Regulagem Snipe

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Regulagem Snipe
Regulagem
Snipe
Estimado velejador de Snipe:
Muito obrigado por escolher a North Sails. Como nós também somos velejadores, realmente compartilhamos do seu
entusiasmo por esse grande barco e camaradagem que todos os fãs dessa classe compartilham em todo o mundo.
A North Sails lhe deseja muitas temporadas felizes competindo no seu barco. E cada vez que tiver alguma pergunta de
como fazer com que seu Snipe navegue mais rápido não hesite em nos contatar. Sempre estamos trabalhando para que
nossas velas sejam mais rápidas, mais duráveis e fáceis de usar, por isso sempre estamos abertos aos seus comentários.
Nessa guia de regulagem explicamos o por quê fazemos certas coisas e o que estamos buscando para cumprir com
certos ajustes. Você vai descobrir que a configuração do seu barco em particular pode variar um pouco de nossos
números aqui publicados. O importante é manter uma mente aberta e sensível a mudanças. Com um pouco de prática e
seguindo os princípios estabelecidos nas páginas seguintes você irá encontrar o modo de velejar mais rápido o obter o
melhor rendimento.
Boa sorte e boa velejada no seu Snipe!
NORTH SAILS
Equipamentos
Para alcançar os melhores resultados possíveis devemos
otimizar nosso equipamento dentro do que seja permitido pelas
regras da classe Snipe. Se trata de dar uma olhada do top do
mastro à ponta inferior da bolina e garantir que tudo esteja em
perfeitas condições.
CASCO
(The Hull)
Assegure-se que seu casco está no peso mínimo (172,80kg).
Preencha e limpe todas as imperfeições no casco. Preste
especial atenção à zona ao redor do bailer. A maioria dos
velejadores afina o último metro e meio das arestas e a
intersecção do espelho de popa e o fundo (ver as regras da
classe). Isto permite que a água saia mais rápido e o barco
plane mais facilmente quando o vento aumenta.
Snipe Regulagem
considerar a possibilidade de cortar a parte superior da bolina,
a qual permanece no interior do barco quando está baixada.
Isto a deixa mais leve e levanta-la dará menos trabalho para o
proeiro.
DISPOSIÇÃO DE CONTROLES DO BARCO
(Layout of Controls)
No Snipe a disposição dos controles está aberto, mas
sugerimos passar a maioria dos controles ao proeiro, isto
permite que o timoneiro se concentre na condução do barco,
especialmente na viradas de boia com muitos barcos.
TRIPULAÇÃO
O peso de uma tripulação competitiva vai de 125 a 145kg. Em
geral pode-se velejar mais rápido em água lisa que em águas
agitadas. Tripulações mais pesadas terão que ajustar seus
barcos para gerar mais potência, tripulações mais leves podem
configurar suas velas mais planas.
MASTRO
(The Mast)
O mastro e sua regulagem é provavelmente o mais importante
para ter uma velocidade consistente em seu Snipe. Atualmente
há 4 mastros “populares”, Cobra II, Sidewinder, Proctor Miracle
e Sidewinder Gold. O Cobra e Sidewinder entram na categoria
de mastros rígidos e o Proctor Miracle e Sidewinder Gold, são
os chamados mastros suaves. É importante saber que não há 2
mastros exatamente iguais e cada barco necessita um pouco de
ajuste fino para conseguir a configuração correta.
É preferível ter cruzetas ajustáveis (comprimento e ângulo). Em
geral você terá que fazer alguns ajustes a medida que a
embarcação consiga velocidade. Em muitos mastros,
especialmente os modelos mais rígidos, é possível limar a parte
frontal do extremo inferior do mastro. Isto o ajudará a induzir a
pré-curva, especialmente para pouco vento.
Figura 1 - Posição fuzil
RETRANCA E PAU DE BUJA
(Boom and Pole luncher)
A maioria dos barcos utiliza o sistema de pau de buja na
retranca. Isto faz com que colocar e tirar o pau seja muito mais
fácil e rápido. Com esse sistema você poderá manter o pau
quase toda a perna de popa, enquanto que no sistema
tradicional será necessário baixar o pau para guarda-lo antes
de velejar no contra vento.
