Afecções da Bolsa Testicular
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Afecções da Bolsa Testicular
Afecções da Bolsa Testicular Dr. Rafael Rebouças Anatomia Anatomia Doenças da Parede Escrotal ! Cistos Sebáceos Pêlos e glandulas sebáceas ! Local frequente de infecção ou cistos sebaceos ! ! Tratamento Clássico: ! Excisão cirúrgica CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Gangrena de Fournier ! Fasceíte necrotizante de rápida progressão envolvendo períneo e/ou órgãos genitais. ! ! Infecção proveniente da pele, uretra ou região retal. Fatores Predisponentes: ! DM, estenose de uretra, cirurgias e afecções proctológicas, trauma… ! Cultura da Ferida à Múltiplos organismos à Sinergia anaeróbicos-aeróbicos • CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 • Fournier's gangrene: a review of the recent literature Prog Urol. 2009 Feb;19(2):75-84 Gangrena de Fournier ! Quadro Clínico Inicia como uma celulite que evolui rápidamente com piora do edema e eritema ! Comprometimento das fáscias ! Sintomas sistemicos à febre e toxemia ! Ex. Físico à Crepitos e áreas de necrose ! CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Exames complementares • Leucocitose • Creatinina • Ionograma • Rx • USG Tratamento DESBRIDAMENTO: Excisão de toda a pele e subcutâneo desvitalizados à Ferida aberta à reavaliação com 24-48h Derivação fecal e urinária ppodem ser necessárias. HIDRATAÇÃO VIGOROSA ANTIBIÓTICOTERAPIA de amplo espectro: • Gran –: Quinolona ou Cef 3 • Gran + àClindamicina • Anaeróbios " • Fournier's gangrene: a review of the recent literature Prog Urol. 2009 Feb;19(2):75-84 Desbridamento Amplo Desbridamento Inicial Após 48h • Fournier's gangrene: a review of the recent literature Prog Urol. 2009 Feb;19(2):75-84 Hidrocele ! Acúmulo anormal de fluído seroso na cavidade da túnica vaginal do testículo. ! Causa benigna + comum de aumento escrotal ! Incidência estimada de 1% na população adulta ! Crianças? CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Hidrocele ! Etiologia à Congênita à Persistencia do conduto peritôneo vaginal ! Ao nascimento à associação com hérnia inguinal CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Hidrocele ! Etiologia à Adquirida .à Perda do balanço entre produção e absorção de liquidos na túnica vaginal. Inflamação Neoplasia Causas Trauma Drenagem Linfática CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Tipos Principais Diagnóstico Diferencial Hidrocele Hérnia Espermatocele Varicocele Neoplasia Diagnóstico ! Exame Físico: ! ! ! Inspeção Palpação/Redução Transluminação ATENÇÃO Exames Complementares ! USG ESCROTAL ! Diferencia o conteúdo ! Testículo não palpável ! Tumor ! Criptorquidia CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Tratamento ! Indicações ! ! Problemas funcionais: Dor/deconfroto. Não apenas por estética ! Abordagem Inguinal X Escrotal ! Cirurgia x Escleroterapia 2 011 B J U I N T E R N A T I O N A L | 107 , 1 8 5 2 – 1 8 6 4 | CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Tratamento Cirúrgico ! Abordagem Inguinal ! ! Crianças com hidrocele comunicante Suspeita de tumor testicular CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Tratamento Cirúrgico ! Taxa de sucesso do tto cirúrgico varia entre 90% e 100% Incisão na Rafe Mediana ou Transversa Unilateral ! Técnicas excisionais recorrem menos ! Indicada para hidroceles antigas, paredes espessadas ou loculadas 2 011 B J U I N T E R N A T I O N A L | 107 , 1 8 5 2 – 1 8 6 4 | CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Técnica Cirúrgica Esvaziamento Abertura da túnica Ressecção de excesso 2 011 B J U