Sociologia: problemas e perspectivas, by Anthony Giddens

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Sociologia: problemas e perspectivas, by Anthony Giddens
Sociologia: problemas e perspectivas, by Anthony Giddens
Biografia do autor:
Sociólogo britânico, Giddens nasceu em 1938,em Edmonton, no norte de Londres.
Sendo o primeiro membro da sua família a puder ingressar numa faculdade, mais
precisamente na Universidade de Hull. Terminado os seus estudos começou por
leccionar na Universidade de Cambridge, e em seguida em Leicester, onde foi
professor de sociologia. E entre 1997 e 2003 exerceu o cargo de reitor da universidade
London School of Economics and Political Science. Em 2002 recebeu o premio
Príncipe das Astúrias para as Ciências Sociais, pelo seu contributo na área de
desenvolvimento estrutural das sociedades avançadas.
Giddens é dos mais conceituados sociólogos da actualidade, quer pela sua qualidade
enquanto autor, como pelas suas convicções. Como demonstra o seu impacto na
politica, os seus concelhos são procurados pelos lideres da América Latina, Ásia,
Áustria, e os EUA. Como na antropologia, psicologia social, e na sociologia, o seu
trabalho é reconhecido e admirado. As suas ideias influenciaram profundamente a
escrita e o ensino de sociologia e teoria social em todo mundo.
Giddens ficou reconhecido sobretudo pelo desenvolvimento da sua teoria de
estruturação. Ele debruçou-se principalmente na compreensão das relações entre os
indivíduos e as condições em torno delas. Como comprova o excerto lido, de um dos
seus livros e que em seguida irei desenvolver.
Introdução ao texto :
Giddens começa por fazer uma breve introdução à realidade à qual nós participamos,
concluindo que hoje em dia somos confrontados por um mundo extremamente
cansado de mudanças e assinalado por vários conflitos e divisões sociais profundas,
mas sobretudo repleto de promessas de futuro. Onde exemplifica através do ataque
pejorativo das tecnologias modernas ao ambiente natural (onde desenvolveu, recente e
mais detalhadamente, no seu livro, The Politics of Climate Change). Chegando à
conclusão que as gerações anteriores não se debruçavam sobre a possibilidade de
puderem alterar o rumo das suas vidas.
Uma entrevista realizada ao autor, desenvolve esta questão em particular:
http://www.youtube.com/watch?v=uT3GD0nVS3Y
Questões que surgem:
- Como surgiu este mundo?
- Por que nossas condições de vida são tão diferentes daqueles de nossos ancestrais?
- Que rumos tomarão as mudanças no futuro?
O autor tenta responder-lhes, através da associação à palavra Sociologia:
O termo deriva do latim (sociu) e do grego (logos).
Com base na sua origem etimológica da palavra poderia se dizer que se trata da
análise da estrutura das relações sociais, mas actualmente é insuficiente esta
definição. Desta forma, a sociologia é uma das ciências humanas que estuda as
unidades que formam a sociedade, ou seja, estuda o comportamento humano em
função do meio e os processos que interligam os indivíduos em associações, grupos e
instituições. Enquanto o individuo em si é estudo pela psicologia. O seu principal
objectivo é portanto, compreender as diferentes sociedades e culturas.
Mas os resultados da pesquisa sociológica não são apenas de interesse para os
sociólogos. A sociologia pode vir a interessar diferentes áreas do saber. O maior
interessado na produção e sistematização do conhecimento sociológico actualmente é
o Estado, também normalmente o seu principal financiador. O conhecimento
sociológico através dos seus conceitos, teorias e métodos tende ajudar as pessoas
tornando se num instrumento valioso de compreensão das situações com que nos
defrontamos sistematicamente no nosso quotidiano, ou seja das multiplicas relações
sociais com que somos confrontados, concluindo a percepção de que somos seres
inevitavelmente sociais.
Hoje a sociologia baseia-se sobretudo na pesquisa de macroestruturas inerentes à
organização da sociedade, como a raça ou etnicidade, classe e género, alem de
instituições como a família. Processos sociais que representam divergências nestas
estruturas como o crime e o divorcio. Os seus estudos são realizados através de
técnicas quantitativas de pesquisa social como a estatísticas mas também a técnicas
qualitativas através de entrevistas, discussões em grupos.
