IMPACTO DA DISPONIBILIDADE DE AMINOÁCIDOS INDUSTRIAIS

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IMPACTO DA DISPONIBILIDADE DE AMINOÁCIDOS INDUSTRIAIS
IMPACTO DA DISPONIBILIDADE DE AMINOÁCIDOS INDUSTRIAIS
SOBRE AS FORMULAÇÕES DE RAÇÕES NA AMÉRICA LATINA
Os aminoácidos industriais são matérias-primas importantes para a produção de aves e suínos, porque permitem ao
nutricionista balancear suas rações de forma adequada, para atender as exigências nutricionais dos diferentes tipos
de produção. Entre os benefícios desses aminoácidos, destacam-se a adequação dos níveis nutricionais de lisina,
treonina, metionina e triptofano, aminoácidos comerciais atualmente disponíveis, às necessidades dos animais;
a diversificação das matérias-primas, a partir do uso de alimentos alternativos nas rações, sempre garantindo os
níveis ideais destes aminoácidos; e a redução do nível protéico da ração para atender às necessidades zootécnicas
(desempenho animal), econômicas (redução de custo de formulação/produção) e ambientais (redução da poluição
ambiental) da produção.
Apesar de serem atualmente utilizados em larga escala por produtores de aves e suínos, se nos recordarmos das
formulações de 10 anos atrás, quando a disponibilidade desses aminoácidos na América Latina era limitada, observamos que seu uso era restrito à metionina industrial em rações de frangos de corte e, eventualmente, a lisina em
aves e suínos, o que tornava estas rações menos eficientes quando comparadas às atuais
IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE AMINOÁCIDOS INDUSTRIAIS NA AMÉRICA LATINA
A lisina e a treonina, aminoácidos limitantes para
aves e suínos, são estritamente essenciais porque os
animais, diferentemente dos vegetais não possuem
as vias metabólicas para sintetizá-los. Por não haver
síntese endógena desses aminoácidos, eles devem ser
obrigatoriamente fornecidos na ração, seja pela lisina e
treonina presentes nos ingredientes protéicos ou energéticos habituais, seja pela lisina e treonina industriais.
Historicamente as rações foram formuladas para
prover a lisina e a treonina a partir da proteína intacta do
alimento. A formulação de rações para aves e
suínos tinha como base um mínimo de proteína bruta,
resultando frequentemente em rações com conteúdo de
aminoácidos que excedia as exigências dos animais.
Na Tabela 1, podemos observar uma formulação
de ração comercial, comumente utilizada na América Latina para frangos de corte, no ano de 1997,
quando a disponibilidade de lisina e treonina industriais
era restrita.
Esta ração, originalmente formulada em 1997 por um
grande produtor de frangos de corte, sem a utilização
de lisina e treonina industriais, foi reformulada utilizando
os mesmos ingredientes e níveis nutricionais, contudo
disponibilizando a lisina e treonina industriais.
Nesta comparação, a adição de lisina e treonina
industriais reduziu o custo da ração em 5%, e pôde
atender às exigências desses aminoácidos, sem
deficiências ou excessos, quando comparada à
formulação original. A redução da proteína bruta, em
12% quando comparamos as duas rações (20,87 vs.
18,30%), obtida a partir da redução da inclusão do farelo de soja em 31% (24,46% vs. 16,83%) e do aumento
em 14% da inclusão do milho (65,47% vs. 74,32%),
como conseqüência do uso da lisina e treonina industriais, além do benefício econômico, trariam benefícios
zootécnicos e ambientais, pelo melhor balanceamento
de aminoácidos, maximização da retenção de nitrogênio
e de energia e redução das perdas de nutrientes não
digeridos e não aproveitados pelo metabolismo.
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A partir da produção local de lisina, em
1997, e de treonina, em 2006, que permitiram o abastecimento seguro e a preços
mais acessíveis destes dois aminoácidos
em toda a América Latina, os nutricionistas
puderam formular rações adequadas,
já que passaram a ter prontamente
disponíveis estas matérias-primas.
Seguindo a mesma comparação, uma
ração atual sem disponibilidade de
aminoácidos industriais encareceria em
4 e 3%, respectivamente, uma ração com
produtos de origem animal (POA) e uma
dieta verde (sem inclusão de produtos de
origem animal) (Tabela 2).
Nesta formulação, a proteína bruta aumentaria em 11 e 10% (ração com POA
e verde, respectivamente), que além do
aumento do custo, proveria o excesso de
aminoácidos encontrados nas rações de
10 anos atrás.