BOLINA
(Centerboard)
As regras da classe permitem perfilar a borda da bolina. Nós
recomendamos fazê-lo em forma redonda na borda de ataque
e em “V” na borda inferior e de fuga. Assegure-se de adoçar a
bolina depois de velejar em água salgada e seca-la por
completo. Isto irá evitar a corrosão. É possível que você queira
Figura 2 - Localização do punho de amura da buja
NORTH SAILS
Regulagem básica
(Basic Rig Set Up)
Com o mastro em baixo vamos ajustar o comprimento e o
ângulo das cruzetas. Estes dois ajustes determinam quanto se
curvará o mastro e quanta potência haverá nas velas e que
com facilidade a embarcação terá potência com ventos fracos
e como poderemos gerar menos potência com ventos fortes.
Antes de subir o mastro conferir os seguintes ajustes:
COMPRIMENTO DAS CRUZETAS
(Spreader length)
Esta dimensão é a medida desde o lado do mastro até a
intersecção da cruzeta com o brandal. Para a maioria dos
barcos este comprimento é de 428mm. O comprimento da
cruzeta afeta principalmente a curva lateral do mastro. Depois
de colocar o mastro e ir velejar veja na canaleta do mastro e
assegure-se que esteja reta lateralmente, do convés até a
intersecção do mastro com os brandais.
Isto é muito importante: se o mastro se inclina no meio a
sotavento, encurte as cruzetas até que se mantenha reto. Se o
mastro se curva no meio a barlavento, alongar as cruzetas até
que o mastro fique reto.
ÂNGULO DAS CRUZETAS
(Spreader angle)
O ângulo das cruzetas (medido do brandal à altura da cruzeta)
afeta a curvatura do mastro. Tripulações mais pesadas vão
necessitar uma medição maior (mastro mais rígido) e
tripulações mais leves vão precisar uma medição menor
(mastro mais suave). O ponto de partida para o ajuste deste
parâmetro é de 750mm medidos de brandal a brandal com as
cruzetas puxadas para trás. Com vento forte ou com uma
tripulação mais pesada movemos as cruzetas para frente de
modo que está medição seja de 770mm. Com muito pouco
vento para induzir uma maior curvatura no mastro as vezes
moveremos as cruzetas para trás até 730mm. Assegure-se de
que o percurso da rosca de cada cruzeta seja o mesmo, para
que o ângulo da cruzeta seja igual dos dois lados.
Agora suba o mastro. Uma das maneiras de checar que as
duas cruzetas tenham o mesmo ângulo, com o barco na
carreta, subir ou abaixar a proa para que os brandais fiquem
verticais, dos fuzis até as pontas das cruzetas. Assegure-se que
as cruzetas estejam com o máximo de comprimento,
empurrando o mastro para a proa com a mão ou usando o
front para a proa. Então nos afastamos do barco uns 5 metros
perpendicular ao meio do barco. Alinhamos para os dois
brandias e escoramos um pouco o barco para alinhar os dois
fuzis. Se as cruzetas estiverem com o mesmo ângulo, o brandal
mais perto de nós tapará completamente o mais longe. Se
houver um desvio teremos que corrigir (geralmente com meia
volta). Após fazer a correção, checar para que a distância entre
os dois brandais à altura da cruzeta seja a desejada.
Snipe Regulagem
CENTRALIZAÇÃO DO MASTRO
Assegure-se de que o mastro está bem reto lateralmente.
Se não conseguir, passe de um lado para outro as cunhas
laterais da enora, até que o mastro fique reto.
Tenha o cuidado de deixar um mínimo de jogo lateral do
mastro na enora para que se mova livremente de proa à
popa.
ALTURA DA CRUZETA
Tenha em conta que as duas cuzetas estejam com a mesma
altura medida a partir dos fuzis e apontando um pouco
para cima.
Você pode verificar isso com uma simples olhada por trás
do barco.