A sociologia é uma área de interesse recente, mas foi a primeira ciência social a se
institucionalizar. A herança filosófica e politica da sociologia é complexa, não
podendo ser atribuída a uma só tradição. Embora se encontre estudos acerca da
sociedade desde épocas longínquas exemplo em Platão ou Aristóteles, o termo
‘sociologia’ esta associado a Auguste Comte em 1824, na sua obra ‘Cours de
Philosophie Positive’.Para si esta ciência da sociedade ocuparia o primeiro lugar na
hierarquia das ciências, mas também a Montesquieu, foi considerado um dos
fundadores da Sociologia.
Conclusão: Esta disciplina contribuiu para o conhecimento e a compreensão das
sociedades modernas através de estudos empíricos, e contribui para o
desenvolvimento de outras disciplinas como a historia, a filosofia…, e é sobretudo
sensível aos dilemas da sociedade actual.
De que trata então a sociologia? Giddens desenvolve a partir de três exemplos
1- Amor e Casamento
Por que as pessoas se apaixonam e se casam? A resposta como afirma Giddens parece
óbvia. O amor consiste na atracção física, pessoal entre duas pessoas e pensamos que
a paixão padece de sentimentos humanos universais. Hoje em dia é completamente
natural que duas pessoas apaixonadas se juntem e criem família, mas na verdade tratase de algo pouco comum. Apaixonar-se não é uma experiência vivida pela maioria
dos seres humanos, e não está intimamente ligada ao casamento.
Esta ideia de amor romântico é bastante recente, começou a ser divulgada no
Ocidente, mas ainda não se difundiu em muitas cultura.
Antigamente, mais precisamente na Idade Média as pessoas se casavam apenas para
conservar a posse de um título, alguma propriedade da família, ou até mesmo para
acrescentar mais uma membro à família para ajudar nos trabalhos familiares. As duas
pessoas nem sempre se conheciam anteriormente. Tratava-se de um esquema
económico por parte da família, podendo futuramente se tornarem companheiros de
vida, mas nunca amantes.
O amor romântico como nós conhecemos surgiu na cultura Ocidental nos círculos da
nobreza cortesã, durante as aventuras extraconjugais por parte dos aristocratas. Pois,
as suas relações durante os seus casamentos eram insípidas e reservadas. Viviam nos
seus palácios e cada cônjuge tinha o seu aposento. Sendo assim, a sua compatibilidade
sexual era uma questão de sorte, e não era significativo para o casamento em si. E
ainda hoje podemos assistir noutras culturas a este fenómeno.
Conclusão: Desta forma o casamento não pode ser vinculado como uma
característica dada pela vida humana, mas sim modelada pelas influências.
Exemplo:
Um dos exemplos desta tradição ainda em vigor é a Índia, onde 90 por cento dos
casamentos é um casamento arranjado, isto é, trata-se de um casamento onde a
iniciativa de selar a união, não parte dos noivos, mas sim dos pais, ou de outra pessoa
responsável. Este costume é comum desde das primeiras tribos humanas, era realizado
por motivos políticos ou financeiros. Na história, ocasiões onde reis casavam seus
filhos com filhas de nobres vizinhos, ou até mesmo de um inimigo, para celebrar uma
alianças entres os reinos era frequente.
O casamento indiano varia de acordo com as diferentes castas - divisão por classes
sociais. As pessoas só podem se casar se pertencerem à mesma casta e estas estão
divididas entre: Brâmanes (religiosos e nobres), Xatrias (guerreiros e vaixas)
(camponeses, artesãos e comerciantes), Sudras (escravos) e Párias (categoria abaixo
dos escravos).
Conclusão: Na Índia, as mulheres não procuram um homem para amar, e sim um
companheiro para constituir uma família e ter uma vida social adequada.
Curiosidade1:
O ritual do o casamento indiano, dura certa de três a sete dias e um dia antes do
casamento oficial ocorre uma cerimonia chamada Sangeet, onde a família e os amigos
fazem uma apresentação artística. Logo na chegada, a noiva recebe uma pulseira
repleta de flores, e os homens um pano que tem diversas cores, e amarram no pulso.
Outro costume dos indianos é distribuir para os convidados vários bindhis, que não é
nada mais que “O terceiro olho”, que os garante que dá um colorido especial a festa
de casamento. Os casamentos na Índia são visivelmente demorados, e tudo que
acontece há um significado religioso, por esse motivo que os jovens e crianças não
costumam frequentá-los.
