (e por que
não dizer, comodismo) que ocorreram em nossa sociedade
desde há muitos anos, quando as famílias adotaram como
regra de educação para os seus filhos a liberdade irrestrita,
sem a imposição de limites e, principalmente e mais grave,
a falta de responsabilização pelas consequências dos atos,
para não frustrar o jovem.
Este tipo de educação criou uma geração que não soube
lidar com a liberdade que lhe foi ofertada e não quis arcar com
a responsabilidade ou consequências dos seus próprios atos.
Junte-se a todo esse panorama o início da “disputa” entre
homens e mulheres (pais e mães) pelo mercado de trabalho
e por condições materiais melhores, relegando a educação
dos filhos a segundo plano, suprindo com presentes a ausência no lar.
Esses pais ausentes, com problema de consciência, acabam por “acobertar” todos os erros dos filhos, criando o pensamento de impunidade.
E o que fazer para modificar todo esse panorama?
Se a liberdade irrestrita, ausência dos pais na educação
moral e a impunidade são alguns dos fatores que causaram
tantos sofrimentos, temos que ter coragem e “inverter”, corrigir todas essas atitudes. E não podemos deixar para mais
tarde!
Temos que tomar as rédeas das situações agora, sem perder mais tempo, pois é a vida de nossos filhos que estamos
jogando no lixo da espiritualidade!
Sim, porque do jeito que estamos deixando os nossos
filhos agir, eles estarão se ligando aos espíritos infelizes que
perambulam por aí, procurando os encarnados (nossos filhos)
que lhes satisfaçam as vontades.
Pais, “vossos cuidados, a educação que lhe derdes, auxiliarão o seu aperfeiçoamento e a sua felicidade futura”. Se o
seu filho “se conservou atrasado moralmente por vossa culpa,
o vosso sofrimento será o de vê-lo entre os Espíritos mais infelizes, quando dependia de vós que ele fosse feliz”. (trechos
do cap. XIV, item 9, de O Evangelho Segundo o Espiritismo)
Iniciemos em nosso lar o refazimento, a reeducação moral
de nossos filhos e a nossa própria.
Restabeleçamos o diálogo. Por que deixamos de lado o
hábito de reunirmos a família para fazermos as orações?
Antigamente, a família se reunia para ler a Bíblia e fazer
orações. Com isso, os jovens cresciam sabendo sobre as
lições de Jesus e a moral cristã. Voltemos a fazer esta reunião
que nós espíritas chamamos de “Culto do Evangelho no Lar”.
Como hoje temos O Evangelho Segundo o Espiritismo que
nos explica em uma linguagem mais simples, utilizemos este
lindo manual de vida para juntos, pais e filhos, recordarmos
o que esquecemos.
Agindo desta forma, não precisaremos ficar tão alarmados com
os efeitos que vemos na sociedade, porque estaremos cuidando
da causa dos problemas: a reestruturação moral da família.
Deixemos de culpar os fatores externos (governo, políticos,
polícia etc.) e façamos a nossa
parte.
Colaboremos com a sociedade, agindo como verdadeiros
cristãos e educando nossos filhos para que a máxima cristã
de respeito ao próximo possa
ser lida em nossos atos.
“Amemo-nos uns aos outros...”
(I João, 4:7)
Pedro
Bibliografia:
EMMANUEL.
Psicografado
por
Francisco
Cândido Xavier. Calma. 7. ed. São
Bernardo do Campo-SP: GEEM.
1986.
Imagem: http://a4.sphotos.ak.fbcdn.net/
hphotos-ak-snc6/8077_4328554434244
12_861350210_n.jpg
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
13
DOUTRINAÇÃO
Esta obra, consagrada
por todos aqueles que se
propõem a orientar Espíritos,
serve de anteparo para a
conduta reta e justa, diante
dos corações que sangram
na dor ou na revolta, na
Espiritualidade menos feliz.
Valerá, pois, consultá-la, para
evitar atitudes injustas e
frustrações desnecessárias.
Pegadas de Chico Xavier
pegadas de chico xavier
O Véu da Noiva
Em 1948, Chico Xavier foi convidado para as festividades
de inauguração da Fazenda Cachoeira, situada em Esmeralda, Minas Gerais. Após a cerimônia oficial, haveria uma
sessão espírita presidida pelo companheiro Perácio, para a
qual Chico fora especialmente convidado.