I N T E R N A T I O N A L | 107 , 1 8 5 2 – 1 8 6 4 | Técnicas Cirúrgicas JABOULAY OR WINKLEMAN PROCEDURE LORD PROCEDURE 2 011 B J U I N T E R N A T I O N A L | 107 , 1 8 5 2 – 1 8 6 4 | Escleroterapia ! Opção de tratamento com taxa de sucesso entre 33% e 75%. ! Indicado para pacientes idosos com risco cirúrgico elevado ! Aspiração do conteúdo de hidrocele seguida de injeção do agente esclerosante. ! Agentes + utilizados: ! ! ! ! tetracycline (500 mg), 2.5% phenol solutions, 95% alcohol, ethanolamine oleate 2 011 B J U I N T E R N A T I O N A L | 107 , 1 8 5 2 – 1 8 6 4 | Complicações ! A taxa geral de complicação da hidrocelectomia é aproximadamente 19% ! Hematoma ! Infecção ! Edema persistente ! Lesão de vasos espermáticos ! Dor crônica ! Escleroterapia pode ter efeito adverso na fertilidade à Evitar em pacientes jovens 2 011 B J U I N T E R N A T I O N A L | 107 , 1 8 5 2 – 1 8 6 4 | CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Varicocele ! Definição ! Dilatação anormal e tortuosa das veias espermáticas internas dentro do plexo pampiniforme do cordão espermático. ! Presente em 15% da população geral ! 35% dos homens com infertilidade primária ! 81% infertilidade secundária ! 85% dos homens com varicocele têm filhos. CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Varicocele ! História Natural ! Considerada patologia congenita ! Aparecem após os 10 anos ! Progridem na puberdade (pico no Tanner 3) ! Causas da Progressão? ! Predisposição Genética ! Body Habitus ! Anormalidades venosas intrínsecas CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Fisiopatologia ! Processo patológico desconhecido ! Angulo reto entre a veia testicular e a v. renal E ! Aumento da pressão hidrostática e/ou ! Incompetencia valvular CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Sintomas ! Aumento do volume escrotal ! Dor ! < 10% dos adolescentes ! Diminuição do volume testicular ! Infertilidade Hipotrofia Testicular Varicocele ! Relação conhecida ! Crescimento assincronico ! Erros de medida ! USG é o método mais sensível para determinar o volume testicular. Infertilidade ! Incidencia aumentada de varicocele entre os homens inférteis. ! Associação entre bvaricocele e parametros seminais reduzidos e tamanho testicular ! Melhora dos parametros seminais e gravidez após correção cirúrgica. Infertilidade CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Avaliação Masculina ! 2-3 espermogramas para todos os pacientes. 15% do pacientes encaminhados por alteração de espermograma terão um segundo espermograma normal. ! Intervalo de algumas semanas. ! 30 dias ! Abstinência por pelo menos 3 dias. EAU Guidelines on Male Infertility- 2005 Avaliação Endócrina ! Endocrinopatias raramente estão presentes em pcts com > 10 milhões de espermatozóides ! Screening apenas para oligospermia severa ! Exames para screening endócrino inicial: FSH e testosterona CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Avaliação Endócrina Infertilidade Masculina ! 40–60% a única alteração encontrada é na análise do semen ! Nenhuma alteração no ex. Físico ou exames laboratoriais endócrinos Infertilidade idiopática masculina CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Diagnóstico ! Exame Físico ! ! ! Posição supina e ortostática Ectoscopia Palpação com e sem Valsalva ! Graduação: Grau 0 Subclínica. Dx Ultrassonográfico Grau I Palpável apenas com Valsalva Grau II Facilmente palpável, porém não visível Grau III Facilmente visível CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Ex. Complementares ! Uso do Ultrassom Doppler à Aumenta prevalência ! USG deve ser