O Que Fazes?

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O Que Fazes?
Sermão
O Que Fazes?
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ESPERANÇA
RECOLTA 2010
Transformando o mundo, uma vida de cada vez
O Que Fazes?
Autor: Pr. Marcelo Ferreira Cardoso - USB
Propósito
Levar as pessoas a compreenderem o real sentido da assistência social,
mostrando como Jesus agia. Ele não se preocupava somente em resolver as
necessidades, mas trabalhava para mudar a condição que levava a pessoa à
dependência.
Texto bíblico
“E foram para Jericó. Quando ele saía de Jericó, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo, filho de Timeu, estava
assentado à beira do caminho e, ouvindo que era Jesus, o Nazareno, pôs-se
a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim! E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele cada vez gritava mais: Filho de Davi, tem
misericórdia de mim! Parou Jesus e disse: Chamai-o. Chamaram, então, o cego,
dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama. Lançando de si a capa,
levantou-se de um salto e foi ter com Jesus. Perguntou-lhe Jesus: Que queres
que eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver. Então, Jesus
lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente tornou a ver e seguia a Jesus
estrada fora.” Atos 10: 46 a 51.
Introdução
Quando o assunto é miséria alguns números nos impressionam, vejamos o
que diz a FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação:
• Mais de 1 bilhão de pessoas no mundo passam fome diariamente.
• 608 milhões dessas pessoas vivem muito abaixo da linha da pobreza,
ou seja, sobrevivem com menos de 1 dólar americano por dia.
• 10% das crianças no mundo morrem antes de completarem 5 anos de
idade por causa da fome.
• 24.000 pessoas morrem de fome por dia no mundo (fique em silêncio
por aproximadamente 3 segundos), nesse exato momento uma pessoa acabou de morrer de fome.
São números que nos impressionam, porém parece que não abalam mais
as pessoas. Quando falamos de fome, miséria, desnutrição e pobreza, achamos que é uma realidade muito distante e nos tornamos indiferentes. O fato é
que esquecemos que na esquina de nossa casa, na cidade onde moramos, ou
até mesmo quem sabe na sua própria igreja tenhamos alguém nessa situação.
Diante disso qual é a nossa atitude? Normalmente fingimos que não é conosco, ou simplesmente essa sujeira varremos para debaixo do tapete de nossa
vida.
A ADRA – Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais,
aparece como um dos braços da ação social de nossa igreja. Ela está presente
em mais de 120 países no mundo e sua maior preocupação é com o desenvolvimento do ser humano como um todo, não se limitando ao assistencialismo e
ao clientelismo social, ou seja, não é somente dar de comer, beber e vestir, mas
é trabalhar no sentido de que a pessoa atendida possa sair da sua condição
de miserabilidade e obtenha condições dignas de viver e de se manter sem
depender da esmola de outras pessoas, isso é desenvolvimento.
I) Como Jesus fazia
Nos evangelhos percebemos que a maior preocupação de Jesus era
com a salvação das pessoas, não somente para o reino de Deus, mas
também para o reino da Terra, muitos dos Seus encontros com pessoas
necessitadas durante o seu ministério terrestre acabaram por me mostrar isso.
Existe um texto de Ellen White que muito impressiona sobre esse
fato, ali diz: “Muitos pensam que seria grande privilégio visitar os cenários da vida de Cristo na Terra, andar pelos lugares por Ele trilhados,
contemplar o lago à margem do qual gostava de ensinar, as montanhas e vales em que Seus olhos tantas vezes pousaram. Mas não necessitamos ir a Nazaré, a Cafarnaum ou a Betânia para andar nos passos
de Jesus. Encontraremos Suas pegadas junto ao leito dos doentes, nas
choças da pobreza, nos apinhados becos das grandes cidades e em
qualquer lugar onde há corações humanos necessitados de consolação. Fazendo como Jesus fazia quando na Terra, andaremos em Seus
passos.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 640. Quando analiso o texto bíblico dessa manhã, percebo o quanto essa
preocupação de Jesus era evidente. Hoje não nos deteremos em quem
era Bartimeu, vamos nos preocupar somente com a sua necessidade e
a atitude de Jesus.
II) Qual a sua atitude?
O texto nos mostra que Bartimeu mesmo mendigando nas ruas de
Jericó, foi um homem que um dia teve uma família. Não nos preocuparemos com os detalhes de sua condição como mendigo, provavelmente razões podem ser alimentadas para tal.
1) Nos tempos de Jesus a dor, o sofrimento, a doença e a tragédia
humana eram sempre associadas ao pecado, ou seja, se tamanha desgraça ocorria na vida de uma pessoa, foi em virtude de
algum erro ou falta cometida por essa pessoa. Talvez Bartimeu
tenha sofrido esse preconceito de sua própria família e diante
da pressão resolveu se mudar para as ruas, ou foi expulso dela.