À chegada, o bondoso médium abraçou a todos. Findos
os cumprimentos, Chico dirigiu-se nominalmente a alguém a
quem chamou de João Rosa. Abraçando-o carinhosamente,
mostrou-se feliz por encontrá-lo ali. Então, caçoando, o confrade José Costa comentou:
— Cuidado, Chico! Os adversários costumam dizer que o
Espiritismo é fábrica de loucos... Aqui não há nenhum João
Rosa!...
Imperturbável, Chico retrucou:
— Perdão, João Rosa é desencarnado.
Perplexos, porém descontraídos e eufóricos, foram para
a sala preparada para a cerimônia de inauguração. Encerrada esta, foram todos para a outra sala, onde se realizaria
a sessão espírita.
Antes da prece inicial, o Presidente Perácio sugeriu a retirada de uma cadeira vaga, colocada à direita de José Costa,
advertindo a assembleia:
— Não é bom deixar cadeira vaga à mesa de reunião...
Chico, até então em silêncio, delicadamente discorda:
— A cadeira não está vaga. Ocupa-a um irmão desencarnado.
Após a prece, leitura e comentários sobre o texto do Evangelho, começaram os trabalhos. Nesse ínterim, Chico pediu
a palavra e esclareceu:
— O irmão João Rosa, a quem cumprimentei ainda há
pouco, lá fora, pediu e obteve permissão da Assistência Espiritual para participar desta reunião. Neste momento, está
sentado na cadeira aparentemente vaga. Vejo no espaço, um
quadro dramático – diga-se trágico, emocionante. João Rosa,
que era viúvo, ao desencarnar passa a sofrer o assédio da
ex-esposa que o tortura, mostrando-se vestida com o véu de
noiva tinto de piche, disposta à vingança implacável.
E, ante a admiração dos demais, prosseguiu:
— João Rosa, visivelmente traumatizado, nos diz que seu
casamento foi um fracasso; jamais conseguiu harmonizar-se
com a esposa, vivendo o casal sob o impacto permanente
do fogo cruzado decorrente do desajuste conjugal, até que
a morte os separou.
Conta que ao comprar os aviamentos para a mortalha, na
loja de José Costa, em Sabará, indagou-lhe como proceder
com o véu nupcial que a falecida guardava tal qual preciosa
relíquia. Este respondeu que “deveria pichá-lo e com ele
envolver o corpo da morta” e ainda lhe deu a lata de piche.
João Rosa seguiu à risca o macabro conselho.
Agora, desencarnado há 25 anos, enfrenta no espaço
terrível confronto; pois ambos, vivendo em zona trevosa,
dão prosseguimento ao conflito doméstico, sob insuportável
clima de ódio e ressentimento. E atenção, caros irmãos: o
acaso não existe. Não foi à toa que João Rosa veio até nós,
externando o seu pedido de socorro. E só há uma maneira
infalível de se pôr termo a tal discórdia: o perdão recíproco.
Eu pediria então, ao querido companheiro José Costa, que
orasse o Pai-Nosso, rogando a misericórdia de Jesus, no
sentido de conceder-lhe o necessário perdão pelo gesto leviano e impensado que ingenuamente praticara, com o mau
conselho e invigilância.
Sensibilizado e com o rosto banhado de lágrimas, José
Costa orou fervorosamente. A comoção embargou-lhe a voz
e as palavras sinceras brotaram-lhe do âmago do coração.
Finda a prece, retomou Chico a palavra, descrevendo a fase
final da emocionante visão:
— As lágrimas de nosso irmão José Costa, semelhantes
a vaporosos flocos de neve, divino orvalho de luz – subiram
ao Céu, retornando em cascatas cintilantes. Luz bendita que,
projetando-se sobre o casal e incidindo sobre o véu negro de
rancorosas vibrações, transformam-no em manto angelical,
qual veste nupcial, com a alvura do lírio.
— Agora, reconciliados, ambos se abraçam, selando com
um beijo a nova aliança, na catedral da alma, entre rosas e
lírios, ante a amplidão infinita.
Este é apenas mais um dos casos da vida do homem Chico
Xavier, que viveu a caridade, o trabalho, o sacerdócio mediúnico, para auxiliar as criaturas durante as 24 horas do seu
dia; ensinando, através de exemplos como este, os cuidados
que devemos ter nas nossas atitudes e que só por meio do
perdão, rogado e concedido, é possível a paz.