A utilização de aminoácidos industriais
também permite alimentação adequada
de animais mesmo em períodos críticos,
como a nutrição de pintinhos e leitões ou
de elevadas temperaturas ambientais,
quando o consumo de ração está normalmente reduzido, não sendo possível ingerir
quantidades adequadas de aminoácidos a
partir da proteína intacta do alimento. No
período de calor, por exemplo, a redução
do consumo de ração ocorre para reduzir o
incremento calórico gerado pela digestão,
principalmente a partir da proteína intacta
do alimento, o que aumenta o calor corporal. A utilização de aminoácidos industriais,
que são aminoácidos livres, prontamente
absorvíveis, permite reduzir os níveis de
proteína bruta da ração e adequar o consumo de aminoácidos essenciais, melhorando o desempenho animal.
Tabela 1 Impacto da utilização de aminoácidos industriais sobre a formulação de uma
ração comercial de 1997 para frangos de corte machos dos 22 aos 33 dias de idade:
Ração Comercial 1997
Ingredientes (%)
SEM Lisina e Treonina
Milho
65.469
Farelo de soja 46
24.459
6.300
Produtos de origem animal 1
Óleo de frango
2.558
L-Lisina HCL 99%
L-Treonina 98,5%
2
1.214
Outros
Total
100
Níveis Nutricionais
Energia metabolizável, kcal/kg
3,200
Proteína bruta, %
20.87
0.831
Lisina digestível, %
Relações Aminoácido Digestível / Lisina Digestível (%)
72
Metionina + Cistina
Treonina
76
Valina
91
21
Triptofano
135
Arginina
Isoleucina
97
Custo da Ração (%)
Impacto (%)
COM Lisina e Treonina
74.320
16.830
6.300
0.968
0.233
0.020
1.149
100
+14%
- 31%
- 62%
3,200
18.30
0.831
72
65
77
18
111
79
100
- 12%
Proteína ideal
Excesso de aminoácidos
95
- 5%
1Farinha de carne + Farinha de vísceras + Farinha de penas
2 Fosfato bicálcio + Sal + Premix mineral e vitamínico + DL-metionina 99%
Tabela 2
Impacto da utilização de aminoácidos industriais sobre a formulação de duas
rações comerciais de 2007, uma com inclusão de produtos de origem animal e
uma “verde” (sem inclusão de produtos de origem animal) para frangos de corte
machos, dos 22 aos 33 dias de idade:
Ração com Produtos de Origem Animal
Ingredientes (%)
SEM Lisina e
Treonina
57.095
34.486
4.000
3.460
0.959
100
COM Lisina e
Treonina
65.909
26.952
4.000
1.755
0.225
0.071
1.089
100
Milho
Farelo de soja 46
Farinha de carne
Óleo de frango
Óleo de soja
L-Lisina HCL 99%
L-Treonina 98,5%
Outros 1
Total
Níveis Nutricionais
Energia metabolizável, kcal/kg
3,100
Proteína bruta, %
22.54
Lisina digestível, %
1.05
Relações Aminoácido Digestível / Lisina Digestível (%)
Metionina + Cistina
72
Treonina
67
Valina
88
Triptofano
21
Arginina
125
Isoleucina
91
Custo da Ração (%)
100
3,100
20.13
1.05
72
65
77
18
107
77
96
Impacto (%)
+15
- 22
- 49
- 11
Proteína ideal
Excesso de
aminoácidos
-4
Ração “Verde”
SEM Lisina e
Treonina
57.048
36.194
3.805
2.953
100
COM Lisina e
Treonina
65.106
29.209
2.330
0.209
0.073
3.073
100
3,100
21.65
1.05
3,100
19.41
1.05
72
66
87
21
122
93
72
65
77
18
106
80
100
97
Impacto (%)
+ 14%
- 19%
- 39%
- 10%
Proteína ideal
Excesso de
aminoácidos
-3
1 Fosfato bicálcico + Calcário + Sal + Premix mineral e vitamínico + DL-metionina 99%
CONCLUSÃO
Atender às exigências nutricionais dos aminoácidos essenciais, por intermédio de rações balanceadas e aminoácidos industriais, permite que os
animais expressem seu potencial genético para desempenho e deposição de
proteína corporal, o que traz benefícios zootécnicos, econômicos e ambientais
para a produção.
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