2) Talvez Bartimeu fosse órfão, tivesse perdido seu pai, sua mãe e
seus familiares não quisessem mantê-lo, empurrando-o assim
para a mendicância.
Pouco importa o porquê, o que importa é que Bartimeu estava na
porta de Jericó, mendigando e alimentava o desejo de encontrar-se
com Jesus, pois sabia que Ele era sua única salvação.
Quando Jesus entrou seguido de uma grande multidão, aquilo provavelmente chamou a atenção de Bartimeu, como cego sua audição
deveria ser mais aguçada para reparar a ausência da visão.
A saída de Jesus seguido por uma provável multidão maior do que
quando entrou, chamou a atenção de Bartimeu, pois ele já havia ouvido tal barulho.
Ele não queria perder a sua bênção, desejava encontrar-se com Jesus, mas como? Era um só contra milhares de pessoas. A única alternativa, gritar e foi isso que fez: “ Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de
mim!” Marcos 10: 47.
A Bíblia me mostra que duas classes de pessoas se levantaram diante da necessidade de Bartimeu em resolver seu problema. A primeira
dizia que Bartimeu se calasse, que ele não era digno de ir até Jesus. Colocaram-se indiferentes às necessidades de alguém que precisava ter
suas feridas curadas, porém, diante da insistência, Bartimeu continuava clamando: “Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” Marcos 10: 48.
Uma nova turma se levantou e disse a Bartimeu que Jesus o chamava e mais, lhe mostrou o caminho certo para onde deveria seguir.
Aqui surge uma pergunta para você, em qual grupo você se encontra diante da necessidade dos Bartimeus desse mundo? O grupo da
indiferença, ou o grupo da ação? O grupo que mostra onde está Jesus
pelos atos, pelas ações, pelas atitudes? Ou o grupo que tem vontade de
calar os miseráveis que atormentam a sua consciência?
III) Mudança de vida.
Quando Bartimeu esteve frente a frente com Jesus, ele ouviu uma
pergunta que não esperava ouvir, quando analisamos friamente essa
pergunta, podemos achá-la sem sentido. A pergunta foi: “ Que queres
que eu te faça?” Marcos 10: 51.
Será que Jesus não sabia qual era a maior necessidade do cego? Será
que Jesus estava indiferente a dor daquele homem? A resposta é não!
A atitude de Jesus me mostra o verdadeiro foco de Seu ministério.
Ele nunca esteve nesse mundo preocupado em somente apaziguar a
dor humana, não! Jesus queria mais, Jesus sempre se preocupava com
a mudança de vida, uma mudança por completo, com o desenvolvimento do todo e não somente com algo pontual.
Quando Jesus perguntou a Bartimeu o que ele queria, o Mestre fez
com que Bartimeu compreendesse que a cura da cegueira representava uma mudança de vida.
Como assim? Talvez você esteja perguntando.
Bartimeu como cego, vivia das esmolas do povo de Jericó e de seus
visitantes. Ele não trabalhava, era mais um que dependia da boa vontade, do bom humor ou dos momentos onde as pessoas tentavam aplacar sua consciência dando aquilo que não lhes servia mais.
Quando Jesus fez a pergunta, desejava que Bartimeu entendesse
que a ajuda vinha precedida de mudança de vida. Bartimeu curado não
deveria depender mais das esmolas. O que estava envolvido não era
somente a cura física, mas também a cura social daquele necessitado.
Ao trabalharmos com pessoas como Bartimeu, dentro ou fora da
igreja, deveríamos agir da mesma maneira como fez Jesus. Nos preocuparmos não somente em atender as necessidades imediatas, isso
é importante, porém, mais do que isso, nos preocuparmos com a mudança de vida dessas pessoas.
Conclusão
Hoje é o lançamento da Recolta em nossa igreja e diante disso podemos nos
tornar indiferentes, fingirmos que não é conosco, ou simplesmente pegarmos o
material e no fundo sabermos que nada faremos. Bem, eu não sei o que você fará
ou o que está pensando. O que eu sei, é que o dinheiro dessa campanha será
destinado para a mudança de vidas que sofrem em nossa cidade. A Recolta é destinada para vários projetos sociais desenvolvidos pela ADRA e pela igreja.
Projetos que visam mudar a vida de pessoas que vivem na miséria, no abandono e na indiferença daqueles que tem e fingem que não é com eles o problema.
Eu convoco você a mudar essa realidade, pela sua ação, através do seu trabalho
pela Recolta em 2010.
Faça a diferença e aja como Jesus agiria. Mude o mundo, uma vida de cada vez.

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