Neves
Bibliografia: Adaptação do texto extraído do livro Chico Xavier em
Pedro Leopoldo – Divaldinho Matos, Editora DIDIER, 1ª ed., 2000.
Imagem: http://www.caiofabio.net/Arquivo/Image/perdao99.jpg
Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)”
Livros básicos da Doutrina Espírita. Temos livros
psicografados por Chico Xavier, romances de
diversos autores, revistas, jornais e DVDs espíritas.
Distribuição de edificantes mensagens.
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
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Segunda-feira a Sábado
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Kardec em Estudo
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estudo
Deixai Vir a Mim as Criancinhas
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo VIII – Item 18 “Bem aventurados os puros de coração”
“Deixai vir a mim as criancinhas e não impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se parecem com elas. Em verdade vos
declaro: quem não receber o Reino de Deus como uma criancinha, nele não entrará.”
Estas simples e profundas palavras não contêm apenas um chamamento para as crianças, mas principalmente para
aquelas criaturas que estacionam nos círculos inferiores, onde os infortúnios e a miséria fazem não haver mais esperança.
Jesus quer trazer estas criaturas para si de forma a que, mesmo adultas, tenham a inocência de uma criança, para que
consigam ouvir através do coração os ensinamentos que Ele veio exemplificar. Jesus não somente nos iluminou com seu
amor, mas também veio trazer esperança ainda maior, quando nos mostrou a Verdade. E é esta Verdade de Jesus que
devemos levar para todos conhecerem, para que, depois, possam caminhar para o Cristo, através da prática de seus ensinamentos.
Conhecendo os ensinamentos de Jesus, podemos práticá-los e fortalecer a nossa fé, já que, sem fé, não conseguiremos
avançar em nossa evolução.
E que tipo de fé devemos ter? Acreditar sem saber como e nem por quê? Ficarmos somente nos atos exteriores? Cuidar
somente de si próprio, buscando (em vão) somente a própria felicidade?
São estes esclarecimentos que o Espiritismo veio trazer! Esclarecer o ser humano de sua destinação a evoluir em direção
ao Cristo. Mostrar que, somente através da felicidade
que proporcionamos ao nosso próximo é que seremos
felizes e, principalmente, que através da caridade, estaremos fazendo renascer a fé em Deus nos corações
sofridos, permitindo que não desistam da caminhada
em direção ao Mestre Jesus.
“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”.
Se Jesus é o Caminho, e Ele exemplificou através
do Amor ao próximo, do atendimento aos sofredores,
ao esclarecimento àqueles que viviam na escuridão,
porque procuraremos outros caminhos, guiados pelo
nosso egoísmo e orgulho?
O Espiritismo veio como luz em nossas vidas, esclarecendo que para tudo há um motivo, dando assim a
possibilidade de mudança e de esperança ao mesmo
tempo, principalmente para aqueles que vivem perdidos e desorientados. Mostrando que erramos sim, mas,
que podemos corrigir nossos erros, podemos reformar
o nosso íntimo através dos exemplos que Ele nos deu.
Sabemos, agora, que temos uma continuidade de vida
e que, nas nossas aflições, podemos encontrar em
seus ensinamentos o colo maternal, acolhendo-nos e
trazendo-nos confiança.
Nunca podemos perder a esperança diante das dificuldades.
“Porque somente com olhos de uma criança poderemos encontrar o Reino de Deus”.
Cladi
Bibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o
Espiritismo. Tradução de Roque Jacintho. 8. ed. São PauloSP: Luz no Lar. 2010.
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16
Trabalhos da Casa
trabalhos
da
casa
Aulas de Informática
Desde março de 2012, estamos oferecendo Curso de
Informática Básica para jovens e adultos. O curso visa ensinar
conceitos introdutórios sobre história da informática, sistema
operacional, editor de texto, planilha eletrônica, programa para
apresentação de trabalhos e internet (e-mails, programas de
busca, redes sociais). Já estamos trabalhando em conjunto
Contos
com a Alfabetização de Adultos e estamos planejando
trabalhar com o Reforço Escolar para que todos possam
perceber que a Informática é mais uma ferramenta por cujo
uso somos responsáveis. As aulas são ministradas às terças
à tarde, quartas à noite e aos sábados e, em breve, abriremos
uma nova turma na tarde de sexta.