LOCALIZAÇÃO DA BASE DO MASTRO
(Mast butt location)
Com a regulagem básica (0 - 7 nós) a frente do mastro
ficará a uns 5 - 8mm da parte frontal da enora, essa será a
posição neutra. Faça marcas ao lado do mastro para poder
vê-las de bombordo e boreste, coincidentes com as marcas
do convés.
(Veja a figura 4)
ESTAI DE PROA
(Forestay)
Revisar o estai de modo que tenha o máximo comprimento
permitido (mastro não toca a parte traseira da enora). Com
um elástico amarre o estai à proa para mantê-lo
tensionado quando a buja está içada. Isto evitará que a
ponta do pau se enganche durante o jibe.
ÂNGULO DA BASE DO MASTRO
(Mast butt angle)
Verifique a parte inferior do mastro e assegure que esteja a
90º. Se quiser que curve mais na zona baixa lime a parte
dianteira da base do mastro.
PONTO DE FIXAÇÃO DOS FUZIS
DOS BRANDAIS
(Shroud attachment locations)
A maioria dos barcos tem a posição dos brandais máxima
para frente. Isto ajudará a mestra a folgar-se mais a favor
do vento e aumentar a área de vela projetada. (figura 1)
LOCALIZAÇÃO DO PUNHO DE
AMURA DA BUJA
(Jib tack location)
Coloque o punho de amura da buja na sua posição o mais
próximo da proa possível, 280mm atrás da proa. Isto
ajudará que o plano velico seja mais largo e também a
separar a mestra da buja. (figura 2)
NORTH SAILS
Snipe Regulagem
Puesta a punto mástil
GUÍA DE PUESTA A PUNTO SNIPE
VENTO
CAIDA
TENSÃO
BRANDAIS
BRANDAIS
PT-1
Sta-Master
Ronstan Small
Leve/Base
0-7 knots
6580 mm
18
-
-
Leve/Medium
8-12 knots
6555 mm
19
-5 Faces
-1/2
Médio/Heavy
13-18 knots
6525 mm
20
-7 Faces
(Base - 12)
(Base - 1)
Forte
18-22 knots
6500 mm
21
-5 Faces
(Base - 17)
(Base - 1 1/2)
Muito Forte
22+ knots
6500 mm
24
-9 Faces
(Base - 26)
-1
(Base - 2 1/2)
-1/2
-1/2
CRUZETAS
LARGURA
Do mastro ao brandal
ANGULO
De brandal a brandal
428 mm
750 mm
As regulagens com diferentes ventos dependem de cada tripulação, seguramente as tripulações mais leves vão dar mais caída no mastro com
menor intensidade de vento que os mais pesados.
Caída medida com a fita métrica içada com a adriça da mestra da mesma maneira que se a vela mestra estivesse içada. Na parte inferior se
medirá até a intersecção do convés com o meio do espelho.
Tensão dos brandais. Ponha o tensiometro PT-1 na altura do olhos aproximadamente entre 900 e 1000 mm sobre o convés quando o barco
estiver na carreta.
Figura 3 - Caída medida até a intersecção
do convés com o espelho de popa
Figura 4 - Marcas do mastro na enora
NORTH SAILS
Trime da vela mestra
(Main trim)
ESCOTA
(Mainsheet)
A escota da mestra é o acelerador do barco e deve ser
ajustada a todo momento para manter a velocidade.
A ideia é manter a tala superior paralela à retranca todo o
tempo e com ventos inferiores a 7 nós a biruta da tala
superior deverá voar 70% do tempo. Se voar menos que isso a
escota está muito caçada e se voar mais de 70% está muito
folgada.
Com ventos superiores a 10 nós a biruta superior estará
sempre voando então devemos manter a tala paralela à
retranca.
CUNNINGHAM
O cunningham da vela mestra serve para mover a
profundidade da vela mais para frente ou para trás.
Mantenha-o folgado até que necessite tirar potência, nesse
caso, cace-o e assim a profundidade irá para frente e abrirá a
valuma.