solicitado apenas para corroborar ou confirmar resultados de exame físico em casos duvidosos. ! Avaliar presença de varicocele subclínica contralateral Ex. complementares ! Parametros USG Dopplet ! Dilatação > 3mm ! Reversão do fluxo venoso com valsalva Tratamento - Indicações ! Adulto ! Casal infértil com varicocele clínica e espermograma anormal ! Crianças ! Significante hipotrofia testicular esquerda (≥20%) ou hipotrofia bilateral ! Dor ! Análise seminal anormal em garotos em estádio Tanner 5 ou pelo menos 18 anos. A Critical Appraisal on the Role of Varicocele inMale Infertility, Advances in Urology Volume 2012, Article ID 597495, 9 pages Técnicas Cirúrgicas Resultados em Adolescentes Recorrência/ Persistência Hidrocele 2-4% 0-30% 7-33% 8-14% 0-10% 0-6% MICROCIRURGIA CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Microcirurgia MELHORES RESULTADOS Review of current varicocelectomy techniques and their outcomes 2 011 B J U I N T E R N A T I O N A L | 1 0 8 , 11 5 7 – 11 7 2 Laparoscopia ! Vídeo Morbidade Custo-benefício Crianças/Adolescentes Varicocele Bilateral ? Embolização ! Cateterização femoral ! Uso de contraste e radioscopia ! 1-3 horas ! Realização em 75-90% ! Recorrência 6-35% CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Comparação das Técnicas CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Resultados ! Varicocelectomia microcirúrgica à Esperma no ejaculado de até 60% de homens azoospérmicos com varicocele palpável. ! Correlação entre o grau da Varicocele e a melhora do padrão seminal. ! Resolução da hipotrofia testicular em 55-70% dos casos. ! Alguns casos melhoram espontaneamente ao longo da adolescencia. CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Escroto Agudo ! Definição ! Sintomas agudo do conteúdo escrotal: ! < 1 % das entradas na emergência ! + comum na infância e adolescência DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Principais Diagnósticos Torção de Apendice Torção Testicular Epididimite Escroto Agudo Torção do Cordão Espermático (Testicular) ! Extravaginal à Perinatal ! Intravaginal à Deformidade em “Badalo de Sino” ! ! Fixação incompleta do testículo/epidídimo ao escroto Observado em 12% em estudo com autópsias ! Prevalência : 8,6 / 100.000 homens de 10-19 anos ! Evento Precipitante?? ! ! ! Temperatura Fria Rápidos movimentos ou trauma com ativação do reflexo cremastérico Rápido crescimento do testículo na puberdade. Emerg Med Clin N Am 29 (2011) 469–484 Apresentação Clínica ! Pico de Idade: 12 – 16 anos ! 86-93% após os 10 anos ! Predominância pelo lado esquerdo ! Raramente bilateral ! História de severa e súbita dor escrotal à < 6 horas ! Náuseas e vômitos em 10-60% ! Edema e eritema dependem do grau e duração da torção Exame Físico ! Edema e testículo difusamente doloroso ! Posição mais elevada do testículo ! Localização Transversa do testículo (Sinal de Angel) ! Epidídimo anteriorizado ! Ausência do reflexo cremastérico (Sinal de Rabinowitz) ! Reflexo Normal está fortemente associado a fluxo sanguíneo intacto para o testículo Emerg Med Clin N Am 29 (2011) 469–484 Variáveis mais associadas ! In a large pediatric ED cohort, Ben-Israel and coleagues5 ! ! ! ! Náuseas ou vômitos Duração da dor inferior a 24 horas Posição elevada do testículo Reflexo cremastérico anormal Exames Complementares ! Sumário de Urina ! USG Doppler ! ! ! ! Redução ou ausência de fluxo, parenquima heterogeneoe/ou alterações ecotexturais. Sensibilidade em confirmar diminuição de fluxo 63 – 90% Duas grandes séries documentaram fluxo testicular em aprox 25% dos casos com torção Avalia outras causas de escroto agudo Cintilografia ! Sensibilidade e taxa de falso negativo semelhantes à USG ! Exposição ao radioisótopo ! Pouco disponível Diagnóstico ! História e Ex. Físico de torção testicular ! Descartam a necessidade de qualquer exame ! EXPLORAÇÃO TESTICULAR SEM RETARDO ! OBS: - A maior disponibilidade de USG de urgência têm levado a uma conduta cirúrgica seletiva. ! USG de alta definição e outros métodos diagnósticos podem futuramente respaldar um conduta não cirúrgica. Tratamento ! Destorção Manual ! 