Equipe da Informática
contos
Estou Pronto Agora
Em uma tarde de inverno, um capitão de navio, vendo um
menino quase maltrapilho, olhando a vitrine de uma confeitaria, perguntou:
— O que faz aí?
— Estou olhando as delícias que gostaria de poder comer,
se tivesse dinheiro. E lá dentro deve estar bem quentinho...
— Ainda estou com tempo. Se você estivesse arrumadinho, eu o levaria para tomar um chá da tarde, recheado
dessas delícias – falou o capitão.
O menino, faminto e lacrimejante, rapidamente passou a
mãozinha magra pelos cabelos em desalinho, ajeitando-os
e disse:
— Estou pronto agora!
Comovido, o homem entrou com o menino e pagou-lhe
uma suculenta refeição. Enquanto o menino comia, perguntou-lhe:
— Onde está a sua mãe?
— Ela foi para o céu quando eu tinha quatro anos.
— E seu pai, onde está?
— Não sei, nunca mais vi meu pai, desde que minha mãe
morreu.
— Mas, então – tornou a perguntar o capitão – quem
toma conta de você?
Resignado, o menino respondeu:
— Quando minha mãe estava doente, ela disse que Deus
tomaria conta de mim e me ensinou a pedir isto a Ele, todos
os dias.
O capitão, cheio de compaixão, acrescentou: Se você
estivesse limpo eu o levaria para o navio e cuidaria de você
com muita alegria.
O menino levantou-se e, imediatamente, ajeitando os cabelos, disse:
— Capitão, estou pronto agora.
Vendo-o assim, quase suplicante, o homem o levou ao
seu navio e, apresentando-o aos seus marinheiros, disse:
— Ele será meu ajudante e será sempre chamado de
“Pronto Agora”.
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
Tudo transcorreu tranquilamente na vida do garoto e das
pessoas que o tratavam com carinho, cuidados e respeito,
até que, numa manhã, o menino amanheceu muito febril.
Apesar das medicações, o estado não melhorava e o capitão
suplicou ao médico que o salvasse. Embora os esforços, o
quadro não se modificava.
Na tarde seguinte, o menino, chamando-o, falou:
— O senhor foi muito bom para mim, mas agora eu vou
ao encontro de minha mãe. O senhor está pronto, agora,
para aceitar que eu vá? Porque minha mãe está me dizendo que, enquanto o senhor não estiver pronto, eu não me
libertarei.
O homem, com lágrimas nos olhos, respondeu:
— Filho, estou pronto agora!
O garoto cerrou os olhos, suspirou e seu Espírito desenlaçou-se, indo ao encontro da mãezinha.
***
Vemos a bondade e a caridade no coração de um homem, ao ajudar e aceitar uma criança, dando-lhe moradia,
alimento, e, principalmente, o carinho.
Vemos, também, a fé e a doçura no coração de uma
criança que vive sem a família, não tem comida, brinquedos
ou roupas, mas aceita a sua vida, sem rebeldia, distribuindo
ao seu redor, sem saber, a lição da humildade.
Estejamos sempre alertas e vigilantes para que na hora
em que formos chamados ao encontro com o Pai, possamos
dizer: “Estou pronto agora”.
Araújo
Bibliografia: Adaptação do texto obtido pela internet: http://www.
rivalcir.com.br/mensagens2001/1229.html
Imagem: http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=927995
17
aborto
Pode Haver Consequências Negativas
para a Mãe que Aborta?
O Dr. Gilson Luis Roberto, presidente da Associação Médico – Espírita do
Rio Grande do Sul, autor de um dos capítulos do livro A Vida do Anencéfalo.
Aspectos Científicos, religiosos e jurídicos (AME – BR, 2009), chama a atenção
para o fato de que hoje há muitas pesquisas indicando o pulso consciente do
chamado “luto incluso”, ou seja, de um luto que não foi efetivamente vivenciado,
uma vez que o feto abortado não é sepultado, pois ele é incinerado juntamente
com outros “resíduos hospitalares”. Esse luto que foi negado permanece no sub-consciente da mãe gerando, a médio prazo, perturbações mentais alicerçadas
no sentimento de culpa, no remorso e, como sabemos, nos processos obsessivos que normalmente aí se instalam. Nenhum de nós, continua o dr. Gilson,
que defende a vida do feto, está alheio ao sofrimento da mãe e da família. Mas,
o aborto intencional está longe de ser a solução. É imperativo o amparo estatal
e a fraternidade de familiares e amigos no cuidado de ambos, mãe e filho, pois
mais do que ninguém, nós espíritas sabemos da necessidade dos reajustes
reencarnatórios e do aprendizado de novas lições, que atinge a todos nós.