Curiosidade2:
Enquanto se realizava a pesquisa acerca do tema em questão, descobriu-se o trailer de
um recente filme, que retrata a história de uma amizade entre uma judia ortodoxa e
uma muçulmana que se conhecem numa escola do Brooklyn, onde ambas leccionam.
Estas descobrem que apesar das diferentes culturas, têm muito em comum, inclusive a
pressão familiar para que cedam ao casamento arranjado.
http://www.youtube.com/watch?v=MZcGfoE7bRw
2 - Saúde e Doença
Giddens aborda este tema tentando responder à questão: Será a saúde e a doença
influenciada pela origem social de cada um?
Á qual acaba por responder que as diferentes classes sociais podem sim influenciar,
pois existe uma diferença significativa entre as pessoas mais ou menos desfavorecidas
da sociedades. O autor chega mesmo a afirmar que as pessoas mais abonadas
financeiramente tem menos riscos de contrair doenças graves (como problemas de
coração, câncer, pneumonia, etc..) assim como tem menos probabilidades de sofrer
doenças mortais (comprovado pelas estatísticas realizadas anualmente nas nossas
comunidades).
Regra geral, associa-se saúde e doença a problemas relacionados com a condição
física, mas, hoje em dia o conceito de doença não é ainda compartilhado por todas as
sociedades. Em certas culturas, considera-se a doença e a morte algo produzido por
um encantamento maléfico, e não por causas físicas que possam ser cuidadas,
tratando-se de uma crença popular.
3- Crime e castigo
Antigamente
As punições eram severas, chegando a ser mórbidas e muito violentas. Os condenados
eram mortos em praça pública, era considerado um espectáculo onde as pessoas
aplaudiam ou vaiavam consoante as suas opiniões. Os ditadores eram amados, como
celebridades públicas famosas
Giddens exemplifica através de dois excertos de Michael Foucault e John Lofland,
onde os autores retratam o massacre de dois condenados, onde é descrito
detalhadamente as suas sentenças.
Actualmente
É considerado um acto deplorável e inaceitável tal castigo. Com o surgimento da
industrialização das sociedades europeias, este tipo de punições inválidas, deixando
de ser um espectáculo divertido de assistir, as pessoas tornam-se assim mais humanas.
Surgem então os estabelecimento presidiários, com o objectivo de reabilitar os
criminosos e torná-los bons cidadãos.
Curiosidade1: Inicialmente, a prisão era utilizada para acolher vagabundos, doentes,
loucos (tudo o que a sociedade punha de lado), porém, mais tarde, surgiram os
hospitais psiquiátricos e asilos para esse efeito e apenas os verdadeiros criminosos
estão em prisões.
Curiosidade2: Enquanto se desenvolvia este tema surgiu como referência uma das
comédias mais conhecidas dos britânicos Monty Python’s, o filme ‘A vida de Brian’,
onde são retratado, as anteriormente mencionadas, punições, mais precisamente o
apedrejamento em praça pública.
http://www.youtube.com/watch?v=R_hlMK7tCks
Conclusão: As mudanças no mundo moderno
Antigamente :
- Durante toda a historia da humanidade, a grande maioria das pessoas tinham de
produzir os seus meios de subsistência vivendo em comunidades aldeãs
- O casamento era arranjado por motivos económicos
- As crenças populares eram ditas como certezas incontornáveis.
Actualmente:
- As sociedades são industrializadas. 90 % das pessoas vivem em áreas urbanas.
- Hoje fala-se no amor romântico, onde passa a existir uma atracção emocional entre
o casal, tornando-se uma realização pessoal para ambos o casal.
- Assiste-se a novos métodos modernos de diagnósticos e tratamento de doenças e a
higiene ganha importância na prevenção de doenças infecciosas
A sociologia está desta forma intimamente ligada a análise da vida social
Sociologia e o Senso Comum
Conforme o que já foi abordado anteriormente, a Sociologia é então a procura de
conhecimento de nós próprios, da sociedade em que nos inserimos e ainda das outras
sociedades que diferem da nossa no tempo ou no espaço.
Em contrapartida, o Senso Comum é o chamado “conhecimento vulgar”, o “saber
empírico”. É a compreensão do mundo baseada, não numa investigação detalhada,
mas sim, na transmissão de conhecimento que se adquire no contacto com
determinado grupo social.