67% torção medial x 33% torção lateral ! Manobra à Medial para Lateral “Abrindo um livro”. ! Objetivos: ! Alívio da dor ! Retorno do fluxo sanguíneo ! Resolução dos Sintomas Resolução da torção ! NÃO DEVE RETARDAR O TRATAMENTO CIRÚRGICO Emerg Med Clin N Am 29 (2011) 469–484 Tratamento Cirúrgico ! Incisão na rafe ou hemibolsa ! Abordagem do testículo torcido e avaliação da viabilidade ! USG / incisão da albugínea ! Orquiectomia 30-70% (média de 540) ! Orquidopexia (média de 360) ! Orquidopexia contralateral ! Deformidade Bellclapper/ Torção metacrônica CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Técnica cirúrgica Incisão Destorção Tempo de Dor Risco de orquiectomia Fixação em 3 pontos Síntese 0-6h 7-12h 13-18h 19-24h >24h >48h 5% 20% 40% 90% 60% 80% CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Torção de Apendices ! Remanescentes embrionários ! Causa da torção?? 22-26% 1-3% 76-83% ! Anatomia ! Trauma ! Aumento pré-puberal ! Causa + comum de escroto agudo na infância ! Pico de idade: 7-12 anos CAMPBELL-WALSH UROLOGY, 10TH EDITION - Copyright © 2012 Quadro Clínico ! Dor gradual ou súbita ! Localizada na cabeça do epididímo ou polo superior ! Pode estar relacionada aos esforços/ melhora com repouso ! Nauséas e vômitos pouco frequentes ! Testículo em posição habitual Exame Físico ! Blue Dot Sign (0-52%) ! Patognômonico ! Nódulo testicular superior doloroso ! Delimitação do epidídimo mantida ! Reflexo cremastérico simétrico USG ! Hiperperfusão do epidídimo com ou sem apendice testicular aumentado ! ! nódulo ovóide hiper, hipoecóica ou heterogêneo sem fluxo sanguíneo Achado ajuda no diagnóstico ! Porém ausência não exclui torção apendicular Tratamento ! Repouso ! AINH ! Raramente requer procedimento cirúrgico Epididimite ! Inflamação do epidídimo imfecciosa ou não ! Pico entre adolescentes e adultos ! Incidência incerta em crianças ! Diag Diferencial em adultos ! Fatores de risco: ! ! Atividade sexual Anomalias genitourinárias ! Instrumentação Quadro Clínico ! Dor gradual ! Febre ! Disúria ! Raramente – náuseas e vômitos Exame Físico ! Edema e dor à palpação do epididimo ! Testículo normoposicionado ! Reflexo cremastérico simétrico ! Sinal de Prehn ! + Alívio da dor à elevação testicular ! Não confiável Exames Complementares ! Hemograma à Leucocitose ! Sumário de Urina ! Piúria e/ou bacteriúria em 20-40% ! USG: ! Aumento do epididimo e fluxo sanguíneo Diagnóstico (Infância) Raro na infância à diagnóstico de infecção ! Al-Taheini e cols: Proposta de critério diagnóstico ! Dor escrotal aguda + hiperemia de epididimo ao USG + 2 dos seguintes: ! Febre >+= 37.5° C, ! Leucocitose ! Piúria (>10 leucócitos /campo) ! Urocultura positiva Tratamento ! ANTIBIOTICOTERAPIA + SINTOMÁTICOS ! < 35 anos e sexualmente ativo ! ! Cobrir Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis Doxiciclina ! >35 anos ! ! Cobrir patógenos urinários comuns Quinolona ! Criança ! ! Checar associação com anomalias anatômicas e presença de ITU alta. Internação pode ser necesária e ATB parenteral ! Cobrir patógenos urinários comuns
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