Irvênia
Ciência, Filosofia e Espiritismo
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Aborto
ciencia, filosofia e, espiritismo
Espiritismo como Doutrina Filosófica
Todos conhecemos bem o caráter doutrinário do
Espiritismo, uma doutrina que possui uma grandeza moral
que ainda estamos bem longe de poder captar em seu
sentido mais amplo e preciso. A abençoada expressão
dos ensinamentos sublimes do Cristo é resultado de uma
promessa realizada há cerca de 2000 anos, com o advento
do Espírito de Verdade. Não bastassem as obras básicas
da codificação, dentre as quais destacamos O Evangelho
Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos, nosso querido
Chico Xavier, assessorado por grande equipe de Espíritos
elevados, legou-nos quase 500 obras de conteúdo sublime.
Trata-se de vasto material que a Humanidade ainda terá de
estudar por muito tempo, até que todas as lições possam ser
apreendidas em sua grandeza.
Tendo apresentado um pouco do caráter moral da
doutrina
espírita,
há
outro
viés que ainda requer muito
estudo por parte daqueles que
mergulham na investigação das
várias facetas do conhecimento:
o filosófico-científico. Há, pois,
muitos estudiosos importantes
que nos convidam ao estudo da
doutrina por esse ângulo e, sem
dúvida, essa é a melhor forma de
incorporarmos os fundamentos da
doutrina nos círculos acadêmicos,
ainda hoje estritamente refratários
a discussões de teor moralreligioso. Tomamos aqui como
tese a ideia de que o Espiritismo
não será a religião do futuro, pois
18
isso implicaria admitir que a doutrina dos Espíritos tem
caráter exclusivamente moral, mas sim a de que o futuro das
religiões será a prática de uma doutrina aos moldes espíritas,
isso devido a seu caráter triplo: moral, científico e religioso.
Quando isso ocorrer, o homem verá em cada reflexão
de cunho filosófico e em cada investigação e descoberta
da ciência, a ação da magnanimidade do Criador. Deus
estará em cada flor, em cada aparelho que construirmos,
no alimento que cultivamos. Toda nossa busca pelo saber
e nosso esforço de aprimoramento moral serão uma forma
de nos aproximarmos progressivamente do entendimento da
natureza e essência de Deus e, finalmente, encontraremos
a tão almejada felicidade que ainda não logramos êxito em
encontrar, em função da obscuridade que nossa imperfeição
moral tem nos imposto.
Mas voltemos à análise do
caráter
científico-filosófico
da
doutrina. Uma obra da codificação
que trata ricamente desse aspecto
é A Gênese - os milagres e as
predições segundo o Espiritismo,
de 1868. Ela procura desenvolver
detalhadamente
temas
que
apresentam o Espiritismo em seu
tríplice caráter.
Logo no capítulo 1, mais
precisamente no item 14, os
Espíritos afirmam que “como
meio de elaboração, o Espiritismo
procede exatamente do mesmo
modo que as ciências positivas,
quer dizer, aplica o método experimental”. Essa afirmação
é intrigante, pois parece ir de encontro a nossa concepção
mais comum de ciência e religião: a ciência descobre suas
leis e teorias por meio de investigações experimentais,
enquanto que a religião lida com a verdade revelada, não
passível de investigação racional.
Se tomarmos religião em seu sentido mais tradicional,
com a ideia de um conhecimento dogmático e revelado, a
proposição anterior não
se sustenta e soa quase
como uma contradição.
Como submeter algo,
por princípio revelado,
a
uma
investigação
racional? Seria possível
por
acaso,
checar
afirmações de qualquer
texto religioso tradicional
num laboratório? Deus
se mostraria existente
num tubo de ensaio?