As descobertas sociológicas tanto perturbam quanto constroem as crenças do senso
comum
Ou seja, apesar de por vezes essas descobertas virem contrapor o que nos diz o senso
comum, em outras ocasiões estas ajudam a solidificar as ideias desse. Uma ideia não
invalida a outra
A socióloga Eva Lakatos reforça isso mesmo numa das suas obras, em que passo a
citar :
O conhecimento vulgar ou popular, às vezes denominado senso comum, não se
distingue do conhecimento científico nem pela veracidade nem pela natureza do
objecto conhecido: o que os diferencia é a forma, o modo ou o método e os
instrumentos do "conhecer"
No texto de Giddens, é nos demonstrado, a partir de alguns exemplos, de que forma,
as investigações sociológicas podem contrariar a nossa experiência.
Temos, os já referidos exemplos, que não vou desenvolver, do amor associado ao
casamento, assim como o caso da saúde poder ser associada à condição social do
indivíduo.
Seguidamente é abordado o tema da família:
que segundo o senso comum, outrora esta era uma unidade sólida, e o facto de
actualmente ter aumentado o numero de lares monoparentais.
Os dados sociológicos contra-balaçam esta afirmação dizendo que a quantidade de
“lares desfeitos”, é semelhante. Simplesmente a razão para esses existirem é que é
difere. (sendo anteriormente o principal factor as mortes durante o parto, e hoje em
dia, o divórcio.)
Logo a seguir fala-se da taxas de suicídio no mundo:
Em que o senso comum nos diz que essas são idênticas em todos os países pois
“existem pessoas infelizes em todo o lado”.
As investigações sociológicas, por sua vez, contrariam isso, dizendo que estas variam
não só de pais para pais como de local para local, pois existem vários factores (tanto
económicos como políticos ou mesmo climatéricos) que influenciam essas taxas.
E para sublinhar isso mesmo queria mostrar um pequeno vídeo que retrata não o
índice de infelicidade mas sim de felicidade em diferentes países, assim como as
principais causas que os fazem oscilar.
Mais à frente, diz-se que segundo o conhecimento comum todas as sociedades
valorizam a riqueza material.
No entanto, a sociologia explica que a importância atribuída à riqueza é algo de muito
recente e que está relacionado com o “Individualismo” Ocidental. Em outras culturas
existem valores com uma importância muito superior à realização pessoal (como
princípios religiosos, onde muitas vezes os crentes se chegam a sacrificar).
É também abordado o facto do Homem possuir instintos agressivos. E sobre o qual a
sociologia riposta, afirmando que o Homem não só não possui instintos agressivos,
como não possui qualquer tipo de instinto pois nenhum padrão de comportamento
pode ser herdado ou transmitido.
A sociologia tem também como objectivo investigar o que se passará no futuro e
sétimo exemplo é referente a isso mesmo.
Diz-se que a automação na produção industrial, vai ter como consequência a
diminuição do trabalho do Homem. Mas na realidade em relação a esse assunto não é
possível ter-se ainda certezas.
É necessário ter em atenção que a sociologia não contradiz sempre o senso comum,
mas tem que se questionar em relação a tudo. Por vezes esta contribui até para lhe dar
forma. Aliás, a maioria das coisas que hoje se considera como dados adquiridos,
foram baseados nas pesquisas de cientistas sociais.
Questões Sociológicas
A sociologia aborda os temas de várias formas diferentes.
As questões sociológicas podem então ser agrupadas em quatro géneros diferentes: as
questões factuais, também intituladas como empíricas, as questões comparativas, as
questões de desenvolvimento e as questões teóricas.
As questões factuais investigam de que forma as coisas acontecem. Ou seja, tendo em
conta que nos inserimos numa comunidade devemos procurar ter um conhecimento da
mesma.
Mas a informação factual, não clarifica por si só uma situação e não explica se o caso
sobre estudo se trata de assunto particular ou generalizado.
Para isso existem então as questões comparativas, que relacionam âmbitos sociais e
que contrasta exemplos retirados de sociedades diferentes.
No entanto, a sociologia não se debruça apenas nos temas actuais, esta investiga-os
em contraste com as sociedades anteriores.
E esse é o assunto estudado pelas questões de desenvolvimento:
Ou seja relaciona o passado com o presente assim como estuda a direcção dos planos
futuros.