OUTHAUL
(Control de bolsa)
Deverá estar caçado sempre nas pernas de contra vento e será
folgado entre 50 e 70 mm nas pernas de popa para dar mais
potência na vela.
BURRO
(Boom vang)
O burro é usado para manter a retranca baixa quando se folga
a escota e para curvar o mastro e achatar a vela mestra.
No contra vento deixar o burro solto até que tenha que
escorar ao máximo.
A medida que o vento sobe cace o burro gradativamente,
porém trave o mastro na enora
Isto permitirá folgar a mestra em cada rajada e onda sem
perder tensão de valuma e sem perder tensão da testa da
buja.
Com ventos de popa mantemos a tala superior paralela à
retranca. Folgue o burro quando adernar pois pode acabar
quebrando a retranca.
Em algumas condições de vento de popa rasa ou sem onda, o
burro pode ir mais solto e a tala superior mais aberta que a
retranca. Isso nos permitirá velejar contra amurados.
Com ventos fortes caçaremos o burro para manter o barco
sobcontrole.
TRAVELER
Em contravento na maioria das condições de vento a retranca
fica no centro do barco. Isto se consegue fazendo que a escota
se divida em dois cabos mais finos antes de sair do moitão
mais de popa da retranca e cada divisão vai para um dos
bordos do barco.
Quando o vento começa a subir e necessitamos tirar potência
da vela para manter o controle do leme suave e o barco com
pouca escora, alguns folgam um pouco a divisão da escota a
Snipe Regulagem
barlavento, outros preferem usar o cabo do burro, que consiste
em caçar o burro travando o mastro na enora, achatando a
vela com uma maior curva do mastro e regulando o centro da
retranca somente com a escota. É importante travar o mastro
na enora para não perder tensão na testa da buja.
BACK/FRONT
Estes comandos controlam a curva da parte baixa do mastro e
tem grande participação no controle da tensão.
Em vento fraco com o proeiro sentado dentro do barco
empurre o mastro na enora para frente para abrir um pouco a
valuma da mestra e dar mais caída na testa da buja para dar
mais potência.
Quando o timoneiro e o proeiro estão sentados na borda
traga o mastro para trás para fazer efeito contrário ao burro.
Nota: mastros flexíveis vs rígido: com vento acima de 15 nós
os mastros flexíveis vão estar mais atrás na enora que os
rígidos, para contrabalancear melhor os efeitos do cabo do
burro.
Trime da Buja
(Jib trim)
ESCOTA
(Sheet)
Para ajudar a trimar a buja do Snipe tenha uma biruta na
parte superior da valuma. Essa biruta deve voar sempre no
limite de cair, isso pode ser observado através da janela de
cruzeta da mestra.
Seguramente quando o vento aumenta caçamos a escota e
quando o vento diminui a folgamos.
Por outro lado a regulagem do carro da buja proa a popa, se
realizará tendo em conta as birutas na testa da buja.
Se quando velejamos numa leve orça se levanta a primeira
biruta superior, é necessário subir o carro para a proa e para a
popa quando orçar e a biruta inferior se levantar primeiro.
É de muita ajuda fazer uma marcação no quebra ondas a 38
cm do centro do barco. Dessa maneira quando o proeiro
ajusta a escota da buja pode checar rapidamente a regulagem
com esta marca.
CUNNINGHAM
O cunningham da buja será caçado somente o suficiente para
que a testa tenha umas pequenas rugas.
Com vento forte caçamos o cunningham o suficiente para tirar
as rugas da testa abrir a valuma e tirar potência.
ADRIÇA DA BUJA
(Jib halyard)
Assegure-se que sua adriça tenha um recuo de 30 cm entre
sua posição na orça e no popa. Marque a adriça para fazer um
ajuste fácil nas diferentes condições de vento.
Com vento de popa solte a adriça ao máximo para que a buja
se projete o mais a frente possível.
Com vento de través e utilizando o pau, ponha a adriça a
metade do caminho para ganhar mais profundidade e afastar
um pouco a buja do barco.
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