Na verdade, não. O
entendimento do trecho
só é possível se tomarmos
outra concepção de fé
religiosa. Se olharmos
isso sob a luz dos
fundamentos da doutrina
espírita, veremos que o
dogmatismo imposto por
proposições
religiosas
reveladas não mais tem lugar na Humanidade no grau de
racionalidade que atingimos. E isso não implica, em hipótese
alguma, diminuir ou denegrir a imagem do Criador, pois
que, como Suas criaturas que somos, estamos munidos do
anseio de nos aproximarmos Dele e isso só será possível à
medida que formos desvendando as características de cada
elemento de Sua criação. Tal intento só poderá ser feito por
meio da reflexão científico-filosófica.
As ciências positivas mencionadas no trecho acima são
as ciências da natureza, como a Física, a Química ou a
Biologia, dentre outras. Segundo A Gênese, as revelações
espíritas, de que há vida abundante no Universo, foram
obtidas segundos os métodos mais rigorosos de investigação
científica. Aqueles que creem serem as ciências do Espírito
mais uma forma de mistificação que não possui qualquer
forma de validação experimental, enganam-se com a
doutrina.
No livro Espiritismo - perguntas e respostas de Pedro
Jacintho, o autor afirma que os estudos sobre os fenômenos
espíritas foram “mais por meio de observação do que por
revelações espontâneas”. Essas primeiras observações
rigorosas foram decisivas para marcar seu caráter inteligente.
Kardec viajou por centenas de centros espíritas existentes
à França naquela época e, segundo o mesmo autor, “ele
continuou a pesquisar, a fazer perguntas a outros Espíritos
que se comunicavam, já agora através de muitos médiuns
em muitos lugares enquanto ia anotando as respostas que
davam [os Espíritos] às perguntas e, dessas anotações,
inicialmente feitas para seu uso pessoal”, comparou
respostas e extraiu os
conteúdos mais elevados
das
proposições.
Ao
aceitar a possibilidade
da
vida
inteligente
extracorpórea,
edificou
o fundamento, o núcleo
sólido da doutrina espírita.
Kardec submeteu essas
observações realizadas,
sob as mais variadas
condições
e
lugares,
a um exame rigoroso
de análise e confronto,
extraindo, indutivamente,
as
proposições
que
emergiam
de
forma
comum em termos de
conteúdo,
ainda
que
tivessem sido obtidas
por Espíritos em locais
extremamente distantes.
Conferiu à sua coleta de dados um cuidado metodológico
digno de nota e que difere pouco ou nada do rigor com
que os cientistas se debruçam sobre seus experimentos
em laboratório. Ao coletar dados de vários centros e de
Espíritos diferentes, evitou que as verdades oriundas do
Espiritismo fossem obtidas por revelação, assegurando a
possibilidade de que pudessem ser checadas ou mesmo
reproduzidas. A reprodutibilidade e a verificação empírica
são duas características muito caras ao praticante de ciência
acadêmica.
Diante dessas breves reflexões, pode-se concluir que a
doutrina que veio com o objetivo de retomar as verdades do
Cristo em sua pureza, estabeleceu uma série de proposições
construídas num ato de fé raciocinada, que se permite, como
se encontra escrito no Evangelho, submeter-se ao confronto
com o rigor da ciência em qualquer momento. Essa é a fé
que a Humanidade praticará, a fé de quem, ao longo de sua
história encarnatória, construiu um nível de racionalidade
que não mais permite aceitar qualquer verdade a menos
que seja submetida ao julgo da razão. Metodologicamente,
Ciência e Espiritismo já se encontram
alinhados e será por meio de práticas
como essa que, dia a dia, encarnação
Era uma casa abençoada,
após encarnação, os homens construirão
Não tinha teto, não tinha nada.
uma ciência rigorosa, mas ciente de seu
caráter divino. Ciência e religião, nos
Ninguém podia entrar nela não,
certificaremos disso, são duas faces da
porque precisamos da sua colaboração! mesma moeda, duas formas sublimes de
nos aproximarmos do Criador.
Com as bênçãos de Jesus.
Pedimos sua ajuda para continuarmos construindo a sede do nosso Núcleo de Estudos.
Marcus
Precisamos de qualquer tipo de colaboração, desde materiais de construção a apoio financeiro.
O óbolo da viúva é sempre bem-vindo!
O terreno onde está sendo construída a nossa casa fica na rua dos Marimbás, 220 - Vila Guacuri - São Paulo - SP.
Sua doação pode ser feita em nome do Núcleo de Estudos Espiritas Amor e Esperança
CNPJ: 03.880.975/0001-40 - Banco Itaú S.A. - Agência 0257 - C/C 46.852-0
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
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