E por fim, a sociologia não se resume apenas à colecta dos factos e as questões
teóricas tem exactamente como objectivo procurar perceber porque razão os
acontecimentos se desenrolam de determinada forma, para assim ser possível fazer a
interpretação correcta dos factos.
Ou seja as questões teóricas estão sempre relacionadas com as factuais pois são as
teorias que dão sentidos aos factos. Porque apesar do dito popular Os factos não falam
por si!
As consequências previstas ou imprevistas da acção humana
A finalidade de uma acção pode ser diferente do final que acção efectivamente pode
ter.
Por outras palavras, a finalidade da acção é o que realmente se pretende fazer,
enquanto o final pode ser algo nunca antes previsto.
Um dos exemplos que é dado pelo autor e que explica tal de uma forma muito clara, é
o ensino. O objectivo da existência de escolas é a aquisição de conhecimento dos
alunos, no entanto, esta acaba por ter outras consequências implícitas como o facto de
reforçar as discrepâncias sociais, ao diferenciar os estudante consoante as suas bases
académicas, guiando-os para diferentes empregos.
Essas consequências previstas ou imprevistas podem levar ou à continuidade ou à
mudança.
E a sociologia debruça-se então sobre dois importantes aspectos: a transformação
social e a reprodução social. A primeira refere-se às mudanças pelas quais as
sociedades passam e a segunda, à forma como as sociedades prosseguem no tempo
A estrutura e a acção
O Homem está inserido em ambientes sociais estruturados, ou seja as acções e
situações estão previamente delineadas porque os sistemas sociais são organizados
partindo das relações estabelecidas pelo próprio Homem, o que provoca então a
padronização dos comportamentos.
Pensar - Imaginar
Pensar sociologicamente não é apenas “adquirir saber”, é necessário ter-se a
capacidade de reflectir sobre os assuntos de uma forma pouco comum e sobretudo
conseguir-se encará-los de forma diferente do usual.
E é por isso abordado no texto associado à imaginação
No seguimento desta perspectiva, Wright Mills, surge em 1975 com uma nova
expressão : A imaginação sociológica.
Que é descrita como a capacidade de se colocar fora da rotina conhecida da vida
quotidiana , para encará-la como se fosse uma novidade.
Esta permite uma consciencialização das possibilidades do futuro
No texto é dado como exemplo da importância que o café pode ter, que também já foi
referido pelo professor em aulas anteriores. Que tanto pode ter um valor simbólico
(em certas situações sociais), como ser considerado uma droga (por ser um
estimulante cerebral), ou valorizado pelas relações sócio económicas que permite a
nível mundial, etc ...
Concluindo a imaginação sociológica permite perceber-se para alem do “como é”, o
“como poderia ser”!
A sociologia é uma ciência?
A sociologia possui um papel singular dentro do grupo das disciplinas das ciências
sociais. “Será então realmente possível estudar a vida social humana de um modo
cientifico?”
Giddens começa por nos informar sobre o significado especifico da palavra ciência.
Trata-se de um método sistemático de investigação para desenvolver um
conhecimento sobre uma matéria em particular. O trabalho cientifico surge quase
sempre de um pensamento inovador e de uma coordenação detalhada e necessária
para invalidar ou reafirmar teorias, estes são sempre tentativas, pois podem ser
sempre revistos através de novos argumentos.
Em seguida, Giddens afirma que para sabermos se realmente a sociologia é uma
ciência é necessário tentar perceber se:
- Esta disciplina pode ter como modelo os procedimentos usados na ciência naturais?
- A sociologia pode chegar ao mesmo tipo de conhecimento preciso e fundamentado
que os cientistas naturais desenvolveram a respeito do mundo físico?
O autor afirma por fim que a nossa vida social está repleta de actividades com sentido
para as pessoas que as praticam. Os seres humanos são seres auto conscientes, e que
atribuem sentido e finalidade a tudo o que fazem na vida.
Objectividade
Principais características dos sociólogos:
- Empenham-se diariamente para serem imparciais nas suas teses
- Tem de possuir uma mente aberta
- E sobretudo tem de por de lado todos os seus preconceitos pré-definidos
O autor conclui que a objectividade é alcançada sobretudo através da crítica entre os
membros da comunidade sociológica.
Concluindo,
a
sociologia
tem
uma
importância
extrema,
tanto
para
o
desenvolvimento
de
outras
áreas,
como
sobretudo
para
a
nossa
vida
quotidiana.